Tender, presunto cru ou cozido: entenda as diferenças

Tender, presunto cru ou cozido: entenda as diferenças
Para quem não gosta de frango ou peru, o tender pode ser uma alternativa para o almoço de Natal. Apesar do nome diferente, ele é um tipo de presunto, mas passa por etapas específicas no processo de produção.
O tender é um produto originário dos Estados Unidos. No país, ele é conhecido como "glazed ham", que traduzido ao português significa "presunto glaceado".
Já no Brasil, ele ficou conhecido como "tender" depois de uma marca que comercializava o produto divulgar o slogan "tender made", que em português significa "feito com carinho", aponta o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuário (Anffa).
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Entenda abaixo quais requisitos são exigidos para cada tipo de produto.
Tender
Tender é um tipo de presunto, mas passa por etapas diferenciadas em sua produção.
Divulgação
🐖É feito apenas do pernil do porco, ou seja, das pernas traseiras, que são mais musculosas e uniformes. Isso permite que o corte já se aproxime do formato redondo do tender, explica Elsio Figueiredo, pesquisador da unidade Suínos e Aves da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
🐖 Para o seu preparo, o tender é marinado, recebe injeção de temperos, sais dissolvidos em água. Ele fica em ambiente refrigerado para curar por cerca de 3 dias. Depois, ele é cozido e defumado.
Presunto cru
Presunto parma
Anthony Rahayel
🐖 Se trata de todo presunto que não é cozido.
🐖 Existem diversas formas de preparar presuntos crus. Alguns exemplos dos mais famosos são o parma e o jamon espanhol.
🐖 É feito a partir das peças inteiras do pernil e, em alguns casos, das paletas (os braços) do porco, diz Figueiredo.
🐖 Normalmente, o único tempero usado é sal.
🐖Este tipo de presunto costuma passar por um período maior de maturação, entre 9 meses e 3 anos. Durante o processo, o produtor precisa passar uma pasta de banha para evitar a proliferação de bactérias, além de escovar a peça para evitar fungos, explica o pesquisador da Embrapa.
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Presunto cozido
Presunto cozido
Divulgação / Ministério da Agricultura
🐖São os presuntos mais comuns nos supermercados.
🐖Nesta categoria, estão os produtos obtidos de cortes íntegros de pernil de porco, curado, cozido, defumado ou não, desossado ou não, com adição de ingredientes.
🐖Existem três formas de preparar o presunto:
cozido: é possível usar carne moída, para preencher o alimento, já que, após ser fatiado, ficam buracos em sua forma. Mas não pode ter pele;
cozido superior: não pode ter carne moída, mas pode ter pele;
cozido tenro: é obrigatoriamente defumado;
Em 2023, as regras para produção de presunto mudam pela primeira vez em 20 anos. Confira aqui as novas exigências.
Regras para produção de presunto mudam pela 1° vez em 20 anos; confira
Apresuntado
🐖É feito da paleta e do acém.
🐖Tem um maior percentual de gordura.
🐖Após a seleção das peças, a carne é transformada em uma massa, que é temperada e submetida a um processo térmico.
Presunto, apresuntado, margarina e manteiga: descubra diferenças entre alimentos 'primos'
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Acareação com Vorcaro e diretor do Banco Central é nova pressão sobre autoridade monetária
A convocação do diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton Aquino, para uma acareação a respeito de possíveis fraudes na transação do Banco Master com o BRB chamou a atenção de ex-diretores da autoridade monetária e do mundo financeiro. O diretor responsável pela negativa da operação Master-BRB foi outro, o responsável à época pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro, Renato Gomes. A partir daquele processo, dados da operação com o BRB foram enviadas à PF, que iniciou a investigação que levou à prisão de Vorcaro. A diretoria de Fiscalização foi responsável pelo parecer que levou à liquidação do Master. Nos últimos dias, foi ampliada a pressão sobre o BC questionando se a liquidação foi precipitada. Até mesmo um parecer do ministro do TCU, Jhonatan de Jesus, pedindo explicações ao BC, foi visto com estranheza dentro do tribunal de Contas. Como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, é responsável pela investigação que a PF iniciou, chamou a atenção de ex-mandatários do BC a convocação do dirigente da área responsável pela liquidação.
Número de bilionários com menos de 30 anos que enriqueceram sem herança bate recorde, diz Forbes

Luana Lara, a brasileira que se tornou a bilionária mais jovem do mundo sem herança
O ano de 2025 marcou uma mudança no perfil dos super-ricos globais. De acordo com a revista Forbes, foi registrado o maior número já observado de bilionários com menos de 30 anos que construíram suas fortunas sem herança familiar.
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A lista reúne 13 jovens empreendedores que alcançaram patrimônios superiores a US$ 1 bilhão ainda na casa dos 20 anos — quase o dobro do recorde anterior, registrado em 2022, quando sete pessoas se enquadravam nesse perfil.
🔎 Entre os nomes deste ano está a brasileira Luana Lopes Lara, de 29 anos, que aparece como a mulher mais jovem do mundo a atingir o status de bilionária sem herança, segundo o levantamento da revista.
A empresária Luana Lopes Lara
Fantástico/Reprodução
👉 O dado chama atenção não apenas pela quantidade de jovens bilionários, mas também pela rapidez com que essas fortunas foram formadas: entre novembro e dezembro de 2025, sete novos nomes passaram a integrar esse grupo.
Esse avanço está ligado ao crescimento de setores que, há uma década, ainda eram inexistentes ou pouco desenvolvidos. Áreas como inteligência artificial, mercados de previsão e apostas online passaram a gerar empresas avaliadas em bilhões de dólares em poucos anos (e às vezes em poucos meses).
A seguir, confira quem são os bilionários com menos de 30 anos que construíram fortunas próprias, com estimativas atualizadas até dezembro de 2025.
1. Alexandr Wang (28 anos)
Fortuna: US$ 3,2 bilhões
Origem da riqueza: Inteligência artificial
Cofundador da Scale AI, empresa de rotulagem de dados usada no treinamento de modelos de IA. A Meta comprou 49% da companhia por cerca de US$ 14 bilhões.
2. Ed Craven (29 anos)
Fortuna: US$ 2,8 bilhões
Origem da riqueza: Apostas online
Cofundador do cassino digital Stake.com, que ganhou escala durante a pandemia.
3. Surya Midha (22 anos)
Fortuna: US$ 2,2 bilhões
Origem da riqueza: Inteligência artificial
Cofundador da Mercor, startup de recrutamento com uso de IA avaliada em US$ 10 bilhões.
4. Brendan Foody (22 anos)
Fortuna: US$ 2,2 bilhões
Origem da riqueza: Inteligência artificial
Cofundador e CEO da Mercor.
5. Adarsh Hiremath (22 anos)
Fortuna: US$ 2,2 bilhões
Origem da riqueza: Inteligência artificial
Cofundador e diretor de tecnologia da Mercor.
6. Fabian Hedin (26 anos)
Fortuna: US$ 1,6 bilhão
Origem da riqueza: Codificação com IA
Cofundador da startup sueca Lovable, que permite criar sites e aplicativos com auxílio de inteligência artificial.
7. Michael Truell (25 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Software de IA
Cofundador da Cursor, empresa de edição de código com inteligência artificial.
8. Aman Sanger (25 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Software de IA
Cofundador da Cursor.
9. Sualeh Asif (25 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Software de IA
Cofundador da Cursor.
10. Arvid Lunnemark (26 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Software de IA
Cofundador da Cursor.
11. Luana Lopes Lara (29 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Mercados de previsão
Cofundadora da Kalshi, plataforma que permite apostas sobre eventos futuros, como eleições e indicadores econômicos.
12. Tarek Mansour (29 anos)
Fortuna: US$ 1,3 bilhão
Origem da riqueza: Mercados de previsão
Cofundador da Kalshi.
13. Shayne Coplan (27 anos)
Fortuna: US$ 1 bilhão
Origem da riqueza: Mercados de previsão
Fundador da Polymarket, plataforma que ganhou projeção após receber um investimento de US$ 2 bilhões da Intercontinental Exchange.
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Toffoli marca para dia 30 acareação sobre o Banco Master com ex-BRB, Vorcaro e diretor do BC

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli marcou para a próxima terça-feira, dia 30 de dezembro, uma acareação entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BrB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, informou a assessoria de imprensa do STF nesta quarta-feira (24).
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Toffoli é o relator no STF do caso do banco Master, que teve a liquidação extrajudicial determinada pelo BC em 18 de novembro.
No mesmo dia, a Polícia Federal deflagrou uma operação por suspeita de fraude bilionária no banco, que levou à prisão de Vorcaro e ao afastamento de Costa do BrB. Vorcaro obteve um habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1ª Região em 28 de novembro.
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Ao justificar a liquidação do Master, o BC citou "graves violações" às normas e problemas de liquidez da instituição.
Decisão do BC e STF
A decisão do BC, no entanto, está no centro de uma controvérsia que envolve inclusive outros órgãos em Brasília. Na sexta-feira passada, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jonathan de Jesus pediu esclarecimentos do BC sobre a fundamentação e motivação da decretação da liquidação.
Na última segunda-feira, a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, noticiou que o ministro do STF Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do BC, Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Master. A esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, tem um contrato de prestação de serviços advocatícios com o Master.
Na terça-feira, o Banco Central e Moraes informaram, em notas separadas, que as reuniões ocorreram para discutir efeitos da aplicação da Lei Magnitsky sobre o magistrado.
Em nova nota divulgada na noite de terça-feira, Moraes deu mais detalhes sobre as reuniões.
"Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master", disse.
De acordo com o BC, o grupo Master representava 0,57% do ativo total e 0,55% das captações totais do sistema financeiro nacional. Com a liquidação decretada, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) estimou que pagará R$41 bilhões aos credores da instituição.
Ministro do STF Dias Toffoli
Divulgação/STF
Caso Master
Fundado em 1974 como Máxima Corretora de Valores, o Banco Master passou por diversas reorganizações societárias ao longo de quase cinco décadas. O movimento ganhou novo impulso em 2019, quando Daniel Vorcaro assumiu o controle da instituição e implementou uma estratégia de crescimento acelerado.
A partir de 2022, no entanto, esse ritmo mais intenso começou a levantar questionamentos no mercado, e analistas e investidores passaram a identificar sinais de fragilidade no modelo adotado.
Isso porque a instituição passou a captar dinheiro a custos cada vez mais altos e a direcionar esses recursos para investimentos considerados mais arriscados — uma combinação que levantou dúvidas sobre a capacidade do banco de manter suas finanças equilibradas no longo prazo.
👉 Em termos simples, o banco pagava juros elevados para captar dinheiro e precisava assumir riscos ainda maiores para tentar sustentar esses pagamentos.
⚠️ Esse tipo de estratégia costuma funcionar apenas no curto prazo e aumenta o risco de desequilíbrio financeiro.
O sinal de alerta ficou ainda mais evidente com os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) oferecidos pelo Banco Master.
🔎 O que são os CDBs? São títulos de renda fixa nos quais o investidor “empresta dinheiro” ao banco e recebe juros em troca. No caso do Master, esses papéis passaram a oferecer remunerações de até 140% do CDI — um nível muito acima do normalmente praticado por instituições com situação financeira considerada sólida.
Para especialistas, ofertas tão elevadas funcionavam como um sinal de alerta. A leitura é que, sem conseguir captar dinheiro a custos menores no mercado financeiro tradicional ou junto a grandes bancos, o Master passou a recorrer de forma crescente ao investidor pessoa física para reforçar seu caixa.
Daniel Vorcaro, dono do Banco Master
Banco Master
E as preocupações não eram infundadas: segundo investigações da Polícia Federal, parte do dinheiro captado teria sido usada para tapar déficits operacionais e honrar compromissos antigos — um modelo que só se sustenta enquanto há entrada constante de recursos novos e mais robustos.
Paralelamente, o banco passou a buscar uma saída por meio da venda de participação societária. A principal investida ocorreu em março deste ano, quando avançaram as negociações para a venda de 58% do capital ao Banco de Brasília (BRB), em uma operação estimada em cerca de R$ 2 bilhões.
O acordo, porém, rapidamente entrou no radar de órgãos de controle: o Ministério Público do Distrito Federal e o Ministério Público de Contas levantaram questionamentos sobre a falta de transparência da operação e os potenciais riscos para os acionistas do banco público.
Mas foi antes mesmo dessa tentativa de venda que a Polícia Federal deu início às investigações sobre o banco. Desde 2024, a PF passou a acompanhar de perto a instituição e identificou indícios de que o Master teria criado artificialmente carteiras de crédito e registrado ativos de baixa — ou até inexistente — qualidade como se fossem sólidos, o que acabaria distorcendo a real situação financeira do banco.
Nesse contexto, parte das irregularidades envolvia a emissão de cerca de R$ 50 bilhões em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) sem que houvesse recursos líquidos suficientes para garantir o pagamento desses títulos no futuro.
As apurações também indicam operações suspeitas com créditos supostamente adquiridos da empresa Tirreno. Esses ativos teriam sido revendidos ao Banco de Brasília (BRB) por R$ 12,2 bilhões, sem a documentação necessária, justamente no período em que se negociava a compra do próprio Banco Master.
Diante disso, o Banco Central decidiu decretar a liquidação extrajudicial do Master em novembro. Com a medida, as atividades foram interrompidas de forma imediata, a diretoria foi afastada e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) foi acionado para indenizar correntistas e investidores, respeitando o limite legal de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
Paralelamente, a Justiça determinou o bloqueio dos bens dos controladores e de ex-executivos da instituição. As investigações continuam em andamento para apurar eventuais responsabilidades nas esferas civil e criminal.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Governo publica decreto que oficializa reajuste do salário mínimo para R$ 1.621 em 2026

Governo publica decreto que oficializa reajuste do salário mínimo para R$ 1.621 em 2026
O Diário Oficial publicou nesta quarta-feira (24) o Decreto nº 12.797, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que oficializa o reajuste do salário mínimo nacional a partir de 1º de janeiro de 2026.
▶️ Com a mudança, o valor passa de R$ 1.518 para R$ 1.621, um aumento de R$ 103 em relação ao piso atualmente em vigor.
Quem recebe o salário mínimo (ou múltiplos dele) ou benefícios vinculados a esse valor, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), já receberá o total reajustado no início de fevereiro.
Entenda abaixo como funciona o salário mínimo, qual a regra de reajuste e como essa mudança impacta a economia brasileira.
Como funciona o salário mínimo?
Como o nome já indica, o salário mínimo é a menor remuneração que um trabalhador formal pode receber no país.
🔎A Constituição diz que trabalhadores urbanos e rurais têm direito a um "salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim".
Para o Dieese, o salário mínimo mensal necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.067,18 em novembro desse ano, ou 4,66 vezes o piso mínimo nacional de R$ 1.518.
Além disso, pela Constituição, o salário mínimo tem que ser reajustado ao menos pela inflação, para garantir a manutenção do chamado "poder de compra". Se a inflação é de 10%, o salário tem de subir pelo menos 10% para garantir que seja possível comprar, na média, os mesmos produtos.
Salário mínimo 2026
Nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, o reajuste do salário mínimo seguiu exatamente essa regra. Foi reajustado apenas pela inflação, sem ganho real. No mandato de Lula, o salário mínimo voltou a subir acima da inflação (veja detalhes sobre a nova regra mais abaixo nessa reportagem).
Para impedir um crescimento maior da dívida pública, e consequentemente dos juros cobrados do setor produtivo, alguns economistas defendem, porém, que o piso dos benefícios previdenciários deixe de ser vinculado ao salário mínimo, e que volte a ter correção apenas pela inflação.
Referência para 59,9 milhões de pessoas
De acordo com nota técnica divulgada em janeiro deste ano pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para 59,9 milhões de pessoas no Brasil.
Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.
O salário mínimo também gera impactos indiretos na economia, como o aumento do "salário médio" dos brasileiros e a elevação do poder de compra do trabalhador.
Como o governo chegou aos R$ 1.621?
Se cumprisse apenas a regra da Constituição, de corrigir o valor pela inflação, o governo poderia reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 1.518 para algo em torno de R$ 1.582.
O cálculo leva em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 12 meses até novembro, que foi de 4,18%.
O governo Lula, no entanto, prometeu ainda durante a campanha que retomaria a chamada "política de valorização do salário mínimo", o que significa aumentos para além da inflação.
Em 2023, o Congresso aprovou uma medida provisória editada por Lula incluiu esse mecanismo na lei. Pela nova regra, o reajuste do salário mínimo levava em conta dois fatores:
a inflação medida pelo INPC até novembro, como prevê a Constituição;
o índice de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores.
Por essa regra, o salário mínimo desse ano subiria com base na inflação do ano passado, de 4,18%, e no crescimento do PIB de 2024 (3,4%). E avançaria para R$ 1.636.
Entretanto, em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma lei que restringe o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo a 2,5% (o teto de gastos do arcabouço fiscal).
▶️Ao ser aplicada, então, considera a inflação em doze meses até novembro deste ano (4,18%) mais 2,5% de alta real (PIB de 2024, limitado a 2,5%), elevando o salário mínimo para R$ 1.621 em 2026.
Impacto nas contas públicas
Ao conceder um reajuste para o salário mínimo, o governo federal também gasta mais. Isso porque os benefícios previdenciários, assim como o valor do abono salarial e do seguro-desemprego, entre outros, não podem ser menores que o valor do mínimo.
💰De acordo com cálculos do governo, a cada R$ 1 de aumento do salário mínimo cria-se uma despesa em 2026 de aproximadamente R$ 420 milhões.
Um aumento de R$ 103 ao salário mínimo no próximo ano, portanto, corresponde a um crescimento de cerca de R$ 43,2 bilhões nas despesas obrigatórias.
O aumento maior do salário mínimo é um dos principais itens que eleva as gastos obrigatórias. Com isso, sobrarão menos recursos para os gastos "livres" do governo, chamados de "discricionários" – o que pode afetar políticas do governo federal.
Cotação do ouro supera US$ 4.500 com expectativa de corte de juros nos EUA e tensão geopolítica

A cotação do ouro superou a marca de 4.500 dólares por onça (31,1 gramas) nas negociações asiáticas desta quarta-feira (24), impulsionada pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) continue reduzindo as taxas de juros no próximo ano, além das tensões entre Estados Unidos e Venezuela.
O metal, considerado um “ativo refúgio” — ou seja, um investimento procurado em períodos de incerteza econômica ou política — era negociado a US$ 4.519,78 (R$ 24.940) por onça, mantendo uma sequência de alta que já acumula valorização de 70% desde o início de 2025.
Outros metais seguiram a tendência: a prata e o cobre também registraram máximas na terça-feira, enquanto a platina atingiu o maior valor desde maio de 2008.
Segundo analistas, o movimento é parcialmente explicado pelo aumento dos riscos geopolíticos entre Washington e Caracas, após o presidente Donald Trump declarar na segunda-feira que seria “inteligente” que seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, deixasse o poder.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Em 16 de dezembro, Trump anunciou um bloqueio a “navios petroleiros sancionados” que navegam de ou para a Venezuela. Desde setembro, a presença de navios de guerra americanos no Caribe em uma operação contra o narcotráfico resultou em mais de 100 mortes. A Venezuela denuncia a campanha como uma tentativa de derrubar Maduro e controlar as riquezas do país.
Ao mesmo tempo, os mercados mostravam disposição para fechar o ano em tom positivo, impulsionados pelo otimismo em relação a 2026, especialmente sobre a economia dos Estados Unidos, o que compensou as preocupações recentes com a avaliação do setor de tecnologia.
👉 Na terça-feira, os operadores de Wall Street levaram o índice S&P 500 a um nível recorde, após a divulgação de dados que mostraram que a maior economia do mundo cresceu 4,3% no terceiro trimestre, a taxa anualizada mais rápida em dois anos e acima das expectativas de 3,3%.
O crescimento foi impulsionado pelo desempenho dos gastos de consumidores e empresas, oferecendo um alívio aos investidores diante de dados recentes mais fracos sobre emprego.
Com a economia apresentando resultados melhores do que o previsto, os investidores reduziram as apostas em um novo corte das taxas de juros pelo Fed no próximo mês.
Embora a expectativa de redução dos juros tenha sido um fator-chave na alta recente dos mercados, analistas afirmam que o forte crescimento econômico compensou qualquer decepção com a manutenção das taxas neste momento.
Jazida de ouro de 7,1 mil toneladas não foi descoberta no Brasil
g1
Por que Chester e Fiesta são maiores que o frango do dia a dia

Chester de Natal: entenda como é a produção
Para quem não vai conseguir comprar um peru para a ceia de Natal deste ano, o Chester e o Fiesta surgem como opções mais baratas. Mas por que esses frangos são maiores do que os vendidos no restante do ano?
Os produtos, que são das marcas Perdigão e Seara, respectivamente, são, na verdade, frangos que passaram por uma seleção genética para se tornarem maiores do que os demais.
Diferentemente dos seus antecedentes, o frango de Natal não é usado para reprodução, mas apenas para o abate; por isso, todos os anos, os criadores devem começar o processo de linhagem novamente.
Ao contrário do que acontece com os perus — em que, na realidade, a perua é a protagonista da ceia —, apenas machos se tornam um Chester ou um Fiesta. A razão é que eles crescem mais, então a fêmea acaba sendo vendida como um produto para o dia a dia.
SAIBA TAMBÉM: Flor do Natal não é realmente flor e é venenosa
Entenda abaixo o processo de seleção genética do produto.
🍗Como o frango fica gigante
Os frangos de Natal são maiores do que aqueles que compramos para o dia a dia.
Para obter esse resultado, os produtores levam cerca de um ano organizando a reprodução entre linhagens genéticas específicas, explica Elsio Figueiredo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves.
O Chester, um dos produtos mais famosos dessa linha, por exemplo, tem a característica do peito grande. A seleção desse atributo começa na geração de bisavós.
Ao todo, 4 variedades são escolhidas para a reprodução, cada uma denominada com uma letra (A, B, C e D). Cada linha tem um traço de interesse, como o peito maior, melhor rendimento de peso em relação à ração, capacidade de colocar mais ovos, entre outros.
Com base nessa seleção, as linhas são cruzadas entre si até nascer a geração ABCD, que é o frango vendido para as festas. Confira abaixo:
Entenda como é a produção do frango de Natal
Elcio Horiuchi / Arte g1
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Conta de luz: Aneel rebaixa bandeira tarifária para verde em janeiro de 2026

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, nesta terça-feira (23), que rebaixou a bandeira tarifária para o patamar verde para janeiro de 2026.
Isso significa que a conta de energia elétrica não terá custo extra no primeiro mês do próximo ano.
Em dezembro, a Aneel havia definido a categoria amarela para a bandeira, o que significou um custo extra de R$ 1,88 a cada 100kWh, menor do que no mês anterior. Em novembro, a bandeira tarifária foi a vermelha patamar 1, um custo extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
🔎A bandeira tarifária sinaliza ao consumidor os custos reais da geração de energia no país. Quando a geração fica mais cara, a cobrança extra é aplicada automaticamente nas contas.
"Nesse período chuvoso estamos com chuvas abaixo da média histórica. Contudo, em novembro e dezembro houve no país, de um modo geral, uma manutenção do volume de chuvas e do nível dos reservatórios das usinas, e em janeiro de 2026 não será necessário despachar as usinas termelétricas na mesma quantidade do mês anterior, o que evita a cobrança de custos adicionais na conta de energia do consumidor", disse a Aneel.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Em novembro, a Aneel determinou a manutenção da bandeira vermelha patamar 1 – a bandeira já havia sido aplicada em outubro.
"A Aneel reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica, mesmo em períodos favoráveis. A economia de energia contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico como um todo", disse a agência.
A Aneel informou ao g1 que esta é a primeira vez, desde 2019, que a bandeira amarela é acionada para o mês de dezembro. Entre setembro de 2021 e abril de 2022, vigorou a bandeira de escassez hídrica devido às condições hidrológicas daquele período.
Como funciona o sistema de cores
💡 O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
Usina Hidroelétrica Engenheiro Sérgio Motta, em Rosana (SP)
Cesp
Saiba quanto custa cada bandeira
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
Qualidade da Essential Nutrition atravessa fronteiras e chega aos EUA

A qualidade que fez a Essential Nutrition conquistar milhões de consumidores no Brasil agora ultrapassa fronteiras. A marca brasileira de nutrição funcional acaba de expandir sua presença para os Estados Unidos, levando ao mercado mais competitivo do mundo um portfólio selecionado de suplementos desenvolvidos com rigor científico, ingredientes premium e certificações internacionais de pureza e segurança.
A qualidade da Essential Nutrition
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A chegada aos EUA representa um marco para a Essential, que nasceu com o propósito de unir ciência, sabor e alto valor nutricional em fórmulas inteligentes. “A qualidade sempre foi nosso princípio, não um diferencial”, destaca o site oficial da empresa. Essa filosofia, sustentada por mais de 20 anos de atuação do Essentia Group, orienta desde a pesquisa e o desenvolvimento até a experiência de quem consome os produtos.
Padrão internacional de excelência
Cada suplemento da Essential Nutrition é produzido com matérias-primas de pureza comprovada, rastreabilidade completa e processos certificados por órgãos internacionais. Entre os principais selos que acompanham as fórmulas estão:
NSF GMP (Good Manufacturing Practices): certificação que atesta rigor, segurança e rastreabilidade na fabricação;
IFOS™ (International Fish Oil Standards): valida a pureza dos ômegas;
FODMAP, no Collagen Gut;
Kosher, Vegan e Carbon Neutral: reforçam responsabilidade ética, ambiental e nutricional.
Esse conjunto de certificações é parte essencial da estratégia da marca e ajuda a explicar por que seus produtos se destacam em um mercado tão competitivo quanto o norte-americano.
Portfólio de suplementos
Nos Estados Unidos, a Essential Nutrition disponibiliza inicialmente 10 produtos desenvolvidos com o conceito de Enhanced Performance: fórmulas que combinam diferentes nutrientes, que atuam em sinergia para potencializar resultados clínicos de forma segura.
Produtos com a assinatura Essential Nutrition
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Entre os destaques:
Immuno Whey e Immuno Vegan Protein
Desenvolvidas para fortalecer o sistema imunológico e promover o ganho de massa muscular, as fórmulas trazem ingredientes selecionados, sabor marcante e digestibilidade otimizada.
Linha de Colágenos
Inclui o Collagen Skin, voltado à beleza da pele; o Collagen Resilience, para suporte a cabelos, pele e unhas; e o Collagen Gut, focado no equilíbrio intestinal.
Hydrolift Electrolytes
Hidratação inteligente com eletrólitos e micronutrientes essenciais, sem excesso de açúcar e com rápida absorção.
Brainstorm Coffee & Spices
Uma das experiências sensoriais mais características da marca: bebida funcional que combina café e especiarias como canela, cardamomo e gengibre. Sem adoçantes e com foco em energia e concentração naturais.
Expansão da empresa
A entrada no mercado americano não foi um movimento repentino. Segundo a empresa, trata-se de uma expansão estruturada, conduzida com maturidade e sustentada pelos padrões implementados pelo Essential Group ao longo de mais de duas décadas.
Essential Nutrition Brainstorm
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“A qualidade é nossa identidade. É ela que orienta cada decisão, cada fórmula, cada etapa da produção”, reforça a marca. O compromisso com ciência, transparência e rigor técnico faz parte da cultura do grupo e está presente em toda a cadeia de desenvolvimento.
Estilo de vida e nutrição funcional
A Essential Nutrition apresenta aos consumidores um conceito de nutrição funcional que alia tecnologia, sabor e pureza. A proposta é entregar produtos que contribuam para saúde, performance e bem-estar, tanto para quem pratica atividades físicas quanto para quem busca equilíbrio e longevidade no dia a dia.
A busca por uma vida equilibrada começa no que consumimos, no que pensamos e em como cuidamos do nosso corpo. Cada vez mais pessoas entendem que alimentação saudável, mente saudável e corpo saudável caminham juntas, formando uma base sólida para bem-estar, longevidade e desempenho no cotidiano. É uma escolha consciente de nutrir o organismo com ingredientes de qualidade, cultivar hábitos que fortalecem a saúde mental e adotar práticas que respeitam o ritmo e as necessidades do corpo. Quando essas três dimensões se alinham, a vida flui com mais energia, clareza e propósito.
Para saber mais
Nos EUA, os produtos estão disponíveis para compra 24 horas por dia na loja da marca na Amazon. Mais informações sobre a marca e a origem dos produtos estão disponíveis no site oficial: essentialnutritionusa.com.
Reforma tributária: penalidade por não preencher nota fiscal com impostos sobre consumo deve começar até junho, indica Receita
A Secretaria da Receita Federal e o Comitê Gestor dos estados e municípios publicaram, nesta terça-feira (23), ato que dispõe sobre o funcionamento dos futuros impostos sobre o consumo no âmbito da reforma tributária: a CBS federal e o IBS estadual e municipal. Pelas regras, os contribuintes terão três meses, contados somente a partir da publicação dos regulamentos, para se adaptar, sem precisar recolher o IBS e a CBS e nem sofrer penalidades. ➡️A expectativa da Receita Federal é de que os regulamentos sejam publicados no início do próximo ano, ainda sem data certa. "Assim, por exemplo, se a publicação dos regulamentos do IBS e CBS ocorrerem em janeiro de 2026, a obrigatoriedade do registro dos campos da CBS e do IBS se dará a partir de primeiro de maio. Caso a publicação ocorra em fevereiro, a obrigatoriedade ocorrerá a partir de primeiro de junho de 2026", informou a Receita Federal. Durante esse período de transição, não haverá aplicação de penalidades pelo não preenchimento dos campos específicos da CBS e do IBS nos documentos fiscais eletrônicos, ou seja, as notas fiscais que não trouxerem preenchidos os campos dos futuros impostos sobre o consumo, a CBS federal e o IBS estadual, não serão automaticamente rejeitadas. "A orientação consolida o caráter educativo que marcará 2026, ano inicial de implementação da Reforma Tributária. O período foi concebido como um tempo de aprendizado, testes e calibragem, tanto para contribuintes quanto para administrações tributárias. Além disso, a diretriz confere maior segurança jurídica, permitindo que os contribuintes ajustem gradualmente seus sistemas e rotinas fiscais ao novo modelo", informaram a Receita Federal e o Comitê Gestor dos estados e municípios. Nova plataforma tecnológica Uma nova plataforma tecnológica que será inédita no mundo, 150 vezes maior do que o PIB, entra em funcionamento no próximo ano para operacionalizar os pagamentos dos impostos sobre produtos e serviços. 🔎 O novo sistema vai viabilizar e estruturar o pagamento dos futuros impostos sobre valor agregado (IVA), previstos na reforma tributária sobre o consumo – aprovada em 2024 pelo Congresso Nacional e sancionada no início deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já em fase de testes, o objetivo da Receita Federal é de que a plataforma esteja funcionando em 2026 sem gerar cobrança efetiva (alíquota pequena de 1%, que será "destacada", ou seja, abatida em outros tributos). A partir de 2027, quando haverá extinção do PIS e da Cofins federais, o sistema do "split payment" começará a operar em toda a economia para a CBS (tributo federal), focado nas negociações entre empresas — o chamado "business to business", sem abranger o varejo. De 2029 a 2032, haverá a transição do ICMS estadual e do ISS municipal para o IBS, com a redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS e o aumento gradual da alíquota do IBS (o futuro tributo sobre consumo dos estados e municípios). Desafio para empresas Reportagem do g1 mostrou, em novembro, que a reforma tributária sobre o consumo está exigindo ações na área de processos de gestão e de sistemas de emissão da nota fiscal por parte das empresas como forma de evitar problemas a partir de 2026. ➡️Especialistas ouvidos relataram que as empresas despreparadas poderiam ter desde mercadorias paradas e incapacidade do contas a pagar, liquidar a fatura, até a possibilidade de a empresa não aproveitar os créditos tributários, gerando um impacto direto no fluxo de caixa. ➡️Já a Receita Federal negou, no mês passado, que haverá um aumento de complexidade na emissão das notas fiscais, e também afastou interpretações de que poderá haver um cenário caótico para as empresas a partir de 2026. Segundo o órgão, os campos das notas fiscais serão praticamente os mesmos de hoje, como: CNPJ ou CPF, de compradores ou vendedores, além da quantidade de produtos, valor da venda e códigos tributários, por exemplo.
Zema sanciona lei que autoriza privatização da Copasa e anuncia troca no comando da empresa

Zema sanciona lei que autoriza privatização da Copasa e troca comando da empresa
EPTV/Reprodução
O governador Romeu Zema (Novo) sancionou nesta terça-feira (23) a lei que autoriza a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). No mesmo dia, ele anunciou a troca do comando da estatal, que será gerida por Marília Melo, até então secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
A promulgação do PL que permite o avanço da desestatização da empresa foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE). Já o desligamento do atual presidente da companhia, Fernando Passalio, foi divulgado em uma nota à imprensa.
"[...] agora, o processo de desestatização da Copasa será conduzido por Marília Carvalho de Melo, uma das maiores autoridades sobre água no Estado e que já responde paralelamente pelo tema do saneamento desde 2020", informou o Executivo estadual.
No comunicado, o governo de Minas ressaltou os feitos de Passalio à frente da Copasa, dizendo que o servidor de carreira foi fundamental para garantir os ajustes necessários para viabilizar o processo de desestatização no contexto do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
O Executivo também destacou que Marília Melo foi a primeira mulher a comandar a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a liderar o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), órgão do qual é servidora de carreira desde 2006.
"Ocupou, antes de ser nomeada secretária, o cargo de diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) em duas ocasiões", completou.
Ainda conforme a nota, "outros detalhes sobre as mudanças anunciadas serão repassados em momento oportuno".
Privatização da Copasa
Com a aprovação da lei que autoriza a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a empresa que cuida do abastecimento de água de 75% dos municípios mineiros não será mais controlada pelo estado. A ideia é que a estatal seja transformada em uma corporation, modelo em que a empresa deixa de ter um único "dono".
O governo de MG ainda não informou de que forma a desestatização será colocada em prática. A proposta foi aprovada pelos deputados na última quarta-feira (17) e prevê a adoção de uma das seguintes modalidades:
alienação total ou parcial de participação societária que resulte em perda ou transferência do controle acionário do Estado: venda das ações do estado para um comprador privado, geralmente por meio de leilão.
aumento de capital, mediante a subscrição de novas ações, com renúncia ou cessão, total ou parcial, dos direitos de subscrição, de forma a acarretar a perda do controle acionário do Estado: novas ações da empresa são emitidas no mercado e compradas por investidores privados, de forma que a participação do estado "encolhe".
A lei estabelece que, embora deixe de controlar a Copasa, o estado — que, atualmente, detém 50,03% das ações da companhia — mantenha uma ação preferencial de classe especial, conhecida como golden share, com direito a veto nas deliberações sobre:
alteração de denominação e sede da companhia;
alteração nos limites ao exercício do direito de voto atribuído a acionistas ou grupo de acionistas.
Além disso, o texto determina que, independentemente da quantidade de ações, todos os acionistas terão poder de voto limitado a um teto.
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O que mais diz a lei
O PL, de autoria de Romeu Zema, foi aprovado na forma do substitutivo proposto pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária durante a tramitação em 2º turno. Na votação da semana passada, 53 deputados foram favoráveis à proposta e 19 votaram contra.
O texto prevê que, após a privatização, a Copasa garanta o atendimento a metas de universalização de água e esgoto nos municípios onde atua e a melhoria da qualidade da água tratada.
A proposta assegura a manutenção do contrato de trabalho dos empregados do quadro permanente da Copasa por 18 meses. Após esse período, o estado pode lotar os servidores em outras empresas públicas estaduais, mas não há garantia.
O substitutivo afirma também que os recursos provenientes da desestatização podem ser usados para amortização da dívida do estado com a União e cumprimento de obrigações relacionadas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O texto autoriza, ainda, que parte do dinheiro seja depositada em um fundo estadual de saneamento básico.
Entenda
A privatização da Copasa é uma das bandeiras de Romeu Zema e sempre esteve nos planos do governador.
Para facilitar o processo, ele enviou à ALMG, em 2023, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a exigência de consulta popular sobre a venda da empresa.
Antes, a Constituição de Minas Gerais determinava que a população deveria ser ouvida, por meio de referendo, para a aprovação da desestatização. No entanto, com a aprovação da PEC, no início de novembro, essa obrigatoriedade não existe mais.
O governador diz que a privatização é necessária para a modernização da empresa, a atração de investimentos e o pagamento da dívida do estado com a União, estimada em cerca de R$ 180 bilhões.
A oposição argumenta que a desestatização deve gerar aumento de tarifa, precarização do serviço e demissões. Além disso, defende que o estado consegue pagar a dívida sem precisar abrir mão da Copasa.
A empresa cuida do abastecimento de água em 637 municípios mineiros e, em 308 deles, também fornece serviços de esgoto — os números incluem municípios atendidos pela Copanor, subsidiária responsável pelos serviços de saneamento nas regiões Norte e Nordeste de MG.
Governo revoga proibição de cafés da Vibe Coffee

Cafés da marca Vibe Coffee
Divulgação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogou na segunda-feira (22) a proibição dos cafés da marca Vibe Coffee, do Espírito Santo, que havia sido determinada em novembro.
Os produtos foram apreendidos pela Anvisa no mês passado devido a falhas na fabricação, como ausência de rastreabilidade, falta de procedimentos operacionais padrão e condições inadequadas de higienização, além de ausência de licença sanitária da empresa.
Segundo a agência, uma nova inspeção da Vigilância Sanitária estadual verificou que as irregularidades foram corrigidas. A empresa também teve a licença sanitária regularizada.
Com isso, todos os cafés produzidos pela Vibe Coffee a partir de 15 de dezembro de 2025 estão liberados para consumo.
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Em seu site, a Vibe Coffee comercializa vários cafés nas versões moído ou em grão.
Em nota, a Vibe Coffee informou que retomou as atividades de torra e comercialização de cafés especiais no dia 22 de dezembro, após a obtenção da licença sanitária.
“Conforme já informado em nossa Nota de Defesa, emitida durante o período de interdição, esclarecemos que não se tratava de uma denúncia. A vistoria foi solicitada pela própria empresa, com o objetivo de obtenção do Alvará Sanitário”, diz a Vibe Coffee.
“Agradecemos profundamente aos nossos clientes, parceiros, fornecedores e fãs do nosso trabalho, que sempre nos apoiaram e permaneceram ao nosso lado durante todo esse período de paralisação.”
Governo libera saque do FGTS para 14,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário

Governo libera saque do FGTS para 14,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniv
O governo federal publicou nesta terça-feira (23) a Medida Provisória nº 1.331, que autoriza a liberação de valores do FGTS para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e tiveram o contrato de trabalho encerrado ou suspenso entre janeiro de 2020 e 23 de dezembro de 2025.
🔎 Como funciona o saque-aniversário: ao aderir a essa modalidade, o trabalhador demitido sem justa causa pode sacar apenas o valor referente à multa rescisória de 40%, e não o saldo integral da conta vinculada, salvo em situações específicas previstas em lei, como aposentadoria, doenças graves ou aquisição de moradia. O trabalhador também pode pedir para voltar à modalidade anterior, mas a mudança só tem efeito dois anos depois da solicitação.
Com a nova medida, trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e foram demitidos no período indicado passam a ter direito ao saque do valor total disponível no FGTS referente ao contrato encerrado ou suspenso.
A autorização para o saque integral já havia sido concedida em fevereiro, por meio de uma medida provisória, mas perdeu a validade em 7 de julho por não ter sido votada pelo Congresso.
Com isso, voltou a valer a regra que limita o saque, na demissão sem justa causa, apenas à multa de 40%. Agora, o governo reedita a autorização, restabelecendo o direito ao saque total. Se a nova medida não for votada pelo Congresso em até 120 dias, perde a validade.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mais de 14,1 milhões de trabalhadores serão beneficiados, com a liberação de cerca de R$ 7,8 bilhões. A medida se aplica aos casos previstos no artigo 20 da Lei nº 8.036, como demissão sem justa causa e outras hipóteses legais (veja regras).
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Como será o pagamento
De acordo com o texto da Medida Provisória, o pagamento será feito de forma automática pela Caixa Econômica Federal, agente operador do FGTS, e ocorrerá em duas etapas:
Até 30 de dezembro de 2025: liberação de até R$ 1.800, limitada ao saldo disponível na conta vinculada;
Até 12 de fevereiro de 2026: pagamento do valor restante para trabalhadores que tinham direito a quantias superiores a R$ 1.800, conforme calendário a ser divulgado pela Caixa.
Os recursos serão depositados automaticamente na conta bancária cadastrada no aplicativo do FGTS para cerca de 87% dos trabalhadores. Os outros 13%, que não possuem conta informada, poderão sacar os valores nos caixas eletrônicos da CAIXA, nas casas lotéricas ou nos pontos de atendimento CAIXA Aqui.
A Medida Provisória também estabelece que, nos casos em que o trabalhador tenha utilizado o FGTS como garantia em operações de crédito — como alienação ou cessão fiduciária —, as garantias firmadas permanecem válidas.
Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a iniciativa faz parte dos esforços do Governo Brasileiro para reduzir os impactos negativos da Lei do Saque-Aniversário sobre trabalhadores demitidos.
“Estamos corrigindo injustiças criadas pela lei do Saque-Aniversário, que penaliza o trabalhador no momento da demissão. Fazemos isso enquanto não há condições políticas para a revogação dessa lei”, afirmou.
Entre os 14,1 milhões de trabalhadores aptos a sacar os recursos, parte terá o valor reduzido em razão de empréstimos bancários contratados com o FGTS como garantia.
Há ainda casos em que todo o saldo está comprometido, sem valores disponíveis para saque. A consulta pode ser feita diretamente pelo aplicativo do FGTS (veja passo a passo de como fazer).
Aplicativo FGTS para celular
Rodrigo Marinho/g1
Histórico e limitações da medida
Desde 2020, o saque-aniversário já liberou cerca de R$ 192 bilhões do FGTS. Desse total, aproximadamente 40% foram pagos diretamente aos trabalhadores, enquanto 60% ficaram com os bancos, em razão da antecipação dos valores por meio de empréstimos.
Atualmente, cerca de 40 milhões de trabalhadores aderiram à modalidade, dos quais 28,4 milhões possuem empréstimos ativos. Ao todo, o FGTS atende cerca de 130 milhões de trabalhadores.
Uma medida semelhante foi adotada no início deste ano, quando o governo liberou o saldo do fundo para trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2025. Na ocasião, 12,1 milhões de pessoas foram beneficiadas, com a liberação de R$ 12 bilhões.
Quem tem direito?
Têm direito ao saque integral do FGTS os trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e tiveram o contrato de trabalho encerrado ou suspenso entre janeiro de 2020 e 23 de dezembro de 2025, nas hipóteses previstas em lei, como demissão sem justa causa ou suspensão temporária do contrato — situação adotada, por exemplo, durante a pandemia de Covid-19, nesses casos, o contrato permanece ativo, mas o empregado deixa de prestar serviços por um período determinado.
A medida não vale para quem pediu demissão: nesses casos, continuam em vigor as regras tradicionais do FGTS, que não permitem o saque do saldo nem o recebimento da multa rescisória.
O governo ressalta que a mudança é temporária. Também ficam fora da nova autorização os trabalhadores demitidos após a publicação da Medida Provisória. Para eles, segue valendo a regra do saque-aniversário, que limita o saque, na demissão sem justa causa, apenas à multa de 40%, sem acesso ao saldo integral da conta.
Restrição à linha de crédito do saque-aniversário
Em outubro deste ano, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores, aprovou mudanças que restringem a linha de crédito utilizada para antecipar recursos do saque-aniversário do FGTS.
Com as novas regras, a antecipação dos valores ficará limitada a até cinco parcelas durante os primeiros 12 meses, em caráter de transição. Após esse período, o limite passará a ser de três parcelas, o equivalente a três anos de saques.
💵 Além disso, foi estabelecido um teto de R$ 500 por parcela antecipada. Antes da mudança, não havia limite de valor para a antecipação.
"Antes, o trabalhador podia antecipar o valor integral da conta. Agora, o limite mínimo é de R$ 100 e o máximo de R$ 500 por saque-aniversário. Dessa forma, o trabalhador poderá antecipar até cinco parcelas de R$ 500, totalizando R$ 2.500", explicou o governo na ocasião.
Outra alteração foi a limitação da contratação do crédito a apenas uma operação por ano para antecipação das parcelas do saque-aniversário. Antes, não havia restrição, permitindo a realização de várias operações simultâneas ao longo do ano.
Por fim, os bancos passaram a ter um prazo mínimo de 90 dias, contado a partir da adesão do trabalhador ao saque-aniversário, para autorizar a concessão do crédito. Até então, não havia exigência de prazo mínimo. De acordo com o governo, 26% das operações de crédito eram concedidas no mesmo dia da adesão à modalidade.
Caixa libera saque calamidade do FGTS aos moradores de Teodoro Sampaio (SP)
Beatriz Jarins/g1
g1 em 1 Minuto: Novas regras para saque-aniversário do FGTS entram em vigor no sábado (1º)
Como consultar o saldo do FGTS
Dólar cai a R$ 5,53 com prévia da inflação no Brasil e PIB nos EUA; Ibovespa retoma os 160 mil pontos

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em queda de 0,95% nesta terça-feira (23), cotado a R$ 5,5307. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 1,46%, aos 160.456 pontos.
Apesar do calendário enxuto às vésperas do Natal, o dia trouxe dados relevantes para os mercados e foi marcado por maior apetite por risco. A prévia da inflação no Brasil e os indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos ajudaram a direcionar o humor dos investidores.
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▶️ No Brasil, o IPCA-15 avançou 0,25% em dezembro e acumulou alta de 4,41% em 12 meses, permanecendo dentro do teto de tolerância da meta de inflação do Banco Central. O resultado veio levemente abaixo das projeções do mercado, de 0,27% no mês e 4,43% no ano.
▶️ Nos EUA, destaque para o PIB do terceiro trimestre, que registrou alta anualizada de 4,3%, acima da projeção de 3,3%. Também foram divulgados os dados de produção industrial de novembro e os indicadores de confiança do consumidor, utilizados para medir o ritmo da economia.
▶️ No mercado internacional, o ouro superou a marca de US$ 4.500 por onça, após registrar recorde de US$ 4.497,55. A valorização no ano já supera 70%, sustentada pela busca por proteção, expectativa de cortes nos juros americanos, compras de bancos centrais e movimento de desdolarização.
▶️ A bolsa brasileira, não terá pregão amanhã (24) nem na quinta-feira (25), o que encurta a semana e tende a reduzir a participação dos investidores. Com isso, a expectativa é de menor liquidez ao longo dos próximos dias, um ambiente que costuma intensificar as oscilações dos preços.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,03%;
Acumulado do mês: +3,67%;
Acumulado do ano: -10,50%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +1,25%;
Acumulado do mês: +0,87%;
Acumulado do ano: +33,40%.
Prévia da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, avançou 0,25% em dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Em dezembro de 2024, o índice havia registrado alta de 0,34%.
Com esse resultado, o IPCA-15 encerra o ano com inflação acumulada de 4,41%, permanecendo dentro do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central.
A variação de dezembro ficou 0,05 ponto percentual acima do resultado de novembro, quando o IPCA-15 avançou 0,20%. Ainda assim, o número veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que projetavam alta de 0,27% no mês e inflação de 4,43% no acumulado de 12 meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o indicador, sete apresentaram aumento de preços em dezembro. O maior avanço e também o principal impacto sobre o índice vieram do grupo Transportes, que subiu 0,69% no mês e respondeu por 0,14 ponto percentual do resultado total.
Em sentido oposto, o grupo Artigos de Residência registrou queda de 0,64%, retirando 0,02 ponto percentual do índice. Esse foi o quarto recuo consecutivo nos preços médios do grupo, o que ajudou a conter uma alta ainda maior da inflação no período.
Veja abaixo a variação dos grupos em dezembro:
Alimentação e bebidas: 0,13%
Habitação: 0,17%
Artigos de residência: -0,64%
Vestuário: 0,69%
Transportes: 0,69%
Saúde e cuidados pessoais: -0,01%
Despesas pessoais: 0,46%
Educação: 0,00%
Comunicação: 0,01%
Agenda econômica
PIB dos EUA
A economia dos Estados Unidos cresceu em ritmo mais forte do que o previsto no terceiro trimestre, sustentada principalmente pelo aumento dos gastos dos consumidores.
Ainda assim, os dados indicam uma perda de fôlego mais recente, em meio ao encarecimento do custo de vida e aos efeitos da paralisação do governo federal ocorrida no período.
Segundo a estimativa inicial divulgada nesta terça-feira pelo Departamento de Comércio, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou a uma taxa anualizada de 4,3% no terceiro trimestre.
No segundo trimestre, o crescimento havia sido de 3,8%. O resultado superou as projeções de economistas consultados pela Reuters, que esperavam uma alta de 3,3%.
🔎 A divulgação do relatório foi adiada em razão da paralisação do governo norte-americano, que durou 43 dias, o que torna os números menos atuais. Mesmo assim, o levantamento mostra que os gastos dos consumidores — principal motor da economia dos EUA — cresceram a uma taxa anualizada de 3,5% no terceiro trimestre, acima dos 2,5% registrados no trimestre anterior.
Parte dessa aceleração está ligada à antecipação da compra de veículos elétricos. Muitos consumidores correram às concessionárias antes do fim de créditos fiscais que expiraram em 30 de setembro, benefícios que reduzem o valor pago na compra desses automóveis.
Após esse período, as vendas de veículos caíram em outubro e novembro, enquanto os gastos em outros segmentos da economia apresentaram comportamento irregular.
Os efeitos da paralisação do governo tendem a aparecer com mais força nos dados seguintes. De acordo com estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a interrupção das atividades públicas pode reduzir entre 1,0 e 2,0 pontos percentuais do PIB no quarto trimestre.
Embora o órgão avalie que a maior parte dessa perda será compensada ao longo do tempo, entre US$ 7 bilhões e US$ 14 bilhões não devem ser recuperados.
Pesquisas também indicam que o consumo vem sendo sustentado principalmente pelas famílias de renda mais alta, beneficiadas pela valorização do mercado de ações, que aumentou o patrimônio desses grupos.
Já consumidores de renda média e baixa enfrentam maior pressão financeira, em razão do aumento do custo de vida associado às tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump.
Esse descompasso tem levado economistas a classificar o cenário como uma “economia em forma de K” — expressão usada para descrever situações em que diferentes grupos da economia seguem trajetórias opostas, alguns se fortalecendo enquanto outros perdem fôlego.
Confiança do consumidor dos EUA
A confiança do consumidor nos EUA caiu em dezembro, refletindo uma preocupação maior das famílias com emprego e renda. O movimento está em linha com a avaliação de economistas de que os gastos dos consumidores devem perder força após o crescimento observado no terceiro trimestre.
Segundo o Conference Board — entidade que acompanha a percepção dos consumidores sobre a economia — o índice de confiança recuou 3,8 pontos no mês, para 89,1. O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado, que projetava uma leitura de 91,0.
🔎 O índice de confiança do consumidor mede como as famílias avaliam sua situação financeira atual e as perspectivas para os próximos meses. Níveis mais baixos costumam indicar maior cautela nas decisões de consumo, como compras de bens duráveis e contratação de serviços.
De acordo com Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board, as respostas abertas dos entrevistados continuaram sendo dominadas por preocupações com preços e inflação, além de temas ligados a tarifas, comércio exterior e política econômica.
"No entanto, em dezembro, houve aumentos nas menções à imigração, guerra e tópicos relacionados a finanças pessoais, incluindo taxas de juros, impostos e renda, bancos e seguros."
Produção manufatureira dos EUA
A produção manufatureira dos EUA ficou estável em novembro, após ter recuado em outubro. O desempenho foi influenciado principalmente pela queda na produção de veículos automotores, que perdeu força depois do encerramento dos créditos fiscais concedidos à compra de veículos elétricos.
De acordo com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a produção do setor havia caído 0,4% em outubro. Economistas ouvidos pela Reuters já esperavam que a atividade industrial permanecesse praticamente inalterada em novembro. A manufatura responde por cerca de 10,1% da economia norte-americana.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção das fábricas avançou 1,9%. A divulgação desses dados foi adiada em razão da paralisação de 43 dias do governo federal.
O recuo na indústria automobilística foi um dos principais fatores para a estagnação do setor. Em novembro, a produção de veículos caiu 1,0%, após uma retração mais acentuada, de 5,1%, em outubro.
No terceiro trimestre, as vendas haviam crescido porque consumidores anteciparam compras de veículos elétricos antes do fim dos créditos fiscais, em 30 de setembro.
🔎 Créditos fiscais são incentivos concedidos pelo governo, que reduzem impostos a pagar e tornam determinados produtos mais baratos para o consumidor.
Quando se exclui a produção de veículos automotores, a atividade das fábricas teve leve alta de 0,1% em novembro, após queda de 0,1% no mês anterior, indicando estabilidade no restante do setor.
A indústria manufatureira também tem sido impactada pelas tarifas comerciais adotadas pelo presidente Donald Trump. As tarifas — impostos sobre produtos importados — elevam os custos para fábricas que dependem de insumos estrangeiros, ao mesmo tempo em que favorecem setores como o de metais primários, que enfrentavam forte concorrência internacional.
Trump defende as tarifas como uma forma de estimular a reindustrialização dos Estados Unidos, mas, até o momento, os dados não mostram uma recuperação ampla e consistente do setor.
Fora da manufatura, a produção de mineração cresceu 1,7% em novembro, após queda de 0,8% em outubro.
Já a produção industrial total — que inclui manufatura, mineração e serviços públicos — avançou 0,2% no mês, revertendo a retração de 0,1% registrada anteriormente.
Na comparação anual, a produção industrial acumulou alta de 2,5%.
Bolsas globais
Os índices em Wall Street fecharam em alta nesta terça-feira. O Dow Jones Industrial Average avançou 0,16%, aos 48.442,41 pontos, o S&P 500 subiu 0,45%, aos 6.909,78 pontos, e o Nasdaq Composite teve ganho de 0,57%, aos 23.561,84 pontos.
Já os mercados europeus encerraram o dia em alta, com o índice regional atingindo um novo recorde impulsionado pelo setor de saúde.
O destaque foi a forte valorização da Novo Nordisk, que disparou após obter aprovação nos EUA para seu medicamento oral para perda de peso, reforçando sua posição na disputa global por tratamentos contra obesidade.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,4%, para 588,81 pontos. Em Londres, o Financial Times subiu 0,24%, a 9.889,22 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 0,22%, a 24.337,08 pontos; enquanto em Paris o CAC 40 recuou 0,21%, a 8.103,85 pontos.
Em Milão, o FTSE/MIB teve alta de 0,03%, a 44.606,58 pontos; em Madri, o Ibex 35 avançou 0,14%, a 17.182,80 pontos; e em Lisboa, o PSI20 caiu 0,27%, para 8.169,20 pontos.
As bolsas asiáticas encerraram o dia com resultados variados. Na China, os índices subiram levemente, apoiados pelo avanço das ações de metais não ferrosos, em meio à disparada do preço do ouro para níveis recordes.
Também houve ganhos no setor de semicondutores, após notícias de que a Nvidia planeja enviar chips mais potentes para clientes chineses antes do Ano Novo Lunar.
Por outro lado, Hong Kong registrou queda, pressionada por perdas em empresas de tecnologia, como a Kuaishou, que sofreu um ataque cibernético.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,07%, a 3.919 pontos, e o CSI300 avançou 0,20%, a 4.620 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,11%, a 25.774 pontos.
Outros mercados tiveram desempenho positivo: Nikkei, no Japão, ficou estável em 50.412 pontos; Kospi, na Coreia do Sul, ganhou 0,28%, a 4.117 pontos; Taiex, em Taiwan, subiu 0,57%, a 28.310 pontos; e Straits Times, em Cingapura, avançou 0,62%, a 4.638 pontos.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP
IPCA-15: preços sobem 0,25% em dezembro e fecham o ano com alta de 4,41%

IPCA-15 fecha 2025 em 4,41%, dentro da meta da inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, foi de 0,25% em dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a alta registrada em dezembro, o IPCA-15 fecha o ano com inflação acumulada de 4,41%, ainda dentro do intervalo da meta definida pelo Banco Central. No mesmo mês de 2024, o índice havia subido 0,34%.
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O resultado vem 0,05 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em novembro, quando o índice avançou 0,20%. Além disso, a variação ficou levemente abaixo das projeções do mercado, que apontavam avanço de 0,27% no mês e inflação de 4,43% no acumulado de 12 meses.
Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA-15, sete registraram aumento de preços em dezembro. O maior avanço e também o maior impacto sobre o índice vieram do grupo Transportes, que subiu 0,69% no mês e respondeu por 0,14 ponto percentual do resultado total.
Em sentido oposto, o grupo Artigos de Residência apresentou queda de 0,64%, retirando 0,02 ponto percentual do índice, e acumulou a quarta redução consecutiva nos preços médios.
Entre os demais grupos, as variações foram mais moderadas: Saúde e Cuidados Pessoais teve leve recuo de 0,01%, enquanto Vestuário registrou alta de 0,69%, a maior depois de Transportes.
Veja abaixo a variação dos grupos em dezembro:
Alimentação e bebidas: 0,13%
Habitação: 0,17%
Artigos de residência: -0,64%
Vestuário: 0,69%
Transportes: 0,69%
Saúde e cuidados pessoais: -0,01%
Despesas pessoais: 0,46%
Educação: 0,00%
Comunicação: 0,01%
O que influenciou a prévia da inflação em dezembro?
No grupo Transportes, o principal impacto individual sobre o índice veio das passagens aéreas. Os preços subiram 12,71% no mês, o que respondeu por 0,09 ponto percentual do resultado total da inflação — ou seja, quase dois terços da contribuição do grupo.
O transporte por aplicativo também pesou no índice, com aumento de 9,00% e impacto de 0,02 ponto percentual.
Os combustíveis, por sua vez, tiveram alta média de 0,26%, após terem recuado 0,46% em novembro. Dentro do grupo, o etanol subiu 1,70% e a gasolina avançou 0,11%. Em sentido contrário, o gás veicular apresentou queda de 0,26% e o óleo diesel recuou 0,38%, o que ajudou a conter uma alta ainda maior no grupo de Transportes.
Ainda no grupo Transportes, os preços do transporte público urbano registraram queda, influenciados por medidas pontuais adotadas em algumas capitais. Entre os principais destaques:
🚌 Ônibus urbano: recuo de 0,69%, refletindo a gratuidade aos domingos e feriados em Belém (-5,93%) e Brasília (-7,43%), além da redução tarifária em Curitiba (-3,41%).
🚇 Metrô: queda de 0,62%, puxada principalmente por Brasília (-7,43%); em São Paulo, a redução foi de 0,20%.
🚆Trem: baixa de 0,11%.
🔁 Integração do transporte público: recuo de 0,16%, em razão da liberação do pagamento da passagem nos dias de aplicação das provas do Enem, em 9 e 16 de novembro.
No grupo Vestuário, os preços subiram 0,69% em dezembro, com aumentos espalhados por diferentes tipos de roupas. As maiores altas foram observadas nas roupas infantis, que ficaram 1,05% mais caras, seguidas pelas roupas femininas (0,98%) e masculinas (0,70%).
Já o grupo Despesas pessoais apresentou desaceleração da inflação no fim do ano. Após subir 0,85% em novembro, o avanço foi menor em dezembro, de 0,46%. Dentro desse grupo, a hospedagem teve queda de 1,18%, revertendo a forte alta de 4,18% registrada no mês anterior.
Em sentido oposto, alguns serviços continuaram pressionando os preços, como cabeleireiro e barbeiro (1,25%), empregado doméstico (0,48%) e pacotes turísticos (2,47%), contribuindo para manter o grupo em alta.
Avanço modesto em outros grupos
O grupo Habitação registrou alta de 0,17% em dezembro. Esse resultado foi influenciado principalmente pelo aluguel residencial, que subiu 0,33%, e pela taxa de água e esgoto, com aumento de 0,66% — refletindo reajustes tarifários adotados em algumas capitais, que pressionaram os preços no mês.
Ainda dentro de Habitação, a energia elétrica residencial apresentou queda de 0,22% em dezembro. Um dos fatores por trás desse recuo foi a mudança no sistema de bandeiras tarifárias, que define cobranças extras na conta de luz conforme as condições de geração de energia.
🔴 Em novembro, vigorava a bandeira vermelha patamar 1, que acrescentava R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
🟡 Já em dezembro, passou a valer a bandeira amarela, com um adicional menor, de R$ 1,885 para o mesmo nível de consumo.
O grupo Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no índice de inflação, registrou alta de 0,13% em dezembro. Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio — ou seja, os alimentos comprados para consumo em casa — caiu 0,08%, marcando a sétima queda consecutiva na média de preços.
Alimentos que ficaram mais baratos em dezembro:
🍅 Tomate: queda de 14,53%
🥛 Leite longa vida: recuo de 5,37%
🍚 Arroz: baixa de 2,37%
Alimentos que ficaram mais caros no mês:
🥩 Carnes: alta de 1,54%
🍎 Frutas: aumento de 1,46%
Já a alimentação fora do domicílio, que inclui gastos em bares, restaurantes e lanchonetes, apresentou alta de 0,65% em dezembro. O avanço foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços do lanche (0,99%) e da refeição (0,62%), refletindo custos maiores nesse tipo de serviço.
O grupo Artigos de residência registrou queda de 0,64%, resultado da redução de preços em itens como eletrodomésticos e equipamentos (-1,41%) e produtos de TV, som e informática (-0,93%), que ajudaram a aliviar a inflação no mês.
Serviços no radar dos economistas
Na avaliação dos economistas, o IPCA-15 de dezembro veio em linha com as expectativas do mercado, mas a composição do resultado acendeu um sinal de alerta, especialmente por causa do comportamento dos preços de serviços — segmento considerado mais sensível ao nível de atividade econômica e ao mercado de trabalho.
Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, explica que, embora o índice cheio tenha batido com as projeções, a abertura do indicador surpreendeu.
Segundo ele, os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis e ajudam a medir a tendência estrutural da inflação, ficaram mais pressionados do que o esperado, enquanto os preços de bens industriais avançaram acima das estimativas.
De acordo com Thadeu, a aceleração dos serviços subjacentes para 0,52% refletiu pressões já identificadas nas coletas da instituição, como transporte por aplicativo, cinema e refeições fora do domicílio. Além disso, as passagens aéreas contribuíram para a maior volatilidade recente do grupo.
“O número é ruim pois veio com um delta expressivo de Serviços Subjacentes em relação ao que o mercado esperava”, afirma. Para ele, a atenção agora se volta ao primeiro trimestre de 2026 e ao risco de estímulos econômicos continuarem interferindo nas decisões de política monetária.
Avaliação semelhante é feita por Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, que define o resultado como em linha no headline — expressão usada para se referir ao índice cheio —, mas com piora na qualidade da inflação.
Na leitura da economista, a principal surpresa negativa foi a inflação de serviços subjacentes acima do previsto, o que reforça o cenário de reaceleração desses preços no fim do ano, mesmo com a inflação total ainda abaixo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central.
“Ao mesmo tempo, a reversão da deflação em bens industriais ocorreu mais rapidamente do que o previsto, enquanto, em alimentação no domicílio, a queda de preços perdeu força com a aceleração das carnes, influenciada por fatores sazonais típicos de dezembro.”
Para Pablo Spyer, conselheiro da Ancord e economista, os dados confirmam que o processo de desinflação segue em andamento, mas de forma irregular.
Ele destaca que há sinais relevantes de alívio nos preços dos alimentos consumidos em casa e dos bens industriais, ainda influenciados por descontos e por uma demanda mais fraca.
Por outro lado, alerta que os serviços continuam sendo o principal desafio, refletindo um mercado de trabalho aquecido e pressões típicas do fim do ano.
“O resultado não altera de forma relevante o cenário-base para a política monetária, reforçando uma postura prudente do Banco Central. O IPCA-15 confirma um cenário de inflação sob controle, mas ainda longe de confortável”, diz.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, também chama atenção para a deflação observada em grupos importantes, como alimentação no domicílio, artigos de residência e educação.
Esse movimento ajudou a trazer o índice de difusão — indicador que mede a proporção de itens com aumento de preços — de volta a um patamar mais compatível com a meta de inflação de 3%.
Ainda assim, ela ressalta que a inflação de serviços, tanto a cheia quanto a subjacente, segue acima de 6% no acumulado de 12 meses, o que mantém o Banco Central em uma posição desconfortável para iniciar cortes na taxa de juros.
“Será necessária uma desaceleração mais clara da inflação de serviços para que o ciclo de corte se consolide”, afirma.
Passageiros no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Rovena Rosa/Agência Brasil
Preço freou eletrificação da Volkswagen no Brasil, afirma presidente: 'Se eu começar a eletrificar, quanto fica a mais?'

Presidente da Volkswagen explica como será a introdução dos eletrificados da marca no país
Em entrevista exclusiva ao g1, Ciro Possobom, presidente da Volkswagen, apontou o custo elevado como principal motivo para o atraso da eletrificação da marca.
“O Tera, que hoje tem preço médio de R$ 120 mil, hoje ele não é eletrificado. Se eu começar a eletrificar ele, quanto fica a mais? Um híbrido leve vai custar R$ 10 mil a mais, se eu colocar um híbrido, vai para R$ 30 mil ou R$ 40 mil a mais”, disse o executivo.
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“Um cliente de R$ 120 mil não é o mesmo de R$ 160 mil. Então eu tenho que ter muito cuidado quando você adota algumas tecnologias, para talvez não desposicionar e o brasileiro não conseguir pagar”, complementou.
Concorrentes como a Fiat já lançaram sistemas híbridos leves em modelos mais simples, como Pulse e Fastback, enquanto Toyota, Ford e Honda adotam soluções de eletrificação mais avançadas no Brasil — a Toyota, inclusive, oferece um híbrido flex desde 2019, com o sedã Corolla.
Isso sem contar as marcas chinesas, que chegaram com força, já focadas em modelos eletrificados. A presença é tão grande que a participação de veículos importados emplacados neste ano se aproxima de 20%. Três anos atrás, era de apenas 13%, segundo dados da Anfavea.
Quem procura carros elétricos ou híbridos não encontra hoje uma opção da Volkswagen para compra no Brasil. Os únicos modelos eletrificados da marca são dois 100% elétricos — ID.4 e ID.Buzz — oferecidos apenas por assinatura.
Em relação à eletrificação nos próximos anos, a Volkswagen prometeu que todos os lançamentos de 2026 terão ao menos uma versão eletrificada.
"A gente anunciou algumas semanas atrás a entrada realmente da Volkswagen na eletrificação, com mais força. Então, todos os carros produzidos que nós vamos lançar a partir de 2026 vão ter algum tipo de eletrificação", diz Possobom, mencionando um empréstimo de R$ 2,3 bilhões contratado no BNDES justamente para acelerar o processo.
Possobom destacou sobretudo os híbridos flex e justificou a escolha pelo tamanho do país e pelo modo como o brasileiro utiliza o carro.
“O brasileiro anda muito de carro, são 13 mil ou 15 mil km por ano. Ele pega o carro, vai para a praia, coloca a família. (...) Então, um híbrido leve, um HEV (híbrido pleno) e um plug-in hybrid estão dentro das soluções, também como carros elétricos. A gente tem vários carros sensacionais elétricos lá fora que também poderia fazer aqui”, diz.
O presidente da Volkswagen também mencionou que, a exemplo de Chevrolet e Stellantis, poderia trazer ao Brasil carros elétricos produzidos na China, mas prefere fabricar aqui, com tecnologias voltadas ao mercado nacional.
“O brasileiro, ele tem um comportamento. Ele precisa ficar anos com o carro. Tem que cuidar muito com o valor residual desse carro. Como é que vai estar essa tecnologia daqui a 3, 4 anos? Então, a gente acredita que a solução de híbridos é a melhor solução aqui para o brasileiro”, comentou Possobom.
Veja abaixo a íntegra da entrevista de Ciro Possobom ao g1.
g1 Carros entrevista Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
A seguir, clique nos links para assistir aos cortes com os principais destaques.
Volkswagen celebra Tera e terá eletrificação de peso em 2026
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
O que faria o mercado automotivo deslanchar
O que a Volkswagen precisaria para voltar ao Salão do Automóvel
Volkswagen celebra Tera
A Volkswagen voltou a viver um bom momento. Em apresentação recente a jornalistas, a montadora alemã comemorou um crescimento de 18% nas vendas na América Latina. É verdade que o avanço ocorre após dois anos de queda, mas a empresa aposta em seu principal acerto de 2025 para manter uma boa trajetória no próximo ano.
O Volkswagen Tera, desenvolvido pela unidade brasileira da empresa, foi lançado em meados deste ano e já lidera entre os SUVs mais emplacados do país. Segundo a marca, foram 60 mil unidades vendidas, somando mercado interno e exportações para países vizinhos.
O presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, evita afirmar que o Tera é o grande marco de sua gestão, iniciada há seis anos. Ainda assim, não perde a oportunidade de destacar que, no dia do lançamento, o SUV que acompanhou desde a concepção esgotou três meses de produção em menos de uma hora.
"Comentei ano passado para a turma: 'Pessoal, eu quero esse carro realmente que seja um ícone'. (...) Acertamos a campanha, acertamos a comunicação dele, acertamos no marketing, na maneira de vender", diz Possobom.
O Tera é certamente o ponto mais positivo dos R$ 20 bilhões em investimentos anunciados pela marca para a América Latina.
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Presidente da Volkswagen conta como percebeu que o Tera seria um sucesso
Constatar o sucesso de um novo modelo não acontece da noite para o dia. O desenvolvimento de um carro começa muito antes. Possobom explica que, em geral, são necessários cerca de cinco anos de planejamento, testes e ajustes até que o veículo ganhe forma.
O potencial de sucesso — ou de fracasso — do carro só surge mais adiante, quando o projeto está concluído e decisões como design, estofamento, motor e formato dos bancos já foram tomadas. Segundo ele, essa percepção costuma aparecer entre três e seis meses antes do lançamento.
“Quando realmente ele aparece para o grande público e começa a ver a percepção que a gente tem, do tamanho do potencial do carro”, disse o executivo.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
No caso do Tera, o modelo “apareceu” pela primeira vez em setembro de 2024, em um teaser no Rock in Rio, nove meses antes do lançamento. Em março, a três meses da estreia, o carro foi apresentado integralmente no Rio de Janeiro, durante o carnaval.
Foi nesse intervalo que o Tera despertou o interesse do público e resultou na venda de 12.200 unidades em menos de uma hora, quando as encomendas foram abertas. Os pedidos precisaram ser encerrados devido ao limite de produção da fábrica de Taubaté (SP).
O modelo divide a linha de montagem com o Polo. A planta já produziu outros veículos bastante conhecidos da Volks, como Gol, Voyage, Passat, Saveiro, Parati e Up.
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
Presidente da Volkswagen diz que brasileiro prefere SUV, mas hatch ainda é importante
Os brasileiros compram mais SUVs zero quilômetro do que hatches desde 2020. Hoje, os utilitários respondem por 54% dos veículos emplacados, enquanto os hatches representam 24,6% das vendas.
O movimento aparece dentro da própria Volkswagen, que oferece:
Seis SUVs: Tera, Nivus, T-Cross, Taos, Tiguan e ID.4 (para aluguel)
Dois hatches: Polo e Golf GTI
Duas picapes: Saveiro e Amarok
Uma minivan: ID.Buzz (também para aluguel)
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Em outras palavras, há três vezes mais opções de SUVs do que de hatches. E entre estes está o Golf GTI, que parte de R$ 430 mil e não é um veículo de grande volume.
Mesmo assim, o presidente da Volkswagen não acredita que o mercado de hatches esteja em declínio. “O SUV, ele [o público brasileiro] realmente prefere mais, mas não quer dizer que o hatch não é importante”, afirma o executivo.
Mas é preciso reconhecer que a troca já está em curso. À medida que o Tera ganhou espaço entre os emplacamentos, o Polo perdeu ritmo. O SUV já vende mais que o hatch, em um ano em que se esperava até que o Polo pudesse se tornar o veículo mais vendido do Brasil, superando a Fiat Strada.
O que faria o mercado automotivo deslanchar
Presidente da Volkswagen comenta sobre o que faria o mercado automotivo deslanchar
O mercado de automóveis deve encerrar 2025 com 2,55 milhões de veículos zero quilômetro emplacados, um avanço de 3% em relação ao ano anterior, segundo a Fenabrave.
O número é expressivo, mas a estimativa já foi maior. A projeção inicial era de 2,6 milhões de emplacamentos, o que representaria alta de 5%. A revisão ocorreu em outubro, quando a entidade atualizou suas expectativas.
Ciro Possobom aponta três fatores que poderiam ter levado o índice além do resultado modesto, de um dígito: juros mais baixos, maior produção nacional e regulamentação mais flexível.
“Um ponto é a parte de juros. Eu acho que é importante. É o primeiro ponto que poderia realmente ajudar bastante ali”, disse o executivo. Atualmente a taxa de juros Selic está em 15% e permanece assim desde junho deste ano.
Há, porém, previsão de queda. A edição mais recente do Boletim Focus indica que o Brasil deve encerrar 2026 com a taxa próxima de 12%.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Além dos juros, ele acredita que ampliar a produção nacional de veículos também seria decisivo para impulsionar o crescimento do mercado.
“Se a gente produz na região, sei lá, 600 mil carros, por exemplo, se eu pudesse produzir 700 mil ou 800 mil carros, com certeza, o meu custo barataria. A indústria precisa se fortalecer, precisa de mais massa de produção. Isso ajudaria a ter o carro mais competitivo”, afirma.
Possobom também afirma que a legislação de emissão de poluentes no Brasil é mais “pesada do que a própria Europa, os próprios Estados Unidos”. “Quando você faz um PL 7, um PL 8, você coloca mais custo naquele carro. Então, são investimentos de centenas de milhões e um custo por unidade também ali”, explica.
O PL 8 é a fase mais recente do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, em vigor desde o início de 2025, com etapas que serão implementadas gradualmente até 2029.
Entre as exigências estão limites menores de emissões e a adoção de tecnologias para capturar vapores de combustível durante o abastecimento, evitando que esses gases sejam liberados na atmosfera.
O que a Volkswagen precisaria para voltar ao Salão do Automóvel
Presidente da Volkswagen explica por que ficou de fora do Salão do Automóvel
O Salão do Automóvel de São Paulo voltou a ser realizado após sete anos de hiato, mas marcas de peso como Volkswagen, Chevrolet, Ford, Audi, BMW e Mercedes decidiram não participar, desfalcando o retorno do evento.
Quem dominou os estandes foram as fabricantes chinesas, em um salão de proporções mais modestas.
Ciro Possobom não se mostrou arrependido de ficar de fora. Ele menciona as inúmeras ativações de marketing da Volkswagen no ano e afirma que a empresa pode considerar voltar ao evento em 2027 caso ele seja mais “forte”.
“Salão forte para mim é com presença de todas as marcas, né? Então, acho que é isso que é importante, né? Tiveram marcas importantes lá, mas muita gente ficou de fora. Vamos torcer que a gente consiga fazer um salão bacana, bem melhor em 2027”, revelou o executivo.
O formato pouco inovador também não agradou. “Acho que pode ser maior. A gente participou de alguns eventos na Europa que são diferentes, diferentes formatos de salão, aberto ao público, em praças”, disse.
“Acho que ficar naquele modelo do salão de galpão fechado, com cada um num canto, talvez não seja o que o público queira”, avalia.
Recesso x férias coletivas: entenda diferenças e regras de cada um

G1 em 1 Minuto: Diferenças e regras de recesso e férias coletivas
Com a redução do ritmo nas empresas no fim do ano, muitas organizações optam por conceder um período de descanso aos funcionários.
➡️ Essa pausa, chamada de recesso de fim de ano, permite que os trabalhadores aproveitem alguns dias para estar com a família e amigos. Embora não seja obrigatória, a prática é bastante adotada pelo mercado.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Diferentemente das férias coletivas, que seguem regras definidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o recesso depende exclusivamente de um acordo interno entre empresa e empregados.
Por não existir uma regulamentação específica na lei, surgem diversas dúvidas — entre elas, se os dias de recesso podem ser descontados do salário ou das férias do trabalhador.
Para esclarecer essa e outras dúvidas, o g1 conversou com advogados trabalhistas. Abaixo, eles explicam:
💸 O tempo de recesso pode ser descontado do salário ou das férias?
🗓️ A empresa pode exigir a compensação dos dias de recesso?
⏳ Existe um limite de dias?
🏖️ Quais são as diferenças entre férias coletivas e recesso?
Veja os vídeos que estão em alta no g1
O tempo de recesso pode ser descontado do salário ou das férias?
Não. É proibido descontar os dias de recesso do salário ou das férias dos trabalhadores.
Se você tiver um período de recesso, deverá ser pago normalmente, sem afetar suas férias ou sua remuneração.
No entanto, existe a possibilidade de um acordo entre empregado e empregador para a utilização do banco de horas, permitindo que o recesso seja compensado dessa forma.
Sair de férias e viajar por pelo menos uma semana traz benefícios à saúde física e mental, mas o excesso de viagens a trabalho faz mal
Mariza Tavares
A empresa pode exigir a compensação dos dias de recesso?
Sim, mas isso só é possível se empregado e empregador estabelecerem um acordo. Se ambos concordarem, o recesso pode ser compensado com horas trabalhadas em outro momento.
"Esse acordo pode ser formalizado por meio de um banco de horas, conforme estabelecido pela CLT, onde as horas de recesso podem ser repostas", explica a advogada trabalhista Paula Borges.
É importante ressaltar que, se não houver esse acordo, o empregador não pode exigir que o funcionário compense o recesso.
Existe um limite de dias?
O recesso de fim de ano não tem previsão legal, mas pode ser concedido espontaneamente pela empresa ou por meio de norma coletiva.
"Não há determinação de período mínimo ou máximo de dias. Nesse caso, deve ficar claro aos empregados que não se trata de férias", explica Cíntia Fernandes, advogada trabalhista.
Sendo assim, é preciso apenas informar aos funcionários a data de início e de término das folgas.
"É uma paralisação voluntária da empresa. Por ser mais flexível que as férias coletivas, a empresa pode colocar todos de folga e não há limite para os dias de recesso”, completa o advogado José Eduardo Gibello Pastore.
Quais são as diferenças entre férias coletivas e recesso?
As férias coletivas são concedidas simultaneamente a todos os colaboradores ou de um determinado setor da empresa, em até dois períodos anuais, desde que não sejam inferiores a 10 dias, nem ultrapassem 30 dias.
Essa modalidade não é obrigatória, mas está prevista no artigo 139 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com regras específicas e diferentes das férias individuais.
A empresa pode conceder as férias coletivas em um determinado período, e o saldo restante pode ser concedido através de férias individuais ao longo do ano. Porém, a empresa deve comunicar a adesão ao Ministério do Trabalho e ao sindicato da categoria com pelo menos 15 dias de antecedência.
Além disso, o patrão deve comunicar os empregados com até 15 dias de antecedência. A comunicação deve ser feita por escrito, através de comunicados internos, e-mails ou avisos em quadros de comunicação da empresa.
É importante a empresa destacar as datas de início e término das férias e quais os setores ou departamentos da empresa serão atingidos. As regras também podem ser estabelecidas por meio de convenções ou acordos coletivos.
Caso isso não aconteça, o empregador pode determinar seguindo o que está na CLT. “O funcionário recebe o salário referente aos dias de férias, mais um terço adicional, assim como ocorre nas férias individuais”, explica a advogada trabalhista Renata Azi.
Os trabalhadores, por sua vez, não podem se recusar a participar das férias coletivas. Caso já tenha agendado férias individuais em outras datas, pode, inclusive, ter suas férias alteradas para coincidir com as férias coletivas.
Empregados com menos de 12 meses de contrato também podem participar das férias coletivas, recebendo férias proporcionais. Para eles, um novo período aquisitivo começa após as férias.
Abaixo, há um resumo comparativo entre as férias coletivas e o recesso.
Recesso x Férias coletivas
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Uva-passa: como a fruta mais polêmica do Natal é produzida

Uva-passa: como a fruta mais polêmica do Natal é produzida
Para felicidade de alguns e tristeza de outros, a uva-passa está presente em pratos tradicionais do Natal, como arroz, panetone, farofa e salpicão. Como a sua presença divide opiniões, a fruta é conhecida por causar polêmicas na hora da ceia.
Mas, afinal, de onde ela vem?
A uva-passa consumida no Brasil é praticamente toda importada, já que a produção nacional é pequena. Isso acontece porque o clima e os custos elevados para desidratar a uva dificultam a produção nacional.
“Temos apenas pequenas produções feitas por poucas pessoas”, comenta o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Reginaldo Teodoro de Souza.
O clima ideal para secar a uva é o desértico, que tem um calor muito forte e uma umidade muito baixa. O Nordeste brasileiro é seco, mas tem mais umidade que o clima desértico;
A secagem em fornos demanda altos custos com energia elétrica.
Uva-passa
Unsplash/Neva Kuruyemiş
Maioria vem da Argentina
De janeiro a novembro de 2024, o Brasil comprou mais de 20,7 mil toneladas de uva-passa, no valor de US$ 48 milhões, segundo o Ministério da Agricultura. O órgão não tem dados da produção interna.
Da quantidade total importada, mais de 73% veio da Argentina, o que, segundo a Embrapa, se justifica mais pela facilidade de transporte e isenções de tarifas estabelecidas pelo Mercosul (os dois países fazem parte deste bloco).
O país vizinho é o 10º principal produtor mundial de uva-passa, atrás de Turquia, Estados Unidos, Irã, Grécia, Chile, África do Sul, Uzbequistão, Afeganistão e Austrália.
Colher no ponto certo
Uvas precisam ser colhidas maduras para que a uva-passa tenha qualidade.
Pablo Luan / TV Grande Rio
Um dos segredos para que a uva-passa chegue com qualidade à mesa do consumidor é o seu ponto de colheita.
"Você precisar colher a uva madura, como se você fosse consumi-la para a mesa. Isso garante a qualidade, a doçura, o sabor. Se você colher antes, por exemplo, ela fica ácida", afirma Souza.
Ele explica que a uva-passa tem as mesmas propriedades e benefícios nutricionais que os de uma uva fresca. "A única diferença é que ela é desidratada, perde água", explica. Após a secagem, a uva-passa fica apenas com 33% do seu peso inicial, detalha o pesquisador.
Como as uvas são secas
Há, basicamente, duas maneiras de secar as uvas. Uma delas é deixá-las expostas ao sol, assim como acontece com a secagem do café em terreiro. A outra opção é a secagem em fornos.
Segundo Souza, da Embrapa, o Brasil possui desvantagens para produzir em larga escala por meio dessas duas formas, na comparação com os principais países produtores.
Secagem das uvas em uma propriedade no Vale do Aconcágua, no Chile.
Reprodução/Globo Rural
Quanto à secagem natural, ele afirma que a condição climática ideal é a desértica, que tem uma temperatura bastante alta e umidade muito baixa, o que garante uma boa e rápida secagem das uvas. É esse clima, inclusive, que faz a Turquia ser um dos maiores produtores do mundo.
"Embora exista um clima seco no Nordeste do Brasil, não é desértico. Aqui temos mais umidade", afirma.
Para fazer a secagem, as uvas são colocadas em esteiras ou em plataformas e é preciso revirá-las de tempos em tempos para que elas sequem por todos os lados.
Secagem em fornos
Outra alternativa é a secagem das uvas em fornos, porém o elevado custo de energia elétrica no Brasil torna essa opção praticamente inviável, pelo menos por enquanto, na avaliação de Souza.
"O que acontece é que a uva-passa importada chega bem mais barata aqui. Se a gente for colocar o custo com a secagem no preço [da uva-passa], ela fica muito mais cara do que comprar de fora. A Turquia, por exemplo, consegue produzir em grande quantidade e com custo baixo ", diz o pesquisador.
Fornos utilizados para a secagem das uvas.
Reprodução/Embrapa
Uma das vantagens é que, nesse modelo, as uvas não escurecem, como as que são expostas ao sol.
Antes de entrar nos equipamentos, as uvas são lavadas e recebem um produto que retira a oleosidade da casca. O objetivo é fazer com que a fruta desidrate mais rápido. Depois disso, as uvas são colocadas em bandejas e seguem para os fornos.
Em algumas fábricas, as frutas recebem, antes de irem para as máquinas, uma substância chamada anidrido sulfuroso para que a cor seja fixada. Durante o aquecimento, o químico evapora.
O processo de secagem no forno leva cerca de 90 dias. Após esse processo, tanto as uvas-passas secadas ao sol, quanto as desidratadas nos fornos, são lavadas, centrifugadas e selecionadas.
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10 marcas de café ou ‘bebida sabor café’ foram proibidas ou tiveram lotes recolhidos em 2025; veja

'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Dez marcas de café, ou "bebida sabor café", foram proibidas ou tiveram lotes recolhidos pelo governo federal em 2025 por irregularidades na composição ou problemas sanitários.
Na segunda-feira (22),o Ministério da Agricultura determinou o recolhimento de 23 lotes de quatro marcas, considerados impróprios para consumo (veja os lotes mais abaixo).
Além disso, outras seis marcas tiveram a venda proibida ao longo de 2025 em ações do governo federal, conduzidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com apoio do Ministério da Agricultura e de autoridades estaduais.
Entre elas está a Vibe Coffee, que conseguiu reverter a proibição após corrigir irregularidades (veja mais abaixo).
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Marcas com lotes recolhidos
As quatro marcas que tiveram lotes recolhidos pelo Ministério da Agricultura nesta segunda foram:
Terra da Gente (18 lotes)
Jalapão (2 lotes)
Made in Brazil (2 lotes)
Q-Delícia (1 lote)
Segundo o ministério, a desclassificação dos produtos ocorreu após análises laboratoriais identificarem matérias estranhas e impurezas acima do limite permitido por lei, que é de 1%.
Matérias estranhas são pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas;
E impurezas são galhos, folhas e cascas.
O ministério orienta que os consumidores que tenham adquirido os produtos listados deixem de consumi-los imediatamente. É possível solicitar a substituição com base nas disposições do Código de Defesa do Consumidor.
Em nota ao g1, a empresa Solveig, responsável pelo Terra da Gente, disse que os lotes informados pelo Ministério "são antigos, já foram integralmente segregados e não estão em circulação no mercado" (veja mais no final da reportagem).
Veja abaixo os lotes recolhidos:
Marcas proibidas
Entre as seis marcas proibidas em 2025, algumas foram classificadas como “café fake”, por utilizarem ingredientes diferentes do café. Outras foram vetadas por problemas sanitários ou irregularidades nas empresas responsáveis.
As marcas proibidas foram:
Melissa (“pó para preparo de bebida sabor café”) – junho
Pingo Preto (“pó para preparo de bebida sabor café”) – junho
Oficial do Brasil (“bebida sabor café”) – junho
Café Câmara – setembro
Fellow Criativo, da Cafellow (“pó para preparo de café") – outubro
Vibe Coffee (produtos fabricados até 14 de dezembro de 2025) – novembro
No caso da Vibe Coffee, todos os produtos foram apreendidos pela Anvisa em novembro devido a falhas na fabricação, como ausência de rastreabilidade, falta de procedimentos operacionais padrão e condições inadequadas de higienização.
Nesta segunda-feira, a agência revogou a proibição após afirmar que as irregularidades foram corrigidas. Com isso,todos os cafés produzidos pela Vibe Coffee a partir de 15 de dezembro de 2025 estão liberados para consumo.
Veja abaixo por que as outras cinco marcas foram proibidas pelo governo.
Melissa, Pingo Preto e Oficial
Café fake apreendido
Reprodução
Segundo a Anvisa, os três produtos, conhecidos como “cafés fake”, foram banidos porque:
continham a toxina ocratoxina A (OTA), substância imprópria para o consumo humano;
as embalagens informavam conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, mas usavam ingredientes de baixa qualidade, como grãos crus ou resíduos;
⛔ Além disso, as três marcas já haviam sido desclassificadas pelo Ministério da Agricultura por serem impróprias para consumo. O ministério chegou a afirmar que os produtos eram feitos de “lixo da lavoura”.
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'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
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Café Fake: Anvisa proíbe 3 marcas
Café Câmara (setembro)
Café Câmara, proibido pela Anvisa, falsificou selo de pureza da Abic
Reprodução
De acordo com a Anvisa, a proibição do produto ocorreu por duas irregularidades:
o café tinha origem desconhecida e, em análise laboratorial, foram encontrados “fragmentos de corpo estranho, semelhantes a vidro” no lote 160229;
a embalagem indicava fabricação por duas empresas em situação irregular: Sociedade Abastecedora do Comércio e da Indústria de Panificação Sacipan S/A e Lam Fonseca Produtos Alimentos Ltda.
🚫A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) também disse que o selo de pureza da entidade, mostrado na embalagem do Café Câmara, era falsificado.
Fellow Criativo, da Cafellow (outubro)
Pó para preparo da café em sachê Fellow Criativo, da marca Cafellow
Divulgação
A Anvisa informou que baniu o produto, identificado como pó para preparo de café em sachê, por três motivos:
ele contém extrato de cogumelo Agaricus Bisporus, “ingrediente não avaliado quanto à segurança de uso em alimentos”;
a embalagem e a propaganda dizem que ele serve para 'controle de insulina' e ‘diminui o colesterol’. A Anvisa diz que essas alegações não foram aprovadas pela agência;
o produto, apontado como pó para preparo de café, contém no rótulo “informações que podem causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que se trata de café”.
Governo federal proíbe pó para café em sachê da marca Cafellow
O que disseram as empresas
O g1 procurou as empresas que tiveram produtos banidos ou recolhidos após as decisões dos órgãos do governo federal.
As marcas Jalapão, Made in Brazil, Q-Delícia, Pingo Preto e Oficial não responderam aos questionamentos. A marca Câmara não foi localizada.
A empresa Solveig, responsável pelo Terra da Gente, disse que os lotes informados pelo Ministério "são antigos, já foram integralmente segregados e não estão em circulação no mercado, não representando qualquer risco ao consumidor".
"Tão logo a empresa tomou conhecimento das supostas irregularidades, adotou medidas imediatas, como a segregação dos lotes e o reforço nos controles de qualidade", acrescentou.
A empresa também diz cumprir integralmente todas as normas e exigências do Ministério da Agricultura. "Todos os lotes atualmente produzidos passam por rigorosos controles de qualidade, com laudos laboratoriais que confirmam sua plena conformidade com os padrões legais e de segurança alimentar."
"A Solveig reafirma seu compromisso com a qualidade, segurança e transparência, garantindo que os produtos atualmente disponíveis são seguros e confiáveis", conclui a nota da fabricante do Terra da Gente.
A Cafellow, responsável pelo Fellow Criativo, informou, na época, que suspendeu a comercialização, distribuição e propaganda do produto. A empresa também comunicou os consumidores sobre o recall, com devolução e reembolso.
"A TMP Comércio de Bebidas Ltda reafirma seu compromisso com a qualidade, segurança e transparência junto aos consumidores e às autoridades sanitárias", informou a empresa.
Em novembro, quando teve seus cafés proibidos, a Vibe Coffee disse a própria empresa havia solicitado uma inspeção da Vigilância Sanitária estadual "com o objetivo de obter orientações técnicas para a emissão do alvará sanitário".
Após terem sido identificadas "algumas irregularidades estruturais e ausência de determinados Procedimentos Operacionais Padrão", a empresa disse que suspendeu suas atividades para realizar as obras e adequações necessárias.
Segundo a Anvisa, uma nova inspeção da Secretaria de Saúde do Espírito Santo, realizada em dezembro, constatou que as irregularidades sanitárias haviam sido corrigidas. Assim, os produtos fabricados a partir de 15 de dezembro foram liberados para consumo.
A Duas Marias, empresa responsável pelo Melissa, se posicionou após a ação do Ministério da Agricultura, em maio. Segundo a empresa, o "produto não é comercializado nem rotulado como 'café torrado e moído'" e "não utiliza exclusivamente grãos de café, mas sim uma formulação alternativa legalmente permitida".
Afinal, café bom vai todo pra fora do Brasil?
Pureza do café
Segundo a legislação brasileira, para ser considerado café, o produto precisa conter apenas o grão.
A lei permite que ele possua até 1% de impurezas naturais do café (galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (como pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de ervas daninhas).
Mas ela proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Saiba como diferenciar café do 'fake café' pela embalagem
Bruna Azevedo / arte g1
Bolsa Família 2026: veja calendário de pagamento

Ministro Luiz Fux determina adoção de medidas para impedir apostas com recursos do Bolsa Família
O governo divulgou o calendário de pagamento do Bolsa Família em 2026. Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o pagamento começa em 19 de janeiro de 2026.
O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos começam no dia 10 e terminam antes do Natal. (veja o calendário completo)
Confira o calendário do Bolsa Família para janeiro de 2026:
Final do NIS: 1 - pagamento em 19/1
Final do NIS: 2 - pagamento em 20/1
Final do NIS: 3 - pagamento em 21/1
Final do NIS: 4 - pagamento em 22/1
Final do NIS: 5 - pagamento em 23/1
Final do NIS: 6 - pagamento em 26/1
Final do NIS: 7 - pagamento em 27/1
Final do NIS: 8 - pagamento em 28/1
Final do NIS: 9 - pagamento em 29/1
Final do NIS: 0 - pagamento em 30/1
Bolsa Família
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
Ao longo do ano, a previsão de pagamentos é:
Fevereiro: de 12/2 a 27/2;
Março: de 18/3 a 31/3;
Abril: de 16/4 a 30/4;
Maio: de 18/5 a 29/5;
Junho: de 17/6 a 30/6;
Julho: de 20/7 a 31/7;
Agosto: de 18/8 a 31/8;
Setembro: de 17/9 a 30/9;
Outubro: de 19/10 a 30/10;
Novembro: de 16/11 a 30/11;
Dezembro: de 10/12 a 23/12.
Veja o calendário completo:
Calendário de pagamento do Bolsa Família em 2026
Divulgação/MDS
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família.
Quem pode receber o Bolsa Família?
A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa.
Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família.
Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como:
manter crianças e adolescentes na escola;
fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
manter as carteiras de vacinação atualizadas.
Onde se cadastrar?
Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento.
Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada.
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Como sacar o Bolsa Família?
Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque.
Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito.
Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa.
Alphabet anuncia compra de desenvolvedora de energia limpa por US$ 4,75 bilhões

A Alphabet, controladora do Google, anunciou nesta segunda-feira (22) a compra da desenvolvedora de energia limpa Intersect por US$ 4,75 bilhões em dinheiro — assumindo também suas dívidas.
A transação ocorre em um momento em que grandes empresas de tecnologia destinam bilhões para ampliar a capacidade de computação e energia necessárias ao avanço da inteligência artificial.
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As grandes companhias de tecnologia vêm ampliando os aportes em projetos de energia, enquanto as redes elétricas dos Estados Unidos enfrentam dificuldades para acompanhar a crescente demanda por eletricidade impulsionada pela IA generativa, em meio a uma corrida para explorar o potencial dessa tecnologia em rápida expansão.
Pelo acordo, a controladora do Google assumirá os projetos de energia e data centers da Intersect que estão em fase de desenvolvimento ou construção.
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A empresa possui US$ 15 bilhões em ativos, somando projetos já em operação e outros em construção. Até 2028, a expectativa é que os empreendimentos da Intersect, com capacidade de cerca de 10,8 gigawatts, estejam ativos ou em desenvolvimento. Esse volume equivale a mais de 20 vezes a energia gerada pela Usina Hidrelétrica Hoover, no sudoeste dos EUA.
A aquisição reforça a estratégia da Alphabet de ampliar investimentos e parcerias no setor de energia. No início deste mês, a companhia de serviços públicos NextEra anunciou a expansão de sua parceria com o Google Cloud para desenvolver novas fontes de energia voltadas às operações nos EUA.
Os termos do negócio
O Google, em parceria com a TPG Rise Climate, apoiou a Intersect em uma rodada de financiamento de mais de US$ 800 milhões realizada em dezembro passado.
O anúncio também trouxe planos para criar parques industriais destinados a abrigar gigawatts de capacidade de data centers, instalados próximos a novas usinas de energia limpa.
As operações da Intersect continuarão independentes da Alphabet. Os ativos já em funcionamento no Texas e os projetos em operação ou desenvolvimento na Califórnia ficarão fora da aquisição e seguirão como uma empresa autônoma, com o suporte dos investidores atuais, informou a Alphabet.
Entre os projetos no Texas está o Quantum, um sistema de armazenamento de energia limpa em construção ao lado de um complexo de data centers do Google.
A Intersect também pretende adotar novas tecnologias para ampliar e diversificar o fornecimento de energia, enquanto apoia os investimentos do Google em data centers nos Estados Unidos, informou a Alphabet.
Logotipo do Google em uma instalação de pesquisa da empresa em Mountain View, Califórnia.
Reuters
Motta procura Dino para explicar emendas após ministro suspender manobra que 'ressuscita' valores

Dino suspende trecho de PL que libera emendas
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), procurou o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar a retomadas de emendas que foram alvo de decisão de Dino.
Dino suspendeu no domingo (21) os efeitos de uma proposta aprovada pelo Congresso para ressuscitar emendas parlamentares não pagas pelo governo entre 2019 e 2023.
Na Câmara, líderes relatam que o trecho do projeto que trata da liberação dos restos a pagar foi elaborado pela Casa Civil da Presidência da República e que ministros do governo foram ao presidente da Câmara e ao relator para pedir a inclusão, porque os valores iriam para obras inacabadas e projetos de mais de 10 ministérios.
👉🏽 O artigo incluído no projeto que reduz em 10% os benefícios tributários foi debatido na Residência Oficial da Câmara, entre ministros do Planalto, representantes da Fazenda e líderes de partidos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em encontro com jornalistas
Douglas Gomes/Câmara dos Deputados
Decisão de Dino
A decisão de Dino impede a entrada em vigor do texto, aprovado pelo Congresso na última quarta-feira (17), que aguarda a sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O dispositivo, que abre caminho para o pagamento dessas emendas, havia sido incluído em um projeto que tratava do corte de benefícios fiscais — no jargão legislativo, é chamado de "jabuti".
Na última sexta-feira (19), o Congresso aprovou o orçamento de 2026 com R$ 61 bilhões em emendas parlamentares.
🔎 Emendas parlamentares são recursos reservados no Orçamento que são executados conforme indicações de deputados e senadores. Já a meta fiscal é uma estimativa de despesas e receitas que o governo estabelece com objetivo de tentar equilibrar as contas públicas.
Ligação com orçamento secreto
O magistrado atendeu a um pedido de parlamentares do PSOL e da Rede. Em sua decisão, Flávio Dino afirmou que, em ações anteriores sobre o chamado "orçamento secreto", a Corte não permitiu a "possibilidade de 'ressuscitação' de restos a pagar".
"Evidencia que a disciplina ora impugnada extrapola os parâmetros institucionais e as balizas fixadas em conjunto, pelos Três Poderes, para a superação das inconstitucionalidades então reconhecidas", disse.
O "jabuti" das emendas foi incluído pelo Congresso em um acordo com lideranças do governo do presidente Lula. O texto permite ao Executivo pagar as emendas parlamentares que ficaram pendentes de pagamentos nos anos posteriores e foram canceladas.
A medida beneficia valores indicados por parlamentares nas extintas emendas de relator, que ficaram conhecidas como "orçamento secreto" pois não seguiam critérios de transparência. Além dessas, também seriam beneficiadas emendas de comissão.
Estimativas de técnicos da Câmara dos Deputados apontam que o valor total a ser liberado seria de cerca de R$ 3 bilhões.
Na decisão que suspendeu o trecho aprovado pelos parlamentares, Flávio Dino afirmou que a revalidação das emendas de relator, declaradas inconstitucionais pelo STF, "parece ser incompatível com o regime jurídico".
"Cuida-se de ressuscitar modalidade de emenda cuja própria existência foi reputada inconstitucional. [...] Não é demais lembrar que o contexto em que se insere a proposição legislativa é marcado por graves dificuldades fiscais, que impõem a todos os Poderes da República o dever constitucional de colaborar ativamente para a preservação do equilíbrio fiscal", escreveu o magistrado.
Governo nega acordo
A Secretaria de Relações Institucionais, comandada pela ministra Gleisi Hoffmann (PT), afirmou ao blog que não participou de acordo para inclusão do artigo no projeto.
Depois e passar pela Câmara, o texto foi aprovado pelo Senado Federal, onde foi relatado pelo líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AC), que manteve o trecho.
Abono salarial PIS/Pasep 2025: prazo para saque acaba dia 29; saldo parado é de R$ 145,7 milhões

Abono PIS/Pasep 2025: 141 mil têm até 29 de dezembro para sacar
Mais de 141 mil trabalhadores que têm direito ao abono salarial PIS/Pasep 2025, referente ao ano-base 2023, ainda não sacaram o benefício, informou o Ministério do Trabalho. No total, R$ 145.788.353,00 ainda estão disponíveis.
➡️ O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que atendem aos requisitos do programa.
No geral, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias no ano-base e receberam até dois salários-mínimos por mês. (veja os requisitos abaixo)
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O banco de recebimento, data e os valores, inclusive de anos anteriores, estão disponíveis para consulta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e no portal gov.br. (veja como consultar abaixo)
Assim como em 2024, o calendário de pagamento de 2025 foi unificado: tanto os trabalhadores da iniciativa privada como os servidores públicos vão receber de acordo com o mês de nascimento de cada beneficiário.
O prazo para sacar o dinheiro termina no dia 29 de dezembro. Após essa data, as parcelas não pagas serão devolvidas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), seguindo as regras do programa.
Nesse caso, ainda é possível recuperar os valores, mas o processo passa a ser feito pelos canais do Ministério do Trabalho.
Por enquanto, o benefício está disponível para saque na Caixa e no Banco do Brasil. A última leva de pagamentos deste ano foi liberada pelo governo federal em agosto para os nascidos em novembro e dezembro.
Em novembro, foi liberado um lote extra do Abono Salarial PIS/Pasep, beneficiando 1.640.201 trabalhadores que tiveram seus dados enviados com atraso pelos empregadores. Na ocasião, foram liberados R$ 1,5 bilhão.
Ao todo, em 2025, serão disponibilizados R$ 30,7 bilhões para o pagamento do benefício a cerca de 26,5 milhões de trabalhadores. A taxa de cobertura já atingiu 99,47% do público previsto, segundo o Ministério do Trabalho.
Veja abaixo perguntas e respostas:
Como consultar? (passo a passo)
Quem tem direito ao abono salarial?
Quem não tem direito ao abono salarial?
Qual é o valor?
Como são os pagamentos?
Canal de dúvidas
1. Como consultar? (passo a passo)
Para fazer a consulta pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, siga o passo a passo:
Certifique-se de que o aplicativo esteja atualizado;
Acesse o sistema com seu número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br;
Toque em "Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o benefício.
Vale lembrar que trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem.
Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2025 já está liberada
2. Quem tem direito ao abono salarial?
Os trabalhadores devem atender aos seguintes critérios para ter direito ao benefício:
estar cadastrado no programa PIS/Pasep ou no CNIS (data do primeiro emprego) há pelo menos cinco anos;
ter trabalhado para empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
ter recebido até 2 salários-mínimos médios (no valor em vigor no ano-base) de remuneração mensal no período trabalhado;
ter exercido atividade remunerada durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base da apuração (2023);
ter os dados informados pelo empregador (pessoa jurídica ou governo) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) ou no eSocial do ano-base considerado para apuração (2023).
Veja se você tem direito a receber os valores do PIS/Pasep
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
3. Quem não tem direito ao abono salarial?
empregado(a) doméstico(a);
trabalhadores rurais empregados por pessoa física;
trabalhadores urbanos empregados por pessoa física;
trabalhadores empregados por pessoa física equiparada a jurídica.
4. Qual é o valor?
O valor do abono salarial é proporcional ao tempo de serviço do trabalhador no ano-base em questão.
O cálculo corresponde ao valor atual do salário mínimo dividido por 12 e multiplicado pela quantidade de meses trabalhados no ano-base. Assim, somente quem trabalhou os 12 meses do ano-base recebe o valor total de um salário-mínimo.
O valor do abono salarial varia de R$ 126,50 a R$ 1.518,00, de acordo com a quantidade de meses trabalhados. Veja no gráfico abaixo:
Volte ao índice.
5. Como são os pagamentos?
O pagamento do PIS (Programa de Integração Social) aos trabalhadores da iniciativa privada é administrado pela Caixa Econômica Federal. São quatro opções para receber:
As pessoas que possuem conta corrente ou poupança na Caixa receberão o abono automaticamente, informou o banco.
Também é possível receber os valores por meio da Poupança Social Digital, cuja movimentação é feita pelo aplicativo Caixa Tem.
Outra opção é fazer o saque com o cartão social e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas e Caixa Aqui.
Se o trabalhador não possuir cartão social, o pagamento também pode ser realizado em qualquer agência da Caixa com a apresentação de um documento de identificação.
Já o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) é válido para os servidores públicos, e os depósitos são feitos pelo Banco do Brasil.
Nesse caso, o pagamento será realizado prioritariamente como crédito em conta bancária, transferência via TED, via PIX ou presencial nas agências de atendimento, informou o Ministério do Trabalho.
PIS/Pasep, FGTS - Saque
José Cruz/Agência Brasil
6. Ainda tem dúvidas?
Mais informações podem ser solicitadas nos canais de atendimento do Ministério do Trabalho e nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, pelo telefone 158 ou pelo e-mail: trabalho.uf@economia.gov.br (substituindo os dígitos UF pela sigla do estado do trabalhador).
Saiba mais sobre o PIS/Pasep:
G1 em 1 minuto: veja as novas regras do abono salarial do PIS/Pasep para 2026
Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2024 é liberada
Dinheiro, real, notas de real, salário, pagamento
Natalia Filippin/G1
Caixa Econômica Federal, PIS/Pasep
Marcelo Camargo/Agência Brasil
PIS/Pasep - Saques do abono salarial em agência da Caixa Econômica Federal
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Dinheiro, real, notas de R$ 100, contagem de cédulas
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Petróleo sobe à medida que EUA intensificam ações contra navios-tanque da Venezuela

Os preços do petróleo sobem nesta segunda-feira (22), após os Estados Unidos interceptarem um navio petroleiro em águas internacionais próximo à costa da Venezuela. Ao mesmo tempo, as tensões na guerra entre Rússia e Ucrânia continuaram elevadas.
Esses dois fatores aumentaram o temor de que o fornecimento global de petróleo possa ser interrompido, o que costuma pressionar os preços para cima.
🔎 Os contratos futuros do petróleo Brent — referência internacional usada como base para os preços no mercado global — subiram US$ 1,55, alta de 2,56%, negociados a US$ 62,02 por barril por volta das 19h desta segunda.
Segundo Giovanni Staunovo, analista do banco UBS, os agentes do mercado passaram a enxergar um risco maior de interrupção nas exportações de petróleo da Venezuela devido ao embargo imposto pelos EUA.
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Até recentemente, segundo ele, havia uma postura mais complacente em relação a esse risco.
O petróleo bruto venezuelano responde por cerca de 1% da oferta global, uma fatia relativamente pequena, mas que ganha importância em momentos de instabilidade geopolítica ou de restrições ao comércio internacional.
No segundo semestre de 2025, o aumento da produção EUA e do grupo Opep+ — aliança que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados — compensou, em grande parte, as preocupações com possíveis interrupções de oferta em outras regiões.
👉 Esse equilíbrio ajudou a manter os contratos futuros do Brent próximos de US$ 65 por barril, embora os preços tenham recuado no mês passado diante do temor de excesso de petróleo disponível no mercado.
Para June Goh, analista da consultoria Sparta Commodities, os preços do petróleo vêm sendo sustentados principalmente pelos acontecimentos na Venezuela.
Já as tensões entre Rússia e Ucrânia têm ficado em segundo plano em um mercado que, sem esses fatores de risco, tenderia a um cenário mais “baixista”, ou seja, de queda nos preços.
Apreensão de petroleiro venezuelano pelos EUA
Autoridades disseram à Reuters, no domingo, que a Guarda Costeira dos Estados Unidos está perseguindo um navio petroleiro em águas internacionais próximas à Venezuela. Se a operação for concluída com sucesso, será a segunda ação desse tipo no fim de semana e a terceira em menos de duas semanas.
De acordo com Tony Sycamore, analista do IG, a recuperação recente dos preços do petróleo foi impulsionada pelo anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de um bloqueio “total e completo” aos petroleiros venezuelanos que estão sob sanções.
O movimento foi reforçado pelos desdobramentos dessa decisão e por relatos de um ataque com drones ucranianos a um navio da chamada “frota sombra” russa no Mediterrâneo — termo usado para embarcações que operam à margem das sanções internacionais.
Preço do petróleo dispara após Opep anunciar corte de mais de 1 milhão de barris por dia
JN
Lotes de 4 marcas de café são considerados impróprios para consumo pelo governo; veja quais

café
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O Ministério da Agricultura divulgou nesta segunda-feira (22) que 23 lotes de quatro marcas de café foram recolhidos e considerados impróprios para consumo.
São elas: Terra da Gente, Jalapão, Made in Brazil e Q-Delícia (veja os lotes abaixo).
Segundo o Ministério, a desclassificação desses produtos ocorreu após análises laboratoriais detectarem a presença de matérias estranhas e impurezas acima do limite permitido, que é de 1%, segundo a legislação.
Matérias estranhas são pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas;
E impurezas são galhos, folhas e cascas.
Outro lado: em nota, a Solveig, responsável pelo Terra da Gente, disse que os lotes informados pelo Ministério "são antigos, já foram integralmente segregados e não estão em circulação no mercado" (leia a nota na íntegra ao final da reportagem).
As demais fabricantes não retornaram ao contato do g1.
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LEIA MAIS:
Governo já proibiu 6 marcas de café ou ‘bebida sabor café’ em 2025
Anvisa proíbe três marcas de 'café fake' após detectar toxina em produtos
O ministério também orienta que consumidores que tenham adquirido os produtos listados deixem de consumi-los imediatamente. É possível solicitar a substituição do produto com base nas disposições do Código de Defesa do Consumidor.
Além disso, caso os produtos ainda estejam sendo comercializados, o ministério solicita que a ocorrência seja comunicada por meio do canal oficial Fala.BR, com o nome e endereço do estabelecimento onde foi realizada a compra.
Lotes recolhidos
Dos 23 lotes recolhidos, 18 são referentes à marca Terra da Gente, 2 à Jalapão, 2 à Made in Brazil e 1 à Q-Delícia.
Veja os lotes abaixo:
Outras marcas
Além das três desclassificadas nesta segunda, outras seis marcas de café (ou 'pó saber café') já haviam sido alvo de alguma restrição do governo em 2025: Melissa, Pinto Preto, Oficial do Brasil, Café Câmara, Fellow Criativo (da Cafellow) e Vibe Coffee.
No caso da Vibe Coffee, a marca teve todos seus produtos apreendidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro por questões sanitárias.
A agência, no entanto, revogou a proibição nesta segunda, alegando que as irregularidades foram sanadas, e todos os cafés produzidos pela Vibe Coffee a partir de 15 de dezembro de 2025 estão liberados para consumo.
Veja mais:
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'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Pureza do café
Segundo a legislação brasileira, para ser considerado café, o produto precisa conter apenas o grão.
A lei permite que ele possua até 1% de impurezas naturais do café (galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (como pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de ervas daninhas).
Mas ela proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
O que diz o Terra da Gente
"A Solveig Indústria e Comércio de Café Ltda., responsável pelo café Terra da Gente, esclarece que os lotes mencionados na notícia do MAPA são antigos, já foram integralmente segregados e não estão em circulação no mercado, não representando qualquer risco ao consumidor.
Tão logo a empresa tomou conhecimento das supostas irregularidades, adotou medidas imediatas, como a segregação dos lotes e o reforço nos controles de qualidade. Desde agosto de 2025, a empresa também vem implementando um plano de modernização industrial, com equipamentos atualizados, processos aprimorados e rastreabilidade completa de toda a produção.
A empresa cumpre integralmente todas as normas e exigências da Portaria do MAPA.
Todos os lotes atualmente produzidos passam por rigorosos controles de qualidade, com laudos laboratoriais que confirmam sua plena conformidade com os padrões legais e de segurança alimentar.
A Solveig reafirma seu compromisso com a qualidade, segurança e transparência, garantindo que os produtos atualmente disponíveis são seguros e confiáveis."
Como uma campanha publicitária de chinelos para o Ano Novo virou motivo de discussão política no Brasil

Comercial das Havaianas com Fernanda Torres gera reação da direita e pedidos de boicote
Reprodução/Instagram
A propaganda de fim de ano da Havaianas, estrelada pela atriz Fernanda Torres, virou motivo para discussão política nas redes sociais.
Na campanha, a atriz afirma que “não quer que você comece 2026 com o pé direito”, uma expressão popular comumente associada à sorte. Mas a fala da atriz foi interpretada por políticos e influenciadores alinhados à direita como uma mensagem de cunho político implícito, vista por eles como provocativa e direcionada, em tom de indireta, a esse grupo.
“Desculpas, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte, mas vamos combinar que sorte não depende de você. Depende da sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada. Os dois pés na jaca. Os dois pés onde você quiser — vai com tudo. De corpo e alma, da cabeça aos pés. Havaianas, todo mundo usa", disse a atriz no comercial.
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Nas redes sociais, apoiadores de direita acusaram a marca de misturar publicidade com ideologia política e de adotar um suposto viés de esquerda. Alguns usuários passaram a defender a substituição das Havaianas por marcas concorrentes.
O vídeo da campanha foi publicado na quinta-feira (18) na conta de Instagram da Havaianas e, até esta segunda, já havia registrado mais de 6 milhões de visualizações. Ele está apenas na aba Reels e não aparece no feed principal do perfil oficial da Havaianas no Instagram, o que gerou questionamentos entre usuários sobre uma eventual retirada do conteúdo.
Procurada pelo g1, a Alpargatas, dona da Havaianas, afirmou que não irá se manifestar sobre o tema. A assessoria de Fernanda Torres não respondeu até a última atualização desta reportagem.
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por exemplo, publicou no X (antigo Twitter): “Havaianas, nem todo mundo agora vai usar” — fazendo uma alusão ao slogan da marca de sandálias.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também se manifestou: “Se as Havaianas não nos querem, nós também não queremos as Havaianas”.
O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) também criticou a campanha. “Que vergonha! Em pleno Natal, tempo de união, respeito e reconciliação, a Havaianas escolhe usar o marketing para provocar e dividir, sugerindo ‘não começar o ano com o pé direito’. Isso não é criatividade. É um desserviço à sociedade”, escreveu.
Virou meme
Como costuma acontecer no Brasil, a repercussão rapidamente ganhou tom de humor. Nas redes sociais, a situação virou meme, e usuários passaram a compartilhar montagens, piadas e comentários irônicos sobre o episódio. Confira alguns exemplos abaixo.
Direita convoca boicote às Havaianas após campanha com Fernanda Torres e caso vira meme
Reprodução/X
Direita convoca boicote às Havaianas após campanha com Fernanda Torres e caso vira meme
Reprodução/X
Direita convoca boicote às Havaianas após campanha com Fernanda Torres e caso vira meme
Reprodução/X
Direita convoca boicote às Havaianas após campanha com Fernanda Torres e caso vira meme
Reprodução/X
Usuária se queixa da propaganda da Havaianas e aponta que vídeo "sumiu" das redes sociais da marca
Reprodução/X
Militantes conservadores da direita passaram a convocar um boicote à Havaianas nas redes sociais
Reprodução/X
Cofundador da Oracle oferece garantia de US$ 40,4 bi em oferta da Paramount à Warner

O cofundador da Oracle, Larry Ellison, decidiu entrar pessoalmente na disputa pela Warner Bros. Discovery.
Ele vai oferecer uma garantia individual de US$ 40,4 bilhões em financiamento via ações para sustentar a proposta de compra de US$ 108,4 bilhões, integralmente em dinheiro, apresentada pela Paramount Skydance.
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A informação consta em um documento regulatório divulgado nesta segunda-feira (22). E, na prática, a garantia funciona como um compromisso formal de Ellison de cobrir eventuais falhas no financiamento do negócio.
Isso porque, ao usar seu próprio patrimônio como respaldo, o empresário busca dar mais segurança à operação e afastar o risco de que a compra fique sem recursos suficientes para ser concluída.
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👉 O movimento mira diretamente uma das principais preocupações do conselho da Warner: a solidez financeira da proposta da Paramount e a ausência, até então, de um envolvimento mais amplo da família Ellison no negócio.
👉 Larry Ellison, cofundador da Oracle, é peça-chave na disputa pela Warner porque financia a Skydance, ligada à Paramount. Embora não participe da gestão da Paramount, o seu respaldo pessoal fortalece a posição frente à Netflix.
Esses pontos vinham pesando contra a oferta e ajudaram a fortalecer a preferência da empresa por uma alternativa apresentada pela Netflix.
Larry Ellison, fundador da Oracle.
Oracle PR via Hartmann Studios
Apesar do reforço no financiamento, a Paramount afirmou que os termos oferecidos aos acionistas da Warner permanecem inalterados.
A proposta segue prevendo o pagamento de US$ 30 por ação, integralmente em dinheiro — valor superior ao oferecido pela Netflix por ação, embora sustentado por uma estrutura financeira mais complexa.
Procuradas pela Reuters, a Warner Bros e a Netflix não comentaram o novo movimento.
Conselho da Warner resiste à Paramount
Dias antes da divulgação da garantia de Ellison, o conselho da Warner Bros. Discovery havia recomendado formalmente que seus acionistas rejeitassem a proposta da Paramount.
A diretoria classificou a oferta como inferior à fusão já acordada com a Netflix, reforçando sua preferência pelo acordo com a gigante do streaming.
Na avaliação do conselho, a proposta da Netflix apresenta menos incertezas. O acordo, considerado vinculante, combina pagamento majoritariamente em dinheiro com compromissos de dívida já definidos, sem necessidade de levantar novos recursos no mercado.
Isso reduz o risco de que a transação enfrente obstáculos financeiros ao longo do caminho.
Além disso, a diretoria da Warner destacou que a parceria com a Netflix ampliaria o alcance global de seus conteúdos e traria ganhos de longo prazo, tanto para consumidores quanto para a comunidade criativa ligada aos estúdios.
Netflix e Warner Bros.
Reuters
Netflix anuncia acordo
O acordo anunciado pela Netflix avalia a Warner Bros. Discovery em cerca de US$ 82,7 bilhões. Desse total, aproximadamente US$ 72 bilhões seriam pagos diretamente aos acionistas, enquanto o restante corresponde à assunção das dívidas da empresa.
Se concluída, a operação permitiria à Netflix reduzir sua dependência de estúdios externos, fortalecer sua produção própria e acelerar sua expansão para novas frentes de negócio, como games, eventos ao vivo e serviços adicionais ao consumidor.
Outro ponto que chamou atenção no mercado foi o compromisso, incluído na proposta, de manter os lançamentos de filmes da Warner nos cinemas — uma mudança relevante para uma empresa que historicamente prioriza o streaming em detrimento das salas de exibição.
Ofensiva da Paramount
A entrada da Paramount na disputa ocorreu poucos dias após o anúncio do acordo entre Warner e Netflix. A empresa apresentou uma oferta considerada hostil, ao tentar assumir o controle da Warner mesmo diante da recomendação contrária do conselho.
Embora o valor por ação oferecido pela Paramount seja mais alto, o pacote total da transação — que inclui a compra e a assunção das dívidas — chega a US$ 108,4 bilhões, exigindo uma estrutura de financiamento mais robusta.
Foi justamente nesse ponto que surgiram as dúvidas do mercado e da própria diretoria da Warner.
A garantia pessoal de Larry Ellison surge como uma tentativa de responder a essas preocupações. Pelos termos revisados, o empresário também se comprometeu a não retirar recursos do fundo da família nem transferir seus ativos enquanto a transação estiver em análise, o que busca evitar qualquer fragilidade adicional durante o processo.
“Guerra do streaming”
A batalha pela Warner Bros. Discovery vai além do valor financeiro. Quem vencer a disputa passará a controlar um dos catálogos mais valiosos de Hollywood, que inclui clássicos do cinema, franquias de sucesso e produções da HBO, além do serviço HBO Max.
Em um mercado cada vez mais competitivo, no qual o conteúdo é o principal diferencial para atrair e reter assinantes, esse acervo representa uma vantagem estratégica relevante na chamada “guerra do streaming”.
Analistas de mercado avaliam que a Paramount ainda enfrenta fragilidades financeiras e tenta, com o reforço no financiamento, evitar ficar fora dessa consolidação do setor.
Embora a garantia de Ellison seja vista como um avanço importante, persistem dúvidas sobre se ela será suficiente para convencer o conselho da Warner a mudar de posição.
Logotipo da Warner Bros. no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions em Cannes
REUTERS/Eric Gaillard/Foto de Arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters
Discussão 'complexa' sobre desconto a aposentados da Petrobras paira sobre greve dos petroleiros

Uma disputa que envolve cerca de 50 mil aposentados e pensionistas da Petrobras sobre descontos de até 20% na folha de pagamento paira sobre a greve dos petroleiros da estatal que completa uma semana nesta segunda-feira (22), sinalizando riscos de alongamento do movimento grevista diante de uma questão "complexa" na pauta de negociações, disseram sindicalistas e executivos da companhia.
Sindicatos de trabalhadores da Petrobras querem há anos reduzir ou eliminar descontos extras nas folhas e colocaram o tema como central no movimento.
Mas a tentativa de resolver de uma vez por todas a situação, mesmo às vésperas do final do ano por meio da greve, deve-se a temores relacionados ao processo eleitoral em 2026, que poderia atrapalhar os avanços obtidos até agora nas negociações do tema.
Os valores totais envolvidos não são divulgados oficialmente pelos sindicalistas ou pela empresa, mas há indicações de que podem ser bilionários.
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"Não é uma solução simples, não é uma solução barata... estamos falando de alguns bilhões de reais", afirmou uma fonte da empresa, na condição de anonimato para falar livremente sobre o assunto.
A administração da Petrobras está buscando alternativas, juntamente com sindicatos e o fundo de pensão Petros, mas as discussões se arrastam considerando as dezenas de milhares de pessoas que sofrem descontos na folha desde 2018.
A fonte acrescentou que não seria possível para a Petrobras apresentar uma solução efetiva para os descontos, neste momento, embora tenha admitido que a empresa pode dar aos petroleiros "um sinal do esforço" que vem sendo realizado para resolver a questão.
"O negócio é bem complexo mesmo", disse outra pessoa da empresa.
Paulo César Martin, diretor de seguridade da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne 13 sindicatos, concordou que o tema tem potencial de prolongar a greve.
"É a nossa principal reivindicação", afirmou ele à Reuters.
O temor dos petroleiros, segundo ele, é de que o processo das eleições presidenciais em 2026 jogue por terra os avanços alcançados em negociações com a estatal sobre o tema nos últimos dois anos e meio.
"Quando entrar no período eleitoral, quem está na cadeira não sabe se vai continuar... Começa a ter dificuldade de interlocução com a diretoria, com o governo, se for o caso, então tudo fica mais difícil", afirmou Martin, que também é diretor do Sindipetro Bahia.
Greve dos petroleiros provoca paralisação parcial na Revap, em São José
Pedro Melo/TV Vanguarda
👉 A greve teve a adesão de todas as plataformas de petróleo próprias da Petrobras em operação nas bacias de Santos e Campos, além de alcançar refinarias, termelétricas, usinas de biodiesel, campos de produção terrestre, unidades de tratamento e compressão de gás, dentre outros pontos, segundo sindicatos.
A Petrobras afirma que tem evitado impacto nas operações e no abastecimento com a atuação de equipes de contingência.
Além da questão do desconto em folha, os sindicatos também pressionam por melhorias na proposta de acordo coletivo de trabalho feita pela Petrobras, que ofereceu 0,5% de ganho real, contra os 3% defendidos pelos petroleiros, além de outras demandas da categoria.
Equacionamentos
Dentre os principais pontos, os sindicatos demandam que a Petrobras ofereça garantia de que será possível reduzir substancialmente descontos extras nas folhas de pagamentos de aposentados e pensionistas envolvidos nos Planos de Equacionamento do Déficit (PEDs), que ocorrem desde 2018, decorrentes de problemas de gestão dos fundos de décadas atrás.
Atualmente, participantes de dois dos maiores planos da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) pagam em torno de 15% a 20% de contribuição extraordinária para os equacionamentos, que contam também com contribuição da Petrobras, seguindo a paridade contributiva.
Ambos os planos reúnem juntos cerca de 52,3 mil participantes, dos quais 49,7 mil são assistidos (aposentados e pensionistas) e 2,5 mil são ativos.
O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e diretor da FUP, Sérgio Borges, afirmou que os descontos provocados pelos PEDs impactam principalmente os aposentados e pensionistas da Petrobras "gerando um prejuízo para essas pessoas que dedicaram a vida de trabalho à Petrobras".
Greve dos trabalhadores da Petrobras em Cubatão (SP).
Fernando Skillo/AT
Procurada, a Petrobras disse que mantém diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os PEDs e que a busca de uma solução para o tema está sendo conduzida por uma comissão multidisciplinar, que inclui entidades representativas dos participantes.
A empresa, porém, não informou se haveria um cálculo de quanto teria de ser desembolsado para resolver o problema.
Já a Petros afirmou que "é sensível ao impacto do equacionamento dos planos PPSP-R e PPSP-NR na vida dos participantes, e trata o assunto com prioridade". Também mencionou que fornece suporte técnico, com assessoramento e apresentação de estudos necessários à comissão que endereça o tema.
No foco da paralisação, os sindicalistas querem que a Petrobras apresente uma carta de compromisso que trará a possibilidade desses funcionários passarem a receber pelo menos 95% do benefício líquido que eles recebiam antes de passarem a valer os descontos.
"A gente queria uma garantia da empresa com relação a esse compromisso porque a gente não sabe o que vai acontecer no ano que vem", disse Martin, da FUP, que também foi conselheiro eleito da Petros por quatro mandatos.
Martin explicou que, para solucionar o problema, a Constituição impede que a Petrobras simplesmente cubra o déficit, cujo valor não foi divulgado pela empresa, sindicatos e Petros.
Dessa forma, a solução encontrada seria a criação de um novo plano, para que os integrantes possam migrar, e a aprovação de um acordo judicial, que encerraria ações dos sindicatos contra a Petrobras relacionadas ao tema e que custearia a migração dos beneficiários.
A proposta de acordo a ser feita pela Petrobras, além de precisar ser aceita pelos sindicalistas, ainda teria de ser aprovada em órgãos de controle.
Plataforma da Petrobras no Rio de Janeiro (P71)
Raoni Alves / g1 Rio
Arrecadação federal alcança R$ 226,7 bilhões em novembro e registra recorde histórico

Arrecadação bateu recorde em novembro e no acumulado do ano
Jornal Nacional/ Reprodução
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 226,7 bilhões em novembro deste ano, informou nesta segunda-feira (22) a Receita Federal.
O resultado representa um aumento real de 3,75% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 218,5 bilhões (valor corrigido pela inflação).
Também foi a maior arrecadação já registrada para meses de novembro desde o início da série histórica da Receita Federal em 1995 — ou seja, em 31 anos.
O recorde na arrecadação foi obtido com ajuda do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo em meados de maio.
💸 Além do aumento do IOF, a taxação das bets (incluindo a arrecadação de loterias) também contribuiu para o aumento da arrecadação, fator que rendeu R$ 850 milhões em novembro deste ano.
A alta na arrecadação foi fruto, ainda, do crescimento do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras – decorrente da elevada taxa de juros – e também dos juros sobre capital próprio.
Parcial do ano
Arrecadação federal bate recorde nos oito primeiros meses do ano
Nos onze primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 2,59 trilhões — sem a correção pela inflação.
Em valores corrigidos pela variação dos preços, a arrecadação totalizou R$ 2,62 trilhões de janeiro a novembro, o que representa um crescimento real (acima da inflação) de 3,25% em relação ao mesmo período do ano passado, quando somou R$ 2,54 trilhões.
O montante também é o recorde histórico para a arrecadação federal no período.
📈 Além da alta do IOF, o governo também contou com o aumento de outros tributos, efetuados nos últimos anos, para melhorar a arrecadação em 2025. São eles:
tributação de fundos exclusivos, os "offshores";
mudanças na tributação de incentivos (subvenções) concedidos por estados;
retomada da tributação de combustíveis;
tributação das bets;
imposto sobre encomendas internacionais (taxa das blusinhas);
teoneração gradual da folha de pagamentos;
e fim de benefícios para o setor de eventos (Perse).
Meta fiscal de 2025
Congresso aprova LDO e determina pagamento de 65% das emendas parlamentares no 1° semestre
A alta da arrecadação está na mira do governo para tentar zerar o rombo das contas públicas neste ano, meta que consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.
Há, no entanto, um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual previsto no arcabouço fiscal (a nova regra das contas públicas).
O governo pode ter um déficit de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Em 2026, o governo terá uma meta ainda mais ousada: superávit primário (saldo positivo nas contas) equivalente a cerca de R$ 34 bilhões.
Dólar sobe e fecha a R$ 5,58, maior valor em quase 5 meses; Ibovespa recua

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,99% nesta segunda-feira (22), cotado a R$ 5,5836 — maior valor desde 30 de julho, quando encerrou a R$ 5,5900. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,21%, aos 158.142 pontos.
Os resultados foram afetados pelo movimento típico de fim de ano, quando empresas enviam recursos às matrizes, pressionando o real. Além disso, o cenário eleitoral, com a possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro, trouxe mais volatilidade aos ativos.
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▶️ A B3, a bolsa brasileira, não funcionará nos dias 24 e 25, resultando em uma semana com menos dias úteis. Com isso, a sessão de hoje teve liquidez reduzida. "Nessas condições, a volatilidade aumenta", explica Rafael Costa, fundador da Cash Wise Investimentos.
▶️ Investidores acompanharam ainda divulgações que ajudam a ajustar expectativas sobre a economia. O boletim Focus apontou nova redução nas projeções de inflação para 2025 e 2026, mantendo a tendência de revisões para baixo.
▶️ O Banco Central divulgou também a Pesquisa Firmus, que mostrou maior otimismo das empresas em relação à economia. O levantamento indica queda nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, além de prever valorização do real frente ao dólar. As companhias estimam crescimento de 2,10% do PIB neste ano e 1,80% em 2026.
▶️ No campo político, novas notícias sobre a possível candidatura de Flávio Bolsonaro impactaram o ânimo dos investidores. Analistas avaliam que sua entrada na corrida eleitoral enfraquece a oposição e pode aumentar as chances de reeleição de Lula (PT). Para agentes do mercado, a continuidade do atual governo dificultaria a implementação de ajustes mais consistentes nas contas públicas.
🔎 Há ainda a percepção de que Tarcísio de Freitas seria um candidato mais competitivo, capaz de unificar a direita e aumentar as chances de vitória.
▶️ Ainda no cenário político, os poderes Legislativo e Judiciário iniciaram o recesso após semanas de tensão. Na sexta-feira, o Congresso aprovou o Orçamento de 2026, que projeta superávit de R$ 34,5 bilhões e reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares.
▶️ Nos Estados Unidos, com a agenda mais enxuta devido ao feriado de Natal, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulgou o Índice de Atividade Nacional de Chicago referente a novembro, que apontou expansão ainda abaixo da média histórica.
▶️ No mercado internacional, o ouro renovou máximas, cotado a US$ 4.469,00 por onça, com alta de 1,85% nesta segunda-feira. O movimento reflete a busca por proteção diante da expectativa de cortes de juros nos EUA.
▶️ Diante desse contexto, o Ibovespa recuou, mesmo com a valorização de 2,92% da Vale (VALE3), após o anúncio da aquisição de um complexo eólico da Pontal Energy, e de 0,49% da Petrobras (PETR3), impulsionada pela alta do preço do petróleo no mercado internacional.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,99%;
Acumulado do mês: +4,66%;
Acumulado do ano: -9,65%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: -0,21%;
Acumulado do mês: -0,58%;
Acumulado do ano: +31,47%.
Orçamento de 2026 é aprovado no Congresso
O Congresso Nacional aprovou na sexta-feira (19), em votação simbólica, o Orçamento de 2026. O texto prevê uma reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares — recursos indicados por deputados e senadores — e projeta um superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano.
O Orçamento também incorpora cortes em gastos previdenciários e em programas sociais, como o Pé-de-Meia e o Auxílio Gás. Além disso, estabelece um piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos, como obras de infraestrutura e projetos do governo federal.
Segundo o arcabouço fiscal aprovado em 2023 — o conjunto de regras que limita o crescimento das despesas —, há uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central.
Na prática, isso significa que a meta será considerada cumprida mesmo que o resultado seja neutro (saldo zero) ou chegue a um superávit de até R$ 68,6 bilhões.
A proposta foi analisada pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda pela manhã e, horas depois, recebeu aval de deputados e senadores em sessão conjunta do Congresso.
Do total reservado para emendas:
cerca de R$ 61 bilhões foram destinados a indicações parlamentares;
R$ 49,9 bilhões ficam sob controle direto do Congresso, incluindo emendas individuais, de bancada e de comissão.
As chamadas emendas impositivas — aquelas de pagamento obrigatório pelo governo — se dividem em:
emendas individuais, indicadas por cada deputado e senador: R$ 26,6 bilhões;
emendas de bancada, destinadas aos estados: R$ 11,2 bilhões.
Dino barra retomada de emendas antigas
Antes mesmo da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu neste domingo (21) um trecho aprovado pelo Congresso que autorizava o pagamento de emendas parlamentares não quitadas entre 2019 e 2023.
👉 A decisão impede que o dispositivo entre em vigor enquanto o caso é analisado pelo Supremo. O texto havia sido aprovado pelo Congresso na última quarta-feira (17) e ainda aguardava sanção ou veto presidencial.
Dino atendeu a um pedido apresentado por parlamentares do PSOL e da Rede. Na decisão, o ministro afirmou que o STF já havia barrado, em julgamentos anteriores sobre o chamado “orçamento secreto”, qualquer tentativa de reativar esses pagamentos, conhecidos tecnicamente como “restos a pagar”.
Segundo o ministro, a medida extrapola os limites definidos institucionalmente para corrigir as inconstitucionalidades reconhecidas pela Corte. Em sua avaliação, permitir a retomada dessas emendas desrespeita os parâmetros acordados entre os Três Poderes.
O dispositivo suspenso foi incluído em um projeto que tratava originalmente do corte de benefícios fiscais. No jargão do Congresso, esse tipo de inserção é chamado de “jabuti” — quando um tema sem relação direta é incluído em uma proposta legislativa.
Agenda econômica
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro voltaram a reduzir as projeções de inflação para 2025 e 2026, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo BC.
👉 O relatório reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras e funciona como um termômetro das expectativas do mercado para a economia brasileira.
Para 2025, a previsão de inflação caiu de 4,36% para 4,33%, marcando a sexta redução consecutiva. Já para 2026, a estimativa recuou de 4,10% para 4,06%, no quinto corte seguido. Nos anos seguintes, as projeções permaneceram estáveis: 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028.
Em relação ao crescimento da economia, o mercado elevou levemente a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, de 2,25% para 2,26%. Para 2026, a expectativa de crescimento permaneceu em 1,80%.
Os economistas também mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025. A estimativa para o fim do ano continua em 15% ao ano, nível atual da Selic, que é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Para o encerramento de 2026, a previsão subiu de 12,13% para 12,25% ao ano.
No câmbio, a expectativa para o valor do dólar ao fim de 2025 foi revisada para cima, de R$ 5,40 para R$ 5,43. Para o término de 2026, a projeção permaneceu em R$ 5,50.
Pesquisa Firmus
Empresas consultadas pelo Banco Central passaram a demonstrar uma visão mais otimista em relação à inflação neste ano e no próximo, além de esperarem uma valorização do real frente ao dólar, informou a autoridade monetária nesta segunda-feira.
Os dados constam da nova edição da pesquisa Firmus, que reúne a percepção de empresas fora do setor financeiro sobre seus negócios e sobre o cenário econômico.
Segundo o levantamento, a mediana das expectativas de inflação para 2025 caiu de 5,0%, em setembro, para 4,5%. Para 2026, a projeção recuou de 4,5% para 4,2%.
No câmbio, as empresas também passaram a esperar um real mais forte. A mediana das estimativas indica que, em seis meses, o dólar deve estar em R$ 5,50, abaixo da previsão de R$ 5,60 registrada na rodada anterior da pesquisa.
👉 A pesquisa Firmus é realizada a cada três meses. Esta edição reflete as respostas de 240 empresas, coletadas entre 10 e 28 de novembro.
Em relação à atividade econômica, as empresas estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — cresça 2,10% neste ano.
O número é ligeiramente superior à projeção de 2,05% feita em setembro, mas ainda abaixo da estimativa de 2,26% indicada no boletim Focus desta semana e da previsão do próprio Banco Central, de alta de 2,3%.
Para 2026, a expectativa é de crescimento de 1,80% do PIB, abaixo dos 1,90% projetados anteriormente. Ainda assim, o resultado é mais otimista do que a estimativa do Banco Central, de 1,6%, e em linha com a projeção do Focus.
O BC destacou que a percepção das empresas sobre a situação econômica atual melhorou em relação às três pesquisas anteriores, embora ainda permaneça em um patamar negativo. Já a avaliação sobre o desempenho do próprio setor de atuação das empresas ficou praticamente estável.
Arrecadação Federal
A arrecadação do governo federal registrou crescimento real de 3,75% em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, totalizando R$ 226,753 bilhões, informou a Receita Federal nesta segunda-feira.
👉 O resultado representa o maior valor já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1995, e interrompe uma sequência de desaceleração no ritmo de crescimento.
Após alcançar um pico de alta real acumulada de 4,41% em julho, o avanço da arrecadação vinha perdendo força nos meses seguintes.
Esse movimento foi atribuído ao efeito dos juros elevados, que tendem a esfriar a atividade econômica e, consequentemente, a reduzir a arrecadação de impostos.
Com isso, o crescimento caiu para 3,73% em agosto, 3,49% em setembro e 3,20% em outubro.
Mesmo com essa oscilação mensal, o resultado acumulado de janeiro a novembro mostra uma retomada de fôlego.
No período, a arrecadação somou R$ 2,594 trilhões, um aumento real de 3,25% em relação aos primeiros onze meses de 2024 — também um recorde para esse intervalo.
Em novembro, os tributos administrados diretamente pela Receita Federal, que incluem os principais impostos federais, cresceram 1,06% em termos reais na comparação anual, alcançando R$ 214,398 bilhões.
Já a arrecadação administrada por outros órgãos, fortemente influenciada por receitas como royalties do petróleo, teve um salto expressivo de 93,10%, somando R$ 12,355 bilhões.
Bolsas globais
Os índices acionários em Wall Street subiram nesta segunda-feira, iniciando a semana encurtada por feriado com tom positivo já que as ações de tecnologia continuaram a se recuperar da liquidação da semana passada.
Além disso, os investidores aguardavam dados econômicos ainda esta semana, após sinais recentes de desaceleração da inflação nos EUA, que reforçam a possibilidade de cortes nos juros pelo Federal Reserve.
O Dow Jones Industrial Average avançou 0,47%, aos 48.362,68 pontos, o S&P 500 teve ganhos de 0,56%, aos 6.872,78 pontos, e o Nasdaq Composite registrou alta de 0,52%, aos 23.428,83 pontos.
Na Europa, os mercados encerram o dia em queda, devolvendo parte dos ganhos expressivos da semana passada.
O recuo ocorre em meio à liquidez reduzida por causa do período de festas e após um rali impulsionado pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela postura mais otimista do Banco Central Europeu sobre a economia da zona do euro.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,09%, a 586,99 pontos. Em Londres, o Financial Times avançou 0,32%, para 9.865,97 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 0,02%, a 24.283,97 pontos, enquanto em Paris o CAC 40 perdeu 0,37%, a 8.121,07 pontos.
Em Milão, o FTSE/MIB desvalorizou-se 0,37%, para 44.593,60 pontos; em Madri, o Ibex 35 teve baixa de 0,07%, a 17.158,00 pontos; e em Lisboa, o PSI20 recuou 0,25%, para 8.191,21 pontos.
Já os mercados asiáticos fecharam em alta, com destaque para China e Hong Kong, impulsionados por sinais de forte entrada de recursos e pela inauguração do Porto de Livre Comércio de Hainan
Empresas ligadas ao projeto, como China Tourism Group e Hainan Airlines, dispararam 10%, limite diário permitido. Além disso, fundos chineses recém-criados voltados para Hong Kong concluíram captação antes do prazo, indicando apetite por compra.
No fechamento, Xangai subiu 0,69%, a 3.917 pontos, e o CSI300 avançou 0,95%, a 4.611 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,43%, a 25.801 pontos.
Outros mercados também tiveram alta: Nikkei, no Japão, +1,8% (50.402 pontos); Kospi, na Coreia do Sul, +2,12% (4.105 pontos); Taiex, em Taiwan, +1,64% (28.149 pontos); e Straits Times, em Cingapura, +0,89% (4.610 pontos).
Notas de dólar.
Reuters
Boletim Focus: mercado financeiro baixa de novo projeções de inflação para 2025 e 2026

Os analistas do mercado financeiro baixaram outra vez suas estimativas de inflação para os anos de 2025 e de 2026.
As projeções fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Isso quer dizer que, se confirmada a expectativa, não haverá "estouro" da meta de inflação neste ano fechado.
No ano de 2024 fechado, e em 12 meses até junho deste ano, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas.
Veja a expectativa de inflação do mercado para os próximos anos:
➡️ Para 2025, a projeção recuou de 4,36% para 4,33% (sexta queda seguida) ;
➡️ Para 2026, a projeção caiu de 4,10% para 4,06% (quinto recuo consecutivo);
➡️ Para 2027, a expectativa ficou estável em 3,80%;
➡️ Para 2028, a previsão continuou em 3,50%.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
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Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
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Produto Interno Bruto
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 subiu de 2,25% para 2,26%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,80%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Banco Central revisa projeções para inflação e PIB do Brasil
Taxa de juros
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros.
Para o fim de 2026, a projeção subiu de 12,13% para 12,25% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 subiu de R$ 5,40 para R$ 5,43. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou R$ 5,50.
Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 subiu de US$ 62,9 bilhões para US$ 63 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo recuou de US$ 66,2 bilhões para US$ 66,1 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 avançou de US$ 75 bilhões para US$ 79,3 bilhões. Para 2026, a estimativa subiu de US$ 72 bilhões para US$ 72,4 bilhões.
Escalado para o Natal ou Réveillon? Veja direitos, folgas e tudo que o trabalhador precisa saber

Escalado para o Natal ou Réveillon? Veja direitos, folgas e tudo que o trabalhador precisa
O último feriado nacional do ano, o Natal, será celebrado na próxima quinta-feira (25). Uma semana depois, o calendário já inicia 2026 com outro descanso oficial: o Dia da Confraternização Universal, em 1º de janeiro.
Essas datas garantem um dia a mais de folga para os trabalhadores e — para quem não trabalha nas vésperas — podem resultar em uma emenda prolongada.
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Segundo a lista divulgada pelo governo federal, os dias 24 e 31 de dezembro não são feriados nacionais, mas pontos facultativos após as 13h.
Veja como fica o calendário:
24 de dezembro, véspera de Natal (ponto facultativo após as 13h);
25 de dezembro, Natal (feriado nacional);
31 de dezembro, véspera de Ano Novo (ponto facultativo após as 13h);
1º de janeiro, Confraternização Universal (feriado nacional).
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Mesmo com dois feriados oficiais, muitos profissionais ainda precisam trabalhar nessas datas. A legislação trabalhista permite o funcionamento de atividades consideradas essenciais. (veja abaixo como funciona)
⚠️ Mas atenção: quem for escalado para trabalhar no feriado tem direitos garantidos, como receber o pagamento em dobro ou ter direito a uma folga compensatória.
O g1 conversou com advogados especialistas em direito trabalhista para explicar como funciona o trabalho nesses períodos e quais cuidados o trabalhador deve observar.
🤨 O que é ponto facultativo?
➡️ É obrigatório trabalhar no Natal e Ano Novo?
🤔 Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
⚖️ Quais são os meus direitos?
💰 Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
❌ Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
⚠️ As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
✍🏼 Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
1. O que é ponto facultativo?
Em dias de ponto facultativo, funcionários públicos são dispensados do serviço sem prejuízo da remuneração. A medida é decretada em dias úteis, geralmente entre feriados e fins de semana.
No ponto facultativo, benefícios como folga e pagamento em dobro se aplicam apenas aos servidores públicos.
Já no setor privado, ao contrário do que ocorre nos feriados, os empregadores não são obrigados a pagar salário em dobro nem a conceder folga compensatória.
Entenda o que é o ponto facultativo
2. É obrigatório trabalhar no Natal e Ano Novo?
Depende. Os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro são feriados nacionais, mas alguns serviços continuam funcionando normalmente. Caso o trabalhador seja convocado para trabalhar nessas datas, terá direito ao pagamento em dobro ou a uma folga compensatória.
“O empregador está obrigado a remunerar o empregado em dobro, conforme prevê a Súmula 146 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Essa remuneração adicional não exclui a compensação relativa ao repouso semanal”, explica Carolina Cabral, advogada trabalhista do escritório Ferraz dos Passos Advocacia.
As regras também podem variar conforme a função exercida, destaca Bruno Minoru Okajima, pós-graduando em Direito do Trabalho na FGV, já que normas coletivas de cada categoria preveem condições e benefícios específicos para o trabalho em feriados.
Decoração de Natal no Barra Shopping.
Reprodução
3. Meu chefe pode me obrigar a trabalhar durante o feriado?
Sim. Apesar de o artigo 70 da CLT proibir atividades profissionais durante feriados nacionais, a legislação prevê exceções para serviços considerados essenciais, como indústria, comércio, transportes, comunicações, serviços funerários e atividades ligadas à segurança, entre outros.
Além disso, o empregador pode solicitar que o funcionário trabalhe no feriado quando houver Convenção Coletiva de Trabalho, acordo firmado entre empregadores e sindicatos.
4. Quais são os meus direitos?
Para quem é convocado a trabalhar no feriado, a legislação garante o pagamento em dobro ou a compensação com folga em outro dia.
“Havendo banco de horas, essas horas de trabalho também podem ser lançadas, conforme previsto em acordo individual ou coletivo”, explica Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista e sócia do A. C. Burlamaqui Consultores.
5. Remuneração em dobro ou folga? Quem define?
A definição do tipo de compensação — pagamento em dobro ou concessão de folga — costuma ser estabelecida em acordo firmado entre empregador e sindicato.
Na ausência de Convenção Coletiva de Trabalho, a decisão pode ser negociada entre empregador e empregado, desde que haja concordância entre as partes e respeito à legislação.
“O empregador não pode decidir de forma unilateral. Se houver acordo ou convenção coletiva prevendo compensação por folga, essa regra prevalece; caso contrário, o pagamento em dobro pelo trabalho no feriado é obrigatório”, afirma Elisa Alonso, advogada trabalhista e sócia do RCA Advogados.
6. Faltei ao trabalho, apesar de ter sido escalado. Posso ser demitido por justa causa?
Depende. A falta pode ser interpretada como insubordinação, caracterizada pela desobediência a uma ordem superior.
“Mas a dispensa por justa causa, em geral, não decorre de um fato isolado, e sim de comportamento faltoso reiterado”, afirma Ana Gabriela Burlamaqui, advogada trabalhista.
A demissão por justa causa costuma seguir um processo que inclui advertências formais e tentativas de correção do comportamento.
Em caso de expediente normal, o empregado pode sofrer outras penalidades administrativas, como o desconto do dia não trabalhado, considerado falta injustificada.
“A falta injustificada deve ser repreendida, mas, para fins de justa causa, outros fatores precisam ser analisados, como a recorrência da conduta, o impacto causado à empresa e a função exercida pelo empregado”, completa Elisa Alonso.
7. As regras são diferentes para empregado fixo e temporário?
As regras básicas sobre trabalho em feriados se aplicam tanto a empregados fixos quanto temporários, incluindo o direito ao pagamento em dobro ou à folga compensatória.
No entanto, trabalhadores contratados em regime temporário podem ter condições específicas previstas em contrato ou acordo coletivo.
8. Como funciona no caso do trabalhador intermitente?
Para o trabalhador contratado em regime de trabalho intermitente — modalidade inserida na CLT pela Reforma Trabalhista de 2017 —, o pagamento em feriados deve ser definido no momento da admissão.
O contrato precisa especificar o valor da hora de trabalho, já considerando os adicionais devidos por trabalho em feriados ou horas extras.
Assim, o trabalhador intermitente receberá o valor previamente acordado para os dias trabalhados, incluindo feriados, explica o advogado Luís Nicoli.
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Cris Faga/Estadão Conteúdo
Preço do café pode continuar caindo em 2026, mas não vai ficar barato

Preço do café pode continuar caindo em 2026, mas não vai ficar barato
O ano de 2025 começou com o preço do café nas alturas. Em fevereiro, ele teve a maior inflação acumulada em 12 meses desde a introdução do real. O preço motivou até mesmo a venda de um café fake, feito de lixo de lavoura.
Para 2026, no entanto, a tendência é de queda dos valores — mas isso não significa que ficará barato.
Apesar de o clima ajudar a safra atual, os últimos anos foram marcados por colheitas ruins, causadas pelo calor e pela seca. Com isso, os cafezais ainda não se recuperaram o suficiente para atender toda a demanda, afirma o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Renato Garcia Ribeiro.
Por isso, a queda dos preços deve ser pequena, como já vem acontecendo. Em agosto, o café registrou um declínio de 0,23%, o primeiro desde dezembro de 2023.
Cafezinho em risco: como sombra de árvores ajuda planta a lidar com o planeta mais quente
Melhores condições climáticas
As perspectivas climáticas para a segunda quinzena de dezembro e início de 2026 são positivas: as lavouras estão na fase de florada e a previsão é de chuva, condição ideal para essa etapa da produção, aponta Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro no Itaú BBA.
Se o volume de chuvas for adequado no primeiro trimestre do ano que vem, os grãos devem se desenvolver bem. Isso pode aumentar a produção brasileira de café arábica e ajudar a recompor os estoques globais. Até lá, porém, a oferta seguirá limitada.
O café arábica é a variedade mais produzida no Brasil, que aguenta uma temperatura entre 18°C e 22°C. Ele é mais popular, por ser considerado mais saboroso.
Apesar das perspectivas melhores, 2025 também trouxe desafios aos produtores. No Cerrado Mineiro, houve geadas e atraso no início das chuvas, aponta Ribeiro, do Cepea.
Segundo o pesquisador, não é possível confiar totalmente no clima. Após boas chuvas no fim de 2024, fevereiro e março deste ano tiveram 45 dias de calor e seca, o que prejudicou o fim da safra.
Ribeiro explica ainda que o café é um cultivo bienal. Isso significa que, após um ano de colheita, a produção do ano seguinte costuma ser menor, porque as plantas precisam se recuperar. Em 2026, muitos galhos ainda estarão em desenvolvimento e só ficarão prontos no verão.
"Por mais que o clima responda de um período pra cá, nós estamos vindo há 5 anos com o clima não tão bom assim. [...] Grande parte dos talhões ainda está se recuperando", diz.
Cafezinho em risco: como sombra de árvores pode ser solução para aumento da temperatura
Estoques em baixa
A demanda por café está maior, enquanto os estoques seguem baixos no Brasil, aponta Alves, do Itaú BBA.
Para a safra 2026/2027, o Itaú BBA prevê que a produção mundial supere o consumo em 7 milhões de sacas. Antes disso, a disponibilidade de arábicas seguirá apertada e as exportações possivelmente limitadas.
Isso acontece porque a colheita começa em abril e o café só chega pronto ao mercado a partir de setembro.
Com isso, os estoques devem continuar pressionados. Pesam a demanda interna e o aumento das compras dos Estados Unidos, após o fim da tarifa de 50% sobre o café brasileiro, imposta por Donald Trump.
A safra de 2025, por exemplo, já está negociada, sem margem para novos clientes, afirma Ribeiro.
"Não tem um alívio tão grande de estoques assim. O consumo vem crescendo, o mundo precisa de mais café, então a gente não espera preços muito menores", afirma Alves, do Itaú.
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Mais robusta
Em meio à seca e às altas temperaturas, produtores passaram a investir mais no café robusta. Apesar de menos popular, ele é mais resistente que o arábica.
Esses investimentos já refletem nas margens dos produtores, mas vão demorar para aparecer para os consumidores. Isso porque uma lavoura de café leva 2 anos para começar a dar frutos, diz o consultor do Itaú BBA.
Mesmo assim, já é mais comum o uso de maior proporção de robusta nos cafés que misturam os dois grãos, os chamados blends.
"Isso já ajudou a aliviar um pouco do preço para o consumidor", afirma o economista.
"Ele ajuda nesse momento a atravessar esses próximos meses de pouco arábica no mundo e quem sabe, na próxima safra, o arábica tem uma produção melhor", completa.
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INSS inicia pagamento de benefícios de dezembro nesta segunda; veja calendário

O Ministério da Previdência Social inicia nesta segunda-feira (22) o pagamento para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em novembro de 2025.
Para quem recebe o piso nacional (até um salário mínimo), os depósitos vão do dia 22 de dezembro até 8 de janeiro. Segurados com renda mensal acima do salário mínimo terão seus pagamentos creditados a partir de 2 de janeiro.
Confira o calendário do INSS de dezembro para quem recebe até um salário mínimo:
Cartão final 1: pagamento em 22/12
Cartão final 2: pagamento em 23/12
Cartão final 3: pagamento em 26/12
Cartão final 4: pagamento em 29/12
Cartão final 5: pagamento em 30/12
Cartão final 6: pagamento em 2/1
Cartão final 7: pagamento em 5/1
Cartão final 8: pagamento em 6/1
Cartão final 9: pagamento em 7/1
Cartão final 0: pagamento em 8/1
Confira o calendário do INSS de dezembro para quem recebe acima de um salário mínimo:
Cartão final 1 e 6: pagamento em 2/1
Cartão final 2 e 7: pagamento em 5/1
Cartão final 3 e 8: pagamento em 6/1
Cartão final 4 e 9: pagamento em 7/1
Cartão final 5 e 0: pagamento em 8/1
Como conferir o dígito verificador
O calendário leva em conta o número final do cartão de benefício, sem considerar o último dígito verificador, que aparece depois do traço.
Para quem ganha até o mínimo, o calendário começa com benefício com final 1.
Para os que recebem acima desse valor, o calendário inicia com os cartões de final 1 e 6. No dia seguinte, são pagos os finais 2 e 7, e assim por diante.
Como consultar os valores a receber?
Aposentados e pensionistas do INSS podem consultar o valor a receber do seu benefício pelo aplicativo "Meu INSS" ou no site meu.inss.gov.br. Outra opção é pelo telefone, ligando na central 135.
Neste caso, o atendimento é feito de segunda-feira a sábado, das 7h às 22h; o beneficiário precisa o informar o número de CPF e confirmar dados cadastrais.
Com o reajuste do salário mínimo previsto para 1º de janeiro, o valor corrigido só será pago entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
Resumão do g1: julgamento das redes; aposentadoria em 2025 e Mega da Virada
Segundo petroleiro apreendido pelos EUA perto da Venezuela ia para a China, diz agência

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela
O navio petroleiro apreendido pelos Estados Unidos no sábado (20) perto da costa da Venezuela tinha como destino a China, segundo a agência de notícias Reuters.
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A embarcação é a segunda a ser apreendida pelos EUA desde o início da campanha de pressão do governo Trump contra o regime Maduro, que inclui uma ampla mobilização militar no mar do Caribe, sobrevoos de jatos e bombardeios a embarcações. A primeira apreensão ocorreu no dia 10 de dezembro e adicionou um novo capítulo à escalada de tensões entre os dois países. (Leia mais abaixo)
LEIA TAMBÉM: EUA interceptam terceiro navio próximo da Venezuela
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na terça-feira (16) um bloqueio total de petroleiros sancionados saindo da Venezuela e disse que o país está totalmente cercado militarmente. O anúncio foi interpretado por analistas como uma elevação do tom das ameaças americanas. Em resposta, o regime Maduro chamou a fala de Trump de uma "ameaça grotesca" e "absolutamente irracional".
O navio apreendido no sábado chama VLCC Centuries e carregava cerca de 1,8 milhão de barris de petróleo cru venezuelano Merey com destino à China, segundo documentos internos da petroleira estatal PDVSA, vendedora do petróleo. A embarcação estava sob bandeira do Panamá e utilizava o nome falso "Crag".
Segundo a Reuters, o Centuries integrava a "frota fantasma" venezuelana: um conjunto de petroleiros que, por meio de diferentes artifícios —como bandeiras estrangeiras ou nomes falsos—, tentam ocultar que estão transportando petróleo venezuelano para evitar sanções internacionais. Outros países sancionados também utilizam a tática, como a Rússia e o Irã.
Segundo dados da organização Transparência Venezuela, 40% das embarcações que transportam petróleo bruto venezuelano operam em situação irregular.
O Centuries deixou as águas venezuelanas na quarta-feira após ser brevemente escoltado pela marinha venezuelana, segundo fontes da Reuters na PDVSA e imagens de satélite obtidas pelo TankerTrackers.com. Depois, ela foi apreendida em águas internacionais a oeste da ilha de Barbados.
Segundo os documentos vistos pela Reuters, o petróleo foi comprado pela Satau Tijana Oil Trading, uma das muitas intermediárias envolvidas nas vendas da PDVSA para refinarias independentes chinesas.
Autoridades dos EUA alegaram a apreensão de petróleo sob sanções internacionais para a apreensão do Centuries. O advogado e ex-investigador da OFAC (Agência de Controle de Ativos Estrangeiros do governo dos EUA) Jeremy Paner disse à Reuters que a embarcação, em si, não havia sido sancionada pelos EUA, o que "representa um novo aumento na pressão de Trump sobre a Venezuela" e representa uma contradição do bloqueio imposto por Trump. O petróleo venezuelano, no entanto, está sancionado.
Em desafio ao anúncio do bloqueio de Trump, o governo Maduro afirmou na quarta-feira que a exportação do petróleo e a navegação de navios petroleiros continuam normais, e que as embarcações passariam a ter escolta da Marinha venezuelana.
Fontes da Reuters afirmaram que o regime Maduro autorizou na quinta-feira a saída de dois petroleiros em direção à China, e que cada um estaria carregando cerca de 1,9 milhão de barris de petróleo cru.
Apreensão de 2º navio petroleiro
Trump e Maduro
AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez
A apreensão da embarcação por forças dos Estados Unidos aconteceu no fim da madrugada deste sábado e um vídeo da ação foi divulgado pela secretária da Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem.
“Os Estados Unidos continuarão a combater a movimentação ilícita de petróleo sob sanções, usada para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem na rede social X.
A Venezuela condenou a apreensão do segundo petroleiro pelos EUA, que descreveu como um "grave ato de pirataria internacional", e disse que esses atos do governo Trump "não passarão impunes".
O regime Maduro afirmou neste sábado que o Irã ofereceu sua cooperação "em todos os âmbitos" para enfrentar "a pirataria e o terrorismo internacional" dos EUA.
A primeira apreensão ocorreu no último dia 10. Uma semana depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio total a petroleiros da Venezuela e disse que país estava completamente cercado.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que o ato foi uma "interferência brutal" de Washington.
Um dia depois da primeira apreensão, a Rússia, que já havia declarado seu apoio a Maduro, voltou a se pronunciar sobre a pressão americana contra o país latino. Afirmou que as "tensões na Venezuela podem ter consequências imprevisíveis para o Ocidente".
O Conselho de Segurança da ONU irá se reunir na próxima terça-feira para discutir a escalada de tensões e militar entre os EUA e a Venezuela.
Por que os navios estão sendo apreendidos?
EUA interceptam 2º petroleiro e aumentam pressão sobre Maduro
Reprodução
A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.
Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.
🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.
Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".
Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.
Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos.
Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.
A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.
Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.
Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.
O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.
Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.
A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse em uma entrevista à Vanity Fair publicada esta semana que Trump "quer continuar explodindo barcos até Maduro gritar 'tio'."
Aprenda a fazer biscoito de gengibre

Aprenda a fazer biscoito de gengibre
Quer aprender uma receita deliciosa de biscoito de gengibre? A sobremesa foi exibida no Globo Rural deste domingo (21).
A receita rende 1 kg de biscoito e é fonte de renda em Santa Leopoldina, região serrana do Espírito Santo.
Ingredientes
Seis colheres de sopa de gengibre ralado;
Dois ovos;
Duas colheres de chá de canela em pó;
Duas colheres de café de fermento químico;
Duas xícaras de amido de milho
Duas xícaras de açúcar cristal;
Três xícaras de margarina ou manteiga;
Seis xícaras de farinha de trigo;
Sal a gosto.
Modo de preparo
O primeiro passo é ralar o gengibre. Em uma tigela, coloque o gengibre e os ovos, o sal, a canela em pó, a margarina, o açúcar e o fermento. Mexa até ficar bem homogêneo. O amido é colocado aos poucos, pra dar liga à massa. No final, acrescente a farinha de trigo e misture bem.
Depois, sove a massa até o ponto em que ela não estiver grudando.
Corte a massa no formato da sua preferência. Leve ao forno pré-aquecido a 200 graus. Deixe assar entre 15 e 20 minutos.
➡️Veja mais receitas do Globo Rural
Imagem de biscoito de gengibre.
Globo Rural
Cuteleiros reciclam materiais e criam facas únicas

Facas artesanais produzidas em oficinas da região reaproveitam aço de ferramentas antigas e unem tradição, técnica e sustentabilidade
TV TEM/Reprodução
A tradição de carregar um canivete no bolso atravessa gerações no campo e segue presente na rotina de muitos produtores rurais. Para quem trabalha na lida diária, a faca é ferramenta indispensável, usada tanto no serviço quanto nos momentos de descanso, como no corte de frutas.
Essa relação antiga com as lâminas ajuda a manter viva a cutelaria, arte de fabricar facas e outros instrumentos de corte. Em Mirassol (SP), Edmilson Carlos da Silva se dedica ao ofício há 11 anos. Ele montou uma oficina onde produz peças artesanais vendidas para diferentes regiões do Brasil e do exterior.
O aprendizado foi gradual. Sem equipamentos no início, Edmilson buscou conhecimento em estudos e vídeos até dominar as técnicas. Hoje, a cutelaria virou atividade familiar: o filho também produz facas, enquanto a esposa cuida das vendas e da divulgação do trabalho.
Um dos diferenciais da produção está no reaproveitamento de materiais. Discos de arado e ferramentas antigas, que iriam para o lixo, ganham nova função nas mãos do cuteleiro. Além de reduzir custos, a prática torna o processo mais sustentável. Peças como grosas usadas para casqueamento de cavalos são transformadas em facas exclusivas, preservando marcas e detalhes originais.
O tratamento do material é feito na forja, que atinge temperaturas entre 700 e 1.000 graus Celsius. Segundo os profissionais, o domínio do tratamento térmico é essencial para garantir resistência e durabilidade às lâminas. Embora seja possível usar aço carbono ou inox novos, o reaproveitamento segue como alternativa mais viável.
Em outra oficina, Gilsimar também adotou a cutelaria como profissão. Há seis anos, ele transformou um antigo barracão de ferramentas agrícolas em espaço de produção. As facas passam por lixamento, polimento e recebem fio de corte. Em muitos casos, elas mantêm o estilo conhecido como "brut forge", que preserva a aparência original do aço.
Os cabos seguem a mesma proposta rústica. Alguns são feitos de madeira, outros de chifre ou ossos de animais, com uso autorizado pelos órgãos ambientais. Do canivete ao cutelo mais pesado, as peças são pensadas para diferentes finalidades.
Para os cuteleiros, ver uma faca pronta, cheia de detalhes, e saber que ela nasceu de um material reaproveitado é motivo de orgulho e estímulo para seguir aperfeiçoando o trabalho.
Veja a reportagem exibida no programa em 21/12/2025:
Cuteleiros reciclam materiais e criam facas únicas
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Peru leva a fama, mas a ceia de Natal é com perua; entenda

Entenda por que a ceia de Natal tem perua e não peru
Presente na ceia de Natal, o peru é um prato tradicional. Apesar do nome, quem costuma ir à mesa é a fêmea da espécie. A diferença está no tamanho: as peruas são menores que os machos.
Por causa dessa diferença, é mais vantajoso para o produtor comercializar o peru em pedaços, explica o pesquisador Elsio Figueiredo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves. Entenda como é a criação desse animais abaixo.
🦃Mesma ração, desenvolvimento diferente: os perus e as peruas são criados separadamente, para evitar que o macho coma todo o alimento sozinho.
Esse comportamento pode acontecer quando ele fica maior do que a fêmea. O peru consegue ganhar cerca de 10 kg a mais, consumindo a mesma quantidade de ração.
SAIBA TAMBÉM: Flor do Natal não é realmente flor e é venenosa
🦃Vida mais curta para as peruas: o abate das fêmeas acontece quando elas têm por volta de 10 semanas de idade, época em que ultrapassam os 5 kg de peso, gerando uma carcaça de 4 kg, ideal para o Natal.
No entanto, fugir da ceia não significa que os perus escapem do abate. Eles vivem até 20 semanas, chegando a 25 kg. A sua carne é usada no setor de pedaços, para fazer peito de peru, salsicha, produtos defumados, entre outros.
Algumas fêmeas são criadas para o mesmo fim que os machos. Neste caso, elas são encaminhadas para o mercado de pedaços após 20 semanas, período em que atingem o peso de 15 kg. Contudo, o inverso não ocorre: o macho raramente é vendido inteiro.
🦃Por que a ave é tão cara: a razão disso está no começo da linha de produção, uma vez que os pintos e os ovos da espécie custam mais, relata o pesquisador da Embrapa.
O motivo de o pinto e de o ovo serem caros é que a fêmea coloca poucos ovos. De acordo com Figueiredo, uma galinha comum põe cerca de 180 ovos; a perua, apenas 80.
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O lucrativo negócio dos caçadores de meteoritos

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🌠 "Dinheiro não cai do céu." Existe no mundo hoje um grupo pequeno, mas em expansão, que contesta essa expressão popular: os caçadores de meteoritos, pessoas que percorrem o planeta em busca de pedras vindas do espaço.
Além do evidente interesse científico, surgiu nos últimos anos um mercado lucrativo em torno das rochas extraterrestres.
A disposição de colecionadores particulares em pagar bastante dinheiro por um pedaço de material espacial tem atraído pessoas como Roberto Vargas, um americano filho de porto-riquenhos, que em 2021 largou o emprego para se dedicar à busca de meteoritos ao redor do mundo.
"Assim que algo cai, é hora de sair a campo", disse Vargas ao The Documentary Podcast, do Serviço Mundial da BBC.
A curiosidade que mudou sua vida
A trajetória de Vargas como caçador de meteoritos começou por curiosidade.
"Por algum motivo, eu achava que uma pessoa comum não podia possuir meteoritos. Então, quando segurei um nas mãos, fiquei extremamente empolgado", explicou. A partir daí, ele passou a colecioná-los.
No entanto, em 2019, ao saber que um meteorito havia caído na Costa Rica, decidiu ir atrás dele.
"Não consegui encontrar, mas consegui comprar muitos", contou.
Então, ele decidiu colocá-los à venda para bancar parte da aventura, e o resultado superou todas as suas expectativas.
"Na primeira viagem à Costa Rica, voltei numa sexta-feira e, na segunda, já tinha vendido meteoritos e ganhado mais de US$ 40.000 (cerca de R$ 200 mil). Então, foi uma experiência que mudou a minha vida", afirmou.
Alguns anos depois, Vargas deixou o emprego como terapeuta na área de saúde mental, no qual ganhava entre US$ 50.000 e US$ 60.000 por ano (aproximadamente entre R$ 250 mil e R$ 300 mil), para se dedicar exclusivamente a rastrear rochas espaciais que chegam à Terra.
Roberto Vargas deixou o trabalho como terapeuta de saúde mental para viajar pelo mundo em busca de meteoritos
BBC/ Reprodução
Criando um novo mercado
Mas o trabalho complexo de encontrar fragmentos de rochas vindas do espaço não faria sentido sem pessoas como Darryl Pitt, fotógrafo musical que se tornou comerciante de meteoritos.
"Eu estava no Newport Folk Festival e alguém me disse: 'Vamos a um show de rock'. Eu não sabia que era literalmente um show de pedras (rock, em inglês), de gemas e minerais; achei que fosse algo musical", contou Pitt, que se interessou por rochas espaciais ainda na infância, quando viu a cratera deixada por um meteorito que caiu no Arizona (EUA) há milhares de anos.
"Fomos ao evento e havia um sujeito vendendo um pedaço de meteorito da cratera do Arizona, o mesmo lugar que visitei quando criança. Eu comprei, e foi assim que tudo começou", relatou.
"Eu queria compartilhar minha fascinação com o mundo, mas também queria ganhar dinheiro. E percebi que o mais importante era apresentá-los ao mundo dos leilões", acrescentou.
Enquanto a maioria das pessoas se limita a contemplar o espetáculo produzido pelos meteoritos, um grupo vai atrás deles
GETTY IMAGES
Na década de 1990, ele organizou o primeiro leilão de meteoritos. Desde então, os preços só aumentaram, em grande parte devido ao crescente número de colecionadores.
🤔 Por que o interesse nesses fragmentos de rocha? E como se define seu valor? Antes de responder a essas perguntas, vale esclarecer o que exatamente está sendo vendido.
"Um meteorito é uma rocha que chegou à superfície da Terra", explicou a professora Sarah Russell, do Museu de História Natural de Londres (Reino Unido), à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).
A especialista lembrou que, antes disso, enquanto cruzam a atmosfera como "bolas de fogo brilhantes", essas rochas são chamadas de meteoros.
"Um meteorito (...) pode vir de qualquer lugar. Acreditamos que a maioria venha de asteroides, mas alguns vêm da Lua, outros de Marte, e há ainda aqueles cuja origem desconhecemos. Mas todos são rochas do espaço", afirmou Russell.
Fatores como o tamanho da rocha, se é um fragmento inteiro, se colidiu com algum objeto artificial, a raridade de sua composição, sua classificação e sua procedência influenciam na definição do valor.
"É possível comprar um meteorito por apenas 20 ou 30 centavos de dólar o grama" (cerca de R$ 1 a R$ 1,50), afirmou Pitt, que alertou, no entanto, para a existência de muitas falsificações em sites como o eBay.
Por peças incomuns, no entanto, podem ser pagos milhões de dólares. Foi o caso de um meteorito marciano de 24 quilos, vendido por US$ 4,3 milhões (cerca de R$ 21,5 milhões) pela casa de leilões Sotheby's, em Nova York (Estados Unidos), em julho passado.
☄️ Mas como distinguir um meteorito de uma rocha comum?
"Quando um meteorito atravessa a atmosfera, sua parte externa derrete e forma uma fina crosta milimétrica chamada crosta de fusão, que é muito singular", explicou Russell.
Além disso, segundo a especialista, eles também podem ser mais pesados do que uma rocha terrestre. Ainda assim, é necessário testá-las para determinar sua composição química.
Existem três tipos de meteoritos: de pedra, metálicos (de ferro) ou uma combinação dos dois, detalhou Russell.
Vargas começou como colecionador e se tornou caçador de meteoritos depois de descobrir que havia pessoas dispostas a pagar milhares de dólares por uma rocha espacial
BBC/ Reprodução
Um comércio em xeque
O caso do meteorito vendido em Nova York gerou um debate sobre esse tipo de transação.
A rocha foi encontrada no Níger (África Ocidental) em novembro de 2023 por um caçador anônimo. Depois que a venda veio a público, autoridades do país africano e acadêmicos passaram a questionar a legalidade da transação.
"Precisamos aguardar as orientações dadas aos diferentes ministérios para esclarecer esse assunto e saber como o meteorito saiu do país, quem o retirou e se sua extração foi autorizada. Quem concedeu a autorização? Só quando tivermos todos esses detalhes poderemos fazer um julgamento", disse o professor Idi Umuru Amadou, diretor do Departamento de Arqueologia da Universidade Abdu Mouni (Níger), à BBC News Mundo.
Nos últimos anos, mais pessoas passaram a querer ter um meteorito, em vez de apenas vê-lo em um museu
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O Níger não possui uma legislação específica sobre objetos extraterrestres, mas conta com normas relativas a minerais e bens patrimoniais.
"Normalmente, objetos como esse, bens culturais que deixam o país, precisam estar acompanhados de uma autorização administrativa, dependendo da região a que pertencem. É preciso solicitá-la e, uma vez concedida, o objeto pode sair legalmente do país. Caso contrário, configura roubo ou saque", alertou o especialista.
O leilão do meteorito marciano encontrado no Níger e a controvérsia que se seguiu chamaram atenção para a comercialização de rochas espaciais e para a questão de quem é seu proprietário quando elas caem na Terra.
As regras variam muito de um país para outro, reconheceu a professora Russell.
"Por exemplo, na Austrália não é permitida a exportação de meteoritos, e há leis e políticas muito rígidas, enquanto no Reino Unido não existem leis específicas sobre o tema", explicou.
Cientistas afirmam que os meteoritos podem ajudar a entender não apenas nossa origem, mas também o que nos cerca no espaço
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As outras caçadoras
Mas não existem apenas caçadores interessados em localizar meteoritos para vendê-los a colecionadores e ganhar dinheiro. Há também quem busque garantir que esses objetos cheguem a instituições científicas.
Um desses grupos está na América Latina e é formado por mulheres. São as Meteoríticas, uma organização de cientistas brasileiras que não hesitam em viajar para desertos, cidades ou florestas quando recebem informação sobre um impacto.
"Deixamos o que estamos fazendo e partimos em busca desse novo meteorito. Porque ser as primeiras faz diferença", disse a meteorologista Amanda Tosi, uma das integrantes das Meteoríticas, à BBC News Mundo.
A especialista não condena a comercialização das rochas espaciais, mas defende que ela seja regulamentada.
"Não queremos proibir a compra e a venda, porque quando há comércio em torno dos meteoritos, as pessoas se sentem estimuladas a procurá-los, e acabam encontrando exemplares importantes", argumentou.
"Se for proibido, teremos menos material para estudar. Mas precisamos de um equilíbrio para proteger o meteorito como patrimônio cultural e científico e garantir que haja amostras suficientes para pesquisa. É por isso que precisamos de uma lei", acrescentou.
No entanto, as normas nem sempre são suficientes. Um exemplo é a Argentina que, apesar de contar com legislação sobre o assunto, tem visto nos últimos anos seu vasto patrimônio de meteoritos se tornar alvo de contrabandistas.
Nesse país sul-americano fica o Campo del Cielo, um dos maiores campos de meteoritos do mundo, localizado a cerca de 1.000 quilômetros a noroeste de Buenos Aires (Capital da Argentina).
Em julho, um meteorito marciano descoberto no Níger foi leiloado por cerca de R$ 21,5 milhões em Nova York
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Russell se manifestou em termos semelhantes.
"Quando são encontradas amostras realmente únicas, elas podem nos abrir uma porta para uma parte do sistema solar que ainda não conseguimos explorar. E, se não tivermos a oportunidade de obter essa rocha, não poderemos aprender tanto sobre o espaço ao nosso redor, o que tem impacto, por exemplo, no planejamento de futuras missões espaciais e na indústria espacial como um todo", explicou.
"Diante do grande interesse por meteoritos também no setor privado, os preços disparam e, às vezes, fica mais difícil para museus e outras instituições científicas adquiri-los, especialmente os mais valiosos", acrescentou.
Vargas, por sua vez, defendeu seu trabalho e negou ser um pirata.
"Sim, temos motivação econômica, mas também científica. Queremos que essas rochas estejam nas mãos de cientistas, e que sejam protegidas, cuidadas e estudadas", afirmou.
O número de colecionadores de meteoritos aumentou, o que dificulta o acesso dos cientistas a essas rochas
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Justiça proíbe Banco do Brasil de coagir funcionários a elevar jornada de trabalho e impõe multa

Sede do Banco do Brasil, em Brasília
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A Justiça do Trabalho proibiu o Banco do Brasil de tirar o cargo comissionado e reduzir o salário dos empregados que ocupam funções de Assessores de Unidades Estratégicas que não aderiram à jornada de 8 horas em vez da de 6 horas que hoje cumprem.
A decisão liminar da 12ª Vara do Trabalho de Brasília, de sexta-feira (19), impõe ao banco uma multa diária de R$ 2 mil por trabalhador atingido em caso de descumprimento, limitada inicialmente a R$ 200 mil e reversível em favor do empregado prejudicado. Cabe recurso da decisão.
A Justiça analisou um pedido do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal. A entidade alegou que o banco, no bojo dos programas de reestruturação "Movimento de Aceleração Digital" e "Movimentos Estruturantes", passou a notificar e classificar como "excedentes" os empregados que ocupam cargos de Assessores de Unidades Estratégicas e que não aderiram à jornada de 8 horas ou não foram selecionados para essas vagas.
Com isso, segundo o sindicato, poderia haver "descomissionamento em massa (dispensa de função) a partir de 5 de janeiro de 2026, com a consequente redução salarial abrupta" para esses funcionários.
Em nota, o Banco do Brasil informou que "todas as suas decisões corporativas guardam amparo na legislação trabalhista e respeitam a negociação coletiva" (veja na íntegra mais abaixo).
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A juíza Patricia Germano Pacifico entendeu que havia risco de dano para os trabalhadores e determinou que o banco "abstenha-se de compelir" os funcionários a elevarem a jornada de trabalho "como condição para manutenção da função gratificada".
O banco deve "manter os empregados não optantes (ou não selecionados) em suas atuais funções, com a respectiva gratificação e jornada de 6 horas, na mesma praça de lotação, até decisão final de mérito" do processo.
"Não se trata mais de mera oferta de alteração de jornada, mas de coação indireta: ou o empregado aceita a jornada de 8 horas (abrindo mão da jornada especial de 6 horas prevista no art. 224, caput, da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]), ou perde a função comissionada", afirmou a juíza.
Foi marcada uma audiência entre o sindicato e o Banco do Brasil para o dia 13 de abril de 2026.
Os advogados que representam o sindicato, Diego Bochnie e Maximiliano Garcez, disseram em nota que "a liminar reconhece a gravidade da conduta do banco e impede que trabalhadores sejam punidos por uma reestruturação unilateral e abusiva".
"O Judiciário deixou claro que não é aceitável utilizar o descomissionamento como forma de coerção para impor mudanças nas condições de trabalho, especialmente às vésperas do período de festas, o que evidencia não apenas a ilegalidade, mas também a crueldade da medida", afirmaram.
O que diz o Banco do Brasil
Veja a nota na íntegra:
"O Banco do Brasil ressalta que sua política de gestão de pessoas é pautada pela transparência, confiança e valorização dos funcionários. A partir da mudança de jornada, a oportunidade criada pelo BB promove ganhos salariais para 2,8 mil assessores — público que representa quase 25% dos 12 mil profissionais em áreas da sede da empresa.
As funções de assessoramento são estratégicas e subsidiam a tomada de decisão em temas relevantes para o banco, que garante ainda quantidade suficiente de vagas para as pessoas indicadas para realocação interna.
O BB vai recorrer da decisão liminar, certo que pode contribuir para o correto entendimento da justiça sobre a iniciativa, que não possui qualquer caráter punitivo. Ao contrário, reforça a retenção de talentos e incentiva a inovação.
O banco acrescenta ainda que todas as suas decisões corporativas guardam amparo na legislação trabalhista e respeitam a negociação coletiva realizada junto às entidades que representam seus funcionários".
Retorno da Volkswagen ao Salão do Automóvel depende de um evento mais ‘forte’, diz presidente

Presidente da Volkswagen explica por que ficou de fora do Salão do Automóvel
Em entrevista exclusiva ao g1 Ciro Possobom, presidente da Volkswagen, afirmou não estar arrependido de ter ficado de fora do Salão do Automóvel de São Paulo, que voltou a ser realizado após sete anos de hiato.
Segundo o executivo, o formato do evento e a ausência de concorrentes de peso pesaram na decisão de não participar. Para ele, o conjunto de ausências impediu que o salão tivesse a força desejada.
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“Salão forte para mim é com presença de todas as marcas, né? Então, acho que é isso que é importante, né? Tiveram marcas importantes lá, mas muita gente ficou de fora", revelou o executivo.
Segundo Possobom, um salão mais “forte” pode levar a empresa a considerar um retorno ao evento em 2027. O formato pouco inovador também não agradou, especialmente por conta dos estandes menores.
“Acho que pode ser maior. A gente participou de alguns eventos na Europa que são diferentes, diferentes formatos de salão, aberto ao público, em praças. Acho que ficar naquele modelo do salão de galpão fechado, com cada um num canto, talvez não seja o que o público queira”, avalia.
Além da Volkswagen, outras marcas também ficaram de fora do evento em 2025, como:
Audi;
BMW;
Chevrolet;
Ford;
Jaguar;
Land Rover;
Mercedes;
Nissan;
Porsche;
Volvo.
Veja abaixo a íntegra da entrevista de Ciro Possobom ao g1.
g1 Carros entrevista Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
A seguir, clique nos links para assistir aos cortes com os principais destaques.
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
O que empacou a eletrificação da Volkswagen
O que faria o mercado automotivo deslanchar
Quando se percebe o potencial de um sucesso
Presidente da Volkswagen conta como percebeu que o Tera seria um sucesso
Constatar o sucesso de um novo modelo não acontece da noite para o dia. O desenvolvimento de um carro começa muito antes. Possobom explica que, em geral, são necessários cerca de cinco anos de planejamento, testes e ajustes até que o veículo ganhe forma.
O potencial de sucesso — ou de fracasso — do carro só surge mais adiante, quando o projeto está concluído e decisões como design, estofamento, motor e formato dos bancos já foram tomadas. Segundo ele, essa percepção costuma aparecer entre três e seis meses antes do lançamento.
“Quando realmente ele aparece para o grande público e começa a ver a percepção que a gente tem, do tamanho do potencial do carro”, disse o executivo.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
No caso do Tera, o modelo “apareceu” pela primeira vez em setembro de 2024, em um teaser no Rock in Rio, nove meses antes do lançamento. Em março, a três meses da estreia, o carro foi apresentado integralmente no Rio de Janeiro, durante o carnaval.
Foi nesse intervalo que o Tera despertou o interesse do público e resultou na venda de 12.200 unidades em menos de uma hora, quando as encomendas foram abertas. Os pedidos precisaram ser encerrados devido ao limite de produção da fábrica de Taubaté (SP).
O modelo divide a linha de montagem com o Polo. A planta já produziu outros veículos bastante conhecidos da Volks, como Gol, Voyage, Passat, Saveiro, Parati e Up.
Brasileiro prefere SUV, mas hatch é importante
Presidente da Volkswagen diz que brasileiro prefere SUV, mas hatch ainda é importante
Os brasileiros compram mais SUVs zero quilômetro do que hatches desde 2020. Hoje, os utilitários respondem por 54% dos veículos emplacados, enquanto os hatches representam 24,6% das vendas.
O movimento aparece dentro da própria Volkswagen, que oferece:
Seis SUVs: Tera, Nivus, T-Cross, Taos, Tiguan e ID.4 (para aluguel)
Dois hatches: Polo e Golf GTI
Duas picapes: Saveiro e Amarok
Uma minivan: ID.Buzz (também para aluguel)
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Em outras palavras, há três vezes mais opções de SUVs do que de hatches. E entre estes está o Golf GTI, que parte de R$ 430 mil e não é um veículo de grande volume.
Mesmo assim, o presidente da Volkswagen não acredita que o mercado de hatches esteja em declínio. “O SUV, ele [o público brasileiro] realmente prefere mais, mas não quer dizer que o hatch não é importante”, afirma o executivo.
Mas é preciso reconhecer que a troca já está em curso. À medida que o Tera ganhou espaço entre os emplacamentos, o Polo perdeu ritmo. O SUV já vende mais que o hatch, em um ano em que se esperava até que o Polo pudesse se tornar o veículo mais vendido do Brasil, superando a Fiat Strada.
O que empacou a eletrificação da Volkswagen
Presidente da Volkswagen explica como será a introdução dos eletrificados da marca no país
Quem procura carros elétricos ou híbridos não encontra hoje uma opção da Volkswagen para compra no Brasil. Os únicos modelos eletrificados da marca são dois 100% elétricos — ID.4 e ID.Buzz — oferecidos apenas por assinatura.
O cenário contrasta com o de concorrentes como Chevrolet, Toyota, Honda, Fiat, Peugeot e Hyundai, além das marcas chinesas BYD, GWM, MG e Zeekr, que já oferecem modelos eletrificados no país.
Segundo Ciro Possobom, eletrificar a linha atual encareceria os veículos, e esse foi um fator decisivo para a estratégia de limitar, por ora, a oferta de modelos com bateria de alta tensão.
“O Tera, que hoje tem preço médio de R$ 120 mil, hoje ele não é eletrificado. Se eu começar a eletrificar ele, quanto fica a mais? Um híbrido leve vai custar R$ 10 mil a mais, se eu colocar um híbrido, vai para R$ 30 mil ou R$ 40 mil a mais”, disse o executivo.
“Um cliente de R$ 120 mil não é o mesmo de R$ 160 mil. Então eu tenho que ter muito cuidado quando você adota algumas tecnologias, para talvez não desposicionar e o brasileiro não conseguir pagar”, complementou.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Em relação à eletrificação nos próximos anos, a Volkswagen prometeu que todos os lançamentos de 2026 terão ao menos uma versão eletrificada. Possobom destacou sobretudo os híbridos flex e justificou a escolha pelo tamanho do país e pelo modo como o brasileiro utiliza o carro.
“O brasileiro anda muito de carro, são 13 mil ou 15 mil km por ano. Ele pega o carro, vai para a praia, coloca a família. (...) Então, um híbrido leve, um HEV (híbrido pleno) e um plug-in hybrid estão dentro das soluções, também como carros elétricos. A gente tem vários carros sensacionais elétricos lá fora que também poderia fazer aqui”, diz.
O presidente da Volkswagen também mencionou que, a exemplo de Chevrolet e Stellantis, poderia trazer ao Brasil carros elétricos produzidos na China, mas prefere fabricar aqui, com tecnologias voltadas ao mercado nacional.
“O brasileiro, ele tem um comportamento. Ele precisa ficar anos com o carro. Tem que cuidar muito com o valor residual desse carro. Como é que vai estar essa tecnologia daqui a 3, 4 anos? Então, a gente acredita que a solução de híbridos é a melhor solução aqui para o brasileiro”, comentou Possobom.
O que faria o mercado automotivo deslanchar
Presidente da Volkswagen comenta sobre o que faria o mercado automotivo deslanchar
O mercado de automóveis deve encerrar 2025 com 2,55 milhões de veículos zero quilômetro emplacados, um avanço de 3% em relação ao ano anterior, segundo a Fenabrave.
O número é expressivo, mas a estimativa já foi maior. A projeção inicial era de 2,6 milhões de emplacamentos, o que representaria alta de 5%. A revisão ocorreu em outubro, quando a entidade atualizou suas expectativas.
Ciro Possobom aponta três fatores que poderiam ter levado o índice além do resultado modesto, de um dígito: juros mais baixos, maior produção nacional e regulamentação mais flexível.
“Um ponto é a parte de juros. Eu acho que é importante. É o primeiro ponto que poderia realmente ajudar bastante ali”, disse o executivo. Atualmente a taxa de juros Selic está em 15% e permanece assim desde junho deste ano.
Há, porém, previsão de queda. A edição mais recente do Boletim Focus indica que o Brasil deve encerrar 2026 com a taxa próxima de 12%.
Ciro Possobom, presidente da Volkswagen do Brasil
Kaique Mattos/g1
Além dos juros, ele acredita que ampliar a produção nacional de veículos também seria decisivo para impulsionar o crescimento do mercado.
“Se a gente produz na região, sei lá, 600 mil carros, por exemplo, se eu pudesse produzir 700 mil ou 800 mil carros, com certeza, o meu custo barataria. A indústria precisa se fortalecer, precisa de mais massa de produção. Isso ajudaria a ter o carro mais competitivo”, afirma.
Possobom também afirma que a legislação de emissão de poluentes no Brasil é mais “pesada do que a própria Europa, os próprios Estados Unidos”. “Quando você faz um PL 7, um PL 8, você coloca mais custo naquele carro. Então, são investimentos de centenas de milhões e um custo por unidade também ali”, explica.
O PL 8 é a fase mais recente do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, em vigor desde o início de 2025, com etapas que serão implementadas gradualmente até 2029.
Entre as exigências estão limites menores de emissões e a adoção de tecnologias para capturar vapores de combustível durante o abastecimento, evitando que esses gases sejam liberados na atmosfera.
Em crise, Cuba abre economia para capital estrangeiro

Cuba está abrindo sua economia ao capital estrangeiro, como foi confirmado pelo ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Oscar Pérez-Oliva, durante a Feira Internacional de Havana, no fim de novembro.
Diante de empresários e investidores de todo o mundo, o ministro anunciou um pacote de medidas para facilitar os investimentos estrangeiros que representa uma mudança paradigmática em muitos aspectos.
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Cuba enfrenta uma profunda crise econômica há vários anos, motivada pelo colapso do turismo na esteira da pandemia de Covid-19 e pelo duradouro embargo comercial, econômico e financeiro dos EUA, que agravaram problemas estruturais da economia cubana.
A infraestrutura pública e os serviços básicos estão se deteriorando. Apagões que duram horas são comuns. O país precisa importar grande parte de seus alimentos, além de combustível e peças de reposição para suas usinas termelétricas obsoletas.
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Para gerar as divisas estrangeiras de que tanto necessita, Cuba tem gradualmente "dolarizado" sua economia nos últimos anos, o que inclui o varejo, as empresas estatais de importação, postos de combustíveis e o setor de turismo.
Esse processo vai continuar, enfatizou Pérez-Oliva. Ele anunciou que certos bens e serviços passarão a exigir pagamento em moeda estrangeira, sem dar mais detalhes. O pacote de medidas, disse o ministro, visa tornar os investimentos estrangeiros mais dinâmicos e mais confiáveis e dar a eles maior autonomia financeira.
As mudanças anunciadas por ele são o passo mais significativo rumo à abertura da economia cubana em anos. O governo cubano não esclareceu quando elas entrarão em vigor.
Um motorista de táxi segura pesos cubanos, em Havana, Cuba, em 18 de dezembro de 2025.
Reuters
Atração de investimentos
Cuba abriu-se ao capital estrangeiro há mais de uma década, num esforço para impulsionar sua economia e atrair novas tecnologias. Em Mariel, nos arredores de Havana, foi criada, no fim de 2013, uma zona especial de desenvolvimento com regulamentações alfandegárias e tributárias particularmente favoráveis. No ano seguinte entrou em vigor uma nova lei sobre investimento estrangeiro.
Mas os resultados ficaram aquém das expectativas: processos de aprovação demorados, entraves burocráticos e o endurecimento das sanções dos EUA impediram que empresas fizessem investimentos de larga escala em Cuba.
Agora o regime tenta melhorar as condições para os investidores estrangeiros. Segundo Pérez-Oliva, os processos serão mais simples, flexíveis e transparentes. A ideia do regime cubano é que os investidores estrangeiros possam assumir indústrias e instalações de produção subutilizadas, investir nelas, utilizá-las pelo período acertado, obter lucros e, em seguida, devolvê-las ao Estado para uso e desenvolvimento. O objetivo de fundo é ajudar a aumentar a produção nacional, expandir as exportações e substituir as importações.
As duas principais importações de Cuba são combustíveis e alimentos. "Grande parte dos alimentos que importamos poderia ser produzida em Cuba", reconheceu o ministro.
Num projeto piloto, uma empresa vietnamita está cultivando arroz em terras agrícolas cedidas pelo Estado cubano na província de Pinar del Río. Se os resultados forem positivos, o modelo será expandido para outras áreas do país.
O projeto piloto que envolve o arrendamento de hotéis para redes hoteleiras internacionais e que concede a elas maior liberdade operacional também poderia servir de modelo, explicou Pérez-Oliva.
Cuba está ainda abrindo o setor bancário e financeiro ao capital estrangeiro e quer promover "ativamente" a participação dele. Sem dar mais detalhes, o ministro anunciou um novo instrumento de financiamento.
Uma mulher usa o celular do lado de fora de um banco em meio a um colapso parcial da rede elétrica em Havana, Cuba, em 3 de dezembro de 2025.
Reuters
Passo na direção certa
O economista Omar Everleny Pérez Villanueva, da Universidade de Havana, considera as medidas anunciadas um passo na direção certa. Ele destaca os processos de aprovação mais rápidos. "Isso mostra que existe uma certa vontade política", diz.
Villanueva afirma que a única maneira de Cuba ter acesso a fontes externas de financiamento é por meio de investimentos estrangeiros, já que empréstimos internacionais não são mesmo uma opção diante do elevado nível de endividamento público do país.
No entanto, diante do atual estado da economia cubana, as medidas são insuficientes, diz o economista, lembrando que um investidor estrangeiro que opta por investir em Cuba precisa enfrentar a enorme pressão contrária do governo dos EUA.
Mais poderia ter sido feito, diz Villanueva, e dá como exemplo a abolição da agência estatal de emprego. Uma reclamação antigas das empresas estrangeiras em Cuba é que elas só podem contratar trabalhadores por meio da agência estatal.
Essa prática será flexibilizada: a agência continua existindo, mas as empresas também poderão contratar trabalhadores diretamente e pagar bônus em dólares americanos.
"Aqui se produz um elemento de flexibilização importante. Depois que o processo de seleção for realizado pela entidade empregadora, o investidor decide se a contratação será realizada de forma direta ou se continua da maneira" atual, por meio da agência estatal, afirmou Pérez-Oliva.
"Isso facilita muito as coisas", diz o empresário alemão Frank Peter Apel, da Pamas, fornecedora de serviços hidráulicos e única empresa alemã com filial na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel. Para ele, as mudanças anunciadas pelo governo cubano são claramente uma resposta à profunda crise do país e demonstram flexibilidade e vontade de reformar.
Um homem carrega manequins em uma rua de Havana, Cuba, em 18 de dezembro de 2025.
Reuters
Mega-Sena, concurso 2.954: prêmio acumula; Mega da Virada pode pagar R$ 1 bilhão

G1 | Loterias - Mega-Sena 2954
O sorteio do concurso 2.954 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (20), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A estimativa para o próximo concurso, o da Mega da Virada em 31 de dezembro, é de R$ 1 bilhão.
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Veja os números sorteados: 01 – 09 – 37 – 39 – 42 – 44.
5 acertos - 38 apostas ganhadoras: R$ 69.615,66
4 acertos - 4.069 apostas ganhadoras: R$ 1.071,64
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Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Venezuela condena nova apreensão de petroleiro pelos EUA: 'Esses atos não ficarão impunes'

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela
A Venezuela condenou a apreensão de um segundo petroleiro pelos Estados Unidos , que ocorreu neste sábado (20), descrevendo-a como um grave ato de pirataria internacional.
Em um comunicado oficial, o governo venezuelano afirmou que vai tomar "todas as medidas cabíveis", incluindo buscar o Conselho de Segurança da ONU para prestar uma queixa contra os EUA, além de outras organizações multilaterais e governos.
"A República Bolivariana da Venezuela denuncia e rejeita categoricamente o roubo e sequestro de um novo navio privado que transportava petróleo venezuelano, bem como o desaparecimento forçado de sua tripulação, cometidos por militares dos Estados Unidos da América em águas internacionais", começa o texto.
O documento termina prometendo: "Esses atos não ficarão impunes".
Trump e Maduro
AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez
A apreensão da embarcação por forças dos Estados Unidos aconteceu no fim da madrugada deste sábado e um vídeo da ação foi divulgado pela secretária da Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem.
“Os Estados Unidos continuarão a combater a movimentação ilícita de petróleo sob sanções, usada para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem na rede social X.
A primeira apreensão ocorreu no último dia 10. Uma semana depois, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio total a petroleiros da Venezuela e disse que país estava completamente cercado.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que o ato foi uma "interferência brutal" de Washington.
Um dia depois da primeira apreensão, a Rússia, que já havia declarado seu apoio a Maduro, voltou a se pronunciar sobre a pressão americana contra o país latino. Afirmou que as "tensões na Venezuela podem ter consequências imprevisíveis para o Ocidente".
Por que os navios estão sendo apreendidos?
A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.
Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.
🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.
Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".
Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.
Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos.
Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.
A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.
Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.
Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.
O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.
Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.
A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse em uma entrevista à Vanity Fair publicada esta semana que Trump "quer continuar explodindo barcos até Maduro gritar 'tio'."
EUA interceptam segundo petroleiro na costa da Venezuela

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela
Forças dos Estados Unidos interceptaram e apreenderam neste sábado (20) o segundo petroleiro em águas internacionais próximas à Venezuela, em mais um sinal de aumento da pressão do governo Trump sobre Nicolás Maduro. A primeira apreensão ocorreu no último dia 10.
A medida, informada inicialmente pelas agências Associated Press e Reuters, foi confirmada pelo departamento de Segurança Interna dos EUA em um post nas redes sociais.
O governo da Venezuela ainda não comentou a ação norte-americana.
O navio esteva atracado antes da apreensão em um porto venezuelano, segundo Kristi Noem, secretária da Segurança Interna dos EUA.
“Os Estados Unidos continuarão a combater a movimentação ilícita de petróleo sob sanções, usada para financiar o narcoterrorismo na região”, escreveu Noem no X.
Ela acrescentou que a Guarda Costeira dos EUA interceptou a embarcação antes do amanhecer, com apoio do Pentágono. O "The New York Times" diz que o petroleiro apreendido tem bandeira panamenha.
Os oficiais citados pela AP e Reuters não estavam autorizados a discutir publicamente a operação militar e falaram sob condição de anonimato.
Um deles descreveu a ação para a Associated Press como um "embarque consentido", com o petroleiro parando voluntariamente e permitindo que as forças americanas abordassem o navio.
Trump, após a primeira apreensão de petroleiros neste mês, prometeu que os EUA realizariam um bloqueio à Venezuela. Naquela semana, o presidente Nicolás Maduro disse que o ato foi uma "interferência brutal" de Washington.
Alguns petroleiros sancionados já estão desviando da Venezuela. Desde a primeira apreensão, a exportação de petróleo da Venezuela caiu drasticamente.
Por que os navios estão sendo apreendidos?
A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.
Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.
🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.
Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".
Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.
Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos.
Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia.
A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters.
Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados.
Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima.
O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além.
Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro.
A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse em uma entrevista à Vanity Fair publicada esta semana que Trump "quer continuar explodindo barcos até Maduro gritar 'tio'."
Como o bloqueio petrolífero 'total e completo' de Trump pode afetar a economia da Venezuela - e se voltar contra os EUA

Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela
Para a Venezuela, o petróleo não é simplesmente uma mercadoria de exportação.
É a pedra angular de sua economia e a principal fonte de renda e moeda estrangeira com a qual o país importa alimentos, medicamentos e outros bens essenciais.
Portanto, o bloqueio "total e completo" contra petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela — anunciado na terça-feira pelos EUA — poderia afetar não apenas o governo de Nicolás Maduro, mas também amplos setores da população venezuelana.
Diversos especialistas alertam que uma medida dessa magnitude também pode ter um efeito contrário ao desejado em Washington
EUA querem sufocar a Venezuela economicamente
Getty Images via BBC
Trump anunciou a decisão pelas redes sociais, onde acusou o governo Maduro de usar petróleo "roubado" para se financiar e sustentar "narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros".
As declarações surgiram uma semana depois de Washington ter apreendido um petroleiro na costa venezuelana, uma ação que Caracas denunciou como "roubo descarado" e "um ato de pirataria". No sábado (20), outro petroleiro foi apreendido.
O presidente dos EUA também afirmou na terça-feira, na rede social Truth Social, que a Venezuela está "completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul", acrescentando que essa presença militar "continuará a crescer" e será "algo nunca visto antes".
A Venezuela, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, condenou a ordem de bloqueio como uma "ameaça grotesca" que, segundo o governo Maduro, busca "roubar" a riqueza do país.
Desde setembro, os Estados Unidos acumularam uma presença militar significativa na costa da Venezuela, no Caribe, incluindo mais de 15 mil soldados e o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford.
As forças armadas dos EUA também têm realizado uma série de ataques aéreos contra embarcações no Caribe e no Pacífico Oriental, resultando na morte de pelo menos 99 pessoas.
O presidente Trump afirma que o objetivo desta campanha militar é combater o narcotráfico na região e acusa o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar o chamado Cartel de los Soles.
No entanto, vários analistas sustentam que a estratégia também pode ter como objetivo provocar uma mudança de regime na Venezuela.
Mais de 30 petroleiros sob sanções
A Venezuela produz atualmente cerca de 1 milhão de barris de petróleo bruto por dia, o que representa aproximadamente 1% da produção mundial.
Esse número contrasta fortemente com os mais de 3 milhões de barris por dia que o país produzia em 1998, ano anterior à ascensão ao poder do mentor político e ideológico de Maduro, o ex-presidente Hugo Chávez.
O colapso na produção deve-se a uma combinação de má gestão, falta de investimento no setor, perda de pessoal qualificado, corrupção e sanções internacionais.
Portanto, o impacto de um bloqueio de petróleo no mercado global seria limitado, pelo menos a curto prazo.
No entanto, para milhões de venezuelanos, as consequências podem ser muito mais profundas e diretas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump Jr.
BBC
Quando o presidente Donald Trump impôs um pacote de sanções econômicas rigorosas à Venezuela em 2018, durante seu primeiro mandato, a medida agravou a já severa crise econômica e humanitária que assolava o país sul-americano.
Segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia venezuelana contraiu cerca de 15% apenas naquele ano, uma das maiores quedas de sua história recente.
Christopher Sabatini, pesquisador sênior para a América Latina no centro de pesquisas Chatham House, com sede em Londres, afirma que o bloqueio anunciado por Trump pode ter um "efeito ainda mais devastador se ele o mantiver e persistir nele."
"Acho que o governo Trump espera poder reverter essa medida rapidamente."
"Espera-se que a linguagem hiperbólica e inflamatória usada na (rede social) Truth Social faça com que o círculo íntimo de Maduro se volte contra ele e promova uma transição rápida", disse Sabatini à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
"Mas se isso não acontecer, espera-se uma grande crise, porque uma grande porcentagem das exportações venezuelanas viaja nesses tipos de embarcações sancionadas", acrescenta.
"E a receita dessas exportações não é usada apenas para pagar e subornar burocratas, mas também para comprar remédios e alimentos, portanto, espera-se uma grande escassez de ambos."
Um relatório recente da organização Transparência Venezuela revelou que 41% dos petroleiros (40) que operavam ao largo da costa venezuelana em novembro eram embarcações sancionadas, parte da chamada frota de navios fantasmas.
Entretanto, o serviço independente de rastreamento Tanker Trackers estima que cerca de 37 embarcações incluídas na lista de sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), dos EUA, estavam operando em águas venezuelanas no início deste mês.
O economista venezuelano Francisco Monaldi, diretor do Programa de Energia da América Latina no Instituto Baker da Universidade Rice, em Houston, nos EUA, destaca que a medida anunciada por Trump também forçará o governo de Nicolás Maduro a oferecer descontos maiores no petróleo que vende por meio de canais informais para contornar as sanções.
"Em qualquer cenário, isso levará a uma redução na renda, o que, por sua vez, causará uma desvalorização do bolívar (moeda venezuelana) e um aumento da inflação."
"E, se a situação persistir, é provável que gere uma queda significativa no PIB", acrescenta.
O FMI projetou que a inflação na Venezuela fechará 2025 em aproximadamente 269,9%, de acordo com o relatório Perspectivas da Economia Mundial publicado em 14 de outubro de 2025.
Consequências negativas para Trump
Se pobreza aumentar na Venezuela, nova onda de imigração é esperada
Getty images via BBC
Especialistas alertam que o bloqueio também pode ter consequências negativas tanto para a oposição venezuelana quanto para o próprio governo Trump.
"Se a medida não conseguir derrubar o governo de Nicolás Maduro e os venezuelanos comuns começarem a sofrer seus efeitos, muitos podem acabar culpando a oposição e Trump pela crise", destaca Sabatini.
O aumento da pobreza na Venezuela provavelmente também alimentará uma nova onda de migração para outros países da América Latina e para os Estados Unidos.
Segundo dados da ONU, quase sete milhões de venezuelanos deixaram o país desde o início da crise econômica e política, tornando-a uma das maiores crises migratórias do mundo.
O economista americano Mark Weisbrot, codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR), acredita que o bloqueio anunciado por Trump pode, em última análise, prejudicá-lo politicamente se continuar.
"Quase 90% das divisas da Venezuela vêm das exportações de petróleo, então um bloqueio como o anunciado poderia gerar mais pobreza e mais migração", disse Weisbrot à BBC Mundo.
"É um risco considerável para Trump: se a imigração venezuelana para os Estados Unidos aumentar significativamente, é provável que seus eleitores o façam pagar o preço nas eleições de meio de mandato do ano que vem."
É #FAKE que motoristas de aplicativo irão pagar 26,5% de imposto em 2026

Os 26,5% não é um imposto de renda, mas sim um possível número para o Imposto de Valor Agregrado
g1
Circula nas redes sociais uma publicação dizendo que motoristas de aplicativo irão pagar 26,5% de imposto em 2026. É #FAKE.
selo fake
g1
🔴 O que diz a publicação?
Publicada nesta terça-feira (16) no X, onde já foi vista mais de 928 mil vezes, a publicação traz uma imagem do aplicativo de corridas Uber com o seguinte título: "Motorista de Uber vai pagar 26,5% de imposto em 2026".
Mas isso não é verdade. Motoristas de aplicativo terão isenção do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual caso apresentem receita anual de R$ 40,5 mil, definida para nanoempreendedores. Mesmo que ultrapassem esse limite, motoristas com faturamento bruto anual de até R$ 81 mil podem optar pelo regime de Microempreendedor Individual (MEI), que conta com alíquotas fixas entre 1% e 1,3% -- bem abaixo dos 26.5%. Esse número "26,5%", aliás, é apresentado pelo governo na primeira lei que regulamenta a Reforma como um teto estimado para o IVA dual, mas ainda não está determinado (leia mais abaixo).
O IVA dual é a soma de dois novos impostos criados pela Reforma: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), cobrada pela União, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), cobrado por estados e municípios. Eles irão substituir os respectivos tributos nacionais -- PIS, Cofins -- e os estaduais -- ICMS e ISS.
Tanto o CBS quanto o IBS passarão a constar nas notas fiscais já a partir de 2026, inaugurando uma fase de teste para os novos impostos. Nesse primeiro momento, haverá uma cobrança de alíquotas reduzidas (0,9% para o CBS e 0,1% para o IBS), que poderá ser compensada.
⚠️ Por que é fake?
Ao Fato ou Fake, a Receita Federal diz que: "Caso os motoristas se enquadrem como nanoempreendedores, eles não estarão sujeitos a CBS e IBS. Já os optantes pelo Simples Nacional ou pelo MEI, permanecerão às regras tributárias desses regimes do mesmo jeito que é hoje, conforme expresso pelo 2º parágrafo do artigo 41 da Lei Complementar 214".
Veja abaixo os dois principais cenários tributários para motoristas de aplicativo:
🧾Nanoempreendedores
Ao Fato ou Fake, o deputado Mauro Filho Benevides (PDT-CE), que atuou como relator nos projetos que regulamentam a Reforma Tributária, relata que os motoristas de aplicativo que faturam até R$ 162 brutos por ano foram incluídos na categoria de nanoempreendedores e, por isso, estarão isentos da cobrança dos novos impostos:
"Aprovamos a isenção do CBS e do IBS para motoristas de aplicativo -- e mais recentemente também de taxistas e caminhoneiros -- já que eles se encaixam em um regime especial dentro da categoria de nanoempreendedores, criada pela Reforma Tributária. Assim, os motoristas que tem faturamento bruto anual de até R$ 162 mil, ou R$ 13,5 mil por mês".
Na regra geral, um nanoempreendedor é uma pessoa física que tem uma receita bruta anual igual ou inferior a R$ 40,5 mil.
Para que motoristas de aplicativos e taxistas entrassem nessa categoria, a lei permitiu que o teto do faturamento bruto anual fosse de R$ 162 mil, desde que a receita final --- isto é, o faturamento descontado de custos operacionais, como combustíveis e manutenção do carro e outros --- fosse até 25% do valor bruto arrecadado.
Por exemplo: um motorista de aplicativo fatura R$ 120 mil no ano, pela regra, apenas 25% desse valor é considerado como receita para enquadramento, o que equivale a R$ 30 mil. Como esse valor fica abaixo do limite de R$ 40,5 mil, ele pode se enquadrar na categoria. Já se o faturamento anual fosse de R$ 162 mil, os 25% corresponderiam exatamente a R$ 40,5 mil, o teto permitido. Acima disso, o profissional perderia o enquadramento como nanoempreendedor e passa a ser considerado MEI.
🧾 Microempreendedor Individual (MEI)
Supondo um cenário em que o motorista opte por ser um Microempreendedor Individual (MEI) -- ou seja, apresente um faturamento bruto anual de até R$ 81 mil -- ele precisará continuar a fazer os recolhimentos fixos de impostos através do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS).
Segundo as diretrizes técnicas da Receita Federal, os MEIs continuarão pagando a contribuição previdenciária (cerca de 5% do valor do salário mínimo, de R$ 1.621), mais R$ 5 fixos de ISS/ICMS, sem substituição direta por IBS ou CBS em 2026.
Para o faturamento anual de R$ 81 mil (limite MEI), isso equivale a uma alíquota efetiva de aproximadamente 1,1% a 1,3% sobre a receita bruta, muito menor do que os 26,5% mencionados.
Imposto sobre consumo e imposto de renda
João Pedro Ramos Garcia, advogado tributarista no Ballstaedt Gasparino Advogados, explica que a peça viral causa confusão por insinuar que o IVA da Reforma Tributária é um imposto que incide sobre a renda ou os rendimentos do motorista --- o que não é o caso, ele age sobre o serviço prestado.
"O número "26,5%" aparece no debate público como referência associada ao IVA dual (a soma CBS e IBS), isto é, um percentual pensado para incidir sobre preços de bens e serviços (consumo), não como alíquota “sobre rendimentos” do motorista. O Imposto de Renda, seja para pessoa física ou jurídica, continua sendo o tributo típico sobre renda ou rendimentos e as regras para declarar continuam sendo as mesmas".
Em 26 de novembro, o presidente Lula (PT) sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês (R$ 60 mil ao ano). Além da isenção, o projeto aprovado pelo Congresso Nacional prevê um desconto progressivamente menor para quem ganha até R$ 7.350 mensais. A partir dessa faixa, porém, o IR que incide sobre o rendimento ainda permanece sendo de 27.5%.
Os 26,5% não é um imposto de renda, mas sim um possível número para o Imposto de Valor Agregrado
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VÍDEOS: Fato ou Fake explica
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Em carta a Lula, líderes da UE reafirmam compromisso de assinar acordo Mercosul–UE

França sozinha não vai conseguir barrar, diz Lula sobre acordo da UE e Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu uma carta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, na qual ambos reafirmam o compromisso da União Europeia de assinar, em janeiro de 2026, o acordo de livre comércio com o Mercosul.
"Gostaríamos de transmitir nosso firme compromisso em proceder com a assinatura do Acordo de Parceria e do Acordo Provisório de Comércio no início de janeiro, em um momento a ser acordado entre ambas as partes", diz o documento.
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Os líderes europeus afirmam que a assinatura do acordo neste sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR), durante a cúpula do Mercosul, não pôde ser concluída porque os procedimentos internos do Conselho Europeu ainda não haviam sido finalizados.
Segundo a carta, esses trâmites já estão em estágio avançado, o que permite, segundo eles, manter o compromisso de formalizar o acordo no início de janeiro, em data a ser definida de comum acordo com os países do Mercosul.
No texto, os dirigentes também agradecem os esforços do governo brasileiro e dizem esperar que Lula dialogue com os demais integrantes do bloco sul-americano para viabilizar a conclusão do processo, “no espírito de unidade e responsabilidade compartilhada”.
Lula na cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 20 de dezembro de 2025.
EVARISTO SA / AFP
LEIA TAMBÉM:
Lula diz que França, sozinha, não conseguirá barrar acordo entre Mercosul e União Europeia
Macron espera que adiamento de acordo Mercosul-UE sirva para atender condições da França
Acordo Mercosul-UE adiado
O compromisso ocorre em meio a um novo adiamento da assinatura do acordo, negociado ao longo de mais de 25 anos. A Comissão Europeia chegou a planejar a formalização do pacto neste sábado, mas o cronograma foi revisto.
🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios.
As discussões ganharam intensidade nesta semana com a reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, encerrada nesta sexta-feira (19), poucos dias antes da cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
Em entrevista a jornalistas, após reunião da cúpula do Mercosul, Lula disse ter conversado com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen. Segundo ele, a líder declarou estar pronta para assinar o tratado já no início de janeiro.
"Se ela estiver pronta para assinar e faltar só a França, segundo a Úrsula Von Der Leyen e o Antonio Costa, não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo", disse o presidente.
Lula afirmou que a posição contrária da França ao tratado não é novidade. Disse ainda que o entrave mais recente surgiu após manifestação da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
"Meloni dizia que a distribuição de verbas para a agricultura na União Europeia estava prejudicando a Itália e que, então, ela estava com problemas com os produtores agrícolas, de modo que não poderia assinar o acordo neste momento", relatou o presidente.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias AFP, com isso, a conclusão do acordo deverá ocorrer no dia 12, no Paraguai. Ursula von der Leyen afirmou que se trata de um breve adiamento e disse estar confiante de que há maioria suficiente para a assinatura do pacto.
Como funciona a aprovação e o que está em jogo
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen e Luiz Inacio Lula da Silva durante cúpula em Montevidéu para anúncio de acordo do Mercosul com a União Europeia
Mariana Greif/Reuters
Lula diz que França, sozinha, não conseguirá barrar acordo entre Mercosul e União Europeia

Lula diz que França, sozinha, não conseguirá barrar acordo entre Mercosul e União Europeia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (20) que a França, sozinha, não conseguirá barrar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). A declaração foi feita após o adiamento da assinatura do tratado, que era esperada para hoje. (leia mais abaixo)
Em entrevista a jornalistas após reunião da cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, Lula disse ter conversado com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen. Segundo ele, a líder declarou estar pronta para assinar o tratado já no início de janeiro.
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"Se ela estiver pronta para assinar e faltar só a França, segundo a Úrsula Von Der Leyen e o Antonio Costa, não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo", disse o presidente.
“O acordo será firmado e eu espero que seja assinado no primeiro mês da presidência do Paraguai, pelo companheiro Santiago Peña”, acrescentou.
A Comissão Europeia planejava selar o pacto neste sábado — criando a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao seu setor agrícola.
Cúpula do Mercosul. Da esquerda para a direita: o presidente do Panamá, José Raúl Mulino; o presidente da Argentina, Javier Milei; o presidente do Paraguai, Santiago Peña; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi; e o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Fernando Aramayo. Foz do Iguaçu (PR), no Brasil, em 20 de dezembro de 2025.
EVARISTO SA/AFP
🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios. O texto é negociado há 25 anos.
Lula afirmou que a posição contrária da França ao tratado não é novidade. Disse ainda que o entrave mais recente surgiu após manifestação da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
"Meloni dizia que a distribuição de verbas para a agricultura na União Europeia estava prejudicando a Itália e que, então, ela estava com problemas com os produtores agrícolas, de modo que não poderia assinar o acordo neste momento", relatou o presidente.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias AFP, com isso, a conclusão do acordo deverá ocorrer no dia 12, no Paraguai. Ursula von der Leyen afirmou que se trata de um breve adiamento e disse estar confiante de que há maioria suficiente para a assinatura do pacto.
Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão de adiamento.
Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025
Reuters/Yves Herman/File Photo
Oposição da França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu.
“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.
Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Nesta sexta-feira, Macron afirmou que ainda é cedo para dizer se o adiamento de um mês na decisão será suficiente para atender às condições estabelecidas pela França. Admitiu, no entanto, esperar que seja.
Itália mantém incerteza
Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos.
“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou.
Alemanha e Espanha apoiam acordo
Merz disse que Alemanha um dos países 'mais bonitos do mundo' e nenhum jornalista queria ficar em Belém
AFP
Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.
“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.
Como funciona a aprovação e o que está em jogo
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
Lula na cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 20 de dezembro de 2025.
EVARISTO SA / AFP
Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu: Lula discursa agora

Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu: Lula discursa agora
Como vai ficar o preço da carne bovina em 2026

Como vai ficar o preço da carne bovina em 2026
Após picos de alta até a metade do ano, preços de diferentes tipos de carne bovina desaceleraram no segundo semestre, impulsionados por um volume recorde de produção no Brasil.
O aumento da oferta fez, inclusive, o país ultrapassar os Estados Unidos como o maior produtor global de carne bovina, pela primeira vez, segundo o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).
Mas a tendência é que os preços voltem a acelerar em 2026, afirma o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
Depois de um ano de produção elevada, a oferta de bovinos para abate deve encolher no campo, enquanto o país caminha para mais um ano de exportações em níveis elevados.
O que aconteceu no segundo semestre
A inflação das carnes registrou, em junho, a maior alta do ano no acumulado de 12 meses, ao avançar 23,63%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos meses seguintes, os preços começaram a perder força. Em novembro, por exemplo, a inflação das carnes teve uma alta menor, de 5% em 12 meses.
A desaceleração dos preços coincidiu com um período de produção recorde de carne no Brasil, o que ampliou a oferta do produto no mercado interno.
No terceiro trimestre de 2025, o Brasil abateu 11,2 milhões de cabeças de gado, o maior volume para o período desde 1997, início da série história do IBGE.
Até o abate de fêmeas bateu recorde, superando o de machos pela primeira vez.
Mas outros fatores contribuíram para a desaceleração dos preços.
Segundo Iglesias, do Safras, a escalada dos preços da carne bovina nos últimos anos acabou encontrando um teto no orçamento das famílias brasileiras, o que ajudou a frear novos aumentos.
“A carne bovina ficou tão cara que chegou um momento em que o consumidor brasileiro já não conseguia absorver novos reajustes. Em função disso, houve uma mudança de direção no mercado, com a priorização de proteínas mais baratas, como frango, embutidos e ovos", diz Iglesias.
O economista afirma que o tarifaço dos EUA imposto à carne bovina brasileira não influenciou no recuo de preços.
"A indústria deixou de vender para os EUA, mas encontrou outros caminhos no mercado global e conseguiu colocar produtos em larga escala", diz Iglesias. "O fluxo de exportações foi intenso em julho, agosto, setembro, outubro e novembro", acrescenta.
Como fica o preço em 2026
No próximo ano, o fluxo de exportações vai continuar acelerado, mas com a diferença que o Brasil não deve produzir tanto quanto em 2025, diz Iglesias.
Após um ano de abate recorde, a tendência é que os pecuaristas retenham fêmeas nas fazendas para a reprodução de bezerros, diminuindo a oferta de bovinos para a produção de carne.
"Para 2026, o consumidor pode esperar preços mais altos pela carne bovina numa análise inicial", diz Iglesias.
Ele pondera que a trajetória de preços também depende de decisões da China, maior compradora de carne do Brasil.
"A China está estudando salvaguardas em relação à carne bovina. É uma investigação que analisa quais são os impactos da importação sobre a produção local. Se a China impor cotas muito restritivas, isso pode mudar completamente a dinâmica e as rotas do mercado", afirma Iglesias.
"Se a China impor restrições muito pesadas, provavelmente a gente sai de um quadro de menor oferta interna de carne bovina para maior oferta", destaca.
Trump promete 'boom econômico' nos Estados Unidos antes de ano eleitoral

O presidente dos EUA, Donald Trump, assina decretos executivos na Casa Branca, em 18 de dezembro de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
Em um raro pronunciamento noturno da Casa Branca na quarta-feira (17), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de elogios à sua gestão e atribuiu a culpa pelos problemas do país ao seu antecessor, enquanto seu partido se prepara para uma difícil eleição de meio de mandato no próximo ano.
"Há onze meses, herdei uma bagunça e estou tendo que consertar", disse Trump em um discurso proferido em ritmo surpreendentemente acelerado que durou pouco menos de 20 minutos.
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O republicano, que frequentemente se queixa de não receber o devido crédito por suas realizações, ofereceu poucas soluções políticas para lidar com os preços altos no país. Ao contrário, seu discurso, transmitido de uma sala enfeitada com decoração natalina, foi marcado por um forte tom de lamúrio.
Ele culpou o democrata Joe Biden, que o antecedeu no cargo, por uma suposta invasão de migrantes , pela alta dos crimes violentos , pelos direitos transgêneros e por acordos comerciais anteriores, descrevendo o que chamou de um sistema corrupto.
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Trump criticou Biden por permitir que os Estados Unidos fossem "invadidos por um exército de 25 milhões de pessoas" durante seu mandato – números que os republicanos utilizam desde meados de 2024, quando Trump estava em campanha presidencial, e que já foram amplamente desmentidos por verificadores de fatos.
Estima-se que cerca de 7,4 milhões de imigrantes indocumentados cruzaram ilegalmente a fronteira dos EUA durante o governo Biden. Se incluídos os imigrantes irregulares que entraram no país através dos postos de controle legais, esse número subiria para pouco mais de 10 milhões de pessoas, de acordo com a emissora NBC e outros veículos de imprensa americanos.
Discurso oferece poucas soluções
Trump elogiou o trabalho de seu governo em 2025 em uma série de questões, desde a diminuição das travessias de fronteira até a redução dos preços de alguns produtos, e prometeu que o país estará mais forte no próximo ano.
O presidente destacou seus esforços para reforçar a segurança na fronteira e mencionou deportações em massa, afirmando que seu governo estava removendo criminosos do país.
Entre as poucas iniciativas políticas mencionadas no discurso, Trump anunciou que seu governo enviaria um "dividendo aos guerreiros" de 1.776 dólares (R$ 9,8 mil) para 1,45 milhão de militares americanos na próxima semana.
Ele também apoiou uma proposta republicana para enviar dinheiro diretamente à população para compensar os custos dos seguros de saúde, em vez de fornecer subsídios por meio do Affordable Care Act (Lei de Acesso à Saúde). Essa proposta, no entanto, ainda não recebeu apoio suficiente no Congresso.
"Quero que o dinheiro vá diretamente para as pessoas para que vocês possam pagar seu próprio plano de saúde", disse Trump, afirmando que "os únicos perdedores serão as seguradoras."
De maneira surpreendente, ele dedicou pouco tempo a assuntos externos, tema que ocupou grande parte do primeiro ano de seu segundo mandato. O líder americano fez uma breve menção à guerra na Faixa de Gaza , mas não mencionou o conflito na Ucrânia ou as tensões envolvendo a Venezuela.
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa para a nação em 17 de dezembro de 2025
Doug Mills/Pool via REUTERS
'Boom econômico' em 2026?
Embora tenha culpado a presidência de Biden, Trump admitiu que os preços continuam altos, mas argumentou que o país estava preparado para um "boom econômico". "Estou reduzindo esses preços altos, e reduzindo-os muito rapidamente", afirmou.
Trump disse ter atraído 18 trilhões de dólares em investimentos que criarão empregos e abrirão fábricas, creditando os avanços principalmente a sua política tarifária. "Há um ano, nosso país estava morto [...] agora, somos o país mais atraente do mundo."
Ele culpou os democratas por lhe entregarem um "desastre inflacionário", "o pior da história do nosso país", e disse que os preços estão caindo rapidamente.
Isso, no entanto, não se reflete nos números da inflação, que vinham caindo durante os primeiros meses da presidência de Trump, mas voltaram a subir depois que o presidente anunciou suas tarifas em abril.
Os dados sobre a inflação estão praticamente nos mesmos patamares de quando ele assumiu o cargo, após terem caído significativamente antes do fim do mandato de Biden.
O índice de preços ao consumidor foi de 3% em setembro, a mesma taxa de janeiro, um ligeiro aumento em relação aos 2,9% de dezembro, o último mês completo de Biden no cargo.
Em uma pesquisa da AP-Norc deste mês, a grande maioria dos adultos americanos disse ter notado nos últimos meses preços mais altos do que o normal para alimentos, eletricidade e presentes de Natal.
Preço da carne em um supermercado em Los Angeles, em 27 de maio de 2022.
Reuters
Eleição de meio de mandato
Trump prometeu melhoras para o próximo ano, citando suas políticas tributárias, tarifas e planos para substituir o presidente do Federal Reserve, o Banco Central americano.
Essas seriam boas notícias para os correligionários de Trump, que devem enfrentar dificuldades para manter o controle da Câmara dos Representantes e do Senado nas eleições de novembro de 2026. Quase um ano antes do pleito, os democratas já destacam preocupações com a acessibilidade financeira e em relação à política de saúde.
A política tarifária de Trump criou incertezas e elevou os preços no país. Trump, assim como Biden antes dele, tem lutado para convencer os americanos de que a economia está saudável.
O discurso ocorreu apenas um dia antes de uma muito aguardada atualização dos dados da inflação no país, divulgada pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho. Depois de atingir a mínima de quatro anos, de 2,3%, em abril, apenas três meses após o início do segundo mandato de Trump, a inflação anual vem aumentando gradativamente.
De modo geral, dados recentes do governo mostram que o crescimento da economia teve uma leve recuperação após a contração registrada nos primeiros meses do ano. No entanto, os números também mostram que o crescimento do emprego desacelerou durante o segundo mandato de Trump. O desemprego subiu para o nível mais alto em quatro anos e os preços ao consumidor permanecem altos.
'Triste tentativa de distração'
Uma nova pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça-feira mostrou que apenas 33% dos adultos americanos aprovam a forma como Trump lidou com a economia.
Após o discurso, os democratas disseram que Trump ofereceu poucas soluções para as preocupações dos americanos.
O senador Mark Warner, da Virgínia, chamou o discurso de "uma triste tentativa de distração", enquanto o governador da Califórnia, Gavin Newsom, potencial candidato democrata à Presidência em 2028, simplesmente postou a palavra "eu" – se referindo a Trump – mais de 700 vezes.
Petróleo, China, Doutrina Monroe: o que está por trás da ofensiva de Trump na Venezuela

Petróleo, China: o que está por trás da ofensiva de Trump na Venezuela
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem afirmado que não descarta uma intervenção militar na Venezuela, governada por Nicolás Maduro. Nos últimos meses, Washington intensificou operações contra embarcações no Caribe e no Pacífico, reforçando o cerco ao país sul-americano.
Para justificar as ações militares e a pressão econômica, o governo americano alega combater o narcotráfico e rotas de drogas associadas a grupos criminosos ligados à Venezuela. Além disso, descreve Maduro como líder de um regime corrupto e diz agir por questões de segurança regional.
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Autoridades dos EUA aplicaram medidas diretamente a familiares de Maduro, ampliaram sanções e promoveram um bloqueio total a navios petroleiros ligados ao país sul-americano — escalando a pressão política e econômica sobre Caracas. Também houve apreensão de embarcações.
Em resposta, o presidente venezuelano classificou as ações como tentativa de golpe e ameaça à soberania, chamando as interceptações de “roubo descarado” e “pirataria naval criminosa”. Ele ainda acusa Washington de usar o combate às drogas como pretexto para forçar sua saída do poder.
Mas o que está, de fato, por trás da ofensiva dos EUA? Para especialistas ouvidos pelo g1, os interesses vão muito além do combate ao tráfico e incluem fatores econômicos e geopolíticos, como o interesse pelo petróleo e a relação da Venezuela com a China — principal rival de Trump.
De olho no petróleo
A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.
Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração.
🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital.
Nesse contexto, há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo".
O jornal americano "The New York Times", por exemplo, afirmou que a commodity é prioridade na ofensiva contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo a publicação, Washington tem feito negociações secretas com Caracas, justamente com foco no petróleo.
Para Marcos Sorrilha, professor de história dos EUA na Unesp Franca, o presidente norte-americano tem interesse na produção venezuelana por um motivo principal: reduzir preços internos e, assim, aliviar o custo de vida no país.
"O petróleo venezuelano seria uma estratégia de barateamento do preço do combustível para os americanos. É algo que está nas expectativas de Donald Trump", diz.
Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro.
Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos.
Proximidade com a China
Antes das amplas sanções econômicas impostas pelos EUA à Venezuela, em 2019, os norte-americanos eram os maiores importadores do petróleo bruto do país. O restante das exportações tinha como principais destinos a Índia, a China e a Europa.
Após as sanções, grande parte das vendas externas passou a ocorrer por meio de acordos de petróleo em troca de empréstimos, usados para quitar dívidas. Nesse arranjo, a China disparou sua participação e desempenha papel central.
"A Venezuela mantém uma relação cooperativa com a China em áreas muito críticas, como petróleo e mineração", destaca Carolina Moehlecke, coordenadora do mestrado profissional em Relações Internacionais da FGV.
A especialista reforça que o gigante asiático, principal adversário comercial dos EUA, tem emprestado dinheiro para a Venezuela utilizando embarques de petróleo como garantia.
🔎 Com isso, grande parte das exportações venezuelanas foi destinada à China. Por meio dos acordos, o país asiático já concedeu quase US$ 50 bilhões em empréstimos ao longo da última década, em troca de petróleo bruto.
Segundo o relatório mais recente da Energy Information Administration, a China recebeu 68% das exportações de petróleo bruto da Venezuela apenas em 2023.
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, destaca que Donald Trump demonstra uma intenção clara de "manter os laços muito bem atados" na América Latina, diante do avanço da presença da potência asiática na região.
"A China tem exercido uma influência muito grande nos países latino-americanos, e os EUA não têm interesse nessa aproximação geopolítica chinesa. Então, existem questões estratégicas de toda ordem: geopolíticas, econômicas, geográficas", diz Galhardo, sobre a postura de Trump.
Para o economista, esse movimento também explica a redução das tensões de Donald Trump com o Brasil e a aproximação do republicano com a Argentina, em um gesto de expansão da influência norte-americana na América do Sul.
"De repente, Trump passou a achar Lula um homem bom, né? Isso também acontece porque o Brasil se tornou um dos maiores produtores de petróleo do mundo, está prospectando volumes na margem equatorial, além do Sul do país, e planeja investir na extração de petróleo na África", acrescenta.
Embora o Brasil não esteja entre os 10 países com maiores reservas, é o sétimo maior produtor de petróleo, com cerca de 4,3 milhões de barris por dia, segundo o órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA.
"O mesmo acontece na Argentina: a aproximação dos EUA tem muito mais relação com as reservas de petróleo — especialmente após descobertas em Vaca Muerta — do que com um alinhamento ideológico com Javier Milei", acrescenta Galhardo.
Abertura para empresas dos EUA
Por trás da tentativa de Trump de derrubar o governo de Nicolás Maduro também está a intenção do governo dos EUA de expandir o mercado da América do Sul para companhias norte-americanas, explica Marcos Sorrilha, da Unesp.
O professor lembra de conversas públicas de María Corina Machado, principal líder da oposição a Maduro, com Donald Trump Jr., nas quais ela defendia a abertura do mercado venezuelano a empresas dos EUA.
"Então, há também interesse em expandir parcerias de empresas norte-americanas no mercado venezuelano, não apenas para a extração de commodities e produtos primários, mas também para a exploração de processos e produtos industriais dentro do país", afirma.
Em seu segundo mandato, Donald Trump tem adotado políticas e firmado acordos comerciais para incentivar exportações americanas e ampliar o acesso a mercados internacionais, inclusive com iniciativas para aumentar as vendas de tecnologia a países aliados.
Doutrina Monroe: a estratégia por trás da agenda de Trump
Conforme mostrou o g1, o governo de Donald Trump pretende ampliar o foco na América Latina e reduzir o peso de outros compromissos globais, transferindo parte das responsabilidades a aliados, segundo a nova estratégia de política externa publicada pela Casa Branca no início deste mês.
O plano prevê um ajuste da presença militar global dos EUA “para enfrentar ameaças urgentes” no Hemisfério, além de recalibrar a atuação em áreas cuja relevância diminuiu para o país nas últimas décadas.
Nesse sentido, o documento menciona explicitamente a Doutrina Monroe, formulada há mais de dois séculos, e afirma que Washington deve “retomar” seus princípios na relação com a América Latina.
🔎 Criada em 1823, a Doutrina Monroe estabelecia que qualquer intervenção de potências europeias no hemisfério ocidental seria considerada uma ameaça à segurança dos EUA. Ao mesmo tempo, definia a região como uma área de interesse estratégico prioritário para Washington.
Carolina Moehlecke, da FGV, ressalta que a nova estratégia de política externa dos EUA resgata a doutrina de forma mais ofensiva, "ao estabelecer a América Latina como a região prioritária para sua segurança e prosperidade".
"Além disso, amarra essa prioridade a evitar que a China, principalmente, tenha acesso a recursos estratégicos na região, alguns dos quais a Venezuela consegue fornecer", diz.
Marcos Sorrilha, da Unesp, avalia que a estratégia retoma uma visão voltada à consolidação da hegemonia continental, com o objetivo de afastar concorrentes da região — especialmente a China — e assegurar a expansão dos interesses econômicos dos EUA na América Latina.
Segundo ele, há um paralelo com a política adotada na virada do século XIX para o XX, que buscava a expansão das empresas americanas na região por meio da Open Door Policy (Política da Porta Aberta).
No contexto mais amplo da política externa dos EUA, "esse objetivo era sustentado, quando necessário, pelo uso da força”, conclui.
Infográfico mostra cerco dos EUA contra a Venezuela
Arte/g1
Governo Trump vai aumentar presença militar na América Latina em nova política externa
Trump e Maduro
AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez
O que está por trás do adiamento da assinatura de acordo comercial entre Mercosul e União Europeia

Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada
Após quase 25 anos de negociação, parecia que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia seria, finalmente, assinado. A Comissão Europeia planejava selar o pacto que cria a maior zona de livre comércio do mundo neste sábado (20).
O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao seu setor agrícola, deixando para janeiro o encerramento do processo.
“Entramos em contato com nossos parceiros do Mercosul e concordamos em adiar ligeiramente a assinatura”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentando que estava “confiante” de que há uma maioria suficiente para concluir o acordo, segundo a Reuters.
Segundo fontes, a líder confirmou que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro. Isso levou agentes a recalibrar suas expectativas sobre o futuro do tratado. Na sexta-feira (19), diplomatas informaram à AFP que a assinatura deverá ocorrer no dia 12, no Paraguai.
Oposição da França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu.
“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.
Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Itália mantém incerteza
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, na chegada ao Rio para o G20
Alex Ferro/G20
Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos.
“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou.
Alemanha e Espanha apoiam acordo
Friedrich Merz, chanceler da Alemanha
AFP via Getty
Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.
“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.
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Como funciona a aprovação e o que está em jogo
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
Lula conversa com jornalistas no Palácio do Planalto
Adriano Machado/Reuters
Brasil segue otimista
Pouco antes de a primeira-ministra da Itália se manifestar sobre o acordo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que havia conversado por telefone com Giorgia Meloni.
Segundo Lula, a premiê disse não ser contrária ao tratado, mas relatou enfrentar um “constrangimento político” em razão da pressão de agricultores italianos. Ainda de acordo com o presidente, Meloni afirmou estar confiante de que conseguirá convencer o setor a apoiar o acordo.
“Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula.
A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
Incentivos fiscais devem totalizar mais de R$ 900 bilhões em 2026, diz levantamento

Reprodução/NSC TV
A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) divulgou nesta semana um estudo identificando o que considera ser os incentivos fiscais a setores da sociedade.
🔎São valores que deixam de ingressar nos cofres públicos, por conta de leis aprovadas, beneficiando setores específicos da economia, regiões ou contribuintes por meio da isenção ou redução de tributos.
Segundo a entidade, o "Privilegiômetro Tributário" aponta também o valor que o governo federal deixou de arrecadar em razão de concessões a um grupo de contribuintes sem contrapartida comprovada.
"[Incentivos] sem a existência de contrapartida adequada, notória ou comprovada por estudos técnicos, para o desenvolvimento econômico sustentável sem aumento da concentração de renda ou redução das desigualdades no país", diz a Unafisco.
Os incentivos identificados pela entidade englobam, ainda, benefícios não captados pelo Demonstrativo dos Gastos Tributários (DGT) da Receita Federal, documento divulgado anualmente que lista vários subsídios a empresas e setores da sociedade.
Para o Unafisco, os benefícios fiscais devem superar R$ 900 bilhões em 2026, dos quais quase R$ 620 bilhões representariam "privilégios".
Entre eles, estão a ausência da tributação de lucros e dividendos, de grandes fortunas, benefícios para parcelamentos especiais (concedidos no passado), para a Zona Franca de Manaus, ao Simples Nacional e para a cesta básica.
Veja abaixo os principais incentivos listados
Benefícios fiscais identificados pelo Unafisco
Reprodução de estudo
▶️Atento ao alto volume de incentivos existente, que diminui a arrecadação e dificulta o almejado equilíbrio das contas públicas, o governo federal aprovou no Congresso Nacional nesta semana projeto que corta isenções tributárias. As regras valem já para 2026.
🖊️ Além disso, determina que conceder, ampliar ou prorrogar incentivos deverão conter estimativa de beneficiários, metas de desempenho e mecanismos de transparência e monitoramento.
Senado aprova redução de benefícios fiscais e maior tributação de bets e fintechs
Tributação de lucros e dividendos
▶️Para o Unafisco Nacional, o principal benefício fiscal existente no Brasil é a ausência da tributação da distribuição dos lucros e dividendos das empresas para pessoas físicas (que não consta no demonstrativo da Receita Federal).
A entidade estimou que seria possível arrecadar cerca de R$ 150 bilhões por ano com essa tributação.
A projeção está em linha com cálculos de outros analistas. Nota técnica do economista Sérgio Gobetti, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), estima que a arrecadação superaria R$ 100 bilhões por ano, considerando alíquota média praticada na OCDE.
A distribuição de lucros e dividendos é isenta de tributação no Brasil, que é um dos poucos países do mundo que têm alíquota zero. A taxação ocorria até 1995, quando passou a ser isenta.
A alíquota média do países da OCDE sobre a distribuição de lucros e dividendos, por sua vez, foi de 24,7% em 2024, segundo dados da Tax Foundation. Nesse grupo, somente Estônia e Letônia não tributam lucros e dividendos.
A partir de janeiro do próximo ano, o governo vai taxar quem tem renda mensal superior a R$ 50 mil com uma alíquota progressiva que pode chegar a 10%.
Não haverá um imposto específico para dividendos, mas eles serão, também, incluídos na tributação da renda global da pessoa física.
"Utiliza-se referencialmente o valor de R$ 160,1 bilhões a título de privilégio tributário em razão da não tributação de lucros e dividendos (ano-base 2024, atualizado para o ano de 2025), e subtraindo o valor de R$ 32,12 bilhões em consonância com o Projeto de Lei nº 1087/2025 (do IR, sancionado por Lula), tem-se que o valor do privilégio referente à isenção de tributação de lucros e dividendos é de R$ 146,1 bilhões [no Brasil]", diz o estudo do Unafisco.
▶️O setor produtivo tem se posicionado contra a tributação dos lucros e dividendos sem uma redução da tributação corporativa (que atualmente é bem maior do que nos países desenvolvidos), argumentando que isso elevaria a carga tributária total sobre as empresas, desestimularia investimentos e limitaria o crescimento econômico.
Imposto sobre fortunas
O Unafisco também lista como benefício fiscal a "renúncia" existente na tributação sobre grandes fortunas no Brasil - não listado também pelo Fisco.
A entidade diz que essa tributação, focada sobre o patrimônio, tem previsão constitucional, mas aguarda a edição de lei complementar.
O imposto sobre fortunas, no modelo do Unafisco, incidiria sobre um patrimônio líquido superior a R$ 4,6 milhões com alíquota de 4,8% tributando 220 mil contribuintes — o que representa 0,1% da população brasileira.
A Associação calcula que o potencial arrecadatório seria de R$ 100 bilhões em 2026, valor que poderia ser reproduzido nos anos subsequentes (dependendo de como fosse regulamentado pelo Congresso Nacional).
▶️A proposta de taxar grandes fortunas é defendida pelo Banco Mundial e, também, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
▶️Críticos da taxação de grandes fortunas, entretanto, afirmam que ela pode provocar evasão de divisas, ou seja, fuga de capitais e de patrimônio do país.
Bases de tributação no Brasil
Números da Receita Federal mostram que a principal forma de tributação do país continuou sendo, no ano passado, os impostos sobre bens e serviços, ou seja, os tributos indiretos embutidos nos preços, algo que penaliza os mais pobres, pois o peso dos tributos é o mesmo para todos (e consome, com isso, uma parcela maior da renda de quem ganha menos). Esse é um problema que não foi corrigido com a reforma tributária.
Ao mesmo tempo, ainda segundo o Fisco, os tributos sobre o lucro, renda e o ganho de capital do brasileiro arrecadam bem menos no Brasil do que a média da OCDE, formada por países mais ricos, assim como os impostos sobre o patrimônio. Este tipo de tributação é focada nos mais ricos.
Por sua vez, os chamados impostos corporativos, ou seja, aqueles cobrados das empresas, estão entre os mais altos do mundo no Brasil, diz o Banco Mundial, assim como os impostos sobre a folha de pagamentos. A Receita explicitou recentemente, por exemplo, que as contribuições destinadas ao FGTS e ao Sistema S não existem em outros países, encarecendo a contratação de mão de obra formal no Brasil.
▶️De acordo com economistas, os recursos obtidos por meio da taxação de lucros e dividendos (incidentes sobre a renda) poderiam ser utilizados para reduzir a tributação sobre o consumo, incidente sobre a população mais pobre, e melhorar a chamada "progressividade" do sistema brasileiro - taxar proporcionalmente mais quem é mais rico. Ou para reduzir o IRPJ de empresas, que está acima da média mundial.
▶️ Uma taxação específica para distribuição de lucros e dividendos, junto com uma redução no IR das empresas, foram temas propostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Essas propostas chegaram a ser aprovadas pela Câmara em 2021, mas não foram levadas adiante no Senado Federal.
▶️O Ministério da Fazenda do governo Lula admitiu que uma reforma mais ampla do Imposto de Renda seria necessária para promover uma maior progressividade, ou seja, taxar proporcionalmente mais os ricos — como acontece nos países desenvolvidos —, mas avaliou que esse tipo de reforma tem de ser feita no início de cada governo.
Festa da firma: quem é você no rolê corporativo? Responda o QUIZ e saiba como fugir de gafes

Veja o que fazer (ou não) para evitar gafes durante a festa da firma
O mês de dezembro vem sempre cheio de confraternizações de trabalho. Esses eventos vão do happy hour descontraído em barzinhos às festas grandes e mais animadas, algumas até com open bar.
Mas, mesmo em clima de celebração, especialistas lembram: é preciso saber equilibrar diversão e etiqueta profissional.
A animação pode ser grande, mas o cuidado também: ninguém quer virar assunto no dia seguinte ou queimar o próprio filme.
Para entrar no clima (sem perder a linha), o g1 criou um quiz para descobrir qual é o seu papel na confraternização e dar dicas para evitar saias-justas. Veja abaixo.
Descubra quem é você na festa da firma
Como fugir das gafes 🏃♀️
"A festa é um evento, mas o mundo corporativo continua depois", alerta Lais Vasconcelos, gerente da Robert Half.
Por isso, pense na confraternização como uma chance de misturar o pessoal com o profissional, mas sempre com limites, sugere Mariana Malvezzi, professora de gestão de equipes colaborativas da ESPM.
"Na reunião on-line, eu mostro a sala da minha casa, o quadro na parede, mas deixo resguardada aquela bagunça no canto, os brinquedos... Então, é bom participar (da festa), mas resguardando um pedaço do que é a nossa privacidade", compara.
Na reportagem abaixo, veja ainda:
👗 O que vestir?
🍺 Posso beber?
🙋♀️ Sou obrigado a comparecer?
💋 É possível paquerar?
🗨️ Quais assuntos devo evitar?
Festa da firma
Freepik/ Reprodução
Mega-Sena pode pagar R$ 62 milhões neste sábado

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.954 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 62 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h deste sábado (20), em São Paulo.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
No concurso da última quinta-feira (18), nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Davi Alcolumbre diz acreditar na aprovação do empréstimo dos Correios pelo Senado

O Tesouro Nacional aprovou o empréstimo de R$ 12 bilhões para os Correios
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta sexta-feira (19) que acredita na aprovação do empréstimo de R$ 12 bilhões que os Correios foram autorizados a tomar.
"Eu não posso falar pelo Senado todo, mas eu acho que como nós votamos na LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] o espaço fiscal e orçamentário para caber o empréstimo, nós já votamos sobre isso. Então eu acho que quando chegar a matéria os senadores vão debater. Então, eu acho que entra", disse Alcolumbre.
A fala foi ao final da sessão do Congresso Nacional que aprovou o orçamento do governo federal para 2026.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conduzindo a sessão do Congresso que aprovou o orçamento para 2026.
Jonas Pereira/Agência Senado
R$ 12 bilhões
Na quinta-feira (18), o Tesouro Nacional aprovou o pedido de empréstimo com garantias que faz parte do plano de reestruturação dos Correios, apresentado ao governo federal.
O valor da operação é de R$ 12 bilhões e, caso a estatal não consiga pagar as parcelas, o Tesouro irá cobrir a dívida – ou seja, o empréstimo tem garantia do Tesouro.
A taxa de juros ficou em 115% do CDI – abaixo do teto de 120% do CDI, estabelecido pelo Tesouro. Esse valor máximo foi o motivo da rejeição da primeira tentativa de empréstimo há algumas semanas.
Agora, a proposta precisa ser aprovada pelo Senado, o que deve acontecer só no retorno do recesso, a partir de fevereiro.
De acordo com o regimento interno da casa, o Senado avalia todos os pedidos de operações financeiras externas que envolvam a União, Estados, Municípios e empresas públicas.
O texto primeiro precisará passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e, após aprovada, segue para o plenário decidir.
Congresso aprova Orçamento de 2026 com R$ 61 bilhões em emendas parlamentares

O Congresso Nacional aprovou nesta sexta-feira (19) em votação simbólica o Orçamento de 2026 com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares e previsão de superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano. Em paralelo, o texto incluiu cortes em despesas previdenciárias e programas como o Pé de Meia e Auxílio Gás. (entenda mais abaixo)
O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
🔎 Emendas parlamentares são recursos reservados no Orçamento que são executados conforme indicações de deputados e senadores. Já a meta fiscal é uma estimativa de despesas e receitas que o governo estabelece com objetivo de tentar equilibrar as contas públicas.
De acordo com o arcabouço fiscal, aprovado em 2023, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central. Ou seja: a meta será considerada formalmente cumprida se o governo tiver saldo zero, ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões.
A proposta ainda estabelece o piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos (leia mais abaixo).
Veja os vídeos que estão em alta no g1
A Comissão Mista de Orçamento (CMO) votou o texto mais cedo nesta sexta e, no início da tarde, deputados e senadores deram aval à proposta em sessão conjunta no plenário.
Emendas parlamentares
💰 O relatório prevê uma reserva de cerca de R$ 61 bilhões em emendas.
💰 Desse valor, R$ 49,9 bilhões são emendas que ficam sob controle dos parlamentares, incluindo emendas individuais, de bancada e de comissão.
A maior parte é destinada às emendas com execução obrigatória pelo governo (individuais e estaduais). Neste ano, cerca de R$ 37,8 bilhões serão destinados a emendas impositivas (de pagamento obrigatório).
As emendas impositivas são de dois tipos:
individuais (dirigidas a cada senador e deputado): R$ 26,6 bilhões; e
de bancada (destinadas às bancadas estaduais): R$ 11,2 bilhões.
Há ainda reserva para o pagamento das emendas de comissão, que não têm execução obrigatória e dependem de liberação do Planalto.
O montante destinado a essa categoria ficará em R$ 12,1 bilhões. Além disso, o texto prevê R$ 11,1 bilhões como parcelas adicionais, para despesas discricionárias e para projetos selecionados no Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC).
O Congresso Nacional aprovou nesta sexta-feira (19) em votação simbólica o Orçamento de 2026 com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares.
Jornal Nacional/ Reprodução
Impacto das emendas
As emendas parlamentares representam uma parte cada vez mais significativa do Orçamento da União. São recursos que deputados e senadores destinam a seus redutos eleitorais para a realização de obras e projetos.
🔎 As emendas individuais de cada parlamentar e as emendas de bancada (definidas em conjunto pelos parlamentares de cada estado e do DF) são impositivas. Isso significa que o governo é obrigado a executar os recursos naquele ano.
🔎 Já as emendas de comissão não são impositivas. Ou seja: o governo pode bloquear ou até cancelar esses repasses se avaliar que não vai conseguir fechar as contas no fim do ano.
O texto foi aprovado após o Congresso negociar com o governo e chancelar um calendário de pagamento de emendas com os parlamentares no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.
A proposta determina que mais da metade das emendas terá de ser paga pelo governo até o final do primeiro semestre.
A regra vai abranger indicações feitas em duas modalidades de emendas: individuais e de bancadas. Essas categorias têm pagamento obrigatório pelo governo, mas o fluxo de desembolso varia.
O Executivo terá de quitar 65% do total indicado por parlamentares nessas modalidades para as áreas da saúde e da assistência social — que representarão a maior parte dos recursos indicados por deputados e senadores em 2026.
Cortes em programas sociais
O Orçamento aprovado prevê cortes em gastos obrigatórios como despesas previdenciárias e programas, como o Pé de Meia, uma espécie de bolsa para estudantes do Ensino Médio.
No programa Pé de Meia, alunos do Ensino Médio recebem R$ 200 mensais, mais R$ 1 mil a cada ano concluído e um adicional de R$ 200 se prestarem o Enem.
Divulgação/MEC
O relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), também previu um corte de R$6,2 bilhões em despesas com o Regime Geral da Previdência Social. As previsão de despesas saíram de R$1,134 trilhão para R$1,128 trilhão.
Já os investimentos no Pé de Meia caíram R$ 436 milhões em relação à peça Orçamentária de 2025, saindo de R$ 12 bilhões para R$ 11,46 bilhões.
O relator também previu corte de R$ 300.742.335 para o Auxílio Gás, saindo de R$ 5,1 bilhões para R$ 4,73 bilhões, o equivalente a cortar o benefício mensal para 2,7 milhões de pessoas se considerado o valor médio de R$ 110 do benefício.
Investimentos
A proposta determina ainda um piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos. O valor se refere ao piso de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que precisa ser destinado a investimentos, segundo a regra do arcabouço fiscal. O PIB estimado para 2026 corresponde a R$ 13.826,2 bilhões.
Presidente Lula participa de evento do PAC.
Ricardo Stuckert/Secom-PR
🔎 Os investimentos são uma parcela das chamadas "despesas discricionárias" — que o governo não é obrigado a gastar. Ou seja, precisam estar previstos no Orçamento, mas, em caso de aperto financeiro, costumam ser contingenciados.
O governo deve priorizar as obras públicas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que sofrem com restrições de recursos e paralisações.
Números do orçamento
O Orçamento da União para o próximo ano é de R$ 6,5 trilhões, sendo R$ 1,8 trilhão destinados ao refinanciamento da dívida pública.
O limite de despesas para 2026 será de R$ 2,3 trilhões, para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Salários e reajuste
A proposta prevê ainda um aumento das despesas com pessoal e encargos sociais de R$ 12,4 bilhões em relação ao valor do ano passado.
Desse valor, R$ 7,1 bilhões serão para reajustes e demais adicionais remuneratórios e R$ 4,3 bilhões para a criação de novos cargos, funções e gratificações.
"Esse incremento reflete a intenção do Executivo, bem como dos demais Poderes e órgãos, de promover o fortalecimento de carreiras e adotar, políticas de cargos e salários mais compatíveis com suas necessidades institucionais", diz o relatório.
25 marcas de azeite foram proibidas em 2025; veja quais

Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Vinte e cinco marcas de azeite foram banidas ou tiveram lotes proibidos pelo governo federal durante o ano de 2025, em ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura.
Tanto o ministério quanto a agência, que podem atuar em conjunto, mantêm uma lista com marcas e lotes vetados para consumo. Algumas marcas aparecem em ambas as relações.
A proibição mais recente são de lotes das marcas Royal, Godio, La Vitta e Santa Lucia, desclassificadas pelo Ministério da Agricultura em novembro.
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As amostras coletadas apontaram a presença de óleos vegetais de outras espécies na composição, o que caracteriza fraude. Por isso, elas são consideradas impróprias para consumo.
Desde o início de 2024, o governo federal já proibiu lotes e marcas de azeite mais de 70 vezes.
LEIA MAIS:
Brasil tem 11 azeites entre os 100 mais premiados do mundo em 2025
Brasil está entre os 10 países com mais azeites premiados do mundo
Quais os principais motivos para proibir uma marca?
Segundo o governo federal, os principais motivos para proibição de marcas são:
importação e distribuição por empresas sem CNPJ no Brasil;
adulteração/falsificação;
presença de óleos vegetais no produto;
não atendimento às exigências sanitárias para suas instalações;
não atendimento a padrões de rotulagem;
falta de licenciamento junto à autoridade sanitária competente;
incerteza sobre origem ou composição do produto.
O que fazer se encontrar essas marcas no supermercado?
Comercializar os azeites fraudados constitui infração grave e os estabelecimentos que fazem a venda podem ser responsabilizados, informa o Ministério da Agricultura.
Caso a compra já tenha sido realizada, o governo orienta que o consumo seja interrompido imediatamente e que seja solicitada uma substituição, prevista pelo Código de Defesa do Consumidor.
Denúncias sobre a venda desses produtos podem ser registradas no canal oficial Fala.BR.
Leia também: O que fiscais costumam encontrar em frascos de azeites adulterados
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Dicas para comprar um bom azeite
O Ministério da Agricultura sugere desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é verificar se a marca já teve sua venda proibida ou entrou na lista de produtos falsificados.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados
A Anvisa oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo "Produto".
Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado.
Reprodução
➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura
O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se a distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empresa no campo "Estabelecimento".
Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.
Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura.
Reprodução
Azeite
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De onde vem o azeite
Correios: Justiça manda manter 80% dos funcionários trabalhando durante greve

Correios: funcionários fazem paralisação parcial em 9 estados
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou nesta sexta-feira (19) que os sindicatos dos Correios mantenham 80% dos trabalhadores em atividade em cada unidade da empresa. A decisão atendeu a um pedido da estatal, que alegou risco de prejuízo à população.
Parte dos funcionários dos Correios entrou em greve na noite de quarta-feira (16), em meio às negociações sobre salários e condições de trabalho.
O TST também proibiu qualquer bloqueio à circulação de pessoas, encomendas e cartas. Em caso de descumprimento, os sindicatos podem ser multados em R$ 100 mil por dia.
Ao analisar o pedido, a ministra Kátia Magalhães Arruda afirmou que, embora o direito de greve seja garantido por lei, ele tem limites quando envolve serviços públicos essenciais, como os Correios, cuja prestação é responsabilidade do Estado.
Segundo a magistrada, a manutenção da maior parte do efetivo se torna ainda mais necessária com a proximidade do Natal, período de forte aumento na demanda por serviços postais.
Negociação continua
Na decisão, a ministra ressaltou que a greve foi iniciada antes do encerramento das negociações, que seguem em andamento com a mediação do próprio TST.
Segundo o processo, Correios e sindicatos participaram de 19 reuniões e concordaram com a prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2025 enquanto as negociações prosseguiam.
Em audiência realizada em 16 de dezembro, ficou definido que a proposta construída na mediação seria submetida às assembleias da categoria em 23 de dezembro, com previsão de assinatura do novo ACT no dia 26.
Apesar disso, parte dos sindicatos decidiu iniciar a greve. Para a ministra responsável pelo caso, a paralisação compromete a boa-fé nas negociações, já que havia um compromisso explícito de não deflagrar greves enquanto o diálogo estivesse em andamento.
A decisão tem caráter liminar e ainda será analisada de forma definitiva após a apresentação das defesas pelas entidades sindicais.
A ministra também fixou prazo de 30 dias para a complementação da ação, além de determinar a citação dos sindicatos e a comunicação imediata à Procuradoria-Geral do Trabalho.
Em comunicado, os Correios informaram que a paralisação atingiu ao menos nove estados, mas destacaram que a maioria dos sindicatos não aderiu ao movimento. Segundo a empresa, 91% dos funcionários continuam trabalhando normalmente em todo o país.
Crise nos Correios
Em meio a uma crise econômico-financeira sem precedentes, os Correios acumulam mais de 13 trimestres consecutivos de prejuízo.
Em 2023, a estatal registrou prejuízo de R$ 633 milhões, que aumentou para R$ 2,6 bilhões em 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os Correios registraram déficit de R$ 6 bilhões em 2025 e podem encerrar o ano com resultado negativo de R$ 10 bilhões.
Nas últimas semanas, o governo passou a discutir um plano de socorro aos Correios, que pode envolver um aporte direto de recursos à estatal ou a contratação de empréstimos bancários com garantia do Tesouro Nacional.
Nesta quinta-feira (18), o Tesouro Nacional aprovou o pedido de empréstimo com garantias que integra o plano de reestruturação dos Correios, apresentado ao governo federal.
O valor da operação é de R$ 12 bilhões e, caso a estatal não consiga honrar as parcelas, o Tesouro irá cobrir a dívida.
A taxa de juros ficou em 115% do CDI, abaixo do teto de 120% do CDI estabelecido pelo Tesouro. Esse limite havia sido o motivo da rejeição da primeira tentativa de empréstimo, há algumas semanas.
Veja a nota dos Correios na íntegra:
Todas as agências estão abertas e as entregas seguem sendo realizadas em todo o território nacional. Atualmente, cerca de 91% do efetivo da empresa está em atividade. Dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores da estatal, 24 não aderiram ao movimento de paralisação.
A adesão registrada é parcial e localizada, com concentrações em estados como Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para mitigar eventuais impactos operacionais, a empresa adotou medidas contingenciais que garantem a continuidade dos serviços essenciais à população.
Os Correios reafirmam seu compromisso com o diálogo responsável, a sustentabilidade da empresa e a preservação dos empregos. A estatal permanece empenhada na construção de um consenso com as representações dos trabalhadores, sob a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Reprodução/TV Globo
Comissão aprova Orçamento de 2026 com R$ 61 bilhões para emendas parlamentares

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso aprovou nesta sexta-feira (19) o texto do Orçamento da União em 2026. Após ser aprovado na comissão, a proposta segue para votação em sessão conjunta da Câmara e do Senado.
A proposta prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo.
De acordo com o arcabouço fiscal, aprovado em 2023, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual em relação à meta central.
Ou seja: a meta será considerada formalmente cumprida se o governo tiver saldo zero, ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões.
O relatório aprovado prevê ainda a alocação de cerca de R$ 61 bilhões em emendas, sendo R$ 49,9 bilhões para emendas individuais e coletivas apresentadas por parlamentares.
Emendas parlamentares
O relatório prevê uma reserva de cerca de R$ 61 bilhões em emendas. Desse valor, R$ 49,9 bilhões são emendas que ficam sob controle dos parlamentares, incluindo emendas individuais, de bancada e de comissão.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
A maior parte é destinada às emendas com execução obrigatória pelo governo (individuais e estaduais).
Neste ano, cerca de R$ 37,8 bilhões serão destinados a emendas impositivas (de pagamento obrigatório).
As emendas impositivas são de dois tipos:
as individuais (dirigidas a cada senador e deputado): R$ 26,6 bilhões;
e as de bancada (destinadas às bancadas estaduais): R$ 11,2 bilhões.
Há ainda reserva para o pagamento das emendas de comissão, que não têm execução obrigatória e dependem de liberação do Planalto. O montante destinado a essa categoria ficará em R$ 12,1 bilhões.
Além disso, o texto prevê R$ 11,1 bilhões como parcelas adicionais, para despesas discricionárias e para projetos selecionados no Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC). A destinação dos recursos fica a cargo do poder Executivo.
Congresso Nacional
Reprodução
Impacto das emendas
As emendas parlamentares representam uma parte cada vez mais significativa do Orçamento da União. São recursos que deputados e senadores destinam a seus redutos eleitorais para a realização de obras e projetos.
🔎 As emendas individuais de cada parlamentar e as emendas de bancada (definidas em conjunto pelos parlamentares de cada estado e do DF) são impositivas. Isso significa que o governo é obrigado a executar os recursos naquele ano.
🔎 Já as emendas de comissão não são impositivas. Ou seja: o governo pode bloquear ou até cancelar esses repasses se avaliar que não vai conseguir fechar as contas no fim do ano.
O texto foi aprovado após o Congresso negociar com o governo e chancelar um calendário de pagamento de emendas com os parlamentares no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.
A proposta determina que mais da metade das emendas terá de ser paga pelo governo até o final do primeiro semestre.
A regra vai abranger indicações feitas por parlamentares em duas modalidades de emendas: individuais e de bancadas. Essas categorias têm pagamento obrigatório pelo governo, mas o fluxo de desembolso varia.
O Executivo terá de quitar 65% do total indicado por parlamentares nessas modalidades para as áreas da saúde e da assistência social — que representarão a maior parte dos recursos indicados por deputados e senadores em 2026.
Investimentos
A proposta determina ainda um piso mínimo de R$ 83 bilhões para investimentos públicos.
O valor se refere ao piso de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), valor que precisa ser destinado a investimentos, segundo a regra do arcabouço fiscal.
O PIB estimado para 2026 corresponde a R$ 13.826,2 bilhões.
🔎Os investimentos são uma parcela das chamadas "despesas discricionárias" — que o governo não é obrigado a gastar. Ou seja, precisam estar previstos no Orçamento, mas, em caso de aperto financeiro, costumam ser contingenciados.
O governo deve priorizar as obras públicas do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que sofrem com restrições de recursos e paralisações.
Números do orçamento
O Orçamento da União para o próximo ano é de R$ 6,5 trilhões, sendo R$ 1,8 trilhão destinados ao refinanciamento da dívida pública.
O limite de despesas para 2026 será de R$ 2,3 trilhões, para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Salários e reajuste
A proposta prevê ainda um aumento das despesas com pessoal e encargos sociais de R$ 12,4 bilhões em relação ao valor do ano passado.
Desse valor, R$ 7,1 bilhões serão para reajustes e demais adicionais remuneratórios e R$ 4,3 bilhões para a criação de novos cargos, funções e gratificações.
"Esse incremento reflete a intenção do Executivo, bem como dos demais Poderes e órgãos, de promover o fortalecimento de carreiras e adotar, políticas de cargos e salários mais compatíveis com suas necessidades institucionais", diz o relatório.
Diretores do BC se preparam para batalha jurídica contra decisão de liquidar o Banco Master

Diretores do Banco Central se preparam para uma ofensiva jurídica do Banco Master contra o processo de liquidação determinado pelo comando do BC em novembro.
O blog apurou que são esperados depoimentos à Polícia Federal, uma vez que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli autorizou a retomada de diligências sobre o caso na última segunda-feira.
Na quinta, servidores do BC relatavam que o questionamento da instituição não é inédito. A liquidação do Banco Ipiranga, ocorrida em 1978, até hoje é o centro de uma batalha jurídica dos ex-controladores contra o Banco Central.
Diretores do BC já veem, como provável argumento da defesa do Master contra a liquidação, uma última reunião de Daniel Vorcaro, presidente do Master, com o diretor de Fiscalização da autoridade monetária, Ailton Aquino.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Dois dias antes da liquidação, Vorcaro pediu a antecipação de uma reunião com Aquino para falar que tinha uma solução para o Master, que passaria pela Fictor e por um fundo árabe.
Segundo o blog apurou, não era a primeira vez que Vorcaro falava sobre recursos dos Emirados Árabes para salvar o banco – e na reunião não trouxe elementos concretos.
TCU pede explicações
Um despacho do ministro do TCU Jhonatan de Jesus pediu para que o Banco Central explique no prazo de 72 horas como se deu a decisão de liquidar o Banco Master, tomada em novembro deste ano.
A decisão do ministro atende tanto preocupações levantadas pelo Ministério Público junto ao TCU quando a ofício enviado pela liderança da Minoria na Câmara dos Deputados.
Os pontos que o ministro pede para serem esclarecidos são as bases decisórias para a decisão, tomada de forma unânime na diretoria do BC, se houve divergências internas na instituição e um passo a passo das medidas tomadas pelo BC ao longo do processo.
O ministro também pede que os bens do Master sejam mantidos pelo BC enquanto durar o processo.
O BC indicou um liquidante, que tem 6 meses para revisar o balanço do Master.
Sede do Banco Master
Divulgação/Banco Master
Como produzir vinho artesanal

Aprenda como é feito o vinho artesanal
O Globo Rural deste domingo (21) traz duas dicas. Uma delas é sobre como fazer vinho artesanal. A outra é um projeto educacional de uma escola que produz toda a alimentação de alunos e funcionários. Veja abaixo como se inscrever.
Confira as dicas a seguir.
Vinho artesanal
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) disponibiliza um livro que detalha como produzir vinhos artesanais, tanto de forma manual quanto com o uso de máquinas.
O conteúdo aborda desde o cultivo e os cuidados com as uvas até as etapas de fermentação e a medição da qualidade do vinho depois de pronto.
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Do campo ao prato
O programa deste domingo (21) apresenta uma escola paulista que produz toda comida de alunos e funcionários.
O projeto tem duas unidades: uma em São Bernardo do Campo (SP), com alunos da Educação Básica ao Ensino Superior; outra em Santa Rita do Passa Quatro (SP), com alunos do Curso Técnico em Agropecuária. Em ambos os casos, o ensino é gratuito.
Interessados precisam passar por um processo seletivo. Alunos do Brasil inteiro podem se inscrever. Confira nos links abaixo.
Colégio Salvador Arena (São Bernardo do Campo, SP)
Escola Técnica Agropecuária (Santa Rita do Passa Quatro, SP)
Agricultores despejam esterco e lixo em frente à casa de praia de Macron em protesto contra acordo UE-Mercosul

Agricultores despejam pneus e lixo em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
BERNARD BARRON / AFP
Dezenas de agricultores franceses despejaram esterco e outros resíduos em frente à casa de praia do presidente Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (19), em uma manifestação que inclui a oposição ao acordo entre União Europeia e o Mercosul e outras reivindicações.
Um caixão com a frase “Não ao Mercosul” foi colocado em frente à mansão de tijolos vermelhos do presidente e de sua esposa, Brigitte Macron, na cidade litorânea de Le Touquet, no norte da França.
Durante o ato, os manifestantes descarregaram sacos de esterco, pneus, repolhos e galhos perto da casa, que estava sob vigilância policial.
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O protesto ocorre um dia depois da grande manifestação de agricultores europeus contra o acordo, em Bruxelas, que registrou cenas de violência (veja vídeo abaixo).
Agricultores protestam contra acordo entre União Europeia e Mercosul
🔍 O acordo comercial busca reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos (UE e Mercosul). Após os protestos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou a líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo não será assinado neste sábado (20). 👉 ENTENDA: Por que o acordo é alvo de tanta disputa no agro
Mesmo com o adiamento da assinatura para janeiro, os produtores mantiveram o protesto e também criticaram a atuação do governo francês diante de uma doença que atinge o rebanho bovino.
Segundo Benoît Hédin, do sindicato agrícola FDSEA, o protesto desta sexta é "simbólico" e contrário à "política europeia atual".
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Após adiamento, Von der Leyen diz que maioria votará pela aprovação do acordo
Macron diz esperar que adiamento seja suficiente para atender condições da França
Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
JEROME NOEL / AFP
"Estamos retrocedendo", afirmou, ao citar o Mercosul e a reforma da Política Agrícola Comum, programa de apoio aos agricultores da União Europeia que pode ter redução nos benefícios aos produtores no próximo ano.
Os produtos são importados sem qualquer restrição regulatória e competem conosco a preços impossíveis de igualar", lamentou Marc Delaporte, outro agricultor. "Estamos protestando há dois anos e nada muda."
Lixo deixado por agricultores franceses em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
BERNARD BARRON / AFP
Acordo adiado
A Comissão Europeia fechou o acordo em dezembro de 2024 com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A assinatura estava prevista para o sábado (20), durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu.
Agricultores com placa de oposição ao Mercosul em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
JEROME NOEL / AFP
No entanto, a pressão da França, apoiada nos últimos dias pela Itália, forçou o adiamento da assinatura para o próximo mês.
O FNSEA, principal sindicato agrícola da França, considerou o anúncio de ontem "insuficiente".
Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
JEROME NOEL / AFP
"O Mercosul continua sendo um NÃO! Portanto, para dar xeque-mate no Mercosul, vamos nos manter mobilizados", escreveu a entidade nas redes sociais na quinta-feira.
Os agricultores franceses temem o impacto da entrada em larga escala de carne, arroz, mel e soja sul-americanos na Europa. Segundo eles, os produtos do Mercosul seguem regras de produção menos rígidas e, consequentemente, são mais competitivos.
Agricultores despejam pneus e outros itens em frente à casa de praia de Emmanuel Macron, de tijolos vermelhos, em Le Toquet, na França, em 19 de dezembro de 2025
JEROME NOEL / AFP
Democratas pedem a Trump que desista de tarifaço ao Brasil e repudiam tentativas de 'minar a democracia' brasileira

O presidente Donald Trump discursa durante a cerimônia de entrega da Medalha de Defesa da Fronteira Mexicana no Salão Oval da Casa Branca em 15 de dezembro de 2025
AP Photo/Alex Brandon
Democratas do Congresso dos Estados Unidos pediram ao presidente Donald Trump nesta sexta-feira (19) que desista do tarifaço imposto ao Brasil e adote ações que aprofundem as relações com o país.
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O pedido ocorreu em uma carta assinada por 50 congressistas do Partido Democrata, oposição a Trump, endereçada ao presidente americano. O documento é datado de quinta-feira, mas será publicado nesta sexta.
"Em vez de adotar uma política comercial punitiva equivocada e autodestrutiva com o Brasil, pedimos que vocês trabalhem com o país para promover uma agenda comercial que avance o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental e os direitos dos trabalhadores. Acreditamos que o Brasil é um parceiro importante para os Estados Unidos na América Latina e encorajamos vocês a aprofundar a cooperação com o Brasil", afirmaram os democratas na carta.
Os democratas acusaram Trump de fazer "uso indevido e ilegal" da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA) para aplicar as tarifas ao Brasil. Violar a IEEPA pode acarretar penalidades civis e criminais, que variam de multas até prisão, dependendo da gravidade da infração. Apesar disso, o presidente goza de imunidade da Suprema Corte para ações oficiais à frente da Casa Branca.
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Na carta, os políticos também voltaram a criticar os argumentos utilizados pelo governo Trump para aplicar o tarifaço ao Brasil, entre eles a acusação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pela Justiça brasileira. Segundo os democratas, com essa ação, Donald Trump "tentou minar a democracia brasileira".
"Condenamos suas múltiplas e sem precedentes tentativas de minar a democracia no Brasil e seus esforços fracassados para proteger o ex-presidente brasileiro Bolsonaro de ser responsabilizado por tentar um golpe. (...) Suas políticas em relação ao Brasil só prejudicaram a liderança dos EUA na região. (...) As tarifas aceleraram os esforços do Brasil e outros países a se distanciarem dos EUA, e a China rapidamente aproveitou a oportunidade para se colocar como 'defensor' do Sul global", afirmaram.
O tom é similar de outras cartas enviadas pelos democratas a Trump neste ano: em setembro, disseram que o presidente dos EUA utiliza tarifas para "defender colega golpista", em referência a Bolsonaro; e em julho, acusaram o republicano de "claro abuso de poder" com o tarifaço.
Mesmo com a pressão de Trump, Bolsonaro foi condenado pelo STF, em setembro, a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado. Ele está preso na sede da PF em Brasília desde o final de novembro. Em dezembro, o Congresso brasileiro aprovou o PL da Dosimetria, que prevê reduzir drasticamente as penas recebidas pelos golpistas condenados.
Democratas pedem em carta enviada a Trump que o presidente dos EUA desista de tarifaço aplicado ao Brasil e repudiam tentativas de minar a democracia brasileira.
Reprodução
Derrubada parcial do tarifaço e Magnitsky revogada
O governo Lula conseguiu, no final de novembro, a derrubada do tarifaço dos Estados Unidos para alguns produtos brasileiros.
"A derrubada da taxa de 40% imposta pelo governo norte-americano a vários produtos agrícolas brasileiros é uma vitória do diálogo, da diplomacia e do bom senso", afirmou o presidente Lula.
Lula e Trump.
Ricardo Stuckert/PR
A Casa Branca anunciou a retirada da tarifa de 40% para mais de 200 produtos brasileiros, entre eles carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. Eles foram incluídos em uma "lista de exceções" do tarifaço aplicado ao Brasil em agosto.
A decisão é válida para produtos que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, mesma data da reunião entre o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que tratou sobre as tarifas.
Outra vitória para Lula foi a retirada das sanções da Lei Magnitsky ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
ByteDance assina acordo para transferir controle do TikTok nos EUA a nova empresa

TikTok assina acordo para venda nos Estados Unidos, diz agência
A ByteDance, empresa chinesa controladora do TikTok, firmou na quinta-feira (19) acordos vinculativos para transferir o controle das operações do aplicativo nos Estados Unidos para um grupo de investidores. Entre eles está a Oracle, empresa americana de tecnologia.
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A medida representa um avanço para evitar a proibição do aplicativo no país e encerra um período prolongado de incertezas sobre seu futuro no mercado americano.
👉 O TikTok é utilizado regularmente por mais de 170 milhões de pessoas nos Estados Unidos e está no centro de disputas políticas desde agosto de 2020.
Durante o primeiro mandato, o presidente Donald Trump tentou, sem sucesso, barrar o funcionamento do aplicativo, citando preocupações relacionadas à segurança nacional e ao acesso de autoridades chinesas a dados de usuários americanos.
Nova empresa nos EUA
Os valores financeiros envolvidos no acordo não foram divulgados. As informações constam em um memorando interno da operação americana do TikTok, ao qual a Reuters teve acesso.
Segundo o documento, os termos seguem, em grande parte, o que já havia sido sinalizado em setembro. Na ocasião, Trump decidiu adiar até 20 de janeiro a entrada em vigor de uma lei que prevê a proibição do aplicativo caso seus ativos nos EUA não fossem vendidos por seus controladores chineses.
O presidente afirmou ainda que o acordo atende às exigências de desinvestimento previstas na legislação aprovada em 2024.
A operação prevê a criação de uma nova empresa nos EUA, que havia sido avaliada em cerca de US$ 14 bilhões, de acordo com declaração feita em setembro pelo vice-presidente JD Vance. Esse valor ficou abaixo das estimativas de analistas, e a cifra final não foi confirmada no anúncio feito na quinta-feira.
Pelos termos do acordo, investidores americanos e internacionais ficarão com 80,1% da nova empresa, chamada TikTok USDS Joint Venture LLC.
Entre eles estão a Oracle, o fundo de private equity Silver Lake e a MGX, com sede em Abu Dhabi. A ByteDance manterá uma participação minoritária de 19,9%.
Após a divulgação da notícia, as ações da Oracle subiram quase 6% nas negociações pré-mercado desta sexta-feira.
Donald Trump e TikTok
Jornal Nacional e AP.
IBGE: 25 municípios brasileiros representam mais de um terço do PIB do país

25 municípios brasileiros representam mais de um terço do PIB do país
Em 2023, 25 municípios brasileiros responderam por 34,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo a pesquisa PIB dos Municípios 2022-2023, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, pouco mais de duas dezenas de cidades concentraram mais de um terço de toda a riqueza produzida no país no ano passado. Segundo o estudo, a participação no PIB nacional das 27 capitais expandiu de 27,5% para 28,3% no mesmo período.
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O levantamento reúne dados de 5.570 municípios e mostra como a economia brasileira segue altamente concentrada, apesar de sinais de recuperação das capitais após a pandemia.
Entre 2022 e 2023, essas cidades voltaram a ganhar participação no PIB nacional, embora ainda não tenham retornado ao patamar observado antes da crise sanitária, segundo o IBGE.
Confira a lista dos 25 municípios com as maiores participações no PIB nacional.
Capitais dominam a economia brasileira
A estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é vista em frente ao morro do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara.
Felipe Dana/AP
O topo do ranking do PIB municipal é dominado pelas capitais, que mantiveram suas posições desde o início da série histórica do IBGE, em 2002.
As três primeiras posições de maior participação no PIB do Brasil em 2023 são ocupadas por capitais, que mantiveram suas posições históricas na série:
São Paulo (SP) – respondeu por 9,7% do PIB nacional;
Rio de Janeiro (RJ) – com 3,8% de participação;
Brasília (DF) – com 3,3%
Juntas, essas três cidades sozinhas concentram quase 17% de toda a economia do país, segundo o IBGE. Ao todo, 11 capitais estão entre os 25 maiores PIBs municipais. Fora desse grupo, o ranking é dominado pelo Sudeste, com nove municípios paulistas, quatro fluminenses e um mineiro.
Em relação a 2022, houve apenas uma mudança na lista: Betim (MG) entrou no ranking, enquanto Itajaí (SC) ficou de fora.
Em 2002, início da série histórica do IBGE, as capitais respondiam por 36,1% do PIB nacional. Antes da pandemia, em 2019, essa participação havia recuado para 31,4%, confirmando uma leve tendência de desconcentração da atividade econômica.
Com a chegada da pandemia, em 2020, a fatia das capitais caiu ainda mais, para 29,7%, refletindo o forte impacto da Covid-19 sobre atividades presenciais de serviços, setor altamente concentrado nesses municípios.
O ponto mais baixo da série histórica foi registrado em 2022, quando a participação das capitais atingiu 27,5%.
Apesar de uma recuperação parcial em 2023, o nível permaneceu abaixo do observado em 2020, indicando que a perda de peso relativo das capitais ainda não foi totalmente revertida.
PIB per capita e as desigualdades regionais
▶️ Se o PIB total mostra onde a economia é maior, o PIB per capita revela onde a riqueza é mais concentrada por habitante. Segundo a pesquisa do IBGE, os contrastes são ainda mais significativos.
🔎 PIB per capita é a riqueza média gerada por pessoa em um país, estado ou município. Ele é calculado dividindo o PIB total pelo número de habitantes e serve para comparar o nível médio de riqueza entre regiões, mas não indica renda real nem distribuição. Uma cidade pode ter um PIB per capita alto porque abriga uma grande indústria ou atividade como petróleo, por exemplo, mesmo que a maioria dos moradores não receba salários elevados.
Em 2023, o PIB per capita médio do Brasil foi de R$ 53.886,67. No entanto, esse valor fica muito distante da realidade de alguns municípios específicos.
O maior PIB per capita do país foi registrado em Saquarema (RJ), que alcançou R$ 722.441,52 por habitante, um valor mais de 13 vezes superior à média nacional.
Os municípios com os maiores PIBs per capita têm uma característica em comum: atividades econômicas intensivas em capital e com baixa densidade populacional, especialmente ligadas à extração e ao refino de petróleo.
"As atividades extrativas são muito importantes para alguns municípios, a ponto de serem a principal atividade econômica local. Isso acontece apesar de, no perfil nacional, quase 70% da economia estar concentrada no setor de serviços", afirma Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do IBGE.
Ele afirma que, ainda inda assim, há municípios que ficam mais concentrados na indústria justamente por causa da instalação de unidades locais de extração de petróleo e gás ou de minério de ferro. O mesmo ocorre com municípios que sediam usinas hidrelétricas.
"Esses municípios, que abrigam indústrias de capital intensivo, acabam se destacando no recorte de PIB per capita, porque esse indicador combina o valor do PIB com o tamanho da população. Em geral, são cidades com população menor", diz.
Dos seis maiores PIBs per capita do Brasil, todos estão associados a essa atividade. Entre os destaques do ranking aparecem ainda:
São Francisco do Conde (BA) e Maricá (RJ), também impulsionados pelo petróleo;
Paulínia (SP), polo de refino;
Santa Rita do Trivelato (MT), com forte presença da agropecuária, especialmente soja;
Louveira (SP) e Extrema (MG), impulsionadas pela indústria de transformação e pelo comércio.
Já o Norte e Nordeste concentram a maior parte dos municípios com PIB per capita mais baixo, enquanto Centro-Oeste, Sul e Sudeste apresentam os níveis mais elevados, inclusive entre as capitais.
Serviços puxam a economia, enquanto a indústria perde espaço
Entre 2022 e 2023, o setor de Serviços manteve a liderança absoluta na economia brasileira e ampliou sua participação no Valor Adicionado Bruto (VAB), passando de 67% para 67,8%.
💰 Valor Adicionado Bruto (VAB) é a riqueza que cada setor da economia realmente gera. Ele é calculado como o valor da produção menos os custos dos insumos usados (matérias-primas, energia, serviços contratados). Na prática, o VAB mostra quanto cada atividade contribui para o PIB, antes da inclusão de impostos e subsídios.
Segundo o IBGE, o setor de Serviços cresceu tanto em volume quanto em preços, com destaque para:
Atividades financeiras e de seguros;
Outros serviços, que formam o maior subgrupo do setor;
Administração pública, educação e saúde.
A Agropecuária foi o setor que mais cresceu em volume, com alta de 16,3%, embora tenha registrado queda nos preços.
Já a Indústria perdeu participação no período, caindo de 26,3% para 25,4%, pressionada principalmente pela forte queda nos preços das indústrias extrativas, apesar do crescimento em volume.
Cidade de São Paulo
CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
IBGE: cidades de SP e RJ lideram perdas no PIB; veja quem ganhou e quem perdeu em 2023

IBGE: cidades de SP e RJ lideram perdas no PIB
Os municípios dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro registraram as maiores perdas de participação no PIB nacional entre 2022 e 2023, segundo a pesquisa PIB dos Municípios 2022-2023, divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento, que reúne dados de 5.570 municípios, aponta que a cidade Maricá (RJ) liderou a lista, com recuo de 0,3 ponto percentual (p.p.), seguida por Niterói (RJ) e Saquarema (RJ), ambas com queda de 0,2 p.p.
Ilhabela (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ) completam o grupo, com redução de 0,1 p.p. cada.
Segundo o IBGE, esse movimento freou a desconcentração da economia no país: a fatia dos municípios que não são capitais no PIB caiu de 72,5% para 71,7% entre 2022 e 2023, enquanto a participação das capitais subiu de 27,5% para 28,3%.
Quem perdeu participação
Segundo o IBGE, as maiores perdas ficaram concentradas em municípios cuja economia é fortemente dependente da indústria extrativa, especialmente de petróleo e gás. E o principal fator foi a queda dos preços internacionais das commodities em 2023.
Campos dos Goytacazes e Macaé, por exemplo, integram a região Norte Fluminense, cuja principal fonte de riqueza é o setor de energia, com destaque para a produção de petróleo e gás.
Essa atividade é impulsionada especialmente por campos do pré-sal localizados nas bacias de Santos e Campos, uma das mais importantes regiões produtoras de petróleo e gás do Brasil.
No caso da indústria extrativa, a retração de 22,7% nos preços, apesar do crescimento de 9,2% no volume produzido, resultou em perda de participação no Valor Adicionado Bruto (VAB) nacional.
Sete dos 30 municípios com maiores perdas estavam diretamente ligados à extração de petróleo e gás.
💰 Valor Adicionado Bruto (VAB) é a riqueza que cada setor da economia realmente gera. Ele é calculado como o valor da produção menos os custos dos insumos usados (matérias-primas, energia, serviços contratados). Na prática, o VAB mostra quanto cada atividade contribui para o PIB, antes da inclusão de impostos e subsídios.
A lista de perdas também inclui municípios com queda na indústria de transformação (que usa matérias-primas em processos industriais), com quedas em volume, e localidades com forte presença de serviços, ainda que o setor tenha crescido no agregado nacional.
Veja a lista completa:
Quem ganhou participação
Já os maiores ganhos de participação foram registrados, em sua maioria, nas capitais e grandes centros urbanos, revertendo parcialmente a tendência de desconcentração observada nos anos anteriores.
São Paulo (SP) liderou os ganhos, com avanço de 0,36 ponto percentual, passando de 9,4% para 9,7% do PIB nacional.
Em seguida aparecem Brasília (DF) (+0,08 p.p.), Porto Alegre (RS) (+0,06 p.p.), Rio de Janeiro (RJ) (+0,05 p.p.), Belo Horizonte (MG) (+0,05 p.p.) e Manaus (AM) (+0,04 p.p.).
Segundo o IBGE, o principal motor desse avanço foi a recuperação do setor de serviços, fortemente concentrado nas capitais e que voltou a ganhar participação em 2023, após 2022 marcar o ponto mais baixo da série histórica para esses municípios.
Em São Paulo, destacou-se o desempenho das atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. (veja mais aqui)
Confira a lista completa:
Bacia de Campos tem principal base operacional em Macaé (RJ), sendo uma das mais importantes regiões produtoras de petróleo e gás do Brasil
Petrobras
MAPA: veja como sua cidade se posiciona no ranking brasileiro do PIB per capita

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (19) os dados do Produto Interno Bruto dos municípios brasileiros em 2023. O levantamento é uma parceria do instituto com entidades estaduais (órgãos de estatística e secretarias de governo) e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
💰 O PIB per capita é um indicador econômico que representa o Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes de um país, estado ou município. Ele não equivale a distribuição de renda daquele lugar; mas a média da produção econômica por habitante.
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De acordo com os dados, há 4.384 municípios que estão abaixo do PIB per capita do Brasil, que é de R$ 53.886,67. Isso representa 79% das cidades brasileiras.
Confira no mapa o PIB por habitante na sua cidade, e em que posição o município se encontra no ranking de PIB per capita:
Cidades vinculadas ao petróleo estão entre as com maiores PIB per capita
De acordo com o instituto, o ranking de PIBs per capita municipais é liderado por cidades ligadas ao petróleo, com sete integrando o top 10. Segundo Luiz Antonio do Nascimento de Sá, integrante da equipe técnica da pesquisa, "não entrariam na lista se eles não tivessem o peso da atividade de petróleo".
"É curioso observar que para 2023 a gente tem esses municípios do petróleo nas primeiras posições, mesmo em um contexto desfavorável para petróleo. Então esses municípios realmente concentram bastante dessa atividade", aponta o pesquisador.
Entre os 10 maiores PIBs municipais, se destacam cidades do Rio de Janeiro:
Saquarema (RJ): R$ 722.441,52 (envolvida com extração de petróleo);
São Francisco do Conde (BA): R$ 684.319,23 (refino de petróleo);
Maricá (RJ): R$ 679.714,48 (extração de petróleo);
Paulínia (SP): R$ 606.740,73 (refino de petróleo);
Presidente Kennedy (ES): R$ 37.982,68 (extração de petróleo);
Ilhabela (SP): R$ 424.535,26 (extração de petróleo);
Santa Rita do Trivelato (MT): R$ 409.443,67 (commodities agrícolas);
Louveira (SP): R$ 388.732,46 (indústrias de transformação e comércio);
São João da Barra (RJ): R$ 382.417,42 (extração de petróleo);
Extrema (MG): R$ 377.790,63 (indústrias de transformação e comércio);
FPSO Cidade de Saquarema em operação no Campo de Lula, na Bacia de Santos
André Motta / Agência Petrobras
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As informações divulgadas pelo instituto também permitem uma análise temporal do PIB per capita municipal até 2023.
Veja abaixo:
Outros destaques da divulgação do IBGE:
🏙️ Os 25 maiores municípios responderam por 34,2% do PIB do Brasil em 2023;
🌆 A participação das 27 capitais no PIB nacional subiu de 27,5% (2022) para 28,3% (2023);
🧭 Norte e Nordeste concentram os menores PIBs per capita; Centro-Oeste, Sul e Sudeste, os maiores;
🌾 Agropecuária teve maior crescimento em volume (+16,3%), apesar da queda de preços;
🏭 Participação da indústria caiu de 26,3% para 25,4%, pressionada pela queda de preços das indústrias extrativas;
📉 Municípios de São Paulo e Rio de Janeiro lideraram as quedas de participação no PIB entre 2022 e 2023.
Indústria alemã expressa frustração com atraso no acordo UE-Mercosul

Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada
Associações empresariais da Alemanha, maior economia da Europa, manifestaram decepção e frustração com o adiamento da assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul para janeiro.
“O novo adiamento representa um retrocesso para a credibilidade da Europa como ator geoestratégico”, afirmou Tanja Goenner, diretora administrativa da associação industrial BDI.
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Goenner pediu que os Estados membros da UE superem suas resistências e deixem de lado interesses nacionais em favor da competitividade europeia.
A associação da indústria automobilística alemã, VDA, reforçou esse posicionamento.
“Em um momento em que uma economia europeia forte é crucial, a UE envia um sinal de fraqueza”, afirmou a presidente da VDA, Hildegard Mueller.
Ela acrescentou que a UE coloca em risco sua credibilidade como parceira comercial ao não concluir um acordo após mais de duas décadas de negociações.
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Alemanha e Espanha pressionam
O acordo comercial com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, negociado há 25 anos, seria o maior da UE em volume de redução de tarifas.
Alemanha, Espanha e países nórdicos afirmam que o acordo pode impulsionar as exportações, afetadas pela política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e reduzir a dependência da China ao ampliar o acesso a minerais.
Já os críticos, entre eles França e Itália, temem que o acordo com o Mercosul leve à entrada de commodities mais baratas, prejudicando agricultores europeus — milhares dos quais protestaram com tratores em Bruxelas na quinta-feira.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou no início da sexta-feira esperar que um número suficiente de Estados membros da UE apoie o acordo comercial com o Mercosul para viabilizar sua aprovação.
Acordos de livre comércio são considerados instrumentos centrais para diversificar relações econômicas e fortalecer a autonomia estratégica, especialmente diante das tarifas impostas por Trump.
“Enquanto os EUA adotam uma postura cada vez mais protecionista, mercados abertos e regras confiáveis para comércio e investimento se tornam mais importantes do que nunca para as empresas alemãs”, disse Volker Treier, chefe de comércio exterior da Câmara de Comércio Alemã (DIHK).
Segundo Treier, cerca de 85% das exportações europeias para países do Mercosul estão sujeitas a tarifas, o que gera custos adicionais de aproximadamente 4 bilhões de euros (US$ 4,69 bilhões) por ano.
“O novo adiamento do acordo com o Mercosul mostra que a UE não se apresenta como uma referência estável em um momento de turbulência na política comercial”, afirmou Treier.
De acordo com estimativas da associação comercial BGA, um acordo com o Mercosul poderia elevar as exportações da UE em até 39% até 2040.
"Quando a Europa entenderá o que está em jogo aqui?", disse o presidente da BGA, Dirk Jandura. "Este é o momento errado para simbolismo e manobras políticas."
Sede da Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha.
Axel Schmidt/ Reuters
Dólar sobe e fecha a R$ 5,52 com Orçamento 2026, cenário político e dados dos EUA; Ibovespa avança

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar fechou em alta de 0,12% nesta sexta-feira (19), cotado a R$ 5,5289. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,35%, aos 158.473 pontos.
Os investidores voltaram as atenções para a divulgação de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, o cenário político continuou em evidência, de olho nas eleições de 2026. A votação do Orçamento para o ano que vem também mexeu com o humor dos mercados.
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▶️ Nos EUA, as vendas de imóveis usados em novembro ficaram ligeiramente abaixo das expectativas. Já o índice de confiança do consumidor avançou em dezembro, mas permaneceu aquém das projeções dos analistas — sinal de que a confiança segue frágil.
🔎 Ambos os indicadores são relevantes, pois servem como termômetros do ritmo da economia norte-americana. Assim, contribuem para ajustar as expectativas em relação à trajetória da taxa básica de juros.
▶️ Em Brasília, o Congresso Nacional aprovou há pouco o Orçamento de 2026, com reserva de R$ 61 bilhões para emendas parlamentares e previsão de superávit de R$ 34,5 bilhões nas contas do governo no próximo ano. O texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
▶️ Pela manhã, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit de US$ 4,943 bilhões nas transações correntes em novembro, resultado praticamente em linha com o que o mercado esperava. No entanto, em novembro do ano passado, o saldo negativo havia sido menor.
▶️ No campo político, pesquisa AtlasIntel divulgada na véspera mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente nas simulações para a eleição de 2026. O levantamento também indica desempenho de Flávio superior ao do governador paulista Tarcísio de Freitas no primeiro turno.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +2,19%;
Acumulado do mês: +3,63%;
Acumulado do ano: -10,53%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: -1,43%;
Acumulado do mês: -0,38%;
Acumulado do ano: +31,75%.
Investimentos no Brasil
O Brasil recebeu em novembro um volume de investimento estrangeiro direto acima do que o mercado previa. Com isso, o total acumulado no ano já ultrapassou a estimativa do Banco Central para 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.
O investimento direto — recursos aplicados por empresas estrangeiras na economia brasileira, como abertura de fábricas, ampliação de operações ou participação em companhias locais — somou US$ 9,820 bilhões em novembro.
👉 O valor ficou acima dos US$ 6,5 bilhões esperados por analistas consultados pela Reuters e também superou o registrado no mesmo mês de 2024, quando haviam entrado US$ 5,664 bilhões.
De janeiro a novembro, o ingresso desse tipo de capital alcançou US$ 84,164 bilhões, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano passado.
O montante já supera a projeção do Banco Central para o ano inteiro, atualmente em US$ 75 bilhões — estimativa que havia sido revisada na véspera, após inicialmente prever US$ 70 bilhões.
Segundo o BC, a nova projeção equivale a entradas de investimento direto de cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual está próximo da média registrada desde 2021 e levemente abaixo dos 3,7% observados na década anterior à pandemia.
No acumulado de 12 meses até novembro, porém, o investimento direto correspondeu a 3,76% do PIB. Esse volume foi suficiente para cobrir o déficit em conta corrente, que ficou em 3,47% do PIB. A conta corrente reúne todas as transações do país com o exterior, como comércio de bens, serviços, rendas e transferências.
Em novembro, o déficit em transações correntes foi de US$ 4,943 bilhões, resultado alinhado à expectativa do mercado, que apontava para um saldo negativo de US$ 4,95 bilhões. No mesmo mês de 2024, o déficit havia sido de US$ 4,418 bilhões.
Um dos componentes desse resultado foi a conta de renda primária, que inclui remessas de lucros, dividendos e pagamento de juros ao exterior. Em novembro, essa conta apresentou déficit de US$ 6,169 bilhões, maior do que o rombo de US$ 5,796 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.
A balança comercial — diferença entre exportações e importações de bens — teve superávit de US$ 5,119 bilhões em novembro, abaixo do saldo positivo de US$ 6,043 bilhões observado um ano antes.
Já a conta de serviços, que engloba gastos com viagens internacionais, transportes, seguros e serviços contratados no exterior, registrou déficit de US$ 4,454 bilhões, menor do que o resultado negativo de US$ 5,051 bilhões em novembro de 2024.
Agenda econômica
Venda de moradia nos EUA
As vendas de moradias usadas nos EUA cresceram em novembro, mas em ritmo um pouco menor do que o esperado pelo mercado.
Na comparação com outubro, houve alta de 0,5%, o que levou o volume anualizado — cálculo que ajusta os dados para efeitos sazonais, como feriados e variações ao longo do ano — para 4,13 milhões de unidades, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.
Analistas de mercado projetavam um avanço de 0,7%. Já na comparação com novembro do ano passado, as vendas recuaram 1,0%, indicando que o mercado imobiliário ainda enfrenta limitações no curto prazo.
Na avaliação dos analistas de mercado, o aumento das vendas pelo terceiro mês seguido está relacionado à redução das taxas de juros dos financiamentos imobiliários observada nos últimos meses.
👉 Juros mais baixos tendem a facilitar o acesso ao crédito e estimular a compra de imóveis.
Por outro lado, a oferta de imóveis disponíveis para venda começa a perder fôlego. Analistas apontam que o estoque cresce a um ritmo mais lento, já que há poucos imóveis em situação de dificuldade financeira no mercado e os proprietários mantêm níveis elevados de patrimônio imobiliário.
Confiança dos consumidores dos EUA
A confiança dos consumidores nos EUA apresentou melhora em dezembro, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pela Universidade de Michigan.
O índice geral subiu para 52,9, após marcar 51 em novembro. Ainda assim, o resultado ficou abaixo da expectativa de parte do mercado, que projetava 53,5.
O indicador reúne a avaliação das famílias sobre a situação econômica do país e suas perspectivas para os próximos meses. Dentro desse índice, a percepção sobre as condições atuais da economia recuou levemente, passando de 51,1 em novembro para 50,4 em dezembro.
Já o índice de expectativas, que reflete como os consumidores veem o futuro da economia, avançou de 51 para 54,6 no mesmo período.
As expectativas de inflação — ou seja, quanto os consumidores acreditam que os preços vão subir — também apresentaram recuo. Para os próximos 12 meses, a projeção caiu de 4,5% para 4,2%, na quarta queda mensal consecutiva e no menor nível em 11 meses.
Apesar da melhora, essa expectativa segue acima do patamar observado em janeiro, quando estava em 3,3%.
No horizonte de cinco anos, a inflação esperada recuou de 3,4% para 3,2%, voltando ao mesmo nível registrado em janeiro de 2025, de acordo com a Universidade de Michigan.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street avançaram nesta sexta-feira, com as ações de tecnologia ampliando sua recuperação após liquidação nesta semana. Enquanto isso, a Nike foi destaque negativo: as ações derreteram após a empresa reportar fraqueza de vendas na China.
O Dow Jones Industrial Average subiu 0,38%, aos 48.134,89 pontos, o S&P 500 avançou 0,89%, aos 6.834,78 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 1,31%, aos 23.307,62 pontos.
Enquanto isso, as bolsas europeias fecharam em alta, atingindo níveis recordes. O movimento foi impulsionado pelo otimismo dos investidores nos últimos dias de negociação do ano, com destaque para os setores de defesa e bancos.
Ontem, vários bancos centrais divulgaram suas decisões: o Banco da Inglaterra reduziu a taxa básica em 0,25 ponto, enquanto BCE, Norges Bank e Riksbank mantiveram os juros. O BCE também revisou para cima as projeções de crescimento da zona do euro, indicando expansão de até 1,4% em 2025.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,4%, a 587,50 pontos, acumulando alta semanal de 1,7%. Em Londres, o FTSE 100 avançou 0,61%, a 9.897 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 0,37%, a 24.288 pontos; e em Paris, o CAC 40 ficou praticamente estável, com leve alta de 0,01%, a 8.151 pontos.
Em Milão, o Ftse/Mib subiu 0,66%, a 44.757 pontos; Madri registrou alta de 0,22%, a 17.169 pontos; e Lisboa liderou os ganhos, com avanço de 1,03%, a 8.211 pontos.
Já as bolsas asiáticas fecharam em alta, embora tenham encerrado a semana praticamente estáveis.
Investidores mantiveram cautela diante da falta de novos sinais corporativos, enquanto ações de Hong Kong acumularam queda semanal.
O setor de tecnologia ficou no radar após notícias sobre possível liberação de chips avançados da Nvidia para a China, mas os movimentos foram contidos.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,36%, a 3.890 pontos, e o CSI300 avançou 0,34%, a 4.568 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,75%, a 25.690 pontos.
Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1%, a 49.507 pontos. Outros mercados também fecharam positivos: Seul (+0,65%), Taiwan (+0,83%) e Cingapura (+0,18%).
Cotação do dólar mostra menor confiança na economia brasileira devido a gastos e dívidas do governo
Jornal Nacional/ Reprodução
Com privatização no radar, ações da Copasa disparam mais de 100% em 2025; veja 'raio-x' da empresa

Ações da Copasa disparam mais de 100% em 2025
As ações da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) na bolsa de valores brasileira dispararam mais de 100% em 2025. A valorização dos ativos ocorreu em meio ao avanço das discussões sobre a privatização da estatal. Nesta quarta-feira (17), a Assembleia Legislativa do estado aprovou o Projeto de Lei que autoriza a desestatização da empresa.
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Em 2 de janeiro, a Copasa (CSMG3) fechou o pregão cotada a R$ 20,53. Nesta quinta (18), a companhia encerrou o dia a R$ 42,91. No acumulado do ano, houve uma variação positiva de 109% no preço dos papéis.
A estatal registrou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão em 2024 e de R$ 1,07 bilhão até o terceiro trimestre de 2025 (veja raio-x mais abaixo).
Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio das Velhas
Copasa/Divulgação
Projeto para privatização
O governador Romeu Zema (Novo) defende que a privatização é necessária para a modernização da Copasa, a atração de investimentos e o pagamento da dívida do estado com a União, estimada em R$ 180 bilhões.
Com a aprovação do PL pelos deputados mineiros, a ideia é que a empresa seja transformada em uma "corporation" e passe a ter um único "dono", através das seguintes modalidades:
alienação total ou parcial de participação societária que resulte em perda ou transferência do controle acionário do Estado: venda das ações do estado para um comprador privado, geralmente por meio de leilão.
aumento de capital, mediante a subscrição de novas ações, com renúncia ou cessão, total ou parcial, dos direitos de subscrição, para acarretar a perda do controle acionário do Estado: novas ações da empresa são emitidas no mercado e compradas por investidores privados, de forma que a participação do estado "encolhe".
Dessa forma, Minas Gerais, que hoje detém 50,03% das ações, deixaria de controlar a companhia, mantendo uma ação preferencial de classe especial, conhecida como "golden share", com direito a veto nas deliberações sobre:
alteração de denominação e sede da companhia;
alteração nos limites ao exercício do direito de voto atribuído a acionistas ou grupo de acionistas.
O governo, no entanto, ainda não informou de que forma a desestatização será colocada em prática. A proposta aprovada pela Assembleia Legislativa também precisa ser sancionada pelo governador para entrar em vigor.
ALMG aprova projeto de lei que permite privatização da Copasa
Raio-x da empresa
A Copasa está presente em 637 dos 853 municípios mineiros, o que corresponde a 75% do total com abastecimento de água. O número inclui cidades atendidas pela Copanor, subsidiária da companhia responsável pelos serviços de saneamento nas regiões Norte e Nordeste de MG. Do total de municípios, 308 contam também com serviços de esgoto.
A estatal registrou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão em 2024 e, de janeiro a setembro deste ano, de mais de R$ 1,07 bilhão. Atualmente, a empresa tem 9.456 empregados ativos, e a Copanor, 472.
A cobertura de fornecimento de água na área de operação da Copasa fica acima de 99%, meta definida pelo Novo Marco do Saneamento para 2033. Já em relação ao tratamento de esgoto, a cobertura atual é de 78,4% — a meta estabelecida pela legislação até 2033 é de 90%. A companhia diz que, para garantir esse avanço, é preciso investir R$ 16,9 bilhões em obras até 2029.
Balanço do terceiro trimestre
Em novembro, a estatal anunciou os resultados financeiros do terceiro trimestre. Veja os principais dados:
A receita líquida de água, esgoto e resíduos sólidos totalizou R$ 1,84 bilhão — 3,4% superior ao registrado no mesmo período de 2024 (R$ 1,78 bilhão).
Os custos e despesas, sem depreciações e amortizações, totalizaram R$ 1,06 bilhão, contra R$ 1 bilhão no terceiro trimestre de 2024, o que representa uma elevação de 4,6%.
O EBITDA, sigla em inglês para "lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização", foi de R$ 726,9 milhões, em linha com o observado no mesmo período de 2024 (R$ 725,7 milhões). A Margem EBITDA foi de 39,3%, menor que os 40,5% do ano passado.
O lucro líquido no terceiro trimestre deste ano foi de R$ 360,8 milhões, 2,0% inferior ao do 3T24 (R$ 368,3 milhões).
Os investimentos consolidados realizados, de janeiro a setembro de 2025, incluindo as capitalizações, somaram R$ 2 bilhões — montante 26% superior a igual período de 2024.
Em setembro 2025, o número de economias (unidades consumidoras) de água atingiu 5,76 milhões (5,68 milhões em setembro de 2024) e o de esgoto atingiu 4,24 milhões (4,12 milhões em setembro de 2024).
O índice de perdas na distribuição da Copasa foi de 37,3% em setembro de 2025 (contra 38,4% em setembro de 2024).
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Flor do Natal não é realmente flor e é venenosa

Flor do Natal não é realmente flor e é venenosa
Símbolo do Natal no Brasil, a poinsétia é comum em vitrines, mesas e decorações pela casa. Conhecida como “flor do Natal”, ela engana pelo nome e pela aparência: não é uma flor, e o vermelho intenso não vem de pétalas.
A planta, também chamada de bico-de-papagaio, exige alguns cuidados. Ela libera um látex tóxico, que pode causar alergias em pessoas e fazer mal a animais de estimação. Por isso, é importante ter atenção ao manusear e escolher bem o local onde será colocada.
Para atingir a coloração usada na decoração, é preciso dosar a quantidade de luz. O tom vermelho aparece como uma adaptação a dias mais curtos, comuns no inverno do Hemisfério Norte, de onde a planta é originária.
Leia também: Entenda por que a ceia de Natal tem perua e não peru
Não é flor
A poinsétia é da família Euphorbiaceae, a mesma da mandioca e da seringueira. Uma das características desse grupo é que as plantas não têm flores, mas inflorescências — conjuntos de pequenas flores pouco visíveis, explica a bióloga Tays Izydoro, do Jardim Botânico de São Paulo. Veja foto mais abaixo.
São os mesmos tipos de flores que têm no morango. Entenda aqui.
A parte avermelhada também não é feita de folhas comuns, mas brácteas, um tipo de folha modificada. A função delas é proteger as inflorescências. Por isso, quando essas estruturas caem, o mesmo acontece com elas, diz o biólogo Marcus Nadruz, coordenador das coleções vivas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Inflorescência da poinsétia, cercada pelas brácteas.
Foto de Brian Forsyth via pexels
Para adquirir a coloração vermelha, a bico-de-papagaio precisa ficar em local sombreado. Isso acontece porque a planta é nativa do México, onde o Natal ocorre no inverno, com dias mais curtos.
A poinsétia existe também em outras colorações, como verdes e brancas, conta Nadruz.
Poinsétia branca
Foto de Eva Bronzini via pexels
É venenosa
Apesar de bonita, a poinsétia libera um látex, parecido com leite, que é venenoso. Se ingerido, ele causa sintomas semelhantes aos de alergia, como inchaço na boca e na língua, além do risco de fechamento da garganta.
Em pessoas mais sensíveis, o contato com o látex também pode causar coceira e irritação na pele.
Por isso, o ideal é usar luvas sempre que for manusear a planta, evitando o contato direto.
A poinsétia também pode fazer mal aos pets, se for ingerida. Assim como em humanos, pode causar irritação na boca, mas também vômitos, salivação excessiva e diarreia, aponta Izydoro, do Jardim Botânico de São Paulo.
Como virou a flor do Natal?
Segundo Nadruz, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, os mexicanos começaram a usar a poinsétia como decoração de Natal devido à sua coloração vermelha, que, no cristianismo, remete ao sangue de Jesus.
Izydoro explica que a planta foi levada aos Estados Unidos, onde se popularizou. No país, ela passou a ser associada ao Natal porque atinge o tom mais vermelho nessa época, quando é inverno e os dias são mais curtos.
A bico-de-papagaio foi levada aos Estados Unidos por Joel Roberts Poinsett, o primeiro embaixador do país no México. Por isso, ficou conhecida como poinsétia, explica Nadruz.
O nome científico da planta é Euphorbia pulcherrima, que significa “a mais bela Euphorbia”, em latim.
Veja também: Chester e Fiesta: descubra por que os frangos de Natal são maiores
Como cuidar em casa
Para quem incluiu a poinsétia entre a sua decoração de Natal, alguns cuidados podem fazer com que a planta viva para além das festas de fim de ano. Veja a seguir.
Mantenha a planta em local sombreado até que atinja a coloração desejada.
Depois de ficar bem avermelhada, ela pode ser colocada em uma área mais aberta, mas sem contato direto com o sol.
O solo precisa sempre estar úmido. Para saber se é hora de regar, basta tocar a terra: se ainda estiver úmida, não é necessário colocar água.
Mantenha a terra sempre adubada.
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Entenda por que a ceia de Natal tem perua e não peru
Após adiamento, Ursula von der Leyen diz que maioria votará pela aprovação do acordo entre Mercosul e UE

Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, nesta sexta-feira (19), que um número suficiente de Estados-membros da União Europeia apoiará o acordo comercial entre o bloco e o Mercosul para que ele seja aprovado.
Nesta quinta-feira (18), von der Leyen avisou às autoridades que o acordo com o Mercosul não será mais assinado neste sábado (20). A informação foi divulgada pelas agências de notícias AFP e Reuters.
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Após a notícia do adiamento, a presidente da comissão falou a jornalistas.
“Entramos em contato com nossos parceiros do Mercosul e concordamos em adiar ligeiramente a assinatura”, afirmou von der Leyen, acrescentando que estava “confiante” de que há uma maioria suficiente para concluir o acordo, segundo a Reuters.
Segundo fontes, a líder confirmou, em reunião, que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro. Isso levou agentes a recalibrar suas expectativas sobre o futuro do tratado. Mais tarde, nesta sexta, diplomatas informaram à AFP que a assinatura deverá ocorrer no dia 12, no Paraguai.
A Comissão Europeia planejava selar o pacto nesta semana — criando a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao seu setor agrícola.
🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios.
Os debates sobre o texto, negociado há 25 anos, se intensificaram nesta quinta-feira, com o início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que segue até esta sexta (19).
Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão de adiamento.
Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025
Reuters/Yves Herman/File Photo
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Oposição da França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu.
“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.
Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Alemanha e Espanha apoiam acordo
Friedrich Merz, chanceler da Alemanha
AFP via Getty
Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.
“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.
Itália mantém incerteza
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, na chegada ao Rio para o G20
Alex Ferro/G20
Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos.
“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou.
Brasil segue otimista
Lula conversa com jornalistas no Palácio do Planalto
Adriano Machado/Reuters
Pouco antes de a primeira-ministra da Itália se manifestar sobre o acordo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que havia conversado por telefone com Giorgia Meloni.
Segundo Lula, a premiê disse não ser contrária ao tratado, mas relatou enfrentar um “constrangimento político” em razão da pressão de agricultores italianos. Ainda de acordo com o presidente, Meloni afirmou estar confiante de que conseguirá convencer o setor a apoiar o acordo.
“Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula.
Agricultores protestam em Bruxelas
Manifestante atira batata em direção à polícia perto do prédio do Parlamento Europeu em Bruxelas; agricultores protestam contra o acordo entre União Europeia e Mercosul
NICOLAS TUCAT / AFP
Enquanto os governos se reuniam no Conselho Europeu, milhares de agricultores de diferentes países foram a Bruxelas para protestar contra a política agrícola da União Europeia e, em especial, contra o acordo comercial com o Mercosul.
A mobilização reuniu centenas de tratores nas imediações das instituições europeias. Durante o protesto, eles queimaram pneus e lançaram batatas e outros objetos contra a polícia nas proximidades do Parlamento Europeu.
Houve também registro de danos ao prédio Station Europe, localizado na Praça de Luxemburgo, onde uma janela foi quebrada. A polícia interveio para dispersar o ato. Ao menos uma pessoa ficou ferida, segundo informações das autoridades locais.
Como funciona a aprovação e o que está em jogo
A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
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Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou, nesta sexta-feira (19), que ainda é cedo para dizer se o adiamento de um mês na decisão sobre um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul será suficiente para atender às condições estabelecidas pela França. Mas admitiu que espera que seja.
A França tem se oposto a assinatura sem que novas salvaguardas para seus agricultores sejam incluídas. O país é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu.
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“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.
🔍 O acordo comercial tem como objetivo reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Se a proposta for aprovada pelo Conselho Europeu, a assinatura do texto final está prevista para sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
O presidente francês Emmanuel Macron participa de cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, em 18 de dezembro de 2025.
Reuters/Stephanie Lecocq
Assinatura adiada
Nesta quinta (18), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou a líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo com o Mercosul não será assinado neste sábado (20). A informação foi divulgada pelas agências de notícias AFP e Reuters.
Segundo fontes diplomáticas, von der Leyen confirmou, em reunião, que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro, o que levou agentes a recalibrar suas expectativas sobre o futuro do tratado.
A Comissão Europeia planejava selar o pacto nesta semana — criando a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao seu setor agrícola.
Os debates sobre o texto, negociado há 25 anos, se intensificaram nesta quinta-feira, com o início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que segue até esta sexta (19).
🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios.
LEIA MAIS:
Acordo Mercosul-UE: Conselho Europeu se reúne para aprovar ou barrar a negociação de 25 anos
Por que o acordo União Europeia-Mercosul é alvo de tanta disputa no agro?
Dono da 4ª maior rede de supermercados da França ameaça boicotar produtos do Mercosul
Como funciona a aprovação e o que está em jogo
A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
Segunda parcela do 13º: o que fazer se o pagamento não cair na conta

13º salário: veja data de pagamento da segunda parcela
O prazo para o pagamento da segunda parcela do 13º salário para trabalhadores com carteira assinada termina nesta sexta-feira (19).
Também chamado de "gratificação natalina", o 13º pode ser pago em duas parcelas. A primeira já deveria ter sido depositada em novembro.
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A segunda parcela deve ser paga até hoje, considerando que o prazo legal cai em sábado.
⚠️ O pagamento feito em uma única parcela apenas em dezembro é ilegal.
O trabalhador que não recebeu os valores na data limite pode fazer o seguinte:
Procurar o setor de recursos humanos ou financeiro da empresa para notificar o problema e cobrar o depósito dos valores atrasados.
Se não houver acordo, ele pode fazer denúncias pelo site da Secretaria de Inspeção do Trabalho: https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/. O trabalhador deve ter acesso ao sistema “gov.br”, ou seja, ter o login único do governo federal. Ao entrar no site, é preciso inserir o CPF e a senha. Assim, ele terá acesso ao formulário de denúncia trabalhista.
Buscar auxílio no sindicato da sua categoria para formalizar a denúncia.
Fazer uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em último caso, cobrar os valores em uma eventual ação trabalhista.
Penalidades
Caso o empregador não respeite o prazo do pagamento ou não pague o valor devido, poderá ser autuado por um auditor-fiscal do Ministério do Trabalho durante a fiscalização, o que gerará uma multa de R$ 170,25 por empregado, que dobra em caso de reincidência.
Além disso, é preciso verificar se a convenção coletiva da categoria prevê que o valor do 13º atrasado seja pago com correção.
🤔 Mas a empresa pode alegar a crise econômica como desculpa para não pagar o benefício? De acordo com advogados trabalhistas, não há previsão legal para o não pagamento do 13º salário para os trabalhadores.
Base para pagamento é dezembro
O pagamento do 13º salário é feito com base no salário de dezembro, exceto no caso de empregados que recebem salários variáveis, por meio de comissões ou porcentagens — nesse caso, o 13º deve perfazer a média anual dos valores.
O Imposto de Renda e a contribuição ao INSS incidem sobre o 13º salário. Os descontos ocorrem somente na segunda parcela sobre o valor integral do benefício. Já o FGTS é pago tanto na primeira quanto na segunda parcela.
A primeira parte representa metade do salário que o funcionário ganha. Aqueles que pediram o adiantamento do 13º nas férias têm direito apenas à segunda parcela.
Quem tem direito?
Todo trabalhador em regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que atuou por 15 dias ou mais durante o ano e que não tenha sido demitido por justa causa tem direito à gratificação.
Veja a lista abaixo de quem tem direito:
Trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos, conforme garante a Constituição Federal.
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Neste ano, o governo federal antecipou o pagamento para ambos os grupos, que receberam em maio e junho.
Pensionistas.
Trabalhadores rurais.
Trabalhadores avulsos (que prestam serviços sem vínculo empregatício e com a intermediação de um sindicato).
Trabalhadores domésticos.
No caso de estagiários, como não são regidos pela CLT e nem são considerados empregados, a lei 11.788/08, que regula esse tipo de trabalho, não obriga o pagamento de 13º salário.
Pagamento do 13º feito em uma única parcela apenas em dezembro é ilegal
Reprodução
13º salário, PLR, recesso e férias coletivas: veja quais são os direitos e benefícios no fim de ano

13º salário: datas de pagamento, valores e quem tem direito
Com a chegada do fim de ano, além das festas em família e com os amigos, também começam as expectativas pelos benefícios tradicionalmente pagos nesse período para os trabalhadores.
O mais aguardado é o 13º salário, único direito obrigatório pela legislação. Quando não é pago dentro do prazo previsto, o atraso pode gerar multas às empresas por trabalhador prejudicado.
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Já outros benefícios comuns, como recesso, férias coletivas e PLR (Participação nos Lucros e Resultados), são opcionais e dependem exclusivamente da decisão da empresa.
O g1 ouviu advogados trabalhistas para explicar o que é obrigatório, o que é facultativo e quais são os direitos dos trabalhadores nesta época do ano.
Entenda cada um deles abaixo, por tópicos.
13º salário
PLR
Recesso
Férias Coletivas
🤑 13º salário
Todo trabalhador contratado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que atuou por 15 dias ou mais durante o ano e que não tenha sido demitido por justa causa tem direito ao 13º salário. (entenda as regras)
Também conhecido como "gratificação natalina" e "salário extra", o acréscimo anual pode ser pago em parcela única ou dividido em até duas prestações.
Os funcionários têm até o dia 30 de novembro para receber a parcela única ou a primeira parcela, conforme a lei criada em 1962. Mas, como este ano essa data cai em um domingo, os depósitos serão feitos nesta sexta-feira (28), garantindo que todos recebam o valor dentro do prazo legal.
Em muitos casos, os empregadores já disponibilizaram o demonstrativo de pagamento para consulta desta parcela do benefício, e quando ele será pago.
Em caso de parcelamento, a segunda deve cair na conta até o dia 20 de dezembro. Caso o último dia do prazo caia no domingo ou em um feriado, o pagamento tem que ser antecipado.
O empregador não precisa efetuar o pagamento no mesmo dia para todos os funcionários, mas tem que respeitar o prazo exigido para cada parcela.
Veja o resumo de como os pagamentos podem ser feitos:
Em parcela única até 30 de novembro;
Junto com as férias, desde que solicitado previamente ao empregador;
Parcelado em até duas vezes, sendo que a primeiro até até 30 de novembro e a segunda até o dia 20 de dezembro.
O pagamento feito em uma única parcela em dezembro é ilegal.
O valor do benefício é proporcional aos meses trabalhados durante o ano. Ou seja: o 13º salário integral só é pago para quem trabalha há pelo menos um ano na mesma empresa. (entenda como é feito o cálculo)
O atraso ou não pagamento do benefício pode gerar multa para a empresa. “Nesses casos, o trabalhador pode acionar a Justiça do Trabalho”, explica a advogada trabalhista Djulia Portugal.
O 13º salário é o único obrigatório em lei; os demais são decididos pelas empresas.
Sandro Menezes/Assecom Governo do RN/Divulgação
💸 Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
Diferentemente do 13º salário, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não é um benefício obrigatório. Por mais que esteja previsto na CLT, a empresa pode optar ou não pelo pagamento.
Caso decida pagar, as regras são estabelecidas em acordo ou convenção coletiva entre empresa, empregado ou sindicato da categoria. O pagamento só pode ser feito para os funcionários com registro em carteira.
Os critérios utilizados para pagar o PLR variam de empresa para empresa, podendo ser resultado de uma distribuição equitativa dos lucros ou um pagamento diferenciado, levando em conta os salários brutos dos trabalhadores, ou um percentual dele. Pode levar em conta também as metas atingidas pela equipe e o lucro da empresa.
Segundo Djulia Portugal, todos os funcionários com carteira assinada têm direito, inclusive os trabalhadores temporários ou em período de experiência. Porém, não existe um padrão estabelecido por lei sobre cálculo ou forma de pagamento.
“É comum que o pagamento seja feito nos primeiros meses do ano. É importante ressaltar que o valor pode ser dividido em no máximo duas parcelas”, completa a advogada.
Em caso de saída do funcionário da empresa, a PLR deverá ser paga de forma proporcional aos meses trabalhados, uma vez que o ex-empregado contribuiu para os resultados.
🏖️ Recesso
O recesso é um período de folga concedido pelas empresas aos funcionários, que normalmente coincide na semana de Natal e Ano Novo. O recesso também não está previsto em lei.
Por mais que não seja uma obrigação do empregador, essa é uma prática muito comum no mercado de trabalho em alguns setores por conta do período mais calmo das atividades no final de ano.
No caso do recesso, as regras devem ser estabelecidas em acordo ou convenção coletiva entre empresa, empregado ou sindicato da categoria. De acordo com a advogada trabalhista Renata Azi, geralmente é feito apenas um acordo interno.
“Normalmente, o recesso não é descontado do salário, pois ele é uma decisão da empresa”, completa a especialista.
Os dias de descanso não podem ser descontados das férias do trabalhador, muito menos do banco de horas. O empregador também não pode pedir compensação do recesso com acréscimo na carga horária de trabalho.
Além disso, não há descontos ou adicionais no salário durante o período. “Se houver algum acordo diferente, isso deve ser combinado com o sindicato, por meio de negociação coletiva”, afirma a advogada.
😎 Férias Coletivas
As férias coletivas são concedidas simultaneamente a todos os colaboradores ou de um determinado setor da empresa, em até dois períodos anuais, desde que não sejam inferiores a 10 dias, nem ultrapassem 30 dias.
Essa modalidade não é obrigatória, mas está prevista no artigo 139 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com regras específicas e diferentes das férias individuais.
A empresa pode conceder as férias coletivas em um determinado período, e o saldo restante pode ser concedido através de férias individuais ao longo do ano. Porém, a empresa deve comunicar a adesão ao Ministério do Trabalho e ao sindicato da categoria com pelo menos 15 dias de antecedência.
Além disso, o patrão deve comunicar os empregados com até 15 dias de antecedência. A comunicação deve ser feita por escrito, através de comunicados internos, e-mails ou avisos em quadros de comunicação da empresa.
É importante a empresa destacar as datas de início e término das férias e quais os setores ou departamentos da empresa serão atingidos. As regras também podem ser estabelecidas por meio de convenções ou acordos coletivos.
Caso isso não aconteça, o empregador pode determinar seguindo o que está na CLT. “O funcionário recebe o salário referente aos dias de férias, mais um terço adicional, assim como ocorre nas férias individuais”, explica a advogada trabalhista Renata Azi.
Os trabalhadores, por sua vez, não podem se recusar a participar das férias coletivas. Caso já tenha agendado férias individuais em outras datas, pode, inclusive, ter suas férias alteradas para coincidir com as férias coletivas.
Empregados com menos de 12 meses de contrato também podem participar das férias coletivas, recebendo férias proporcionais. Para eles, um novo período aquisitivo começa após as férias.
Mega-Sena, concurso 2.953: prêmio acumula e vai a R$ 62 milhões

G1 | Loterias - Mega-Sena 2953
O sorteio do concurso 2.953 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (18), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 62 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 05 - 10 - 24 - 25 - 47 - 54
5 acertos - 61 apostas ganhadoras: R$ 33.795,16
4 acertos - 4.925 apostas ganhadoras: R$ 689,96
O próximo sorteio da Mega será no sábado (20).
Mega-Sena, concurso 2.953
Reprodução/Caixa
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Tesouro aprova empréstimo para Correios de R$ 12 bilhões com garantias da União

JN tem acesso a documentos que mostram que direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro
Jornal Nacional/ Reprodução
O Tesouro Nacional aprovou o pedido de empréstimo com garantias que faz parte do plano de reestruturação dos Correios, apresentado ao governo federal.
O valor da operação é de R$ 12 bilhões e, caso a estatal não consiga pagar as parcelas, o Tesouro irá cobrir a dívida – ou seja, o empréstimo tem garantia do Tesouro.
A taxa de juros ficou em 115% do CDI – abaixo do teto de 120% do CDI, estabelecido pelo Tesouro. Esse valor máximo foi o motivo da rejeição da primeira tentativa de empréstimo há algumas semanas.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Em nota, o Tesouro Nacional reforçou que os juros estão dentro do limite e que a operação “atendeu aos requisitos para análise de capacidade de pagamento para empresas estatais com plano de reequilíbrio aprovado pelas instâncias competentes".
Agora, segue o Tesouro, "as minutas contratuais serão negociadas entre as partes envolvidas, sob supervisão da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e do Tesouro Nacional. "
A nota informou ainda que a proposta aprovara representa uma economia de R$ 5 bilhões em juros aos Correios na comparação com a operação que chegou a ser negada pelo Tesouro.
Entrada da Caixa
A taxa caiu depois que a Caixa Econômica Federal entrou na operação. A instituição financeira faz parte do pool de bancos que fizeram a proposta aprovada pelo Tesouro.
São elas:
Banco do Brasil
Bradesco
Itaú
Santander
Caixa
Nesta semana, o ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, já havia confirmado que a proposta seria de R$ 12 bilhões e que a ideia era avaliar o plano de reestruturação da estatal até sexta-feira (19).
Em café com jornalistas nesta quinta-feira, o ministro disse que será necessário que os Correios se reestruturem por meio de parcerias com empresas públicas e privadas para se manter no mercado.
Correios precisam de parcerias para se reestruturar; Caixa está interessada, diz Haddad

Direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (18) que será necessário que os Correios se reestruturem por meio de parcerias com empresas públicas e privadas para se manter no mercado.
👉🏽 Haddad afirmou que a Caixa Econômica Federal está interessada em desenvolver negócios em parceria com a estatal, podendo englobar a oferta de serviços financeiros (como, por exemplo, seguros e previdência) nos postos dos Correios.
O ministro também confirmou que o Tesouro Nacional define na sexta-feira (19) a concessão de um aval (garantia) a um empréstimo bancário de R$ 12 bilhões aos Correios, que passam por forte crise e aumento do rombo financeiro.
O órgão avisou que não daria garantia em empréstimos com juros acima de 120% do CDI.
💰 O prejuízo da estatal em 2023 foi de R$ 633 milhões, passou para R$ 2,6 bilhões em 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os Correios registraram déficit de R$ 6 bilhões em 2025 e pode fechar com resultado negativo de R$ 10 bilhões. Haddad disse que só recebeu a "radiografia correta" da situação dos Correios da nova diretoria.
"Quando você olha para o mundo desenvolvido, mesmo nos países mais liberais, os serviços postais são estatais. Pois tem de garantir a universalização. Empresas privadas pegam o file mignon. Precisa reconhecer que é um tipo de serviço que não se paga. Em função disso, maioria das empresas agrega outros serviços", disse Haddad a jornalistas.
JN tem acesso a documentos que mostram que direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro
Jornal Nacional/ Reprodução
Segundo ele, a chamada "capilaridade" dos Correios, ou seja, sua forte presença nos municípios de todo o país, tem despertado a atenção de empresas, como a Caixa Econômica Federal.
"O presidente [Lula] disse que, enquanto for presidente não privatiza, mas que está aberto a parcerias. Correios vão explorar vários caminhos, entre elas possibilidade de parceria com empresas públicas ou privadas", acrescentou Haddad.
Perguntado se os Correios podem se tornar uma empresa de economia mista, ou seja, vender parte de sua composição societária ao setor privado, Haddad afirmou que as possibilidades estão abertas para os correios se reestruturarem de buscarem as parcerias necessárias.
"Pode ser de várias formas, mas vejo como promissor o caminho de uma parceria, inclusive estatal. Até a Caixa está estudando porque a capilaridade dos Correios interessa", concluiu o ministro.
Lula nega privatização
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou qualquer possibilidade de privatização dos Correios, apesar da crise que a estatal enfrenta, mas afirmou que a empresa pode passar a ter um modelo de gestão de economia mista, como a Petrobras, em que o governo detém o controle da companhia, mas ações são negociadas em bolsa.
"Enquanto eu for presidente não vai ter privatização. Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência não vai ter privatização dessas empresas, pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter", destacou.
O petista avaliou que as dificuldades financeiras da empresa podem ser resultado de uma "gestão equivocada". Lula deu a declaração durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
Nas últimas semanas, o governo passou a discutir um plano de socorro aos Correios, que poderia envolver um aporte (transferência direta de recursos) para a estatal ou empréstimo de bancos com garantia do Tesouro (seguro caso Correios não paguem a dívida).
Lula lamentou a crise financeira da empresa, considerando a importância dos Correios para o país.
"Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo. Trocamos o presidente dos Correios, chamamos a ministra Esther e Rui, colocamos alguém com muita expertise e responsabilidade e vamos tomar medidas que tivermos que tomar, mudar todos os cargos que tivermos que mudar e colocar pessoa com competência", disse o petista.
Haddad diz que sai da Fazenda até fevereiro de olho na campanha de Lula e admite 'ajustes' no arcabouço fiscal

Haddad prepara saída da Fazenda em fevereiro; ministro resiste a lançar candidatura
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (18) que deseja deixar o comando do Ministério da Fazenda para colaborar com a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à reeleição em 2026.
As declarações foram dadas durante café de final de ano com jornalistas.
"Manifestei o desejo de colaborar com a campanha do presidente Lula, e isso é incompatível com ser ministro da Fazenda. Conversei com o presidente que, se meu pleito for atendido, uma troca de comando aqui seria importante. Como não tem descompatibilização, nesses termos vou conversar com ele em janeiro. Se puder colaborar com a campanha, eu vou", disse Haddad.
Ele afirmou que deve ficar no cargo, no mais tardar, até fevereiro de 2026, pois a pasta precisará de um novo comando para os ajustes no orçamento do ano que vem, assim como a proposta da LDO de 2027 (que tem de ser finalizada até abril).
Haddad não citou quem será seu sucessor, mas afirmou ter confiança nos secretários — indicando que o número 2, Dario Durigan, pode herdar o cargo.
Segundo Haddad, Lula disse que vai respeitar a decisão que ele tomar.
"Eu disse a ele [Lula] que não tinha intenção de concorrer às eleições em 2026. E a resposta dele foi essa, que vai respeitar a minha decisão. Está tendo muita especulação", acrescentou o ministro.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Ricardo Stuckert/PR
Questionado por jornalistas, ele afirmou que ainda está cedo para dizer qual vai ser o "mote" da campanha de 2026, mas admitiu que o debate em torno da jornada 6 por 1 por entrar na pauta. "Se pode vir a ser tema de campanha, vamos ver como forças políticas vão ser manifestar", afirmou.
"Existe um debate no Congresso sobre a escala 6 por 1. O presidente é simpático à tese, e deixou claro que não entende que isso seja uma iniciativa do Executivo. Tem que ser um pleito da sociedade, com os empresários. Há muitos setores em que a jornada já é 40 horas. Tem uma ou outra atividade que ainda não", disse o ministro Haddad.
O ministro da Fazenda defendeu a continuidade das reformas de gastos públicos, por meio de cortes de despesas, algo defendido pelo mercado financeiro. Segundo ele, isso ajudará a evitar a desorganização das contas públicas.
"Eu acredito que vamos ter que fazer reformas. Para melhorar a sustentabilidade dos gastos públicos. Não acredito que o juro chegou a 15% [ao ano] por causa do fiscal [alta de gastos], foi a 'desancoragem' do ano passado que foi grande no debate público sobre o Imposto de Renda", disse o ministro.
Por fim, Haddad admitiu que podem ser necessários "ajustes nos parâmetros" do arcabouço fiscal, ou seja, da regra para as contas públicas aprovadas em 2023. Atualmente, as despesas não podem crescer mais de 70% da alta das receitas, e o crescimento está limitado a 2,5% ao ano (acima da inflação). São estes os "parâmetros" a que o ministro se refere.
"A arquitetura do arcabouço, eu manteria. Pode discutir os parâmetros do arcabouço, vou apertar mais, apertar menos. Mudar de 70% para 60%, para 80%. De 2,5% [de alta real por ano] para 2%, para 3%. Acho que é uma coisa que vai acontecer. Mas a arquitetura é muito boa", disse o ministro.
Ele afirmou ainda ser contra fixar um teto para a dívida pública, proposta que está em análise no Congresso Nacional. "Não considero caminho exequível", concluiu.
Barter Fácil: produtor rural pode comprar veículos Volkswagen com pagamento em grãos

Solução promete transformar a forma como o produtor adquire os veículos para o dia a dia no campo.
Volkswagen/Divulgação
A nova era do barter já começou, ampliando as possibilidades de negócio para o produtor rural que utiliza a produção como moeda de troca. O mesmo modelo de operação que já facilitava a aquisição de produtos e serviços, agora permite comprar veículos com pagamento em grãos, avanço viabilizado pela parceria inédita entre Volkswagen e Grão Direto.
A negociação acontece via Barter Fácil, maior plataforma de comercialização digital de grãos da América Latina. Integrada ao Clicou Fechou, sistema da Grão Direto que fornece preços atualizados de grãos e derivados (como farelo, óleo e casquinha de soja), a ferramenta possibilita a avaliação em tempo real de variáveis de troca.
Com negociações mais precisas e vantajosas, a solução promete transformar a forma como o produtor adquire os veículos para o dia a dia no campo.
Ganhos para todos os envolvidos
A ferramenta, que já vinha transformando a forma de fazer barter no campo, amplia o suporte ao produtor, enquanto a Volkswagen passa a oferecer nova possibilidade de compra, alinhada ao ciclo da safra, com agilidade e segurança.
“Estamos levando a negociação de barter a um novo patamar. A tecnologia permite decisões rápidas e seguras, trazendo ganhos para todos os envolvidos”, completa José Carlos Mazetto, líder de vendas e soluções corporativas da Grão Direto.
Inicialmente, o projeto será implantado em cinco concessionárias-piloto: Fancar Toledo (PR), Trescinco (Cuiabá/MT), Norpave (Londrina/PR), Santa Emília e Itacua (ambas em Ribeirão Preto/SP), com planos de expansão para todo o Brasil.
Acesse o site da Volkswagen do Brasil para conferir os modelos agro e aproveite a parceria com a Grão Direto para trocar sua produção por um Volkswagen 0km. Confiança e robustez que valem mais.
Mesa Diretora da Câmara tem assinaturas e deve cassar mandatos de Eduardo Bolsonaro e Ramagem nesta quinta
A direção da Câmara reuniu assinaturas suficientes e deve publicar ainda nesta quinta-feira (18) a cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). A informação é do deputado Carlos Veras (PT-PE), primeiro-secretário da Câmara. "Só esta aguardando a publicação. Já foi feito [o ofício]. Já tem as assinaturas suficientes, não tem como barrar não. É só aguardar a publicação", afirmou Veras. Relator dos casos, Veras apresentou parecer pelas cassações de Ramagem e Eduardo. Secretários e suplentes da Mesa, então, votaram. Quando quatro votos pela perda dos mandatos foram alcançados, as cassações foram dadas como certas. Em uma rede social, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, disse que recebeu, às 16h40 desta quinta, uma ligação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicando sobre a decisão, de ofício, da Mesa Diretora de cassar os mandatos de Eduardo e Ramagem. A cassação de Eduardo Bolsonaro se dará por excesso de faltas. A medida não torna Eduardo inelegível — o que poderá ocorrer caso o Supremo Tribunal Federal (STF) condene o deputado. Ele é réu em um processo na Corte acusado de tentar coagir autoridades sobre o julgamento do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (veja mais abaixo). A perda do mandato deve ser declarada com base em uma regra da Constituição que proíbe deputados e senadores de faltar a mais de 1/3 das sessões deliberativas do ano. Eleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro mora nos Estados Unidos desde o início deste ano. Ele tem afirmado que a mudança ocorreu para evitar uma suposta perseguição política e jurídica no Brasil. Eduardo tentou exercer o mandato à distância e driblar o registro de ausências na Câmara. Não teve sucesso. A perda do mandato, no entanto, depende de decisão da Mesa, que ainda depende de publicação. Alexandre Ramagem A publicação da perda do mandato de Ramagem atenderá a uma sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o deputado do PL à perda do mandato e a 16 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ramagem deixou o Brasil antes da conclusão do julgamento da trama golpista no Supremo. Segundo a Polícia Federal, o ex-deputado foi para os Estados Unidos na segunda semana de setembro. O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência é considerado foragido, e o Ministério da Justiça deve dar início ao pedido de extradição. *Esta reportagem está em atualização
Diretor de Fiscalização do BC adia férias à espera de depoimento à Polícia Federal

Toffoli autoriza retomada das investigações do caso Banco Master
A perspectiva de um depoimento à Polícia Federal (PF) dentro das investigações do banco Master fez o diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil (BC), Ailton Aquino, cancelar férias nas próximas semanas.
Aquino tem dito a pessoas próximas que aguarda ser chamado o quando antes e, por isso, ficará em Brasília até ser ouvido pela PF.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli autorizou, na última segunda-feira (15), novas diligências no caso e deu 30 dias para a PF ouvir investigados e envolvidos nas apurações.
Além de Aquino, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se prepara para trazer mais informações no caso, se chamado durante a investigação.
Nesta quinta-feira (18), ele falou a jornalistas, durante entrevista no Banco Central, sobre o tema.
“Do ponto de vista do Master, como eu já comentei e pela experiencia de outros casos, sabia que esse caso tinha de ser gabarito. Para que se sustente no caso. Eu estou à disposição do Supremo para oferecer todos dados, já oferecidos ao Ministério Público, Polícia Federal. Todas as trocas de mensagens, tudo isso está documentado. Estamos à disposição do Supremo, eu estou à disposição do Supremo”, disse o presidente do BC.
Conselho Monetário Nacional já havia tomado medidas para coibir modelo de negócios do Banco Master
Jornal Nacional/ Reprodução
O blog apurou que há um temor dentro do BC a respeito dos ataques jurídicos que virão do Master sobre a decisão de liquidação do banco, anunciada em 18 de novembro.
A liquidação foi aprovada por unanimidade pelos diretores do BC, mas o foco dos ataques do Master irá se concentrar contra a diretoria de Fiscalização, sob a batuta de Aquino.
O blog já contou que nas mais de uma dezena de reuniões de Vorcaro com diretores do BC, todas registradas em agenda oficial, ele chegou a lamentar que para capitalizar o banco estava vendendo bens, como um avião e um apartamento.
Quem conversa com diretores do BC é lembrado que há casos de liquidação de bancos há mais de quatro décadas e que até hoje correm processos de ex-controladores contra gestores da instituição.
Um exemplo citado é o do Banco Ipiranga de Investimentos, que quebrou em 1978 e que está em um processo de liquidação extrajudicial que se arrasta há décadas e uma disputa bilionária na qual o BC é acusado por antigos controladores de intervenção ilegal.
Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada, dizem agências

Assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia é adiada
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou a líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo com o Mercosul não será assinado neste sábado (20). A informação foi divulgada pelas agências de notícias AFP e Reuters.
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Segundo fontes diplomáticas, von der Leyen confirmou, em reunião, que a conclusão do acordo foi adiada para janeiro, o que levou agentes a recalibrar suas expectativas sobre o futuro do tratado.
A Comissão Europeia planejava selar o pacto nesta semana — criando a maior zona de livre comércio do mundo. O plano, no entanto, mudou após a Itália se alinhar à França para exigir um adiamento e buscar maior proteção ao seu setor agrícola. (leia mais abaixo)
🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios.
Os debates sobre o texto, negociado há 25 anos, se intensificaram nesta quinta-feira, com o início da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, que segue até esta sexta (19).
Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão.
Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025
Reuters/Yves Herman/File Photo
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Oposição da França
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem a inclusão de novas salvaguardas para os agricultores franceses. A França é hoje o principal foco de resistência ao tratado dentro do bloco europeu.
“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.
Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Alemanha e Espanha apoiam acordo
Merz disse que Alemanha um dos países 'mais bonitos do mundo' e nenhum jornalista queria ficar em Belém
AFP via Getty
Enquanto a França mantém resistência, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.
“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.
Itália mantém incerteza
Georgia Meloni, primeira-ministra da Itália, na chegada ao Rio para o G20
Alex Ferro/G20
Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos.
“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou.
Brasil segue otimista
Lula conversa com jornalistas no Palácio do Planalto
Adriano Machado/Reuters
Pouco antes de a primeira-ministra da Itália se manifestar sobre o acordo, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informou que havia conversado por telefone com Giorgia Meloni.
Segundo Lula, a premiê disse não ser contrária ao tratado, mas relatou enfrentar um “constrangimento político” em razão da pressão de agricultores italianos. Ainda de acordo com o presidente, Meloni afirmou estar confiante de que conseguirá convencer o setor a apoiar o acordo.
“Se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo”, afirmou Lula.
Agricultores protestam em Bruxelas
Manifestante atira batata em direção à polícia perto do prédio do Parlamento Europeu em Bruxelas; agricultores protestam protesto contra o acordo entre União Europeia e Mercosul
NICOLAS TUCAT / AFP
Enquanto os governos se reuniam no Conselho Europeu, milhares de agricultores de diferentes países foram a Bruxelas para protestar contra a política agrícola da União Europeia e, em especial, contra o acordo comercial com o Mercosul.
A mobilização reuniu centenas de tratores nas imediações das instituições europeias. Durante o protesto, eles queimaram pneus e lançaram batatas e outros objetos contra a polícia nas proximidades do Parlamento Europeu.
Houve também registro de danos ao prédio Station Europe, localizado na Praça de Luxemburgo, onde uma janela foi quebrada. A polícia interveio para dispersar o ato. Ao menos uma pessoa ficou ferida, segundo informações das autoridades locais.
Como funciona a aprovação e o que está em jogo
A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.
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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quinta-feira (18) que o país pode apoiar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, desde que sejam atendidas as preocupações levantadas pelos agricultores italianos.
“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, disse Meloni em comunicado.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que Meloni lhe disse ser favorável ao acordo com o Mercosul, mas ressaltou a necessidade de tempo para construir apoio político interno entre os produtores rurais italianos.
Segundo Lula, ela afirmou não ser contrária ao acordo, mas disse enfrentar um “constrangimento político” devido à pressão dos agricultores italianos.
"E ela então me pediu, se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo. Eu disse para ela que vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul e vou propor aos companheiros decidir o que querem fazer."
As declarações ocorrem enquanto os governos dos países da UE se reúnem no Conselho Europeu para deliberar sobre a aprovação do texto.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem novas salvaguardas para seus agricultores. Por outro lado, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado.
🔍 O acordo comercial tem como objetivo reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Se aprovado pelo Conselho Europeu, o texto final deve ser assinado no sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
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Acordo visto como uma ameaça
Agricultores europeus — sobretudo os franceses — veem o acordo com o Mercosul como um risco, por considerar que produtores da América Latina seguem regras ambientais menos rigorosas.
A França obteve da Comissão Europeia garantias de salvaguardas para os setores mais sensíveis. Para os produtores, porém, essas barreiras são insuficientes.
Nesta terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou uma série de medidas de proteção e criou um mecanismo para monitorar o impacto do acordo em produtos sensíveis, como carne bovina, aves e açúcar.
Os trechos abrem espaço para a aplicação de tarifas caso haja desestabilização do mercado no bloco.
Os eurodeputados querem que a Comissão Europeia intervenha se o preço de um produto latino-americano ficar ao menos 5% abaixo do valor da mesma mercadoria na UE e se o volume de importações isentas de tarifas aumentar mais de 5%.
Apesar das salvaguardas, a França deve manter a oposição. Paris pediu o adiamento da assinatura do acordo, que a União Europeia pretende concluir no sábado (20), no Brasil.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Resta saber se a Itália, que apresentou sinais contraditórios nos últimos meses, se alinhará à Comissão ou à posição francesa.
Se o acordo avançar no Conselho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve viajar ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo. O tratado foi concluído há um ano, após mais de duas décadas de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Lula se reuniu neste domingo (17) com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni
Eraldo Peres/AP
Lula diz que premiê da Itália pediu tempo para aprovar acordo UE-Mercosul

Premiê da Itália, Georgia Meloni, pediu mais tempo para acordo UR-Mercosul, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que telefonou nesta quinta-feira (18) para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que lhe pediu tempo para convencer os agricultores italianos e viabilizar a aprovação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
Segundo Lula, Meloni afirmou não ser contrária ao acordo, mas disse enfrentar um “constrangimento político” devido à pressão dos agricultores italianos.
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“Ainda assim, [ela] afirmou estar confiante de que conseguirá convencê-los a aceitar o tratado”, declarou o presidente em entrevista coletiva em Brasília.
"E ela então me pediu, se a gente tiver paciência de uma semana, de dez dias, de no máximo um mês, a Itália estará junto com o acordo. Eu disse para ela que vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul e vou propor aos companheiros decidir o que querem fazer."
A declaração ocorre enquanto os governos dos países da UE se reúnem no Conselho Europeu para deliberar sobre a aprovação do texto.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem novas salvaguardas para seus agricultores. Por outro lado, o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado.
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem novas salvaguardas para seus agricultores. Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam que o bloco avance no acordo firmado.
🔍 O acordo comercial tem como objetivo reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Se a proposta for aprovada pelo Conselho Europeu, a assinatura do texto final está prevista para sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
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Lula durante entrevista no Palácio no Planalto em 18 de dezembro de 2025
Adriano Machado/Reuters
Acordo visto como uma ameaça
Agricultores europeus — sobretudo os franceses — veem o acordo com o Mercosul como um risco, por considerar que produtores da América Latina seguem regras ambientais menos rigorosas.
A França obteve da Comissão Europeia garantias de salvaguardas para os setores mais sensíveis. Para os produtores, porém, essas barreiras são insuficientes.
Nesta terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou uma série de medidas de proteção e criou um mecanismo para monitorar o impacto do acordo em produtos sensíveis, como carne bovina, aves e açúcar.
Os trechos abrem espaço para a aplicação de tarifas caso haja desestabilização do mercado no bloco.
Os eurodeputados querem que a Comissão Europeia intervenha se o preço de um produto latino-americano ficar ao menos 5% abaixo do valor da mesma mercadoria na UE e se o volume de importações isentas de tarifas aumentar mais de 5%.
Apesar das salvaguardas, a França deve manter a oposição. Paris pediu o adiamento da assinatura do acordo, que a União Europeia pretende concluir no sábado (20), no Brasil.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Resta saber se a Itália, que apresentou sinais contraditórios nos últimos meses, se alinhará à Comissão ou à posição francesa.
Se o acordo avançar no Conselho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve viajar ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo. O tratado foi concluído há um ano, após mais de duas décadas de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Lula sobre crise dos Correios: 'Não tenho interesse em ter uma estatal levando prejuízo'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou qualquer possibilidade de privatização dos Correios, apesar da crise que a estatal enfrenta. O petista avaliou que as dificuldades financeiras da empresa podem ser resultado de uma "gestão equivocada".
"Enquanto eu for presidente não vai ter privatização. Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência não vai ter privatização dessas empresas, pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter", destacou.
Lula deu a declaração durante um café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
O prejuízo da estatal em 2023 foi de R$ 633 milhões, passou para R$ 2,6 bilhões em 2024. No acumulado de janeiro a setembro, os Correios registraram déficit de R$ 6 bilhões em 2025 e pode fechar com resultado negativo de R$ 10 bilhões.
Nas últimas semanas, o governo passou a discutir um plano de socorro aos Correios, que poderia envolver um aporte (transferência direta de recursos) para a estatal ou empréstimo de bancos com garantia do Tesouro (seguro caso Correios não paguem a dívida).
JN tem acesso a documentos que mostram que direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro
Jornal Nacional/ Reprodução
Lula lamentou a crise financeira da empresa, considerando a importância dos Correios para o país.
"Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo. Trocamos o presidente dos Correios, chamamos a ministra Esther e Rui, colocamos alguém com muita expertise e responsabilidade e vamos tomar medidas que tivermos que tomar, mudar todos os cargos que tivermos que mudar e colocar pessoa com competência", disse o petista.
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Prejuízo bilionário
O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, afirmou nesta terça-feira (16) que a proposta de empréstimo aos Correios já está sob análise da equipe econômica e pode chegar a R$ 12 bilhões. Segundo ele, o ministério deve concluir a avaliação do plano de reestruturação da estatal até sexta-feira (19).
“Já enviou. Já tá aqui, já enviou com plano de reestruturação. Nós estamos ultimando a análise do Tesouro para verificar a consistência do projeto e encaminhar”, disse Haddad.
De acordo com o ministro, além da proposta dos Correios, houve negociação com um pool de bancos interessados em participar do financiamento, respeitando as regras fiscais e sem romper o teto de de juros estabelecido pelo Tesouro. O órgão avisou que não daria garantia em empréstimos com juros acima de 120% do CDI..
“Também fizemos uma negociação com o pool de bancos que estariam dispostos a entrar no financiamento dentro das regras estabelecidas, pré-estabelecidas, sem romper o teto”, explicou.
Haddad não detalhou a taxa de juros do empréstimo, mas afirmou que os parâmetros já foram definidos pela Fazenda, pois o Tesouro limitou a 120% do CDI.
A estatal apresentou em novembro um plano de reestruturação mais robusto, com previsão de demissão voluntária de 15 mil funcionários; venda de imóveis e empréstimo de R$ 20 bilhões.
A expectativa é que a proposta mais recente de empréstimo de bancos seja aprovada ainda neste semana para viabilizar o pagamento de funcionários e fornecedores dos Correios. O valor do empréstimo deve ser menor que o previsto inicialmente – e ficar em R$ 12 bilhões.
Dois diretores do BC indicados por Bolsonaro deixam cargo no fim de 2025, quando acabam seus mandatos, confirma Galípolo
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, confirmou nesta quinta-feira (18) que os diretores de Organização do Sistema Financeiro, Renato Gomes, e de Política Econômica, Diogo Guillen, deixam seus cargos no fim do ano — quando terminam seus mandatos. Estes são os últimos integrantes da atual diretoria que foram indicados pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Com a autonomia do Banco Central, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em 2021, o presidente e os diretores da instituição são indicados pelo presidente da República para mandatos de quatro anos, não podendo ser substituídos antes do prazo. A atual diretoria do Banco Central já conta com maioria de integrantes indicada pela atual gestão petista desde o início deste ano. Até então, as críticas às decisões sobre a taxa de juros por parte do presidente Lula, principalmente ao ex-chefe da instituição, Roberto Campos Neto, eram mais agressivas. Mas até hoje integrantes do governo criticam o Banco Central. "A gente tentou mostrar que essa é uma instituição que tem uma fortaleza institucional, e que a forma como o Copom se comporta tem mais a ver com o arcabouço institucional [missão de perseguir as metas de inflação] do que com qualquer outra coisa", disse Galípolo a jornalistas. Menos diretores no próximo Copom Depois da indicação do presidente Lula, os futuros nomes para a diretoria do BC ainda têm de ser sabatinados e aprovados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. O plenário da Casa também precisa dar seu aval. Considerando que os futuros diretores ainda não foram indicados pelo presidente Lula, e que o Congresso estará de recesso no início de 2026, a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que fixa os juros básicos do país e que está marcada para o fim de janeiro, deverá contar com sete dos nove diretores do BC. O presidente Gabriel Galípolo informou nesta quinta que os diretores Gilneu Vivan, de Regulação, e Paulo Picchetti, de Assuntos Internacionais, acumularão funções até que os novos diretores assumam os cargos. Questionado por jornalistas, o presidente Gabriel Galípolo não quis fazer comentários sobre as indicações dos futuros diretores do Banco Central. "Tenho por orientação não entrar na prerrogativa do presidente [Lula, responsável por indicar os nomes]. Perfil, quando, o presidente vai comunicar isso. Não cabe ao BC falar sobre prerrogativa do presidente. Mesmo que a gente participe [do debate], quem vai falar sobre isso é o presidente", informou Galípolo.
Lamento de Vorcaro sobre venda de imóvel chamou a atenção de diretores do BC em reunião
Daniel Vorcaro, dono do banco Master, teve mais de uma dezena de reuniões com diretores do Banco Central ao longo de 2025, mas o lamento dele, em um dos encontros, chamou a atenção das autoridades responsáveis por tentar resolver os problemas de solvência do Master.
Em uma reunião presencial, Vorcaro reclamou ao diretor de fiscalização, Ailton Aquino, que teve que vender seu apartamento “sem nem dar tempo de retirar as roupas da sua filha”, tamanha a pressão do BC para ele injetar recursos no Master.
Ao longo dos últimos meses, em especial com a negativa da compra de parte do Master pelo BRB, Vorcaro foi obrigado a vender ativos pessoais e do Master para fazer frente a demandas de liquidez exigidas pelo BC e pelo Fundo Garantidor de Crédito.
Ele se queixou, em pelo menos uma reunião, que já havia vendido a casa de Trancoso e um avião. As reclamações eram vistas como uma forma de dizer que estava criando soluções para tirar o Master da crise.
Daniel Vorcaro
Reprodução
Diretor da Aneel descarta possibilidade de intervenção na Enel SP e diz que agência analisa intimação

Ministério formaliza à Aneel abertura de processo que pode romper com contrato da Enel
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, afirmou que agência analisa, neste momento, o chamado termo de intimação, que, se confirmado, pode levar à uma recomendação de caducidade (cassação) do contrato da Enel SP.
"A possibilidade que está sendo avaliada até então é a confirmação ou não do TI (termo de intimação), em direção à recomendação de caducidade", disse Sandoval a jornalistas nesta manhã, em Brasília.
Ao ser questionado se o termo de intimação poderia levar também ao processo de intervenção, Sandoval esclareceu que, no momento, não. "Neste momento, as instruções técnicas e a relatoria, elas não avaliam esta possibilidade", declarou.
🔎A intervenção é uma das possibilidades previstas na legislação brasileira em casos de descumprimento do serviço de distribuição de energia. Outras medidas incluem multas e a caducidade do contrato.
🔎O processo de intervenção é feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME) que, por intermédio da Aneel que nomeia interventores (pessoas especializadas no tema) para assumir a direção da empresa.
Bairros de São Paulo tem falta de luz pelo terceiro dia seguido devido ao vendaval que atingiu a cidade. Na foto funcionários da Enel trabalhando na Rua Eça de Queiroz, na Vila Mariana, nesta sexta feira (12).
Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Em outubro do ano passado, a Aneel instaurou um processo para apurar se houve, por parte da Enel, descumprimento do plano de contingência assumido pela distribuidora e reincidência no atendimento insatisfatório aos consumidores em situações de emergência.
A depender do resultado do processo, o contrato de concessão da Enel pode ser encerrado.
Leia também: Ministério formaliza à Aneel abertura de processo que pode levar encerrar contrato da Enel em São Paulo.
Pedido do presidente
Na semana passada, um vendaval histórico atingiu São Paulo, levando a quedas de árvores, cancelamentos de voos e desligamento de semáforos na capital e na região metropolitana.
Na quarta-feira (10), auge do apagão, mais de 2,2 milhões de clientes ficaram sem luz.
Nesta segunda-feira (15), cinco dias após apagão, a Enel informou que o fornecimento de energia normalizou na Grande São Paulo. No entanto, 53 mil imóveis ainda sem energia elétrica — esse número é próximo da média em dias normais, segundo a Enel SP.
A interrupção prolongada ocasionou um caos generalizado na cidade e já está sendo analisada dentro do termo de intimação. Segundo Sandoval, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou para que apuração seja o mais rápida possível.
"Eu queria destacar a urgência e a necessidade dessas ações decorrem da gravidade e da solicitação para rápida solução para o caso e um comando direto do presidente da República feito ao Ministério de Minas e Energia e todas as suas instituições envolvidas no caso", complementou.
Ampliação na fiscalização
O diretor-geral da Aneel também informou que assinou nesta quinta-feira uma portaria que autoriza o envio de servidores especializados em fiscalização para São Paulo. O objetivo é reforçar o monitoramento.
Governo autoriza IBGE a contratar mais de 39 mil temporários para novos censos; veja distribuição

Governo autoriza IBGE a contratar mais de 39 mil temporários para novos censos
O governo federal autorizou a contratação temporária de 39,1 mil pessoas para atuar em dois grandes levantamentos conduzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola 2025 e do Censo da População em Situação de Rua.
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A autorização foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (17), por meio de uma portaria conjunta dos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e do Planejamento e Orçamento.
Segundo o texto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) poderá contratar profissionais por tempo determinado para atender a uma necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme previsto em lei.
De acordo com a portaria, as pessoas selecionadas atuarão em diversas funções, com quantitativos já definidos. A maior parte das vagas é para o cargo de recenseador, responsável pela coleta de dados, com 27.330 oportunidades.
Ao todo, são 39.108 vagas, distribuídas da seguinte forma:
As despesas com as contratações correrão à conta do orçamento do próprio IBGE, classificadas como “Outras Despesas Correntes”, e dependerão de declaração de adequação orçamentária e financeira.
O recrutamento dependerá de aprovação prévia em processo seletivo simplificado, que deverá ter ampla divulgação. O IBGE tem prazo de até seis meses para publicar o edital de abertura das inscrições, e as remunerações serão definidas pelo próprio instituto, conforme a legislação vigente.
A portaria é assinada pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e entrou em vigor na data de sua publicação.
O último concurso do IBGE foi em 2023, quando o governo federal autorizou o instituto a realizar concurso para contratar 8.141 funcionários temporários para a elaboração de pesquisas.
Além disso, no ano passado o IBGE também ofertou 895 oportunidades no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).
Atualmente, o IBGE mantém outro processo seletivo temporário em andamento, com 9.580 vagas para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade.
IBGE
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Concurso do IBGE com mais de 9 mil vagas tem edital publicado; veja detalhes
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Protesto de agricultores contra acordo UE-Mercosul tem pneus queimados e confronto com a polícia em Bruxelas; veja imagens

Agricultores protestam contra acordo entre UE e Mercosul
Milhares de agricultores europeus foram a Bruxelas nesta quinta-feira (18), com centenas de tratores, para protestar contra a política agrícola da União Europeia e, particularmente, contra o acordo comercial com o Mercosul.
Imagens das agências Reuters e France Presse mostram os manifestantes queimando uma pilha de pneus e atirando batatas e objetos na polícia ao lado do Parlamento Europeu, na cidade belga.
Outros manifestantes quebraram uma janela do prédio Station Europe, que fica na Praça de Luxemburgo. A polícia reprimiu a manifestação, que registrou pelo menos um ferido.
Os protestos ocorreram enquanto os líderes dos 27 países realizam sua última cúpula deste ano na capital belga. O encontro é considerado decisivo para uma eventual assinatura do acordo, que tem oposição liderada pela França e apoio de Itália, Hungria e Polônia.
🔍 O acordo comercial busca reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos (UE e Mercosul). Após os protestos, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, informou a líderes do bloco nesta quinta-feira (18) que o acordo não será assinado neste sábado (20). ENTENDA: Por que o acordo é alvo de tanta disputa no agro
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Manifestante atira pneu em fogo durante protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
REUTERS/Yves Herman
Os produtores rurais afirmam que o tratado prejudica setores agrícolas da Europa, principalmente os de carne bovina, aves, açúcar e soja.
Os líderes da UE vão debater se a Europa deve assinar o acordo com o bloco de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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Violência nos protestos
Homem aparece ferido na cabeça durante protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
REUTERS/Yves Herman
O protesto se tornou violento, com alguns manifestantes arremessando pedras e batatas contra a polícia e quebrando janelas. A polícia belga respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água, segundo a Reuters.
Em um determinado momento, um trator foi dirigido contra uma linha de policiais da tropa de choque, embora aparentemente não tenha atingido ninguém. Alguns também atacaram jornalistas.
A polícia de Bruxelas disse que havia autorizado um protesto com até 50 tratores, mas contaram mais de 1.000, a maioria com placas locais. As autoridades estimaram o número de manifestantes em 7.000.
Confronto entre policiais e manifestantes durante protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
REUTERS/Yves Herman
Manifestante em frente a pneus queimados durante protesto contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
REUTERS/Yves Herman
Redução de subsídios
Além da oposição ao acordo com o Mercosul, os produtores também estão protestando contra uma eventual redução de subsídios financeiros à agricultura do bloco, tema que está sendo debatido na Comissão Europeia.
Protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
NICOLAS TUCAT / AFP
"A União Europeia está propondo uma redução de mais de 20% no orçamento para a próxima PAC (Política Agrícola Comum, para o período 2028-2034), enquanto continua a ratificar o acordo comercial com o Mercosul. Isso é totalmente inaceitável", protestou a Federação Valona de Agricultura (FWA), segundo a agência RFI.
A entidade belga está presente na marcha ao lado de dezenas de outros sindicatos filiados à Copa-Cogeca, o principal lobby agrícola europeu.
Manifestante quebra janela em prédio em Bruxelas durante protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul, em 18 de dezembro de 2025
REUTERS/Yves Herman
A FNSEA, principal sindicato agrícola francês, disse que participaria com "mais de 10 mil agricultores". Eles querem "exigir escolhas claras dos chefes de Estado e da Comissão Europeia para o futuro da agricultura europeia".
Insatisfação no campo
Manifestante atira batata em direção à polícia perto do prédio do Parlamento Europeu em Bruxelas; agricultores protestam protesto contra o acordo entre União Europeia e Mercosul
NICOLAS TUCAT / AFP
Os agricultores europeus alegam que os países sul-americanos são não cumprem com as mesmas normas ambientais e sociais às quais eles próprios estão sujeitos.
"A Comissão [Europeia] está propondo a implementação de mecanismos de controle, mas não temos muita confiança neles", observou Hugues Falys, do sindicato de agricultores belgas Fugea, durante uma manifestação na quarta-feira no aeroporto de Liège.
Pneus queimados durante protesto de agricultores contra o acordo entre União Europeia e Mercosul em Bruxelas, em 18 de dezembro
REUTERS/Yves Herman
"A revolta nas áreas rurais está atingindo níveis sem precedentes", declarou a Confédération Paysanne, o terceiro maior sindicato de agricultores da França.
Na França, o surto de dermatose nodular contagiosa (DNC) intensificou ainda mais o descontentamento. A gestão da epidemia pelas autoridades, que inclui abate em massa de gado, por precaução, é fortemente criticada pelos agricultores.
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Arte g1
Alemanha e Espanha pressionam UE para avançar com acordo com Mercosul

Presidente da França afirma que acordo comercial entre UE e Mercosul não pode ser assinado
Enquanto a França mantém resistência, Alemanha e Espanha pressionam a União Europeia a avançar com o acordo de livre comércio com o Mercosul.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, defenderam nesta quinta-feira (18), na cúpula da UE em Bruxelas, que o bloco avance no acordo firmado politicamente no ano passado com Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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Em negociação há cerca de 25 anos, o tratado entrou em uma semana decisiva para sua ratificação. Para seus defensores, o acordo é estratégico em um cenário de tensões comerciais globais.
Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.
“Este acordo é o primeiro de muitos que precisam acontecer para que a Europa ganhe peso geoeconômico e geopolítico em um momento em que esse papel está sendo questionado por adversários claros, como Putin, ou até mesmo por aliados tradicionais”, afirmou Sánchez.
Na mesma linha, Merz disse que a credibilidade da política comercial europeia está em jogo.
“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.
Merz disse que Alemanha um dos países 'mais bonitos do mundo' e nenhum jornalista queria ficar em Belém
AFP via Getty
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França reforça resistência ao acordo
Ainda nesta quinta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o país não apoiará o acordo comercial sem novas salvaguardas para seus agricultores.
"Quero dizer aos nossos agricultores, que manifestam claramente a posição francesa desde o início: consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado", declarou Macron à imprensa antes de uma reunião de cúpula da UE.
Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou uma série de medidas de proteção e criou um mecanismo para monitorar o impacto do acordo em produtos sensíveis, como carne bovina, aves e açúcar.
Javier Milei, Luis Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Luiz Inacio Lula da Silva e Santiago Pena durante cúpula do Mercosul, no qual o acordo com a União Europeia foi fechado
Mariana Greif/Reuters
O que está em jogo no Conselho Europeu?
Com a aprovação das salvaguardas pelo Parlamento Europeu, o processo avança agora para o Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
“França e Polônia seguem abertamente contrárias ao tratado, enquanto Bélgica e Áustria demonstram desconforto. Se a Itália mantiver uma posição favorável, o acordo fica praticamente assegurado dentro da União Europeia”, afirma José Pimenta, diretor de Comércio Internacional na BMJ Consultores Associados.
Nesse contexto, a Itália, com cerca de 59 milhões de habitantes, tornou-se o fiel da balança. Uma eventual rejeição italiana, somada à oposição francesa e polonesa, seria suficiente para barrar o acordo, ao concentrar mais de 35% da população do bloco — percentual capaz de impedir a formação da maioria qualificada exigida no Conselho Europeu.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
Leonardo Munhoz, pesquisador do Centro de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), reforça que o tratado abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
Segundo ele, diversos setores econômicos europeus, como indústria de manufatura, indústria de transformação e alta tecnologia, serviços e até segmentos do próprio agronegócio, têm se mostrado favoráveis ao tratado.
“Países como Alemanha, Espanha e Portugal estão entre os principais defensores da ratificação, por avaliarem que o tratado traz ganhos econômicos importantes e contribui para a diversificação das relações comerciais da UE”, destaca Munhoz.
Kia Sportage recebe cinco estrelas em teste de segurança do Latin NCAP

Veja o teste de segurança do Kia Sportage 2026
O Kia Sportage recebeu cinco estrelas no teste de segurança do Latin NCAP, informou o instituto nesta quinta-feira (18). As notas variam de zero a cinco estrelas e este é um avanço notável para o SUV, que em 2021 reprovou na mesma avaliação.
Segundo o Latin NCAP, o Sportage avaliado neste teste é produzido em partes separadas do mundo, entre Eslováquia, Coreia do Sul e Estados Unidos.
O modelo vendido no Brasil é fabricado na Eslováquia e, para o instituto, o SUV médio apresentou os seguintes níveis de proteção:
90% de proteção para adultos;
92% para crianças;
71% para pedestres;
98% de proteção com sistemas de assistência à segurança.
O Sportage evoluiu consideravelmente em segurança desde 2021, quando foi reprovado no teste do Latin NCAP com zero estrela. Naquele ano, o SUV contava com apenas dois airbags e, quatro anos depois, passou a oferecer seis de série, além de incluir itens importantes como:
Kia Sportage em crash test
divulgação/Latin NCAP
Controle eletrônico de estabilidade;
Aviso de uso dos cintos de segurança traseiros;
Ancoragens do tipo i-Size;
Possibilidade de desativar o airbag do passageiro para a instalação de cadeirinha;
Sistema de freio automático de emergência;
Piloto automático adaptativo que avalia e respeita a distância do carro a frente;
Sistema de permanência em faixa;
Sensor para detectar veículo em um ponto cego.
“Parabéns à Kia por alcançar seu quarto modelo cinco estrelas em menos de dois anos. Esta é uma mudança notável na política da empresa, liderando a região com o mais alto padrão de segurança para os consumidores", comentou Alejandro Furas, secretário geral do Latin NCAP.
Nos testes, foram destacadas as boas proteções para cabeça e parte inferior das pernas de motorista e passageiro em impactos frontais e laterais. Já os pontos considerados mais frágeis foram as proteções para as coxas do motorista em impactos frontais, além do tórax em impactos laterais.
Teste de segurança com o Kia Sportage
divulgação/Latin NCAP
No teste com um boneco que representa uma criança de três anos, instalado de costas, em uma cadeirinha com Isofix e pé de apoio, o Latin NCAP observou que o veículo conseguiu evitar a exposição da cabeça em um impacto frontal.
No caso do boneco que representa uma criança de um ano e meio, o resultado foi o mesmo. Já no impacto lateral, a proteção para ambos foi máxima.
Como é o Kia Sportage
Kia Sportage 2026
Atualmente, o Kia Sportage é vendido no Brasil em versão única, equipada com sistema híbrido leve de 48 volts, ao preço de R$ 267.190.
O modelo passou recentemente por uma atualização visual, que deixou o carro mais moderno e alinhado ao estilo de outros veículos da marca. A principal mudança em relação à versão anterior está na iluminação frontal em LED, agora com desenho mais vertical.
Em termos de dimensões, o SUV tem 4,54 metros de comprimento. Já o motor 1.6 turbo a gasolina utiliza uma bateria de 0,44 kW para ajudar a reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes.
Pelo conjunto que oferece, o modelo concorre no mercado brasileiro com:
Jeep Compass;
Volkswagen Taos;
GWM Haval H6 HEV2;
Chevrolet Equinox.
Ibovespa fecha em alta com inflação menor nos EUA e política no Brasil; dólar fecha estável

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 0,38% nesta quinta-feira (18), aos 157.923 pontos. O dólar fechou quase estável, subindo 0,01% e cotado a R$ 5,5225.
▶️ Nos EUA, o destaque foi o índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro, que subiu 2,7% em 12 meses, abaixo da meta do Fed e das estimativas de 3,1%. Também foram divulgados os pedidos semanais de auxílio-desemprego, que somaram 224 mil solicitações, em linha com as projeções.
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▶️ No Brasil, a agenda começou cedo com a divulgação do Relatório de Política Monetária do Banco Central, referente ao quarto trimestre. O documento detalha a avaliação da autoridade sobre inflação, atividade econômica e riscos à frente.
▶️ O presidente do BC, Gabriel Galípolo, concedeu entrevista coletiva para comentar o relatório e disse que a decisão sobre a Selic em janeiro ainda está em avaliação e um corte não está 100% descartado. Além disso, ele confirmou que dois diretores indicados por Bolsonaro deixam cargo no fim de 2025.
▶️ Na política, o mercado tem avaliado que se há condições de consolidação de Flávio Bolsonaro como principal nome da direita e possível enfraquecimento da candidatura de Tarcísio de Freitas, visto como favorito entre investidores.
🔎 Agentes do mercado acreditam que a manutenção do governo atual tornaria mais difícil realizar ajustes robustos nas contas públicas, o que impacta negativamente o Ibovespa e o câmbio.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +2,07%;
Acumulado do mês: +3,51%;
Acumulado do ano: -10,63%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: -1,77%;
Acumulado do mês: -0,72%;
Acumulado do ano: +31,29%.
Relatório de Política Monetária
O Banco Central (BC) revisou para cima sua estimativa de crescimento da economia brasileira em 2025, elevando a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2% para 2,3%.
🔎 O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e funciona como o principal termômetro da atividade econômica.
A revisão consta no Relatório de Política Monetária do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (18). Como base de comparação, em 2024 a economia brasileira cresceu 3,4%, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desempenho bem superior ao agora projetado para os próximos anos.
Para 2026, ano de eleições presidenciais, o BC também fez um pequeno ajuste na estimativa de crescimento, elevando a projeção de 1,5% para 1,6%.
Ainda assim, se esse cenário se confirmar, o ritmo de expansão será o mais fraco desde 2020, quando a economia encolheu 3,3% em razão da pandemia de Covid-19.
Segundo o Banco Central, esse desempenho mais moderado reflete uma combinação de fatores.
Entre eles estão a expectativa de manutenção de uma política monetária restritiva — ou seja, juros elevados —, o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção (como mão de obra e capacidade instalada das empresas), a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso do setor agropecuário observado em 2025.
O BC também considera os efeitos de medidas recentes que podem estimular o consumo, como a isenção ou descontos no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para as faixas iniciais de renda.
A projeção de desaceleração do crescimento ocorre em um ambiente de juros elevados, adotados como forma de conter as pressões inflacionárias. Atualmente, a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em 15% ao ano — o patamar mais alto em quase duas décadas.
Agenda econômica
Índice de preços ao consumidor nos EUA
A inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado até novembro, mas essa melhora tende a ser pontual e não elimina as dificuldades enfrentadas pelas famílias americanas para lidar com o custo de vida.
Segundo o Escritório de Estatísticas do Trabalho, ligado ao Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 2,7% no acumulado de 12 meses até novembro.
O resultado ficou abaixo da projeção de 3,1% feita por economistas ouvidos pela Reuters. Em setembro, a inflação anual estava em 3,0%.
👉 O CPI mede a variação média de preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias e é um dos principais termômetros usados pelo Federal Reserve (Fed) para orientar a política de juros. No entanto, a leitura mais recente traz limitações importantes.
👉 A paralisação do governo americano por 43 dias impediu a coleta de dados em outubro, o que levou à suspensão da divulgação da inflação daquele mês. Como essas informações não podem ser recuperadas posteriormente, o órgão deixou de calcular a variação mensal do índice.
Os efeitos do chamado “shutdown” não se limitaram à inflação. Pela primeira vez, o governo dos EUA também deixou de divulgar a taxa de desemprego de outubro, outro indicador-chave do mercado de trabalho.
Diante das lacunas, a agência de estatísticas afirmou que não pode orientar os usuários sobre como interpretar os dados ausentes, e economistas recomendam focar nas comparações anuais ou em períodos de dois meses.
Analistas avaliam que a inflação mais baixa em novembro pode ter sido influenciada por um fator técnico: a coleta de preços ocorreu mais próximo do fim do mês, quando o comércio costuma oferecer descontos para impulsionar as vendas de fim de ano.
Por isso, há expectativa de aceleração dos preços em dezembro.
Além disso, as tarifas de importação adotadas durante o governo de Donald Trump seguem pressionando os preços de diversos produtos.
Esse repasse, no entanto, tem ocorrido de forma gradual, já que muitas empresas recorreram a estoques formados antes do aumento das tarifas ou absorveram parte dos custos para não perder vendas.
Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
O número de norte-americanos que solicitaram o seguro-desemprego pela primeira vez caiu na semana passada, revertendo a alta observada anteriormente e indicando que o mercado de trabalho dos Estados Unidos segue relativamente estável neste fim de ano.
De acordo com o Departamento do Trabalho, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego — indicador que mede quantas pessoas entraram com solicitação do benefício pela primeira vez — recuaram em 13 mil na semana encerrada em 13 de dezembro, totalizando 224 mil solicitações, já com ajuste sazonal.
O resultado veio praticamente em linha com a expectativa de economistas consultados pela Reuters, que projetavam 225 mil pedidos.
Nas últimas semanas, esse indicador tem apresentado oscilações, em parte por dificuldades estatísticas relacionadas ao feriado de Ação de Graças, que costuma afetar a coleta e o ajuste dos dados.
Apesar dessas variações, o quadro geral do mercado de trabalho pouco mudou: as empresas seguem cautelosas para contratar novos funcionários, mas também não têm promovido demissões em larga escala.
Segundo economistas, um dos fatores por trás dessa postura defensiva é o impacto das tarifas de importação adotadas durante o governo de Donald Trump. Essas medidas representaram um choque inesperado de custos para as empresas, levando algumas delas a reduzir o quadro de funcionários ou adiar novas contratações.
Bolsas globais
As bolsas em Wall Street operavam em alta nesta quinta-feira, impulsionadas por dados de inflação abaixo do esperado, que reforçaram as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve no próximo ano.
Por volta das 12h, o Dow Jones subia 0,61%, a 48.180 pontos. O S&P 500 avançava 0,92%, a 6.783 pontos, e a Nasdaq ganhava 1,29%, a 22.988 pontos.
Os mercados asiáticos fecharam mistos, com investidores buscando setores defensivos diante das tensões regionais e preocupações com gastos em inteligência artificial.
A aprovação de um pacote recorde de armas dos EUA para Taiwan impulsionou ações ligadas à defesa, enquanto tecnologia e imobiliário recuaram, pressionados por incertezas sobre financiamento e crise de dívida da Vanke.
No fechamento, Xangai subiu 0,16%, a 3.876 pontos, enquanto o CSI300 caiu 0,59%, a 4.552 pontos. O Hang Seng avançou 0,12%, a 25.498 pontos.
Em Tóquio, o Nikkei recuou 1,03%, a 49.001 pontos, e Seul perdeu 1,53%, a 3.994 pontos. Taiwan caiu 0,21%, Cingapura recuou 0,11%, e Sydney fechou em baixa de 0,16%.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP
Macron afirma que acordo UE-Mercosul 'não pode ser assinado'

Presidente da França afirma que acordo comercial entre UE e Mercosul não pode ser assinado
O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (18), em Bruxelas, que o país não apoiará o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul sem novas salvaguardas para seus agricultores.
"Quero dizer aos nossos agricultores, que manifestam claramente a posição francesa desde o início: consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado", declarou Macron à imprensa antes de uma reunião de cúpula da UE.
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Ele afirmou ainda que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.
🔍 O acordo comercial tem como objetivo reduzir ou eliminar tarifas de importação e exportação entre os dois blocos. Se a proposta for aprovada pelo Conselho Europeu, a assinatura do texto final está prevista para sábado (20), em Foz do Iguaçu, durante a cúpula de chefes de Estado do Mercosul.
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O presidente francês Emmanuel Macron participa de cúpula de líderes da União Europeia em Bruxelas, Bélgica, em 18 de dezembro de 2025.
Reuters/Stephanie Lecocq
Acordo visto como uma ameaça
A maioria dos agricultores franceses vê o acordo com o Mercosul como um risco, por considerar que produtores da América Latina seguem regras ambientais menos rigorosas.
A França obteve da Comissão Europeia garantias de salvaguardas para os setores mais sensíveis. Para os produtores, porém, essas barreiras são insuficientes.
Nesta terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou uma série de medidas de proteção e criou um mecanismo para monitorar o impacto do acordo em produtos sensíveis, como carne bovina, aves e açúcar.
Os trechos abrem espaço para a aplicação de tarifas caso haja desestabilização do mercado no bloco.
Os eurodeputados querem que a Comissão Europeia intervenha se o preço de um produto latino-americano ficar ao menos 5% abaixo do valor da mesma mercadoria na UE e se o volume de importações isentas de tarifas aumentar mais de 5%.
Apesar das salvaguardas, a França deve manter a oposição. Paris pediu o adiamento da assinatura do acordo, que a União Europeia pretende concluir no sábado (20), no Brasil.
👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.
Resta saber se a Itália, que apresentou sinais contraditórios nos últimos meses, se alinhará à Comissão ou à posição francesa.
Se optar pelo alinhamento com Paris, os dois países formariam uma maioria qualificada de estados-membros, ao lado de Polônia e Hungria, suficiente para bloquear o pacto.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se reúnem antes do encontro do G7++ durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, na África do Sul, em 22 de novembro de 2025.
HENRY NICHOLLS/Pool via REUTERS
O que está em jogo no Conselho Europeu?
Com a aprovação das salvaguardas pelo Parlamento Europeu, o processo avança agora para o Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.
Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.
É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.
“França e Polônia seguem abertamente contrárias ao tratado, enquanto Bélgica e Áustria demonstram desconforto. Se a Itália mantiver uma posição favorável, o acordo fica praticamente assegurado dentro da UE”, afirma José Pimenta, diretor de Comércio Internacional na BMJ Consultores Associados.
Nesse contexto, a Itália, com cerca de 59 milhões de habitantes, tornou-se o fiel da balança. Uma eventual rejeição italiana, somada à oposição francesa e polonesa, seria suficiente para barrar o acordo, ao concentrar mais de 35% da população do bloco — percentual capaz de impedir a formação da maioria qualificada exigida no Conselho Europeu.
Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.
Leonardo Munhoz, pesquisador do Centro de Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV), reforça que o tratado abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.
Segundo ele, diversos setores econômicos europeus, como indústria de manufatura, indústria de transformação e alta tecnologia, serviços e até segmentos do próprio agronegócio, têm se mostrado favoráveis ao tratado.
“Países como Alemanha, Espanha e Portugal estão entre os principais defensores da ratificação, por avaliarem que o tratado traz ganhos econômicos importantes e contribui para a diversificação das relações comerciais da UE”, destaca Munhoz.
Se o acordo avançar no Conselho, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve viajar ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo. O tratado foi concluído há um ano, após mais de duas décadas de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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Com juro alto em ano eleitoral, BC prevê alta de 1,6% para PIB em 2026, pior resultado em seis anos

Copom deve manter selic no nível atual por um período prolongado
O Banco Central (BC) elevou de 2% para 2,3% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
A informação consta no relatório de política monetária do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (18).
Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%.
➡️Para o ano de 2026, marcado por eleições presidenciais, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento para o PIB brasileiro de 1,5% para 1,6%.
➡️Mesmo assim, segundo dados oficiais, o crescimento do BC projetado para o próximo ano, se confirmado, será o menor desde 2020 (quando houve retração de 3,3% por conta da Covid-19).
"Entre os fatores que influenciam esse cenário [para 2026] estão a expectativa de manutenção da política monetária em campo restritivo [juro alto], o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025. A dinâmica projetada também incorpora os efeitos de medidas recentes com impacto potencial sobre a demanda, como a isenção ou desconto no IRPF para as faixas iniciais de renda", diz o BC.
Juros altos
➡️A projeção de uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB acontece em meio a um processo manutenção dos juros em patamar elevado para conter pressões inflacionárias.
➡️Atualmente, a taxa Selic, fixada pelo Banco Central e que serve de base para a economia, está em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. A expectativa da maior parte do mercado é de que o juro comece a recuar em março de 2026.
➡️Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas.
🔎No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Pelo sistema de metas, cabe ao Banco Central (BC) ajustar os juros para manter a inflação dentro do intervalo estabelecido.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já considera a expectativa de inflação acumulada em 12 meses até o segundo trimestre de 2027.
A manutenção do juro em patamar elevado tem sido criticada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e defendida pelo ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, que ocupou a cadeira até dezembro do ano passado (indicado por Jair Bolsonaro).
Problemas orçamentários
➡️A desaceleração na economia pode criar, também, problemas orçamentários para o governo em 2026 devido ao seu efeito de diminuir a arrecadação de impostos e contribuições federais..
➡️No projeto de lei orçamentária de 2026, enviado pelo governo ao Congresso Nacional no fim de agosto, a equipe econômica estimou que o PIB deverá crescer 2,44% no ano que vem, valor próximo ao estimado pelo Ministério da Fazenda em novembro (+2,4% de crescimento).
➡️Se confirmada uma expansão menor do PIB (+1,6%), conforme o estimado pelo Banco Central, isso resultará em menos arrecadação e o governo terá mais dificuldade para atingir a meta fiscal do próximo ano, que é de um superávit em suas contas.
➡️Por isso, será obrigado, se e assim que os efeitos da desaceleração se apresentarem, a efetuar bloqueios maiores de despesas - em um ano eleitoral.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,8%, em março, para 4,4%.
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
➡️Com isso, o BC passou a estimar que a meta de inflação voltará a ficar dentro do intervalo das metas neste ano, algo que o mercado financeiro prevê desde meados de novembro.
➡️Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
Segundo ele, a inflação brasileira ultrapassou o teto da meta (4,5%) no acumulado de 12 meses até junho devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
➡️Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central recuou de 3,6% para 3,5% (ainda acima do objetivo central de 3%).
➡️Para o ano de 2027, a projeção do Banco Central caiu de 3,2% para 3,1% (marginalmente acima do objetivo central de 3%).
Veja expectativas do BC para a inflação
Preços da alimentação no domicílio devem apresentar variações mais elevadas até março, seguindo a sazonalidade menos favorável de alimentos in natura. "Preços de alimentos industrializados, menos voláteis, devem seguir a tendência recente de variações mais moderadas. As projeções de curto prazo incorporam apenas parcialmente o risco de alta mais forte nos preços do boi gordo e da carne bovina", informou o BC.
Inflação de bens industriais deve ser mais elevada em dezembro, com reversão dos descontos associados ao período da Black Friday no mês anterior. "Na série livre de efeitos sazonais, no entanto, os preços de bens industriais ao consumidor devem seguir com variações reduzidas, ainda sob influência dos movimentos da taxa de câmbio e dos preços ao produtor", avaliou.
No segmento de serviços, os preços devem apresentar altas mais fortes até março, diz o BC, em função dos reajustes anuais de mensalidades escolares e da "sazonalidade menos favorável do período".
Tarifas de energia elétrica devem recuar com a transição da bandeira tarifária de energia de vermelha 1 para verde. Por outro lado, acrescentou o BC, a alta do ICMS sobre combustíveis em janeiro, e os reajustes de concessionárias de serviços públicos, "devem pressionar os preços do segmento no período.
Festa da firma: pode beber, flertar e dançar? Veja como curtir sem se arrepender no dia seguinte

Veja o que fazer (ou não) para evitar gafes durante a festa da firma
O convite para a festa da firma já chegou por aí? Esses encontros são a chance perfeita para celebrar as conquistas do ano ao lado de colegas e líderes. Ao mesmo tempo, também podem virar um verdadeiro campo minado se faltar bom senso.
Ainda assim, faltar como estratégia para evitar constrangimentos não costuma ser a melhor ideia. Mais do que uma confraternização, a festa de fim de ano é um ritual corporativo importante: simboliza o encerramento de um ciclo e abre espaço para conexões fora da rotina formal do escritório.
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“É nesses momentos que mostramos como nos comportamos em ambientes de celebração”, explica Ana Lúcia Spina, coach de carreiras e instrutora na Ynner, que oferece treinamentos e programas de desenvolvimento personalizados.
"Tem gente que falta três anos seguidos à festa do trabalho. Que importância essa pessoa está dando para o trabalho em equipe e para os princípios da companhia? Porque é um momento de fortalecer a cultura e criar unidade", completa Lais Vasconcelos, gerente de recrutamento da Robert Half.
Se faltar pode soar indelicado, como agir para não cometer gafes? O que vestir, o que beber e quais assuntos evitar? Abaixo, especialistas tiram essas dúvidas e abordam o tema a partir dos seguintes pontos:
Beber, dançar... como se comportar?
Brilhos, decotes e bermuda
Assuntos proibidos
É hora de networking?
Paquerar o 'crush' do trabalho
Vença a timidez
Passei dos limites, posso ser demitido?
🍻 Beber, dançar... como se comportar?
Um bom truque é comparar a confraternização a uma reunião enquanto se trabalha em home office, sugere Mariana Malvezzi, professora de gestão de equipes colaborativas da ESPM. É um caso clássico em que o pessoal e o profissional acabam se misturando, mas existem limites.
"No on-line, mostro a sala da minha casa, o quadro na parede, mas deixo resguardada aquela bagunça no canto. Então, é bom participar, mas resguardando um pedaço do que é a nossa privacidade", compara.
Se você gosta de um drink, tudo bem! Mas lembre-se: a festa é um ambiente de trabalho. "A festa é para gerar conexões, não para criar situações embaraçosas", aconselha Ana Lúcia.
Se a festa inclui DJ e pista de dança, a coach de carreira encoraja a participação, desde que seja de forma leve e divertida. "A proposta é se soltar e brincar, sem exageros ou performances que possam chamar atenção de forma negativa", orienta.
✨ Brilhos, decotes e bermuda
Ainda comparando o evento de fim de ano com uma videochamada: "Eu posso estar na minha casa com shorts de ginástica, um top, mas, para a reunião on-line, não vou aparecer dessa forma", ensina Malvezzi.
"Na festa de trabalho, a lógica é a mesma: a roupa pode ser mais descontraída, mas com moderação".
Ana Lúcia recomenda também optar por roupas que transmitam elegância e conforto. "A elegância está em se sentir bem e autêntica. Evite roupas que possam causar desconforto ou parecerem vulgares".
A confraternização da empresa é um evento social para integrar e motivar colaboradores fora do ambiente de trabalho.
Freepik/ Reprodução
🚫 Assuntos proibidos
Evite discutir religião ou política, assuntos que podem gerar desconforto. E não cobre ninguém sobre o trabalho durante a festa. "Isso é super desagradável", conclui Mariana.
Já Ana Lúcia acredita que nada está proibido, desde que haja um eco positivo na conversa.
"Falar sobre trabalho pode ser válido se a outra pessoa também estiver interessada, mas é interessante explorar outros assuntos, como filmes, séries e hobbies", sugere.
🗨️ É hora de networking?
A festa da firma pode ser uma oportunidade para fazer networking, mas a coach de carreira alerta para a abordagem correta.
"Elogiar o trabalho de um superior e expressar admiração pela área dele é válido, mas tentar direcionar a carreira durante a festa pode ser indelicado", afirma Ana Lúcia.
💓 Paquerar o 'crush' do trabalho
As festas podem ser um bom momento para paquerar, mas cuidado! Algumas empresas têm regras sobre relacionamentos entre funcionários.
"Se você flertar, pode arriscar seu emprego", alerta Mariana.
Em ambientes onde isso é comum, tudo bem, mas evite exageros. Nesse caso, Ana Lúcia sugere abordagens respeitosas e discretas.
"Um convite para tomar uma taça de vinho juntos pode ser válido, mas é importante não transformar a festa em uma balada", adverte.
A confraternização da empresa é um evento social para integrar e motivar colaboradores fora do ambiente de trabalho.
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🫣 Vença a timidez
A confraternização é uma ótima oportunidade para conhecer novas pessoas. "Evite ficar na sua panelinha", recomenda Kátia Taras, especialista em comportamento.
Para aqueles que se sentem intimidados em eventos sociais, as especialistas sugerem usar perguntas como uma ferramenta para iniciar conversas.
"Perguntas simples como 'Você está planejando algo para o fim do ano?' podem gerar um bate-papo agradável e mostrar interesse genuíno pelo outro", aconselha.
😰 Passei dos limites, posso ser demitido?
A advogada Juliana Mendonça, especialista em Direito e Processo do Trabalho, explica que atitudes aparentemente inofensivas, como exagerar na bebida ou flertar com colegas, não configuram, por si só, motivo para demissão por justa causa.
“Essas situações devem ser observadas e podem justificar advertências ou ações de conscientização. A justa causa exige gravidade extrema, como agressão física ou verbal contra colegas ou superiores”, explica a especialista.
Segundo a advogada, manter um padrão de conduta profissional é essencial, mesmo em momentos de descontração.
“Falas ofensivas, atitudes discriminatórias e comportamentos que possam ser interpretados como assédio sexual ou moral são inaceitáveis e podem gerar consequências severas, inclusive a perda do emprego”, alerta.
Além dos riscos individuais, as empresas também podem ser responsabilizadas judicialmente por incidentes ocorridos durante as confraternizações, especialmente em casos de assédio ou discriminação.
“É fundamental que as empresas promovam eventos respeitosos e inclusivos, garantindo um ambiente livre de constrangimentos. Isso protege não apenas a imagem corporativa, mas também a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores”, conclui Mendonça.
De acordo com a advogada Thaiz Nobrega Teles Centurión, especialista em Direito do Trabalho, as empresas têm a responsabilidade de orientar seus funcionários quanto ao comportamento esperado durante as confraternizações.
“As empresas devem estabelecer políticas claras de conduta em eventos sociais, garantindo que o ambiente seja seguro e respeitoso para todos”, completa a especialista.