Com presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, abertura da safra mineira de cana-de-açúcar em Uberaba discute aumento da mistura de etanol na gasolina
Evento ocorreu nesta sexta-feira (28) na Fazenda Santa Vitória. De acordo com a CMAA, até o momento, 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar já foram moídas, 735 mil toneladas de açúcar produzidos, 440,8 mil metros cúbicos de etanol gerados e 402 mil MW/h de energia produzida. Uberaba lança safra 2025/26 de açúcar e etanol, mantendo liderança nacional
Com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), em parceria com o Sindicato da Indústria da Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), realizou a 8ª Abertura da Safra Mineira de Açúcar e Etanol. O evento ocorreu na Fazenda Santa Vitória, em Uberaba, marcando o início do ciclo de produção sucroenergética 2025/2026.
De acordo com a CMAA, até o momento, 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar foram moídas, 735 mil toneladas de açúcar produzidos, 440,8 mil metros cúbicos de etanol gerados e 402 mil MW/h de energia produzida.
O evento é promovido também pela Associação da Indústria Sucroalcooleira de Minas Gerais e pelo Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Minas Gerais. Além disso, comemora os 50 anos do Proálcool, programa que revolucionou o mercado de energias renováveis no Brasil e se tornou exemplo para o mundo.
Como é tradição, o evento recebeu autoridades federais, estaduais e municipais, senadores, deputados federais e estaduais, além de empresários do setor de bioenergia de todo o país.
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Abertura da safra 2025/2026 acontece nesta quinta-feira e conta com a presença de autoridades
Loise Monteiro/Tv Integração
Lei do Combustível do Futuro
O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, participou do evento e apresentou ações desenvolvidas pela pasta e pelo Governo Federal para fortalecimento do setor, como a Lei do Combustível do Futuro.
Uma das ações da nova política é a adoção do E30 (mistura de 30% de etanol anidro à gasolina), que é debatida desde 2023. O objetivo é reduzir o preço do combustível na bomba e tornar o Brasil independente da importação da gasolina.
“Hoje nós consolidamos essa rede do agronegócio em sintonia com energia. A lei limita a participação do etanol a 27%, mas hoje nós conseguimos ultrapassar e o etanol poderá ter uma participação de até 35% a partir de agora”, afirmou o ministro.
Atualmente 27% do etanol é adicionado à gasolina. A expectativa é de que a proposta seja votada no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda em 2025.
Ainda de acordo com o MTE, os estudos técnicos para implementação do projeto já foram concluídos por uma universidade renomada, e com participação democrática do setor.
Segundo o Ministério, a medida deve reduzir o preço médio da gasolina em até R$ 0,13 por litro. Ela também evitaria a importação de 760 milhões de litros de gasolina por ano, impulsionando a produção nacional de biocombustíveis.
"Isso gera uma nova indústria, uma indústria que é fundamental para valorizar aquilo que é a nossa vocação, fortalecer o agronegócio, a agricultura familiar", contou Alexandre.
A medida ainda evitaria a emissão de 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa por ano.
Minas Gerais alcançou um marco histórico na safra 2024/25, com 83,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas
CMAA
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Minas Gerais tem marco histórico na produção de açúcar e etanol
De acordo com a Siamig, Minas Gerais alcançou um marco histórico na safra 2024/25, com 83,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas, superando em 4% o volume da safra anterior e consolidando o maior índice já registrado no estado.
"Há 2 anos somos o segundo maior produtor de cana do Brasil, passamos Goiás e estamos atrás apenas de São Paulo. Só nos últimos 10 anos nós crescemos em produção 36%, em área plantada 19% e em produtividade 12%", contou Thalles Fernandes, secretário de Estado de Agricultura.
Além do recorde na moagem, a produção de açúcar também atingiu patamares inéditos, com 5,6 milhões de toneladas fabricadas – crescimento de 3,2% em relação à safra anterior. No etanol, a produção total chegou a 3,4 milhões de metros cúbicos (m³), um aumento de 5%.
O etanol hidratado foi responsável por 2,2 milhões de m³ – avanço de 13,9% –, enquanto o etanol anidro somou 1,2 milhão de m³, com queda de 9,3%.
“Superamos a marca de 83 milhões de toneladas processadas e mostramos, mais uma vez, a força da bioenergia em Minas Gerais. Esse resultado é fruto da competência das usinas, do trabalho no campo e da nossa capacidade de inovação, mesmo diante de uma seca severa e dos desafios com os incêndios rurais”, ressaltou o presidente da Siamig Bioenergia, Mário Campos.
De acordo com Mário Campos, apesar do desempenho expressivo, o setor sucroenergético mineiro enfrentou grandes desafios, especialmente de ordem climática. A safra foi marcada por severa estiagem, com mais de 100 dias consecutivos sem chuva, além dos impactos dos incêndios rurais, que afetaram lavouras e unidades industriais.
“Estamos com grandes expectativas para a safra 25/26. Teremos novas plantas de fabricação de açúcar entrando em operação, a produção de biometano começa a ganhar escala e vamos continuar fortalecendo o mercado mineiro de etanol hidratado", finalizou.
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É #FAKE mensagem que promete devolver dinheiro a vítimas de fraude no INSS; trata-se de golpe
Governo alerta que órgão não está enviando e-mails nem mensagens de WhatsApp citando 'ressarcimento de acordos de mensalidades associativas'. É #FAKE mensagem que promete devolver dinheiro a vítimas de fraude no INSS; trata-se de golpe
Reprodução
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão recebendo e-mails e mensagens que prometem agilizar a devolução do dinheiro cobrado de forma indevida por associações e sindicatos nos últimos anos e oferecem um link para acessar o serviço. É #FAKE.
g1
🛑 O que dizem os e-mails e mensagens falsos?
Eles falam sobre "ressarcimento de descontos de mensalidades associativas" e oferecem um link de acesso para dar um golpe. Os criminosos passaram se aproveitaram da revelação de um esquema bilionário de fraudes no INSS, ocorrida após uma operação deflagrada em 23 de abril de 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
O esquema consistia em descontar valores irregulares de beneficiários, sem qualquer autorização, como se eles tivessem se tornado membros de associações e sindicatos de aposentados. Segundo as investigações, essas entidades ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal. Dessa forma cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
⚠️ Por que se trata de golpe?
Em 24 de abril de 2025, o governo anunciou a suspensão de todos os descontos mensais feitos por associações e sindicatos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas, além do ressarcimento integral dos valores. A diretora de Orçamentos e Finanças e Logística do INSS afirmou que o instituto vai elaborar um plano para a devolução.
Em 25 de abril de 2025, o Ministério da Previdência publicou em seu site um texto com o título: "Golpistas estão abordando aposentados e pensionistas com a oferta de agilziar devolução de mensalidade descontada". O texto recomenda que aposentados a pensionistas a não acessem os links enviados nos e-mails e mensagens que aparecem nesses conteúdos.
O comunicado explica que os valores descontados no mês de abril ficarão retidos, conforme informado pela Controladoria Geral da União (CGU), e serão devolvidos na folha de maio – que vai de 26 de maio a 6 de junho.
O ressarcimento dos valores relativos a mensalidades não reconhecidas pelos beneficiários descontados antes de abril deste ano serão avaliados por um grupo da Advocacia Geral da União (AGU), que estudará a melhor forma de devolução.
Aposentados ou pensionistas que tenham dúvidas se houve desconto de mensalidade associativa no seu extrato de pagamentos (contracheque), devem ficar atentos ao que fazer — e como pedir o ressarcimento.
📌 Como verificar se ocorreu desconto?
Basta acessar, com login e senha, o Meu INSS (site ou aplicativo), clique em “Consultar Benefício” e, em seguida, em “Extrato de Pagamento”. Escolha o mês que deseja consultar. Da tabela, irá constar o possível valor do desconto, se houver.
▶️ Como pedir o ressarcimento?
A devolução dos valores é feita diretamente pela entidade. É preciso entrar em contato através do telefone 0800, que aparece ao lado do nome da entidade no seu contracheque.
Também é importante que seja registrada denúncia sobre descontos não autorizados de associações ou entidades no Portal do Consumidor (www.consumidor.gov.br/) e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR (falabr.cgu.gov.br/web/home).
O governo afirma que em breve mais informações serão repassadas a fim de orientar os beneficiários sobre tais procedimentos.
❌ Como pedir a exclusão do desconto?
Acesse o Meu INSS com login e senha.
Na página inicial selecione Novo pedido.
No campo de busca (onde tem a lupa) escreva Excluir mensalidade.
Vão aparecer opções, selecione Excluir mensalidade de associação ou sindicato no benefício.
Clique em Atualizar para conferir e atualizar seus dados, se necessário.
Após atualizar os dados, selecione Avançar.
Leia as instruções e escolha Avançar.
Informe os dados solicitados e clique em Avançar.
Anexe os documentos (se for necessário) e vá em Avançar.
Selecione a agência de relacionamento com o INSS e escolha Avançar.
Confira os dados informados no requerimento.
Clique em Declaro que li e concordo com as informações acima e clique em Avançar.
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Assembleia do Carrefour Brasil aprova proposta para fechar capital no país
Decisão significa a retirada das ações da empresa da bolsa de valores brasileira. A medida também prevê que a base de acionistas da companhia no país será unificada com a do grupo controlador francês. Na foto, loja do grupo francês Carrefour, em Curitiba/PR.
RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
A assembleia de acionistas do Carrefour Brasil aprovou nesta sexta-feira (25) uma proposta do seu controlador, o grupo francês Carrefour, para reorganizar a estrutura societária da rede de supermercados e atacarejo.
Com a decisão, a empresa irá fechar capital no país — ou seja, deixará de ter suas ações negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira. A medida também prevê que a base de acionistas da companhia no Brasil será unificada com a do grupo controlador.
As ações do Carrefour Brasil subiam 0,69% quando foram suspensas pouco antes da divulgação do fato relevante com o resultado da assembleia. Depois da suspensão, os papéis caíram 0,23%, negociados a R$ 8,64 — valor próximo da relação de troca proposta de R$ 8,50.
A empresa, que é dona tanto dos supermercados Carrefour quanto da rede de atacarejo Atacadão, terá suas ações incorporadas por uma empresa chamada Brachiosaurus 422 Participações.
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Essa companhia é controlada pela holandesa Carrefour Nederland BV, chamada pelo grupo de “MergerSub”. A MergerSub vai emitir novas ações preferenciais de três tipos: classe A, B ou C, que serão trocadas pelas ações atualmente nas mãos dos acionistas do Carrefour Brasil.
Depois disso, essas novas ações serão obrigatoriamente resgatadas como parte do processo para fechar o capital da operação brasileira do Carrefour, segundo fato relevante divulgado.
Cada ação ordinária do Carrefour Brasil será trocada por uma nova ação da MergerSub, podendo ser de uma das três classes. Os acionistas poderão escolher qual classe preferem até o dia 12 de maio.
Para as ações classe A, o valor do resgate no fim da operação será de R$ 8,50 por papel. No caso da classe B, o resgate será feito com a entrega de 0,05 ação do Carrefour (ou BDR), sem restrições de negociação, além do pagamento de R$ 4,25 por papel.
Já na classe C, cada ação será trocada por 0,1 ação do grupo francês (ou BDR), também sem restrições.
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Polícia Federal abre concurso com 192 vagas e salários de até R$ 11 mil; veja cronograma
Inscrições começam no dia 29 de abril e seguem até o dia 21 de maio. Concurso da PF terá mais de 100 vagas
Divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal divulgou, nesta sexta-feira (25), o edital com as regras para um novo concurso público. Estão sendo ofertadas 192 vagas, com remuneração inicial de até R$ 11 mil.
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O processo seletivo está sendo organizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe). As oportunidades são para nível médio e superior.
As inscrições para o concurso começam no dia 29 de abril e terminam às 18h, pelo horário de Brasília, no dia 21 de maio.
O candidato deve realizar a solicitação de inscrição no site oficial do Cebraspe. A taxa de inscrição varia conforme o cargo:
Para cargos de nível superior, a taxa é de R$ 110,00
Para cargos de nível médio, a taxa é de R$ 90,00
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
As provas objetivas e a prova discursiva serão realizadas no dia 29 de junho, nas 27 capitais do país.
O processo seletivo terá as seguintes etapas:
Provas objetivas e de prova discursiva, ambas de caráter eliminatório e classificatório, para todos os cargos, de responsabilidade do Cebraspe;
Avaliação biopsicossocial dos candidatos que solicitarem concorrer às vagas reservadas às pessoas com deficiência;
Procedimento de heteroidentificação complementar à autodeclaração dos candidatos negros;
Avaliação Médica: o candidato aprovado só poderá ser empossado se for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
O prazo de validade do concurso é de 2 anos, contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período
Cronograma do concurso 📆
Inscrições: 29 de abril a 21 de maio de 2025;
Solicitação para isenção da taxa de inscrição: 29 de abril a 5 de maio de 2025
Data limite de pagamento das inscrições: 23 de maio de 2025
Aplicação das provas: 29 de junho de 2025.
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Google retoma ferramenta de cotação do dólar 4 meses após erros e suspensão
Plataforma foi retirada do ar em dezembro, depois que buscas passaram a apresentar valores errados. Na ocasião, a AGU pediu informações ao Banco Central para apurar o caso. Google retoma ferramenta de cotação do dólar.
Reprodução
O Google reativou nesta quinta-feira (24) sua ferramenta de cotação do dólar e outras moedas. O recurso havia sido suspenso em dezembro, após casos em que a plataforma mostrou o valor errado de negociação da moeda norte-americana.
Em nota, o Google afirmou que o recurso "está voltando a ficar disponível" depois de "ajustes significativos e salvaguardas adicionais, incluindo o bloqueio de atualizações de dados de conversão aos finais de semana e feriados e a exibição da fonte dos dados.”
“O Google está comprometido em oferecer informações precisas e confiáveis. Em dezembro do ano passado, removemos da Busca o nosso painel de conversão de moedas para o Real por conta de dificuldades com nosso provedor de dados terceirizado", acrescentou a empresa.
Relembre o caso
A companhia suspendeu sua ferramenta de cotação do dólar no dia 26 de dezembro, após a plataforma apresentar, um dia antes, o valor errado da moeda.
O recurso do Google informou que o valor de negociação da moeda norte-americana estava em R$ 6,36 no dia 25 de dezembro, data em que os mercados ficaram fechados para negociação por conta do feriado do Natal.
Porém, a moeda havia encerrado a R$ 6,18 no último dia de negociações antes do feriado. Com isso, a ferramenta apresentou uma cotação R$ 0,18 mais alta em relação ao dado correto.
O erro levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a pedir informações ao Banco Central do Brasil (BC) para que pudesse basear a apuração sobre as informações erradas.
AGU envia ofício ao Google sobre erro no dólar
Outros erros
Esse não tinha sido o primeiro registro de equívoco na plataforma. No início de novembro, o Google já havia mostrado o valor errado da moeda norte-americana em relação ao real, indicando que a divisa estaria em R$ 6,17 — quando, na verdade, havia encerrado em R$ 5,67.
À época, o Google afirmou ao g1 que os recursos de busca, como o de câmbio, são baseados em dados de terceiros. "Em caso de imprecisões, nós removemos as informações da busca e trabalhamos com o provedor dos dados para ajustá-las o mais breve possível", disse.
Os erros ocorreram em um momento em que o dólar disparou e atingiu valores recordes.
O movimento foi consequência, principalmente, da insatisfação do mercado financeiro com o pacote de cortes de gastos detalhado em novembro pelo governo federal, além do anúncio da proposta do governo de isenção do Imposto de Renda (IR).
Diante da preocupação dos investidores com o quadro fiscal brasileiro, a moeda disparou e chegou a R$ 6,26 em 18 de dezembro, dias depois de alcançar pela primeira vez a marca de R$ 6.
Conta de luz mais cara: Aneel anuncia bandeira amarela em maio
Decisão, motivada pelo início do período de estiagem, interrompe ciclo de cinco meses com bandeira verde, ou seja, sem taxa extra. Bandeira amarela 'custa' R$ 1,88 a cada 100 kWh. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (25) que o país terá bandeira amarela nas contas de luz no mês de maio. Isso significa um custo adicional de R$ 1,88 nas faturas para cada 100 kWh consumidos. Segundo a agência, a decisão foi tomada "devido a redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período seco do ano". 💡 O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras. 💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz. "As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média", diz a Aneel. A bandeira amarela em maio interrompe um ciclo de cinco meses de bandeira verde, sem cobrança adicional nas contas. De dezembro de 2024 a abril de 2025, o período chuvoso aliviou os reservatórios das hidrelétricas e dispensou a taxa extra. "Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara", explicou a Aneel. A decisão já era esperada – confira na reportagem abaixo, do dia 16 de abril: Conta de luz deve ficar mais cara em Maio Saiba quanto custa cada bandeira Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor: 🟩 bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra; 🟨 bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh); 🟥 bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh); 🟥 bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh). Conta de luz mais cara: veja como economizar energia, mesmo com a bandeira vermelha
Governo alerta para golpes que prometem 'agilizar devolução' de descontos irregulares no INSS
Na quarta, operação sobre fraudes derrubou presidente do INSS; governo investiga descontos de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. O Ministério da Previdência Social alertou nesta sexta-feira (25) que golpistas passaram a abordar aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para prometer suposta "devolução acelerada" dos descontos irregulares nos pagamentos. O governo alerta: aposentados e pensionistas não devem clicar em nenhum link enviado por e-mail, aplicativo de mensagens ou qualquer outro meio. ➡️ Os valores descontados nas folhas de abril ficarão retidos e serão devolvidos automaticamente na folha de maio (de 26 de maio a 6 de junho). Não é preciso fazer nada. ➡️ Já os valores descontados irregularmente nas folhas anteriores a abril/2025 ainda serão apurados. Não há data prevista para a devolução, e não há como "antecipar" nada. O ministério diz ter recebido denúncia de segurados que estavam sendo abordados por golpistas. Essa promessa de "acelerar o ressarcimento" é fraudulenta. Governo promete devolver dinheiro de fraude no INSS Descontos não autorizados Ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos em benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, segundo as estimativas. As apreensões ocorreram em diferentes estados, entre eles São Paulo, Paraná e Ceará. Os mandados de busca, apreensão e de prisão foram realizados em 13 estados e no Distrito Federal. Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo. Além dele, outros cinco servidores públicos foram alvo de medidas judiciais e outras seis pessoas foram presas até a última atualização desta reportagem.
China volta a negar conversas com Trump e diz que EUA precisam 'parar de criar confusão'
Trump disse em entrevista que recebeu ligação de presidente da China para chegar a acordo sobre tarifaço China e EUA
Associated Press
O governo chinês voltou a negar que está tendo qualquer conversa sobre tarifas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta sexta-feira (25).
A China disse, ainda, que os EUA deveriam "parar de criar confusão".
A afirmação dos chineses ocorre depois da divulgação de uma entrevista da Time Magzine com Trump, em que o ele disse que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
Trump reforçou que seu governo está em negociação ativa com os chineses para chegar a um acordo comercial que evite o tarifaço.
Segundo o presidente americano, ele consideraria "uma vitória" se os EUA ainda tiverem tarifas de 50% sobre produtos estrangeiros daqui um ano.
Trump não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação de Xi, mas afirmou que "ele ligou" e que não pensa que isso "é um sinal de fraqueza da parte dele".
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que "todos querem fazer acordos" e que ele é o dono, representando os americanos, da "loja dos EUA" e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
Segundo Trump, há um número com o qual o governo chinês "se sentiria confortável", porém os EUA "não podem deixar que eles ganhem um trilhão de dólares" sobre o país.
"Isso é realmente o que não é sustentável — quando a China ganha um trilhão de dólares, ou um trilhão e cem, quando temos quase 2 trilhões de dólares em algo que eu chamo de prejuízo. Algumas pessoas não chamam assim, mas muita parte disso é prejuízo. Eu digo: quando você tem um déficit comercial de 2 trilhões de dólares, eu considero isso um prejuízo."
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
China havia negado conversas sobre acordos
Nesta quinta-feira (24), o governo chinês havia negado que existem negociações comerciais em curso entre o país e os EUA.
"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
A "guerra" entre China e EUA foi desencadeada pelas novas tarifas anunciadas por Trump sobre os produtos chineses, que podem alcançar 245% em alguns casos.
Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.
A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global.
O porta-voz do ministério chinês afirmou que "qualquer declaração sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais entre China e EUA carece de fundamento e base factual".
"A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade", acrescentou.
Trump declarou na quarta-feira à imprensa que seu país buscaria um "acordo justo com a China".
Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: "Tudo está ativo".
Nesta semana, o governo americano voltou a falar sobre o assunto. Na terça-feira (22), Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Depois, na quarta (23), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.
"A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China", disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
"Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias", acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam "continuar observando" empresas estrangeiras "trazerem sua produção de volta" para o país.
IPCA-15: preços sobem 0,43% em abril, puxados por alimentação e saúde
Em 12 meses, a prévia da inflação acumula alta de 5,49%, acima dos 5,26% registrados até março. Pesquisa identificou variações de preços em produtos da cesta básica e de higiene nos supermercados de Campo Grande
Divulgação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, mostrou uma alta de 0,43% nos preços em abril. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 12 meses, a prévia da inflação acumula alta de 5,49%, acima dos 5,26% registrados até março. No mês passado, o IPCA-15 mensal teve avanço de 0,64%.
No acumulado do ano, o indicador teve alta de 2,43%. Em abril de 2024, a alta da prévia da inflação foi menor, de 0,21%.
Apesar da alta registrada em abril, este é o segundo mês consecutivo de desaceleração do IPCA-15.
No mês, o que mais pesou sobre a prévia da inflação foram os grupos de Alimentação e bebidas, com uma alta de 1,14% e um impacto de 0,25 ponto percentual sobre o índice, e de Saúde e cuidados pessoais, com alta de 0,96% e um impacto de 0,13 ponto percentual.
Veja abaixo a variação dos grupos em abril
Em abril, oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Alimentação e bebidas: 1,14%;
Habitação: 0,09%;
Artigos de residência: 0,37%;
Vestuário: 0,76%;
Transportes: -0,44%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,96%;
Despesas pessoais: 0,53%;
Educação: 0,06%;
Comunicação: 0,52%.
Alimentos e remédios pesam na prévia da inflação, mas combustíveis têm queda
Em abril, o grupo de Alimentação e bebidas foi o destaque entre as altas do IPCA-15. Tanto a alimentação no domicílio (1,29%) quanto a alimentação fora do domicílio (0,77%) subiram no mês, com destaque para os avanços dos preços do:
tomate, com alta de 32,67%;
café moído, com alta de 6,73%;
leite longo vida, com alta de 2,44%.
Os preços dos lanches (1,23%) e da refeição (0,50%) fora de casa também tiveram avanço.
Já no grupo de Saúde e cuidados pessoais, o destaque fica com os produtos farmacêuticos, que tiveram alta de 1,04% em abril. O avanço é resultado de um reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos que passou a valer em 31 de março.
Além disso, os itens de higiene pessoal também tiveram uma alta importantes, de 1,51%. Os planos de saúde registraram avanço de 0,57% nos preços.
Por outro lado, o grupo de Transportes foi o único a registrar queda, de 0,44%, com um impacto negativo de 0,09% para o IPCA-15.
A maior contribuição para a queda do grupo veio das passagens aéreas, que registraram baixa de 14,38% nos preços. Os combustíveis também recuaram em média 0,38%, sendo que:
o etanol teve queda de 0,95%;
o gás veicular teve queda de 0,71%;
o óleo diesel teve queda de 0,64%;
e a gasolina teve queda de 0,29%.
Dólar marca 6ª queda seguida e fecha a R$ 5,68; Ibovespa renova maior nível em sete meses
Otimismo do mercado vem em meio às sinalizações de que a tensão comercial entre EUA e China pode ter diminuído, A moeda norte-americana recuou 0,13%, cotada a R$ 5,6841. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com um avanço de 0,12%, aos 134.739 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar emplacou a 6ª queda consecutiva e encerrou a sessão desta sexta-feira (25) cotado a R$ 5,68. Com isso, encerrou a semana com um recuo acumulado de mais de 2%. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em alta e renovou o maior patamar desde setembro de 2024. Na semana, acumulou ganhos de 3,93%.
Investidores reagiram positivamente às sinalizações de que pode haver um alívio nas tensões entre Estados Unidos e China (entenda mais abaixo) e repercutiram os novos dados da inflação brasileira divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicaram uma nova desaceleração dos preços.
As atenções seguem voltadas ao noticiário internacional, sobretudo na relação entre Estados Unidos e China, em meio às sinalizações de que as tensões entre os dois países têm diminuído.
Nesta sexta, em entrevista à Time Magazine, Trump afirmou que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
A China, porém, negou que esteja conversando com o republicano e afirmou que os EUA deveriam "parar de criar confusão". Ainda assim, grupos empresariais teriam informado à Reuters que o país asiático chegou a suspender as tarifas em alguns produtos norte-americanos importados.
Já no Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia oficial da inflação, registrou uma alta de 0,43% em abril. O resultado, puxado pelos grupos de Alimentação e Saúde, representa uma nova desaceleração do indicador.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,08%, cotado a R$ 5,6868. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6646. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 2,02% na semana;
queda de 0,33% no mês; e
perda de 7,98% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,47%, cotada a R$ 5,6916.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou com um avanço de 0,12%, aos 134.739 pontos, renovando o maior patamar desde setembro de 2024.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 3,93% na semana;
avanço de 3,44% no mês; e
ganho de 12,02% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 1,79%, aos 134.580 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O ambiente internacional continuou a impactar os mercados na sessão desta sexta-feira (25), em meio às sinalizações de que pode haver um alívio nas tensões entre Estados Unidos e China.
Apesar de os investidores seguirem incertos sobre um eventual acordo comercial entre os dois países, posturas recentes vistas na China alimentaram esperanças de um arrefecimento.
Nesta sexta-feira, em entrevista à Time Magazine, Trump voltou a afirmar que a China entrou em contato para falar sobre as tarifas. O republicano não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação do presidente chinês, Xi Jinping, mas afirmou que "ele ligou" e que não pensa que isso "é um sinal de fraqueza da parte dele".
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que "todos querem fazer acordos" e que ele é o dono, representando os americanos, da "loja dos EUA" e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
A afirmação, no entanto, foi rapidamente refutada pelo governo chinês, que mais uma vez negou que haja conversas nesse sentido e reiterando que os EUA deveriam "parar de criar confusão".
O foco, no entanto, ficou com a notícia de que a China teria suspendido as tarifas sobre alguns produtos norte-americanos importados, após grupos empresariais terem informado à Reuters que o país asiático permitiu a entrada de alguns produtos farmacêuticos sem o pagamento das taxas de 125% impostas por Pequim no início deste mês.
Além disso, segundo a agência de notícias, uma lista de 131 categorias de produtos supostamente estariam sob consideração do governo chinês para isenções. Os produtos incluiriam equipamentos médicos e substâncias químicas industriais.
"A semana começou com um forte sentimento de venda, mas seguiu-se uma recuperação realmente robusta. Foi uma semana bastante forte, em grande parte impulsionada por uma sensação de apaziguamento da guerra comercial com a China", disse Greg Bassuk, CEO da AXS Investments em Nova York à Reuters.
Na agenda de indicadores, o destaque por aqui ficou com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, que mostrou uma alta de 0,43% nos preços em abril. O avanço foi puxado pelos preços de alimentação e remédios.
Apesar da alta registrada em abril, este é o segundo mês consecutivo de desaceleração do IPCA-15. Em 12 meses, a prévia da inflação acumula alta de 5,49%, acima dos 5,26% registrados até março. No mês passado, o IPCA-15 mensal teve avanço de 0,64%.
No acumulado do ano, o indicador teve alta de 2,43%. Em abril de 2024, a alta da prévia da inflação foi menor, de 0,21%.
Já no exterior, a temporada de resultados do primeiro trimestre começou a todo vapor e também ajudou a impulsionar os mercados acionários internacionais.
*Com informações das agências de notícias AFP e Reuters.
Trump: Brasil 'sobrevive' e 'ficou rico' cobrando tarifas sobre os EUA
Presidente americano afirmou que seria uma "vitória total" se os EUA ainda cobrarem tarifas altas sobre importações que chegam ao país daqui um ano. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um dos países que "sobrevivem" e que "ficaram ricos" impondo tarifas sobre as importações americanas.
Em uma entrevista publicada nesta sexta-feira (25) pela Time Magazine, o presidente americano disse que consideraria uma "vitória total" se daqui um ano os EUA ainda cobrarem tarifas altas sobre os produtos estrangeiros que chegam ao país.
Segundo Trump, se isso acontecer "o país (EUA) estará ganhando uma fortuna".
"Foi isso que a China fez com a gente. Eles nos cobram 100%. Se você olhar para a Índia — a Índia cobra de 100% a 150%. Se você olhar para o Brasil, se você olhar para muitos, muitos países, eles cobram — é assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos", disse.
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Trump indicou, porém, que os EUA devem finalizar dezenas de acordos comerciais com os países que foram tarifados nas próximas semanas.
O presidente considera que, se não foram cobradas altas taxas sobre os produtos estrangeiros, nenhuma empresa mudaria sua produção para os EUA — que é o objetivo de Trump.
"Elas estão vindo porque não querem pagar as tarifas. Lembre-se disso: não há tarifas se elas fizerem seus produtos aqui", afirmou Trump. "Você ainda não percebe, mas isso é um tremendo sucesso o que está acontecendo."
Trump também garantiu, mesmo sem citar números exatos e fontes, que, com o tarifaço, os EUA estão arrecadando "bilhões e bilhões de dólares, dinheiro que nunca arrecadamos antes".
De acordo com o presidente, os EUA são "a maior loja de departamentos da história" e "todo mundo que tirar coisas de lá". "Eles vão entrar e vão pagar um preço por pegar nosso tesouro, por tirar nossos empregos, por fazer todas essas coisas."
"Mas o que eu estou fazendo com as tarifas é o seguinte: as pessoas estão vindo e estão construindo em níveis que você nunca viu antes. Temos 7 trilhões de dólares em novas plantas, fábricas e outras coisas, investimentos vindo para os EUA".
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
Ligação com Xi, da China
Donald Trump também falou sobre a China e disse que o presidente do país asiático, Xi Jinping, ligou para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
Trump não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação de Xi, mas afirmou que "ele ligou" e que não pensa que isso "é um sinal de fraqueza da parte dele".
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que "todos querem fazer acordos" e que ele é o dono, representando os americanos, da "loja dos EUA" e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
Segundo Trump, há um número com o qual o governo chinês "se sentiria confortável", porém os EUA "não podem deixar que eles ganhem um trilhão de dólares" sobre o país.
"Isso é realmente o que não é sustentável — quando a China ganha um trilhão de dólares, ou um trilhão e cem, quando temos quase 2 trilhões de dólares em algo que eu chamo de prejuízo. Algumas pessoas não chamam assim, mas muita parte disso é prejuízo. Eu digo: quando você tem um déficit comercial de 2 trilhões de dólares, eu considero isso um prejuízo."
Trump diz que recebeu ligação de presidente da China para chegar a acordo sobre tarifaço
Trump reforçou que seu governo está em negociação ativa com os chineses para chegar a um acordo comercial que evite o tarifaço. Presidente dos EUA, Donald Trump
Reuters/Kevin Lamarque
O presidente da China, Xi Jinping, ligou para o presidente dos Estados Unidos para falar sobre a guerra tarifária entre os países, informou Donald Trump em um entrevista para a Time Magazine nesta sexta-feira (25).
Trump reforçou que seu governo está em negociação ativa com os chineses para chegar a um acordo comercial que evite o tarifaço.
Segundo o presidente americano, ele consideraria "uma vitória" se os EUA ainda tiverem tarifas de 50% sobre produtos estrangeiros daqui um ano.
Trump não respondeu ao questionamento sobre quando recebeu a ligação de Xi, mas afirmou que "ele ligou" e que não pensa que isso "é um sinal de fraqueza da parte dele".
O presidente também não respondeu o que Xi falou nesta ligação, mas disse que "todos querem fazer acordos" e que ele é o dono, representando os americanos, da "loja dos EUA" e, portanto, decide quanto cada um terá que pagar para fazer negócios ali.
Segundo Trump, há um número com o qual o governo chinês "se sentiria confortável", porém os EUA "não podem deixar que eles ganhem um trilhão de dólares" sobre o país.
"Isso é realmente o que não é sustentável — quando a China ganha um trilhão de dólares, ou um trilhão e cem, quando temos quase 2 trilhões de dólares em algo que eu chamo de prejuízo. Algumas pessoas não chamam assim, mas muita parte disso é prejuízo. Eu digo: quando você tem um déficit comercial de 2 trilhões de dólares, eu considero isso um prejuízo."
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
China havia negado conversas sobre acordos
Nesta quinta-feira (24), o governo chinês havia negado que existem negociações comerciais em curso entre o país e os EUA.
"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
A "guerra" entre China e EUA foi desencadeada pelas novas tarifas anunciadas por Trump sobre os produtos chineses, que podem alcançar 245% em alguns casos.
Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.
A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global.
O porta-voz do ministério chinês afirmou que "qualquer declaração sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais entre China e EUA carece de fundamento e base factual".
"A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade", acrescentou.
Trump declarou na quarta-feira à imprensa que seu país buscaria um "acordo justo com a China".
Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: "Tudo está ativo".
Nesta semana, o governo americano voltou a falar sobre o assunto. Na terça-feira (22), Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Depois, na quarta (23), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.
"A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China", disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
"Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias", acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam "continuar observando" empresas estrangeiras "trazerem sua produção de volta" para o país.
Por que o Brasil enviou batata-doce e grão-de-bico para o espaço com a Katy Perry?
Estudo quer tornar o plantio de alimentos possível fora do planeta. Aisha Bowe, ex-engenheira de foguetes da Nasa e integrante da tripulação, conduziu experimento. Sementes brasileiras vão para o espaço
Quais são os efeitos da falta de gravidade em uma planta? Responder essa pergunta foi uma das motivações para cientistas brasileiros enviarem uma muda de batata-doce e sementes de grão-de-bico na viagem espacial da nave New Shepard, da Blue Origin, com a cantora Katy Perry, no último dia 14.
Os dois alimentos fazem parte de um estudo que quer tornar possível o plantio fora do planeta, desenvolvido pela Rede Space Farming Brazil, uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), que reúne diversas instituições brasileiras.
A viagem dura apenas cerca de 10 minutos, mas pode mudar a estrutura da planta. Até os genes podem ser afetados.
Isso acontece por causa do intenso estresse gerado ao deixar o cultivo em um ambiente sem gravidade, explica uma das pesquisadoras da Embrapa que participa do projeto, Larissa Vendrame. Entenda abaixo.
Por que plantar no espaço?
O estudo do cultivo de plantas fora do planeta é fundamental para a exploração espacial, explica Vendrame.
A pesquisa vai ajudar a desenvolver variedades dos alimentos que aguentem situações mais extremas, como de baixa disponibilidade de água e nutrientes. Isto é útil também para o cultivo na Terra, considerando o cenário de mudanças climáticas, que já prejudica o plantio de diversos produtos.
Os cientistas estão selecionando as espécies com maior potencial de sucesso.
A batata-doce e o grão-de-bico foram os escolhidos porque crescem rápido, são fáceis de cuidar e se adaptam bem. Além disso, podem ser 100% aproveitados.
Por exemplo, as folhas e a raiz da batata-doce podem ser consumidas. Já o grão-de-bico é rico em proteínas.
Por enquanto, apenas as duas espécies são estudadas, aponta a pesquisadora.
As pesquisadoras Sarita Meireles e Larissa Vendrame analisam a muda de batata-doce antes de ser enviada ao espaço.
Divulgação / Embrapa
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O que muda na planta?
A participação brasileira no voo ocorreu por um convite da instituição da Winston-Salem State University (WSSU), da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
Quem conduziu os experimentos com as espécies brasileiras foi uma das seis integrantes da tripulação: Aisha Bowe, ex-cientista de foguetes da Nasa e engenheira aeroespacial.
Os alimentos foram enviados para o Texas (EUA), estado onde aconteceu o lançamento, e ainda não retornaram ao Brasil, para análise.
Para preservar os efeitos de qualquer alteração provocada, os pesquisadores aplicaram uma solução que fixa o estado da planta como ela estava no momento em que voltou do espaço.
Além disso, clones foram deixados na Terra para que os pesquisadores possam comparar os efeitos.
Apesar de não haver resultados deste lançamento, em 2024, uma pesquisa similar foi publicada. Nela, a flor Arabidopsis thaliana, da família da mostarda, foi enviada nas mesmas condições, explica Vendrame.
O estudo constatou a alteração de 6 genes que regulam as funções biológicas da planta, ligadas à resposta ao estresse e ao metabolismo.
"Imagina a microgravidade, que é praticamente a gravidade zero. Ela é uma condição de estresse para a planta. Ela vai pensar 'gente, para onde eu vou crescer agora?' Porque ela sabe que tem que desenvolver as raízes no sentido do solo", explica a pesquisadora.
O estudo não depende unicamente de oportunidades para ir ao espaço. Aqui na Terra, os cientistas conseguem colocar as plantas em ambientes que simulam a gravidade e a radiação espacial.
Grão-de-bico brasileiro viajou ao espaço em nave da Blue Origin junto com Katy Perry e tripulação feminina
Reprodução/Blue Origin e Rogério Monteiro/Embrapa
Rede espacial brasileira
A participação da Rede Espacial Brasileira no Programa Artemis, da Nasa, que reúne projetos de colaboração internacional, teve início em 2023.
Atualmente, 56 pesquisadores de 22 instituições brasileiras participam da iniciativa.
Os estudos querem garantir a produção de alimentos em condições de elevada radiação, baixa gravidade e ausência de solo, com o desenvolvimento de novas variedades adaptadas.
Como foi a viagem🚀
A empresa lançou com sucesso, na manhã do dia 14, a nave New Shepard para uma viagem de turismo espacial com 6 mulheres a bordo. Entre elas, estavam Perry e a jornalista Lauren Sánchez — noiva do bilionário Jeff Bezos, que é o dono da Blue Origin e também da Amazon.
O lançamento ocorreu às 10h31 (de Brasília), na segunda-feira, na base da Blue Origin, no estado do Texas (Estados Unidos). Cerca de dez minutos depois, a cápsula e o foguete retornaram em segurança. O g1 transmitiu a viagem ao vivo.
O voo foi suborbital, o que significa que a nave não escapou completamente da gravidade da Terra. Mesmo assim, a viagem tinha a previsão de ultrapassar a Linha de Kárman — marca de 100 km de altitude reconhecida como o início do espaço.
Segundo a empresa, esta foi a primeira viagem espacial com uma tripulação exclusivamente feminina desde a Vostok 6, em 1963, quando a russa Valentina Tereshkova foi sozinha ao espaço.
A Blue Origin começou a enviar turistas e celebridades para o espaço em julho de 2021.
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O país asiático, no entanto, negou que esteja fazendo qualquer negociação com os norte-americanos. A isenção foi feita em produtos farmacêuticos publicados nos EUA. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim
Tingshu Wang/Reuters
A China isentou algumas importações dos Estados Unidos de suas altas tarifas. A informação foi divulgada pelas agências de notícias Bloomberg News e Reuters.
Segundo grupos empresariais afirmaram à Reuters, a China permitiu que alguns produtos farmacêuticos fabricados nos EUA entrassem no país sem pagar as taxas de 125% impostas por Pequim no início deste mês, em resposta às taxas de 145% de Trump sobre os produtos chineses importados pelos norte-americanos.
Além disso, uma lista de 131 categorias de produtos que supostamente estariam sob consideração do governo chinês para isenções circulavam entre algumas empresas e grupos comerciais, mas a Reuters não conseguiu verificar a lista e a China não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
De acordo com as agências de notícias, os produtos avaliados incluiriam equipamentos médicos e substâncias químicas industriais, como o etano.
Além disso, o presidente da Câmara Americana de Comércio na China afirmou que o governo chinês tem perguntado aos seus membros quais os produtos importados dos EUA que não conseguem encontrar em nenhum outro lugar, informou a Reuters.
"É bom ver que ambos os lados estão revisando as tarifas, e parece que estão começando a elaborar listas de exclusões para categorias específicas", afirmou Michael Hart, presidente da AmCham China, durante uma coletiva de imprensa.
A ação foi vista como uma sinalização de que as tensões comerciais entre China e EUA pode estar diminuindo, apesar de o gigante asiático ter negado mais de uma vez nos últimos dias que Pequim estaria fazendo qualquer tipo de negociação com Washington.
Nesta sexta-feira, por exemplo, o governo chinês voltou a negar que esteja tendo qualquer conversa sobre tarifas com o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterando que os norte-americanos deveriam "parar de criar confusão".
A afirmação dos chineses ocorre depois da divulgação de uma entrevista da "Time Magzine" com Trump, em que o ele disse que recebeu uma ligação do presidente da China, Xi Jinping, para falar sobre a guerra tarifária entre os países.
"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
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Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.
A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global.
O porta-voz do ministério chinês afirmou que "qualquer declaração sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais entre China e EUA carece de fundamento e base factual".
"A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade", acrescentou.
Trump declarou na quarta-feira à imprensa que seu país buscaria um "acordo justo com a China".
Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: "Tudo está ativo".
Nesta semana, o governo americano voltou a falar sobre o assunto. Na terça-feira (22), Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Depois, na quarta (23), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.
"A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China", disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
"Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias", acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam "continuar observando" empresas estrangeiras "trazerem sua produção de volta" para o país.
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
Entenda a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou neste mês, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145% — que ainda pode chegar a 245% em alguns casos, a depender do produto importado.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Desde então, o governo Trump já sinalizou várias vezes estar otimista com a possibilidade de um acordo entre os países, o que nunca foi confirmado pela China.
Consignado CLT: contratação será feita diretamente com os bancos a partir desta sexta; veja como aderir
Modalidade está disponível desde 21 de março por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). Portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho. Consignado CLT: contratação será feita diretamente com os bancos a partir desta sexta
O Crédito do Trabalhador, também conhecido como Consignado CLT, inicia uma nova etapa hoje. A partir desta sexta-feira (25), os trabalhadores poderão contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados.
Além disso, os trabalhadores que já têm um consignado ativo poderão migrar para a nova linha. A portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho.
A expectativa é que as contratações dessa modalidade aumentem, com mais pessoas optando por essa linha de crédito para migrar para juros mais baixos. Segundo o Ministério do Trabalho, a estimativa é que os desembolsos para o empréstimo superem R$ 100 bilhões até junho.
💰 A modalidade foi lançada em 12 de março pelo governo e permite que profissionais do setor privado tenham acesso a empréstimos mais baratos com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Até então, as contratações do crédito eram feitas por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), onde o trabalhador podia solicitar a proposta diretamente com instituições financeiras habilitadas. Agora, o trabalhador também pode iniciar a contratação por meio dos canais digitais dos bancos.
"Esse novo canal de atendimento colocará o produto em nova fase e permitirá o crescimento nas contratações, com ofertas mais atrativas para que os clientes possam tomar esse crédito ou migrar dívidas mais caras para o novo consignado, em condições de juros e prazos melhores", afirmou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em nota.
Consignado CLT: para quem funciona melhor e como negociar com o banco
Como funciona a modalidade?
Segundo o governo, o trabalhador que optar pela contratação por meio do CTPS Digital pode solicitar uma proposta de crédito diretamente com instituições financeiras habilitadas.
Para isso, o profissional autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa. Depois, o trabalhador recebe ofertas em até 24 horas, analisa a melhor opção e faz a contratação no canal do banco.
Com a oferta direta das instituições financeiras, o trabalhador também pode contratar com mais facilidade no banco com o qual já tem relacionamento.
O desconto das parcelas é feito mensalmente na folha de pagamento — o que serve como uma garantia para a instituição financeira, permitindo que os juros cobrados sejam mais baixos do que em outras modalidades.
"Após a contratação, o trabalhador acompanha mês a mês as atualizações do pagamento das parcelas", informou o governo em nota oficial.
Segundo a Febraban, a modalidade já alcançou aproximadamente R$ 8 bilhões em concessões de crédito desde o lançamento.
PERGUNTAS E RESPOSTAS: Entenda mais detalhes sobre o Consignado CLT
Como aderir ao Consignado CLT?
Pelo CTPS Digital:
Por meio do aplicativo do CTPS Digital, o trabalhador solicita a proposta de crédito às instituições financeiras habilitadas pelo governo. Para isso, é preciso autorizar o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa.
Após solicitar o crédito, o trabalhador recebe ofertas dos bancos em até 24h, podendo comparar ofertas e escolher a opção mais vantajosa.
A linha permite o comprometimento de até 35% do salário bruto. O limite inclui benefícios, abonos e comissões.
Quem já tem um consignado ativo poderá migrar para a nova linha a partir desta sexta-feira (25). A portabilidade entre os bancos poderá ser realizada a partir de 6 de junho.
Desconto automático: o empregador será responsável por descontar a parcela do salário e repassá-la à Caixa Econômica Federal, que fará o pagamento aos bancos credores.
PASSO A PASSO: entenda como solicitar o Consignado CLT
Pelos bancos:
Os bancos habilitados pelo Governo Federal terão a opção de oferecer a modalidade dentro de seus próprios canais digitais. Assim, cada instituição terá sua própria aba de contratação dentro de sites e aplicativos.
Acesse o aplicativo do seu banco;
Busque a opção "Consignado do Trabalhador". Algumas instituições também permitem fazer uma simulação antes da contratação.
Preencha os dados solicitados.
Após ler o contrato com cuidado e atenção, bastará clicar em "Contratar" e aguardar a confirmação por parte da instituição financeira.
Veja os cuidados necessários para conseguir uma boa contratação
Contratação do Consignado CLT poderá ser feita diretamente com os bancos a partir desta sexta-feira (25).
Pixabay/Imagem ilustrativa
Fraude no INSS: valores serão devolvidos? Como saber se fui cobrado? Veja perguntas e respostas
Governo federal anunciou que irá elaborar um plano para ressarcir aposentados e pensionistas que tiveram descontos irregulares na folha de pagamento. Ainda não há, no entanto, prazo para isso acontecer. Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima
O governo federal anunciou que irá elaborar um plano para devolver a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) os valores cobrados de forma indevida por associações e sindicatos nos últimos anos.
A decisão veio após uma operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelar nesta semana um esquema bilionário de fraudes no INSS.
Segundo as investigações, entidades cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas.
No esquema, associações ofereciam serviços sem ter estrutura, como desconto em academias e planos de saúde, e falsificavam as assinaturas dos beneficiários do INSS, afirmou o ministro da CGU, Vinícius Carvalho.
Nesta quinta-feira (24), a diretora de Orçamentos e Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, afirmou que o instituto vai elaborar um plano para devolver os valores. Ela disse, no entanto, que o formato da devolução ainda dependerá da descoberta do tamanho da fraude.
Mas quais são os próximos passos? E como descobrir se tive descontos indevidos? Veja abaixo perguntas e respostas.
Haverá ressarcimento integral das cobranças indevidas?
Como saber se tive valores descontados?
Como excluir cobrança indevida?
Os descontos continuam sendo feitos?
Como funcionava o esquema?
Quando começou a investigação?
Quantos brasileiros foram atingidos pela fraude?
Quantas pessoas foram presas após a operação?
INSS: Especialista explica direitos dos beneficiários que caíram em golpe
Haverá ressarcimento integral das cobranças indevidas?
De acordo com Débora Floriano, diretora do INSS, sim. Ela afirmou nesta quinta-feira que será feita uma força-tarefa para a devolução dos recursos.
"Nós traremos oportunamente um plano onde serão abordadas, tratadas todas as informações, para, em seguida, em uma força-tarefa conjunta [entre CGU e INSS], promovermos o integral ressarcimento dos valores irregularmente descontados dos nossos segurados", disse.
Segundo o governo federal, o plano de ressarcimento deve incluir os valores que foram bloqueados na operação da última quarta-feira (23) – até agora, cerca de R$ 2 bilhões.
Ainda não há, no entanto, detalhes de como ou quando a devolução dos valores irá acontecer.
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Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
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Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
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Como excluir cobrança indevida?
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲
Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
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Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
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O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.
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Presidente do INSS é demitido
Os descontos continuam sendo feitos?
O ministro da CGU, Vinícius Carvalho, afirmou que o governo vai suspender todos os descontos mensais feitos por associações e sindicatos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS.
Segundo a CGU e o INSS, os descontos serão interrompidos já nos contracheques de maio. Por isso, os aposentados e pensionistas não precisam correr às agências para evitar novo prejuízo.
Eventuais parcelas que já tenham sido lançadas não serão enviadas às entidades — e sim, ressarcidas no mês seguinte.
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Como funcionava o esquema?
Segundo as investigações, o esquema consistia em descontar de aposentados e pensionistas do INSS valores mensais, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Os descontos indevidos nas pensões e aposentadorias pagas pelo INSS podem chegar a R$ 6,3 bilhões, de acordo com os investigadores.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
Com a operação, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi demitido na quarta-feira (23). O nome do substituto ainda não foi anunciado.
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Quando começou a investigação?
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
A CGU entrevistou uma amostra de 1.273 aposentados e pensionistas. A maioria — 97% dessa amostra — afirmou nunca ter autorizado descontos em seus benefícios.
"O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas", disse Carvalho.
Segundo ele, além de ter havido falsificações de assinaturas, em 72% dos casos as entidades não tinham entregue ao INSS a documentação necessária para fazer os descontos diretamente nos benefícios.
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Quantos brasileiros foram atingidos pela fraude?
O ministro da CGU, Vinícius Carvalho, disse que as investigações reveladas na quarta (23) apuram descontos nas aposentadorias de 6 milhões de brasileiros.
O número se refere ao total de aposentados e pensionistas que enviam alguma parcela mensal de seus vencimentos para entidades associativas.
O governo ainda não sabe quantos desses 6 milhões foram vítimas de fraude – ou seja, quantos não autorizaram os descontos.
"A grande investigação que se faz é saber exatamente por que esses aposentados, ou uma parte grande desses aposentados, tinham esse desconto sem ter autorizado", disse.
"O principal objetivo é proteger os aposentados brasileiros e garantir que sua aposentadoria seja recebida em sua inteireza, sem descontos indevidos."
O país tem 40 milhões de aposentadorias e pensões em vigor. Ou seja: 15% dos aposentados e pensionistas têm, hoje, algum tipo de desconto para abastecer essas entidades.
"Só depois desse trabalho que vai ser feito, nós teremos uma reorganização disso. E aí, sim, aqueles que quiserem livremente se associar porque entendem que vale a pena para eles – as entidades também vão passar por uma avaliação –, aí, sim, vão ter os descontos que eles pactuarem com as próprias entidades", acrescentou Carvalho.
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Quantas pessoas foram presas após a operação?
A operação desta quarta, autorizada pela Justiça Federal, ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com 211 buscas e apreensões em 34 municípios.
De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, foram apreendidos pela PF carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Também foram determinadas as prisões provisórias de seis pessoas.
Cinco foram presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Os investigados são de organizações associativas de Sergipe.
Além disso, a Justiça afastou cautelarmente de suas funções seis agentes públicos, que ainda não tiveram seus papéis no esquema divulgados pelos investigadores.
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Atual diretora de Logística, Débora Floriano assume direção interina do INSS
Débora assume vaga deixada por Alessandro Stefanutto, demitido nesta quinta após megaoperação da PF e da CGU sobre fraudes. Débora Floriano, presidente interina do INSS
TV Globo/Reprodução
O governo escolheu a atual diretora de Operações e Logística do INSS, Débora Floriano, para comandar a entidade de forma interina a partir desta quinta-feira (24).
Débora assume o posto um dia após a demissão de Alessandro Stefanutto, alvo de uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) nesta quarta (23) contra supostas fraudes em aposentadorias e benefícios.
Segundo apurou a GloboNews, a decisão foi tomada em uma reunião do ministro da Previdência, Carlos Lupi, com diretores e superintendentes do INSS.
Debora está no INSS desde 2008, onde começou como analista de Seguro Social. Formada em direito, passou pela Coordenação de Compras e Serviços e pela Coordenação-Geral de Licitações e Contratos. Comanda a Diretoria de Orçamento, Finanças e Logística desde setembro de 2023.
Nesta quinta, antes mesmo de ser anunciada como presidente interina, Débora Floriano deu uma entrevista ao lado do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho.
Foi ela quem afirmou que o INSS vai elaborar um plano para devolver os valores cobrados de forma indevida, mas o formato da devolução dependerá ainda de descobrir o tamanho da fraude.
"Nós traremos oportunamente um plano onde serão abordadas, tratadas todas as informações, para, em seguida, em uma força-tarefa conjunta, promovermos o integral ressarcimento dos valores irregularmente descontados dos nossos segurados", disse Débora.
Governo diz que vai restituir dinheiro desviado de beneficiários do INSS de 2019 até o ano passado
➡️ Segundo CGU e INSS, os descontos serão interrompidos já nos contracheques de maio. Por isso, os aposentados e pensionistas não precisam correr às agências para evitar novo prejuízo.
➡️ Eventuais parcelas que já tenham sido lançadas não serão enviadas às entidades, e sim, ressarcidas no mês seguinte.
Segundo o governo federal, o plano de ressarcimento deve incluir os valores que foram bloqueados na operação desta semana – até agora, cerca de R$ 2 bilhões.
De acordo com as investigações até o momento, o valor descontado dos aposentados desde 2019 pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
Não se sabe, ainda, quanto disso foi descontado ilegalmente, e quanto seguiu as regras.
Segundo as investigações, pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
A operação, que ocorreu em diversos estados, resultou em mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas.
Mega-Sena, concurso 2.855: bolão de SC leva sozinho prêmio de R$ 25,2 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 12 - 16 - 24 - 31 - 51 - 55. A quina teve 60 apostas vencedoras que levaram mais de R$ 50.815,78 cada. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
O sorteio do concurso 2.855 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (24), em São Paulo. Um bolão de Balneário Gaivota (SC) acertou as seis dezenas e vai levar sozinho o prêmio de R$ 25.245.913,24.
Os ganhadores fizeram um bolão de nove cotas, com aposta em sete números. O jogo foi feito presencialmente, em uma lotérica da cidade catarinense.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 12 - 16 - 24 - 31 - 51 - 55.
Confira o resultado completo da Mega-Sena:
6 acertos - 1 aposta ganhadora, R$ 25.245.913,24.
5 acertos - 60 apostas ganhadoras, R$ 50.815,78.
4 acertos - 3.694 apostas ganhadoras, R$ 1.179,11.
O próximo sorteio da Mega será no sábado (26).
Concurso 2.855 da Mega-Sena
Caixa / Reprodução
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
A
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Trump refuta declaração da China e diz que negociações comerciais estão em andamento
O republicano afirmou nesta quinta-feira que os EUA têm se reunido com os chineses para tratar de tarifas. O governo da China, porém, alegou que não houve discussões para aliviar a guerra comercial em curso. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019.
REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (24) que as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China estão em andamento, refutando as alegações chinesas de que não houve discussões para aliviar a guerra comercial em curso.
"Eles tiveram uma reunião esta manhã", disse Trump a jornalistas, recusando-se a informar a quem ele estava se referindo. "Não importa quem seja 'eles'. Podemos revelar isso mais tarde, mas eles tiveram reuniões esta manhã, e nós temos nos reunido com a China."
A China afirmou nesta quinta que não havia realizado negociações comerciais com Washington, apesar dos comentários repetidos do governo dos EUA sugerindo que houve tratativas.
"A China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre tarifas, muito menos chegaram a um acordo", disse a jornalistas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun. Para ele, o relatos sobre essas informações são "notícias falsas".
As declarações contraditórias de Washington e Pequim destacam a comunicação tensa e a incerteza que definem a atual guerra comercial. O cenário acrescenta volatilidade aos mercados globais e prolonga a dor econômica em ambos os lados.
Empresas norte-americanas enfrentam custos elevados de importação, enquanto exportadores chineses estão sendo pressionados pela queda da demanda dos EUA.
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
Queda nas tensões?
Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, indicaram nesta semana que pode haver uma diminuição nas tensões com a China.
Na quarta-feira (23), Bessent disse que as tarifas excessivamente altas entre os EUA e a China precisarão ser reduzidas antes que as negociações comerciais possam prosseguir.
Ele também destacou que essa redução nas taxas seria necessária para que as duas maiores economias do mundo reequilibrassem seu relacionamento comercial.
A Casa Branca impôs no início deste mês tarifas de 145% sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com tarifas próprias e a aumentar as restrições sobre exportações de minerais críticos para os Estados Unidos.
Entenda a escalada da guerra tarifária
A guerra tarifária se intensificou no dia 2 de abril, quando Trump detalhou as chamadas tarifas recíprocas, de 10% a 50%, sobre mais de 180 países. Na medida, ele também individualizou taxas para países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais. As tarifas chegaram a até 50%.
Desde então, segundo a Casa Branca, mais de 75 países já procuraram os EUA para discutir novos acordos comerciais e reduzir as tarifas.
Para dar mais tempo para as negociações andarem, Trump anunciou uma "pausa" nas tarifas recíprocas individualizadas em 9 de abril, mantendo apenas as taxas de 10% sobre todos os países por 90 dias.
A exceção foi a China, que não procurou os EUA para negociar e retaliou o país, aumentando também as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas. O principal foco, então, ficou na guerra comercial entre os dois países.
Como resposta ao "tarifaço", os chineses retaliaram os norte-americanos com taxas extras de 34% (da mesma magnitude) sobre os produtos importados do país. A partir daí, houve uma escalada nas alíquotas.
A falta de um acordo fez os EUA chegarem a taxas de até 245% sobre produtos importados da China. Os asiáticos responderam com taxas de 125% sobre itens americanos, além de outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não recebam mais jatos da empresa americana Boeing.
No dia 11 de abril, o governo Trump também isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos do leque das tarifas recíprocas, conforme divulgação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficaram de fora das tarifas de até 245% impostas à China — principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone — e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
No dia 13 de abril, Trump disse que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e destacou que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.
* Com informações da agência Reuters.
Fraude no INSS: saiba quem são os suspeitos de envolvimento no esquema bilionário
Polícia Federal prendeu seis pessoas e outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, entre eles o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que depois foi demitido. Veja quem são os servidores afastados do INSS por determinação da Justiça
Reprodução/JH
A operação que mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) resultou no afastamento de seis servidores públicos e na prisão de seis pessoas.
Na lista de funcionários públicos afastados de suas funções — por meio de medida judicial — está o próprio presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que horas depois acabou demitido do cargo.
A relação também inclui outros servidores do instituto e um policial federal (veja nomes abaixo).
Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima
A operação, que ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, teve além de mandados de busca e apreensão, mandados de prisão.
➡️Ao todo, seis pessoas ligadas a entidades associativas de Sergipe foram detidas preventivamente (confira detalhes a seguir).
Segundo as investigações, ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de participar do esquema e realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas dos investigadores.
Veja abaixo os afastados e os detidos:
Os afastados
Alessandro Stefanutto
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Divulgação/INSS
Stefanutto, o presidente demitido do INSS, é servidor de carreira desde 2000.
Pelo seu currículo em uma rede social, Stefanutto é procurador Federal de carreira, especialista em previdência social e gestão.
É mestre em direito pela Universidade de Milão e mestre em direito internacional pela Universidade de Lisboa.
Em sua biografia, ele se descreve como: "responsável pelos maiores acordos firmados no "âmbito da Previdência Social e Mediador de Conflitos."
Atualmente, está filiado ao PDT, partido do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho
Virgílio Antônio, afastado do cargo no INSS
Reprodução/Gov.br
Foi afastado do cargo de procurador-geral do INSS.
Segundo informações do portal do Ministério da Previdência Social, Virgílio é bacharel em direito pela Universidade Católica de Pernambuco, tem especialização em direito público, direito militar, direito administrativo e previdenciário.
Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho é também doutor em direito constitucional pela Universidade de Buenos Aires.
Giovani Batista Fassarella Spiecker
Giovani Batista Fassarella Spiecker, afastado de sua função na operação da PF
Reprodução/Linkedin
Foi afastado do cargo de coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS,
Segundo rede social, Spiecker é bacharel em direito pela faculdade Estácio de Sá de Vila Velha, com ênfase em direito previdenciário, contratos, licitações, administração pública em geral, além de noções de orçamento público e gestão de pessoas.
Ainda de acordo com a sua biografia, em Vila Velha, ele foi gerente da agência da Previdência Social do INSS. No currículo de Spiecker também consta que ele é técnico em agropecuária.
Vanderlei Barbosa dos Santos
Vanderlei Barbosa dos Santos, afastado da função em operação da PF
Reprodução/MPS
Foi afastado do cargo de diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão.
De acordo com um site do governo, ele ingressou no INSS em 2006 e exerceu diversos cargos de gestão.
O currículo cita ainda que Santos foi coordenador de Gestão de Orçamento, Finanças e Logística da Superintendência do INSS em São Paulo.
Jacimar Fonseca da Silva
Jacimar Fonseca da Silva, afastado de sua função no INSS na operação da PF
Reprodução/MPS
Foi afastado do cargo de coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS. Na página do INSS já não constam mais informações sobre o seu currículo.
Até a última atualização desta reportagem, o site do INSS passava por sucessivas mudanças no organograma.
Policial federal
Foi afastado de suas funções. Colaborava com as fraudes, mas não teve o nome divulgado.
Os presos
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
Cinco pessoas foram presas na quarta pela manhã e uma estava foragida, mas, segundo interlocutores, ela foi presa na noite do mesmo dia.
Todos investigados são de entidades associativas de Sergipe, mas a polícia não divulgou a identidade dessas pessoas.
Operação da Polícia Federal em vários estados brasileiros contra fraudes no INSS.
Polícia Federal
O que a investigação descobriu
As irregularidades estão relacionadas a mensalidades cobradas por associações sobre os benefícios do INSS. Os descontos eram feitos como se os beneficiários tivessem concordado em se associar, o que não aconteceu.
Segundo o ministro da CGU, essas entidades supostamente prestavam serviços como assistência jurídica e ofereciam descontos em academias e planos de saúde.
As apurações mostraram que "as entidades não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido", explicou Carvalho.
Além dos casos em que houve falsificação de assinaturas, 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado ao INSS a documentação completa para fazer os descontos nos benefícios.
As associações formalizam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para realizar descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Mas, para isso, precisam de autorização expressa dos beneficiários do INSS.
No entanto, a investigação verificou a ausência de verificação rigorosa dessas autorizações e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.
Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável."
"Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
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Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
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O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲
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Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
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O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
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Oito em cada 10 brasileiros que atrasaram contas em março são reincidentes; veja dicas para evitar
Reincidentes são aqueles que atrasaram contas nos últimos 12 meses. Tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 75 dias — ou seja, a cada 2,5 meses o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma nova conta. Carteira sem dinheiro; falta grana, inadimplência, dívida
Igor Jácome/G1
Dados do Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), indicam que oito em cada 10 brasileiros retornam para o cadastro de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada.
Segundo o indicador, 83,3% das negativações feitas em março foram de devedores reincidentes, ou seja, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses. (veja abaixo dicas para evitar o "nome sujo")
O resultado reflete o patamar elevado da inflação e dos juros brasileiros, que continuam a prejudicar o orçamento familiar, mesmo diante do cenário de baixo desemprego e após os vários programas de renegociação de crédito nos últimos meses.
Dados do IBGE, por exemplo, apontam que mesmo com a alta de 0,7 ponto percentual na taxa de desemprego no trimestre terminado em fevereiro, para 6,8%, o rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série, em R$ 3.378.
O número de trabalhadores com carteira assinada também foi o maior da série histórica, com 39,6 milhões de pessoas.
"Mesmo com o quadro positivo para o emprego, a inflação, principalmente de alimentos e produtos essenciais, compromete a capacidade do brasileiro de honrar seus compromissos financeiros. Além disso, juros elevados também significam dinheiro mais caro, o que dificulta ainda mais esse cenário", afirma ao g1 o economista e analista sênios de Analytics do SPC Brasil, João Paulo Travassos.
Além disso, a reincidência acontece, em média, menos de três meses após o primeiro atraso. Segundo o indicador, o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 75 dias — o que significa que 2,5 meses depois de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.
"Isso mostra fragilidade no orçamento das famílias e sugere que a renegociação foi feita sem planejamento e sem sustentabilidade no médio prazo", avalia o presidente da CNDL, José César da Costa.
O levantamento do CNDL e do SPC Brasil também trouxe dados de recuperação de crédito. Segundo esse indicador, houve uma queda de 8,8% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados nos 12 meses encerrados em março.
Do total de consumidores que conseguiram quitar suas dívidas, a participação mais expressiva vem daqueles na faixa entre 50 a 64 anos (23,5%).
Em março, a média do valor da dívida quitada pelos brasileiros que estavam inadimplentes era de R$ 2.073,94. A maioria dos consumidores, no entanto, tinham dívidas de até R$ 500 (59,5%).
Millenials são a maioria dos reincidentes
O indicador aponta, ainda, que os Millenials — aqueles nascidos entre 1981 e 1995 — foram os que tiveram a participação mais expressiva no nível de reincidentes em março.
O dado aponta que, do total de brasileiros que retornaram ao cadastro de negativação, 25,9% estavam na faixa de 30 a 39 anos. Em seguida, vieram os consumidores na faixa de 40 a 49 anos (23,8%) e aqueles entre 50 a 64 anos (20,1%).
Já a geração Z — os nascidos entre 1995 e 2010 — representava aproximadamente 20% do total, sendo 11,7% de consumidores entre 25 a 29 anos e cerca de 8% de brasileiros entre 18 a 24 anos.
Cresce número de inadimplentes com mais de 60 anos no estado de São Paulo
O que esperar à frente?
Diante da perspectiva de novas altas de juros à frente e de um cenário internacional desafiador, a leitura dos especialistas é que o consumidor brasileiro ainda precisa ter cuidado com o orçamento familiar.
"O cenário deve ser desafiador pelo menos até o ano que vem. As projeções indicam juros ainda elevados e inflação fora da meta. Devemos observar também um cenário de reincidência elevada nesse mesmo período", comenta Travassos.
Além disso, segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o cenário internacional ainda pode ter um impacto significativo no Brasil à frente, ainda mais diante da possibilidade de uma nova alta inflacionária nos Estados Unidos — muito em reflexo do tarifaço anunciado pelo presidente do país, Donald Trump — manter os juros elevados por mais tempo por lá.
Esse cenário, diz Pellizzaro Junior, acaba pressionando o dólar e alimentando a inflação importada no Brasil. "Isso contribui para manter a taxa Selic [taxa básica de juros brasileira] elevada por mais tempo, dificultando ainda mais o crédito e o consumo", explica.
O que leva o devedor a voltar para o cadastro de negativação?
De acordo com as especialistas consultadas pelo g1, o principal fator que influencia a reincidência desses consumidores nos cadastros de negativação é a falta de organização e de planejamento financeiro.
“No geral, esses consumidores já têm um custo de vida maior do que o valor que recebem. Além disso, muitos acabam tentando sair do endividamento contraindo novas dívidas ou vendendo algo que já possuem. Mas o dinheiro acaba e o problema volta, porque é algo estrutural, de base”, afirma a educadora financeira Aline Soaper.
Entre os devedores reincidentes:
60,1% ainda não tinham pagado dívidas antigas até março;
23,2% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram; e
16,7% não tiveram restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.
Segundo Borges, da CNDL, a leitura da confederação é que muitos consumidores não conseguem cumprir os acordos que fazem quando renegociam alguma dívida, não por má-fé, mas por falta de organização.
“Muitas vezes, quando perguntamos se tem intenção de resolver esse cenário nos próximos meses, o devedor diz que sim. Mas quando perguntando se isso vai comprometer as despesas básicas dele, essa resposta também é positiva. E é isso o que dificulta”, diz.
Como evitar voltar para o cadastro de inadimplentes?
Uma série de atitudes pode ajudar o consumidor a acertar sua vida financeira e não voltar para o cadastro de negativação. Veja abaixo.
📝 O primeiro passo está na organização do orçamento familiar.
“O primeiro passo é olhar para o custo de vida que essa pessoa tem. E custo de vida não é só aluguel, transporte e alimentação, é tudo o que envolve dinheiro. Vai desde os gastos de lazer e internet até o que ela gasta comendo na rua”, afirma Soaper.
A educadora financeira diz que outro ponto importante durante a organização do orçamento é saber que o salário mensal não é exatamente o valor cheio acordado na hora da contratação.
“Para quem é celetista, o valor que cai na conta é menor do que o valor cheio do salário porque já vem com os descontos de imposto de renda, eventualmente de um seguro de saúde ou de vale-transporte e alimentação”, explica.
💳 Já o segundo passo é conseguir sair das restrições de crédito com renegociações que sejam possíveis de honrar.
Um dos pontos fundamentais é que os novos acordos não comprometam as despesas básicas — ou seja, aqueles gastos fixos mensais necessários para sobrevivência, como aluguel, água, luz e mercado, por exemplo.
Para essa negociação dar certo, a ideia é que a família separe os gastos fixos da receita mensal e consiga uma parcela ainda menor do que o montante que sobrar.
➡️ Veja o exemplo abaixo:
Se a família tem uma renda mensal total de R$ 5 mil e gastos fixos e com despesas básicas de R$ 2,5 mil, o ideal é que a parcela de renegociação da dívida seja menor do que os R$ 2,5 mil restantes.
Dessa forma, a família conseguirá pagar a dívida sem comprometer toda a renda mensal — podendo, inclusive, ter dinheiro para manter as atividades de lazer ou para uma reserva de emergência.
Segundo Borges, da CNDL, outro fator que pode ajudar é juntar um valor mais significativo antes de propor uma renegociação da dívida.
“Além de separar o valor das despesas básicas, o consumidor também pode tentar cortar e reorganizar seus gastos. Se ele conseguir fazer sobrar algum valor ali, e juntar por um tempo, ele também pode conseguir dar uma proposta inicial. Isso pode diminuir a parcela da dívida ou até trazer condições melhores”, afirma.
As especialistas ainda reforçam que, caso o consumidor consiga implementar uma renda extra na família, é ainda melhor.
“Criar uma nova fonte de renda pode ajudar muito nessas horas. E não precisa nem ir muito longe, essa renda extra pode vir de horas extras trabalhadas na empresa ou na venda de alguma habilidade, seja em forma de produto ou serviço”, diz Soaper.
Veja algumas dicas abaixo.
Organize o orçamento. Separe um tempo com a família para entender quanto cada um contribui. Lembre-se sempre de considerar os valores líquidos, ou seja, o que realmente entra na conta, quais são os gastos fixos e as despesas básicas da família;
Opte por fazer uma renegociação com parcelas menores e que sejam mais fáceis de adequar ao orçamento familiar;
Se possível, crie uma nova fonte de renda para ajudar a quitar seus compromissos;
Use o menor volume de recursos de crédito possível. Se perceber que há uma tendência a extrapolar nos gastos com o cartão de crédito, por exemplo, evite usá-lo;
Evite linhas de crédito emergenciais, como o cheque especial e o rotativo do cartão, que são as mais caras do mercado;
Não comprometa as despesas básicas na hora de fazer a renegociação das dívidas. Isso pode evitar a reincidência no cadastro de negativação;
Faça perguntas ao seu credor quando necessário. Não tenha vergonha de tirar dúvidas com o banco sobre sua dívida ou sobre quais são suas opções e alternativas de pagamento.
Faça pesquisas em órgãos públicos e entidades de ajuda ao consumidor, como o próprio Procon, por exemplo. Muitas vezes eles têm iniciativas que ajudam quem está inadimplente;
Evite contrair novas dívidas para pagar débitos antigos;
Pense duas vezes antes de vender seus bens. “Isso é uma armadilha, porque uma hora a pessoa não tem mais o que vender e a dívida vai voltar”, diz Soaper;
Tenha consciência do valor líquido exato da sua receita mensal. Isso pode ajudar a evitar confusões sobre quanto você realmente tem para gastar.
Fraude no INSS: operação apreendeu Ferrari, relógios de luxo e obras de arte; veja lista
Carros de luxo, joias e dinheiro em espécie estão na relação de bens. Mandados de busca, apreensão e de prisão ocorreram em diferentes regiões do Brasil. Investigação aponta desvios nos benefícios de aposentados e pensionistas. A operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) contra fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apreendeu nesta quarta-feira (23) diversos itens de valor, entre eles dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari (veja lista abaixo).
Também estão entre os itens apreendidos:
joias
relógios de luxo
quadros
Ao menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos em benefícios de aposentados e pensionistas, sem autorização. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, segundo as estimativas.
As apreensões ocorreram em diferentes estados, entre eles São Paulo, Paraná e Ceará. Os mandados de busca, apreensão e de prisão foram realizados em 13 estados e no Distrito Federal.
Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima
Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo.
Além dele, outros cinco servidores públicos foram alvo de medidas judiciais e outras seis pessoas foram presas até a última atualização desta reportagem.
Segundo a Polícia Federal, o valor estimado das apreensões ultrapassa R$ 41 milhões, sem considerar o preço das obras de arte. Abaixo, você confere fotos de alguns itens apreendidos:
Carros de luxo
Esses dois carros de luxo foram apreendidos na operação realizada no Ceará.
Carro de luxo apreendido pela PF
Polícia Federal
Carro de luxo apreendido pela PF
Polícia Federal
Dinheiro
Essa quantia foi apreendida durante a operação em São Paulo.
Dinheiro em espécie apreendido em operação da Polícia Federal.
Polícia Federal
Quadros
Estes quadros foram apreendidos na operação:
Quadro apreendido pela Polícia Federal
Polícia Federal
Quadro apreendido pela Polícia Federal
Polícia Federal
Quadro apreendido pela Polícia Federal
Polícia Federal
Quadro apreendido pela PF durante operação contra fraude no INSS
Divulgação
Obra apreendida pela PF durante operação contra fraude no INSS
Divulgação
Quadro apreendido pela PF em operação contra fraude no Instituto Nacional do Seguro Social
Divulgação
Joias
Essas joias foram apreendidas na operação de São Paulo. Também foi encontrado dinheiro em espécie, em real e moeda estrangeira.
Joias e dinheiro apreendidos em operação da Polícia Federal.
Polícia Federal
Relógios de luxo
Esses primeiros relógios foram apreendidos na operação de São Paulo.
Relógios apreendidos em operação da PF
Polícia Federal
Relógios apreendidos em operação da PF
Polícia Federal
Essa caixa de relógio foi apreendida na operação do Paraná.
Relógios apreendidos em operação da PF
Polícia Federal
Detalhamento das apreensões
Durante entrevista na quarta (23), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, comentou sobre as apreensões de bens dos investigados.
“Cito o exemplo de um único alvo onde foram apreendidos vários carros, Ferrari, Rolls-Royce, avaliados em mais de R$ 15 milhões. Em um único alvo”, destacou Rodrigues.
“Isso por si só aponta a gravidade daquilo que estamos falando e o tiro certo que demos nessa investigação”, avaliou o diretor-geral da PF.
Rodrigues afirmou ainda que a investigação já permitiu à PF identificar “alguns operadores financeiros e algumas pessoas jurídicas e físicas destinatárias dos valores” desviados com a fraude.
Nesta reportagem você também vai saber:
Como funcionava o esquema
Quem são os servidores afastados
Seis pessoas foram presas
O que mais a investigação descobriu
Como saber se tive valores descontados?
Como excluir cobrança indevida?
Como funcionava o esquema
Segundo as investigações, na prática, as associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal.
Dessa forma, cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Em muitos dos casos, as associações falsificavam a assinatura dos beneficiários do INSS.
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Quem são os servidores afastados
Stefanutto, o presidente demitido do INSS, é servidor de carreira desde 2000 e, até pouco tempo, era filiado ao PSB. Atualmente, está filiado ao PDT, de Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.
Os outros cinco afastados cautelarmente pela Justiça foram:
o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho;
o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos;
o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva;
o sexto colaborava com as fraudes e não teve o nome divulgado.
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Seis pessoas foram presas
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
Cinco pessoas foram presas na quarta pela manhã e uma estava foragida, mas, segundo interlocutores, ela foi presa na noite do mesmo dia.
Todos investigados são de entidades associativas de Sergipe.
Há também ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foram apreendidos carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Operação da Polícia Federal em vários estados brasileiros contra fraudes no INSS.
Polícia Federal
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O que mais a investigação descobriu
As irregularidades estão relacionadas a mensalidades cobradas por associações sobre os benefícios do INSS. Os descontos eram feitos como se os beneficiários tivessem concordado em se associar, o que não aconteceu.
Segundo o ministro da CGU, essas entidades supostamente prestavam serviços como assistência jurídica e ofereciam descontos em academias e planos de saúde.
As apurações mostraram que "as entidades não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido", explicou Carvalho.
Além dos casos em que houve falsificação de assinaturas, 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado ao INSS a documentação completa para fazer os descontos nos benefícios.
As associações formalizam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para realizar descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Mas, para isso, precisam de autorização expressa dos beneficiários do INSS.
No entanto, a investigação verificou a ausência de verificação rigorosa dessas autorizações e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.
Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável."
"Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
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Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
Acesse o app ou site Meu INSS
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique em "Extrato de benefício"
Em seguida, clique sobre o número do benefício
Na próxima tela, irá aparecer o extrato
Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
Como excluir cobrança indevida?
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲
Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
Entre no app "Meu INSS"
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique no botão "novo pedido"
Digite "excluir mensalidade"
Clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
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No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade”
Na lista, clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.
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XP informa vazamento de dados de clientes e saldos de contas
Empresa diz que valores estão preservados e que não houve movimentações de dinheiro. Prédio da XP Investimentos em São Paulo.
Amanda Perobelli/ Reuters
A XP informou seus clientes por e-mail, nesta quinta-feira (24), que houve um acesso não autorizado a uma base de dados hospedada em um fornecedor externo.
Informações como nomes, número da conta, saldo e limite de crédito vazaram.
Segundo o comunicado, nenhuma operação financeira foi realizada e dados como senhas, assinatura eletrônica, biometria, CPF ou documento de identidade não foram expostos.
"Imediatamente efetivamos o bloqueio deste acesso. Sua conta e seus investimentos estão em total segurança, pois nenhum sistema da XP foi acessado", afirma a empresa no comunicado aos clientes.
A XP diz que seus aplicativos e sites podem ser usados normalmente, sem necessidade de alterar senhas.
A empresa alerta os clientes sobre possíveis golpes com o uso de dados pessoais.
"Por conta do ocorrido, desconfie de ligações telefônicas em nome da XP sobre procedimentos de segurança e reconhecimento de compras ou transações, e nunca altere ou realize qualquer ação no aplicativo sob orientação de qualquer contato telefônico."
Entre as informações acessadas estão:
dados cadastrais, como nome, telefone, e-mail, data de nascimento, CEP, estado civil, gênero, cargo e nacionalidade;
dados sobre os produtos financeiros contratados, sem os respectivos detalhamentos, limitando-se às informações binárias, como se possui ou não cartão de crédito e débito, seguro, consórcio, previdência e portabilidade de salário;
dados como o número da conta na XP, saldo, posição, nome do assessor e limite de crédito, referentes ao mês de março.
Procurada pela Reuters, a XP confirmou o acesso indevido a uma base de dados hospedada em um fornecedor externo, contendo informações parciais de clientes.
"Os recursos dos clientes e da própria instituição estão seguros, protegidos e não sofreram qualquer tipo de impacto, inexistindo vazamento de senhas, assinaturas eletrônicas, token, credenciais de acessos ou qualquer dado que permita realizar transações financeiras", afirmou a empresa em nota.
Saiba como se proteger de golpes no PIX
VÍDEO: veja tutorial de um minuto para saber se você foi vítima da fraude do INSS e o que fazer neste caso
Desvios teriam ocorrido entre 2019 e 2024 e chegariam a R$ 6,3 bilhões, segundo estimativas. Assista ao vídeo e guarde os prints para conferir se você foi descontado indevidamente. Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima No vídeo acima, o g1 explica como fazer para descobrir se você teve descontos indevidos na fraude do INSS. Você entende no vídeo também o que fazer neste caso. Dê o play para assistir ao passo a passo. Entenda a fraude Uma operação realizada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que teria desviado recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos. Segundo as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas. No suposto esquema, associações ofereciam serviços sem ter estrutura, como desconto em academias e planos de saúde, e falsificavam as assinaturas dos beneficiários do INSS, afirmou o ministro da CGU, Vinícius Carvalho. Ele explicou que entrevistou uma amostra de 1.300 aposentados e pensionistas, e 97% afirmaram nunca terem autorizado descontos em seus benefícios. "A maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas", disse o ministro da CGU. Veja abaixo também o passo a passo completo em texto: Como saber se tive valores descontados? Como excluir cobrança indevida? Como funcionava o esquema Quando começou a investigação? Cinco pessoas foram presas Como saber se tive valores descontados? Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas. Veja o passo a passo: Acesse o app ou site Meu INSS Faça login com CPF e senha do Gov.br Clique em "Extrato de benefício" Em seguida, clique sobre o número do benefício Na próxima tela, irá aparecer o extrato Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas Voltar ao índice. Como excluir cobrança indevida? O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲 Confira o passo a passo para excluir a cobrança: Entre no app "Meu INSS" Faça login com CPF e senha do Gov.br Clique no botão "novo pedido" Digite "excluir mensalidade" Clique no nome do serviço/benefício Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo: Entre no Meu INSS Faça login com CPF e senha do Gov.br No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade” Na lista, clique no nome do serviço/benefício Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida. Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite. Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido. O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores. Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR. Voltar ao índice. Presidente do INSS é demitido Como funcionava o esquema? Segundo as investigações, o esquema consistia em descontar de aposentados e pensionistas do INSS valores mensais, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos. Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura. Os descontos indevidos nas pensões e aposentadorias pagas pelo INSS podem chegar a R$ 6,3 bilhões, de acordo com os investigadores. Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU. Com a operação, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi demitido nesta quarta-feira (23). O nome do substituto ainda não foi anunciado. Voltar ao índice. Quando começou a investigação? A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada. Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes. A CGU entrevistou uma amostra de 1.273 aposentados e pensionistas. A maioria — 97% dessa amostra — afirmou nunca ter autorizado descontos em seus benefícios. "O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas", disse Carvalho. Segundo ele, além de ter havido falsificações de assinaturas, em 72% dos casos as entidades não tinham entregue ao INSS a documentação necessária para fazer os descontos diretamente nos benefícios. Voltar ao índice. Cinco pessoas foram presas A operação desta quarta, autorizada pela Justiça Federal, ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com 211 buscas e apreensões em 34 municípios. De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, foram apreendidos pela PF carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo. Também foram determinadas as prisões provisórias de seis pessoas. Cinco já foram presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Os investigados são de organizações associativas de Sergipe. Além disso, a Justiça afastou cautelarmente de suas funções seis agentes públicos, que ainda não tiveram seus papéis no esquema divulgados pelos investigadores. Voltar ao índice.
Fraude no INSS: veja lista de entidades suspeitas de envolvimento em esquema bilionário
Pelo menos 11 entidades associativas foram alvo de ação judicial em investigação que aponta descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Uma operação realizada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com desvio de recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos.
Segundo as investigações, pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas (veja lista abaixo).
Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima
A operação, que ocorreu em diversos estados, resultou em mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas.
Segundo as investigações, os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas.
As entidades sob investigação são:
Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec)
Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi/FS)
Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB)
Associação de Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen, antiga ABSP)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
Universo Associação de Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo)
União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub)
Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer)
Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Adpap Prev, antiga Acolher)
ABCB Clube de Benefícios/Amar Brasil
Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS (Caap)
Nesta reportagem você também vai saber:
Como funcionava o esquema
Quem são os servidores afastados
Seis pessoas foram presas
O que mais a investigação descobriu
Como saber se tive valores descontados?
Como excluir cobrança indevida?
Como funcionava o esquema
Segundo as investigações, na prática, as associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal.
Dessa forma, cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Em muitos dos casos, as associações falsificavam a assinatura dos beneficiários do INSS.
Durante a operação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo. Outros cinco servidores públicos foram afastados de suas funções, a maioria ligada ao INSS.
Veja quem são os servidores afastados do INSS por determinação da Justiça
Reprodução/JH
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Quem são os servidores afastados
Stefanutto, o presidente demitido do INSS, é servidor de carreira desde 2000 e, até pouco tempo, era filiado ao PSB. Atualmente, está filiado ao PDT, de Carlos Lupi, responsável por sua indicação ao cargo.
Os outros cinco afastados cautelarmente pela Justiça foram:
o procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho;
o coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
o diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos;
o coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva;
o sexto colaborava com as fraudes e não teve o nome divulgado.
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Seis pessoas foram presas
A operação desta quarta cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios.
Cinco pessoas foram presas na quarta pela manhã e uma estava foragida, mas, segundo interlocutores, ela foi presa na noite do mesmo dia.
Todos investigados são de entidades associativas de Sergipe.
Há também ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, foram apreendidos carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Operação da Polícia Federal em vários estados brasileiros contra fraudes no INSS.
Polícia Federal
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O que mais a investigação descobriu
As irregularidades estão relacionadas a mensalidades cobradas por associações sobre os benefícios do INSS. Os descontos eram feitos como se os beneficiários tivessem concordado em se associar, o que não aconteceu.
Segundo o ministro da CGU, essas entidades supostamente prestavam serviços como assistência jurídica e ofereciam descontos em academias e planos de saúde.
As apurações mostraram que "as entidades não tinham estrutura operacional para prestar o serviço que era oferecido", explicou Carvalho.
Além dos casos em que houve falsificação de assinaturas, 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregado ao INSS a documentação completa para fazer os descontos nos benefícios.
As associações formalizam Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para realizar descontos mensais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Mas, para isso, precisam de autorização expressa dos beneficiários do INSS.
No entanto, a investigação verificou a ausência de verificação rigorosa dessas autorizações e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.
Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável."
"Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
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Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
Acesse o app ou site Meu INSS
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Clique em "Extrato de benefício"
Em seguida, clique sobre o número do benefício
Na próxima tela, irá aparecer o extrato
Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
Como excluir cobrança indevida?
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲
Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
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Clique no botão "novo pedido"
Digite "excluir mensalidade"
Clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
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No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade”
Na lista, clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.
PIX por aproximação: BC quer padronizar e ampliar modalidade em maio
Em maio, será padronizado o chamado "protocolo de comunicação" entre os dispositivos do pagador e do recebedor. E, também, será feita a inclusão desse novo tipo de iniciação no regulamento do PIX. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Gomes, informou nesta quinta-feira (24) que a instituição buscará facilitar a ampliar a utilização do PIX por aproximação em maio deste ano.
📲Essa modalidade permite que os clientes paguem contas com o PIX apenas aproximando o celular da máquina do lojista, como é feito com cartões de crédito e débito.
Começam a valer hoje novas regras para diminuir fraudes no PIX
Disponível desde fevereiro deste ano, o PIX por aproximação ainda não está disponível nos sistemas Apple Pay e a Samsung Pay, que não se registraram no BC. A funcionalidade está liberada, atualmente, apenas para os dispositivos móveis do sistema Android, que usam o Google Pay. E com um número limitado de instituições financeiras.
Em maio, segundo o diretor, será padronizado o chamado "protocolo de comunicação" entre os dispositivos do pagador e do recebedor. E, também, será feita a inclusão desse novo tipo de iniciação do pagamento no regulamento do PIX.
"O PIX por aproximação nasceu por conta de pesquisas de opinião, que apontaram que jornadas de pagamento do PIX na boca do caixa ainda é um ponto de fricção por sua adoção mais extensa no comércio físico. O objetivo é facilitar", declarou o diretor Renato Gomes, do Banco Central.
BC quer ampliar o PIX por aproximação
Bruno Peres/Agência Brasil
Como funciona
A ideia do PIX por aproximação é que seja uma forma de pagamento mais simples e rápida que o PIX por QR Code.
🔎Hoje, com o QR Code, o comerciante gera um código e o cliente precisa entrar no aplicativo do banco, ir até a área de PIX, selecionar a opção de "QR Code", ler o código e aceitar a transação.
Já com o PIX por aproximação, basta ir ao aplicativo do banco, selecionar a opção e aproximar o celular do aparelho. O processo pode variar um pouco de acordo com a instituição financeira.
Já para ativar o PIX em uma carteira digital, o cliente precisa vincular a conta bancária à carteira –como é feito com cartões de crédito, por exemplo.
As transações nesse modelo terão limite padronizado de R$ 500, mas o cliente poderá alterar o valor máximo por transação ou por dia.
Agenda regulatória
A novidade no PIX por aproximação está incluída na agenda regulatória do Banco Central para os anos de 2025 e 2026, divulgada nesta quarta-feira. Veja abaixo outros projetos prioritários da instituição:
Open finance: o Banco Central informou que quer iniciar neste ano a portabilidade de operações de crédito no chamado "open finance", por meio do qual clientes autorizam os bancos a visualizar seus dados para ofertar serviços. No futuro, informou o BC, o open finance também possibilitará a portabilidade de salários e de investimentos.
Abertura de contas correntes: a instituição informou que elabora sistema para que pessoas físicas possam negar autorização de abertura de conta corrente em seu nome. Isso será feito por meio do chamado Registrato, com o objetivo de impedir fraudes. O correntista que aderir terá de liberar no sistema a abertura de cada conta, quando quiser.
Crédito imobiliário: o Banco Central informou que há um "consenso no mercado" de que o atual modelo de financiamento à casa própria, com base na poupança, está se esgotando. Por isso, serão buscadas alternativas à poupança e, também, será feito um debate para saber quais características devem ter os contratos com a mudança do chamado "funding", que tende a ser mais volátil (instável).
PIX parcelado: o diretor Renato Gomes, do BC, avaliou que a modalidade pode "gerar descontos na boca do caixa" para o comprador. "O comerciante esta mais incentivado a prover esse desconto, que pode ser complementado com parcelamento junto a instituição financeira do pagador. Para quem recebe o PIX, nada muda. Não vai haver tabelamento de taxa de juros, numero de parcelas, esses temas não fazem parte", disse ele. A padronização do PIX parcelado está prevista para setembro.
Fundo Garantidor de Crédito: o Banco Central informou que está prevista, para 2026, uma discussão sobre o tamanho do FGC, que garante operações bancárias no limite de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, no caso de insolvência de instituições financeiras. De acordo com o BC, isso é feito a cada quatro anos. A última avaliação foi feita em 2022. A discussão será feita após o anúncio de problemas no Banco Master, o que tende a consumir recursos do FGC. Há uma negociação para compra da instituição pelo BRB.
Tribunal do Cade decide avaliar acordo de codeshare entre Azul e Gol
Em julho, as empresas começaram a vender passagens para voos operados em codeshare entre as empresas para 40 rotas, com a expectativa de aumentar esse número para mais de 150 rotas. Aviões da Gol e da Azul.
Ana Clara Marinho/TV Globo | Divulgação/Azul Linhas Aéreas
O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu analisar o acordo de compartilhamento de voos iniciado no ano passado entre as duas maiores companhias aéreas do Brasil, Azul e Gol, informou a autarquia.
A decisão veio após a Superintendência Geral do Cade ter arquivado o procedimento de avaliação do acordo no início do mês, limitando-se a avaliar se o codeshare seria de notificação obrigatória ao Cade.
Em julho, Gol e Azul começaram a vender passagens para voos operados em codeshare entre as empresas para 40 rotas, com a expectativa de aumentar esse número para mais de 150 rotas.
Segundo Freitas, o acordo de compartilhamento de voos entre as duas empresas pode evidenciar um "nexo associativo" entre as companhias, diferentemente de uma relação típica de codeshare de prestação de serviços de uma empresa para a outra.
De acordo com Freitas, o acordo "assemelha-se mais a um contrato associativo do que a um simples codeshare. Esses pontos, identificados pela área técnica, ainda não foram analisados por este Tribunal", e por isso precisam de um "exame mais profundo", afirmou.
Além do acordo, a Azul discute há meses com a holding controladora da Gol, Abra, uma possível combinação de negócios. Um memorando de entendimento entre as duas empresas foi assinado em janeiro. Um eventual acordo resultaria em um mercado doméstico 60% controlado pelo grupo combinado, superando os 40% da chilena Latam.
Entenda como fusão entre Gol e Azul pode afetar o preço das passagens aéreas
Café fake apreendido não é alimento: entenda o que pode ser vendido como café pela lei
Análise feita pelo Ministério da Agricultura indicou que bebidas saborizadas investigadas eram compostas por cascas de grão e elementos considerados "lixo" da lavoura. Café filtrado, ou de coador, é um dos métodos mais tradicionais no Brasil e vem ganhando popularidade no exterior.
Freepik
Em meio a alta do preço do café, um novo produto surgiu no início do ano: o "pó sabor café", que ficou conhecido como "café fake".
Na quarta-feira (23), o Ministério da Agricultura revelou que produtos de três marcas apreendidos em fevereiro não tinham café em sua composição e não podem ser chamados de alimentos.
O que é café: pela lei, a bebida tem que ser feita apenas do fruto (sim, café vem de uma fruta!).
O que pode e não pode ter no café? ☕
A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
O fake café, por sua vez, não pode ser considerado uma versão da bebida, já que é feito apenas de impurezas e elementos estranhos. Saiba mais abaixo.
'CAFÉ FAKE': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Café sem impurezas
Apesar de não estar previsto na legislação, o único tipo de café que não pode ter nenhuma impureza e/ou matéria estranha é o especial, no entendimento da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
Além disso, segundo a entidade, essa bebida só pode ser feita com grãos de frutos maduros e que estejam em perfeito estado: ou seja, não podem estar quebrados, fermentados ou verdes.
Já os outros tipos de café, como o extra-forte e o tradicional, além de conter grãos maduros, aceitam a presença de sementes de frutos que não estavam em seu melhor ponto de maturação: como os que foram colhidos antes do tempo, ou os que passaram mais tempo do que o ideal no pé de café.
Isso acontece porque a colheita, na maioria das vezes, não é feita de forma manual.
⚠️Isso não significa que os cafés que não são especiais são ruins ou que fazem mal à saúde. Se eles tiverem um selo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) em sua embalagem, significa que o produto foi certificado quanto à sua qualidade e quanto aos limites aceitáveis de impurezas e matéria estranha.
Nem toda impureza é fraude
As impurezas podem estar no café de forma acidental, por serem resíduos na lavoura, e, por isso, não são consideradas fraudes, se estiverem dentro do limite permitido.
Já os elementos estranhos são adicionados intencionalmente para falsificação e são ilegais independente da quantidade encontrada na bebida, afirma o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.
Além de café: veja o que pode estar no pacote do produto
Bruna Rocha / arte g1
Atualmente, a detecção de impurezas e matérias estranhas é feita por meio de análises com microscópio.
Na regra, o café pode ter até 360 defeitos em 300g. Contudo, cada irregularidade tem um peso diferente. Confira na tabela abaixo.
Café pode ter até 360 defeitos em 300g
Wagner Magalhaes / Arte g1
Essa metodologia de medição foi desenvolvida há 100 anos, para a comercialização do fruto na bolsa de Nova York (EUA).
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Café fake apreendido é feito de 'lixo da lavoura'
Os lotes de três marcas analisados pelo Ministério foram apreendidos em uma operação do Ministério da Agricultura realizada em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Os nomes das marcas não foram divulgados.
A análise feita pelo ministério indicou que eles eram compostos por cascas de grão e elementos considerados "lixo" da lavoura – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados no processo de produção de café, segundo o diretor do Dipov, Hugo Caruso.
Além disso, as bebidas continham uma toxina cancerígena.
O ministério informou que os produtos apreendidos não podem ser considerados alimentos e foram recolhidos dos supermercados.
“Recolhemos [dos supermercados] porque a matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, disse Caruso.
Agora, eles deverão ser analisados também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Vendas da Tesla registram queda de 36% em março na União Europeia
A marca americana é prejudicada pela reputação de seu proprietário Elon Musk como conselheiro de Donald Trump e por uma linha de modelos envelhecida. Musk lançou o Tesla Cybertruck em 2019
Getty Images via BBC
As vendas de veículos Tesla na União Europeia (UE) registraram queda de 36% em termos anuais em março e foram praticamente reduzidas pela metade no primeiro trimestre, segundo os números publicados pela associação de fabricantes ACEA.
Antes uma referência no setor de veículos elétricos, a marca americana é prejudicada pela reputação de seu proprietário Elon Musk como conselheiro de Donald Trump e por uma linha de modelos envelhecida.
Nos primeiros três meses do ano, 36.167 emplacamentos de carros da Tesla foram registrados na UE, uma queda de 45% na comparação com os 65.774 do mesmo período em 2024, segundo os dados da ACEA.
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Em contraste, os novos registros de veículos elétricos avançaram 17,1% em termos anuais em março e já representam 15,2% do mercado no bloco.
O papel de Musk como conselheiro de Trump e coordenador do programa de redução drástica de despesas governamentais afetou a imagem da Tesla na Europa e nos Estados Unidos, onde a empresa é alvo de vandalismo, boicotes e manifestações.
A marca alertou na terça-feira (22), ao publicar seus resultados, que "a mudança nas sensibilidades políticas poderia ter um impacto significativo na demanda por nossos produtos a curto prazo".
g1 testou: a primeira Tesla Cybertruck que veio para o Brasil
O faturamento da empresa caiu 9% no primeiro trimestre, a 19,3 bilhões de dólares (R$ 110 bilhões), e o lucro registrou queda de 71% em relação ao período homólogo do ano anterior, a 409 milhões (R$ 2,33 bilhões).
Dólar tem 5º dia de queda e fecha a R$ 5,69, com tarifas de Trump em foco; Ibovespa vai à máxima desde setembro
A moeda norte-americana caiu 0,47%, cotada a R$ 5,6916. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,79%, aos 134.580 pontos, no maior patamar desde setembro de 2024. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar registrou o quinto dia consecutivo de queda nesta quinta-feira (24), encerrando cotado a R$ 5,69. O pregão foi marcado pelas reações do mercado aos desdobramentos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e da guerra tarifária entre o país e a China.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, encerrou em alta, atingindo o maior patamar desde setembro e acompanhando as bolsas de Nova York, que avançaram também pelo otimismo vindo de uma possível diminuição das tensões tarifárias.
Nos últimos dias, Trump deixou de atacar o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e adotou um tom mais ameno ao falar sobre a guerra comercial com a China, indicando a possibilidade de um acordo com Pequim.
Os posicionamentos dos líderes dos dois países, no entanto, são contraditórios. Trump afirmou nesta quinta-feira que os EUA e a China conversaram pela manhã para tentar chegar a um acordo. O governo chinês, por outro lado, negou que existam negociações comerciais em curso. (saiba mais abaixo)
Como contraponto ao otimismo, os investidores avaliam os impactos já causados pelo tarifaço na economia global.
Nos EUA, o Livro Bege, relatório produzido pelo Fed, revela que os preços de alguns produtos e serviços já estão subindo, enquanto as empresas e a população americanas buscam se adaptar e se proteger do tarifaço.
Além disso, o documento indicou que a atividade econômica dos EUA também dá sinais de desaceleração. Como os EUA mantêm diversas relações comerciais com diferentes nações, esse crescimento menor pode prejudicar a atividade econômica global.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar fechou em queda de 0,47%, cotado a R$ 5,6916. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6628. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 1,94% na semana;
queda de 0,25% no mês; e
perda de 7,90% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 0,16%, cotada a R$ 5,7184.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,79%, aos 134.580 pontos, no maior patamar desde setembro de 2024.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 3,80% na semana;
avanço de 3,32% no mês; e
ganho de 11,89% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 1,34%, aos 132.216 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Os desdobramentos do tarifaço de Trump continuaram a ser o centro das atenções do mercado financeiro nesta quinta. Há otimismo no mercado sobre as negociações entre EUA e China, mas os índices não subiram mais por conta da incerteza sobre o desfecho.
Primeiro, Trump afirmou que líderes dos dois países conversaram pela manhã. Em seguida, o governo chinês indicou que não há nenhuma negociação em andamento. Mais tarde, o presidente americano reforçou que estão abertas as conversas.
As tarifas norte-americanas sobre os produtos chineses podem chegar a até 245%, enquanto as tarifas da China sobre as importações dos EUA estão em 125%. O comércio entre os países está praticamente inviabilizado.
"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
Os indicadores melhoraram porque, nos últimos dias, Trump abrandou o discurso sobre a taxação contra a China, sinalizando que um entendimento com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA.
"Teremos uma negociação justa com a China", disse Trump na quarta-feira (23).
Segundo a agência de notícias Reuters, fontes familiarizadas com o assunto afirmaram que a Casa Branca avalia a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações dos EUA com Pequim. Trump, no entanto, ainda não teria tomado uma decisão.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também tem sinalizado a expectativa de uma redução nas tensões comerciais entre os dois países. "Há a oportunidade de um grande acordo entre Estados Unidos e China", disse nesta quarta-feira.
"As tarifas entre EUA e China provavelmente terão que ser reduzidas para que possa haver alguma negociação comercial", acrescentou, afirmando que as taxas estão "insustentáveis".
Nesta quinta-feira, o otimismo foi intensificado por comentários do diretor do Fed, Christopher Waller, que avaliou que a disputa tarifária envolvendo os EUA pode elevar o desemprego rapidamente no país e, ao mesmo tempo, suscitar cortes de juros.
Já a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, pediu paciência em relação à política monetária em meio aos altos níveis de incerteza e não descartou mudanças na taxa de juros até junho, caso os dados sugiram a necessidade de ação.
O tarifaço também continua repercutindo devido aos últimos indicadores divulgados nos EUA, que já começam a mostrar seus efeitos.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA indicou que a atividade empresarial do país desacelerou para o nível mais baixo em 16 meses em abril. O indicador foi divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global.
Os dados também mostraram que os preços cobrados por bens e serviços subiram, em meio à incerteza causada pelas tarifas, reforçando os temores do mercado financeiro de uma estagflação que pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil.
"Os preços estão subindo e a atividade econômica começou a desacelerar em algumas partes do país, à medida que as empresas e as famílias tentam se adaptar ao estabelecimento de tarifas abrangentes do presidente dos EUA", diz a equipe de análises da XP Investimentos.
Eles destacam ainda o Livro Bege, relatório do Fed, que "capturou as primeiras consequências das políticas de Trump, descrevendo uma corrida para a compra de carros antes do aumento das tarifas de importação".
"Mas a atividade diminuiu, pois as empresas se esforçaram para manter o ritmo das mudanças e evitar grandes investimentos em meio ao que alguns descreveram como condições caóticas. Também houve relatos de preços que estavam mudando rapidamente ou prestes a subir acentuadamente, e indícios de demissões que estavam por vir", afirma o relatório da XP.
*Com informações das agências de notícias AFP e Reuters.
China nega negociações comerciais com os EUA, mesmo após governo Trump voltar a falar sobre 'otimismo' com um acordo
A guerra tarifária iniciada por governo americano já deixou pelo caminho taxas de até 245% sobre os produtos chineses, enquanto a china respondeu com tarifas de 125% sobre as importações dos EUA. Bandeiras dos EUA e da China tremulam em Pequim
Tingshu Wang/Reuters
O governo chinês negou nesta quinta-feira (24) que existam negociações comerciais em curso entre o país e os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump sugerir que há um diálogo aberto e se dizer otimista com a possibilidade de um acordo entre as duas maiores economias do mundo, para resolver o problema da guerra tarifária.
"Como departamento competente na área de relações econômicas e comerciais com o exterior, gostaria de destacar que atualmente não há negociações econômicas, nem comerciais, entre a China e os EUA", declarou o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, em uma entrevista coletiva.
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A "guerra" entre China e EUA foi desencadeada pelas novas tarifas anunciadas por Trump sobre os produtos chineses, que podem alcançar 245% em alguns casos.
Pequim respondeu com novas tarifas de 125% sobre as importações dos EUA.
A disputa comercial — que, segundo Trump, é uma retaliação por práticas comerciais injustas — abalou os mercados e aumentou os temores de uma recessão global.
O porta-voz do ministério chinês afirmou que "qualquer declaração sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais entre China e EUA carece de fundamento e base factual".
"A China pede que os EUA corrijam suas práticas equivocadas, mostrem a sinceridade necessária para as conversações (e) retornem ao caminho correto do diálogo e consulta em condições de igualdade", acrescentou.
Trump declarou na quarta-feira à imprensa que seu país buscaria um "acordo justo com a China".
Questionado se havia iniciado conversas com Pequim, o republicano respondeu: "Tudo está ativo".
Nesta semana, o governo americano voltou a falar sobre o assunto. Na terça-feira (22), Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Depois, na quarta (23), a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas dos EUA sobre produtos importados da China.
"A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China", disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
"Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias", acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam "continuar observando" empresas estrangeiras "trazerem sua produção de volta" para o país.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145% — que ainda pode chegar a 245% em alguns casos, a depender do produto importado.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Desde então, o governo Trump já sinalizou várias vezes estar otimista com a possibilidade de um acordo entre os países, o que nunca foi confirmado pela China.
*Com informações da agência de notícias AFP
Por que Venezuela volta a enfrentar 'tempestade perfeita' na economia
Há uma 'tempestade perfeita' para a situação da Venezuela se deteriorar, segundo economistas: queda do preço do petróleo, saída das empresas estrangeiras, sanções dos EUA e instabilidade política. A decisão dos EUA de revogar licenças de empresas multinacionais de operar na Venezuela tem causado estragos no país
Getty Images via BBC
Após três anos de crescimento, a economia da Venezuela volta a dar sinais de alerta.
O país caribenho está entrando novamente em um território já conhecido de hiperinflação, escassez de divisas estrangeiras e queda de produção petrolífera.
Em um relatório publicado no início de abril, economista e pesquisadores da Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), uma das mais prestigiadas do país, preveem uma inflação superior a 200%, uma queda de 20% das exportações de hidrocarbonetos e uma retração econômica de 2,05% ao final de 2025.
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"Está se formando uma tempestade perfeita", diz o economista venezuelano José Manuel Puente, professor de Economia do Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA), em Caracas, e do IE, em Madri, que estima que a situação política do país e o resultado da controvertida eleição presidencial de 2024 estão tendo um impacto negativo na economia da Venezuela.
Puente afirma à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, que era inevitável que os mercados e a economia fossem afetados após o CNE, o órgão eleitoral do país, anunciar um resultado eleitoral favorável a Nicolás Maduro sem o respaldo das atas. Isso colocou o resultado em dúvida por grande parte da comunidade internacional.
Além disso, a reforma constitucional preparada pelo governo também gerou medo nos mercados e assusta potenciais investidores.
"Somado a isso, os desequilíbrios da Venezuela nunca desapareceram. Foram geradas ilusões de harmonia, mas não houve um programa econômico de estabilização que consiga recuperar de maneira sustentada o crescimento a altas taxas, com baixa inflação e pleno abastecimento", acrescenta.
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As perspectivas são tão sombrias que o presidente Nicolás Maduro decretou, no início deste mês, uma "emergência econômica" que seu governo atribui ao impacto que terão o endurecimento das sanções internacionais contra o país e a "guerra tarifária" de Donald Trump.
O decreto confere amplos poderes ao presidente para tomar medidas excepcionais.
Há mais de uma década, a Venezuela está imersa em uma crise multidimensional que fez o país perder 80% de seu PIB em oito anos consecutivos de recessão, entre 2014 e 2021.
A economia tem crescido desde então a uma taxa moderada, uma recuperação que alguns economistas atribuem a um "pequeno efeito rebote" que costuma ocorrer após uma queda econômica drástica e prolongada.
De acordo com os economistas, são quatro as principais razões que estão empurrando a Venezuela para o abismo econômico, além da instabilidade política.
Saída de petroleiras já afeta economia da Venezuela
Getty Images via BBC
1. Saída de petroleiras estrangeiras
Em 2022, o governo do ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden emitiu uma ordem que aliviou algumas das sanções que proibiam a maioria das empresas americanas de realizar transações com a PDVSA, a petroleira estatal venezuelana.
Graças a essa medida, várias petroleiras, incluindo a americana Chevron, puderam reiniciar operações na Venezuela no final de 2022. Isso contribuiu para que a economia voltasse a crescer.
O relaxamento das sanções foi derivado de um acordo entre Washington e Caracas, pelo qual o governo de Nicolás Maduro se comprometia a realizar eleições presidenciais livres e competitivas na Venezuela em 2024.
No entanto, em fevereiro deste ano, o novo presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que revogaria as licenças que permitiam às petroleira estrangeiras operar na Venezuela.
Ele acrescentou que sua decisão se devia, em parte, ao fato de o governo de Nicolás Maduro não ter cumprido com as garantias eleitorais estipuladas no acordo de 2022.
Mais recentemente, os EUA revogaram duas licenças que haviam sido concedidas às petroleiras britânicas Shell e British Petroleum (BP) para o desenvolvimento de projetos de gás natural entre Trinidad e Tobago e a Venezuela.
Os economistas afirmam que a revogação de licenças para empresas como a italiana Eni, a espanhola Repsol e, especialmente, a Chevron representa um golpe duro para a economia venezuelana.
De acordo com dados da consultoria econômica Ecoanalítica, de março deste ano, 85% das receitas da Venezuela em divisas vêm da produção petrolífera, e desse percentual cerca de 30% das receitas em dólares vêm da Chevron.
A mesma fonte afirma que a Chevron é responsável por 40% dos dólares que são disponibilizados ao setor privado com o objetivo de financiar importações.
Embora as empresas petrolíferas ainda não tenham concretizado sua saída do mercado venezuelano - a Chevron tem até o próximo dia 27 de maio para fazê-lo -, o iminente término de suas operações na Venezuela já está causando estragos.
"O mercado cambial está desfeito", aponta o economista José Manuel Puente.
Francisco Monaldi, diretor do programa latino-americano de energia do Instituto Baker da Universidade Rice, em Houston, nos EUA, disse à BBC Mundo que, após a saída das petroleiras internacionais, é provável que a PDVSA retome os campos petrolíferos, mas com dificuldades.
"Vai ser difícil investir e encontrar os diluentes necessários para processar o petróleo extrapesado da Venezuela que a Chevron estava importando dos EUA", explica.
2. Desvalorização do bolívar
En 2024, o bolívar se desvalorizou 30,9% frente ao dólar, mas, em quatro meses de 2025, essa cifra está quase superada
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A moeda venezuelana, o bolívar, perdeu 24,6% de seu valor no mercado oficial em relação ao dólar no primeiro trimestre deste ano.
Sua desvalorização foi agravada pelo endurecimento das sanções impostas ao país pelo governo de Donald Trump.
Segundo dados do Banco Central da Venezuela (BCV), a cotação oficial nesta quarta-feira, 23 de abril, era de 82,38 bolívares por dólar, o que representa um aumento de 57,7% em comparação com o início de 2025, quando o dólar era cotado a 52,57 bolívares.
Por sua vez, o dólar no mercado paralelo chegou a 104 bolívares.
Essa grande diferença entre o dólar oficial e o paralelo evidencia a instabilidade cambial no país.
"Os venezuelanos já percebem que haverá uma escassez de dólares, e o governo está preocupado que essa desvalorização se transforme em inflação, destruindo todo o esforço que foi feito para reduzi-la nos últimos anos", explica Francisco Monaldi.
Os economistas estimam que a desvalorização se acentuará uma vez que a saída da Chevron e de outras petroleiras se concretize.
José Manuel Puente explica que, na Venezuela, não há coordenação entre a política monetária e a política fiscal, algo que muitos economistas consideram essencial para alcançar maior estabilidade macroeconômica. Além disso, o Banco Central da Venezuela possui reservas monetárias entre as mais baixas da América Latina.
"O banco central declara 10 bilhões, mas, na verdade, esse montante inclui pouco mais de 5 bilhões gerados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que não reconhece o governo de Nicolás Maduro e, portanto, a Venezuela não tem acesso real a esse dinheiro", acrescenta.
Isso significa que o governo venezuelano não possui dólares suficientes para intervir de maneira eficaz e consistente no mercado cambial para manter a taxa de câmbio o mais estável possível.
Isso leva à previsão de que a inflação venezuelana voltará a ser de três dígitos neste ano.
Esses fatores, somados à instabilidade política e econômica — sobretudo após a crise gerada pela última eleição presidencial —, acabaram com qualquer perspectiva econômica positiva, contrastando com as estimativas mais otimistas feitas no meio e no final do ano passado.
3. Sanções secundárias
Estilo mais duro de Trump gera incertezas e medo na Venezuela
Getty Images via BBC
Em meio ao desajuste econômico conjuntural da Venezuela, o país agora precisa lidar com a administração mais severa e imprevisível de Donald Trump.
O anúncio feito por ele no final de março, de que imporia tarifas secundárias sobre os bens dos países que comprarem petróleo da Venezuela, piorou ainda mais as perspectivas econômicas do país sul-americano.
O presidente especificou que, a partir de 2 de abril, os países que comprassem petróleo ou gás da Venezuela seriam obrigados a pagar uma tarifa de 25% sobre qualquer exportação que enviassem aos Estados Unidos.
Nos últimos anos, os principais compradores de petróleo venezuelano foram os Estados Unidos e a China, com Índia e Espanha na sequência, em menor escala.
O governo venezuelano classificou a medida como "arbitrária, ilegal e desesperada" e ameaçou tomar medidas legais contra o que considera uma violação das leis de comércio internacional.
Alguns especialistas afirmam que as sanções secundárias aplicadas a países como Rússia e Irã não foram totalmente eficazes, mas ainda assim causam muitos danos.
"Isso vai ter um grande impacto nas receitas do setor petrolífero, como já se experimentou no passado", explica José Manuel Puente.
"Os países que aceitarem comprar petróleo da Venezuela o farão com um grande desconto, e esse desconto dependerá da tarifa que Donald Trump aplicar", prossegue.
O economista Francisco Monaldi sugere ainda que a China pode simplesmente deixar de comprar petróleo venezuelano e buscar outras fontes, já que as importações de petróleo da Venezuela são muito menos relevantes do que as exportações chinesas para os Estados Unidos.
4. Queda no preço do petróleo
Preço do petróleo tem grande efeito na economia venezuelana
Getty Images via BBC
No início de abril deste ano, o preço do petróleo Brent — referência internacional — despencou mais de 20% em apenas uma semana.
Isso fez com que os preços do petróleo atingissem seu nível mais baixo em quatro anos.
Desde então, os valores se recuperaram parcialmente e giram em torno de US$ 66 (R$ 375) por barril, após terem caído para menos de US$ 60 (R$ 341).
Acredita-se que essa queda abrupta esteja relacionada, em parte, à intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que tem gerado preocupações quanto à demanda por matérias-primas.
Como consequência, os preços das commodities estão sendo afetados.
Essa notícia é particularmente negativa para países exportadores de petróleo, como a Venezuela, pois é provável que percam uma parte significativa de suas receitas em divisas.
E as previsões futuras também não são animadoras.
O banco de investimentos Goldman Sachs projeta que os preços do petróleo continuarão caindo até o fim deste ano e ao longo de 2026, devido ao aumento do risco de recessão e ao crescimento da oferta do grupo OPEP+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
O banco espera que os preços do Brent e do tipo WTI diminuam levemente, com médias de US$ 63 e US$ 59 por barril, respectivamente, durante o restante de 2025, e de US$ 58 e US$ 55 em 2026.
"Haverá um impacto, mas ainda não se sabe se será brutal. Ao combinar a desvalorização do petróleo venezuelano por conta dos descontos que sofrerá, o cancelamento das licenças e o colapso dos preços, é evidente que o governo terá receitas muito menores e que haverá mais escassez de dólares", explica Monaldi.
Maduro junto à presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Caryslia Rodríguez, e sua esposa, Cilia Flores.
Getty Images via BBC
José Manuel Puente explica que, há tempos, o futuro da economia venezuelana está extremamente atrelado à política do país e à "esperança que muitos tinham, ou ainda têm, de que haveria uma mudança de governo".
"Atualmente, na Venezuela, não há perspectivas de uma mudança política, e isso representa um peso extra para a economia venezuelana, tornando muito mais difícil que o país volte a ter um bom desempenho macroeconômico."
"É necessário haver uma maior estabilidade política e um programa de estabilização macroeconômica com medidas clássicas de política fiscal, cambial e monetária, para gerar um crescimento sustentado e controlar a inflação, levando-a a um dígito, como na maioria dos países latino-americanos."
"Mas, sem uma mudança política, é difícil que essas metas sejam alcançadas", conclui.
Bets: Governo amplia lista de eSports e games liberados para aposta online e inclui jogos de tiro
Portaria do Ministério do Esporte amplia tipos de modalidades aptas para apostas de quota fixa, as bets. Alteração inclui jogos como Counter Strike, Valorant e Fortnite, não considerados "virtual sports" pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Bets: Governo amplia lista de eSports e games liberados para aposta online e inclui jogos
O governo federal ampliou a lista e e-Sports e games online liberados para apostas online. A mudança foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta quarta-feira (23) e confirmada ao g1 pelo ministro do Esporte, André Fufuca (PP).
Em portaria, o Ministério do Esporte alterou a lei (nº 14.790/2023) que determina quais tipos de jogos online são aptos às apostas de quota fixa, aquelas feitas nas chamadas bets.
Tem uma sugestão de reportagem? Fale com o g1
O texto do governo federal autoriza as apostas online para torneios de eSports que tenham "licença ou autorização por parte dos desenvolvedores" ou donos das "propriedades intelectuais dos jogos".
Antes, o governo considerava aptos somente aqueles eSports reconhecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o que excluía jogos de tiro, como Counter Strike, Valorant e Fortnite.
Imagem do jogo 'Fortnite'
Epic Games/Divulgação
Alguns dos games considerados eSports pelo COI estão baseball, xadrez, ciclismo, Just Dance (jogo de dança), motor sport (automobilismo), tiro ao alvo, tênis, entre outros.
O COI já havia excluído jogos de tiro das modalidades incluídas nos Jogos Olímpicos de Esports. Diretor de esportes virtuais e games do Comitê, Vincent Pereira já declarou, ao se referir a estes games, que "não podemos ter esses jogos promovendo os valores olímpicos".
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O Fortnite, jogo de tiro no modo sobrevivência, foi incluído na Semana de Esports Olímpicos de 2023, mas foi disputado em um formato de tiro esportivo e não em seu modelo tradicional.
Dados do Banco Central apontam que os brasileiros gastam de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões, por mês, com apostas online, as bets.
Apostas online
⚠️ A Lei 13.756 de dezembro de 2018 foi a que instituiu, no país, a modalidade de apostas de quota fixa, determinado que essas são as "apostas relativas a eventos reais ou virtuais em que é definido, no momento de efetivação da aposta, quanto o apostador pode ganhar em caso de acerto do prognóstico".
O presidente Lula sancionou a lei que regulamenta o mercado de apostas esportivas online no Brasil em 31 de dezembro de 2023. Desde dezembro do ano passado, o governo regulamentou a atuação das bets no país desde dezembro de 2024.
Foram liberadas para atuar no país mais de uma centena de casas de apostas - sob outorga de R$ 30 milhões para funcionar regularmente.
Somente podem explorar as apostas esportivas as empresas constituídas segundo a legislação brasileira, com sede e administração no território nacional. Pela lei sancionada, menores de 18 anos não poderão fazer apostas.
Também é vedada a participação de:
proprietários e pessoas que trabalham em empresas de apostas;
agentes públicos ligados à regulamentação e à fiscalização do mercado de apostas;
pessoas que tenham acesso ao sistema informatizado de apostas
pessoas que tenham ou possam ter influência sobre o resultado de jogos, como dirigentes esportivos, árbitros e atletas pessoas diagnosticadas com ludopatia, que é a compulsão por jogos de azar.
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Funcionários demitidos da Voepass cobram pagamentos de salários e direitos trabalhistas
Empresa anunciou demissões em abril, mas prometeu pagar vencimentos de março, diz grupo afetado. Companhia afirma que acertos estão previstos no plano de recuperação judicial. Pedido enviado à Justiça ainda não foi analisado. Funcionários da Voepass denunciam que ainda não receberam rescisões trabalhistas
Funcionários demitidos há quase duas semanas da Voepass afirmam que não receberam os salários referentes ao mês de março. Eles também alegam que a companhia aérea com sede em Ribeirão Preto (SP) não deu mais informações sobre quando serão pagos os acertos trabalhistas e disponibilizados os documentos para entrada no seguro-desemprego.
Segundo os ex-funcionários, os salários deveriam ter sido depositados no dia 21 de abril, mas dois dias após a data, nada foi pago.
“Não recebemos e não temos informação de quando vai ser a homologação, não temos a papelada para dar entrada no seguro-desemprego, não temos nada no nosso Fundo de Garantia, porque a empresa nunca depositou o Fundo de Garantia. A gente está a ver navios, sem resposta de ninguém”, diz Bianca Alves de oliveira, que trabalhava na execução de escala da empresa.
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Procurada, a Voepass disse que os pagamentos dos direitos trabalhistas dos funcionários demitidos estão previstos no pedido de recuperação judicial feito na última terça-feira (22).
O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que ainda não há decisão sobre a solicitação da empresa.
Aeroporto Leite Lopes em Ribeirão Preto, SP voepass
Érico Andrade/g1
Crise e demissão em massa
A companhia aérea passou a enfrentar uma crise financeira em agosto de 2024, quando uma de suas aeronaves caiu em Vinhedo (SP) matando todas as 62 pessoas a bordo.
Em fevereiro, a empresa entrou em um processo de reestruturação financeira, alegando problemas principalmente com a Latam com quem mantinha um acordo de codeshare. A operação consiste na venda de passagens áreas pela Latam para voos operados pela Voepass. A prática é permitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Os valores que a Latam deixou de pagar chegam a R$ 34,7 milhões, segundo a Voepass.
Em mais um capítulo da crise, em março, a Anac suspendeu todos os voos da empresa depois que uma auditoria apontou falta de segurança nas operações.
Cerca de um mês após a suspensão da operação, em abril, a Voepass anunciou a demissão de parte da equipe, incluindo tripulação, aeroportuários e pessoas de áreas de apoio. Os desligamentos foram comunicados oficialmente pelo presidente José Luiz Felício Filho em uma carta.
“A gente sabia que a empresa estava indo com dificuldade pelo acordo judicial, mas da maneira que foi, todo mundo ser mandado embora, foi desumano. A gente não tem informação, isso é meio complicado”, diz o editor de qualidade Natan de Lima.
Guichê da Voepass em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Após o comunicado, os funcionários começaram a ser chamados para assinar o termo de rescisão. Mas, até o momento, estão sem informações sobre os próximos passos para receber os direitos trabalhistas.
“A gente espera que vai ser pago, foi mandado embora e tal dia vai ser pago, mas aí não é. A gente tem conta de filho na escola, despesa do mês, mas não tem nenhum tipo de segurança. Se a gente não recebeu nem o salário, imagine receber seguro, FGTS? Eu até tinha pouco tempo [de empresa], mas tem gente que tem mais de dez anos de empresa, que mudaram de cidade para vir para cá, que não tem nem onde ficar mais e não têm como receber”, lamenta Lima.
Recuperação judicial
Com o agravamento da situação financeira, na última terça-feira (22), a Voepass protocolou na Justiça um pedido de recuperação judicial. A empresa alega que a Latam é a "principal responsável" pela crise.
As empresas possuíam um acordo de Capacity Purchase Agreement (CPA), e não apenas de codeshare, como vinha sendo divulgado anteriormente.
O acordo de CPA significa que a Latam poderia ter todo o controle na gestão da Voepass, como em uma sociedade, diferentemente do codeshare, que envolvia apenas a utilização de aeronaves da Voepass por parte de passageiros que compram passagens pela Latam.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (23), a Latam repudiou a afirmação da Voepass sobre a atribuição de responsabilidade em relação à crise financeira e disse que o fim da parceria foi motivado principalmente pelo desastre aéreo em Vinhedo.
Funcionários demitidos da Voepass em Ribeirão Preto, SP
Sergio Oliveira/EPTV
Dimensão das dívidas
Segundo informações que constam na nova petição apresentada à Justiça, a Voepass tem em torno de R$ 210 milhões em dívidas com credores concursais, ou seja, existentes antes do pedido de recuperação e sujeitas à negociação no processo.
Desse total atualizado, R$ 43.548.544,02 são referentes a débitos trabalhistas.
No ramo da aviação civil há 28 anos, Edivandro Brito da Silva Filho, que trabalhava na manutenção de estrutura de aeronaves, lamenta o episódio de dificuldade após a demissão.
“Infelizmente, é só tristeza. São 28 anos de aviação que eu já tenho, desde 1997, e nunca passei por isso. Já fui funcionário de outras empresas e, infelizmente, é a primeira vez que eu tenho passado por isso. É triste, a gente se dedicar por uma empresa, se dispor, estar 24 horas aqui dentro. Se você pegarem o ponto do pessoal, você vão ver que tinha pessoas que ficavam 24 horas, 36 horas aqui dentro, sábado e domingo. E a gente é demitido de uma forma, até agora, posicionamento que é bom, nada, nenhum.”
Edivandro Brito da Silva Filho trabalhou dois anos na Voepass em Ribeirão Preto, SP
Sergio Oliveira/EPTV
O que diz a empresa
Em nota, a Voepass disse que o pedido de recuperação judicial inclui o pagamento dos salários, benefícios do último mês e também as rescisões trabalhistas.
A empresa disse que vai apresentar, em até 60 dias, o plano detalhado para a aprovação dos credores.
Sobre o não pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a empresa informou que ele sempre foi realizado a partir de um fluxo de parcelamento e que agora vai ser incluído no processo de recuperação judicial.
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‘Pejotização’: o que a nova decisão do STF muda para o trabalhador PJ?
Ministro Gilmar Mendes pausou a tramitação de todos os processos sobre o tema no país, até que o Supremo firme um entendimento que deverá ser observado por todos os tribunais. Nova decisão do STF pode afetar trabalhadores que atuam como pessoa jurídica (PJ)
Sigmund/Unsplash
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu na semana passada a tramitação de todos os processos que discutem a legalidade da chamada "pejotização" no Brasil.
À primeira vista, a medida afeta apenas trabalhadores e empresas com ações sobre o tema na Justiça. No entanto, dependendo da decisão, pode contribuir para grandes mudanças nas relações de trabalho no país.
Veja abaixo cinco perguntas e respostas para entender o que está em jogo.
O que é pejotização?
Por que o STF suspendeu os processos sobre o tema?
Por que a pejotização pode ser considerada ilegal?
O que muda na prática para os trabalhadores PJ e CLT?
A discussão também afeta entregadores e motoristas de app?
Pejotização: como fica o trabalhador
1. O que é pejotização?
De acordo com o STF, pejotização é quando uma empresa contrata um trabalhador autônomo ou pessoa jurídica (PJ), como um microempreendedor individual (MEI), para prestar serviços regulares para ela.
Esse tipo de contrato é comum em setores como representação comercial, corretagem de imóveis e tecnologia da informação, entre outros.
Para muitos órgãos trabalhistas, no entanto, a pejotização ocorre quando a empresa passa a tratar o prestador de serviços como empregado, fazendo-o cumprir todas as regras que configuram uma relação de trabalho, conforme a lei.
🔎 Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), considera-se “empregado” toda pessoa que trabalha de forma regular para alguém ou uma empresa, recebendo salário e seguindo ordens do empregador.
Funcionários com carteira assinada têm direitos trabalhistas assegurados pela lei, como férias remuneradas, auxílio-transporte, 13º salário e FGTS, o que não é uma exigência nos contratos de prestação de serviço.
Assim, o ideal é que os trabalhadores PJ tenham autonomia e sejam cobrados apenas pela entrega do serviço, sem a exigência de cumprir um horário específico, participar de reuniões internas e seguir ordens do chefe da empresa contratante, explica Denison Leandro, sócio do escritório Denison Leandro Advogados Associados.
“No caso da pejotização, o trabalhador tem que abrir uma empresa no nome dele e prestar serviço. Mas, às vezes, o CLT e PJ fazem a mesma coisa, estão no mesmo grupo do WhatsApp, respondem para mesma gerência”, afirma o especialista.
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2. Por que o STF suspendeu os processos sobre o tema?
O ministro Gilmar Mendes suspendeu os processos sobre pejotização até que o STF profira uma decisão que deverá ser observada por todos os tribunais do país ao julgarem casos semelhantes.
Segundo ele, o STF já tem um entendimento firmado sobre o tema, mas a Justiça do Trabalho tem descumprido essa orientação, o que vem sobrecarregando o Supremo com uma série de reclamações contra as decisões no âmbito trabalhista.
Para o STF, a situação é a seguinte:
Em 2018, após a reforma trabalhista, o Plenário considerou, por sete votos a quatro, “lícita a terceirização entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas”.
Até então, só era permitido que uma empresa terceirizasse atividades-meio, ou seja, não ligadas à sua função principal. Uma fábrica de chocolates, por exemplo, poderia terceirizar os serviços de limpeza do prédio, mas não a produção de chocolates em si.
Apesar de a tese não tratar especificamente de pejotização, o Supremo tem usado esse entendimento para derrubar decisões da Justiça do Trabalho que identificaram fraudes trabalhistas em contratos de PJ.
O STF tem entendido que, se o trabalhador ganhar bem e for esclarecido sobre a sua forma de trabalho, é válida a contratação de um funcionário como PJ, mesmo quando preenchidos os vínculos de emprego, explica a advogada trabalhista Volia Bomfim, sócia do escritório GM Advogados & Volia Bomfim.
Para o Supremo, “você teve autonomia para escolher”, acrescenta a advogada trabalhista Renata Olandim, do escritório Machado Meyer. “A gente sabe que por trás disso tem muita coisa: ‘Preciso alimentar a minha família’, ‘foi o que eu consegui’. Mas, nos termos de validade do contrato, você livremente optou por prestar seus serviços por meio de PJ”, explica.
Pejotização: a discussão no STF
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3. Por que a pejotização pode ser considerada ilegal?
A Justiça do Trabalho tem entendido, em suas decisões, que pejotização e terceirização são coisas diferentes. Por isso, diz que o STF não deveria utilizar a sua tese de 2018 sobre terceirização para decidir sobre a legalidade da pejotização.
➡️ Na terceirização, há uma empresa intermediária entre o contratante e o funcionário, que arca com os custos e garante os direitos do trabalhador terceirizado.
➡️ Já na pejotização, o próprio funcionário é a empresa (PJ). É ele quem deve se responsabilizar pelos custos do negócio e pelos seus direitos previdenciários, abrindo um MEI, por exemplo.
Até por isso, o ideal é que o pagamento de um PJ seja maior que o de um funcionário CLT, ressalta o advogado Denison Leandro. Como a empresa não paga encargos trabalhistas, o prestador não tem os descontos do holerite, mas precisa tirar dinheiro do próprio bolso se quiser algum benefício.
Neste contexto, advogados trabalhistas costumam defender que é ilegal contratar como PJ e não pagar os direitos trabalhistas se o funcionário preencher todos os requisitos de um vínculo de emprego, que são:
Não eventualidade: quando o funcionário trabalha regularmente para aquela empresa, cumprindo os horários estabelecidos por ela;
Subordinação: quando se tem um chefe da empresa contratante e precisa cumprir suas ordens;
Onerosidade: quando se ganha um salário fixo;
Pessoalidade: quando o trabalho precisa ser feito por aquela pessoa específica, não sendo possível indicar um substituto para a prestação do serviço;
Alteridade: quando os riscos do negócio são de responsabilidade do empregador, ou seja, se o negócio vai bem ou mal, o salário do empregado é garantido.
Assim, quando os trabalhadores conseguem provar que preenchem os cinco requisitos, a Justiça do Trabalho geralmente reconhece o vínculo de emprego deles com a empresa, obrigando-a a pagar os direitos trabalhistas devidos.
“Nada mais é do que uma fraude processual. A empresa usa um contrato de prestação de serviço em detrimento do registro em carteira para não pagar os encargos trabalhistas, mas trata o funcionário como CLT”, resume Leandro.
Antes da suspensão dos processos, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) estava recebendo manifestações de interessados em discutir um tema para firmar uma tese que também passaria a ser aplicada a todos os processos em tramitação na Justiça do Trabalho.
O órgão queria definir se é válida a contratação de um PJ para realizar funções habitualmente exercidas na empresa por empregados CLT, e a mudança da forma de contratação de um funcionário já atuante.
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4. O que muda na prática para os trabalhadores PJ e CLT?
Inicialmente, a decisão do ministro Gilmar Mendes afeta apenas os trabalhadores e empresas que têm processos abertos na Justiça sobre o tema. As ações ficarão paradas por tempo indeterminado, aguardando a decisão do STF.
Já os trabalhadores que ainda pretendem entrar com ações relacionadas ao assunto podem aguardar uma decisão do STF para ver se abrir o processo faz sentido no seu caso, a não ser que o tempo dele de entrar na Justiça esteja perto de prescrever.
“Se estiver com a prescrição chegando, dos dois anos para ajuizar a ação, melhor entrar com a ação e o juiz vai receber o processo, mas já suspender o andamento”, explica o advogado Denison Leandro.
Além dos impactos imediatos, porém, alguns especialistas em direito do trabalho acreditam que, se o STF validar amplamente a pejotização, é possível que haja "uma migração em massa de contratos CLT para PJ, movida apenas por interesses econômicos", ressalta Rithelly Eunilia Cabral, advogada trabalhista do escritório Aparecido Inácio e Pereira Advogados Associados.
Nesse caso, muitos trabalhadores perderiam direitos garantidos pela CLT, o que contribui para a precarização do trabalho, afirma a especialista.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) afirmou que a medida do STF preocupa a advocacia trabalhista por paralisar ações relevantes para a garantia de direitos fundamentais.
E defende que cabe à Justiça do Trabalho decidir sobre a legalidade da contratação de trabalhadores autônomos e pessoas jurídicas para a prestação de serviços analisando cada situação concreta.
Além da própria legalidade da pejotização, outro ponto que está sendo julgado pelo STF na ação que pausou os processos é a competência da Justiça do Trabalho para decidir sobre esse tipo de relação do trabalho. (leia mais aqui)
"A Justiça do Trabalho existe justamente para proteger a parte mais vulnerável da relação: o trabalhador. Ao transferir esses casos para a Justiça Comum, corre-se o risco de ignorar a realidade vivida por quem trabalha e se apegar apenas ao que está no papel", opina Cabral.
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5. A discussão também afeta entregadores e motoristas de app?
Não. O tema da “uberização” é analisado em outra ação no STF, sob relatoria do ministro Edson Fachin. O processo visa definir se há vínculo de emprego entre motoristas e entregadores e os aplicativos que eles utilizam para trabalhar.
Os temas da uberização e da pejotização se relacionam porque ambos envolvem formas alternativas de trabalho, explica o advogado trabalhista Marcos Fantinato, sócio da Machado Meyer Advogados.
No entanto, enquanto a pejotização trata da prestação de serviços por uma pessoa jurídica a uma empresa contratante, a expressão uberização surge para debater a precarização do trabalho nas plataformas digitais, afirma.
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Veja mais em:
Pejotização no STF: o que está em jogo no julgamento que paralisou todas as ações do tema pelo Brasil
Economista do Dieese alerta para impactos da 'pejotização' no longo prazo
Senador Paulo Paim critica o que chama de "pejotização"
INSS inicia pagamento de benefícios de abril nesta quinta; veja calendário
O calendário leva em conta o número final do cartão de benefício, sem considerar o último dígito verificador, que aparece depois do traço. O Ministério da Previdência Social inicia nesta quinta-feira (24) o pagamento para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em abril de 2025.
Para quem recebe o piso nacional (até um salário mínimo), os depósitos vão do dia 24 de abril até 8 de maio. Segurados com renda mensal acima do salário mínimo terão seus pagamentos creditados a partir de 2 de maio.
Confira o calendário do INSS de abril para quem recebe até um salário mínimo:
Cartão final 1: pagamento em 24/4
Cartão final 2: pagamento em 25/4
Cartão final 3: pagamento em 28/4
Cartão final 4: pagamento em 29/4
Cartão final 5: pagamento em 30/4
Cartão final 6: pagamento em 2/5
Cartão final 7: pagamento em 5/5
Cartão final 8: pagamento em 6/5
Cartão final 9: pagamento em 7/5
Cartão final 0: pagamento em 8/5
Confira o calendário do INSS de abril para quem recebe acima de um salário mínimo:
Cartão final 1 e 6: pagamento em 2/5
Cartão final 2 e 7: pagamento em 5/5
Cartão final 3 e 8: pagamento em 6/5
Cartão final 4 e 9: pagamento em 7/5
Cartão final 5 e 0: pagamento em 8/5
Ao longo de 2025, a previsão de pagamentos é:
Maio: de 26/05 a 6/6;
Junho: de 24/06 a 7/7;
Julho: de 24/07 a 7/8;
Agosto: de 25/08 a 5/9;
Setembro: de 27/09 a 7/10;
Outubro: de 27/10 a 7/11;
Novembro: de 24/11 a 5/12;
Dezembro: de 22/12 a 8/1;
Como conferir o dígito verificador
O calendário leva em conta o número final do cartão de benefício, sem considerar o último dígito verificador, que aparece depois do traço.
Para quem ganha até o mínimo, o calendário começa com benefício com final 1.
Para os que recebem acima desse valor, o calendário inicia com os cartões de final 1 e 6. No dia seguinte, são pagos os finais 2 e 7, e assim por diante.
Como consultar os valores a receber?
Aposentados e pensionistas do INSS podem consultar o valor a receber do seu benefício pelo aplicativo "Meu INSS" ou no site meu.inss.gov.br. Outra opção é pelo telefone, ligando na central 135.
Neste caso, o atendimento é feito de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h; o beneficiário precisa o informar o número de CPF e confirmar dados cadastrais.
Com o reajuste do salário mínimo previsto para 1º de janeiro, o valor corrigido só será pago entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
Resumão do g1: julgamento das redes; aposentadoria em 2025 e Mega da Virada
13º do INSS: pagamento para aposentados e pensionistas começa nesta quinta; veja calendário
Antecipação foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vai injetar cerca de R$ 73,3 bilhões na economia brasileira. Dinheiro, real, notas de R$ 50, contagem de cédulas
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do INSS começam a receber a primeira parcela do 13º salário nesta quinta-feira (24), de acordo com o número final do cartão do benefício.
O primeiro pagamento será feito de 24 de abril a 8 de maio;
A segunda parcela será depositada de 26 de maio a 6 de junho.
A antecipação vai injetar cerca de R$ 73,3 bilhões na economia brasileira.
A medida foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (3), durante evento em Brasília, e atende a um pedido do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, solicitou à Dataprev que rode a folha de pagamento já com o abono neste mês. Segundo ele, o pagamento antecipado é essencial para ajudar os mais de 34,2 milhões de segurados do INSS a cobrir despesas básicas, como alimentação e medicamentos.
Quando vou receber o 13º do INSS?
Veja abaixo o calendário:
💰 Primeira parcela, para quem ganha até 1 salário mínimo
Benefício final 1: 24 de abril
Benefício final 2: 25 de abril
Benefício final 3: 28 de abril
Benefício final 4: 29 de abril
Benefício final 5: 30 de abril
Benefício final 6: 2 de maio
Benefício final 7: 5 de maio
Benefício final 8: 6 de maio
Benefício final 9: 7 de maio
Benefício final 0: 8 de maio
💰Primeira parcela, para quem ganha acima de 1 salário mínimo
Benefícios finais 1 e 6: 2 de maio
Benefícios finais 2 e 7: 5 de maio
Benefícios finais 3 e 8: 6 de maio
Benefícios finais 4 e 9: 7 de maio
Benefícios finais 5 e 0: 8 de maio
📌 A segunda parcela seguirá calendário similar, de 26 de maio a 6 de junho, também de acordo com o número final do benefício.
💰 Segunda parcela, para quem ganha até 1 salário mínimo
Benefício final 1: 26 de maio
Benefício final 2: 27 de maio
Benefício final 3: 28 de maio
Benefício final 4: 29 de maio
Benefício final 5: 30 de maio
Benefício final 6: 2 de junho
Benefício final 7: 3 de junho
Benefício final 8: 4 de junho
Benefício final 9: 5 de junho
Benefício final 0: 6 de junho
💰Segunda parcela, para quem ganha acima de 1 salário mínimo
Benefícios finais 1 e 6: 2 de junho
Benefícios finais 2 e 7: 3 de junho
Benefícios finais 3 e 8: 4 de junho
Benefícios finais 4 e 9: 5 de junho
Benefícios finais 5 e 0: 6 de junho
Quem tem direito ao 13º do INSS?
Veja quem tem direito:
Beneficiários de aposentadoria, pensão por morte, auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente e auxílio-reclusão.
Quem teve o benefício concedido até 31 de março de 2025.
⚠️ A primeira parcela corresponde a 50% do valor do benefício. A segunda parcela pode vir com descontos de IR (caso o beneficiário seja contribuinte).
Quem não recebe o pagamento?
Quem não terá o direito:
Beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e da Renda Mensal Vitalícia, que por lei não têm direito ao 13º.
Como consultar o pagamento?
Site ou app Meu INSS → Acesse com CPF e senha, selecione “Extrato de Contribuição” e baixe o PDF.
Telefone 135 → Atendimento de segunda a sábado, das 7h às 22h. É necessário informar CPF e responder perguntas de segurança.
⚠️ O INSS ressalta que não existe pagamento de 14º salário, como circulam em mensagens falsas nas redes sociais.
INSS inicia pagamento de benefícios de março nesta terça; veja calendário
Leilão da Receita: propostas começam nesta quinta, com PlayStation 5 por R$ 800 e notebook por R$ 500
Período de recebimento das propostas vai das 8h de 24 de abril até às 21h do dia 28. Sessão para lances está prevista para 29 de abril. Veja como participar. Novo leilão da Receita Federal tem PlayStation 5 por R$ 800.
Divulgação/ Receita Federal
A Receita Federal em Viracopos realiza mais um leilão regional de mercadorias apreendidas ou abandonadas em 29 de abril. O período para recebimento das propostas vai das 8h desta quinta-feira (24) até as 21h do dia 28 de abril.
Segundo a Receita, o leilão será realizado de forma eletrônica e é destinado a pessoas físicas e jurídicas. Os lances devem ser feitos para os lotes fechados — ou seja, um conjunto de determinados itens.
A sessão para lances está prevista para as 10h do dia 29 (horários de Brasília).
São 400 lotes no total, que incluem fones de ouvido, processadores de som, acessórios para celulares, câmeras fotográficas, microscópios, telescópio, robôs aspiradores, caixas de som, instrumentos musicais, smartphones, smartwatches, tablets, notebooks, artigos esportivos, veículos, pedras preciosas, entre outros.
Alguns dos lotes mais baratos custam a partir de R$ 50 e contêm papéis de embalagem e de catálogos, além de revistas, adesivos, fichas plásticas e uma boneca de pano. Além disso, há um lote com dois PlayStations 5 a partir de R$ 800. Veja mais detalhes abaixo.
Já o lote mais caro custa a partir de R$ 428 mil e possui vários componentes eletrônicos, com diversos displays para diferentes celulares.
Outros destaques do leilão são:
No lote 4 é possível adquirir várias pedras preciosas e semipreciosas com preços a partir de R$ 3 mil;
No lote 7 é possível adquirir um álbum Fifa da Copa da Rússia de 2018 com uma caixa com 100 envelopes de figurinhas com preços a partir de R$ 400;
No lote 12 é possível adquirir várias unidades de smartwatches da Apple e de outras marcas com preços a partir de R$ 129,4 mil;
No lote 25 é possível adquirir várias bolsas de diferentes marcas — incluindo da Prada — com preços a partir de R$ 900;
No lote 26 é possível adquirir um óculos de realidade virtual e um monóculo de visão noturna digital com preços a partir de R$ 400;
No lote 49 é possível adquirir moedas e notas para colecionadores por preços a partir de R$ 1 mil;
No lote 73 é possível adquirir dois PlayStations 5 com preços a partir de R$ 800;
No lote 81 é possível adquirir um microscópio com acessórios com preços a partir de R$ 250;
No lote 96 é possível adquirir dois Macbooks e um notebook Lenovo com preços a partir de R$ 2 mil;
No lote 98 é possível adquirir dois notebooks com preços a partir de R$ 500;
No lote 100 é possível adquirir várias câmeras digitais e lentes de máquinas fotográficas com preços a partir de R$ 1 mil;
Dos lotes 114 ao 200, com algumas exceções, há uma variedade de diferentes celulares com preços a partir de R$ 1,9 mil;
No lote 220 é possível adquirir várias pedras preciosas com preços a partir de R$ 16 mil;
Dos lotes 280 ao 297, com algumas exceções, é possível adquirir diferentes veículos com preços a partir de R$ 900.
De acordo com o Fisco, os lotes estarão disponíveis para visitação entre 14 e 25 de abril, nas cidades de Araraquara, Barueri, Bauru, Campinas, Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo, Santos, São Paulo e Suzano.
Para alguns lotes, a visitação ocorrerá por meio de videochamada. Os endereços e horários para visitação, bem como os contatos para agendamento, estão indicados no edital do leilão.
A Receita ainda destacou que os bens arrematados por pessoas físicas não podem ser vendidos, assim como alguns lotes específicos adquiridos por pessoas jurídicas.
Além disso, os licitantes terão 30 dias para retirada do lote arrematado. O pagamento das mercadorias é feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).
Por fim, também alertou para que os contribuintes tenham cuidado para não cair em golpes.
"A Receita Federal alerta para a realização de transmissões ao vivo (lives) fraudulentas que simulam leilões de mercadorias apreendidas em plataformas de compartilhamento de vídeos na Internet", afirmou o Fisco em nota oficial, indicando que a participação é feita exclusivamente pelo e-CAC. Veja como participar do leilão mais abaixo.
Quem pode participar do leilão?
Pessoas físicas podem participar do leilão sob os seguintes critérios:
ser maior de 18 anos ou pessoa emancipada;
ser inscrito no Cadastro de Pessoas Física (CPF);
ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal.
Já para pessoas jurídicas, os critérios são os seguintes:
ter cadastro regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica (CNPJ);
ou, no caso do responsável da empresa ou de seu procurador, ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do governo federal.
Como funcionam os leilões
Como participar do leilão?
Para participar do leilão apresentando um lance, o interessado precisa seguir os seguintes passos:
entre 24 e 29 de abril, observando os horários estabelecidos pela Receita, acessar o Sistema de Leilão Eletrônico por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC);
selecionar o edital do leilão em questão, de número 0800100/000002/2025 - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 8ª REGIÃO FISCAL;
escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em "incluir proposta";
aceitar os termos e condições apresentados pelo site da Receita;
e incluir o valor proposto (que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo estabelecido pela Receita), e salvar.
Fraude no INSS: como descobrir se você teve valores descontados e o que fazer; passo a passo
Operação da PF e CGU mirou suposto esquema de cobrança de mensalidades irregulares de aposentados e pensionistas. Desvios teriam ocorrido entre 2019 e 2024 e chegariam a R$ 6,3 bilhões, segundo estimativas. Fraude no INSS: como descobrir se você foi uma vítima
Uma operação realizada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) mirou um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que teria desviado recursos de aposentados e pensionistas ao longo de anos.
Segundo as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas.
No suposto esquema, associações ofereciam serviços sem ter estrutura, como desconto em academias e planos de saúde, e falsificavam as assinaturas dos beneficiários do INSS, afirmou o ministro da CGU, Vinícius Carvalho.
Ele explicou que entrevistou uma amostra de 1.300 aposentados e pensionistas, e 97% afirmaram nunca terem autorizado descontos em seus benefícios.
"A maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas", disse o ministro da CGU.
Mas como descobrir se você teve descontos indevidos? E o que fazer? Veja abaixo o passo a passo.
Como saber se tive valores descontados?
Como excluir cobrança indevida?
Como funcionava o esquema
Quando começou a investigação?
Cinco pessoas foram presas
INSS: Especialista explica direitos dos beneficiários que caíram em golpe
Como saber se tive valores descontados?
Para descobrir se houve descontos indevidos, o aposentado ou pensionista deve consultar o extrato do INSS. No documento, estão todas as retiradas, tanto de crédito consignado como de mensalidades associativas.
Veja o passo a passo:
Acesse o app ou site Meu INSS
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique em "Extrato de benefício"
Em seguida, clique sobre o número do benefício
Na próxima tela, irá aparecer o extrato
Basta, então, verificar descontos de mensalidades associativas
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Como excluir cobrança indevida?
O aposentado ou pensionista que não reconhecer um desconto em seu benefício pode requerer o serviço "excluir mensalidade associativa" pelo aplicativo, no site do Meu INSS ou pela central 135. 📲
Confira o passo a passo para excluir a cobrança:
Entre no app "Meu INSS"
Faça login com CPF e senha do Gov.br
Clique no botão "novo pedido"
Digite "excluir mensalidade"
Clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
Para bloquear o benefício para as associações, para que elas não consigam realizar os descontos de mensalidade, é preciso seguir as orientações abaixo:
Entre no Meu INSS
Faça login com CPF e senha do Gov.br
No campo de pesquisa da página inicial , digite “solicitar bloqueio ou desbloqueio de mensalidade”
Na lista, clique no nome do serviço/benefício
Leia o texto que aparece na tela e avance seguindo as instruções
O beneficiário ainda tem a opção de entrar em contato com a associação para registrar uma reclamação e solicitar o estorno das contribuições realizadas de forma indevida.
Para o ressarcimento, o aposentado ou pensionista pode ligar para o telefone 0800 da entidade, cujo número aparece no holerite.
Além disso, o segurado pode enviar e-mail para acordo.mensalidade@inss.gov.br, informando o ocorrido.
O INSS irá entrar em contato com a entidade autora do desconto em folha, solicitando os documentos que autorizaram o desconto ou a devolução dos valores.
Reclamações e denúncias sobre descontos não autorizados de associações ou entidades podem ser registradas diretamente no Portal Consumidor.Gov e na Ouvidoria do INSS, através da Plataforma Fala BR.
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Presidente do INSS é demitido
Como funcionava o esquema?
Segundo as investigações, o esquema consistia em descontar de aposentados e pensionistas do INSS valores mensais, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
Os descontos indevidos nas pensões e aposentadorias pagas pelo INSS podem chegar a R$ 6,3 bilhões, de acordo com os investigadores.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
Com a operação, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi demitido nesta quarta-feira (23). O nome do substituto ainda não foi anunciado.
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Quando começou a investigação?
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
A CGU entrevistou uma amostra de 1.273 aposentados e pensionistas. A maioria — 97% dessa amostra — afirmou nunca ter autorizado descontos em seus benefícios.
"O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas", disse Carvalho.
Segundo ele, além de ter havido falsificações de assinaturas, em 72% dos casos as entidades não tinham entregue ao INSS a documentação necessária para fazer os descontos diretamente nos benefícios.
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Cinco pessoas foram presas
A operação desta quarta, autorizada pela Justiça Federal, ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com 211 buscas e apreensões em 34 municípios.
De acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, foram apreendidos pela PF carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Também foram determinadas as prisões provisórias de seis pessoas.
Cinco já foram presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Os investigados são de organizações associativas de Sergipe.
Além disso, a Justiça afastou cautelarmente de suas funções seis agentes públicos, que ainda não tiveram seus papéis no esquema divulgados pelos investigadores.
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Mega-Sena pode pagar R$ 25 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.855 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 25 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (24), em São Paulo.
No concurso do último sábado (19), uma aposta de Concórdia (SC) levou sozinha o prêmio de R$ 52 milhões.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Em meio à crise do cacau, Senado vota projeto que define percentual mínimo no chocolate
Proposta prevê que chocolate amargo contenha pelo menos 35%; em pó, 32%; ao leite, 25%; e chocolate branco, 20% de cacau. Se aprovada, texto segue para a Câmara dos Deputados. O Senado Federal deve votar nesta quinta-feira (24) um projeto de lei que define uma quantidade mínima de cacau no chocolate fabricado no Brasil.
Caso seja aprovada, a proposta ainda precisará tramitar na Câmara dos Deputados e ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de se tornar lei.
A proposta visa a aprimorar uma portaria de 2022 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já define percentuais mínimos para alguns produtos produzidos a partir do cacau.
Fruto do cacau
Adobe Stock
De acordo com a versão atual da proposta, feita pelo senador baiano Angelo Coronel (PSD), os chocolates devem ter, no mínimo, as seguintes características:
cacau em pó: no mínimo 10% de manteiga de cacau e, no máximo, 9% de umidade;
chocolate amargo ou meio amargo: mínimo de 35% de sólidos totais de cacau – dos quais ao menos 18% devem ser manteiga de cacau e 14% devem ser isentos de gordura;
chocolate em pó: mínimo de 32% de sólidos totais de cacau;
chocolate ao leite: mínimo de 25% de sólidos totais de cacau e o mínimo de 14% de sólidos totais de leite ou seus derivados;
chocolate branco: isento de corantes, com mínimo de 20% de manteiga de cacau e o mínimo de 14% de sólidos totais de leite.
🍫 Além disso, o texto também define como deve ser a composição de outros subprodutos do cacau, como a manteiga, licor, bombom e a versão solúvel.
🍫 Nesses casos, no entanto, não há um percentual mínimo de sólido de cacau na regra proposta.
O texto ainda exige que os produtos produzidos a partir do cacau contenham, em suas embalagens, o percentual de fruta.
"O estabelecimento de critérios básicos é necessário para que seja garantido, aos consumidores, o mínimo de detalhamento sobre o produto. O objetivo é evitar que eles sejam induzidos ao erro pela falta de informação nas embalagens e materiais de publicidade", disse Coronel.
O autor original da proposta, senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), ainda ponderou que os percentuais propostas ainda estão abaixo do de outros países, mas que é importante criar parâmetros para o mercado brasileiro de chocolates.
"Em outros países, esse percentual chega a ser superior. É o caso da Bélgica e Suíça, que exigem um mínimo de 35% a 50% de cacau na fórmula do chocolate", afirmou.
Marinho ainda acredita que a medida pode incentivar um aumento na produção brasileira de cacau, que hoje é liderado pelo Pará, estado do senador.
“Temos um grande potencial para expandir a produção de cacau. O Plano Inova Cacau 2030, do governo federal, traz um cenário bastante favorável para esse fortalecimento da lavoura cacaueira. A expectativa é alcançar 400 mil toneladas daqui a cinco anos. Acredito que o projeto vai acelerar esse avanço", disse.
Preço do chocolate atinge maior patamar em dois anos
Legislação atual
Em 2022, a Anvisa publicou uma resolução que define requisitos mínimos de cacau na composição de produtos para que eles sejam considerados de qualidade e tenham segurança alimentar.
🍫 Desde então, para ser considerado chocolate, o produto deve conter, pelo menos, 25% de cacau em sua composição e, para o caso de chocolate branco, 20%.
À época, a Agência usou a mesma justificativa do senador Coronel para definir critérios mínimos de cacau para que um produto seja considerado chocolate, seguindo normativos internacionais.
"Essa Resolução foi elaborada considerando referências internacionais[ ...] com o objetivo de estabelecer normas internacionais na área de alimentos, que visam proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas leais de comércio entre os países", afirmou o órgão.
Crise do cacau
💰 O preço do cacau no mercado internacional disparou nos últimos dois anos: saltou de US$ 2.894 em março de 2023 para US$ 8.390 no valor atual, considerando a saca (50 kg).
Foi um aumento de 190%. No pico da valorização, chegou a subir 300%, um recorde nos últimos 50 anos.
A principal razão para essa diminuição na oferta reside nos impactos negativos das mudanças climáticas nas lavouras de cacau, especialmente na África Ocidental, região responsável pela maior parte da produção mundial.
Cerca de 65% das amêndoas de cacau do mundo vêm de quatro países da África Ocidental: Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões.
No centro do problema está a dispersão de um vírus que causa a doença do broto inchado do cacau (CSSV, da sigla em inglês). O agente infeccioso se espalha de árvore em árvore e pode reduzir a produtividade em 50% em apenas dois anos.
Preço do cacau anima produtores, mas a indústria reclama por causa dos custos mais altos
Produto 'sabor chocolate'
Também por conta dessa situação, a indústria tem apresentado ao mercado alternativas mais baratas: produtos que não cumprem as especificações mínimas para serem chamados de chocolate e se apresentam como “sabor chocolate”.
Relator do texto no Senado, Angelo Coronel diz que a proposta não vai impedir a venda de produtos a base de cacau cujo percentual seja menor – mas eles terão que ser chamados de outra forma.
"A sugestão aqui apresentada não impede a comercialização de produtos com conteúdo de cacau inferior ao sugerido, mas não permite que por similaridade ou por conter ínfimas partes de cacau, outros produtos sejam denominados chocolate", afirmou.
A engenheira de alimentos Luciana Monteiro explica que a lista de ingredientes em um rótulo, por lei, é feita em ordem decrescente de quantidade – ou seja, do ingrediente mais usado para o menos usado.
Assim, se o açúcar figurar como o primeiro ingrediente da lista, indica que o produto contém uma proporção maior de açúcar do que de cacau, sendo um sinal de alerta sobre a qualidade.
Tramitação na Câmara
Atualmente na Câmara dos Deputados quatro projetos sobre o tema foram apensados – unidos em um só – para também definir sobre o percentual mínimo de chocolate que um produto deve ter.
Entretanto, a proposta da Casa é mais genérica e exige um percentual mínimo maior, de 35% de sólidos de cacau na composição do chocolate.
Além disso, o texto proíbe o uso do termo "achocolatado" para produtos comercializados sem ingredientes a base de cacau.
O texto está em tramitação na Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) e ainda precisaria passar por outras três comissões antes de chegar ao plenário.
Entretanto, se o texto do Senado for aprovado, terá preferência na tramitação na Casa.
Fraudes no INSS: AGU cria grupo para buscar recuperação de dinheiro descontado das vítimas
Polícia afirma que mensalidades eram cobradas de aposentados e pensionistas sem autorização por meio de associações envolvidas no esquema. Os desvios podem chegar a R$ 6,3 bilhões. A Advocacia-Geral da União (AGU) instituiu um grupo especial, nesta quarta-feira (23), para tentar reparar os danos causados pelas fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). De acordo com o órgão, a equipe também será responsável por promover a recuperação dos valores descontados irregularmente dos aposentados e pensionistas prejudicados pelo esquema. A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação nesta quarta que revelou desvios que podem chegar a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024. Presidente do INSS é demitido ➡️De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles. ➡️Seis servidores públicos foram afastados de suas funções, entre eles o presidente do INSS, que foi demitido no fim desta tarde, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. LEIA TAMBÉM Entenda o esquema de fraudes no INSS que resultou na demissão do presidente do órgão Fraude no INSS é problema antigo, e desafio é recuperar recursos para ressarcir vítimas, diz especialista Grupo na AGU O grupo especial será constituído por oito advogados da AGU, e terá caráter temporário. Os membros serão designados pelos órgãos de direção superior da AGU: a Procuradoria- Geral Federal (PGF) e a Consultoria-Geral da União. Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que o órgão vai trabalhar "para manter a íntegra da capacidade do INSS e promover a proteção social dos cidadãos, além de de garantir a renda dos trabalhadores em situação de vulnerabilidade". “O Estado brasileiro, os aposentados e pensionistas foram lesados por esse esquema. Por isso, também vamos buscar a responsabilização das entidades que promoveram os descontos ilegais e recuperar cada centavo desviado”, complementa.
Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, é demitido após operação sobre fraudes
Stefanutto tinha sido afastado do cargo por ordem judicial, pela manhã, em operação para apurar supostos desvios. Ele é o segundo presidente do INSS a cair desde o início do governo. Presidente do INSS é demitido
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi demitido nesta quarta-feira (23). O nome do substituto ainda não foi anunciado.
A demissão já tinha sido decidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da tarde, como informou o blog da Andréia Sadi.
A exoneração é assinada pela atual secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior. O ministro titular, Rui Costa, está de férias.
O nome do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, não aparece no ato de exoneração. Mais cedo, Lupi disse que a indicação de Stefanutto foi de sua "inteira responsabilidade".
Stefanutto tinha sido afastado da função nesta quarta-feira (23) pela Justiça, por seis meses, após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizarem uma operação conjunta contra fraudes no INSS.
As investigações apontam descontos indevidos de valores de aposentados e pensionistas do INSS, que foram realizados no período de 2019 a 2024. Os desvios, conforme as investigações, podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
Entenda o esquema de fraudes no INSS que resultou no afastamento do presidente do órgão
O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Divulgação/INSS
Em entrevista coletiva pela manhã, o presidente do PDT e ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse que a indicação de Stefanutto na presidência do INSS era de "inteira responsabilidade" dele.
Stefanutto é o segundo presidente do INSS a cair, no atual mandato de Lula, em razão de suspeitas de irregularidades.
Anterior ocupante do cargo e também escolhido por Lula, Glauco Wamburg foi exonerado ainda em 2023 por suposto uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo.
'Café fake' apreendido em operação é feito de 'lixo' da lavoura e não tem café, diz ministério
Produtos foram encontrados no mês de fevereiro, em operação realizada pelo Ministério da Agricultura nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná. As marcas, que não tiveram os nomes divulgados, já foram recolhidas dos supermercados. Matéria-prima apreendida pelo Ministério do Agricultura em estabelecimentos que produzem "pó sabor café"
Ministério da Agricultura/Divulgação
O governo federal detalhou, nesta quarta-feira (23), a composição de produtos apontados como 'café fake' que foram apreendidos, em fevereiro, em uma operação realizada em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
Os produtos são de três marcas que não foram reveladas e sequer continham café, segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.
A análise feita pelo ministério indicou que eles eram compostos por cascas de grão e elementos considerados "lixo" da lavoura – grãos ardidos, defeituosos, que são dispensados no processo de produção de café.
Além disso, as bebidas continham uma toxina cancerígena.
Para ser considerada café, a bebida tem que ser feita apenas do fruto. A legislação brasileira de alimentos tem algumas categorias que, caso o ministério assim entenda, poderiam enquadrar o "pó sabor café" (saiba mais).
Mas nem todos os produtos conhecidos como "café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição nem especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.
'CAFÉ FAKE': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Fora dos supermercados
O ministério informou que os produtos apreendidos não podem ser considerados alimentos e foram recolhidos dos supermercados.
“Recolhemos [dos supermercados] porque a matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, disse Caruso.
Agora, eles deverão ser analisados também pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Ministério fiscalizou os locais após denúncias de fraude. Nos estabelecimentos, os agentes já haviam encontrado irregularidades nas matérias-primas utilizadas, como cascas, grãos defeituosos e aromatizantes.
Entenda a diferença entre café extraforte, tradicional, gourmet e especial
Como ler rótulos de cafés e o que levar em conta na hora de escolher o produto
O que é o 'café fake'
Com o preço do café subindo constantemente nos últimos meses, o "pó sabor café" tem se espalhado pelos supermercados e ganhou o apelido de "café fake" ou "cafake".
O item, que é mais barato e não é igual a pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
Entenda por que preço deve continuar subindo em 2025
O Ministério da Agricultura investiga esse tipo de produto para avaliar se eles poderiam pertencer a outras categorias que não o café.
Por exemplo, a "mistura para preparo de alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de ingredientes adicionados de outros itens, como água, para o consumo. Alguns exemplos de produtos inclusos nessa legislação são cappuccino e massa para bolo.
Existe ainda a categoria dos "preparados sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas. É o caso de chás e refrescos.
A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.
Saiba como diferenciar café do 'fake café' pela embalagem
Bruna Azevedo / arte g1
Embalagem que induz ao erro
Apesar de informar na embalagem que se trata de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: "Melissa".
"O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Pó sabor café que imita o café Melitta. Foto foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), que está denunciado os casos.
Divulgação / Abic
Compra do Banco Master pelo BRB: Justiça do DF nega pedido para suspender negociação
Pedido foi feito pelo Sindicato dos Bancários de Brasília. Compra foi anunciada em março, após aprovação do Conselho do Banco de Brasília; negócio consiste na aquisição de 58% do capital total do Master. Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O juiz Júlio Roberto dos Reis, da 25ª Vara Cível de Brasília, negou o pedido de suspensão da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A ação popular para interromper a negociação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo de Souza.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp.
🔎 A compra do Banco Master pelo BRB foi anunciada no dia 28 de março, após a aprovação da negociação pelo Conselho do Banco de Brasília. O negócio, que consiste na aquisição de 58% do capital total do Master, precisa ser aprovado pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
De acordo com a decisão do juiz, a petição feita pelo sindicato tem como objetivo "obter os documentos e suspender os efeitos da compra do Banco Master pelo BRB". No entanto, o documento precisa de "reparos", e um deles é a inclusão do Distrito Federal na demanda.
"Conforme narrado pelo autor, o fundamento para esta ação constitucional seria a prática de transação 'com consequências diretas sobre o patrimônio público'. [...] De modo que o Ente Distrital, titular do direito atingido e detentor de legítimo interesse jurídico, a princípio, também deve integrar a demanda", aponta a decisão.
O juiz deu o prazo de 15 dias para o autor do pedido incluir o DF como parte interessada. Se a adição não for feita dentro do prazo, a petição inicial pode ser indeferida.
Além disso, o juiz considerou que a petição não tinha provas robustas e nem perigo iminente, "já que o processo de incorporação de instituições bancárias é complexo e demanda tempo".
Questionado pelo g1, o Sindicato dos Bancários de Brasília não se posicionou sobre a decisão até a última atualização desta reportagem.
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima. Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
BRB anuncia compra do Banco Master
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Entenda por que preço do açúcar cristal tem alta mesmo em início da safra em São Paulo
Indicador Cepea/Esalq fechou em R$ 144,31 a saca de 50 quilos. Cenário de oferta reduzida intensificado pelas chuvas registradas no período que fizeram com que usinas interrompessem operações no campo. Com novas altas, Indicador atinge casa dos R$ 144 a saca no estado de São Paulo
Reprodução/TV Gazeta
Os preços médios do açúcar cristal, um dos principais derivados da cana-de-açúcar, registram alta no início da safra 2025/2026 no mercado spot do estado de São Paulo, quando a entrega da mercadoria é imediata com pagamento à vista. A informação foi divulgada em boletim desta quarta-feira (23) do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP).
O cenário de oferta reduzida intensificado pelas chuvas registradas no período que fizeram com que as usinas interrompessem as operações no campo explicam o panorama. Entenda mais, abaixo.
Pesquisadores do Cepea explicam a alta nas cotações neste primeiro mês da safra 2025/26 se deve, especialmente, a restrição da oferta de açúcar, principalmente dos tipos de melhor qualidade, como a do açúcar Icumsa até 180.
Ainda conforme o Centro de Pesquisas, embora a colheita da cana-de-açúcar já tenha começado em algumas regiões de São Paulo, chuvas isoladas vêm interrompendo temporariamente as operações no campo e, consequentemente, nas usinas.
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No último dia 17 de abril, o Indicador Cepea/Esalq fechou a R$ 144,31 a saca de 50 quilos. Esse valor não era registrado desde 11 de fevereiro de 2025, período da entressafra 2024/25.
"Além disso, pesquisadores do Cepea ressaltam que é comum a disponibilidade de lotes de açúcar cristal Icumsa até 180 aumentar gradativamente nas primeiras semanas de moagem, visto que usinas costumam iniciar a produção com etanol ou açúcar VHP", acrescentam os pesquisadores do Cepea no boletim divulgado nesta quarta-feira.
Movimento de queda em janeiro
No início de janeiro, ainda segundo o Cepea, as negociações do açúcar cristal branco no mercado spot de São Paulo tiveram ritmo lento primeiros dias deste ano. O movimento lento já era esperado para este período de recesso, segundo os pesquisadores do setor. "Com liquidez reduzida, os preços apresentaram pequenas oscilações", conforme apontam levantamentos do Cepea.
Indicador Cepea/Esalq do hidratado registrou alta de 1,37% em relação à primeira semana de junho e fechou em R$ 2,3378/litro.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Açúcar em alta, etanol em baixa
Diferente do açúcar cristal, o preço do etanol hidratado tem queda no mercado paulista na última semana. Entre 14 e 17 de abril, o Indicador Cepea/Esalq do combustível fechou em R$ 2,7140 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins). O valor representa queda de 1,17% na comparação com semana anterior.
No caso do anidro, o indicador subiu 2,27% no mesmo período comparativo, passando a R$ 3,1508/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins).
Os agentes do mercado seguem apreensivos e cautelosos, segundo o Cepea.
"Além da entrada de produto da nova safra 2025/26, o foco atual tem sido o fechamento de contratos envolvendo o etanol anidro. O setor também está atento às movimentações nos valores do barril do petróleo e aos possíveis desdobramentos sobre o preço da gasolina A nas refinarias", analisam os pesquisadores do setor.
"Outra expectativa envolvendo o mercado brasileiro, conforme o Centro de Pesquisas, recai sobre a proximidade da mudança do PIS/Cofins a partir de 1º de maio, o que tende a melhorar a liquidez do etanol hidratado nos próximos dias", acrescentam.
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Claudia Assencio/g1
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Pedido para isentar café de tarifas foi 'bem recebido' por governo Trump, diz presidente de associação americana
National Coffee Association pediu isenção logo depois que Trump anunciou taxar em 10% produtos importados do Brasil. Grãos de café brasileiro.
Divulgação/Cocapec
O pedido da National Coffee Association (NCA) para isentar as tarifas de importação de café foi "bem recebido" pelo governo dos EUA, disse nesta quarta-feira (23) o presidente da associação, William Murray.
"Achamos um sinal positivo", afirmou por videochamada durante o 30º Encontro do Café, em Campinas (SP), realizado pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
A solicitação da NCA foi feita logo após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar um tarifaço sobre os seus parceiros comerciais, no dia 2 de abril. Para o café brasileiro, a tarifa ficou em 10%.
Os EUA são hoje a população que mais bebe café do mundo. E o Brasil é o maior fornecedor do grão verde para os americanos.
Antes do tarifaço, os americanos tinham taxa zero para importar café verde de qualquer país.
"Por que o café tem situação especial? [Porque] Nos EUA, nós só plantamos menos de 1% do café que consumimos. A maior parte das mudanças propostas tem a ver com empregos. Será que podemos trazer novos empregos aos EUA?", disse Murray.
Segundo ele, todos os negócios de café no país, como indústrias, torrefações e cafeterias, geram 2,2 milhões de postos de trabalho, US$ 38 bilhões em impostos e giram US$ 343 bilhões na economia.
"A situação da tarifa está muito mutável. O presidente Trump tem realizado mudanças diárias que afetam os preços dos produtos", comentou.
"Estamos em uma situação que pode potencialmente aumentar o preço e significa pressão adicional aos consumidores. Não posso dar números específicos, mas 10% no café importado, significa mais de 10% [ de custo] para o consumidor", acrescentou.
Como ficaram as tarifa para o café
Os principais fornecedores de café para os EUA são o Brasil e a Colômbia, respectivamente, e embarcam, em grande parte, café arábica. Para os dois países, as taxas ficaram em 10%.
Já outros parceiros que vendem café robusta levaram taxas maiores. Como o Vietnã, com 46%, e Indonésia, com 32%.
No dia 9 de abril, entretanto, Trump reduziu para 10% todas as tarifas por 90 dias para todos os países, com exceção da China.
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Não haverá redução unilateral de tarifas sobre a China, diz porta-voz da Casa Branca
Declaração de Karoline Leavitt foi feita nesta quarta-feira (23), durante entrevista à Fox News. Ao todo, os EUA impõem taxas de até 245% sobre a importação de produtos chineses. Já o gigante asiático aplica taxas de até 125% sobre produtos norte-americanos. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt
REUTERS
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quarta-feira (23) que não haverá redução unilateral nas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos importados da China. A declaração é mais um elemento na escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
"A China precisa fazer um acordo com os EUA. Estamos otimistas de que isso acontecerá. E, quando acontecer, caberá ao presidente [Donald Trump] decidir qual será a taxa tarifária sobre a China", disse Leavitt, em entrevista à Fox News.
"Mas, certamente, precisamos ver uma redução nas tarifas, inclusive nas tarifas não monetárias", acrescentou a porta-voz do governo, ao destacar que os EUA precisam "continuar observando" empresas estrangeiras "trazerem sua produção de volta" para o país.
Na véspera, Trump disse que um acordo com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas impostas pelos EUA sobre a China e indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Um documento divulgado na última semana pelo governo de Trump esclareceu que as taxas impostas pelos EUA sobre produtos chineses chegam a 245%, em resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
"Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%", diz o texto.
🔎 A Seção 301, da Lei de Comércio, foi projetada para abordar práticas estrangeiras injustas que afetam o comércio dos EUA e pode ser usada para responder a atos, políticas e práticas de governos estrangeiros que sejam "irracionais ou discriminatórios e que onerem ou restrinjam o comércio dos EUA", segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
Na investigação da Seção 301, os EUA apuraram "práticas desleais" da China relacionadas à transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação.
Após a divulgação do documento, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, chegou a se manifestar sobre as tarifas de 245%.
"Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas", disse, ao reforçar que a China deve manter sua posição na guerra comercial. As tarifas do gigante asiático sobre produtos importados dos EUA chegam, hoje, a 125%.
Em 2 de abril, no que Trump chamou de "Liberation Day" (ou "Dia da Libertação"), o governo americano impôs uma tarifa de 10% sobre mais de 180 países, além de individualizar tarifas recíprocas para os países com os quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. As taxas chegaram a até 50%.
Desde então, segundo a Casa Branca, mais de 75 países já procuraram os EUA para discutir novos acordos comerciais e reduzir as tarifas. (entenda abaixo a guerra tarifária)
Para dar mais tempo para as negociações andarem, Trump anunciou uma "pausa" nas tarifas recíprocas individualizadas em 9 de abril, mantendo apenas as taxas de 10% sobre todos os países por 90 dias.
A exceção foi a China, que não procurou os EUA para negociar e retaliou o país, aumentando também as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas.
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
Entenda a escalada da guerra tarifária
A guerra tarifária se intensificou no dia 2 de abril, quando Trump detalhou as chamadas tarifas recíprocas, de 10% a 50%, sobre mais de 180 países. A partir de então, o principal foco ficou na guerra comercial entre EUA e China.
Como resposta ao "tarifaço", os chineses retaliaram os norte-americanos com taxas extras de 34% (da mesma magnitude) sobre os produtos importados do país. A partir de então, houve uma escalada nas alíquotas.
A falta de um acordo fez os EUA chegarem a uma taxa de 145% sobre produtos importados da China. Os asiáticos responderam com taxas de 125% sobre itens americanos, além de outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não recebam mais jatos da empresa americana Boeing.
No dia 11 de abril, o governo Trump também isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos do leque das tarifas recíprocas, conforme divulgação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
No dia 13 de abril, Trump disse que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e destacou que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.
* Com informações da agência Reuters.
Deduzir saúde e educação no IR favorece mais ricos, avalia governo Lula; equipe de Paulo Guedes tinha mesmo entendimento
Avaliações foram feitas pela Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos (SMA) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO). A Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos (SMA) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO) divulgou nesta quarta-feira (23) o relatório bienal relativo aos anos de 2023 e de 2024 com análise sobre várias políticas públicas. Entre os temas avaliados, a equipe econômica citou as deduções em saúde e educação no Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) e concluiu que esses benefícios são apropriados, principalmente, por uma parcela da população de maior renda. Veja a conclusão sobre as deduções com saúde "Diferentemente do que ocorre com gastos com instrução, não há limite para dedução de despesas médicas privadas no Imposto de Renda. Isso gera ao governo um gasto tributário significativo, que é apropriado por uma parcela da população de maior renda. "Considerando o quadro de restrição fiscal e a tendência de ampliação desses gastos nos próximos anos, relatório do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas sugere o fim do benefício ou o estabelecimento de um teto de despesas possíveis de dedução, a exemplo do que já ocorre no caso da educação", diz o governo. Governo propõe limitar isenções do Imposto de Renda por razão de saúde Veja a conclusão sobre as deduções em educação: "A principal justificativa legal para a dedução de gastos privados com educação é a de que isso incentivaria matrículas no setor particular, induzindo à melhoria da qualidade do ensino. Relatório do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas indica que o valor do benefício é insuficiente para alterar as escolhas dos beneficiados, que se encontram entre os brasileiros de maior renda, nas regiões mais ricas." "A avaliação alerta, porém, que a economia com o fim do benefício não necessariamente seria destinada integralmente à educação, e que, na continuidade da política, é possível alterá-la para beneficiar declarantes de imposto de menor renda", avaliou o Ministério do Planejamento. Reforma do Imposto de Renda As avaliações, embora feitas nos últimos anos, foram tornadas públicas em meio à proposta de mudanças no Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF), que tem por objetivo ampliar a faixa de isenção dos atuais dois salários mínimos (R$ 3.036 mil) para até R$ 5 mil a partir de 2026. Além de ampliar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a equipe econômica também propôs uma isenção parcial para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês. Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil mensais, o governo pretende taxar os super ricos, ou seja, aqueles com renda mensal superior a R$ 50 mil — o equivalente a R$ 600 mil por ano. De acordo com números do IBGE, com base em empregos formais e informais na economia, somente 32% dos trabalhadores brasileiros, justamente aqueles com maior renda no país, seriam beneficiados pela ampliação da faixa de isenção do IR, justamente aqueles que estão entre os mais ricos. Embora tenham avaliado que as deduções em saúde e educação no IR favorecem as camadas de maior poder aquisitivo, a equipe do Ministério da Fazenda não propôs alterá-las neste momento. Em entrevista ao g1, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, admite que uma reforma mais ampla do Imposto de Renda é necessária para promover uma maior progressividade, ou seja, taxar proporcionalmente mais os ricos — como acontece nos países desenvolvidos. Ele avaliou que não é possível levar esse objetivo adiante no meio de um mandato presidencial. Em sua visão, esse tipo de reforma tem de ser feita no início de cada governo. "Essa é uma discussão que não faz do dia para a noite, no meio de um mandato. A gente precisa de tempo para construir isso com a sociedade, porque vai envolver um pacto social, uma mudança no padrão de tributação muito grande", disse Pinto, na ocasião. Conclusões da equipe de Paulo Guedes Avaliações parecidas sobre as deduções em saúde e educação no Imposto de Renda já tinham sido feitas anteriormente durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, pela equipe econômica comandada pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes. ➡️Em 2020, o antigo Ministério da Economia concluiu que as deduções no IR para educação favorecem a camada mais rica da população e sugeriu rever o benefício, mas não foram propostas mudanças sobre isso por nenhum dos dois governos. O custo desse beneficio (dinheiro que deixou de ingressar nos cofres públicos) foi de R$ 5,3 bilhões em 2024. ➡️Em 2022, a área econômica do governo anterior também concluiu que apenas 0,8% das deduções de despesas médicas estavam direcionadas aos 50% mais pobres da população, enquanto 88% do benefício concentra-se na parcela (20%) correspondente às famílias de maiores rendas, e 16,4% (1%) de maior rendimento. Não foram propostas mudanças sobre isso por nenhum dos dois governos. O custo desse benefício em 2024 foi de R$ 26,7 bilhões. Na reforma do IR encaminhada na gestão Bolsonaro, e aprovada pela Câmara dos Deputados, mas sem avanços no Senado Federal, não houve proposta de mudança nas deduções em saúde e educação.
Entenda o esquema de fraudes no INSS que resultou na demissão do presidente do órgão
Polícia afirma que mensalidades eram cobradas de aposentados e pensionistas sem autorização por meio de associações envolvidas no esquema. Os desvios podem chegar a R$ 6,3 bilhões. Presidente do INSS é demitido
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) realizaram uma operação, nesta quarta-feira (23), contra um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
➡️De acordo com as investigações, os suspeitos cobravam mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, segundo as estimativas.
➡️O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido, e cinco servidores públicos foram afastados de suas funções.
Operação da Polícia Federal em vários estados brasileiros contra fraudes no INSS.
Polícia Federal
Entenda, nesta reportagem (clique para seguir o conteúdo):
Como funcionava o esquema?
Quando começou a investigação?
Quem são os servidores afastados?
Quem é o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto?
O que os beneficiários prejudicados podem fazer?
Quais os crimes dos envolvidos no esquema?
Como funcionava o esquema?
Segundo a investigação, o esquema consistia em descontar de aposentados e pensionistas do INSS valores mensais, como se eles tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Segundo o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, as associações envolvidas no esquema diziam prestar serviços como assistência jurídica para aposentados e ofereciam descontos em mensalidades de academias e planos de saúde, por exemplo, mas não tinham estrutura.
💲Os descontos indevidos nas pensões e aposentadorias pagas pelo INSS podem chegar a R$ 6,3 bilhões, de acordo com os investigadores.
Ao todo, 11 entidades foram alvos de medidas judiciais. Os contratos de aposentados e pensionistas com essas entidades foram suspensos, segundo o ministro da CGU.
Uma das entidades é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), que tem como vice-presidente o irmão do presidente Lula, José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico.
Em nota, o Sindnapi afirmou que apoia as investigações contra descontos indevidos e que "é uma entidade séria, transparente e responsável." "Atuamos sempre com autorizações formais, em conformidade com as normas do INSS", conclui a manifestação.
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Quando começou a investigação?
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a PF abriu 12 inquéritos para investigar as fraudes.
A CGU entrevistou uma amostra de 1.273 aposentados e pensionistas. A maioria — 97% dessa amostra — afirmou nunca ter autorizado descontos em seus benefícios.
"O que apuramos é que a maioria dessas pessoas não tinha autorizado esses descontos, que eram em sua maioria fraudados, em função de falsificação de assinaturas e de uma série de artifícios para simular essa que não era uma vontade real dessas pessoas", disse Carvalho.
Segundo ele, além de ter havido falsificações de assinaturas, em 72% dos casos as entidades não tinham entregue ao INSS a documentação necessária para fazer os descontos diretamente nos benefícios.
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Cinco pessoas foram presas
A operação desta quarta, autorizada pela Justiça Federal, ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com 211 buscas e apreensões em 34 municípios.
De acordo com Lewandowski, foram apreendidos pela PF nesta manhã carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro vivo.
Também foram determinadas as prisões provisórias de seis pessoas.
Cinco já foram presas e uma estava foragida até a última atualização desta reportagem. Os investigados são de organizações associativas de Sergipe.
Além disso, a Justiça afastou cautelarmente de suas funções seis agentes públicos, que ainda não tiveram seus papéis no esquema divulgados pelos investigadores.
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Quem são os servidores afastados?
procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho;
coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente do INSS, Giovani Batista Fassarella Spiecker;
diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, Vanderlei Barbosa dos Santos;
coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jacimar Fonseca da Silva;
o sexto é um policial federal suspeito de dar suporte ao grupo criminoso, utilizando o cargo para isso. Ele não teve o nome divulgado.
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Quem é o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto?
O presidente demitido do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, é filiado ao PDT e foi indicado, em julho de 2023, para a chefia da autarquia previdenciária pelo aliado e ministro Carlos Lupi (Previdência Social).
Conforme currículo divulgado no site do INSS, Stefanutto é graduado em Direito pela Universidade Mackenzie e mestre em Gestão e Sistema de Seguridade Social pela Universidade de Alcalá (Espanha).
Antes de ser nomeado presidente do INSS, foi diretor de Orçamento, Finanças e Logística da autarquia.
Também foi procurador-federal especializado junto ao INSS, de 2011 a 2017. Antes disso, atuou no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e foi técnico da Receita Federal.
Ele participou do gabinete de transição do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para o de Luiz Inácio Lula da Silva como consultor para assuntos de Previdência Social.
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O que os beneficiários prejudicados podem fazer?
A PF orienta que os aposentados e pensionistas do INSS que tiverem desconto indevido de mensalidade associativa no extrato de pagamentos (contracheque) peçam a exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site meu INSS.
Na tela inicial do Meu INSS, é disponibilizada a consulta de “mensalidade associativa”.
Em seguida, uma funcionalidade no aplicativo/site permite que aposentados e pensionistas além de consultarem o desconto no pagamento, peçam a exclusão e/ou bloqueio através do serviço “exclusão de mensalidade de associação ou sindicato” e/ou “bloqueio de mensalidade de associativa".
O serviço também pode ser solicitado pela Central 135, assim como diretamente às entidades associativas.
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Quais os crimes dos envolvidos no esquema?
Os investigados poderão responder pelos seguintes crimes:
corrupção ativa
corrupção passiva
violação de sigilo funcional
falsificação de documento
organização criminosa
lavagem de dinheiro.
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Banco Mundial corta estimativa de crescimento para o Brasil em 2025 e destaca incertezas
Instituição também reduziu projeções para a América Latina e o Caribe. Para a Argentina, que conseguiu um acordo de US$ 20 bilhões com o FMI, houve aumento das estimativas. Haddad e Lula em Brasília 9/12/2022
Adriano Machado/Reuters
O Banco Mundial diminuiu a previsão de crescimento econômico do Brasil em 2025 para 1,8%. Em janeiro, a instituição estimava um aumento de 2,2% para a atividade do país.
A instituição ainda reduziu a previsão de crescimento para a América Latina e o Caribe como um todo, de 2,5% para 2,1%, destacando que esse crescimento será o mais lento do mundo e que as economias regionais devem se adaptar para enfrentar incertezas globais crescentes.
Entre os fatores que levaram ao ajuste das perspectivas, o Banco Mundial citou:
o atraso em reduções das taxas de juros em economias desenvolvidas;
as preocupações com restrições ao comércio global — em grande parte resultado da guerra tarifária imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump;
a desaceleração do crescimento na China; e
os cortes na assistência ao desenvolvimento no exterior.
Entre os demais países da região, a previsão para o México também diminuiu, de 1,5% para nenhum crescimento em 2025.
A Argentina, por sua vez, deve ter um crescimento econômico de 5,5% este ano, contra previsão anterior de 5%. Vale lembrar que o país garantiu, recentemente, um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"O cenário econômico global mudou drasticamente, marcado por níveis mais altos de incerteza", disse Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a região da América Latina e do Caribe, em uma declaração durante as reuniões da primavera norte-americana do FMI e do Banco Mundial em Washington.
"Os países devem recalibrar suas estratégias e promover reformas ousadas e práticas."
Em meio à necessidade de investimento, os gastos do governo continuam a ser uma preocupação em toda a região da América Latina e Caribe. O Banco Mundial estima que a relação dívida/produção regional aumentou para 63,3% no ano passado, de 59,4% em 2019.
"O acesso à tecnologia e a exploração de economias de escala determinam que o comércio e o investimento estrangeiro direto continuam sendo essenciais para acelerar o crescimento na América Latina e no Caribe", disse William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.
Maloney disse que uma lista mais longa de destinos comerciais e exportações de serviços, bem como o "near-shoring", tendência na qual as empresas transferem a produção para mais perto de seus principais mercados, oferecem oportunidades para a região, o que "exige aumento de produtividade e agilidade".
BC revisa projeções para inflação e PIB 2025
Economia em desaceleração
Nesta semana, o FMI também reduziu suas estimativas para o crescimento da atividade brasileira em 2025 e 2026, para 2%. O corte foi de 0,2 ponto percentual (p.p.) em comparação às projeções divulgadas em janeiro.
Os números são mais pessimistas do que os do governo:
O Ministério da Fazenda projetou em março que o Brasil crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026.
O Banco Central passou a ver que o PIB crescerá 1,9% este ano.
Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política de juros que afeta o crédito.
O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um "importante choque negativo ao crescimento". O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%.
Para a América Latina e Caribe, o FMI reduziu também em 0,5 ponto percentual a projeção para a região em relação a janeiro, para 2%. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%.
Salão do Automóvel de Xangai exibe novos carros elétricos apesar das tarifas de Trump
O Auto Xangai, maior salão do automóvel do mundo, abriu as portas nesta quarta-feira (23) em Xangai. Com quase mil expositores, os fabricantes estrangeiros de automóveis tentam demonstrar que podem enfrentar as ultracompetitivas empresas chinesas que dominam o setor elétrico. Modelo BYD Ocean S é exibido durante a 21ª Exposição Internacional da Indústria Automobilística de Xangai, no Centro Nacional de Exposições e Convenções da cidade
Héctor Retamal / AFP
O 'Auto Xangai', maior salão do automóvel do mundo, abriu as portas nesta quarta-feira (23) em Xangai com as últimas inovações tecnológicas no setor de carros elétricos, em meio às barreiras comerciais que afetam as ambições globais da China.
Com quase mil expositores, os fabricantes estrangeiros de automóveis tentam demonstrar que podem enfrentar as ultracompetitivas empresas chinesas que dominam o setor elétrico.
As empresas alemãs, que já dominaram o mercado no país asiático, participam do evento como montadoras de automóveis 'produzidos na China e para a China'.
Carro voador da Chery
WANG Zhao / AFP
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A Volkswagen, o maior grupo estrangeiro no país, apresentou uma série de novos veículos elétricos e um sistema de assistência ao motorista projetado especialmente para o ecossistema digital chinês.
No estande da BMW, um executivo conversou em mandarim com um assistente de inteligência artificial antes da entrada do CEO, Oliver Zipse, no palco com um veículo utilitário de design futurista da linha 'Neue Klasse'.
"Na BMW, continuaremos defendendo (...) os mercados abertos", declarou Zipse, antes de acrescentar que "os desafios globais exigem cooperação global", em uma aparente referência à turbulência comercial provocada pelas tarifas americanas.
BMW Vision Neue Klassex
WANG Zhao / AFP
Concorrência brutal
As marcas estrangeiras enfrentam uma concorrência brutal de dezenas de rivais locais. O apoio chinês ao desenvolvimento de carros elétricos e híbridos resultou no crescimento do mercado local, que segundo analistas é mais jovem e aberto às novidades.
O 'Auto Xangai', que prosseguirá até 2 de maio, terá uma série de lançamentos. Dezenas de marcas estão presentes, de gigantes estatais até empresas emergentes como Li Auto e Xpeng, gigantes do setor de tecnologia como Huawei e a marca de produtos eletrônicos Xiaomi, que se tornou uma empresa de carros.
As empresas chinesas desenvolveram mais rapidamente e com mais inovação tecnológica devido à concorrência local.
Modelo Denza Z9, da divisão de luxo da BYD
Héctor Retamal / AFP
Uma multidão se reuniu diante do estande da líder do setor BYD para a apresentação de cinco novos carros da série Ocean, assim como um veículo utilitário de luxo de sua filial Yangwang, além de um veículo esportivo sob a marca Denza.
O executivo William Li, da marca Nio, apresentou o modelo ET9, impulsionado por dois chips de direção inteligente patenteados.
A Xpeng revelou suas baterias com tecnologia de IA que possibilitariam um percurso de 420 km com 10 minutos de carga.
BYD Seal 06 DM-i
Héctor Retamal / AFP
Mas o mercado chinês também enfrenta problemas: algumas empresas faliram e outras, como SAIC Motor, BYD e Geely, travam uma guerra brutal de preços.
"O setor é muito competitivo e nem todos vão sobreviver", declarou à AFP o presidente da Xpeng, Brian Gu.
Muitas empresas chinesas pretendem avançar no mercado internacional para que suas vendas no sudeste asiático, Europa e América Latina garantam seu futuro.
Contudo, a Nio admitiu na terça-feira (22) que havia subestimado as dificuldades de expansão na Europa, com obstáculos logísticos e tarifários que afetam a competitividade de seus preços.
Leapmotor B10 foi confirmado pelo Grupo Stellantis para o Brasil
Divulgação | Leapmotor
Para acirrar ainda mais a competitividade fora da China, a Leapmotor, marca parceira da dona da Fiat, a Stellantis, confirmou que o B10 será o segundo modelo a ser comercializado no Brasil. O primeiro, anunciado anteriormente, é o C10.
“Com o B10 e o C10, a Leapmotor disputará uma fatia significativa do segmento de SUVs médios e grandes eletrificados, entregando ao cliente produtos surpreendentes que certamente serão um salto de inovação em relação à concorrência”, afirma Fernando Varela, vice-presidente da Leapmotor para a América do Sul.
Segundo a Stellantis, o B10 é equipado com um dos chips mais modernos do mundo, o Snapdragon 8155 da Qualcomm. De acordo com a fabricante, o sistema é capaz de integrar toda a eletrônica do carro, com diferentes sistemas (cmomo controle de bateria, motor, ADAS e plataforma). Assim, tudo se conversa em uma só central.
A integração permite uma resposta mais rápida de cada equipamento, possibilitando, assim, uma experiência mais ágil. A redução do número de centrais eletrônicas também diminui a complexidade e manutenção do veículo no futuro.
O Leapmotor B10 tem 4,51 metros de comprimento e entre-eixos de 2,73 m
Divulgação | Leapmotor
Ficha técnica do Leapmotor B10 com especificações do modelo chinês. Para o Brasil, podem haver mudanças. Veja as duas opções de bateria que ele tem na China:
Bateria 1: 56,2 kWh com autonomia de 380 km;
Bateria 2: 67,1 kWh com autonomia de 460 km;
Potência: 218 cv;
Torque: 24,5 kgfm;
Comprimento: 4,51 m;
Largura: 1,88 m;
Altura: 1,65 m;
Entre-eixos: 2,73 m.
Preocupação com as tarifas
As tarifas também preocupam empresas estrangeiras que fabricam carros na China, como as americanas General Motors e Ford.
Pequim e Washington estão em um impasse depois que a política tarifária de Donald Trump desencadeou uma crise entre as duas potências, com taxas recíprocas extremamente elevadas.
Desde o ano passado, os fabricantes chineses enfrentam tarifas adicionais da União Europeia, que considera que o apoio estatal chinês às suas empresas prejudica os fabricantes europeus.
Porsche Panamera: suspensão de R$ 57 mil transforma qualquer motorista em piloto
As exportações para a Rússia e o Oriente Médio ajudaram a amortecer os impactos, indicou na terça-feira a empresa AlixPartners.
Outros obstáculos são internos, como a frágil recuperação econômica pós-pandemia.
Ainda assim, o analista alemão Ferdinand Dudenhoeffer afirmou na terça-feira que o evento em Xangai demonstra que a China não perdeu força.
"Se nossa indústria automotiva quiser recuperar o sucesso do passado, deve ser mais como a China", afirmou.
Em pedido de recuperação judicial, Voepass culpa Latam por crise financeira: 'Principal responsável'
Acordo entre as empresas previa que a Latam tivesse todo o controle operacional da Voepass, afirma petição. Crise se agravou após desastre aéreo na região de Campinas. Voepass entra com pedido de recuperação judicial
A Voepass Linhas Aéreas indicou a Latam como "principal responsável" pela crise financeira que culminou no pedido de recuperação judicial, feito pela companhia aérea de Ribeirão Preto (SP) na noite desta terça-feira (22).
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Na petição em que formaliza o pedido, ao qual o g1 teve acesso, a Voepass, que teve todas as operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), afirma que a Latam "exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes".
Ainda de acordo com documento, as empresas possuíam um acordo de Capacity Purchase Agreement (CPA), e não apenas de codeshare, como vinha sendo divulgado anteriormente.
🔎 O acordo de CPA significa que a Latam poderia ter todo o controle na gestão da Voepass, como em uma sociedade, diferentemente do codeshare, que envolvia apenas a utilização de aeronaves da Voepass por parte de passageiros que compram passagens pela Latam.
De acordo com a Voepass, no entanto, depois da tragédia na região de Campinas, a parceira solicitou a suspensão das atividades de quatro aeronaves, mantendo apenas seis em operação. Além disso, também segundo a Voepass, a Latam deixou de repassar aproximadamente R$ 35 milhões relacionados aos custos de manutenção das aeronaves.
"O Grupo Voepass não poderia deixar de indicar, já na largada, que a principal responsável por sua crise econômico-financeira e pelo correlato pedido de Recuperação Judicial é a Latam, a qual exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes, além de inadimplir relevantes obrigações pecuniárias, tomando decisões negociais igualmente relevantes e deletérias", diz trecho.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (23), a Latam repudiou a afirmação da Voepass sobre a atribuição de responsabilidade em relação à crise financeira e disse que o fim da parceria foi motivado principalmente pelo desastre aéreo que matou 62 pessoas em agosto de 2024, em Vinhedo (SP).
"A Latam ressalta também que a Voepass não possui Certificado de Operador Aéreo (COA), conforme suspensão determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Essa suspensão a impede de operar voos de transporte de passageiros, o que reforça as justificativas da rescisão contratual", complementou.
Avião ATR-72 da Voepass, antiga Passaredo Linhas Aéreas, em Ribeirão Preto, SP
Divulgação
Pedido de recuperação judicial
Esta é a segunda vez que a Voepass, que já foi a quarta maior do país, ajuíza processo de recuperação judicial em sua história recente.
A suspensão de voos ocorreu depois que a Anac apontou, em março, uma série de irregularidades e falta de segurança nas operações da empresa, que acumula em torno de R$ 400 milhões em dívidas sem contar débitos em dólares, segundo informações atualizadas na nova petição apresentada pela empresa.
Na petição, a Voepass também credita à suposta ingerência da Latam as dívidas e consequente suspensão dos voos.
"Evidente que a situação agravou a crise financeira da empresa e acabou gerando consequências na operação da companhia, uma vez que estando com seu fluxo de caixa gravemente comprometido. [...] Essa situação com a Latam, indubitavelmente, contribuiu diretamente para a suspensão cautelar das operações aéreas do Grupo Voepass imposta pela Anac em março de 2025", diz.
A crise financeira se agravou principalmente por conta dos desdobramentos do desastre aéreo em Vinhedo e por outras divergências com a Latam, com quem mantinha um acordo que chegou a representar 93% do faturamento.
Em fevereiro, antes de pedir a recuperação judicial, a companhia aérea anunciou uma reestruturação financeira e chegou a obter a suspensão de ações de credores e apreensão de aeronaves. Este mês, ainda sem conseguir autorização da Anac para retomar as atividades, a empresa demitiu funcionários. O número de desligamentos não foi informado.
Em nota, a Voepass informou que o pedido é parte de uma estratégia para reorganizar as finanças e estruturar o capital da empresa, em continuidade ao processo de reestruturação financeira iniciado anteriormente.
"A iniciativa ocorre em um contexto desafiador para o setor aéreo regional, que passa por uma diminuição da oferta de acesso ao transporte aéreo no interior do Brasil, e reflete o compromisso da companhia em preservar sua operação, manter o atendimento aos clientes e honrar seus compromissos com colaboradores e fornecedores", comunicou.
A companhia também informou que a recuperação judicial foi a única saída encontrada para realizar uma reestruturação completa pela retomada de seus serviços. Também comunicou que, caso o pedido seja aceito pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano a ser elaborado para atender todos os credores.
"É importante ressaltar que a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, realizados diretamente pela seguradora."
Qual é a dimensão das dívidas da Voepass?
Segundo informações que constam na nova petição apresentada à Justiça, a Voepass tem em torno de R$ 210 milhões em dívidas com credores concursais, ou seja, existentes antes do pedido de recuperação e sujeitas à negociação no processo.
Desse total atualizado, R$ 43.548.544,02 são referentes a débitos trabalhistas. Outros R$ 162.224.780,02 são classificados pela companhia como créditos quirografários, ou seja, de pessoas jurídicas que têm a receber da empresa, mas que, em um eventual processo de recuperação ou de falência, não têm prioridade. Além disso, a companhia tem R$ 3.413.080,28 em débitos com microempresas e empresas de pequeno porte.
Outros R$ 187.045.956,37 são de débito com credores extraconcursais, ou seja, contraídos depois que a empresa entrou em um processo de recuperação judicial, como encargos e custas do trâmite da ação.
Nessa mesma categoria, a empresa também declarou um débito da ordem de US$ 32.546.146,12, o que daria em torno de R$ 186,3 milhões, na conversão do câmbio comercial.
Balcão de atendimento da Voepass vazio no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, no dia 11 de março de 2025
Joabe Marques e Felipe Pereira/TV Globo
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Dólar emplaca 4ª queda seguida e fecha a R$ 5,71, após recuo de Trump sobre Powell e China; Ibovespa sobe mais de 1,3%
A moeda norte-americana caiu 0,16%, cotada a R$ 5,7184. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,34%, aos 132.216 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar emplacou a 4ª queda consecutiva nesta quarta-feira (23) e fechou cotado a R$ 5,71. O dia foi mais tranquilo para os mercados financeiros globais, que continuaram a repercutir o tom mais ameno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell , e às tarifas sobre a China.
Após criticar Powell na última semana e afirmar que o banqueiro central deixaria o cargo se fosse solicitado, Trump disse, na terça-feira (22), que não planeja demitir o presidente do BC norte-americano.
Embora Trump não possa demitir o presidente do Fed de maneira simples e rápida (isso só poderia acontecer com um longo processo que comprovasse a má atuação de Powell), o recuo do republicano acalma os investidores, que temiam que as falas do presidente pudessem representar um desejo de interferir na instituição.
Além disso, Trump também voltou a falar em um tom mais ameno sobre a China. Ele se disse otimista com a possibilidade de conseguir chegar a um acordo comercial com o país asiático, o que poderia "reduzir substancialmente" as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA".
O presidente disse que, em um eventual acordo final, as tarifas não ficariam "nem perto" das taxas atuais, ainda que não sejam zeradas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,16%, cotado a R$ 5,7184. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6584. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 1,48% na semana;
ganho de 0,22% no mês; e
perda de 7,46% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve queda de 1,32%, cotada a R$ 5,7278.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou em alta de 1,34%, aos 132.216 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 1,98% na semana;
avanço de 1,50% no mês; e
ganho de 9,92% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,63%, aos 130.464 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O tom mais brando usado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para falar sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a China trouxe alívio para os mercados nesta quarta-feira.
Na véspera, o republicano afirmou que não tem planos de demitir Jerome Powell, atual presidente do Fed, mas reforçou que gostaria que as taxas de juros fossem mais baixas.
"Não tenho intenção de demiti-lo", disse Trump a repórteres no Salão Oval. "Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo no que diz respeito à ideia de reduzir as taxas de juros", acrescentou.
A declaração veio após dias de pressão e críticas de Trump contra Powell. Na última quinta-feira (17), o republicano chegou a ameaçar a permanência do banqueiro central no cargo — mesmo sem ter poder para demiti-lo. Trump disse que, caso peça para o chefe do BC deixar a função, ele irá deixar — o que foi negado por Powell.
As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país.
O mau humor de Trump com Powell ocorreu após o presidente do Fed criticar o tarifaço imposto pelo republicano.
Segundo Powell, a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho.
As tarifas maiores podem encarecer os custos de produção no país e esses preços tendem a ser repassados para o consumidor, impactando a inflação.
Além disso, Trump ainda chegou a dar sinalizações mais positivas sobre a guerra tarifária com a China — o que também trouxe alívio aos mercados financeiros.
O republicano afirmou que um entendimento com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA. Segundo cálculos da Casa Branca, as taxas totais contra o país já chegam a 245%.
"Teremos uma negociação justa com a China", disse Trump nesta quarta-feira (23).
Durante a tarde, a porta-voz da Casa Branca, Katherine Leavitt, afirmou que não haverá redução unilateral nas tarifas sobre produtos importados da China, durante entrevista à Fox News.
Segundo a agência de notícias Reuters, fontes familiarizadas com o assunto afirmaram que a Casa Branca avalia a possibilidade de reduzir as tarifas sobre as importações chinesas enquanto aguarda as negociações dos EUA com Pequim. Trump, no entanto, ainda não teria tomado uma decisão.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também tem sinalizado a expectativa de uma redução nas tensões comerciais entre os dois países.
"Há a oportunidade de um grande acordo entre Estados Unidos e China", disse nesta quarta-feira.
"As tarifas entre EUA e China provavelmente terão que ser reduzidas para que possa haver alguma negociação comercial", acrescentou, afirmando que as taxas estão "insustentáveis".
O secretário do Tesouro norte-americano ainda afirmou que as negociações tarifárias não devem ser longas e reiterou que os EUA já estão chegando perto de um acordo com a Índia.
Já o presidente da China, Xi Jinping, voltou a afirmar nesta quarta-feira (23) que as guerras tarifárias e comerciais minam os direitos e interesses legítimos de todos os países, prejudicam o sistema multilateral de comércio e afetam a ordem econômica mundial.
As afirmações foram feitas durante uma reunião de Xi com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e divulgadas pela agência oficial de notícias Xinhua.
Na agenda de indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA indicou que a atividade empresarial do país desacelerou para o nível mais baixo em 16 meses em abril. O indicador foi divulgado nesta quarta-feira, pela S&P Global.
Os dados também mostraram que os preços cobrados por bens e serviços subiram, em meio à incerteza causada pelas tarifas, reforçando os temores do mercado financeiro de uma estagflação que pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil.
Já as vendas de novas moradias unifamiliares nos Estados Unidos aumentaram 7,4% em março, mais do que o esperado, segundo o Departamento de Comércio do país. O movimento, indica o órgão, reflete a perspectiva de que os compradores correram para aproveitar a queda nas taxas de hipoteca, mas ainda há uma preocupação com a recuperação do mercado imobiliário.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Brasil tem maior registro de contaminação por agrotóxicos na década, indica relatório
Maranhão é o estado com maior ocorrência de pulverização de agrotóxicos, afetando comunidades locais, segundo relatório anual da Comissão Pastoral da Terra sobre conflitos no campo. Aplicação de agrotóxico
Eric Brehm / Unsplash
O Brasil teve o maior registro de contaminação por agrotóxicos na década, com 276 casos, segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nesta quarta-feira (23).
O número de 276 ocorrências em 2024 representa um aumento de 762% em relação ao ano anterior, quando 32 casos foram registrados pela CPT.
A grande maioria dos casos (228) ocorreu no Maranhão. Segundo a CPT, comunidades tradicionais estão sendo atingidas pela pulverização aérea de agrotóxicos na região.
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A entidade já havia alertado sobre o aumento de casos de contaminação por agrotóxicos em um relatório sobre o primeiro semestre de 2024, divulgado no último mês de dezembro.
Na ocasião, Ronilson Costa, da coordenação da CPT, disse que um dos fatores que explicava o aumento de casos registrados de contaminação foi o crescimento das denúncias realizadas por comunidades afetadas pelo problema.
“Os casos que aconteceram em 2022 e 2023 foram muito visibilizados. Quanto mais se comunicou esses fatos, mais as pessoas consideraram uma situação grave e passaram a denunciar”, disse Costa no ano passado.
A Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, organiza publicações sobre conflitos no campo desde 1985.
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Brasil registrou mais de 2.000 casos de conflito no campo
O relatório da CPT também indica que houve 2.185 casos de conflitos em 2024, uma queda de quase 3% na comparação com o ano anterior, quando o país bateu um recorde de ocorrências.
Apesar da queda, ainda é o segundo maior número da série histórica, que teve início em 1985.
Por outro lado, os assassinatos diminuíram em 58% na comparação com 2023, com 13 vítimas. Ainda assim, as ameaças de morte foram as maiores da década, com 272 casos registrados, uma alta de 24% frente ao ano anterior.
São registrados os casos entendidos como ações de resistência e enfrentamento que acontecem em diferentes contextos sociais. As disputas envolvem, por exemplo, luta por terra, água, direitos e pelos meios de trabalho ou produção.
Em 2024, as categorias das ocorrências foram disputas por:
terra (78% dos casos);
água (12%);
trabalho (6%);
resistência (4%).
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Indígenas foram as principais vítimas de assassinatos
Em 2024, os indígenas seguiram como as principais vítimas de assassinato por causa dos conflitos no campo. Eles representaram 38% dos casos, com 5 vítimas.
Também foram assassinados 3 trabalhadores sem-terra, 2 assentados, 1 posseiro, 1 quilombola e 1 pequeno proprietário.
Dos 13 assassinatos registrados, 8 aconteceram nas regiões de Exploração das Fronteiras Agrícolas, representando 62% dos casos, segundo o relatório. A área abrange parte do Nordeste, do Norte, do Cerrado e o Matopiba (formado pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
O estudo constatou que 46% dos crimes foram comandados por fazendeiros e 31% tiveram policiais como executores.
Aumento de incêndios e desmatamento
O relatório apontou um aumento de 11% dos incêndios (194) e 39% de crescimento do desmatamento ilegal (209) na comparação entre 2024 e 2023.
Entre julho e agosto de 2024, incêndios de grandes proporções se espalharam pelo Brasil. Na época, o prejuízo estimado para os produtores foi de R$ 14,7 bilhões, em 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais, apontou um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
De acordo com a CPT, a região mais afetada pelo desmatamento e pelo fogo é a Amazônia Legal, com destaque para o Mato Grosso, responsável por 25% dos casos de incêndios registrados no território nacional, e o Pará, que concentra 20% dos registros de desmatamento ilegal.
Trabalho escravo: cresce o número de resgates
Em 2024, cresceu o número de resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão, aponta o relatório. O aumento foi de 39%, o que corresponde a 1.622 trabalhadores resgatados.
Já o número de casos caiu 40%, com o total de 151 registros.
As informações usadas no estudo foram da campanha "De Olho Aberto para Não Virar Escravo".
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Musk anuncia que vai dedicar menos tempo ao governo dos EUA e ações da Tesla sobem 5% no pré-mercado
A notícia alimentou a esperança de que o CEO bilionário passará a se dedicar a corrigir o desempenho da marca e, sobretudo, aumentar as vendas da fabricante de veículos elétricos. Elon Musk, dono do X, da SpaceX e da Tesla, em reunião na Casa Branca, em 26 de fevereiro de 2025
Reuters/Bryan Snyder
As ações da Tesla subiam cerca de 5% no pré-mercado desta quarta-feira (23), depois que o fundador e CEO da montadora, Elon Musk, anunciou que passaria menos tempo trabalhando para o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A notícia alimentou a esperança de que o CEO bilionário passará a se dedicar a corrigir o desempenho da marca e, sobretudo, aumentar as vendas da fabricante de veículos elétricos.
A participação de Musk no chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do governo Trump, onde enfatizou a redução agressiva de custos por meio de cortes de empregos federais, causou forte reação pública e política, levando a protestos e vandalismo em showrooms da Tesla.
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Lojas da Tesla, de Elon Musk, são pichadas por ativistas ambientais na Suécia
Musk reconheceu a reação negativa, mas minimizou as preocupações de que os danos à marca estivessem por trás da queda de 25% nas vendas de automóveis da Tesla no primeiro trimestre, uma baixa mais acentuada do que o esperado, e da forte redução de 71% no lucro líquido da companhia.
Musk disse que vai reduzir seu número de dias dedicados ao DOGE para uma ou duas vezes na semana a partir do próximo mês, já que "o grande trabalho árduo necessário para colocar a equipe do DOGE em funcionamento e trabalhar com o governo para colocar as finanças em ordem está praticamente concluído".
Investidores apostam que isso aliviaria um pouco a pressão sobre a marca Tesla e daria a Musk mais tempo para se concentrar em como reverter a queda nas vendas, que levaram as ações da empresa a despencarem quase 50% em relação ao seu pico registrado em dezembro passado.
"Os investidores podem respirar aliviados, já que Elon Musk disse que se afastará da DOGE no próximo mês, potencialmente aliviando um pouco a pressão sobre a imagem da marca Tesla", disse Chris Beauchamp, analista da plataforma de negociação online IG.
"Após uma queda de 50% no preço das ações, os investidores estão inclinados a ter uma visão diferente e com Musk prestes a retornar, esses números podem ser deixados de lado na esperança de que uma mão mais segura esteja no comando novamente."
Analistas da Morningstar disseram: "Acreditamos que o mercado estava preocupado com a possibilidade de Musk se distrair da liderança da Tesla e potencialmente prejudicar a marca. A decisão de Musk de reduzir seu papel consultivo (no governo) deve aliviar essas preocupações."
A fabricante de veículos elétricos está a caminho de lançar um carro mais acessível — considerado uma via crucial para o crescimento futuro — no primeiro semestre de 2025, mas "o ritmo pode ser mais lento do que esperávamos", disse Lars Moravy, vice-presidente de engenharia da Tesla.
Na semana passada, a Reuters noticiou o atraso nos planos da Tesla para um carro acessível, uma versão simplificada e fabricada nos EUA de seu SUV mais vendido, o Model Y.
A Tesla, no entanto, afirmou que estava no caminho certo com os planos de lançar uma frota de robotáxis em Austin, Texas, em junho.
"Os investidores parecem dispostos a ignorar a queda nas vendas de automóveis por enquanto, optando por se concentrar no prêmio maior: um futuro autônomo", disse Matt Britzman, analista sênior de ações da Hargreaves Lansdown.
‘A economia de Francisco’: o que é o movimento econômico inspirado e apoiado pelo papa
Presente em mais de 20 países, grupo trabalha para investir no desenvolvimento de um sistema econômico que prioriza a dignidade humana, a justiça social, a paz e o respeito ao meio ambiente. Papa Francisco esteve em Aparecida, em 2013
Bruno Miani/A Tribuna Jornal
Defensor dos mais pobres durante seus 12 anos no comando da Igreja Católica e até chamado de comunista em diversas ocasiões, o papa Francisco — que faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos — inspirou a criação de um movimento econômico liderado por jovens economistas, empreendedores e pesquisadores.
Batizado de “A economia de Francisco” (EoF, na sigla em inglês), o movimento surgiu após um convite do papa, que pedia que as novas gerações criassem uma economia mais inclusiva e globalizada.
Assim como Jorge Mario Bergoglio, que escolheu o nome Francisco como pontífice, o grupo se inspira na história de São Francisco de Assis. Ele foi o criador da Ordem Franciscana da Igreja Católica, que preza pela renúncia à riqueza para servir aos pobres. Ele também é conhecido como o santo dos animais e do meio ambiente.
Hoje presente em mais de 20 países, inclusive o Brasil, o movimento “A economia de Francisco” trabalha para investir em empreendimentos e pesquisas que acelerem o desenvolvimento de um sistema econômico que prioriza a dignidade humana, a justiça social, a paz e o respeito ao meio ambiente.
Entenda nesta reportagem:
Como surgiu “A economia de Francisco”
O que faz “A economia de Francisco”
Quais os pilares do movimento apoiado pelo papa
O que dizia Francisco sobre economia, comunismo e o papel da Igreja
O pacto para “A economia de Francisco”
'Deus é brasileiro', 'eis-me aqui'... mensagens do papa Francisco
Como surgiu “A economia de Francisco”
“Caros amigos, escrevo para convidá-los para uma iniciativa que tanto desejo. Um evento que me vai me permitir encontrar jovens homens e mulheres que estudam ou interessados em uma economia diferente — uma que gera vida e não mata, que inclui e não exclui, que humaniza e não desumaniza, que cuida do meio ambiente e não o saqueia. Um evento para nos ajudar a nos encontrar, a estar juntos e a fazer um 'pacto' para mudar a economia de hoje e dar alma à economia de amanhã.”
Com essas palavras, enviadas do Vaticano em 1° de maio de 2019, o papa Francisco iniciava uma carta convidando todos os jovens católicos interessados em pensar em uma forma diferente de fazer economia.
O convite era para um encontro com o próprio papa e outros profissionais experientes da área econômica na cidade de Assis, na Itália, para discutir, entre outros pontos:
novos entendimentos sobre a economia e o progresso;
o combate à cultura do desperdício;
formas de dar voz aos desassistidos;
propostas de um novo estilo de vida, guiado pela respeito à natureza e ajuda aos mais pobres.
O evento foi adiado devido à pandemia de Covid-19, mas o convite foi suficiente para iniciar o movimento.
Milhares de jovens estudantes, economistas, pesquisadores e empreendedores de várias partes do mundo se reuniram em eventos online ao longo de três anos, iniciando pesquisas e apoiando projetos pessoais e coletivos que acelerassem a implementação dessa nova economia.
Em setembro de 2022, o encontro presencial finalmente aconteceu, e os jovens assinaram um pacto com o papa, comprometendo-se a transformar suas próprias relações com o sistema e o futuro da economia em uma “economia do Evangelho”, que não financie guerras, combata a proliferação de armas e se coloque a serviço de todas as pessoas.
"Uma economia que não deixe ninguém para trás, que reconheça e proteja o trabalho digno e seguro para todos, uma economia onde as finanças sejam amigas da economia real e do trabalho, uma economia que salvaguarde as culturas, as tradições dos povos, todas as espécies vivas e os recursos naturais da Terra", determinou o pacto. (veja o texto completo mais abaixo)
Papa Francisco se despedindo de jovens em evento do movimento " A economia de Francisco"
Reprodução/The Economy of Francesco
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O que faz "A economia de Francisco"
Desde a implementação do movimento, os participantes se dividem em três áreas principais:
📚 Educação e pesquisa;
💼 Empreendedorismo;
📍 Eventos locais e globais.
📚 A maioria dos projetos da comunidade estão na área de educação e pesquisa.
O principal deles é o EoF Academy, uma rede internacional de jovens acadêmicos que oferece, anualmente, um plano de atividades educacionais e bolsas de estudo para pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado interessados em se aprofundar nos pilares da economia de Francisco.
A comunidade também realiza, anualmente, um curso de verão (na segunda metade do ano, por conta das estações no hemisfério norte). O EoF Summer School é um curso intensivo de poucos dias voltado para estudantes ou profissionais das áreas de ciências sociais e econômicas, abordando temas como comércio e lucros sob a perspectiva da nova economia.
Ainda na área de educação, há o EoF School, uma escola online com aulas mensais em inglês para interessados de qualquer parte do mundo sobre temas econômicos a partir da visão da economia de Francisco. As aulas incluem palestras e atividades em grupo.
💼 Na área de empreendedorismo, a comunidade promove eventos e iniciativas para apoiar negócios alinhados aos pilares da economia defendida pelo movimento.
Os participantes são incentivados e ensinados, por meio de aulas, palestras, workshops, mentorias e encontros de relacionamento com outros profissionais, a desenvolver seus próprios negócios nas regiões onde moram.
O movimento busca parcerias com fundações, associações e atores privados para apoiar e investir na criação e expansão desses negócios, todos fundamentados nos pilares do movimento.
📍 Os eventos regionais e globais organizados pelo movimento buscam reunir jovens de diferentes territórios e religiões para conscientizar e transformar hábitos que podem ser destrutivos para uma economia mais justa e sustentável.
Em 2025, por exemplo, haverá um evento global em novembro, com milhares de participantes discutindo formas de restaurar a economia para que ela possa "servir à vida das pessoas", e não o contrário.
Para isso, a organização convida os jovens do mundo inteiro a, entre abril e novembro, adotarem propósitos pessoais — como optar por bancos e negócios éticos e reduzir o consumismo — e realizarem caminhadas até locais em suas cidades que promovem um modelo financeiro que respeite a dignidade humana.
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Quais os pilares do movimento apoiado pelo papa
São 12 os pilares que guiam as atividades do movimento "A economia de Francisco":
Políticas para a felicidade: a defesa pela possibilidade de a economia viabilizar momentos e espaços para as relações interpessoais e práticas que estimulem qualidade de vida e felicidade;
Energia e pobreza: a defesa pela transição energética global para uma energia verde e limpa, com compartilhamento de tecnologias entre governos e empresas de países ricos e pobres para que todos tenham acesso;
Vida e estilo de vida: a transformação no modo de consumir, adotando uma postura mais consciente que evite desperdícios, exageros e prejuízos ao meio ambiente;
Negócios e paz: a condenação de "investimentos perversos", que valorizem armas ou o lucro acima da vida das pessoas;
Mulheres na economia: a inclusão de mulheres nos negócios, com acesso a educação e outras ferramentas para prosperar;
Negócios em transição: o auxílio e incentivo para a transição de negócios já existentes em um modelo mais sustentável;
Trabalho e cuidado: a defesa por uma cultura de trabalho que priorize a dignidade das pessoas, reconheça a contribuição de cada trabalhador, gere valor econômico compartilhado e elimine a pobreza no trabalho;
CO2 e desigualdades: o incentivo a estudos sobre as melhores formas de conduzir negócios e a economia de forma a proteger a humanidade de forma integral;
Gestão e doação: a defesa por um estilo de liderança que valorize as pessoas acima da "supremacia" de alguém;
Vocação e lucro: o auxílio aos jovens que buscam entender qual sua vocação para o trabalho e como conseguir uma boa vida financeira a partir disso;
Agricultura e justiça: a criação e apoio para projetos agrícolas que promovem acesso à terra e comida para todos;
Finanças e humanidade: a defesa pela conversa com mercados financeiros para a promoção de negócios que favoreçam o desenvolvimento humano de forma integral para todos.
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O que dizia Francisco sobre economia, comunismo e o papel da Igreja
A escolha do nome Francisco como sua alcunha como papa revela a visão do argentino Jorge Mario Bergoglio sobre dinheiro e economia.
Membro da ordem religiosa dos Jesuítas, que também pregam o voto de pobreza, o papa Francisco escolheu homenagear o santo que renunciou às riquezas e propriedades de sua família para servir a Deus e aos mais pobres.
Francisco nunca escondeu sua visão sobre as questões econômicas da Igreja e do mundo.
Logo no início de seu papado, em julho de 2013, Francisco disse que "dói ver um padre ou uma freira com um carro de último modelo" e defendeu que "eles precisam cumprir seu voto de pobreza".
"(São) Francisco era um homem pobre. Como eu gostaria que a Igreja fosse pobre... e para os pobres".
Ao convocar os jovens para "criar uma nova economia", iniciando o movimento "A economia de Francisco", o papa defendeu que a economia deveria gerar vida, e não matar.
Em outro evento de finanças, o "Diálogos por uma Finança Integralmente Sustentável", o pontífice disse que "o dinheiro deve servir, não governar", referindo-se aos países governados por interesses financeiros, e não sociais.
"Uma reforma financeira que não ignore a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitude por parte dos líderes políticos", afirmou.
A defesa por uma economia mais justa, do ponto de vista social, continuou até seus últimos meses de vida.
No livro autobiográfico "Vida. A Minha História na História", lançado em 2024, Francisco — que foi taxado e questionado em diversas ocasiões sobre ser comunista — escreveu que "falar dos pobres não significa automaticamente ser comunista" e que "os pobres são a bandeira do Evangelho e estão no coração de Jesus".
"Nas comunidades cristãs se partilhava a propriedade: isto não é comunismo, isto é cristianismo puro!"
Em setembro do ano passado, Francisco realizou uma homilia marcante sobre a pobreza e o comunismo, afirmando que é necessário estar atento aos mais pobres e vulneráveis porque é o que a própria Bíblia ensina.
"E isto não é comunismo, é puro Evangelho! Não é o Papa, mas Jesus, que os coloca no centro, nesse lugar. É uma questão da nossa fé e não pode ser negociada. Se não aceitardes isto, não sois cristãos!"
O papa também disse que todos dependem dos pobres, "até os ricos", e criticou a especulação dos mercados financeiros.
"Enquanto não se resolverem radicalmente os problemas dos pobres, renunciando à autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira, e atacando as causas estruturais da iniquidade, não se resolverão os problemas do mundo e, em última análise, problema algum. A iniquidade é a raiz dos males sociais".
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O pacto para "A economia de Francisco"
Leia o texto integral do pacto assinado entre o papa Francisco e os jovens do movimento:
"Nós, jovens economistas, empreendedores e agentes de mudança, convocados aqui em Assis, de todas as partes do mundo, conscientes da responsabilidade que recai sobre a nossa geração, comprometemo-nos hoje, individualmente e coletivamente, a viver a nossa vida para que a economia de hoje e de amanhã se torne uma economia do Evangelho e, portanto:
uma economia de paz e não de guerra;
uma economia que se oponha à proliferação de armas, especialmente as mais destrutivas, uma economia que se preocupe com a criação e não a utilize indevidamente;
uma economia ao serviço da pessoa humana, da família e da vida, respeitosa com cada mulher, homem e criança, os idosos e especialmente os mais frágeis e vulneráveis;
uma economia onde o cuidado substitui a rejeição e a indiferença;
uma economia que não deixe ninguém para trás, para construir uma sociedade em que as pedras rejeitadas pela mentalidade dominante se tornem pedras angulares;
uma economia que reconheça e proteja o trabalho seguro e digno para todos;
uma economia onde as finanças sejam amigas e aliadas da economia real e do trabalho e não contra eles;
uma economia que valoriza e salvaguarda as culturas e tradições dos povos, todos os seres vivos e os recursos naturais da Terra;
uma economia que combata a miséria em todas as suas formas, reduza a desigualdade e saiba dizer como Jesus e Francisco: “Bem-aventurados os pobres”;
uma economia guiada por uma ética da pessoa humana e aberta à transcendência;
uma economia que crie riqueza para todos, que gere alegria e não apenas riquezas, porque a felicidade que não é compartilhada é incompleta.
Acreditamos nesta economia. Não é uma utopia, porque já a estamos construindo. E alguns de nós, em manhãs particularmente ensolaradas, já vislumbramos o início da terra prometida."
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Imposto de Renda: Receita abre consulta ao lote residual da restituição; veja como fazer
Ao todo, 279.500 contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 339,6 milhões. Imposto de Renda 2025
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A Receita Federal abriu nesta quarta-feira (23) a consulta ao lote residual de restituições do Imposto de Renda do mês de abril de 2025.
Ao todo, 279.500 contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 339,6 milhões. (veja abaixo como fazer a consulta)
Do total, R$ 180,2 milhões referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade no recebimento.
Veja abaixo.
4.284 idosos acima de 80 anos
25.283 contribuintes entre 60 e 79 anos
3.820 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave
9.502 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
204.798 contribuintes que receberam prioridade por utilizarem a declaração pré-preenchida ou optarem por receber a restituição via PIX;
Outros 31.813 contribuintes que recebem a restituição neste lote não são prioritários.
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Como fazer a consulta?
Assim que a consulta estiver disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet e clicar na opção "Meu Imposto de Renda". Em seguida, basta clicar em "Consultar a Restituição".
A página oferece orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Caso identifique alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificá-la, corrigindo as informações.
A Receita Federal disponibiliza, também, aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
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Malha fina
Ao realizar a consulta, o contribuinte também poderá saber se há alguma pendência em sua declaração que impeça o pagamento da restituição, ou seja, se ele caiu na chamada "malha fina".
Para saber se está na malha fina, os contribuintes também podem acessar o "extrato" do Imposto de Renda no site da Receita Federal no chamado e-CAC (Centro Virtual de Atendimento).
Ao fazer o login, selecione a opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”. Na aba “Processamento”, escolha o item “Pendências de Malha”. Lá, você poderá verificar se sua declaração está na malha fina e verificar qual o motivo pelo qual ela foi retida.
Para acessar o extrato do IR, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.
As restituições de declarações que apresentam inconsistência (em situação de malha) são liberadas apenas depois de corrigidas pelo cidadão, ou após o contribuinte apresentar comprovação de que sua declaração está correta.
Prazo para resgate
Segundo a Receita Federal, o pagamento das restituições serão feito apenas em conta bancária de titularidade do contribuinte, para evitar erro nos dados bancários informados ou algum problema na conta destino.
Para não haver prejuízo ao contribuinte, a Receita ainda oferece o serviço de reagendamento disponibilizado pelo agente financeiro Banco do Brasil pelo prazo de um ano da primeira tentativa de crédito.
Assim, o contribuinte poderá corrigir os dados bancários para uma conta de sua titularidade. Neste caso, o cidadão poderá reagendar o crédito dos valores de forma simples e rápida pelo Portal Banco do Brasil pelos seguintes meios:
Site, acessando https://www.bb.com.br/irpf
Ligando para a Central de Relacionamento BB por meio dos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
Ao utilizar esse serviço o contribuinte deve informar o valor da restituição e o número do recibo da declaração. Após isso, deve-se aguardar nova tentativa de crédito.
Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição no prazo de um ano, deverá requerê-lo pelo Portal e-CAC, disponível no site da Receita Federal, acessando o menu Declarações e Demonstrativos > Meu Imposto de Renda e clicando em "Solicitar restituição não resgatada na rede bancária".
Com 30 aviões entregues, Embraer fecha 1º trimestre de 2025 com R$ 151,7 bilhões em pedidos firmes
O setor de aviação executiva da empresa reuniu as maiores entregas de janeiro a março deste ano. Balanço foi divulgado nesta terça-feira (22). E-190 da Embraer.
Divulgação/Embraer
A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves com sede em São José dos Campos (SP), informou nesta terça-feira (22) que entregou 30 jatos no primeiro trimestre de 2025. O número representa um crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 25 aeronaves foram entregues.
O balanço da empresa aponta que foram entregues 7 aviões comerciais e 23 executivos. De acordo com a Embraer, a carteira de pedidos chegou a US$ 26,4 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que equivale a pouco mais de R$ 151,7 bilhões.
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O setor de aviação comercial da empresa foi quem puxou essa alta de janeiro a março deste ano, representando US$ 10 bilhões em pedidos no trimestre.
O balanço da Embraer apontou ainda que foram US$ 7,6 bilhões em pedidos no setor Executivo, além de US$ 4,6 bilhões no setor de Serviços e Suporte e outros US$ 4,2 bilhões na Defesa e Segurança.
Embraer entrega 30 aviões no 1º trimestre de 2025
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Lucro da Tesla tem queda de 71% no 1º trimestre, após adesão de Elon Musk à política
Em 2025, quando o bilionário passou a fazer parte do governo de Donald Trump e passou incentivar partidos de extrema direita, lucro da montadora caiu de US$ 1,1 bilhão para US$ 409 milhões. Presidente dos EUA, Donald Trump, em um Tesla junto com o bilionário Elon musk.
AP Photos
O lucro da Tesla caiu mais que 70% no primeiro trimestre deste ano, em um momento em que o fundador da empresa, o bilionário Elon Musk, passou a fazer parte do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, e a incentivar partidos de extrema direita em eleições mundo afora.
Muitos investidores estão desanimados, alegando que Musk está distraído com seu papel na administração de Trump, chegando a propor a renúncia do empresário do cargo de CEO da Tesla.
Os resultados dão força ao argumento: a Tesla teve um lucro de US$ 409 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 71% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 1,1 bilhão).
O resultado do ano passado, inclusive, já representava uma queda de 55% em relação aos US$ 2,51 bilhões de 2023.
De acordo com a agência Associated Press, os analistas também esperavam uma receita menor neste ano, mas não uma queda tão acentuada. O mercado projetava uma receita de US$ 21,11 bilhões, mas a Tesla registrou ganhos de US$ 19,34 bilhões — 8,38% menor que a previsão.
g1 testou: a primeira Tesla Cybertruck que veio para o Brasil
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Carro da Tesla é destruído em Londres em protesto 'artístico' contra Elon Musk
Na China, Tesla suspende venda de carros importados dos EUA
'Tesla está em colapso e pode ser que não se recupere': vendas e preços de ações da montadora despencam ainda mais
Elon Musk e a política
A empresa de Elon Musk vem sofrendo devido à proximidade que ele tem com o governo de Donald Trump. Lojas e carros da Tesla foram vandalizados em protestos, incluindo a destruição pública de um Model S em Londres.
As ações da Tesla caíram cerca de 50% desde o dia 17 de dezembro. Além da proximidade com o governo de Donald Trump, a Tesla também é afetada pela política de tarifas do governo americano.
Como consequência das tarifas cada vez mais altas entre Estados Unidos e China, a Tesla interrompeu as vendas de alguns veículos para o país asiático, como os Model S e X, além de parar de importar componentes de lá.
Tesla é destruído em protesto de Londres
Henry Nicholls/AFP
Trump diz que não planeja demitir Powell, mas volta a pressionar Fed por juros mais baixos
Críticas do republicano contra o presidente do banco central dos EUA escalaram nos últimos dias. Trump chegou a colocar em xeque a permanência de Powell no cargo — apesar de o Fed ser independente e o presidente do país não ter poder para tirá-lo da função. Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (22) que não tem planos de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell. O republicano reforçou, no entanto, que gostaria que as taxas de juros fossem mais baixas.
"Não tenho intenção de demiti-lo", disse Trump a repórteres no Salão Oval. "Gostaria de vê-lo um pouco mais ativo no que diz respeito à ideia de reduzir as taxas de juros", acrescentou.
A declaração veio após dias de pressão e críticas de Trump contra Powell. Na última quinta-feira (17), o republicano chegou a ameaçar a permanência do banqueiro central no cargo — mesmo sem ter poder para demiti-lo. Trump disse que, caso peça para o chefe do BC deixar a função, ele irá deixar.
Na ocasião, o republicano também afirmou que não está satisfeito com Powell e que o banqueiro central tem sido "tardio" em tomar medidas. Para Trump, o presidente do BC deveria promover novos cortes de juros — o que ele acredita que irá acontecer "em algum momento".
As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas, impactando os níveis de consumo e investimentos da economia e reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia.
O Fed é uma instituição independente, e o governo não pode interferir nas decisões sobre os juros. É justamente essa independência que impossibilita o uso das taxas para aquecer a economia em um momento de inflação acelerada.
Além disso, a legislação norte-americana não permite que o presidente do país demita o chefe do BC. A exoneração do banqueiro central do cargo só pode ocorrer "por justa causa".
O analista de investimentos Vitor Miziara explica que "é muito importante o Fed ser independente" porque é a instituição responsável "por olhar para a economia de um jeito técnico".
"É importante para que a instituição não tome decisões com base no populismo, mas sim tentando assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo, e não apenas no curto prazo para beneficiar o presidente da vez", diz.
A diminuição das tensões resultou em uma resposta positiva imediata em Wall Street, com os futuros dos índices de ações dos EUA subindo quase 2% na noite desta terça. Na véspera, tanto ações quanto títulos e dólar haviam caído diante da ofensiva de Trump contra Powell.
Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado'
Tarifas sobre produtos chineses
Durante a conversa com repórteres no Salão Oval nesta terça, Trump também expressou otimismo em relação a um acordo comercial com a China.
O republicano afirmou que um entendimento com o gigante asiático poderia "reduzir substancialmente" as tarifas aplicadas sobre os produtos chineses importados pelos EUA. Segundo cálculos da Casa Branca, as taxas totais contra o país já chegam a 245%.
Trump também indicou que o acordo final não ficará "nem perto" das taxas atuais. Ele acrescentou, no entanto, que "não será zero".
Tarifaço de Trump gera cautela
Powell, assim como a maioria dos especialistas e investidores do mercado financeiro, acredita que a política tarifária de Trump pode elevar a inflação e provocar uma recessão econômica.
Tarifas maiores sobre insumos e produtos que chegam ao país encarecem os processos de diversas cadeias produtivas, e os preços tendem a ser repassados ao consumidor final, gerando mais inflação.
A inflação alta diminui o poder de compra da população, que pode consumir menos, provocando a desaceleração da atividade econômica.
Em discurso no dia 16 de abril, Powell disse que "apesar da maior incerteza e dos riscos de baixa, a economia dos EUA ainda está em uma posição sólida". Ponderou, no entanto, que "os dados disponíveis até agora sugerem que o crescimento desacelerou no primeiro trimestre em relação ao ritmo sólido do ano passado."
Powell também indicou que, diante das incertezas com as tarifas de Trump, o Fed poderá manter a taxa básica de juros estável na próxima reunião (nos dias 6 e 7 de maio), enquanto aguarda "maior clareza antes de considerar quaisquer ajustes".
"O Fed está esperando para ver como as coisas vão se desenrolar antes de tomar qualquer tipo de medida em relação às taxas [de juros]", declarou Powell.
"Vamos ver se a inflação será temporária ou um evento pontual, para observar por quanto tempo essas tarifas vão durar e se haverá ou não algum tipo de mudança nelas", acrescentou.
A visão de Trump é diferente. Sem mostrar dados, o presidente insistiu, em publicação nas redes sociais, que a inflação está recuando nos EUA, enquanto o país está ficando "rico com as tarifas".
Veja o que disse Trump
"Espera-se que o Banco Central Europeu (BCE) corte suas taxas de juros pela sétima vez, e, no entanto, o 'atrasado' do Jerome Powell, do Fed, que sempre chega 'TARDE DEMAIS E ERRADO', divulgou ontem um relatório que foi mais uma típica 'bagunça' completa! Os preços do petróleo caíram, os (preços dos) alimentos (até os ovos!) caíram, e os EUA estão ficando RICO EM TARIFAS. O atrasado deveria ter reduzido as taxas de juros, como o BCE, há muito tempo, mas certamente deveria reduzi-las agora. O fim do mandato de Powell não chega rápido o suficiente!"
Trump fala sobre Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, na plataforma Truth Social
Reprodução/Truth Social
No Brasil, Lula também já criticou comando do BC
As críticas aos presidentes de bancos centrais independentes não são exclusivas do governo Trump nos EUA.
No Brasil, recentemente, aconteceu algo semelhante. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, desde o início do seu terceiro mandato em 2023, a forma como o então presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, conduzia a política monetária.
As críticas só terminaram no fim de 2024, quando o mandato de Campos Neto acabou. A partir de 2025, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo, assumiu o comando da instituição.
Lula não concordava com o patamar da Selic, taxa básica de juros, que estava em 13,75% ao ano no início do terceiro mandato, pois os juros altos atrapalham o aumento do consumo no país.
Os juros estavam elevados desde a crise que fez a inflação disparar no mundo inteiro, após o impacto da pandemia de Covid-19.
Em diversos episódios de críticas públicas, Lula chamou Campos Neto de "adversário político ideológico" e disse que ele "trabalha para prejudicar o país". Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro antes de Lula assumir.
Sob o comando de Campos Neto, o BC iniciou um ciclo de redução dos juros em agosto de 2023, que se estendeu até setembro de 2024, quando a taxa Selic voltou a subir devido à inflação elevada.
Os juros continuam em alta no Brasil e, em sua última reunião, já sob o comando de Galípolo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC promoveu uma alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, levando-a ao patamar de 14,25% ao ano, com novas perspectivas de alta.
Mesmo com Galípolo à frente do BC, parte da base do governo ainda critica a condução da política monetária.
Em janeiro, na primeira decisão sob o comando novo presidente, que também terminou com alta dos juros, Lula defendeu e disse que Galípolo não podia "dar um cavalo de pau" porque essa alta nos juros já estava "praticamente demarcada".
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Ouro bate recorde e cotação supera os US$ 3.500
Investidores partem para ativos mais seguros conforme cresce a tensão entre Donald Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed). Barras de ouro são exibidas em uma joalheria de ouro na cidade de Chandigarh, no norte da Índia.
REUTERS/Ajay Verma/File Photo/File Photo
A cotação do ouro subiu nesta terça-feira (21), atingindo o recorde de US$ 3.500,10 (R$ 20.300) por onça (31,1 gramas). Esse aumento foi impulsionado pelo desejo dos investidores de buscar refúgio em ativos seguros, devido à guerra comercial e à tensão entre Donald Trump e o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
O valor do ouro aumentou enquanto a cotação do dólar caiu, após o resultado negativo de Wall Street na segunda-feira. Isso ocorreu devido aos temores sobre a independência do Fed após os ataques de Trump contra o presidente do BC americano, Jerome Powell.
O ouro, tradicionalmente considerado um valor de refúgio, foi beneficiado pela incerteza nos mercados após a onda de tarifas anunciada por Trump no início de abril.
Os temores de uma guerra comercial entre EUA e China aumentaram depois que Pequim reafirmou sua oposição a qualquer tratado comercial entre Washington e outros países que possa prejudicar sua economia.
O ambiente de preocupação entre os investidores se agravou após as críticas de Trump ao presidente do Fed e suas declarações da semana passada de que "já é hora de que termine" seu mandato.
A agitação nos mercados financeiros foi ampliada na segunda-feira, quando Trump publicou uma mensagem nas redes sociais em que chamou Powell de "grande perdedor" e afirmou: "Baixe as taxas, AGORA".
O ouro acumula uma alta de 30% desde o início do ano.
Análise: A política tarifária de Donald Trump
A supermoto de Francisco: papa teve uma Harley-Davidson leiloada por 241 mil euros; veja FOTOS
Em comemoração aos 110 anos da marca, a Harley-Davidson deu de presente ao pontífice duas motos, uma pintura e uma jaqueta de couro. O modelo leiloado tinha a assinatura de Francisco. Papa Francisco recebeu jaqueta de couro da marca Harley-Davidson em 2013
Reuters/Vaticano/Divulgação
Além de sua paixão por futebol, o papa Francisco também apreciava motocicletas. Em comemoração aos 110 anos da marca, a Harley-Davidson deu de presente ao pontífice duas motos, uma pintura e uma jaqueta de couro.
Ao receber os presentes, em junho de 2013, o papa argentino abençoou cerca de 800 motos e motociclistas na Praça São Pedro, no Vaticano.
Menos de um ano depois, em fevereiro de 2014, uma das motos foi a leilão. Uma Dyna Super Glide, que era vendida no Brasil por R$ 41.900, foi arrematada por 241 mil euros (na época, R$ 785,6 mil e hoje, R$ 1.580,96). O modelo tinha a assinatura de Francisco.
A jaqueta também foi a leilão por 57,5 mil euros, o que equivalia a 188,5 mil em 2013 (atualmente, seriam R$ 377,2 mil). A casa de leilões Bonhams, responsável pela venda, não informou o nome dos compradores.
Francisco doou o valor arrecadado à organização beneficente Caritas Roma. Os recursos foram destinados ao abrigo Don Luigi di Liegro e a um restaurante que oferece refeições para pessoas necessitadas em Roma.
A Dyna Super Glide não é mais comercializada pela Harley-Davidson. Veja a ficha técnica abaixo:
Motor: 1.585 cilindradas, dois cilindros em V;
Potência: n/d;
Torque: 11,9 kgfm a 3.500 rpm;
Câmbio: seis marchas;
Comprimento: 2,34 m;
Largura: 0,95 m;
Altura: 1,17 m;
Peso: 310 kg;
Tanque: 18,9 litros;
Preço em 2013: R$ 41.900.
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Harley-Davidson Dyna Super Glide que pertencia ao Papa Francisco foi leiloada em 2013 por 241 mil euros
REUTERS/Benoit Tessier
Papa Francisco assinou o tanque da motocicleta Harley-Davidson
REUTERS/Benoit Tessier
Em junho de 2013, Papa recebeu moto da marca Harley-Davidson
AP/L'Osservatore Romano
Harley-Davidson Dyna Super Glide
Divulgação | Harley-Davidson
A história por trás da famosa imagem de papa Francisco no metrô de Buenos Aires
FMI reduz projeções para o PIB do Brasil para 2% em 2025 e 2026
Com pressão das tarifas de Donald Trump, crescimento da economia global também foi revisada para baixo, para 2,8% e 3%, respectivamente. Economia mundial deve desacelerar, prevê FMI
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de crescimento do Brasil para 2% em 2025 e também em 2026, de acordo com novas estimativas divulgadas no relatório Perspectiva Econômica Global nesta terça-feira (22).
O corte foi de 0,2 ponto percentual para ambos os anos em comparação com estimativas divulgadas em janeiro.
Os números são mais pessimistas do que os do governo:
O Ministério da Fazenda projetou em março que o Brasil crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026.
O Banco Central passou a ver que o PIB crescerá 1,9% este ano.
Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política de juros que afeta o crédito.
Em relação à inflação, o FMI calcula que o aumento dos preços no Brasil ficará em uma taxa média anual de 5,3% este ano e de 4,3% no próximo. A meta oficial de inflação é de 3% em 12 meses com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um "importante choque negativo ao crescimento". O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%.
O Fundo explicou que, "dada a complexidade e fluidez do atual momento, esse relatório apresenta uma 'projeção de referência' com base em informações disponíveis até 4 de abril de 2025 (incluindo as tarifas de 2 de abril e respostas iniciais)".
Para a América Latina e Caribe, o FMI reduziu também em 0,5 ponto percentual a projeção para a região em relação a janeiro, para 2%. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%.
Segundo o FMI, as revisões para a região se devem principalmente a uma redução significativa na projeção para o crescimento do México, duramente impactado pelo tarifaço de Donald Trump. (saiba mais abaixo)
Isso reflete "uma atividade mais fraca do que o esperado no final de 2024 e início de 2025, bem como o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, a incerteza associada e as tensões geopolíticas, e um aperto das condições de financiamento", explicou o fundo.
As perspectivas para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também foram reduzidas, em 0,5 ponto percentual para 2025 e em 0,4% para 2026. As contas agora são respectivamente de expansão de 3,7% e 3,9% para o grupo.
Isso se deveu a cortes significativos para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais, como a China, cuja projeção agora é de expansão de 4% neste e no próximo ano, com cortes de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente. (veja também abaixo)
Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado'
Tarifaço de Trump
O FMI também diminuiu as previsões de crescimento para EUA, China e a maioria dos países citando o impacto das tarifas norte-americanas, alertando que novas tensões comerciais desacelerarão ainda mais o crescimento.
Para o crescimento global em 2025, houve corte de 0,5 ponto percentual, para 2,8%.
Para 2026, a redução foi de 0,3 ponto percentual, a 3%.
O relatório diz ainda que a inflação deve cair mais lentamente do que o esperado, devido ao impacto das tarifas, com revisões "notáveis" para cima para os EUA e outras economias avançadas. As projeções são de 4,3% em 2025 e de 3,6% em 2026.
"Estamos entrando em uma nova era, à medida que o sistema econômico global que operou pelos últimos 80 anos está sendo redefinido", disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, a repórteres.
O FMI disse que a rápida escalada das tensões comerciais e os "níveis extremamente altos" de incerteza sobre políticas futuras terão um impacto significativo na atividade econômica global.
"É bastante significativo e está afetando todas as regiões do mundo. Estamos vendo menor crescimento nos EUA, menor crescimento na zona do euro, menor crescimento na China e menor crescimento em outras partes do mundo", disse Gourinchas à Reuters em entrevista.
"Se houver uma escalada nas tensões comerciais entre os EUA e outros países, isso alimentará mais incerteza, criará mais volatilidade no mercado financeiro e apertará as condições financeiras", disse ele, acrescentando que o efeito conjunto reduzirá ainda mais as perspectivas de crescimento global.
Perspectivas de crescimento mais fracas já haviam reduzido a demanda por dólar, mas o ajuste nos mercados de câmbio e o reequilíbrio de carteiras vistos até o momento foram ordenados, disse ele.
"Não estamos preocupados, neste momento, com a resiliência do sistema monetário internacional. Seria necessário algo muito maior do que isso", disse Gourinchas.
No entanto, as perspectivas de crescimento a médio prazo permaneceram fracas, com a previsão de cinco anos calculada em 3,2%, abaixo da média histórica de 3,7% de 2000 a 2019, sem alívio à vista a menos que haja reformas estruturais significativas.
EUA com PIB mais lento e inflação mais alta
O FMI reduziu sua previsão para o crescimento dos EUA em 0,9 ponto percentual, para 1,8% em 2025 — um ponto percentual abaixo do crescimento de 2,8% em 2024. O corte foi de 0,4 ponto percentual para 2026, a 1,7%, citando incerteza política e tensões comerciais.
Gourinchas disse que o FMI não está prevendo uma recessão nos EUA, mas que as chances de retração aumentaram de cerca de 25% para 37%.
Ele disse que o FMI agora projeta que a inflação geral dos EUA atingirá 3% em 2025, um ponto percentual acima da previsão de janeiro, devido às tarifas e à força subjacente dos serviços.
Isso significa que o Federal Reserve terá que ser muito vigilante para manter as expectativas de inflação ancoradas, disse Gourinchas.
Questionado sobre o impacto de quaisquer medidas da Casa Branca para remover o chair do Fed, Jerome Powell, Gourinchas disse que é "absolutamente crítico" que os bancos centrais consigam permanecer independentes para manter sua credibilidade no combate à inflação.
Os vizinhos dos EUA Canadá e México, ambos alvos de uma série de tarifas de Trump, também tiveram suas previsões de crescimento reduzidas. O FMI previu que a economia canadense crescerá 1,4% em 2025 e 1,6% em 2026, em vez de 2% projetado para ambos os anos em janeiro.
O Fundo previu que o México será duramente atingido pelas tarifas, com retração de 0,3% em 2025, uma queda acentuada de 1,7 ponto percentual em relação à previsão de janeiro, antes de se recuperar para um crescimento de 1,4% em 2026.
A previsão de crescimento da China foi reduzida para 4% para 2025 e 2026, refletindo revisões para baixo de 0,6 ponto percentual e 0,5 ponto percentual, respectivamente, em relação à previsão de janeiro.
Gourinchas disse que o impacto das tarifas sobre a China — altamente dependente das exportações — foi de cerca de 1,3 ponto percentual em 2025, mas isso foi compensado por medidas fiscais mais fortes.
Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington
Yuri Gripas/Reuters
Galípolo vê inflação disseminada e diz que BC é o 'chato' da festa: 'Quando o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida'
Para o presidente do Banco Central, a economia brasileira está 'bastante aquecida'. Com o aumento da taxa de juros, instituição busca conter as pressões inflacionárias; entenda. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante participação em comissão do Senado
Lula Marques / Agência Brasil via BBC
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, observou nesta terça-feira (22) que a economia brasileira continua aquecida, crescendo acima do seu potencial de expansão.
Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE), ele explicou que, nesse tipo de situação, cabe ao Banco Central ser o "chato da festa", subindo os juros para conter a inflação.
"Quando a festa está ficando muito aquecida e o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida da festa. Mas também quando o pessoal está querendo ir embora, você fala: ‘Fica, está chegando mais bebida, fiquem tranquilos, vai ter música, podem continuar na festa’. Então você tem esse papel meio chato de ser o cara que está sempre na contramão", disse Galípolo.
O BC tem dito que é necessário desacelerar a economia para conter as pressões inflacionárias.
"A economia passa por um dinamismo excepcional e está bastante aquecida", frisou o presidente do BC. Ele destacou indicadores de desemprego, crédito, venda de veículos, da construção civil e de renda das famílias, entre outros.
Alta dos juros
Em março, O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros para 14,25% ao ano para conter pressões inflacionárias.
Foi a quinta alta seguida, que levou a Selic ao mesmo patamar de 2015 e 2016, no auge da crise do governo Dilma Rousseff.
E o Banco Central indicou, ainda, que deve subir novamente a taxa de juros em maio deste ano, mas em um ritmo menor do aplicado até então, de um ponto percentual.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, a tendência é de manutenção ou alta da Selic.
O BC também admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
Reformas para aumentar potência dos juros
Gabriel Galípolo, do Banco Central, reafirmou que a economia brasileira continua aquecida apesar do alto patamar da taxa básica de juros, o que indica que os chamados "canais de transmissão" da política monetária, ou seja, da Selic elevada para a economia, não estão funcionando corretamente.
"Neste caso, me parece que a normalização da política monetária [repasse dos juros à economia] vai demandar uma série de reformas contínuas, muitas vezes reformas que não estão simplesmente dentro da alçada do BC e que não vamos ter uma bala de prata disponível. Vai demandar bastante debate com a sociedade, discussão, para que a gente possa conquistar isso", explicou.
Incertezas internacionais
De acordo com o presidente do BC, o cenário internacional, conturbado pelo tarifaço aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem sido o "principal vetor" da dinâmica dos preços de mercado.
Sobre a guerra tarifária, Galípolo avaliou que, em comparação com os outros países emergentes, “pode ser que o Brasil sofra menos, pela sua diversificação, e pela relevância do mercado doméstico por seu dinamismo”.
De acordo com ele, as percepções do mercado sobre o assunto são as seguintes:
No ultimo trimestre de 2024, havia interpretação mais benigna no sentido de que seria a gestão Trump mais pró-mercado, com redução impostos e de regulamentação sobre empresas, substituindo por tarifas, mas não de maneira drástica, ou de uma vez só. Isso valorizou o dólar, preços de ações em função da perspectiva de uma menor tributação e economia mais pujante.
Em janeiro deste ano, vai ganhando força a visão de que as tarifas possam desacelerar a economia. O que gera uma incerteza sobre o que irá ocorrer, nas tarifas implementadas, e quais os desdobramentos sobre a produção. O que sinalizou dólar e atividade mais fracos nos EUA.
Agora há um cenário de aversão ao risco, de escalada na guerra tarifária, com uma desaceleração mais abrupta da economia dos EUA e mundial. "É normal que investidores busquem ativos mais líquidos. Geralmente, correm para o dólar e títulos americanos. Dessa vez, como o epicentro é nos EUA, é perceptivo entre os agentes para onde se deve procurar proteção. Há arbitragem entre os preços de vários países e procura pelo ouro, por exemplo", disse Galípolo.
Segundo o presidente do BC, a percepção do mercado é de um "cenário mais forte de desaceleração já em função da incerteza gerada pelas idas e vindas tarifárias independente de qual o cenário final".
"Estamos em um ambiente de elevada incerteza sobre o que pode ocorrer e quais as consequências na aplicação das tarifas", destacou.
Sem trégua, preços de alimentos puxam inflação de março
Fraude de arroz e feijão: governo apreende 32 toneladas irregulares em SP
Marcas vendiam produtos de qualidade inferior à anunciada na embalagem. Flagrante aconteceu em Araraquara. Ministério da Agricultura apreende 32 toneladas de arroz e feijão
Divulgação / Ministério da Agricultura
O governo apreendeu 32 toneladas de arroz e feijão após constatar que os produtos comercializados eram inferiores ao anunciado nas embalagens, disse o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), na sexta-feira (18).
A apreensão aconteceu em supermercados em Araraquara.
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Segundo o ministério, foram apreendidos 4.595 pacotes de 5 kg de arroz, embalados por uma empresa de Uberlândia (MG). Em relação ao feijão, foram coletados 9.200 pacotes de 1 kg, embalados por uma empresa de Brodowski, no interior de São Paulo.
Nos dois casos, o problema foi a disparidade de tipo, ou seja, os produtos eram vendidos como tipo 1, de maior qualidade, mas eram de outros tipos, de qualidade inferior.
No caso do arroz apreendido, os lotes apresentaram entre 23% e 32% de grãos quebrados e pequenos fragmentos do grão. Com isso, o produto é classificado como tipo 2, uma vez que o limite para o tipo 1, determinado pela legislação, é de 7,5%.
Já o feijão investigado pelos fiscais era, na verdade, do tipo 3, por apresentar mais de 3% de grãos mofados, ardidos e germinados. Para ser classificado como tipo 1, o limite legal para esses defeitos é de 1,5%.
Houve ainda um lote classificado como tipo 2, por ter mais de 5% de grãos amassados, danificados, partidos e imaturos. Nesse caso, o limite é de 2,5%.
As empresas envolvidas não tiveram os nomes divulgados.
Elas terão as irregularidades apuradas em processos administrativos e podem requerer análises periciais.
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Dólar cai e fecha a R$ 5,72, no menor valor desde o salto pós-tarifaço; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 1,32%, cotada a R$ 5,7278. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira avançou 0,63%, aos 130.464 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar fechou em queda nesta terça-feira (22), a R$ 5,72, menor valor desde o salto da moeda após o tarifaço de Donald Trump, detalhado em 2 de abril. No dia seguinte à medida, o dólar encerrou a R$ 5,62. A partir de então, disparou, até alcançar os R$ 5,99 em 8 de abril. (veja no gráfico abaixo)
No pregão desta terça — o primeiro após o feriado prolongado —, investidores seguiram repercutindo declarações feitas na última semana pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Na quinta-feira (17), o republicano criticou o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e afirmou que, se pedisse, Jerome Powell deixaria o comando da instituição. No dia seguinte, o entorno de Trump voltou a falar sobre o banqueiro central.
O assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, foi questionado por repórteres se Trump planejava demitir Powell da presidência do Fed. Ele respondeu que o presidente e sua equipe estavam "estudando" as opções.
"Essa batalha acaba gerando muita incerteza — tudo o que o investidor não gosta", diz Braian Largura, sócio do escritório VNT Investimentos, ao explicar a desvalorização do dólar.
Para Largura, o cenário também justifica a disparada do ouro, que bateu recorde de cotação e superou os US$ 3.500 nesta terça. O movimento é resultado da busca de investidores por ativos mais seguros, diante da turbulência econômica nos EUA, afirma.
Apesar de a ameaça gerar ruídos nos mercados financeiros globais, a legislação americana não permite que Trump demita o presidente do Fed.
ENTENDA A IMPORTÂNCIA DE UM BANCO CENTRAL INDEPENDENTE
Além de avançar sobre o dólar, o real também se valorizou nesta terça-feira em relação a outras moedas emergentes, destaca José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos.
"O resultado se deve, principalmente, à declaração do presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, em que ele deu suporte a uma política de juros austera e sinalizou uma alta adicional na Selic [a taxa básica de juros]", diz.
"Isso acontece no contexto de crescimento de diferencial de juros brasileiros, favorecendo o carry trade [quando investidores tomam dinheiro a uma taxa de juros em um país e aplicá-lo em outra moeda, onde as taxas de juros são maiores] e a atratividade do real."
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 1,32%, cotado a R$ 5,7278. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 1,32% na semana;
ganho de 0,39% no mês; e
perda de 7,31% no ano.
Na última quinta-feira (17), a moeda americana teve queda de 1,03%, cotada a R$ 5,8042.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa subiu 0,63%, aos 130.464 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,63% na semana;
avanço de 0,16% no mês; e
ganho de 8,46% no ano.
Na quinta, o índice teve alta de 1,04%, aos 129.650 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O mercado financeiro continua operando de olho na relação entre Donald Trump e o presidente do Fed, Jerome Powell.
Na última sexta, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que Trump e sua equipe estão "estudando" a opção de demitir Powell, ao ser questionado por um repórter sobre essa possibilidade.
Trump, porém, não pode demitir diretamente o chefe do Fed. Para isso, um processo teria de ser aberto para comprovar que quem está no comando do BC americano cometeu alguma irregularidade grave durante seu mandato.
Segundo especialistas, a credibilidade do Fed como o banco central mais poderoso do mundo se baseia em grande parte em sua independência histórica para agir sem influência política, e uma tentativa de remover Powell do cargo poderia perturbar ainda mais os mercados, já afetados pelo tarifaço.
"Uma eventual tentativa de reestruturar completamente o comitê de política monetária representaria um risco institucional significativo", disse a XP Investimentos, em relatório.
Na quinta-feira passada, Trump já havia gerado barulho nos mercados após chamar Powell de "atrasado e errado", Trump ainda reclamou do tempo que falta para que o mandato do banqueiro central à frente do Fed seja concluído, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente".
Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Powell deve deixar o cargo somente daqui a um ano, em maio de 2026.
Trump também chegou a afirmar a jornalistas que Powell deixaria o cargo caso fosse solicitado e reiterou que o banqueiro central deveria promover novos cortes de juros no país — o que foi negado por Powell.
As taxas de juros nos EUA estão, atualmente, entre 4,25% e 4,50% ao ano — um patamar alto para os padrões de juros do país — e Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas e, assim, impacta os níveis de consumo e investimentos da economia, reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia do país.
A renovação do mau humor de Trump com Powell ocorreu após o presidente do Fed criticar o tarifaço imposto pelo republicano.
Segundo Powell, a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho.
As tarifas maiores podem encarecer os custos de produção no país e esses preços tendem a ser repassados para o consumidor, impactando a inflação.
Além do atrito entre Trump e Powell, novos desdobramentos do tarifaço também repercutem.
Nesta terça, o vice-presidente dos EUA. J.D. Vance, disse que o país e a Índia chegaram aos termos finais de referência para um acordo comercial que pode evitar as tarifas recíprocas cobradas pelo governo Trump.
Vance afirmou que o "futuro do século XXI será determinado pela parceria entre EUA e Índia" e que "se a Índia e os EUA não trabalharem juntos, o século 21 será um período sombrio para o mundo".
Embora não tenha dado tantos detalhes, Vance indicou que o acordo pode ser influenciado, sobretudo, por parcerias nas áreas de energia e defesa.
As ações dos EUA se recuperaram nesta terça, enquanto uma série de balanços trimestrais, além de indícios de redução nas tensões comerciais entre EUA e China, atraíram compradores.
A reação positiva ocorreu após uma declaração do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Ele disse acreditar que, embora as negociações comerciais com Pequim provavelmente sejam "árduas", haverá uma redução nas tensões comerciais entre EUA e China.
Os três principais índices das bolsas norte-americanas subiram mais de 2,5% nesta terça. O Dow Jones avançou 2,66%, para 39.186,98 pontos, enquanto o S&P 500 subiu 2,51%, para 5.287,76. Já o Nasdaq Composite teve ganhos de 2,71%, a 16.300,42 pontos.
China pede resposta coordenada às tarifas dos EUA em carta ao Japão
A informação foi divulgada agência de notícias japonesa Kyodo, nesta terça-feira (22). A carta foi enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, citando vários funcionários do governo japonês. China e EUA
Associated Press
O governo chinês enviou uma carta ao primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, pedindo uma resposta coordenada às medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A informação foi divulgada agência de notícias japonesa Kyodo, nesta terça-feira (22). A carta foi enviada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, citando vários funcionários do governo japonês.
A carta, enviada através da embaixada chinesa no Japão, enfatizou a necessidade de "combater o protecionismo juntos", disse a Kyodo.
Os ministérios das Relações Exteriores de ambos os países não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
Pequim alertou os países na segunda-feira (21) contra um acordo econômico mais amplo com os Estados Unidos às suas custas, aumentando sua retórica em uma guerra comercial em espiral entre as duas maiores economias do mundo.
O Japão, um dos aliados mais próximos de Washington, estava entre as dezenas de países visados pelas tarifas abrangentes de Trump no início deste mês e iniciou negociações com os Estados Unidos para tentar resolver a questão.
As relações entre Pequim e Tóquio foram tensas nos últimos anos por uma série de questões, desde disputas territoriais até tensões comerciais.
Na segunda (21), a China afirmou que vai retaliar países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses, segundo porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
"A China respeita todas as partes que buscam resolver diferenças econômicas e comerciais com os Estados Unidos por meio de consultas em pé de igualdade, mas se oporá firmemente a qualquer parte que tente fechar um acordo em detrimento da China", declarou.
"Pequim tomará contramedidas de forma resoluta e recíproca se qualquer país buscar esse tipo de acordo", completou. “Os Estados Unidos abusaram das tarifas com todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada ‘equivalência’, ao mesmo tempo em que forçaram todas as partes a iniciar negociações de ‘tarifas recíprocas’ com eles”
De acordo com a Bloomberg, o governo Trump está se preparando para pressionar nações que buscam reduções ou isenções tarifárias dos EUA a restringirem o comércio com a China, inclusive impondo sanções monetárias. Essa reportagem motivou a declaração chinesa.
No início deste mês, o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que cerca de 50 países o procuraram para discutir as tarifas adicionais elevadas impostas pelo presidente Donald Trump.
Desde então, diversas negociações bilaterais sobre tarifas aconteceram, com o Japão considerando aumentar as importações de soja e arroz como parte de suas conversas com os EUA, enquanto a Indonésia planeja aumentar as importações de alimentos e commodities dos EUA e reduzir pedidos de outros países.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Na terça, os EUA voltaram a afirmar que estão dispostos a negociar os acordos comerciais com a China, mas que essa possibilidade está na palma da mão dos chineses.
"O presidente deixou bem claro que está disposto a fazer um acordo com a China, mas a China também precisa querer fazer um acordo com os EUA", afirmou Katherine Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.
Um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O novo texto ficou assim: "A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%."
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que "podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas" e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
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Por que julgamento do Google por monopólio nas buscas é histórico
Resultado pode abrir caminho para desmembramento. Big tech foi derrotada em outro julgamento, na última sexta (18), desta vez sobre concorrência desleal na publicidade. Pessoas passam diante do logotipo do Google em uma feira em Hannover, na Alemanha
Annegret Hilse/Reuters
O Google voltou a enfrentar na última segunda-feira (21) um julgamento histórico que deve se estender por três semanas. O resultado poderá dar mais argumentos para que autoridades exijam o desmembramento da big tech.
Em agosto, um juiz concluiu que a empresa violou leis que combatem a concorrência desleal nas buscas on-line, uma acusação feita pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos.
Agora, serão definidas quais medidas precisam ser tomadas. O DOJ quer que o Google venda o navegador Chrome como parte da tentativa de restaurar a concorrência no mercado.
Na última sexta (18), em outra ação aberta pelo mesmo departamento, uma juíza federal concluiu que o Google tem o monopólio na publicidade online.
A decisão sobre o que deve ser feito ainda não saiu, mas, naquele caso, as autoridades também defendem que o Google se desfaça de partes de sua plataforma de anúncios.
Como será o julgamento
O processo sobre o domínio do Google nas buscas foi aberto ainda em 2020, ainda no primeiro governo de Donald Trump. Os autores da ação são o Departamento de Justiça (DOJ) do governo federal e uma coalizão de 38 procuradores-gerais estaduais.
O julgamento em Washington deverá levar três semanas e será conduzido pelo juiz distrital Amit Mehta, o mesmo que concluiu que existe um monopólio do Google nas buscas.
O tribunal é o mesmo em que a Meta está enfrentando seu próprio julgamento antitruste sobre as compras do Instagram e do WhatsApp.
Entre as testemunhas de acusação estão representantes da OpenAI, dona do ChatGPT, e da Perplexity, que também é uma inteligência artificial que responde a buscas.
O que quer a acusação
Na segunda-feira, a agência Reuters reportou que um advogado do Departamento de Justiça disse que serão necessárias medidas rigorosas para impedir que o Google use seus produtos de inteligência artificial para ampliar seu domínio na busca online.
As propostas do DOJ para o aumento da concorrência com o Google nas buscas incluem:
o fim dos acordos exclusivos nos quais a big tech paga bilhões de dólares anualmente à Apple e a outros fornecedores de dispositivos para tornar o Google o mecanismo de busca padrão em seus tablets e smartphones.
o licenciamento de resultados de pesquisa para os concorrentes.
a venda do sistema operacional móvel Android, se outras medidas não conseguirem restaurar a concorrência.
O que diz o Google
A adoção dos remédios propostos pelo DOJ "atrasaria a inovação norte-americana em um momento crítico", disse a executiva do Google, Lee-Anne Mulholland, em um post no último domingo (20).
"Quando se trata de remédios antitruste, a Suprema Corte dos EUA disse que 'cautela é fundamental'. A proposta do DOJ joga essa cautela ao vento", completou.
O Google argumenta que seus produtos de IA estão fora do escopo do caso, que se concentrou nos mecanismos de busca.
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Boletim Focus: mercado financeiro reduz estimativa de inflação para 2025 e vê alta maior do PIB
Números foram divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira (22). Projeção dos analistas dos bancos de crescimento da economia neste ano subiu para 2%. Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação e elevaram a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano.
As projeções, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta terça-feira (22) pelo Banco Central (BC).
Datafolha: Inflação leva 58% dos brasileiros a reduzir gastos com alimentação
➡️ Para a inflação de 2025, a estimativa do mercado passou de 5,65% para 5,57%. Mesmo com a redução, a expectativa continua bem acima do do teto da meta, que é de 4,5%.
➡️Para 2026, a expectativa de inflação permaneceu em 4,50%.
➡️Para 2027, a expectativa continuou em 4%.
➡️Para 2028, a expectativa subiu de 3,78% para 3,80%.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.
Desde janeiro, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e com o intervalo de tolerância.
Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.
Com o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Haddad no início de janeiro – creditando o resultado a fatores como a forte atividade econômica, a queda do real e os extremos climáticos.
O BC também admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Banco Central do Brasil (BC)
Marcello Casal/Agência Brasil
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado subiu de 1,98% para 2%.
➡️O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro avançou de 1,61% para 1,70%.
Taxa de juros
Os economistas do mercado financeiro mantiveram estável a projeção para a taxa básica de juros neste ano.
Em março, o BC elevou os juros pela quinta vez seguida, para 14,25% ao ano. E também indicou que deve elevar novamente a taxa em maio.
Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu em 15% ao ano.
Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção em 12,50% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2025 permaneceu em R$ 5,90. Para o fim de 2026, a estimativa recuou de R$ 5,97 para R$ 5,96.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a ficou estável em US$ 75 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 79,45 bilhões para US$ 79,3 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso permaneceu inalterada também em US$ 70 bilhões.
'Futuro do século XXI será determinado pela parceria entre EUA e Índia', diz vice de Trump
J.D. Vance afirmou que os dois países chegaram aos termos finais para um acordo comercial. Mesmo sem dar tantos detalhes, o político sinalizou que os países devem colaborar nas áreas de energia e defesa. Donald Trump discursa ao lado de J.D Vance, Melania e Usha Vance
ALEXANDER DRAGO/Pool via REUTERS
Os Estados Unidos e a Índia chegaram aos termos finais de referência para um acordo comercial que pode evitar as tarifas recíprocas cobradas pelo governo do presidente Donald Trump sobre o país asiático, informou o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, nesta terça-feira (22).
Vance afirmou que o "futuro do século XXI será determinado pela parceria entre EUA e Índia" e que "se a Índia e os EUA não trabalharem juntos, o século 21 será um período sombrio para o mundo".
Embora não tenha dado tantos detalhes, Vance indicou que o acordo pode ser influenciado, sobretudo, por parcerias nas áreas de energia e defesa.
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Segundo o político, os EUA e a Índia "coproduzirão muitos equipamentos de defesa" e ambos reconhecem que a região do país asiático "deve permanecer segura contra qualquer potência hostil".
Vance também afirmou que os dois países "têm muito a ganhar com o fortalecimento dos laços energéticos" e que os EUA têm interesse em ajudar a Índia com questões relacionadas à energia.
"Este governo reconhece a importância de energia barata e confiável, e queremos vendê-la para a Índia", afirmou Vance.
O vice-presidente também disse que os EUA querem "ajudar a Índia a explorar suas reservas de gás offshore e suprimentos minerais críticos" e que a o fornecimento de energia americana para o país pode ajudar o governo indiano a realizar seus "objetivos nucleares".
Por fim, Vance pontuou que os americanos querem ter mais acesso aos mercados indianos e que a Índia deve considerar a remoção de algumas das suas barreiras não tarifárias para facilitar esse acesso.
*Com informações da agência de notícias Reuters
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Quais são os próximos feriados de 2025? (Spoiler: restam sete)
Dos sete feriados que restam, três podem ser emendados com finais de semana, garantindo mais folgas. Veja o calendário de feriados de 2025
A combinação da Sexta-feira Santa, no dia 18 de abril, e Tiradentes, nesta segunda-feira (21), garantiu a muitos trabalhadores um feriadão prolongado de quatro dias.
Agora, restam apenas sete feriados no ano, sendo que três deles podem ser emendados para prolongar os dias de descanso.
Esses feriados caem em quintas-feiras, permitindo emendar com a sexta e o fim de semana, dependendo da decisão de cada empresa.
São eles:
1º de maio (Dia do Trabalhador);
20 de novembro (Dia da Consciência Negra);
25 de dezembro (Natal).
Além disso, o ano ainda terá outros quatro feriados que caem em finais de semana:
7 de setembro (Independência do Brasil);
12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida);
2 de novembro (Finados);
15 de novembro (Proclamação da República).
Os municípios e estados também podem determinar feriados locais, como Corpus Christi, que é considerado ponto facultativo.
Para ajudar no seu planejamento para o próximo ano, o g1 preparou um calendário com todos os pontos facultativos e feriados nacionais de 2025.
Confira:
Calendário 2025
Esdras Pereira/g1
Entenda o que é o ponto facultativo
Google enfrenta julgamento histórico por monopólio nas buscas
Resultado pode abrir caminho para desmembramento. Big tech foi derrotada em outro julgamento, na última sexta (18), desta vez sobre concorrência desleal na publicidade. Pessoas passam diante do logotipo do Google em uma feira em Hannover, na Alemanha
Annegret Hilse/Reuters
O Google voltou a enfrentar um julgamento histórico nesta segunda-feira (21). O resultado poderá dar mais argumentos para que autoridades exijam o desmembramento da big tech.
Em agosto, um juiz concluiu que a empresa violou leis que combatem a concorrência desleal nas buscas on-line, uma acusação feita pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos.
Agora, serão definidas quais medidas precisam ser tomadas. O DOJ quer que o Google venda o navegador Chrome como parte da tentativa de restaurar a concorrência no mercado.
Na última sexta (18), em outra ação aberta pelo mesmo departamento, uma juíza federal concluiu que o Google tem o monopólio na publicidade online.
A decisão sobre o que deve ser feito ainda não saiu, mas, naquele caso, as autoridades também defendem que o Google se desfaça de partes de sua plataforma de anúncios.
Como será o julgamento
O processo sobre o domínio do Google nas buscas foi aberto ainda em 2020, ainda no primeiro governo de Donald Trump. Os autores da ação são o Departamento de Justiça (DOJ) do governo federal e uma coalizão de 38 procuradores-gerais estaduais.
Esta fase do julgamento deverá levar três semanas e será conduzida pelo juiz distrital Amit Mehta, em Washington. O mesmo juiz concluiu, em agosto, que o Google detém o monopólio nas buscas.
O julgamento acontece no mesmo tribunal em que a Meta está enfrentando seu próprio julgamento antitruste sobre as compras do Instagram e do WhatsApp.
Entre as testemunhas de acusação estão representantes da OpenAI, dona do ChatGPT, e da Perplexity, que também é uma inteligência artificial que responde a buscas.
O que quer a acusação
Nesta segunda-feira, a agência Reuters reportou que um advogado do Departamento de Justiça disse que serão necessárias medidas rigorosas para impedir que o Google use seus produtos de inteligência artificial para ampliar seu domínio na busca online.
As propostas do DOJ para o aumento da concorrência com o Google nas buscas incluem:
o fim dos acordos exclusivos nos quais a big tech paga bilhões de dólares anualmente à Apple e a outros fornecedores de dispositivos para tornar o Google o mecanismo de busca padrão em seus tablets e smartphones.
o licenciamento de resultados de pesquisa para os concorrentes.
a venda do sistema operacional móvel Android, se outras medidas não conseguirem restaurar a concorrência.
O que diz o Google
A adoção dos remédios propostos pelo DOJ "atrasaria a inovação norte-americana em um momento crítico", disse a executiva do Google, Lee-Anne Mulholland, em um post no último domingo (20).
"Quando se trata de remédios antitruste, a Suprema Corte dos EUA disse que 'cautela é fundamental'. A proposta do DOJ joga essa cautela ao vento", completou.
O Google argumenta que seus produtos de IA estão fora do escopo do caso, que se concentrou nos mecanismos de busca.
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Vinho tem produção mais baixa em 60 anos; clima e preço alto ajudam a explicar queda
O consumo global foi o menor desde 1961. Na Europa, os produtores de vinho da França foram particularmente afetados em 2024. De onde vem o vinho
A produção global de vinho caiu em 2024 para seu nível mais baixo em mais de 60 anos devido a condições climáticas extremas, segundo dados do setor.
Foram produzidos 225,8 milhões de hectolitros, uma queda de 4,8% em relação ao ano anterior, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), em Dijon, França. Um hectolitro corresponde a aproximadamente 133 garrafas de vinho.
A entidade mencionou condições climáticas extremas, incluindo chuvas fortes, granizo, geadas tardias na primavera, períodos de seca e, como resultado dessas condições climáticas, infestações de pragas.
Além das mudanças climáticas, a situação econômica e a queda da demanda tiveram um impacto negativo na produção de vinho.
A indústria do vinho também teme que seus produtos sejam envolvidos no conflito tarifário desencadeado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Os Estados Unidos são os maiores importadores de vinho em valor, com 6,3 bilhões de euros (R$ 41,9 bilhões) em 2024. Em seguida está o Reino Unido, com 4,6 bilhões de euros, e a Alemanha, com 2,5 bilhões de euros.
Na União Europeia, a produção de vinho foi de 138,3 milhões de hectolitros no ano passado, 3,5% a menos do que em 2023. Na Alemanha — o quarto maior país produtor europeu — a produção caiu 9,8%, para 7,8 milhões de hectolitros, de acordo com dados da OIV.
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Menor produção na França desde 1957
Vinho
Roteiro do Vinho/Dvulgação
A Itália, maior produtora de vinho do mundo, registrou um aumento na produção de 44,1 milhões de hectolitros, mas ainda ficou 6% abaixo da média de cinco anos.
A França, o segundo maior produtor, registrou queda de 23,5%, para 36,1 milhões de hectolitros, a menor produção desde 1957. A Espanha, em terceiro lugar, também permaneceu 11,1% abaixo da média de cinco anos, com uma produção de 31 milhões de hectolitros.
O consumo global de vinho em 2024 foi estimado em 214,2 milhões de hectolitros, uma queda de 3,3% em relação ao ano anterior e o menor volume desde 1961, segundo a OIV.
Isso dá continuidade a uma tendência que, além de razões econômicas de curto prazo, como a inflação, também se deve a mudanças no estilo de vida, hábitos sociais e comportamentos diferentes do consumidor, especialmente entre a geração mais jovem.
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Tendência de alta nos preços
Na UE, o consumo caiu 2,8% em relação ao ano anterior, chegando a 103,6 milhões de hectolitros, o que representa um declínio médio de 5,2% em cinco anos. Na Alemanha, o consumo foi 3% menor que em 2023, atingindo 17,8 milhões de hectolitros.
O valor das exportações globais de vinho é estimado em 35,9 bilhões de euros em 2024, representando apenas uma ligeira queda em comparação ao ano anterior. O preço médio de exportação também permanece inalterado, em 3,60 euros por litro.
A OIV avalia que o nível geral de preços se mantém alto, em parte porque a tendência para vinhos com preços mais altos se tornou cada vez mais pronunciada nos últimos anos. Hoje, os consumidores pagam em média 30% a mais pelo vinho do que em 2019/2020.
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Dólar despenca mundialmente após Trump anunciar que pensa em demitir diretor do banco central americano
Moeda é desvalorizada globalmente como consequência das tentativas de Trump de intervir no Fed. Na última sexta (18), a Casa Branca anunciou que avalia se pode demitir Jerome Powell, alvo de Trump. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar despencou nesta segunda-feira (21), à medida que a confiança dos investidores na economia dos Estados Unidos caiu após o presidente Donald Trump revelar seus planos de intervir no Federal Reserve (o Fed, banco central amerciano), o que impactaria a independência do banco.
O dólar caiu para o menor nível em uma década frente ao franco suíço, o euro (EUR=EBS) alcançou US$ 1,15 o nível mais alto desde novembro de 2021. Enquanto o dólar neozelandês voltou ao nível de US$ 0,6000 pela primeira vez em mais de cinco meses.
O dólar também atingiu uma mínima de sete meses frente ao iene, a 140,615 ienes (JPY=EBS). Dados da CFTC mostraram que as posições líquidas compradas em iene japonês atingiram um recorde na semana encerrada em 15 de abril.
A libra esterlina (GBP=D3) subiu para o nível mais alto desde setembro, a US$ 1,3395, enquanto o dólar australiano (AUD=D3) alcançou uma máxima de quatro meses, cotado a US$ 0,6430.
Frente a uma cesta de moedas, o dólar caiu para o menor nível em três anos, a 98.164 (índice DXY). O dólar neozelandês (NZD=D3) saltou mais de 1%, chegando a US$ 0,6013.
Em outros lugares, o yuan onshore (CNY=CFXS) subiu para uma máxima de duas semanas antes de devolver parte dos ganhos, sendo cotado por último a 7,2904 por dólar. O yuan offshore (CNH=D3) também tocou a máxima de uma semana, a 7,2835 por dólar.
A liquidez do mercado estava reduzida, com a maioria das bolsas europeias e os mercados da Austrália e de Hong Kong fechados nesta segunda-feira de Páscoa. A maioria dos mercados globais também permaneceu fechada na sexta-feira por conta do feriado.
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Na sexta-feira (18), o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hasset, disse que a administração estuda se demitir Jerome Powell, presidente do Fed, é uma opção. Isso um dia após Trump declarar que a saída de Powell “não pode acontecer rápido o suficiente”, enquanto pressionava por cortes nas taxas de juros.
“Powell não responde diretamente a Trump, então (Trump) não pode realmente demiti-lo. Ele só pode ser removido do cargo sob certos procedimentos, que normalmente exigem um critério mais rigoroso. Mas o presidente pode acionar mecanismos para minar a percepção de independência do Fed? Sem dúvida,” disse Vishnu Varathan, chefe de pesquisa macroeconômica para a Ásia (excluindo Japão) no Mizuho.
“Eu diria que nem é necessário demitir Powell imediatamente,” acrescentou Varathan. “Basta criar a percepção de que se pode alterar fundamentalmente a ideia de um Fed independente.”
“É praticamente um banquete para qualquer vendedor do dólar... desde a crescente incerteza com o autossabotamento causado pelas tarifas até a perda de confiança mesmo antes da notícia sobre Powell,” disse Varathan.
As tarifas generalizadas de Trump e a incerteza sobre suas políticas comerciais abalaram os mercados globais e escureceram as perspectivas da maior economia do mundo, enfraquecendo o dólar à medida que os investidores retiram dinheiro dos ativos americanos.
A China manteve suas taxas de juros de referência inalteradas nesta segunda-feira pelo sexto mês consecutivo, em linha com as expectativas. No entanto, o mercado aposta que novos estímulos devem ser anunciados em breve, diante do agravamento da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Trump x Powell
Na quinta-feira (17), Trump criticou a gestão de Jerome Powell e disse que ele está "sempre muito atrasado e errado" na condução da política de juros do país.
A declaração veio apenas um dia após Powell criticar publicamente o tarifaço do presidente americano. Na quarta (16), Powell disse que o nível das tarifas anunciadas por Trump é muito maior do que o Fed esperava, mesmo nos cenários "mais extremos".
O presidente do Fed também disse que a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho.
Trump reclamou do tempo que falta para o fim do mandato de Powell à frente do Fed, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente".
A importância de um BC independente
O Fed é uma instituição independente e o governo não pode interferir nas decisões sobre os juros, o que evita o uso das taxas de juros para aquecer a economia em um momento de inflação acelerada.
"É muito importante o Fed ser independente porque é a instituição responsável por olhar para a economia de um jeito técnico", explica o analista de investimentos Vitor Miziara.
"Os governos, de forma geral, torcem para juros muito baixos porque estimulam a economia, trazem dívidas com custos menores e facilitam a vida das pessoas. Mas isso só funciona no curto prazo porque juros muito baixos sem uma base técnica para isso trazem inflação. A conta sempre chega lá na frente", pontua.
"A independência do banco central é importante para que a instituição não tome decisões com base no populismo, mas sim tentando assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo, e não apenas no curto prazo para beneficiar o presidente da vez", destaca Miziara.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Como perder a vergonha e fazer networking
Quando falamos sobre fazer networking, as conexões precisam ir além de interações casuais: é necessário construir relacionamentos significativos, baseados em trocas reais e mútuo aprendizado. Quando falamos sobre fazer networking, as conexões precisam ir além de interações casuais
Getty Images via BBC
Todos os dias nos conectamos com pessoas. Seja no trabalho, no grupo de WhatsApp ou no bairro onde moramos, as interações são parte da natureza do ser humano.
Mas quando falamos sobre fazer networking (algo como uma conexão com outras pessoas com fins profissionais), as conexões precisam ir além de interações casuais: é necessário construir relacionamentos significativos, baseados em trocas reais e mútuo aprendizado.
Embora nossos vínculos pessoais mais fortes sejam construídos dessa forma, muitas pessoas sentem dificuldade em levar isso para a vida profissional.
"Parece um bicho de sete cabeças porque é feito de forma errada. Networking não é sobre fazer contatos pensando em como você pode se beneficiar. É uma via de mão-dupla, em que ambas as partes percebem valor naquela relação", define a psicóloga e especialista em desenvolvimento de carreira Isabela Cavalheiro.
Segundo ela, a dificuldade de fazer networking também surge por falta de autoconhecimento.
Muitas pessoas acham que não têm nada a oferecer para contribuir com o desenvolvimento do outro, quando, na verdade, todos temos algo interessante a compartilhar.
"Pode ser uma experiência, uma indicação, um conhecimento específico. Tudo isso gera valor dentro de uma relação", afirma.
A BBC News Brasil entrevistou especialistas na área de carreiras que compartilharam dicas sobre como fazer networking, manter essas conexões e evitar erros na hora de construir relacionamentos profissionais.
Por onde começar o networking?
O primeiro passo para criar uma rede de contatos é fazer uma lista de pessoas com quem você quer se conectar. Se você está começando em um novo emprego, fazendo uma transição de carreira ou mudando de cidade, por exemplo, uma dica é mapear possíveis contatos — pensando em pessoas que possuem interesses similares aos seus e que podem se beneficiar dessa conexão.
"Se eu tenho uma empresa que presta um determinado serviço, e decido abrir uma filial em outra cidade, eu preciso identificar onde estão as pessoas que podem ter interesse no meu serviço, mas também analisar quais os problemas que elas têm e como eu posso ajudar a resolvê-los. É importante que essa conexão não seja apenas interessante para mim, mas eu preciso ser interessante para ela", explica Caroline Marcon, consultora organizacional e autora do livro O poder dos times AAA.
'É importante que a conexão não seja apenas interessante para mim, eu preciso ser interessante para ela', diz Caroline Marcon, consultora organizacional
Tereza Sá via BBC
Depois de identificar esses contatos, é preciso buscar formas de se conectar. Nesse sentido, participar de eventos presenciais, que reúnem várias pessoas de uma mesma área profissional, pode favorecer essas conexões.
Esses espaços são propícios para fazer networking, uma vez que as pessoas estão abertas a isso e o próprio evento cria oportunidades para o público se conectar.
"Muitos eventos têm dinâmicas específicas para as pessoas interagirem, se conhecerem e se apresentar. É uma oportunidade única para fazer e ampliar contatos", destaca Isabela Cavalheiro.
Nessas horas, segundo a psicóloga, é necessário deixar a timidez de lado e tomar a iniciativa para conversar.
Uma dica é sentar perto de pessoas com quem você tem interesse em fazer networking ou aproveitar momentos de interação, como a pausa do café, para puxar um assunto. Caso você tenha um contato em comum com a pessoa, peça para ser apresentado. Isso também ajuda na hora de se aproximar.
"Lembre-se que você e as pessoas que estão ali, participam de um mesmo evento, então vocês já têm algo em comum, o que facilita a conexão. Pense em algo que tem a ver com o tema, se apresente, pergunte da pessoa e comece uma conversa naturalmente.", aconselha.
Por mais desconfortável que seja tomar a iniciativa para se apresentar para alguém, é importante evitar atitudes que vão te impedir de fazer novas conexões, como ficar no celular o tempo todo ou sentar perto de quem você já conhece.
"Por mais que seja cômodo e te deixe em um lugar seguro, isso é muito ruim, porque você não vai conseguir se relacionar naquele espaço. Eventos presenciais costumam trazer oportunidades únicas. Já vi casos de pessoas que fecharam parcerias incríveis após um evento", destaca Cavalheiro.
Uma vez feita a conexão, é importante mantê-la para além do evento. Caroline Marcon aconselha a pegar um cartão, o número de WhatsApp ou trocar contas nas redes sociais.
"É uma forma de você continuar a troca fora daquele espaço, o que é fundamental na hora de construir seu networking", afirma.
Redes sociais facilitam conexões
As redes sociais são o principal instrumento de conexão entre pessoas nos dias de hoje e se tornam grandes aliadas na hora de fazer networking.
Participar de grupos específicos no Facebook ou LinkedIn, ou de comunidades de WhatsApp, por exemplo, ajuda um profissional a ampliar contatos.
Além disso, a rede social costuma fazer com que as pessoas se sintam mais confortáveis para mandar uma mensagem e conversar.
No LinkedIn, por exemplo, é possível se conectar com pessoas que trabalham em determinados setores e empresas, que escreveram livros e artigos que você já leu e se interessou.
Mas as especialistas alertam: é necessário saber usar essas ferramentas.
As redes sociais são grandes aliadas na hora de fazer networking
Getty Images via BBC
"Quando você convida uma pessoa para fazer parte da sua rede, é importante mandar uma mensagem se apresentando, falar sobre o trabalho dela, explicar como chegou até ela, dizer algo de valor. Isso ajuda a criar uma conexão", aconselha Marcon, citando que mensagens grandes e que seguem um padrão não são indicadas, pois não geram interesse.
"Muita gente acha que ter uma lista de distribuição no WhatsApp é fazer networking, mas não é. Porque as pessoas sabem que o que foi enviado para elas foi enviado para outras pessoas, e muitas não vão nem ler, porque não se sentem importantes", complementa.
Como manter o networking ativo?
Manter a rede de contatos ativa é considerado por especialistas a parte mais difícil do networking.
Questões como distância, correria do dia a dia e até mesmo subestimar a importância de tirar um tempo para falar com essas conexões podem dificultar a manutenção das relações profissionais.
Para Caroline Marcon, o networking precisa ser tratado como uma tarefa — o que requer planejamento e disciplina.
"A ativação de networking precisa ser feita de tempos em tempos, mas se a gente não coloca isso como compromisso, a gente esquece. Sugiro separar momentos na agenda, a cada 15 dias, e tirar uma hora para restabelecer contatos e reativar uma conexão", recomenda.
Apostar nas redes sociais e em aplicativos de mensagem como o WhatsApp são boas formas de manter essas conexões.
Nessas horas, segundo a psicóloga Isabela Cavalheiro, é importante pensar em maneiras que você pode agregar para a pessoa, para que seja algo natural.
"Você pode falar sobre um evento que vai acontecer e você sabe que a pessoa se interessa, indicar locais a que você foi, mandar o link de um artigo, podcast ou reportagem que a pessoa vai gostar", sugere.
"O distanciamento ao longo do tempo é normal de acontecer, mas se as duas pessoas veem valor naquela relação, o networking vai funcionar", destaca.
Isabela Cavalheiro, psicóloga, especialista em desenvolvimento de carreira: 'O distanciamento ao longo do tempo é normal de acontecer'
Arquivo pessoal via BBC
Principais erros ao fazer networking
Um dos principais erros cometidos pelas pessoas na hora de fazer networking é acionar a rede de contatos apenas quando precisam de algo.
Além de criar uma conexão que não tem futuro, já que a outra parte não vê benefício para ela na relação, você pode ser visto como interesseiro.
"O pior tipo de pessoa em uma relação é a interesseira, que só procura quando precisa de um favor. Ninguém quer ser chamado para tomar um café e a única coisa a ouvir é 'estou precisando de um emprego, aqui está meu currículo'", ressalta Marcon.
Assim, ao criar uma rede de contatos, é importante se conectar genuinamente com as pessoas. Isso inclui construir relacionamentos em que as duas partes são interessantes uma para outra e podem se beneficiar mutuamente.
"Sempre aconselho que as pessoas falem sobre o que elas têm a oferecer antes de pedir qualquer coisa", destaca Marcon.
Outro erro é sair se conectando com muitas pessoas, acreditando que a quantidade de contatos te faz ter uma boa rede.
Ter uma lista enorme com o telefone de várias pessoas não se traduz em networking se essas pessoas não se lembram de você ou nem sabem quem você é.
Ao criar uma rede de contatos, é importante se conectar genuinamente com as pessoas
Getty Images via BBC
Segundo as especialistas, o networking precisa ser estratégico. Ao ir a um evento, por exemplo, conecte-se com as pessoas, mas avalie depois com quais delas há um potencial de conexão interessante e invista nessas relações.
"Você não precisa manter o networking com todas as pessoas com quem conversa. Ninguém consegue regar todos os potes de conexão que faz e manter contato frequente com todo mundo", afirma Cavalheiro.
A psicóloga também chama atenção para o bom senso na hora de fazer networking.
Segundo Cavalheiro, é necessário avaliar se há reciprocidade na relação.
Se você fez dois, três contatos e não teve retorno, a pessoa está deixando claro que não está disponível para você. Nesses casos, insistir demais é um erro e você pode ser visto como chato.
"Eu discordo das pessoas que tentam vencer pelo cansaço. Acho que se você está tentando se conectar com alguém, e essa pessoa só foge de você, é hora de procurar outros contatos", opina.
Por que fazer networking é tão importante?
"Se você conversar com pessoas que são bem-sucedidas profissionalmente, lideranças de grandes empresas, elas vão dizer que os relacionamentos que elas construíram ao longo da carreira foram essenciais para que elas chegassem onde estão", afirma Caroline Marcon.
A consultora organizacional ressalta que é por meio de um networking bem feito que cada pessoa será lembrada pela rede de contatos — seja na hora de uma recomendação profissional, ou para estender a mão em uma situação difícil.
Além disso, o networking acelera a construção reputacional e abre portas para a carreira.
"O networking traz oportunidades que algumas pessoas levam anos para construir na carreira. E, na maioria das vezes, essas oportunidades vêm quando a gente menos espera, por meio de trocas genuínas que a gente teve e relacionamentos que a gente cultivou", destaca Marcon.
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China afirma que vai retaliar países que priorizarem acordos comerciais com os EUA em prejuízo de seus interesses
Declaração foi motivada por intenção de Trump de sugerir acordos contra a China a países que querem contornar tarifaço. China e EUA
Associated Press
A China afirmou que vai retaliar países que firmarem acordos comerciais com os Estados Unidos em detrimento de seus interesses. A declaração foi feita nesta segunda (21) pelo porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
"A China respeita todas as partes que buscam resolver diferenças econômicas e comerciais com os Estados Unidos por meio de consultas em pé de igualdade, mas se oporá firmemente a qualquer parte que tente fechar um acordo em detrimento da China", declarou.
"Pequim tomará contramedidas de forma resoluta e recíproca se qualquer país buscar esse tipo de acordo", completou. “Os Estados Unidos abusaram das tarifas com todos os parceiros comerciais sob a bandeira da chamada ‘equivalência’, ao mesmo tempo em que forçaram todas as partes a iniciar negociações de ‘tarifas recíprocas’ com eles”
De acordo com a Bloomberg, o governo Trump está se preparando para pressionar nações que buscam reduções ou isenções tarifárias dos EUA a restringirem o comércio com a China, inclusive impondo sanções monetárias. Essa reportagem motivou a declaração chinesa.
No início deste mês, o Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que cerca de 50 países o procuraram para discutir as tarifas adicionais elevadas impostas pelo presidente Donald Trump.
Desde então, diversas negociações bilaterais sobre tarifas aconteceram, com o Japão considerando aumentar as importações de soja e arroz como parte de suas conversas com os EUA, enquanto a Indonésia planeja aumentar as importações de alimentos e commodities dos EUA e reduzir pedidos de outros países.
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Guerra tarifária
A China é alvo de ataques de Trump desde o início do mandato do presidente.
Logo no começo do governo do republicano, em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre todas as importações chinesas sob a justificativa de que o país asiático facilitava o tráfico de fentanil. Essa taxa se somou aos 10% que já eram cobrados do país, resultando uma taxa de 20%.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo, porém, se intensificou na primeira semana de abril, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No último dia 2, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Na terça-feira, um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O novo texto ficou assim: "A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%."
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que "podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas" e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
China proíbe entrega de jatos da Boeing em reação ao tarifaço de Trump
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Pecuária de confinamento: o que é e qual importância da modalidade no mercado brasileiro de gado de corte
Entre 2020 e 2024, produtores otimizaram em 4% utilização de ração para criação de bovinos, aponta relatório da Cargill, com dados que representam 30% do setor. Estratégia representa 21% da pecuária brasileira, segundo CNA/Senar. Pecuária de confinamento: modalidade tem ganhado espaço no agro brasileiro
O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo. Apenas atrás dos EUA, o país responde por quase 20% da produção global, montante que representou quase 12 milhões de toneladas em 2024, segundo o USDA, departamento de agricultura norte-americano.
Embora menos representativa do que a modalidade a pasto, predominante em território nacional, a pecuária de confinamento tem ganhado espaço no fornecimento de gado de corte.
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O confinamento tem pelo menos 21,3% na participação do abate para obtenção de carne bovina no país, segundos o último relatório do projeto "Campo Futuro", da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Pecuária de confinamento no Brasil
Divulgação
Um relatório divulgado este mês pela Cargill - o Benchmarking Confinamento Probeef -, com base em um levantamento com quase 250 pecuaristas que respondem por 30% dessa modalidade em território nacional, apontam um crescimento de 4% na eficiência biológica, ou seja, com uma menor quantidade de ração necessária para a criação de cabeças gado aptas para o corte (veja mais abaixo).
Práticas como a utilização de tecnologias de automação e inteligência artificial também se destacam entre os melhores produtores do país.
"O Brasil é o segundo maior país confinador do mundo. A gente perde só para os Estados Unidos e isso às vezes chama atenção porque somos um país tropical, em que chove, a nossa pecuária é voltada ao pasto, mas o confinamento vem ganhando força porque a pressão pelo uso da terra está muito grande. Eu tenho que aumentar a produtividade, que encurtar o ciclo produtivo, e o confinamento se torna uma estratégia rápida de engorda, mais efetiva. Isso fez com que esse mercado brasileiro seja hoje crescente", afirma Felipe Bortolotto, gerente de tecnologia de bovinos de corte da Cargill.
Nos tópicos a seguir, entenda as principais características da pecuária de confinamento e os principais resultados obtidos com os produtores nos últimos anos, com base em uma pesquisa de realizada pela Cargill que representa 30% do setor.
A utilização do confinamento de bovinos é uma realidade crescente na pecuária brasileira
Alfri Ribeiro – Getty Imagens
O que é a pecuária de confinamento?
O confinamento é uma das modalidades da pecuária em que os criados em áreas restritas, currais onde recebem a alimentação no cocho. Diferentemente da extensiva, onde os animais se alimentam de pasto, no confinamento a dieta é controlada e composta por ração concentrada. Entre os principais pontos fortes estão:
Aumento de produtividade;
Mercado crescente;
Profissionalização e tecnologia: a busca por maior eficiência tem levado à adoção de tecnologias, como softwares de gestão, automação de trato e inteligência artificial (como o uso de drones para monitoramento do bem-estar animal);
Flexibilidade: o confinamento permite ajustar a produção de acordo com as condições de mercado. Em momentos de baixa no valor da arroba, por exemplo, os produtores podem reduzir os ciclos.
Segundo Bortolotto, o confinamento é uma estratégia utilizada para criação de animais depois de uma fase de desenvolvimento inicial, por volta dos 18 meses de vida, quando o gado já é considerado um adolescente.
"Você pode escolher terminar ele a pasto e com baixa suplementação, que é o extensivo, você pode escolher terminar mantendo ele no pasto e dar muita ração, que é o semiconfinamento, terminação intensiva, ou você tira esse bicho do pasto e o põe no confinamento e salva o pasto, porque o colocou dentro de um ambiente fechado e você vai fornecer toda a comida no coxo", explica.
Pecuária de confinamento representa um quinto da criação de gado de corte brasileira
AcervoEP
Quais os principais mercados do Brasil?
Em 2024, os principais mercados de exportação do Brasil foram a China e a União Europeia. Somente no estudo realizado pela Cargill, 57% dos animais participantes foram para esses dois destinos. Esse percentual inclui 7% de destinação para países da chamada Cota Hilton, ou seja, com cortes bovinos de alta qualidade destinados a países da Europa e provenientes somente de países credenciados como o Brasil.
Japão e Vietnã também são apontados como consumidores promissores do gado brasileiro criado em confinamento.
Qual é o nível de produção e qual o ganho de eficiência?
Estima-se que, atualmente, a pecuária de confinamento no país tenha cerca de 7,5 milhões de cabeças de gado, um número que vem aumentando na última década. Segundo a CNA/Senar, em 2018, por exemplo, eram 3,8 milhões de cabeças.
Segundo o relatório da Cargill, realizado com donos de 2,3 milhões de cabeças de gado, ou seja, quase a metade desse universo, nos últimos cinco anos, as criações em confinamento tiveram um ganho de 4% na eficiência biológica.
Em 2020, cada arroba produzida, em média, demandava 151,7 quilos de matéria seca consumida pelo animal. Em 2024, esse mesmo peso foi obtido com apenas 145,9 quilos de ração.
Entre os criadores mais bem sucedidos, essa eficiência é ainda maior, com uma aplicação de 134,6 quilos de ração por arroba produzida.
"Isso quer dizer que o animal ingeriu menos quilos de matéria seca para conseguir produzir uma arroba. Um boi que produziu 7,6 arrobas, em média, no confinamento comeu 145 quilos de matéria seca para produzir uma arroba. Quanto menor esse número, melhor", explica Jonas Acedo Daltrini, consultor técnico de bovinos de corte da Cargill.
O tempo de permanência no cocho, para obtenção de peso para o abate, também diminuiu de 113 para 109 dias, o que tem relação com o aumento da demanda pelo consumo face o aumento de custos para os pecuaristas observado no ano passado, antes de uma retomada após o segundo semestre.
As arrobas produzidas, por sua vez, quase se mantiveram no mesmo patamar - 7,6 contra 7,8 - mesmo com a redução no peso médio da carcaça de 20,8 para 20,07 entre 2020 e 2024. Entre os produtores mais bem sucedidos do país na pecuária de confinamento, a quantidade de arrobas obtidas por cabeça chegou a 8,6.
"No ano passado, o primeiro semestre foi muito difícil economicamente para a cultura de corte, ou seja, a margem estava muito baixa e a turma estava trazendo um custeio do ano de 2023 muito pesado. Então a turma estava assim (...) gira rápido para girar o estoque que está pesado para entrar no novo ciclo. Esse foi um ponto", afirma Bortolotto.
Na pecuária de confinamento, animais têm alimentação controlada em cochos
AcervoEP
Quais práticas ajudam no ganho de eficiência?
Segundo os especialistas, esse ganho de eficiência na pecuária de confinamento está atrelada a alguns fatores, entre eles:
Melhoramento genético
Manejo de cocho
Inteligência artificial e automação
Segundo Daltrini, uma das práticas adotadas pelos produtores de sucesso é a leitura noturna do cocho, que permite entender se adequar melhor à rotina e às necessidades dos animais. De acordo com o consultor, os clientes da empresa que utilizaram essa técnica economizaram R$ 33 por criação.
"O produtor que faz a leitura de cocho noturna, que usa informações de trato dos animais, que usa informações de período de cocho dos animais, que afere a sobra de dieta que teve no cocho, tem uma melhoria de eficiência produtiva de 4 kg de matéria seca por arroba colocada", diz.
O uso da automação em processos, como na reposição do trato alimentar, também faz a diferença, segundo Daltrini. Isso acontece, porque há uma maior garantia de precisão dos números e uma facilidade na rotina do criador.
"Os confinamentos que têm automação de tratos, que conseguem minimizar erros durante a operação, conseguem 10 kg de matéria seca a menos em eficiência frente a quem não usa automação. Para traduzir isso, é o cara que engorda o mesmo boi tendo um lucro de quase R$ 80 reais a mais frente a quem não usa", explica.
Nesse contexto, alguns dos pecuaristas mais bem sucedidos também se utilizaram de drones equipados com inteligência artificial que criam índices de bem-estar animal com base em fotografias e que geraram um lucro adicional de R$ 65 por boi.
Com base nisso, segundo Bortolotto, os melhores clientes listados pelo relatório proporcionam mais espaço por metro quadrado por boi do que o restante do mercado.
"Os animais precisam ter bom acesso a água, bom acesso a comida e ter espaço para descansar. E quando começo a tirar uma foto todo dia com drone e eu treino a IA para resolver isso, eu faço um paralelo com o diagnóstico por imagem da medicina humana. Não erra", diz.
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Preço do bacalhau deixa almoço de Páscoa 'mais salgado' na região de Piracicaba; veja itens mais caros
Relatório aponta o preço médio dos principais produtos comercializados durante esse período. ARQUIVO: Bacalhau
Reprodução/TV TEM
Uma cesta com produtos típicos de Páscoa em Piracicaba (SP) custa em média R$ 364,12 em abril deste ano, considerando os desembolso total do consumidor com ovos de chocolate e demais alimentos, doces e salgados, do almoço para celebrar a data. Os valores foram apresentados neste sábado em pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Na comparação com o ano passado, o preço da cesta de Páscoa é cerca de 12% maior. O bacalhau foi um dos alimentos que puxaram a alta. 👇Confira detalhes do relatório com valores médios do principais produtos comercializados durante esse período e veja quais são os itens mais caros, na reportagem abaixo.
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A pesquisa é uma edição especial do Índice de Cesta Básica (ICB), divulgado todos os meses pela Esalq e coordenado por Carlos Vian, professor e pesquisador do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, e delegado municipal adjunto do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo (Corecon), em Campinas.
Os produtos pesquisados foram ovos de chocolate de 200 a 250, de 300 a 350 e 500 gramas, colomba pascal e cobertura fracionada, bacalhau, azeite, batata e cebola.
🧑🔬Metodologia: os preços foram coletados em dez supermercados e atacarejos em abril de 2025 por meio dos sites dos estabelecimentos.
"Estamos em um ambiente de oferta diversificada de produtos e com preços para todos os bolsos. Além dos ovos, o consumo de pescados é tradicional nesta época. Assim, procuramos pesquisar alguns alimentos que são usados nos pratos tradicionais, como bacalhau, azeite e outros ingredientes", ressaltou o coordenador da pesquisa.
ARQUIVO: ovo de chocolate e gotas
Marcos Tadeu/TV Fronteira
Produtos doces 🐰
A pesquisa apresenta primeiro os preços dos produtos doces que normalmente são tradicionais na época de Páscoa. São três tamanhos de ovos de chocolate, colomba pascal e cobertura para sobremesa.
Os ovos da faixa de peso de 200 a 250 gramas têm um preço médio de R$ 45,73, cerca de 4% maior que em 2024.
Na faixa de 300 a 350 gramas, o preço médio foi de R$ 64,42, 13% maior que em 2024.
"Por fim, os ovos de 500 gramas foram comercializados, em média, por R$ 95,67, 2,6 maior que em 2024. Percebe-se assim que o maior aumento foi nos ovos médios", aponta o relatório.
ARQUIVO: Azeite de oliva é um dos itens mais caros da cesta de Páscoa
Shutter
Pratos salgados 🐟
Para os pratos salgados, os pesquisadores consideraram o bacalhau, peixe normalmente escolhido para o almoço da Sexta-feira Santa, data em que os católicos optam por não comer carnes bovinas, suínas ou aves.
A pesquisa também considerou o preço do azeite, muito usado para temperar o peixe, batata, cebola e tomate. Confira na tabela:
🐟O preço médio do bacalhau em peça foi de R$ 139,43, o que representa um aumento de aproximadamente 19,84% em relação ao valor registrado no mesmo período do ano anterior, quando o produto era comercializado por R$ 116,35.
🫒Já o azeite de oliva apresentou preço médio de R$ 44,49, registrando um acréscimo de 1,21% em relação ao ano de 2024, quando o preço era de R$ 43,95.
🍅Quanto aos legumes mais comumente utilizados no preparo do prato de bacalhau — batata, cebola e tomate — os preços médios por quilograma foram de R$ 8,65, R$ 8,79 e R$ 7,44, respectivamente.
🛒Dessa forma, para a aquisição desses itens na rede varejista de Piracicaba, estima-se um gasto total aproximado de R$ 208,80.
Análise
O coordenador da pesquisa, Carlos Vian, a comemoração da Páscoa é influenciada pelas condições econômicas das famílias e pelos preços dos produtos a serem adquiridos.
"Existem opções para todos os orçamentos familiares. Desde as barras de chocolate, caixas de bombons sortidos, produtos artesanais e os premium. Sempre se encontra uma forma de presentear a família. Muitos optam pela compra de barras simples de chocolate ou coberturas para fazerem sobremesas em casa. Esta situação expressa a tendência da indústria de buscar novos sabores e uma diversidade de brindes para acompanhar os ovos. O público adulto se tornou tão importante quantos as crianças e jovens", comentou.
Procura por pescado movimenta comércio na região para a Páscoa
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Noroeste de SP tem espaço sobrando em armazéns de grãos
Mudança no clima dispensa uso de mão de obra e altera a cultura de plantação dos agricultores, que têm preferido produzir safras que não necessitam de escoamento. Produtores de grãos enfrentam desafios para armazenar o que colhem
TV TEM/Reprodução
O escoamento de grãos, como soja e milho, é um processo diário realizado por produtores do interior de São Paulo. No entanto, a falta de movimentação preocupa os trabalhadores, que afirmam que a safra está menor do que a de 2024.
De acordo com a empresária Rosicléia Fátima Christal, proprietária de um secador localizado em José Bonifácio (SP), a capacidade de armazenagem é de 260 mil sacas, porém, atualmente, apenas 77% deste total está preenchido.
Uma das explicações da baixa de secagens de grãos é o clima seco deste ano. A soja, que é um dos principais grãos que necessitam do escoamento, não precisou do tratamento por conta do calor extremo. As safras já foram colhidas prontas para a venda.
Outra explicação é que, devido a uma mudança de cultura, os produtores começaram a plantar cana-de-açúcar. Um dos exemplos é Andre Luis Seixas, que mora em Ipiguá (SP) e é produtor de soja há dez anos.
O agricultor conta que, devido ao clima irregular da região, que resultou na falta de chuvas, decidiu parar com as plantações de soja - que necessitam de muita água - e apostar no plantio de cana. Diante disso, os 180 hectares disponíveis no campo do agricultor agora estão repletos de cana-de-açúcar.
O mercado de escoamento de grãos está enfrentando uma difícil fase e, no fim, isso se deve ao clima que está mudando os objetivos das plantações dos agricultores ou tornando desnecessário o uso da mão de obra.
Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025:
Noroeste de SP tem espaço sobrando em armazéns de grãos
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Fazenda alia alta produção e sustentabilidade
Para preservar a fauna e flora local, uma fazenda de São Manuel (SP) adotou medidas que não prejudicam a produção agrícola da propriedade. Fazenda investe em produção econômica e sustentável
TV TEM/Reprodução
Atualmente, a agricultura e o meio ambiente têm coexistido nas fazendas do interior de São Paulo. Com o propósito de preservar a natureza e, o mesmo tempo, não comprometer a produção, iniciativas sustentáveis podem gerar um impacto positivo na flora e fauna do país.
É o caso de uma fazenda localizada no município de São Manuel (SP), onde há uma usina de cana-de-açúcar que cobre uma área total de 1600 hectares. No entanto, quase 17% do local estão cobertos por uma vegetação nativa do cerrado.
De acordo com o diretor institucional Moacir Fernandes Filho a mudança de planejamento sustentável da fazenda iniciou no ano de 2008, com a restauração das áreas degradadas. "O objetivo da companhia é ser uma empresa perene, é o nosso grande sonho. A sustentabilidade tem que caminhar de mãos dadas com a companhia. Isso é algo cultural para gente, está no nosso DNA, faz parte da nossa política, por respeito ao meio ambiente, por respeito às pessoas. Nós achamos que é mais do que uma crença: é uma política da companhia", diz.
Uma das primeiras ações de sustentabilidade da companhia foi a criação de um viveiro, onde são cultivadas diversas mudas usadas no processo de reflorestamento das áreas que necessitam desse procedimento. O viveiro conta com 94 espécies de árvores e plantas nativas, e a capacidade de produção anual chega a 200 mil mudas.
Além do reflorestamento, a companhia também criou um projeto que monitora a caminhada dos animais, que é chamado de corredores ecológicos. Além disso, em parceria com várias instituições, também faz a soltura de animais resgatados nas áreas da fazenda.
"Foram feitos, até hoje, 711 avistamentos, e dentre eles eu posso citar onça-parda, lobo-guará, tamanduá-bandeira, diversas aves, como o tico-tico-rei, o anu-branco, entre outros. É uma gama de variedades de fauna, e a gente consegue mensurar como é que está o ecossistema local, bem como propiciar áreas de suturas, tanto para animais apreendidos como animais recuperados também", explica Natalia Cristina Javra de Souza Toledo, líder da adequação ambiental.
Os projetos da companhia mostram como é possível a natureza e agricultura coexistirem sem prejudicar o meio ambiente e as produções agrícolas. Dessa forma, a vida do planeta pode ser preservada e restaurada à medida que mais fazendas adotarem esse método.
Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025:
Fazenda alia alta produção e sustentabilidade
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Gado jersey tem fama de produzir leite de qualidade
Em Tatuí (SP), produtores de leite têm investido na criação da vaca Jersey, uma raça europeia que se destaca pela alta produção de um leite com alto teor de gordura, ideal para a indústria de laticínios. Vaca Jersey oferece boa produção e qualidade do leite
TV TEM/Reprodução
Em Tatuí (SP), os produtores têm investido na criação de vaca Jersey, uma raça caracterizada por boa produção de leite e pelo manejo tranquilo.
De origem europeia, entre a França e a Inglaterra, os primeiros lotes desembarcaram no Rio Grande do Sul no final do século 19. Atualmente, o Brasil conta com mais de 150 mil animais registrados.
Uma outra característica importante do animal é a vida longa na reprodução e na quantidade de produção leiteira.
"Suas qualidades de produção de leite em termos de qualidade são muito boas, em teor de gordura, sólidos e proteínas. Isso para um alimento puro resulta numa qualidade melhor de nutrição, e para indústria de laticínio representa mais produtos por volume de leite", explica o produtor Luiz Augusto Pacheco.
A diferença está também na quantidade de gordura no leite. Enquanto uma vaca holandesa produz um leite com 3,7% de gorgura, a vaca Jersey produz leite com quase 5% de gordura. Segundo os produtores, este fator é importante na hora de negociar com as indústrias.
Em geral, o preço comercializado do leite Jersey é de R$0,30 a R$0,40 o litro. O manejo correto ajuda a melhorar ainda mais a produção. Luiz explica que, além da alimentação adequada, o local também conta com alguns cuidados que vão desde a cobertura até a ventilação.
Veja a reportagem exibida no programa em 20/04/2025:
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Afrodisíaco e probiótico: veja 5 curiosidades sobre o cacau, a fruta do chocolate
Consumido por humanos há mais de 9.400 anos, o cacau dá origem ao chocolate, um dos alimentos mais apreciados do mundo e que se tornou um símbolo da Páscoa. Chocolate
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O chocolate é um dos alimentos mais consumidos do mundo e um símbolo da Páscoa. E a fruta que dá origem a esse ingrediente tão apreciado guarda algumas curiosidades.
O cacau é consumido por humanos há mais de 9.400 anos e sempre teve grande importância cultural e econômica. O Brasil, sexto maior produtor do mundo, também tem forte ligação com a fruta, que é considerada pelos yanomamis como um “alimento dos deuses”.
Além disso, o cacau possui probióticos e propriedades afrodisíacas.
Páscoa mais cara: Preço do cacau disparou 190% em 2 anos; entenda
Saiba a diferença entre os tipos e como é a produção de cacau no Brasil
De onde vem o que eu como: chocolate
O g1 listou cinco curiosidades sobre o cacau. Veja abaixo:
1- Ele é afrodisíaco
O chocolate, por causa do cacau, estimula a produção de óxido nítrico, com função vasodilatadora, facilitando o fluxo de nutrientes para zonas erógenas, como os órgãos sexuais.
O cacau é rico em substâncias como metilxantina, ácidos graxos e aminas biogênicas. Elas têm função psicoativa e neurológica, modulando neurotransmissores que promovem equilíbrio, tranquilidade e saciedade.
Conheça as lendas milenares por trás do cacau
Veja como é a produção do cacau na Amazônia
2 - Sua semente ‘sangra’ para virar chocolate
O produto do cacau que dá origem ao chocolate se chama nibs. Ele é extraído na fase de fermentação da fruta, quando sua semente “sangra”, liberando um líquido violeta.
Nesse processo, um líquido violeta sai da semente e ela morre, se transformando em amêndoa. Depois de seca em uma estufa, ela será descascada para extrair o nibs, que é derretido para virar chocolate.
3- É visto como um ‘presente divino’
Entre as civilizações andinas, como os olmecas, os toltecas e os maias, o cacau era exclusividade das classes mais altas. Havia a crença na importância espiritual do fruto e, por isso, ele só era consumido por reis, sacerdotes e líderes militares.
No Brasil, os yanomamis têm uma forte relação com o cacau por acreditarem que ele é um presente divino. Já os iecuanas fazem um chá da casca do cacau para fortalecer uma pessoa debilitada ou sem energia; no entanto, não há estudos que comprovem essa função.
QUIZ: Teste seus conhecimentos sobre o cacau
Cacau era considerado alimento dos deuses por diversos povos
4- Ele é probiótico
O cacau é um probiótico, ou seja, tem muitas bactérias boas para a saúde. São pelo menos 150 microrganismos que participam de sua fermentação e continuam vivos mesmo após a produção do chocolate.
No nosso corpo, as bactérias ajudam no metabolismo e na formação de substâncias e enzimas que atuam na prevenção de doenças. O chocolate também contribui para melhorar o humor e reduzir a ansiedade, além de prevenir o envelhecimento.
Boa parte desses benefícios está concentrada nos chocolates mais intensos, que possuem maior quantidade de cacau.
Chocolate
Unsplash/ Tetiana Bykovets
5- Chocolate amargo? Não é bem assim
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o termo "amargo" é inadequado, pois o amargor é considerado um defeito. O correto é dizer que ele é intenso, quando há maior porcentagem de cacau do que os outros ingredientes.
Os chocolates que normalmente são chamados de “amargos” precisam ter, no mínimo, 50% de cacau em sua composição. Eles são considerados mais saudáveis na comparação com os tipos ao leite e branco, que possuem mais açúcar e gorduras.
Se preferir o chocolate com maior quantidade da fruta, o consumidor aproveita melhor as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do cacau, que é rico em vitaminas do complexo B e minerais, como o magnésio e potássio.
Páscoa com menos ovos, chocolate mais caro e produtos com menos cacau
Arcabouço fiscal com regras atuais é insustentável, apontam especialistas em contas públicas
Governo teria de cortar gastos de forma robusta e achar saída para precatórios (dívidas judiciais) para manter arcabouço. Mesmo assim, economistas avaliam que uma nova reforma será necessária nos próximos anos. O projeto que o governo enviou ao Congresso para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 explicitou, nesta semana, as dificuldades do arcabouço fiscal.
Segundo especialistas em contas públicas, as regras que foram aprovadas já no atual governo Luiz Inácio Lula da Silva ficarão insustentáveis se nada for feito nos próximos anos.
📈 O arcabouço fiscal é o conjunto de regras proposto e aprovado em 2023 para orientar os gastos públicos. Ele inclui uma sistema de metas e gatilhos para controlar o crescimento das despesas e, em tese, levar os cofres federais para um patamar sustentável de gastos.
Mesmo se optar por uma reforma – o que pode ser complexo do ponto de vista político, a essa altura –, será difícil salvar o arcabouço diante do forte ritmo de crescimento dos gastos obrigatórios.
Esse ritmo é impulsionado, por exemplo pela política de aumentos reais (acima da inflação) do salário mínimo. O tema foi promessa de campanha do presidente Lula e é um dos pilares do seu governo.
Na prática, segundo especialistas, é como se o governo Lula tivesse feito duas promessas opostas:
➡️ de um lado, para acenar ao mercado e mostrar compromisso com as contas públicas, propôs o arcabouço fiscal – que, embora menos rígido que o teto de gastos, é uma ferramenta para limitar o gasto público;
➡️ do outro, ainda na campanha eleitoral de 2022, prometeu expandir investimentos em saúde, educação, habitação e em programas sociais – o que leva a um aumento do gasto público.
O pequeno espaço que o arcabouço fiscal deixa para a expansão da despesa (inflação + 2,5%) vem sendo consumido pelo chamado "crescimento vegetativo" dos gastos – relacionada com as promessas, entre elas, o aumento real do salário mínimo.
Em tese, só daria para criar novas despesas, a manter o arcabouço ativo, se o governo indicasse de onde vai cortar – o que não vem sendo feito na intensidade necessária.
Economistas pedem ao governo maior ênfase na redução de gastos e indicam possíveis cortes
Um economista experiente em política fiscal afirmou ao g1 que já "está contratada a necessidade de um ajuste estrutural", pois "medidas pontuais não serão suficientes no médio prazo".
"A dúvida é mais sobre 'quando' [será feita uma nova reforma fiscal]", concluiu.
Outro analista projetou a necessidade de mudanças já em 2027, primeiro ano do próximo governo.
Economistas cobram ajuste fiscal firme e Haddad fala em possíveis mudanças futuras no arcabouço; Bruno Carazza comenta
Sinal vermelho
Nesta semana, o governo acendeu um sinal vermelho na sociedade ao admitir que faltarão R$ 10,9 bilhões para os gastos discricionários do governo em 2027.
Com isso, não haverá recursos para investimentos e políticas públicas importantes, como o Farmácia Popular, a fiscalização do meio ambiente e até mesmo para pagar contas de água e luz de prédios públicos.
Esse cenário de possível "apagão" no governo está relacionado com a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir o pagamento de precatórios por fora da meta fiscal a partir de 2027.
Mas também tem relação com a ausência de cortes robustos (considerados necessários para manter o arcabouço fiscal de pé) nos gastos obrigatórios.
O pacote de redução de despesas aprovado no fim do ano passado, argumentam os analistas, foi insuficiente.
Para abrir espaço para gastos livres (discricionários) nos próximos anos e tentar evitar a paralisia da máquina pública, o governo terá necessariamente de adotar ações.
Entre as possibilidades, estão:
propor (e conseguir) excluir os precatórios das metas fiscais, total ou parcialmente;
cortar gastos de forma robusta e não somente com "pente fino" em cadastros, como o BPC e benefícios previdenciários.
Entenda o que está acontecendo
Minisetérios podem ficar sem recursos para políticas públicas básicas
TV Globo/Reprodução
A explicação para o colapso, no atual cenário para as contas públicas, tem a ver com o limite para gastos criado pelo arcabouço fiscal.
A regra para as contas públicas prevê que a maior parte das despesas do governo pode crescer, no máximo, 2,5 pontos percentuais acima do ritmo da inflação.
Entretanto, os gastos obrigatórios, que têm regras específicas fixadas em leis, continuarão crescendo nos próximos anos acima de 2,5% (limite do arcabouço) – o que acabará com o espaço existente para as despesas discricionárias dos ministérios, os gastos livres.
Os gastos obrigatórios, que seguem crescendo, são:
previdenciários, como aposentadorias e assistência, estimados em mais de R$ 1 trilhão em 2025;
com servidores (R$ 413 bilhões neste ano);
com seguro-desemprego e abono salarial;
alguns tipos de emendas parlamentares;
gastos mínimos em Saúde e Educação.
O governo admitiu que, a partir de 2027, não haverá recursos para nenhuma dessas políticas públicas executadas com gastos livres (discricionários). Veja exemplos:
verbas para a defesa agropecuária;
bolsas do CNPq e da Capes;
investimentos em infraestrutura;
Pronatec;
emissão de passaportes;
programa Farmácia Popular;
bolsas para atletas;
fiscalização ambiental e do trabalho, entre outros.
O que dizem os especialistas
Para Marcus Pestana, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, o país caminha para um "estrangulamento orçamentário", com déficits das contas públicas, crescimento do endividamento, baixíssimo nível de investimentos e "despesas obrigatórias sufocando as discricionárias".
"A partir de 2027 fica insustentável. O próximo presidente da República terá um encontro inevitável com uma profunda reforma fiscal (...) E a coisa fica mais grave ainda ao percebermos que não estamos estancando o crescimento da dívida e as despesas discricionárias estão despencando, onde se encontram os investimentos estratégicos para o futuro do país", declarou Pestana, da IFI.
Paulo Bijos, consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados e ex-secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, que previu o cenário de "paralisia" da máquina pública em 2027, concorda que o arcabouço fiscal, no atual cenário, é insustentável.
"Para ser sustentável, o arcabouço fiscal precisa, no mínimo preservar o espaço discricionário [para gastos livres do governo] do orçamento. Para isso, é necessária uma reforma estrutural robusta com ênfase na desindexação e na desvinculação do gasto público", declarou Bijos.
📊 Desindexar significa desfazer algumas das regras que vinculam salários, benefícios e outros gastos ao crescimento do salário mínimo ou da inflação.
📊 Desvincular, em geral, é a ideia de retirar o vínculo que existe hoje entre algumas receitas e algumas despesas. Para citar um único exemplo, a lei obriga o governo a destinar 20% do IPVA (imposto sobre veículos) para o Fundeb, fundo que financia a educação básica do país. E obriga o governo a destinar fatias específicas do orçamento para saúde, educação e segurança.
De acordo com Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA e ex-secretário do Tesouro Nacional, a inclusão dos precatórios na meta fiscal em 2027 só irá expor mais rapidamente a incompatibilidade do limite de gastos com as regras de crescimento das despesas obrigatórias que foram criadas.
Essas regras incluem a política de valorização do salário mínimo e a retomada das regras dos mínimos constitucionais da saúde e da educação, entre outros.
"Ainda assim, para conseguir reestabelecer em 2027 este nível de discricionária previsto para 2026, seria necessário que o governo apresentasse um pacote de corte de obrigatórias de três vezes maior do que foi apresentado em dezembro de 2024. Se este é o esforço necessário para alcançar um nível mínimo de despesa discricionária que combine as necessidades da máquina e o cumprimento das regras, é mais provável que se reveja as regras [das contas públicas] do que se alcance tal esforço", afirmou Bittencourt, do ASA.
Para Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, o arcabouço fiscal "não para de pé".
"Há uma inconsistência matemática da regra fiscal, que desde a sua origem vem sendo cumprida por meio de operações contábeis questionáveis. O PLDO 2026 apenas explicita o que a mediana do mercado e nós, na primeira hora, alertamos sobre os problemas da regra fiscal proposta, que não é ótima, tampouco crível. Mesmo para 2026, há risco relevante de shutdown, dado o nível do gasto discricionário. O PLDO 2026 tem um divórcio grande com a realidade macroeconômica do país, carece de realismo fiscal", avaliou Barros, da ARX Investimentos.
Posição do governo
Nesta semana, o secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Clayton Montes, disse que o governo precisará adotar novas medidas para "aprofundar a revisão de gastos de despesas obrigatórias" para tentar impedir a paralisia da máquina pública em 2027.
"O governo tem trabalhado nesse ponto, busca alcançar a eficiência nas principais despesas do Poder Executivo, como BPC, Proagro, benefícios previdenciários. São políticas que estão no foco da necessária revisão de gastos que o Poder Executivo vem empreendendo", declarou o secretário, nao ocasião.
Mesmo prevendo um cenário desafiador para 2027, o governo não propôs, na LDO do ano que vem, cortes relevantes em gastos obrigatórios — algo considerado necessário para manter a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O g1 entrou em contato com o Tesouro Nacional, responsável pelo projeto do arcabouço fiscal, e questionou:
se o governo pretende enviar uma proposta de retirada dos precatórios, ou parte deles, da meta de primário,
se pretende fazer um corte robusto de gastos obrigatórios e
se a atual regra para as contas (arcabouço) é sustentável.
O governo não respondeu até a última atualização dessa reportagem.
Entenda o arcabouço fiscal em números
g1
SYM Cruisym 150: Dafra renova sua scooter mais barata para brigar com Honda e Shineray
Scooter mais econômica da Dafra finalmente recebe itens para tentar aparecer na lista das 10 motos mais vendidas do segmento. Dafa SYM Cruisym 150
divulgação/Dafra
A Dafra lançou a versão 2025 de sua scooter mais econômica: a SYM Cruisym 150, chegará com preço de R$ 19.290 em versão única.
Com valor competitivo, o novo modelo tem a missão de posicionar a marca entre as 10 scooters mais vendidas do Brasil. (veja o ranking abaixo)
Para isso, a scooter tem um visual mais esportivo com linhas retas na carenagem. O motor foi atualizado para ganhar potência e torque. São 2 cv a mais, de 12,5 cv para 14,3 cv, e aumento de 1,22 kgfm para 1,38 kgfm.
Alguns itens também foram adicionados para fazer frente a rivais, como a Honda PCX. O primeiro item é a chave presencial, que permite ligar a moto com a chave no bolso. O segundo é o controle de tração, que garante maior estabilidade durante a pilotagem.
Um diferencial da Cruisym 150 em relação à PCX 150 é o painel digital colorido, além dos freios ABS de duplo canal, que oferecem maior controle para evitar o travamento das rodas durante as frenagens. (veja as fichas técnicas no fim da reportagem)
A SYM Cruisym 150 também possui espaço abaixo do banco para carregar um capacete, porta USB para carregamento de celular, GPS ou outros equipamentos eletrônicos, além de iluminação em LED integrada ao farol.
Dafra SYM Cruisym 150
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Competição ferrenha
Para chegar ao ranking das mais vendidas, a SYM Cruisym 150 precisa ultrapassar as 13 mil unidades vendidas.
Em todo o ano passado, a lista das 10 scooters mais vendidas do Brasil trouxe nomes da Honda, Yamaha, Shineray e Avelloz como as mais populares.
Foram mais de 500 mil scooters e cubs da Honda, 47,5 mil emplacamentos de modelos da Yamaha, 32,1 mil vendas da marca Shineray e 18,1 mil unidades comercializadas da Avelloz. Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Este é o ranking das 10 scooters e cubs mais vendidas durante o ano de 2024:
Honda Biz: 278.350 unidades;
Honda Pop 100I: 169.940 unidades;
Honda PCX160: 55.067 unidades;
Honda Elite 125: 27.697 unidades;
Avelloz AZ1: 18.121 unidades;
Yamaha Nmax: 17.538 unidades;
Shineray Shi 175: 16.797 unidades;
Yamaha Neo 125: 16.788 unidades;
Shineray XY: 15.339 unidades;
Yamaha Fluo 125: 13.253 unidades.
Testamos a nova Honda ADV 160
Mega-Sena, concurso 2.854: resultado; aposta de SC acerta sozinha as seis dezenas e ganha mais de R$ 52 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 02 - 13 - 16 - 31 - 44 - 55 . A quina teve 101 apostas vencedoras que levam mais de R$ 48 mil. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
Uma aposta de Concórdia (SC) acertou sozinha as seis dezenas do concurso 2.854 da Mega-Sena, realizado neste sábado (19) em São Paulo, e ganhou um prêmio de R$ 52.035.653,48.
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Veja os números sorteados: 02 - 13 - 16 - 31 - 44 - 55
Veja quantas apostas foram premiadas no concurso 2854:
6 acertos - 1 aposta ganhadora, que vai receber R$ 52.035.653,48;
5 acertos - 101 apostas ganhadoras, que vão receber R$ 48.304,31;
4 acertos - 7.246 apostas ganhadoras, que vão receber R$ 961,85.
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (24), e o prêmio será de R$ 25 milhões.
Para apostar na Mega-Sena
Números sorteados da Mega-Sena, concurso 2854
Divulgação/Caixa
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
A
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas a ao custo de R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Vinhos produzidos no DF têm qualidade superior a alguns rótulos internacionais, diz pesquisa
Levantamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal foi reconhecido pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Vinhos analisados são feitos a partir da uva Syrah. Vinhedo brasiliense participante da pesquisa
A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) financiou um estudo realizado no Laboratório de Referência Enológica Evanir da Silva (Laren) para saber mais sobre o vinho produzido em Brasília. Um dos resultados é que o vinho brasiliense feito com a uva Syrah é superior em qualidade a rótulos de países conhecidos internacionalmente (veja detalhes mais abaixo).
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De acordo com os pesquisadores, a uva do Cerrado segue os padrões internacionais, com protocolos reconhecidos pela instituição responsável por estabelecer e manter padrões para a indústria vinícola no mundo inteiro. Para a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) , sediada em Dijon, na França, o vinho brasiliense foi elencado como superior em qualidade a rótulos consagrados da França, da Itália, da Espanha, Austrália, da Argentina e da África do Sul.
A análise foi realizada pelos pesquisadores Rafael Lavrador Sant'Anna, do Instituto Federal de Brasília (IFB), em parceria com Caroline Dani, da Associação Brasileira de Sommeliers, seção RS (ABS-RS) e Fernanda Spinelli, da Laren-RS e da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV).
Resultados da pesquisa
Produção de vinhos da Villa Triacca.
Divulgação/Vinícola Brasília
Os dados analisados mostram que as taxas de componentes benéficos à saúde do vinho produzido em Brasília, com uvas Syrah, chegam a ser três vezes superiores às dos vinhos do exterior.
🔎Os pesquisadores alertam que para obter os benefícios é necessário ter um consumo moderado, de uma taça (125ml) por dia, para pessoas acima de 18 anos.
Propriedades analisadas nos vinhos:
1) Resveratrol: atua na prevenção de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Uva Syrah do DF: até 12,08 mg/l
Barossa Valley (Austrália): 3,85 mg/l
Toscana (Itália): 3,2 mg/l
Médoc/Bordeaux (França): 2,9 mg/l
2) Catequinas e epicatequinas: têm ação antioxidante e anti-inflamatória, ajudando a retardar o envelhecimento celular.
Uva Syrah do DF: 49,70 mg/l
Espanha (Rioja, Priorat): entre 18 e 25 mg/l
Vale do Rhône (França): cerca de 20 mg/l
África do Sul: até 17,76 mg/l
3) Antocianinas: fortalecem o sistema imunológico e a microbiota intestinal.
Uva Syrah do DF: malvidina até 17,90 mg/l, cianidina até 46,84 mg/l, delfinidina até 14,92 mg/l
Argentina: malvidina entre 7,01 e 9,75 mg/l; cianidina até 10,8 mg/l; delfinidina até 22 mg/L.
França (Hermitage e Côte Rôtie): malvidina entre 8,5 e 11 mg/l
"Os vinhedos entregam os melhores vinhos com o passar do tempo. Se esse vinhedo jovem já está entregando tudo isso, o que vai ser daqui há uns anos? A gente fica curioso", diz o pesquisador Rafael Lavrador Sant'Anna.
Quais vinhedos foram avaliados?
Oma Sena
Marchese
Ercoara
Alto Cerrado
Horus
Villa Triacca
Casa Vitor
Miro
Monte Alvor
Vista da Mata
Características da vinho do Cerrado
Os pesquisadores afirmam que o vinho produzido no Cerrado com as uvas Syrah – símbolo da produção local – de dupla poda, demonstraram grande concentração de compostos fenólicos e antioxidantes, fatores determinantes para a estrutura, longevidade e complexidade aromática da bebida. Descrito pelo pesquisador como um vinho harmônico, que combina com vários pratos.
Os vinhos do Cerrado também têm alta qualidade técnico-científica. O pesquisador do IFB diz que apesar de todas as uvas dos vinhedos pesquisados estarem no Cerrado de altitude, elas não estão no mesmo tipo de solo.
"Há vinhedos de solo arenoso, montanhoso, argiloso, tapiocanga, tendo até mais de um tipo de solo no mesmo vinhedo, o que dá a cada vinho ainda mais singularidade", diz Rafael Lavrador Sant'Anna.
Sobre a pesquisa
A pesquisa começou em 2023 e será finalizada em dezembro de 2025.
Foram objeto de estudo as safras de 2022 e 2023 das 10 associadas da Vinícola de Brasília que produzem a Syrah, uva rústica e de alta produtividade.
O estudo foi feito com o investimento de R$ 1,5 milhão da FAPDF, por meio dos editais FAPDF Learning Agro dos anos citados.
Os pesquisadores destacam a adaptação da Syrah ao solo do Distrito Federal, resultado de mais de 20 anos de pesquisas e investimentos brasileiros. Uma importante descoberta, para qualificar a produção, foi o uso da dupla poda, técnica de manejo que favorece o amadurecimento ideal da fruta, para ser colhida no inverno.
Enoturismo
Conheça vinícola no DF
A produção de vinhos em Brasília já possui um mercado estabelecido. Uma das formas de conhecer o trabalho, é por meio de passeios guiados pelas vinícolas, que incluem degustação de vinhos e aprendizado das tradições e cultura.
Para saber mais sobre as atividades de enoturismo, basta clicar nos nomes dos vinhedos listados acima.
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Como habitat de onças-pintadas do 'tamanho da Inglaterra' virou plantação de soja e pasto
Uma única fazenda criadora de gado desmatou cerca de 1 mil hectares, de forma não autorizada, em uma área protegida por lei no Mato Grosso. Como são predadores de topo, onças-pintadas possuem um papel ecológico único
Getty Images via BBC
Em 2022 e 2023, autoridades ambientais identificaram que uma única fazenda criadora de gado desmatou cerca de 1 mil hectares (equivalente a mais de seis vezes o tamanho do Parque do Ibirapuera, em São Paulo), de forma não autorizada, em uma área protegida por lei, no Mato Grosso.
Os documentos que registraram as infrações cometidas pela empresa falam de dano à vegetação, o que gerou multas e embargo à empresa responsável. Mas casos como esse contêm um outro dano pouco contabilizado: o prejuízo à biodiversidade.
A fazenda está localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) Meandros do Araguaia, no Mato Grosso, território conhecido da onça pintada, um dos maiores símbolos da biodiversidade brasileira. Um dos objetivos da unidade de conservação é justamente proteger a espécie - conforme consta do decreto de sua criação, de 1998.
Ao menos 477 infrações ambientais foram registradas pelo ICMBio nos últimos dez anos nesta mesma unidade de conservação, cometidas por diferentes infratores e que somam mais de R$ 37 milhões em multas, segundo levantamento feito pela BBC News Brasil nos dados abertos da instituição.
As violações são um exemplo de um fenômeno maior, de ameaça ao habitat desses animais causado principalmente pelo avanço da agropecuária e derrubada das florestas, em sua maior parte de forma ilegal, com consequências para várias outras espécies.
Um estudo inédito produzido pela ONG Global Witness e obtido pela reportagem identificou que as onças pintadas já perderam 27 milhões de hectares de vegetação nativa nos estados do Pará e do Mato Grosso, uma área que é maior do que a soma dos territórios da Inglaterra, da Escócia e do País de Gales.
Esta área corresponde ao total de áreas de pasto e agricultura que havia nesses dois estados em 2023 e que estão sobrepostas ao mapa de habitat da espécie. Na prática, isto significa que esses animais podem ter sido deslocados ou mortos.
O Código Florestal determina que toda fazenda deve manter área com cobertura de vegetação nativa em diferentes proporções, a depender da região: na Amazônia, este porcentual é de 80%; no Cerrado, 35%. Mas, segundo o levantamento nos dois estados estudados, 89% da perda de vegetação entre 2014 e 2023 aconteceu sem as autorizações legais devidas.
"A destruição que vimos no Pará e em Mato Grosso não aconteceu por acaso. É resultado da fiscalização insuficiente de um sistema legal que, com frequência, permite que corporações poderosas fiquem impunes", diz Alexandria Reid, líder da campanha de Florestas da Global Witness.
Para ela, embora existam leis para prevenir o desmatamento, a aplicação da legislação carece de recursos. "Regulamentações frágeis das cadeias de fornecimento significam que fornecedores que desmatam ainda podem contar com grandes empresas para continuar comprando, independentemente dos danos. Com penalidades baixas e lucros altos, as empresas ainda se beneficiam da destruição florestal."
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Um animal 'quase ameaçado' de extinção
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), grupo que reúne governos, agências e organizações não-governamentais, classifica a onça pintada como uma espécie quase ameaçada, ou seja, que está perto de estar ameaçada de extinção e pode se enquadrar nesta categoria em um futuro próximo. O animal é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) como um símbolo brasileiro da conservação da biodiversidade.
Um relatório do ICMBio projetou que a espécie deve ter sua população reduzida em mais de 30% até 2031. O documento atribui a queda às atividades agrícolas, principalmente cultivo da soja e pecuária, e também ao que chama de "efeitos secundários", como conflitos, caça, atropelamentos e comércio ilegal de partes do animal.
Mas o que justifica a preocupação especificamente com esta espécie? Especialistas apontam uma série de fatores.
"Como são predadores de topo e o maior predador terrestre do nosso país, elas possuem um papel ecológico único. Predadores de topo são muito importantes para o controle das populações de suas presas e, através desse controle, influenciam todo o ecossistema", explica a coordenadora científica do Onçafari, Marcella Pônzio. A organização atua na defesa da biodiversidade brasileira.
Quando há a extinção de predadores de topo em um local, segundo Pônzio, muitas populações de suas presas, como herbívoros, podem passar por um processo de explosão populacional. Se aumenta a população de herbívoros, algumas espécies de plantas são mais prejudicadas. É um fenômeno conhecido como cascata trófica. Os efeitos não se limitam a consequências populacionais: pode afetar também a qualidade da água, o curso dos rios e a compactação do solo, explica ela.
Outro valor de estudar essa espécie é que as onças são animais que estão quase sempre em florestas e têm aversão a outros ambientes, portanto sofrem mais com o impacto do desmatamento.
"Onças pintadas são organismos especialmente sensíveis à perda de habitat nativo, seja o desmatamento de florestas ou outros biomas brasileiros. Isso acontece porque elas precisam de áreas nativas para se refugiar e necessitam de uma grande base de presas, ou seja, um grande volume e diversidade de animais para se alimentarem", diz o diretor de conservação e operações da mesma organização, João Vasconcellos de Almeida.
Fernando Tortato, coordenador do Programa de Conservação do Brasil da Panthera, organização global de conservação de felinos selvagens, destaca ainda que políticas públicas que garantam a proteção dessa espécie acabam garantindo a proteção da biodiversidade como um todo, já que seus requerimentos de habitat são maiores do que o de outros vertebrados.
Pará e Mato Grosso: onças pintadas perderam 27 milhões de hectares de habitat para pasto e agricultura
BBC
'É o bem comum sendo revertido em bem privado'
Um estudo publicado em 2021 que estimou, pela primeira vez, o número de onças-pintadas mortas ou deslocadas de seu território na Amazônia colocou os estados de Mato Grosso e Pará no topo da lista.
Os autores do artigo estimaram que 1,4 mil onças foram mortas ou deslocadas entre 2016 e 2019. "Imagine uma cidade, como São Paulo, remover quase 2% de sua população todos os anos. É uma taxa absurda", diz Torquato, que é um dos autores da pesquisa.
O pesquisador diz ainda que o desmatamento é a primeira etapa do processo, que inclui mais prejuízos a esses animais. Ao fragmentar as populações nativas e reduzir a quantidade de presas, é comum que as onças passem a caçar os bois. Isso pode estimular um conflito com os fazendeiros e a caça desses animais. Com a caça, há também o risco de que partes do animal sejam comercializadas no mercado ilegal, dentro e fora do país. "É uma ameaça que vem em combo".
Por isso, explica, os números da pesquisa são bastante conservadores, já que não consideram quantos animais foram mortos por retaliação de fazendeiros, para caça para fins de tráfico de animais, dentre outros casos conhecidos.
Torquato diz que a ideia do monitoramento é ver o problema do desmatamento por outro ângulo. "É um mesmo problema, mas apresentado de outra perspectiva. Muitas vezes a sociedade não se atenta sobre o que representa a remoção de uma floresta. O que perdemos, em termos de serviço ecossistêmico, em cada hectare removido? É o bem comum sendo revertido em bem privado."
Desmatamento é só a primeira etapa de prejuízo às onças pintadas, com fragmentação de seu território
Getty Images via BBC
Empresa que desmatou área protegida foi fornecedora indireta da JBS, diz relatório
O auto de infração do ICMBio identifica que o desmatamento citado no início desta reportagem aconteceu na Fazenda Canoeiro, em Cocalinho (MT). O auto de infração foi feito em nome da empresa MFX Investimentos e Participações Ltda.
A operação de fiscalização aconteceu em agosto de 2022. "Um dos maiores problemas ambientais enfrentados pela equipe técnica da APA Meandros do Araguaia está relacionada à perda de biodiversidade provocada por processos de corte raso, degradação ou uso do fogo, ocorridos ilegalmente em áreas de vegetação nativa", diz o documento.
O relatório da Global Witness afirma que a fazenda autuada foi uma fornecedora indireta de gado da JBS, maior empresa de processamento de carne do mundo, entre 2019 e 2022. Segundo a organização, esta fazenda transportou gado para uma outra unidade do grupo, que então vendeu para fornecedoras diretas da empresa em ao menos duas ocasiões.
"A transferência de gado criado em terras desmatadas para fazendas limpas é conhecido como lavagem de gado. Essa é uma das formas pelas quais produtos pecuários ligados ao desmatamento podem entrar no mercado, explorando uma brecha nos sistemas de monitoramento da JBS, que em sua maioria rastreiam fornecedores diretos, mas ignoram os indiretos ao longo da cadeia de suprimentos", explica a organização.
Dados compilados pela organização afirmam ainda que 75% das fazendas fornecedoras de gado da JBS que estão no território das onças pintadas tinham menos área de vegetação preservada do que a legislação requer.
Em nota, a JBS disse que a MFX Investimentos e Participações nunca forneceu bovinos para a empresa, mas não comentou especificamente a informação de que a empresa seria uma fornecedora indireta.
A BBC News Brasil não conseguiu contato com a MFX. A reportagem usou os e-mails e telefone dos representantes da empresa que aparecem no auto de infração do ICMBio, mas não obteve respostas. O espaço segue aberto para manifestação.
Unidades de conservação são suficientes para proteger a biodiversidade?
Há hoje, no Brasil, cerca de 2,7 mil unidades de conservação (UC), tanto de proteção integral como de uso sustentável, que somam 1,5 milhão de hectares, ou 18% do território brasileiro. Como no caso da APA Meandros do Araguaia, citada no início desta reportagem, um dos principais objetivos destes espaços é justamente a proteção da biodiversidade.
Só que diversos estudos têm apontado que as UCs, de forma isolada, não resolvem o problema. Um dos desafios, segundo especialistas, é que a preservação das espécies depende da existência de mecanismos que consigam integrar essas áreas.
As onças pintadas e outros animais de maior porte precisam de grandes extensões territoriais para conseguir alimento. As estimativas de área de vida desses animais variam muito e podem ultrapassar os 1 mil quilômetros quadrados, a depender da disponibilidade de presas e habitat adequado, segundo especialistas.
Se essas áreas estão fragmentadas, elas acabam precisando atravessar estradas e plantações criadas por humanos em busca de sobrevivência, muitas vezes chegando às cidades e fazendas.
Um artigo publicado em fevereiro de 2023 no periódico Communications Biology mostrou que as áreas na região amazônica que contêm as maiores populações da espécie são justamente as que enfrentam mais ameaças da ação humana.
A pesquisa aponta que o desmatamento, a expansão agrícola e os incêndios são comuns em áreas protegidas que abrigam as maiores populações de onças pintadas, especialmente nas zonas de amortecimento (áreas no entorno dessas regiões).
Um outro artigo, publicado por autores brasileiros em 2014 na revista Landscape Ecology, já apontava que "a maioria das grandes reservas no Brasil não mantém populações viáveis de onças-pintadas para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo".
Áreas protegidas fragmentadas ameaçam sobrevivência das onças pintadas
BBC
Corredor ecológico que integra áreas protegidas é aposta
Uma das propostas apresentadas para integrar essas áreas é a criação de corredores ecológicos, áreas que conectam fragmentos de florestas ou áreas protegidas que foram separadas pela ação humana. Eles permitem, por exemplo, melhor deslocamento de animais e aumento da cobertura vegetal, dentre outras vantagens.
No ano passado, procuradores da república criaram um grupo de trabalho para discutir a criação de um desses corredores, ao longo da bacia Araguaia-Tocantins. A área abrange os estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, que ajudaria na preservação das onças-pintadas.
O desafio é equilibrar as necessidades com as atividades econômicas na região: a área possui quase três mil quilômetros de extensão, abrange os biomas do Cerrado e da Amazônia e agrega 119 cidades, onde vivem cerca de 4 milhões de pessoas.
O procurador da república Guilherme Tavares, que coordena o grupo, disse à BBC News Brasil que a região produz 5 milhões de toneladas de soja ao ano e possui 15 milhões de cabeça de gado. "Nossa ideia de corredor é produzir uma agenda nos órgãos e colocar o Araguaia nessa agenda, seja dos órgãos ambientais, políticos, da academia, com produção de dados e diagnóstico para promover ações."
Desmatamento na Amazônia atinge menor nível histórico para fevereiro em 2025
Corredor é viável?
Um estudo coordenado pela professora de economia da USP, Andrea Lucchesi, identificou que, embora exista um alto custo financeiro para a criação do corredor no Araguaia, os ganhos podem ser ainda maiores.
Estima-se que esses benefícios ultrapassem R$ 100 bilhões ao longo de 50 anos, além da geração de até 38 mil novos empregos diretos. Publicado em 2024 na revista científica Land Use Policy, o artigo avalia a possibilidade de restaurar 931 hectares de áreas localizadas na Amazônia e no Cerrado, ao longo do Araguaia e parte do Rio Tocantins.
O estudo leva em conta o impacto financeiro da emissão de CO2, que poderia ser capturado pelas árvores das áreas restauradas, e as milhões de toneladas de erosão do solo que poderiam ser evitadas. Também inclui o ganho financeiro com a extração sustentável de recursos dessas terras.
"Conseguimos saber não apenas quanto o proprietário rural vai ganhar ao vender açaí, por exemplo, mas também quanto vale, em termos monetários, ter reflorestado aquela área, considerando a captura de CO2 e a redução na erosão", explica Lucchesi.
A pesquisa envolveu a criação de diferentes modelos de restauração ecológica, adaptados a cada bioma. Até as espécies que deveriam ser plantadas em cada região foram analisadas. "Pensamos em modelos que fossem rentáveis, como a exploração de madeira ou produtos como açaí, frutas, castanhas e mandioca. O objetivo é convencer os proprietários a aderirem", afirma a especialista, destacando que o Código Florestal permite, com limitações, a exploração econômica de espécies nativas.
Lucchesi ressalta que a única forma de garantir a sustentabilidade é através do diálogo com as diversas comunidades que vivem ao longo do corredor.
"É preciso estabelecer um relacionamento de confiança, mostrando os benefícios para o meio ambiente e o clima. Mas também é fundamental apresentar argumentos financeiros sólidos. Não dá para simplesmente desapropriar milhares de propriedades rurais", conclui.
Gráficos feitos por Caroline Souza, Equipe de Jornalismo Visual da BBC Brasil.
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Não surpreendentemente, corretor de imóveis aparece em 2º lugar. Essa profissão tem chamado atenção nos últimos anos pelas promessas de comissões.
Só no Brasil há cerca de 650 mil profissionais registrados, de acordo com o Conselho Federal de Corretores de Imóveis, atrás apenas dos Estados Unidos em quantidade de profissionais.
A profissão pode proporcionar retornos financeiros expressivos. Em entrevista ao g1, corretores no setor de luxo - que anunciam mansões, fazendas e ilhas - contaram que faturam comissões milionárias. É o caso de Mônica Poplawski, Lucas Felt e Welerson Antunes.
"A comissão sobre a venda de um imóvel gira em torno de 6%, e pode representar valores expressivos, especialmente em negociações de alto padrão. A profissão também chama a atenção pela flexibilidade de horários e independência profissional", afirma Diogo Martins, CEO do Instituto Brasileiro de Educação Profissional (IBREP).
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O levantamento do Resume.io mostra ainda a profissão de engenheiro de software em terceiro lugar no ranking, com quase 600 mil buscas por ano.
Embora a carreira possa não parecer tão glamorosa quanto se tornar um ator ou influenciador digital, as vagas de programação oferecem benefícios como estabilidade financeira, oferecendo um salário médio de R$ 13 mil por mês, conforme Glassdoor.
Além disso, vagas do setor de tecnologia tendem a ser mais flexíveis, possibilitando o teletrabalho.
Abaixo, confira o ranking dos empregos mais desejados globalmente:
Top 10 profissões mais pesquisadas em 2024
Veja ainda as profissões mais buscadas em cada país do continente americano abaixo.
As profissões mais buscadas em cada país do continente americano
g1
O que é um emprego dos sonhos?
A definição de "emprego dos sonhos" varia de pessoa para pessoa, moldada pela paixão, interesses, valores, motivações, habilidades e personalidade de cada um. Em essência, um emprego dos sonhos traz satisfação e realização, seja solucionando crimes complexos ou pilotando um Boeing 737.
Para alguns, o papel perfeito pode estar relacionado ao baixo estresse e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, enquanto outros podem buscar a emoção de um papel de alta pressão.
De acordo com a Grant Up - organização que realiza pesquisas e estudos sobre satisfação no trabalho - apenas 18% da força de trabalho no último ano se consideraria "extremamente satisfeita" com seu emprego, mas com as pressões financeiras e a preocupação generalizada com a estabilidade no emprego, os empregos dos sonhos parecem fora de alcance para a força de trabalho.
Como a pesquisa foi elaborada?
O Resume.io reuniu dados de volume de pesquisas sobre o tópico de empregos dos sonhos em cada país para determinar a função mais procurada.
Cada país foi avaliado usando o modelo de busca "Como se tornar um [cargo]" ou "Como ser um [cargo]", com alterações para fins de tradução. Os dados foram obtidos nos buscadores Google e Microsoft Bing.
Alguns países foram omitidos devido à falta de dados do keywordtool.io.
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Desemprego entre jovens no Brasil é mais que o dobro da taxa de grupo mais velho
Volvo planeja demitir até 800 funcionários nos EUA por efeito do tarifaço de Trump
Divisão de caminhões da empresa, que emprega cerca de 20.000 pessoas na América do Norte, diz que está sofrendo com as perspectivas de aumento dos custos e demanda fraca. EX30, lançamento da Volvo Car Brasil
Divulgação/Volvo Car Brasil
O Grupo Volvo planeja demitir até 800 trabalhadores em três instalações nos Estados Unidos nos próximos três meses devido à incerteza do mercado e às preocupações com a demanda diante do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse um porta-voz nesta sexta-feira (18).
A Volvo disse em um comunicado que informou aos funcionários que quer demitir de 550 a 800 pessoas em sua unidade da Mack Trucks em Macungie, Pensilvânia, e em duas instalações do grupo em Dublin, Virgínia, e Hagerstown, Maryland. Todas fabricam os caminhões da marca, não os veículos de passageiros.
A empresa emprega cerca de 20.000 pessoas na América do Norte, de acordo com seu site.
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Trump derrubou o sistema de comércio global que está em vigor há mais de 75 anos com um plano de tarifas sobre produtos de todo o mundo. Sua política comercial errática minou a confiança dos consumidores e das empresas e fez com que os economistas aumentassem suas previsões para uma recessão nos EUA.
As demissões na Volvo são a mais recente resposta de um setor de automóveis e caminhões que está sofrendo com as tarifas do presidente republicano sobre determinadas peças, o que deve aumentar o custo de fabricação dos veículos.
"Os pedidos de caminhões pesados continuam a ser afetados negativamente pela incerteza do mercado sobre as taxas de frete e demanda, possíveis mudanças regulatórias e o impacto das tarifas", disse um porta-voz do Volvo Group North America em um comunicado enviado por e-mail.
"Lamentamos ter que tomar essa medida, mas precisamos alinhar a produção com a redução da demanda por nossos veículos."
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Ovo de Páscoa: como a tradição começou com galinhas e virou chocolate?
Apesar do doce ser um dos símbolos mais populares — e queridos — na data, a sua história ainda gera muitas dúvidas e curiosidade.
Ovos de Páscoa
Unsplash/ Lisette Harzing
Antes dos ovos de chocolate tomarem conta das prateleiras na Páscoa, o costume era bem mais simples: presentear com ovos de galinha.
Embora hoje a troca de ovos esteja ligada à celebração cristã da ressurreição de Jesus, essa tradição é bem mais antiga e cheia de simbolismos que atravessam culturas e séculos.
Confira as respostas do g1 para as principais curiosidades sobre o tema:
🥚Por que dar ovos de presente?
Desde antiguidade, o ovo é símbolo de fertilidade e renovação.
"É a partir dele que nascem muitos animais", explica Karla Nery, instrutora de confeitaria no Centro de Aperfeiçoamento em Gastronomia do Senac. "O coelho, outro ícone da Páscoa, também está ligado à ideia de fertilidade, por se reproduzir com facilidade".
A importância do ovo na história da humanidade é tanta que, no Império Romano, chegaram a acreditar que o universo era oval, imitando o seu formato. Já na Idade Média, existia a ideia de que o mundo teria surgido de dentro de uma casca de ovo.
Mas, essa simbologia é ainda mais antiga. Séculos antes do cristianismo, povos antigos já presenteavam com ovos em momentos de comemoração, como o início da primavera — época que marca o fim do inverno no Hemisfério Norte, segundo Katia.
"Depois da troca, eles cozinhavam e comiam os ovos" , conta a especialista. "Por isso, eram utilizados ovos comestíveis, como os de galinha, pato ou ganso".
Com a intenção de deixar o presente mais bonito, alguns ovos passaram a ser pintados e decorados, o que também se tornou uma tradição. Para isso, eram usados pigmentos naturais extraídos de alimentos, como beterraba e açafrão, explica Katia.
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🙏Quando os ovos viraram símbolo da Páscoa?
Com o surgimento e a expansão do cristianismo, a crença de que os ovos simbolizam a renovação foi incorporada às tradições cristãs. Assim, na Páscoa, data em da celebração da Ressurreição de Cristo, o ovo começou a ser dado de presente.
"Como Jesus que ressuscitou, o ovo simbolizava uma nova vida emergindo da casca do ovo", descreve a enciclopédia Britannica.
🏰 Como os ovos viraram artigo de luxo?
Na Europa medieval, a tradição ganhou status nobre. Registros indicam que, no século 12, o rei francês Luís VII recebeu ovos ao voltar da Segunda Cruzada — mesmo derrotado. A prática se espalhou entre a elite, que passou a trocar ovos feitos de porcelana, vidro e até ouro.
Séculos depois, essa tradição inspiraria os famosos Ovos Fabergé, criados pelo joalheiro russo Peter Carl Fabergé. Um deles, presente do czar Alexandre 3º à imperatriz Marie Feodorovna, foi avaliado em US$ 20 milhões em 2014 — e trazia um relógio cravejado de safiras e diamantes, segundo a BBC.
🍫Quando surgiram os ovos de chocolate?
A versão doce surgiu entre os séculos 17 e 18, na França, com confeiteiros que criaram moldes de ovos recheados com uma mistura de ovos, açúcar e, claro, chocolate.
Com o tempo, os ovos passaram a ser feitos inteiramente de chocolate — inicialmente mais amargo e denso do que os que conhecemos hoje.
O sabor só foi suavizado com a evolução da confeitaria e a adição de ingredientes como leite, manteiga de cacau e açúcar, segundo a especialista.
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Novo Porsche Panamera exala luxo por R$ 1 milhão, mas é a mecânica que faz dele diferente; veja o teste
Sistema de amortecimento inteligente, que sozinho custa quase R$ 60 mil, muda completamente a experiência a bordo do sedã. Vídeo mostra como funciona o opcional. Porsche Panamera: suspensão de R$ 57 mil transforma qualquer motorista em piloto
O novo Porsche Panamera chega às lojas na casa do R$ 1 milhão, trazendo tudo o que um consumidor de caro de luxo tem direito: esportividade, requinte e tecnologia. Mas o que há de realmente novo é um sistema de suspensão ativa inigualável, e que custa R$ 57 mil a mais.
O preço pode ser um detalhe para um carro que tem preço inicial de R$ 850 mil, mas o sistema de amortecimento inteligente, que responde a cada milissegundo aos comandos do motorista, muda completamente a experiência com este sedã de mais de cinco metros de comprimento.
O g1 testou duas unidades do Panamera na pista de um autódromo, e a diferença entre a versão comum e a equipada com o opcional Porsche Active Suspension Management (PASM) é brutal. Confira as primeiras impressões sobre o carro.
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O sistema de suspensão ativa aumenta a altura do carro em até 5,5 centímetros
Divulgação | Porsche
Suspensão ativa
A suspensão a ar com gerenciamento ativo do Porsche Panamera custa R$ 57.464. Com os faróis LED Matrix de 32 mil pixels, que custam R$ 16.753, o preço final do carro testado pelo g1 chega a R$ 1.044.217.
Comparar um Panamera com e sem o PASM revela uma diferença enorme. O sistema transmite tanta confiança que encoraja o motorista a entrar mais rápido nas curvas, até que os pneus não aguentem mais e comecem a cantar.
O controle de rolagem da carroceria e o assistente ativo para curvas fazem o Panamera rodar como se estivesse em uma estrada alemã, mesmo em curvas fechadas de um autódromo a 90 km/h.
O Porsche Panamera ajusta automaticamente a inclinação da suspensão em até três graus no sentido contrário ao da curva, compensando o balançar da carroceria. Por exemplo, em uma curva à esquerda, a suspensão ativa infla as bolsas do lado direito para equilibrar o peso do veículo.
Embora os passageiros ainda sintam a força G, as curvas ficam mais suaves e o carro permanece sob controle total do motorista. Impressiona até os mais experientes o quanto o veículo não adorna nas curvas.
Firme e com uma segurança impressionante, virando o volante de um lado para o outro, entrando certo ou errado na curva, o Panamera faz o que é pedido. A sensação é de estar guiando um carro menor do que ele realmente é.
O mesmo ajuste ocorre durante frenagens e acelerações. Sem o PASM, a frente do carro mergulha ao frear bruscamente. Com a suspensão ativa, a frente se mantém estável, proporcionando a melhor reação possível. Considerando o peso do carro, essa falta de "reação" parece mágica.
Isso dá ao motorista a sensação de controle total, como um verdadeiro piloto. O PASM torna o Panamera seguro e prazeroso de dirigir.
E o funcionamento não é tão complicado quanto se imagina. O sistema monitora a via e as ações do motorista, ajustando a suspensão em apenas 50 milissegundos. Isso é viável graças à tensão elétrica de 400 volts, quatro vezes maior que a de uma tomada residencial. Esse é o segredo da Porsche.
Além disso, a suspensão ativa também aumenta a altura do carro em até cinco centímetros para facilitar a entrada e saída da cabine, já que o Panamera tem apenas 1,42 m de altura.
A suspensão ativa oferece:
Controle de rolagem da carroceria;
Maior conforto em superfícies irregulares;
Ajuste de altura do carro;
Melhor distribuição de carga nas rodas;
Acesso mais fácil ao carro;
Mais conforto em frenagens e acelerações;
Assistente ativo para curvas;
Não há outra palavra para descrever essas tecnologias além de "impressionantes".
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E os preços? Sim, é caro!
A primeira geração do Porsche Panamera foi lançada em abril de 2009. Embora não tenha sido um sucesso de vendas como o SUV Cayenne, o Panamera continua a representar a tecnologia avançada da marca.
A terceira geração chegou ao Brasil em outubro de 2024, disponível em duas configurações, por R$ 803 mil e R$ 922 mil, respectivamente.
Porém, os preços aumentaram para:
Porsche Panamera 4 E-Hybrid: R$ 850 mil;
Porsche Panamera 4S E-Hybrid: R$ 970 mil.
O que distingue uma configuração da outra é, basicamente, o conjunto híbrido:
O 4 E-Hybrid é equipada com um motor 2.9 V6 de 470 cv de potência e 66 kgfm de torque;
O 4S E-Hybrid também tem um motor 2.9 V6, mas com 544 cv e 76 kgfm de torque.
As versões mais potentes, com motor 4.0 V8 biturbo e elétrico que juntos entregam 680 cv e 94,8 kgfm de torque, não serão oferecidas no Brasil.
Toda essa potência e torque vêm da combinação do motor a combustão com um motor elétrico acoplado à transmissão de dupla embreagem PDK. O motor elétrico sozinho oferece 190 cv e 45,9 kgfm de torque, mais do que o Jeep Compass 1.3 turbo (185 cv).
A versão mais barata do Panamera acelera de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos e atinge 280 km/h de velocidade máxima. A versão 4S E-Hybrid faz em 3,7 segundos e chega a 290 km/h.
Ambas as versões têm uma bateria de 25,9 kWh, similar à dos primeiros carros elétricos no Brasil, adequada para um sistema híbrido.
O Porsche Panamera pode rodar até 63 km no modo elétrico, de acordo com o Inmetro. A bateria pode ser carregada em três horas usando uma tomada de 11 kW. O consumo médio de combustível é de 21 km/l, segundo a Porsche. Um híbrido com ótimo consumo.
Mas convenhamos: quem paga mais de R$ 1 milhão por um veículo dificilmente se preocupará com o gasto de gasolina.
Telas e mais telas
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O interior do Panamera é extremamente luxuoso. O teto é revestido com alcântara e os bancos de couro têm acabamento primoroso, com o logo da Porsche estampado no encosto de cabeça e formato de banco esportivo, garantindo uma pilotagem segura.
O acabamento do habitáculo não deixa à mostra nenhum plástico rígido. A forração das portas e o centro do painel são de couro.
O que não é de couro, como no console central que separa o motorista do passageiro, tem acabamento em black piano. Até a parte superior do painel, próxima ao parabrisa, é feita de plástico emborrachado.
Mas são as telas que chamam atenção ao adentrar a cabine. À frente do motorista há um painel de instrumentos com tela curva de 12,6 polegadas. Ao lado, a central multimídia de 12,3 polegadas compõe o painel e pode ser conectada a celulares Android e iOS sem a necessidade de cabo.
Ao lado, há outra tela de 10,9 polegadas voltada para o passageiro da dianteira. Nessa tela, o ocupante do banco da frente consegue ver todas as informações do carro, inclusive a força G da carroceria.
Além dessas, há um head-up display que projeta as informações do carro no parabrisa. A quinta tela fica na parte de trás, no console central, onde os passageiros podem ver e modificar as configurações do ar-condicionado de quatro zonas.
Bancos do Panamera possuem regulagem elétrica e encosto de cabeça com o logotipo da marca
Divulgação | Porsche
Confira a ficha técnica do Porsche Panamera 4S E-Hybrid:
Motor: 2.9 V6;
Potência: 353 cv;
Torque: 51 kgfm;
Potência do motor elétrico: 190 cv;
Torque do motor elétrico: 45 kgfm;
Potência combinada: 544 cv;
Torque combinado: 76 kgfm;
Transmissão: dupla embreagem de 8 marchas;
0 a 100 km/h: 3,7 segundos;
Velocidade máxima: 290 km/h;
Consumo: 21 km/l;
Autonomia no modo elétrico: 63km;
Comprimento: 5,05 m;
Largura: 1,94 m;
Altura: 1,42 m;
Entre-eixos: 2,95 m;
Porta-malas: 430 litros;
Peso: 2.330 kg.
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Mega-Sena pode pagar R$ 50 milhões neste sábado
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.854 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 50 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (19), em São Paulo.
No concurso da última terça-feira (15), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Bacalhau ou 'tipo bacalhau': o que saber para não errar na compra
Visual semelhante pode enganar, mas só duas espécies podem ser chamadas oficialmente de bacalhau no Brasil. Bacalhau é peixe ou modo de preparo?
Em meio a tantas opções nas prateleiras, surge uma dúvida: o que está no carrinho é realmente bacalhau — ou apenas “tipo bacalhau”?
A diferença pode parecer sutil, mas reflete no sabor, na qualidade e no valor nutricional do alimento.
No Brasil, somente duas espécies de peixe são oficialmente reconhecidas como bacalhau: o Gadus morhua (encontrado no Oceano Atlântico) e o Gadus macrocephalus (do Oceano Pacífico).
Quem explica é a Lícia Lundstedt, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Já os peixes vendidos como "tipo bacalhau" são de outras espécies, como Saithe, Ling e Zarbo.
"Por passarem por um processo de salga e secagem parecido ao do bacalhau, eles acabam desenvolvendo características parecidas, como formato, textura, cor e cheiro", explica a especialista.
Vale destacar que, segundo ela, a denominação "tipo bacalhau" é legítima e, inclusive, deve ser usada para identificar que não se trata do original.
"Até mesmo espécies nacionais, como o pirarucu (Arapaima gigas), quando submetidas a esse tratamento, podem ser vendidas como 'bacalhau brasileiro', exemplifica.
No Brasil, somente duas espécies de peixe são oficialmente reconhecidas como bacalhau: o Gadus morhua (encontrado no Oceano Atlântico) e o Gadus macrocephalus (do Oceano Pacífico)
Pixabay
Diferenças
Além de serem de peixes diferentes, o bacalhau verdadeiro e o "tipo bacalhau" têm características diferentes.
As características organolépticas (percebidas por meio dos sentidos, como sabor, cheio e textura) do bacalhau verdadeiro são mais apreciadas e valorizadas que a do "tipo bacalhau", segundo a especialista.
Como identificar o 'bacalhau verdadeiro'
A principal dica é ler o rótulo com atenção. Nos bacalhaus verdadeiros deve estar presente o nome científico da espécie (Gadus morhua ou Gadus macrocephalus).
Mesmo nas peças não embaladas, vale a pena buscar se informar sobre o nome científico do produto, segundo a especialista.
Além disso, apesar da identificação visual ser difícil, já que os cortes e a conservação influenciam no aspecto, existem algumas pistas que ajudam na hora da escolha, segundo a especialista:
cor da carne: o bacalhau verdadeiro tem carne clara, quase branca, com coloração uniforme. Já o "tipo bacalhau" tende a ter tonalidade mais escura ou amarelada;
lascas: no bacalhau legítimo, elas são grossas, firmes e se soltam com facilidade após o cozimento. No "tipo", costumam ser menores e irregulares;
postas (corte mais grosso, na espinha): as do bacalhau autêntico são mais altas, largas e regulares, enquanto as do "tipo" costumam ser mais finas e estreitas;
cheiro: o bacalhau verdadeiro tem aroma de peixe suave. O “tipo bacalhau” pode ter cheiro mais forte e marcante;
preço: em geral, o tipo bacalhau é mais barato que o original.
Problemas climáticos deixam chocolate mais caro
Trump diz que está tendo 'conversas muito boas' com a China
Presidente americano já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca
REUTERS/Nathan Howard
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que está tendo "conversas muito boas" com a China em conversa com repórteres nesta sexta-feira (18), segundo informações da agência de notícias Reuters.
Trump já sinalizou diversas vezes, desde o início da guerra tarifária entre os dois países, que tem interesse em negociar os acordos comerciais com a China.
Nesta quinta (17), inclusive, o presidente americano disse que o país asiático já entrou em contato "várias vezes" com o governo dos EUA para buscar um acordo e reduzir as tarifas de importação.
"Acredito que vamos fazer um acordo com a China", afirmou Trump em entrevista a jornalistas no Salão Oval nesta quinta-feira, reiterando que as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses podem "não aumentar e podem até mesmo diminuir".
Bruno Carazza analisa a limitação das exportações americanas de chips para China; e a dependência dos EUA por minerais críticos chineses
A China é alvo de ataques de Trump desde o início do mandato do presidente.
Logo no começo do governo do republicano, em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre todas as importações chinesas sob a justificativa de que o país asiático facilitava o tráfico de fentanil. Essa taxa se somou aos 10% que já eram cobrados do país, resultando uma taxa de 20%.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo, porém, se intensificou na primeira semana de abril, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No último dia 2, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, na sexta-feira (11), os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
Na terça-feira, um comunicado no site oficial da Casa Branca disse que a China encararia tarifas de até 245% como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
O documento não explicava como os EUA chegaram ao cálculo, mas foi atualizado para esclarecer que a taxa será aplicada sobre produtos específicos.
O novo texto ficou assim: "A China enfrenta uma tarifa de até 245% sobre importações para os Estados Unidos como resultado de suas ações retaliatórias. Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%."
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, respondeu ao questionamento de jornalistas locais sobre as tarifas de 245% afirmando que "podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas" e que a China deve manter sua posição, segundo o jornal estatal chinês Global Times.
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Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump
Trump está 'estudando' o que fazer com Powell; entenda a importância de um BC independente
Presidente dos EUA disse que, se pedir para Jerome Powell deixar o cargo, ele irá deixar. No entanto, regras americanas não permitem que o governo demita o chefe do Fed. O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em 2 de novembro de 2017
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua equipe estão "estudando" se demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, é uma opção. A declaração foi feita pelo assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, nesta sexta-feira (18) ao ser questionado por um repórter.
Quem ocupa o cargo de presidente nos EUA não pode demitir diretamente o chefe do Fed. Para isso, um processo teria de ser aberto para comprovar que quem está no comando do BC americano cometeu alguma irregularidade grave durante seu mandato.
Nesta quinta (17), porém, Trump afirmou a repórteres que, caso ele peça para o chefe do BC deixar o cargo, Powell irá deixar. Segundo ele, chefe da instituição financeira deveria promover novos cortes de juros.
"Não estou satisfeito com ele. Avisei a ele e, se eu quiser que saia, ele sairá de lá muito rápido, acredite", disse Trump.
Apesar disso, Powell afirmou que a lei não permitiria sua remoção, que ele não sairia se Trump pedisse e que pretende servir até o final de seu mandato, que termina em maio de 2026.
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Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, a credibilidade do Fed como o banco central mais poderoso do mundo se baseia em grande parte em sua independência histórica para agir sem influência política, e uma tentativa de remover Powell do cargo poderia perturbar ainda mais os mercados, já afetados pelo tarifaço. (leia mais abaixo)
Os mandatos de presidente e vice do Fed têm duração de quatro anos. Eles são indicados pela Casa Branca e precisam ter a posse confirmada por uma votação no Senado.
Foi o próprio Trump quem nomeou Jerome Powell para liderar o Fed durante o seu primeiro mandato em 2018, mas agora o acusa de politizar o banco central americano. Em 2022, Powell foi indicado pelo ex-presidente Joe Biden para continuar no cargo.
Trump x Powell
Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado'
Nesta quinta-feira (17), Trump criticou a gestão de Jerome Powell e disse que ele está "sempre muito atrasado e errado" na condução da política de juros do país.
A declaração veio apenas um dia após Powell criticar publicamente o tarifaço do presidente americano. Na quarta (16), Powell disse que o nível das tarifas anunciadas por Trump é muito maior do que o Fed esperava, mesmo nos cenários "mais extremos".
O presidente do Fed também disse que a guerra tarifária iniciada pelos EUA pode dificultar o trabalho do BC americano, que toma suas decisões sempre guiado pelo objetivo de controlar a inflação e fortalecer o mercado de trabalho.
Trump reclamou do tempo que falta para o fim do mandato de Powell à frente do Fed, dizendo que esse momento "não chega rápido o suficiente".
A importância de um BC independente
O Fed é uma instituição independente e o governo não pode interferir nas decisões sobre os juros, o que evita o uso das taxas de juros para aquecer a economia em um momento de inflação acelerada.
"É muito importante o Fed ser independente porque é a instituição responsável por olhar para a economia de um jeito técnico", explica o analista de investimentos Vitor Miziara.
"Os governos, de forma geral, torcem para juros muito baixos porque estimulam a economia, trazem dívidas com custos menores e facilitam a vida das pessoas. Mas isso só funciona no curto prazo porque juros muito baixos sem uma base técnica para isso trazem inflação. A conta sempre chega lá na frente", pontua.
"A independência do banco central é importante para que a instituição não tome decisões com base no populismo, mas sim tentando assegurar uma economia saudável no médio e longo prazo, e não apenas no curto prazo para beneficiar o presidente da vez", destaca Miziara.
*Com informações das agências Reuters e AFP.
Por que decisão da China de restringir exportação de terras raras é duro golpe para EUA
A China detém quase o monopólio da produção e refino de terras raras. Mas o que são estes minerais e como a restrição da sua exportação para os Estados Unidos pode prejudicar a indústria e a economia do país? China suspende exportação de terras raras para os Estados Unidos
À medida que se intensifica a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, vêm chamando a atenção os níveis cada vez mais altos de tarifas impostas pelos dois países às importações mútuas.
Mas a criação de tarifas de importação recíprocas sobre os produtos americanos não é a única forma de retaliação disponível para Pequim.
A China também criou controles de exportação sobre uma série de minerais críticos, terras raras e ímãs, o que representa um golpe considerável para os Estados Unidos.
A decisão expôs como os americanos dependem desses minerais.
Nesta semana, o presidente americano Donald Trump ordenou que o Departamento do Comércio dos Estados Unidos identificasse formas de ampliar a produção nacional de minerais críticos e reduzir a dependência das importações. É uma tentativa de Washington de recuperar essa indústria fundamental.
Mas por que as terras raras são tão importantes? E como elas podem sacudir a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos?
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O que são terras raras e para que servem?
As "terras raras" são um grupo de 17 elementos quimicamente similares que são fundamentais para a fabricação de muitos produtos de alta tecnologia.
A maioria delas é abundante na natureza. Mas elas são chamadas de "raras" porque é muito difícil encontrá-las em forma pura – e sua extração é muito arriscada.
Os nomes nomes de algumas dessas terras raras podem não ser familiares, como neodímio, ítrio e európio. Mas você certamente conhece muito bem os produtos fabricados com elas.
O neodímio, por exemplo, é empregado para fabricar os poderosos ímãs usados em alto-falantes, discos rígidos de computador, motores de veículos elétricos e motores a jato, permitindo que eles sejam menores e mais eficientes.
Ítrio e európio são utilizados para fabricar telas de televisores e monitores de computador, devido à sua forma de exibição de cores.
"Tudo o que você pode ligar e desligar, provavelmente, depende das terras raras", explica o diretor da empresa Ginger International Trade and Investment, Thomas Kruemmer.
As terras raras também são fundamentais para a tecnologia médica, como cirurgias a laser e exames de ressonância magnética, além das principais tecnologias de defesa.
Até onde vai o controle da China?
A China detém quase o monopólio da extração das terras raras e seu refino, que é o processo de sua separação de outros minerais.
A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a China é responsável por cerca de 61% da produção de terras raras e 92% do seu processamento.
Isso significa que o país atualmente domina a cadeia de fornecimento de terras raras e têm o poder de decidir quais empresas podem ser abastecidas e quais não podem.
A extração e o processamento das terras raras são processos caros e poluentes.
Todas as terras raras contêm elementos radioativos. Por isso, muitos outros países, como os membros da União Europeia, relutam em produzi-los.
"Os resíduos radioativos da produção certamente exigem descarte seguro, apropriado e permanente", explica Kruemmer. E, "atualmente, todas as instalações de descarte da União Europeia são temporárias".
Mas a dominância chinesa da cadeia de abastecimento de terras raras não veio da noite para o dia. Ela é o resultado de décadas de investimentos e políticas governamentais estratégicas.
Em 1992, durante uma visita à Mongólia Interior, no norte da China, o então líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), responsável pelas reformas econômicas realizadas no país, fez a declaração que ficou famosa:
"O Oriente Médio tem petróleo e a China tem terras raras."
"Desde o final do século 20, a China prioriza o desenvolvimento das suas capacidades de mineração e processamento de terras raras – muitas vezes, a custos trabalhistas e com padrões ambientais inferiores a outras nações", afirma o pesquisador de materiais críticos Gavin Harper, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido.
"Isso permitiu que eles ultrapassassem os concorrentes globais e construíssem quase um monopólio de toda a cadeia de valores, da mineração e refino até a fabricação de produtos acabados, como ímãs."
Como a China restringiu a exportação desses minerais?
Em resposta às tarifas de importação impostas por Washington, a China começou, no início de abril, a criar restrições à exportação de sete minerais de terras raras. A maioria deles é conhecida como terras raras "pesadas", que são fundamentais para o setor de defesa.
Trata-se de substâncias menos comuns e de processamento mais difícil que as terras raras "leves". Por isso, elas também são mais valiosas.
Desde o dia 4 de abril, todas as empresas precisam obter licenças de exportação especiais para enviar terras raras e ímãs para fora do país.
A decisão foi possível porque, como signatária do Tratado Internacional de Não Proliferação de Armas Nucleares, a China tem capacidade de controlar o comércio de "produtos de duplo uso".
O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, na sigla inglês) afirma que esta medida deixa os Estados Unidos particularmente vulneráveis – e não existe capacidade de processar terras raras pesadas fora da China.
Quais impactos a medida poderá trazer para os EUA?
Um relatório geológico dos Estados Unidos indica que, entre 2020 e 2023, 70% de todas as importações americanas de metais e compostos de terras raras vieram da China.
Ou seja, as novas restrições podem atingir duramente os Estados Unidos.
As terras raras pesadas são empregadas em muitos campos militares, como a produção de mísseis, radares e ímãs permanentes.
Um relatório do CSIS (um centro de pesquisa e estudos nos EUA) indica que tecnologias de defesa, como os jatos F-35, os mísseis Tomahawk e os veículos aéreos não tripulados Predator, dependem desses minerais.
O organismo também destaca que a medida surge no momento em que a China "amplia sua produção de munições e adquire equipamentos e sistemas de armas avançadas a uma velocidade cinco a seis vezes maior do que os Estados Unidos".
Para Kruemmer, "o impacto sobre a indústria americana de defesa será substancial".
E não apenas neste setor. As indústrias americanas – que Trump espera fazer reviver com a imposição das tarifas de importação – correm o risco de sofrer graves prejuízos.
"Os fabricantes, particularmente dos setores de defesa e alta tecnologia, podem enfrentar escassez e atrasos de produção, devido à suspensão dos embarques e aos estoques limitados", segundo Harper.
"Espera-se que os preços das terras raras críticas subam, aumentando os custos imediatos dos componentes empregados em uma ampla variedade de produtos, desde smartphones até equipamentos militares", explica ele.
Harper destaca que essa situação poderá resultar em possíveis atrasos de produção para as empresas americanas afetadas.
Se a falta de abastecimento da China persistir a longo prazo, os Estados Unidos poderão começar a diversificar suas cadeias de fornecimento e escalonar suas capacidades domésticas de processamento.
Mas esse processo exigiria "investimentos substanciais e prolongados, avanços tecnológicos e custos gerais possivelmente superiores à dependência anterior da China".
Ficou claro que essa possibilidade já está na mente de Donald Trump. Nesta semana, o presidente ordenou uma investigação sobre os riscos à segurança nacional causados pela dependência americana desses minerais críticos.
"O presidente Trump reconhece que a dependência excessiva de minerais críticos estrangeiros e seus produtos derivados poderá prejudicar as capacidades de defesa, desenvolvimento de infraestrutura e inovação tecnológica dos Estados Unidos", segundo a ordem.
"Os minerais críticos, incluindo elementos de terras raras, são essenciais para a segurança nacional e a resiliência econômica."
Os EUA não podem produzir suas próprias terras raras?
Os Estados Unidos possuem uma mina de terras raras em operação. Mas o país não tem a capacidade necessária para separar terras raras pesadas e precisa enviar o minério para processamento na China.
Já existiram empresas fabricantes de ímãs de terras raras nos Estados Unidos. O país era o maior produtor de terras raras do mundo até os anos 1980.
Mas essas empresas deixaram de operar quando a China começou a dominar o mercado, em termos de custo e escala.
Acredita-se que esse processo seja uma das razões da forte disposição de Donald Trump em assinar um acordo de minerais com a Ucrânia, o que reduziria sua dependência da China.
Outro local na mira do presidente americano é a Groenlândia, que detém a oitava maior reserva de terras raras do planeta.
Trump vem demonstrando repetidamente seu interesse em assumir o controle do território dinamarquês autônomo. E não descartou o uso de força militar ou econômica com esse propósito.
Os Estados Unidos poderiam ter recorrido a esses lugares como fonte de parte das suas importações de terras raras. Mas o tom antagônico de Donald Trump frente a esses territórios pode ter deixado os Estados Unidos com muito poucas alternativas de fornecedores.
"O desafio enfrentado pelos Estados Unidos é duplo", explica Gavin Harper. "De um lado, o país se afastou da China, que detém o monopólio de fornecimento das terras raras."
"E, de outro lado, os Estados Unidos também antagonizam com muitos países que, antes, eram amigos e colaboradores, impondo tarifas de importação e outras ações hostis."
"Só o tempo dirá se eles ainda irão priorizar a colaboração com os Estados Unidos, no turbulento ambiente político deste novo governo", conclui o pesquisador.
Trump tinha 5 metas com as tarifas — ele atingiu alguma delas?
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REUTERS/Carlos Barria
O presidente americano Donald Trump anunciou um plano de tarifas de importação em massa na semana passada, que teria virado de cabeça para baixo a ordem econômica global e as relações comerciais de longa data entre os Estados Unidos e seus aliados.
Mas o plano de Trump – ou, pelo menos uma parte significativa dele – foi congelado. O presidente suspendeu o aumento das tarifas para a maioria dos países por 90 dias. E, paralelamente, ele se concentra em manter uma guerra comercial contra a China.
Em uma escalada que se arrastou por mais de uma semana, as tarifas contra o país asiático foram aumentadas por Trump até alcançarem o patamar de 145%, após retaliações por parte de Pequim.
Com a reversão parcial para os demais países, será que Trump estaria mais perto de atingir seus objetivos em relação ao comércio internacional?
Vamos examinar rapidamente cinco das suas ambições principais e verificar como elas caminharam até o momento.
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1. Melhores acordos comerciais
O que disse Trump: Há décadas, nosso país tem sido roubado, pilhado e explorado por outras nações, próximas e distantes, amigas e inimigas.
O plano original de Trump para o comércio exterior previa fortes consequências que atingiriam todo o mundo, com uma tarifa básica de 10% para todos os países, incluindo algumas ilhas desabitadas.
Além disso, seriam impostas tarifas "recíprocas" adicionais a 60 países que, segundo ele, seriam os maiores transgressores.
As medidas deixaram aliados e adversários preocupados com a perspectiva de verem este golpe debilitar suas economias.
A Casa Branca se vangloriou rapidamente da quantidade de líderes mundiais que procuraram o presidente, oferecendo acordos e concessões comerciais. Foram "mais de 75", segundo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
O governo americano não publicou a lista de todos os países que, segundo Trump declarou na terça-feira (8/4), estariam "puxando saco" e prometendo fazer de tudo. Mas os Estados Unidos anunciaram negociações com o Japão e a Coreia do Sul, entre outros países.
O resultado: Os parceiros comerciais americanos receberam o prazo de 90 dias para chegar a algum tipo de acordo com Donald Trump – e o tempo está passando.
Mas as negociações estão acontecendo, o que indica que o presidente tem uma boa chance de conseguir algo com os seus esforços.
2. Incentivo à indústria americana
O que Trump disse: Os empregos e as fábricas irão voltar para o nosso país de forma estrondosa... Iremos turbinar nossa base industrial doméstica.
Trump vem dizendo há décadas que as tarifas de importação são uma forma eficaz de reconstruir a base industrial americana, como forma de proteção contra a concorrência desleal estrangeira.
Algumas fábricas podem conseguir aumentar a produção com suas instalações atuais, mas ampliações mais substanciais exigem tempo.
E, para que os líderes empresariais decidam voltar a fabricar nas suas próprias linhas de produção e investir em novas fábricas nos Estados Unidos, eles irão querer saber que as regras do jogo são relativamente estáveis.
Mas o vaivém das medidas tarifárias do presidente americano é um movimento inerentemente instável.
No momento, é difícil prever aonde irão chegar os níveis finais de tarifas de importação e quais setores receberão maior proteção. Um dia, podem ser os fabricantes de aço e automóveis; no dia seguinte, podem ser as empresas de eletrônica e alta tecnologia.
O resultado: Quando as tarifas são aplicadas e removidas, aparentemente conforme a vontade do presidente, é muito mais provável que as empresas – nos Estados Unidos e no exterior – esperem a poeira baixar para, só depois, pensar em assumir grandes compromissos.
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3. Enfrentando a China
O que Trump disse: Tenho muito respeito pelo presidente chinês Xi, muito respeito pela China, mas eles tiraram enorme vantagem de nós.
Depois da reviravolta de Trump sobre as tarifas de importação na quarta-feira (9/4), diversas autoridades da Casa Branca (incluindo Bessent) declararam rapidamente que o objetivo de Trump era desferir o golpe contra o verdadeiro vilão: a China.
"Eles são a maior fonte dos problemas comerciais dos Estados Unidos", declarou Bessent aos repórteres, "e, de fato, são o problema para o resto do mundo."
Se Trump queria uma disputa de vontades com a China, testando a tolerância de cada um dos lados às tribulações políticas e econômicas, ele conseguiu – mesmo que o presidente americano e sua equipe tenham indicado estarem procurando uma saída.
Na quarta-feira (9/4), Trump declarou que a culpa da atual disputa comercial é de ex-presidentes americanos, não da China. E, no dia anterior, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente seria "incrivelmente bondoso" se a China propusesse um acordo.
O resultado: Mesmo se o atual confronto for realmente o objetivo de Trump, começar uma briga com a segunda maior economia do mundo, com poderio militar equivalente, traz enormes riscos.
E os Estados Unidos podem ainda ter afastado seus aliados indispensáveis para um confronto desta escala.
4. Aumento da receita
O que Trump disse: Agora, é a nossa vez de prosperar e, para isso, usaremos trilhões e trilhões de dólares para reduzir nossos impostos e pagar nossa dívida nacional. E tudo irá acontecer com muita rapidez.
Durante a campanha presidencial do ano passado, Trump defendeu frequentemente que sua proposta de tarifas de importação traria enormes aumentos de receita. E que os Estados Unidos poderiam usar esse dinheiro para reduzir seu déficit orçamentário, reduzir impostos e financiar novos programas governamentais.
Um estudo da organização apartidária Tax Foundation calculou no ano passado que uma tarifa universal de 10% – que acabou sendo a conclusão de Trump pelo período de 90 dias – geraria US$ 2 trilhões (cerca de R$ 11,7 trilhões) em aumento de receita para os próximos 10 anos.
Em termos comparativos, os cortes de impostos incluídos recentemente pelo Congresso americano no seu plano orçamentário custariam cerca de US$ 5 trilhões (cerca de R$ 29,3 trilhões) nos próximos 10 anos, segundo o think tank (centro de pesquisa e debates) Centro de Política Bipartidária.
O resultado: Trump tem como objetivo é aumentar a receita das tarifas de importação.
Se o presidente mantiver suas tarifas básicas, mais as alíquotas adicionais sobre certos produtos e origens e as tarifas mais altas para a China, ele irá conseguir – pelo menos até que os americanos aumentem sua produção doméstica, o que irá secar a fonte de receita.
5. Preços mais baixos para os consumidores americanos
O que Trump disse: Em última análise, o aumento da produção doméstica irá fortalecer a concorrência e reduzir os preços para os consumidores. Esta será realmente a idade de ouro da América.
Analistas e especialistas ofereceram inúmeras outras explicações sobre os motivos que levaram Trump a uma mudança comercial tão agressiva na semana passada. Estaria ele tentando reduzir as taxas de juros, desvalorizar o dólar ou trazer o mundo para a mesa de negociações, em busca de um novo acordo global de comércio?
O presidente não falou muito sobre estas possibilidades.
Mas ele manifestou incansavelmente seu desejo de reduzir custos para os consumidores americanos. E prometeu que sua política comercial irá ajudar a atingir este propósito.
Os preços da energia desabaram na semana seguinte ao anúncio do plano de tarifas de importação de Donald Trump. Mas este pode ter sido o resultado do receio de que as guerras comerciais possam levar a uma recessão global.
O consenso entre os economistas é que as novas tarifas irão aumentar os preços para os consumidores. Afinal, as tarifas são somadas aos preços dos produtos importados, principalmente quando há menos concorrência de produtos fabricados nos Estados Unidos.
No ano passado, a Tax Foundation estimou que uma tarifa de importação universal de 10% aumentaria os custos para as famílias americanas, em média, em US$ 1.253 (cerca de R$ 7.333) no seu primeiro ano. E os economistas alertam que os americanos de baixa renda serão os mais atingidos.
O resultado: Um possível aumento dos preços é contraproducente e representa um imenso risco potencial para o peso político de Donald Trump e as perspectivas eleitorais do seu partido no futuro.
As pequenas empresas chinesas paralisadas pelas tarifas de Trump
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China traz um dilema para as pequenas empresas chinesas conseguirem manter sua produção: buscar novos mercados de exportação ou vender para o mercado interno? Produtores chineses já sentem impacto da taxação extra imposta por Trump
Reuters via BBC
"Trump é louco", diz Lionel Xu, rodeado pelos kits repelentes de mosquitos da sua empresa.
Seu produto chegou a ser um dos mais vendidos nas lojas do Walmart nos Estados Unidos. Agora, eles estão embalados em caixas, em um armazém na China.
E lá irão permanecer, a menos que o presidente americano Donald Trump retire sua tarifa de importação de 145% sobre todos os produtos chineses destinados aos Estados Unidos.
"É muito difícil para nós", lamenta ele. Cerca da metade de todos os produtos fabricados pela sua companhia, a Sorbo Technology, tem como destino os Estados Unidos.
É uma empresa pequena para os padrões chineses, que emprega cerca de 400 funcionários na província de Zhejiang, no leste do país. Mas não é a única a sentir os efeitos da guerra comercial.
"Estamos preocupados", prossegue Xu. "E se Trump não mudar de ideia? Será perigoso para a nossa fábrica."
Perto dali, Amy tenta vender máquinas de produção de sorvete da Guangdong Sailing Trade Company no seu estande. Seus principais compradores também estão nos Estados Unidos, incluindo o Walmart.
"Já suspendemos a produção", ela conta. "Todos os produtos estão no armazém."
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A mesma história se repete em quase todos os estandes da extensa Feira de Cantão, no centro comercial de Guangzhou.
A BBC conversou com Xu enquanto ele se preparava para levar alguns compradores australianos para almoçar. Eles vieram procurar barganhas e esperam conseguir um desconto no seu produto.
"Vamos ver", diz ele, sobre as tarifas. Xu acredita que Trump irá voltar atrás.
"Talvez melhore daqui a um ou dois meses. Talvez, talvez." Xu cruza os dedos.
Os Estados Unidos e a China estabeleceram altas tarifas de importação entre si
Xiqing Wang/BBC
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Na semana passada, Donald Trump suspendeu temporariamente a ampla maioria das suas tarifas de importação, após a forte queda das bolsas de valores globais e um movimento de venda no mercado de títulos da dívida pública americana.
Mas ele manteve as alíquotas destinadas a produtos chineses exportados para os Estados Unidos. Pequim respondeu impondo sua própria alíquota de 125% sobre a importação de produtos americanos.
Todas estas medidas desorientaram os negociantes das mais de 30 mil empresas que compareceram à feira anual para exibir seus produtos em diversos pavilhões, que totalizam uma área do tamanho de 200 campos de futebol.
Na seção de produtos domésticos, as empresas exibiram de tudo, desde máquinas de lavar até secadoras de roupas, de escovas de dentes elétricas a espremedores de frutas e máquinas de fazer waffles.
Compradores vieram de todas as partes do mundo, para ver os produtos pessoalmente e fechar negócios.
Mas o custo de uma batedeira ou de um aspirador de pó provenientes da China, com as tarifas de importação, ficou alto demais para a que a maioria das empresas americanas consiga repassar aos seus clientes.
As duas maiores economias do mundo chegaram a um impasse. E os produtos chineses destinados aos lares americanos, agora, estão se acumulando nos pisos das fábricas.
Os efeitos desta guerra comercial, provavelmente, serão sentidos nas cozinhas e nas salas de estar dos Estados Unidos, que, agora, precisarão comprar estes produtos a preços mais altos.
A China mantém sua postura desafiadora e prometer levar esta guerra comercial "até o fim". E alguns dos expositores da feira adotaram o mesmo tom.
Hy Vian procura comprar fogões elétricos para sua empresa e acredita que os efeitos das tarifas não são tão importantes assim.
"Se não querem que nós exportemos, eles que esperem. Já temos um mercado doméstico na China e daremos os melhores produtos primeiro para os chineses."
Lionel Xu e outros funcionários da Sorbo Technology estão preocupados com o que irá acontecer com a empresa se Donald Trump não suspender as tarifas impostas aos produtos chineses nos Estados Unidos
Xiqing Wang/BBC
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A China, de fato, tem uma grande população de 1,4 bilhão de pessoas. E, teoricamente, trata-se de um forte mercado doméstico.
Os legisladores chineses também tentaram estimular o crescimento da sua lenta economia, incentivando os consumidores a gastar. Mas a estratégia não está funcionando.
Muitas das pessoas de classe média do país investiram suas economias comprando a residência da família e viram o preço dos imóveis desabar nos últimos quatro anos. Agora, eles querem economizar dinheiro e não gastar.
A China pode estar em uma posição melhor para enfrentar esta tempestade do que outros países. Mas a realidade é que a economia do país ainda é voltada para a exportação.
No ano passado, as exportações foram responsáveis por cerca da metade do crescimento econômico do país.
A China também continua sendo a maior fábrica do mundo. O banco de investimentos americano Goldman Sachs calcula que cerca de 10 a 20 milhões de pessoas na China podem estar trabalhando com exportações destinadas apenas aos Estados Unidos.
E alguns desses profissionais já estão sentindo as consequências.
Os expositores da Feira de Cantão afirmam que suspenderam o envio de produtos para os Estados Unidos
Xiqing Wang/BBC
Não muito longe da Feira de Cantão, existem inúmeras oficinas em Guangdong que fabricam roupas, calçados e bolsas. Elas constituem o centro de fabricação de empresas como a Shein e a Temu.
Cada edifício abriga diversas fábricas em vários andares. Seus funcionários trabalham 14 horas por dia.
Em um pavimento perto das fábricas de sapatos, alguns trabalhadores se reúnem agachados para fumar e conversar.
"As coisas não vão bem", diz um deles, que prefere não revelar seu nome.
Seu amigo alerta para que ele pare de falar. Discutir dificuldades econômicas pode ser um tema sensível na China.
"Tivemos problemas desde a pandemia de covid e, agora, vem esta guerra comercial", ele conta. "Eu costumava receber 300-400 yuans (US$ 40-54, cerca de R$ 236-318) por dia e, agora, com sorte, ganho 100 yuans (cerca de R$ 79) por dia.
A reportagem da BBC visitou uma oficina em uma aldeia de Guangzhou, na China. Sua produção, antes orientada à exportação, agora é voltada para o mercado doméstico
Xiqing Wang/BBC
O trabalhador afirma que é difícil encontrar emprego no momento. Outros que fabricam calçados nas ruas também nos disseram que ganham apenas o suficiente para as necessidades básicas.
Alguns na China se orgulham dos seus produtos, mas outros enfrentam as dificuldades causadas pelo aumento das tarifas de importação e imaginam como esta crise irá terminar.
A China enfrenta a possibilidade de perder um parceiro comercial que compra mais de US$ 400 bilhões (cerca de R$ 2,36 trilhões) em produtos todos os anos.
Mas as consequências também serão sentidas no outro lado do oceano. Economistas alertam que os Estados Unidos podem estar caminhando para a recessão.
Além de todas as incertezas, está o presidente Trump, conhecido por seu comportamento temerário. Ele continua pressionando a China, mas Pequim se nega a recuar.
A China declarou que não irá aumentar ainda mais a alíquota atual de 125% sobre os produtos importados dos Estados Unidos. Eles poderão retaliar de outras formas, mas esta decisão oferece aos dois lados um espaço para respirar, depois da semana que deu início a esta guerra comercial.
Existe pouco contato público entre Washington e Pequim e nenhum dos lados parece disposto a comparecer à mesa de negociação no futuro próximo. E, enquanto isso, algumas das empresas participantes da Feira de Cantão usam o evento para encontrar novos mercados.
Amy, por exemplo, espera que suas máquinas de produção de sorvete possam seguir para um novo destino.
"Esperamos abrir o novo mercado europeu", destaca ela. "Talvez a Arábia Saudita. E, é claro, a Rússia."
Outros acreditam que ainda seja possível ganhar dinheiro na China. Um deles é Mei Kunyan.
Com 40 anos de idade, ele conta que ganha cerca de 10 mil yuans (cerca de R$ 7,9 mil) por mês na sua fábrica de calçados, que vende para o mercado chinês. Muitos fabricantes importantes de calçados se mudaram para o Vietnã, onde os custos trabalhistas são mais baixos.
Mei também percebeu o mesmo que as empresas à sua volta estão descobrindo agora.
Para ele, "os americanos são muito complicados."