União Europeia recolhe lotes de carne brasileira com hormônio proibido no bloco

Carne bovina
Tiago Morheto via Pexels
A União Europeia recolheu lotes de carne bovina brasileira após identificar um hormônio proibido no bloco, informou a porta-voz da Comissão Europeia de saúde, Eva Hrncirova ao g1 na última sexta-feira (12).
Ela disse que uma carga com “pequenos volumes de carne congelada” foi certificada de forma incorreta para exportação ao bloco. A quantidade exata não foi informada.
A Missão Brasil na União Europeia, ligada ao Ministério das Relações Exteriores, publicou uma nota em seu perfil oficial dizendo que as próprias autoridades brasileiras informaram os europeus sobre a identificação do estradiol.
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Esse hormônio faz com que todas as fêmeas entrem no cio no mesmo período. Ele é produzido naturalmente pelas vacas, mas também pode ser aplicado para sincronizar o cio dos animais. Saiba mais abaixo.
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Acordo UE-Mercosul pode sair: o que está em jogo para o agro do Brasil
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"Como resultado desse trabalho coordenado, as remessas afetadas foram devidamente recolhidas pelas autoridades europeias. Deve-se enfatizar que o caso em questão é uma ocorrência rara", diz a nota da Missão Brasil na UE.
O g1 procurou o Ministério da Agricultura , mas não obteve um retorno até a ultima atualização desta reportagem.
A confirmação da retirada dos lotes foi dada uma semana antes de o Conselho Europeu se reunir para decidir se deve aderir ao acordo entre Mercosul e União Europeia.
O tratado ainda enfrenta oposição de alguns países europeus, sobretudo da França. Isso acontece, principalmente, por causa do agro: agricultores e pecuaristas da UE temem perder espaço com o livre comércio dos alimentos do Mercosul, principalmente os brasileiros.
Em 2024, após uma votação simbólica do acordo, parlamentares franceses compararam a carne produzida pelo Mercosul a lixo, dizendo que ela é "cheia de hormônios de crescimento" e antibióticos. A acusação foi rebatida por representantes do setor e pesquisadores ouvidos pelo g1 na época.
Isso porque o uso de hormônios de crescimento é proibido na pecuária brasileira. É permitido o uso de hormônios para fins terapêuticos, ou seja, para o tratamento de doenças, e para a reprodução ou inseminação — caso do estradiol.
Exigências da UE x lei brasileira
Ao confirmar o recolhimento das remessas de carne, a porta-voz da Comissão Europeia disse que mantém discussões com autoridades brasileiras sobre "as medidas corretivas e um plano de ação eficaz", para que o Brasil mantenha um sistema de certificação que cumpra as regras da UE de segurança alimentar e saúde pública.
Em janeiro deste ano, a Associação Brasileira das Empresas de Auditoria e Certificação de Rastreabilidade (ABCAR) criou, em janeiro de 2025, o Protocolo para Exportação de Fêmeas Bovinas (PEFB), para atender às exigências da União Europeia.
O protocolo busca garantir a rastreabilidade das fêmeas tratadas com estradiol e assegurar que apenas animais que nunca receberam o hormônio sejam abatidos para exportação à UE.
Na pecuária brasileira, a aplicação de estradiol acontece em quantidades menores do que as produzidas pelo próprio animal, explicou Rondineli Pavezzi Barbero, professor de bovinocultura de corte na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em entrevista ao g1 em 2024.
Pela lei, esse hormônio pode ser usado apenas em vacas para reprodução.
Para se certificar que a norma está sendo cumprida, existe no Brasil o Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC), em que é feita uma avaliação de risco com base técnica e no histórico de detecções. Em 2023, por exemplo, 99,76% da carne analisada pelo programa estava em conformidade.
Novonor fecha acordo de exclusividade para vender participação na Braskem para IG4

A Braskem informou nesta segunda-feira (15) que a Novonor (ex-Odebrecht) assinou um acordo de exclusividade com a gestora de investimentos IG4 Capital para a venda de sua participação na empresa petroquímica.
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De acordo com o comunicado, a IG4 passará a dividir o controle da Braskem com a Petrobras, que hoje é o segundo maior acionista da companhia.
Após a conclusão da operação, a Novonor manterá uma fatia residual de 4% do capital da Braskem.
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Pelo acordo, a Novonor se comprometeu a transferir sua participação para um fundo administrado pela IG4, que passará a deter 50,111% do capital votante — ou seja, das ações que dão direito a voto nas decisões da empresa — e 34,323% do capital total da petroquímica.
Novo controlador
A entrada de um novo acionista controlador é vista como um fator que pode ajudar a melhorar as perspectivas da Braskem, que enfrenta margens de lucro reduzidas no setor petroquímico e carrega dívidas relacionadas aos danos causados por antigas operações de mineração de sal em Maceió, no Nordeste.
Em outro comunicado, a IG4 afirmou que a operação envolve cerca de R$ 20 bilhões em dívidas, que estão garantidas por ações da própria Braskem — mecanismo conhecido como dívida com garantia em ações.
👉 No fim do ano passado, a Reuters informou que o governo brasileiro e os principais bancos do país vinham discutindo um plano para transferir a participação da Novonor na Braskem para um fundo de private equity, tipo de investimento focado em empresas fora da bolsa ou em processos de reestruturação.
O acordo pode contribuir para reduzir o elevado endividamento da Novonor, que aumentou após o escândalo da Operação Lava Jato, há cerca de uma década. Na época, o grupo — então chamado de Odebrecht — ofereceu suas ações da Braskem como garantia em empréstimos de bilhões de reais.
Venda da participaçção na Braskem
A Novonor busca há anos vender sua participação de controle na Braskem, mas até agora não havia conseguido concluir uma negociação.
Entre as tentativas recentes, estiveram conversas com o empresário Nelson Tanure, conhecido por investir em companhias em situação financeira delicada.
"A atual equipe de gestão da Braskem e seus assessores permanecem inalterados, assegurando plena continuidade operacional", disse a IG4.
"Em paralelo, trabalhos preparatórios estão em curso para apoiar um plano abrangente de 'turnaround'" — termo usado no mercado para se referir a um processo de reestruturação destinado a recuperar a saúde financeira e operacional da empresa.
Braskem vai investir em Triunfo, Montenegro, Nova Santa Rita e Rio Grande.
Braskem/Divulgação
Acordo UE-Mercosul pode avançar nesta semana: o que está em jogo para o agro brasileiro

Acordo UE-Mercosul: o que está em jogo para o agro brasileiro
Depois de 26 anos de negociações, o acordo de livre comércio entre o Mercosul — bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — e a União Europeia pode avançar nesta semana.
O governo brasileiro espera que a assinatura aconteça durante a Cúpula do Mercosul, no próximo sábado (20), em Foz do Iguaçu. Mas depende dos trâmites na Europa, onde o acordo ainda precisa ser confirmado pelos países membros.
"A intenção é realizar a votação do acordo com o Mercosul na próxima semana, para permitir que a presidente da Comissão [Ursula von der Leyen] assine o acordo no Brasil em 20 de dezembro", disse uma autoridade da presidência do Conselho da UE na última sexta-feira (12).
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O Conselho se reunirá nas próximas quinta (18) e sexta (19). Três dias antes, na terça (16), o Parlamento Europeu irá votar as medidas de proteção para o agro local, ponto crítico do acordo.
As chamadas salvaguardas, que passaram pela Comissão europeia na última segunda-feira (8), preveem que os benefícios tarifários do Mercosul no acordo podem ser suspensos temporariamente, caso a UE entenda que isso esteja prejudicando algum setor do agro local (saiba mais aqui).
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União Europeia recolhe lotes de carne brasileira com hormônio proibido no bloco
As medidas são um aceno da UE para países que têm feito forte oposição ao tratado, como a França. Mas essas regras deixaram o agro brasileiro em alerta.
A diretora de relações internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), Sueme Mori, disse que as salvaguardas preocupam, pois podem limitar as exportações brasileiras para o mercado europeu, o que é contraditório, já que o acordo prevê livre comércio.
"A União Europeia não veio aqui perguntar para o Brasil, Paraguai, Uruguai se a gente concordava ou não (com as salvaguardas)", afirmou Mori. "O que vai ser assinado no dia 20, se for assinado, é o texto que foi negociado (pelos dois blocos)."
O Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, deve ser um grande beneficiário do acordo UE-Mercosul. O bloco europeu já é o segundo maior cliente do agro brasileiro, atrás da China e à frente dos Estados Unidos.
Confira os principais clientes do agro brasileiro
Arte g1
O acordo UE-Mercosul será um passo importante em um ano em que as vendas de produtos do agro para os EUA despencaram, após o tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump.
A sobretaxa acabou sendo retirada em novembro — mas quase metade das exportações do agro brasileiro ainda está submetida a ela.
O tarifaço de Trump também atingiu a UE e este é um ponto crucial para que o acordo seja defendido também por países europeus, sobretudo Alemanha e a Espanha, apesar da oposição liderada pela França.
Por isso, a imprensa europeia tem noticiado que os franceses terão dificuldades de encontrar apoio suficiente para barrar o tratado.
Com ele, a UE também poderá aumentar exportações de carros, máquinas e produtos químicos, além de itens agrícolas, como queijos e vinhos, para o Mercosul. E também poderá reduzir a dependência da China na área de minerais.
➡️ O que o acordo prevê para o agro?
O acordo prevê eliminar as tarifas de importação de 77% dos produtos agropecuários que a União Europeia compra do Mercosul.
Com isso, o setor poderá aumentar as vendas de diversos itens, como café, frutas, peixes, crustáceos e óleos vegetais, que terão taxas de importação gradualmente zeradas na Europa.
As tarifas serão reduzidas em prazos que podem variar de 4 a 10 anos, a depender do produto.
Itens, como as carnes bovina e de frango, terão cotas de exportação. São alimentos considerados "sensíveis" pelos europeus, pois competem diretamente com a produção local.
Veja abaixo os possíveis impactos para os principais produtos do agro.
➡️Potencial para carnes
Uma das principais tensões do acordo está no setor de carnes. Pecuaristas europeus, sobretudo da França e da Polônia, resistem ao tratado por temerem perder espaço para os sul-americanos, que podem ganhar competitividade no continente.
Atualmente, a França lidera a produção de carne bovina na Europa, enquanto a Polônia ocupa a dianteira na produção de frango. O Brasil é o maior exportador global desses dois tipos de carnes e, há anos, consegue ofertá-los a preços mais baixos do que seus concorrentes.
Atualmente, a carne bovina brasileira tem dois tipos de tarifação para ser comprada por países da UE, explica a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Uma delas é a cota Hilton, destinada a cortes nobres, que permite ao Brasil exportar 10 mil toneladas por ano com uma taxa de 20%. Esse percentual será zerado, caso o acordo seja aprovado.
Outros tipos de carne bovina têm uma taxa menor, de 12,8%, mais 221,1 euros por 100 kg. Segundo a Abiec, se o acordo UE-Mercosul entrar em vigor, o Brasil deve deixar de pagar essa tarifa, já que passará a ter uma nova cota de exportação em conjunto com os demais países do Mercosul.
Pelo tratado, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai poderão exportar, juntos, até 99 mil toneladas por ano, com uma tarifa inicial de 7,5%.
Uma lógica semelhante vai funcionar para as carnes de aves, explica a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Hoje, o setor conta com diferentes cotas de acesso à União Europeia: no caso do frango in natura, por exemplo, o país pode exportar 15.050 toneladas com tarifa zero, enquanto os volumes excedentes pagam 1.024 euros por tonelada.
Com o acordo, o Brasil terá, junto com os outros países do Mercosul, uma cota anual de exportação de 180 mil toneladas com tarifa zero.
Ela vai começar em um nível menor no primeiro ano e vai sendo aumentada em parcelas anuais iguais até chegar ao total, no sexto ano, detalhou a ABPA.
No entendimento da associação, as exportações brasileiras de frango que ocorrerem fora da cota do tratado continuarão sujeitas às regras tarifárias atualmente em vigor. "O que teremos com o Mercosul é outra cota, será adicional", disse a associação.
"Se o acordo for implementado com previsibilidade e respeito às regras, há espaço concreto para aumento das exportações brasileiras de carne de frango", concluiu a ABPA.
Em 2024, a UE foi apenas o oitavo maior comprador de carnes brasileiras (veja no gráfico abaixo).
➡️ Potencial para o café solúvel
O café é o segundo produto brasileiro mais vendido para a UE em valor exportado, depois da soja.
O café em grão — que representa 97% das vendas do setor à UE — já entra na Europa sem tarifa. Mas, atualmente, o bloco aplica uma taxa de 9% sobre o café solúvel e de 7,5% sobre o torrado e moído, afirma o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos.
"O nosso maior concorrente em café solúvel, o Vietnã, já tem tarifa zero. Então, o acordo pode tornar nosso solúvel mais competitivo na Europa", destaca Matos.
O acordo UE-Mercosul prevê que as tarifas do café solúvel e torrado e moído zerem em 4 anos.
Matos reforça que um acordo comercial é "muito mais do que exportação". Segundo ele, se o tratado for para a frente, há possibilidades de grupos empresariais europeus investirem ainda mais na indústria de café do Brasil.
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➡️ Nada muda para a soja
O acordo, no entanto, não deverá ter impacto para a soja, que é o produto do agro brasileiro mais exportado para a União Europeia.
Isso porque ela já conta com tarifa zero tanto para o grão, como para o farelo, explica o diretor de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral.
"Esse tratamento se mantém há muitos anos. Por essa razão, o acordo Mercosul-União Europeia não altera o cenário tarifário da soja", afirma Amaral.
Veja quanto dos principais produtos vendidos pelo agro brasileiro vai para a União Europeia
Arte g1
Salvaguardas e possíveis impactos para o Brasil
As salvaguardas aprovadas pela comissão europeia e que serão analisadas pelo Parlamento nesta terça (16) definem em que situações a UE poderá suspender temporariamente as vantagens tarifárias concedidas ao Mercosul.
Na prática, se as importações de um determinado produto agrícola considerado sensível aumentarem em 5%, na média de 3 anos, a UE poderá abrir uma investigação para avaliar a possível suspensão dos benefícios.
Na proposta original da comissão, divulgada em outubro, esse limite era maior, de 10%.
Os integrantes da comissão também reduziram o tempo de duração dessas investigações: de 6 para 3 meses, em geral, e de 4 para 2 meses, para produtos sensíveis.
"Isso permite à União Europeia aplicar penalidades de forma muito mais rápida, dando menos tempo aos países do Mercosul para se explicarem e se defenderem", diz Leonardo Munhoz, pesquisador do Centro de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A comissão também propôs uma nova regra que obriga os países do Mercosul a adotar as mesmas normas de produção exigidas na União Europeia.
Segundo Munhoz, essa cláusula não estava prevista no acordo original e pode gerar insegurança jurídica. "A UE pode questionar, por exemplo, se o Brasil usar defensivos agrícolas ou fertilizantes que não são utilizados na Europa", exemplificou.
Para a ABPA, essas proteções não eliminam o potencial de exportação, mas podem ter algum efeito sobre a previsibilidade, dependendo de como forem aplicadas.
"Do ponto de vista do Brasil, o que defendemos é que qualquer salvaguarda seja estritamente técnica, transparente e baseada em critérios objetivos, de forma a não transformar um mecanismo excepcional em barreira disfarçada", disse a ABPA, ao g1.
Acordo que se arrasta desde os anos 90
O acordo de livre comércio UE-Mercosul não vale apenas para produtos agrícolas, mas este setor tem protagonizado boa parte dos embates.
As discussões começaram em 1999 e foram paralisadas depois de um acordo inicial alcançado em 2019. As conversas só foram retomadas em 2024, a pedido da Comissão Europeia.
O acordo foi, então, anunciado no fim de 2024, o que encerrou o período de negociações e inaugurou o de aprovações pelos países.
“É um acordo que envolve praticamente 722 milhões de habitantes e US$ 22 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB). É uma coisa extremamente importante, possivelmente seja o maior acordo comercial do mundo", disse o presidente Lula, em novembro, durante o G20 – grupos das maiores economias do mundo.
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Petroleiros iniciam greve nacional nesta segunda-feira após impasse com a Petrobras

Petroleiros iniciam greve nacional
Os petroleiros da Petrobras deram início a uma greve nesta segunda-feira (15), após semanas de assembleias e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação ocorre por tempo indeterminado.
Segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os sindicatos dos trabalhadores da Petrobras em todo o país, a proposta apresentada pela companhia não avançou em três pontos centrais da negociação:
Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que promove descontos extras na remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas para cobrir déficits do fundo de previdência da Petrobras;
Aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal;
Defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal: barrar o avanço de parcerias e terceirizações que, na avaliação dos sindicatos, “precarizam o trabalho” e abrem caminho para privatizações.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a FUP em nota. “A greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros.”
Procurada pelo g1, a estatal afirmou que a greve não terá impacto na produção e que segue empenhada em concluir a negociação do acordo. (Veja mais abaixo).
O movimento dos petroleiros começou ainda na madrugada, com a entrega das operações de plataformas no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, além de refinarias em São Paulo e Minas Gerais.
Pela manhã, trabalhadores de ao menos seis refinarias — Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR) — aderiram à paralisação, sem troca de turno.
Em São José dos Campos (SP), a greve geral provocou uma paralisação parcial na Refinaria Henrique Lage (Revap). Ao todo, a Revap conta com cerca de 2,5 mil trabalhadores, sendo 800 funcionários efetivos da Petrobras e os demais de empresas terceirizadas.
A estimativa é que cerca de 40% dos funcionários efetivos participem da paralisação, para que a produção não seja interrompida.
Petroleiros realizaram protestos em frente à Refinaria de Paulínia (SP), a Replan. A paralisação também atinge unidades outras estratégicas da Petrobras no estado, como a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, além de terminais e plataformas no litoral paulista, incluindo o Terminal Aquaviário da Alemoa, o Terminal de Pilões e a sede do Pré-sal, no Valongo, em Santos.
Antes do início da greve nacional, aposentados e pensionistas retomaram, na quinta-feira (11), uma vigília em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras no Rio de Janeiro, cobrando uma solução para os déficits da Petros.
As mobilizações coincidem com reuniões em Brasília entre representantes da categoria e do governo.
Greve dos petroleiros provoca paralisação parcial na Revap, em São José
Pedro Melo/TV Vanguarda
O que diz a federação
Segundo a FUP, a atual gestão da Petrobras, comandada por Magda Chambriard, tem dificultado as negociações com os trabalhadores ao não avançar em um acordo.
A entidade afirma que, durante as discussões, a empresa adotou decisões por conta própria, como transferências forçadas e demissões sem explicação na área de exploração e produção, o que teria prejudicado o diálogo com os sindicatos.
“Desde o início da negociação coletiva, a FUP e seus sindicatos deixaram claro à gestão da Petrobras que o fim dos equacionamentos é um ponto central para a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). É inadmissível que, após quase três anos de negociações, a empresa não avance na apresentação de uma proposta que coloque um ponto final nos PEDs”, afirmou a entidade.
Além disso, a entidade questiona o volume de recursos destinados aos acionistas.
De acordo com o sindicato, apenas nos primeiros nove meses do ano, a Petrobras desembolsou R$37,3 bilhões em dividendos, enquanto, segundo os sindicatos, ofereceu um ganho real de apenas 0,5% no ACT, além de "retrocessos e diferenciações entre trabalhadores da holding e das subsidiárias".
Veja a nota da Petrobras na íntegra:
A Petrobras informa que foram registradas manifestações em unidades da companhia em virtude de movimento grevista. A Petrobras afirma que não há impacto na produção de petróleo e derivados. A empresa adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido.
A empresa respeita o direito de manifestação dos empregados e mantém um canal permanente de diálogo com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas.
A Petrobras está em processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho desde o final de Agosto deste ano. Na última terça-feira (09/12) a companhia apresentou sua última proposta, que contempla avanços aos principais pleitos sindicais. A Petrobras segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
No 2º mês seguido de tombo, 'prévia do PIB' do Banco Central tem retração de 0,2% em outubro

Agropecuária foi o único setor com crescimento em outubro
Ernesto Benavides / Getty Images
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta segunda-feira (15), mostrou retração de 0,2% em outubro na comparação com o mês anterior.
O cálculo é feito após ajuste sazonal — ou seja, uma forma de comparar períodos diferentes.
Esse foi o segundo mês seguido de queda do indicador. A última alta mensal do índice foi em agosto (0,4%).
Na comparação com outubro de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 0,4% (sem ajuste sazonal).
Veja abaixo o desempenho setor por setor em outubro:
Agropecuária: 3,1%
Indústria: -0,7%
Serviços: -0,2%
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Ainda segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,4% na comparação com os 10 primeiros meses de 2024.
E, em 12 meses até outubro, a expansão foi de 2,5%. Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
➡️O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma metodologia diferente (veja mais abaixo nessa reportagem).
➡️Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem-estar social.
PIB desacelera e entre os meses de julho e setembro sobe 0,1%
Desaceleração esperada da atividade
A desaceleração da atividade econômica neste ano já era esperada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo Banco Central, diante do elevado nível da taxa de juros.
Fixada pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias, a taxa Selic está, atualmente, em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
A instituição tem sinalizado que os juros permanecerão neste patamar por um "período bastante prolongado" de tempo. Os analistas dos bancos esperam cortes somente em 2026.
O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB de 2,25% em 2025, contra 3,4% no ano passado.
▶️O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Avalia que isso é um "elemento necessário para a convergência da inflação à meta [de inflação, de 3%]".
▶️Na comunicado da última reunião do Copom, realizada na semana passada, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a "prévia do PIB". Porém, o cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o maior crescimento da economia, por exemplo, pode haver mais pressão inflacionária, o que contribuiria para conter a queda dos juros.
Dólar opera em queda atento à prévia do PIB e discursos do Fed; bolsa avança

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar opera em queda nesta segunda-feira (15), com baixa de 0,02% por volta das 14h25, negociado a R$ 5,4094. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 1,24%, aos 162.763 pontos.
Os investidores iniciam a semana atentos a indicadores que ajudam a calibrar as expectativas para a atividade econômica no Brasil e nos Estados Unidos. Dados oficiais e novas projeções entram no radar ao longo do dia, junto com falas de autoridades monetárias.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
▶️ No Brasil, o destaque da manhã é o IBC-Br. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador caiu 0,2% em outubro frente a setembro, resultado próximo ao esperado pelo mercado, que projetava recuo de 0,3%.
▶️ Mais cedo, o Banco Central publicou o boletim Focus, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras. O relatório apontou nova redução nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, marcando o quinto e o quarto recuos consecutivos, respectivamente.
▶️ Ainda na agenda doméstica, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) divulga às 15h os números da balança comercial semanal, que mostram a diferença entre exportações e importações do país no período.
▶️ Nos EUA, os investidores acompanham o Índice Empire Manufacturing, que mede a atividade industrial em dezembro. Além disso, estão previstos discursos de dirigentes do Federal Reserve: Stephen Miran às 11h30, John Williams às 12h30.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: +1,41%;
Acumulado do ano: -12,45%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,16%;
Acumulado do mês: 1,07%;
Acumulado do ano: +33,66%.
Agenda econômica
Prévia do PIB
A economia brasileira começou o quarto trimestre com um sinal de fraqueza inesperado em outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. O resultado reforça a percepção de desaceleração da atividade em um cenário de juros elevados, mantidos para conter a inflação.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) — indicador usado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) — recuou 0,2% em outubro na comparação com setembro, já com ajuste sazonal, que elimina efeitos típicos do período.
Foi o segundo mês seguido de queda, após recuo de 0,19% em setembro, dado que havia sido revisado pelo Banco Central.
O resultado contrariou as expectativas do mercado: economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,1% no mês.
Na abertura dos dados, apenas a agropecuária apresentou desempenho positivo em outubro, com crescimento de 3,1% em relação a setembro. A indústria teve queda de 0,7%, enquanto o setor de serviços recuou 0,2%. Sem considerar a agropecuária, o IBC-Br mostrou retração de 0,3%.
Esses números contrastam com indicadores divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, as vendas do varejo avançaram 0,5% frente a setembro, contrariando as previsões de queda e alcançando o maior nível em sete meses.
A produção industrial também cresceu, embora de forma modesta, com alta de 0,1%, enquanto o volume de serviços subiu 0,3%, resultado um pouco acima do esperado.
Na comparação com outubro do ano passado, o IBC-Br registrou crescimento de 0,4%. No acumulado de 12 meses, o indicador aponta expansão de 2,5%, segundo dados sem ajuste sazonal.
O desempenho mais fraco da atividade já vinha sendo sinalizado pelo PIB. No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,1%, o ritmo mais lento desde a retração de 0,1% registrada no fim de 2024.
Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano e não indicou quando poderá iniciar um ciclo de cortes, afirmando que a manutenção dos juros elevados por um período prolongado é necessária para trazer a inflação de volta à meta.
As projeções mais recentes do boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central, indicam que o mercado espera crescimento de 2,25% do PIB em 2025 e de 1,80% em 2026.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram as expectativas de inflação para os próximos anos, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. O relatório reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras e funciona como um termômetro das expectativas do mercado.
Para 2025, a estimativa de inflação caiu de 4,40% para 4,36%, marcando a quinta redução consecutiva. Em 2026, a projeção recuou de 4,16% para 4,10%, no quarto corte seguido. As previsões para os anos seguintes permaneceram estáveis: 3,80% em 2027 e 3,50% em 2028.
As expectativas para o crescimento da economia brasileira, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), não foram alteradas. O mercado segue projetando alta de 2,25% em 2025 e de 1,80% em 2026.
Em relação aos juros, a estimativa para a taxa Selic — principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação — foi mantida em 15% ao ano no fim de 2025, nível atual da taxa básica. Para 2026, houve leve ajuste para baixo, de 12,25% para 12,13% ao ano.
No câmbio, as projeções também ficaram estáveis. O mercado espera que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,40 e 2026 a R$ 5,50.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta segunda-feira, recuperando-se de uma queda impulsionada pelo setor de tecnologia na semana passada, enquanto os investidores se preparam para uma série de dados econômicos que podem definir o rumo da taxa de juros.
O Dow Jones Industrial Average subia 0,28% na abertura, para 48.594,36 pontos. O S&P 500 tinha alta de 0,48%, a 6.860,19 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,58%, para 23.330,039 pontos.
As bolsas europeias abriram em alta, acompanhando o movimento positivo nos EUA e deixando para trás a cautela da semana passada.
O avanço é sustentado pela expectativa de decisões importantes de bancos centrais e pela recuperação do apetite por risco, com destaque para setores como bancos e mineração.
Apenas o setor de saúde recuava, pressionado pela queda da farmacêutica Sanofi.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,6%, a 581,85 pontos, ficando perto de uma máxima histórica.
Entre os principais mercados, o DAX da Alemanha avançava 0,37%, o FTSE 100 do Reino Unido ganhava 0,76%, o CAC 40 da França subia 0,92% e o FTSE MIB da Itália tinha alta de 0,79%.
Já os mercados asiáticos fecharam em queda nesta segunda-feira, pressionados por dados fracos da economia chinesa e pelo aumento das preocupações com o setor imobiliário.
Além disso, indicadores mostraram desaceleração na produção industrial, vendas no varejo e novos empréstimos.
No fechamento, o Nikkei do Japão caiu 1,3%, a 50.168 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,34%, a 25.628 pontos, enquanto em Xangai o SSEC perdeu 0,55%, a 3.867 pontos, e o CSI300 caiu 0,63%, a 4.552 pontos.
Outros mercados também tiveram baixa: Seul (-1,84%), Taiwan (-1,17%) e Cingapura (-0,10%).
Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters
Frango: com oferta doméstica abaixo de níveis pré-gripe aviária, preços sobem em SP; entenda

Preços da carne de frango registram altas com menor disponibilidade interna
Reprodução
Os preços da carne de frango registraram altas no segundo semestre de 2025. A redução na disponibilidade da proteína no mercado doméstico para níveis pré-gripe aviária, entre agosto e setembro, explicam o comportamento das cotações, analisa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística (IBGE).
💰Em novembro, porém, o valor da proteína avícola recua em até 2% em São Paulo, interrompendo três meses seguidos de alta.
Segundo o Centro de Pesquisas, a retomada gradativa dos embarques brasileiros da proteína contribuiu para enxugar a oferta doméstica.
Em SP, o preço do quilo de frango congelado era de R$ 7,99 no dia 3 de novembro. Em 3 de dezembro de 2025, a cotação fechou em R$ 8,11. Entenda movimento de preços, abaixo, na reportagem.
📉No mercado doméstico, a disponibilidade de carne de frango foi de 111 milhões de quilos entre agosto e setembro, bem próxima ao volume registrado antes da confirmação do caso de gripe aviária, de 110 milhões de quilos entre janeiro e abril de 2025, conforme números do IBGE.
"No ponto mais alto das restrições às exportações nacionais, em maio, a disponibilidade interna superou as 123 milhões de quilos. Os dados se referem ao estado de São Paulo", destaca o Cepea.
Produção de frango
Cristiano Estrela/Arquivo/Secom
Gangorra de preços entre carnes concorrentes
A diferença entre as cotações das carnes de frango e de porco diminuiu em outubro. Após cinco meses seguidos de vantagem, o preço da carne de frango perdeu competitividade na comparação com o da proteína de porco em outubro, segundo análise do Cepea.
Os preços da carne de frango caíram em novembro, interrompendo três meses seguidos de alta.
"A maior disponibilidade de frango vivo para abate em novembro elevou oferta de carne no mercado atacadista. Além disso, o movimento sazonal de enfraquecimento da demanda na segunda quinzena do mês causou queda nos valores no período, o que pressionou a média mensal", aponta o Cepea.
No atacado da Grande São Paulo o frango inteiro congelado teve média de R$ 7,77 o quilo em novembro, baixa de 2,1% frente à de outubro.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
As expectativas de colaboradores do Cepea para as próximas semanas são divergentes, explica o Cepa.
"Uma parte do setor está otimista e à espera de reações nos preços, fundamentados no possível aquecimento na venda de aves neste período de final de ano. Outros agentes, porém, estão atentos à oferta de animal vivo acima da procura, que tenderia a manter o mercado da carne pressionado", aponta.
📈Gangorra de preços: o resultado se deve à valorização da proteína avícola e à queda nos preços da suinícola.
🐔 Mercado de frango: O boletim do Cepea indica que, em outubro, o quilo do frango inteiro resfriado foi comercializado no atacado da Grande São Paulo a R$ 4,55 abaixo da cotação do da carcaça especial suína. A diferença é 1,5% menor que a verificada em setembro.
Em relação a setembro, o frango inteiro resfriado se valorizou 6%, com a média passando para R$ 7,99 o quilo.
"Esse cenário sustentou o avanço do preço médio mensal da carne em outubro, mesmo diante das retrações no encerramento do mês", analisam os pesquisadores do Cepea.
Gripe aviária: pesquisadores do Cepea destacam que a retomada das exportações a patamares próximos aos observados antes da ocorrência da gripe aviária tem sido determinante para o enxugamento da oferta interna e para um maior equilíbrio entre disponibilidade e demanda doméstica.
Disponibilidade de carne suína no mercado doméstico
Levantamentos do Cepea indicam ainda que a disponibilidade interna de carne suína em outubro foi a segunda menor de 2025. Os cálculos do Centro de Estudos da Esalq estimam que o volume no mês só supera o de junho deste ano.
🐷Em outubro, foram destinadas ao mercado doméstico 191,5 mil toneladas de carne suína, contra 194 mil toneladas em setembro – em junho, a mínima do ano, foram 185 mil toneladas.
"Esse cenário está atrelado ao avanço nas exportações brasileiras da proteína e à desaceleração no número de abate. O pico de 2025 foi observado em julho, quando quase 240 mil toneladas foram disponibilizadas internamente", detalham os pesquisadores do Cepea.
Produção de carne suína
Reprodução/TVCA
Exportações
Quanto às exportações brasileiras de carne, a média diária de embarques esteve em 15,1 mil toneladas em outubro, a maior para o período, considerando-se a série histórica da Secex, o que tende a resultar em escoamento total de 136,1 mil toneladas de carne suína in natura – o fechamento dos números de exportação de outubro deve ser divulgado ainda nesta semana pela Secretaria.
Sobre os abates, estimativas realizadas pelo Cepea com base em dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam possível redução de 9% em outubro.
Veja movimentos de preços das carnes desde maio
Com recuo nos preços, a competitividade da carne de porco em relação à proteína de frango começa a melhorar em outubro após consecutivas perdas nos últimos meses.
A reação do mercado de carne suína responde aos reflexos do caso da gripe aviária, registrado em maio em uma granja comercial no Rio Grande do Sul. O Brasil se declarou livre da doença em junho. As exportações de frango retomaram recordes no segundo semestre. Entenda movimento no mercado das proteínas concorrentes, abaixo, na reportagem.
Estudo do Cepea demonstra que o cenário pressionou os valores de comercialização da carne de frango e desfavoreceu a competitividade da proteína de porco de junho e o começo de setembro deste ano.
"O movimento de alta nas cotações do frango segue firme, enquanto os valores do suíno estão em queda, resultando em ganho de competitividade da carne suína frente à de frango pela primeira vez desde o caso da gripe aviária", destaca.
Setembro
Os preços da carne de frango passaram a se recuperar, influenciados, conforme explicam pesquisadores, pela retomada das exportações brasileiras da proteína à União Europeia – os envios ao bloco estavam suspensos desde maio.
Brasil se declara livre da gripe aviária nesta quarta
Porco: produtor tem maior poder de compra
Os produtores paulistas de carne de porco vivem o momento mais favorável em relação ao poder de compra do farelo de soja, insumo essencial para a suinocultura, aponta boletim do Cepea divulgado na primeira semana de outubro de 2025.
Os pesquisadores do campus da USP, em Piracicaba (SP), ressaltam que o poder de compra atual está 54% acima da média da série histórica do Cepea, iniciada em janeiro de 2024, que é de 3,62 quilos.
Farelo de soja
Caíque Rodrigues/g1 RR
Com a venda de um quilo do suíno vivo no interior de São Paulo, especialmente na região de Campinas (SP), o produtor conseguiu comprar 5,57 quilos de farelo em setembro.
Essa é a maior quantidade registrada pelo Cepea desde dezembro de 2004, quando a relação de troca atingiu recorde, de 6,49 quilos.
USP analisa movimentos de preços das carnes concorrentes e reflexos da estiagem em agosto
Exportação de carne suína
Chile foi, em julho e agosto o segundo maior destino da proteína brasileira, assumindo a posição que até então vinha sendo sustentada pela China.
As Filipinas se mantêm como maior destino da carne suína brasileira desde fevereiro deste ano.
"O aumento dos embarques ao Chile está atrelado ao fato de o governo daquele país ter reconhecido, em abril deste ano (e oficializado em julho), o estado do Paraná (segundo maior produtor nacional), como livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica", destaca o Cepea.
Preços
Os preços do suíno vivo e da carne de porco mantiveram altas desde o fim do primeiro semestre de 2025 e as cotações de agosto seguiram firmes, contrariando cenário típico de recuos para esse período do ano.
🐖O mercado independente do suíno vivo, segundo o Cepea, foi favorecido pela demanda aquecida, típica no começo do mês e que ajudou a impulsionar as cotações.
Na segunda metade de agosto, a procura seguiu firme, e os valores não recuaram como tradicionalmente ocorre. Desta forma, as médias mensais dos preços do vivo em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea avançaram em relação a julho", observa o Cepea em boletim desta quinta-feira.
Quanto à carne, pesquisadores explicam que a demanda também esteve bastante elevada em agosto, levando a aumentos nas cotações da maior parte dos produtos suinícolas no período.
📈O indicador do Suíno Vivo Mensal Cepea/Esalq fechou em R$ 8,57 em Minas Gerais, R$ 8,27 no Paraná, R$ 8,15 no Rio Grande do Sul, R$ 8,19 em Santa Catarina e R$ 8,76 em São Paulo em agosto.
Frango: expectativa de recorde nos embarques
A quantidade de carne de frango exportada em setembro foi a maior em 11 meses, e, nesta parcial de outubro, o ritmo diário de embarques está 9,6% superior ao de setembro/25 e expressivos 16% acima do de outubro/24, conforme dados da Secex.
Os analistas de Cepea estimam que 2025 pode atingir recorde inédito nas exportações de carne de frango.
"Caso o atual intenso desempenho das exportações brasileiras de carne de frango se mantenha nas próximas semanas, 2025 pode se encerrar com um novo recorde no volume escoado. Esse resultado seria verificado mesmo diante do caso de gripe aviária em maio deste ano em uma granja comercial do Rio Grande do Sul", aponta.
Remotada europeia
Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é favorecido pela recente retomada das compras da proteína brasileira por parte da União Europeia, fator que contribui para consolidar a recuperação do ritmo exportador nacional a patamares pré-gripe.
Frango
Getty Images via BBC
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Boletim Focus: economistas do mercado reduzem estimativas de inflação para 2025 e 2026
Os analistas do mercado financeiro reduziram suas estimativas de inflação para os anos de 2025 e de 2026. As projeções fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana. No mês passado, o mercado baixou, pela primeira vez neste ano, a expectativa de inflação para um patamar abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas. Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%. Isso quer dizer que, se confirmada a expectativa, não haverá "estouro" da meta de inflação neste ano fechado. No ano de 2024 fechado, e em 12 meses até junho deste ano, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas. Veja a expectativa de inflação do mercado para os próximos anos: ➡️ Para 2025, a projeção recuou de 4,40% para 4,36% (quinta queda seguida) ; ➡️ Para 2026, a projeção caiu de 4,16% para 4,10% (quarto recuo consecutivo); ➡️ Para 2027, a expectativa ficou estável em 3,80%; ➡️ Para 2028, a previsão continuou em 3,50%. Veja os vídeos que estão em alta no g1 🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA Produto Interno Bruto A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu em 2,25%. Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,80%. ➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia. Taxa de juros Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025. Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros. Para o fim de 2026, a projeção caiu de 12,25% para 12,13% ao ano. Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano. Outras estimativas Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC: Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,40. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou R$ 5,50. Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 subiu de US$ 62,1 bilhões para US$ 62,9 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo avançou de US$ 66 bilhões para US$ 66,2 bilhões. Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2026, a estimativa continuou em US$ 72 bilhões.
Nova CNH: como vai funcionar a renovação automática e de graça

Nova CNH: como vai funcionar a renovação automática e de graça
A nova norma que muda as regras de emissão da CNH também cria a possibilidade de renovação automática e gratuita para o chamado “bom condutor”.
De acordo com a medida, para ser classificado como “bom condutor”, o motorista precisa atender aos seguintes critérios:
🪪 Não ter pontos registrados na CNH nos últimos 12 meses;
🚨 Não ter infrações de trânsito registradas no documento no mesmo período;
📝 Estar cadastrado no Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC).
O motorista que está dentro destas regras, tem a CNH renovada automaticamente e de graça.
O RNPC existe desde 2022 e tem como objetivo premiar motoristas que passam um ano sem cometer multas ou infrações. No entanto, não basta dirigir corretamente e seguir as leis de trânsito à risca: é necessário se cadastrar no programa.
Para aderir ao RNPC, o motorista deve:
Abrir o aplicativo CNH Brasil;
Selecionar a opção “Condutor”;
Acessar “Cadastro Positivo”;
Tocar em “Autorizar participação”.
A partir desse momento, desde que o motorista não tenha cometido infrações ou recebido multas nos últimos 12 meses, a CNH passa a ser renovada automaticamente e sem custo.
CNH física não é emitida de graça e nem automaticamente
Segundo a medida provisória, apenas a versão digital da CNH é renovada automaticamente. Caso o condutor também queira o documento físico, será necessário solicitá-lo separadamente, após a renovação da versão digital.
Para receber a CNH física, o condutor pode fazer a solicitação pelo aplicativo CNH Brasil ou presencialmente em uma unidade do Detran do estado onde reside.
As novas regras da CNH não eliminaram o custo de emissão da carteira física, cujo valor varia conforme o Detran de cada estado.
A renovação da CNH física envolve os seguintes valores:
Em São Paulo, por exemplo, o valor é de R$ 122,17.
Em Alagoas, a cobrança é maior, chegando a R$ 144,12;
No Acre, a taxa é de R$ 89,75.
É importante destacar que nem todos os condutores têm direito à renovação automática da CNH, mesmo aqueles que não cometeram infrações ou receberam multas nos últimos 12 meses.
Pelas novas regras, condutores com mais de 50 anos podem renovar automaticamente a CNH apenas uma vez. Além disso, os casos abaixo não têm direito à renovação automática:
Condutores com 70 anos ou mais;
A renovação automática não vale para motoristas que têm a validade da CNH reduzida por recomendação médica, em casos de doenças progressivas ou condições que exigem acompanhamento de saúde.
Novas regras para a CNH
A medida provisória criou a CNH do Brasil, com novas regras para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A iniciativa tem como objetivo modernizar e baratear o processo de obtenção da carteira de motorista.
A expectativa do Ministério dos Transportes é que o novo modelo reduza em até 80% o custo para tirar o documento, além de diminuir os entraves e a demora no processo de renovação da carteira.
Veja as principais mudanças:
Aulas em autoescola deixam de ser obrigatórias;
O conteúdo teórico estará disponível no aplicativo do governo, de graça, e não será mais exigida carga horária mínima;
O aluno poderá usar carro particular e optar por aulas com um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran;
As aulas práticas caem de 20 para 2 horas no mínimo (com um instrutor ou em autoescola);
As provas práticas continuam sendo presenciais, assim como o exame médico e a coleta biométrica;
Quem reprovar na primeira avaliação poderá fazer o segundo teste de graça;
Não haverá mais prazo para a conclusão do processo de habilitação, que hoje é de um ano;
A CNH poderá ser renovada automaticamente e de graça, caso o condutor não cometa infrações nos últimos 12 meses e esteja no Registro Nacional Positivo de Condutores.
Veja abaixo reportagem completa, com perguntas e respostas sobre a nova CNH:
CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas? Veja perguntas e respostas
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Crystofher Andrade/g1
Vai ficar mais difícil se aposentar em 2026? Veja o que muda nas regras

O que muda nas regras da aposentadoria em 2026
Com a chegada de 2026, trabalhadores que estão prestes a se aposentar precisam estar atentos às novas exigências da reforma da Previdência. Desde a sua aprovação, a nova norma altera parte das regras a cada ano.
➡️ A regra geral exige que mulheres se aposentem com idade mínima de 62 anos, e pelo menos 15 anos de contribuição. Para homens, são 65 anos de idade e 20 de contribuição.
Para quem já contribuía com o INSS antes da aprovação da reforma, em novembro de 2019, o governo criou um regime de transição que prevê alterações todos os anos, até 2031, nas regras para aposentadoria.
Veja o que muda para essas pessoas em 2026:
A idade mínima para solicitar a aposentadoria sobe seis meses em relação ao regime anterior. As mulheres precisam ter, no mínimo, 59 anos e seis meses. Para os homens, a idade mínima passa a ser de 64 anos e seis meses.
O tempo mínimo de contribuição é de 30 anos para as mulheres e de 35 para os homens.
Também há mudanças na regra dos pontos, que soma o tempo de contribuição com a idade do trabalhador. A pontuação mínima exigida será de 93 para mulheres e de 103 pontos para homens.
Entenda abaixo as cinco regras de transição da reforma da Previdência e, em seguida, veja como calcular sua aposentadoria.
⚠️ Regras de transição
As regras de transição são voltadas para quem já contribuía antes da aprovação da reforma da Previdência, e foram criadas para estabelecer uma passagem entre as exigências antigas e as atuais do benefício.
Cada uma delas pode alterar o momento em que o benefício será concedido e o valor que o trabalhador receberá. Assim, o contribuinte pode se aposentar a partir da regra que for mais benéfica para ele.
Veja detalhes de cada uma a partir dos tópicos abaixo:
Tempo de contribuição + idade mínima;
Por idade;
Pedágio de 50%;
Pedágio de 100%;
Regra dos pontos;
Calculadora do INSS.
Tempo de contribuição + idade mínima
Nesta categoria, a idade mínima para se aposentar é progressiva e sobe seis meses anualmente. Além disso, é exigido um tempo mínimo de contribuição de 30 anos para as mulheres e de 35 para os homens.
Por idade
A regra considera a idade mínima de 65 anos para homens e de 62 para as mulheres, e um tempo de contribuição de 15 anos para ambos.
Pedágio de 50%
Direcionada para os trabalhadores que estavam prestes a se aposentar em 2019, a regra estabelece um "pedágio" equivalente a 50% do tempo de contribuição que faltava.
💬 EXEMPLO: Um trabalhador que já havia contribuído por 33 anos e que, antes da reforma da Previdência, tinha apenas mais 24 meses de contribuição pendentes, terá de trabalhar por mais 12 meses.
Nessa modalidade, a idade mínima exigida é de 57 anos para mulher e de 60 anos para o homem.
Pedágio 100%
A modalidade exige que o trabalhador cumpra integralmente o tempo de contribuição pendente para se aposentar. Neste método, a vantagem está no valor do benefício, que pode ser maior do que o pedágio de 50%.
Regra dos pontos
São os pontos obtidos a partir da soma entre idade e tempo de contribuição. Em 2025, a pontuação mínima será de 92 para mulheres e de 102 pontos para homens.
🧮 Calcule sua aposentadoria
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) liberou um recurso que ajuda a saber quanto tempo falta para se aposentar (por idade ou tempo de contribuição).
A simulação é feita com as informações que estão na base de dados do INSS. Também é possível incluir vínculos e alterar sua data de nascimento no momento da simulação.
O resultado gerado pela calculadora vale somente para consulta e não garante direito à aposentadoria.
Este pedido é realizado pela internet — não é necessário ir ao INSS.
Veja como acessar o simulador:
Entre no Meu INSS;
Informe seu CPF e senha;
Clique em “Do que você precisa?” e escreva “Simular Aposentadoria”;
Serão exibidas as simulações para todas as regras, antes e depois da reforma da previdência;
Clique em “Baixar PDF” para mais detalhes.
Fraude no INSS: PF aponta que esquema funcionava em 3 núcleos
Reprodução/TV Globo
Benefícios como aposentadoria por idade ou invalidez podem ser solicitados pelo telefone 135 ou no portal “Meu INSS”
Reprodução/Freepik
Feriados de 2026: quase todos caem em dias úteis e viram folga prolongada
Ibama e Incra abrem inscrições para concursos com salários de até R$ 9,8 mil; veja como participar

IBAMA e INCRA abrem inscrições para seleção com salários de até R$ 9,8 mil
As inscrições para o novo concurso público temporário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) começam nesta segunda-feira (15), às 14h.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
No total, são 60 vagas de nível superior, com salários iniciais que podem chegar a R$ 9,8 mil.
As posições estão divididas da seguinte forma:
40 para o Ibama, no cargo de Analista Técnico de Complexidade Intelectual, incluindo cadastro reserva;
20 para o Incra, nos cargos de Analista Técnico de Complexidade Intelectual e Analista Técnico de Complexidade Gerencial, também com cadastro reserva.
Para o cargo de Analista Técnico de Complexidade Intelectual (tanto no IBAMA quanto no INCRA), a remuneração é de R$ 7.283,05.
Já para o cargo de Analista Técnico de Complexidade Gerencial (INCRA – Antropologia), o salário é de R$ 9.861,23.
A jornada de trabalho para ambos os cargos é de 40 horas semanais.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
As inscrições devem ser feitas pelo site do Instituto ACCESS, banca organizadora do processo seletivo. Os interessados têm até 23h59 do dia 8 de janeiro para se inscrever.
As vagas estão distribuídas entre diversas especialidades, como Biólogo, Cientista Social, Direito, Geógrafo, Geólogo, Oceanógrafo, Pedagogo, entre outras.
As oportunidades se concentram em Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ), locais onde todas as etapas serão realizadas. O edital prevê vagas imediatas e formação de cadastro de reserva.
Abaixo, confira a distribuição das vagas e localidades:
Do total de oportunidade, 5% são reservadas para pessoas com deficiência (PcD). Já 30% das oportunidades são destinadas a candidatos negros (pretos ou pardos), indígenas e quilombolas.
Dentro desse recorte:
25% para candidatos negros (pretos ou pardos);
3% para candidatos indígenas;
2% para candidatos quilombolas.
Os interessados em participar do concurso devem pagar uma taxa de inscrição, que varia conforme o cargo/perfil escolhido:
Analista Técnico de Complexidade Intelectual: R$ 60,00
Analista Técnico de Complexidade Gerencial: R$ 70,00
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde, assim como inscritos no CadÚnico, podem solicitar isenção da taxa.
O processo seletivo terá apenas uma etapa, composta por provas objetiva e discursiva, de caráter eliminatório e classificatório. (veja abaixo como vai funcionar)
O último concurso do Ibama ocorreu no início deste ano, com 460 vagas de nível superior e remuneração inicial de até R$ 9,9 mil.
O Incra participou do Concurso Nacional Unificado (CNU) em 2024, ofertando 742 vagas de nível superior, com nomeações neste ano
Como serão as provas?
As avaliações estão previstas para o dia 8 de fevereiro de 2026, das 14h às 19h, em Brasília e no Rio de Janeiro. O candidato fará o exame na cidade de lotação escolhida no momento da inscrição.
A prova objetiva será composta por:
60 questões;
4 alternativas por questão e apenas uma resposta correta;
Pontuação máxima de 105 pontos;
Critério de aprovação: mínimo de 50% da pontuação total e proibição de zerar qualquer disciplina.
A prova discursiva será um estudo de caso sobre licenciamento ambiental, com temas diferentes para Ibama e Incra. O texto deve ter entre 20 e 30 linhas — abaixo disso, a nota é zero.
A avaliação vale 50 pontos, analisando:
domínio técnico do tema
uso da norma-padrão da Língua Portuguesa
organização textual (coerência e coesão)
Serão corrigidas apenas as discursivas de candidatos aprovados na objetiva e classificados em até 10 vezes o número de vagas. Para ser aprovado, é preciso obter ao menos 50% dos pontos. Provas não corrigidas eliminam o candidato.
O processo seletivo terá validade de dois anos a partir da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado pelo mesmo período, a critério da direção do Ibama e do Incra.
🗓️ Cronograma
Inscrições: 15/12/2025 a 8/1/2026
Pedido de isenção: 15 e 16/12/2025
Pagamento da taxa: 9/1/2026
Locais de prova: 2/2/2026
Aplicação das provas objetiva e discursiva: 8/2/2026
Resultado definitivo das provas objetivas: 11/3/2026
Resultado definitivo das provas discursivas: 23/3/2026
Resultado final: 7/4/2026
Agente do Ibama verifica depósito de combustível em um barco no rio Solimões -
Divulgação/Ibama
Por que governo brasileiro teme recuo da União Europeia na reta final para acordo com o Mercosul

Lula diz que pretende assinar acordo entre União Europeia e Mercosul em 20 de dezembro
O governo brasileiro teme um recuo da União Europeia a pouco mais de uma semana da data prevista para assinatura do acordo comercial entre o bloco e o Mercosul, previsto para o próximo sábado (20/12), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes-de-Estado do Mercosul.
A semana que vem será decisiva para o futuro do acordo porque ele precisará ser aprovado em duas votações, uma no Parlamento Europeu e outra no Conselho Europeu. As votações deverão acontecer entre a terça-feira (16/12) e quinta-feira (18/12).
Duas fontes com conhecimento das negociações disseram à BBC News Brasil que se os europeus não assinarem o acordo agora, isso poderá representar o fim das negociações do tratado que vem sendo discutido há 25 anos.
Na avaliação de uma delas, se isso acontecer, as chances de uma nova negociação entre os dois blocos é quase zero e o Brasil, maior economia do Mercosul, vai intensificar sua busca por parceiros comerciais na Ásia.
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Comissão da UE aprova salvaguardas para acordo com Mercosul
França pede à UE que adie prazos para assinatura de tratado com Mercosul
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia começou a ser discutido em 1999 e prevê a criação de uma área de livre-comércio entre os dois blocos. A ideia é que haja reduções recíprocas nas taxas de importação e exportação de produtos entre ambos, aumentando o fluxo comercial das duas regiões.
Se concluído e entrar em vigor, o acordo criará uma das maiores áreas de livre-comércio do mundo, com uma população estimada em 718 milhões de pessoas e um produto interno bruto de 22 trilhões de dólares.
Em 2024, a fase negocial do acordo foi finalizada, mas para começar a funcionar, o acordo ainda precisa passar por diversas fases, entre elas a assinatura, que está prevista para a próxima semana.
Para que o acordo seja assinado, é preciso que ele seja aprovado, agora, pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu, órgão que dá autorização à Comissão Europeia para realizar acordos comerciais.
Na semana passada, a BBC News Brasil conversou com diplomatas europeus em Brasília e eles relataram que a aprovação do acordo pelo Parlamento não deverá encontrar dificuldades, pois ela se dá por maioria simples, ou seja, metade dos eurodeputados mais um.
O problema, eles relataram, está na votação do Conselho Europeu.
Para que o acordo seja aprovado lá, é preciso maioria qualificada, o que significa ter o aval de pelo menos 15 dos 27 Estados-membros e que eles representem 65% da população do bloco. Atualmente, a população do bloco europeu está estimada em 451 milhões de habitantes.
Dentro do Mercosul, bloco formado por Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia, há consenso para que o acordo seja assinado. Na Europa, porém, ainda há resistências para que ele seja concluído.
No bloco, o acordo é fortemente apoiado por países como Alemanha, Espanha, Portugal e República Checa.
Os principais países se opondo ao acordo atualmente são a França e Polônia, mas também há sinais de contrariedade entre países como a Bélgica e Áustria.
Os franceses afirmam temer os impactos que o acordo poderia ter para os agricultores do país uma vez que eles sofreriam a concorrência dos produtos agropecuários do bloco sul-americano.
Para vencer a resistência dos opositores, negociadores europeus criaram salvaguardas para o setor agrícola do bloco. As salvaguardas foram aprovadas no início desta semana pelo Comitê de Comércio Internacional da União Europeia e preveem que os europeus podem interromper as vantagens tarifárias aos produtos do Mercosul caso haja um aumento de 5% no volume dessas exportações em relação ao ano anterior.
Bandeiras de países da União Europeia na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França
Antoine Schibler/Unsplash
As salvaguardas também precisam ser votadas na semana que vem pelo Parlamento Europeu.
O "fiel" da balança, avaliam diplomatas europeus ouvidos pela BBC News Brasil, deverá ser a Itália. O país tem aproximadamente 59 milhões de habitantes e é a terceira maior população do bloco europeu. Os cálculos da diplomacia brasileira e europeia apontam que uma negativa da Itália, somada à rejeição esperada de França e Polônia, poderia enterrar as chances de aprovação do acordo.
Caso os italianos se juntem à oposição da França e da Polônia, os três países juntos equivalem a aproximadamente 36% da população do bloco, inviabilizando a aprovação do acordo.
Na segunda-feira (8/12), no entanto, um diplomata italiano disse, durante uma reunião com colegas do bloco em Brasília, que o país iria apoiar a aprovação do acordo, mas o clima entre os demais era de cautela.
Dois pesos e duas medidas
Na avaliação de um auxiliar da Presidência da República ouvido em caráter reservado pela BBC News Brasil, um recuo europeu em relação ao acordo refletiria o que ele classificou como "fragilidade" das lideranças do bloco.
Ele destacou que o acordo poderia fortalecer comercialmente os dois blocos, especialmente em um ambiente em que o multilateralismo estaria sofrendo ataques de líderes como o norte-americano Donald Trump.
Ainda de acordo com esta fonte, uma rejeição do acordo pelos europeus também mostraria que eles prefeririam aceitar um acordo considerado por ele como "assimétrico" com os norte-americanos a firmar um tratado de livre-comércio mais favorável a eles com o Mercosul.
A menção feita por ele foi sobre o acordo firmado entre os Estados Unidos e a União Europeia em agosto, após a imposição de tarifas pelos norte-americanos a produtos europeus, em que o bloco comercial se comprometeu a reduzir taxas para produtos oriundos dos Estados Unidos e ainda se comprometeu a adquirir petróleo, gás natural e produtos de defesa do país governado por Donald Trump.
Para este membro do governo brasileiro, a saída para o Brasil e para o Mercosul diante do fracasso do acordo com os europeus seria a busca de novas parcerias em regiões como a Ásia.
De acordo com dados do governo brasileiro, em 2025, a China já comprou US$ 94 bilhões em produtos brasileiros. Esse valor é mais que o dobro dos US$ 45 bilhões comprados pelos países da União Europeia.
França pede que União Europeia adie prazos para assinatura de acordo com Mercosul

Presidente da França, Emmanuel Macron em discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2025.
LEONARDO MUNOZ / AFP
A França pediu neste domingo (14) à União Europeia que adie os prazos previstos para a assinatura do acordo comercial com o Mercosul, pois considera que "as condições não estão dadas" para uma votação dos Estados, declarou o gabinete do primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, em comunicado.
"A França solicita que se adiem os prazos de dezembro para continuar o trabalho e obter as medidas de proteção legítimas de nossa agricultura europeia", explicou o Executivo francês.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, quer assinar o tratado de livre comércio com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai no próximo sábado (20) durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu.
Segundo ela, o bloco europeu deve obter o aval dos Estados-membros esta semana, entre terça e sexta-feira.
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Resistência francesa
A França é a principal representante do grupo de países europeus resistentes a firmar o acordo que ambos os blocos negociam há duas décadas.
A Comissão Europeia anunciou em setembro um mecanismo de "monitoramento reforçado" para os produtos agrícolas expostos ao acordo, como as carnes bovina e de aves, o arroz e o etanol, com a possibilidade de intervir no mercado em caso de desequilíbrio.
Antes de se pronunciarem, os países da União Europeia esperam o resultado de uma votação do Parlamento Europeu nestaa terça-feira (16) sobre as medidas de salvaguarda destinadas a tranquilizar os agricultores, especialmente os franceses, que se opõem frontalmente ao tratado.
Antes da declaração do governo francês, o ministro de Economia e Finanças, Roland Lescure, havia afirmado em entrevista publicada neste domingo pelo jornal alemão Handelsblatt que, "em seu formato atual, o tratado não é aceitável".
Segundo Lescure, a obtenção de uma "cláusula de proteção forte e eficaz" é uma das "três condições" da França antes de dar seu sinal verde.
A segunda é que as normas aplicadas para a produção na União Europeia "devem também ser aplicadas à produção nos países parceiros", declarou o ministro, e a terceira são "controles na importação".
O tratado de livre-comércio busca favorecer as exportações de automóveis, máquinas e vinhos europeus aos países do Mercosul, em troca de facilitar a entrada de carne, açúcar, soja e arroz sul-americanos.
Os agricultores franceses temem que seu mercado seja inundado com produtos agrícolas do Mercosul, considerados mais competitivos.
Se aprovado, o acordo UE-Mercosul criaria um mercado comum de 722 milhões de habitantes.
Tempestades com raios são um perigo na zona rural

Raios tem causado preocupação em propriedades rurais. Produtores reforçam cuidados para evitar novas perdas com raios.
Reprodução/TV TEM
No sítio da família do Jean, em Caiabu (BA), no oeste do estado, o prejuízo veio do céu. Durante uma tempestade, um raio atingiu o pasto e matou quase todo o gado. Dos quase quarenta animais, sobraram só oito vivos e um prejuízo de mais de 50 mil reais.
Para se abrigar da chuva, o gado ficou junto debaixo dos eucaliptos que ficavam na área da propriedade. É muito comum que os animais se protejam embaixo de árvores durante tempestades, o que aumenta o risco de serem atingidos por raios. Com a chegada da época de chuvas, o cuidado deve ser intensificado no pasto.
"Foi uma chuva repentina, ninguém estava esperando e não deu para tomar nenhuma medida de precaução. E nessa de se abrigar embaixo das árvores, o raio caiu e teve a fatalidade", conta o produtor rural Jean José Vitor.
Depois do susto, o gado que já foi reposto recebe atenção especial quando o tempo muda. O que aconteceu há seis anos serviu de lição e os cuidados com a boiada aumentaram de lá para cá, como explica o produtor rural.
"Hoje em dia procuramos sempre acompanhar a previsão do tempo, quando vemos que a chuva está vindo levamos os gados para uma parte mais baixa e longe de árvores e fiação", explica.
As tempestades são comuns nesta época e os riscos continuam nos próximos meses. No Brasil, milhões de raios são registrados anualmente.
Segundo o Elat, grupo de eletricidade atmosférica, só em Presidente Prudente (SP) até setembro deste ano foram registrados quase 3.500 raios. Em todo o ano de 2024 foram mais de 12 mil.
O climatologista Vagner Camarini explica que, durante a primavera e o verão, existe muita instabilidade climática e a frequência de tempestades aumenta. E quanto mais chuva, maior a incidência de raios.
"Os raios são descargas elétricas que se formam através do movimento da própria atmosfera, as partículas vão se atritando e vão formando campos eletrizados, e a partir de um certo ponto rompem o isolamento do ar e aí tem a descarga elétrica", explica.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que acidentes com raios ocorrem mais em áreas rurais, e a pecuária é uma das atividades mais afetadas.
Conforme o especialista em clima, a potência de uma descarga atmosférica é muito alta e medidas simples podem evitar que os animais sejam atingidos. Uma delas é evitar que o rebanho fique abrigado embaixo de árvores, e outra é aterrar as cercas.
"Todo metal vai conduzir a corrente elétrica, e os animais têm o costume de ir para lugares mais altos e próximos de cercas para ir até outro local. E quando o raio cai, a descarga elétrica é muito alta, tem milhares de volts. Então se ficar perto, vai atingir os animais e vão falecer", conta.
A preocupação também é grande em áreas de confinamento. Este fica em Presidente Bernardes (SP). Aqui, os para-raios garantem um pouco mais de tranquilidade.
Apesar de diminuir os impactos das descargas atmosféricas no campo, o para-raios não é um recurso muito utilizado. O investimento pode variar de 20 a 60 reais por cabeça de gado, dependendo do tipo de instalação.
O valor total pode sair alto para o produtor, por isso é importante fazer as contas e analisar os riscos para entender o que é melhor para cada propriedade.
Veja a reportagem exibida no programa em 14/12/2025:
Tempestades com raios são um perigo na zona rural
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Uruçu-capixaba: conheça espécie de abelha sem ferrão que só aparece no ES e corre risco de extinção

Espécie de abelha sem ferrão que só aparece no ES corre risco de extinção
Exclusiva das áreas montanhosas da Mata Atlântica, entre 800 e 1.200 metros de altitude, a uruçu-capixaba, também chamada de uruçu-negra, está desaparecendo de regiões onde sempre foi abundante e já preocupa pesquisadores e produtores rurais do Espírito Santo. A espécie, que não possui ferrão e só existe no estado, corre risco de extinção.
Além de rara, a abelha exerce um papel essencial na natureza: ela é responsável pela polinização de plantas nativas e de cultivos importantes para a economia capixaba, especialmente o café.
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Pesquisadores apontam que a perda de habitat, o avanço de espécies exóticas, o uso de agrotóxicos e o comércio ilegal de colmeias colocam a população dessa espécie sob ameaça crescente.
A uruçu-capixaba depende de florestas altas e antigas, ambientes que vêm desaparecendo com o desmatamento na Mata Atlântica. A espécie também realiza um comportamento único, uma espécie de “tremedeira” dentro das flores, que melhora a dispersão do pólen e aumenta a eficiência da polinização em lavouras.
Uruçu-capixaba: espécie de abelha sem ferrão que só aparece no Espírito Santo corre risco de extinção
TV Gazeta
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Para o pesquisador de abelhas nativas e professor da Universidade Federal de Viçosa, Helder Canto, o impacto da espécie na manutenção da vida natural é profundo.
"A polinização garante a sobrevivência das florestas. Com a abelha visitando flor em flor para coletar o néctar, que é o seu alimento, assim também como o pólen, ela faz gerar as sementes. Essas sementes têm o fruto que vai garantir a alimentação para outros animais. Pequenos animais são alimentos para grandes animais, ou seja, sem a abelha a gente não tem semente, não tem floresta, não tem fruto, não tem vida. A abelha participa dessa interdependência de toda a vida natural".
Estudos indicam que até 90% das espécies vegetais brasileiras dependem de abelhas para se reproduzir. Além das plantas nativas, morango, tomate e abacate também são polinizados por abelhas sem ferrão.
Presença da espécie nas montanhas do ES
A uruçu-capixaba já foi registrada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) em 12 municípios capixabas, principalmente na Região Serrana. Uma dessas áreas é a Reserva Ambiental Águia Branca, em Vargem Alta, no Sul do Espírito Santo, onde colmeias raras são monitoradas.
Municípios onde a uruçu-capixaba é encontrada no Espírito Santo
Arte/g1
A bióloga Patrícia Bellon explicou que a aproximação do público às colmeias tem ajudado no processo de conscientização.
"A gente sempre consegue levar pessoas pra visitar uma colmeia que é super rara. Isso desperta muita curiosidade delas, elas entendem que, assim, até o próprio café da manhã delas é influenciado pela essa polinização da abelha. Então, desperta uma consciência ambiental sobre essa questão de preservação e conscientização ambiental".
Em Venda Nova do Imigrante, a espécie encontrou abrigo em uma árvore antiga da propriedade da produtora rural Margarida Tonolli.
"Sem as abelhas, sem a polinização, não teria essas plantas. A gente não colheria tantas frutas igual a gente colhe, café igual a gente colhe. A gente fica mais atento agora à conservação delas, sabendo que elas têm importância. Eu não conhecia essa sem ferrão mesmo não. Então, para gente, ela vai ficar sempre agora mais importante", garantiu Margarida.
Ameaças às abelhas
O avanço do desmatamento e a substituição da Mata Atlântica por áreas degradadas ou ocupadas por espécies exóticas reduzem o espaço disponível para a espécie. O uso de agrotóxicos e o comércio ilegal de colmeias também contribuem para o declínio populacional.
Helder Canto explicou que os efeitos dessa exploração humana já são perceptíveis.
"A gente sente o declínio populacional das abelhas, a gente tem um déficit de polinização. Então, muitas plantas que dependem dessa polinização redizem. Sem a polinização, a produção agrícola diminui, gerando menos renda e também impacto econômico. Um prejuízo não só para a natureza, como prejuízos econômicos para a produção agrícola", avaliou o professor.
Uruçu-capixaba: espécie de abelha sem ferrão que só aparece no Espírito Santo corre risco de extinção
TV Gazeta
Documentário busca aproximar o público da espécie
A preocupação com a uruçu-capixaba inspirou o documentário “Na Imensidão do Pequeno”, lançado em novembro em Vargem Alta. O filme foi produzido pelo Instituto Terra Brasilis e pela Universidade Federal de Viçosa, com apoio do Projeto Biodiversidade Rio Doce e do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).
O diretor-executivo do Instituto Terra Brasilis, Reinaldo Lourival, destacou que despertar afeto pelo animal é uma ferramenta poderosa de conservação.
"A ciência, ela informa as pessoas, mas o amor leva as pessoas a conservarem. E você não ama o que você não conhece. E, no caso da uruçu-capixaba, é um orgulho para o Espírito Santo, é um bicho que só tem aqui, só tem numa região muito restrita. Então, é criar uma imagem de orgulho para as pessoas".
Tecnologia como aliada da educação ambiental
Além do documentário, tecnologias interativas estão ajudando na conscientização. O jogo “Be a Bee – Seja uma Abelha” simula a rotina de uma abelha na floresta e ensina o papel das espécies nativas na manutenção dos ecossistemas.
Com óculos de realidade virtual, o estudante Miguel Leon, de 11 anos, pôde “voar” pela Mata Atlântica.
"Ah, eu não conheço muito, mas eu sei que a abelha realmente tem alguma importância para o sistema, para o meio ambiente, e deu para vê-las, né? Tem um lugarzinho ali que você consegue ver ela entrando e saindo, né? É bem maneiro", falou animado.
Tecnologia é aliada dos pesquisadores para ajudar na educação ambiental e na preservação da uruçu-capixaba, espécie de abelha sem ferrão exclusiva do Espírito Santo
TV Gazeta
Futuro da espécie
Projetos de conservação têm se dedicado a reintroduzir a abelha em áreas protegidas e estimular a recuperação da Mata Atlântica para garantir a sobrevivência da espécie no longo prazo.
Helder Canto reforçou a importância de valorizar a existência dessa espécie, seja conservando a natureza, seja realizando reflorestamento e regeneração das matas.
"O que acontece é que muitas colônias estão hoje em propriedades particulares. O que a gente está fazendo é o contrário, é devolver essas abelhas para a natureza, replicando essas colônias e reintroduzindo em áreas de conservação, como as unidades de conservação, para garantir a sobrevivência da população, não só agora, mas para o futuro", disse.
Uruçu-capixaba é exclusiva das áreas montanhosas da Mata Atlântica, no Espírito Santo
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Inflação, impostos e desigualdade: saiba por que é cada vez mais caro ser da classe média no Brasil

Cartão de crédito
Fecomércio-MT/Divulgação
A alta carga tributária e a inflação persistente têm reduzido o poder de compra e tornado mais difícil manter o padrão de vida da classe média no Brasil.
Esse cenário ocorre mesmo com a melhora da renda da população e, de acordo com economistas e especialistas em tributação ouvidos pelo g1, pode ser explicado por diversos fatores.
Entre eles:
A composição da renda dessas famílias, que é principalmente composta por rendimentos tributáveis;
A defasagem da tabela do Imposto de Renda;
A diferença no tratamento tributário entre pessoas com rendas semelhantes; e
O alto percentual da renda destinado ao consumo.
Segundo os especialistas, embora a reforma tributária trate alguns desses pontos, uma solução definitiva ainda está longe de acontecer.
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Isso porque, além da lentidão na tramitação do tema no Congresso — e da possível paralisação em 2026, ano eleitoral no país — o tema ainda enfrenta forte resistência política.
Entenda abaixo o que tem encarecido a vida da classe média no país e o que esperar da reforma tributária à frente.
Composição da renda das famílias
Uma das explicações para esse cenário, segundo especialistas ouvidos pelo g1, está na forma como a renda dessas famílias é composta.
Isso porque ao contrário das classes mais altas — que têm boa parte da renda proveniente de ganhos de capital, geralmente isentos de impostos —, os rendimentos da classe média são majoritariamente tributáveis.
Um estudo recente realizado pelo Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), por exemplo, indicou que enquanto quem recebe acima de 240 salários mínimos por mês (R$ 316 mil) tem 71% da renda declarada isenta de impostos, os trabalhadores que ganham entre 1 e 2 salários mínimos (de R$ 1.320 a R$ 2.640) têm isenção em apenas 10,7% da renda.
O levantamento foi feito com base nos dados do Imposto de Renda de 2024 (ano-calendário 2023), quando o salário mínimo era de R$ 1.320.
Outro reflexo da alta proporção de renda isenta nas classes mais altas aparece na alíquota efetiva. Segundo o estudo, trabalhadores que ganham a partir de R$ 6 mil por mês pagaram mais imposto de renda, proporcionalmente, do que os milionários.
Enquanto os mais ricos pagaram uma alíquota de 5,28% naquele ano, os trabalhadores da chamada “classe média alta” — com renda entre R$ 19.800 e R$ 26.400 mensais (15 a 20 salários mínimos) — pagaram 11,40%, mais que o dobro.
Segundo o técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sergio Gobetti, além de o país registrar um aumento da concentração de renda nas classes mais altas, essa parcela da população paga uma carga tributária muito inferior à praticada em outros países.
“Mesmo com o crescimento da renda dos mais pobres, impulsionado por programas de transferência, o avanço na base da pirâmide não se compara ao que ocorreu no topo”, afirma.
“Esse crescimento anula os ganhos de distribuição na base. E quem está entre os extremos — a base e o topo — acabou sofrendo uma compressão na renda. A classe média foi achatada”, conclui.
A defasagem da tabela do Imposto de Renda
Segundo Dão Real Pereira dos Santos, presidente do Sindifisco, outro fator que contribui para o achatamento da renda da classe média é o congelamento da tabela do Imposto de Renda, que permanece defasada em relação aos anos anteriores.
“Com isso, a base de cálculo do Imposto de Renda vai diminuindo, e as pessoas acabam sendo enquadradas em alíquotas cada vez mais altas. Esse efeito tem se tornado cada vez mais evidente”, explica o executivo.
🔎 Isso ocorre porque, em geral, a tabela do Imposto de Renda — cujas alíquotas aumentam conforme a faixa de renda — não vinha sendo atualizada de acordo com o crescimento da renda média do brasileiro. Na prática, mais pessoas acabam sendo enquadradas em faixas que exigem o pagamento de alíquotas mais altas.
Esse tópico será melhorado no ano que vem, quando entra em vigor a isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de R$ 5 mil, projeto enviado pelo governo federal e aprovado pelo Congresso no fim de 2025.
Tratamento desigual para mesma faixa de renda
A diferença na cobrança de impostos entre pessoas com rendas semelhantes também preocupa, segundo os especialistas.
“Entre quem ganha R$ 10 mil, por exemplo, há o trabalhador, que paga uma alíquota efetiva de cerca de 15% ou 16%, mas também o pequeno empresário, que recebe o mesmo valor como dividendos da empresa — e, nesse caso, paga alíquota zero”, explica Gobetti, do Ipea.
Os especialistas apontam que, além de ampliar a desigualdade tributária no país, esse cenário tem incentivado a chamada “pejotização”.
🔎 A pejotização ocorre quando uma empresa substitui um empregado com carteira assinada por um profissional contratado como pessoa jurídica — embora, em muitos casos, as exigências feitas sejam semelhantes às de um vínculo formal.
Nesses casos, a empresa deixa de pagar encargos trabalhistas — como INSS, férias e 13º salário, por exemplo — e o trabalhador também paga menos impostos, já que lucros e dividendos continuam sendo isentos de tributação.
Tributos sobre o consumo
Por fim, os especialistas também destacam o quanto a classe média e as famílias de renda mais baixa destinam ao consumo.
Segundo o advogado tributarista Marcus Vinícius Nunes Morais, estudos da Receita Federal e de institutos de pesquisa mostram que as famílias de menor renda comprometem uma parte maior do salário com impostos.
Esse impacto ocorre principalmente por meio de impostos indiretos, como o Imposto sobre o Consumo de Mercadorias e Serviços (ICMS), as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), entre outros.
Já os mais ricos concentram sua carga em impostos diretos, como o Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) e sobre o patrimônio, que, embora representem valores absolutos altos, correspondem a uma fatia proporcionalmente menor da renda.
Um levantamento feito pelo advogado mostra que, com o salário mínimo atual de R$ 1.518, uma família que ganha até esse valor tem uma alíquota efetiva de cerca de 50%.
“E quase toda essa carga vem de impostos sobre o consumo e contribuições sociais”, diz Morais. “Na prática, isso significa que essa família pode pagar cerca de R$ 750 em tributos, enquanto uma família com renda de até 50 salários mínimos (R$ 75.900), pagaria aproximadamente R$ 19.700”, explica.
“A diferença é que, no primeiro caso, o peso dos tributos consome metade da renda, e, no segundo, pouco mais de um quarto”, completa Morais.
Veja abaixo a tabela elaborada pelo especialista, com as alíquotas efetivas pagas por faixa de renda, considerando apenas tributos mensuráveis — sem incluir variações estaduais, isenções específicas, evasões fiscais ou diferenças no padrão de consumo.
Até 1 salário mínimo (R$ 1.518): alíquota efetiva de aproximadamente 50%. Quase toda a carga vem de impostos sobre consumo e contribuições sociais;
De 1 a 5 salários mínimos (R$ 1.518 a R$ 7.590): alíquota efetiva média de 40%. Ainda predominam os impostos sobre consumo, mas já há incidência moderada de IRPF.
De 5 a 10 salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 15.180): alíquota efetiva de 35%, com maior peso de IRPF e contribuição previdenciária.
De 10 a 20 salários mínimos (R$ 15.180 a R$ 30.360): carga média de 30%, já com forte participação do Imposto de Renda.
De 20 a 40 salários mínimos (R$ 30.360 a R$ 60.720): alíquota efetiva de 28%.
Acima de 40 salários mínimos (R$ 60.720): alíquota efetiva de 26%, concentrada em IRPF, patrimônio e taxas específicas.
Quais as soluções trazidas pela reforma tributária até agora?
Após três décadas de discussão, a reforma tributária foi aprovada no fim de 2023. No entanto, só em julho deste ano a Câmara dos Deputados aprovou a primeira etapa, que trata da regulamentação dos impostos sobre o consumo de bens e serviços.
A previsão é que essas mudanças só passem a valer integralmente em 2033.
A segunda fase da reforma, voltada à tributação da renda, ainda está em debate.
A ampliação da faixa de isenção foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é uma das principais apostas do governo. Também está em discussão a taxação de lucros e dividendos, além da criação de uma alíquota mínima para os mais ricos.
Segundo a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Viviana Santiago, embora a reforma proponha avanços relevantes, o Brasil ainda tributa mais o consumo do que a renda — o que acaba penalizando as classes mais pobres.
“Precisamos de uma reforma tributária que realmente promova justiça fiscal, especialmente na tributação da riqueza, do patrimônio, dos lucros e dos dividendos. Essa reforma é importante, mas ainda não é suficiente”, afirma a executiva.
Especialistas ressaltam que ainda há um longo caminho para tornar o sistema tributário mais justo — e que o governo pode enfrentar dificuldades para avançar com essa pauta em 2026, ano de eleições.
Para Gobetti, mesmo que a alíquota mínima seja aprovada e reduza parte das distorções nas alíquotas efetivas, ela ainda não resolve todos os problemas de desigualdade tributária no país.
“A reforma abre espaço para um debate que, em um segundo momento, pode permitir avanços maiores. O problema é saber quando esse segundo momento vai chegar, já que é difícil avançar com essa agenda em ano eleitoral — especialmente diante da imprevisibilidade no Brasil e no mundo sobre o que vem pela frente”, conclui.
Isenção para quem ganha até R$ 5 mil custará R$ 25 bilhões
Musk pode ficar perto de ser 1º trilionário do mundo com futura entrada da SpaceX na bolsa

Elon Musk em imagem de maio de 2025
AP Foto/Evan Vucci
Elon Musk pode ficar perto de se tornar o primeiro trilionário do mundo com a futura entrada da SpaceX na bolsa de valores, prevista para acontecer em junho de 2026, segundo a Reuters. A fortuna do empresário também deve crescer com um novo pacote de remuneração da Tesla.
A empresa de foguetes SpaceX quer subir seu valor de mercado e ser avaliada em US$ 1,5 trilhão (R$ 8 trilhões) em sua futura estreia na bolsa, informou a Bloomberg.
Caso esse valor seja confirmado, o patrimônio de Musk saltaria de US$ 460 bilhões para US$ 952 bilhões (de R$ 2,4 trilhões para R$ 5,1 trilhões), segundo cálculos da Bloomberg, que mantém um ranking de pessoas mais ricas do mundo.
Antes de abrir capital, a companhia iniciou uma oferta secundária de ações e estabeleceu o seu valor atual em US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,3 trilhões).
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O cálculo aparece em uma carta a acionistas enviada na última sexta-feira (12) pelo diretor financeiro da SpaceX, Bret Johnsen, e obtida pela agência de notícias Reuters.
A expectativa é de que a empresa tenha um dos melhores resultados de uma IPO (sigla em inglês para "oferta inicial de ações"), que marca a estreia de uma companhia na bolsa de valores.
"Acreditamos que, se executarmos o plano de forma brilhante e os mercados cooperarem, uma oferta pública poderá levantar uma quantia significativa de capital", disse Johnsen.
A empresa pretende usar a quantia que levantar na bolsa de valores para ampliar a frequência de voos da supernave espacial Starship, implantar data centers de inteligência artificial no espaço, construir uma base na Lua e enviar missões tripuladas e não tripuladas a Marte, disse o executivo.
Bônus da Tesla
Acionistas da empresa de carros elétricos Tesla aprovaram em novembro um pacote de até US$ 878 bilhões (R$ 4,7 trilhões) em bônus para Musk. A quantia poderá ser paga se a empresa alcançar metas durante os próximos 10 anos.
Entre as metas que Musk deverá buscar, estão entregar 20 milhões de veículos, colocar 1 milhão de robotáxis em operação, vender 1 milhão de robôs e obter até US$ 400 bilhões em lucro.
A vitória era esperada, já que o bilionário foi autorizado a exercer integralmente seus direitos de voto, equivalentes a cerca de 15% da empresa.
A Tesla é avaliada em US$ 1,5 trilhão e faz parte do grupo das "Sete Magníficas", que inclui Nvidia, Apple, Microsoft, Meta, Alphabet e Amazon.
Mega-Sena, concurso 2.951: prêmio acumula e vai a R$ 52 milhões

O sorteio do concurso 2.951 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (13), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 52 milhões.
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Veja os números sorteados: 05 – 08 – 30 – 31 – 37 – 45.
5 acertos - 44 apostas ganhadoras: R$ 51.339,54
4 acertos - 3.730 apostas ganhadoras: R$ 998,26
Mega-Sena, concurso 2.951
Reprodução
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Clima prejudica agricultura brasileira em 2025, e plantio de grãos deve cair
Chuvas intensas e secas prolongadas prejudicaram agricultura este ano Os eventos climáticos deste ano causaram prejuízos à agricultura. Chuvas intensas e secas prolongadas atrasaram o plantio de alguns dos principais grãos produzidos no país. A soja começou a brotar na fazenda de Paulo Roberto Schwengber, em Leopoldo de Bulhões, no interior de Goiás. Mas a colheita vai ser só em abril de 2026, dois meses mais tarde do que o planejado pelo agricultor. O atraso é resultado do temporal de granizo, que destruiu 230 hectares da plantação. A área precisou ser replantada. “A gente para e pensa: o que é pior, arcar somente com este prejuízo ou tentar amenizá-lo? E, obviamente, todo mundo opta pelo replantio para tentar amenizar esse prejuízo”, diz Schwengber, produtor rural. Em Iporá, também em Goiás, foi a falta de chuva que atrapalhou os planos dos produtores e fez o município decretar situação de calamidade pública. Em importantes regiões produtoras de soja, o clima foi um desafio para os agricultores. Em setembro e outubro, época ideal para semear a lavoura, a chuva não veio, e o trabalho foi adiado por diversas vezes. Já em dezembro, em alguns estados, o plantio ainda não terminou. É o caso de Goiás, Rio Grande do Sul e Maranhão. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 92% das áreas foram semeadas em Goiás, 69% no Rio Grande do Sul e apenas 38% no Maranhão. “Esse ano foi bem atípico. Está chovendo, mas não é muito também. É regrado, manchado: em algum lugar chove, em outro não. Então é escapando: onde chove, planta”, afirma o produtor rural Anderson Sandri. “Se o clima tem uma tendência de ser um pouco pior, muito provavelmente a gente vai ter uma produção de milho menor do que tivemos em 2025, que foi o recorde brasileiro. Então, a gente, hoje, já sai com estimativa de produção de milho para 2026 menor que em 2025. E com uma ressalva: a demanda está crescendo com muita consistência”, explica Cristiano Palavro, sócio-diretor da Pátria Agronegócios. Mesmo com todas as adversidades climáticas, o Brasil deve produzir 354 milhões de toneladas de grãos nesta safra, 400 mil toneladas a menos do que o estimado em novembro. “A safra 24/25 foi uma safra muito boa, foi recorde na produção, recorde de soja, recorde de milho, recorde também na produção de algodão. E a safra 25/26 será uma boa safra. Nós tivemos um aumento de área. Então, mesmo que nós tenhamos problemas pontuais em algum estado produtor, em alguma região — umas mais, outras menos — será, sem dúvida nenhuma, em 2026, uma grande safra agrícola”, diz Edegar Pretto, presidente da Conab.
SpaceX define valor de mercado em US$ 800 bilhões antes de lançar ações da bolsa

Elon Musk em imagem de março de 2025
Matt Rourke/AP
A SpaceX, empresa de foguetes de Elon Musk, se prepara para abrir seu capital e entrar na bolsa de valores em 2026. Antes disso, a companhia iniciou uma oferta secundária de ações e estabeleceu o seu valor em US$ 800 bilhões (cerca de R$ 4,3 trilhões).
O cálculo aparece em uma carta a acionistas enviada na última sexta-feira (12) pelo diretor financeiro da SpaceX, Bret Johnsen, e obtida pela agência de notícias Reuters.
No documento, o executivo afirma que a empresa aprovou um acordo em que investidores novos ou existentes poderão comprar até US$ 2,56 bilhões (R$ 13,87 bilhões) em ações de acionistas elegíveis. Cada ação custará US$ 421 (R$ 2.280).
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Esta é uma etapa anterior à entrada da SpaceX na bolsa, o que deve acontecer em junho de 2026, de acordo com a Reuters. Até lá, a empresa espera subir seu valor de mercado e ser avaliada em US$ 1,5 trilhão (R$ 8 trilhões).
Caso esse valor seja confirmado, Elon Musk ficaria próximo de se tornar o primeiro trilionário do mundo, considerando valores em dólares. Sua fortuna saltaria de US$ 460 bilhões para US$ 952 bilhões (de R$ 2,4 trilhões para R$ 5,1 trilhões), segundo cálculos da Bloomberg.
A estimativa considera principalmente as fatias que Musk detém da SpaceX e da montadora Tesla. A empresa de carros elétricos é avaliada em US$ 1,5 trilhão e faz parte do grupo das "Sete Magníficas", que inclui Nvidia, Apple, Microsoft, Meta, Alphabet e Amazon.
Acionistas da empresa de carros elétricos aprovaram em novembro um pacote de remuneração de até US$ 878 bilhões (R$ 4,7 trilhões) para Musk. A quantia poderá ser paga se a empresa alcançar metas durante os próximos 10 anos.
O plano da SpaceX de entrar na bolsa acontece em meio à rápida expansão do serviço de internet via satélite Starlink e do avanço do projeto da supernave espacial Starship.
A expectativa é de que a empresa tenha um dos melhores resultados de uma IPO (sigla em inglês para "oferta inicial de ações"), que marca a estreia de uma companhia na bolsa de valores.
"Estamos preparando a empresa para um possível IPO em 2026. Se isso realmente acontecerá, quando acontecerá e a que avaliação ainda são questões bastante incertas, mas acreditamos que, se executarmos o plano de forma brilhante e os mercados cooperarem, uma oferta pública poderá levantar uma quantia significativa de capital", disse Johnsen.
A empresa pretende usar a quantia que levantar na bolsa de valores para ampliar a frequência de voos da Starship, implantar data centers de inteligência artificial no espaço, construir uma base na Lua e enviar missões tripuladas e não tripuladas a Marte, disse o executivo.
Órgão do Tribunal de Contas da União pede medidas para evitar renovação do contrato da Enel

400 mil imóveis ainda estão sem luz na Grande SP
O Ministério Público no Tribunal de Contas da União (MPTCU) pediu à Corte nesta sexta-feira (12) que determine a suspensão de quaisquer atos administrativos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) relacionados à renovação do contrato da distribuidora Enel SP.
A representação foi protocolada após um apagão na capital paulista e na região metropolitana provocado por um vendaval e temporais registrados no estado nos últimos dias.
🕯️Segundo balanço das 11h deste sábado (13), há ainda 452 mil imóveis na Grande São Paulo às escuras. O apagão provocou quedas de árvores, cancelamentos de voos e desligamento de semáforos.
Na representação, o subprocurador do MPTCU, Lucas Furtado, diz que a ausência de medidas preventivas e de investimentos suficientes por parte da Enel gera "falhas graves" na prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica.
Isso, na avaliação de Furtado, viola regras constitucionais e legais sobre a prestação de serviços públicos, como o da qualidade, o da eficiência e o da continuidade.
"É essencial que o Tribunal de Contas da União, no exercício de sua função preventiva e fiscalizadora, adote medidas para evitar a perpetuação de concessões que não atendam aos padrões exigidos pela legislação", diz trecho da representação.
Além da suspensão de atos de renovação do contrato, o MPTCU sugere a da divisão da concessão da Enel SP, o que, para Furtado, pode melhorar a eficiência e a qualidade do serviço.
Em nota, a Enel SP diz que "tem cumprido integralmente suas obrigações contratuais e regulatórias, assim como o Plano de Recuperação apresentado em 2024 à Aneel".
"A distribuidora tem investido um volume recorde de recursos para expandir e modernizar a rede elétrica e reforçou de forma estrutural seu plano operacional para reduzir o impacto aos clientes diante do avanço dos eventos climáticos na área de concessão", afirma o comunicado.
Clientes da Enel em SP ficam quase 10 vezes mais tempo sem luz do que na Itália, país-sede da empresa
TV Globo
Navios com 11 milhões de barris de petróleo 'empacam' na Venezuela após apreensão dos EUA, segundo agência

EUA apreendem navio petroleiro na costa da Venezuela
As exportações de petróleo da Venezuela caíram drasticamente desde que os Estados Unidos apreenderam um petroleiro, na última quarta-feira (10), segundo um levantamento da agência de notícias Reuters.
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A ação dos militares americanos impuseram novas sanções a empresas de navegação e embarcações que fazem negócios com o produtor de petróleo latino-americano, de acordo com dados de navegação, documentos e fontes marítimas.
Apenas petroleiros fretados pela gigante petrolífera americana Chevron navegaram em águas internacionais transportando petróleo bruto venezuelano desde a apreensão da quarta, segundo os dados coletados.
A Chevron possui autorização do governo americano para operar por meio de joint ventures no país e exportar seu petróleo para os Estados Unidos.
Momento em que militares dos EUA abordam navio petroleiro da Venezuela, em 10 de dezembro de 2025.
Procuradoria-geral dos EUA via AP
Embarcações que transportam, somadas, cerca de 11 milhões de barris de petróleo e combustível estão retidas em águas venezuelanas, de acordo com as fontes e os dados.
Parte da carga está a bordo de petroleiros sancionados por Washington sob medidas contra o Irã ou a Rússia, países que os EUA monitoram como possíveis alvos de novas ações punitivas, segundo as fontes.
Apreensão de navio
Em um episódio inédito nas operações militares que o governo de Donald Trump faz perto da costa da Venezuela, as Forças Armadas dos EUA interceptaram na quarta-feira (10) um navio petroleiro venezuelano no mar do Caribe. Imagens mostram soldados americanos entrando e apreendendo a embarcação.
Foi a primeira vez que o governo Trump fez o uso da força para assumir um navio petroleiro venezuelano — até agora, as investidas da campanha militar dos EUA no Caribe haviam se limitado a ataques a pequenos barcos que Washington alega serem de traficantes de drogas a caminho do território norte-americano.
Desta vez, a apreensão, incomum para as ações de Trump, mirou o principal ativo da economia venezuelana — o petróleo — e, por isso, levantou questionamentos se o episódio pode ser considerado um ato de guerra. A Casa Branca disse que pretende levar o navio para os EUA e apreender o petróleo.
O governo de Nicolas Maduro afirmou que "defenderá sua soberania, seus recursos naturais e sua dignidade nacional com absoluta determinação" e que denunciará a apreensão do petroleiro perante os organismos internacionais.
O episódio ocorre em meio a um enorme reforço militar dos EUA na região do Caribe, incluindo um porta-aviões, caças e dezenas de milhares de soldados. Washington afirma que a manobra faz parte de um combate ao tráfico de drogas, mas o governo da Venezuela afirma que o objetivo final seria a derrubada de Maduro e do regime chavista.
CNH sem autoescola: quem já estava matriculado pode pedir reembolso?

CNH sem autoescola: quem já estava matriculado pode pedir reembolso?
As regras para emitir uma nova CNH mudaram após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar uma medida provisória, que também altera de forma significativa o papel das autoescolas na formação de motoristas.
As principais mudanças relacionadas às autoescolas são:
O candidato não é mais obrigado a fazer o curso teórico na autoescola, já que todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente pela internet;
As aulas práticas continuam obrigatórias, mas a carga horária mínima caiu de 20 para 2 horas.
Com isso, surge a dúvida para quem já estava matriculado em uma autoescola, seja para as aulas teóricas ou para aprender ao volante ou ao guidão nas aulas práticas: posso para o curso e pedir reembolso?
O g1 ouviu advogados especialistas em direito do consumidor para entender como fica a situação, especialmente para quem não pretende continuar com o curso contratado.
Todos os advogados foram unânimes ao afirmar que é possível pedir reembolso, mas que algumas regras precisam ser observadas.
As autoescolas podem negar o reembolso de aulas já realizadas pelo candidato, sejam teóricas ou práticas;
O reembolso não pode ser negado para aulas que ainda não foram realizadas;
Os advogados ouvidos afirmam que, caso a autoescola negue o reembolso de aulas ainda não realizadas, o consumidor deve procurar o Procon.
“Como se trata de determinação governamental, entendo que é um fator externo que faz com que o contrato retorne ao status inicial. Considero que a autoescola deve devolver as quantias pagas pelas aulas não ministradas", disse Riccardo Marcori Varalli, professor universitário de Direito do Consumidor da FMU.
A advogada Flávia Artilheiro segue a mesma linha de raciocínio. “As aulas teóricas poderão ser aproveitadas, a critério do aluno, mas não haverá reembolso por serviços já prestados”, afirmou.
“Após a promulgação da nova regra, no caso de recusa do reembolso, da devolução de valores pagos de aulas não realizadas, o aluno/consumidor pode procurar auxílio do Procon e até mesmo do judiciário", apontou a advogada e professora universitária Daiane Muniz.
Assim como Daiane, os outros advogados também destacaram que a autoescola é obrigada a reembolsar apenas as aulas que ainda não foram ministradas.
As aulas já cursadas podem não ser reembolsadas porque, segundo os especialistas, tratam-se de serviços pagos antecipadamente e já utilizados pelo candidato.
Novas regras para a CNH
A medida provisória criou a CNH do Brasil, com novas regras para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A iniciativa tem como objetivo modernizar e baratear o processo de obtenção da carteira de motorista.
A expectativa do Ministério dos Transportes é que o novo modelo reduza em até 80% o custo para tirar o documento, além de diminuir os entraves e a demora no processo de renovação da carteira.
Veja as principais mudanças:
Aulas em autoescola deixam de ser obrigatórias;
O conteúdo teórico estará disponível no aplicativo do governo, de graça, e não será mais exigida carga horária mínima;
O aluno poderá usar carro particular e optar por aulas com um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran;
As aulas práticas caem de 20 para 2 horas no mínimo (com um instrutor ou em autoescola);
As provas práticas continuam sendo presenciais, assim como o exame médico e a coleta biométrica;
Quem reprovar na primeira avaliação poderá fazer o segundo teste de graça;
Não haverá mais prazo para a conclusão do processo de habilitação, que hoje é de um ano;
A CNH poderá ser renovada automaticamente e de graça, caso o condutor não cometa infrações nos últimos 12 meses e esteja no Registro Nacional Positivo de Condutores.
Veja abaixo reportagem completa, com perguntas e respostas sobre a nova CNH:
CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas teóricas? Veja perguntas e respostas
CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas? Veja perguntas e respostas
Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Crystofher Andrade/g1
As três palavras que vão te ajudar a impor limites no trabalho

Dizer "'eu não posso' abre espaço para negociação, as pessoas podem tentar convencer você de que, na verdade, você consegue", diz Tupper
Getty Images via BBC
Dizer "não" ao chefe parece impossível.
Seja qual for o trabalho, todos nós preferimos causar boa impressão a decepcionar.
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Mas a ambição pode ser um terreno escorregadio: quando você percebe, o trabalho já entrou em casa, tomou os fins de semana e ocupou o tempo com a família e os amigos.
Especialistas afirmam que aprender a impor limites é a melhor forma de conter essa invasão.
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Uma mudança simples na linguagem ajuda a reforçar limites, afirma a coach de carreira Helen Tupper, cofundadora da Squiggly Careers.
Ela recomenda trocar "eu não posso" por "eu não quero".
Dizer "'eu não posso' abre espaço para negociação, as pessoas podem tentar convencer você de que, na verdade, você consegue", diz Tupper.
Mas "eu não quero" é mais definitivo e difícil de contestar.
Por exemplo, você pode dizer "não participo de reuniões após as 17h de quarta-feira, porque busco os meus filhos nesse horário", sugere Tupper.
A modelo e chef de TV Lorraine Pascale afirma que não fazer isso acabou levando ao seu esgotamento.
Além da carreira na televisão, ela abriu uma confeitaria em Covent Garden (bairro de Londres) e publicou uma série de livros de receitas, tudo enquanto criava a filha.
"Eu simplesmente não era muito boa em dizer não."
"Você não quer desagradar ninguém, todo mundo fica te dizendo o que você deveria estar fazendo. Então você simplesmente continua", disse ao programa The Woman's Hour Guide to Life (A Hora da Mulher - Guia para a Vida, em tradução livre).
Ela acrescenta que o seu perfeccionismo, incluindo aprovar pessoalmente cada receita de seus livros, não ajudava.
Para Pascale, o esgotamento (burnout) se manifestou física e mentalmente, incluindo "não querer se aproximar" de bolos.
"Foi como uma reação de corpo inteiro; uma sensação de aperto no peito", explica. "Eu discutia comigo mesma. Era muita autocrítica, sentia muita culpa e muito cansaço."
A experiência de Pascale mostra que o burnout pode afetar qualquer pessoa, em qualquer nível, mesmo que as estatísticas indiquem maior probabilidade entre mulheres — em parte devido às responsabilidades familiares adicionais.
Claire Ashley, autora de The Burnout Doctor (A Médica do Burnout, em tradução livre), escrito após vivenciar o problema ela mesma, diz que, na prática, manter uma rotina rígida sobre o horário de término do trabalho permite que o cérebro complete o "ciclo do estresse" e aproveite o tempo livre.
Mas a solução real é ajustar seus objetivos à sua "capacidade atual".
"Pergunte a si mesmo se o que você deseja alcançar é razoável, considerando seus recursos mentais e emocionais no momento", Ashley diz.
No caso de Pascale, isso envolveu afastar-se da cozinha e começar a fazer terapia. A experiência a ajudou a entender que os elementos tóxicos de sua necessidade de impressionar vinham da infância em lares adotivos.
Desde então, Pascale começou a estudar psicologia e afirma estar "muito melhor", retornando gradualmente à cozinha de forma mais "intencional".
É claro que o estresse e longas jornadas fazem parte de qualquer trabalho.
Mas as estatísticas mostram aumento no número de trabalhadores chegando ao limite.
Pesquisas sugerem que 9 em cada 10 trabalhadores experienciaram níveis altos ou extremos de pressão ou estresse no último ano.
Em 2023, 421 pessoas foram afastadas do trabalho por burnout no Brasil — maior número dos últimos dez anos, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério da Previdência Social. O aumento ocorreu principalmente durante a pandemia. De 178 afastamentos por burnout, em 2019, o Brasil passou para 421, em 2023, um crescimento de 136%.
Se sentir estressado ou esgotado não é o mesmo que ter síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional, embora se use muitas vezes o termo de forma ampla.
Ashley explica que exaustão, distanciamento e queda de desempenho são os três sintomas definidores.
Se não apresentarmos todos eles, ainda não há diagnóstico de burnout. Mas, claro, isso não significa que não estejamos a caminho dele.
'Corra a sua própria corrida'
Tupper, da Squiggly Careers, lembra que é importante parar, celebrar e reconhecer seus próprios sucessos, e não apenas focar na próxima tarefa.
Se esforçar para evitar comparações com colegas também ajuda a "correr a própria corrida", acrescenta Tupper.
É claro que nem todos têm condições de se impor no trabalho, especialmente em ambientes corporativos ou hierárquicos.
O psiquiatra do NHS (sistema público de saúde do Reino Unido) e autor de Burnout-Free Working (Trabalho Sem Esgotamento, em tradução livre), Richard Duggins, frequentemente atende pacientes que sentem que não conseguem estabelecer limites.
Ele os incentiva a conversar com seus chefes, independentemente do nível hierárquico.
"A maioria dos empregadores, mesmo os mais rígidos, escuta e faz ajustes quando entende que prevenir o burnout beneficia a todos", diz.
Segundo Duggins, estabelecer limites, pedir ajuda ou ajustar a carga de trabalho ou a flexibilidade pode ajudar; mas, no fim, se o ambiente de trabalho não mudar, precisamos fazer mudanças para nos proteger.
Valorizar as diferentes fases da vida também pode contribuir, observa Ashley.
"É aceitável reconhecer que alguém que trabalha meio período, ou com responsabilidades familiares, pode não conseguir acompanhar a carga de trabalho de um colega mais jovem."
Como resume Pascale: "Ser ambicioso é bom. Ser ambicioso é algo bonito, mas aprenda a dizer não com mais frequência."
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Com aumento de impostos, carga tributária bate recorde histórico em 2024 e alcança maior nível em mais de duas décadas

A carga tributária brasileira cresceu em 2024 e bateu recorde, atingindo o maior nível em mais de duas décadas, apontam dados da Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda.
💰 Segundo o governo, o aumento é derivado do aumento de impostos federais e estaduais (leia mais abaixo). Em 2024, o índice teve alta de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior.
🔎 Carga tributária é o patamar de impostos pagos em relação à riqueza do país, englobando União, estados e municípios.
💰Independentemente da metodologia usada, a carga tributária total de 2024, segundo dados oficiais da Receita Federal, bateu novo recorde ao atingir o maior nível desde o início da série histórica em 2002, ou seja, em mais de 20 anos.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Neste ano, a Receita Federal mudou a metodologia de aferição da carga tributária e passou a excluir as contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S – tributos pagos pelas empresas – do cálculo.
Embora admita que essas contribuições são obrigatórias, o órgão alega que a mudança no cálculo busca alinhar o indicador a diretrizes metodológicas internacionais, adotadas, por exemplo, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para possibilitar uma melhor comparação com outros países.
🔎 A Receita Federal é o órgão responsável por calcular o resultado oficial da carga tributária brasileira, algo que só é feito após as divulgações do PIB fechado do ano anterior e também da coleta de dados sobre impostos recolhidos pelos estados e municípios.
Tamanho da carga tributária
▶️Pelo formato anterior, utilizado durante décadas pelo governo, a carga tributária de 2024 somou 34,1% do PIB, novo recorde, representando aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior (32,1% do PIB).
▶️Considerando a nova metodologia oficial de cálculo do índice, a carga tributária brasileira avançou para 32,2% do PIB no ano passado, também maior patamar da série — com um aumento de dois pontos percentuais frente a 2023 (30,2% do PIB).
"A exclusão desses componentes [contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S] resultou em uma redução consistente nos níveis registrados ao longo de toda a série, sem, no entanto, alterar o perfil de evolução da carga ao longo do tempo, que segue refletindo os ciclos econômicos e alterações de política tributária observadas no período", observou a Receita Federal.
Veja a decomposição da carga tributária, considerando a nova metodologia da Receita Federal
A carga da União subiu de 19,9% do PIB em 2023 para 21,3% do PIB em 2024, uma alta de 1,4 ponto percentual
A carga dos estados avançou de 8,01% do PIB em 2023 para 8,46% do PIB em 2024, um crescimento de 0,45 ponto percentual
A carga tributária dos municípios, por sua vez, aumentou de 2,31% do PIB em 2023 para 2,44% do PIB em 2024, com elevação de 0,13 ponto percentual.
Aumento de impostos
A Receita admite que o aumento da carga tributária foi "significativo" no ano passado e que isso está relacionado com a elevação de impostos.
📈 O órgão também informou que houve aumento, em 2024, da carga tributária não somente do governo federal, mas também dos estados e municípios, ou seja, de todos os entes da federação.
▶️Segundo os números da Receita Federal, dos dois pontos percentuais do PIB de alta da carga tributária no ano passado, 70% do total é de responsabilidade do governo federal.
De acordo com o Fisco, o aumento na carga tributária em 2024 decorre, principalmente, das elevações no PIS/Pasep, Cofins (federais) e no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual, seguidos pelo IPI e IRRF (ambos da União).
"O crescimento da arrecadação do PIS/Cofins está associado, principalmente, à reversão de desonerações concedidas no exercício anterior [2023], notadamente sobre combustíveis, além da recuperação de receitas sobre a base do consumo em geral", informou a Receita Federal.
No caso do IPI, acrescentou a Receita Federal, a elevação é resultado da "retomada parcial de alíquotas" após os cortes promovidos em 2022.
Já o crescimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) "pode estar relacionado ao aumento da massa salarial e de rendimentos pagos a pessoas físicas e jurídicas, acompanhando o dinamismo econômico de 2024, bem como da influência da tributação de fundos de investimento".
Relembre outros aumentos de impostos desde o início do governo Lula:
Tributação de fundos exclusivos, os "offshores";
Mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados;
Tributação das bets;
Imposto sobre encomendas internacionais (taxa das blusinhas);
Reoneração gradual da folha de pagamentos;
Fim de benefícios para o setor de eventos (Perse);
Aumento do IOF sobre crédito e câmbio.
Imagem mostra notas e moedas de real
Caio Rocha/Framephoto/Estadão Conteúdo
Comparação internacional
A comparação internacional, segundo dados divulgados pela Receita, é feita com base no ano de 2023 – por conta do atraso em obter dados de outras nações.
No ano retrasado, a carga brasileira somou 32,1% do PIB (pela metodologia anterior, usada por décadas) e 30,2% do PIB pelo novo formato de cálculo (que exclui contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S).
▶️O peso dos tributos no Brasil, em 2023 ficou abaixo da média da OCDE – que somou 34,1% do PIB –, mas ficou bem acima da média dos países da América Latina e Caribe, que foi de 21,3% do PIB naquele ano.
Segundo a Receita, comparações com outros países devem ser feitas "com cautela", uma vez que há "diferenças estruturais e institucionais relevantes" entre os sistemas tributários.
"Alguns países, por exemplo, contam com sistemas previdenciários predominantemente privados, cujas contribuições não são classificadas como tributos", informou.
"Além disso, variações metodológicas também influenciam os dados divulgados. Em algumas bases internacionais, receitas específicas como tributos sobre combustíveis ou determinadas contribuições parafiscais podem ser tratadas de maneira distinta ou até mesmo excluídas das estatísticas de arrecadação", acrescentou o Fisco.
Tributação alta sobre os mais pobres
Os números oficiais mostram ainda que a principal forma de tributação do país continuou sendo, no ano passado, os impostos sobre bens e serviços, ou seja, os tributos indiretos embutidos nos preços.
Eles somaram R$ 1,64 trilhão em 2024, ou 14% do PIB, representando 43,5% de toda a carga tributária brasileira no período.
Considerando o IOF, o percentual sobe para 14,6% do PIB, ou 45,3% da carga tributária total, valor elevado para os padrões internacionais.
Essa concentração dos impostos principalmente sobre o consumo penaliza os mais pobres, pois o peso dos tributos é o mesmo para todos (e consome, com isso, uma parcela maior da renda de quem ganha menos).
Esse é um problema que não foi corrigido com a reforma tributária, aprovada pelo Congresso, sancionada por Lula e que está em fase de regulamentação, que buscou manter o peso dos impostos sobre o consumo inalterado.
Por conta disso, a futura alíquota dos impostos federal, estaduais e municipais sobre o consumo da população será uma das maiores do mundo.
Comparação internacional (abaixo) mostra que o Brasil ficou, em 2023, bem acima da média da OCDE e de países mais desenvolvidos (França e Reino Unido), assim como de alguns emergentes (Turquia e Chile). Ficou mais próximo de países como a Grécia, Hungria e Portugal.
Comparação internacional da carga tributária sobre o consumo
Reprodução/Receita Federal
Tributação baixa sobre a renda
Ao mesmo tempo, segundo a Receita Federal, os tributos sobre o lucro, renda e o ganho de capital do brasileiro totalizaram R$ 1,07 trilhão em 2024, o equivalente a 9,1% do PIB, ou a 28,3% da carga tributária total.
▶️Na tributação sobre a renda, que foca nos mais ricos, o Brasil está bem abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por países mais desenvolvidos, de 12,1% do PIB (dados de 2023).
▶️O governo do presidente Lula aprovou neste ano, no Congresso Nacional, a ampliação da faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil, e redução do imposto para quem ganha até R$ 7,35 mil. Para não ter perda de arrecadação, taxou quem ganha acima de R$ 50 mil por mês.
▶️Entretanto, o governo não alterou o peso dos tributos sobre a renda. Para elevar a taxação sobre a renda, teria de instituir, por exemplo, uma tributação maior na distribuição de lucros e dividendos, algo que quase todos países do mundo fazem (e que vigorava no Brasil até 1995).
▶️Comparação internacional (abaixo) mostra que o Brasil ficou, em 2023, bem abaixo da média da OCDE e de países mais desenvolvidos (Dinamarca, Canadá e Reino Unido) na taxação da renda. Ficou mais próximo de países como a México, Hungria e Chile.
Comparação internacional da carga tributária sobre a renda
Reprodução/Receita Federal
Já os impostos e contribuições sobre a folha de salários somaram R$ 800 bilhões em 2024, 6,8% do PIB (21,2% da carga tributária total). As contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S) deixaram de ser contabilizadas neste item.
Os tributos sobre a propriedade totalizaram R$ 200 bilhões no ano passado (1,7% do PIB, ou 5,3% do total).
Lula sanciona isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil
Posição do Ministério da Fazenda
Questionado pelo g1 sobre o patamar recorde da carga tributária em 2024, o Ministério da Fazenda afirmou que, quando se excluem as transferências feitas aos estado e municípios, o valor não foi o maior da historia.
Para seguir a Constituição, o governo tem de repassar aos estados e municípios parte de sua arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Segundo dados do Ministério da Fazenda, a chamada carga tributária líquida do governo (após as transferências) somou 18,4% do PIB em 2024, o maior valor em onze anos, ou seja, desde 2013 (18,7% do PIB).
"Quando se analisa a receita líquida da União, isto é, descontada as transferências para Estados, Municípios e Distrito Federal, o que se observa é queda da carga tributária líquida do Governo Central, saindo de um patamar de médio 19% do PIB no início da década de 2010 para 18,4% em 2024, conforme dados do Tesouro Nacional", diz o Ministério da Fazenda.
O valor de 2024 é o realizado, enquanto os dados de 2025 e 2026 são projeções.
CARGA TRIBUTÁRIA LÍQUIDA
Carga tributária líquida (% do PIB)
Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda
Em 2024, segundo o Ministério da Fazenda, houve um "grande esforço de recompor a base tributária no âmbito federal, a exemplo:
da tributação de offshores e fundos fechados, que resultaram em um adicional de receitas de R$ 20 bilhões;
do fim da subvenção de custeio, com adicional arrecadatório de aproximadamente R$ 30 bilhões;
de "fortes medidas de conformidade e combate a fraudes": no uso de créditos tributários, houve mais de R$ 50 bilhões em glosas.
"Mesmo diante de todas estas medidas, a arrecadação líquida da União em proporção do PIB continua abaixo do patamar do início da década de 2010. No quinto relatório bimestral de Receitas e Despesas, a projeção de receitas líquida para 2025 é de 18,39% do PIB", concluiu o Ministério da Fazenda.
Fim da escala 6x1? Comissão do Senado aprova proposta que reduz jornada; o que acontece agora
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Fim da escala 6x1 ainda precisa passar por diversas etapas legislativas antes de virar lei
Getty Images via BBC
Pouco mais de um ano depois de uma intensa mobilização nas redes sociais, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou uma proposta de emenda constitucional (PEC) sobre o fim da escala de seis dias de trabalho por um dia de descanso — conhecida como escala 6x1 — e a redução da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 36 horas semanais.
Para virar lei, o texto ainda precisa passar por diversas etapas: aprovação no plenário do Senado, trâmite na Câmara dos Deputados e veto ou sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atualmente existem dois textos diferentes que buscam alterar a jornada de trabalho — um tramitando na Câmara dos Deputados e outro no Senado.
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O texto da Câmara está parado em uma subcomissão especial criada para tratar sobre o assunto. Não há acordo para votação. Depois disso, ele ainda precisaria passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara — que determina sobre a legalidade e a constitucionalildade da proposta — antes de ir finalmente à votação no plenário da Câmara.
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Depois de aprovado, ele seguiria da Câmara para trâmite no Senado, e posteriormente, se aprovado lá sem alterações, seria encaminhado para sanção ou veto do presidente Lula.
Já o outro texto que tramita no Senado — e que foi aprovado nesta quarta-feira na CCJ da casa — está em estágio mais avançado, e segue agora para apreciação do plenário. Caso seja aprovado, o projeto tramita na Câmara e depois — se não houver alteração — pode ser alvo de veto e sanção do presidente.
O governo Lula vem se manifestando favorável aos projetos que reduzem a jornada de trabalho e modificam a escala 6x1.
"Fala-se muito que não podemos reduzir a jornada porque nossa produtividade é menor. Mas como ela vai aumentar se a trabalhadora e o trabalhador não têm tempo para estudar, descansar e melhorar suas condições de trabalho?", disse na quarta-feira (10/12) o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos.
Ele participou de uma audiência pública sobre o assunto na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
O governo Lula inicialmente apoiou o texto que estava tramitando na Câmara dos Deputados — que ganhou força com a mobilização nas redes sociais contra a escala 6x1. No entanto, segundo o jornal O Globo, o governo mudou sua estratégia e agora vai apoiar o projeto que tiver mais chances de aprovação rápida.
"A posição do governo é aprovar aquele (projeto) que for o caminho mais rápido (para acabar com a escala 6x1). Se o mais rápido for (o da PEC aprovada) agora, e me parece, com essa aprovação na CCJ do Senado, aí vamos com ela", disse Boulos, segundo o jornal.
Proposta no Senado: avançando para o Plenário
A Proposta de Emenda à Constituição 148/2025, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS) e relatoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE) prevê:
no primeiro ano após a aprovação do texto, haverá redução da jornada máxima de trabalho de 44 para 40 horas semanais.
Nos quatro anos seguintes, a jornada de trabalho é reduzida em uma hora por ano — até chegar às 36 horas semanais.
Limite de cinco dias por semana de trabalho, com dois dias de descanso, de preferência no sábado e domingo.
Em ambos os casos — redução da jornada e fim da escala 6x1 — não há redução salarial.
"São mais de 150 milhões de brasileiros que se beneficiarão com esta PEC, considerando os trabalhadores, considerando as famílias e considerando quem contrata também, porque vai movimentar a economia, vai mudar a realidade social deste país", afirmou Carvalho, segundo a Agência Brasil.
Em seu parecer, o relator na CCJ argumentou que a jornada de 6x1 está associada ao aumento dos riscos de acidentes em razão do cansaço, por diminuir a qualidade do trabalho e por causar danos a saúde, prejudicando o bem-estar do trabalhador.
"No Brasil, as redes sociais têm sido tomadas nos últimos meses por manifestações contrárias à jornada 6x1, considerada exaustiva pelos trabalhadores. Nesse sentido, foi criado o Movimento Vida Além do Trabalho, com o objetivo de alterar a legislação para assegurar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal", escreveu Carvalho no parecer.
O senador Paulo Paim diz que a medida gera benefícios ao setor produtivo ao reduzir a dependência de horas extras e permitir melhor distribuição do trabalho.
A aprovação do projeto de lei na CCJ do Senado aconteceu em votação "extra-pauta", em que o assunto é deliberado mesmo não tendo sido incluído na pauta oficial do dia. A aprovação foi por votação simbólica — em que não há contagem de individual dos votos.
A votação da PEC como extra-pauta foi criticada pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que disse que queria ter pedido vista para analisar a proposta.
"A única coisa que eu posso dizer é que vamos tentar, lá no Plenário, ver se é possível fazer uma audiência pública para melhorar o projeto, porque tudo pode ser melhorado", disse Girão, segundo a Agência Brasil.
O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), respondeu que o assunto já foi debatido em audiência pública.
"Eu lamento vossa excelência não ter participado de três audiências públicas que nós fizemos e vossa excelência não compareceu em nenhuma delas", disse Alencar.
Governo Lula já se manifestou a favor de mudar jornada de trabalho no Brasil
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Proposta na Câmara: parada em subcomissão
Na Câmara dos Deputados, o texto que tramita é a PEC 8/2025 de autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP).
Foi esse texto que ganhou grande mobilização nas redes sociais no ano passado e provocou a discussão sobre a escala 6x1 no Congresso.
No entanto, o texto está parado em uma subcomissão da Câmara criada especialmente para debater a proposta. A PEC foi debatida em quatro audiências públicas.
Na semana passada, houve um pedido de vista dos deputados Vicentinho (PT-SP) e Leonardo Monteiro (PT-MG). Não há acordo para votação e não foi marcada uma reunião para se debater a proposta.
O deputado Luiz Gastão (PSD-CE) — que é relator Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6x1 — apresentou na semana passada um relatório com mudanças.
Sua proposta surpreende por não propor o fim da escala 6x1. Seu parecer propõe:
a redução da jornada de trabalho máxima das atuais 44 horas semanais para 40, mantidos os salários. O texto original de Hilton pedia uma jornada máxima de 36 horas semanais, com quatro dias de trabalho e três de descanso — encerrando a escala 6x1.
Restrições para o trabalho aos sábados e domingos, com pagamento em dobro do período que exceder o limite de seis horas nesses dias.
Redução dos impostos sobre a folha de pagamento para empresas em que os custos com salários representem mais de 30% do faturamento.
Transição gradual de três anos, com a jornada caindo a cada ano para 42 horas, 41 horas e 40 horas.
Gastão disse reconhecer a legitimidade das lutas pela redução da jornada, mas avaliou que as 36 horas seriam insustentáveis economicamente, gerando custos desproporcionais, especialmente para micro e pequenas empresas.
"[A PEC original] poderia acarretar sérias consequências econômicas adversas, tais como queda na produção, redução da produtividade e elevação dos índices de desemprego", disse Luiz Gastão, segundo a Agência Brasil.
Críticas às propostas
Em audiência pública realizada na quarta-feira na Câmara dos Deputados, representantes de diferentes setores produtivos criticaram as propostas em discussão.
O presidente em exercício da Fecomércio São Paulo, Ivo Dall'Acqua Junior, que representou a Confederação Nacional do Comércio, disse que que regras rígidas podem afetar diferentes atividades econômicas de forma desigual.
"Empregar custa muito. Nosso custo de trabalho é elevado, e isso também precisa entrar no debate", disse Dall'Acqua Junior, segundo a Agência Câmara.
Ele afirmou na audiência que o Brasil não registra ganho consistente de produtividade desde os anos 1980.
Já o especialista em Políticas e Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Rolim Carneiro, falou que a mudança teria um peso excessivo para pequenas empresas.
"Noventa e nove por cento das empresas brasileiras são micro, pequenas e médias. Elas respondem por cerca de 52% dos empregos formais e têm mais dificuldade para fazer adaptações internas."
Movimento Vida Além do Trabalho
O fim da escala 6x1 é a principal meta de um movimento chamado "Pela Vida Além do Trabalho" (VAT), fundado por Rick Azevedo, um ex-balconista de farmácia que se elegeu vereador pelo PSOL no Rio de Janeiro na eleição passada.
Azevedo trabalhava na farmácia em 2023 quando gravou um vídeo que viralizou no TikTok.
O vídeo foi gravado pouco depois de sua chefe ligar para ele em sua folga e pedir que ele entrasse mais cedo no trabalho no dia seguinte.
"Quando é que nós da classe trabalhadora iremos fazer uma revolução nesse país contra essa escala 6x1? Gente, é uma escravidão moderna. Moderna não: ultrapassada", diz Azevedo no vídeo.
"Eu que não tenho filho, que não tenho nada, que sou sozinho, não dá para fazer as coisas. Imagina quem tem filho, quem tem marido, quem tem casa para cuidar".
"A pessoa tem que se doar para a empresa seis dias na semana e só um dia para folgar. E isso por salário mínimo. Gente, não dá."
O vídeo explodiu em visualizações e Rick passou a fazer campanha pelas redes sociais pelo fim da escala 6x1.
Foi criado então o movimento "Pela Vida Além do Trabalho", com um abaixo-assinado na internet apoiado por mais de 2 milhões de pessoas.
"A gente tem uma ilusão que a CLT protege. Mas a CLT está defasada desde a última reforma trabalhista. Tem trabalhadores sendo explorados", disse Azevedo à BBC News Brasil no ano passado.
Esse movimento deu impulso aos projetos de lei que passaram a ser discutidos no Congresso.
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PEC que propõe fim da escala 6x1 ganha forças nas redes
Mega-Sena pode pagar R$ 44 milhões neste sábado

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.951 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 44 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h deste sábado (13), em São Paulo.
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No concurso da última quinta-feira (11), nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Azul diz que tribunal nos EUA aprovou plano e projeta saída da recuperação judicial em 2026

Azul se vê 'mais leve' e projeta saída de processo de recuperação judicial
A Azul Linhas Aéreas divulgou que o Tribunal nos Estados Unidos, onde está em andamento o processo de recuperação judicial da companhia, aprovou, em audiência nesta sexta-feira (12), o plano de reorganização - com mais de 90% de aprovação em todas as classes de credores elegíveis, diz a empresa.
Na avaliação da Azul, isso abre caminho para a conclusão do processo já no início de 2026, após a finalização das transações determinadas no plano - o que inclui a redução de mais de US$ 3 bilhões em dívidas, em obrigações com arrendamentos, em juros anuais e em custos recorrentes com frota.
“Temos convicção de que concluiremos nossa transformação com uma frota e malha otimizadas, e com a solidez financeira para executar de maneira completa nosso plano de negócios, capturando as significativas oportunidades à frente", destacou, em nota, John Rodgerson, CEO da Azul.
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Durante o processo do Capítulo 11 da Lei de Falências, nos Estados Unidos, a Azul segue operando normalmente.
"A Companhia mantém seu compromisso de oferecer um serviço de confiança em toda sua rede de mais de 130 destinos atendidos e de contribuir para o crescimento econômico do Brasil", informou, em comunicado.
No fim de novembro, a Azul anunciou a decisão de suspender, a partir de abril de 2026, os voos entre Campinas (SP) e Paris. Segundo a companhia, a decisão faz parte do plano de otimização de malha, com foco nos demais mercados internacionais.
Em nota enviada ao g1, a companhia informou que a suspensão foi “cuidadosamente avaliada para garantir a sustentabilidade da operação e o foco em rotas de maior potencial, demanda e retorno financeiro”.
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Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
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União Europeia deve votar acordo com Mercosul na próxima semana, afirma Dinamarca

Javier Milei, Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Luiz Inacio Lula da Silva e Santiago Pena durante cúpula do Mercosul, no qual o acordo com a União Europeia foi fechado
Mariana Greif/Reuters
Os países da União Europeia devem votar no início da próxima semana para determinar se o bloco deve assinar um acordo comercial com o Mercosul até o final do ano, informou a Dinamarca, que detém a presidência rotativa da UE, nesta sexta-feira (12).
A UE e o bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai chegaram, em dezembro do ano passado, a um entendimento para firmar aquele que seria o maior acordo comercial já celebrado pela União Europeia, cerca de 25 anos após o início das negociações.
No entanto, França e outros países do bloco manifestaram reservas, temendo que o aumento das importações prejudique seus agricultores.
Acordo UE-Mercosul: comissão aprova medidas mais duras para proteger o agro europeu
A Comissão Europeia, responsável pelas negociações, busca agora o aval dos Estados-membros para que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, possa viajar ao Brasil para assinar o acordo.
“No planejamento da presidência dinamarquesa, a intenção é realizar a votação do acordo com o Mercosul na próxima semana, para permitir que a presidente da Comissão assine o documento no Brasil em 20 de dezembro. Isso não mudou”, afirmou uma autoridade da presidência dinamarquesa nesta sexta-feira.
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O resultado é incerto. A aprovação requer uma maioria qualificada de 15 membros da UE, representando 65% da população da UE. Alemanha, Espanha e os países nórdicos são claramente apoiadores.
No entanto, a Polônia disse que se oporá ao acordo, enquanto as posições da França e da Itália não são claras. Se esses três países, além de mais um, votarem contra ou se abstiverem, o acordo será rejeitado.
O Executivo da UE apresentou o acordo para aprovação em setembro e procurou amenizar a oposição acrescentando um mecanismo que permitiria a suspensão do acesso preferencial do Mercosul a alguns produtos agrícolas, como carne bovina, aves e açúcar.
Os defensores do acordo, que seria o maior em termos de reduções tarifárias já alcançado pela UE, afirmam que ele é uma parte essencial da estratégia de diversificação da UE, que busca novos mercados e maior acesso a minerais essenciais em meio a perturbações geopolíticas na forma de tarifas dos EUA e restrições chinesas às exportações de chips e terras raras.
Alguns diplomatas da UE disseram que a França tentou adiar uma votação até janeiro e acreditam que agora é o momento de fazer ou desfazer o acordo.
"Se não assinarmos com o Mercosul nos próximos dias, ele (acordo) estará morto", disse um diplomata da UE. "Se não conseguirmos chegar a um acordo sobre o Mercosul, não precisaremos mais falar sobre a soberania europeia. Nós nos tornaremos geopoliticamente irrelevantes."
EUA e União Europeia formalizam acordo que prevê tarifa de 15% sobre maioria dos produtos europeus
JBS fechará fábrica de carne bovina na Califórnia

Logo da JBS
Reuters
A JBS informou nesta sexta-feira (12) que vai fechar de forma permanente uma fábrica nos arredores de Los Angeles, responsável por preparar carne bovina para venda em supermercados dos Estados Unidos.
O fechamento da unidade da Swift Beef Company, localizada em Riverside, na Califórnia, está previsto para 2 de fevereiro e resultará na eliminação de 374 postos de trabalho, segundo o Departamento de Desenvolvimento de Emprego da Califórnia.
A decisão ocorre em um momento de escassez de gado, o que eleva os custos para os frigoríficos (veja mais abaixo).
A JBS afirma que o fechamento não está relacionado à baixa oferta de gado.
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Segundo a empresa, a medida faz parte de uma "iniciativa estratégica" para otimizar os negócios de produtos de valor agregado e já embalados, além de simplificar as operações em toda a rede.
"A empresa continua focada em fornecer produtos de alta qualidade e serviços confiáveis, ao mesmo tempo em que fortalece sua presença operacional para atender às demandas do mercado em evolução", diz a JBS em um comunicado.
A produção destinada aos clientes será transferida para outras unidades, e os funcionários poderão concorrer a vagas em outras fábricas da empresa, acrescentou a JBS.
Baixa oferta de gado
Os preços da carne bovina nos EUA atingiram recordes em 2025, após o rebanho do país cair ao menor nível em décadas devido à seca que afetou as pastagens. A suspensão das importações de gado mexicano pelos EUA agravou a situação.
Nesse cenário, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que trabalha para reduzir os preços da carne bovina para os consumidores e acusou os frigoríficos de manipular os valores.
Trump se irrita com preço de carne e manda investigar frigoríficos nos EUA
A baixa oferta obrigou os frigoríficos a pagar mais pelo gado destinado à produção de hambúrgueres e bifes.
Na unidade da JBS em Riverside, os trabalhadores processam a carne bovina para venda em supermercados, mas não realizam o abate dos animais.
No mês passado, executivos da JBS projetaram que as margens de sua carne bovina nos EUA devem diminuir no quarto trimestre, devido à escassez.
O frigorífico rival Tyson Foods também anunciou o fechamento, em janeiro, de uma importante fábrica de abate de gado em Nebraska, que emprega cerca de 3.200 pessoas.
Veja como fazer o manejo correto de cacau e ter sucesso na produção
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) disponibilizou uma cartilha gratuita sobre a produção de cacau. Nela, são dadas dicas de como fazer a adubação correta do cacaueiro e detalhes do manejo, para que tenha sucesso na produção. 📲 Acesse aqui.
Bradesco apresenta instabilidade no aplicativo e gera reclamações nas redes

Ilustração de logo do Bradesco.
Reuters
Uma falha no aplicativo do Bradesco na manhã desta sexta-feira (12) gerou uma onda de reclamações de clientes nas redes sociais.
Segundo o site Downdetector, que monitora a instabilidade de serviços digitais, ao menos 2 mil notificações de erro foram registradas por clientes até as 9h.
Ao g1, o Bradesco informou que os aplicativos de pessoa física e jurídica estão passando por momentos de intermitência. "Equipes estão atuando para regularização o mais breve possível", afirma o banco em nota.
As primeiras reclamações foram registradas por volta das 6h da manhã. Usuários relataram dificuldades para acessar o app e realizar transações no Internet banking, especialmente via PIX.
No dia 28 de novembro, o banco já havia enfrentado problemas semelhantes: mais de 1 mil queixas foram feitas por clientes que não conseguiam acessar os serviços pelo celular.
Na ocasião, as interrupções ocorrem em um dia de forte movimento no sistema financeiro, marcado pelo pagamento do 13º salário e pela Black Friday.
Em resposta às menções no X, o perfil oficial do Bradesco pediu que os cliente acessem o serviço mais tarde. Segundo o banco, "equipes estão atuando para regularização o mais breve possível".
Aplicativo do Bradesco apresentava instabilidade nesta sexta-feira (12)
Reprodução/g1
Veja as reclamações dos clientes nas redes sociais:
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Dólar sobe e fecha a R$ 5,41 de olho em discursos de dirigentes do Fed; Ibovespa avança

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar registrou volatilidade nesta sexta-feira (12) e encerrou o dia em alta de 0,11%, cotado a R$ 5,4105. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve ganhos de 0,99%, aos 160.766 pontos.
Após o alívio trazido pelo tom mais cauteloso do Banco Central (BC), investidores acompanharam os dados do setor de serviços no Brasil e os discursos de dirigentes do Federal Reserve. A exclusão do ministro Alexandre de Moraes e de sua esposa da lista da Lei Magnitsky também afetou os mercados.
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▶️ O Ibovespa ganhou força ao longo da tarde após o governo dos Estados Unidos retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa da lista de sanções da Lei Magnitsky. O avanço se refletiu nas ações dos grandes bancos, como o Itaú (ITUB4) e o Bradesco (BBDC3), que subiram 0,89% e 1,20%, respectivamente.
▶️ O ambiente doméstico ainda repercute a sinalização mais conservadora do Copom, que fortaleceu o real na véspera e permitiu um leve ganho do Ibovespa. Mesmo assim, o foco permanece na dúvida sobre quando virá o próximo corte da Selic, com apostas cada vez menores em movimento já no início de 2026.
▶️ O volume de serviços no Brasil também entrou no radar. Em outubro, o setor registrou alta de 0,3% em relação a setembro, resultado alinhado às projeções dos economistas. Com isso, o segmento completou nove meses seguidos de crescimento.
▶️ No exterior, dirigentes do Federal Reserve discursaram, em um momento em que o banco central americano adota um tom menos restritivo após o corte de juros anunciado na quarta-feira. Entre os participantes estavam Anna Paulson (Filadélfia), Austan Goolsbee (Chicago), Beth Hammack (Cleveland) e Jeffrey Schmid (Kansas City). (veja mais)
▶️ Em Wall Street, o S&P 500 e o Dow Jones encerraram o pregão anterior renovando máximas, embalados pela fala mais moderada do Fed. Por outro lado, a Nasdaq recuou em meio à cautela gerada pelas previsões da Oracle para o setor de inteligência artificial.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: +1,41%;
Acumulado do ano: -12,45%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,16%;
Acumulado do mês: 1,07%;
Acumulado do ano: +33,66%.
EUA retiram Moraes da Magnitsky
O governo dos Estados Unidos retirou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane, da lista de sancionados da Lei Magnitsky. O comunicado não detalha os motivos da decisão
A Lei Magnitsky permite que os EUA apliquem sanções a cidadãos estrangeiros. Moraes havia sido incluído no rol de punidos em julho deste ano.
👉 Na ocasião, a medida foi justificada pela referência ao processo que tramitava no STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, então réu por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Com a retirada das sanções, as ações do setor bancário ganharam força e impulsionaram o Ibovespa. Apenas o Santander registrou queda. Veja os desempenhos:
Banco do Brasil (BBAS3): +0,60%
Bradesco (BBDC3): +1,20%
BTG Pactual (BPCA11): +0,93%
Itaú (ITUB4): +0,89%
Santander (SANB11): -0,09%
Discursos de dirigentes do Fed
Na quarta-feira (10), o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu novamente a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano — o menor nível desde setembro de 2022. Foi o terceiro corte consecutivo em 2025.
Após o anúncio, Jerome Powell afirmou que o Fed deve agir com cautela antes de promover novos cortes.
“Após reduzir nossa taxa básica em 0,75 ponto desde setembro deste ano e em 1,75 ponto desde setembro do ano passado, os juros agora estão dentro de um amplo intervalo estimado como neutro. Estamos bem-posicionados para aguardar e observar como a economia evolui”.
Dois dias depois da decisão, dirigentes regionais do banco central americano discursaram e apresentaram suas avaliações sobre os próximos passos da política monetária. Veja abaixo:
Austan Goolsbee (Chicago)
O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que votou contra o corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros americana porque considerava mais prudente aguardar novos dados econômicos antes de reduzir o custo do crédito.
Para ele, ainda há muita preocupação de empresas e consumidores com a pressão dos preços, e as informações disponíveis não eram suficientes para justificar uma mudança naquele momento.
Segundo Goolsbee, adiar a decisão para o início de 2026 daria ao Fed acesso a dados mais completos — incluindo os relatórios de inflação e emprego que serão divulgados na próxima semana — sem colocar em risco um mercado de trabalho que, em sua avaliação, está “esfriando apenas moderadamente”.
“Deveríamos ter esperado para obter mais dados, especialmente sobre a inflação.”
Ele também ressaltou que a inflação segue acima da meta de 2% do banco central há mais de quatro anos e que o avanço dos preços está praticamente parado há meses.
“Esperar para tratar desse assunto no ano novo não teria acarretado muitos riscos adicionais e teria o benefício adicional de dados econômicos atualizados”, disse.
Para Goolsbee, não há sinais de deterioração rápida do emprego que impedissem a espera. Apesar da discordância, afirmou estar “otimista” sobre cortes maiores ao longo de 2026, caso os indicadores mostrem avanço claro rumo à meta de 2%.
Jeffrey Schmid (Kansas City)
O presidente do Fed de Kansas City, Jeffrey Schmid, também votou contra o corte dos juros e defendeu a manutenção da taxa atual, argumentando que a inflação ainda está elevada e que a política monetária deveria continuar “modestamente restritiva” — ou seja, com juros altos o suficiente para ajudar a conter os preços.
“Vejo uma economia que está mostrando impulso e uma inflação que está muito aquecida, o que sugere que a política monetária não é excessivamente restritiva.”
Para Schmid, não houve mudanças significativas desde sua última discordância, em outubro, quando já havia defendido que o nível atual de juros era adequado.
Na visão dele, o mercado de trabalho está “amplamente equilibrado” e não há motivos para acelerar cortes. Assim como Goolsbee, o dirigente do Fed de Kansas City divergiu da decisão aprovada por 9 votos a 3, que reduziu a taxa para o intervalo de 3,5% a 3,75%.
Anna Paulson (Filadélfia)
Enquanto isso, a presidente do Fed da Filadélfia, Anna Paulson, destacou que está mais preocupada com a condição do mercado de trabalho do que com o risco de a inflação voltar a subir.
“No geral, ainda estou um pouco mais preocupada com a fragilidade do mercado de trabalho do que com os riscos de alta da inflação.”
Ela explicou que vê boa chance de a inflação cair ao longo do próximo ano, em parte porque efeitos temporários — como tarifas — devem perder força.
Paulson também avaliou que os juros atuais, entre 3,5% e 3,75%, ainda representam uma política “um tanto restritiva”, o que contribui para trazer a inflação de volta à meta de 2%.
A dirigente descreveu o mercado de trabalho como “flexível, mas não instável” e ressaltou que os cortes de juros somando 0,75 ponto nas últimas três reuniões tiveram caráter preventivo, para evitar uma piora mais acentuada no emprego.
Além disso, Paulson lembrou que a recente paralisação do governo norte-americano comprometeu o recebimento de dados importantes, impedindo que o Fed desse orientações mais claras sobre os próximos passos.
Ela reforçou que, quando o comitê voltar a se reunir no fim de janeiro — momento em que ela se tornará uma das votantes — haverá mais informações disponíveis.
“Teremos muito mais informações, o que espero que traga mais clareza às perspectivas para a inflação e o emprego.”
Beth Hammack (Cleveland)
Já a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack afirmou que, com base em sua leitura da economia americana, preferiria uma política monetária mais restritiva que a atual.
Isso significa juros mais altos para pressionar a inflação, que ela considera ainda elevada.
Ela observou que o corte de 0,25 ponto anunciado nesta semana — somado às reduções feitas ao longo do ano — colocou a taxa básica “em torno de um nível neutro”, isto é, um patamar que não estimula nem freia a economia.
Mas, para Hammack, esse nível não é suficiente.
“Eu preferiria ter uma postura um pouco mais restritiva”, disse em evento em Cincinnati.
Agenda econômica
Volume de serviços no Brasil
O volume de serviços no Brasil avançou 0,3% em outubro de 2025 na comparação com setembro, segundo o IBGE. O dado já considera o ajuste sazonal, mecanismo estatístico que corrige efeitos típicos de cada época do ano.
O resultado veio em linha com as projeções dos economistas e mostra que o setor completou nove meses consecutivos de crescimento, acumulando alta de 3,7%.
O nível de atividade está 20,1% acima do período pré-pandemia (fevereiro de 2020) e atinge o maior patamar da série histórica.
Na comparação com outubro de 2024, sem ajuste sazonal, houve avanço de 2,2%, 19º crescimento consecutivo.
No ano, o setor acumula alta de 2,8%, mesma taxa registrada no período de 12 meses, que perdeu força ante o resultado até setembro (3,1%).
O crescimento de 0,3% entre setembro e outubro foi registrado nas cinco atividades pesquisadas. O maior impacto veio do setor de transportes, que subiu 1,0% e acumulou 2,4% em três meses.
Também houve avanços em informação e comunicação (0,3%), que cresceu em ritmo menor que em setembro (1,2%); outros serviços (0,5%), acumulando 3,4% em quatro meses; além de serviços profissionais e administrativos (0,1%) e serviços prestados às famílias (0,1%), ambos recuperando queda do mês anterior.
A média móvel trimestral — indicador que suaviza oscilações mensais — subiu 0,4% no trimestre encerrado em outubro. Quatro dos cinco setores tiveram resultado positivo nesse período, com destaque para outros serviços (1,1%) e transportes (0,8%).
Informação e comunicação avançou 0,3%, enquanto serviços prestados às famílias cresceram 0,2%. Já o grupo de serviços profissionais, administrativos e complementares ficou estável.
Na comparação anual, o volume de serviços cresceu 2,2% frente a outubro de 2024, com quatro das cinco atividades em alta. Metade dos 166 tipos de serviços pesquisados teve expansão.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em queda, em uma semana negativa para ações de empresas ligadas à inteligência artificial, diante das preocupações sobre uma possível bolha no setor.
O índice Dow Jones recuou 0,31% nesta sexta, aos 48.458,05 pontos, o S&P 500 teve perda de 1,07%, aos 6.827,41 pontos, e o Nasdaq caiu 1,69%, aos 23.195,17 pontos.
As bolsas europeias fecharam em queda, devolvendo os ganhos do início do dia. O movimento foi influenciado pelo clima negativo vindo de Wall Street, após o alerta da Broadcom reforçar temores sobre os riscos de uma bolha no setor de tecnologia.
Analistas destacaram que a exposição menor da Europa à tecnologia limitou as perdas, mas o sentimento geral foi de cautela.
No fechamento, o índice Stoxx 600 caiu 0,53%. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,56%, enquanto o DAX, em Frankfurt, perdeu 0,45%. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,21%, e em Milão, o Ftse/Mib teve baixa de 0,43%. Madri registrou queda de 0,17%, enquanto Lisboa foi exceção, com leve alta de 0,09%.
Já os mercados asiáticos fecharam em alta nesta sexta-feira, apoiados por sinais de que Pequim manterá políticas para estimular o crescimento em 2026.
Autoridades chinesas indicaram medidas fiscais e monetárias mais favoráveis, além de esforços para estabilizar o setor imobiliário — o que trouxe algum alívio aos investidores, apesar da semana negativa para os principais índices.
No fechamento, o Nikkei do Japão subiu 1,4%, a 50.836 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng avançou 1,75%, a 25.976 pontos, enquanto em Xangai o SSEC ganhou 0,41%, a 3.889 pontos, e o CSI300 subiu 0,63%, a 4.580 pontos.
Outros mercados também tiveram alta: Seul (+1,38%), Taiwan (+0,62%) e Cingapura (+1,36%).
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ Reprodução
*Com informações da agência de notícias Reuters
Netflix pode ficar mais cara? Cinco pontos-chave da disputa pela compra da Warner
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A Warner Bros detém os direitos da franquia Harry Potter
Getty Images via BBC
Parece um simples acordo de fusão entre empresas, mas reúne todos os elementos de um drama hollywoodiano: um pretendente rico e poderoso, intrigas políticas e muitas cenas de suspense.
A compra do estúdio Warner Bros. Discovery e das populares redes de streaming da HBO pela Netflix é, na prática, a história de um gigante que amplia seu domínio.
Mas, com reguladores e rivais à espreita, esta provavelmente é só o início da saga.
Enquanto a história se revela, aqui vão cinco pontos centrais para entender o que está em jogo.
1. A Netflix está se tornando ainda mais poderosa
A Netflix vem ampliando sua vantagem em Hollywood há anos: é o maior serviço de streaming por assinatura do mundo e o principal produtor de conteúdo original da Califórnia (EUA), onde fica Hollywood.
Mas este acordo, o maior do setor em anos, consolidaria sua liderança, ao entregar à empresa um catálogo com quase um século de títulos e também ampliar sua já robusta capacidade de produção.
Isso sem mencionar o enorme número de assinantes, já que a Netflix se prepara para incorporar parte dos 128 milhões de assinantes da HBO ao seu universo de mais de 300 milhões.
"Se a Netflix já é o maior serviço de streaming, ao somar HBO Max torna-se praticamente intocável", disse Mike Proulx, vice-presidente da consultoria de pesquisa Forrester.
A operação reunirá franquias históricas como Looney Tunes, Harry Potter e Friends e sucessos da HBO como Succession, Sex and the City e Game of Thrones, ao lado de produções próprias da Netflix como Stranger Things e Guerreiras dos K-pop (Kpop Demon Hunters, na versão em inglês).
A compra inclui ainda a TNT Sports fora dos Estados Unidos.
Se a Paramount sair vitoriosa da disputa, adicionaria parte dos 128 milhões de assinantes do HBO Max aos 79 milhões da Paramount.
2. O acordo pode fazer os preços subir… ou cair
A Netflix afirma esperar concluir a operação em até 18 meses.
Executivos, porém, evitam dizer como ou se pretendem integrar a Warner Brothers e a marca HBO ao serviço atual.
Greg Peters, codiretor-executivo da Netflix, disse que o nome HBO é "muito poderoso" e oferece "muitas opções", mas não detalhou quais.
A empresa pode criar pacotes separados, embora analistas considerem improvável que a marca HBO desapareça.
O impacto nos preços também é incerto.
O domínio ampliado poderia permitir aumentos. Por outro lado, consumidores podem acabar pagando por um único serviço em vez de dois.
Atualmente, a assinatura mensal da Netflix no Brasil varia de R$ 20,90 (padrão com anúncios) a R$ 59,90 (premium, sem anúncios, com acesso em mais dispositivos e com imagem de qualidade mais alta).
A assinatura mensal da HBO Max no Brasil varia de R$ 29,90 (básico com anúncios) a R$ 55.90 (platinum, sem anúncios, com acesso em mais dispositivos e com imagem de qualidade mais alta).
Já a Paramount+ varia de R$ 18,90 (limitado a celulares e tablets) a R$ 34,90 (com qualidade superior de imagem, sem anúncios e suporte ampliado de dispositivos).
3. O streaming é o futuro, e Hollywood se sente deixada de lado
A Warner Bros Discovery, que remonta a cerca de um século, possui um vasto catálogo, que inclui clássicos como Casablanca e O Exorcista.
Mas a tradicional empresa vem sofrendo pressão comercial com a transformação causada pelo streaming online nas indústrias de cinema e TV.
E a aquisição mostra como a era de ouro do cinema perdeu força.
Segundo Proulx, da Forrester, o rumo é claro: o futuro é "todo streaming". "Com este acordo, se torna oficial: a mídia tradicional está chegando ao fim."
A Netflix promete manter estreias nos cinemas, algo que faz sentido, já que a compra inclui a franquia de super-heróis da DC, grande arrecadadora nas bilheterias.
Mas há dúvidas sobre se isso continuará sendo uma prioridade. Neste ano, Ted Sarandos, cochefe-executivo da Netflix, disse considerar ir ao cinema um "conceito ultrapassado".
A consolidação com a compra pela Netflix toca em um ponto sensível de uma indústria já abalada por cortes de pessoal, queda de produção e pelo avanço da inteligência artificial.
James Cameron, diretor de Titanic e da franquia Avatar, foi um dos muitos que reagiram negativamente, afirmando, pouco antes do anúncio, que o acordo poderia ser um "desastre" para Hollywood.
4. O acordo ainda não está fechado
A conclusão está longe de estar garantida.
Primeiro, a Warner Bros Discovery precisa concluir o desmembramento das unidades que não serão vendidas, incluindo CNN, Discovery e Eurosport.
Paralelamente, a concorrente Paramount Skydance, que pretendia comprar toda a Warner Brothers Discovery, apresentou uma oferta hostil na esperança de convencer os acionistas de que poderia oferecer uma alternativa atraente.
Em negociações entre corporações, isso ocorre quando uma empresa tenta comprar outra sem o consentimento da administração da empresa a ser comprada, geralmente oferecendo-se para comprar as ações negociadas na Bolsa dessa empresa-alvo.
A maior incerteza, porém, é que tipo de acordo será aprovado pelos órgãos reguladores da concorrência nos EUA e na Europa, algo que pode representar um grande desafio.
Em Washington D.C., capital dos EUA, congressistas de ambos os partidos já criticaram a proposta da Netflix, alegando risco de menos opções e preços maiores para os consumidores.
Sarandos disse que a Netflix, que terá de pagar US$ 5,8 bilhões (cerca de R$ 31,6 bilhões) se o acordo de compra naufragar, está "muito confiante" na aprovação da compra.
Alguns congressistas do Partido Democrata também fizeram críticas à oferta concorrente da Paramount. Analistas afirmam que ela exigiria uma revisão do impacto sobre anunciantes e distribuidores de TV locais, devido ao poder de uma empresa combinada sobre redes esportivas e infantis.
A decisão dependerá, em parte, de como os reguladores entenderem o cenário de competição no mercado, afirmou Jonathan Barnett, professor da Universidade do Sul da Califórnia (EUA).
Se considerarem apenas o streaming, a fatia ampliada da Netflix pode gerar grande preocupação em relação aos consumidores. Mas, se incluírem TV a cabo, emissoras abertas e até plataformas como YouTube, "as preocupações com concentração diminuem".
Rebecca Haw Allensworth, professora da Faculdade de Direito Vanderbilt (EUA), afirmou que um acordo desse porte "normalmente seria contestado", em busca de melhores condições para consumidores.
Desta vez, porém, ela teme que o governo do presidente americano, Donald Trump, tente pressionar a Netflix sobre questões como diversidade e viés político, como já ocorreu em outros casos.
5. Donald Trump é outro fator imprevisível
Trump sempre demonstrou interesse pela indústria de mídia e entretenimento e afirmou esperar participar das decisões. Ele exigiu que a CNN, que acusa de ser hostil ao seu governo, seja vendida para outra empresa como parte de qualquer acordo.
Mas não está claro o que ele pensa sobre as propostas atuais.
No fim de semana, Trump sinalizou preocupação com o tamanho da Netflix após a fusão, dizendo que poderia ser "um problema". Ao mesmo tempo, elogiou a liderança da empresa.
Trump já falou positivamente sobre Larry Ellison, bilionário de tecnologia e doador republicano, e seu filho David, que lideram a oferta rival da Paramount Skydance. Mas, no dia 08/12, criticou a empresa após uma entrevista exibida com a congressista Marjorie Taylor Greene, antes aliada dele.
"Eles não são exatamente grandes amigos meus", disse o presidente.
Bill Kovacic, ex-presidente da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês), afirmou à BBC que as declarações de Trump indicam que qualquer decisão precisará de aval da Casa Branca.
Isso pode representar "um nível sem precedentes" de controle presidencial sobre o processo, disse Kovacic.
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Magnata sul-coreano das criptomoedas é condenado a 15 anos de prisão por fraude

Magnata sul-coreano das criptomoedas é condenado a 15 anos de prisão por fraude
O magnata sul-coreano das criptomoedas Do Kwon, acusado de causar uma quebra fraudulenta de mais de US$ 40 bilhões (R$ 217 bilhões) em 2022, foi condenado nesta quinta-feira (11) a 15 anos de prisão em Nova York, segundo a France Presse.
Kwon, que promoveu duas moedas digitais que acabaram ruindo, declarou-se culpado, em agosto, por conspiração para cometer fraude e fraude eletrônica, em um caso que abalou o mercado global de criptomoedas.
💰Por meio de sua empresa, a Terraform Labs, Kwon, 34, criou a criptomoeda TerraUSD, apresentada como uma stablecoin, um tipo de moeda digital cujo preço estaria vinculado a uma divisa tradicional — nesse caso, o dólar.
Kwon apresentou os ativos como a grande inovação desse mercado digital e atraiu bilhões em investimentos. Recebeu elogios de veículos sul-coreanos, que o retratavam como um gênio, enquanto milhares de pessoas se apressavam para investir em sua empresa.
Em 2019, Kwon entrou na lista “30 Under 30 Asia” da revista Forbes. Mas, apesar dos altos investimentos, a TerraUSD e sua moeda irmã, Luna, entraram em uma espiral de colapso em maio de 2022.
Segundo especialistas, Kwon estruturou um esquema de pirâmide disfarçado, no qual muitos investidores perderam economias acumuladas ao longo de toda a vida.
Diferentemente de outras moedas desse tipo, como Tether e USDC, a Terra não era vinculada a ativos seguros, como dinheiro ou títulos públicos, que poderiam ser resgatados em caso de instabilidade.
Kwon deixou a Coreia do Sul antes do colapso e passou meses foragido. Em março de 2023, foi preso no aeroporto de Podgorica, capital de Montenegro, quando se preparava para embarcar em um voo para Dubai usando um passaporte falso da Costa Rica.
Policiais da Unidade Especial da Polícia de Montenegro (PJP) escoltam o empresário sul-coreano de criptomoedas Do Kwon na saída de um tribunal em Podgorica, em 23 de março de 2024.
SAVO PRELEVIC / AFP
História
Em uma reportagem publicada em 2022, à época do escândalo, a BBC traçou um perfil do ex-magnata e contou a história por trás das criptomoedas criadas pelo sul-coreano.
Kwon formou-se em ciências da computação na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e iniciou a carreira como engenheiro de software na Microsoft e na Apple.
Depois de acumular experiência no setor, criou a Anyfi, uma empresa voltada ao desenvolvimento de soluções alternativas de conectividade.
A ideia que o projetou internacionalmente surgiu em 2018, quando fundou a Terra Labs, sediada em Singapura. Ele criou a startup ao lado de Daniel Shin, com o objetivo de desenvolver sistemas de pagamento baseados em tecnologia blockchain.
Naquele período, o empresário dizia estar construindo um “sistema financeiro moderno”, que permitiria aos usuários realizar transações sem depender de bancos ou intermediários.
Foi essa visão que abriu as portas para sua entrada no universo das criptomoedas, atraindo o apoio de grandes companhias, como a Binance, que compraram a ideia de um projeto inovador.
A revista Forbes o listava entre os jovens talentos de destaque do setor de tecnologia. Tudo parecia conspirar a seu favor, e em pouco tempo ele virou uma das figuras mais comentadas do mercado.
Sem modéstia, Do Kwon classificava a criptomoeda Luna como “sua maior invenção” e exaltava publicamente seu potencial, acreditando que ela poderia “mudar o mundo”.
O entusiasmo em torno de Kwon cresceu rápido. Um grupo de investidores, que adotou o apelido de “lunáticos” — referência à moeda luna — virou seu núcleo de apoio. A empresa arrecadou bilhões de dólares com fundos de capital de risco que apostavam na expansão dos projetos.
Com o tempo, Kwon ganhou prestígio e conseguiu convencer figuras influentes do mercado a embarcar na aposta arriscada de um sistema baseado em algoritmos desenvolvidos por sua equipe.
Diferentemente do bitcoin, que não tem um criador identificado e opera sem rosto, as chamadas “moedas Kwon” eram associadas diretamente a sua imagem.
Do Kwon virou alvo de um verdadeiro culto entre investidores, que incluía figuras como Mike Novogratz, CEO da Galaxy Digital, e até o gesto simbólico de batizar a filha de Luna.
Ele lançou a Luna em 2018 e, depois, a stablecoin Terra, ambas interligadas por um modelo algorítmico que buscava manter a moeda sempre a US$ 1. O sistema funcionou por algum tempo, mas desmoronou quando o mercado perdeu confiança.
A Luna caiu de US$ 118 para US$ 0,09 e arrastou a Terra junto, provocando pânico e perdas bilionárias.
Grandes investidores foram afetados, mas o prejuízo mais severo atingiu pequenos aplicadores, muitos deles recorrendo ao Reddit para relatar dificuldades financeiras e até buscar ajuda emocional.
Do Kwon
Reprodução/Redes sociais
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ENTREVISTA: presidente da Volkswagen celebra força do Tera e admite desafio na eletrificação

Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
A Volkswagen voltou a viver um bom momento. Em apresentação recente a jornalistas, a montadora alemã comemorou um crescimento de 18% nas vendas na América Latina. É verdade que o avanço ocorre após dois anos de queda, mas a empresa aposta em seu principal acerto de 2025 para manter uma boa trajetória no próximo ano.
O Volkswagen Tera, desenvolvido pela unidade brasileira da empresa, foi lançado em meados deste ano e já lidera entre os SUVs mais emplacados do país. Segundo a marca, foram 60 mil unidades vendidas, somando mercado interno e exportações para países vizinhos.
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O presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, evita afirmar que o Tera é o grande marco de sua gestão, iniciada há seis anos. Ainda assim, não perde a oportunidade de destacar que, no dia do lançamento, o SUV que acompanhou desde a concepção esgotou três meses de produção em menos de uma hora.
"Comentei ano passado para a turma: 'Pessoal, eu quero esse carro realmente que seja um ícone'. (...) Acertamos a campanha, acertamos a comunicação dele, acertamos no marketing, na maneira de vender", diz Possobom em entrevista exclusiva ao g1.
O Tera é certamente o ponto mais positivo dos R$ 20 bilhões em investimentos anunciados pela marca para a América Latina. Mas outra parte relevante será destinada a recuperar um atraso na linha de produção da Volks: a eletrificação.
A marca ainda não anunciou nenhum modelo híbrido ou elétrico de produção nacional, enquanto outras montadoras tradicionais do país já começam a ofertar suas opções. A pioneira Toyota lançou seu híbrido flex em 2019. A Volks só terá o primeiro em 2026.
Isso sem contar as marcas chinesas, que chegaram com força, já focadas em modelos eletrificados. A presença é tão grande que a participação de veículos importados emplacados neste ano se aproxima de 20%. Três anos atrás, era de apenas 13%, segundo dados da Anfavea.
"A gente anunciou algumas semanas atrás a entrada realmente da Volkswagen na eletrificação, com mais força. Então, todos os carros produzidos que nós vamos lançar a partir de 2026 vão ter algum tipo de eletrificação", diz Possobom, mencionando um empréstimo de R$ 2,3 bilhões contratado no BNDES justamente para acelerar o processo.
Além dos próximos lançamentos, o presidente da Volkswagen comentou os passos futuros e desafios da marca no país, suas perspectivas para o mercado automotivo e a ausência no Salão do Automóvel de 2025, que marcou o retorno do evento após sete anos.
Veja abaixo a íntegra da entrevista de Ciro Possobom ao g1.
g1 Carros entrevista Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
A seguir, clique nos links para assistir aos cortes com os principais destaques.
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
O que empacou a eletrificação da Volkswagen
O que faria o mercado automotivo deslanchar
O que a Volkswagen precisaria para voltar ao Salão do Automóvel
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Presidente da Volkswagen conta como percebeu que o Tera seria um sucesso
Constatar o sucesso de um novo modelo não acontece da noite para o dia. O desenvolvimento de um carro começa muito antes. Possobom explica que, em geral, são necessários cerca de cinco anos de planejamento, testes e ajustes até que o veículo ganhe forma.
O potencial de sucesso — ou de fracasso — do carro só surge mais adiante, quando o projeto está concluído e decisões como design, estofamento, motor e formato dos bancos já foram tomadas. Segundo ele, essa percepção costuma aparecer entre três e seis meses antes do lançamento.
“Quando realmente ele aparece para o grande público e começa a ver a percepção que a gente tem, do tamanho do potencial do carro”, disse o executivo.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
No caso do Tera, o modelo “apareceu” pela primeira vez em setembro de 2024, em um teaser no Rock in Rio, nove meses antes do lançamento. Em março, a três meses da estreia, o carro foi apresentado integralmente no Rio de Janeiro, durante o carnaval.
Foi nesse intervalo que o Tera despertou o interesse do público e resultou na venda de 12.200 unidades em menos de uma hora, quando as encomendas foram abertas. Os pedidos precisaram ser encerrados devido ao limite de produção da fábrica de Taubaté (SP).
O modelo divide a linha de montagem com o Polo. A planta já produziu outros veículos bastante conhecidos da Volks, como Gol, Voyage, Passat, Saveiro, Parati e Up.
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
Presidente da Volkswagen diz que brasileiro prefere SUV, mas hatch ainda é importante
Os brasileiros compram mais SUVs zero quilômetro do que hatches desde 2020. Hoje, os utilitários respondem por 54% dos veículos emplacados, enquanto os hatches representam 24,6% das vendas.
O movimento aparece dentro da própria Volkswagen, que oferece:
Seis SUVs: Tera, Nivus, T-Cross, Taos, Tiguan e ID.4 (para aluguel)
Dois hatches: Polo e Golf GTI
Duas picapes: Saveiro e Amarok
Uma minivan: ID.Buzz (também para aluguel)
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Em outras palavras, há três vezes mais opções de SUVs do que de hatches. E entre estes está o Golf GTI, que parte de R$ 430 mil e não é um veículo de grande volume.
Mesmo assim, o presidente da Volkswagen não acredita que o mercado de hatches esteja em declínio. “O SUV, ele [o público brasileiro] realmente prefere mais, mas não quer dizer que o hatch não é importante”, afirma o executivo.
Mas é preciso reconhecer que a troca já está em curso. À medida que o Tera ganhou espaço entre os emplacamentos, o Polo perdeu ritmo. O SUV já vende mais que o hatch, em um ano em que se esperava até que o Polo pudesse se tornar o veículo mais vendido do Brasil, superando a Fiat Strada.
O que empacou a eletrificação da Volkswagen
Presidente da Volkswagen explica como será a introdução dos eletrificados da marca no país
Quem procura carros elétricos ou híbridos não encontra hoje uma opção da Volkswagen para compra no Brasil. Os únicos modelos eletrificados da marca são dois 100% elétricos — ID.4 e ID.Buzz — oferecidos apenas por assinatura.
O cenário contrasta com o de concorrentes como Chevrolet, Toyota, Honda, Fiat, Peugeot e Hyundai, além das marcas chinesas BYD, GWM, MG e Zeekr, que já oferecem modelos eletrificados no país.
Segundo Ciro Possobom, eletrificar a linha atual encareceria os veículos, e esse foi um fator decisivo para a estratégia de limitar, por ora, a oferta de modelos com bateria de alta tensão.
“O Tera, que hoje tem preço médio de R$ 120 mil, hoje ele não é eletrificado. Se eu começar a eletrificar ele, quanto fica a mais? Um híbrido leve vai custar R$ 10 mil a mais, se eu colocar um híbrido, vai para R$ 30 mil ou R$ 40 mil a mais”, disse o executivo.
“Um cliente de R$ 120 mil não é o mesmo de R$ 160 mil. Então eu tenho que ter muito cuidado quando você adota algumas tecnologias, para talvez não desposicionar e o brasileiro não conseguir pagar”, complementou.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Em relação à eletrificação nos próximos anos, a Volkswagen prometeu que todos os lançamentos de 2026 terão ao menos uma versão eletrificada. Possobom destacou sobretudo os híbridos flex e justificou a escolha pelo tamanho do país e pelo modo como o brasileiro utiliza o carro.
“O brasileiro anda muito de carro, são 13 mil ou 15 mil km por ano. Ele pega o carro, vai para a praia, coloca a família. (...) Então, um híbrido leve, um HEV (híbrido pleno) e um plug-in hybrid estão dentro das soluções, também como carros elétricos. A gente tem vários carros sensacionais elétricos lá fora que também poderia fazer aqui”, diz.
O presidente da Volkswagen também mencionou que, a exemplo de Chevrolet e Stellantis, poderia trazer ao Brasil carros elétricos produzidos na China, mas prefere fabricar aqui, com tecnologias voltadas ao mercado nacional.
“O brasileiro, ele tem um comportamento. Ele precisa ficar anos com o carro. Tem que cuidar muito com o valor residual desse carro. Como é que vai estar essa tecnologia daqui a 3, 4 anos? Então, a gente acredita que a solução de híbridos é a melhor solução aqui para o brasileiro”, comentou Possobom.
O que faria o mercado automotivo deslanchar
Presidente da Volkswagen comenta sobre o que faria o mercado automotivo deslanchar
O mercado de automóveis deve encerrar 2025 com 2,55 milhões de veículos zero quilômetro emplacados, um avanço de 3% em relação ao ano anterior, segundo a Fenabrave.
O número é expressivo, mas a estimativa já foi maior. A projeção inicial era de 2,6 milhões de emplacamentos, o que representaria alta de 5%. A revisão ocorreu em outubro, quando a entidade atualizou suas expectativas.
Ciro Possobom aponta três fatores que poderiam ter levado o índice além do resultado modesto, de um dígito: juros mais baixos, maior produção nacional e regulamentação mais flexível.
“Um ponto é a parte de juros. Eu acho que é importante. É o primeiro ponto que poderia realmente ajudar bastante ali”, disse o executivo. Atualmente a taxa de juros Selic está em 15% e permanece assim desde junho deste ano.
Há, porém, previsão de queda. A edição mais recente do Boletim Focus indica que o Brasil deve encerrar 2026 com a taxa próxima de 12%.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Além dos juros, ele acredita que ampliar a produção nacional de veículos também seria decisivo para impulsionar o crescimento do mercado.
“Se a gente produz na região, sei lá, 600 mil carros, por exemplo, se eu pudesse produzir 700 mil ou 800 mil carros, com certeza, o meu custo barataria. A indústria precisa se fortalecer, precisa de mais massa de produção. Isso ajudaria a ter o carro mais competitivo”, afirma.
Possobom também afirma que a legislação de emissão de poluentes no Brasil é mais “pesada do que a própria Europa, os próprios Estados Unidos”. “Quando você faz um PL 7, um PL 8, você coloca mais custo naquele carro. Então, são investimentos de centenas de milhões e um custo por unidade também ali”, explica.
O PL 8 é a fase mais recente do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, em vigor desde o início de 2025, com etapas que serão implementadas gradualmente até 2029.
Entre as exigências estão limites menores de emissões e a adoção de tecnologias para capturar vapores de combustível durante o abastecimento, evitando que esses gases sejam liberados na atmosfera.
O que a Volkswagen precisaria para voltar ao Salão do Automóvel
Presidente da Volkswagen explica por que ficou de fora do Salão do Automóvel
O Salão do Automóvel de São Paulo voltou a ser realizado após sete anos de hiato, mas marcas de peso como Volkswagen, Chevrolet, Ford, Audi, BMW e Mercedes decidiram não participar, desfalcando o retorno do evento.
Quem dominou os estandes foram as fabricantes chinesas, em um salão de proporções mais modestas.
Ciro Possobom não se mostrou arrependido de ficar de fora. Ele menciona as inúmeras ativações de marketing da Volkswagen no ano e afirma que a empresa pode considerar voltar ao evento em 2027 caso ele seja mais “forte”.
“Salão forte para mim é com presença de todas as marcas, né? Então, acho que é isso que é importante, né? Tiveram marcas importantes lá, mas muita gente ficou de fora. Vamos torcer que a gente consiga fazer um salão bacana, bem melhor em 2027”, revelou o executivo.
O formato pouco inovador também não agradou. “Acho que pode ser maior. A gente participou de alguns eventos na Europa que são diferentes, diferentes formatos de salão, aberto ao público, em praças”, disse.
“Acho que ficar naquele modelo do salão de galpão fechado, com cada um num canto, talvez não seja o que o público queira”, avalia.
Larry Ellison perde R$ 168 bilhões em um dia e cai para 3º no ranking de bilionários da Forbes

A fortuna do cofundador da Oracle, Larry Ellison, despencou US$ 31 bilhões (cerca de R$ 168 bilhões) nesta quinta-feira (11), segundo a revista Forbes. Com isso, o bilionário caiu da segunda para a terceira posição no ranking das pessoas mais ricas do mundo.
No fechamento do dia, o patrimônio de Ellison foi estimado em US$ 249,5 bilhões (R$ 1,353 trilhão), valor abaixo da fortuna do cofundador do Google, Larry Page, que agora ocupa a segunda colocação com US$ 256,7 bilhões. (veja o top 5 mais abaixo)
A perda bilionária está diretamente ligada à queda de mais de 10% nas ações da Oracle nesta quinta-feira, após a divulgação do balanço financeiro da companhia.
🤔 Na prática, a queda das ações da Oracle reduz o patrimônio de Larry Ellison porque a maior parte de sua fortuna está ligada aos papéis da empresa. Quando eles se desvalorizam, o valor dessas participações cai na hora, diminuindo sua posição no ranking da Forbes.
Veja os vídeos em alta no g1:
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O resultado da Oracle, que veio abaixo das expectativas dos analistas, aumentou a preocupação do mercado com os elevados investimentos em inteligência artificial (IA). Os gastos robustos e as projeções fracas reforçaram dúvidas sobre a velocidade com que essas apostas em IA trarão retorno.
Investidores também se desfizeram dos papéis da Oracle diante das preocupações com o uso de dívidas para sustentar sua estratégia de expansão nessas novas tecnologias.
A Oracle é referência global em soluções para gerenciamento de bancos de dados e servidores, atendendo empresas, instituições de ensino e governos — incluindo o dos Estados Unidos. (leia mais abaixo).
Veja os top 5 mais ricos do mundo, segundo a revista Forbes:
Elon Musk (Tesla e SpaceX): US$ 491,9 bilhões
Larry Page (Google): US$ 256,7 bilhões
Larry Ellison (Oracle): US$ 249,5 bilhões
Jeff Bezos (Amazon): US$ 241,9 bilhões
Sergey Brin (Google): US$ 236,8 bilhões
Larry Ellison, da Oracle, no Salão Oval da Casa Branca, em 3 de fevereiro de 2025.
Associated Press
De onde vem a fortuna de Larry Ellison
A maior parte da fortuna de Ellison vem de sua participação de 41% na Oracle. Além de cofundador, ele ocupa os cargos de presidente do conselho e diretor de tecnologia da companhia. Ellison também foi CEO da empresa por 37 anos, deixando a função em 2014.
Em setembro, o patrimônio de Larry Ellison chegou perto do de Elon Musk, que já ocupava o posto de mais rico do mundo, com US$ 491,3 bilhões na época.
Naquele período, uma disparada das ações da Oracle acrescentou mais de US$ 110 bilhões à fortuna de Ellison, elevando seu total para quase US$ 405 bilhões, segundo a Forbes.
O empresário também é dono de quase metade da Paramount Skydance, gigante da mídia formada pela fusão de US$ 8,4 bilhões (R$ 45,5 bilhões) entre o estúdio Paramount e a produtora Skydance. O grupo fez, recentemente, uma oferta para comprar a Warner Bros. Discovery.
Ellison, que nunca concluiu a faculdade, chegou a desenvolver um banco de dados para a CIA enquanto trabalhava na Ampex Corporation. Ele também integrou o conselho da Tesla entre 2018 e 2022.
Segundo a Forbes, o bilionário vive atualmente na ilha havaiana de Lanai, adquirida quase por completo em 2012 por US$ 300 milhões.
Os bilionários brasileiros em 2025, segundo a Forbes
O que é a Oracle
Pouco conhecida pelo consumidor final, a Oracle atua no desenvolvimento de soluções para empresas.
Fundada em 1977, em Santa Clara, na Califórnia (EUA), pelos engenheiros Larry Ellison, Bob Miner e Ed Oates, a empresa nasceu com o nome Relational Software Inc.. O primeiro escritório tinha apenas 83 metros quadrados.
Em 1982, a companhia adotou oficialmente o nome Oracle Corporation, que mantém até hoje.
Cinco anos depois, já listada na bolsa Nasdaq, a Oracle foi classificada como a maior empresa de gerenciamento de bancos de dados do mundo, com US$ 100 milhões em vendas e presença em 55 países.
Atualmente, a Oracle é referência global no gerenciamento de bancos de dados e servidores para empresas, instituições de ensino e governos — incluindo o dos EUA. A companhia também atua na infraestrutura de servidores em nuvem e na área de inteligência artificial.
Com valor de mercado de US$ 566 bilhões em 11 de dezembro de 2025, a Oracle compete com gigantes como Microsoft e Amazon no segmento de computação em nuvem, e com empresas como SAP e Salesforce na área de bancos de dados.
Além disso, fornece serviços em nuvem para a xAI, startup de inteligência artificial fundada por Elon Musk, um aliado de longa data de Larry Ellison, segundo a Reuters.
Abono salarial PIS/Pasep 2025: prazo para saque acaba dia 29; saldo parado é de R$ 161 milhões

Lote extra do abono salarial PIS/Pasep: quem tem direito? Como consultar o valor liberado?
Mais de 154 mil trabalhadores que têm direito ao abono salarial PIS/Pasep 2025, referente ao ano-base 2023, ainda não sacaram o benefício, informou o Ministério do Trabalho. No total, R$ 161.050.663 estão disponíveis.
➡️ O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que atendem aos requisitos do programa.
No geral, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias no ano-base e receberam até dois salários-mínimos por mês. (veja os requisitos abaixo)
O banco de recebimento, data e os valores, inclusive de anos anteriores, estão disponíveis para consulta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e no portal gov.br. (veja como consultar abaixo)
Assim como em 2024, o calendário de pagamento de 2025 foi unificado: tanto os trabalhadores da iniciativa privada como os servidores públicos vão receber de acordo com o mês de nascimento de cada beneficiário.
O prazo para sacar o dinheiro termina no dia 29 de dezembro. Após essa data, as parcelas não pagas serão devolvidas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), seguindo as regras do programa.
Nesse caso, ainda é possível recuperar os valores, mas o processo passa a ser feito pelos canais do Ministério do Trabalho.
Por enquanto, o benefício está disponível para saque na Caixa e no Banco do Brasil. A última leva de pagamentos deste ano foi liberada pelo governo federal em agosto para os nascidos em novembro e dezembro.
Em novembro, foi liberado um lote extra do Abono Salarial PIS/Pasep, beneficiando 1.640.201 trabalhadores que tiveram seus dados enviados com atraso pelos empregadores. Na ocasião, foram liberados R$ 1,5 bilhão.
Ao todo, em 2025, serão disponibilizados R$ 30,7 bilhões para o pagamento do benefício a cerca de 26,5 milhões de trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho.
Até o momento, já foram pagos R$ 30,6 milhões a 26,3 mil trabalhadores, o que representa uma taxa de cobertura de 99,42% do público previsto.
Veja abaixo perguntas e respostas:
Como consultar? (passo a passo)
Quem tem direito ao abono salarial?
Quem não tem direito ao abono salarial?
Qual é o valor?
Como são os pagamentos?
Canal de dúvidas
1. Como consultar? (passo a passo)
Para fazer a consulta pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, siga o passo a passo:
Certifique-se de que o aplicativo esteja atualizado;
Acesse o sistema com seu número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br;
Toque em "Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o benefício.
Vale lembrar que trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem.
Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2025 já está liberada
2. Quem tem direito ao abono salarial?
Os trabalhadores devem atender aos seguintes critérios para ter direito ao benefício:
estar cadastrado no programa PIS/Pasep ou no CNIS (data do primeiro emprego) há pelo menos cinco anos;
ter trabalhado para empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
ter recebido até 2 salários-mínimos médios (no valor em vigor no ano-base) de remuneração mensal no período trabalhado;
ter exercido atividade remunerada durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base da apuração (2023);
ter os dados informados pelo empregador (pessoa jurídica ou governo) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou no eSocial do ano-base considerado para apuração (2023).
Veja se você tem direito a receber os valores do PIS/Pasep
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
3. Quem não tem direito ao abono salarial?
empregado(a) doméstico(a);
trabalhadores rurais empregados por pessoa física;
trabalhadores urbanos empregados por pessoa física;
trabalhadores empregados por pessoa física equiparada a jurídica.
4. Qual é o valor?
O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base em questão.
O cálculo corresponde ao valor atual do salário mínimo dividido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados no ano-base. Assim, somente quem trabalhou os 12 meses do ano-base recebe o valor total de um salário-mínimo.
O valor do abono salarial varia de R$ 126,50 a R$ 1.518,00, de acordo com a quantidade de meses trabalhados. Veja no gráfico abaixo:
Volte ao índice.
5. Como são os pagamentos?
O pagamento do PIS (Programa de Integração Social) aos trabalhadores da iniciativa privada é administrado pela Caixa Econômica Federal. São quatro opções para receber:
As pessoas que possuem conta corrente ou poupança na Caixa receberão o abono automaticamente, informou o banco.
Também é possível receber os valores por meio da Poupança Social Digital, cuja movimentação é feita pelo aplicativo Caixa Tem.
Outra opção é fazer o saque com o cartão social e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e Caixa Aqui.
Se o trabalhador não possuir cartão social, o pagamento também pode ser realizado em qualquer agência da Caixa com a apresentação de um documento de identificação.
Já o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) é válido para os servidores públicos, e os depósitos são feitos pelo Banco do Brasil.
Nesse caso, o pagamento será realizado prioritariamente como crédito em conta bancária, transferência via TED, via PIX ou presencial nas agências de atendimento, informou o Ministério do Trabalho.
PIS/Pasep, FGTS - Saque
José Cruz/Agência Brasil
6. Ainda tem dúvidas?
Mais informações podem ser solicitadas nos canais de atendimento do Ministério do Trabalho e nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, pelo telefone 158 ou pelo e-mail: trabalho.uf@economia.gov.br (substituindo os dígitos UF pela sigla do estado do trabalhador).
Saiba mais sobre o PIS/Pasep:
G1 em 1 minuto: veja as novas regras do abono salarial do PIS/Pasep para 2026
Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2024 é liberada
Mega-Sena, concurso 2.950: prêmio acumula e vai a R$ 44 milhões

G1 | Loterias - Mega-Sena 2950
O sorteio do concurso 2.950 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (11), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 44 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 21 - 23 - 42 - 49 - 50 - 60
5 acertos - 25 apostas ganhadoras: R$ 72.246,06
4 acertos - 2.016 apostas ganhadoras: R$ 1.476,77
O próximo sorteio da Mega será no sábado (13).
Mega-Sena, concurso 2.950
Reprodução/Caixa
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Argentina: inflação acelera para 2,5% em novembro e chega a 31,4% em 12 meses

Entenda por que, na Argentina, jornal e DVD contam mais que streaming na inflação
A inflação na Argentina foi de 2,5% em novembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O resultado veio acima da expectativa de economistas.
O dado representa uma aceleração pelo terceiro mês seguido, superando os 2,3% registrados em outubro. Já o índice acumulado em 12 meses até novembro chegou a 31,4%, ligeiramente acima dos 31,3% do mês anterior. É a primeira vez que a inflação anual acelera desde abril de 2024.
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Os setores de maior alta em novembro foram o de habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (3,4%) e transporte (3%). Na sequência, vieram alimentos e bebidas não alcoólicas (2,8%), comunicação (2,7%) e bens e serviços diversos (2,5%)
Os dados do Indec mostram que o índice oficial de preços da Argentina apresentou progresso ao longo do primeiro ano de gestão do presidente ultraliberal Javier Milei.
Em 2025, no entanto, a taxa mensal permaneceu entre 2% e 3%, com apenas algumas divulgações abaixo de 2%. O cenário se tornou menos favorável a partir de maio, quando os dados passaram a indicar uma aceleração contínua da inflação.
O país passa por um forte ajuste econômico sob o comando de Milei. Nos últimos meses, uma crise política afetou as expectativas, e o líder argentino buscou o apoio de Donald Trump, nos Estados Unidos, para conter a instabilidade nos mercados e no câmbio. (leia mais abaixo)
Ajuste econômico e impacto nos preços
A Argentina, que já vinha enfrentando uma forte recessão, passa por uma ampla reforma econômica. Após tomar posse, em dezembro de 2023, Milei decidiu paralisar obras federais e interromper o repasse de dinheiro para os estados.
Foram retirados subsídios às tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais. Com isso, houve um aumento expressivo nos preços ao consumidor.
O país também observou uma intensificação da pobreza no primeiro semestre de 2024, com 52,9% da população nessa situação. Já no primeiro semestre de 2025, o percentual caiu para 31%.
Por outro lado, o presidente conseguiu uma sequência de superávits (arrecadação maior do que gastos) e retomada da confiança de parte dos investidores.
Crise política
Nos últimos meses, no entanto, Milei tem enfrentado uma forte crise política após um suposto escândalo de corrupção envolvendo Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente.
Um áudio gravado por um ex-aliado de Javier Milei, no qual Karina é acusada de corrupção, vazou para a imprensa e está sendo investigado pela Justiça. Leia mais aqui.
Em meio à crise, Javier Milei sofreu uma dura derrota, em setembro, nas eleições da província de Buenos Aires — a mais importante da Argentina, que concentra quase 40% do eleitorado nacional.
Os reflexos foram sentidos no mercado: os títulos públicos, as ações das empresas e o peso argentino despencaram um dia após o pleito.
Com o resultado, a moeda argentina atingiu seu menor valor histórico até então, cotada a 1.423 por dólar. Conforme mostrou o g1, o peso derreteu mais de 27% frente ao dólar em 2025, liderando as perdas no ano. O cenário é bastante prejudicial para a inflação.
Apoio de Trump e vitória nas eleições de meio de mandato
O pessimismo no mercado surgiu após investidores demonstrarem preocupação de que o governo de Javier Milei não conseguiria avançar com sua agenda de cortes de gastos e reestruturação das contas públicas na Argentina.
A partir de então, ocorreram sucessivas quedas do peso em relação ao dólar, levando o Banco Central da Argentina a retomar intervenções no câmbio para controlar a disparada da moeda norte-americana (leia mais abaixo).
A volatilidade só começou a ceder depois que o governo dos EUA anunciou apoio à Argentina. Em 20 de outubro, os países oficializaram um acordo de swap cambial de US$ 20 bilhões. Além disso, foi prometido outro incentivo do mesmo valor, elevando o socorro financeiro para US$ 40 bilhões.
Na prática, as medidas aumentam o volume de dólares nas reservas argentinas e buscam recuperar a confiança dos investidores.
Após a confirmação do apoio financeiro pelo governo de Donald Trump, Javier Milei obteve, em 26 de outubro, uma vitória importante nas eleições para a Câmara dos Deputados e o Senado, o que ajudou a conter a disparada do dólar — e pode garantir a continuidade das reformas do atual governo.
Milei anunciou pacote de medidas para tentar aumentar a circulação de dólares na economia argentina
Agustin Marcarian/Reuters
Acordo com o FMI
No início do governo Milei, a melhora nos indicadores econômicos fez com que o líder alcançasse, em 11 abril, um acordo de US$ 20 bilhões em empréstimos junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A primeira parcela, de US$ 12 bilhões, foi disponibilizada ao país poucos dias depois.
O repasse dos recursos representa um voto de confiança do fundo internacional no programa econômico do presidente argentino. Os valores anunciados se somam a dívidas antigas do país junto ao FMI, que já superavam os US$ 40 bilhões.
Nesse cenário, reduzir a inflação é fundamental para o governo do líder argentino, que deseja eliminar completamente os controles de capitais que prejudicam os negócios e os investimentos. Para isso, Milei quer que a inflação permaneça abaixo de 2% ao mês.
Logo após o acordo com o FMI, o banco central da Argentina anunciou uma redução dos controles cambiais, o chamado “cepo”. A flexibilização determinou o fim da paridade fixa para o peso argentino e introduziu o "câmbio flutuante" — quando o valor da moeda é determinado pela oferta e demanda do mercado.
Com isso, o governo de Javier Milei passou a ensaiar o fim do sistema de restrição cambial que estava em vigor desde 2019, limitando a compra de dólares e outras moedas estrangeiras pelos argentinos. A deterioração recente nos mercados, porém, fez o país voltar a intervir no câmbio. (leia abaixo)
Medidas econômicas
Nos últimos meses, o governo e o Banco Central da Argentina lançaram medidas de naturezas monetária, fiscal e cambial para injetar dólar no país, com o objetivo de fortalecer o cumprimento do acordo com o FMI para a recuperação econômica.
Em 22 de maio, o governo também anunciou sua decisão de permitir que os cidadãos utilizem dólares mantidos fora do sistema financeiro — ou seja, guardados "debaixo do colchão" — sem a obrigatoriedade de declarar a origem dos recursos.
Em 10 de junho, lançou medidas como a flexibilização no uso de pesos e dólares no mercado de títulos públicos e um plano de captação de empréstimo de US$ 2 bilhões com emissões de títulos. Além disso, se comprometeu a reduzir a emissão de moeda pelo BC.
Já na semana anterior às eleições de Buenos Aires — e em meio à forte queda do peso frente ao dólar —, o governo de Milei anunciou sua intervenção no mercado de câmbio.
O secretário de Finanças, Pablo Quirno, afirmou em 2 de setembro que o Tesouro Nacional atuaria diretamente na compra e venda de dólares para garantir oferta suficiente e evitar desvalorizações abruptas.
O objetivo do governo é estabilizar a inflação, reforçar as reservas comerciais, melhorar o câmbio e atrair investimentos, enquanto avança no rigoroso ajuste econômico promovido por Milei.
Motiva vence leilão da Fernão Dias e assume concessão até 2040

Leilão da Fernão Dias: empresa que apresentar menor pedágio leva a concessão
A empresa Motiva venceu, nesta quinta-feira (11), o leilão da rodovia Fernão Dias (BR-381), realizado pelo Ministério dos Transportes. O certame ocorreu às 14h, na sede da bolsa de valores de São Paulo, a B3.
Além de oferecer a menor tarifa de pedágio entre as participantes, a vencedora do leilão deverá investir R$ 14,8 bilhões nos próximos 10 anos para modernizar, duplicar e ampliar a rodovia. O contrato de concessão da BR-381 vai até 2040.
A rodovia liga São Paulo a Belo Horizonte, dois dos maiores centros econômicos do país. O trecho de 569 km, que passa por 33 municípios, responde por 15% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e recebe cerca de 250 mil veículos por dia, segundo a Arteris, responsável pela Fernão Dias desde 2008.
Além da empresa, outros dois grupos do setor participaram da disputa:
Consórcio Infraestrutura MG, do grupo EPR - o grupo possui seis concessionárias nos estados de Minas Gerais e Paraná, entre elas a EPR Sul de Minas e a EPR Vias do Café, no Sul de Minas.
Arteris - responsável pela Fernão Dias desde 2008. O grupo também possui outras seis concessionárias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Entre as rodovias sob a sua administração estão a Anhanguera (SP-330), a Régis Bittencourt (BR-116) e o trecho da BR-101 no RJ.
Infográfico - Motiva vence leilão da Fernão Dias e assume concessão até 2040
Arte/g1
A disputa foi decidida pelo maior desconto sobre a tarifa básica de pedágio. A Motiva apresentou deságio de 17,05%, superando os 11,25% do Consórcio Infraestrutura MG, liderado pelo grupo EPR. A Arteris não apresentou oferta de desconto.
▶️ O deságio é um desconto oferecido pela empresa para ganhar o leilão. Se o governo fixa o pedágio em R$ 3 e uma empresa oferece 10% de deságio, por exemplo, ela está dizendo que aceita cobrar R$ 2,70. Quem oferece o maior desconto vence a disputa.
Durante a cerimônia para a tradicional batida de martelo, o presidente da Motiva, Eduardo Camargo, afirmou que a empresa pretende dar continuidade ao trabalho realizado até agora pela Arteris.
“Queremos cuidar muito bem da rodovia que vocês, da Arteris, administraram até hoje. A Fernão Dias é um ativo totalmente alinhado à estratégia da Motiva: grande, complexo e localizado em uma região estratégica para nós", afirmou Camargo.
"Já estivemos presentes em Minas Gerais com o aeroporto de Belo Horizonte — que agora está em processo de venda — e, com a BR-381, chegamos ao estado novamente, assumindo a gestão da Fernão Dias."
Viviane Esse, secretária nacional de Transporte Rodoviário, lembra que a Fernão Dias é a segunda rodovia brasileira em volume de tráfego e tem um número elevado de interrupções por falta de investimentos. Por isso, está prevista a construção de túneis.
“Temos correções de traçado a fazer. Essa é uma rodovia que passa por uma região sinuosa e registrava um número muito alto de tombamentos de carretas. Para se ter uma ideia, no ano passado a rodovia ficou 52 dias interditada, somando todas as paralisações causadas por acidentes e tombamentos”, afirma.
“Como a rodovia tem recebido um volume muito alto de tráfego, o pavimento se deteriorou mais rápido. Por isso, vamos investir R$ 5 bilhões apenas na recuperação e melhoria do asfalto", diz.
O edital prevê:
108 km de faixas adicionais;
14 km de vias marginais;
9 km de correções de traçado;
29 passarelas;
17 interseções otimizadas;
2 Pontos de Parada e Descanso (PPDs)
melhorias de acesso;
passagens de fauna;
áreas de escape;
túneis.
LEIA TAMBÉM: Quais os impactos da nova concessão da Fernão Dias para o Sul de Minas
Rodovia Fernão Dias tem 570 km e corta 33 municípios entre SP e BH
Divulgação Autopista Fernão Dias/OHL
Leilão simplificado
O governo federal chegou a avaliar a prorrogação do contrato da Arteris, mas decidiu abrir uma nova concorrência pública, permitindo a entrada de outras empresas em um leilão simplificado.
A modalidade faz parte de um programa do Ministério que busca melhorar e reorganizar os contratos e oferece ao mercado um modelo já repactuado previamente com a atual concessionária da rodovia.
“A gente constatou que 14 rodovias — praticamente mais da metade das concedidas — estavam com baixa performance, com obras paralisadas ou sem investimentos para continuar. É o caso da Fernão Dias. Por isso, renegociamos esses contratos, modernizamos e incluímos novas obras”, explicou Viviane.
Nesse formato, caso a Arteris não vença o leilão, ela terá direito a uma indenização de R$ 295 milhões paga pela nova concessionária.
Toyota Yaris Cross recebe duas estrelas em teste de segurança do Latin NCAP

Toyota Yaris Cross recebe duas estrelas em teste de segurança do Latin NCAP
O Toyota Yaris Cross recebeu duas estrelas no teste de segurança do Latin NCAP, informou o instituto nesta quinta-feira (11). As notas variam de zero a cinco estrelas e este é um dos resultados mais baixos da marca desde 2021.
Segundo o Latin NCAP, o Yaris Cross avaliado neste teste é o modelo vendido e produzido no Brasil, na fábrica da marca em Sorocaba (SP). Para o instituto, o SUV compacto apresentou os seguintes níveis de proteção:
77% de proteção para adultos;
69% para crianças;
56% para pedestres;
58% de proteção com sistemas de assistência à segurança.
Toyota Yaris Cross em crash test
divulgação/Latin NCAP
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Nos testes, foram destacadas as boas proteções para cabeça e parte inferior das pernas de motorista e passageiro em impactos frontais e laterais. Já os pontos considerados mais frágeis foram a proteção do peito e das coxas do motorista em impactos frontais, além do tórax em impactos laterais.
Segundo o Latin NCAP, a proteção de crianças foi preponderante para a nota baixa do Yaris Cross.
"A falta de um interruptor para desativar o airbag do passageiro ao instalar um SRI voltado para trás no banco do passageiro e a falta de sinalização de aviso em conformidade com os requisitos do Latin NCAP explicam a baixa pontuação", disse a instituição.
Proteção do Toyota Yaris Cross, com verde para áreas mais protegidas e amarelo e laranja para as menos protegidas
divulgação/Latin NCAP
A proteção para pedestres também colaborou, ao demonstrar "falta de assistência de velocidade", segundo o instituto. Também foram listados problemas com a falta de um sensor para detecção de ponto cego.
Toyota Yaris hatch e sedã também foram mal
Além do novo SUV compacto, as versões hatch e sedã do Yaris foram testas pelo instituto e as notas se repetem: duas estrelas. Os apontamentos do Latin NCAP são parecidos, mas estes dois carros foram piores na proteção de adultos.
Toyota Yaris sedã em crash test
divulgação/Latin NCAP
66% de proteção para adultos;
64% para crianças;
54% para pedestres;
58% de proteção com sistemas de assistência à segurança.
"Infelizmente, os resultados obtidos pela Toyota nesta rodada confirmam uma tendência preocupante. Nos últimos anos, o Latin NCAP tem demonstrado desempenhos abaixo do esperado para a marca, com baixos níveis de proteção para ocupantes adultos e crianças e a ausência de tecnologias-chave de segurança ativa em modelos populares de alta demanda", apontou Stephan Brodziak, presidente do conselho de administração do Latin NCAP.
"É surpreendente que, depois de ser líder na região em veículos seguros, a Toyota tenha relaxado tanto seus padrões internos e lançado no mercado modelos tão relevantes com apenas duas estrelas", disse Alejandro Ruas, secretário geral do Latin NCAP.
Yaris Cross é o SUV mais barato da Toyota
Toyota Yaris Cross chega para rivalizar com T-Cross, Creta e HR-V
O Toyota Yaris Carros foi anunciado em novembro, como o primeiro SUV compacto com opções híbridas flex do país, um rival para o mercado mais disputado do setor automotivo.
O SUV ainda está em pré-venda e chega às concessionárias em fevereiro de 2026. Ele será oferecido em quatro versões, com preços entre R$ 161.390 e R$ 189.990.
Veja abaixo os valores.
XRE: R$ 161.390;
XRE Hybrid: R$ 172.390;
XRX: R$ 178.990;
XRX Hybrid: R$ 189.990.
O modelo chega para complementar a linha composta por Corolla Cross, SW4 e RAV4, mas aponta sua mira contra Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Honda HR-V, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks e Fiat Pulse.
O modelo tem motorização inédita no segmento: um sistema híbrido flex que combina um motor 1.5 a combustão com dois motores elétricos — um que atua como gerador de energia para a bateria e outro que auxilia na tração.
Com etanol, o conjunto entrega até 111 cv e promete consumo de 17,9 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada, segundo o Inmetro. A Toyota não divulga o torque total de seus veículos híbridos.
O motor a combustão oferece 12,3 kgfm de torque, enquanto o elétrico entrega 14,4 kgfm. Contudo, como os valores não se somam diretamente no uso real, a marca não especifica um valor combinado.
Esse conjunto é diferente do usado no Corolla e no Corolla Cross, que contam com um motor 1.8 flex nas versões híbridas, ambos com 122 cv.
As versões não híbridas utilizam o motor 1.5 flex de 122 cv e 15,3 kgfm de torque, combinado ao câmbio CVT Multidrive. Em comparação, o 1.5 flex do Honda WR-V oferece 4 cv e 0,5 kgfm a mais.
Senado do México aprova aumentar tarifas sobre diversos países, incluindo China e Brasil

Claudia Sheinbaum
Reprodução / X
O Senado mexicano aprovou, na quarta-feira (10), uma proposta que prevê o aumento das tarifas de importação de uma dúzia de países, incluindo China e Brasil.
O projeto de lei, analisado sob pressão comercial dos Estados Unidos, foi aprovado por 76 votos a favor e cinco contra, em uma sessão que avançou até a noite.
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Além de China e Brasil, também serão atingidos países como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan.
Na terça-feira, a Câmara dos Deputados já havia aprovado a proposta da presidente Claudia Sheinbaum, que agora deve publicá-la para que as novas tarifas passem a valer em 1º de janeiro de 2026.
As novas tarifas vão atingir 1.463 categorias de importação em setores como automotivo, têxtil, vestuário, plásticos, eletrodomésticos e calçados, entre outros, com foco sobretudo em produtos chineses.
A versão original previa tarifas de até 50%, mas a maior parte foi reduzida para cerca de 20% ou 35%, mantendo-se o percentual máximo apenas em poucos casos.
Outros 35 senadores se abstiveram, alegando que o projeto foi preparado às pressas, sem avaliar os efeitos sobre a inflação, e influenciado pela pressão do presidente dos EUA, Donald Trump.
▶️ Os legisladores governistas defenderam que a reforma pretende fortalecer a indústria mexicana, estimular a geração de empregos e ampliar as cadeias de suprimentos.
A proposta “tem como único objetivo fortalecer a economia nacional”, afirmou o senador Juan Carlos Loera, do partido governista Morena, durante o debate.
Pressões dos EUA
Sheinbaum apresentou a proposta em setembro, diante da crescente pressão comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, e de acusações de que o México serviria como rota de entrada para produtos chineses nos Estados Unidos.
O México, ao lado do Canadá, se prepara para negociar a renovação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC) com os Estados Unidos, em meio a novas exigências da Casa Branca.
“Essas tarifas surgem em meio a uma onda de restrições comerciais nos Estados Unidos, o que levanta uma dúvida central: o México está definindo sua própria política comercial ou apenas reagindo — ou pior, obedecendo — a Washington?”, questionou Mario Humberto Vázquez, do partido de oposição PAN.
Sheinbaum contestou as críticas, afirmando que a medida integra o Plano México, criado por ela para fortalecer o mercado interno, reduzir a dependência de importações de outros países e ampliar a participação de conteúdo nacional.
Após o anúncio da reforma em setembro, a China declarou oposição a qualquer forma de “coerção” para limitar suas exportações e disse que avaliava possíveis medidas de retaliação.
O governo de Sheinbaum propôs um “grupo de trabalho” ao gigante asiático para discutir a medida, mas poucos detalhes dessas conversas foram divulgados.
Vários setores e indústrias expressaram resistência à medida. Amapola Grijalva, representante da Câmara de Comércio México-China, disse à AFP que a mudança pode pressionar a inflação e que criar uma cadeia de suprimentos nacional demandaria tempo e investimento.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Ventania provoca cancelamentos e atrasos de voos pelo Brasil pelo 2º dia consecutivo; veja aeroportos afetados

Cancelamentos de voos em São Paulo provocaram efeito cascata em vários aeroportos do país
Os fortes ventos que atingiram São Paulo e Santa Catarina na quarta-feira (10) seguem provocando cancelamentos e atrasos de voos pelo Brasil nesta quinta-feira (11).
O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e o Aeroporto de Congonhas, na capital, já somam 344 voos cancelados entre quarta-feira (10) e a manhã desta quinta-feira (11), após vendaval histórico. Só nesta quinta, foram 100 voos nesta situação.
As rajadas de vento que afetaram o sistema aéreo paulista chegaram a 98 km/h, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Como consequência, diversos aeroportos em outros estados sofreram com atrasos e cancelamentos.
A Defesa Civil afirma que os ventos fortes foram efeitos do ciclone extratropical que se formou no Sul do Brasil e também impactou a capital paulista e região metropolitana.
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Movimentação intensa de passageiros no Aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade de São Paulo (SP), na manhã desta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025. O Aeroporto de Congonhas deu início às operações desta quinta com pelo menos 11 voos cancelados. De acordo com a Aena, concessionária do terminal aéreo, as decolagens estavam programadas para acontecer durante a manhã e a tarde. Até o momento, nenhum voo noturno foi afetado.
Renato Cerqueira/Ato Press/Estadão Conteúdo
📍Rio de Janeiro (RJ)
As operações desta quinta-feira (11) nos aeroportos do Rio — o Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte, e o Santos Dumont, na Região Central — sofrem impactos de cancelamentos e atrasos provocados pela ventania anormal que atingiu São Paulo nesta quarta (10).
📍 Goiânia (GO)
O Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, tem mais dois voos cancelados em razão dos fortes ventos registrados em São Paulo. Ao todo, são 16 voos cancelados, sendo oito partidas e oito chegadas.
Os voos cancelados têm como origem ou destino os aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos, informou a assessoria. Os cancelamentos são das companhias Latam, Gol e Azul. Para informações sobre realocação, os passageiros devem procurar as respectivas companhias aéreas.
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📍 Campo Grande (MS)
Outros dois voos foram cancelados nesta quinta-feira, no Aeroporto Internacional Ueze Elias Zahran, em Campo Grande e pelo menos um está atrasado devido às rajadas de vento que atingiram São Paulo na quarta-feira (10).
📍 Curitiba (PR)
Os fortes ventos registrados na manhã desta quinta provocaram o cancelamento de pelo menos sete voos no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
Por volta das 6h30 desta quinta, dois voos também apresentavam atraso. As operações afetadas tinham como destino São Paulo, nos aeroportos de Guarulhos, Congonhas e Campinas, e Porto Alegre (RS).
A instabilidade no tempo é registrada no Sul e Sudeste desde a tarde de quarta-feira (10), data em que quatro voos que sairiam do Paraná para São Paulo foram cancelados devido às rajadas de vento que atingiam a capital paulista.
📍Vitória (ES)
Doze voos foram cancelados no Aeroporto de Vitória nas últimas 24 horas por causa de ventos fortes que atingiram a Grande São Paulo. Só nesta quinta-feira (11), quatro voos foram cancelados. Até as 9h, dois voos estavam atrasados.
As informações são do painel de voos do site da Zurich Airport Brasil, responsável pelo aeroporto. Na quarta (10), já haviam sido registradas 16 operações afetadas, com oito atrasos e oito cancelamentos.
Aeroporto Afonso Pena tem voos cancelados por causa dos ventos fortes
📍 Natal (RN)
O Aeroporto de Natal registrou atraso em 14 voos. De acordo com a Zurich Airport Brasil, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Natal, foram seis voos da Latam, seis da Gol e dois da Azul.
📍 São José do Rio Preto (SP)
Dois voos que sairiam do aeroporto de São José do Rio Preto (SP) foram cancelados na manhã desta quinta-feira (11) devido aos fortes ventos que atingiram a capital e a região metropolitana de São Paulo (SP). Os passageiros que precisavam viajar com urgência encararam o trajeto de ônibus, que dura cerca de seis horas.
📍 Distrito Federal (DF)
Segundo a Inframérica, concessionária que administra o terminal na capital federal, 37 voos haviam sido cancelados até as 18h desta quinta-feira, entre pousos e decolagens em Brasília, ainda como reflexo do mau tempo. Além disso, 12 voos registravam atrasos. Na quarta-feira, 21 viagens foram canceladas e oito tiveram atrasos superiores a 15 minutos.
📍 Maceió (AL)
Os fortes ventos também provocaram o cancelamento de três voos que partiriam de Congonhas e Guarulhos com destino a Maceió, durante a madrugada desta quinta-feira (11).
Três voos que sairiam da capital alagoana para São Paulo também foram cancelados, ainda segundo a concessionária Aena Brasil, que gere o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Alagoas.
📍 Salvador (BA)
O aeroporto de Salvador teve 14 voos impactados pelo vendaval em São Paulo. Segundo a assessoria do aeroporto da capital baiana, a operação no terminal de Salvador segue normal para pousos e decolagens, sem alterações em outros voos e destinos.
A empresa não detalhou quantos destes 14 foram cancelados ou estão atrasados. A recomendação é que os passageiros verifiquem, junto às companhias aéreas, sobre horários, ajustes na malha aérea e eventuais reacomodações.
📍Recife (PE)
O Aeroporto Internacional do Recife registrou dois cancelamentos de voos nesta quinta-feira (11) — um para Guarulhos e outro para Campinas — por causa dos fortes ventos. Segundo a Aena Brasil, o aeroporto opera normalmente, e as suspensões ocorreram por decisões das companhias aéreas. Na quarta-feira (10), seis cancelamentos foram registrados: quatro chegadas e duas partidas com destino a Congonhas.
📍Teresina (PI)
Pelo menos quatro voos foram cancelados no Aeroporto de Teresina nesta quinta-feira (11). Dois eram da Latam — um vindo de Brasília e outro com destino a Fortaleza — e dois da Azul, um vindo de Recife e outro com destino à capital pernambucana.
📍 Porto Alegre (RS)
Ao menos 15 voos que chegariam ou partiriam do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, foram cancelados. Conforme a Fraport, administradora do aeroporto da capital do RS, oito partidas e sete chegadas foram afetadas. O impasse gerou longas filas.
📍 Rio Branco (AC), Aracaju (SE) e Porto Velho (RO)
Na capital do Acre, um voo que sairia de São Paulo para Rio Branco foi cancelado nesta quinta. Em Aracaju, o Aeroporto Santa Maria registrou dois voos cancelados, ambos para Guarulhos, entre quarta e quinta-feira. Já em Rondônia, o Aeroporto de Porto Velho informou sobre o cancelamento de um voo na quinta.
Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em 11 de dezembro
Giovani Grizotti/RBS TV
Volkswagen Tiguan recebe nota máxima em teste de segurança do Latin NCAP

NovoTiguan recebe nota máxima em teste de segurança do Latin NCAP
O Volkswagen Tiguan recebeu cinco estrelas no teste de segurança do Latin NCAP, informou o instituto nesta quinta-feira (11). As avaliações vão de zero a cinco estrelas, e este é o quarto modelo a obter a nota máxima em 2025 — antes dele, foram avaliados o Jetta, o Tera e o Taos.
Segundo o Latin NCAP, o Tiguan avaliado neste teste faz parte da produção do México e já foi confirmado para ser vendido no Brasil em 2026. Para o instituto, o modelo de SUV de Volkswagen apresentou bom desempenho nos seguintes aspectos:
86% em Ocupante Adulto;
81% em Ocupante Infantil;
80% em Proteção de Pedestres e Usuários Vulneráveis das Vias;
92% em Assistência à Segurança.
Assim como outros veículos avaliados pelo programa, o Tiguan foi submetido a testes de impacto frontal e lateral, impacto lateral de poste, avaliação de chicotada cervical, além de ensaios de proteção a pedestres e de funcionamento dos sistemas de assistência.
Teste de segurança com o Volkswagen Tiguan
divulgação/Latin NCAP
Entre eles estão a Frenagem Autônoma de Emergência (AEB) em diferentes cenários — incluindo AEB urbana e interurbana —, o assistente de velocidade (SAS), o assistente de permanência em faixa (LSS) e o detector de ponto cego (BSD).
Todas essas tecnologias são itens de série em todas as versões e mercados. No teste de impacto frontal, o veículo apresentou instabilidade na estrutura e na área dos pés, o que reduziu a pontuação para ocupantes adultos.
Mesmo assim, o bom desempenho dos cintos de segurança e dos airbags ajudou a compensar a nota. Nos testes de impacto lateral e de impacto lateral de poste, o SUV atingiu pontuação máxima e também se destacou na avaliação de chicotada cervical.
Proteção do Volkswagen Tiguan, com verde para áreas mais protegidas e amarelo e laranja para as menos protegidas
divulgação/Latin NCAP
A proteção para ocupantes infantis ficou próxima da nota máxima, mas houve perda de pontos devido ao risco de interação inadequada do airbag de cortina com crianças instaladas de costas no banco traseiro.
A proteção a pedestres apresentou desempenho sólido, resultado da combinação de recursos de segurança passiva e ativa. Segundo o Latin NCAP, o pacote de segurança ativa do Tiguan teve boa pontuação graças ao desempenho consistente e à oferta de AEB e BSD como equipamentos de série.
A entidade ressalta, porém, que a estrutura do veículo e o acionamento do airbag de cortina ainda podem ser aprimorados para eliminar riscos potenciais. O modelo foi avaliado por decisão voluntária da fabricante.
"A segurança ativa apresentou boa pontuação, explicada pelo desempenho sólido e pela padronização do AEB e do BSD. O desempenho estrutural e o acionamento do airbag de cortina devem ser melhorados para eliminar qualquer risco potencial", destacou a instituição.
Volkswagen Tiguan será vendido no Brasil
Volkswagen Tiguan 2026
divulgação/Volkswagen
O SUV retorna ao Brasil em sua terceira geração e segue como um utilitário de proporções mais avantajadas. São 4,79 metros de comprimento e 2,79 metros de distância entre os eixos. Este espaço é suficiente para que sete pessoas possam viajar maiores distâncias, sem aperto.
Por dentro, o novo Tiguan tem visual mais moderno para os carros da Volkswagen e a maior mudança está na central multimídia de 13 polegadas. Ela é flutuante, tal qual nos carros chineses que tomaram parte das vendas dos SUVs.
Mesmo confirmado para o Brasil, a Volkswagen não divulgou a motorização que o Tiguan trará. Lá fora ele é vendido com opções de motor a combustão e conjuntos eletrificados, com sistema híbrido leve de 48 volts, além de uma variante híbrida plug-in.
Volkswagen Tiguan 2026
divulgação/Volkswagen
Este último, na Europa, permite ultrapassar os 120 km de autonomia apenas no modo elétrico, quando o motor 1.5 turbo fica desligado.
*Essa reportagem está em atualização.
Quem é Henrique Braun, o brasileiro que chegou à presidência mundial da Coca-Cola

Coca-Cola nomeia brasileiro Henrique Braun como novo CEO global
A Coca-Cola anunciou que Henrique Braun, executivo com longa trajetória na companhia, assumirá o cargo de CEO global em 31 de março de 2026, sucedendo James Quincey.
Com dupla nacionalidade — nasceu na Califórnia e foi criado no Brasil — Braun acumulou, ao longo de quase três décadas, experiências em áreas centrais da empresa, incluindo operações, marketing, inovação, cadeia de suprimentos e gestão de engarrafadores.
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Ele é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), possui mestrado em ciência pela Michigan State University e MBA pela Georgia State University. Sua trajetória na Coca-Cola começou em 1996, quando ingressou como trainee na área de Engenharia Global, em Atlanta.
A partir daí, ocupou funções em diferentes regiões, incluindo Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina. Entre 2013 e 2016, liderou a operação da Coca-Cola para Grande China e Coreia do Sul. Depois, presidiu a Coca-Cola Brasil entre 2016 e 2020 e, em seguida, assumiu a liderança da Coca-Cola América Latina até 2022.
Henrique Braun
Divulgação/Coca-Cola
Nos anos seguintes, passou a atuar em funções de alcance mundial: tornou-se presidente de Desenvolvimento Internacional, responsável por unidades operacionais que abrangiam América Latina, Japão e Coreia, Sudeste Asiático, China e Mongólia, África, Índia, Oriente Médio e Eurásia.
Comando mundial da Coca-Cola
Em 2024, foi eleito vice-presidente executivo (EVP) e, no início de 2025, tornou-se diretor de operações (COO), posição que o colocou à frente de todos os mercados da empresa no mundo.
A decisão do conselho de elevá-lo à presidência global reflete o histórico construído em diferentes geografias e o papel exercido na coordenação de estratégias num período marcado por mudanças no comportamento do consumidor, desafios logísticos e maior competição no setor.
Ao ser anunciado, Braun afirmou que pretende aprofundar iniciativas em curso e reforçar a parceria com os engarrafadores ao redor do mundo.
"Vou me concentrar em dar continuidade ao impulso que construímos com nosso sistema. Trabalharemos para desbloquear o crescimento futuro em parceria com nossos engarrafadores", afirmou Braun em comunicado divulgado pela empresa.
Braun substituirá James Quincey, que permanecerá como chairman executivo após liderar a companhia desde 2017.
Durante sua gestão, a Coca-Cola ampliou o foco em bebidas sem açúcar, produtos premium e aquisições em segmentos como leite, café, água com gás e energéticos — direções que devem continuar sob a nova liderança.
Desde que Quincey, hoje com 60 anos, assumiu o posto de presidente-executivo em 2017, as ações da Coca-Cola acumularam alta de quase 63%.
Henrique Braun
Divulgação/Coca-Cola
Coca-Cola nomeia brasileiro Henrique Braun como novo CEO global

Coca-Cola nomeia brasileiro Henrique Braun como novo CEO global
A Coca-Cola anunciou na quarta-feira (10) a promoção de Henrique Braun, um executivo da própria companhia, ao cargo de presidente-executivo. Ele substituirá James Quincey num momento em que as grandes empresas de alimentos e bebidas buscam adaptar suas estratégias a consumidores que procuram opções mais saudáveis e com preços acessíveis.
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Nos últimos anos, linhas como as bebidas sem açúcar e produtos premium — entre eles o leite Fairlife — ajudaram a manter o desempenho da Coca-Cola mais firme num cenário de consumo instável, diferentemente do que ocorreu com concorrentes como a PepsiCo.
Braun tem dupla nacionalidade — nasceu na Califórnia e foi criado no Brasil. Tanto ele quanto Quincey começaram na companhia em 1996 e passaram por diferentes posições de liderança ao redor do mundo. Agora, aos 57 anos, Braun assumirá oficialmente o comando da multinacional em 31 de março de 2026.
Henrique Braun
Divulgação/Coca-Cola
Ele foi nomeado diretor de operações em janeiro, cargo em que acumulou experiência em áreas estratégicas, como cadeia de suprimentos, desenvolvimento de novos negócios e gestão das operações de engarrafamento.
"Vou me concentrar em dar continuidade ao impulso que construímos com nosso sistema. Trabalharemos para desbloquear o crescimento futuro em parceria com nossos engarrafadores", afirmou Braun em comunicado divulgado pela empresa.
Desde que Quincey, hoje com 60 anos, assumiu o posto de presidente-executivo em 2017, as ações da Coca-Cola acumulam alta de quase 63%. Nesse período, ele liderou a companhia em uma fase de maior foco em bebidas sem açúcar e de baixa caloria, além da inclusão de novas categorias no portfólio, como leite, água com gás, café e energéticos, em parte por meio de aquisições.
"Quincey estabeleceu um padrão elevado. Os investidores podem esperar que o novo presidente-executivo continue a renovar o portfólio de marcas", avaliou Kimberly Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partner.
O setor de bens de consumo, de maneira geral, tem passado por mudanças importantes em cargos de alta direção ao longo deste ano, refletindo a necessidade de adaptação das empresas a um ambiente de consumo mais dividido e aos desafios operacionais e logísticos agravados pelas tarifas.
Quem é Henrique Braun?
Braun acumulou, ao longo de quase três décadas, experiências em áreas centrais da empresa, incluindo operações, marketing, inovação, cadeia de suprimentos e gestão de engarrafadores.
Ele é engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), possui mestrado em ciência pela Michigan State University e MBA pela Georgia State University. Sua trajetória na Coca-Cola começou em 1996, quando ingressou como trainee na área de Engenharia Global, em Atlanta.
Henrique Braun
Divulgação/Coca-Cola
A partir daí, ocupou funções em diferentes regiões, incluindo Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina. Entre 2013 e 2016, liderou a operação da Coca-Cola para Grande China e Coreia. Depois, presidiu a Coca-Cola Brasil entre 2016 e 2020 e, em seguida, assumiu a liderança da Coca-Cola América Latina até 2022.
Nos anos seguintes, passou a atuar em funções de alcance mundial: tornou-se presidente de Desenvolvimento Internacional, responsável por unidades operacionais que abrangiam América Latina, Japão e Coreia, Sudeste Asiático, China e Mongólia, África, Índia, Oriente Médio e Eurásia.
Em 2024, foi eleito vice-presidente executivo (EVP) e, no início de 2025, tornou-se diretor de operações (COO), posição que o colocou à frente de todos os mercados da empresa no mundo.
Com informações da agência de notícias Reuters
Coca-cola
Kaboompics/Pexels
Dólar cai e fecha a R$ 5,40 após decisões de juros no Brasil e nos EUA; Ibovespa sobe

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em queda de 1,17% nesta quinta-feira (11), cotado a R$ 5,4044. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em alta de 0,07%, aos 159.189 pontos.
Após as decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado local ganhou fôlego. A postura menos rígida do Federal Reserve (Fed) e a expectativa de corte da Selic em 2026 reduziram a tensão recente, impulsionando o real e a bolsa durante o dia.
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▶️ No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, sem indicar quando começará o ciclo de cortes. Apesar do tom conservador do comunicado, economistas seguem projetando redução da taxa no próximo ano.
▶️ Nos EUA, o Fed reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,5% a 3,75%, e também evitou indicar próximos passos. Powell falou em “pausa”, sem descartar novo corte em janeiro.
▶️ Diante disso, o dólar caiu com a percepção de que o Brasil segue oferecendo juros elevados, atraindo investidores estrangeiros em busca de maior retorno.
▶️ A bolsa acompanhou o movimento: com mais recursos entrando no país e migrando de outros mercados, especialmente dos EUA, o índice voltou a subir.
▶️ No campo político, a corrida eleitoral de 2026 segue em evidência. A aprovação na Câmara da redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro reacende especulações sobre impacto nas eleições e afeta as projeções do mercado em relação às contas públicas. Proposta será avaliada pelo Senado.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,52%;
Acumulado do mês: +1,30%;
Acumulado do ano: -12,55%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +1,15%;
Acumulado do mês: 0,07%;
Acumulado do ano: +32,34%.
Decisões de juros
Na última Superquarta do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 15% ao ano pela quarta vez seguida, mantendo o juro no maior nível em 20 anos.
No comunicado, o BC afirmou que a taxa deve ficar alta por um “período prolongado” devido às incertezas, inflação ainda pressionada e atividade resiliente — sem qualquer sinal de cortes.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, ficou em 0,18% em novembro, o menor para o mês em sete anos. A inflação acumula 3,92% no ano e 4,46% em 12 meses.
▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.
No mesmo dia, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.
Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano.
Além da decisão, o Fed divulgou suas projeções para 2026, apontando apenas um corte nas taxas. A informação frustrou agentes do mercado financeiro, que esperavam sinalização de pelo menos duas reduções ao longo do próximo ano.
Como previsto por analistas, a votação não foi unânime. Dos 12 membros votantes do Fomc, nove votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.
O diretor Stephen Miran, nomeado por Trump em setembro, defendeu um corte maior, de 0,50 ponto percentual. Já outros dois integrantes do colegiado preferiram manter os juros.
Agenda econômica
Vendas no varejo do Brasil
As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,5% em outubro na comparação com setembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado contrariou a expectativa da pesquisa da Reuters, que apontava para uma queda de 0,1%.
Esse foi o maior avanço do setor em sete meses — desde março, quando as vendas tinham subido 0,7%. Na comparação com outubro do ano passado, o varejo também registrou alta de 1,1%, enquanto analistas projetavam recuo de 0,2%.
O setor tem enfrentado um ambiente de crédito mais restrito em razão da taxa Selic — a taxa básica de juros do país, definida pelo Banco Central — que permanece elevada.
Na véspera, o BC decidiu manter a Selic em 15% ao ano e não indicou quando pode iniciar um ciclo de cortes, reforçando que o nível atual deve ser mantido por um período prolongado para levar a inflação à meta.
Esse cenário de juros altos limita o consumo e, ao longo do ano, o varejo tem apresentado resultados próximos de zero. Apesar disso, o mercado de trabalho aquecido e a renda mais alta ajudam a sustentar parte das vendas.
Entre os oito grupos pesquisados pelo IBGE, sete registraram crescimento em outubro:
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: +3,2%
Combustíveis e lubrificantes: +1,4%
Móveis e eletrodomésticos: +1,0%
Livros, jornais, revistas e papelaria: +0,6%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico: +0,4%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +0,3%
Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: +0,1%
O único setor com queda foi Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 0,3%.
Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
O número de novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA — indicador que mostra quantas pessoas solicitaram o benefício pela primeira vez — aumentou em 44 mil na semana encerrada em 6 de dezembro, totalizando 236 mil solicitações.
O número da semana anterior, encerrada em 29 de novembro, foi revisado levemente para cima: de 191 mil para 192 mil.
O resultado ficou acima da projeção da consultoria FactSet, que estimava 213 mil pedidos.
Já os chamados pedidos continuados — que mostram quantas pessoas seguem recebendo o benefício — diminuíram em 99 mil na semana passada, chegando a 1,838 milhão. O número veio abaixo da estimativa de 1,932 milhão. Esse dado é sempre divulgado com uma semana de atraso.
Déficit comercial dos EUA
O déficit comercial dos EUA — diferença entre o que o país exporta e importa — recuou 10,9% em setembro em relação a agosto, somando US$ 52,8 bilhões, segundo o Departamento do Comércio. Analistas consultados pela FactSet esperavam um déficit maior, de US$ 66,6 bilhões no mês.
O dado de agosto também passou por revisão: o déficit foi ajustado de US$ 59,6 bilhões para US$ 59,3 bilhões.
As exportações dos EUA aumentaram 3% em setembro, alcançando US$ 289,3 bilhões, acima da estimativa de US$ 281,5 bilhões. As importações, por sua vez, avançaram 0,6%, totalizando US$ 342,1 bilhões. Analistas projetavam US$ 344,7 bilhões.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados encerraram sem direção única, embora os índices Dow Jones e S&P 500 tenham alcançado recordes históricos, impulsionados pela valorização da maioria das ações. Já o Nasdaq, mais concentrado em empresas de tecnologia, registrou queda.
Parte dos investidores adotou uma postura cautelosa depois que a Oracle sinalizou aumento nos investimentos em tecnologia de inteligência artificial (IA), o que levantou preocupações sobre custos e rentabilidade.
Esse fator reduziu o otimismo gerado pelo Federal Reserve, que indicou uma postura menos “hawkish” — isto é, menos propensa a aumentar os juros — na condução da política monetária.
No fechamento, o Dow Jones avançou 1,34%, aos 48.704,01 pontos, e o S&P 500 teve ganhos de 0,21%, aos 6.900,99 pontos. O Nasdaq, por sua vez, recuou 0,26%, aos 23.593,86 pontos.
As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta quinta-feira, refletindo o otimismo após o corte de juros pelo banco central dos Estados Unidos e os comentários sobre a condução futura da política monetária.
No fechamento, o índice STOXX 600 subiu 0,52%, aos 581,17 pontos. O FTSE 100, da Bolsa de Londres, teve alta de 0,49%, aos 9.703,16 pontos, e o DAX, de Frankfurt, avançou 0,68%, aos 24.294,61 pontos. O CAC 40, de Paris, teve ganho de 0,79%, aos 8.085,76 pontos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda nesta quinta-feira após a decisão de juros nos EUA. No cenário doméstico, a atenção do mercado se voltou para a Conferência Central de Trabalho Econômico da China, que define a agenda econômica do país para 2026.
Analistas esperam que a maior economia do mundo mantenha uma meta de crescimento de cerca de 5% para o ano que vem.
No fechamento, o índice de Xangai teve queda de 0,7%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,86%. Ambos os índices registraram seu terceiro dia consecutivo de perdas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve perda de 0,04%.
No Japão, o Nikkei perdeu 0,90%, a 50.148 pontos. Em outros mercados, o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,59%, para 4.110 pontos; o Taiex, em Taiwan, recuou 1,32%, a 28.024 pontos; e o Straits Times, em Cingapura, destoou com alta de 0,28%, a 4.524 pontos
Dólar
freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters
Tarciana Medeiros, presidente do BB, é eleita novamente a 18ª mulher mais poderosa do mundo pela Forbes

Tarciana Medeiros, presidente do BB, é eleita a 18ª mulher mais poderosa do mundo
A presidente do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, foi eleita a 18ª mulher mais poderosa do mundo em 2025 pela revista Forbes. Ela é a única brasileira entre as 100 escolhidas nesta 22ª edição do ranking. Em 2024, a executiva apareceu na mesma posição.
Tarciana é destacada pela Forbes como a primeira mulher a assumir a presidência do Banco do Brasil em mais de 200 anos de história da instituição. (veja a trajetória dela mais abaixo)
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Segundo a Forbes, Tarciana é vista como uma “defensora apaixonada” de políticas ambientais, destacando o discurso que ela fez na Assembleia Geral da ONU, em 2023, no qual ressaltou a necessidade de ampliar o financiamento para empresas sustentáveis.
"Naquele mesmo mês, ela firmou uma parceria entre o Banco do Brasil e o Banco Interamericano de Desenvolvimento para investir US$ 250 milhões em recursos de energia renovável e infraestrutura sustentável", afirmou a revista.
Para entrar no ranking de mulheres mais poderosas do mundo, a revista considera fatores como visibilidade, fortuna e influência. Para as líderes políticas, os principais critérios são o PIB e a população do país. Já para empresárias, pesam as receitas e o número de funcionários.
As mulheres mais poderosas do mundo
Segundo a Forbes, as mulheres eleitas este ano 22ª lista de 2025 destacam pela resiliência em meio a "perdas de emprego comparáveis às da pandemia, o agravamento da toxicidade da "manosfera" online, e uma certa repreensão política".
Entre as lideranças, o ranking destaca Sanae Takaichi, a primeira mulher a se tornar primeira-ministra do Japão. A Forbes também ressalta MacKenzie Scott, ex-esposa de Jeff Bezos. A autora, ativista e filantropa já destinou mais de US$ 700 milhões a universidades historicamente negras.
Entre os outros destaques estão Lisa Su, presidente e CEO sino-americana da AMD, que fechou um acordo bilionário de chips de IA com a OpenAI, e Kim Kardashian, que expandiu sua marca em parceria com a Nike e captou US$ 5 bilhões em investimentos.
No total, as 100 mulheres eleitas detêm um poder econômico de US$ 37 trilhões e influenciam mais de 1 bilhão de pessoas, seja por meio de políticas, poder midiático ou impacto global.
Veja quem ocupa o topo da lista:
de Singapura, Tan Su Shan, CEO do Grupo DBS, o maior banco do Sudeste Asiático.
dos Estados Unidos, Colette Kress, vice-presidente executiva e diretora financeira da Nvidia
dos Emirados Árabes Unidos, Hana al Rostamani, CEO do Grupo First Abu Bank
dos Estados Unidos, Gwynne Shotwell, presidente e diretora de operação da SpaceX
A trajetória de Tarciana no Banco do Brasil
Ao assumir a presidência do BB, em janeiro de 2023, Tarciana se tornou a primeira mulher a comandar o banco desde sua fundação, em 1808.
Ela iniciou sua carreira profissional em 1988, como feirante. Dez anos depois, atuou como professora. Em 2000, ingressou no Banco do Brasil.
Na instituição, ocupou cargos de gerência de relacionamento e negócios. Passou por unidades do Norte e do Nordeste, além da capital federal. Trabalhou na rede de varejo, agências e superintendências.
Como superintendente comercial da BB Seguridade, desenvolveu modelos estratégicos de indução de vendas no Brasil. Além disso, apoiou a coordenação e o direcionamento do trabalho das equipes de consultores das empresas da Holding BB Seguros.
De 2018 a 2020, esteve à frente da implantação de processos de pós-venda na diretoria de Crédito e Empréstimos.
Em 2021, assumiu cargo de gerente executiva, no qual liderou equipes responsáveis, entre outras funções, pela análise de comportamento de consumo e pela expansão da base de clientes.
Tarciana é formada em administração e pós-graduada em marketing e liderança, inovação e gestão.
Tarciana Medeiros, a primeira mulher a presidir o Banco do Brasil em mais de 200 anos
Divulgação/Banco do Brasil
Por que o preço da prata bateu recorde histórico
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O preço da prata bateu um recorde histórico antes de um esperado corte na taxa de juros do banco central dos Estados Unidos (Fed, na sigla em inglês) enquanto a demanda do setor de tecnologia pelo metal precioso permanece alta.
A prata ultrapassou os US$ 60 (cerca de R$ 329) por onça (equivalente a aproximadamente 28 gramas) no mercado à vista — onde é comprada e vendida para entrega imediata — pela primeira vez na terça-feira (9).
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O ouro, que bateu seu maior recorde no início deste ano, à medida que aumentavam as preocupações sobre o impacto das tarifas dos EUA e as perspectivas da economia global, também registrou ganhos nesta semana.
Os investidores tendem a aplicar dinheiro em metais preciosos como ouro e prata quando as taxas de juros caem e o dólar americano enfraquece.
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Na tarde desta quarta-feira (10), o banco central dos Estados Unidos reduziu as taxas de juros do país em 0,25 percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão era esperada pelo mercado financeiro.
Quando as taxas de juros são reduzidas, os negociadores normalmente compram ativos como a prata porque diminui a vantagem de manter dinheiro no banco ou comprar títulos de curto prazo, disse Yeow Hwee Chua, da Universidade Tecnológica de Nanyang.
"Isso naturalmente desloca a demanda para ativos vistos como reserva de valor, incluindo a prata', afirmou.
Esse movimento para os chamados ativos de "porto seguro" também foi um dos principais motivos para o ouro atingir novos recordes nos últimos meses, ultrapassando US$ 4.000 por onça pela primeira vez.
A alta da prata também pode ser vista como um efeito indireto da valorização do ouro, à medida que os investidores buscam alternativas mais baratas, afirmou Christopher Wong, analista do banco OCBC.
O ouro valorizou mais de 50% este ano, em parte devido às grandes compras realizadas por bancos centrais. Os preços da platina e do paládio também subiram este ano.
Demanda supera a oferta
Especialistas afirmam que o valor da prata também foi impulsionado pela forte demanda da indústria de tecnologia, que superou a oferta.
Isso ajudou mais do que dobrar o valor da prata este ano, superando outros metais preciosos, incluindo o ouro.
"A prata não é apenas um ativo de investimento mas também um recurso físico" e mais fabricantes estão percebendo a necessidade do material, disse Kosmas Marinakis, da Universidade de Gestão de Singapura.
O metal precioso, que conduz eletricidade melhor do que o ouro ou o cobre, é usado para produzir bens como veículos elétricos e painéis solares.
Especialistas preveem que o crescimento das vendas de veículos elétricos vai impulsionar a demanda pela prata, enquanto as baterias avançadas para os carros vão exigir ainda mais desse metal.
Mas é difícil aumentar rapidamente a oferta de prata, já que a maior parte da produção global é um subproduto das minas que extraem principalmente outros metais, como chumbo, cobre ou ouro.
O preço da prata também está sendo impulsionado por preocupações de que os EUA possam impor tarifas sobre ela como parte das políticas comerciais do presidente Donald Trump.
O receio de possíveis tarifas também levou ao armazenamento de prata nos EUA, resultando em escassez em outras partes do mundo.
Os EUA importam cerca de dois terços de sua prata, que é usada na manufatura, assim como em joias e investimentos.
Os fabricantes correm para garantir o fornecimento e assegurar que suas operações não sejam interrompidas pela escassez, o que tem ajudado a impulsionar os preços nos mercados globais, disse Marinakis.
Ele acrescentou que espera que o preço da prata permaneça alto nos próximos meses.
Especialistas acreditam que preço deve permanecer alto nos próximos meses
Reuters via BBC
Salário mínimo será de R$ 1.621 em 2026; veja o que muda e como o valor foi calculado

Salário mínimo sobe para R$ 1.621 em 2026
Adriano Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo
O salário mínimo nacional será de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026 – R$ 103 a mais que os R$ 1.518 em vigor atualmente.
Com o cálculo, que foi antecipado pelo g1, o salário mínimo ficou:
abaixo do previsto no Orçamento de 2026 (R$ 1.631);
menor do que a estimativa do governo do fim de novembro (R$ 1.627).
▶️A explicação é que a inflação, um dos indicadores usados no cálculo, ficou menor do que o esperado.
Para ter validade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda precisa oficializar o novo valor, com a publicação de um decreto presidencial.
O novo salário mínimo entra em vigor em 1º de janeiro. Ou seja: quem recebe o salário mínimo (ou múltiplos dele) ou benefícios vinculados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), já recebe o total reajustado no início de fevereiro.
Entenda abaixo como funciona o salário mínimo, qual a regra de reajuste e como essa mudança impacta a economia brasileira.
Como funciona o salário mínimo?
Como o nome já indica, o salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país.
Salário mínimo 2026
🔎A Constituição diz que trabalhadores urbanos e rurais têm direito a um "salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".
Para o Dieese, o salário mínimo mensal necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 em novembro desse ano, ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de R$ 1.518.
Além disso, pela Constituição, o salário mínimo tem que ser reajustado ao menos pela inflação, para garantir a manutenção do chamado "poder de compra". Se a inflação é de 10%, o salário tem de subir pelo menos 10% para garantir que seja possível comprar, na média, os mesmos produtos.
Nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o reajuste do salário mínimo seguiu exatamente essa regra. Foi reajustado apenas pela inflação, sem ganho real. No mandato de Lula, o salário mínimo voltou a subir acima da inflação (veja detalhes sobre a nova regra mais abaixo nessa reportagem).
Para impedir um crescimento maior da dívida pública, e consequentemente dos juros cobrados do setor produtivo, alguns economistas defendem, porém, que o piso dos benefícios previdenciários deixe de ser vinculado ao salário mínimo, e que volte a ter correção apenas pela inflação.
Referência para 59,9 milhões de pessoas
De acordo com nota técnica divulgada em janeiro deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil.
Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.
O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.
Como o governo chegou aos R$ 1.621?
Se cumprisse apenas a regra da Constituição, de corrigir o valor pela inflação, o governo poderia reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 1.518 para algo em torno de R$ 1.582.
O cálculo leva em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro, que foi de 4,18%.
O governo Lula, no entanto, prometeu ainda durante a campanha que retomaria a chamada "política de valorização do salário mínimo", o que significa aumentos para além da inflação.
Em 2023, o Congresso aprovou uma medida provisória editada por Lula incluiu esse mecanismo na lei. Pela nova regra, o reajuste do salário mínimo levava em conta dois fatores:
a inflação medida pelo INPC até novembro, como prevê a Constituição;
o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.
Por essa regra, o salário mínimo desse ano subiria com base na inflação do ano passado, de 4,18%, e no crescimento do PIB de 2024 (3,4%). E avançaria para R$ 1.636.
Entretanto, em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma lei que restringe o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo a 2,5% (o teto de gastos do arcabouço fiscal).
▶️Ao ser aplicada, então, considera a inflação em doze meses até novembro deste ano (4,18%) mais 2,5% de alta real (PIB de 2024, limitado a 2,5%), elevando o salário mínimo para R$ 1.621 em 2026.
Impacto nas contas públicas
Ao conceder um reajuste para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários, assim como o valor do abono salarial e do seguro-desemprego, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo.
💰De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2026 de aproximadamente R$ 420 milhões.
Um aumento de R$ 103 ao salário mínimo no próximo ano, portanto, corresponde a um crescimento de cerca de R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.
O aumento maior do salário mínimo é um dos principais itens que eleva as gastos obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos "livres" do governo, chamados de "discricionários" – o que pode afetar políticas do governo federal.
Nova CNH será de graça apenas em formato digital; documento físico será pago

Nova CNH será de graça apenas em formato digital; documento físico será pago
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, na última terça-feira (9), a medida provisória que altera as regras da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para reduzir o custo de obtenção do documento.
Entre as mudanças, está a gratuidade para emitir a CNH, mas o benefício é válido apenas para quem optar apenas pela versão digital do documento.
“As pessoas não mexem mais com papel, até o dinheiro é o PIX. Quem quiser ter apenas a carteira digital de trânsito, vai ter apenas a digital. Quem quiser, vai adquirir a carteira física e quem não quiser, vai receber a carteira digital gratuitamente depois do momento em que passar na prova prática do Detran”, disse o ministro dos transportes, Renan Filho.
Com a mudança, a versão física passa a ser opcional, e o valor de emissão do documento permanece inalterado.
Cada Detran define sua própria taxa de emissão da CNH.
Em São Paulo, por exemplo, o valor é de R$ 122,17.
Em Alagoas, a cobrança é maior, chegando a R$ 144,12;
No Acre, a taxa é de R$ 89,75.
Os demais custos continuam existindo, embora alguns fiquem menores. A medida provisória prevê redução de 40% no valor dos exames médico e psicológico, limitados a R$ 180.
As provas teórica e prática também seguem sendo cobradas e, assim como a emissão da CNH física, têm preços que variam conforme o estado.
Novas regras para a CNH
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Divulgação/Detran-AM
Entre as alterações para a obtenção da CNH, estão o fim da exigência de aulas obrigatórias em autoescolas.
Em entrevista ao g1, o ministro disse que o governo vai lançar o aplicativo CNH do Brasil, uma nova versão atualizada do que já existe – a Carteira Digital de Trânsito (CDT) – nesta terça-feira (9), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Após a cerimônia, a expectativa é de que as novas normas sejam publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no mesmo dia. As mudanças passam a valer imediatamente após a publicação. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou as alterações no começo do mês.
Estão entre as mudanças:
Aulas em autoescola deixam de ser obrigatórias;
O conteúdo teórico estará disponível no aplicativo do governo, de graça, e não será mais exigida carga horária mínima;
O aluno poderá usar carro particular e optar por aulas com um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran;
As aulas práticas caem de 20 para 2 horas no mínimo (com um instrutor ou em autoescola);
As provas práticas continuam sendo presenciais, assim como o exame médico e a coleta biométrica;
Quem reprovar na primeira avaliação poderá fazer o segundo teste de graça;
Não haverá mais prazo para a conclusão do processo de habilitação, que hoje é de um ano.
🚗🚙🏍️ Veja perguntas e respostas sobre a nova CNH.
Sala de entrega de Carteira Nacional de Habilitação do Detran-RN
Divulgação
Estímulo ao bom condutor
Além da CNH digital grátis, o ministro dos Transportes também anunciou uma nova regra para a CNH: a renovação poderá ser automática e gratuita para quem for considerado um “bom condutor”.
Segundo o ministro, para ser classificado como bom condutor, o motorista deve:
🪪 Não ter pontos registrados na CNH;
📝 Não possuir infrações de trânsito anotadas no documento.
“O bom condutor, se ele não levar ponto na carteira, se ele não cometer infração de trânsito, ele não vai precisar voltar ao Detran e pagar novas taxas de exame, porque a carteira será renovada automaticamente”, disse o ministro.
É importante notar que não são todos que podem tirar proveito da renovação automática. Segundo a medida provisória, o benefício não pode ser utilizado por:
🧓Condutores com 70 anos ou mais;
🚗️Motoristas a partir de 50 anos receberão o benefício uma única vez;
🧑⚕️A renovação automática não vale para motoristas que têm a validade da CNH reduzida por recomendação médica, em casos de doenças progressivas ou condições que exigem acompanhamento de saúde.
Até então, a renovação da CNH requer algumas etapas e o pagamento de taxas que variam de acordo com o Detran de cada estado, a idade do motorista e a categoria do documento. A renovação pode ser realizada até 30 dias após o vencimento da carteira.
Dirigir com a CNH vencida é uma infração gravíssima, que resulta em:
🪪 7 pontos na CNH;
💰 Multa de R$ 293,47.
Em São Paulo, por exemplo, a renovação envolve os seguintes valores:
Exame médico: R$ 122,17, pago diretamente ao profissional;
Avaliação psicológica: R$ 142,53, cobrada apenas para condutores com a anotação de Exerce Atividade Remunerada (EAR), também paga ao psicólogo;
Taxa de emissão do Detran: R$ 122,17;
Entrega pelos Correios (opcional): R$ 11,00.
Custo da CNH
O ministro afirmou que o governo busca o barateamento da carteira de motorista para a população, a digitalização e a modernização do sistema.
"Essa é uma mudança de cultura da sociedade com o fim da obrigatoriedade. Era uma reserva de mercado e a autoescola podava a inovação. Não haverá desemprego. O instrutor terá oportunidade de ser instrutor autônomo também. Vai valorizar a profissão", disse Renan Filho.
O governo afirma que as mudanças podem reduzir em até 80% o custo para que o cidadão se habilite para dirigir – que hoje pode chegar a R$ 5 mil. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, 20 milhões de pessoas estão dirigindo sem habilitação e 30 milhões têm idade para tirar a carteira, mas não têm dinheiro para pagar.
"Cada cidadão vai contratar as horas que precisa para aprender. Se o cara já dirige moto ele não precisa de 20 horas. Será uma fração entre duas horas e 20 horas. O fato é que agora vamos dar liberdade para as pessoas negociarem", afirmou o ministro.
Passo a passo para a habilitação
A previsão é de que a nova versão do aplicativo CNH do Brasil seja disponibilizada também na terça-feira, após o lançamento oficial. A partir do aplicativo o futuro motorista poderá fazer grande parte do processo para conseguir tirar sua habilitação. Ele pode iniciar o processo numa autoescola também.
Os passos pelo aplicativo são:
Primeiro, o cidadão vai fazer um curso gratuito, mas obrigatório. Ele pode fazer o curso pelo aplicativo, pelo computador, celular, tablet;
Após o curso, o cidadão recebe um certificado que informa estar apto para fazer a prova teórica;
Antes da prova teórica, a pessoa precisa ir ao Detran para fazer a biometria e a foto;
Exame médico e exame psicológico, realizados por qualquer médico e qualquer psicólogo;
Prova teórica;
Após a aprovação na prova teórica, o futuro motorista pode procurar uma autoescola ou um instrutor autônomo;
Prova prática. Se aprovado, o novo motorista recebe automaticamente a CNH digital.
O instrutor autônomo também vai ser identificado pelo aplicativo e registrará as aulas ministradas no sistema. Ao final, o aluno recebe um novo certificado, informando que está apto para a prova prática.
Prova nacional e padronizada
De acordo com o ministro Renan Filho, as provas teóricas e práticas serão padronizadas em todo o país e os simulados vão trazer questões que estarão no teste.
"O aluno do Brasil inteiro vai fazer a mesma prova. Antes, cada Detran fazia um tipo de prova. Vamos padronizar as questões, como o mundo faz. No aplicativo vai poder fazer simulados com as questões que cairão na prova. Diferentemente do Enem, por exemplo. No Enem você tem que esconder as questões porque tem menos vagas do que a demanda. Mas a prova do Detran é ao contrário, quanto mais estudarem a questão, mais vão aprender as regras de transito", disse Renan Filho.
"Era uma confusão. Muitas dessas horas o cidadão passava fazendo baliza, mas ninguém morre fazendo baliza. O máximo é um arranhão no carro. A prova era para reprovar as pessoas, dificultar a vida do cidadão", completou.
*Com reportagem de Isabella Calzolari e Guilherme Balza.
Telebras abre inscrições para concurso com salários de até R$ 11,6 mil; veja como participar

Telebras abre inscrições para concurso
As inscrições para o novo concurso público da Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebras) começam nesta quinta-feira (11), às 10h.
Estão sendo ofertadas 930 vagas de nível superior, com remuneração inicial de até R$ 11.680,78. As oportunidades são para o cargo de Especialista em Gestão de Telecomunicações, com jornada de trabalho de 40 horas semanais.
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Os interessados devem acessar o site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), a banca organizadora do processo seletivo. Os participantes terão até as 18h do dia 02 de janeiro para se inscrever.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
As oportunidades estão dividas entre diversas especialidades, como Advogado, Estatística, Finanças, Marketing, Psicologia, Contador, Administrativo, Auditoria, Comercial, entre outros (veja distribuição abaixo).
As vagas do concurso são distribuídas por cargo, especialidade e localidade, com oportunidades concentradas principalmente em Brasília (DF) e, para alguns cargos, também no Rio de Janeiro (RJ).
O edital prevê tanto vagas imediatas quanto a formação de cadastro de reserva, com um limite máximo de aprovados definido para cada função.
Abaixo, confira a distribuição das vagas e localidades:
Do total de oportunidade, 5% são reservadas para pessoas com deficiência (PcD). Já 30% das oportunidades são destinadas a candidatos negros (pretos ou pardos), indígenas e quilombolas. Dentro desse recorte:
25% para candidatos negros (pretos ou pardos);
3% para candidatos indígenas;
2% para candidatos quilombolas.
Os candidatos concorrem exclusivamente às vagas da localidade escolhida no momento da inscrição, tanto para contratação imediata quanto para cadastro de reserva.
O edital também prevê que, caso o cadastro de reserva de uma localidade se esgote, a Telebras poderá convocar candidatos aprovados para o mesmo cargo em outra cidade, respeitada a ordem de classificação.
Os interessados em participar do concuso devem pagar uma taxa de inscrição é de R$ 130, em ambos os cargos. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
O processo seletido da Telebras será composto por provas objetivas, discursivas e avaliação de títulos — o que significa que candidatos com especializações ou experiência poderão somar pontos adicionais.
As provas objetivas e discursiva do concurso estão previstas para serem aplicadas em 8 de fevereiro de 2026, no turno da tarde. Os locais de aplicação variam de acordo com o cargo e a especialidade escolhidos pelo candidato.
As avaliações serão realizadas em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ) para os seguintes cargos:
Especialista em Gestão de Telecomunicações – Analista de Tecnologia da Informação (cargo 2);
Especialista em Gestão de Telecomunicações – Engenheiro – subatividade Engenheiro de Redes (cargo 13);
e Especialista em Gestão de Telecomunicações – Engenheiro – subatividade Engenheiro de Telecomunicações (cargo 15).
Para os demais cargos previstos no edital, as provas objetiva e discursiva serão aplicadas exclusivamente em Brasília (DF). Os endereços e horários de cada candidato serão divulgados, por meio do cartão de confirmação de inscrição, no dia 27 de janeiro no site da Cebraspe.
É de responsabilidade do candidato identificar o local de prova e comparecer no horário determinado. O edital também prevê que as avaliações poderão ser realizadas em outras localidades, caso não haja disponibilidade de locais suficientes ou adequados nas cidades inicialmente previstas.
A prova objetiva contará com 120 questões do tipo certo ou errado, no modelo Cebraspe, sendo 50 de conhecimentos básicos e 70 de conhecimentos específicos. Cada acerto vale 1 ponto, e cada erro resulta na perda de 1 ponto.
Para não ser eliminado, o candidato deve alcançar 10 pontos em conhecimentos básicos, 21 em específicos e 36 pontos no total.
A prova discursiva valerá 30 pontos e consistirá em um texto dissertativo de até 30 linhas, sobre tema relacionado à especialidade do cargo. Será eliminado quem obtiver nota inferior a 15 pontos.
O concurso terá validade de dois anos, contados a partir da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período, a critério da empresa.
O último processo seletivo da empresa foi realizado em 2021, quando foram ofertadas 1.181 vagas em cargos de nível médio e superior, com salários de até R$ 8,7 mil.
🗓️ Cronograma
Inscrições: 11 de dezembro de 2025 a 2 de janeiro de 2026
Pedido de isenção da taxa: 11 a 14 de dezembro de 2025
Pagamento da taxa de inscrição: até 6 de janeiro de 2026
Divulgação dos locais de prova: 27 de janeiro de 2026
Aplicação das provas objetiva e discursiva: 8 de fevereiro de 2026
Consulta aos gabaritos preliminares: 10 a 12 de fevereiro de 2026
Recursos contra gabaritos e padrão da discursiva: 11 e 12 de fevereiro de 2026
Resultado final da prova objetiva: 11 de março de 2026
Convocações e análise de cotas (PcD, negros, indígenas e quilombolas): 31 de março de 2026
Resultado preliminar da prova discursiva e heteroidentificação: 7 de maio de 2026
Telebras abre inscrições para concurso com 930 vagas e salários de até R$ 11,6 mil
Divulgação
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
Concurso do IBGE: inscrições são prorrogadas; veja novas datas e como participar

Concurso do IBGE com mais de 9 mil vagas tem edital publicado; veja detalhes
As inscrições para o concurso público do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram prorrogadas e agora podem ser feitas até 17 de dezembro.
Inicialmente, o prazo terminaria nesta quarta-feira (11), mas a data foi alterada. A aplicação das provas também foi atualizada e está marcada para 1º de março de 2026.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp
As informações foram divulgadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), organizadora do concurso, em um comunicado publicado na tarde desta quarta-feira (10).
O processo seletivo vai preencher mais de 9 mil vagas temporárias de nível médio em todo o país, para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade.
Os interessados devem acessar o site oficial da Fundação Getulio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso.
➡️ VEJA O EDITAL PARA O CARGO DE AGENTE
➡️ VEJA O EDITAL PARA O CARGO DE SUPERVISOR
Informações sobre o número de vagas, formações exigidas e como serão as provas estão disponíveis nos editais.
Abaixo, o g1 reuniu as principais informações sobre o concurso.
Salários iniciais, funções e benefícios
Distribuição de vagas por cidades
Qual o valor da taxa de inscrição?
Quais são as etapas do concurso?
Como serão as provas?
Qual a validade do concurso?
Cronograma do concurso
Veja os vídeos que estão em alta no g1
1 - Salários iniciais e benefícios 💸
Os salários iniciais variam conforme o cargo e a função desempenhada:
Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM)
Funções: realização de coleta de dados estatísticos em domicílios e estabelecimentos, apoio a levantamentos geográficos e cartográficos, registro e transmissão das informações em sistemas eletrônicos e elaboração de relatórios.
Remuneração inicial: R$ 2.676,24.
Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ)
Funções: planejamento e gestão das atividades de coleta, supervisão das equipes, controle da qualidade dos dados, avaliação técnica de questionários e elaboração de relatórios.
Requisito adicional: possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria B dentro da validade.
Remuneração inicial: R$ 3.379,00.
Para ambos os cargos, são assegurados benefícios como Auxílio Alimentação (no valor de R$ 1.175); Auxílio Transporte; Auxílio Pré-escolar; férias proporcionais e 13º salário proporcional.
IBGE: vagas para profissionais em todo o Brasil
Tânia Rêgo/Agência Brasil/ARQUIVO
2 - Distribuição de vagas por cidades📍
As 9.590 vagas estão distribuídas pelos 26 estados brasileiros e pelo Distrito Federal. As oportunidades seguem a seguinte reserva de vagas: 25% para Pessoas Pretas e Pardas (PPP), 5% para Pessoas com Deficiência (PcD), 3% para Indígenas (PI) e 2% para Quilombolas (PQ).
A divisão por cargo ficou da seguinte forma:
Agente de Pesquisas e Mapeamento
Vagas de ampla concorrência (AC): 5.512;
Vagas destinadas a pessoas declaradas pretas ou pardas (PPP): 2.120;
Vagas destinadas a pessoas indígenas (PI): 254;
Vagas destinadas aos quilombolas (PQ): 170;
Vagas destinadas a pessoas com deficiência (PcD): 424;
Total de Vagas: 8.480.
Supervisor de Coleta e Qualidade
Vagas de ampla concorrência (AC): 715;
Vagas destinadas a pessoas declaradas pretas ou pardas (PPP):: 275;
Vagas destinadas a pessoas indígenas (PI): 33;
Vagas destinadas aos quilombolas (PQ): 22;
Vagas destinadas a pessoas com deficiência (PcD): 55;
Total de Vagas: 1.110.
No momento da inscrição, o candidato deve selecionar o polo (quando houver), com município e estado para o qual deseja concorrer, além de indicar onde realizará a prova.
Navegue pela tabela para consultar quais cargos estão disponíveis em cada região, de acordo com o cargo desejado.
3 - Qual o valor da taxa de inscrição? 🤔
O valor da taxa de inscrição é de R$ 38,50 para ambos os cargos. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa até a data final das inscrições.
4 - Quais são as etapas do concurso? ✍🏽
O Processo Seletivo Simplificado do IBGE é composto por etapas eliminatórias e classificatórias, sendo a principal delas a Prova Objetiva.
Para os candidatos que concorrem às vagas reservadas, há também fases específicas de verificação documental e fenotípica. A seguir, estão detalhadas todas as etapas do concurso:
➡️ Etapa 1 - Inscrições e Solicitação de Isenção
Nesta fase, o candidato formaliza sua participação e define as informações essenciais para o concurso.
Período de Inscrições: até 23h59 do dia 17 de dezembro no site oficial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso.
Escolhas Obrigatórias:
Polo/município/Estado onde deseja concorrer à vaga;
Município/Estado onde realizará a prova.
Solicitação de Isenção: opcional, dentro do mesmo período de inscrições.
Efetivação da Inscrição: ocorre somente após pagamento da taxa (ou deferimento da isenção).
Divulgação das Inscrições: lista preliminar de inscrições deferidas, indeferidas, pedidos para vagas reservadas e solicitações de atendimento especial (previsão: 13 de janeiro de 2026).
➡️ Etapa 2 - Prova Objetiva (Eliminatória e Classificatória)
É a etapa central do Processo Seletivo, responsável por avaliar conhecimentos específicos e gerais.
Data prevista da aplicação: 1º de março de 2026.
Local: aplicada em todos os municípios com oferta de vagas.
Formato: 60 questões de múltipla escolha (cinco alternativas, apenas uma correta).
➡️ Etapa 3 - Procedimentos de Verificação das Vagas Reservadas (PcD, PPP, PI e PQ)
Após a aprovação na Prova Objetiva, os candidatos inscritos nas modalidades de cotas passam por procedimentos específicos, todos de caráter eliminatório.
Pessoas Pretas ou Pardas (PPP)
Procedimento: Confirmação da Autodeclaração.
Como funciona: realizado eletronicamente, com base exclusivamente no fenótipo; o procedimento é gravado.
Pessoas Indígenas (PI)
Procedimento: Verificação Documental Complementar.
Como funciona: análise documental feita por comissão majoritariamente composta por indígenas.
Pessoas Quilombolas (PQ)
Procedimento: Verificação Documental Complementar.
Como funciona: avaliação por comissão formada majoritariamente por quilombolas, mediante apresentação de documentos como declaração de pertencimento e certificação da Fundação Cultural Palmares.
Pessoas com Deficiência (PcD)
Procedimento: Caracterização da Deficiência.
Como funciona: análise documental por equipe multiprofissional, podendo incluir avaliação presencial ou por telemedicina.
➡️ Etapa 4 - Classificação Final e Contratação
Nota Final: corresponde à pontuação obtida na Prova Objetiva.
Classificação: feita em ordem decrescente, considerando a escolha de polo/município/estado e a modalidade de concorrência – Ampla Concorrência (AC), Pessoas com Deficiência (PcD), Pessoas Pretas e Pardas (PPP), Pessoas Indígenas (PI) e Pessoas Quilombolas (PQ).
Resultado Final: divulgado em 30 de abril de 2026.
Contratação: os candidatos classificados serão convocados para declarar interesse no local disponibilizado e deverão apresentar toda a documentação exigida (como escolaridade, aptidão física e mental, entre outros).
IBGE abriu seleção com mais de 9,5 mil vagas para todo o Brasil
Divulgação/IBGE Acervo
5 - Como serão as provas? 📝
As provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório, serão aplicadas presencialmente em todos os municípios com oferta de vagas no dia 1º de março de 2026.
A aplicação será realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em dois turnos, permitindo que o candidato participe das provas das duas funções. Os horários das provas serão os seguintes:
⏰Agente de Pesquisas e Mapeamento – 08h às 11h (horário oficial de Brasília);
⏰ Supervisor de Coleta e Qualidade – 14h às 17h (horário oficial de Brasília).
A duração será de 3 horas, incluindo leitura das instruções, coleta da digital e preenchimento do cartão-resposta.
O candidato deverá realizar a prova exclusivamente no local designado pela FGV, não sendo aceitas justificativas de desconhecimento do local ou horário. O não comparecimento, por qualquer motivo, implicará na eliminação do concurso.
A prova valerá 60 pontos, composta por questões de múltipla escolha (A, B, C, D e E), com apenas uma alternativa correta. O conteúdo seguirá o Anexo II do Edital (veja detalhes abaixo).
A distribuição do número de questões e pontuação depende da função. Para o cargo de Supervisor de Coleta e Qualidade, será da seguinte forma:
Estrutura das Provas – Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ)
Já para Agente de Pesquisas e Mapeamento, a distribuição das questões e pontuação será a seguinte:
Estrutura da Prova – Agente de Pesquisa e Mapeamento (APM)
O candidato será considerado aprovado na Prova Objetiva caso cumpra, simultaneamente, os seguintes requisitos:
Obter mínimo de 18 pontos no total (equivalente a 30% da pontuação máxima);
Alcançar mínimo de 1 ponto em cada disciplina.
Os candidatos que não atingirem esses critérios serão eliminados do processo seletivo.
Já aqueles que concorrem às vagas reservadas — Pessoas Pretas e Pardas (PPP), Pessoas com Deficiência (PcD), Pessoas Indígenas (PI) e Pessoas Quilombolas (PQ) — deverão cumprir etapas complementares após a aprovação na prova objetiva, que incluem:
Confirmação da autodeclaração
Verificação documental complementar
Caracterização da deficiência (para PcD)
Salários de até R$ 16 mil: Caixa publica edital de concurso nesta sexta-feira; veja como se inscrever
6 - Qual a validade do concurso? ⏳
O prazo de validade do Processo Seletivo é de 1 ano, contado a partir da data de assinatura do primeiro contrato. Esse prazo pode ser prorrogado, desde que respeitado o limite máximo de 3 anos, conforme prevê a legislação.
Durante todo o período de validade, os candidatos aprovados e não eliminados permanecerão em lista de espera e poderão ser convocados para contratação sempre que surgir vaga, desde que haja necessidade de serviço e disponibilidade orçamentária.
7 - Cronograma do concurso 📆
Período de Inscrições: 19/11 a 17/12/2025
Solicitação de isenção da taxa de inscrição: 19/11 a 11/12/2025
Cartão de Confirmação de Inscrição para realização da prova objetiva: 16/02/2026
Aplicação da Prova Objetiva: 01/03/2026
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
Mega-Sena pode pagar R$ 38 milhões nesta quinta-feira

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.950 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 38 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h desta quinta-feira (11), em São Paulo.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
No concurso da última terça (9), nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Volante da Mega-Sena
Ana Marin/g1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Entenda as novas regras da CNH em 7 pontos, de aulas gratuitas a renovação automática para ‘bons condutores’

CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas teóricas?
O processo para tirar ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil sofreu mudanças estruturais aprovadas recentemente. O g1 reuniu os principais pontos das novas medidas, que passam a valer em todo o país após sua publicação no Diário Oficial da União. Saiba mais abaixo.
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1. Fim da obrigatoriedade de aulas em autoescola
Um dos principais pontos das novas regras é o fim da obrigatoriedade de aulas em autoescolas para quem deseja obter a habilitação.
Agora, os cursos teórico e prático podem ser realizados fora das autoescolas, seja em instituições credenciadas ou com instrutores autônomos autorizados. Cabe ao instrutor registrar e validar a presença e participação do aluno em cada aula.
A mudança, no entanto, não extingue as autoescolas nem os cursos que elas já oferecem. Quem preferir poderá manter o modelo atual e realizar todo o curso teórico e prático diretamente em uma autoescola.
2. Aulas teóricas gratuitas e online
As aulas teóricas não precisam mais ser feitas presencialmente em Centros de Formação de Condutores; poderão ser realizadas gratuitamente e online pelo novo aplicativo "CNH do Brasil", lançado nesta terça-feira (9). O app é vinculado ao governo federal e deverá ser acessado pela plataforma do gov.br.
Além disso, já não há exigência de 45 horas teóricas; o candidato estuda no ritmo próprio, sem limite mínimo de horas.
3. Redução das aulas práticas e possiblidade de usar carro próprio
As horas práticas obrigatórias caem de 20 para apenas 2 horas, nas quais o candidato pode escolher entre:
Aulas em autoescolas tradicionais;
Aulas com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans.
Outra mudança é a possibilidade de o candidato utilizar um carro próprio nas aulas práticas. Segundo o Ministério dos Transportes, o veículo precisa apenas atender aos requisitos do Código de Trânsito Brasileiro, como:
Ter equipamentos obrigatórios em dia
Manutenção adequada;
Documentação regular.
4. Instrutores autônomos regularizados
Profissionais independentes podem dar aulas, desde que cadastrados pelos Detrans, com requisitos de idade, experiência e formação pedagógica. O sistema registra suas atividades no app, garantindo transparência.
Todos os instrutores autorizados terão seus nomes disponíveis no site oficial do Ministério dos Transportes e também poderão ser consultados pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito (CDT)". A lista incluirá:
Foto;
Dados de credenciamento;
Validade da autorização.
Mesmo vinculado a uma autoescola, o instrutor pode oferecer aulas de forma independente.
5. Processo sem limite de prazo e segunda tentativa gratuita
Acabou o prazo de um ano para concluir todo o processo de habilitação; o candidato pode progredir no seu tempo.
Quem reprovar na prova prática tem direito a uma segunda tentativa gratuita.
6. Renovação automática para “bons condutores”
A renovação poderá ser automática e gratuita para quem for considerado um “bom condutor”. Enquadram-se no critério: motoristas com zero pontos de infração no ano anterior terão renovação automática e gratuita da carteira.
Esse benefício elimina a necessidade de exames médicos e psicológicos, salvo exceções para determinados grupos.
Não terão direito à renovação automática:
Condutores com 70 anos ou mais;
Motoristas a partir de 50 anos, que receberão o benefício apenas uma vez;
Motoristas cuja validade da CNH foi reduzida por recomendação médica, em casos de doenças progressivas ou condições que exigem acompanhamento de saúde.
7. O que permanece obrigatório
Segundo o Ministério dos Transportes, os candidatos ainda terão de comparecer presencialmente em algumas etapas obrigatórias:
Registro biométrico;
Exame médico;
Prova teórica;
Prova prática.
Objetivo da mudança e impacto esperado
O governo afirma que as mudanças podem reduzir em até 80% o custo para que o cidadão se habilite para dirigir – que hoje pode chegar a R$ 5 mil. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, 20 milhões de pessoas estão dirigindo sem habilitação e 30 milhões têm idade para tirar a carteira, mas não têm dinheiro para pagar.
INFOGRÁFICO – O que muda nas regras para tirar a CNH
Arte/g1
CNH Carteira Nacional de Habilitação
g1
Governo quer acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar a CNH
Ventania provoca cancelamentos e atrasos de voos pelo Brasil; veja aeroportos afetados

Aeroporto de Congonhas tem mais de 100 voos cancelados após ventania
Os fortes ventos que atingiram São Paulo e Santa Catarina provocaram cancelamentos e atrasos de voos pelo Brasil nesta quarta-feira (10).
O Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, registrou 167 voos cancelados até as 19h, sendo 80 chegadas e 87 partidas, segundo a concessionária Aena. No Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, 31 voos de chegada precisaram ser desviados para outros aeroportos.
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As rajadas de vento que afetaram o sistema aéreo paulista chegaram a 98 km/h, segundo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Como consequência, diversos aeroportos em outros estados sofreram com os atrasos e cancelamentos.
Veja os impactos abaixo:
Rajadas de vento em SP cancelam mais de 100 voos em Congonhas e altera voos em Guarulhos
📍 Rio de Janeiro – Santos Dumont
A ventania em São Paulo impactou as operações do Aeroporto Santos Dumont, que registrou 38 voos cancelados até as 19h, sendo 22 chegadas e 16 partidas.
No Rio, a ventania passou dos 70 km/h e chegou a derrubar árvores, enquanto os efeitos do ciclone extratropical continuaram influenciando o clima no Sudeste.
📍 Belo Horizonte – Confins
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte registrou ao menos 11 voos cancelados. Segundo a BH Airport, foram seis partidas e cinco chegadas canceladas ao longo do dia.
📍 Curitiba (PR) - Afonso Pena
O Aeroporto Afonso Pena cancelou quatro voos com destino a São Paulo, entre Congonhas e Guarulhos, em função das fortes rajadas que atingiam a capital paulista.
Outros voos sofreram atrasos, mas o terminal paranaense manteve suas operações sem impacto direto do clima local.
Passageiros de um voo entre Curitiba e Congonhas relataram mal-estar após turbulência intensa, que levou a aeronave a arremeter e seguir para Viracopos.
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📍 Brasília (DF)
As rajadas de vento em São Paulo também refletiram no Aeroporto Internacional de Brasília, onde 11 voos foram cancelados e outros oito registraram atrasos superiores a 15 minutos. Um avião da Latam que seguia para Congonhas precisou retornar à capital federal.
Outras duas aeronaves alternaram para Brasília à espera de condições favoráveis para seguir viagem ao estado paulista. A Inframerica orientou passageiros a procurarem as companhias aéreas devido às instabilidades operacionais.
📍 Campo Grande (MS)
O Aeroporto Internacional Ueze Elias Zahran registrou três voos atrasados e um cancelamento durante a manhã. As principais operações afetadas envolviam voos com destino a Congonhas, Guarulhos e Brasília, todos impactados indiretamente pela ventania em São Paulo.
Segundo a concessionária Aena, parte dos voos sofreu remarcação de horários, enquanto o cancelamento não teve justificativa informada até o fechamento da reportagem.
📍 Santa Catarina – Florianópolis e Chapecó
Ao menos 29 voos enfrentaram atrasos ou cancelamentos em Santa Catarina devido à combinação de chuva no estado e aos reflexos da ventania que atingiu São Paulo pela manhã. No Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, foram registrados 12 cancelamentos (sendo 10 da Latam e dois da Gol) além de oito atrasos envolvendo Azul, Gol, Latam, Sky e Aerolineas Argentinas.
No Aeroporto Serafim Enoss Bertaso, em Chapecó, três voos não conseguiram aterrissar pela manhã por causa dos ventos fortes provocados pelo deslocamento de um ciclone extratropical para o mar.
Uma aeronave da Latam, que vinha de Guarulhos, precisou arremeter e retornar para São Paulo. Outros dois voos, da Azul e da Gol, também não conseguiram pousar e voltaram para Campinas e Congonhas, respectivamente.
Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, as rajadas de vento podiam chegar a até 60 km/h no Oeste e 80 km/h em outras regiões do Paraná.
📍 Rio Grande do Sul
No Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, houve atrasos e cancelamentos ao longo da tarde. A administração reforçou a recomendação para que viajantes chequem previamente a situação de seus voos junto às companhias aéreas.
Já o Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, também registrou cancelamentos por conta da ventania em São Paulo e pela variação brusca na direção do vento na região da Serra de Caxias.
A Azul cancelou um voo para Campinas devido ao fenômeno, enquanto a Gol suspendeu uma partida da tarde por causa das restrições operacionais em Congonhas. A Latam também registrou atraso em um voo.
📍 Vitória (ES)
O Aeroporto de Vitória registrou oito voos cancelados e outros oito atrasados. A maioria dos voos impactados tinha como destino Congonhas, Guarulhos ou Campinas, além de partidas e chegadas de Confins.
Segundo a Zurich Airport Brasil, passageiros devem consultar as companhias aéreas para esclarecer os motivos das alterações e verificar remarcações. Os efeitos do ciclone influenciaram a malha aérea em todo o Sudeste, gerando reflexos em diversos aeroportos do país.
Aeroporto Afonso Pena tem voos cancelados por causa dos ventos fortes
📍 Natal (RN)
O Aeroporto de Natal registrou atraso em 14 voos. De acordo com a Zurich Airport Brasil, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de Natal, foram seis voos da Latam, seis da Gol e dois da Azul.
📍 São José do Rio Preto (SP)
No Aeroporto Estadual Professor Eribelto Manoel Reino, quatro voos foram cancelados ao longo do dia e outros três, vindos de Viracopos, pousaram com atraso.
Um voo vindo de Cuiabá precisou alternar para Rio Preto por causa da instabilidade em São Paulo. Depois, seguiu viagem para a capital.
📍 Ribeirão Preto (SP)
Cinco voos que pousariam em Viracopos foram desviados para o Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, por conta do mau tempo que atingiu Campinas. As aeronaves aterrissaram normalmente, e nenhuma operação foi cancelada na cidade.
Segundo a Defesa Civil, Ribeirão Preto não registrou ventos fortes ou chuva significativa no período, e o aeroporto seguiu operando dentro da normalidade. O desvio foi atribuído ao deslocamento do ciclone extratropical que altera as condições do Sudeste.
📍 Goiânia (GO)
O Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, teve 14 voos cancelados — sete partidas e sete chegadas — nesta quarta-feira (10) devido aos fortes ventos que atingiram São Paulo. Os cancelamentos envolveram operações de Latam, Gol e Azul, todas com origem ou destino em Congonhas, Guarulhos ou Viracopos.
Cancelamento de voos deixou o saguão do Aeroporto de Congonhas lotado nesta quarta-feira (10)
Renato S. Cerqueira/Ato Press/Estadão Conteúdo
Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida

Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (10), por unanimidade, manter a taxa básica de juros da economia em 15% ao ano, pela quarta vez consecutiva. A taxa Selic permanece no maior nível dos últimos 20 anos e não há sinais do BC sobre quando terão início os cortes de juros.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
No comunicado, o comitê avalia que manter a Selic em 15% "por período bastante prolongado" é adequado para que a inflação se ajuste à meta. Isso porque, segundo o colegiado, o cenário segue marcado por "elevadas incertezas" que exigem "cautela" na condução da política monetária.
"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho", diz o comunicado do Copom.
Ao indicar que a política monetária seguirá mais rígida por um período prolongado, o Copom mantém o tom duro e não sinaliza cortes na taxa de juros.
Nesta quarta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,18% em novembro e atingiu o menor nível para o mês em 7 anos. No ano, o IPCA acumula 3,92%, e, em 12 meses, 4,46%. Os resultados vieram ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.
▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.
Expectativa de corte só em março
️Nesta semana, a maioria dos economistas do mercado financeiro também deixou de prever que o início do processo de corte da taxa básica de juros terá início em janeiro deste ano.
Isso mostra que o mercado está dividido, com a maioria das instituições financeiras apostando que o início do ciclo de redução dos juros começará em março, com recuo para 14,5% ao ano.
O Copom afirmou ainda que “seguirá vigilante” e que os passos futuros poderão ser ajustados, acrescentando que não hesitará em retomar o ciclo de alta “caso julgue apropriado”.
Composição do Copom.
Raphael Ribeiro/Banco Central
Como o Banco Central atua?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas para a inflação. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Com a adoção da meta contínua em 2025, o alvo foi fixado em 3%, considerado cumprido se o índice ficar entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,40%, 4,16%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços.
➡️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em 11 de novembro, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
➡️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Brasil segue em 2º no ranking de maiores juros reais do mundo após decisão do Copom; veja lista

Copom mantém taxa básica de juros em 15% pela quarta vez seguida
O Brasil continua a ter o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidir nesta quarta-feira (10) manter a taxa Selic em 15% ao ano.
🔎 O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 9,44%.
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A primeira colocação do ranking continuou com a Turquia, que registrou uma taxa real de 10,33%. Em terceiro, está a Rússia, com juros reais a 7,89%.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o MoneYou ressaltou que o Brasil ainda enfrenta incertezas inflacionárias, devido às preocupações com os gastos do governo.
Por outro lado, destacou que o índice de preços do país tem demonstrado alívio diante da queda global do dólar e do “menor ímpeto da atividade econômica”, consequência dos juros elevados.
A Argentina, que ocupava a 4ª posição do ranking com juro real de 5,16% na última medição da MoneYou, manteve a colocação em dezembro, mas com juro de 7,14%.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Selic inalterada
Nesta quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de manter a taxa básica de juros inalterada na faixa de 15% ao ano.
Com isso, a Selic segue no maior patamar em quase 20 anos — em julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a taxa estava em 15,25%.
O anúncio desta quarta-feira marca a quarta decisão seguida pela manutenção da Selic.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira manteve a quarta posição.
Veja abaixo:
Turquia: 39,50%
Argentina: 29,00%
Rússia: 16,50%
Brasil: 15,00%
Colômbia: 9,25%
México: 7,25%
África do Sul: 6,75%
Hungria: 6,50%
Índia: 5,25%
Indonésia: 4,75%
Filipinas: 4,75%
Chile: 4,75%
Israel: 4,25%
Hong Kong: 4,25%
Polônia: 4,00%
Reino Unido: 4,00%
Estados Unidos: 3,75%
Austrália: 3,60%
República Tcheca: 3,50%
China: 3,00%
Malásia: 2,75%
Coreia do Sul: 2,50%
Nova Zelândia: 2,25%
Canadá: 2,25%
Alemanha: 2,15%
Áustria: 2,15%
Espanha: 2,15%
Grécia: 2,15%
Holanda: 2,15%
Portugal: 2,15%
Bélgica: 2,15%
França: 2,15%
Itália: 2,15%
Taiwan: 2,00%
Suécia: 1,75%
Dinamarca: 1,60%
Tailândia: 1,50%
Cingapura: 1,15%
Japão: 0,50%
Suíça: 0,00%
Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
EUA interceptam e apreendem navio petroleiro perto da costa da Venezuela; Maduro fala em 'interferência brutal' de Washington

EUA interceptam e apreendem navio petroleiro perto da costa da Venezuela
Forças militares dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam um navio petroleiro perto da costa da Venezuela nesta quarta-feira (10). O presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou o episódio.
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Não havia confirmação, até a última atualização desta reportagem, do nome do petroleiro, a bandeira que ele ostentava ou o local exato da interceptação.
Durante um evento com empresários na Casa Branca, Trump alegou que a apreensão aconteceu "por uma boa razão". Já o governo da Venezuela, em um comunicado, classificou a tomada do navio como "roubo descarado".
O governo de Nicolas Maduro afirmou que "defenderá sua soberania, seus recursos naturais e sua dignidade nacional com absoluta determinação" e que denunciará a apreensão do petroleiro perante os organismos internacionais.
Durante um ato nesta quarta nas ruas de Caracas, Maduro criticou o "intervencionismo" dos EUA na região, sem citar o navio.
"Da Venezuela, pedimos e exigimos o fim do intervencionismo ilegal e brutal dos Estados Unidos, basta de políticas de mudança de regime, golpes de Estado e invasões no mundo. 'No more' (não mais) Vietnã. 'No more' Somália. 'No more' Iraque. 'No more' Afeganistão. 'No more' Líbia. Basta de guerras eternas e imperiais", discursou, enumerando intervenções de Washington em outros países.
Depois das declarações de ambos, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, também se pronunciou e divulgou o vídeo da operação (veja acima). Ela afirmou que os Estados Unidos cumpriram um mandado de apreensão porque o navio-tanque estava sendo usado para transportar petróleo sancionado da Venezuela e do Irã.
"Há vários anos, o navio-tanque está sob sanções dos Estados Unidos devido ao seu envolvimento em uma rede ilícita de transporte de petróleo que apoia organizações terroristas estrangeiras", disse Bondi.
De acordo com a emissora americana CBS News, fontes anônimas afirmam que o petroleiro apreendido é uma embarcação chamada "The Skipper", sancionada em 2022.
Um repórter do canal ainda afirma que o governo Trump está considerando realizar mais missões desse tipo.
O episódio ocorre em meio a um enorme reforço militar dos EUA na região do Caribe, incluindo um porta-aviões, caças e dezenas de milhares de soldados. Washington afirma que a manobra faz parte de um combate ao tráfico de drogas, mas o governo da Venezuela afirma que o objetivo final seria a derrubada de Maduro e do regime chavista.
Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024.
AFP/Jim Watson
A notícia fez o preço do petróleo subir, após iniciar o dia em baixa.
A Venezuela, um dos membros fundadores da Opep, exportou mais de 900 mil barris de petróleo por dia no mês passado, a terceira maior média mensal do ano até o momento, devido ao aumento das importações de nafta (um dos subprodutos do petróleo) pela estatal PDVSA para diluir sua produção de petróleo cru.
Mesmo com a crescente pressão sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro, Washington não havia interferido no fluxo de petróleo do país.
Trump levantou repetidamente a possibilidade de uma intervenção militar dos EUA na Venezuela.
Soldados americanos descendo em embarcação apreendida
X / Reprodução
Agricultores dos EUA dizem que ajuda de US$11 bi de Trump só 'retarda o sangramento'

Produção de soja nos EUA e Donald Trump
AP Photo/Michael Conroy e REUTERS/Jonathan Ernst
Apesar de acolherem bem o pacote de ajuda de US$11 bilhões do presidente Donald Trump anunciado na segunda-feira (8), agricultores dos EUA dizem que precisam de mais do que isso para compensar as perdas devido aos preços baixos da safra e a guerra comercial travada pelo país.
A quantia anunciada por Trump ajudará os agricultores a se prepararem para a próxima temporada de plantio, disseram cinco agricultores e grupos agrícolas, quatro economistas agrícolas e três banqueiros.
No entanto, eles acrescentaram que esse auxílio é uma fração das perdas agrícolas e não salvará o setor em declínio.
"Esse apoio servirá como uma tábua de salvação para aqueles que estão simplesmente tentando chegar ao próximo ano. Mas é apenas uma tábua de salvação, não uma solução de longo prazo", disse Mike Stranz, vice-presidente de defesa da National Farmers Union.
Os agricultores são afetados com baixos preços de safra, custos mais altos de mão de obra e insumos como fertilizantes e sementes.
Enquanto isso, as exportações de plantios como a soja diminuíram devido às disputas comerciais de Trump.
Isso porque, com o tarifaço, agricultores americanos tiveram que pagar a conta de retaliações por parte de outros países, especialmente da China.
As perdas agrícolas deste ano variam de US$35 bilhões a US$44 bilhões para as nove principais commodities, incluindo milho, soja, trigo e amendoim, disse Shawn Arita, diretor associado do Agricultural Risk Policy Center da North Dakota State University.
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As autoridades do governo Trump afirmaram que a ajuda é apenas um paliativo até que as mudanças nos programas de apoio à agricultura do projeto de lei de impostos e gastos de Trump entrem em vigor. Isso deve resultar em pagamentos mais altos do governo para as fazendas.
A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, disse que o objetivo final do governo é que os agricultores tenham mercados fortes "em vez de cultivar para receber cheques do governo."
Enquanto isso, "essa ponte é absolutamente necessária com base na situação em que estamos agora", disse ela na Casa Branca na segunda-feira.
Os credores agrícolas esperam que menos da metade dos tomadores de empréstimos agrícolas sejam lucrativos em 2026, sendo a liquidez, a renda e a inflação suas principais preocupações, de acordo com uma pesquisa de novembro com credores agrícolas realizada pela American Bankers Association e pela Farmer Mac.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
'Muitos vão quebrar': como tarifas de Trump atingiram agronegócio americano
'Calamidade': fazendeiros dos EUA enfrentam crise após tarifaço
Muito dinheiro, pouco alívio
Mesmo antes da nova ajuda, o governo Trump estava preparado para fornecer aos agricultores um valor quase recorde de US$40 bilhões em pagamentos totais do governo este ano, alimentado por desastres e apoio econômico.
A lei de impostos e gastos de Trump, chamada de One Big Beautiful Bill, pode aumentar alguns pagamentos agrícolas no próximo ano. Ela aumenta os preços de referência -- abaixo dos quais os programas da rede de segurança agrícola são acionados -- para commodities como milho e soja.
O programa de ajuda desta semana "tem como objetivo ajudar os produtores a se manterem até que as principais melhorias da lei One Big Beautiful Bill, incluindo um aumento de 10% a 21% nos preços de referência, entrem em vigor em outubro de 2026", disse Richard Fordyce, subsecretário de produção e conservação agrícola do Departamento de Agricultura dos EUA, em uma ligação com jornalistas na segunda-feira.
Os ajustes nos preços de referência, embora bem-vindos e significativos, não são suficientes para ajudar os agricultores a superar as dívidas crescentes e as despesas mais altas, disse Wesley Davis, economista agrícola independente.
Mais da metade dos agricultores espera usar os pagamentos da ajuda federal para pagar dívidas, em vez de investir em maquinário ou capital de giro, de acordo com uma pesquisa de outubro da Purdue University/CME Group.
Os US$12 bilhões em ajuda serão "bastante distribuídos", disse Jennifer Ifft, professora de economia agrícola da Kansas State University. "Se você estiver em uma situação financeira ruim, isso é apenas uma ponte."
Ajuda apenas 'retarda o sangramento'
Os produtores de soja foram particularmente afetados quando a China suspendeu todas as importações de soja dos EUA entre maio e novembro. Os agricultores perderam bilhões de dólares em vendas de soja no início de sua temporada de pico de exportação e provavelmente não conseguirão recuperar essa demanda perdida, de acordo com operadores e analistas.
A ajuda federal atenderá apenas a cerca de um quarto das perdas de soja, disse Caleb Ragland, agricultor de Kentucky e presidente da American Soybean Association.
"Somos gratos por uma ponte econômica", disse Ragland. Mas o dinheiro está apenas "tapando buracos e diminuindo o sangramento."
A maior parte dos US$12 bilhões não estará disponível para os agricultores de produtos agrícolas e vegetais. Eles podem solicitar apoio de uma parcela de US$1 bilhão, o que não será suficiente para cobrir suas perdas, disse Kam Quarles, presidente-executivo do National Potato Council e copresidente da Specialty Crop Farm Bill Alliance.
Somente para a batata russet, as perdas este ano são de cerca de meio bilhão de dólares, disse Quarles.
"A necessidade é muito maior", disse ele.
Durante o primeiro governo de Trump, ele emitiu cerca de US$23 bilhões em ajuda comercial aos agricultores ao longo de dois anos.
Os agricultores de algumas regiões foram pagos em excesso devido à forma como o USDA calculou os pagamentos, de acordo com um relatório do Government Accountability Office de 2021.
Na segunda-feira, Fordyce disse que essa parcela de ajuda não será ajustada por região, com pagamentos calculados com base em quantos acres os agricultores plantaram, custos de produção e outros fatores.
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Fed corta juros dos EUA pela 3ª reunião seguida, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano

Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (10), veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.
Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em 29 de outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano. (veja no gráfico abaixo)
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Além da decisão, o Fed divulgou suas projeções para 2026, indicando apenas um corte nas taxas. A postura cautelosa foi reforçada pelo presidente da instituição, Jerome Powell, em entrevista a jornalistas (leia mais abaixo). Agentes do mercado financeiro se frustraram com a informação, pois esperavam sinalização de pelo menos duas reduções ao longo do próximo ano.
➡️ A política de juros nos EUA gera reflexos no Brasil. Quando as taxas americanas caem, tende a diminuir a pressão para que a taxa básica de juros brasileira (Selic) siga elevada. Além disso, há possíveis efeitos sobre o câmbio, com valorização do real frente ao dólar. (leia mais)
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O corte de 0,25 ponto nesta quarta foi motivado, novamente, pela preocupação do banco central dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho. Os dados do setor voltaram a ser divulgados em novembro, com restrições, após o término do maior shutdown da história, que durou 43 dias.
🔎 Shutdown é a paralisação parcial do governo dos EUA quando o Congresso não aprova o orçamento. Durante o período, órgãos públicos suspendem serviços não essenciais — incluindo a divulgação de dados econômicos.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) afirmou, em comunicado, que a criação de empregos diminuiu neste ano, enquanto a taxa de desemprego aumentou um pouco. "Indicadores mais recentes são compatíveis com esses movimentos", diz o texto.
A inflação, por sua vez, "continua ligeiramente elevada”, acrescentou o colegiado. Atualmente, a taxa está em 3%, acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed.
"O Comitê busca alcançar o máximo emprego e inflação de 2% no longo prazo. A incerteza sobre as perspectivas econômicas continua elevada. O Comitê está atento aos riscos relacionados aos dois lados de seu duplo mandato e avalia que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses", diz o texto.
Os dados, portanto, levaram o BC dos EUA a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços. Isso acontece porque o banco central dos EUA tem um mandato duplo: precisa estimular o emprego e controlar a inflação.
🤔 De um lado, cortes nos juros costumam tornar o ambiente mais favorável ao mercado de trabalho. Do outro, também podem pressionar a inflação ao tornar o crédito mais acessível.
A decisão desta quarta-feira foi a oitava desde que Donald Trump assumiu como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro — e a terceira com redução dos juros. Desde a posse, o cenário econômico se tornou mais adverso diante da guerra tarifária promovida pelo republicano.
Economistas, agentes do mercado e o próprio Fed têm destacado os impactos nos EUA das sobretaxas aplicadas por Trump. Um dos principais receios é o aumento da inflação ao consumidor americano, uma preocupação que levou o BC do país a postergar a decisão de reduzir os juros.
Nos últimos meses, no entanto, dados de um mercado de trabalho mais fraco indicaram uma desaceleração da economia americana, permitindo cortes pelo Fed. Ao mesmo tempo, a inflação permaneceu sob controle, embora continue acima da meta de 2% da instituição.
No comunicado desta quarta, o Fomc afirmou que "continuará monitorando as implicações das novas informações para as perspectivas econômicas" e que está "preparado para ajustar a política monetária, se necessário, caso surjam riscos que possam comprometer o alcance de seus objetivos".
Como previsto por analistas, a votação desta quarta-feira não foi unânime. Dos 12 membros votantes do Fomc, nove votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.
O diretor Stephen Miran, nomeado por Trump em setembro, defendeu um corte maior, de 0,50 ponto percentual. Já outros dois integrantes do colegiado preferiram manter os juros.
O que disse Jerome Powell
Em entrevista a jornalistas após a divulgação do comunicado, Powell reforçou que o Fed deverá aguardar antes de decidir por novos cortes nos juros.
“Após reduzir nossa taxa básica em 0,75 ponto desde setembro deste ano e em 1,75 ponto desde setembro do ano passado, os juros agora estão dentro de um amplo intervalo estimado como neutro. Estamos bem posicionados para aguardar e observar como a economia evolui”, afirmou.
Powell acrescentou que “a política monetária não segue um curso pré-determinado" e que as decisões serão tomadas "reunião por reunião.”
As projeções do Fed são, de certa forma, otimistas para a economia dos EUA em 2026. Embora as taxas de juros devam permanecer acima do esperado, a previsão é que a economia cresça mais rápido, mesmo com a inflação em queda e a taxa de desemprego também recuando.
Jerome Powell durante uma coletiva de imprensa após decisão sobre taxas de juros, em 17 de setembro de 2025.
Reuters
Mudança na presidência do Fed
Crítico das decisões do Federal Reserve, Donald Trump disse que anunciará no início do ano que vem o substituto para Jerome Powell — alvo frequente das críticas do republicano. O mandato de Powell termina em maio de 2026.
Trump chegou a afirmar em algumas ocasiões sua pretensão de indicar o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent — que recusou o convite. Com isso, o nome de Kevin Hassett, conselheiro econômico da Casa Branca, passou a ser apontado como o favorito para o cargo.
Em entrevista ao site Politico, publicada na terça-feira (9), o presidente dos EUA foi questionado se apoiar a redução dos juros seria um requisito para o próximo indicado a comandar o Fed. Ele respondeu: “Sim”.
Os governadores do Fed, Christopher Waller e Michelle Bowman, também aparecem entre os cotados para assumir a presidência da instituição. A escolha ocorrerá justamente em um momento marcado pela pressão de Trump por cortes nos juros.
Nos últimos meses, o presidente dos EUA se dedicou a indicar pessoas alinhadas à sua agenda econômica para a diretoria do banco central norte-americano.
Em janeiro, a Suprema Corte irá analisar a tentativa de Trump de remover Lisa Cook da diretoria do Fed. Até lá, ela continua no cargo. Além disso, o republicano já nomeou Stephen Miran para substituir Adriana Kugler, que antecipou sua saída em agosto.
Caso a Justiça confirme a demissão de Lisa Cook, Trump terá garantido ao menos duas indicações para a diretoria do Federal Reserve — além da presidência, que está no horizonte.
Em meio às movimentações no Fed, caso Trump alcançasse a maioria de aliados no conselho da instituição — que tem sete membros —, ele teria maior influência sobre a aprovação das nomeações nos 12 bancos regionais. Assim, ampliaria sua interferência sobre a política monetária.
Efeito dos juros no Brasil — e nos mercados
Juros mais baixos nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos públicos norte-americanos.
Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que direcionam seus recursos para os EUA, fortalecendo o dólar.
Dessa forma, quando os juros caem por lá, investidores podem buscar oportunidades em outros países, como o Brasil, aumentando o fluxo de capital e valorizando o real em relação à moeda norte-americana.
Além disso, um dólar mais fraco reduz a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil.
Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020)
Kevin Lamarque / Reuters
Cade aprova fusão entre Petz e Cobasi, criando a maior rede de petshops do Brasil

A compra da Cobasi pela Petz — operação que dará origem à maior rede de produtos e serviços para animais de estimação do Brasil e uma das maiores da América Latina — foi aprovada nesta quarta-feira (10) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
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A liberação, porém, está condicionada ao cumprimento de medidas específicas, entre elas a venda de algumas lojas para reduzir a concentração no mercado.
A Petz informou em fato relevante, divulgado após a decisão, que o Acordo em Controle de Concentração (ACC) firmado com o Cade prevê a venda de 26 lojas no estado de São Paulo.
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Segundo a companhia, essas unidades representaram 3,3% do faturamento combinado das duas empresas nos últimos 12 meses.
"Se vai dar certo ou não é o que vamos medir e monitorar", afirmou o presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima, ao comentar o ACC antes da decisão final.
Com o aval do órgão, a nova empresa passa a reunir mais de 480 lojas distribuídas em cerca de 20 estados do país.
Rival contesta
A rival Petlove contestou a operação, argumentando que a criação de uma empresa "30 vezes maior que o terceiro colocado" poderia "comprometer o mercado" de produtos para pets.
A empresa, que atua principalmente no comércio online, mas mantém lojas físicas no Sudeste e no Sul, enviou petição ao Cade na véspera.
No documento, afirmou que a proposta de venda "de até 28 lojas" não seria suficiente para preservar a concorrência e poderia causar "grave prejuízo à concorrência e ao consumidor".
Apesar das críticas, o presidente do Cade afirmou ter segurança para aprovar o negócio porque há interessados na compra das lojas que serão vendidas. Segundo ele, além da própria Petlove ter manifestado desejo de adquiri-las, outra empresa também demonstrou interesse inicial.
"Tem ainda um pacote comportamental duro, são remédios que se destacam", acrescentou, sem detalhar os compromissos previstos.
A Petz informou em fato relevante que, além da venda das 26 lojas, o ACC inclui “compromissos comportamentais”, mas também não apresentou mais informações.
Caso complexo
Para a conselheira Camila Cabral Pires Alves, esse foi o caso mais complexo analisado pelo Cade nos últimos dois anos — e também o mais difícil no setor de varejo já examinado pela autarquia.
Ela ressaltou que, mesmo com os remédios aprovados, “vamos continuar tendo uma quantidade relevante de mercados com problemas”.
O conselheiro Carlos Jacques Vieira Gomes reforçou que o acordo firmado entre as empresas e o Cade precisa garantir regras claras e equilibradas para a venda das unidades caso haja mais de um comprador interessado.
Já o relator do processo, José Levi Mello do Amaral, afirmou em seu voto que o ACC “parece bom, porque garante uma situação concorrencial melhor” do que a atual.
Às 13h30, as ações da Petz subiam 2,4%, antes de terem sua negociação suspensa pela B3 devido à iminência da divulgação do fato relevante sobre a decisão do Cade. No mesmo horário, o Ibovespa registrava leve alta de 0,1%.
Rede de pet shop está sendo obrigada a regularizar a temperatura de unidades em Santos e Praia Grande (foto)
Petz/Divulgação
Abono salarial, CadÚnico, seguro-desemprego: veja o que muda com o salário mínimo de R$ 1.621

Governo confirma salário mínimo de R$1621 em 2026
O governo confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo vai passar para R$ 1.621 em 2026. Isso representa um aumento de R$ 103 em relação ao valor atual, que é de R$ 1.518.
Esse reajuste passa a valer em janeiro, mas o novo valor só aparece no pagamento de fevereiro. Com a mudança, benefícios e programas sociais atrelados ao salário mínimo também devem ser impactados. Entre eles, estão:
abono salarial PIS/Pasep;
benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
Benefício de Prestação Continuada (BPC);
seguro desemprego;
os valores que permitem a inscrição no Cadastro Único;
seguro-defeso;
os montantes pagos no trabalho intermitente.
Entenda abaixo os principais reflexos do aumento do salário mínimo.
Abono salarial PIS/Pasep
➡️ O que é: o abono salarial PIS/Pasep é um benefício pago anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que trabalharam durante ao menos 30 dias do ano-base (dois anos antes) e que receberam até dois salários mínimos por mês.
➡️ O que muda? Em 2026, o pagamento do abono deve variar entre R$ 135,08 a R$ 1.621, considerando o novo salário mínimo e de acordo com a quantidade de meses trabalhados.
No entanto, as regras para ter acesso ao benefício também vão mudar a partir do ano que vem. A alteração, que faz parte do pacote fiscal aprovado pelo Congresso no fim de 2024, tem como objetivo reduzir os gastos públicos e direcionar o programa aos trabalhadores de menor renda.
💰 Hoje, pode receber quem ganha até dois salários mínimos por mês. A partir de 2026, esse limite não vai mais acompanhar o aumento do salário mínimo.
📉 Ele passará a ser corrigido apenas pela inflação. Na prática, isso significa que, ano após ano, o benefício ficará restrito a trabalhadores de renda mais baixa.
Quem tem direito ao abono do PIS/Pasep deve começar a receber o benefício a partir de 15 de fevereiro de 2026. O calendário ainda será analisado e votado pelo Codefat na próxima semana.
Benefícios do INSS
➡️ O que é: valor pago pelo governo, por meio do Instituto Nacional do Seguro Social, para proteger o trabalhador e sua família em situações como aposentadoria, doença, acidente, maternidade ou morte.
➡️O que muda: Tradicionalmente, os valores pagos pelo INSS passam por um rejuste anual corrigidos pela inflação e pelo novo salário mínimo. Com o aumento, aposentados e pensionistas passam a ter um valor maior no benefício — o que também amplia a margem para crédito consignado.
💰 Quem recebe o piso do INSS (salário mínimo) passará a receber R$ 1.621 em 2026
📉 Para a maioria dos outros benefícios, o reajuste segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — no acumulado de 12 meses até novembro ficou em 4,18%. O valor final sai no início de 2026.
O calendário de pagamentos para o ano que ainda não foi divulgado oficialmente, mas deve seguir o modelo atual, com depósitos distribuídos no fim de cada mês. Os beneficiários seguem divididos em dois grupos: quem recebe até um salário mínimo e quem ganha acima desse valor.
Em 2025, o calendário foi o seguinte:
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
➡️ O que é: benefício é pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza. O valor mensalmente um salário mínimo para idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem não ter meios próprios de se sustentar nem auxílio da família.
➡️ O que muda: valor do benefício passará a ser R$ 1.621 e começará a ser pago no início de fevereiro, já que o reajuste é válido para os salários ou benefícios referentes a janeiro.
Para ter direito ao BPC, é preciso que a renda per capita seja entre ¼ de salário mínimo e meio salário mínimo. Com o reajuste, os valores passarão a ficar entre R$ 405,25 e R$ 810,50.
Em 2025, foram implementadas regras mais rígidas para acesso ao BPC. O recebimento do benefício está condicionado, entre outras exigências, ao cadastramento biométrico e à atualização cadastral a cada dois anos.
Seguro-desemprego
➡️ O que é: ajuda financeira paga a quem trabalhava com carteira assinada e foi demitido sem justa causa. Também pode ser recebida por quem teve o contrato pausado para fazer curso de qualificação, por pescadores no período em que a pesca é proibida (defeso) e por pessoas resgatadas de situações semelhantes à escravidão.
🔎 Neste ano, a tabela anual com as regras para calcular o seguro-desemprego foi atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em 2025, os trabalhadores que tiveram direito ao benefício receberam entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11. ➡️ Veja aqui como fazer o cálculo do seguro-desemprego em 2025 a partir do salário médio.
➡️ O que muda: Os novos valores serão estipulados com base no INPC e no último reajuste do salário-mínimo. Considerando o valor do novo salário mínimo e o que determina a lei, o seguro-desemprego não pode ser inferior ao salário mínimo vigente, que em 2026 será de R$ 1.621. Assim, se o cálculo resultar em um valor menor, o beneficiário recebe R$ 1.621.
Trabalho intermitente
➡️ O que é: modalidade de trabalho que ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado, ou seja, de forma proporcional.
O trabalhador receberá o chamado salário-hora, que não poderá ser inferior ao salário mínimo ou ao dos profissionais que exerçam a mesma função na empresa.
➡️ O que muda: com o aumento para R$ 1.621, os valores de referência diário e por hora para as remunerações vinculadas ao salário mínimo devem ser de aproximadamente R$ 54,03 e R$ 7,37 respectivamente.
Cadastro Único
➡️O que é: o governo federal, os estados e os municípios utilizam o Cadastro Único (CadÚnico) para identificar potenciais beneficiários de programas sociais como Bolsa Família, BPC e vale-gás.
Com a alta no salário mínimo, os valores que permitem a inscrição no CadÚnico também devem subir para:
Renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 810,50);
Famílias com renda acima desse valor podem ser cadastradas para participar de programas ou serviços específicos
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Seguro-defeso
O seguro-defeso é um benefício de um salário mínimo pago para os pescadores que exercem atividade exclusiva e de forma artesanal. O valor é concedido nos períodos em que a pesca é proibida para permitir a reprodução da espécie.
O novo salário mínimo
O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo vai ser de R$ 1.621 em 2026. Com isso, o valor será R$ 103 acima dos atuais R$ 1.518.
O reajuste, de 6,79%, será aplicado a partir de janeiro – ou seja, no salário que o trabalhador recebe em fevereiro. Pelo formato adotado, o reajuste corresponde à soma de dois índices:
a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro – como prevê a Constituição;
o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. No caso de 2026, vale o PIB de 2024 – que cresceu 3,4%.
Em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma lei que limita o ganho real do salário mínimo a 2,5%.
Assim, o reajuste vai somar a inflação acumulada até novembro (4,4%, segundo o IBGE) mais 2,5% de aumento real, ligado ao PIB de 2024.
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Adriano Toffetti/Ato Press/Estadão Conteúdo
Governo confirma que salário mínimo será de R$ 1.621 em 2026

Governo confirma salário mínimo de R$1621 em 2026
O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo vai ser de R$ 1.621 em 2026. Com isso, o valor será R$ 103 acima dos atuais R$ 1.518.
Reportagem do g1 publicada mais cedo, nesta quarta, já informava que a estimativa de valor do salário mínimo para 2026 era essa.
O reajuste, de 6,79%, será aplicado a partir de janeiro – ou seja, no salário que o trabalhador recebe em fevereiro.
Pelo formato adotado, o reajuste corresponde à soma de dois índices:
a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro – como prevê a Constituição;
o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. No caso de 2026, vale o PIB de 2024 – que cresceu 3,4%.
Entretanto, em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma lei que restringe o aumento real do salário mínimo a 2,5% (o teto de gastos do arcabouço fiscal).
Ao ser aplicada, então, considera a inflação em doze meses até novembro deste ano (4,18%, conforme divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira) mais 2,5% de alta real (PIB de 2024, limitado a 2,5%).
Referência para 59,9 milhões de pessoas
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De acordo com nota técnica divulgada em janeiro deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil.
Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.
O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.
Impacto nas contas públicas
Ao conceder um reajuste maior para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários, assim como o valor do abono salarial e do seguro-desemprego, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo.
💰De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2026 de aproximadamente R$ 420 milhões.
Um aumento de R$ 103 do salário mínimo no próximo ano, portanto, corresponde a um crescimento de cerca de R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.
O aumento maior do salário mínimo é um dos principais itens que eleva os gastos obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos "livres" do governo, chamados de "discricionários" – o que pode afetar políticas do governo federal.
Para impedir um crescimento maior da dívida pública, e consequentemente dos juros cobrados do setor produtivo, alguns economistas defendem que o piso dos benefícios previdenciários deixe de ser vinculado ao salário mínimo, e que volte a ter correção apenas pela inflação (como foi no governo Jair Bolsonaro).
Salário mínimo necessário
O Dieese, por outro lado, calculou que o salário mínimo mensal necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 em novembro desse ano, ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de R$ 1.518.
O cálculo leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
-HN- Cédulas de real
Marcos Santos/USP Imagens
Fazenda libera ferramenta para as pessoas se 'autoexcluírem' das apostas online e não receberem publicidade

O Ministério da Fazenda anunciou que está liberada a partir desta quarta-feira (10) uma ferramenta para que as pessoas possam se "autoexcluir" dos sites de apostas online e, com isso, não mais receber publicidade das casas.
O serviço está disponível no site http://gov.br/autoexclusaoapostas. Após efetuar a autoexclusão, as pessoas receberão um documento confirmando essa opção.
Segundo o Ministério da Fazenda, a autoexclusão centralizada é "reconhecida cientificamente como uma estratégia essencial para reduzir os danos à saúde mental da população com relação às apostas".
A autoexclusão poderá acessada por meio de cadastro no portal gov.br e ser viabilizada por um, três, seis, doze meses, ou por um período indeterminado, no qual o apostador deixará seu CPF indisponível para novos cadastros e recebimento de publicidades.
"Uma vez selecionado o prazo, não é possível reverter a escolha durante o período indicado. Há a opção de se autoexcluir do ambiente de apostas por tempo indeterminado (sem prazo). Somente nesse caso, o usuário terá até um mês para invalidar a decisão", informou o governo.
As pessoas também serão convidadas as responder sobre os motivos que as levaram a se autoexcluir:
decisão voluntária,
dificuldades financeiras,
recomendação de profissional de saúde,
perda de controle sobre o jogo (saúde mental),
ou prevenção de uso dos seus dados em plataformas de apostas;
Também é possível escolher não informar o motivo. Em seguida, segundo o governo, é necessário aceitar os termos de uso e checar se os dados pessoais estão corretos.
A plataforma também disponibilizará informações sobre pontos de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), direcionando o usuário para o Meu SUS Digital e a Ouvidoria do SUS — por meio dos quais as pessoas poderão "testar" se têm algum tipo de problema com vício em apostas online, e procurar ajuda.
A partir de fevereiro de 2026, informou o governo, a rede pública de saúde também vai ofertar teleatendimentos em saúde mental com foco em jogos e apostas por meio de parceria com o Hospital Sírio-Libanês dentro do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional (Proadi-SUS) e uma parceria com o Hospital Sírio-Libanês.
Objetivo da autoexclusão é reduzir danos e prover assistência a pessoas e grupos sociais em 'situação de comportamento de jogo problemático'.
Augusto César Gomes/g1
MAPA: Veja quantos nascimentos, casamentos, divórcios e mortes foram registrados na sua cidade em 2024

Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, segundo pesquisa do IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (10) as Estatísticas do Registro Civil de 2024, com informações sobre nascimentos, mortes, casamentos e divórcios. Os dados são informados pelos cartórios e tabelionatos de todo o país (veja abaixo).
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Confira no mapa quantos nascimentos, casamentos, divórcios e óbitos foram registrados na sua cidade:
👶Nascimentos
Seguindo a tendência nos últimos anos, o número de nascimentos registrados caiu em relação ao ano anterior: foram mais de 2,3 milhões de registros de nascidos vivos, uma queda de 5,8%.
A diminuição do número de nascidos vivos aconteceu em todos os estados do país, sendo maior no Acre (8,7%) e menor na Paraíba (1,9%). É o sexto ano consecutivo de redução na natalidade;
O total de nascidos vivos nos últimos 20 anos diminui nas faixas etárias até 34 anos, enquanto entre 35 ou mais, esse número aumentou. Em 2004, mais da metade dos nascimentos vinham de mães com menos de 24 anos de idade; 20 anos depois, eles representam 35% dos nascimentos.
💍 Casamentos
Foram registrados 948.925 casamentos civis em 2024; entre eles, 12.187 foram entre pessoas do mesmo sexo;
Entre 2023 e 2024, o número de casamentos cresceu aproximadamente 1%. Entre pessoas do mesmo sexo, o crescimento foi de 9%;
Nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a idade média ao casar era de 34 anos entre homens e 32 anos entre mulheres. Nos casamentos entre pessoas de sexo diferentes, a idade média de mulheres é de 29 anos, e a de homens, 31.
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💔Divórcios
Os cartórios e tabelionatos informaram 428.301 divórcios em 2024, sendo 82% (350.407) judiciais e 18% (77.894) extrajudiciais;
O número de divórcios é 2,8% menor que em 2023. A última vez que a quantidade de separações caiu foi entre 2019 e 2020;
A decisão pela guarda compartilhada dos filhos menores de idade superou pela primeira vez as sentenças em que a guarda fica com a mãe: 45% ante 43% das decisões.
⚰️ Mortes
Foram registrados 1,5 milhão de óbitos em 2024, um aumento de 4,6% em relação ao ano de 2023. Segundo o IBGE, esse aumento se explica pelo envelhecimento populacional;
93% das mortes foram de causas naturais;
Entre os homens, os óbitos por causas não naturais chegaram a 85.244, número 4,7 vezes maior que o registrado entre as mulheres (18.043).
Cartórios informaram ao IBGE 193 casamentos de menores de 16 anos em 2024, segundo instituto
Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, segundo pesquisa do IBGE Os cartórios brasileiros informaram ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que em 2024 o país teve 193 casamentos civis envolvendo menores de 16 anos em 2024, 91 casos a mais que o ano anterior. Pela legislação brasileira, casamentos com menos de 16 anos são proibidos, mesmo com consentimento dos pais, o que torna esses registros incompatíveis com a lei. Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil de 2024, divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE. Segundo os registros, houve 5 casamentos em que ambos os cônjuges tinham menos de 16 anos; 183 casos em que a noiva era menor de 16 anos e o noivo tinha 16 anos ou mais; e 5 casamentos em que o noivo era menor de 16 anos, cônjuges de 16 anos ou mais. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Veja os vídeos que estão em alta no g1 Entre os 5 casamentos com meninos menores de 16 anos e mulheres maiores de 16, há 1 registro em que a cônjuge tinha entre 16 e 19 anos. Nos outros casos, a mulher tinha de 20 a 24 anos. Já entre os 183 casamentos informados pelos cartórios envolvendo meninas menores de 16 anos com homens mais velhos, a distribuição etária do cônjuge masculino foi: 51 casos: homens entre 16 e 19 anos; 88 casos: homens de 20 a 24 anos; 29 casos: homens de 25 a 29 anos; 7 casos: homens de 30 a 34 anos; 3 casos: homens de 35 a 39 anos; 1 caso: homem de 40 a 44 anos; 1 caso: homens de 50 a 54 anos; 3 casos: idade do cônjuge masculino não informado Segundo Klivia Brayner de Oliveira, demógrafa e uma das técnicas responsáveis pela pesquisa, o IBGE realiza verificações quando identifica possíveis inconsistências, como erros de digitação ou registros incompatíveis. "A gente verifica, só que a gente também precisa confiar na informação do cartório. O cartório é responsável por esses dados. Então acontece da gente ter que voltar e pedir para verificar. Às vezes, pedimos para revisarem, e eles confirmam a informação”, afirma. Tem uma sugestão de reportagem? Fale com o g1 Klívia observa que alguns desses registros podem refletir a idade dos cônjuges no início de uma união estável que existia antes da formalização no cartório. Em certos casos, os próprios casais buscam na Justiça que a data do casamento corresponda ao início da união estável para assegurar direitos retroativos. "Também tem os casos que as pessoas entram na justiça e querem que a data do casamento corresponda à data da união estável. E na união estável, a pessoa tinha aquela idade, era menor de idade. Então a gente fica nessa encruzilhada, porque precisamos pegar a informação que está no cartório", pontua. Dados do Censo também mostram casamento civil de crianças e adolescentes Dados do Censo 2022 também corroboram a existência de casamentos envolvendo crianças e adolescentes. Das 34 mil pessoas entre 10 e 14 anos que viviam em união conjugal no Brasil em 2022, cerca de 7% relataram casamento no civil e no religioso e 4,9% só no civil. O IBGE afirma que não exige comprovação documental das uniões durante o recenseamento, registrando o que o respondente afirma no questionário. Veja outros destaques das Estatísticas do Registro Civil: Foram registrados 948.925 casamentos civis em 2024; entre eles, 12.187 foram entre pessoas do mesmo sexo; Nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a idade média ao casar era de 34 anos entre homens e 32 anos entre mulheres. Nos casamentos entre pessoas de sexo diferentes, a idade média de mulheres é de 29 anos, e a de homens, 31; O número de nascimentos registrados caiu pelo sexto ano consecutivo: foram mais de 2,3 milhões de registros, uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior; Em 2004, mais da metade dos nascimentos vinham de mães com menos de 24 anos de idade; 20 anos depois, eles representam 35% dos nascimentos; Os cartórios e tabelionatos informaram 428.301 divórcios em 2024, sendo 82% judiciais e 18% extrajudiciais, quantidade 2,8% menor que em 2023. A última vez que o número de divórcios caiu foi entre 2019 e 2020; A decisão pela guarda compartilhada dos filhos menores de idade nos divórcios superou pela primeira vez as sentenças em que a guarda fica com a mãe: 45% ante 43% das decisões.
Número de óbitos volta a subir no Brasil em 2024 após dois anos de queda, aponta IBGE
Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, segundo pesquisa do IBGE Após dois anos consecutivos de queda, o número de mortes voltou a subir no Brasil, segundo as Estatísticas do Registro Civil de 2024, divulgadas nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, foram registrados 1.495.386 mortes em 2024, aumento de 4,6% em relação a 2023. É a primeira alta desde 2021, quando o total de mortes atingiu o pico da série histórica Após o pico de 1.786347 mortes em 2021, durante a pandemia, o total vinha em queda. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Envelhecimento populacional explica avanço dos óbitos Veja os vídeos que estão em alta no g1 Segundo Klivia Brayner de Oliveira, demógrafa e uma das técnicas responsáveis pela pesquisa, o aumento de mortes é esperado, depois de dois anos consecutivos de quedas, decorrente da diminuição dos casos da pandemia. O IBGE também explica esse aumento pelo envelhecimento da população. Com menos nascimentos e maior longevidade, o país concentra cada vez mais pessoas em faixas etárias em que o risco de morte é naturalmente mais elevado: "Em 2024, houve esse aumento, mas a gente tem que considerar que a população está envelhecendo. Então, com o envelhecimento da população, a probabilidade dessa população mais envelhecida morrer vai sendo maior. Tanto é que o aumento no número de óbitos é principalmente na faixa etária dos idosos com 70 anos ou mais." Tem uma sugestão de reportagem? Fale com o g1 Em 2024, pessoas com 60 anos ou mais responderam por 72% de todos os óbitos registrados. O número de mortes nessa faixa etária aumentou 5,6% na comparação com o ano anterior. População brasileira segue envelhecendo A tendência de elevação da idade média da população brasileira é impulsionada sobretudo pela queda no número de nascimentos. A idade média, que era de cerca de 28 anos em 2000, alcançou aproximadamente 35 anos em 2024, consolidando o processo de envelhecimento populacional. Ainda segundo o IBGE, 96,6% do crescimento total dos óbitos corresponde a mortes por causas naturais, reforçando o impacto do envelhecimento na estatística. Veja outros destaques das Estatísticas do Registro Civil: Foram registrados 948.925 casamentos civis em 2024; entre eles, 12.187 foram entre pessoas do mesmo sexo; Nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a idade média ao casar era de 34 anos entre homens e 32 anos entre mulheres. Nos casamentos entre pessoas de sexo diferentes, a idade média de mulheres é de 29 anos, e a de homens, 31; O número de nascimentos registrados caiu pelo sexto ano consecutivo: foram mais de 2,3 milhões de registros, uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior; Em 2004, mais da metade dos nascimentos vinham de mães com menos de 24 anos de idade; 20 anos depois, eles representam 35% dos nascimentos; Os cartórios e tabelionatos informaram 428.301 divórcios em 2024, sendo 82% judiciais e 18% extrajudiciais, quantidade 2,8% menor que em 2023. A última vez que o número de divórcios caiu foi entre 2019 e 2020; A decisão pela guarda compartilhada dos filhos menores de idade nos divórcios superou pela primeira vez as sentenças em que a guarda fica com a mãe: 45% ante 43% das decisões.
IBGE: Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, que ainda responde por 43% dos casos

Guarda compartilhada supera guarda exclusiva da mãe, segundo pesquisa do IBGE
Pela 1ª vez, os divórcios com guarda compartilhada dos filhos (45%) superaram os casos em que a responsabilidade ficou exclusivamente com a mãe (43%), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
MAPA: Veja quantos casamentos e divórcios houve na sua cidade
Apesar do aumento, a guarda materna ainda representa quase metade das decisões, enquanto a guarda atribuída somente ao pai aparece em 3% dos registros. As informações fazem parte das Estatísticas do Registro Civil.
De acordo com Klivia Brayner de Oliveira, demógrafa e uma das técnicas responsáveis pela pesquisa, isso pode ser explicado pela implementação 10 anos atrás da lei conhecida como a "Lei da Guarda Compartilhada".
"A gente foi observando ano a ano a partir de 2014, um aumento dessa guarda compartilhada", disse a pesquisadora.
Os casos de guarda compartilhada subiram de 42% para 45%, e os divórcios com guarda materna foram de 45% para 43%.
"A legislação de 2014 coloca que a guarda compartilhada, no caso de separação com filhos menores, deve ser priorizada. Se os pais tiverem o poder de exercer, condições de exercer o poder familiar, isso deve ser feito. A criança deve ter tempos parecidos de convivência com a mãe e com o pai", aponta Klivia.
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Veja os vídeos que estão em alta no g1
Segundo os dados do IBGE, o Brasil registrou 428.301 divórcios em 2024, sendo 82% (350.407) judiciais e 18% (77.894) extrajudiciais. Os resultados mostram ainda que 30% dos divórcios envolviam casais sem filhos.
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Menos divórcios, mais casamentos
Os números apontam ainda uma queda na quantidade de divórcios registrados entre 2023 e 2024: foram 2,8% a menos do que no ano anterior. A última vez que houve queda nesse indicador foi entre 2019 e 2020 (13,6%).
Embora os registros de divórcios tenham diminuído no Brasil, os casamentos têm durado um pouco menos. Entre 2023 e 2024, o tempo médio entre a data do casamento e divórcio no país caiu de 15 para 14 anos.
Os municípios que mais registraram divórcios, em relação a quantidade de casamentos:
Itaitinga (CE): 47 divórcios para cada casamento registrado
Jacuizinho (RS): 14 divórcios para cada casamento registrado
Wanderlândia (TO): 8 divórcios para cada casamento registrado
São Miguel da Boa Vista (SC): 8 divórcios para cada casamento registrado
São Bento do Norte (RN): 7 divórcios para cada casamento registrado
Chorrochó (BA): 6 divórcios para cada casamento registrado
Águas Lindas de Goiás (GO): 6 divórcios para cada casamento registrado
Marcos Parente (PI): 4 divórcios para cada casamento registrado
Barra do Mendes (BA): 4 divórcios para cada casamento registrado
Xambrê (PR): 3 divórcios para cada casamento registrado
Por outro lado, houve um pequeno aumento nos casamentos entre 2023 e 2024, menos de 1%, mas não chegou ao patamar pré-pandemia.
De acordo com Klivia, apesar da comparação com o ano anterior mostre um aumento de casamentos e queda nos divórcios, é preciso analisar a década para compreender o fenômeno.
"A gente olha as séries históricas. Embora façamos a comparação ano a ano, sempre analisamos as tendências. Por exemplo: neste ano tivemos um pequeno aumento nos casamentos, mas, observando a série histórica, verificamos que desde 2016 os casamentos apresentam tendência de queda."
O que é um devedor contumaz? Câmara aprova regras mais rígidas; veja perguntas e respostas

O que é um devedor contumaz? Câmara aprova regras mais rígidas; entenda
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (9) uma proposta que combate o chamado devedor contumaz. Assim são chamados os contribuintes que deixam de pagar impostos de maneira planejada e recorrente a fim de driblar legislações tributárias.
O projeto, que segue para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquadra como devedor contumaz o contribuinte que usa a inadimplência de tributos reiterada e injustificada como estratégia de negócio.
Pela proposta, entram nesta categoria os contribuintes que têm, em nível federal, dívida tributária superior a R$ 15 milhões e correspondente a mais de 100% do seu patrimônio conhecido. Nos estados e municípios, a caracterização será diferente.
A seguir, o g1 explica quais são as características do devedor contumaz, de que forma a legislação brasileira enquadra esse tipo de contribuinte e quais punições podem ser aplicadas. Confira:
O que é devedor contumaz?
Quais são os tipos de devedores?
Quando alguém pode ser considerado devedor contumaz?
Quais punições podem ser aplicadas?
O que diz a proposta aprovada?
Quais são os benefícios para bons pagadores?
Como foi a votação?
O que é devedor contumaz?
💸 Devedor contumaz é a empresa ou pessoa que deixa de pagar impostos de forma repetida e proposital, mesmo tendo condições de pagar.
Ou seja, não se trata de alguém que atrasou impostos por dificuldade financeira, mas de quem usa o não pagamento como estratégia para lucrar mais.
Esse tipo de devedor costuma acumular dívidas altas, atrasar impostos de forma repetida e usar estratégias para fugir da cobrança, o que permite vender mais barato e competir de forma desleal.
🔎 A lei trata esse caso de forma diferente de um simples atraso. Há um processo administrativo, com direito à defesa.
Se ficar claro que o não pagamento foi proposital e recorrente, o contribuinte é classificado como devedor contumaz e passa a sofrer punições mais rigorosas.
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Quais são os tipos de devedores?
Pela legislação, existem três tipos de devedores:
▶️ Devedor eventual: é quem atrasa o pagamento de impostos por uma dificuldade momentânea, como falta de dinheiro no período ou porque está contestando a cobrança de forma legal. Não age com a intenção de obter vantagem.
▶️ Devedor fraudulento: é quem pratica irregularidades ou crimes para esconder impostos, enganar o Fisco ou impedir que a dívida seja cobrada.
▶️ Devedor contumaz: é quem deixa de pagar impostos de forma repetida e intencional, usando o não pagamento como parte do modelo de negócio para lucrar mais, prejudicando concorrentes e o Estado.
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Quando alguém pode ser considerado devedor contumaz?
De acordo com a proposta aprovada, antes de alguém ser oficialmente classificado como devedor contumaz, será aberto um processo administrativo que dará a chance de defesa ao contribuinte.
O projeto também estabelece regras claras para definir quando a dívida é considerada alta, chamada de dívida substancial.
▶️ No caso da proposta, a dívida é considerada substancial quando:
O total devido é igual ou superior a R$ 15 milhões em tributos federais;
O valor é maior do que todo o patrimônio conhecido do devedor.
🔎 No caso de impostos estaduais e municipais, cada ente terá até um ano para fixar seus próprios critérios sobre o que é considerado uma dívida elevada. Se isso não acontecer dentro desse prazo, passam a valer os mesmos parâmetros já definidos.
Quanto ao período da dívida, o não pagamento precisa ocorrer por vários meses consecutivos ou se repetir ao longo de um ano — no caso das empresas, em apurações mensais ou trimestrais.
Além disso, deve ficar comprovado que não houve um motivo legítimo para o atraso, isto é, que a falta de pagamento não decorreu de dificuldades reais ou de uma situação excepcional.
O processo administrativo também permite distinguir quem teve um problema pontual de pagamento de quem utiliza o não recolhimento de impostos de forma recorrente, causando prejuízos ao Estado e distorções na concorrência.
▶️Durante a análise do caso, o contribuinte pode demonstrar que deixou de pagar os impostos por um motivo legítimo, e não por má-fé. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando:
Houve situação de calamidade reconhecida pelo governo, como enchentes ou desastres;
A empresa teve prejuízo financeiro, tanto no ano atual quanto no anterior, desde que não existam indícios de fraude;
Não foram praticadas manobras para esconder bens ou fugir da cobrança, como distribuir lucros, reduzir o capital da empresa ou fazer empréstimos suspeitos.
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Quais punições podem ser aplicadas?
De forma geral, a punição é tornar a vida do devedor contumaz mais difícil até que ele regularize a situação, protegendo quem paga impostos corretamente e evitando concorrência desleal.
Com isso, podem ser adotadas medidas administrativas restritivas. Entre as principais, estão:
🚫 Proibição de usufruir de benefícios fiscais. A empresa perde o direito a incentivos do governo, como isenções, descontos ou regimes especiais de tributação. Ou seja, passa a pagar todos os impostos normalmente, sem qualquer vantagem.
🚫 Proibição de participar de licitações públicas. O devedor contumaz não pode disputar contratos com o poder público. Isso significa que a empresa fica impedida de vender produtos ou prestar serviços para órgãos federais, estaduais ou municipais.
🚫 Proibição de pedir ou dar seguimento à recuperação judicial. A empresa não pode usar a recuperação judicial para reorganizar suas dívidas enquanto estiver classificada como devedora contumaz. Na prática, perde esse instrumento de proteção para renegociar débitos e tentar se manter em funcionamento.
🚫 Também será possível tornar inapta a inscrição da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
💰 No âmbito federal, haverá também a possibilidade de abertura de processo para fazer a cobrança tributária.
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Câmara dos Deputados aprova punição para devedores contumazes de impostos; projeto vai à sanção
Câmara aprova medidas para enquadrar e punir devedor contumaz: como votaram deputados e partidos
O presidente da Câmara, Hugo Motta
Sergio Lima/AFP
O que diz a proposta aprovada?
O relator do projeto no Senado, Efraim Filho (União-PB), afirmou que dados da Receita Federal apontam que, nessa situação, estão 1,2 mil CNPJs. São R$ 200 bilhões em dívidas registradas na última década.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues avaliou, no seu parecer, que a proposta é necessária para "atacar" a concorrência desleal.
Segundo o relator da Câmara, devedores contumazes usam a inadimplência para ganhar vantagens competitivas ilícitas que "distorcem o mercado e prejudicam o investimento produtivo".
Quais são os benefícios para bons pagadores?
A proposta aprovada pela Câmara não foca apenas em punir quem deixa de pagar impostos de forma deliberada. Ela também cria incentivos para quem cumpre suas obrigações corretamente.
Na prática, isso significa que empresas e contribuintes considerados bons pagadores terão algumas facilidades, como:
Atendimento mais simples e rápido nos órgãos fiscais, com canais específicos para tirar dúvidas e regularizar eventuais pendências;
Mais flexibilidade nas garantias exigidas pelo governo, podendo substituir garantias ou usar regras menos rígidas;
Maior segurança jurídica, já que a cobrança definitiva de garantias só poderá ocorrer depois que o processo estiver totalmente encerrado na Justiça, sem possibilidade de recurso.
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Senadores da CCJ durante análise do projeto que endurece regras contra o chamado devedor contumaz
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Como foi a votação?
A inclusão do texto na agenda de votações desta terça foi acordada por lideranças partidárias da Casa a partir de uma demanda apresentada pelo governo, mas com apoio também da oposição e associações empresariais.
O projeto teve urgência aprovada no final de outubro e ficou travado até a escolha do relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em 28 de novembro.
A proposta de combate ao devedor contumaz é uma das prioridades do governo federal para combater o crime organizado. A legislação é mencionada como uma forma de evitar situações como a do Grupo Refit, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo.
Dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e de dezenas de empresas do setor de combustíveis, o grupo foi alvo de uma megaoperação no fim de novembro. A estimativa é que o esquema de sonegação tenha causado um prejuízo de R$ 26 bilhões de reais.
Em novembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) afirmou que criminosos driblam o fisco com a abertura e fechamento de empresas para lavar dinheiro, o que poderá ser limitado com as novas regras contra os devedores contumazes.
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Reprodução/Pixabay
Com fórmula atual de correção, salário mínimo pode atingir R$ 1.621 em 2026

O salário mínimo pode atingir R$ 1.621 no próximo ano, R$ 103 a mais que os atuais R$ 1.518.
O cálculo foi feito pelo g1, com base nas regras de correção do salário mínimo, mas o valor final ainda precisa ser confirmado pelo governo.
O reajuste será aplicado a partir de janeiro – ou seja, no salário que o trabalhador recebe em fevereiro.
Pelo formato adotado, o reajuste corresponde à soma de dois índices:
a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro, que somou 4,18% (conforme divulgado hoje pelo IBGE);
o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. No caso de 2026, vale o PIB de 2024 – que cresceu 3,4%.
entretanto, no fim do ano passado o governo aprovou uma lei que restringe o aumento real do salário mínimo a 2,5% (o teto de gastos do arcabouço fiscal).
será aplicada, então, a inflação em doze meses até novembro deste ano (4,18%) mais 2,5% de alta real (PIB de 2024, limitado a 2,5%).
Veja os vídeos que estão em alta no g1
O g1 entrou em contato com o Ministério do Planejamento e questionou sobre qual o valor correto para o salário mínimo em 2026. Mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.
Referência para 59,9 milhões de pessoas
De acordo com nota técnica divulgada em janeiro deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil.
Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.
O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.
Impacto nas contas públicas
Ao conceder um reajuste maior para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários, assim como o valor do abono salarial e do seguro-desemprego, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo.
💰De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2026 de aproximadamente R$ 420 milhões.
Um aumento de R$ 103 ao salário mínimo no próximo ano, portanto, corresponde a um crescimento de cerca de R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.
O aumento maior do salário mínimo é um dos itens que eleva as despesas obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos "livres" do governo, chamados de "discricionários" – o que pode afetar políticas do governo federal.
Para impedir um crescimento maior da dívida pública, e consequentemente dos juros cobrados do setor produtivo, alguns economistas defendem que o piso dos benefícios previdenciários deixe de ser vinculado ao salário mínimo, e que volte a ter correção apenas pela inflação (como foi no governo Jair Bolsonaro).
Salário mínimo necessário
O Dieese, por outro lado, calculou que, o salário mínimo mensal necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 em novembro desse ano, ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de R$ 1.518.
O cálculo leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Dinheiro, real, notas de R$ 50, contagem de cédulas
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
IPCA: inflação desacelera para 0,18% em novembro e atinge menor nível para o mês em sete anos

Inflação fica em 0,18% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,18% em novembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA acumula alta de 3,92%, enquanto a inflação dos últimos 12 meses ficou em 4,46% — abaixo dos 4,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2024, o índice havia avançado 0,39%.
▶️ O resultado da inflação de novembro ficou levemente abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta de 0,20% no mês e de 4,5% no acumulado em 12 meses.
▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.
▶️ O índice também marcou a menor variação para um mês de novembro desde 2018, quando houve queda de -0,21%.
Em novembro, cinco dos nove grupos pesquisados apresentaram aumento de preços. Despesas pessoais (0,77%) e Habitação (0,52%) registraram as maiores altas e responderam, cada um, por 0,08 ponto percentual do IPCA. Na sequência vieram Vestuário (0,49%), Transportes (0,22%) e Educação (0,01%).
Os demais grupos registraram queda no mês: Artigos de residência (-1,00%), Comunicação (-0,20%), Saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e Alimentação e bebidas (-0,01%).
Veja o resultado dos grupos do IPCA em novembro:
Alimentação e bebidas: -0,01%
Habitação: 0,52%
Artigos de residência: -1%
Vestuário: 0,49%
Transportes: 0,22%
Saúde e cuidados pessoais: -0,04%
Despesas pessoais: 0,77%
Educação: 0,01%
Comunicação: -0,20%
Despesas pessoais puxam alta
No grupo Despesas pessoais (0,77%), os destaques ficaram com as Passagens aéreas, que subiram 11,9%, e Hospedagem, que subiu 4,09% e respondeu por 0,03 ponto percentual do índice do mês.
👉 O resultado foi especialmente influenciado pelo comportamento do item em Belém, onde a variação chegou a 178,93% em novembro, mês em que a cidade sediou a COP-30, a conferência do clima da ONU.
O grupo Habitação voltou a subir em novembro, com alta de 0,52%, após a queda de 0,30% registrada em outubro. O movimento foi puxado pela energia elétrica residencial (veja mais abaixo), que avançou 1,27% e adicionou 0,05 ponto percentual ao IPCA.
Ainda no grupo Habitação, o índice refletiu dois movimentos importantes: o reajuste das tarifas de água e esgoto e a redução no gás encanado.
Fortaleza registrou aumento de 9,75% nas tarifas de água e esgoto, o que levou o subitem a avançar 0,29% (variação local de 7,8%) a partir de 5 de novembro.
No Rio de Janeiro, as tarifas de gás encanado caíram 0,04%, o que resultou em queda de 0,01% no subitem a partir de 1º de novembro.
Energia segue pressionando a inflação
A energia elétrica voltou a ter forte impacto no IPCA , ao registrar alta de 1,27% em novembro.
⚡ No acumulado do ano, a energia elétrica residencial segue como o item de maior peso, com avanço de 15,08% e impacto de 0,58 ponto percentual no índice.
🔌 No recorte de 12 meses, mantém a liderança entre os itens que mais pressionam a inflação, acumulando aumento de 11,41% e contribuição de 0,46 ponto percentual.
Segundo José Fernando Pereira Gonçalves, gerente de Projetos Especiais do IBGE, o resultado foi pressionado pela vigência da bandeira vermelha, que encareceu a conta de luz ao adicionar cobrança extra sobre o consumo.
A partir de dezembro, a tarifa passa para a bandeira amarela, o que deve aliviar parcialmente o custo da energia.
"Ao longo de 2025, o comportamento das bandeiras tarifárias também ajuda a explicar o peso desse item: foram quatro meses de bandeira verde, maio em bandeira amarela e, de junho a novembro, bandeira vermelha."
Em novembro, mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor — que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos —, o item foi afetado por reajustes aplicados em diferentes capitais, como:
Goiânia: +19,56% (impacto de 13,02%), válido desde 22/10;
Brasília: +11,21% (7,39%), válido desde 22/10;
São Paulo: +16,05% em uma das concessionárias (0,70%), desde 23/10;
Porto Alegre: +21,95% em uma das concessionárias (2,39%), desde 22/11.
Quedas em transportes, artigos de residência e higiene marcam o mês
Já os transportes coletivos contribuíram para a desaceleração do resultado do mês, especialmente por causa das gratuidades concedidas em dias de feriado e de provas do Enem:
🚌 Ônibus urbano: queda de 0,76%, com reduções expressivas em Belém (-15,54%), Curitiba (-3,93%) e Brasília (-0,91%).
🚆 Metrô e trem em São Paulo: recuo de 6,73% em ambos os modais, refletindo a gratuidade aplicada durante os dias de prova.
🔄 Na integração do transporte público, a redução foi de 4,51%.
O grupo Artigos de residência teve a maior queda entre todos (-1%). As reduções mais relevantes ocorreram em eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e em itens de TV, som e informática (-2,28%).
O grupo Saúde e cuidados pessoais registrou leve baixa (-0,04%), influenciada pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, revertendo a alta de 0,57% vista em outubro.
Em Alimentação e bebidas, o índice voltou para terreno negativo (-0,01%). A alimentação no domicílio caiu pelo sexto mês seguido (-0,20%), com destaque para:
🍅 Tomate (-10,38%)
🥛 Leite longa vida (-4,98%)
🍚 Arroz (-2,86%)
No sentido oposto, óleo de soja (2,95%) e carnes (1,05%) registraram altas.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, mas em ritmo mais moderado: o lanche desacelerou de 0,75% para 0,61%, enquanto a refeição passou de 0,38% para 0,35%.
Entre os índices regionais, Goiânia apresentou a maior variação (0,44%), influenciada pela forte alta da energia elétrica residencial (13,02%) e pelas carnes (1,78%).
A menor variação foi registrada em Aracaju (-0,10%), pressionada pela queda no conserto de automóvel (-3,75%) e na gasolina (-1,40%).
Inflação
ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Dólar sobe e fecha a R$ 5,46 com Superquarta, IPCA e cenário político; Ibovespa avança

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,62% nesta quarta-feira (10), negociado a R$ 5,4686. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,69%, aos 159.075 pontos.
Os investidores reagiram à decisão sobre os juros nos Estados Unidos, enquanto aguardavam a definição da Selic na última Superquarta do ano. A inflação de novembro e o cenário político, com a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, também ficaram no radar.
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▶️ Lá fora, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022.
🔎 A decisão já era aguardada pelos agentes do mercado. Por isso, o foco estava direcionado às projeções para o próximo ano. O Fed indicou apenas um corte nas taxas em 2026 — abaixo das expectativas do mercado —, o que decepcionou grande parte dos investidores.
▶️ No Brasil, o Copom anuncia às 18h30 se manterá a Selic em 15% ao ano. A expectativa é de estabilidade, mas os investidores buscam sinais sobre quando começará o ciclo de cortes, se em janeiro ou março do ano que vem.
▶️ O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, com alta de 0,18% no mês e acumulado de 4,46% em 12 meses. O IPCA-15 já havia sinalizado desaceleração ao marcar 4,5% na prévia.
▶️ No campo político, a Câmara aprovou o texto-base do projeto que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe.
▶️ A possível mudança reacende especulações sobre o impacto nas eleições de 2026 e afeta o humor do mercado. O foco está na eventual candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência.
▶️ Analistas temem que o filho de Jair Bolsonaro entre na corrida eleitoral. O receio é que o nome dele possa enfraquecer a disputa do centro-direita e aumentar as chances de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
🔎 Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,66%;
Acumulado do mês: +2,50%;
Acumulado do ano: -11,51%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +1,08%;
Acumulado do mês: 0,00%;
Acumulado do ano: +32,25%.
Inflação em novembro
Após perder força em outubro, a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve alta leve em novembro, ficando em 0,18%, segundo o IBGE.
No acumulado de 2024, a inflação chegou a 3,92%, enquanto a taxa dos últimos 12 meses desacelerou para 4,46%, abaixo dos 4,68% do período anterior. Em novembro do ano passado, o índice havia sido de 0,39%.
O resultado ficou levemente abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta de 0,20% no mês e inflação de 4,5% em 12 meses.
Ainda assim, o indicador permanece dentro do intervalo de tolerância do Banco Central — cuja meta é 3%, com teto de 4,5%.
Para Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, o resultado reforça o processo de desinflação gradual. Ela avalia que o índice veio alinhado às expectativas, com destaque positivo para o comportamento dos serviços.
"A queda nos preços de bens industriais refletiu os descontos da Black Friday, enquanto a alimentação no domicílio manteve trajetória deflacionária e não sofreu as pressões sazonais típicas do fim do ano."
Essa combinação, na avaliação da especialista, contribui para manter a inflação abaixo da meta. Ela acrescentou que, do ponto de vista da política monetária, o dado não altera o cenário e a projeção da casa segue apontando cortes de juros só a partir de março.
Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, também classificou o IPCA como um número positivo, embora tenha ficado ligeiramente acima de sua projeção. "A composição veio melhor do que o esperado, sobretudo no setor de serviços, que subiu 0,60%, abaixo dos 0,63% projetados."
Barbosa ressaltou que o núcleo de serviços desacelerou e, na média móvel trimestral dessazonalizada, recuou de 4,29% para 3,94% ao ano, sinalizando perda de fôlego consistente.
O economista destacou ainda a surpresa baixista na alimentação no domicílio. A deflação de 0,20% veio bem abaixo da expectativa da casa, reforçando a perda de pressão dos alimentos ao longo do ano. Na variação acumulada em 12 meses, o grupo passou de 4,53% para 2,46%, enquanto na média móvel trimestral dessazonalizada registra agora deflação anualizada.
Decisões de juros
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano — menor nível desde setembro de 2022. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (10), veio em linha com a expectativa do mercado financeiro.
Esse foi o terceiro corte seguido nos juros americanos — e também o terceiro em 2025. Na reunião anterior, em 29 de outubro, o Fed reduziu a taxa na mesma proporção, para a banda de 3,75% a 4% ao ano.
Além da decisão, o Fed divulgou suas projeções para 2026, apontando apenas um corte nas taxas. A informação frustrou agentes do mercado financeiro, que esperavam sinalização de pelo menos duas reduções ao longo do próximo ano.
Como previsto por analistas, a votação desta quarta-feira não foi unânime. Dos 12 membros votantes do Fomc, nove votaram pelo corte de 0,25 ponto percentual, incluindo o presidente do Fed, Jerome Powell.
O diretor Stephen Miran, nomeado por Trump em setembro, defendeu um corte maior, de 0,50 ponto percentual. Já outros dois integrantes do colegiado preferiram manter os juros.
No Brasil, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 15% ao ano mais uma vez. Em falas recentes, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, já indicou que os juros devem permanecer elevados, reiterando que as decisões do BC são embasadas em fatos e dados.
Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, comenta que o comportamento recente da inflação reforça a ideia de que o BC está cada vez mais confortável com o cenário, especialmente após a divulgação do IPCA de novembro, que subiu 0,18% — abaixo das projeções — e manteve o acumulado em 12 meses dentro do teto da meta, em 4,46%.
“Ao retirar itens mais voláteis, como energia e alimentos, o núcleo da inflação continua moderado, e mesmo a alta de serviços foi impactada de forma excepcional pelo salto de quase 12% nas passagens aéreas. Os dados começam a reforçar a percepção de que a inflação brasileira está se estabilizando”, afirma.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam em alta nesta quarta-feira, repercutindo os cortes de juros nos EUA.
O Dow Jones subiu 1,05%, aos 48.057,87 pontos, o S&P 500 avançou 0,68%, aos 6.886,80 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 0,33%, aos 23.654,16 pontos.
As bolsas europeias fecharam sem direção única, com cautela antes da decisão do Fed. O setor de defesa, que vinha sustentando ganhos recentes, registrou perdas, enquanto Londres destoou com alta apoiada por ações ligadas a commodities.
O índice STOXX 600 fechou praticamente estável, aos 577,78 pontos. Entre as principais bolsas da região, o DAX, de Frankfurt, recuou 0,13% e terminou o dia em 24.130,14 pontos. Já o CAC 40, em Paris, caiu 0,37%, para 8.022,69 pontos. No sentido oposto, o FTSE 100, de Londres, avançou 0,14% e encerrou aos 9.655,53 pontos.
Na Ásia, as bolsas fecharam com resultados mistos. Na China, os índices caíram pelo segundo dia seguido, pressionados por sinais de deflação, apesar da alta do setor imobiliário liderada pela Vanke. Em Hong Kong, houve recuperação, enquanto outros mercados tiveram variações pequenas.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,23%, para 3.900 pontos, e o CSI300 recuou 0,14%, a 4.591 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,42%, para 25.540 pontos.
Já o Nikkei, em Tóquio, caiu 0,10%, para 50.602 pontos. Em outros mercados: Kospi -0,21%, Taiex +0,77%, Straits Times -0,03%.
Dólar vive disparada nos últimos dias
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
*Com informações da agência de notícias Reuters
Governo segue busca por garantias para viabilizar empréstimo aos Correios, mas não descarta injetar recursos públicos, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo busca viabilizar garantias financeiras do Tesouro Nacional para um empréstimo de um consórcio de bancos aos Correios, que passam por sérias dificuldades financeiras, mediante a apresentação de um plano de restruturação pela estatal.
Em entrevista a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda, entretanto, ele não descartou a possibilidade de um aporte direto de recursos públicos na empresa estatal, no caso de as condições do empréstimo bancário não serem aceitas pelos bancos.
"Temos dois caminhos, um caminho é um aporte que pode se tornar necessário se não chegamos a um acordo com o 'pool' [consórcio] de bancos que vai financiar a restruturação da companhia. Não vamos ficar com a faca no pescoço por conta de uma incompreensão de uma instituição financeira", declarou o ministro da Fazenda.
Os Correios registraram um prejuízo de R$ 6 bilhões no acumulado deste ano, até setembro. Este é o 13º trimestre consecutivo de prejuízo da empresa desde o 4º trimestre de 2022.
O prejuízo acumulado no primeiro semestre havia sido de R$ 4,36 bilhões. A estatal está negociando um empréstimo com um consórcio de bancos, com aval do Tesouro.
Puxado pelos Correios, rombo de estatais soma R$ 6,35 bilhões
No caso de um aporte direto do Tesouro Nacional, o ministro afirmou que o governo entraria com os recursos dentro dos limites do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas.
Tesouro vê juros altos e rejeita proposta de bancos para empréstimo aos Correios
"Estamos pensando em fazer aporte, se necessário, pelo arcabouço. Temos margem nesse ano e poderíamos fazer", explicou. Se necessário fazer um aporte direto, Haddad afirmou que seria necessário aprovar um projeto de lei sobre o assunto.
Entretanto, ele reafirmou que o plano principal é viabilizar a garantia do Tesouro Nacional para os bancos realizarem o empréstimo aos Correios, mediante a apresentação de um plano de restruturação pela estatal.
"Não é o que está no radar nesse momento [aporte direto do Tesouro Nacional], uma vez que têm havido conversas que avançaram. O que a gente quer é um aval do tesouro mediante um plano de restruturação serio. Não queremos ter de novo uma surpresa, e a companhia esta apresentando um plano de trabalho de pagar o empréstimo", acrescentou Fernando Haddad.
Sem privatização
O ministro Haddad negou que o governo considere a possibilidade de privatizar os Correios, conforme o plano do governo anterior, capitaneado pelo seu antecessor na pasta, Paulo Guedes.
Segundo o ministro, a estatal deve começar a ofertar serviços financeiros, como seguros e previdência, para melhorar seus resultados.
"Ele [Guedes] teve quatro anos para fazer, e só acumulou divida de precatórios e tudo mais. O serviço postal universal, você garantir que uma carta chegue a qualquer ponto do país, do território, é uma atividade que custa. Ela efetivamente não se paga", disse.
"O mundo inteiro encontrou uma equação para viabilizar o serviço postal universal, sem privatizar. Você quebrou o monopólio na maior parte do mundo, ainda tem em alguns países", declarou o ministro.
Devedor contumaz
Fernando Haddad durante coletiva sobre megaoperação contra o PCC
Jorge Silva/Reuters
O ministro Haddad também comemorou a aprovação, pelo Congresso Nacional, da lei do devedor contumaz, que criminaliza empresas que sonegam impostos recorrentemente, retirando do mercado pessoas jurídicas idôneas, e que são utilizadas também pelo crime organizado.
“Em alguns setores específicos, onde a tributação é mais elevada por que são produtos que causam mal à saúde, como é o caso de bebidas e cigarros, combustível, por outras razões, você tem uma desorganização desses setores há muitos anos em virtude da presença de contribuintes que são devedores contumazes", disse Haddad.
"Eles se valiam até hoje de brechas na legislação para abrir e fechar empresas, para utilização de laranjas, tudo no sentido de explorar uma atividade econômica altamente rentável se você não pagar impostos”, completou o ministro.
Segundo ele, essas empresas, que já são conhecidas pela Receita Federal, serão retiradas do mercado e seus dirigentes serem responsabilizados criminalmente.
“A Receita tem muita dificuldade em calcular um impacto de curto prazo, mas no médio prazo vai ter um impacto importante tanto para estados produtores, São Paulo e Rio muito afetados pela atividade ilegal, vão se beneficiar rapidamente”, concluiu
O estudo global que contesta queda da desigualdade no Brasil celebrada pelo governo Lula

O Brasil está ficando ainda mais desigual ou, ao contrário, a distância entre ricos e pobres vem diminuindo?
Dois estudos recentes mostraram cenários opostos para essa questão, esquentando o debate entre economistas.
Um novo relatório sobre desigualdade global divulgado nesta quarta-feira (10), o World Inequality Report 2026, afirma que a renda concentrada no bolso dos mais ricos aumentou nos últimos anos no Brasil, tornando o país ligeiramente mais desigual entre 2014 e 2024.
Ainda segundo esse relatório, produzido por um amplo grupo de economistas, entre eles o francês Thomas Piketty, a desigualdade brasileira "permanece entre as mais altas do mundo".
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A conclusão entra em choque com uma nota técnica recém-divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que apontou que a desigualdade brasileira atingiu o menor nível em 30 anos em 2024.
Esse estudo mostrou também um importante aumento na renda dos mais pobres e a consequente redução da pobreza ao menor patamar em três décadas.
A publicação do Ipea foi celebrada por autoridades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou a receber no Palácio do Planalto a presidente do instituto, Luciana Servo, acompanhada dos autores da nota técnica: os pesquisadores Pedro Herculano Souza e Marcos Dantas Hecksher.
Houve, porém, controvérsia entre economistas. Os dados sobre a redução da pobreza são considerados corretos, mas o anúncio de que a desigualdade estaria em uma baixa histórica é alvo de questionamentos.
Para estudiosos do tema ouvidos pela BBC News Brasil, a metodologia usada pelo Ipea não mede com precisão a renda dos mais ricos — por isso, não seria a mais apropriada para calcular desigualdade.
Os próprios autores do estudo foram transparentes sobre isso e apontaram essas limitações ao publicarem os resultados. Ainda assim, a decisão de usar os dados, apesar desses problemas, gerou incompreensão entre os especialistas entrevistados.
Inclusive porque um dos autores, Pedro Herculano Souza, é um sociólogo premiado por seus estudos sobre desigualdade e já demonstrou, em pesquisas passadas com método diferente da nova do Ipea, números que contrariam a conclusão de que a concentração de renda estaria em queda no país.
Segundo essas pesquisas anteriores, a desigualdade ficou estável entre 2005 e 2014, período que, no novo estudo do Ipea, se deu queda expressiva da concentração de renda.
O estudo foi celebrado no Palácio do Planalto. A informação de que a desigualdade estaria no menor patamar em 30 anos passou a ser destacada por Lula e ministros do governo, como Gleisi Hoffmann, chefe da Secretaria de Relações Institucionais.
"Em julho, a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] confirmou que o Brasil saiu mais uma vez do mapa da fome. Na última semana, o IPEA divulgou que atingimos o menor nível de desigualdade da série histórica. E hoje, novos dados do IBGE mostram que mais de 8 milhões de pessoas saíram da pobreza", postou Lula na rede social X, no dia 3 de dezembro.
"Resultados que se complementam, e mostram que o Brasil vive uma nova realidade, com mais oportunidades, melhora da renda e redução da desigualdade. E que apontam a direção correta de se governar: do lado do povo brasileiro", continuou.
Apesar das controvérsias sobre os rumos da alta desigualdade brasileira, especialistas ouvidos pela reportagem reconhecem que o governo Lula tem adotado medidas para enfrentar o problema.
Entre elas, destacam a aprovação pelo Congresso da reforma do Imposto de Renda proposta pelo presidente, que vai, de um lado, isentar do IR todos que ganham até R$ 5 mil e, de outro, criar um novo imposto mínimo de até 10% para os que ganham a partir de R$ 50 mil por mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Ricardo Stuckert / PR via BBC
A diferenças entre o estudo do Ipea e o relatório internacional
Controvérsias metodológicas estão no cerne dos resultados tão divergentes dos dois novos estudos sobre desigualdade.
Enquanto a análise do Ipea é baseada apenas em dados de renda coletados em pesquisa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o World Inequality Report 2026 usa esses dados associados a informações da Receita Federal, fonte considerada mais precisa para medir os rendimentos dos mais ricos por ter como base as declarações de Imposto de Renda feitas pela população.
Os números do IBGE analisados vêm da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Nesse tipo de levantamento, pesquisadores visitam os domicílios de uma amostra representativa da população e perguntam a renda das pessoas entrevistadas.
Com isso, estabelecem um panorama sobre como a renda se divide na população e como esses ganhos estão evoluindo ao longo do tempo.
Entre estudiosos da distribuição de renda, porém, é consenso que pesquisas domiciliares tendem a subestimar a renda das pessoas.
Essa subestimação não acontece apenas no topo da pirâmide, mas costuma ser mais significativa entre os ricos, cuja maior parte da renda não vem de salários, mas de investimentos e ganhos de capital (vendas de bens, por exemplo).
Os pesquisadores do Ipea reconhecem o problema. À reportagem, Pedro Souza disse que escolheu não usar dados da Receita Federal porque eles estavam menos atualizados que os do IBGE quando iniciou seu estudo.
"Nossa análise é inteiramente baseada em informações de pesquisas domiciliares, que possuem limitações importantes. No mundo todo, esse tipo de pesquisa enfrenta dificuldades para captar os rendimentos de trabalhadores por conta própria e empregadores, transferências da assistência social e, principalmente, rendimentos financeiros e do capital e outros rendimentos recebidos irregularmente", diz a nota técnica do Ipea.
"No Brasil, a concentração de renda no topo é muito maior nos dados tributários e segue trajetória distinta da revelada pelas pesquisas domiciliares", continua a publicação.
Segundo o economista Guilherme Klein, professor da Universidade de Leeds (Reino Unido), a subestimação da renda em levantamentos como a Pnad ocorre tanto porque os mais ricos tendem a informar nessas pesquisas rendimentos menores do que de fato possuem — seja intencionalmente, seja por não terem claro quais são seus ganhos — como pela dificuldade de acessar essas residências para entrevistar esse grupo, que muitas vezes vivem em domicílios mais protegidos.
Por isso, Klein considera "um problema" o estudo do Ipea trazer conclusões sobre desigualdade apenas baseado nos números da Pnad.
"Quando a gente fala de desigualdade, é fundamental a gente olhar para o topo, para o 1% mais rico, para o 0,1% mais rico, e a gente só consegue olhar para isso olhando os dados da Receita Federal", defende.
"Quando você combina os dados da Pnad com os dados de Imposto de Renda, você tem uma visão melhor, mais consistente da desigualdade. Então, eu acho de fato que é um problema você não fazer isso e falar sobre desigualdade", continuou Klein, que é também pesquisador associado do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made/USP).
Segundo os números da Pnad analisados pelo Ipea, a renda média mensal por pessoa cresceu quase 70% no Brasil entre 1995 e 2024, passando de R$ 1.191, para R$ 2.015.
Com isso, a pobreza extrema caiu consideravelmente. Em 1995, um quarto da população estava nesse grupo. Trinta anos depois, a taxa caiu de 25% para 5%.
A melhora desses indicadores, aponta o Ipea, é reflexo da expansão de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e do aumento da oferta de emprego.
Já o coeficiente de Gini (indicador que mede a desigualdade e varia de 0 a 100, sendo 100 a desigualdade máxima) recuou quase 18%, de 61,5 para 50,4, quando se analisam os dados da Pnad. É esse último dado que gera controvérsias.
O que diz o World Inequality Report?
O World Inequality Report 2026 traz um amplo apanhado da desigualdade no mundo, mostrando a persistência da forte concentração de renda no planeta.
O relatório foi produzido pelo World Inequality Lab, um laboratório internacional de estudo da desigualdade, que tem o francês Thomas Piketty como um de seus diretores.
Piketty se projetou globalmente após a publicação do livro O Capital no Século XXI (2013), em que analisou historicamente a concentração de renda e riqueza em diferentes países.
No caso do Brasil, os dados analisados no novo relatório indicam que a renda concentrada pelos 10% mais ricos tem oscilado nos últimos anos, com tendência de alta.
O aumento mais significativo ocorreu durante a pandemia de coronavírus (2020/2021), momento em que grupos de maior renda conseguiram se proteger da turbulência econômica, enquanto os mais pobres foram mais prejudicados pela interrupção ou redução de diversas atividades.
Segundo esses dados, a fatia da renda nacional detida pelos 10% mais ricos subiu de 57,9% em 2014 para 59,9% em 2021. Depois disso, o percentual recuou para 59,1% em 2024, mas continuou acima do observado uma década antes.
No sentido inverso, a fatia da renda detida pelos 50% mais pobres caiu de 10,7% em 2014 para 8,2% em 2021, apresentando, depois, recuperação parcial e chegando a 9,3% em 2024.
Para medir a evolução da desigualdade, o relatório usa um indicador obtido ao dividir a fatia da renda dos 10% mais ricos pela fatia da renda dos 50% mais pobres.
Esse índice subiu de 53,7 para 63,5 entre 2014 e 2024, evidenciando o aumento da desigualdade. O ápice ocorreu em 2021, quando chegou a 73.
A BBC News Brasil questionou os economistas do World Inequality Lab, responsáveis pelo relatório, sobre a metodologia utilizada e as divergências em relação ao estudo do Ipea.
Na resposta enviada por meio da assessoria de imprensa, eles afirmam que estatísticas oficiais sobre desigualdade na América Latina, baseadas exclusivamente em pesquisas domiciliares, capturam apenas parte da renda nacional e subestimam a renda do capital (valores obtidos com investimentos ou vendas de propriedades, por exemplo).
"Isso cria uma percepção equivocada de sociedades que parecem ser mais pobres e menos desiguais. No World Inequality Lab, estamos trabalhando para corrigir esse viés", disseram ainda.
"Nossas estimativas são construídas utilizando informações de pesquisas domiciliares, mas também de outras fontes das autoridades fiscais e das contas nacionais de cada país. Mesmo com premissas conservadoras, a desigualdade aumenta significativamente", continuaram.
A resposta indica que os números brasileiros analisados no relatório juntam dados do IBGE, responsável pela Pnad e o cálculo das contas nacionais, e da Receita Federal, autoridade fiscal brasileira.
Os dados de declaração de Imposto de Renda, porém, só estão disponíveis até 2023 no Brasil, o que significa que os autores do World Inequality Report 2026 fizeram extrapolações matemáticas para estimar a distribuição de renda em 2024, usando dados da Pnad e projeções próprias para a renda dos mais ricos.
A reportagem pediu esclarecimentos sobre isso aos autores do estudo, por meio da assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até a publicação.
Pesquisador do Ipea diz que optou por dados do IBGE por serem mais atualizados
A BBC News Brasil conversou sobre as críticas ao estudo do Ipea com um dos autores, o sociólogo Pedro Herculano de Souza, que é referência em estudos da desigualdade.
Seu doutorado nesse tema, realizado na Universidade de Brasília, ganhou o prêmio Capes de melhor tese em Sociologia em 2017. Dois anos depois, ele recebeu o prêmio Jabuti pelo livro "Uma História da Desigualdade: a Concentração de Renda entre os Ricos no Brasil – 1926-2013".
Souza foi um dos primeiros a incorporar dados do Imposto de Renda na análise da desigualdade brasileira e, naquele momento, seus estudos chamaram atenção ao revelar que a desigualdade não havia recuado entre os anos 2005 e 2014, como apontavam estimativas anteriores, feitas apenas com base nas pesquisas domiciliares do IBGE.
O período foi marcado por forte crescimento econômico e redução da pobreza, mas a queda da desigualdade não se confirmou porque houve também alta relevante da renda dos mais ricos, captada pelas declarações de IR.
Até por isso, sua decisão de publicar agora uma nota técnica do Ipea baseada apenas nos dados de renda da Pnad causou surpresa entre estudiosos do tema.
À BBC News Brasil, Souza disse que optou por não usar dados do Imposto de Renda em sua análise porque não havia números atualizados.
Seu objetivo, contou, era entender a evolução da renda após a pandemia, mas quando iniciou o estudo, em março, só existiam dados tributários disponíveis até 2021.
Ao longo do ano, a Receita atualizou esses números até 2023.
Já a Pnad, pesquisa domiciliar do IBGE, é feita trimestralmente e tem atualização mais frequente, o que permitiu analisar a dinâmica da renda até 2024.
"Para mim, o processo científico normal é esse: você pega o melhor dado possível para o objetivo que você quer", disse.
"No nosso caso, tinha uma demanda clara de saber a evolução [da pobreza e da desigualdade] de curto prazo, do pós-pandemia, porque acho que está pegando muita gente de surpresa, não só na questão de pobreza e desigualdade, mas no desempenho econômico, a própria manutenção do baixo desemprego e o comportamento da inflação", disse ainda.
Embora seja um defensor do uso de dados tributários para estudos sobre desigualdade, Souza diz que os números da Receita Federal também devem ser vistos com cautela, pois, às vezes, mudanças na taxação de investimentos geram ajustes nas aplicações dos mais ricos que acabam gerando ganhos de renda extraordinários que distorcem a série histórica.
Na sua avaliação, o forte aumento da renda dos mais ricos captada nos dados do IR durante a pandemia ainda precisa ser mais bem esclarecido.
Além do aumento apontado pelo World Inequality Report, essa alta também foi identificada no estudo "Concentração de renda no Brasil: o que os dados do IRPF revelam?", publicado em agostos pelo Fiscal Data, de autoria dos economistas Frederico Nascimento Dutra, Priscila Kaiser Monteiro e Sérgio Wulff Gobetti.
"É um aumento muito grande e num período muito curto. Eu não sei se está contaminado por alguma coisa temporária da pandemia, se isso é um problema das tabelas da Receita", disse Souza à reportagem.
Além disso, o sociólogo defende que a Receita aperfeiçoe a divulgação dos dados tributários, que hoje ainda é feita de forma limitada e com restrições. Por exemplo, cita o pesquisador do Ipea, há dificuldade para identificar se a renda declarada é de uma pessoa apenas ou se envolve cônjuge e dependentes.
Ainda assim, ele diz que fará a análise dos dados tributários quando informações mais atuais forem disponibilizadas pela Receita.
"Se, em algum momento que a gente tiver os dados de IR mais recentes e conseguir construir uma série longa, as conclusões [sobre os rumos da desigualdade] mudem, a gente muda as conclusões, porque a gente vai atualizando as conclusões conforme as melhores informações e melhores métodos disponíveis. Estou muito curioso", ressaltou.
O estudo global que contesta queda da desigualdade no Brasil celebrada pelo governo Lula
Getty Images via BBC
INSS amplia temporariamente prazo de auxílio-doença sem perícia; entenda mudanças

Entenda mudança no prazo do auxílio-doença sem perícia
O prazo máximo do auxílio por incapacidade temporária concedido pelo Atestmed — sistema que permite liberar o benefício sem perícia presencial — foi ampliado temporariamente pelo Ministério da Previdência Social. A mudança está na Portaria Conjunta MPS/INSS nº 83.
Pela nova regra, os pedidos analisados somente por documentos podem resultar em até 60 dias de afastamento. Esse prazo ampliado vale por 120 dias, ou seja, até abril de 2026. Depois disso, a partir de maio, o limite volta a ser de 30 dias.
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Um ponto importante: esse limite de 60 dias vale mesmo que o segurado envie mais de um atestado durante a vigência da portaria. O INSS vai somar todos os afastamentos concedidos via análise documental até atingir os 60 dias.
A portaria também confirma que todos os benefícios concedidos antes da publicação da norma estão validados. Isso garante segurança jurídica para quem já teve o pedido aprovado ou ainda está com o processo em análise.
O prazo do Atestmed já mudou outras vezes.
Na versão original da análise documental, criada pela Portaria Conjunta nº 38/2023, era possível receber o auxílio por até 180 dias sem passar por perícia presencial.
Depois, mudanças na legislação previdenciária passaram a permitir que o governo ajustasse esses prazos por portaria — o que abriu caminho para as regras atuais, incluindo o limite de 30 dias definido em junho de 2025.
As novas regras valem apenas pelos próximos 120 dias. Após esse período, deixam de vigorar, a menos que outra norma prorrogue ou modifique o modelo.
Até lá, todos os pedidos feitos pelo Atestmed seguem o limite de 60 dias, considerando a soma dos afastamentos dentro desse período.
O INSS orienta que o segurado continue enviando documentos completos para evitar indeferimentos e garantir uma análise mais ágil.
O que é o Atestmed?
O Atestmed é um mecanismo criado durante a pandemia de Covid-19 para agilizar o atendimento e reduzir a fila de perícias do auxílio por incapacidade temporária. Ele permite que o INSS avalie atestados e laudos médicos enviados pela internet, sem necessidade de agendamento presencial.
Para isso, o documento deve conter informações obrigatórias, como:
assinatura e dados do profissional de saúde;
código CID da doença;
tempo estimado de afastamento.
Quando esses requisitos são atendidos, o instituto pode conceder o benefício diretamente pela plataforma, evitando o deslocamento do trabalhador até o órgão.
Auxílio-doença, INSS, previdência social
Divulgação/INSS
O que é o auxílio por incapacidade temporária?
O auxílio por incapacidade temporária, antes chamado de auxílio-doença, é destinado aos trabalhadores que contribuem mensalmente para a Previdência Social e que, por problemas de saúde, ficam temporariamente incapazes de retornar às suas atividades.
Mas não basta ser contribuinte para ter direito ao benefício. O INSS exige que o solicitante comprove, por meio de perícia médica, a incapacidade para seu trabalho ou atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.
O trabalhador também deve ter ao menos 12 contribuições mensais pagas. Essa regra, porém, não vale para casos excepcionais, como acidentes e doenças do trabalho.
O INSS também dispensa carência para trabalhadores acometidos pelas seguintes doenças:
Tuberculose ativa;
Hanseníase;
Transtorno mental grave, desde que esteja cursando com alienação mental;
Neoplasia maligna;
Cegueira;
Paralisia irreversível e incapacitante;
Cardiopatia grave;
Doenças de Parkinson;
Espondilite anquilosante (Aids)
Contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada;
Hepatopatia grave;
Esclerose múltipla;
Acidente vascular encefálico (agudo);
Abdome agudo cirúrgico;
Fraude no INSS: PF aponta que esquema funcionava em 3 núcleos
Reprodução/TV Globo
Governo vai apoiar projeto que defende jornada 5x2 com limite de 40 horas semanais

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu apoiar o projeto de relatoria do deputado Leo Prates (PDT-BA), que propõe o fim da escala 6x1 e defende uma jornada de trabalho 5x2, com limite de 40 horas semanais. Atualmente a lei trabalhista prevê uma jornada máxima de 44 horas semanais.
O tema sobre a jornada de trabalho ganhou força num movimento de baixo para cima: foi uma demanda dos próprios trabalhadores, incorporada por alguns influenciadores, que conquistou apoio popular.
O Planalto começou a se engajar na pauta e "abraçou" o assunto, que virou uma das principais pautas do PT e de membros do governo Lula. A defesa do fim da escala 6x1 tem sido estampada em peças publicitárias petistas e também já foi tema de pronunciamento de Lula à nação.
Empossado ministro da Secretaria-Geral da Presidência em outubro, Guilherme Boulos definiu o avanço do tema no Congresso como uma das prioridades da pasta responsável pelo diálogo do governo com os movimentos sociais. Ao lado da ministra Gleisi Hoffmann, ele é um dos principais articuladores do fim da escala 6x1.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Boulos participa de uma audiência sobre o tema nesta quarta-feira (10) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Também estão convidadas para a audiência entidades patronais como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A estratégia do governo é defender o substitutivo de Prates, que traz os dois pontos que o governo não abre mão no momento: a redução da jornada para 5x2, com limite de 40 horas semanais, sem redução de salário.
Na semana passada, o governo foi surpreendido com um relatório do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), contrário à proibição da relação de seis dias trabalhados para um de folga por semana. Após o anúncio de Gastão, o governo se posicionou publicamente contra o texto do deputado.
Articulação
A Câmara dos Deputados e o Senado reúnem uma série de propostas que tratam do tema. Nenhuma delas, no entanto, avançou à fase de votação. A resistência e as divergências em torno do assunto levaram ministros palacianos a entrar diretamente nas negociações.
O governo tem avaliado estratégias para fazer com que os projetos que tratam da redução de jornada tenham uma tramitação reduzida e acelerada no Congresso. Lideranças aliadas ao Palácio do Planalto defendem que a discussão ocorra por meio de um projeto de lei simples, que tem um caminho menos tortuoso do que as Propostas de Emenda à Constituição (PEC).
Manifestação contra escala 6x1 realizada em maio.
Hermínio Bernardo/TV Globo
Membros do governo afirmam que, diante do plano, o projeto relatado por Prates, que aguarda análise na Comissão de Trabalho da Câmara, ganha apoio do Planalto.
🔎O texto será discutido pela Casa em um rito que permite que a discussão seja encerrada diretamente nas comissões e sem votação no plenário, desde que não haja recurso para isso.
O deputado Leo Prates (PDT-BA) também preside o colegiado. Ele se reuniu com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, nesta terça-feira (9).
Transição até 2028
O parecer de Léo Prates propõe mudar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para estabelecer uma nova jornada máxima de trabalho, reduzindo o limite de 44 horas para 40 horas semanais, em uma transição até 2028.
A proposta prevê que, em 2027, a jornada seja reduzida de 44 para 42 horas semanais. No ano seguinte, segundo o texto, o limite passaria a ser de 40 horas semanais.
O texto determina que a carga terá de ser distribuída em um máximo de oito horas diárias de trabalho. Além disso, obriga a concessão de dois dias de descanso remunerado a todos os trabalhadores.
Pela proposta, a escala também poderá ser de quatro dias trabalhados por três de descanso, desde que haja acordo coletivo ou convenção. Nesse caso, as 40 horas semanais seriam distribuídas em 10 horas diárias de trabalho.
No setor do comércio, área em que a escala 6x1 é mais comum, a jornada diária poderá ser estendida por acordo coletivo ou convenção. Haverá, porém, um limite de até duas horas extras por dia.
Segundo o texto, com a redução de jornada, os trabalhadores não poderão ter diminuição salarial.
Segundo o deputado, a votação do texto na Comissão de Trabalho poderá ficar para 2026. Leo Prates afirmou que o calendário dependerá do número de sessões de votação no plenário da Câmara até o recesso parlamentar, que começa em 23 de dezembro.
Deputado Léo Prates (PDT-BA), relator do projeto sobre a escala 5x2.
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
O último parecer do parlamentar foi protocolado nesta semana, abrindo um prazo de cinco sessões para que parlamentares apresentem emendas.
Modelo 6x1
O modelo 6x1 é comum em setores como restaurantes, mercados, saúde e serviços, por exemplo. A escala prevê que o profissional com carteira assinada trabalhe seis dias da semana consecutivos e tenha um dia de descanso.
Jornada 6x1 é comum no comércio.
GETTY IMAGES
Em novembro do ano passado, o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) impulsionou a discussão nas redes sociais e reacendeu o debate no Congresso.
Um abaixo-assinado da iniciativa reuniu mais de um milhão de assinaturas e defendeu que a escala 6x1 é "abusiva" e afeta "negativamente a qualidade de vida dos empregados, comprometendo sua saúde, bem-estar e relações familiares".
Em nota, a CNC afirmou que "os parâmetros da jornada de trabalho devem ser tratados por meio de convenções e acordos coletivos, respeitando as especificidades de cada categoria e de cada segmento, em linha com a reforma trabalhista de 2017".
"A entidade entende que propostas que fixem, de forma rígida e generalizada, novos limites constitucionais de jornada para todo o País e todos os setores enfraquecem a autonomia coletiva e a prerrogativa dos sindicatos de negociar condições adequadas à realidade de cada setor e de cada região do Brasil", disse a confederação.
Resistência no Congresso
O fim da escala 6x1 não é unanimidade no Congresso. O texto enfrenta resistências entre deputados e senadores tanto da oposição quanto da base governista. Os argumentos dos dois lados se assemelham: possíveis impactos negativos para a economia e para os empregadores.
Em conversas com deputados e empresários, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já demonstrou preocupação com o avanço do texto. O paraibano afirmou, em alguns encontros, que a Casa pode discutir o tema, mas precisa analisar se a medida é viável.
O deputado também tem sinalizado que acredita que o tema ganhou corpo nas redes sociais privilegiando apenas um lado do debate.
Em fevereiro deste ano, diante de uma mobilização popular, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou uma PEC para acabar com a escala 6x1. O texto nunca saiu da gaveta de Motta.
Concurso do IBGE tem 9 mil vagas e salários de até R$ 3,3 mil; veja cargos, cronograma e mais

Concurso do IBGE com mais de 9 mil vagas tem edital publicado; veja detalhes
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dois editais de um novo concurso público, que vai selecionar candidatos para preencher mais de 9 mil vagas temporárias de nível médio espalhadas ao redor do Brasil.
As oportunidades são para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e de Supervisor de Coleta e Qualidade.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp
O prazo para inscrição vai até as 23h59 do dia 17 de dezembro. As provas serão aplicadas em 1º de março de 2026.
➡️ VEJA O EDITAL PARA O CARGO DE AGENTE
➡️ VEJA O EDITAL PARA O CARGO DE SUPERVISOR
Informações sobre o número de vagas, formações exigidas e como serão as provas já estão disponíveis nos editais.
Abaixo, o g1 reuniu as principais informações sobre o concurso.
Salários iniciais, funções e benefícios
Distribuição de vagas por cidades
Qual o valor da taxa de inscrição?
Quais são as etapas do concurso?
Como serão as provas?
O que vai cair nas provas?
Qual a validade do concurso?
Cronograma do concurso
Veja os vídeos que estão em alta no g1
1. Salários iniciais e benefícios 💸
Os salários iniciais variam conforme o cargo e a função desempenhada:
Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM)
Funções: realização de coleta de dados estatísticos em domicílios e estabelecimentos, apoio a levantamentos geográficos e cartográficos, registro e transmissão das informações em sistemas eletrônicos e elaboração de relatórios.
Remuneração inicial: R$ 2.676,24.
Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ)
Funções: planejamento e gestão das atividades de coleta, supervisão das equipes, controle da qualidade dos dados, avaliação técnica de questionários e elaboração de relatórios.
Requisito adicional: possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria B dentro da validade.
Remuneração inicial: R$ 3.379,00.
Para ambos os cargos, são assegurados benefícios como Auxílio Alimentação (no valor de R$ 1.175); Auxílio Transporte; Auxílio Pré-escolar; férias proporcionais e 13º salário proporcional.
IBGE abriu seleção com mais de 9,5 mil vagas para todo o Brasil
Divulgação/IBGE Acervo
2. Distribuição de vagas por cidades📍
As 9.590 vagas estão distribuídas pelos 26 estados brasileiros e pelo Distrito Federal. Há reserva de 25% das vagas para Pessoas Pretas e Pardas (PPP), 5% para Pessoas com Deficiência (PcD), 3% para Indígenas (PI) e 2% para Quilombolas (PQ).
A divisão por cargo ficou da seguinte forma:
Agente de Pesquisas e Mapeamento
Vagas de ampla concorrência (AC): 5.512;
Vagas destinadas a pessoas declaradas pretas ou pardas (PPP): 2.120;
Vagas destinadas a pessoas indígenas (PI): 254;
Vagas destinadas aos quilombolas (PQ): 170;
Vagas destinadas a pessoas com deficiência (PcD): 424;
Total de Vagas: 8.480.
Supervisor de Coleta e Qualidade
Vagas de ampla concorrência (AC): 715;
Vagas destinadas a pessoas declaradas pretas ou pardas (PPP): 275;
Vagas destinadas a pessoas indígenas (PI): 33;
Vagas destinadas aos quilombolas (PQ): 22;
Vagas destinadas a pessoas com deficiência (PcD): 55;
Total de Vagas: 1.110.
No momento da inscrição, o candidato deve selecionar o polo (quando houver), com município e estado para o qual deseja concorrer, além de indicar onde realizará a prova.
Navegue pela tabela para consultar quais cargos estão disponíveis em cada região, de acordo com o cargo desejado.
3. Qual o valor da taxa de inscrição? 🤔
O valor da taxa de inscrição é de R$ 38,50 para ambos os cargos. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa até a data final das inscrições, em 17 de dezembro.
4. Quais são as etapas do concurso? ✍🏽
O processo seletivo é composto por etapas eliminatórias e classificatórias, sendo a principal delas a Prova Objetiva.
Para os candidatos que concorrem às vagas reservadas, há também fases específicas de verificação documental e fenotípica.
A seguir, estão detalhadas todas as etapas do concurso:
➡️ Etapa 1 - Inscrições e Solicitação de Isenção
Nesta fase, o candidato formaliza sua participação e define as informações essenciais para o concurso.
Período de inscrições vai até 23h59 do dia 17 de dezembro no site oficial da Fundação Getulio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso.
Escolhas obrigatórias:
Polo/município/Estado onde deseja concorrer à vaga;
Município/Estado onde realizará a prova.
Solicitação de Isenção: opcional, dentro do mesmo período de inscrições.
Efetivação da Inscrição: ocorre somente após pagamento da taxa (ou deferimento da isenção).
Divulgação das Inscrições: lista preliminar de inscrições deferidas, indeferidas, pedidos para vagas reservadas e solicitações de atendimento especial (previsão: 13 de janeiro de 2026).
➡️ Etapa 2 - Prova Objetiva (Eliminatória e Classificatória)
É a etapa central do Processo Seletivo, responsável por avaliar conhecimentos específicos e gerais.
Data prevista da aplicação: 1º de março de 2026.
Local: aplicada em todos os municípios com oferta de vagas.
Formato: 60 questões de múltipla escolha (cinco alternativas, apenas uma correta).
➡️ Etapa 3 - Procedimentos de Verificação das Vagas Reservadas (PcD, PPP, PI e PQ)
Após a aprovação na Prova Objetiva, os candidatos inscritos nas modalidades de cotas passam por procedimentos específicos, todos de caráter eliminatório.
Pessoas Pretas ou Pardas (PPP)
Procedimento: Confirmação da Autodeclaração.
Como funciona: realizado eletronicamente, com base exclusivamente no fenótipo; o procedimento é gravado.
Pessoas Indígenas (PI)
Procedimento: Verificação Documental Complementar.
Como funciona: análise documental feita por comissão majoritariamente composta por indígenas.
Pessoas Quilombolas (PQ)
Procedimento: Verificação Documental Complementar.
Como funciona: avaliação por comissão formada majoritariamente por quilombolas, mediante apresentação de documentos como declaração de pertencimento e certificação da Fundação Cultural Palmares.
Pessoas com Deficiência (PcD)
Procedimento: Caracterização da Deficiência.
Como funciona: análise documental por equipe multiprofissional, podendo incluir avaliação presencial ou por telemedicina.
➡️ Etapa 4 - Classificação Final e Contratação
A nota final corresponde à pontuação obtida na Prova Objetiva.
Classificação: feita em ordem decrescente, considerando a escolha de polo/município/estado e a modalidade de concorrência – Ampla Concorrência (AC), Pessoas com Deficiência (PcD), Pessoas Pretas e Pardas (PPP), Pessoas Indígenas (PI) e Pessoas Quilombolas (PQ).
Resultado Final: divulgado em 30 de abril de 2026.
Contratação: os candidatos classificados serão convocados para declarar interesse no local disponibilizado e deverão apresentar toda a documentação exigida (como escolaridade, aptidão física e mental, entre outros).
5. Como serão as provas? 📝
As provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório, serão aplicadas presencialmente em todos os municípios com oferta de vagas.
A aplicação será realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em dois turnos, permitindo que o candidato participe das provas das duas funções.
Os horários das provas serão os seguintes:
⏰Agente de Pesquisas e Mapeamento – 08h às 11h (horário oficial de Brasília);
⏰ Supervisor de Coleta e Qualidade – 14h às 17h (horário oficial de Brasília).
A duração será de 3 horas, incluindo leitura das instruções, coleta da digital e preenchimento do cartão-resposta.
O candidato deverá realizar a prova exclusivamente no local designado pela FGV, não sendo aceitas justificativas de desconhecimento do local ou horário. O não comparecimento, por qualquer motivo, implicará a eliminação do concurso.
A prova valerá 60 pontos, composta por questões de múltipla escolha (A, B, C, D e E), com apenas uma alternativa correta. O conteúdo seguirá o Anexo II do Edital. (veja detalhes abaixo)
A distribuição do número de questões e pontuação depende da função.
Para o cargo de Supervisor de Coleta e Qualidade, será da seguinte forma:
Estrutura das Provas – Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ)
Já para Agente de Pesquisas e Mapeamento, a distribuição das questões e pontuação será a seguinte:
Estrutura da Prova – Agente de Pesquisa e Mapeamento (APM)
O candidato será considerado aprovado na Prova Objetiva caso cumpra, simultaneamente, os seguintes requisitos:
Obter mínimo de 18 pontos no total (equivalente a 30% da pontuação máxima);
Alcançar mínimo de 1 ponto em cada disciplina.
Os candidatos que não atingirem esses critérios serão eliminados do processo seletivo.
Já aqueles que concorrem às vagas reservadas — Pessoas Pretas e Pardas (PPP), Pessoas com Deficiência (PcD), Pessoas Indígenas (PI) e Pessoas Quilombolas (PQ) — deverão cumprir etapas complementares após a aprovação na prova objetiva, que incluem:
Confirmação da autodeclaração
Verificação documental complementar
Caracterização da deficiência (para PcD)
IBGE: vagas para profissionais em todo o Brasil
Tânia Rêgo/Agência Brasil/ARQUIVO
6. O que vai cair nas provas? 📚
O conteúdo programático varia conforme o cargo escolhido.
Veja abaixo o que será cobrado para cada função:
Supervisor de Coleta e Qualidade (SCQ)
A prova para Supervisor é composta por cinco áreas de conhecimento:
📘 Língua Portuguesa inclui temas como:
Interpretação e compreensão de textos;
Estrutura e organização textual;
Coesão, coerência e intertextualidade;
Tipos e gêneros textuais;
Norma culta, pontuação, ortografia, acentuação e crase;
Estrutura e formação de palavras;
Classes gramaticais, semântica (sentido próprio/figurado, sinonímia, antônimos etc.);
Sintaxe (termos da oração, ordem direta e inversa);
Funções da linguagem;
Tipos de discurso;
Vocabulário (neologismos, arcaísmos, estrangeirismos);
Dicionários e verbetes.
🧮 Raciocínio Lógico-Matemático abrange:
Lógica proposicional, conectivos e equivalências;
Conjuntos e operações;
Números inteiros, racionais e reais, porcentagem e juros;
Proporcionalidade;
Medidas (comprimento, área, volume, massa e tempo);
Resolução de problemas lógicos e matemáticos;
Análise de gráficos e tabelas;
Probabilidade e contagem;
Geometria básica e plano cartesiano.
⚖️ Ética no Serviço Público terá os seguintes conteúdos:
Código de Ética do IBGE;
Lei nº 8.112/1990, artigos específicos relacionados a deveres, proibições, responsabilidades e penalidades.
💻 Noções de Informática inclui:
Windows e ambiente operacional;
Edição de textos, planilhas e apresentações (Microsoft Office e LibreOffice);
Internet e intranet (navegadores, e-mail, sites de busca, redes sociais);
Organização de arquivos e pastas;
Noções de segurança da informação e backup.
🌎 Noções de Administração e Situações Gerenciais aborda temas como:
Conceitos gerais de administração e organizações;
Funções administrativas (planejar, organizar, dirigir e controlar);
Motivação, liderança e comunicação;
Tomada de decisão e resolução de problemas;
Gestão de pessoas e trabalho em equipe;
Avaliação de desempenho e responsabilidade gerencial.
🗺️ Geografia inclui:
Noções básicas de cartografia (orientação, coordenadas, escalas, legendas);
Aspectos físicos do Brasil (clima, vegetação, relevo, hidrografia);
Espaços agrário e urbano: economia, emprego, desigualdades;
Dinâmica populacional: migrações e distribuição da população;
Formação territorial e divisão político-administrativa.
Salários de até R$ 16 mil: Caixa publica edital de concurso nesta sexta-feira; veja como se inscrever
Agente de Pesquisas e Mapeamento (APM)
Para Agente, são cobradas cinco disciplinas:
📘 Língua Portuguesa
(Conteúdos iguais aos de Supervisor de Coleta e Qualidade)
🧮 Raciocínio Lógico-Matemático
(Conteúdos iguais aos de Supervisor de Coleta e Qualidade)
⚖️ Ética no Serviço Público
(Conteúdos iguais aos de Supervisor de Coleta e Qualidade)
🌎 Geografia
(Conteúdos iguais aos de Supervisor de Coleta e Qualidade)
💻 Noções de Informática terá um conteúdo simplificado e mais prático, incluindo:
Windows: desktop, pastas, arquivos e navegação;
Gerenciamento de arquivos (criar, mover, copiar, excluir);
Microsoft Word, Excel e PowerPoint (funções básicas);
Noções de segurança da informação (ameaças e boas práticas);
Fundamentos de Geoinformação:
O que é um SIG (Sistema de Informação Geográfica);
Tipos de dados geoespaciais (raster e vetor);
Uso de coordenadas e GPS.
Em ambos os casos, as provas serão elaboradas com base nos conteúdos programáticos previstos no Anexo II do respectivo Edital.
Além disso, alterações legislativas ocorridas após a publicação do edital também poderão ser cobradas, sendo responsabilidade do candidato manter-se atualizado até a data da prova.
7. Qual a validade do concurso? ⏳
O prazo de validade do Processo Seletivo é de um ano, contado a partir da data de assinatura do primeiro contrato. Esse prazo pode ser prorrogado, desde que respeitado o limite máximo de 3 anos, conforme prevê a legislação.
Durante todo o período de validade, os candidatos aprovados e não eliminados permanecerão em lista de espera e poderão ser convocados para contratação sempre que surgir vaga, desde que haja necessidade de serviço e disponibilidade orçamentária.
8. Cronograma do concurso 📆
Período de Inscrições: 19/11 a 17/12/2025
Solicitação de isenção da taxa de inscrição: 19/11 a 17/12/2025
Cartão de Confirmação de Inscrição para realização da prova objetiva: 16/02/2026
Aplicação da Prova Objetiva: 1/03/2026
Divulgação preliminar do gabarito oficial da Prova Objetiva: 24/02/2026
Divulgação do Resultado Definitivo da Prova Objetiva: 27/03/2026
Convocação para os procedimentos de verificação da condição declarada: 27/03/2026
Realização dos procedimentos de verificação da condição declarada: 01/04 a 07/04/2026
Resultados definitivos dos procedimentos de verificação da condição declarada: 30/04/2026
Publicação do Resultado Final do Processo Seletivo: 30/04/2026
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Na última reunião de 2025, Copom deve manter novamente juro estável em 15% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (10) e deve manter a taxa básica de juros da economia inalterada em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
Essa é a expectativa dos economistas do mercado financeiro. Se confirmada, esta será a quarta manutenção seguida da taxa Selic. O anúncio da decisão do BC acontecerá após as 18h.
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
▶️Nesta semana, a maioria dos economistas do mercado financeiro também deixou de acreditar que o início do processo de corte da taxa básica de juros da terá início em janeiro deste ano.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Isso mostra que o mercado está dividido, com a maioria das instituições financeiras consultadas, neste momento, ainda apostando que o início do ciclo de redução do juro começará em março, quando a taxa seria reduzida para 14,5% ao ano.
Como o Banco Central atua?
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,40%, 4,16%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Desaceleração da economia
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
Prédio do Banco Central, em Brasília
Flickr do BCB
A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços.
➡️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em 11 de novembro, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
➡️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
"A atividade econômica doméstica manteve trajetória de moderação no crescimento, reforçando a interpretação do cenário delineado pelo Comitê estar, até agora, se concretizando. Os dados mais recentes corroboram, em geral, o prosseguimento de uma redução gradual de crescimento, ainda que, em momentos de inflexão no ciclo econômico, seja natural observar sinais mistos advindos de indicadores econômicos ou alguma diferença entre as expectativas e as divulgações", informou o Banco Central.
O que dizem analistas
De acordo com análise do Itaú, embora tenha sido registrada melhora qualitativa da inflação, com inflação corrente e núcleos em trajetória de recuo e, também, um reforço do cenário de "moderação da atividade", algo buscado pelo Banco Central para dar início ao ciclo de corte de juros, o Copom deve manter a taxa estável nesta quarta-feira em 15% ao ano.
"O comitê deve indicar que a estratégia atual tem se mostrado adequada, mas enfatizar a necessidade de paciência e serenidade, com passos futuros condicionados à evolução dos dados de atividade, inflação, expectativas e projeções", avaliou a instituição, em comunicado. Para o Itaú, o início do ciclo de cortes deve ser em janeiro de 2026, com redução de 0,25 ponto percentual (para 14,75% ao ano).
Segundo José Aureo Viana, economista, sócio e assessor da Blue3 Investimentos, o BC deve manter o juro estável nesta semana reconhecendo a desaceleração da atividade e o alívio inflacionário, mas ainda "travado" pelo risco fiscal (alta de gastos públicos, que impactam as expectativas de inflação).
"A mensagem deve ser de continuidade: juros altos por mais tempo, com qualquer discussão de corte ficando mais para frente, em 2026, num processo muito gradual. Aqui, o que realmente importa é o tom do comunicado, se o BC vai abrir, mesmo que de forma sutil, a porta para uma normalização futura, ou se reforçará o conservadorismo diante das incertezas fiscais", disse José Aureo Viana, da Blue3 Investimentos.
Já análise do C6 Bank diz que, embora a inflação corrente tenha melhorado, o BC deve manter o juro estável e justificar a decisão pelo fato de as projeções de inflação ainda estarem acima das metas nos próximos anos, a atividade econômica estar "resiliente" e por pressões no mercado de trabalho.
"Acreditamos que o Comitê pode sinalizar uma melhora no cenário prospectivo para a inflação, reconhecendo os avanços descritos acima, mas ainda preservando um tom de cautela (...) Nossa expectativa é de que o ciclo de cortes da Selic comece em março, com a taxa de juros terminando 2026 em 13% [ao ano]", concluiu o C6, em sua análise.
Bolsa Família 2025: pagamentos de dezembro começam nesta quarta; veja calendário

Bolsa Família 2025: veja as regras e o calendário de pagamentos de dezembro
A Caixa Econômica Federal inicia os pagamentos de dezembro do Bolsa Família 2025 nesta quarta-feira (10). Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. (veja mais abaixo o calendário completo)
O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos são antecipados.
Confira o calendário do Bolsa Família para dezembro de 2025:
Final do NIS: 1 - pagamento em 10/12
Final do NIS: 2 - pagamento em 11/12
Final do NIS: 3 - pagamento em 12/12
Final do NIS: 4 - pagamento em 15/12
Final do NIS: 5 - pagamento em 16/12
Final do NIS: 6 - pagamento em 17/12
Final do NIS: 7 - pagamento em 18/12
Final do NIS: 8 - pagamento em 19/12
Final do NIS: 9 - pagamento em 22/12
Final do NIS: 0 - pagamento em 23/12
Bolsa Família
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família.
Quem pode receber o Bolsa Família?
A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa.
Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família.
Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como:
manter crianças e adolescentes na escola;
fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
manter as carteiras de vacinação atualizadas.
Onde se cadastrar?
Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento.
Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada.
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Como sacar o Bolsa Família?
Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque.
Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito.
Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa.
Casa própria: Caixa volta a permitir mais de um financiamento ao mesmo tempo; entenda

A Caixa Econômica Federal anunciou nesta terça-feira (9) que clientes poderão novamente contratar mais de um financiamento imobiliário ao mesmo tempo usando recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
🔎 O SBPE é formado, principalmente, por depósitos de poupança e é uma das principais fontes de crédito habitacional no país.
Essa possibilidade estava suspensa desde novembro de 2024. Na época, a Caixa criou uma regra que impedia clientes com um financiamento habitacional ativo — incluindo seus cônjuges, independentemente do regime de casamento — de contratar um novo crédito imobiliário no banco.
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Durante os 13 meses em que a restrição esteve em vigor, a Caixa tentou equilibrar a forte procura por financiamentos com a falta de recursos disponíveis no SBPE. Na prática, havia muita demanda por crédito, mas pouco dinheiro no sistema para atender a todos.
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🏠 Os financiamentos que usam recursos do SBPE têm o saldo devedor corrigido pela Taxa Referencial (TR), oferecem juros a partir de 10,99% ao ano e podem ser pagos em até 420 meses — ou seja, 35 anos. Esse é um dos modelos mais comuns para quem busca crédito habitacional.
Com a nova decisão, essa restrição foi eliminada. Agora, os clientes podem contratar mais de um financiamento pelo SBPE. Segundo a Caixa, a mudança atende à demanda do mercado e amplia as oportunidades tanto para famílias que querem comprar imóveis quanto para investidores.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirmou que a mudança foi possível após o Banco Central (BC) alterar as regras sobre os depósitos compulsórios da poupança, permitindo que parte dos recursos da caderneta possa ser usada para crédito imobiliário. (veja no infográfico abaixo)
"Essa medida fortalece a capacidade das instituições de manter o ritmo de concessões, mesmo diante da redução dos saldos de poupança, garantindo estabilidade e continuidade no atendimento ao mercado", afirmou.
A mudança anunciada pela Caixa integra um pacote de medidas do governo, divulgado em outubro, para facilitar o acesso ao crédito e impulsionar a construção civil.
Entre as ações estão o aumento do limite de financiamento pelo SBPE e pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), a alteração nas regras de compulsórios do BC e a ampliação do uso de recursos do FGTS para imóveis pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Veja os detalhes abaixo:
Infográfico - veja o que muda na compra da casa própria com novo modelo de crédito do governo
Arte/g1
Prédios em construção em São Paulo. Foto tirada em 27 de junho de 2023.
Luiz Franco/g1
Câmara dos Deputados aprova punição para devedores contumazes de impostos; projeto vai à sanção

Entenda o projeto do "devedor contumaz"
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (9) uma proposta que combate o chamado devedor contumaz — contribuintes que deixam de pagar impostos de maneira planejada e recorrente a fim de driblar legislações tributárias.
A inclusão do texto na agenda de votações desta terça foi acordada por lideranças partidárias da Casa a partir de uma demanda apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas com apoio também da oposição e associações empresariais.
A proposta, que já foi aprovada pelo Senado Federal, segue para sanção presidencial.
O projeto teve urgência aprovada no final de outubro e ficou travado até a escolha do relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em 28 de novembro.
A proposta de combate ao devedor contumaz é uma das prioridades do governo federal para combater o crime organizado. A legislação é mencionada como uma forma de evitar situações como a do Grupo Refit, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo.
Dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e de dezenas de empresas do setor de combustíveis, o grupo foi alvo de uma megaoperação no fim de novembro. A estimativa é que o esquema de sonegação de tenha causado um prejuízo de R$ 26 bilhões de reais.
Em novembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) afirmou que criminosos driblam o fisco com a abertura e fechamento de empresas para lavar dinheiro, o que poderá ser limitado com as novas regras contra os devedores contumazes.
Senadores da CCJ durante análise do projeto que endurece regras contra o chamado devedor contumaz
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O que diz o projeto?
O relator escolhido por Hugo Motta, deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), decidiu não fazer alterações ao projeto aprovado pelo Senado.
O projeto enquadra como devedor contumaz o contribuinte que usa inadimplência de tributos reiterada e injustificada como estratégia de negócio.
Pela proposta, entram nesta categoria os contribuintes que têm, em nível federal, dívida tributária superior a R$ 15 milhões e correspondente a mais de 100% do seu patrimônio conhecido. Nos estados e municípios, a caracterização será diferente.
Os contribuintes enquadrados como devedores contumazes poderão sofrer penalidades, como:
proibição de usufruir de benefícios fiscais;
proibição de participar de licitações públicas;
proibição de pedir ou dar seguimento à recuperação judicial.
🚫 Também será possível tornar inapta a inscrição da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).
No âmbito federal, haverá também a possibilidade de abertura de processo para fazer a cobrança tributária.
O relator do projeto no Senado, Efraim Filho (União-PB), afirmou que dados da Receita Federal apontam que, nessa situação, estão 1,2 mil CNPJs. São R$ 200 bilhões em dívidas registradas na última década.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues avaliou, no seu parecer, que a proposta é necessária para "atacar" a concorrência desleal.
Segundo o relator da Câmara, devedores contumazes usam a inadimplência para ganhar vantagens competitivas ilícitas que "distorcem o mercado e prejudicam o investimento produtivo".
Além de combater o devedor contumaz, o texto discutido pela Câmara também cria mecanismos para reconhecer e dar benefícios a bons pagadores de impostos.
Aos bons pagadores será permitido acesso a canais de atendimento simplificados para orientação e regularização dos tributos devidos, além de flexibilização de regras ou substituição de garantias e a execução fiscal de garantias somente após o trânsito em julgado.
Mega-Sena, concurso 2.949: prêmio acumula e vai a R$ 38 milhões

G1 | Loterias - Mega-Sena 2949
O sorteio do concurso 2.949 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (9), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 38 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 04 - 06 - 11 - 38 - 49 - 54
5 acertos - 28 apostas ganhadoras: R$ 56.175,26
4 acertos - 2.366 apostas ganhadoras: R$ 1.095,81
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (11).
Mega-Sena, concurso 2.949
Reprodução/Caixa
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
O que está por trás da disputa entre Netflix e Paramount pela Warner

Netflix fecha acordo para compra da Warner Bros. Discovery por US$ 72 bilhões
A Paramount Skydance fez uma nova oferta para comprar a Warner Bros Discovery, buscando superar uma oferta da concorrente Netflix para adquirir o estúdio e as plataformas de streaming da empresa.
A Warner Bros Discovery é dona, por exemplo, da HBO e de clássicos como Looney Tunes, Friends, Batman e Harry Potter.
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A Paramount, apoiada pela bilionária família Ellison, afirmou que está fazendo uma oferta direta aos acionistas de US$ 30 (cerca de R$ 163) por ação para adquirir toda a Warner Bros Discovery, incluindo suas redes tradicionais de televisão. A oferta da Paramount avalia a companhia inteira em US$ 108,4 bilhões (cerca de R$ 588 bilhões).
Segundo o grupo, essa proposta é uma "alternativa superior" à da Netflix, oferecendo mais dinheiro imediato aos acionistas e maior perspectiva de aprovação pelos órgãos reguladores.
A oferta feita pela Netflix, declarada vencedora pela Warner Bros Discovery no dia (05), totaliza cerca de US$ 83 bilhões (cerca de R$ 451 bilhões), já considerando dívidas. Mas a oferta da Netflix não inclui a empresa inteira.
Se esse acerto for concretizado, a venda seria concluída após uma divisão planejada de outras partes dos negócios da Warner Bros Discovery, incluindo a emissora CNN, que se tornaria uma empresa independente.
A Warner Bros Discovery afirmou que analisará a oferta da Paramount, mas que não mudou sua recomendação até o momento a favor da compra pela Netflix. A resposta deve sair em até dez dias úteis.
A oferta feita pela Paramount é uma tentativa de "aquisição hostil". Em negociações entre corporações, isso ocorre quando uma empresa tenta comprar outra sem o consentimento da administração da empresa a ser comprada, geralmente oferecendo-se para comprar as ações negociadas na Bolsa dessa empresa-alvo.
Ela difere da "aquisição amigável", que é mutuamente acordada pelos conselhos de administração e acionistas da empresa compradora e da empresa comprada. A oferta da Netflix está mais próxima desse tipo de aquisição.
As ações da Warner Bros subiram mais de 4% na segunda-feira, enquanto as da Paramount saltaram 9%. As ações da Netflix, no entanto, caíram mais de 3%.
Qualquer que seja a empresa vencedora dessa disputa, a aquisição deve passar por análise de órgãos reguladores de concorrência nos Estados Unidos e na Europa. O processo, que vai analisar sobretudo o impacto sobre os consumidores, deve durar meses.
O presidente dos EUA, Donald Trump, por exemplo, afirmou que "poderia haver um problema" se a compra fora feita pela Netflix, citando preocupações ligadas às regras americanas sobre concorrência devido ao tamanho das empresas.
Por que a Paramount e a Netflix querem a Warner Bros.?
A Warner Bros Discovery é dona da HBO, conhecida por séries como Sex and the City
Warner Brothers Discovery via BBC
A Warner Bros Discovery, que remonta a cerca de um século, possui um vasto catálogo, que vai de clássicos como Casablanca e Friends, Super-Homem e Harry Potter. Sua divisão HBO é conhecida por séries de prestígio, incluindo The Sopranos (Família Soprano), Sex and the City e Succession.
Mas a tradicional empresa vem sofrendo pressão comercial com a transformação causada pelo streaming online nas indústrias de cinema e TV.
Para a Netflix, a maior empresa de streaming do mercado, com mais de 300 milhões de assinantes ao redor do mundo, a compra da divisão de filmes e streaming reforçaria seu catálogo de filmes e séries e impediria que concorrentes em potencial tentassem adquirir o valioso conteúdo da Warner Bros Discovery.
A Paramount, por outro lado, busca um parceiro que lhe dê a escala necessária para competir com gigantes da indústria como Netflix e Disney.
Uma aquisição complementaria a compra da Paramount feita por John Ellison, que a incorporou recentemente ao seu estúdio de cinema Skydance.
No setor de streaming, os controladores da Paramount buscam adicionar os cerca de 120 milhões de assinantes do HBO Max aos 79 milhões da Paramount.
Analistas afirmam que uma fusão também poderia trazer benefícios para as emissoras tradicionais de TV paga, que enfrentam dificuldades, dando-lhes maior poder de negociação e apresentando oportunidades de redução de custos.
As emissoras tradicionais da Paramount incluem marcas como Nickelodeon, CBS e Comedy Central, enquanto a Warner Bros. traria a CNN, o Food Network e uma variedade de canais esportivos.
Elos com Trump
Trump diz que estará 'envolvido' na decisão sobre a fusão da Warner Bros
Reuters via BBC
Menor que a Netflix, a Paramount começou a apresentar ofertas de compra há alguns meses, o que levou a Warner Bros Discovery a abrir formalmente o processo de ofertas que acabou sendo vencido pela Netflix.
Analistas do mercado financeiro afirmam há tempos que uma combinação entre Paramount e Warner Bros Discovery faria sentido, pois daria à empresa compradora escala suficiente para competir com rivais como a Netflix e a Disney.
A Paramount também é vista como uma concorrente forte porque a relação entre Trump e a família Ellison, incluindo Larry Ellison, bilionário da tecnologia e mega doador para o partido de Trump, poderia facilitar a aprovação da operação.
Jared Kushner, genro de Trump, está entre os parceiros financeiros da Paramount no negócio, segundo documentos enviados à SEC (a comissão federal responsável pela regulação do mercado financeiro americano).
Os planos da Paramount, que colocariam CBS e CNN sob a mesma holding — empresa que controla outras companhias sem produzir bens ou serviços diretamente —, também são acompanhados de perto pelo potencial impacto no setor de notícias e pelas ligações da família Ellison com Trump.
O presidente disse, no fim de semana, que esperava participar do processo de aprovação, mas ofereceu poucas certezas sobre sua posição.
No domingo (7), ao mencionar possíveis preocupações sobre a fusão da Netflix, elogiou também os executivos do serviço de streaming. Já na segunda-feira (8), nas redes sociais, atacou a Paramount por uma entrevista exibida no programa 60 Minutes com a ex-aliada de Trump Marjorie Taylor Greene, representante republicana.
Em entrevista à CNBC, o CEO da Paramount, David Ellison, afirmou ter tido "ótimas conversas" com Trump sobre o negócio, mas destacou que não queria falar em nome do presidente.
"Quem mais precisa desse negócio é a Paramount, não a Netflix", disse Ben Barringer, chefe de pesquisa em tecnologia da Quilter Cheviot, classificando os ativos da Warner Bros. apenas como "um bônus" para o serviço de streaming.
Netflix e Paramount disputam aquisição da Warner Bros Discovery
Warner Bros via BBC
Em entrevista à CNBC na segunda-feira (08/12), Ellison destacou os benefícios de seu plano para toda a indústria de mídia, argumentando que a aquisição da Warner Bros Discovery pela Netflix daria a uma única empresa poder excessivo sobre atores e outros profissionais do setor.
"É um péssimo negócio para Hollywood", disse Ellison.
Ellison também afirmou que acreditava que o plano da Warner Bros Discovery de transformar suas redes tradicionais em uma empresa independente poderia levá-las ao fracasso e se provar um erro para os acionistas.
"Creio que [as ações] vão valer muito menos do que as pessoas estão dizendo", afirmou.
Executivos da Netflix, que falaram em uma conferência de negócios na segunda-feira (08/12), disseram estar confiantes de que a aquisição poderá ser aprovada, lembrando que o plano não inclui cortes significativos.
A Netflix é a maior empresa de streaming do mundo, com mais de 300 milhões de assinantes.
Na segunda-feira (8), executivos da Netflix disseram confiar em seus planos de compra da Warner Bros Discovery e classificaram a tentativa de compra pela Paramount como "totalmente esperada".
Analistas afirmam que o plano da Netflix provavelmente atrairia escrutínio sobre o tamanho do domínio da empresa no setor de streaming, enquanto a proposta da Paramount exigiria revisão do impacto sobre anunciantes e distribuidores de TV locais, devido ao poder de uma empresa combinada sobre redes esportivas e infantis.
Netflix e Warner Bros.
Reuters
Após acordo de líderes, Câmara vota nesta terça medidas para enquadrar e punir devedor contumaz

Câmara vota nesta terça medidas para enquadrar e punir devedor contumaz
O plenário da Câmara dos Deputados vai analisar nesta terça-feira (9) uma proposta que combate o chamado devedor contumaz — contribuintes que deixam de pagar impostos de maneira planejada e repetida a fim de driblar legislações tributárias.
A inclusão do texto na agenda de votações desta terça foi resultado de acordo das lideranças partidárias da Casa. O projeto teve urgência aprovada no final de outubro e ficou travado até a escolha do relator pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no último dia 28.
A proposta de combate ao devedor contumaz é uma das prioridades do governo Lula para combater o crime organizado. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que fechar o cerco à prática ajudará a reprimir e evitar ocultação e lavagem de dinheiro.
Em novembro, Haddad afirmou que criminosos driblam o fisco com a abertura e fechamento de empresas para lavar dinheiro. Segundo ele, esse tipo de prática seria inibido com novas regras de combate aos devedores contumazes.
O texto tem apoio de diversas associações empresariais e ganhou força após a operação da Polícia Federal que revelou esquema bilionário de sonegação e lavagem de dinheiro ligado ao PCC.
A legislação é mencionada como uma forma de evitar situações como a do Grupo Refit, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo. Dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e de dezenas de empresas do setor de combustíveis, o grupo foi alvo de uma megaoperação no fim de novembro. A estimativa é que o esquema de sonegação de tenha causado um prejuízo de R$ 26 bilhões de reais.
Investigação aponta que Refit montou esquema para sonegar R$ 26 bilhões em impostos
Código de Defesa do Contribuinte
O texto discutido pela Câmara já foi aprovado pelo Senado. O projeto cria o Código de Defesa do Contribuinte e define regras mais duras contra os contribuintes que deixam de pagar impostos de maneira planejada e repetida.
O relator escolhido por Hugo Motta, deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), decidiu não fazer alterações ao projeto enviado pelos senadores. Se o plenário da Câmara referendar o parecer e não aprovar modificações, a proposta poderá seguir diretamente para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
🔎O projeto enquadra como devedor contumaz o contribuinte que usa inadimplência de tributos reiterada e injustificada como estratégia de negócio. Pela proposta, entram nesta categoria os contribuintes que têm, em nível federal, dívida tributária superior a R$ 15 milhões e correspondente a mais de 100% do seu patrimônio conhecido. Nos estados e municípios, a caracterização será diferente.
Os contribuintes enquadrados como devedores contumazes poderão sofrer penalidades, como:
proibição de usufruir de benefícios fiscais;
proibição de participar de licitações públicas;
proibição de pedir ou dar seguimento à recuperação judicial.
Também será possível tornar inapta a inscrição da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). No âmbito federal, haverá também a possibilidade de abertura de processo para fazer a cobrança tributária.
O relator do projeto no Senado, Efraim Filho (União-PB), afirmou que dados da Receita Federal apontam que, nessa situação, estão 1,2 mil CNPJs. São R$ 200 bilhões em dívidas registradas na última década.
O deputado Antonio Carlos Rodrigues avaliou, no seu parecer, que a proposta é necessária para "atacar" a concorrência desleal.
O deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), relator do projeto do devedor contumaz na Câmara
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Segundo o relator da Câmara, devedores contumazes usam a inadimplência para ganhar vantagens competitivas ilícitas que "distorcem o mercado e prejudicam o investimento produtivo".
Além de combater o devedor contumaz, o texto discutido pela Câmara também cria mecanismos para reconhecer e dar benefícios a bons pagadores de impostos.
Em outubro, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defendeu a aprovação da proposta em uma audiência na Câmara.
Segundo ele, o endurecimento de regras contra contribuintes que driblam o fisco é necessário para combater "gente que se utiliza dos instrumentos empresariais para ocultar, transferir, para lavar dinheiro".
"O PL do devedor contumaz é importantíssimo também. Há dois anos nós estamos batendo na tecla de que aquele PL não é para contribuinte; é para gente que se utiliza dos instrumentos empresariais para ocultar, para transferir, para lavar dinheiro. É disso que falamos quando nos referimos ao devedor contumaz. É importantíssimo também esse passo de o Estado brasileiro se unir e se organizar para enfrentar e vencer o crime organizado", disse.
Em meio a guerra comercial, Brasil bate recorde em exportações de soja e amendoim para a China

Brasil bate recorde em exportações de soja e amendoim para a China
Em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil bateu o recorde de exportação de soja e de amendoim para o país asiático em 2025.
No caso do amendoim, segundo dados da Abex-BR (Associação Nacional de Exportadores de Amendoim), foram 63 mil toneladas exportadas para a China entre janeiro e novembro deste ano.
Este número representa um aumento de mais de 2.600% em relação ao exportado pra China nos últimos dois anos somados.
Entre setembro de 2022, quando a importação chinesa de amendoim brasileiro começou, e dezembro de 2024, foram 2.316 toneladas exportadas.
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Quase metade das exportações do agro para os EUA continuam com tarifaço
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“Foi por conta da guerra comercial. Normalmente a China comprava cerca de 300 mil toneladas por ano dos Estados Unidos de amendoim com casca, para produzir óleo”, explica o vice-presidente da Abex-BR, Pablo Rivera.
Os maiores compradores do amendoim brasileiro eram Rússia e o bloco da União Europeia. Neste ano, a China ultrapassou ambos.
Também houve um aumento de 170% exportação brasileira de óleo bruto de amendoim. Desse total, 90% foi puxado pela compra chinesa.
Produção de soja em Rio Verde (GO)
Acervo
Soja
As exportações de soja para a China também bateram um recorde histórico em 2025: entre janeiro e novembro, foram 80,9 milhões de toneladas.
Até então, 2023 havia sido o ano com o maior volume exportado para a China: 75,5 milhões de toneladas. Os dados são da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec).
A compra chinesa deve, inclusive, fazer o Brasil bater o recorde geral de exportação de soja. Estão previstas, até o final do ano, cerca de 105 milhões de toneladas — 80% deste total direcionados à China, que há duas décadas já é o maior importador da soja nacional.
Em 2026, há a previsão de início de exportação de outro cereal para a China: o sorgo. Ele é utilizado principalmente para ração animal, na indústria alimentícia e na de bebidas.
O engenheiro agrônomo da Anec Wallas Ferreira explica que a compra de sorgo vindo dos Estados Unidos pela China foi reduzida em 90%, e por isso o interesse do país asiático no produto brasileiro.
“O protocolo entre os dois países foi assinado, falta a safra de 2025 ser aprovada”, explica Ferreira.
Quase metade das exportações do agro segue com tarifaço nos EUA

Imagem de tilápia; 97,4% do que o setor exporta vai para os Estados Unidos.
Diego Vargas/Seapa MG
Quase metade das exportações brasileiras do agro para os Estados Unidos ainda está sujeita ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, disse a diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Sueme Mori, nesta terça-feira (9).
Segundo a diretora, os produtos que ainda não foram isentos da tarifa adicional de 40% correspondem a 45% do valor que foi exportado em 2024.
Alguns deles são muito dependentes dos EUA no comércio exterior, como a tilápia, o sebo bovino e o mel.
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Dados da CNA mostram, por exemplo, que 97,4% das exportações de tilápia, no ano passado, foram destinadas para os EUA.
No caso do sebo bovino, esse percentual foi de 93,6%, enquanto o mel, de 78,2%.
Durante coletiva de imprensa nesta terça, Mori disse que, caso as tarifas não sejam revertidas, as exportações do agro podem ter um prejuízo de US$ 2,7 bilhões no próximo ano.
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Tarifas aplicadas ao Brasil
Ao longo do ano, diversos produtos brasileiros foram atingidos por taxas adicionais de importação implementadas pelo governo americano.
Em abril, Trump anunciou uma tarifa recíproca de 10% para cerca de 200 produtos alimentícios de diversos países, incluindo o Brasil. A medida, porém, foi revertida em novembro.
Em julho, o presidente americano anunciou uma nova sobretaxa de 40%, voltadas para diversos produtos brasileiros, mas quatro meses depois suspendeu a tarifação para mais de 200 mercadorias.
As duas medidas trouxeram um grande alívio para o agro, já que tiraram da taxação produtos de peso da exportação nacional, como o café em grão e a carne bovina, que são, respectivamente, o segundo e o terceiro itens mais vendidos pelo setor aos EUA, atrás dos produtos florestais.
Outros produtos que não foram contemplados pelas suspensões de tarifas são, por exemplo, o café solúvel e a uva.
Em entrevista ao g1, em novembro, o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo Lima, disse que o produto nacional sempre teve uma forte presença nos supermercados dos EUA.
No ano passado, por exemplo, 38% do que os americanos importaram teve origem no Brasil. "O risco de perda de mercado nas gôndolas de supermercado nos EUA aumenta a cada dia", disse Lima.
"O que a gente sabe, pelos nossos parceiros, é que os EUA ainda estão queimando estoques remanescentes, na esperança que a tarifa caia. Mas, à medida que for apertando, eles buscarão fornecedores alternativos, como México, Colômbia, Vietnã e Europa", afirma.
Em 2024, as vendas de solúvel para os EUA representaram 10% de toda a exportação da indústria brasileira de café. O restante da exportação é de café em grão que, agora, está isenta da tarifa.
No caso da uva, o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, disse essa exclusão acontece porque os EUA são grandes produtores da fruta e devem ter uma supersafra no próximo ano. Além disso, eles também importam muito do Chile e do Peru.
Apesar de ter uma categoria de “frutas frescas” na lista de exceções publicadas pela Casa Branca, a uva ficou de fora dela, segundo confirmou a Abrafrutas com a embaixada.
Entretanto, Brandão afirma que os cachos que deixaram de ir para os EUA já foram realocados para países da Europa e da América do Sul.
O maior prejuízo, portanto, foi que, com menos demanda, o poder de negociação para decidir o preço caiu, aponta o diretor.
BNDES aprova empréstimo de R$ 200 milhões para Embraer investir no ‘carro voador’

Protótipo de 'carro voador' em escala real
Divulgação/Eve Air Mobility
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou, nesta terça-feira (9), que aprovou um financiamento no valor de R$ 200 milhões para a empresa Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, investir no desenvolvimento do carro voador.
Popularmente chamados de carros voadores, os eVTOLs (veículo elétrico de pouso e decolagem vertical) são produzidos em Taubaté (SP) e devem entrar em operação em 2027.
O modelo terá capacidade para cinco pessoas (quatro passageiros e um piloto) e autonomia de 100 quilômetros, o que permite cobrir trajetos urbanos curtos, como conexões entre cidades e centros comerciais, por exemplo.
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Segundo o BNDES, o financiamento vai usar recursos de duas linhas de crédito, sendo R$ 160 milhões do Fundo Clima e R$ 40 milhões da linha Finem. A primeira linha foi criada para apoiar projetos que tenham como objetivo reduzir as mudanças climáticas.
Com o valor, a empresa vai trabalhar na fase de integração dos motores elétricos, além de fazer testes do protótipo para certificação do eVTOL, preparando o veículo para a campanha de testes para obtenção do certificado junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Embraer faz reunião com autoridades em SP para alinhar regulamentação do 'carro voador'
Desde 2022, o BNDES já aprovou R$ 1,2 bilhão em crédito para apoiar a Eve em diferentes fases do desenvolvimento do eVTOL, incluindo a construção da fábrica em Taubaté (SP). Em agosto deste ano, por exemplo, o Banco anunciou R$ 405,3 milhões em investimento direto na Eve.
Segundo o BNDES, o banco acredita que o carro voador da Embraer é uma inovação na mobilidade urbana que terá menos impacto ambiental do que outros tipos de veículos.
“A fabricação do eVTOL é uma inovação disruptiva no conceito de mobilidade urbana, com um veículo que vai conectar os principais pontos das grandes cidades e regiões metropolitanas, com menor emissão de gases de efeito estufa que helicópteros e carros convencionais", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
"O BNDES tem todo o interesse em apoiar um projeto que já tem 2,8 mil pedidos de encomenda de clientes em nove países. Queremos que o primeiro voo aconteça em 2026, 120 anos após o voo do 14-Bis, um feito histórico de Santos Dumont e legado para o mundo”, completou.
Segundo a Eve, o apoio do BNDES para o desenvolvimento do modelo é necessário para garantir que uma etapa difícil do desenvolvimento consiga avançar.
“Esse financiamento acelera uma etapa crítica do nosso programa: a integração do sistema de propulsão elétrica, que garantirá desempenho, segurança e confiabilidade à nossa primeira aeronave certificável”, disse o CFO da Eve, Eduardo Couto.
As diferenças entre helicóptero, eVTOL e avião elétrico
Daniel Ivanaskas/Arte g1
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Aneel determina conexão efetiva de Roraima ao Sistema Interligado Nacional de Energia

Obras do Linhão de Tucuruí, em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou nesta terça-feira (9) a efetiva interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir de 1º de janeiro de 2026.
Isso significa que que o estado começará a receber as instalações de transmissão e distribuição necessárias para a interligação plena dos sistemas.
💡O estado era o único do país que estava isolado da rede nacional e dependia da energia gerada por usinas termelétricas.
Além disso, a Aneel determinou que os agentes geradores concluam a implantação e operacionalização dos Sistema de Medição para Faturamento (SFM), assim como a adesão, cadastramento e modelagem dos ativos na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), até, no máximo, 20 de junho de 2026.
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A CCEE também deve contabilizar a energia que flui entre o Sistema Boa Vista e o SIN, considerando que a geração das usinas abaterá a carga da distribuidora, tanto a das termoelétricas como a geração das usinas cujas autorizações competem à Roraima Energia.
Na decisão, a Aneel também determinou que a Roraima Energia conclua a separação dos seus ativos até o dia 1º de julho de 2027.
Conexão ao sistema do país
Em setembro, o governo federal deu início do processo de energização da Linha de Transmissão Manaus – Boa Vista, conhecida como Linhão do Tucuruí. Após anos de impasse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma ordem de serviço para o início das obras.
Leia também: Linhão de Tucuruí: Presidente Lula inicia conexão de Roraima ao sistema elétrico nacional
A linha de transmissão liga Manaus a Boa Vista e vai conectar Roraima ao SIN. A obra era pedida há anos pelo governo do estado, que sofre frequentemente com a falta de energia.
Durante mais de 18 anos a energia de Roraima foi fornecida pela Venezuela. No entanto, o país parou de enviar energia ao estado em março de 2019. Desde então, a energia elétrica consumida pelos 15 municípios do estado é fornecida pela Roraima Energia.
O parque térmico do estado é formado por 17 Centrais Geradoras Termelétrica (UTE) e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), que geram uma média diária de 200 megawatt. Ao todo, são quase 176 mil consumidores que dependem da empresa no estado.
A obra do Linhão de Tucuruí começou em 2022, quando os indígenas Waimiri Atroari aceitaram a proposta de compensação do governo federal, pois 122 km de torres passam pelo território indígena. Durante a construção, foram gerados cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos, segundo o governo.
Boletim Focus: maioria do mercado financeiro já não espera mais corte de juros em janeiro
Os economistas do mercado financeiro deixaram de apostar, em sua maioria, que o início do processo de corte da taxa básica de juros da economia pelo Banco Central terá início em janeiro deste ano. É o que aponta o boletim "Focus", divulgado nesta semana pelo Banco Central (BC) com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na sexta-feira (5) nos últimos 30 dias. Atualmente, a taxa Selic, fixada pelo Banco Central para conter a inflação, está em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define o juro básico do país, se reúne nesta semana, mas há consenso no mercado de que a taxa permanecerá inalterada no encontro. Isso mostra que o mercado está dividido, embora a maioria das instituições financeiras consultadas ainda aposte que o início do ciclo de redução do juro comece em março, quando a taxa seria reduzida para 14,5% ao ano. Como o Banco Central atua? Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,40%, 4,16%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Ao menos 19% dos usuários de internet no Brasil fizeram apostas online em 2025, diz pesquisa

Apostas esportivas; bet
Joédson Alves/Agência Brasil
Em 2025, 85% dos brasileiros acessaram a internet, representando 157 milhões de pessoas, segundo a pesquisa TIC Domicílios. E 19% dos usuários de internet afirmam ter feito algum tipo de aposta online nos três meses anteriores ao levantamento.
Os dados foram publicados nesta terça-feira (9) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).
🔎 Realizada há 20 anos, a TIC Domicílios mapeia o uso de tecnologias da informação e comunicação e de internet por pessoas acima de 10 anos. Esta edição fez entrevistas em 27.177 domicílios e ouviu 24.535 pessoas de março a agosto de 2025.
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Foi a primeira edição da pesquisa que perguntou sobre apostas online. Ela identificou que homens apostam mais que mulheres.
Entre os usuários de internet que fizeram apostas nos três meses anteriores ao levantamento, 25% são homens e 14% são mulheres.
Ela também mostrou que:
8% dos usuários de internet fizeram aposta em cassino online;
7% pagaram para participar de rifa digital ou sorteio;
7% fizeram aposta esportiva em sites ou aplicativos (bets) – este grupo tem a maior diferença entre mulheres e homens: entre elas, o índice é de 2% e, entre eles, chega a 12%;
7% fizeram aposta em loteria federal.
"O que vemos é um número bastante alarmante: temos cerca de 30 milhões de pessoas acima dos 10 anos que já realizaram algum tipo de aposta online", afirmou Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que divulgou o levantamento.
Segundo ela, esse dado e outros coletados na pesquisa reforçam a necessidade de criar mecanismos regulatórios e ampliar a educação digital dos brasileiros sobre os riscos dos jogos e apostas online.
O acesso à internet também cresceu dentro das casas: 86% dos domicílios têm internet, contra 51% há dez anos.
❌ Fora das redes: segundo a pesquisa, o Brasil tem 28 milhões de não usuários da internet. Esse grupo inclui principalmente pessoas que têm até o ensino fundamental, que se declaram pretas ou pardas e que têm 60 anos ou mais.
A pesquisa revelou ainda que:
75% dos brasileiros fizeram pagamentos ou transferências por PIX;
39% ficaram sem pacote de dados no celular pelo menos uma vez nos três meses anteriores à pesquisa;
56% acessaram ou pediram para alguém acessar o Gov.br para realizar algum serviço público.
32% usaram alguma ferramenta de IA generativa. Desses, 84% para uso pessoal, 53% para estudos escolares e 50% para atividades profissionais.
🔎 O que é Inteligência artificial generativa (ou GenAI): é a tecnologia que deu origem ao ChatGPT. Além de conversar com o usuário, podendo tirar dúvidas gerais, essa IA cria conteúdos, imagens, vídeos e músicas.
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Dólar sobe a R$ 5,43 com foco na candidatura de Flávio Bolsonaro e na Superquarta; Ibovespa recua

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,26% nesta terça-feira (9), cotado a R$ 5,4349. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em queda de 0,13%, aos 157.981 pontos.
Os investidores reagiram às novas notícias sobre a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. A divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a expectativa sobre as decisões de juros tanto lá quanto no Brasil também influenciaram os mercados.
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▶️ Mais cedo, Flávio Bolsonaro afirmou que sua candidatura à Presidência é “irreversível”, o que fez o dólar subir e a bolsa cair.
▶️ Esse movimento acontece porque, na visão de analistas, a entrada de Flávio na corrida eleitoral enfraquece a oposição e amplia as chances de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
🔎 Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio.
▶️ No fim da tarde, a decisão da Câmara dos Deputados de votar do projeto que pode reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro levou o Ibovespa a inverter a tendência e passar a subir.
▶️ Isso porque, na visão do mercado, uma possível redução da pena de Bolsonaro no caso da tentativa de golpe poderia abrir espaço para negociar a retirada da candidatura de Flávio, reduzindo o suposto risco eleitoral e para as contas públicas.
▶️ O índice, no entanto, voltou a perder força e fechou em queda.
▶️ Na última sexta-feira (5), o anúncio da pré-candidatura de Flávio surpreendeu investidores e causou uma forte venda de ativos brasileiros. No dia, o Ibovespa tombou mais de 4%, interrompendo a sequência positiva dos últimos dias. O dólar disparou.
▶️ No cenário econômico, amanhã é dia de Superquarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos EUA divulgam suas decisões sobre juros. A previsão é de corte de 0,25 ponto percentual nos EUA, enquanto, no Brasil, a aposta é pela manutenção da Selic em 15% ao ano.
No Brasil, a principal dúvida é quando terá início o ciclo de redução dos juros: em janeiro ou só em março. Nos EUA, além do corte previsto, o mercado aguarda o tom do comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
▶️ Nos EUA, o destaque de hoje foi o relatório Jolts de outubro, que indicou o número de vagas abertas, junto com a pesquisa semanal da ADP sobre emprego privado. Esses dados ajudam a ajustar expectativas para a decisão do Fed, prevista para amanhã.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,04%;
Acumulado do mês: +1,87%;
Acumulado do ano: -12,05%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +0,39%;
Acumulado do mês: -0,69%;
Acumulado do ano: +31,34%.
Corrida eleitoral
Após ter sugerido que poderia desistir da sua candidatura à Presidência em 2026, Flávio Bolsonaro recebeu líderes partidários em um jantar em sua casa, noite de segunda-feira (8), para apresentar seu projeto e buscar apoio político.
👉 Participaram do encontro Antônio de Rueda (União Brasil), Valdemar Costa Neto (PL), Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (Progressistas). Marcos Pereira (Republicanos) foi convidado, mas não compareceu.
Ao fim da reunião, Marinho afirmou que Flávio expôs suas propostas e reforçou que o PL já tem um nome para a disputa. Ele também disse que União Brasil e Progressistas foram “receptivos”, mas ainda avaliarão o posicionamento de suas bancadas.
Nenhum apoio formal foi anunciado. Segundo Marinho, os dirigentes dessas siglas devem consultar governadores, parlamentares e demais lideranças antes de tomar uma decisão.
Durante evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou apoio à pré-candidatura de Flávio. Disse manter “lealdade inegociável” a Jair Bolsonaro e que a escolha do ex-presidente pelo filho contará com seu respaldo.
Apesar disso, lideranças do Centrão têm demonstrado resistência ao nome de Flávio, segundo apuração do blog de Gerson Camarotti.
A avaliação é que uma candidatura da família Bolsonaro — mesmo com o ex-presidente condenado e preso — tende a fragmentar a direita no primeiro turno. A decisão também esvazia a viabilidade de Tarcísio, considerado o nome capaz de unificar o bloco e bem visto pelo mercado financeiro.
Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, explica que o tema tem provocado reações imediatas no mercado, já que os investidores estão sensíveis a qualquer sinal que altere a percepção de risco fiscal.
Ele lembra que episódios recentes reforçam essa volatilidade: semanas atrás, a simples menção de uma proposta de transporte público gratuito na plataforma de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou a uma leitura de maior expansão fiscal à frente, o que pressionou os ativos locais.
“Da mesma forma, na sexta-feira, os ativos nacionais tiveram desempenho muito ruim após Flávio Bolsonaro indicar que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o escolheu como candidato à Presidência.”
Para o analista, o foco do investidor está em duas preocupações centrais:
a competitividade de Flávio Bolsonaro
e o risco de divisão de votos no campo da direita.
Mattos explica que o mercado enxerga o senador como “menos competitivo que nomes como Tarcísio de Freitas”, além de avaliar que uma possível fragmentação poderia aumentar as chances de reeleição de Lula.
“Esse cenário de incerteza aumenta a percepção de risco fiscal, eleva a exigência de prêmio pelos investidores e pressiona a taxa de câmbio, movimento que pode continuar até haver maior clareza.”
À espera dos juros
Um dos destaques desta semana fica com as decisões de juros do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (banco central dos EUA), ambas previstas para amanhã (10) — na chamada Superquarta.
Por aqui, a expectativa é que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 15% ao ano mais uma vez. Em falas recentes, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, já indicou que os juros devem permanecer elevados, reiterando que as decisões do BC são embasadas em fatos e dados.
Em evento no início deste mês, o banqueiro central já havia dito que os dados de desemprego de outubro mostram um cenário econômico mais complexo do que o esperado, afirmando que esse contexto exige uma atuação mais conservadora na condução da política monetária.
🔎 A taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro — o menor nível desde o início da série histórica, em 2012 — mesmo diante de um quadro de juros elevados e sinais mistos no mercado de trabalho.
"O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação", afirmou à época.
Já nos EUA, a maior parte dos investidores acredita que o Fed deve reduzir as taxas norte-americanas em 0,25 ponto percentual, dando continuidade ao ciclo de corte de juros.
As apostas foram reforçadas após o PCE de setembro, divulgado em atraso por conta da paralisação de 43 dias do governo norte-americano.
O indicador, que é a medida de inflação preferida do Fed, indicou que os gastos do consumidor dos EUA aumentaram em linha com as previsões em setembro, enquanto os preços básicos subiram 2,8% em relação ao ano anterior — patamar levemente abaixo da expectativa do mercado, de alta de 2,9%.
Agenda econômica
Vagas de empregos nos EUA
As vagas de emprego em aberto nos EUA registraram uma leve alta em outubro, mas as contratações continuaram fracas, refletindo a incerteza que ainda marca a economia norte-americana.
🔎 Os dados fazem parte do relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey), pesquisa mensal do Departamento do Trabalho dos EUA que acompanha postos abertos, admissões e desligamentos.
O número de vagas disponíveis — indicador que mostra a demanda das empresas por trabalhadores — subiu em 12 mil, totalizando 7,67 milhões no fim de outubro.
Analistas consultados pela Reuters esperavam um número bem menor, de 7,15 milhões de vagas não preenchidas.
Apesar do aumento na abertura de postos, as empresas contrataram menos. As admissões caíram em 218 mil, chegando a 5,149 milhões em outubro.
O relatório também incorporou informações de setembro, mês cujo dado oficial não havia sido divulgado por causa de uma paralisação de 43 dias no governo federal.
O Departamento do Trabalho explicou que, para outubro, suspendeu temporariamente o uso de um dos métodos estatísticos que ajusta os resultados mês a mês. A metodologia será retomada quando forem publicadas as estimativas finais.
Em setembro, havia 7,658 milhões de vagas abertas e 5,367 milhões de contratações.
A leitura dos dois meses reforça a ideia de um mercado de trabalho estagnado — um cenário que economistas têm descrito como “sem contratações, sem demissões”, quando empresas nem expandem significativamente suas equipes nem promovem cortes expressivos.
Essa estagnação tem sido associada principalmente à menor oferta de trabalhadores. Houve uma redução da imigração a partir do último ano do governo Joe Biden, aprofundada durante o segundo mandato de Donald Trump, o que diminuiu a entrada de novos profissionais no mercado.
Ao mesmo tempo, o avanço da inteligência artificial em algumas áreas reduziu a necessidade de mão de obra, sobretudo em funções de entrada.
Emprego no setor privado americano
De acordo com a ADP, os empregadores do setor privado americano criaram, em média, 4.750 vagas por semana nas quatro semanas encerradas em 22 de novembro. Os dados são preliminares e podem ser revisados à medida que novas informações forem incluídas.
O resultado representa uma melhora após quatro semanas consecutivas em que as estimativas apontavam redução de postos de trabalho. Em novembro, porém, o setor privado ainda registrou um saldo negativo de 32 mil vagas.
O relatório também chama atenção para o papel das pequenas empresas na economia americana. Historicamente, segundo a própria ADP, esses estabelecimentos são responsáveis por quase dois terços dos novos empregos criados no país.
Mesmo assim, o desempenho recente foi fraco:
na leitura divulgada na semana passada, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que as pequenas empresas perderam 120 mil vagas em novembro, enquanto as companhias de médio e grande porte abriram 90 mil postos.
nos três meses anteriores, entre agosto e outubro, os pequenos negócios já vinham eliminando, em média, 34 mil empregos por mês.
As perdas de novembro foram amplas e atingiram praticamente todos os grandes setores da economia. Apenas educação e saúde e recursos naturais conseguiram registrar crescimento no número de trabalhadores.
Entre os segmentos que mais cortaram vagas, o relatório destaca as pequenas empresas da indústria de manufatura e as do setor de serviços profissionais e empresariais.
As pequenas empresas foram afetadas de forma geral: perderam empregos tanto em atividades ligadas à produção de bens quanto nos serviços, e tanto em negócios do tipo B2B (voltados a outras empresas) quanto em atividades destinadas diretamente ao consumidor final.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices fecharam sem direção única nesta terça-feira, com os investidores aguardando a decisão de política monetária do Federal Reserve.
Outro ponto de atenção é a autorização do governo americano para que a Nvidia volte a vender chips de inteligência artificial à China, medida que impulsionou as ações da empresa e de outras companhias de tecnologia.
O Dow Jones recuou 0,37%, aos 47.560,81 pontos, e o S&P 500 teve perdas de 0,09%, aos 6.840,52 pontos. O Nasdaq, por sua vez, avançou 0,13%, aos 23.576,49 pontos.
Na Europa, as bolsas fecharam majoritariamente em queda, acompanhando o clima de cautela global antes da decisão do Fed.
Investidores monitoram ainda reuniões de outros bancos centrais: o Banco Nacional Suíço divulga sua decisão na quinta-feira, enquanto o Banco da Inglaterra e o BCE se reúnem na próxima semana.
No fechamento, o índice STOXX 600 recuou 0,04%, aos 578,11 pontos. O FTSE 100, de Londres, teve baixa de -0,03%, aos 9.642,01 pontos, e o CAC 40, de Paris, caiu 0,69%, aos 8.052,51 pontos. Por outro lado, o DAX, de Frankfurt, avançou 0,49%, aos 24.162,65 pontos.
Na Ásia, o dia foi de quedas nas bolsas da China e de Hong Kong, após a liderança chinesa sinalizar que não pretende adotar novos estímulos no curto prazo, apesar das tensões comerciais e das dificuldades do setor imobiliário. Em outras praças da região, o movimento foi misto.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,37%, para 3.909 pontos, e o CSI300 recuou 0,51%, a 4.598 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,29%, para 25.434 pontos. Já o Nikkei, em Tóquio, subiu 0,1%, para 50.655 pontos.
Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters
Trump diz que vai autorizar venda de semicondutores de IA da Nvidia para a China

Trump diz que vai autorizar venda de semicondutores de IA da Nvidia para a China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (8) que chegou a um acordo com o presidente chinês, Xi Jinping, para autorizar a empresa americana Nvidia a exportar semicondutores avançados de inteligência artificial (IA) para a China.
🔎 Semicondutores são materiais que formam os componentes essenciais dos aparelhos eletrônicos. Eles controlam o fluxo de energia elétrica, permitindo que dispositivos como celulares, computadores e carros processem informações e executem tarefas. Na inteligência artificial, os semicondutores dão a capacidade de processamento necessária para que os sistemas analisem dados, aprendam e funcionem.
O anúncio marca uma mudança relevante na política dos Estados Unidos para a exportação de chips avançados de IA, que havia sido fortemente restringida pelo governo do antecessor de Trump, Joe Biden, por razões de segurança nacional ligadas ao uso militar da tecnologia pela China.
Congressistas democratas criticaram a decisão, classificada por eles como um grande erro, que tende a fortalecer tanto a economia quanto as Forças Armadas chinesas.
Em uma publicação na rede Truth Social, Trump disse ter informado Xi de que Washington permitiria à Nvidia enviar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) H200 a “clientes aprovados na China e em outros países, sob condições que garantam uma segurança nacional sólida”.
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“O presidente Xi respondeu positivamente! Serão pagos aos Estados Unidos 25%”, escreveu Trump, sem detalhar como funcionaria o mecanismo de pagamento.
Trump também criticou a abordagem adotada por Biden. Segundo ele, a política obrigava grandes empresas americanas a gastar “bilhões de dólares” na produção de versões “inferiores” de produtos, o que teria travado a inovação e prejudicado os trabalhadores do país.
A declaração fazia referência à exigência do governo Biden para que fabricantes de microprocessadores criassem versões adaptadas e menos potentes destinadas ao mercado chinês.
Esses chips tinham desempenho reduzido — como menor velocidade de processamento — para atender às regras de controle de exportações.
Questionado sobre o tema, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, não confirmou explicitamente o acordo, mas afirmou que “a China sempre defendeu resultados de benefício mútuo por meio da cooperação com os Estados Unidos”.
Apoio ao emprego
Durante as restrições adotadas no governo Biden, a exportação para a China das GPUs H200 e de outros chips avançados semelhantes foi bloqueada.
Lançados no segundo trimestre de 2024, os H200 estão cerca de 18 meses atrás das tecnologias mais avançadas da empresa.
“Aplaudimos a decisão do presidente Trump de permitir que a indústria americana de chips possa competir, apoiando empregos bem remunerados e a produção no país”, afirmou um porta-voz da Nvidia à AFP após o anúncio.
Trump afirmou ainda que a decisão tem como objetivo “apoiar o emprego, fortalecer a indústria manufatureira e beneficiar os contribuintes dos Estados Unidos”.
O presidente ressaltou que os chips mais avançados da Nvidia — como a série Blackwell e os futuros processadores Rubin — não fazem parte do acordo e continuam disponíveis apenas para clientes dos Estados Unidos.
🔎 As unidades de processamento gráfico (GPUs) são usadas no treinamento dos modelos de IA que estão na base da revolução da inteligência artificial generativa, impulsionada pelo lançamento do ChatGPT em 2022.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos prepara os últimos detalhes para a implementação da medida, e Trump afirmou que “o mesmo critério será aplicado à AMD, Intel e a outras grandes empresas americanas”.
Corrida pela IA
O anúncio ocorre em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, que disputam o protagonismo na tecnologia de inteligência artificial.
O diretor-executivo da Nvidia, Jensen Huang, pressionou a Casa Branca para reverter a política do governo Biden, mesmo diante da forte resistência em Washington ao fornecimento de semicondutores para empresas chinesas.
Em nota conjunta, vários senadores democratas classificaram a decisão de Trump como um “erro econômico e de segurança nacional de grandes proporções”.
Segundo os parlamentares, o acesso aos chips pode permitir à China “tornar suas armas mais letais e realizar ciberataques mais eficazes contra empresas americanas e infraestruturas críticas”.
Alex Stapp, do Institute for Progress, com sede em Washington, afirmou que a política representa um “grande gol contra”, já que as unidades H200 são “seis vezes mais potentes que as H20”, até então os chips mais avançados autorizados para exportação.
Já Zhang Yi, da empresa chinesa de pesquisa tecnológica iiMedia, afirmou que a entrada das GPUs de IA da Nvidia no mercado não deve desestimular a China a desenvolver seus próprios chips avançados.
“Ao contrário, isso deve acelerar esse processo”, afirmou à AFP. Segundo ele, a tarifa americana de 25% tende a elevar os custos para empresas chinesas, que já demonstram preocupação com a segurança de suas cadeias de suprimento.
Ilustração mostra o logotipo da NVIDIA e a placa-mãe do computador
REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração
BC diz que 48,7 milhões de pessoas ainda têm 'dinheiro esquecido' nos bancos; valor total soma R$ 9,9 bilhões

O Banco Central informou nesta terça-feira (9) que ainda existem, nas instituições financeiras, R$ 9,92 bilhões em "recursos esquecidos" pelos clientes. O balanço considera valores contabilizados até outubro.
Deste total:
R$ 7,73 bilhões são recursos de 48,7 milhões de pessoas físicas;
R$ 2,19 bilhões são valores de 4,9 milhões de empresas.
Até o momento, o Banco Central informou que já foram devolvidos R$ 12,6 bilhões em recursos que estavam esquecidos nas instituições financeiras.
O sistema do BC permite consultar se pessoas físicas (inclusive falecidas) e empresas deixaram valores para trás em bancos, consórcios ou outras instituições.
O prazo oficial para buscar os recursos teria, em tese, acabado em 16 de outubro de 2024. Entretanto, o Ministério da Fazenda informou que não há prazo para clientes resgatarem os valores nas instituições financeiras.
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Como consultar o dinheiro esquecido
O único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é o https://valoresareceber.bcb.gov.br.
🔑Via sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.
📞Caso não tenha uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.
💰No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é necessário preencher um termo de responsabilidade.
Após a consulta, é preciso entrar em contato com as instituições nas quais há valores a receber e verificar os procedimentos.
Dinheiro, real, notas de R$ 50, contagem de cédulas
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Pedido automático
Desde 27 de maio, o BC informou que é possível habilitar uma solicitação automática de resgate de valores a receber.
A novidade, segundo a instituição, é que a adesão ao novo serviço é facultativa.
Agora, quem quiser, pode automatizar as solicitações. As demais funcionalidades do sistema continuam iguais.
"O propósito é facilitar ainda mais a vida do cidadão, que não precisará consultar o sistema periodicamente nem registrar manualmente a solicitação de cada valor que existe em seu nome", informou o Banco Central, na ocasião.
Entenda
Para habilitar, é necessário acessar o SVR com uma conta gov.br de nível prata ou ouro e verificação em duas etapas ativada.
A solicitação automática é exclusiva para pessoas físicas e está disponível apenas para quem possui chave PIX do tipo CPF. Quem ainda não possui essa chave deve cadastrá-la junto à sua instituição financeira.
O cidadão não receberá aviso do Banco Central quando algum valor for devolvido. O crédito será feito diretamente pela instituição financeira na conta do cidadão.
As instituições financeiras que não aderiram ao termo de devolução via PIX continuarão exigindo solicitação manual. Isso também se aplica a valores oriundos de contas conjuntas.
🚨Atenção: o governo não entra em contato solicitando dados pessoais ou informações extras para a devolução dos recursos por mensagem ou ligação telefônica. Fique atento e se proteja de golpes.
Ferramenta de segurança
Em fevereiro, o Banco Central mudou a verificação de segurança do Sistema Valores a Receber para evitar fraudes.
📱O acesso continua a ser feito com a conta gov.br nível prata ou ouro. Mas o aplicativo passou a exigir duas etapas de verificação de segurança.
📲Quem não tem o gov.br no celular, precisa primeiro baixar o aplicativo. Depois, é necessário preencher as informações e fazer a validação facial para liberar as duas etapas.
🗝O acesso ao sistema de valores é com o CPF e a senha.
Em seguida, o sistema vai pedir um código de acesso que precisa ser gerado no aplicativo.
Como Peru transformou um dos desertos mais áridos do mundo em um centro de produção de alimentos

Regiões muito áridas como Ica se tranformaram em grandes centros de produção de alimentos
Sebastián Castaeda/ Getty Images
As vastas planícies desérticas da região de Ica, no Peru, deram lugar, nas últimas décadas, a extensas plantações de mirtilos e outras frutas.
Até a década de 1990, era difícil imaginar que essa área do deserto costeiro peruano, onde à primeira vista se vê pouco mais do que poeira e mar, pudesse se transformar em um grande centro de produção agrícola.
Mas foi exatamente isso que aconteceu não só ali, mas na maior parte do litoral desértico peruano, onde cresceram grandes plantações de frutas não tradicionais da região, como manga, mirtilos e abacates.
A enorme faixa que atravessa o país paralela às ondas do Pacífico e às elevações andinas converteu-se em um imenso pomar e no epicentro de uma pujante indústria agroexportadora.
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Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru, as exportações agrícolas peruanas cresceram, entre 2010 e 2024, a uma média anual de 11%, alcançando em 2024 o recorde de US$ 9,185 milhões.
O Peru se transformou, nesses anos, no maior exportador mundial de uvas e de mirtilos — uma fruta que quase não era produzida no país antes de 2008.
E sua capacidade para produzir em grande escala durante as estações em que isso é mais difícil no hemisfério norte, fez com que o país se consolidasse como uma das grandes potências agroexportadoras, e um dos principais fornecedores dos Estados Unidos, Europa, China e outros mercados.
Mas quais são as consequências disso? Quem se beneficia? E esse boom de exportação agrícola peruano é sustentável?
Leia também: Pecuária que preserva, cacau que refloresta: como o dinheiro do clima chega ao campo
Como tudo começou
O processo que levaria o desenvolvimento da indústria agroexportadora peruana começou na década de 1990, quando o governo do então presidente Alberto Fujimori promoveu profundas reformas para reanimar um país — atingido por anos de crise econômica e hiperinflação.
O Peru se tornou, em poucos anos, no maior exportador de mirtilo do mundo
Klebher Vásquez / Getty
"O trabalho de base foi realizado para reduzir as barreiras tarifárias, promover o investimento estrangeiro no Peru e reduzir os custos administrativos para as empresas. Buscava-se impulsionar os setores que tivessem potencial exportador", disse à BBC Mundo — serviço em espanhol da BBC — César Huaroto, economista da Universidade Peruana de Ciências Aplicadas.
"No início, o foco era o setor de mineração, mas, no fim do século já surge uma elite empresarial que vê o potencial do setor de exportação agrícola."
Mas não bastavam apenas leis mais favoráveis e nem boas intenções.
A agricultura em grande escala no Peru enfrentava tradicionalmente obstáculos como a baixa fertilidade dos solos da selva amazônica e a acidentada geografia da serra andina.
Ana Sabogal, especialista em ecologia vegetal e em mudanças antrópicas nos ecossistemas da Pontífica Universidade Católoca do Peru, explicou que "o investimento privado de grandes agricultores, que são menos avessos ao risco do que os pequenos, facilitou inovações técnicas como a irrigação por gotejamento e o desenvolvimento de projetos de irrigação".
A solução para o problema da escassez de água no deserto permitiu que se começasse a cultivar em uma área onde tradicionalmente não se achava possível fazer agricultura, e a explorar suas condições climáticas únicas, que especialistas descrevem como uma "estufa natural".
"A região não tinha água, mas com água tornou-se uma terra muito fértil", afirma Huaroto.
Tudo isso, somado a inovações genéticas, como a que permitiu o cultivo local do mirtilo, possibilitou que o Peru incorporasse grandes extensões de seu deserto costeiro à superfície cultivável, que se expandiram em cerca de 30%, segundo estima Sabogal.
"Foi um aumento surpreendente e enorme da agroindústria", diz a especialista.
Hoje, regiões como Ica e Piura, no norte do país, tornaram-se importantes centros de produção agrícola, e a agroexportação é um dos motores da economia peruana.
O crescimento da produção agrícola encareceu a água e a mão de obra para pequenos agricultores
Ernesto Benavides / Getty Images
Quais foram as consequências?
Segundo a Associação de Exportadores (ADEX), as exportações agrícolas representaram 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) peruano em 2024, em comparação com apenas 1,3% em 2020.
O impacto econômico e ambiental tem sido significativo e ambivalente.
Seus defensores destacam os benefícios econômicos, mas os críticos apontam para os custos ambientais, como alto consumo de água em áreas onde ela é escassa e o abastecimento não é garantido.
O economista César Huaroto conduziu um estudo para avaliar o boom agroexportador na costa do Peru.
"Uma das coisas que descobrimos é que a indústria agroexportadora atuou como motor da economia local, aumentando o nível de empregos qualificados em grandes áreas, onde antes predominava a informalidade, e se registrou um aumento na renda média dos trabalhadores", disse.
No entanto, isso não beneficia a todos de forma igual.
"Os pequenos agricultores independentes têm mais dificuldade de encontrar trabalhadores porque os salários são mais altos e também enfrentam mais dificuldades para acessar a água que precisam para suas plantações."
De fato, a agroexportação parece estar substituindo as formas tradicionais de se trabalhar no campo e mudando a estrutura social e de propriedade em grandes áreas do Peru.
"Muitos pequenos proprietários percebem que suas terras já não são rentáveis e, por isso, estão vendendo para grandes empresas", indica Huaroto.
Contudo, segundo o economista, "até mesmo pequenos agricultores se mostram satisfeitos porque a agroindústria tem dado trabalho para membros de sua família".
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O problema da água
Nos últimos anos, os benefícios do negócio de exportação agrícola para o país têm sido cada vez mais questionados.
Mas o principal alvo de críticas é a água.
"Em um contexto de escassez hídrica, em que uma parcela significativa da população do Peru não tem água encanada em casa, o debate em torno da indústria de exportação agrícola está cada vez mais intenso", assinala Huaroto.
A ativista local Rosario Huayanca disse à BBC que "em Ica está acontecendo uma disputa por água, porque não há para todos."
Os críticos destacam que a indústria de exportação agrícola consome muita água em um país onde parte da população não tem acesso a ela
Martín Bernetti / Getty
Em uma região árida como essa, a questão da água é polêmica faz tempo.
Como em Ica praticamente não chove, grande parte da água se obtém do subsolo.
Enquanto muitos assentamentos humanos precisam se contentar com a água que chega em caminhões-pipa, e armazená-la para suprir suas necessidades, grandes áreas de cultivo destinadas à exportação têm garantido o abastecimento por meio de poços em suas propriedades e acesso prioritário à água de irrigação, que é transposta da região vizinha de Huancavelica.
"Em tese, é proibido escavar poços novos, mas quando os funcionários da Autoridade Nacional de Água (ANA) chegam para inspecionar as grandes exportadoras, eles negam acesso, alegando que trata-se de uma propriedade privada", afirma Huayanca.
A ANA estabeleceu em 2011 o que descreveu como "um processo rigoroso de vigilância e fiscalização" do uso do aquífero subterrâneo que abastece grande parte da água de Ica, diante do "iminente problema de superexploração de águas subterrâneas, que está provocando a queda contínua dos níveis do lençol freático da região".
Mas, aparentemente, o problema persiste e os pequenos agricultores locais se deparam com indícios de que o aquífero está se esgotando.
"Antes, bastava cavar cinco metros, mas agora é preciso chegar até 100 metros de profundidade para que a água apareça", afirma Huayanca.
"Os pequenos agricultores se queixam que são obrigados a pagar caro pela água, enquanto as grandes propriedades contam com reservatórios e grandes tanques, cuja água é otimizada com sistemas de irrigação tecnologicamente avançados", explica.
A BBC Mundo procurou a ANA e o Ministério de Desenvolvimento Agrário e Irrigação do Peru para comentar a situação, mas não teve retorno.
Regiões como Ica se transformaram em grandes centros de produção agrícola
Sebastián Castaeda / Getty
Nessa região, se cultivam as uvas com as quais se produz o famoso pisco, aguardente cuja fama se tornou motivo de orgulho nacional para os peruanos, mas até isso está sendo questionado.
"Alguns criticam que as uvas são basicamente água com açúcar e, se exporta a uva e seus derivados, está exportando água", destaca Sabogal.
Em Ica, o desafio é tornar próspero o agronegócio sustentável, atendendo também às necessidades da população.
"A cada eleição, se fala sobre isso, mas as soluções nunca chegam. Precisamos descobrir como tornar a economia de Ica sustentável a longo prazo, porque sem água, a economia vai entrar em colapso", diz Huayanca.
O desafio, na verdade, é para todo o Peru agroexportador.
"A situação atual não é sustentável a longo prazo. É ótimo que exista uma indústria agrícola de exportação, porque isso gera renda, mas somente enquanto se destinar a quantidade de água necessária para a população e ecossistemas", afirma Sabogal.
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Mega-Sena pode pagar R$ 20 milhões nesta terça-feira

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.949 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 20 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h desta terça-feira (9), em São Paulo.
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No concurso do último sábado (6), nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Volante da Mega-Sena
Ana Marin/g1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
CNH renovada de graça: saiba o que é preciso para ser considerado como 'bom condutor'

Renovação grátis da CNH: veja quem terá direito ao novo benefício
Em entrevista ao g1, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), anunciou uma nova regra para a CNH: a renovação poderá ser automática e gratuita para quem for considerado um “bom condutor”.
Segundo o ministro, para ser classificado como bom condutor, o motorista deve:
🪪 Não ter pontos registrados na CNH;
📝 Não possuir infrações de trânsito anotadas no documento.
“O bom condutor, se ele não levar ponto na carteira, se ele não cometer infração de trânsito, ele não vai precisar voltar ao Detran e pagar novas taxas de exame, porque a carteira será renovada automaticamente”, disse o ministro.
Até então, a renovação da CNH requer algumas etapas e o pagamento de taxas que variam de acordo com o Detran de cada estado, a idade do motorista e a categoria do documento. A renovação pode ser realizada até 30 dias após o vencimento da carteira.
Dirigir com a CNH vencida é uma infração gravíssima, que resulta em:
🪪 7 pontos na CNH;
💰 Multa de R$ 293,47.
Em São Paulo, por exemplo, a renovação envolve os seguintes valores:
Exame médico: R$ 122,17, pago diretamente ao profissional;
Avaliação psicológica: R$ 142,53, cobrada apenas para condutores com a anotação de Exerce Atividade Remunerada (EAR), também paga ao psicólogo;
Taxa de emissão do Detran: R$ 122,17;
Entrega pelos Correios (opcional): R$ 11,00.
Novas regras para a CNH
Carteira Nacional de Habilitação (CNH)
Divulgação/Detran-AM
A renovação automática e gratuita da CNH entra em vigor junto de novas regras para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), já nesta semana. Entre as alterações, estão o fim da exigência de aulas obrigatórias em autoescolas.
Em entrevista ao g1, o ministro disse que o governo vai lançar o aplicativo CNH do Brasil, uma nova versão atualizada do que já existe – a Carteira Digital de Trânsito (CDT) – nesta terça-feira (9), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Após a cerimônia, a expectativa é de que as novas normas sejam publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) no mesmo dia. As mudanças passam a valer imediatamente após a publicação. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou as alterações no começo do mês.
Estão entre as mudanças:
Aulas em autoescola deixam de ser obrigatórias;
O conteúdo teórico estará disponível no aplicativo do governo, de graça, e não será mais exigida carga horária mínima;
O aluno poderá usar carro particular e optar por aulas com um instrutor autônomo, credenciado pelo Detran;
As aulas práticas caem de 20 para 2 horas no mínimo (com um instrutor ou em autoescola);
As provas práticas continuam sendo presenciais, assim como o exame médico e a coleta biométrica;
Quem reprovar na primeira avaliação poderá fazer o segundo teste de graça;
Não haverá mais prazo para a conclusão do processo de habilitação, que hoje é de um ano.
🚗🚙🏍️ Veja perguntas e respostas sobre a nova CNH.
Sala de entrega de Carteira Nacional de Habilitação do Detran-RN
Divulgação
Custo da CNH
O ministro afirmou que o governo busca o barateamento da carteira de motorista para a população, a digitalização e a modernização do sistema.
"Essa é uma mudança de cultura da sociedade com o fim da obrigatoriedade. Era uma reserva de mercado e a autoescola podava a inovação. Não haverá desemprego. O instrutor terá oportunidade de ser instrutor autônomo também. Vai valorizar a profissão", disse Renan Filho.
O governo afirma que as mudanças podem reduzir em até 80% o custo para que o cidadão se habilite para dirigir – que hoje pode chegar a R$ 5 mil. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito, 20 milhões de pessoas estão dirigindo sem habilitação e 30 milhões têm idade para tirar a carteira, mas não têm dinheiro para pagar.
"Cada cidadão vai contratar as horas que precisa para aprender. Se o cara já dirige moto ele não precisa de 20 horas. Será uma fração entre duas horas e 20 horas. O fato é que agora vamos dar liberdade para as pessoas negociarem", afirmou o ministro.
Passo a passo para a habilitação
A previsão é de que a nova versão do aplicativo CNH do Brasil seja disponibilizada também na terça-feira, após o lançamento oficial. A partir do aplicativo o futuro motorista poderá fazer grande parte do processo para conseguir tirar sua habilitação. Ele pode iniciar o processo numa autoescola também.
Os passos pelo aplicativo são:
Primeiro, o cidadão vai fazer um curso gratuito, mas obrigatório. Ele pode fazer o curso pelo aplicativo, pelo computador, celular, tablet;
Após o curso, o cidadão recebe um certificado que informa estar apto para fazer a prova teórica;
Antes da prova teórica, a pessoa precisa ir ao Detran para fazer a biometria e a foto;
Exame médico e exame psicológico, realizados por qualquer médico e qualquer psicólogo;
Prova teórica;
Após a aprovação na prova teórica, o futuro motorista pode procurar uma autoescola ou um instrutor autônomo;
Prova prática. Se aprovado, o novo motorista recebe automaticamente a CNH digital.
O instrutor autônomo também vai ser identificado pelo aplicativo e registrará as aulas ministradas no sistema. Ao final, o aluno recebe um novo certificado, informando que está apto para a prova prática.
Prova nacional e padronizada
De acordo com o ministro Renan Filho, as provas teóricas e práticas serão padronizadas em todo o país e os simulados vão trazer questões que estarão no teste.
"O aluno do Brasil inteiro vai fazer a mesma prova. Antes, cada Detran fazia um tipo de prova. Vamos padronizar as questões, como o mundo faz. No aplicativo vai poder fazer simulados com as questões que cairão na prova. Diferentemente do Enem, por exemplo. No Enem você tem que esconder as questões porque tem menos vagas do que a demanda. Mas a prova do Detran é ao contrário, quanto mais estudarem a questão, mais vão aprender as regras de transito", disse Renan Filho.
"Era uma confusão. Muitas dessas horas o cidadão passava fazendo baliza, mas ninguém morre fazendo baliza. O máximo é um arranhão no carro. A prova era para reprovar as pessoas, dificultar a vida do cidadão", completou.
*Com reportagem de Isabella Calzolari e Guilherme Balza.
13º salário: segunda parcela do pagamento cai um dia antes em 2025; saiba motivo e calcule valores

13º salário: veja data de pagamento da segunda parcela
A segunda parcela do 13º salário vai ser antecipada. O pagamento, que deveria ser feito até 20 de dezembro, será depositado no dia 19, já que o prazo final cai em um sábado.
Conhecido como um "salário extra", esse benefício é garantido por lei e, normalmente, é pago em duas parcelas, cada uma com datas definidas.
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A primeira parcela e a parcela única já foram pagas no fim de novembro. Agora resta só a segunda — a que vem com os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda, quando houver.
O valor final varia conforme o salário bruto e o tempo trabalhado no ano, o que sempre levanta dúvidas.
Para te ajudar, a calculadora do g1 mostra uma estimativa de quanto deve cair na sua conta. Basta preencher seus dados e a ferramenta calcula automaticamente a segunda parcela já com os descontos.
Ao longo desta reportagem, o g1 reuniu as principais perguntas e explica tudo que você precisa saber:
Quem tem direito ao 13º salário?
Qual é o tempo mínimo de registro para ter direito ao 13º?
Como é feito o cálculo do 13º salário?
Como funciona o 13º proporcional para quem foi demitido ou pediu demissão?
Quais são os prazos legais para o pagamento do 13º?
O empregador pode antecipar ou parcelar o 13º de outras formas?
Estagiários, trabalhadores temporários e autônomos têm direito ao 13º?
E se a empresa atrasar o pagamento?
1. Quem tem direito ao 13º salário?
Todo trabalhador contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem direito ao 13º salário. Isso inclui empregados domésticos, rurais, urbanos e avulsos. Além dos trabalhadores da iniciativa privada, aposentados e pensionistas do INSS também recebem o benefício, conforme previsto na legislação brasileira.
O advogado trabalhista Luís Gustavo Nicoli explica que o direito é garantido mesmo para quem não completou um ano na empresa.
"O pagamento é proporcional ao tempo trabalhado. Ou seja, mesmo que o funcionário tenha sido contratado em julho, ele ainda assim receberá o valor referente aos meses em que esteve na empresa", afirma.
2. Qual é o tempo mínimo de registro para ter direito ao 13º?
Para que um mês seja considerado no cálculo do 13º salário, o trabalhador precisa ter trabalhado pelo menos 15 dias naquele mês. Isso significa que não é necessário ter o mês completo de serviço para que ele entre na conta.
"Cada mês com mais de 15 dias de trabalho conta como um mês integral para o cálculo do 13º. Se o empregado trabalhou menos de 15 dias em um determinado mês, aquele período não será considerado no cálculo do benefício”, explica Luís Gustavo.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
3. Como é feito o cálculo do 13º salário?
O cálculo do 13º salário é proporcional ao tempo de serviço no ano. Para fazer a conta, é preciso dividir o salário bruto mensal por 12 (referente aos meses do ano) e multiplicar pelo número de meses trabalhados. O resultado é o valor total do benefício, que normalmente é pago em duas parcelas.
Na base de cálculo entram o salário-base, adicionais como insalubridade, periculosidade e adicional noturno, além da média de horas extras e comissões.
Já benefícios eventuais ou indenizatórios, como vale-transporte ou auxílio-alimentação, não entram na conta.
A primeira parcela corresponde à metade do valor calculado, enquanto a segunda parcela vem com os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda.
4. Como funciona o 13º proporcional para quem foi demitido ou pediu demissão?
Quem foi demitido sem justa causa tem direito ao 13º proporcional, calculado com base nos meses trabalhados no ano. O mesmo vale para quem pediu demissão voluntariamente: o benefício é pago de forma proporcional ao tempo de serviço.
No entanto, há uma exceção importante.
“O trabalhador que foi dispensado por justa causa perde o direito ao 13º salário”, explica Nicoli. Por isso, é essencial entender o tipo de desligamento para saber se o benefício será pago ou não.
5. Quais são os prazos legais para o pagamento do 13º?
A primeira parcela do 13º salário deve ser paga até o dia 30 de novembro. Em 2025, essa data caiu em um domingo, então o depósito foi feito na sexta-feira (28) para evitar atrasos.
Agora é a vez da segunda parcela, que também será antecipada: o depósito sai no dia 19, um dia antes do limite legal, porque o dia 20 cai em um sábado.
Algumas empresas optam por antecipar a primeira parcela e pagá-la junto com as férias do empregado, desde que ele tenha solicitado isso até janeiro do mesmo ano. Essa antecipação é permitida por lei, mas o pagamento deve respeitar os prazos máximos estabelecidos.
6. O empregador pode antecipar ou parcelar o 13º de outras formas?
Sim, o empregador pode antecipar o pagamento do 13º salário, inclusive quitando o valor integral de uma só vez. No entanto, essa antecipação deve respeitar os prazos legais: até 30 de novembro para a primeira parcela e até 20 de dezembro para a segunda.
➡️ O que não é permitido, segundo a legislação trabalhista, é dividir o pagamento em mais de duas parcelas.
“A CLT e o Decreto 57.155/1965 estabelecem que o 13º deve ser pago em até duas vezes. Qualquer outra forma de parcelamento não está prevista na lei”, esclarece Nicoli.
7. Estagiários, trabalhadores temporários e autônomos têm direito ao 13º?
Estagiários não têm direito ao 13º salário, pois o estágio é regido por uma legislação específica (Lei 11.788/2008) e não configura vínculo empregatício.
Já os trabalhadores temporários, contratados conforme a Lei 6.019/1974, têm direito ao benefício, pois há vínculo de emprego durante o período do contrato.
Autônomos e prestadores de serviço (como os que trabalham como pessoa jurídica, os chamados PJs) também não têm direito ao 13º.
"Como não há relação de emprego, não se aplica a eles o pagamento do benefício", explica o advogado.
8. E se a empresa atrasar o pagamento?
O atraso no pagamento do 13º salário pode gerar multa para o empregador. O trabalhador que não receber o benefício dentro do prazo pode denunciar a empresa à Superintendência Regional do Trabalho, órgão responsável por fiscalizar o cumprimento das leis trabalhistas.
Por isso, é importante que as empresas se organizem para fazer os depósitos nas datas corretas.
Profissões que vão bombar em 2026
Feriados de 2026: quase todos caem em dias úteis e viram folga prolongada
O consignado CLT é o mais vantajoso do mercado financeiro atual
Pegatroco/Divulgação
Carteira de trabalho digital
Marcelo Camargo/Agência Brasil
CLT
Jornal Nacional/Reprodução
Calculadora mostra quanto você receberá com os descontos no 13º salário
g1
TCU abre fiscalização de estatais com riscos fiscais e vai tratar caso dos Correios de forma separada

Tesouro vê juros altos e rejeita proposta de bancos para empréstimo aos Correios
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do Rêgo, afirmou ao g1 que o tribunal abriu processos para fiscalizar nove empresas estatais classificadas com riscos fiscais que passarão por fisacilização do TCU.
No caso específico dos Correios, que passa por uma crise financeira e estuda opções para se reestruturar, o processo será conduzido de forma separa das demais empresas.
"Os Correios têm três processos, três solicitações do Congresso Nacional e tem o próprio processo dos Correios", explicou o presidente.
🔎 O Tribunal de Contas da União é responsável por controlar gastos, pela fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas do país.
O TCU anunciou em novembro que criaria uma força-tarefa para fiscalizar nove estatais federais que apresentam riscos fiscais. Entre elas estão os Correios e a Casa da Moeda. Segundo Vital do Rêgo, os processos já têm relatores definidos.
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Reprodução/TV Globo
A iniciativa foi motivada por um relatório do Tesouro Nacional que identificou fragilidades financeiras e possíveis riscos às contas públicas em nove das 27 empresas estatais analisadas.
Além dos Correios e da Casa da Moeda, também são citadas as Companhias Docas (CDC, CDP, Codeba, CDRJ e Codern), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea), a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) e a Infraero.
“O objetivo é ampliar o escopo da fiscalização para além do aspecto financeiro, incorporando dimensões de governança, eficiência operacional e qualidade da gestão”, afirmou o presidente do TCU.
Segundo Vital do Rêgo, a ação da força-tarefa será estruturada em cinco:
gestão e inovação;
desempenho financeiro;
gestão de pessoal;
contratações; e
tecnologia da informação.
“Esses são fatores que frequentemente estão na raiz das dificuldades fiscais enfrentadas por essas entidades”, completou.