Reforma tributária: CCJ do Senado aprova segunda etapa de regulamentação
O presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar, e o relator da reforma tributária, Eduardo Braga
Saulo Cruz/Agência Senado
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (9) a segunda etapa de regulamentação da reforma tributária. O texto segue para votação no plenário.
A proposta estabelece regras para a gestão compartilhada entre estados e municípios do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será criado a partir da unificação dos atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal).
Também prevê isenção de cobrança de imposto sobre valores herdados de planos de previdência privada e define alíquotas que serão cobradas sobre serviços financeiros.
O texto promove, ainda, mudanças na primeira etapa da regulamentação, que já foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e definiu, por exemplo, a lista de alimentos isentos e como será o "cashback" para famílias de baixa renda.
Entre os pontos alterados por sugestão do relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), estão uma transição para o "imposto do pecado" sobre bebidas açucaradas e a extensão do regime de nanoempreendedor para taxistas e caminhoneiros autônomos.
O avanço do projeto é visto como essencial e necessário para dar início aos testes com o novo sistema tributário em 2026.
A proposta cria, entre outras coisas, regras para os conflitos entre contribuintes e cobradores de impostos. Também define como será o Comitê Gestor do IBS, órgão responsável por gerir e distribuir a arrecadação do novo imposto.
Pelo texto, serão 54 conselheiros divididos entre indicados por estados e municípios. Inicialmente, a União financiará a estrutura com R$ 3,8 bilhões até 2028. Nos anos seguintes, uma fração do valor arrecadado com o novo imposto vai passar a subsidiar o comitê.
Nanoempreendedores
Saiba como funciona a categoria tributária nanoempreendedor
A proposta aprovada pela CCJ estende o regime de nanoempreendedor para taxistas e caminhoneiros autônomos.
A mudança permitirá que as categorias fiquem isentas da cobrança dos novos impostos sobre consumo — CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) —, desde que atendam a alguns critérios.
O texto amplia os beneficiários do regime de nanoempreendedor, criado pela primeira etapa de regulamentação da reforma. Pelas regras estabelecidas naquela etapa, o benefício seria limitado a motoristas e entregadores de plataformas digitais.
Os nanoempreendedores vão abranger pessoas físicas que tenham receita bruta anual inferior a R$ 40,5 mil (correspondente à metade do limite de microempreendedores individuais).
Pela primeira lei que regulamentou a reforma tributária, o grupo ficará isento das cobranças do IBS e da CBS.
No caso dos motoristas e entregadores de aplicativo, a atual legislação prevê uma flexibilização no cálculo da receita, que vai considerar apenas parte do valor arrecadado pelo trabalhador autônomo — uma maneira de ampliar o número de beneficiários do regime.
A atual norma prevê que, no cálculo da receita, serão considerados apenas 25% dos valores brutos recebidos mensalmente pelos motoristas e entregadores de app.
O parecer de Eduardo Braga estende esta flexibilização do cálculo para motoristas e entregadores de empresas físicas, o que abrange fretistas, caminhoneiros e taxistas.
Segundo Braga, sem a mudança, poderia haver um "infindável contencioso judicial sob o argumento de violação ao princípio da igualdade tributária".
Herança e previdência privada
Câmara conclui votação de projeto que estabelece regras para comitê gestor da reforma tributária
A segunda regulamentação estabelece também diretrizes para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), cobrado sobre bens recebidos por herança ou doação.
De competência estadual, o ITCMD foi implementado pela Constituição, mas nunca foi regulamentado por uma legislação nacional. Atualmente, o tributo é regulado por leis estaduais, com alíquotas e regras diferentes.
Durante discussão na Câmara, uma versão da proposta chegou a incluir a tributação de heranças oriundas de planos de previdência privada. O trecho foi, no entanto, removido em votação no plenário da Casa.
Apesar de a Câmara ter rejeitado a cobrança, o texto da proposta aprovado pelos deputados não dizia expressamente que heranças de previdência privada não seriam taxadas.
O parecer de Braga propõe incluir um trecho e deixar claro que o ITCMD não será cobrado sobre valores herdados de:
previdência privada complementar;
seguro;
pecúlio ou similares.
Segundo a proposta, o Senado estabelecerá uma alíquota máxima para o ITCMD. Observando o teto, os estados poderão definir suas próprias alíquotas.
Imposto Seletivo para bebidas açucaradas
Bebidas açucaradas
Igor Ovsyannykov/Pixabay
A proposta de Eduardo Braga prevê a criação de um escalonamento da cobrança do "imposto do pecado" sobre bebidas açucaradas.
O Imposto Seletivo foi criado pela reforma tributária. O tributo é aplicado sobre produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Na prática, essa categoria terá uma tributação maior do que a alíquota padrão.
Segundo a proposta, o "imposto do pecado" será cobrado paulatinamente sobre as bebidas açucaradas. A transição começará em 2029 e será encerrada em 2033.
Além das bebidas açucaradas, cigarros e bebidas alcoólicas também passarão pela transição, que já estava prevista anteriormente.
Créditos de ICMS
A segunda etapa da regulamentação da reforma tributária também estabelece o destino de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que será extinto com a criação do IBS.
Segundo a proposta de Eduardo Braga, as empresas poderão pedir compensação desses créditos. A compensação será possível para saldos reunidos até 31 de dezembro de 2032.
O crédito poderá servir para abater cobranças do novo imposto ou, em caso de impossibilidade de compensação via IBS, ser devolvido financeiramente, de forma parcelada.
Serviços financeiros e fundos
O relatório de Eduardo Braga também define as alíquotas que serão cobradas sobre serviços financeiros, que terão um regime específico de tributação com a reforma tributária. Esses serviços contemplam, de acordo com a emenda constitucional, operações de crédito, câmbio, seguros e outros.
Haverá uma subida gradual da tributação, iniciando em 10,85% e chegando a 12,5% em 2033.
A alíquota equivale à soma do IBS e da CBS. Segundo o texto de Braga, onde houver cobrança de ISS (Imposto Municipal sobre Serviços) durante a transição da reforma, haverá uma redução da alíquota.
O texto também prevê regras sobre quais Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e Fundos do Agronegócio do Brasil (Fiagros) serão isentos de cobrança dos novos impostos.
Após resistências, Haddad fala em recalibragem para aprovar MP que aumenta imposto para bets, fintechs e investimentos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu nesta quarta-feira (17) que a equipe econômica negocia com o Legislativo uma "recalibragem" para aprovar a medida provisória (MP) que eleva uma série de impostos, entre eles sobre apostas online, as fintechs e retira a isenção de alguns investimentos, como sobre Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito do Agronegócio (LCIs e LCAs). Apresentada inicialmente para compensar a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que havia sido derrubada pelo Congresso, mas foi retomada após decisão judicial, a medida provisória que eleva uma série de impostos faz parte da estratégia do governo para equilibrar as contas públicas em 2026, ano eleitoral, e tentar evitar uma restrição maior de gastos. A previsão inicial era de arrecadar R$ 21 bilhões no próximo ano. "Tem várias propostas sendo analisadas, recalibradas, para obter os votos para aprovação", disse o ministro Haddad a jornalistas, informando que há uma mesa de negociação em curso com os parlamentares. 🔎 As fintechs são empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros de forma mais simples e rápida que bancos tradicionais. Haddad anuncia que ‘fintechs’ serão monitoradas de perto O ministro acenou com a possibilidade de recuar na intenção do governo de acabar com a isenção das chamadas "debêntures" incentivadas, papeis lançados no mercado financeiro com objetivo de captar recursos baratos para investimentos em infraestrutura. Pela proposta que está na MP, as debêntures seriam taxadas com uma alíquota de 5%. "Têm várias propostas sendo feitas à Fazenda no âmbito de uma mesa de negociação, e essa é uma das propostas que está sendo analisada com algum cuidado da nossa parte. Os argumentos são bons em defesa das debêntures incentivadas", declarou o ministro. A "recalibragem" da MP acontece após fortes resistências do setor produtivo. Houve críticas de várias entidades, como da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), entre outras. Veja as análises do setor produtivo.
Toyota anuncia recall de RAV4 e GR Corolla por falha no painel de instrumentos
Toyota RAV4 PHEV é afetada por falha no painel de instrumentos
Divulgação
A Toyota anunciou um recall para os modelos RAV4 e GR Corolla devido a uma falha no painel de instrumentos, que pode apagar durante o funcionamento do veículo.
O chamamento foi oficializado pela Toyota do Brasil nesta quarta-feira (17) e já está em andamento nas concessionárias da marca, embora ainda não tenha sido publicado no site oficial da montadora.
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No Brasil, estão incluídas:
194 unidades do GR Corolla;
327 unidades do RAV4 PHEV (híbrido plug-in).
De acordo com a Toyota, a falha afeta apenas a tela de 12,3 polegadas do RAV4 híbrido plug-in, que custa R$ 402.420. A versão híbrida convencional, que parte de R$ 349.290 e não exige carregamento externo, não foi afetada.
Além de apagar durante o funcionamento do carro, o painel também pode não ligar ao dar a partida.
Segundo a montadora, o reparo consiste na reprogramação ou substituição do painel de instrumentos. Para o SUV, o serviço começou em 11 de setembro.
Já no caso do GR Corolla, esportivo com versões entre R$ 416.990 e R$ 461.990, o reparo será apenas a reprogramação do painel. O atendimento nas concessionárias começa em 1º de outubro.
Em ambos os casos, o serviço será realizado sem custo para os proprietários. Os modelos da Lexus, marca de luxo do grupo Toyota, não foram afetados no Brasil.
Este é um recall que afeta outros mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, envolve 10 modelos da Toyota e três da Lexus, totalizando 591 mil unidades.
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Comissão do Senado aprova venda de remédios em supermercados
Medicamentos em prateleiras
Reprodução/RBS TV
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) uma proposta que autoriza a venda de medicamentos e a instalação de farmácias dentro de supermercados.
Demanda antiga do setor, o texto estabelece regras para o comércio de remédios no varejo, como a criação de espaços separados e a obrigação da presença física de farmacêuticos.
Por questões regimentais, o projeto foi submetido a dois turnos de votação. Na primeira, o placar foi de 13 votos favoráveis a 0. Na segunda, a votação foi simbólica (leia mais abaixo).
Supermercados pedem autorização para vender medicamentos
Com a aprovação, a proposta poderá ser enviada diretamente para a Câmara dos Deputados, desde que não haja recurso para votação no plenário do Senado.
Para se tornar lei, depois de passar pelos deputados, a proposta ainda terá de ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto permite a venda de medicamentos em supermercados, desde que haja um ambiente específico e exclusivo para a operação de uma farmácia. Para funcionar, o espaço precisará seguir todas as normas de vigilância sanitária e ter um farmacêutico em tempo integral.
Os supermercados terão permissão para vender quaisquer tipos de medicamentos — dos sem prescrição aos de controle especial.
O projeto também estabelece que:
os remédios não poderão ser ofertados em gôndolas comuns ou junto a outros tipos de produtos;
e as farmácias poderão ser próprias do supermercado ou operadas por uma drogaria licenciada.
A autorização para venda de medicamentos é uma defesa antiga de entidades que representam supermercados e atacadistas.
A demanda foi ganhando corpo, segundo empresários, à medida que farmácias passaram a vender, com aval de leis estaduais, itens antes destinados aos mercados.
Para os varejistas, além de reagir ao avanço das farmácias sobre o setor, a venda de medicamentos nos supermercados também traz outros benefícios.
Os argumentos — reverberados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha — são de que a medida ampliará o acesso da população a remédios e poderá levar a uma redução de preços.
Mudança defendida por Padilha
A venda de medicamentos por supermercados foi autorizada por um breve período entre junho de 1994 e junho de 1995. No espaço de tempo, uma medida provisória do Plano Real permitiu que o varejo vendesse remédios isentos de prescrição.
Ao analisar a MP, o Congresso retirou a permissão e enviou o texto à sanção do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que confirmou o teor da proposta aprovada pelos parlamentares.
Acionado por um supermercado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a proibição em 2004. Segundo o setor, hoje, existem farmácias apenas em hipermercados, mas estas têm operação e localização independente do varejo.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defende o retorno da autorização para venda de medicamentos em supermercados.
Em um vídeo divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Padilha afirma que o texto da comissão do Senado pode representar uma "parceria muito importante que amplia o acesso, inclusive da população, ao acesso correto dos medicamentos".
O argumento é semelhante ao difundido pela Abras, pela Associação Brasileira dos Atacarejos (ABAAS) e pela Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD).
Segundo as entidades, a medida pode baratear medicamentos e "facilitar o acesso da população à saúde, modernizar a experiência de compra e criar novas oportunidades de negócio".
Resistência do setor farmacêutico
Nos últimos meses, enquanto a articulação do varejo avançava no Congresso, o setor farmacêutico reagia.
Em posicionamentos, o segmento afirmou que a medida poderia levar ao uso indiscriminado de medicamentos e sinalizou que farmácias poderiam sofrer grande impacto econômico.
Em agosto, o relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), fez alterações no texto original — a pedido do próprio autor, senador Efraim Filho (União-PB), e de manifestações feitas pelo setor farmacêutico — para tentar dissipar as resistências.
Costa restringiu a venda dos remédios a espaços reservados — em contraponto à versão original que permitia o comércio entre produtos variados — e estabeleceu a presença física de farmacêuticos.
O senador ampliou, no entanto, os tipos de medicamentos que poderão ser vendidos nos supermercados — originalmente, apenas remédios isentos de prescrição poderiam ser ofertados.
Ao permitir a venda de medicamentos com controle especial, Humberto Costa inseriu no projeto que esse tipo de remédio somente poderá ser liberado depois de o cliente efetuar o pagamento. Se o caixa estiver localizado em outro espaço do supermercado, o medicamento terá de ser transportado em embalagem lacrada e inviolável.
"A proposta em análise foi objeto de amplo debate entre os diversos setores envolvidos, incluindo governo, representantes da indústria farmacêutica, do setor produtivo e do comércio varejista", escreveu o senador.
Nesta quarta, durante a análise da proposta, Humberto Costa afirmou que o projeto atende "muito bem" a todos os setores envolvidos.
Ao g1, o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Fábio Basílio, avaliou que as mudanças feitas pelo relator tornaram a proposta mais palatável e "bem melhor do que a proposta original".
França pode criar imposto a 'super-ricos': entenda a polêmica que divide governo e empresários
g1 em 1 Minuto: Forbes divulga ranking dos 10 maiores bilionários do Brasil em 2025
Os super-ricos devem pagar mais impostos? O novo primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, parece disposto a quebrar esse tabu estabelecido durante o mandato do presidente Emmanuel Macron, em meio a pedidos por "justiça fiscal".
Lecornu poderia incluir essa medida em seu plano orçamentário para 2026, cuja discussão começou nesta quarta-feira (17), numa tentativa de evitar que o Parlamento derrube seu governo, como ocorreu com seus dois antecessores.
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Para garantir uma maioria estável, o político de centro-direita busca o apoio da oposição socialista, que cobra diversas medidas, incluindo a implementação da chamada "taxa Zucman".
A proposta prevê taxar em 2% ao ano fortunas acima de 100 milhões de euros (cerca de R$ 626 milhões), atingindo apenas 0,01% dos contribuintes, segundo seu idealizador, o economista francês Gabriel Zucman.
A iniciativa poderia gerar 20 bilhões de euros por ano (cerca de R$ 125 bilhões). Esse valor seria relevante para um governo pressionado a reduzir o déficit (5,8% do PIB em 2024) e a dívida pública (114%).
Apoio popular
O montante representaria quase metade da economia prevista pelo antecessor de Lecornu, François Bayrou, em seu plano orçamentário para 2026, que previa cortes sociais e a eliminação de dois feriados. O Parlamento, porém, rejeitou a proposta.
"Estamos diante de um bloqueio orçamentário, político, pela recusa em abordar seriamente o problema da não tributação dos super-ricos", disse Zucman à rádio France Inter.
As exigências por "justiça fiscal" marcaram os protestos de 10 de setembro e também a greve convocada pelos sindicatos para quinta-feira (18). "O orçamento será decidido nas ruas", afirmou Sophie Binet, líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) da França.
As autoridades estimam a presença de 400 mil manifestantes, o dobro da mobilização anterior.
Segundo uma pesquisa da Ifop, contratada pelos socialistas e divulgada na terça-feira (16), 86% dos franceses são favoráveis à "taxa Zucman" e 79% apoiam a redução dos subsídios às grandes empresas.
Rejeição patronal
O novo primeiro-ministro prometeu "rupturas" em relação aos antecessores. Entre suas primeiras medidas estão a desistência da supressão de feriados e o fim dos benefícios "vitalícios" para ex-membros do governo.
Apesar de se declarar "disposto" a lutar por "justiça fiscal", Lecornu rejeitou a taxa Zucman. Seus aliados republicanos de direita no governo também se opõem, assim como a extrema direita de Marine Le Pen.
A federação patronal Medef ameaçou organizar uma "grande mobilização" de empresários caso os impostos aumentem, classificando a taxa Zucman como uma "forma de expropriação".
O alerta é inédito durante o mandato de Macron, que, desde 2017, reduziu impostos sobre empresas e grandes fortunas em nome da competitividade e da atratividade da segunda maior economia da União Europeia.
Segundo o Senado, que pediu maior fiscalização, os subsídios públicos a grandes empresas somaram pelo menos 211 bilhões de euros (cerca de R$ 1,32 trilhão) em 2023.
Torre Eiffel, em Paris, em 9 de maio de 2022
AFP
Dólar sobe com investidores à espera da Superquarta; Ibovespa atinge 145 mil pontos pela 1ª vez
Banco Central dos EUA decide se reduz taxa de juros, sob pressão de Trump
O dólar oscila nesta quarta-feira (17), avançando 0,12% às 13h, cotado a R$ 5,3046. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 0,69% aos 145.054 pontos — tocando pela primeira esse patamar, após atingir o recorde de 144.062 pontos ontem.
O principal foco do mercado financeiro hoje são as decisões de política monetária, com os Estados Unidos no centro das atenções, embora o Brasil também esteja no radar. Mesmo que o anúncio oficial só ocorra nesta Superquarta, a expectativa dos investidores já vem influenciando os mercados desde a semana passada, fazendo o dólar cair e impulsionando a bolsa.
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▶️ Nos EUA, é esperado uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, o que a colocaria entre 4% e 4,25%.
▶️ Além disso, os investidores estarão atentos ao discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, e às projeções que ele apresentar — a fim de entender até onde os cortes nas taxas de juros podem ir neste ano e no próximo.
▶️ Por aqui, a expectativa é de que a taxa básica de juros (Selic) seja mantida em 15% ao ano.
▶️ Também por aqui, a FGV divulgou o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de setembro, que teve alta de 0,21%, após um avanço de 0,16% no mês anterior. O resultado ficou abaixo do esperado pelos economistas, que projetavam um aumento de 0,34%.
🔎 O IGP-10 é um indicador que mede a variação dos preços de diferentes produtos e serviços no Brasil. Ele acompanha a inflação desde as matérias-primas agrícolas e industriais usadas na produção até os bens e serviços finais consumidos pela população.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
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Acumulado da semana: -1,04%;
Acumulado do mês: -2,29%;
Acumulado do ano: -14,27%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,31%;
Acumulado do mês: +1,91%;
Acumulado do ano: +19,82%.
IGP-10 sobe 0,21% em setembro
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,21% em setembro, ante elevação de 0,16% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, com o indicador registrando uma elevação menor do que a expectativa apurada em pesquisa Reuters, de aumento de 0,34%.
O IGP-10 acumula agora alta de 2,88% em 12 meses e queda de 1,06% no ano de 2025, de acordo com a FGV.
A aceleração do IGP-10 em relação a agosto se deveu ao aumento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), ao passo que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) registrou queda.
"As principais contribuições positivas vieram de produtos agropecuários, que tendem a antecipar repasses para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)", disse o economista do FGV Ibre André Braz.
"O IPC, por sua vez, desacelerou, com influência de alimentos, serviços -- como ingressos de cinema e passagens aéreas -- e de preços administrados, como a gasolina", acrescentou.
O IPA-10, que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, subiu 0,27%, ante elevação de 0,06% em agosto, com destaque para o café em grão, que teve alta de 22,37%, mais do que revertendo a queda de 10,40% no mês anterior
Já o IPC-10, que responde por 30% do índice geral, teve queda de 0,13%, revertendo a alta de 0,18% registrada em agosto, com cinco das oito classes de despesas que compõem o índice apresentando recuo em suas taxas de variação, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais -- alta de 0,02% em setembro ante elevação de 0,78% em agosto -- e Despesas Diversas -- queda de 0,14% em setembro, ante alta de 1,30% no mês anterior.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), responsável por 10% do índice geral, por sua vez, subiu 0,42% em setembro, ante elevação de 0,82% em agosto.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Corte de juros nos EUA, manutenção no Brasil
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central dos EUA divulga sua decisão às 15h (de Brasília), que será acompanhada por projeções econômicas da autoridade monetária e seguida pela coletiva à imprensa do chair do Fed, Jerome Powell, às 15h30.
A expectativa é de que o Fed anuncie o primeiro corte de juros do ano, de 0,25 ponto percentual. A taxa atual está em uma faixa de 4,25% a 4,50%. As atenções estão voltadas principalmente para a fala de Powell e para o gráfico de pontos (dot plot) sobre as previsões para os próximos movimentos.
"Todos os olhos estarão voltados para o "dot plot" mais recente, em busca de clareza sobre o quão agressivamente e com que rapidez os dirigentes do Fed pretendem afrouxar a política monetária", afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, em relatório a clientes.
Ela não descarta alguma decepção se Powell enfatizar os riscos inflacionários e se o gráfico de pontos sinalizar menos cortes do que os investidores esperam.
No final do dia, o Banco Central do Brasil ocupa as atenções, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão para a Selic, que, conforme previsões no mercado, deve permanecer em 15% ao ano. Assim, o foco também se volta para o comunicado e eventuais sinais sobre os próximos passos.
Fed na mira de Trump
Na segunda-feira (15), o Senado norte-americano aprovou o nome de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O aval dos parlamentares, após votação apertada (48 a 47), amplia a influência de Trump sobre a instituição.
A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed.
A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas.
Após a conclusão da papelada e da posse, Miran ficou apto a participar da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começou já nesta terça-feira (16).
Por outro lado, também na segunda-feira, o Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia negou o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Fed.
Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça independência do Fed: pela primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo.
Na prática, a decisão do tribunal permitiu que Cook participasse normalmente da reunião de política monetária do Fed, assim como Miran.
Bolsas globais
Os principais índices de Wall Street abriram o pregão praticamente estáveis nesta quarta-feira, antes de um corte amplamente esperado nas taxas de juros pelo Federal Reserve no final do dia, enquanto a Nvidia caía após notícia de que as empresas chinesas de tecnologia podem parar de comprar seus chips.
O Dow Jones Industrial Average tinha variação positiva de 0,04% na abertura, para 45.778,4 pontos. O S&P 500 recuava 0,03%, para 6.604,87 pontos, enquanto o Nasdaq Composite estava estável, em 22.333,016 pontos.
Na Europa, o clima ainda é de cautela, especialmente após uma queda registrada na sessão anterior, que afetou principalmente os bancos.
Os índices europeus mostram um desempenho misto: o STOXX 600 sobe 0,1%, chegando a 551,58 pontos. Em Londres, o FTSE avança 0,17%; em Frankfurt, o DAX sobe 0,29%; em Paris, o CAC-40 recua 0,07%; em Milão, o FTSE/MIB cai 0,49%; em Madri, o IBEX-35 perde 0,06%; e em Lisboa, o PSI20 tem queda de 0,10%.
Na Ásia, o destaque do dia foi Hong Kong, onde as ações fecharam no maior nível dos últimos quatro anos. O bom desempenho foi puxado por empresas de tecnologia, impulsionadas pela confiança nas inovações em inteligência artificial da China.
Os resultados mostram essa movimentação: em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,78%, chegando a 26.908 pontos. Em Xangai, o índice SSEC avançou 0,37%, e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, teve alta de 0,61%.
Por outro lado, em Tóquio, o Nikkei caiu 0,3%; em Seul, o Kospi recuou 1,05%; em Taiwan, o Taiex perdeu 0,75%; em Cingapura, o Straits Times caiu 0,33%; e em Sydney, o S&P/ASX 200 teve queda de 0,67%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
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REUTERS/Rick Wilking
Cofundador da Ben & Jerry's renuncia após briga com a controladora Unilever; entenda
Fundador da Ben & Jerry's é preso por protestar contra a ação dos EUA em Gaza
Jerry Greenfield, cofundador da Ben & Jerry’s e cujo nome ajudou a consolidar a famosa marca de sorvetes, anunciou sua saída da empresa. A decisão foi revelada nesta quarta-feira (17) por seu parceiro e também cofundador Ben Cohen, acirrando o conflito com a controladora Unilever.
Em uma carta aberta divulgada por Cohen nas redes sociais, Greenfield declarou que a companhia, sediada em Vermont, nos Estados Unidos, perdeu sua autonomia desde que a Unilever, com sede no Reino Unido, passou a limitar as ações de ativismo da empresa e dos cofundadores.
Jerry Greenfield declarou que não poderia mais, “em boa consciência”, trabalhar em uma empresa “silenciada”, mesmo com o acordo de fusão garantindo a preservação da missão social da marca.
“Essa independência existia em grande parte graças ao acordo único de fusão que Ben e eu negociamos com a Unilever”, escreveu ele na carta.
Um porta-voz da Magnum, divisão de sorvetes da Unilever, afirmou à agência de notícias Reuters que a empresa “discorda da visão de Greenfield” e tem buscado envolver os dois fundadores em “um diálogo construtivo para fortalecer a sólida posição da Ben & Jerry’s no mundo, baseada em valores”.
De acordo com a Magnum, Greenfield também deixou o posto de embaixador da marca.
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Ben & Jerry’s versus Unilever
A renúncia do cofundador é mais um episódio da longa série de divergências entre a Ben & Jerry’s e a Unilever, iniciada em 2021, quando a fabricante de sorvetes decidiu suspender as vendas na Cisjordânia ocupada por Israel.
Em novembro de 2024, a marca chegou a processar Unilever, acusando a multinacional de silenciar suas declarações em apoio aos palestinos na guerra de Gaza. (Leia mais abaixo)
O atrito mais recente aconteceu em março deste ano: a Ben & Jerry’s acusou sua controladora de demitir seu CEO de forma ilegal em retaliação ao ativismo social e político da fabricante de sorvetes.
Em maio, Ben Cohen foi preso nos Estados Unidos durante um protesto em audiência com o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert Kennedy Jr., contra a atuação dos EUA em Gaza.
Casamento infeliz
Criada em 1978 por Cohen e Greenfield em um antigo posto de gasolina no estado americano de Vermont, a Ben & Jerry’s preservou sua missão social mesmo após ser comprada pela Unilever em 2000, por US$ 326 milhões — união que ajudaria a empresa de sorvetes a expandir sua missão social.
Mas, ultimamente, o casamento não tem sido feliz. Em 2021, a Ben & Jerry's anunciou que não venderia mais seus produtos para assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Em 2022, a Unilever vendeu seu negócio israelense para uma empresa local que disse que venderia a Ben & Jerry’s sob seu nome em hebraico e árabe em toda Israel e na Cisjordânia.
Já neste ano, a Unilever afirmou que planejava desmembrar seu negócio de sorvetes — incluindo a Ben & Jerry's — até o final de 2025 como parte de uma reestruturação maior.
Agora, a saída de Greenfield acontece em meio à pressão da Ben & Jerry’s por se tornar novamente uma companhia independente, diante dos planos de abertura de capital da Magnum em novembro, após anos de conflitos sobre a posição da marca americana em relação à Gaza.
Recentemente, Ben Cohen pediu que fosse concedida “liberdade à Ben & Jerry’s” para preservar seus valores sociais, mas a solicitação foi recusada pelo novo CEO da Magnum, Peter ter Kulve.
Cohen acrescentou que a marca tentou organizar uma venda a investidores, estimada entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões, mas a proposta foi rejeitada.
Loja de sorvetes Ben & Jerry's, em Cambridge, Massachusetts.
AP/Charles Krupa
Por que o CNPJ vai passar a ter letras pela primeira vez?
CNPJ passará a ter letras e números; veja quem será afetado e o que muda
O Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) passará a incluir letras além de números na identificação de empresas, organizações, produtores rurais, profissionais liberais e outros tipos de pessoa jurídica a partir de julho de 2026.
A mudança tem como objetivo ampliar a capacidade do sistema e garantir a continuidade do modelo, já que o formato atual se aproxima de seu limite técnico, segunda a Receita Federal.
O novo modelo manterá os 14 caracteres do CNPJ tradicional, mas permitirá o uso de letras de A a Z em posições específicas da estrutura, formando um CNPJ alfanumérico. A mudança representa uma expansão gigantesca nas combinações possíveis.
No Brasil, existem mais de 24,9 milhões de CNPJs ativos e cerca de 29,2 milhões desativados, segundo dados da Estatística Redesim (Receita Federal).
No total, já foram emitidos mais de 63 milhões de CNPJs, número que se aproxima do limite do modelo atual. Isso ocorre porque, assim como o CPF, cada número de CNPJ é único e permanente, não podendo ser reutilizado, mesmo quando a empresa é encerrada.
Essa mudança será gradual e começará a valer em julho de 2026, apenas para novas inscrições. Isso inclui empresas recém-criadas, novas filiais, profissionais liberais, condomínios e produtores rurais.
Quem já possui um CNPJ não precisará trocar ou atualizar nada. Os números atuais continuarão válidos e aceitos normalmente pelos sistemas públicos e privados.
➡️ A seguir, o g1 esclarece as principais dúvidas sobre essa mudança.
1. O que é o CNPJ alfanumérico?
É o novo modelo de identificação das pessoas jurídicas no Brasil. Em vez de utilizar apenas números, o novo CNPJ combinará letras (de A a Z) e números (de 0 a 9), mantendo o total de 14 caracteres.
A estrutura visual será semelhante à atual, mas com a inclusão de caracteres alfanuméricos. (confira no exemplo abaixo)
Sistema atual vs. nova tipologia
Receita Federal
2. Quando começa?
A emissão de CNPJs com letras começará em julho de 2026, de forma gradual.
Segundo a Receita, será elaborado um calendário para definir quais tipos de empresas ou atividades econômicas adotarão primeiro o novo formato.
3. Quem vai receber CNPJ com letras?
Apenas novas inscrições a partir da data de início — como empresas recém-criadas, filiais, produtores rurais, condomínios e profissionais liberais — receberão o CNPJ com letras.
O formato atual, composto exclusivamente por números, continuará válido. Não será necessário nenhum procedimento adicional por parte dos contribuintes junto à Receita Federal ou aos órgãos estaduais e municipais.
4. O procedimento de inscrição do CNPJ vai mudar?
Não. O processo para abertura de empresas e solicitação de CNPJ continuará o mesmo. A única diferença é que o número gerado poderá conter letras.
Segundo a Receita, a partir de julho do próximo ano, todos os sistemas estarão preparados e integrados à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM).
5. O que as empresas precisam fazer?
Empresas e sistemas que lidam com emissão de notas fiscais ou controle tributário precisarão adaptar seus softwares, bancos de dados e rotinas internas.
Podem ocorrer falhas na emissão de documentos fiscais, dificuldades com fornecedores ou atrasos no cumprimento de obrigações tributárias. A recomendação é que as empresas se preparem com antecedência.
A Receita informou que disponibilizará ferramentas para facilitar essa atualização técnica.
6. Empresas e profissionais já inscritos precisam fazer algo?
Não. Nenhuma ação será necessária junto a órgãos federais, estaduais ou municipais.
Os sistemas públicos serão atualizados para aceitar tanto o formato atual quanto o novo. A expectativa, segundo a Receita, é que essa adaptação ocorra de forma automática e transparente para as empresas.
7. O que muda no cálculo do Dígito Verificador?
O Dígito Verificador (DV), número que aparece no final do CNPJ e serve para validar sua autenticidade, continuará sendo calculado pelo método do Módulo 11 — um tipo de verificação matemática —, agora adaptado para incluir letras no cálculo.
Cada caractere será convertido em um valor numérico com base na tabela ASCII, que atribui um número específico a cada símbolo, e dele será subtraído o valor 48.
Por exemplo: a letra A corresponde ao número 65 na tabela ASCII e, para o cálculo, será utilizado o valor 17 (que é o resultado de 65 menos 48).
A Receita Federal disponibilizará rotinas de cálculo em linguagens de programação populares para facilitar essa adaptação técnica.
8. Qual a ligação com a reforma tributária?
O novo CNPJ faz parte do processo de modernização do sistema tributário.
A mudança prepara o caminho para a implementação de dois novos tributos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que visam unificar e simplificar diversos impostos atualmente em vigor.
Para isso, será necessário contar com sistemas mais modernos e integrados. O novo CNPJ alfanumérico contribui nesse processo ao ampliar a capacidade do sistema, facilitar a separação entre despesas pessoais e profissionais e automatizar processos como a recuperação de créditos tributários.
9. Haverá algum custo para as empresas com essa mudança?
Sim. As empresas precisarão atualizar seus sistemas para reconhecer o novo CNPJ com letras e calcular corretamente o Dígito Verificador.
Essas adaptações podem gerar custos técnicos, especialmente em softwares de emissão de notas fiscais e bancos de dados.
Receita federal
Crédito editorial: SERGIO V S RANGEL / Shutterstock
Entenda o que são nanoempreendedores
Comissão do Senado deve votar nesta quarta projeto que estabelece regras para comitê gestor da reforma tributária
Senador Eduardo Braga em reunião com ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Jonas Carvalho/Divulgação
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal deve votar nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que cria o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (CG-IBS) e regula a última parte da Reforma Tributária.
Caso seja aprovado, o texto seguirá para deliberação no plenário do Senado, onde precisa ter maioria absoluta de votos, ou seja 41. Após a aprovação no Senado, o texto deve voltar para a Câmara, que aprovou o texto em outubro de 2024, e precisará reavaliar as mudanças feitas antes de seguir para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O projeto define a estrutura e as competências do Comitê Gestor do IBS, que será a entidade responsável por definir as diretrizes e coordenar a implementação e transição do atual modelo tributário para o novo modelo, que começa a valer em definitivo em 2033.
A ideia é garantir não só o cumprimento das regras mas também elaborar medidas para evitar perdas de estados que poderiam perder arrecadação nos primeiros anos do novo sistema (entenda mais abaixo).
O texto foi apresentado em novembro de 2024, mas só começou a tramitar em março deste ano, quando o senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi definido como relator da proposta, assim como foi no texto da Reforma Tributária.
Presidente Lula sanciona regulamentação da Reforma Tributária
A proposta inicial recebeu 517 emendas dos senadores, mas até a apresentação do relatório, na semana passada, o relator analisou 368 dessas emendas. Desse total, 96 foram acatadas total ou parcialmente.
Na última semana os senadores apresentaram outras 149 emendas ao texto, sendo 124 nos últimos dois dias, e que ainda precisam ser deliberadas pelo relator nesta quarta-feira.
Missão do comitê gestor
Segundo o projeto, caberá ao comitê gestor do IBS, formado por estados e municípios, uniformizar a interpretação e a aplicação da legislação sobre o imposto e promover operações administrativas relacionadas à compensação, retenção e distribuição da arrecadação do imposto aos entes.
Também será competência do comitê gestor, entre outros:
▶️ disciplinar a aplicação padronizada de regimes especiais de fiscalização;
▶️ exercer a gestão compartilhada, em conjunto com a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, do sistema de registro do início e do resultado das fiscalizações do IBS e da CBS;
▶️ atuar junto ao Poder Executivo federal, com vistas a harmonizar normas, interpretações, obrigações acessórias e procedimentos relativos às regras comuns aplicáveis ao IBS e à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
Composição
O comitê será composto por um Conselho Superior, Secretaria Geral, Assessoria de Relações Institucionais e Interfederativas, Corregedoria, Auditoria Interna e uma Diretoria Executiva, composta por 9 diretorias, como a de Fiscalização, Tributação e Tesouraria.
Serão:
27 membros, representando cada estado e o Distrito Federal, indicados pelo chefe do Poder Executivo estadual e distrital; e
27 membros, representando o conjunto dos municípios e do DF, indicados pelos chefes dos Poderes Executivos municipais e distrital.
Os membros serão nomeados para o exercício da função pelo prazo de quatro anos. A proposta estabelece que 30% dos integrantes da Auditoria Interna serão ocupados por mulheres.
Impasse entre entidades pode atrasar reforma tributária
Durante a tramitação no Senado, o relator resolveu um impasse sobre a distribuição das 27 cadeiras destinadas aos municípios. Assim, o colegiado provisório contará com 13 cadeiras para a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que reúne municípios com mais de 80 mil habitantes, enquanto a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que representa o interesse dos demais, ficará com 14.
O texto define que as indicações devem ser feitas até 31 de outubro deste ano ou 15 dias após a publicação da lei complementar e, a partir de 2026, será feito por meio de eleições.
O comitê gestor realizará reuniões obrigatórias a cada 3 meses, podendo convocar reuniões extraordinárias quando necessário.
Conforme o projeto, a aprovação das deliberações no âmbito do comitê vão precisar, cumulativamente, dos votos:
da maioria absoluta de seus representantes;
de representantes de estados e do Distrito Federal que correspondam a mais de 50% (cinquenta por cento) da população do país;
em relação ao conjunto dos Municípios e do Distrito Federal: da maioria absoluta de seus representantes.
Herança e previdência privada
Conforme o relatório apresentado na semana passada, a regulamentação estabelece também diretrizes para o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), cobrado sobre bens recebidos por herança ou doação.
De competência estadual, o ITCMD foi implementado pela Constituição, mas nunca foi regulamentado por uma legislação nacional. Atualmente, o tributo é regulado por leis estaduais, com alíquotas e regras diferentes.
Durante discussão na Câmara, uma versão da proposta chegou a incluir a tributação de heranças oriundas de planos de previdência privada. O trecho foi, no entanto, removido em votação no plenário da Casa.
Embora a Câmara tenha rejeitado a cobrança, o texto da proposta aprovado pelos deputados não dizia expressamente que heranças de previdência privada não seriam taxadas.
O parecer de Braga propõe incluir um trecho e deixar claro que o ITCMD não será cobrado sobre valores herdados de:
previdência privada complementar;
seguro;
pecúlio ou similares.
Segundo a proposta, o Senado estabelecerá uma alíquota máxima para o ITCMD. Observando o teto, os estados poderão definir suas próprias alíquotas.
Especialistas explicam como a reforma tributária vai melhorar sistema de cobrança de impostos
Imposto Seletivo para bebidas açucaradas
A proposta de Eduardo Braga prevê a criação de um escalonamento da cobrança do "imposto do pecado" sobre bebidas açucaradas.
O Imposto Seletivo foi criado pela reforma tributária. O tributo é aplicado sobre produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. Na prática, essa categoria terá uma tributação maior do que a alíquota padrão.
Segundo a proposta, o "imposto do pecado" será cobrado paulatinamente sobre as bebidas açucaradas. A transição começará em 2029 e será encerrada em 2033.
Além das bebidas açucaradas, cigarros e bebidas alcoólicas também passarão pela transição, que já estava prevista anteriormente.
Créditos de ICMS
A segunda etapa da regulamentação da reforma tributária também estabelece o destino de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que será extinto com a criação do IBS.
Segundo a proposta de Eduardo Braga, as empresas poderão pedir compensação desses créditos. A compensação será possível para saldos reunidos até 31 de dezembro de 2032.
O crédito poderá servir para abater cobranças do novo imposto ou, em caso de impossibilidade de compensação via IBS, ser devolvido financeiramente, de forma parcelada.
Serviços financeiros
O relatório de Eduardo Braga também define as alíquotas que serão cobradas sobre serviços financeiros, que terão um regime específico de tributação com a reforma tributária. Esses serviços contemplam, de acordo com a emenda constitucional, operações de crédito, câmbio, seguros e outros.
Haverá uma subida gradual da tributação, iniciando em 10,85%, em 2027, chegando a 12,5% em 2033. A alíquota equivale à soma do IBS e da CBS.
Segundo o texto de Braga, onde houver cobrança de ISS (Imposto Municipal Sobre Serviços) durante a transição da reforma, haverá uma redução da alíquota.
Regime de nanoempreendedor
Braga ainda propôs, em seu parecer, estender o regime de nanoempreendedor para taxistas e caminhoneiros.
A mudança permitirá que as categorias fiquem isentas da cobrança dos novos impostos sobre consumo — CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) —, desde que atendam a alguns critérios.
O relatório do senador amplia os beneficiários do regime de nanoempreendedor, criado pela primeira etapa de regulamentação da reforma. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em janeiro, esta fase limitou o benefício a motoristas e entregadores de plataformas digitais.
Os nanoempreendedores vão abranger pessoas físicas que tenham receita bruta anual inferior a R$ 40,5 mil (correspondente à metade do limite de microempreendedores individuais).
Pela primeira lei que regulamentou a reforma tributária, o grupo ficará isento das cobranças do IBS e da CBS.
No caso dos motoristas e entregadores de aplicativo, a atual legislação prevê uma flexibilização no cálculo da receita, que vai considerar apenas parte do valor arrecadado pelo trabalhador autônomo — uma maneira de ampliar o número de beneficiários do regime.
A atual norma prevê que, no cálculo da receita, serão considerados apenas 25% dos valores brutos recebidos mensalmente pelos motoristas e entregadores de aplicativos.
O parecer de Eduardo Braga estende esta flexibilização do cálculo para motoristas e entregadores de empresas físicas, o que abrange frentistas, caminhoneiros e taxistas.
Segundo Braga, sem a mudança, poderia haver um "infindável contencioso judicial sob o argumento de violação ao princípio da igualdade tributária".
Contencioso Administrativo
Entre as principais alterações realizadas por Braga, está a criação da Câmara Nacional de Integração do Contencioso Administrativo do IBS e da CBS, que ficará responsável por analisar eventuais divergências jurisprudenciais entre os dois tributos.
O relator viu a necessidade de criar tal mecanismo, porque o CBS, que vai ser um tributo federal, terá os processos administrativos fiscais julgados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Enquanto para o IBS, tributo estadual, ainda será criado um órgão para analisar tais situações.
Assim, a Câmara Nacional será composta por quatro conselheiros da Fazenda Nacional da Câmara Superior de Recursos Fiscais do Carf, quatro membros da Câmara Superior do Conselho Gestor do IBS, sendo dois representantes dos estados e dois dos municípios e quatro representantes dos contribuintes.
Ainda de acordo com o texto, os recursos à Câmara Nacional poderão ser propostos tanto pelo contribuinte quanto pela Fazenda, desde que feitos dentro de 10 dias úteis.
21 marcas de azeite já foram alvo de proibição total ou parcial do governo em 2025; veja lista
Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Vinte e uma marcas de azeite foram banidas ou tiveram lotes proibidos pelo governo federal em 2025.
Os vetos ocorreram em ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura – a última que apareceu na lista é a Los Nobles, proibida nesta terça-feira (16).
Tanto o ministério quanto a agência, que podem atuar em conjunto, possuem uma lista com marcas e lotes vetados para consumo. Algumas marcas aparecem em ambas as relações.
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Veja as marcas que foram proibidas ou tiveram lotes vetados em 205:
Los Nobles - setembro
Vale dos Vinhedos – julho
Serrano – junho
Málaga – junho
Campo Ourique – junho
Santa Lucía – junho
Villa Glória – junho
Alcobaça – junho
Terra de Olivos – junho
Casa do Azeite – junho
Terrasa – junho
Castelo de Viana – junho
San Martín – junho
Grego Santorini – maio
La Ventosa – maio
Escarpas das Oliveiras – maio
Almazara – maio
Quintas D'Oliveira – maio
Alonso – maio
Doma – fevereiro
Azapa – fevereiro
No caso da Los Nobles, o produto é apresentado como argentino na internet. Segundo a Anvisa, porém, o azeite é considerado clandestino e não possui aprovação da Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia da Argentina).
Desde o início de 2024, o governo federal já proibiu lotes e marcas de azeite mais de 70 vezes. Algumas das irregularidades encontradas pelo Ministério e pela Anvisa, desde o início de 2024, foram:
importação e distribuição por empresas sem CNPJ no Brasil;
adulteração/falsificação;
presença de óleos vegetais no produto;
não atendimento às exigências sanitárias para suas instalações;
não atendimento a padrões de rotulagem;
falta de licenciamento junto à autoridade sanitária competente;
incerteza sobre origem ou composição do produto.
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Azeite fraudado: o que fiscais costumam encontrar em frascos adulterados
De onde vem o azeite
Apreensão e proibição de venda
Oito marcas vetadas aparecem tanto na lista do Ministério da Agricultura quanto da Anvisa. São elas: Cordilheira, Serrano, Alonso, Quintas D'Oliveira, Almazara, Escarpas das Oliveiras, Grego Santorini e La Ventosa.
As seis últimas estavam em uma lista de apreensões do Ministério da Agricultura em outubro passado. Na época, o governo informou que os produtos apresentavam risco à saúde devido à incerteza sobre a sua origem e composição.
A Anvisa proibiu as seis marcas em maio deste ano, após pedido do Ministério da Agricultura, por irregularidades nos CNPJs das empresas embaladoras.
No caso da Alonso, o Ministério da Agricultura esclareceu que existem duas marcas de azeites com esse nome, mas de empresas diferentes. A proibida pelo governo é representada pela Comércio de Gêneros Alimentícios Cotinga Ltda., que tem origem desconhecida.
A outra marca, que é regular, tem origem chilena e é exportada pela Agrícola Pobena S.A.
Risco à saúde
As proibições feitas pelo Ministério da Agricultura levam em conta o risco à saúde do consumidor.
Em uma operação contra fraude de azeite extravirgem em março de 2024, agentes identificaram produtos fabricados ou comercializados em estabelecimentos clandestinos, com condições de higiene inadequadas.
Além disso, algumas das empresas penalizadas têm seus CNPJs suspensos ou baixados pela Receita Federal, "o que reforçou a suspeita de fraude", segundo o governo.
Diferença entre azeite de oliva e outros óleos mais baratos feitos com azeitonas
Dicas para comprar um bom azeite
O Ministério da Agricultura sugere desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é verificar se a marca já teve a sua venda proibida ou entrou na lista de produtos falsificados.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados
A Anvisa oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo "Produto".
Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado.
Reprodução
➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura
O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empesa no campo "Estabelecimento".
Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.
Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura.
Reprodução
Bolsa Família 2025: pagamentos de setembro começam nesta quarta; veja calendário
Bolsa Família 2025: veja as regras e o calendário de pagamentos de setembro
A Caixa Econômica Federal inicia os pagamentos de setembro do Bolsa Família 2025 nesta quarta-feira (17). Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. (veja mais abaixo o calendário completo)
O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos são antecipados.
Confira o calendário do Bolsa Família para setembro de 2025:
Final do NIS: 1 - pagamento em 17/9
Final do NIS: 2 - pagamento em 18/9
Final do NIS: 3 - pagamento em 19/9
Final do NIS: 4 - pagamento em 22/9
Final do NIS: 5 - pagamento em 23/9
Final do NIS: 6 - pagamento em 24/9
Final do NIS: 7 - pagamento em 25/9
Final do NIS: 8 - pagamento em 26/9
Final do NIS: 9 - pagamento em 29/9
Final do NIS: 0 - pagamento em 30/9
Ao longo do ano, a previsão de pagamentos é:
Outubro: de 20/10 a 31/10;
Novembro: de 14/11 a 28/11;
Dezembro: de 10/12 a 23/12.
Bolsa Família
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família.
Quem pode receber o Bolsa Família?
A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa.
Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família.
Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como:
manter crianças e adolescentes na escola;
fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
manter as carteiras de vacinação atualizadas.
Onde se cadastrar?
Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento.
Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada.
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Como sacar o Bolsa Família?
Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque.
Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito.
Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa.
Copom define taxa de juros nesta quarta, com expectativa para manutenção em 15% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (17) e deve manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos. Essa é a expectativa dos economistas do mercado financeiro, tendo por base indicações do próprio BC de que a taxa será mantida inalterada por um "período bastante prolongado" de tempo. A decisão do Copom será anunciada após as 18h. 🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre. A expectativa dos analistas dos bancos é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026. A projeção é de que o juro comece a cair no final de janeiro do próximo ano. Em comunicado, o Itaú Unibanco avaliou que a inflação corrente trouxe "algum alívio" e que as expectativas do mercado para a alta de preços nos próximos anos recuaram "mas ainda de forma modesta, e permanecem substancialmente acima da meta de inflação para diferentes prazos". "Mantemos nossa expectativa de início do ciclo de cortes apenas no 1º trimestre de 2026. Reconhecemos, entretanto, que os riscos aumentaram na direção de um corte antecipado ainda em 2025, o que pode ocorrer caso se verifique uma valorização ainda mais expressiva da taxa de câmbio [queda do dólar] ou uma desaceleração mais acentuada da atividade", acrescentou o Itaú Unibanco. Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), observou que os desafios fiscais do país, com a dificuldade de equilibrar as contas públicas, têm dificultado o controle da inflação. Analistas apontam que o descompasso entre governo e BC pressiona taxa de juros no país. "É prioritário que o setor público, abrangendo a União, os estados e os municípios, faça um enorme e responsável esforço para conter os déficits e equilibrar suas contas. Não podemos continuar convivendo com juros elevados e rombo fiscal, que se retroalimentam e drenam a força de nossa economia. Podemos crescer muito mais a cada ano se conseguirmos equacionar esses dois grandes problemas que nos prejudicam há tanto tempo”, afirmou o presidente do Ciesp. Desemprego recua para 5,6% no trimestre encerrado em julho, menor nível da série histórica do IBGE Como age o Banco Central? Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o primeiro trimestre de 2027. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,83% (com estouro da meta), 4,30%, 3,9% e em 3,7%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC. Desaceleração da economia O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. ▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em agosto, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. ▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação. ▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar. "A conjuntura de atividade econômica doméstica tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores", informou o BC, em agosto. Copom reafirma que cenário externo está mais incerto e adverso
Mega-Sena, concurso 2.915: prêmio acumula e vai a R$ 33 milhões
G1 | Loterias - Mega-Sena 2915
O sorteio do concurso 2.915 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (16), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 33 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 10 - 11 - 15 - 38 - 52 - 60
5 acertos - 33 apostas ganhadoras: R$ 50.164,01
4 acertos - 2.648 apostas ganhadoras: R$ 1.030,47
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (18).
Mega-Sena, concurso 2.915
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Votação da PEC da Blindagem põe em risco MP da tarifa social da energia elétrica, que perde validade nesta quarta
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que vai se encontrar nesta terça-feira (16) com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar evitar que a medida provisória que altera regras do setor elétrico e amplia descontos na tarifa de energia perca validade. O prazo final para que os parlamentares deliberem sobre a matéria vence nesta quarta-feira (17). Segundo Silveira, a expectativa é de que a Câmara vote o texto ainda nesta terça para que os senadores votem nesta quarta e o presidente Lula sancione o texto na sequência. No entanto, a MP corre o risco de perder a validade no Congresso Nacional, porque os deputados estão priorizando a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia a blindagem a parlamentares na Justiça. O texto é conhecido como PEC da Blindagem. Motta inclui PEC da Blindagem na pauta, e Câmara pode votar proposta nesta terça Apesar da tentativa de Silveira, a votação da MP nesta terça na Câmara é considerada “incerta”, na avaliação de parlamentares. Isso porque o debates estão voltados à PEC. "Eu estou confiante que vamos votar. Todos na Câmara estão conscientes, líderes estão conscientes, conversei com vários líderes que o prazo pro Senado votar é até amanhã. O Senado está com muita disposição de recepcionar a MP. Todos sabem da importância e a urgência de atender 60 milhões de brasileiros carentes com a medida social", afirmou Silveira, durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. A proposta determina a ampliação da tarifa social. Segundo o ministro, 60 milhões de brasileiros serão beneficiados com isenção e cerca de 20 milhões com desconto. O presidente Lula assinou a MP em 21 de maio deste ano. Desde então, as mudanças estão valendo, mas se não forem chanceladas pelo Congresso, perdem validade. A conta está gratuita para os consumidores com renda per capita mensal de até meio salário mínimo, inscritos no CadÚnico (cadastro de programas sociais do governo) e cujo consumo seja de até 80 kw/h por mês. Consumidor com renda entre meio e um salário mínimo per capita e consumir até 120 kW/h ao mês estão tendo desconto de 12% na conta em razão da isenção da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que custeia subsídios do setor. Reforma do setor elétrico O texto da MP do setor elétrico a ser levado ao plenário das casas legislativas será enxuto e o principal tópico segue sendo a tarifa social de energia elétrica, que tem mais consenso entre os parlamentares. Dessa forma, questões como mercado livre de energia serão tratadas na MP1304, cujo prazo de validade é até novembro. Sob reserva, os parlamentares acreditam que esses tópicos mais estruturais precisam de mais discussões. Em conversa com jornalistas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que, se o texto da MP do setor elétrico não for aprovado da forma como enviou ao parlamento (o que já foi decidido como improvável), espera que seja absorvido na MP 1304. A matéria trata de temas como um teto à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). "Hoje o mercado livre compra energia 20% mais barato que o mercado regulado. E quem está no mercado regulado são as pessoas que recebem conta de energia em casa. É a classe média, é o comércio, a pequena indústria, então é natural que ela seja como um todo aprovada porque ela é uma MP que busca equilíbrio do setor. Agora, caso seja aprovada a parte da tarifa social, há um compromisso do presidente da Câmara e do Senado que a gente avance de outra forma na 1304 que também é uma reforma do setor elétrico que está lá", disse o ministro.
Trump diz que EUA e China fecharam acordo sobre TikTok e estende prazo para venda da rede
Donald Trump e TikTok
Jornal Nacional e AP.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta terça-feira (16) que estende até dezembro o prazo para a venda das operações do TikTok no país.
Com a prorrogação, a ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok, tem mais 90 dias para concluir a venda dos ativos da plataforma a investidores americanos. Esse prazo já havia sido adiado outras três vezes.
Mais cedo, Trump disse que os EUA e a China já chegaram a um entendimento para que o TikTok continue funcionando nos Estados Unidos.
"Temos um acordo sobre o TikTok. Temos um grupo de empresas muito grandes que querem comprá-lo", disse Trump, sem dar mais detalhes.
A confirmação do acordo deve acontecer na sexta-feira (19), durante uma ligação entre Trump e o presidente da China, Xi Jinping.
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Trump confirma acordo com a China sobre operações do TikTok nos EUA
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Quem vai controlar o TikTok nos EUA?
As operações da TikTok nos Estados Unidos serão controladas por um consórcio de investidores que inclui Oracle , Silver Lake e Andreessen Horowitz, informou o jornal Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com o assunto.
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Uma nova empresa será criada para operar o TikTok, com investidores norte-americanos detendo uma participação de aproximadamente 80% e acionistas chineses detendo o restante, segundo a reportagem.
A empresa também terá uma diretoria dominada por norte-americanos, com um membro designado pelo governo dos EUA.
Os usuários atuais do aplicativo serão solicitados a mudar para um novo aplicativo, que a TikTok criou e está testando, informou o jornal.
As conversas sobre o TikTok fazem parte de uma disputa maior entre EUA e China, que envolve tarifas comerciais e regras para exportação de tecnologia.
Autoridades dos EUA e da China chegaram a um acordo preliminar na segunda-feira (15), após meses de negociações. A Casa Branca tem acompanhado o processo de perto e participa ativamente das discussões.
As negociações sobre o TikTok começaram no primeiro semestre, mas foram interrompidas após a China sinalizar que não aprovaria o acordo por causa das tarifas aplicadas por Trump sobre produtos chineses.
Lei obriga venda do TikTok
A venda do TikTok pode precisar do aval do Congresso. Em 2024, os parlamentares americanos aprovaram uma lei obrigando a ByteDance a ceder o controle da operação da plataforma nos EUA.
A medida foi criada para evitar que o governo chinês tivesse acesso, eventualmente, a dados de usuários no país.
A ByteDance nega os vínculos com o governo chinês e afirma que os dados dos usuários americanos são armazenados em servidores da Oracle nos EUA. Segundo a empresa, as decisões de moderação também são feitas em território americano.
Desde que reassumiu a presidência, em janeiro, Trump evitou aplicar a lei. Segundo ele, a legislação deixaria usuários insatisfeitos e afetaria a comunicação política.
Trump, que tem 15 milhões de seguidores no TikTok, disse que a rede contribuiu para sua vitória nas eleições do ano passado. A Casa Branca também criou uma conta oficial na plataforma no mês passado.
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Presidente do conselho da Nestlé deixará cargo após demissão de CEO
Logo da Nestlé na sede da empresa em Vevey, na Suíça, em 25 de novembro de 2024.
REUTERS/Denis Balibouse
A Nestlé informou nesta terça-feira (16), que o presidente do conselho de administração, Paul Bulcke, decidiu deixar o cargo, dias depois que a gigante do setor de alimentos demitiu o presidente-executivo Laurent Freixe por não revelar um relacionamento amoroso com uma subordinada.
Paul Bulcke será sucedido pelo vice-presidente do conselho, Pablo Isla, a partir de 1º de outubro. Ele deveria deixar o cargo apenas em abril de 2026.
"Este é o momento certo para eu me afastar e acelerar a transição planejada", disse Bulcke.
O Financial Times informou na semana passada que os investidores da Nestlé haviam solicitado que Bulcke deixasse o cargo devido à saída de um segundo presidente-executivo em pouco mais de um ano.
Laurent Freixe foi demitido por manter um relacionamento secreto com uma funcionária
Nestle
No começo deste mês, o CEO da empresa, Laurent Freixe, foi demitido depois que uma investigação interna revelou que ele mantinha um relacionamento amoroso com uma funcionária que estava sob sua supervisão direta.
Philipp Navratil, executivo com mais de 20 anos de experiência na Nestlé, assume o cargo. Segundo comunicado da Nestlé, a conduta viola o Código de Conduta da empresa, que proíbe relacionamentos hierárquicos para evitar conflitos de interesse.
📎 No Brasil, a legislação não proíbe relacionamentos no ambiente de trabalho, mas a empresa pode adotar regras internas para evitar que casais prejudiquem a hierarquia ou a produtividade. (veja abaixo o que diz a lei)
A investigação foi conduzida pelo presidente do conselho da Nestlé, Paul Bulcke, e pelo diretor independente Pablo Isla, com o apoio de advogados externos. Segundo Bulcke, a decisão foi difícil, mas necessária.
“Os valores e a governança da Nestlé são fundamentos sólidos da nossa companhia. Agradeço a Laurent por seus anos de serviço”, disse o presidente.
Novo CEO
O novo CEO da multinacional é Philipp Navratil. Ele ingressou na empresa em 2001 como auditor interno e, desde então, ocupou diversos cargos de liderança em diferentes países.
Navratil liderou operações em Honduras e México, coordenou a estratégia global das marcas Nescafé e Starbucks e, mais recentemente, esteve à frente da Nespresso, acelerando o crescimento da empresa.
Em janeiro de 2025, Navratil integrou o conselho executivo da Nestlé e agora assume o cargo de CEO.
De acordo com o conselho, a substituição do CEO não deve mudar os rumos da empresa. O objetivo é manter o plano de crescimento em andamento e continuar priorizando eficiência.
“Philipp é reconhecido por conseguir entregar resultados mesmo em ambientes desafiadores. Estamos confiantes de que ele vai impulsionar nossos planos de crescimento sem perder o ritmo”, disse Bulcke.
Em seu primeiro pronunciamento como CEO, Navratil disse estar “honrado” com a confiança recebida e prometeu dar continuidade ao trabalho da empresa.
“É um privilégio assumir a responsabilidade de liderar a Nestlé rumo ao futuro. Estou ansioso para trabalhar em alinhamento com o conselho e intensificar a criação de valor”, afirmou.
Com informações da agência de notícias Reuters.
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Mercosul e EFTA assinam acordo de livre comércio e chanceler classifica parceria como 'histórica'
Alckmin e ministros do Mercosul e do EFTA posam para foto oficial após assinatura de acordo
Divulgação
O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinaram, nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, acordo de livre comércio entre os blocos.
O ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, classificou o acordo como "histórico", "inovador" e afirmou que facilitará a aproximação entre os países signatários, além de futuros membros que possam entrar no Mercosul.
O acordo não entra em vigor imediatamente porque há outras fases de tramitação até que efetivamente comece a valer.
🔎 Os quatro países da EFTA, juntos, contam com uma população de 15 milhões de habitantes, cujo PIB é de U$1,4 trilhão.
Mercosul e EFTA assinam acordo de livre comércio
De acordo com o governo brasileiro, o acordo criará uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) agregado de mais de US$ 4,3 trilhões.
"Ambas as partes irão se beneficiar de acesso a mercado ampliado para mais de 97% das suas exportações, o que elevará o comércio bilateral e trará benefícios para as empresas e cidadãos dos países signatários", diz nota do Itamaraty.
Além disso, "criará novas oportunidades de negócios para agentes econômicos dos Estados do Mercosul e da EFTA, inclusive para o elevado número de pequenas e médias empresas atuantes em cada jurisdição. O acordo irá gerar maior acesso a mercados e melhoria nas regras e procedimentos aduaneiros", complementa comunicado.
Vieira ressaltou ainda que o acordo tem preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável e estimula e exige que as empresas tenham uma integração verde e a produção energética sustentável.
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também participou da cerimônia e afirmou que o acordo celebra a força do multilateralismo.
Segundo ele, as negociações para um possível acordo entre o Mercosul e os Emirados Árabes está bem adiantado.
Alckmin pontou também que há uma possibilidade de linhas tarifárias com o México, recentemente visitado por ele, além da expectativa de selar o acordo entre Mercosul e União Europeia até o fim deste ano.
Ao ser questionado se o acordo poderia absorver parte das perdas ocasionadas pelo tarifaço impostas pelos Estados Unidos, Alckmin disse que não é "assim tão simples, mas é uma abertura de mercado importante".
Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores
GloboNews/Reprodução
Impactos
👉🏽 Estimativas apontam impacto positivo de R$ 2,69 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, aumento de R$ 660 milhões em investimentos e expansão de R$ 3,34 bilhões em exportações até 2044.
Em 2024, a EFTA representava 1,54% das importações do Brasil. Em relação às exportações, a EFTA foi responsável por 0,92% das vendas para o exterior. No mesmo ano, o Brasil exportou US$ 3,09 bilhões para a EFTA e importou US$ 4,05 bilhões do bloco.
A corrente de comércio totalizou US$ 7,14 bilhões e o saldo comercial foi negativo de US$ 0,96 bilhão. Em relação aos produtos enviados pela EFTA ao Brasil, os principais setores foram os farmacêuticos, químicos, e máquinas e equipamentos.
Já em relação aos produtos enviados pelo Brasil à EFTA, destacam-se setores de metais básicos, produtos vegetais e animais, e produtos alimentícios.
Próximos passos
🔎 A assinatura do acordo não significa que os termos pactuados entrarão em vigor de imediato. Isso ocorre porque a tramitação prevê que, após a assinatura, o acordo seja traduzido para os idiomas dos países que compõem tanto o Mercosul quanto a EFTA.
Na sequência, tem a chamada "internalização" – quando as partes encaminharão o acordo aos seus respectivos processos internos de aprovação. No caso do Brasil, por exemplo, essa etapa envolve o Executivo e Legislativo, por meio de aprovação pelo Congresso Nacional.
Posteriormente, as partes se notificam sobre a conclusão dos respectivos trâmites internos e confirmam, por meio da ratificação, o compromisso em cumprir o acordo. Assim, o acordo entra em vigor, e produzirá os efeitos jurídicos no primeiro dia do terceiro mês seguinte à notificação da conclusão dos trâmites internos por ao menos um país da EFTA e um país do Mercosul.
Em almoço, lideranças do PL se dizem traídas por Motta
Motta inclui PEC da Blindagem na pauta, e Câmara pode votar proposta nesta terça Em almoço nesta terça-feira (16), em Brasília, três dos principais nomes do PL na Câmara criticaram duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O motivo, segundo eles, seria a estratégia de Motta para “enterrar” o projeto que concede anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Participaram do encontro o vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS). Ameaça à PEC da Blindagem Na conversa, o trio avaliou que a oposição pode retirar os votos da PEC da Blindagem, se a articulação de Motta significar o abandono da anistia ampla. A leitura foi de que o Centrão não teria votos suficientes para aprovar a proposta sem o apoio da direita. Segundo relatos ao blog, Altineu chegou a sugerir que Sóstenes ligasse para Motta durante o almoço. O líder do PL, no entanto, disse que o presidente da Câmara estava “traindo o partido”. PEC em pauta A PEC da Blindagem foi incluída por Motta na pauta de votações desta terça-feira (16). A proposta prevê que ações penais contra deputados e senadores só possam ser abertas com aval prévio do Congresso — uma regra que vigorou entre 1988 e 2001 e blindou parlamentares em mais de 250 pedidos de investigação. O texto em discussão também prevê que: a Câmara ou o Senado terão até 90 dias para decidir sobre a abertura da ação; se não houver decisão no prazo, a autorização será concedida automaticamente; a votação será secreta; presidentes de partidos nacionais terão foro privilegiado no STF. Motta trocou o relator da PEC nesta manhã e escolheu o deputado Claudio Cajado (PP-BA), aliado do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL). Articulação da anistia Além da PEC da Blindagem, a Câmara também discute a proposta que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro. Hugo Motta marcou para quarta-feira (17) uma nova reunião de líderes para tratar do pedido de urgência que acelera a tramitação do projeto. O requerimento precisa do apoio de 257 deputados para ser aprovado em plenário. Parlamentares, porém, avaliam que a proposta pode ser derrotada, abrindo espaço para a negociação de um texto alternativo — como a redução das penas.
Mauro Vieira nega que atraso na liberação de vistos para ONU será um impasse
A uma semana da Assembleia Geral da Onu, parte da delegação brasileira ainda não tem visto para entrar nos EUA O ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, negou ,nesta terça-feira, que será um problema o atraso na liberação de vistos para integrantes da delegação que vai representar o Brasil na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, na semana que vem. O Brasil tem sofrido retaliações do governo norte-americano, do presidente Donald Trump, em razão de ações do Judiciário: como a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por golpe de Estado e medidas para enquadrar as plataformas de redes sociais na legislação brasileira. Trump impôs um tarifaço de 50% a produtos brasileiros e proibiu a entrada de algumas autoridades nos EUA: o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, por exemplo. Ao ser questionado se o atraso para autorizações de entrada para a reunião da ONU é um problema, Vieira disse que "não, de forma alguma". "Inclusive, já foram liberados alguns e os Estados Unidos, na condição de país sede da ONU, tem pelo compromisso de conceder esses vistos", destacou Viera, após assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). O grupo é formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, A uma semana da Assembleia Geral da ONU, parte da delegação brasileira ainda não tem visto para entrar nos EUA. O governo brasileiro ainda não confirma quantos integrantes da comitiva aguardam o visto. O do presidente Lula está regularizado. Acordo com o Efta Segundo o governo federal, a acordo prevê que a EFTA eliminará 100% das tarifas de importação sobre produtos industriais e pesqueiros. Quase 99% das exportações brasileiras destinadas ao bloco terão livre acesso. O Brasil, por sua vez, colocará 97% do comércio bilateral em liberalização imediata, mantendo margens de proteção em setores sensíveis. Em outra frente, o país também garantiu a exclusão de compras relacionadas ao SUS e manteve flexibilidade para utilizar encomendas tecnológicas e políticas de compras governamentais em favor da indústria nacional. O acordo também contempla temas como barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e facilitação de comércio, que promovem transparência e previsibilidade ao comércio entre os blocos. "O acordo ampliará as oportunidades para setores diversos da economia brasileira, do agro à indústria de transformação, reforçando nosso compromisso por um comércio internacional baseado em regras e a busca do governo brasileiro por um país mais integrado, competitivo e preparado para os desafios do futuro", disse Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, durante a assinatura do instrumento.
Empresa com DNA brasileiro adota estratégia para conquistar mercado americano de bebidas
Linha de Produtos Bave
Bave
No competitivo e altamente regulado mercado de bebidas dos Estados Unidos, uma empresa americana com DNA brasileiro tem se destacado por uma abordagem inovadora e totalmente integrada: a BAVE Food & Beverage. Indo muito além da simples importação e distribuição, a companhia se posicionou como uma ponte crucial para marcas do Brasil e de outros países que desejam se estabelecer no exigente cenário norte-americano.
A BAVE se diferencia por oferecer uma solução "ponta a ponta", conectando a produção no país de origem diretamente ao consumidor final nos EUA. Essa estratégia abrange desde processos regulatórios, um dos maiores desafios do setor, até a ativação comercial e a logística completa.
Equipe Bave
Divulgação
A plataforma da empresa atua em 41 estados e no Distrito de Columbia, o que a posiciona como segundo maior player em cobertura estadual licenciada. Combina importação, licenciamento, armazenagem (warehousing) e distribuição, além de simplificar um processo que, historicamente, é complexo e fragmentado.
O modelo de sucesso e a plataforma integrada
Especialistas em comércio internacional apontam que o principal gargalo para a entrada de novas marcas no mercado americano é a burocracia e a logística. A BAVE ataca diretamente esse problema, reduzindo significativamente o tempo de entrada e os riscos regulatórios, especialmente para bebidas alcoólicas, que enfrentam leis estaduais e federais rigorosas.
A eficácia do modelo é demonstrada pelo portfólio de marcas que já confiam na BAVE, incluindo nomes de peso como Brahma, Itaipava, Cabaré, Ypióca e Monte Paschoal, Rota 48. Além disso, a empresa tem suas próprias marcas, como a Br Samba™ e a Bacco Dionisio™, mostrando seu entendimento e capacidade de criar produtos adaptados ao paladar local.
Expansão e estratégia digital: a parceria com Ronaldinho Gaúcho
Um passo estratégico recente da BAVE é o lançamento de seu portal B2C (Business-to-Consumer) nos EUA. A estreia desse canal de venda direta ao consumidor final se deu com um produto de destaque: a Cachaça de Ronaldinho Gaúcho. A parceria com o ícone do futebol e embaixador da Copa do Mundo não apenas agrega valor à marca, mas também oferece uma vitrine poderosa e acessível para as bebidas parceiras, ampliando seu alcance para além dos canais de distribuição tradicionais.
Sergio Vechiatto - CEO BAVE
Bave
"O mercado americano está cheio de oportunidades, mas exige um 'passo a passo' muito bem planejado, afinal os desafios de captura são ainda maiores", explica Vechiatto, CEO Bave e especialista do setor econômico internacional. "A BAVE percebeu que o sucesso não se resume apenas a ter um bom produto, mas a ter uma operação robusta que garanta que ele chegue ao consumidor de forma legal e eficiente.
Com sede em Pompano Beach, na Flórida, a BAVE também apoia a produção doméstica (copacking) e já planeja expandir seu portfólio para o segmento de bebidas não alcoólicas, com foco em saúde, bem-estar e funcionais. Essa visão de longo prazo reforça sua posição como um hub essencial para a indústria de bebidas que procur prosperar no competitivo cenário dos Estados Unidos, a exemplo de empresas globais que ampliam sua participação nesse desafiador mercado.
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Conheça a BAVE aqui.
Empresa com DNA brasileiro adota estratégia para conquistar mercado americano de bebidas
Linha de Produtos Bave
Bave
No competitivo e altamente regulado mercado de bebidas dos Estados Unidos, uma empresa americana com DNA brasileiro tem se destacado por uma abordagem inovadora e totalmente integrada: a BAVE Food & Beverage. Indo muito além da simples importação e distribuição, a companhia se posicionou como uma ponte crucial para marcas do Brasil e de outros países que desejam se estabelecer no exigente cenário norte-americano.
A BAVE se diferencia por oferecer uma solução "ponta a ponta", conectando a produção no país de origem diretamente ao consumidor final nos EUA. Essa estratégia abrange desde processos regulatórios, um dos maiores desafios do setor, até a ativação comercial e a logística completa.
Equipe Bave
Divulgação
A plataforma da empresa atua em 41 estados e no Distrito de Columbia, o que a posiciona como segundo maior player em cobertura estadual licenciada. Combina importação, licenciamento, armazenagem (warehousing) e distribuição, além de simplificar um processo que, historicamente, é complexo e fragmentado.
O modelo de sucesso e a plataforma integrada
Especialistas em comércio internacional apontam que o principal gargalo para a entrada de novas marcas no mercado americano é a burocracia e a logística. A BAVE ataca diretamente esse problema, reduzindo significativamente o tempo de entrada e os riscos regulatórios, especialmente para bebidas alcoólicas, que enfrentam leis estaduais e federais rigorosas.
A eficácia do modelo é demonstrada pelo portfólio de marcas que já confiam na BAVE, incluindo nomes de peso como Brahma, Itaipava, Cabaré, Ypióca e Monte Paschoal, Rota 48. Além disso, a empresa tem suas próprias marcas, como a Br Samba™ e a Bacco Dionisio™, mostrando seu entendimento e capacidade de criar produtos adaptados ao paladar local.
Expansão e estratégia digital: a parceria com Ronaldinho Gaúcho
Um passo estratégico recente da BAVE é o lançamento de seu portal B2C (Business-to-Consumer) nos EUA. A estreia desse canal de venda direta ao consumidor final se deu com um produto de destaque: a Cachaça de Ronaldinho Gaúcho. A parceria com o ícone do futebol e embaixador da Copa do Mundo não apenas agrega valor à marca, mas também oferece uma vitrine poderosa e acessível para as bebidas parceiras, ampliando seu alcance para além dos canais de distribuição tradicionais.
Sergio Vechiatto - CEO BAVE
Bave
"O mercado americano está cheio de oportunidades, mas exige um 'passo a passo' muito bem planejado, afinal os desafios de captura são ainda maiores", explica Vechiatto, CEO Bave e especialista do setor econômico internacional. "A BAVE percebeu que o sucesso não se resume apenas a ter um bom produto, mas a ter uma operação robusta que garanta que ele chegue ao consumidor de forma legal e eficiente.
Com sede em Pompano Beach, na Flórida, a BAVE também apoia a produção doméstica (copacking) e já planeja expandir seu portfólio para o segmento de bebidas não alcoólicas, com foco em saúde, bem-estar e funcionais. Essa visão de longo prazo reforça sua posição como um hub essencial para a indústria de bebidas que procur prosperar no competitivo cenário dos Estados Unidos, a exemplo de empresas globais que ampliam sua participação nesse desafiador mercado.
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Comissão do Senado aprova projeto que cria espaço fiscal para medidas contra impactos do tarifaço
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (16) um projeto que cria espaço fiscal para medidas emergenciais do governo contra os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. A medida busca compensar os exportadores afetados pelas tarifas. O projeto ainda vai precisar passar pelo plenário do Senado e, depois, pela Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado nas duas casas, a proposta segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Setor de calçados enfrenta tarifaço de Trump nos EUA e concorrência chinesa dentro do Brasil A proposta abre espaço excepcional para a União realocar despesas e renúncias fiscais a fim de diminuir o prejuízo dos produtores e empresas exportadoras. Com o projeto, esses gastos não seriam considerados nas metas de resultado primário e no limite de despesas previsto no arcabouço fiscal. O projeto de lei complementar foi proposto pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, e recebeu relatório favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Fundos 💲O texto autoriza a União a aumentar em até R$ 1 bilhão a participação no Fundo Garantidor de Operações (FGO) para cobertura de operações de crédito destinadas a exportadores afetados pelas tarifas. 💲Também fica ampliada a participação no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) em até R$ 2 bilhões. 💲A proposta permite ainda que a União integralize cotas no valor de R$ 1,5 bilhão para mitigar o impacto das tarifas. Além disso, o texto também muda o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), criado para incentivar a exportação de produtos manufaturados. O regime permite que as empresas exportadoras recebam de volta uma parte de valores pagos em tributos. Atualmente, o percentual de devolução varia entre 0,1% a 3%, e pode ser acrescido em até 2% em casos especiais. A proposta eleva o percentual de acréscimo para até 3%, no caso de exportações afetadas pelas novas tarifas americanas. Ao defender o texto, o relator da proposta argumentou que uma solução de longo prazo passe pela “procura de novos mercados e por negociações com os EUA para a reversão das tarifas adicionais”. “Embora a solução de longo prazo passe pela procura de novos mercados e por negociações com os Estados Unidos para a reversão das tarifas adicionais, é inegável a virtude da adoção de socorro temporário às empresas e aos empregos afetados por essas tarifas”, disse Veneziano. Medidas do governo No início deste mês o governo editou uma medida provisória que abre o crédito anunciado de R$ 30 bilhões para as empresas que exportam aos Estados Unidos e que foram afetadas pelo tarifaço. O acesso às medidas do Plano Brasil Soberano, segundo o Palácio do Planalto, será dado com prioridade às empresas que tenham registrado, entre julho de 2024 e junho de 2025, no mínimo 5% do faturamento total proveniente de exportações de produtos impactados pelas tarifas adicionais dos Estados Unidos. Além da linha de crédito, o governo também anunciou outras medidas de suporte às empresas afetadas pelas tarifas. São elas: ➡️Seguro à exportação: governo anunciou instrumentos para proteger o exportador contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos, permitindo que bancos e seguradoras utilizem essa garantia em mais tipos de operações. ➡️A Receita Federal foi autorizada a fazer diferimento (adiamento) de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pelo tarifaço. ➡️Isenção de insumos para exportações: o governo anunciou a prorrogação, por um ano, do prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado "drawback". ➡️Novo Reintegra: o governo também anunciou que as empresas exportadoras terão crédito tributário (valores a abater em impostos) para que suas vendas ao exterior sejam desoneradas. ➡️Compras públicas: Foi anunciado que a União, estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais etc.). ➡️Diversificação de mercados: o governo anunciou, ainda, que continuará trabalhando para diversificar mercados, ou seja, buscando novos países compradores dos produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.
'Não dá para usar a economia como mecanismo de guerra ideológica', diz Haddad sobre tarifaço dos EUA
Haddad diz que megaoperação contra PCC conseguiu chegar 'ao andar de cima' do crime organizado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (16) que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros é uma medida política, fruto de uma “guerra ideológica”, e não uma decisão de ordem econômica.
Ao mencionar a carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicada no jornal “The New York Times”, Haddad destacou que o governo brasileiro está aberto ao diálogo, mas frisou a necessidade de respeitar a Constituição e os trâmites institucionais do país.
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“Não dá para usar a economia — o dólar, a tarifa, ou o que for — como mecanismo de guerra ideológica. Imagina se fosse o contrário: o Brasil usando seu poder contra uma nação amiga para favorecer uma força política dentro de um Estado soberano”, afirmou o ministro, durante participação no J.Safra Investment Conference.
“Como isso seria visto pelos nossos constituintes? Tanto que parte dos americanos concorda que essa medida não é justificada.”
O ministro acrescentou que a medida não deve provocar grandes impactos nas exportações, pois boa parte da produção pode ser direcionada a outros mercados.
“Temos petróleo de qualidade, grãos, pescado, carne... então, não está faltando comprador para os produtos brasileiros”, disse Haddad.
O ministro lembrou que as exportações para os EUA representam 12% do total e ressaltou que, nos últimos 15 anos, o Brasil acumulou superávit de cerca de US$ 40 bilhões em bens e serviços. “Não há por que tratar o Brasil da mesma forma que outros países que são deficitários para os EUA”, afirmou.
O ministro acrescentou que empresários brasileiros têm adotado uma postura pragmática nas negociações em Washington e citou como conquista a exclusão da celulose da lista de produtos taxados. Segundo ele, esse resultado demonstra que é possível separar disputas políticas de decisões econômicas.
Depreciação do dólar
Ao ser questionado sobre a recente queda do dólar, Haddad lembrou que, no início do ano, discordou de projeções que apontavam a moeda americana a R$ 7 ou até R$ 7,50.
"Eu dizia que não pagava mais que R$ 5,7, isso lá em fevereiro. Hoje [o câmbio] está em R$ 5,30."
Para Haddad, a valorização do real tem impacto direto na economia brasileira. Segundo ele, o país está conseguindo “reancorar as expectativas de inflação”, o que abre espaço para a redução das taxas de juros nos próximos meses.
O ministro avaliou que o início de um ciclo de cortes de juros está próximo e deve impulsionar rapidamente a atividade econômica. “Tudo leva a crer que o ciclo de corte de juros vai se iniciar em algum momento nos próximos meses”, afirmou.
Como exemplo, Haddad destacou o ambiente de negócios, mencionando o setor de infraestrutura: “O ministro Renan Filho vai entregar 30 concessões, contra apenas quatro no governo anterior. [Isso] demonstra que o apetite para investir no Brasil tende a crescer, sobretudo quando os juros começarem a cair.”
Meta fiscal e contas públicas
O ministro da Fazenda afirmou que o governo está comprometido em cumprir as metas fiscais previstas para 2025 e 2026, mas ressaltou que sua execução depende da colaboração do Congresso Nacional.
Segundo ele, o Legislativo tem apoiado o Executivo em pontos cruciais, como o controle de gastos, a rejeição de “pautas-bomba” e a recomposição da base fiscal.
As metas estabelecidas preveem déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos.
Haddad também mencionou conversas com lideranças da Câmara dos Deputados sobre projetos relacionados ao Orçamento de 2026. Ele antecipou que o governo pretende enviar ainda nesta semana propostas voltadas à economia digital, incluindo medidas para atrair data centers ao país.
Haddad fala durante evento que anunciou plano de socorro a empresas afetadas pelo tarifaço
Adriano Machado/Reuters
Dólar cai pelo 5º dia e fecha a R$ 5,29, de olho na Superquarta; Ibovespa supera os 144 mil pontos
Ibovespa bate novo recorde e fecha dia aos 143 mil pontos
O dólar fechou em queda de 0,43% nesta terça-feira (16), cotado a R$ 5,2980 — menor valor desde 6 de junho do ano passado, quando encerrou em R$ 5,2498. Com o resultado, a moeda americana chegou à quinta sessão consecutiva de baixa.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 0,36%, alcançando um novo recorde de 144.062 pontos, acima dos 143.547 registrados ontem.
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O otimismo dos mercados reflete a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e manutenção da Selic no Brasil nesta Superquarta (17). O contraste torna o país mais competitivo para investidores, gerando entrada de recursos que fortalecem a bolsa e pressionam o dólar para baixo.
▶️ Tanto no Brasil quanto nos EUA, esta terça-feira marcou o início das reuniões dos bancos centrais para decidir os rumos da economia. Por aqui, o mercado espera que a taxa básica de juros continue em 15% ao ano. Já nos EUA, a previsão é de um pequeno corte de 0,25 ponto percentual, o que deve levar a taxa para um intervalo entre 4% e 4,25%. As decisões serão anunciadas amanhã.
▶️ Na agenda local, o IBGE divulgou hoje a taxa de desemprego do país, que caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho. Foi a menor taxa da série histórica, que teve início em 2012.
▶️ Nos EUA, o dia foi marcado pela divulgação de novos dados econômicos, que vieram acima do esperado: as vendas no varejo cresceram 0,6%, superando a expectativa de 0,2%, e a produção industrial teve alta de 0,2%, contrariando a previsão de retração.
▶️ Enquanto isso, o cenário político também tem influenciado os bastidores da decisão sobre os juros nos EUA. A indicação de Stephen Miran, conselheiro econômico ligado a Donald Trump, foi aprovada pelo Senado a tempo de participar da reunião que começou hoje.
▶️ Já a tentativa do governo de afastar Lisa Cook foi barrada pela Justiça, e ela também continua no comitê. A Casa Branca prometeu recorrer.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,04%;
Acumulado do mês: -2,29%;
Acumulado do ano: -14,27%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,31%;
Acumulado do mês: +1,91%;
Acumulado do ano: +19,82%.
Desemprego no Brasil
A taxa de desemprego brasileira desacelerou e atingiu 5,6% no trimestre encerrado em julho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foi a menor taxa da série histórica deste indicador, que teve início em 2012, e representa uma queda em relação ao trimestre anterior terminado em abril, quando o desemprego atingiu 6,6%.
Ao todo, 6,118 milhões de pessoas estavam sem emprego no país. Segundo o IBGE, essa foi a menor taxa desde o fim de 2013, quando 6,100 milhões estavam desempregados.
Os dados também representam um recuou de 14,2% (ou menos 1,0 milhão de pessoas) no trimestre e caiu 16,0% (menos 1,2 milhão de pessoas) no ano.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 5,6%
População desocupada: 6,118 milhões de pessoas
População ocupada: 102,4 milhões
População fora da força de trabalho: 65,6 milhões
População desalentada: 2,7 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,1 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões
Na visão de Leonardo Costa, economista do ASA, mesmo com o desemprego no menor nível da série histórica, há sinais de que o mercado de trabalho pode estar se estabilizando.
“Já que a população ocupada vem mostrando sinais de acomodação no curto prazo. De todo modo, o mercado de trabalho segue como destaque positivo.”
Já Igor Cadilhac, economista do PicPay, acredita que o ritmo atual do mercado de trabalho deve continuar firme pelo menos até o fim do terceiro trimestre. “Quando deve se iniciar um processo gradual de desaceleração. Para 2025, projetamos taxa média de desemprego de 6%, encerrando o ano em 5,6%.”
Dados dos EUA
Nesta terça-feira, novos dados dos EUA foram divulgados e mostram que a economia norte-americana apresentou um desempenho acima do esperado em agosto — tanto nas vendas do varejo quanto na produção industrial.
Os números indicam que, apesar das incertezas políticas e comerciais, o consumo segue firme e a atividade nas fábricas mostra sinais de recuperação.
As vendas no varejo cresceram 0,6% no mês, repetindo o avanço de julho, que foi revisado para cima. A expectativa era de uma alta mais modesta, de 0,2%.
Parte desse crescimento pode estar ligada ao aumento de preços causado por tarifas, e não necessariamente por maior volume de compras.
Já a produção industrial teve alta de 0,2% em agosto, após uma queda de 0,1% no mês anterior. A expectativa era de nova retração, mas alguns setores mostraram recuperação.
Fed na mira de Trump
Na segunda-feira (15), o Senado norte-americano aprovou o nome de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O aval dos parlamentares, após votação apertada (48 a 47), amplia a influência de Trump sobre a instituição.
A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed.
A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas.
Após a conclusão da papelada e da posse, Miran ficou apto a participar da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começou já nesta terça-feira (16).
Por outro lado, também na segunda-feira, o Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia negou o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Fed.
Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça independência do Fed: pela primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo.
Na prática, a decisão do tribunal permitiu que Cook participasse normalmente da reunião de política monetária do Fed, assim como Miran.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados começaram o dia em alta, com os investidores animados pela expectativa de que o banco central americano possa cortar os juros em breve.
No entanto, esse otimismo perdeu força ao longo da manhã, depois que saíram dados de vendas no varejo mais fortes do que o esperado, o que pode indicar que a economia ainda está aquecida e dificultar uma redução nos juros.
Os principais índices de ações fecharam em leve queda. O Dow Jones recuou 0,27%, o S&P 500 caiu 0,13% e o Nasdaq teve perdas de 0,07%.
Na Europa, os mercados fecharam em grande parte com queda. A expectativa pela decisão sobre os juros nos EUA deixou os investidores mais conservadores, especialmente em setores como bancos e seguradoras, que costumam ser mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros.
O índice geral europeu, o STOXX 600, caiu 1,14%. Em Londres, o FTSE recuou 0,88%; em Frankfurt, o DAX retraiu 1,77%; em Paris, o CAC 40 perdeu 1,00%; em Milão, o FTSE/Mib teve baixa de 1,28%; e em Madri, o Ibex-35 perdeu 1,51%.
Na Ásia, os mercados tiveram um dia de negociações instáveis, especialmente na China e em Hong Kong. Apesar disso, o clima geral foi de leve movimentação, sem grandes mudanças.
No fechamento, Xangai subiu 0,04%, enquanto o CSI300 caiu 0,21% e o Hang Seng recuou 0,03%. Em Tóquio, o Nikkei avançou 0,3%; em Seul, o Kospi subiu 1,24%; Taiwan teve alta de 1,07%; Sydney cresceu 0,28%; e Cingapura teve leve queda de 0,09%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Notas de dólar.
Reuters
Desemprego recua para 5,6% em julho, menor nível da série histórica do IBGE
Desemprego cai para 5,6% no trimestre encerrado em julho
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse foi o menor nível da série histórica do instituto, iniciada em 2012. No trimestre anterior, encerrado em abril, a taxa era de 6,6%. No mesmo período do ano passado, era de 6,9%.
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A desocupação atingiu 6,11 milhões de pessoas no trimestre, o menor número desde o fim de 2013, quando era de 6,10 milhões. O resultado representa uma queda de 14,2% (1 milhão de pessoas) contra o trimestre anterior e de 16% (menos 1,2 milhão) em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Já a população ocupada chegou ao recorde de 102,4 milhões de pessoas. Desse total, o número de empregados com carteira assinada também foi o mais alto já registrado, somando 39,1 milhões.
Segundo o IBGE, esse aumento no número de trabalhadores com carteira puxou o recuo da desocupação no país. Desse contingente, os setores quem mais contrataram foram:
Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+522 mil);
Serviços ligados a informação, comunicação, finanças e administração (+260 mil);
Agropecuária e atividades relacionadas (+206 mil pessoas).
Na comparação com o mesmo período de 2024, cinco setores se destacaram:
Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+677 mil).
Indústria (+580 mil);
Serviços de informação, comunicação, finanças e administração (+480 mil);
Comércio (+398 mil);
Transporte e correio (+360 mil);
Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 5,6%
População desocupada: 6,118 milhões de pessoas
População ocupada: 102,4 milhões
População fora da força de trabalho: 65,6 milhões
População desalentada: 2,7 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,1 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões
A força de trabalho, que inclui ocupados e desocupados, atingiu 108,6 milhões de pessoas, também um novo recorde da série histórica do IBGE. O número permaneceu estatisticamente estável frente ao trimestre anterior, mas avançou 1,1% (mais 1,2 milhão) em relação ao mesmo período de 2024.
A população fora da força de trabalho somou 65,6 milhões, também mantendo estabilidade nas duas comparações.
🔎A população ocupada inclui todas as pessoas que estão trabalhando, formal ou informalmente. Já a força de trabalho reúne os ocupados e os desocupados, ou seja, quem está empregado e quem busca emprego. Quem não trabalha nem procura trabalho integra a população fora da força de trabalho.
A população desalentada chegou a 2,7 milhões de pessoas, e caiu 11% no trimestre (menos 332 mil) e 15% no ano (menos 475 mil). A taxa de desalento recuou 0,3 ponto percentual no período e 0,4 ponto percentual no ano, chegando a 2,4%.
Já a taxa composta de subutilização, que representa a força de trabalho "desperdiçada" no país, ficou em 14,1%. Segundo o IBGE, essa também foi a mais baixa da série, representando também uma queda de 1,3 p.p. em relação ao trimestre anterior (15,4%) e de 2,1 p.p. na comparação anual.
"Os dados mostram que quem saiu da desocupação não está abandonando a força de trabalho nem entrando no desalento, mas sim se inserindo de fato no mercado, o que é confirmado pelo recorde de ocupação”, afirma Kratochwill.
Informalidade cai para 37,8%, mas total de trabalhadores informais aumenta
Apesar do recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, houve uma estabilidade em relação ao trimestre anterior e de alta de 3,5% frente ao mesmo período de 2024.
Já os empregados sem carteira assinada eram 13,5 milhões, o que representa estabilidade nas duas comparações.
Com isso, o número de trabalhadores informais chegou a 38,8 milhões, levemente acima do período anterior de três meses (38,5 milhões) e de um ano antes (38,7 milhões).
O trabalho por conta própria também atingiu o maior nível da série, com 25,9 milhões, alta de 1,9% no trimestre (mais 492 mil) e de 4,2% no ano (mais 1 milhão).
Assim, de maio a julho, a taxa de informalidade foi de 37,8%, abaixo do trimestre anterior (38%) e do mesmo período de 2024 (38,7%).
Segundo William, “o avanço da informalidade foi pequeno e sem relevância estatística, mas a formalização continuou a crescer, o que reduziu o indicador”.
Massa de rendimentos também bate recorde
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.484 por mês no trimestre terminado em julho, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. É o que o IBGE chama de rendimento médio real habitual.
O valor cresceu 1,3% no trimestre e registrou crescimento de 3,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 352,3 bilhões, um novo recorde, com alta de 2,5% trimestre e aumentando 6,4% (mais R$ 21,3 bilhões) no ano.
Mercado de trabalho se mantém resiliente
O Banco Central inicia nesta terça-feira sua reunião de política monetária de dois dias, com expectativa de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15%. A autoridade monetária tem destacado a resiliência do mercado de trabalho, mesmo diante de sinais de desaceleração gradual da economia.
O economista Maykon Douglas destaca que a forte massa salarial, que vem crescendo quase 6,3% em termos reais, tem ajudado a manter o consumo em setores mais sensíveis à demanda.
Esse movimento contribui também para a desaceleração da inflação do núcleo de serviços, que reflete preços de itens menos voláteis da economia.
"Portanto, dada essa dinâmica conjunta entre emprego e inflação subjacente, o Copom não tem espaço para alterar o cerne da sua comunicação no momento, e deve manter firme seu objetivo de manter a taxa Selic no atual patamar por tempo suficiente para reequilibrar os preços", afirma.
Entretanto, apesar da mínima histórica no desemprego, o economista do ASA, Leonardo Costa, acredita que o país está se aproximando da estabilidade, já que a população ocupada vem mostrando sinais de acomodação no curto prazo.
"De todo modo, o mercado de trabalho segue como destaque positivo", diz.
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
Divulgação/Agência Brasil
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
Os funcionários que estão sendo demitidos por postagens sobre o assassinato de Charlie Kirk
J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, apresentou um episódio do 'Charlie Kirk Show', um podcast diário que Kirk apresentava
Getty Images via BBC
Pessoas que celebram o assassinato do influenciador conservador Charlie Kirk devem ser responsabilizadas, disse o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.
"Chamem a atenção deles, avisem o empregador deles", disse Vance ao apresentar um episódio do podcast Charlie Kirk Show. "Não acreditamos em violência política, mas acreditamos em civilidade."
Pilotos, profissionais médicos, professores e um funcionário do Serviço Secreto estão entre os que foram suspensos ou demitidos por postagens nas redes sociais consideradas inapropriadas sobre a morte de Kirk.
Críticos argumentam que as demissões ameaçam a liberdade de expressão e a proteção dos funcionários, embora as empresas americanas tenham ampla liberdade para demitir funcionários.
Onda de violência política nos EUA atinge esquerda e direita com centenas de casos
Suspeito de matar Charlie Kirk não admitiu culpa nem quer colaborar, diz governador de Utah
Os comentários de Vance foram ao ar na segunda-feira (15/9) em um episódio do Charlie Kirk Show, um podcast diário que Kirk apresentava antes de ser baleado no pescoço na quarta-feira passada, quando conduzia um debate na Universidade de Utah Valley.
No episódio, o vice-presidente disse que os americanos de esquerda "são muito mais propensos a defender e celebrar a violência política" e acrescentou que "não há civilidade na celebração de assassinatos políticos".
Uma pesquisa recente do YouGov revelou que os americanos liberais eram mais propensos do que os conservadores a considerar aceitável sentir alegria com as mortes de oponentes políticos.
Os comentários de Vance vieram enquanto outros legisladores republicanos dos EUA ecoam apelos para que aqueles que celebram publicamente a morte de Kirk sejam punidos.
"Exigirei a demissão, o corte de verbas e a cassação de suas licenças", disse o congressista da Flórida, Randy Fine, em uma publicação no X no domingo, pedindo que essas pessoas "sejam expulsas da sociedade civil".
A congressista da Carolina do Sul Nancy Mace instou o Departamento de Educação a "cortar todo o dinheiro para qualquer escola ou universidade" que se recuse a retaliar contra funcionários que façam postagens insensíveis sobre Kirk.
Kirk, um cristão devoto, compartilhava opiniões sobre gênero, raça e aborto que geraram descontentamento, especialmente nos campi que visitou.
Em alguns casos, pessoas que recorreram às redes sociais para celebrar sua morte ou postar comentários ofensivos foram demitidos ou afastados pors empregadores.
Entre eles está Anthony Pough, um funcionário do Serviço Secreto dos EUA que escreveu no Facebook que Kirk "espalhou ódio e racismo em seu programa". "No fim das contas, você responde a DEUS e acaba manifestando o que diz", disse o americano, que teve sua autorização de segurança revogada.
O diretor do Serviço Secreto, Sean Curran, escreveu em um memorando aos funcionários que ataques com motivação política estão aumentando e que os membros da equipe de segurança não devem agravar o problema.
"Os homens e mulheres do Serviço Secreto devem se concentrar em ser a solução, não em agravar o problema", escreveu Curran.
Americanos empregados por empresas privadas também estão sob escrutínio. A Office Depot, rede de lojas de materiais de escritório, demitiu funcionários de uma filial em Michigan após a viralização de um vídeo em que eles aparecem se recusando a imprimir cartazes para uma vigília religiosa, confirmou a empresa à BBC em um comunicado.
Um porta-voz da Office Depot disse que o comportamento dos funcionários "foi completamente inaceitável e insensível" e violou as políticas da empresa.
Professores e jornalistas também estão enfrentando punições por seus comentários, provocando um debate sobre a chamada cultura do cancelamento.
Karen Attiah, colunista de longa data do Washington Post, escreveu em uma publicação no Substack que o jornal a demitiu após uma série de publicações que ela fez na plataforma de mídia social Bluesky sobre a morte de Kirk.
Na Carolina do Sul, a Universidade Clemson informou em um comunicado na segunda-feira que demitiu um funcionário e colocou dois professores em licença pelo que chamou de postagens "inadequadas" nas mídias sociais relacionadas ao assassinato de Kirk.
As repercussões foram além dos EUA.
No Canadá, a professora Ruth Marshall, da Universidade de Toronto, foi afastada após aparentemente ter escrito em uma publicação nas redes sociais que "tiros são bons demais para muitos de vocês, fascistas".
Os empregadores americanos geralmente têm ampla liberdade para demitir funcionários por qualquer motivo, já que a maioria dos funcionários é empregada sob contratos que permitem tal prática.
Para Steven Collis, professor de Direito na Universidade do Texas em Austin, o direito à liberdade de expressão, previsto na Constituição dos EUA, não abrange empregadores privados.
Em vez disso, aplica-se a ações governamentais que restringem a liberdade de expressão dos cidadãos, diz ele.
Risa Lieberwitz, chefe do Worker Institute da Universidade Cornell, afirma que figuras públicas podem estar infringindo os direitos de liberdade de expressão se exigirem responsabilização por postagens sobre Kirk.
Segundo ela, a onda de demissões não foi surpreendente, dada a atual retórica política acalorada nos EUA.
"Acho que isso reflete o tipo de medo que existe agora nos Estados Unidos de retaliações do governo Trump por não aderir à sua agenda política", disse ela.
Alguns criticaram as demissões, como a Associação Americana de Professores Universitários, que afirmou em um comunicado na segunda-feira que a liberdade acadêmica deve ser protegida e "não restringida sob pressão política".
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Governo proíbe a venda de azeite da marca Los Nobles
G1 em 1 Minuto: Produtos proibidos pela Anvisa
O governo proibiu a venda de todos os lotes do azeite da marca Los Nobles. A decisão foi publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União, nesta terça-feira (16).
Na internet, o produto é apresentado como argentino. Segundo a Anvisa, porém, o azeite é considerado clandestino e não possui aprovação da Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia da Argentina).
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Com a medida, ficam proibidas a comercialização, a distribuição, a importação e a propaganda do azeite Los Nobles.
A Anvisa informou ainda que a empresa responsável e o CNPJ da distribuidora não são conhecidos. O g1 não conseguiu contato com a Los Nobles.
Entenda as fraudes de azeite mais comuns no Brasil
Governo proíbe comercialização de mais duas marcas de azeite
Outras 20 marcas proibidas
Além da Los Nobles, o governo federal, por meio de ações da Anvisa e do Ministério da Agricultura, já proibiu outras 20 marcas de azeite desde o início do ano (veja lista abaixo).
Tanto o ministério quanto a agência, que podem atuar em conjunto, possuem uma lista com marcas e lotes vetados para consumo. Algumas marcas aparecem em ambas as relações.
As ações deste ano se somam a outras do ano passado. Desde o começo de 2024, o governo federal já proibiu lotes e marcas de azeite mais de 70 vezes.
Algumas das irregularidades encontradas pelo governo, desde o início de 2024, foram:
importação e distribuição por empresas sem CNPJ no Brasil;
adulteração/falsificação;
presença de óleos vegetais no produto;
não atendimento às exigências sanitárias para suas instalações;
não atendimento a padrões de rotulagem;
falta de licenciamento junto à autoridade sanitária competente;
incerteza sobre origem ou composição do produto.
Veja as marcas que foram proibidas ou tiveram lotes vetados em 205:
Los Nobles - setembro
Vale dos Vinhedos – julho
Serrano – junho
Málaga – junho
Campo Ourique – junho
Santa Lucía – junho
Villa Glória – junho
Alcobaça – junho
Terra de Olivos – junho
Casa do Azeite – junho
Terrasa – junho
Castelo de Viana – junho
San Martín – junho
Grego Santorini – maio
La Ventosa – maio
Escarpas das Oliveiras – maio
Almazara – maio
Quintas D'Oliveira – maio
Alonso – maio
Doma – fevereiro
Azapa – fevereiro
Como comprar um bom azeite
Escolha um produto com envase recente
️Desconfie de preços muito baixos
️Não compre azeite a granel
Veja se o produto já foi proibido pela Anvisa ou pelo Ministério da Agricultura
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
➡️Como checar se a marca de azeite já teve a venda proibida pelo Ministério da Agricultura
Marcas de azeite proibidas em 2024
Marcas de azeite proibidas em dezembro de 2023
➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura
O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empresa no campo "Estabelecimento".
Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.
Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura.
Reprodução
➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados
O órgão oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo "Produto".
Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado.
Reprodução
De onde vem o azeite
Tarifaço causa estragos no setor do pescado no Brasil
Petrobras pode voltar à distribuição de gás de cozinha: botijão vai ficar mais barato? Veja perguntas e respostas
Saiba qual a forma correta de armazenar e instalar o gás de cozinha
Em agosto, o conselho de administração da Petrobras aprovou o retorno da estatal ao mercado de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha ou botijão.
Como parte de seu plano estratégico, a estatal planeja integrar essa operação com outros negócios no Brasil e no exterior, além de oferecer soluções de baixo carbono aos clientes.
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Atualmente, a Petrobras produz o GLP, mas a revenda é feita por distribuidoras privadas. A empresa deixou esse mercado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), quando vendeu a operação da Liquigás.
Ainda não está definido se a Petrobras voltará com venda direta ao consumidor — incluindo entrega de botijões — ou se atuará apenas como distribuidora, competindo com empresas privadas que hoje compram o gás da estatal para revenda.
O g1 preparou seis perguntas e respostas para entender os planos da empresa e os possíveis impactos no preço do gás de cozinha.
1. Por que a Petrobras quer voltar ao mercado de distribuição de gás?
Segundo comunicado oficial, a Petrobras busca “atuar em negócios rentáveis e em parcerias nas atividades de distribuição, respeitando as disposições contratuais vigentes”.
A empresa destacou que a inclusão dessa medida em seu Plano Estratégico ainda está em fase inicial, tratada como algo “embrionário” e em estudo.
Coincidência ou não, a decisão surge em um momento em que o governo federal — acionista controlador da estatal — tem demonstrado insatisfação com o valor do botijão no país.
Em maio, durante a inauguração de uma obra da transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas aos preços do gás.
“A Petrobras manda o gás de cozinha a R$ 37. Quando chega aqui, está a R$ 110, R$ 120, em alguns estados até R$ 140. E eu posso dizer que está errado. Não se pode pagar R$ 140 por algo que custa R$ 37 na Petrobras. É certo que há o custo do transporte, mas não precisa ser tanto”, afirmou.
Para o estrategista Max Bohm, da Nomos Investimentos, a decisão causa preocupação no mercado por ser interpretada como “um passo político, mais do que econômico”.
“A primeira reação é negativa, porque a Petrobras deveria focar em negócios de maior rentabilidade, como o pré-sal. Essa retomada gera receio de que decisões estratégicas da empresa passem a ter peso político, algo que já prejudicou a estatal em gestões anteriores”, disse.
2. Como era a atuação da Petrobras na distribuição de gás antes?
Até 2020, a Petrobras participava da distribuição de gás de cozinha por meio da Liquigás e de combustíveis líquidos pela BR Distribuidora (hoje Vibra).
A Liquigás — responsável pelo envasamento, distribuição e comercialização do GLP em todo o país — foi privatizada por cerca de R$ 4 bilhões. O consórcio comprador foi formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás.
Na época, o então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, justificou a venda da Liquigás como parte da estratégia de reduzir dívidas, e concentrar esforços na exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.
Mesmo sendo lucrativa, a distribuição de gás gerava retornos mais baixos que a exploração para a Petrobras. A expectativa era que o pré-sal gerasse lucros muito superiores com o mesmo nível de investimento, explica Bruno Benassi, da Monte Bravo.
“A estratégia tinha como objetivo liberar caixa para áreas mais promissoras. Hoje, voltar a esse mercado parece contraditório, já que os fundamentos não mudaram. O que muda é a pressão política para reduzir preços ao consumidor”, disse.
A Liquigás tinha presença em todos os estados, com 23 centros de operação, cerca de 4,8 mil revendedores autorizados e 21,4% de participação no mercado — o que equivalia a um em cada cinco botijões vendidos.
Na época, o mercado considerou o negócio positivo tanto para a Copagaz quanto para a Petrobras, que buscava acelerar seu programa de desinvestimentos e focar na produção de petróleo.
Além disso, a venda da Liquigás integrava o programa de privatizações do governo Bolsonaro, voltado à redução da participação do Estado em empresas públicas.
Botijão de gás
Reprodução / RBS TV
3. O botijão pode ficar mais barato?
Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais (Ibeps), acredita que os preços podem diminuir. Ele discorda, inclusive, da análise majoritária no mercado de que a distribuição de GLP teria margens mais estreitas.
O especialista cita um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) que revela que, entre 2020 e 2023, as margens líquidas das distribuidoras de gás de cozinha cresceram 188%, bem acima da inflação.
“Com a volta da Petrobras, há espaço para reduzir margens e trazer alívio ao consumidor. Mas isso depende se a estatal vai priorizar resultado financeiro ou bem-estar econômico”, disse.
Por outo lado, Benassi, da Monte Bravo, pondera que é possível reduzir o preço final, mas essa medida impactaria diretamente a rentabilidade da empresa.
“Quanto menor o preço do botijão, menor será a margem da operação. A equação não é simples: reduzir preços pode agradar consumidores, mas compromete o retorno do investimento”, afirma.
Em relatório divulgado logo após o anúncio da Petrobras, analistas do Citi afirmaram que o retorno da empresa ao mercado de GLP é viável, mas deve ocorrer de forma gradual e custosa.
O cenário mais provável seria a compra da Vibra ou de outro distribuidor relevante. Vale lembrar que a empresa também foi vendida pela Petrobras em 2019.
Mas há barreiras contratuais — como a licença da marca BR concedida à Vibra e a cláusula de não concorrência vigente até 2029 —, que limitariam a velocidade com que a Petrobras poderia retomar completamente suas operações no setor de gás de cozinha.
Segundo o Citi, essa iniciativa demandaria um desembolso estimado em US$ 7 bilhões (aproximadamente R$ 38 bilhões), um investimento elevado mesmo para a estatal.
4. Como é formado o preço do botijão de gás?
Atualmente, o preço médio do botijão de 13 kg no Brasil é de R$ 107,82, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado entre 7 e 13 de setembro.
Além do custo de produção, o preço inclui impostos e as margens de lucro da distribuição e revenda. Veja abaixo.
Composição de preços do botijão de gás de 13kg
Arte/g1
De acordo com dados da ANP, em 2022, quatro empresas concentravam 88,3% do mercado de distribuição de GLP no Brasil.
A Copa Energia liderava o setor com 23,81% de participação;
A Ultragaz ocupava a segunda posição, com 22,51%;
A Nacional Gás era a terceira, com 21,55%;
e Supergasbras, em quarto lugar, com 21,02%.
5. O que diz o setor de distribuição de GLP?
O anúncio da Petrobras surpreendeu distribuidoras e revendedoras de gás, mas, segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), não representa uma ameaça significativa à concorrência no setor.
“Qualquer novo entrante que se submeta às mesmas regras do mercado é bem-vindo. O período em que a Liquigás fazia parte do setor foi considerado saudável para todos”, afirma o presidente do sindicato, Sérgio Bandeira de Mello.
No entanto, ele acredita que a entrada da Petrobras provavelmente terá impacto limitado sobre a concorrência ou os preços. Segundo Bandeira, a principal forma de reduzir custos é aumentar a eficiência logística, por exemplo:
otimizar rotas de entrega;
usar georreferenciamento e telemetria para planejar abastecimentos;
investir em inovação.
6. Como a entrada da Petrobras pode impactar a competitividade?
Sérgio Bandeira destaca que, apesar da concentração, o setor continua competitivo para novos participantes. “Qualquer novo agente altera a dinâmica do mercado. A disputa é semelhante à de água mineral ou refrigerantes, com forte briga por pontos de venda e espaço”, avalia o analista.
Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, acrescenta que o efeito sobre a competição dependerá do modelo de atuação que a Petrobras escolher.
“Se ela voltar apenas como distribuidora, deve disputar margens com concorrentes privados. Mas se avançar para a venda direta ao consumidor, com frota própria e pontos de revenda, pode mudar radicalmente o mercado”, disse.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
Pedrada, linguagem GenZ e mais: empreendedores fazem de tudo por likes, mas trends exigem cautela
Empreendedores fazem de tudo por likes, mas trends exigem cautela
Se você acessou o TikTok ou Instagram nos últimos dias, sem dúvidas deve ter esbarrado com vídeos que iniciam com o seguinte bordão: “oi divos e divas”, e ainda traz algumas expressões como “babadeiro”, “iconic”, “faraônico” e “aesthetic”.
Essas são gírias da geração Z que vêm sendo adotadas por empreendedores para viralizar nas redes sociais, divulgar promoções e atrair clientes.
De comerciantes a multinacionais, passando por padres, órgãos públicos e até pelo governo federal, muitos têm recorrido à linguagem da geração Z para se aproximar dos mais jovens.
🤔 Mas isso realmente funciona? Traz retorno? Um exemplo é o vídeo de uma rede de drogarias em Iturama, Minas Gerais, que ultrapassou 4,2 milhões de visualizações no TikTok. Nele, Seu Antônio, um senhorzinho que esbanja carisma, divulga o comércio usando gírias da geração Z.
“Hoje, não existe ferramenta melhor de marketing do que as redes sociais. Em seis meses de trabalho mais intenso, nosso faturamento cresceu 25%. Mesmo com novas farmácias na cidade, nosso faturamento só subiu”, explica Daniela Ferreira, proprietária da drogaria.
Daniela conta que contratou um gestor de tráfego para a empresa, que passou a atuar com foco no Instagram e no TikTok. O conteúdo é adaptado a cada plataforma:
No TikTok, vídeos engraçados e virais;
No Instagram, dicas, promoções e orientações de saúde.
Mel Mendes, uma das funcionárias da drogaria, foi descoberta pelo TikTok e acabou assumindo o papel de criadora de conteúdo da empresa. Além de atuar nas vendas, tem autonomia para produzir e editar os vídeos.
“A gente só orienta a trabalhar com a ética, mas a criatividade é toda dela, de colocar humor dentro do nosso trabalho”, explica Daniela. Ela ressalta que a drogaria evita conteúdos que possam estimular a automedicação e sempre orienta o público a procurar profissionais de saúde.
Segundo a proprietária, os funcionários participam das gravações dentro do horário de trabalho e de forma voluntária. Desde então, a drogaria passou a receber clientes de outras cidades, interessados em comprar e conhecer a equipe.
“Vejo muitos empresários que não dão oportunidade aos próprios funcionários, e isso é um erro. Muita gente duvida da geração Z, mas eu acredito no potencial deles, que é enorme”, completa Daniela.
Vídeo de uma rede de drogarias em Iturama, Minas Gerais, ultrapassou 4,2 milhões de visualizações.
Reprodução/Tiktok
Outro exemplo vem de uma loja de materiais de construção em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Graças à forte presença online, o estabelecimento ganhou visibilidade e se consolidou como marca local.
Segundo Juliana Cardoso, contadora e responsável pelo marketing digital da loja, a pandemia acelerou a transição do atendimento presencial para o digital. Foi nesse período que ela criou as redes sociais do estabelecimento para divulgar produtos e se aproximar dos clientes.
De início, o foco estava em conteúdos simples, como fotos de pisos e promoções. Com o tempo, a estratégia evoluiu para vídeos mais criativos, adotando reels e trends com humor e dancinhas para gerar engajamento.
“O vídeo da tijolada viralizou no Brasil todo. Recebemos mensagens de pessoas do Nordeste, do Sul, de vários lugares perguntando se fazíamos entregas lá”, lembra Juliana.
O post mostra o garoto-propaganda Lucas Rodrigues, conhecido como Feijãozinho, levando uma tijolada após dizer a frase “coloca o capacete que lá vem pedrada”, em referência à música “Malvada”, do cantor Zé Felipe.
Em seguida, a vendedora Gabrielly Mello apresenta as promoções de piso. O vídeo, de apenas 20 segundos, já superou 17 milhões de visualizações no TikTok e foi reproduzido por diversos outros comércios.
Empreendedores fazem de tudo por likes, mas trends exigem cautela
Reprodução/Tiktok
“Os vendedores gostam de aparecer porque isso atrai clientes. Há quem vá à loja só para comprar com o Lucas”, diz Juliana.
Embora os vídeos sejam divertidos, existe cuidado para não expor os funcionários a situações constrangedoras ou de risco. “Seguramos as ideias mais exageradas. É preciso cuidado para não passar do limite”, afirma Juliana.
Mesmo com impacto financeiro limitado, já que a loja não atende fora da região, Juliana afirma que as redes sociais aumentaram o faturamento e atraíram novos clientes.
“Por se tratar de material pesado, não conseguimos enviar pelos Correios”, explica. “O retorno financeiro seria muito maior se pudéssemos vender para fora, mas ainda não temos estrutura de caminhões”, completa Juliana.
⚠️Cuidados com humor
Aderir às trends pode ser uma boa forma de surpreender clientes e divulgar a marca com humor. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo g1, é preciso cautela para evitar conteúdos ofensivos, riscos à saúde física ou situações constrangedoras para os funcionários.
Segundo João Finamor, professor de marketing digital e mídias sociais da ESPM, é importante:
Ter atenção ao uso de músicas e imagens, respeitando os direitos autorais.
Evitar humor ofensivo ou passível de má interpretação.
Não expor funcionários ou clientes sem consentimento.
Redobrar o cuidado com trends que envolvem riscos físicos.
Para o professor, os memes são ótimos para atrair atenção, mas não garantem aumento nas vendas. Um vídeo pode alcançar milhões de visualizações e viralizar no TikTok, mas isso não significa que tenha sido bem recebido pelo público.
Embora o humor possa criar conexão emocional, ele é subjetivo. O que o empreendedor considera engraçado pode não ser para o cliente. Nesse caso, o humor pode gerar incômodo, prejudicar a marca ou até provocar marketing negativo.
O especialista destaca ainda que as redes sociais vão além de simples vitrines: elas são ferramentas essenciais em todo o ciclo de relacionamento com o consumidor — atraem, fidelizam, divulgam, promovem e ajudam a vender produtos.
Para o consumidor, as redes também funcionam como canal de relacionamento e fonte de pesquisa. Por isso, manter um perfil ativo é fundamental, mesmo quando a venda não acontece on-line.
O professor acrescenta que cada rede social possui linguagem e público próprios. “A diferença não está apenas no tema, mas também no formato e no tom”, afirma.
“O que aparece no Twitter também circula no TikTok, depois chega ao Instagram e, em algum momento, ao WhatsApp. O que diferencia os públicos são os formatos e o tipo de linguagem”, completa.
Loja de materiais de construção em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, ganhou visibilidade e se consolidou como marca local graças à forte presença online.
Reprodução/Tiktok
🛍️ Preparação é tudo
Segundo Tainá Alves, coordenadora de Relacionamento Digital do Sebrae, vale acompanhar os conteúdos virais do momento. Mas, ao produzir vídeos ou posts baseados em trends, é fundamental que estejam alinhados aos valores da empresa.
“Não adianta seguir uma trend só para ganhar likes, porque isso pode ser prejudicial. O empreendedor pode até conseguir muitas visualizações e curtidas no momento, mas dificilmente mantém essa audiência ativa depois”, afirma Tainá.
Quando um conteúdo viraliza, significa que o empreendedor “furou a bolha” e alcançou um público além do habitual. Nessas situações, é essencial manter o perfil ativo e garantir uma sequência de conteúdos relevantes nas semanas seguintes.
Essa consistência é crucial porque os algoritmos das plataformas avaliam o engajamento: se os novos seguidores não interagem, o alcance do perfil tende a cair.
A especialista ressalta ainda que um bom conteúdo pode trazer retorno, mas a empresa deve estar preparada com estoque suficiente, atendimento ágil e canais acessíveis.
Isso inclui logística eficiente, respostas rápidas e canais de comunicação como WhatsApp ativos para tirar dúvidas e atender solicitações. Sem esse planejamento, o sucesso momentâneo pode se transformar em problema em vez de oportunidade.
❌ Funcionário NÃO é obrigado a gravar vídeos para empresa
Não custa lembrar que o trabalhador não é obrigado a gravar vídeos para o TikTok ou qualquer rede social se não quiser ou se essa função não fizer parte de seu contrato.
Essa prática pode configurar desvio de função, como explica Paulo Renato Fernandes, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.
“Quando há desvio de função, o empregado tem direito a receber um adicional. Além disso, há a questão do direito de imagem, que é garantido por lei e precisa ser autorizado. Nesse caso, também é possível solicitar indenização pelo uso da imagem”, explica o professor.
O empregador deve solicitar aos funcionários uma autorização por escrito para o uso de imagem, especificando onde os vídeos serão exibidos.
Mesmo quando essa atividade já consta no contrato, o advogado trabalhista Maurício Corrêa da Veiga recomenda obter autorização do funcionário a cada nova campanha publicitária. (veja mais o que diz a lei sobre o tema)
Segundo o advogado, o empregado pode processar a empresa e pedir indenização se se sentir obrigado, induzido ou coagido de alguma forma a participar dos vídeos.
➡️ Mas quem deve aparecer nesses conteúdos? Para Tainá Alves, do Sebrae, o ideal é que o próprio empreendedor participe, pois isso gera credibilidade e conexão.
“Se o empreendedor não tiver interesse, perfil ou aptidão para aparecer, e nenhum colaborador quiser participar da produção de conteúdo, é possível contratar microinfluenciadores”, explica.
📲 Os microinfluenciadores são criadores de conteúdo com número relativamente pequeno de seguidores (geralmente entre 1 mil e 100 mil).
Esses influenciadores, geralmente locais ou de nicho, têm engajamento mais real com comunidades específicas. Segundo Tainá Alves, costumam gerar mais retorno do que grandes influenciadores.
Eles criam comunidades autênticas e engajadas, formadas por pessoas realmente interessadas nos temas que tratam. Por isso, é fundamental pesquisar e escolher microinfluenciadores alinhados ao perfil do negócio.
Outro ponto destacado pela especialista é a importância da Geração Z, nativa digital. Mesmo sem grande poder de compra, esse grupo influencia decisões familiares e deve ser incluído nas estratégias de comunicação.
Além disso, a GenZ será o público do futuro. Por isso, é essencial fidelizar esse grupo. “Eles buscam propósito, impacto social e conteúdo autêntico. É com eles que as marcas precisam começar a dialogar desde já”, conclui Tainá.
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Tribunal mantém demissão por justa causa de funcionária que teve caso com marido da patroa
Sexo no trabalho pode gerar demissão por justa causa, afirma advogada trabalhista
Freepik/ Reprodução
A Justiça do Trabalho manteve a demissão por justa causa de uma atendente de lanchonete em São Paulo, após a trabalhadora admitir ter tido um relacionamento amoroso com o marido da proprietária, que também era sócio do negócio.
A decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) foi unânime e destacou que a atitude da funcionária violou padrões éticos e abalou a confiança necessária na relação de trabalho.
Relacionamentos entre colegas de empresa não são proibidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas podem gerar consequências quando afetam o ambiente profissional. (entenda mais abaixo)
Segundo o processo, havia uma relação próxima e de confiança entre a empregadora e a atendente, o que agravou a situação.
O tribunal também considerou outros fatores para a justa causa: a trabalhadora discutiu com a chefe em público, na frente de clientes, usando palavrões e ofensas — atitude classificada como indisciplina e desrespeito.
Mensagens de WhatsApp anexadas aos autos mostraram a relação de proximidade entre as duas. Para o relator do caso, desembargador Sidnei Alves Teixeira, a quebra de confiança foi ainda mais grave por esse motivo.
A defesa da funcionária argumentou que não houve comunicação formal por escrito sobre a justa causa. Mas os magistrados entenderam que, no contexto de um pequeno negócio familiar e diante do impacto emocional, essa formalidade não invalida a demissão.
O pedido da ex-atendente para reverter a dispensa e transformá-la em rescisão indireta — quando o empregado acusa o empregador de falta grave — também foi negado. Para o relator, aceitar a solicitação seria “legitimar uma conduta antiética e desrespeitosa”.
Traição no trabalho dá justa causa? Entenda o que diz a lei
A advogada Paula Borges, especialista em Direito e Processo do Trabalho, explica que a justa causa é a forma mais severa de encerrar um contrato de trabalho e só deve ser usada quando há uma quebra irreversível de confiança entre empregador e empregado.
“No caso julgado, o Judiciário confirmou a demissão por justa causa, reconhecendo que a atitude da funcionária ultrapassou os limites do contrato e prejudicou a imagem e a autoridade da empregadora. A decisão reforça a importância da ética e do respeito nas relações de trabalho”, afirma a especialista.
Como ficam os relacionamentos entre colegas?
O episódio acontece em meio à maior atenção pública a casos de relacionamentos extraconjugais no ambiente de trabalho. Um exemplo recente envolve o CEO da Nestlé, assim como a situação dos executivos da Astronomer, que veio à tona durante um show do Coldplay.
Para o advogado trabalhista Ronaldo Ferreira Tolentino, relações extraconjugais podem ser interpretadas como "incontinência de conduta", conforme o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e, em último caso, justificar uma demissão por justa causa.
No entanto, a jurisprudência tende a rejeitar esse tipo de interpretação.
"A empresa pode optar por uma demissão sem justa causa. Como precaução, o código de ética pode estabelecer normas para evitar situações que prejudiquem a imagem institucional", acrescenta o advogado.
Nesse caso, as regras são definidas por cada empresa. Elas podem servir para proibir que funcionários com relacionamento amoroso trabalhem no mesmo setor ou tenham relações hierárquicas, por exemplo. Pode ser pedido também que o casal evite o contato mais íntimo dentro do ambiente corporativo.
Mas o advogado pondera que regulamentar comportamentos fora do ambiente empresarial pode ser interpretado como invasão de privacidade, ainda que envolva dois funcionários da mesma empresa.
“Regulamentar fora do ambiente empresarial, ainda que seja entre dois funcionários da empresa, é a companhia se metendo na intimidade dos empregados”, afirma.
Para além das relações amorosas, outras situações em que o funcionário expõe a empresa ou fere a imagem da companhia também podem, em alguns casos, levar à demissão por justa causa.
No entanto, Tolentino explica que enquadrar esses casos não é simples. É preciso analisar bem cada situação, pois a empresa deve provar que o ato do funcionário realmente foi grave o suficiente.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não proíbe relacionamentos afetivos entre funcionários da mesma empresa.
A intimidade e a vida privada são direitos assegurados a todos os brasileiros. Por isso, restringir um namoro pode ser considerado um ato abusivo e contrário aos princípios da dignidade humana e da proteção à vida pessoal, garantidos pela Constituição Federal de 1988.
Proibir que as pessoas se apaixonem é inconstitucional e fere os direitos fundamentais da personalidade. Mas é possível estabelecer regras sobre o comportamento dos funcionários em decorrência do namoro, para não prejudicar a produtividade.
Se não podem proibir, o que as empresas têm a permissão de fazer? Podem criar políticas que impeçam a contratação de cônjuges?
O g1 conversou especialistas para explicar essa e outras dúvidas comuns.
As empresas podem banir a contratação de cônjuges?
Demonstração de afeto no trabalho pode gerar demissão por justa causa?
Um casal que mantinha a relação em segredo pode ser demitido?
O empregado que for demitido por namorar um colega de trabalho pode pedir indenização?
Um casal de funcionários pode requerer expedientes semelhantes?
Os casais podem pedir férias em períodos semelhantes?
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1. As empresas podem banir a contratação de cônjuges?
A contratação de cônjuges ou parentes próximos pode ser regulada pelas empresas para evitar possíveis situações de nepotismo ou conflitos de interesse.
No entanto, uma proibição desfundamentada pode ser considerada excessiva e discriminatória, o que viola a previsão da Constituição Federal de igualdade de tratamento, afirma Cristina Pena.
"O Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem reiterado o entendimento de que cláusulas contratuais ou políticas empresariais que vedam a contratação de parentes, de forma genérica, podem ser interpretadas como discriminatórias".
Mas se a empresa justificar a proibição de forma específica e contextualizada, mostrando que a contratação de cônjuges pode gerar riscos para a administração imparcial ou outros problemas operacionais, ela pode ser considerada válida.
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2. Demonstração de afeto no trabalho pode gerar demissão por justa causa?
Sim. Apesar de o empregador não poder proibir relacionamentos afetivos entre funcionários, as regras internas podem vedar a demonstrações públicas de afeto no ambiente de trabalho, especificamente físicas, segundo a advogada trabalhista Ana Gabriela Burlamaqui.
Nesse sentido, desde que as políticas internas sejam devida e previamente divulgadas, o funcionário que descumprir as regras pode sofrer sanções disciplinares e até rescisão do contrato.
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3. Um casal que mantinha a relação em segredo pode ser demitido por justa causa?
A empresa não pode demitir por justa causa os envolvidos unicamente com base na existência do relacionamento, a menos que uma política interna tenha sido desrespeitada por eles.
Para isso, o empregador precisa provar que houve a violação, pontua Ana Gabriela.
Vale ressaltar que, se a norma for considerada abusiva ou discriminatória, o casal pode buscar reparação na Justiça do Trabalho.
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4. O empregado que for demitido por namorar um colega de trabalho pode pedir indenização?
Sim. Se um funcionário for dispensado por namorar um colega de trabalho e não houver qualquer regra interna que tenha sido desrespeitada, ele pode recorrer à Justiça do Trabalho para questionar a demissão e pedir indenização por dano moral, segundo a advogada Cristina.
Para que o pedido seja acolhido nesses casos, o trabalhador deve provar que a dispensa foi discriminatória e que causou danos à sua honra e dignidade.
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5. Um casal de funcionários pode requerer expedientes semelhantes?
Casais que trabalham em empresas que funcionam aos finais de semana e feriados podem solicitar que os seus horários sejam compatíveis, explica Ana Gabriela.
Porém, a empresa não é obrigada atender, a menos que exista alguma norma interna ou acordo coletivo que estipule essa possibilidade.
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6. Os casais podem pedir férias em períodos semelhantes?
Podem, desde que não provoquem prejuízos às suas operações.
Apesar de caber ao empregador decidir o período mais conveniente para a concessão das férias, o artigo 136 da CLT também prevê que ele deve considerar os interesses do funcionário.
Dessa forma, se um casal solicitar férias no mesmo período e isso não comprometer o funcionamento da empresa, é provável que o empregador aceite o pedido.
Em alguns casos, acordos coletivos ou normas internas podem prever tal possibilidade de maneira mais explícita, facilitando a conciliação entre os interesses das partes.
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Mineral, sintético ou semissintético: qual é o óleo ideal para o seu carro?
Óleo de motor
Adobe Stock
O bom funcionamento de um veículo depende de uma manutenção periódica e preventiva, com peças ideais e trocadas na hora certa. E o óleo lubrificante do carro não perdoa se você errar. Em especial hoje em dia, em que correntes banhadas a óleo podem romper sem o óleo indicado pela fabricante.
Assim, saber se o óleo do seu carro é sintético, semissintético ou mineral faz com que você evite custos extras com um reparo que poderia ser evitado.
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Em carros novos, é comum que o consumidor não tenha que se preocupar com a troca de óleo, pois esse serviço é feito junto com as revisões programadas — que devem ser feitas no período estipulado pela montadora para não perder a garantia.
Mas os proprietários de veículos usados precisam se atentar ao período de manutenção, não só pelo bolso, mas também por segurança.
Por isso, o g1 reuniu dicas para que você escolha o melhor óleo lubrificante para o seu carro.
🛢️ Quais são os tipos de óleo?
Antes de pensar em trocar o tipo de óleo do seu veículo, é preciso entender quais são as opções disponíveis no mercado. Afinal, essa é a primeira informação que o consumidor precisa saber antes de abrir a carteira.
São três tipos:
Minerais;
Semissintéticos;
Sintéticos.
▶️ Os minerais, normalmente mais baratos, são os lubrificantes que possuem menos tecnologia em sua formulação. Eles têm um preço menor, duram menos e são feitos para atender carros mais antigos. O óleo mineral 20W50 é utilizado no Volkswagen Fusca, por exemplo.
▶️ Os semissintéticos também são conhecidos como “óleo composto”, pois ficam entre o mineral e o sintético. Eles também carregam aditivos que ajudam a melhorar a performance dentro do motor, mas são mais acessíveis que os sintéticos. O Ford Escort 1.8 é um dos clássicos que utiliza a formulação semissintética com viscosidade 15W40.
▶️ Já o sintético é o mais desenvolvido e com total foco em desempenho, uma vez que carrega muito mais tecnologia que os outros dois, e é exigido pelos motores mais modernos. Todos os veículos que saem de fábrica atualmente utilizam essa composição, que é produzida para reduzir atrito, aumentar a eficiência no uso do combustível e diminuir a temperatura de trabalho do motor, entre outras funções, como evitar corrosão das peças internas.
“Óleos lubrificantes não devem ser misturados, pois poderão perder suas características especialmente desenvolvidas para um determinado motor”, argumenta Bruno Santos, consultor técnico automotivo dos lubrificantes Mobil.
“A formulação de um lubrificante é meticulosamente balanceada para atingir a alta performance e, por isso, não deve ser misturada com outros óleos", continua.
Além disso, vale também ficar de olho:
📆 Quando trocar o óleo do carro?
🏍️ E o óleo para as motos?
🛢️ Quais são os tipos de óleo?
✅ Qual óleo escolher?
💧 Viscosidade
❌ Pode misturar ou completar o óleo?
💸 Para economizar, posso trocar o tipo de óleo?
🏆 Lubrificante mais caro é melhor?
⚠️ Quais problemas o motor pode ter ao não utilizar o óleo correto?
📆 Quando trocar o óleo do carro?
O melhor momento para a substituição do óleo é indicado no manual do proprietário. A maioria das montadoras disponibiliza uma versão na internet, caso o motorista tenha perdido o livro físico.
De acordo com o manual consultado pelo g1, do Volkswagen Gol Last Edition, a troca de óleo deve ser feita a cada 10 mil quilômetros ou 12 meses, prevalecendo o que ocorrer primeiro.
Perdeu o manual do carro? É fácil encontrar na internet, como este do VW Gol Last Edition.
Divulgação | Volkswagen
Contudo, o manual ressalta que o motorista precisa checar “condições adversas”, que pedem uma troca preventiva.
Veja abaixo a lista.
Trânsito frequente (anda e para, tráfego urbano), em que o motor permanece um longo período em marcha lenta; 🚗🚙🚚🛻🚛💨
Trajetos curtos, abaixo de 8 km diários;
Em situações de longa inatividade;
Estradas ou vias ruins, com alto índice de poeira ou sem pavimentação;
Em vias com índice elevado de partículas suspensas (em regiões de indústria de mineração, cimento e siderurgia, marmorarias e salinas);
Trânsito com reboque ou rodagens com carga.
“A principal orientação é se atentar ao momento da troca que é indicado pela fabricante. Existem casos de 5 mil km, 10 mil km, 15 mil km e por aí vai. Usualmente, se usa óleo para 10 mil km ou limite de 12 meses”, diz Alexandre Dias, proprietário do Grupo Guia Norte Auto Center.
🏍️ E o óleo para as motos?
Para motos, as trocas devem ser feitas em intervalos de quilometragem e tempo menores, como é o caso da Honda CG 160, a mais vendida do Brasil. A substituição, segundo a Honda, deve ser feita a cada 12 meses ou 6 mil km.
Para a scooter Elite 125, no entanto, o serviço é exigido a cada 4 mil km. Desta forma, a orientação dos especialistas é a mesma: consultar o manual ou o site da montadora é imprescindível para não perder os prazos e a garantia.
Picape e SUV são ofertados abaixo da tabela para renovar os estoques das lojas
✅ Qual óleo escolher?
De volta ao manual do Volkswagen Gol Last Edition, é possível ver na imagem abaixo que o livro indica uma classe específica de óleo lubrificante para o veículo: “utilizar somente a especificação de óleo do motor expressamente aprovado pela Volkswagen”.
Perda de garantia: usar óleo não recomendado
Divulgação | Volkswagen
Outro ponto importante, segundo Bruno Santos, da Mobil, é se atentar sempre a viscosidade e especificação técnica requeridas pelo manual do proprietário.
“É fundamental que o lubrificante esteja de acordo com o exigido pelo fabricante do veículo, garantindo assim que ele foi aprovado pela utilização nesses modelos”, diz.
A viscosidade, citada por Santos, está indicada em letras grandes na frente da embalagem, conforme indicado na imagem abaixo.
A viscosidade está sempre indicada no frasco do lubrificante
Imagem de internet
De acordo com o especialista, a viscosidade ideal é definida pelo fabricante do veículo durante o desenvolvimento do motor. Cada propulsor pode exigir uma viscosidade diferente, dependendo do seu desempenho, para que a eficiência da sua fabricação seja maximizada.
“Por isso, existem lubrificantes das mais variadas viscosidades para atender todos os tipos de motor. O que temos visto é o desenvolvimento de lubrificantes cada vez menos viscosos devido a busca por uma maior eficiência energética e economia de combustível”, afirma o especialista.
Essa fluidez do óleo é delimitada por números e letras, como no caso de 0W30, 10W40 ou 20W50.
As siglas indicam a capacidade de escoamento no frio (W de “winter”, inverno em inglês) e em temperatura normal (sem o W). Os números são apenas apontamentos técnicos do quão “fino” ou “espesso” é o óleo nos dois cenários.
Ainda de acordo com o manual do Gol Last Edition que utilizamos como exemplo, cada veículo possui uma norma específica para óleo.
O do hatch é VW 508 88. Aparentemente, este código não significa muita coisa, mas é isso que indica que é o óleo correto para aquele carro. “Essa norma deve estar descrita na embalagem do lubrificante”, aponta o livreto.
A indicação da norma exigida pela montadora também aparece no rótulo
Divulgação | Mobil
💧 Viscosidade
O termo “viscosidade” se refere a resistência de um fluido ao escoamento. Em outras palavras, define se um líquido é “fino” ou “grosso”. Exemplo: ao virar um copo cheio de cabeça para baixo, a água escorre mais rápido do que o azeite.
Esse mesmo critério é utilizado para estabelecer a fluidez de um óleo lubrificante automotivo. Utilizar um mais fino ou mais espesso que o indicado traz prejuízos ao propulsor, conforme explica o especialista da Mobil Bruno Santos.
“Óleos mais grossos exigirão maior esforço do motor, enquanto óleos mais finos podem não fornecer a proteção necessária, ou seja, a lubrificação poderá ser comprometida.”
❌ Pode misturar ou completar o óleo?
Apesar de não ser ideal, existem alguns cenários nos quais é possível misturar óleos. A ressalva é que essa mistura só deve ocorrer em casos extremos.
Ao misturar, é preciso utilizar apenas os óleos aprovados pela norma. Isso porque, segundo os especialistas, aditivos (composições químicas) presentes nos lubrificantes podem conflitar e, como veremos adiante, podem gerar um resultado não esperado.
Abaixo, algumas funções dos aditivos:
Anticorrosivos;
Antioxidantes;
Antiespumantes;
Detergentes;
Antidesgaste.
“Não se deve misturar essas especificações nem as marcas, porque haverá incompatibilidade química que irá acarretar em perda da eficiência e até formação de borra”, explica Tenório Jr., proprietário da oficina JR Automotiva.
Dias, do Grupo Guia Norte Auto Center, corrobora com a perspectiva de Tenório: “Ou se usa um sintético, ou um semissintético ou mineral. Às vezes o motor pode até funcionar, mas a longo prazo haverá uma baita dor de cabeça porque o motor certamente vai apresentar problemas”.
Já para completar o óleo, é necessário ainda mais atenção. O manual indica: “se em situação de emergência não houver nenhum óleo de motor aprovado pela norma, provisoriamente pode-se utilizar outro óleo de motor. Porém, recomenda-se assim que possível procurar uma oficina para que a troca de óleo seja executada com óleo aprovado”.
Ou seja, se o carro parar na estrada e a única solução seja completar com o óleo que tiver à disposição para sair daquela situação de risco, o lubrificante pode ser utilizado. Mas é necessário fazer a troca o mais rápido possível para não danificar partes internas do motor.
Completar o óleo nunca é indicado, exceto em situações de emergência
Divulgação | Volkswagen
💸Para economizar, posso trocar o tipo de óleo?
Os especialistas e o manual do proprietário afirmam que não, mas é preciso aprofundar nessa questão. Há um mito no mercado automotivo que diz que quanto mais velho o motor fica, ou seja, quanto mais quilometragem ele acumula, mais espesso deve ser o óleo que ele utiliza.
▶️ Origem da dúvida: muitos consumidores acreditam que as peças do motor passam a ter folga com o tempo. Mas se a manutenção for feita como se deve, no período adequado e com as peças devidas, as folgas serão irrelevantes e não vão exigir outro tipo de óleo.
“É realmente um mito, porque tem que utilizar o mesmo tipo de óleo até o fim da vida do motor. Antigamente, os carros utilizavam óleos minerais ou semissintéticos para compensar o desgaste das peças internas do propulsor. Os desgastes e as folgas em anéis, pistões, camisas e bronzinas eram compensados por um óleo mais viscoso, mas é uma prática completamente errada”, afirma Dias, do Guia Norte.
“As montadoras testam os motores por milhares de quilômetros e elas não indicam que a troca seja feita com o passar dos anos. E nos motores modernos não aplica mais óleo semissintético; é só o sintético.”
🏆 Lubrificante mais caro é melhor?
Não adianta comprar um lubrificante mais caro imaginando que os benefícios serão maiores.
Os especialistas consultados pelo g1 afirmam que o que determina a qualidade de um lubrificante é a tecnologia embarcada em sua formulação, através de aplicação de aditivos, que vão fazer com que as especificações técnicas requeridas sejam atendidas.
“Essa robustez técnica do lubrificante pode fazer com que ele fique mais caro. Entretanto, um determinado óleo caro pode não ser o ideal para aquele veículo. Existem diversos tipos de lubrificantes desenvolvidos para diferentes tipos de motor, portanto, é necessário avaliar os requerimentos técnicos indicados”, orienta Santos, da Mobil.
Dias, da oficina Guia Norte, diz que se engana quem acredita que óleos mais caros são melhores: “É mito porque não significa que óleo mais caro é o correto”.
“Às vezes, ele só tem preço mais elevado por ter mais tecnologia, mas nem sempre é aquilo que o motor pede. Isso quer dizer que o consumidor só estará gastando mais dinheiro sem necessidade, pois ele não estará resolvendo o problema do veículo.”
Como saber se um carro passou por enchente?
⛓️💥 Correia banhada a óleo
O tema sobre a escolha do óleo correto merece um capítulo à parte. Nos carros mais modernos, com motores turbinados, é comum encontrar correia de comando do cabeçote banhada a óleo.
Isso quer dizer que o mesmo óleo que lubrifica o motor também é responsável por manter o bom funcionamento desta correia. E é justamente a utilização do óleo correto que pode manter a vida útil dela, conforme indica o fabricante.
“Esse tipo de correia dentada, banhada a óleo, fica na parte interna do propulsor e é preparada para trabalhar sendo lubrificada o tempo todo. O óleo errado estraga, diminui a durabilidade e ela pode até estourar”, explica Dias, do Guia Norte.
Segundo Bruno Santos, da Mobil, correntes e correias banhadas a óleo são submetidas a uma oxidação ainda mais severa em relação à temperatura. Portanto, é ainda mais importante a utilização de um óleo de qualidade que atenda as especificações do fabricante do veículo.
“É fundamental que o óleo seja compatível com o material da correia/corrente. Esses óleos são especialmente desenvolvidos para essa aplicação e passam por severos testes como o de compatibilidade com elastômeros [materiais que possuem propriedades elásticas]”, diz ele.
“O uso de um óleo inadequado pode corroer e danificar a corrente/correia, comprometendo sua vida útil, fazendo que seja necessária sua troca bem antes do determinado pelo fabricante do veículo.”
De acordo com o reparador independente Tenório Jr., a conta pode ficar salgada quando o consumidor não se atenta às especificações exigidas no manual.
“Já tive casos na minha oficina nos quais o consumidor utilizou o lubrificante errado e a correia foi simplesmente corroída pelo óleo. Aí a conta fica bem cara, porque quando a correia estoura, as movimentações de válvulas conflitam com a do pistão e uma peça se choca com a outra. Quando as peças colidem, o estrago é grande”, diz ele.
Alexandre Dias, da Guia Norte Auto Center, não se pode usar outro tipo de óleo em hipótese alguma.
“Imagine o seguinte: se esse óleo não tem as moléculas específicas para banhar aquela correia; se ele oxida de uma forma mais rápida e agride as peças metálicas do motor, imagina o que ele fará com a borracha da correia, que é um material muito mais sensível. Por essa razão, tem que fazer a troca pelo lubrificante correto, específico para aquele carro.”
Correia dentada banhada a óleo pode romper com o lubrificante errado
Guia Norte
⚠️ Quais problemas o motor pode ter ao não utilizar o óleo correto?
Um óleo é resultado da parceria entre a fabricante do motor e a do lubrificante. Todas as especificações são determinadas por meio de milhares de testes, antes de aprovar uma fórmula ideal para um lubrificante.
Portanto, um óleo equivocado, além de não cumprir a função exigida pela montadora, pode trazer consequências severas para o bolso do consumidor.
“Existem diversos riscos que o uso de um óleo errado pode causar ao motor, como formação de borras e depósitos, desgaste excessivo de peças do motor, além do superaquecimento, podendo até fundir o motor. Existe ainda a questão ambiental, uma vez que o óleo inadequado pode gerar mais emissões”, alega o consultor técnico automotivo da Mobil Bruno Santos.
“Pode ser que não haja a lubrificação correta do motor inteiro porque o óleo não passa pelos orifícios por onde ele precisa penetrar. Isso pode ocasionar uma falta de lubrificação, desgaste das partes internas do motor e até o rompimento da correia dentada”, finaliza Dias, da Guia Norte.
Mercosul e EFTA assinam acordo de livre comércio nesta terça-feira
Mercosul e EFTA anunciam acordo de livre comércio
O Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, assinam nesta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, acordo de livre comércio entre os blocos.
Na avaliação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o acordo contribuirá para a diversificação do comércio do Mercosul, cuja presidência temporária está sob responsabilidade do Brasil.
🔎 Os quatro paíeses da EFTA, juntos, contam com uma população de 15 milhões de habitantes, cujo PIB é de U$1,4 trilhão.
👉🏽 Estimativas apontam impacto positivo de R$ 2,69 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, aumento de R$ 660 milhões em investimentos e expansão de R$ 3,34 bilhões em exportações até 2044.
"Diante do contexto internacional de crescente protecionismo e unilateralismo comercial, o acordo Mercosul-EFTA é uma sinalização em favor do comércio internacional como fator para o crescimento econômico", disse a chancelaria brasileira quando do anúncio da conclusão das negociações entre os blocos, em junho passado.
Ao ser questionado pelo g1 se os produtos que estão submetidos à alíquota de 50% de sobretaxa dos Estados Unidos poderiam ser redirecionados aos países que compõem a EFTA, o ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) disse que o acordo "cria novas oportunidades de mercado", mas pondera que "não se trata de simples redirecionamento automático de produtos hoje exportados a outros destinos".
"Cada setor exportador avalia sua estratégia comercial de acordo com demanda, preços e logística", disse a pasta em nota.
Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná
Claudio Neves/Portos do Paraná
Em 2024, a EFTA representava 1,54% das importações do Brasil. Em relação às exportações, a EFTA foi responsável por 0,92% das vendas para o exterior. No mesmo ano, o Brasil exportou US$ 3,09 bilhões para a EFTA e importou US$ 4,05 bilhões da EFTA.
A corrente de comércio totalizou US$ 7,14 bilhões e o saldo comercial foi negativo de US$ 0,96 bilhão. Em relação aos produtos enviados pela EFTA ao Brasil, os principais setores foram os farmacêuticos, químicos, e máquinas e equipamentos.
Já em relação aos produtos enviados pelo Brasil à EFTA, destacam-se setores de metais básicos, produtos vegetais e animais, e produtos alimentícios.
💡 Leonardo Paz, pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avalia que apesar de o bloco ser pequeno, há setores que vão se beneficiar como os de remédios, maquinários, dentre outros.
Além disso, Paz ressalta que o acordo pode criar um "ambiente" para o acordo Mercosul-União Europeia à medida que mostra que "as coisas estão andando" e que o Mercosul tem fechado acordos.
👉🏽 Na avaliação do embaixador aposentado José Alfredo Graça Lima, o acordo é uma sinalização à indústria e a investidores, no sentido de que há um esforço e um a tentativa de incrementar a cooperação.
Para ele, acordos fora da Organização Mundial do Comércio (OMC) tendem "mais administrar comércio do que a liberalizá-lo, pois ele é composto, em matéria de acesso a mercado, cláusulas que preveem quotas".
O que diz o acordo
O documento é composto por diversos capítulos que selam as premissas do acordo. Dentre algumas das propostas previstas, estão:
A EFTA eliminará 100% das tarifas de importação dos setores industrial e pesqueiro. Nos universos agrícola e industrial, o livre comércio de produtos brasileiros aos mercados da EFTA chegará a quase 99% do valor exportado.
Brasilvai colocar 97% do comércio com a EFTA em livre comércio e cerca de 1,2% via quotas.
Produtos agrícolas como laticínios, chocolates e fórmulas para alimentação infantil terão quotas tarifárias.
Sobre compras governamentais, o Brasil garantiu a exclusão das compras relacionadas ao SUS e assegurou a possibilidade de realizar encomendas tecnológicas com empresas nacionais.
Essas medidas preservam a flexibilidade do Brasil em suas contratações públicas e reforçam o uso estratégico das compras governamentais como ferramenta de política pública.
Segundo o MDIC, o acordo abre novas oportunidades para o Brasil, em especial para produtos agroindustriais e de maior valor agregado, como carnes, milho, farelo de soja, frutas, café torrado, sucos, mel, etanol e fumo não manufaturados.
👉🏽 Segundo avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os principais setores com oportunidades são alimentos, químicos, máquinas e equipamentos, metalurgia e produtos de metal.
Contêineres em terminal alfandegado no Porto de Santos; imagem ilustrativa
Vanessa Rodrigues/AT
Próximos passos
🔎 A assinatura do acordo não significa que os termos pactuados entrarão em vigor de imediato. Isso ocorre porque a tramitação prevê que, após a assinatura, o acordo seja traduzido para os idiomas dos países que compõem tanto o Mercosul quanto a EFTA.
Na sequência, tem a chamada "internalização" – quando as partes encaminharão o acordo aos seus respectivos processos internos de aprovação. No caso do Brasil, por exemplo, essa etapa envolve o Executivo e Legislativo, por meio de aprovação pelo Congresso Nacional.
Posteriormente, as partes se notificam sobre a conclusão dos respectivos trâmites internos e confirmam, por meio da ratificação, o compromisso em cumprir o acordo. Assim, o acordo entra em vigor, e produzirá os efeitos jurídicos no primeiro dia do terceiro mês seguinte à notificação da conclusão dos trâmites internos por ao menos um país da EFTA e um país do Mercosul.
Mega-Sena pode pagar R$ 27 milhões nesta terça-feira
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.915 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 27 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (16), em São Paulo.
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No concurso do último sábado (13), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
É necessário ter 18 anos ou mais para participar. O pagamento, nesse caso, é realizado de forma online, com opção via PIX.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Senado dos EUA aprova aliado de Trump para diretoria do Fed
Stephen Miran, indicado por Trump para diretoria do Fed.
Reuters
O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (15) o nome de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O aval dos parlamentares, após votação apertada (48 a 47), amplia a influência de Trump sobre a instituição.
A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed. A saída dela abriu uma vaga no conselho de sete membros, permitindo a Trump nomear alguém favorável a cortes de juros — medida que ele vem defendendo ao longo do ano.
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A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas.
Após a conclusão da papelada e da posse, Miran participará da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começa já nesta terça-feira (16).
A expectativa é que o Fed aprove na quarta-feira (17) uma redução de 0,25 ponto percentual nos juros, em resposta aos sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho no país. Analistas avaliam que Miran pode divergir da decisão, defendendo um corte maior — embora não tão profundo quanto os vários pontos percentuais exigidos por Trump.
Ao liderar o Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Miran afirmou diversas vezes que o tarifaço Trump não provocará inflação. Defendeu ainda que outras políticas do presidente — como a repressão à imigração — vão diminuir a demanda por moradia e ajudarão a conter pressões mais amplas sobre os preços.
Trump durante reunião com líderes europeus e Zelensky na Casa Branca
ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
Funções no Fed e vínculo com a Casa Branca
Como novo integrante do Fed, Miran terá funções que vão além da definição dos juros. Os diretores também atuam em comitês de supervisão e regulação financeira, acompanham bancos comunitários e participam de decisões sobre pessoal e orçamento do sistema e de seus 12 bancos regionais.
Miran manterá o cargo na Casa Branca, mas ficará em licença não remunerada enquanto durar seu mandato no Fed, que termina em 31 de janeiro. Ele, porém, poderá permanecer no posto indefinidamente caso um sucessor não seja nomeado e confirmado a tempo.
Miran manterá seu cargo na Casa Branca, mas ficará em licença não remunerada enquanto estiver no Fed, com mandato até 31 de janeiro de 2026. Ele, no entanto, poderá permanecer indefinidamente se um sucessor para sua vaga ainda não tiver sido escolhido e confirmado.
Democratas criticam a nomeação, dizendo que Miran seria um "fantoche" de Trump — acusação que ele nega.
Outros dois diretores do Fed, nomeados por Trump em seu primeiro mandato — Michelle Bowman e Christopher Waller — discordaram da política monetária na reunião de 29 e 30 de julho, defendendo medidas mais brandas.
Analistas dizem que dados do mercado de trabalho mais fracos do que o esperado desde então podem levá-los a discordar novamente em setembro, defendendo um corte maior que o de 0,25 ponto percentual já precificado pelos mercados.
Uma discordância tripla de governadores do Fed não ocorre desde 1988, no início do mandato do ex-presidente do Fed, Alan Greenspan.
'Trump está tentando reduzir a independência do FED', afirma Fabio Kanczuk
Tribunal dos EUA nega pedido de Trump para afastar diretora do Fed
Montagem mostra Lisa Cook e Donald Trump
SAUL LOEB and ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP
O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Columbia negou nesta segunda-feira (15) o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça independência do Fed: pela primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo.
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Na prática, a decisão do tribunal permite que Cook participe normalmente da reunião de política monetária do Fed, marcada para esta terça (16) e quarta-feira (17). A expectativa é que o banco central reduza os juros dos EUA, diante de um mercado de trabalho em desaceleração.
O Tribunal de Apelações rejeitou o pedido do Departamento de Justiça de suspender temporariamente a ordem de um juiz que impedia Trump de remover Cook, indicada pelo ex-presidente democrata Joe Biden. A gestão Trump deve recorrer da decisão à Suprema Corte dos EUA.
A juíza distrital dos EUA, Jia Cobb, decidiu em 9 de setembro que as alegações de Trump de que Cook teria cometido fraude hipotecária antes de assumir o cargo — o que ela nega — provavelmente não constituem motivos suficientes para sua remoção, conforme a lei que criou o Fed.
Ao criar a instituição, o Congresso incluiu mecanismos para proteger o banco central de interferência política. Pela lei, seus diretores só podem ser demitidos por um presidente “por justa causa” — termo que não é definido e não possui procedimentos claros. Nenhum presidente jamais exerceu esse poder, e a lei nunca foi testada nos tribunais.
Cook, a primeira mulher negra a ocupar um cargo de governadora no Fed, processou Trump e o banco central no final de agosto. Ela afirmou que as alegações não dão ao presidente autoridade legal para removê-la e seriam apenas um pretexto para demiti-la por sua postura em política monetária.
A administração Trump afirmou que o presidente possui ampla liberdade para decidir quando remover um diretor do Fed e que os tribunais não têm autoridade para revisar essas decisões.
O caso tem implicações para a capacidade do Fed de definir juros sem se submeter à vontade de políticos, algo considerado crucial para que qualquer banco central funcione de forma independente e cumpra funções como controlar a inflação.
Neste ano, Trump exigiu que o Fed cortasse juros de forma agressiva, criticando o presidente do banco, Jerome Powell, pela condução da política monetária. O Fed, focado no combate à inflação, não atendeu às demandas, embora seja esperado que faça um corte nesta semana.
Trump diz que há pessoas 'muito boas' para substituir Lisa Cook no Fed
99 Food anuncia investimento de R$ 2 bilhões no Brasil com pontos de apoio a entregadores e parceria com fábrica de moto elétrica
Brasil tem quase 2 milhões de entregadores e motoristas de aplicativo
O diretor-geral da 99 Food no Brasil, Simeng Wang, anunciou nesta segunda-feira (15) um investimento de R$ 2 bilhões no país até junho de 2026. Segundo Wang, o valor será aplicado na criação de pontos de apoio para entregadores cadastrados na plataforma e também numa parceria com uma fábrica de motos elétricas da China.
O anúncio foi feito depois de uma reunião fechada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o CEO da empresa chinesa Didi 99, Will Wei Cheng, e o diretor-geral da 99 no Brasil, Simeng Wang. O encontro foi no Palácio do Planalto, em Brasília.
Presidente Lula recebeu o CEO da 99 Food no Brasil
Ricardo Stuckert/ PR
Segundo Wang, atualmente 700 mil motociclistas estão cadastrados na plataforma. De acordo com o diretor-geral da empresa no Brasil, a previsão é que os pontos de apoio sejam instalados em todas as capitais e seja um espaço para que entregadores consigam descansar com banco, cadeira, sofá, água, banheiro e também para carregar os telefones. A estimativa é que esse investimento custe R$ 50 milhões.
"Estamos fazendo o planejamento. Hoje operamos em duas cidades - Goiânia e São Paulo. Goiânia tem operação mais madura, com três pontos de apoio. Estamos analisando a parceria em São Paulo também. E temos parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro para fazer isso."
99Food volta a SP com R$ 500 milhões em investimentos para rivalizar com iFood
Sobre a parceria com a fábrica de moto elétrica, Wang disse que o objetivo é fabricar motos elétricas localmente para que os entregadores consigam fazer uma compra mais acessível e tenham economia de combustível.
"Vamos ter parceria, estamos com parceiro que já trabalha com a gente no México e Colômbia e são especializados em oferecer crédito para esse público", disse o empresário.
"Estamos compartilhando os dados de uso de moto na plataforma para que eles consigam desenhar uma moto para motociclistas de entrega e de transporte de pessoas em uma única moto. O desenho está sendo feito e vamos trazer essa moto para o Brasil."
Wang também citou uma parceria anunciada no último sábado com o Ministério da Saúde. Segundo o empresário, vouchers serão oferecidos para pacientes irem gratuitamente pela plataforma para consultas ou cirurgias em hospitais públicos. Wang afirmou que a parceria já está valendo para 49 hospitais, mas não deu mais detalhes sobre o programa.
Empresários apontam tributos, falta de mão de obra qualificada e baixa oferta de crédito como principais vilões, diz pesquisa
Empresários da indústria apontam a carga tributária, a dificuldade para contratar mão de obra qualificada, o acesso limitado ao crédito e os juros altos como os principais entraves ao aumento da produção no Brasil
FIEMS
Empresários da indústria apontam a carga tributária, a dificuldade para contratar mão de obra qualificada, o acesso limitado ao crédito e os juros altos como os principais entraves ao aumento da produção, de investimentos e da competitividade do Brasil.
As conclusões estão em uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (15) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), realizada pelo Instituto Nexus, sobre o chamado Custo Brasil.
🔎O Custo Brasil é um conjunto de barreiras estruturais, burocráticas e econômicas que eleva os custos de produção, inibe investimentos e reduz a competitividade do país.
Outros entraves, como a dificuldade de acesso a insumos básicos, a falta de infraestrutura, e a baixa oferta de serviços públicos, também foram mencionados pelos 1.002 empresários ouvidos pela pesquisa, realizada entre 14 de julho a 7 de agosto.
Os entrevistados também listaram problemas de integração internacional e empecilhos para abertura, fechamento ou encerramento de negócios como fatores que elevam o Custo Brasil.
"Todos os anos, jogamos fora mais de 20% do PIB brasileiro por não resolvermos dificuldades estruturais, como tributos, financiamento, qualificação de pessoas e infraestrutura. Esse é o preço do Custo Brasil. O valor equivale aos gastos de toda a máquina estatal com servidores públicos neste ano", afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI.
"Diante de um cenário externo cada vez mais desafiador e instável, precisamos avançar internamente e encontrar saídas para melhorar nosso ambiente de negócios. Qual país pode se dar ao luxo de desperdiçar tanto dinheiro?", completou Alban.
O estudo mostra que 77% dos empresários industriais acreditam que o Custo Brasil acaba aumentando os preços finais pagos pelos consumidores.
Em um recorte por estado, 93% dos empresários percebem que, no Nordeste, o Custo Brasil resulta em aumento expressivo nos preços, seguido pelas regiões Sul (87%), Sudeste (78%), Norte/Centro Oeste (76%).
Ainda segundo o estudo, caso o Custo Brasil fosse menor, 77% dos empresários teriam mais apetite para investir em suas empresas.
Fabrício Silveira, superintendente de Política Industrial da CNI, destaca que a taxa de juros que vigora atualmente é uma "anormalidade".
"Temos uma taxa de juros que, realmente, é incompatível com processo de investimentos, difícil de pensar em uma atividade que vai dar retorno anual a ponto de angariar que a angariar esse recurso do sistema financeiro ou o medo de disponibilizar recursos próprios para esse investimento, vale a pena em termos de seu custo e oportunidade", pontua.
Metade dos entrevistados (56%) também destaca que a redução de processos trabalhistas impulsionaria a contratação de mão de obra.
Além disso, 46% dos entrevistados afirmaram que adotariam a estratégica de empregar mais trabalhadores e aumentar o investimento simultaneamente.
'Prévia do PIB' tem retração de 0,5% em julho
Elon Musk compra US$ 1 bilhão em ações da Tesla e ações sobem 8%
Tesla lança lanchonete com estações de recarga para carros elétricos nos EUA
Elon Musk comprou ações da Tesla no valor de US$ 1 bilhão na sexta-feira (12), segundo um documento regulatório apresentado por ele na manhã desta segunda-feira. A notícia fez as ações da fabricante subirem mais de 8% durante o pregão.
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Essa compra representa uma atitude pouco comum, tanto por parte de Musk quanto de outros executivos.
Isso porque é raro que líderes empresariais utilizem recursos próprios para comprar ações da própria companhia sem recorrer ao uso de opções — mecanismo que permite adquirir papéis por um valor bem abaixo do mercado.
Os investidores da companhia interpretaram a compra como um “voto de confiança” na empresa, além de um sinal de que o empresário pretende continuar à frente da Tesla.
Mas junto ao voto de confiança, gesto é mais uma demonstração da imensa fortuna de Musk. Para a pessoa mais rica do planeta, US$ 1 bilhão é um valor é acessível.
Inclusive, a valorização das ações nas negociações iniciais de segunda-feira aumentou sua fortuna em cerca de US$ 8,6 bilhões — mais do que suficiente para cobrir o custo da compra.
Papa questiona bônus de US$ 1 trilhão para Musk
Na última semana, o conselho da Tesla propôs um novo plano de remuneração de US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5 trilhões) para o CEO.
O pagamento, considerado o maior da história corporativa, destaca a influência do bilionário enquanto a montadora americana de carros elétricos busca se firmar como líder em inteligência artificial e robótica.
Homem mais rico do mundo, Musk tem buscado maior participação na Tesla, enquanto ainda enfrenta uma disputa judicial sobre seu pacote de 2018, avaliado na época em US$ 56 bilhões (aproximadamente R$ 304 bilhões).
O documento com a proposta coloca Musk em um plano diferente de outros executivos de tecnologia, dizendo que "os pacotes de remuneração tradicionais concedidos a executivos de outras empresas foram considerados inadequados para elaborar a remuneração de incentivo do Sr. Musk".
No plano previsto pela montadora, Musk poderia receber até 12% das ações da Tesla, avaliadas em US$ 1,03 trilhão, caso a empresa alcance o valor de mercado de US$ 8,6 trilhões (R$ 46 trilhões).
Em meio a essa notícia, o papa Leão XIV criticou os bônus salariais oferecidos a executivos de grandes empresas, muito mais alto que o pagamento aos funcionários, citando a proposta da Tesla.
"Ontem (saiu) a notícia de que Musk será o primeiro trilionário do mundo", disse o papa. "O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que ainda tem valor, então estamos em apuros."
A declaração foi dada em entrevista realizada no final de julho para uma biografia que será publicada em breve, segundo a agência Reuters, e divulgada neste domingo (14) pelo Vaticano.
O religioso comparou a situação de empresas nos anos 1960. Segundo ele, os presidentes ganhavam naquela época cerca de quatro a seis vezes mais do que os funcionários. Agora, disse o papa, esse ganho está em 600 vezes mais.
Elon Musk
REUTERS/Nathan Howard
GWM Haval H9, novo SUV da marca chinesa, tem lote promocional esgotado em 7 horas
GWM Haval H9
divulgação/GWM
As 600 unidades do Haval H9, oferecidas pela GWM a um preço promocional de R$ 309 mil, foram vendidas em apenas sete horas. Com esse valor por veículo, a montadora chinesa arrecadou R$ 185,4 milhões.
Em nota, a GWM informou que a expectativa era levar 30 dias para atingir as 600 unidades emplacadas no Brasil. Com o fim do lote promocional, o preço do SUV a diesel sobe para R$ 319 mil — um aumento de 3,29% em relação ao valor inicial.
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Todas as 600 unidades do Haval H9 vendidas pela GWM foram importadas, mas o modelo está entre os veículos que serão produzidos pela montadora na fábrica de Iracemápolis (SP).
Comparando com os números de vendas de agosto de todas as montadoras no Brasil, divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o utilitário de grande porte superou os emplacamentos dos seguintes modelos:
Citroën C3 Aircross: 485 unidades vendidas;
BMW X1: 479 unidades vendidas;
Ford Maverick: 479 unidades vendidas.
Os modelos com números de emplacamentos mais próximos foram o Nissan Versa e o Jaecoo 7, com 655 e 635 unidades vendidas em agosto, respectivamente.
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Como é o GWM Haval H9
GWM Haval H9 por fora
O GWM Haval H9 é um SUV a diesel com capacidade para sete ocupantes e dimensões superiores às de concorrentes conhecidos, como Toyota SW4, Chevrolet Trailblazer e Mitsubishi Pajero Sport.
Externamente, o modelo traz fortes inspirações em outros utilitários robustos, evidenciadas pelas linhas retas, abertura lateral do porta-malas, maçanetas verticais e, especialmente, pelo conjunto de lanternas traseiras divididas em dois quadrados — com desenho muito semelhante ao da Land Rover Defender 110.
Ao contrário dos demais modelos lançados até agora pela GWM, o H9 é um dos primeiros da marca sem qualquer tipo de eletrificação. Seu motor a diesel entrega 184 cv de potência e 48,9 kgfm de torque.
O conjunto é associado a um câmbio automático de nove marchas e, apesar das grandes dimensões do SUV, o motor entrega todo o torque já a 1.500 RPM — o que se traduz em força imediata e menor consumo de combustível.
GWM Haval H9 por dentro
O veículo oferece tração nas quatro rodas, com bloqueio eletrônico nos diferenciais traseiro e dianteiro, permitindo melhor adaptação do SUV a diferentes tipos de terreno e condições de condução.
Embora o motor não tenha a eletrificação que tornou a GWM conhecida no Brasil, o interior traz diversas características típicas de veículos chineses, como o painel de instrumentos totalmente digital e a central multimídia de grandes dimensões, com 14,6 polegadas.
O sistema de som também se destaca, com subwoofer dedicado e potência total de 640 watts. Além da caixa voltada para os graves, há outras nove espalhadas pela cabine.
GWM Haval H9: itens de série
Pneus aro 19
Teto solar panorâmico
Estribo lateral elétrico
Assentos com ventilação e resfriamento
Tomada 220V no porta-luvas
Câmera 360 graus
Piloto automático adaptativo também para trilha
Alerta de ponto cego com correção de curso
Faróis com ajuste direcional automático
Painel de instrumentos de 10,25 polegadas
Central multimídia de 14,6 polegadas
Carregamento de celular por indução de 50 watts
GWM Ora 03 GT: veja o teste do g1, com pontos positivos e negativos do carro
Alphabet, dona do Google, atinge US$ 3 trilhões em valor de mercado pela 1ª vez
União Europeia multa Google em quase 3 bilhões de euro
A Alphabet, controladora do Google, alcançou nesta segunda-feira (15), pela primeira vez, valor de mercado de US$ 3 trilhões (aproximadamente R$ 15 trilhões, na cotação atual), impulsionada pelo otimismo com a inteligência artificial e por uma decisão favorável em processo antitruste.
As ações de classe A da companhia subiam 3,6%, para US$ 249,10, enquanto as de classe C avançavam 3,4%, para US$ 249,50, ambas em níveis recordes.
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Com a alta desta segunda-feira, as ações da dona do Google acumulam alta superior a 32% no ano, o melhor desempenho entre as chamadas “Magnificent 7” e acima do ganho de 12,5% do S&P 500.
🔎 As “Magnificent 7” são sete gigantes da tecnologia — Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla — que concentram grande parte da valorização do mercado de ações dos EUA.
A Alphabet se juntou a Apple e Microsoft ao atingir valor de mercado de US$ 3 trilhões, enquanto a fabricante de chips Nvidia, líder mundial em inteligência artificial, está avaliada em US$ 4,25 trilhões (R$ cerca de R$ 22 trilhões).
O impulso mais recente para a Alphabet veio de uma decisão de um tribunal dos EUA que permitiu à empresa manter o controle do navegador Chrome e do sistema operacional Android, cujo domínio nos setores de busca e dispositivos móveis há anos é alvo de rivais e autoridades antitruste.
Com isso, o Google não precisará vender o Chrome ou o Android, mas terá que compartilhar dados da busca com seus concorrentes, segundo a Justiça dos Estados Unidos.
A ordem também proíbe a empresa de firmar acordos de exclusividade que impeçam fabricantes de pré-instalarem serviços de concorrentes do Google em aparelhos como celulares.
A decisão encerrou uma batalha jurídica de cinco anos entre o Google e Departamento de Justiça dos EUA.
Em agosto de 2024, ele já tinha concluído que o Google violou a lei antitruste dos EUA para dominar o segmento de buscas e publicidade nos resultados de pesquisa, mas faltava a decisão sobre as medidas seriam tomadas pela empresa.
Em novembro, o Departamento recomendou a separação do Google e do Chrome para evitar o monopólio da empresa no setor de buscas.
Otimismo
Apesar de a decisão obrigar o Google a compartilhar alguns dados, o ponto mais importante para os investidores foi que a empresa não terá que abrir mão do Chrome nem do Android. Como essas plataformas são vistas como fundamentais para os negócios do Google, a notícia trouxe alívio ao mercado.
Além disso, a confiança dos investidores também cresceu após a unidade de computação em nuvem da Alphabet registrar alta de quase 32% na receita do segundo trimestre, superando as expectativas.
“Eles ainda dependem bastante das buscas, mas com o YouTube, a Waymo e outros projetos em desenvolvimento, os investidores começam a enxergar a Alphabet não apenas como uma empresa de busca, mas como um grupo que avança em várias frentes”, disse Dennis Dick, estrategista-chefe da Stock Trader Network.
Alphabet, dona do Google, vai liberar uso de inteligência artificial para pesquisas que tenham fins militares
Reprodução/TV Globo
Reforma tributária: sistema 150 vezes maior que o PIX não vai aumentar a fiscalização, diz Receita
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que o sistema que está sendo desenvolvido para estruturar o pagamento de impostos, no âmbito da reforma tributária sobre o consumo, não vai aumentar o poder de fiscalização do órgão. Na semana passada, o Fisco informou que já está testando uma plataforma que será 150 vezes maior do que o PIX – ferramenta de transferências em tempo real do Banco Central – para operacionalizar os pagamentos dos impostos sobre produtos e serviços nos próximos anos. "Não é legal falar que é para fiscalização porque a gente não vai ter mais informação por conta do sistema. A gente ter melhor informação, vai facilitar a vida de quem emite nota fiscal eletrônica", disse Barreirinhas, ao g1. Impasse entre entidades pode atrasar reforma tributária O secretário argumentou que, se houver algum ganho de arrecadação, conforme está previsto pelo próprio governo, "é porque vai ter menos conflito", além da redução da sonegação e evasão de impostos. "Não vai aumentar a fiscalização pelo seguinte: eu não consigo fiscalizar quem não emite nota hoje em dia. Que quem tem nota, já tem a informação. Aliás, a gente fiscaliza até demais, porque tem muito erro nestas notas. Quem não emite nota, vai continuar não emitindo do mesmo jeito. Vai ter uma redução do volume de fiscalização com uma melhor qualidade. Aumento de qualidade, não é aumento de fiscalização", acrescentou o secretário da Receita. Milhares de pessoas – envolvendo técnicos da Receita Federal, desenvolvedores contratados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), interlocutores do mercado financeiro e até engenheiros das "big techs" (gigantes de tecnologia) – trabalham para viabilizar a ferramenta. Entenda o novo sistema Um dos módulos da plataforma, chamado de "split payment", permitirá que o valor dos tributos seja direcionado em tempo real para o governo, estados e municípios — reduzindo a sonegação fiscal. O novo sistema também permitirá o cálculo do imposto já pago em cadeias anteriores da produção, permitindo o abatimento rápido pelas empresas (uma das premissas da reforma tributária sobre o consumo). De acordo com o governo, a nova plataforma tecnológica também reduzirá os erros de cálculo, ou de classificação dos produtos, pelas empresas. Será oferecida, por exemplo, uma calculadora oficial e, no caso de erro, o empresário será avisado antes de ser autuado. A outra funcionalidade da nova plataforma também será o cálculo da devolução de impostos para a população de baixa renda por meio do chamado "cashback". As empresas que vendem produtos e serviços usarão a plataforma, assim que ela estiver operacional. O foco da Receita Federal são as empresas que realizam compras e vendas de produtos e serviços entre si, no chamado "business to business". ➡️ Quando ela vai começar a operar? Já em fase de testes, em um projeto-piloto com quase 500 empresas, o planejamento da Receita Federal é de que o novo sistema esteja funcionando em 2026 sem gerar cobrança efetiva (alíquota será pequena, de 1%, que poderá ser abatida em outros tributos). A partir de 2027, quando haverá a extinção do PIS e da Cofins, o sistema do "split payment" começará a operar em toda a economia para a CBS (tributo federal), focado principalmente nas negociações entre empresas — o chamado "business to business", sem abranger o varejo. De 2029 a 2032, haverá a transição do ICMS estadual e do ISS municipal para o IBS, com a redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS e o aumento gradual da alíquota do IBS (o futuro tributo sobre consumo dos estados e municípios).
Queijos artesanais de Aiuruoca e Itamonte são eleitos entre os melhores de MG
Concurso da Emater elege os melhores queijos artesanais de Minas Gerais
Governo de Minas Gerais/Divulgação
Araxá, Itamonte, Aiuruoca e São Roque de Minas brilharam no 18º Concurso Estadual dos Queijos Artesanais de Minas Gerais como origem dos melhores queijos do estado. A premiação aconteceu no sábado (13), durante o Festival Gastronômico “Aromas e Sabores” de Itanhandu (MG).
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O concurso é promovido pela governo do estado, por meio da Emater. Os queijos finalistas foram avaliados por 32 jurados em critérios como apresentação externa, cor, apresentação interna, consistência, aroma e sabor.
Foram julgados cinco categorias de queijos: Minas Artesanal – (maturação de 14 a 30 dias), Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas, de maturação de 14 a 30 dias e de maturação acima de 50 dias, Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas com ingredientes opcionais ou defumados e a novidade do ano: Minas Artesanal de Casca Florida Natural.
“O IMA regulamentou o Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural e agora já existem estabelecimentos produtores desse tipo de queijo com registro em serviço de inspeção, então para atender esse público foi implementada a nova categoria”, explicou a coordenadora técnica estadual da Emater, Fernanda Quadros.
Veja os vencedores 🧀:
Queijos artesanais produzidos em Araxá, Itamonte e Aiuruoca e São Roque de Minas são premiado em concurso estadual
Governo de Minas Gerais e reprodução de redes sociais
Queijo Minas Artesanal - queijo "Minerim", produzido pela fazenda Só Nata, em Araxá;
Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural (maturação até 60 dias) - queijo "Pingo de Amor", produzido pela fazenda Campo Alegre Baixada do Rancho, em São Roque de Minas;
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas - Maturação de 14 a 30 dias - queijaria "Capoeira Grande", no sítio Capoeira Grande, em Itamonte;
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas - Maturação acima de 50 dias - Produtos GOA, da Fazenda da Lage, em Aiuruoca;
Queijos Artesanais de Alagoa e Mantiqueira de Minas - Com ingredientes opcionais ou defumado - queijo "Ametista", da queijaria Velho Pitta, do Sítio Manguara, em Itamonte.
SAIBA MAIS: Veja a página especial "Entre Serras & Queijos"
Assista ao primeiro programa da 2ª temporada do "Entre Serras & Queijos"
Os cinco melhores queijos de cada categoria receberam troféus, e todos os produtores inscritos ganharam certificado de participação e uma devolutiva técnica sobre o queijo avaliado.
A equipe da fazenda Só Nata comemorou a premiação nas redes sociais. "Deixamos aqui todo nosso carinho e admiração para a equipe da Emater que quando o assunto é extensão rural é fomento da atividade esse pessoal não mede esforços em estar do nosso lado e por ultimo e mais importante agradecimento a nossa equipe da Fazenda Só Nata que na lida de sol a sol enfrentam os desafios dessa atividade nosso MUITO OBRIGADO EQUIPE!!!!!!!! Esse prêmio é mais que um troféu: é a prova de que tradição, dedicação e amor à queijeira se transformam em sabor inesquecível."
Queijo 'Minerim' de Araxá, é eleito o melhor queijo artesanal de MG
Reprodução redes sociais
Em dezembro de 2024, os "modos de fazer o queijo minas artesanal" foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Foi o primeiro produto de cultura alimentar do Brasil a entrar para a lista representativa da entidade.
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Governo notificará mais de 80 mil patrões sobre atraso no pagamento do FGTS de trabalhadoras domésticas
Notificações fazem parte de uma ação nacional voltada à regularização do FGTS de trabalhadoras
Divulgação
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que enviará notificações a mais de 80 mil empregadores por conta de indícios de débitos no recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de trabalhadoras domésticas.
💰O montante devido ao FGTS ultrapassa R$ 375 milhões.
Segundo o governo, os avisos começarão a ser enviados a partir da próxima quarta-feira (17) por meio do Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET).
"As notificações foram elaboradas a partir do cruzamento de dados do eSocial com as guias registradas e pagas à Caixa Econômica Federal, que apontam indícios de débitos no recolhimento do FGTS", informou o Ministério do Trabalho.
As notificações fazem parte de uma ação nacional voltada à regularização do FGTS de trabalhadoras e trabalhadores domésticos.
▶️De acordo com o Ministério do Trabalho, a iniciativa terá um "caráter orientativo neste primeiro momento".
"O objetivo é alertar os empregadores sobre possíveis irregularidades no cumprimento da legislação trabalhista e estimular a regularização voluntária até 31 de outubro de 2025. Encerrado o prazo, os empregadores que não regularizarem sua situação poderão ter os processos encaminhados para notificação formal e levantamento oficial dos débitos", explicou o governo.
Veja os números
Segundo o Ministério do Trabalho:
No total, 80.506 empregadores estão registrados no DET, responsáveis por 154.063 postos de trabalho doméstico em todo o país.
O montante devido ao FGTS ultrapassa R$ 375 milhões, "o que evidencia não apenas a dimensão dos vínculos empregatícios no setor, mas também a relevância da regularização e do cumprimento das obrigações trabalhistas junto a esses profissionais".
São Paulo lidera em números absolutos, com 26.588 empregadores, 53.072 trabalhadores e uma dívida de R$ 135 milhões.
Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia também apresentam valores expressivos, refletindo sua concentração populacional e econômica.
Já estados como Roraima, Amapá e Acre registram os menores volumes, com débitos inferiores a R$ 1 milhão.
Perfil dos trabalhadores domésticos e principais problemas
Em dezembro de 2024, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de trabalhadores domésticos atingiu 6 milhões.
A Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) apontou, em abril deste ano, que ainda persistem desafios significativos para a categoria, como a elevada taxa de informalidade, a precarização das condições de trabalho, a falta de informação e a desvalorização da profissão.
Cerca de 90% dos trabalhadores domésticos são mulheres.
Os dados oficiais mostram que o salário médio do empregado doméstico no país foi de R$ 1.189 em 2024, abaixo do salário mínimo no período — que estava em R$ 1.412.
De acordo com o Instituto Doméstica Legal, a informalidade continua sendo uma realidade para cerca de 70% das trabalhadoras domésticas, privando-as de direitos básicos.
Sem carteira assinada, as trabalhadoras domésticas não têm acesso ao FGTS, seguro desemprego, férias e outros direitos garantidos por lei.
A Fenatrad informou que, entre as demandas da categoria, estão:
medidas de combate ao trabalho análogo à escravidão;
campanhas de valorização do trabalho doméstico;
participação das trabalhadoras no Plano Nacional do Cuidados;
fortalecimento dos programas de formação;
medidas para cumprir as leis trabalhistas para as profissionais.
A entidade reforçou a importância de campanhas de conscientização e de informação sobre o registro CLT da trabalhadora doméstica.
Domésticas enfrentam informalidade e preconceito no RS
Exportações de calçados retraem 17,6% com tarifaço, diz associação
Setor de calçados no Brasil revela impactos do tarifaço
As exportações de calçados para os Estados Unidos registraram uma queda de 17,6% no mês de agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Abicalçados, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados.
A queda na receita, no mesmo período, foi de 1,4%. De acordo com a associação, os números refletem a perda de competitividade do Brasil com as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano.
Um levantamento feito pela Abicalçados com empresas do setor mostra que 73% delas já registraram redução no faturamento por conta do tarifaço e 60% delas já tiveram cancelamento de pedidos. Além disso, 60% das empresas do setor calçadista tiveram atrasos ou paralisações em negociações.
Há ainda relatos pontuais de empresas que concederam férias coletivas para funcionários enquanto aguardam maior clareza nas perspectivas do salário a curto prazo.
O cenário afeta, principalmente, os três estados que mais exportam para os Estados Unidos: Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo.
Exportação de calaçados para os EUA
Abicalçados
Do total de calçados produzidos no Brasil que são exportados, 20% são direcionados aos Estados Unidos. O levantamento da Abicalçados aponta que, para não perder os clientes norte-americanos, metade das empresas têm concedido descontos de, em média, 15% nos produtos.
“O Brasil já exporta para 160 países e cada vez quer descobrir novos países para mandar sua exportação. Nós acabamos de retornar esta semana da maior feira de calçados mundial que fica em Milão, onde se abriram novos clientes e até novos destinos. Porém, ninguém quer perder o mercado norte-americano”, afirma o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Aumento em importações também preocupa
Além da preocupação com a queda nas exportações, o aumento na importação de calçados chineses preocupa o setor. Em agosto, houve uma alta de 41,5% nas importações brasileiras de calçados produzidos na China, se comparado a agosto de 2024.
O movimento se deve à perda que os chineses também tiveram do mercado norte-americano com o tarifaço. O país está escoando a produção, principalmente, para países da América do Sul, como o Brasil.
Como os preços são muito baixos, o setor calçadista teme que haja um impacto na indústria nacional.
“Para o nosso mercado, pode prejudicar o futuro da economia, da indústria e assim por diante”, diz o presidente-executivo da Abicalçados.
Estados Unidos são o principal destino internacional do calçado brasileiro
Mateus Bruxel/Agência RBS
Exportações de café especial e solúvel do Brasil aos EUA despencam após tarifaço, dizem entidades
Com queda nas exportações para os EUA, produtores de café do Brasil buscam novos mercados
As exportações de café especial e solúvel do Brasil para os Estados Unidos despencaram em agosto em relação a julho, segundo entidades do setor. A queda aconteceu após a entrada em vigor do tarifaço de Donald Trump sobre os produtos brasileiros.
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil enviou 21.679 sacas de café especial aos Estados Unidos em agosto. O volume representa uma queda de 69,6% na comparação com julho deste ano. Em relação a agosto de 2024, as vendas caíram 79,5%.
No caso do café solúvel, a queda foi de 50,1% em relação a julho e 59,9% na comparação com agosto do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). Foram enviadas 26.460 sacas no mês.
O impacto do tarifaço na exportação do café brasileiro também já havia aparecido nos dados gerais do setor. Segundo o Cecafé, o Brasil exportou 17,5% menos café, de todos os tipos, em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Além disso, a Alemanha ultrapassou os EUA e se tornou a maior compradora do grão brasileiro.
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Entidades pedem negociação
Em agosto, os Estados Unidos caíram para o sexto lugar entre os maiores compradores de café especial do Brasil, ficando atrás da Holanda (62.004 sacas), Alemanha (50.463), Bélgica (46.931), Itália (39.905) e Suécia (29.313).
Apesar da queda, os EUA continuam liderando o ranking de importações dos cafés especial e solúvel no acumulado de 2025.
As associações de exportação lamentaram a queda no número de exportações aos norte-americanos e pediram que os dois governos abram negociação.
"Essa taxação de 50% inviabiliza o comércio com os americanos. Precisamos abrir canais para alcançar uma solução que devolva um fluxo de negócios justo na relação cafeeira entre Brasil e EUA", disse Aguinaldo Lima, diretor executivo da Abics.
"Muitos contratos que haviam sido assinados vêm sendo suspensos, cancelados ou adiados, a pedido dos importadores americanos", afirmou Carmem Lucia Chaves de Brito, presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
"É crucial que nós, enquanto setor privado, representado por todas as entidades de classe, mantenhamos as conversas com os parceiros industriais e importadores nos EUA e o Departamento de Estado americano, assim como o governo brasileiro precisa abrir, de fato, negociações com a gestão Trump para encontrar uma solução", acrescentou a líder da BSCA.
Grão de café
Mike Kenneally/Unplash
Natura faz acordo para venda de negócios da Avon na América Central
Indústria de cosmético adere ao uso de cacau em produtos de beleza
A Natura anunciou nesta segunda-feira (15) um acordo vinculante para venda de operações da marca Avon em países da América Central por US$ 22 milhões, segundo comunicado da empresa.
O acordo para a venda das operações da Avon na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana — reunidas sob a designação Avon Card — foi acertado com o Grupo PDC, empresa de bens de consumo com presença na América Central e no Peru.
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Os US$ 22 milhões (cerca de R$ 117 milhões) correspondem a um valor a receber da Avon Guatemala junto à subsidiária integral da Natura no México, segundo o grupo brasileiro de cosméticos.
Sobre o desinvestimento dos negócios reunidos na Avon Internacional, a Natura afirmou que o ativo segue "mantido para venda" e que a empresa continua "explorando alternativas estratégicas" para ele.
A venda da Avon Card, "apoiará o esforço da Natura para otimizar suas operações e simplificar seus negócios, além de posicioná-la para continuar focada na integração da Natura e da Avon na América Latina".
Segundo a Natura, a empresa seguirá fornecendo produtos acabados para a Avon Card e continuará atuando como licenciadora da marca Avon na região. A conclusão da venda está prevista até 30 de outubro.
A compra da Avon pela Natura
Em maio de 2019, a Natura anunciou a aquisição da Avon Products em uma operação de troca de ações (all-share merger), avaliando a Avon em US$ 3,7 bilhões (aproximadamente R$ 19 bilhões).
A transação excluiu as operações da Avon na América do Norte e Japão.
Com a conclusão da compra, em janeiro de 2020, foi criada a holding Natura &Co, reunindo as marcas Natura, Avon, The Body Shop e Aesop, tornando a Natura o quarto maior grupo de beleza do mundo, com um valor de mercado de aproximadamente US$ 11 bilhões.
Após a fusão, a Natura &Co passou a ter presença em mais de 100 países, com mais de 6,3 milhões de representantes e consultoras, e um faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.
Em 2023, a Natura &Co vendeu a marca Aesop para o grupo L'Oréal por US$ 2,5 bilhões e, posteriormente, a The Body Shop para o fundo Aurelius por £ 207 milhões, concentrando as operações da Natura e Avon na América Latina.
Atualmente, a Natura continua explorando alternativas estratégicas para os ativos da Avon Internacional, que abrangem regiões fora da América Latina.
Loja Natura
Divulgação
EUA confirmam avanço em acordo com a China para venda do TikTok
Trump: EUA devem ficar com metade do TikTok
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiantou nesta segunda-feira (15) que um acordo foi fechado para resolver questões envolvendo a propriedade do TikTok no país. A informação ratificada pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Trump ainda acrescentou que conversará com o presidente da China, Xi Jinping, na sexta-feira (19).
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“Também foi fechado um acordo sobre uma certa empresa que os jovens do nosso país queriam muito salvar”, escreveu Trump em uma postagem nas redes sociais.
Segundo Trump, a reunião comercial entre os dois países, realizada em Madri, “correu muito bem”. “O relacionamento continua forte!”, afirmou o republicano na Truth Social.
Nesta segunda-feira, autoridades dos dois países iniciaram o segundo dia de negociações em busca de consenso sobre temas delicados, como tarifas e a exigência dos EUA para que a empresa chinesa ByteDance se desfaça do TikTok.
Para jornalistas, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que os EUA e a China definiram uma "base" para um acordo sobre o aplicativo. Ele acrescentou que o acordo prevê que TikTok tenha proprietário americano.
"Temos uma base para um acordo sobre o TikTok", declarou Bessent, acrescentando que o pacto será finalizado em uma ligação na sexta-feira entre os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping.
O anúncio chamou atenção por contrastar com o tom adotado por Trump na noite anterior, quando ele afirmou que o avanço do acordo “dependia da China”. O ex-presidente, no entanto, não especificou quais pontos ainda impedem a conclusão das tratativas.
Atualmente, cerca de 170 milhões de americanos utilizam o aplicativo.
Donald Trump e TikTok
Jornal Nacional e AP.
Longas negociações
Em junho, o presidente estendeu por 90 dias o prazo para que o TikTok encontre um comprador fora da China, com o objetivo de evitar que o aplicativo seja banido nos Estados Unidos por falta de autorização do governo chinês.
Esse prazo termina na quarta-feira (17), embora Trump já tenha adiado a data em outras duas ocasiões.
O objetivo dos EUA é evitar que autoridades chinesas tenham acesso aos dados pessoais dos usuários do TikTok no país ou influenciem a opinião pública americana por meio do algoritmo da plataforma.
No entanto, nunca foram apresentadas evidências concretas que sustentem essas preocupações.
A venda depende da aprovação da ByteDance e das autoridades chinesas, que até o momento não autorizaram o processo.
China acusa EUA de 'intimidação' sobre tarifas
Enquanto isso, a China acusou os EUA de “intimidação unilateral” após o presidente americano, Donald Trump, pedir aos aliados que imponham tarifas ao país devido à compra de petróleo russo, em mais uma tentativa de pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia.
O Ministério do Comércio da China classificou como “um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica” o pedido de Trump para que os aliados do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e EUA) e países da Otan imponham tarifas secundárias às importações chinesas por causa da compra de petróleo russo.
No sábado, Trump sugeriu aos aliados europeus a aplicação de “sanções severas” contra a Rússia e tarifas secundárias a países que continuem comprando petróleo russo, em mais uma tentativa de pressionar economicamente Moscou para acelerar o fim da guerra na Ucrânia, que já dura mais de três anos e meio.
Na carta, o presidente norte-americano também propôs aos aliados da Otan tarifas elevadas, “entre 50% e 100%”, sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia seja encerrado, além de solicitar que os europeus deixem de comprar petróleo russo.
A China é aliada e importante parceira econômica da Rússia, sendo que cerca de 17,5% das importações chinesas de petróleo vêm do país vizinho.
Os laços geopolíticos e comerciais entre China e Rússia se fortaleceram nos últimos anos, levando o governo russo a direcionar suas exportações para países fora do Ocidente, especialmente após se tornar alvo de sanções devido à invasão da Ucrânia, em 2022.
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Em carta à Otan, Trump propõe 'sanções severas' à Rússia, mas pede que europeus deixem de comprar petróleo russo
Donald Trump assina despacho do Salão Oval da Casa Branca na sexta-feira (5)
Alex Brandon/AP Photo
No 3º mês seguido de tombo, 'prévia do PIB' do Banco Central tem retração de 0,5% em julho
Bruno Leão/Sedecti
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) nesta segunda-feira (15), mostrou retração de 0,5% em julho na comparação com o mês anterior.
O cálculo é feito após ajuste sazonal — ou seja, uma forma de comparar períodos diferentes.
Esse foi o terceiro mês seguido de queda do indicador. A última alta mensal do índice foi em abril (0,4%).
Também houve piora na comparação com junho, quando o indicador teve queda menor frente ao mês anterior: de 0,2%.
Na comparação com julho de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 1,1% (sem ajuste sazonal).
Veja abaixo o desempenho setor por setor em julho:
Agropecuária: - 0,8%
Indústria: -1,1%%
Serviços: -0,2%
PIB cresce 0,4% no segundo trimestre
Ainda segundo o Banco Central, o IBC-Br apresentou crescimento de 2,9% na comparação com os sete primeiros meses de 2024.
E, em 12 meses até julho, a expansão foi de 3,5%. Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
➡️O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem uma metodologia diferente (veja mais abaixo nessa reportagem).
➡️Se o PIB cresce, significa que a economia vai bem e produz mais. Se o PIB cai, quer dizer que a economia está encolhendo. Ou seja, o consumo e o investimento total é menor. Entretanto, nem sempre crescimento do PIB equivale a bem-estar social.
Desaceleração esperada da atividade
A desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre deste ano já era esperada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo Banco Central, diante do elevado nível da taxa de juros.
Fixada pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias, a taxa Selic está, atualmente, em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos.
A instituição tem sinalizado que os juros permanecerão neste patamar por um "período bastante prolongado" de tempo. Os analistas dos bancos esperam cortes somente em 2026.
O mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB 2,16% em 2025, contra 3,4% no ano passado. O BC projeta uma expansão de 2,1% neste ano.
▶️O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Avalia que isso é um "elemento necessário para a convergência da inflação à meta [de inflação, de 3%]".
▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada no início de agosto, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
▶️O Banco Central também informou que a atividade econômica doméstica "tem indicado certa moderação no crescimento e, ao mesmo tempo, apresentado dados mistos entre os setores e indicadores".
PIB X IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a "prévia do PIB". Porém, o cálculo do Banco Central é diferente do cálculo do IBGE.
O indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda (incorporado no cálculo do PIB do IBGE).
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o maior crescimento da economia, por exemplo, pode haver mais pressão inflacionária, o que contribuiria para conter a queda dos juros.
Dólar cai e fecha a R$ 5,32, menor valor em 15 meses; Ibovespa bate novo recorde
Ibovespa renova recorde às vésperas da Superquarta
O dólar fechou em queda de 0,61% nesta segunda-feira (15), a R$ 5,3211 — menor valor desde 6 de junho do ano passado, quando encerrou em R$ 5,2498. Na mínima da sessão, a moeda americana chegou a R$ 5,3090.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, avançou 0,90%, aos 143.547 pontos, e bateu um novo recorde, superando os 143.150 registrados em 11 de setembro. Mais cedo, chegou à máxima de 144.194 pontos, mas perdeu fôlego.
Os resultados refletem, principalmente, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, enquanto o mercado aguarda as decisões dos bancos centrais de ambos os países na chamada Superquarta (17). A expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica americana tem enfraquecido o dólar e impulsionado a bolsa desde a semana passada. (entenda mais abaixo)
📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça
▶️ Antes da abertura do mercado, o Banco Central divulgou o boletim Focus, mostrando que os analistas reduziram a previsão de inflação para 2025, de 4,85% para 4,83%. A estimativa para 2026 permaneceu inalterada.
▶️ Ainda no cenário local, o BC também divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de julho, que registrou queda de 0,5% em relação ao mês anterior. Foi o terceiro recuo consecutivo do índice, considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB). Economistas consultados pela Reuters esperavam uma contração de 0,2%.
▶️ Nos EUA, o banco central regional de Nova York divulgou o índice Empire State, indicador que mede o desempenho do setor industrial na região. Em setembro, o índice caiu para -8,70, ante 11,90 em agosto. Esses dados também fornecem sinais ao Fed sobre a atividade econômica.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,61%;
Acumulado do mês: -1,86%;
Acumulado do ano: -13,89%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,90%;
Acumulado do mês: +1,44%;
Acumulado do ano: +19,27%.
Dólar cai, bolsa sobe
A queda do dólar reflete a expectativa de que o banco central dos EUA (Federal Reserve) inicie, na quarta-feira (17), um ciclo de cortes na taxa de juros. Sob o mesmo cenário, o Ibovespa vem renovando máximas históricas, chegando a operar acima dos 144 mil pontos.
🔎 Os investidores esperam atualmente três cortes seguidos de 0,25 ponto percentual, previstos para setembro, outubro e dezembro.
Segundo Leonel Mattos, analista da StoneX, essa expectativa diminui o interesse pelos papéis do Tesouro americano, já que o retorno financeiro tende a ser menor.
“Isso afasta investidores de fora. Como resultado, o dólar enfraquece e moedas de países com rendimento mais alto, como o real, ganham espaço”, explica.
Apesar disso, o analista destaca que ainda há cautela em relação à decisão que será anunciada na quarta-feira.
Além da definição sobre os juros, o banco central americano deve divulgar suas projeções para os próximos anos, incluindo o chamado “dotplot” — uma ferramenta que mostra como o Fed enxerga o ritmo de cortes até 2027.
“Alguns analistas acreditam que o banco central americano pode adotar uma postura mais cautelosa, com cortes mais distantes entre si — o que poderia fazer o dólar voltar a se valorizar”, afirma Mattos.
Diante desse cenário, o presidente Donald Trump pediu nesta segunda-feira que o presidente do banco central americano, Jerome Powell, faça um corte "mais amplo" na taxa de juros e mencionou o mercado imobiliário em uma publicação nas redes sociais, antes da reunião marcada para esta semana.
Em sua plataforma, a Truth Social, Trump afirmou que Jerome Powell "deve reduzir os juros agora, e em um nível maior do que havia considerado".
O presidente voltou a se referir a Powell como "muito atrasado", apelido que usou recentemente por ele não ter reduzido os juros.
Boletim Focus
Por aqui, os investidores reforçaram a expectativa pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) com o boletim "Focus" desta semana, divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC).
Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação de 2025 de 4,85% para 4,83%. A projeção de 2026 ficou estável.
➡️ Para 2026, a projeção permaneceu em 4,30%;
➡️ Para 2027, a expectativa caiu de 3,93% para 3,90%;
➡️ Para 2028, a previsão permaneceu em 3,70%.
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB caiu de 1,85% para 1,80%.
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros. Para o fim de 2026, a projeção recuou de 12,50% para 12,38% ao ano. Para 2027, a projeção do mercado também permaneceu em 10,50% ao ano.
Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 recuou de R$ 5,55 para R$ 5,50. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou em R$ 5,60
Bolsas globais
Em Wall Street, os índices de ações S&P 500 e Nasdaq atingiram máximas históricas nesta segunda-feira, começando a semana com a reunião de política monetária do Federal Reserve em alta, enquanto a Tesla subiu após a compra de papéis da companhia pelo presidente-executivo, Elon Musk.
O índice Dow Jones subiu 0,11%, para 45.884,19, o S&P 500 avançou 0,51%, aos 6.617,71 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 0,94%, aos 22.348,75 pontos.
As bolsas europeias começaram a semana em alta, impulsionadas principalmente pelas ações de bancos. Os investidores estão se preparando para uma série de decisões importantes de bancos centrais ao longo da semana, incluindo os do Reino Unido, Japão, Canadá e, principalmente, dos Estados Unidos.
No fechamento, o índice geral STOXX 600 subiu 0,42%. Em Paris, o CAC-40 avançou 0,92%; em Milão, o Ftse/Mib subiu 1,14%; em Frankfurt, o DAX teve alta de 0,21%. Londres foi a única exceção, com leve queda de 0,07% no índice Financial Times.
Na Ásia, os investidores estão otimistas com as ações de tecnologia da China, mesmo diante de dados econômicos fracos. Além disso, as negociações comerciais entre China e EUA voltaram a ganhar força, o que contribui para o interesse renovado nas empresas chinesas.
Os resultados mostram um cenário misto. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,22%, atingindo o maior nível dos últimos quatro anos. Em Xangai, o índice SSEC caiu 0,26%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, subiu 0,24%. Em Seul, o Kospi avançou 0,35%; em Taiwan, o Taiex caiu 0,46%; em Cingapura, o Straits Times recuou 0,21%; e em Sydney, o S&P/ASX 200 teve queda de 0,13%.
Cédulas de dólar
Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters
China acusa Nvidia de violar lei antitruste em meio a negociações comerciais com os EUA
O lavador de pratos que criou a Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo
O órgão regulador do mercado da China informou nesta segunda-feira (15) que uma investigação preliminar concluiu que a Nvidia violou a lei antimonopólio do país, marcando mais um revés para a gigante americana de chips.
O anúncio da Administração Estatal para Regulação do Mercado (SAMR) ocorre em meio às negociações comerciais entre EUA e China em Madri, nas quais semicondutores — incluindo os produzidos pela Nvidia — devem estar na pauta.
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Analistas ouvidos pela Reuters afirmam que o comunicado foi estrategicamente cronometrado para dar mais peso à posição chinesa nas conversas.
“Ambos os lados buscam criar margem de manobra para negociar em melhores condições, mas fazem isso com movimentos muito calculados, conscientes do que está em jogo”, disse Alfredo Montufar-Helu, diretor-geral da consultoria GreenPoint.
“Controles terão consequências”
Segundo Zhengyuan Bo, sócio da Plenum Research, a decisão preliminar da SAMR deve ser vista como resposta à medida do governo Trump, que na sexta-feira incluiu 23 empresas chinesas em uma lista de restrições comerciais dos EUA.
“É um aviso: se os controles de exportação americanos continuarem no mesmo padrão dos últimos anos, haverá consequências, e a China está disposta a impor custos às empresas dos EUA”, afirmou.
A medida pode dificultar os planos do CEO da Nvidia, Jensen Huang, que tem buscado amenizar as tensões entre Washington e Pequim para continuar vendendo versões adaptadas de seus chips no mercado chinês.
Só neste ano, Huang visitou a China três vezes para reforçar o compromisso da empresa com o país, que respondeu por US$ 17 bilhões em receita no último ano fiscal, cerca de 13% do total.
As ações da Nvidia caíram 2,1% no pré-mercado nesta segunda-feira.
Investigação em andamento
A SAMR não detalhou como a empresa teria violado a legislação antitruste, mas lembrou que em dezembro abriu uma investigação sobre possíveis infrações.
Na época, a iniciativa foi interpretada como retaliação às restrições impostas por Washington ao setor de semicondutores chinês.
O regulador acrescentou que a Nvidia também descumpriu compromissos assumidos na compra da israelense Mellanox Technologies, aprovada em 2020 sob condições.
Entre elas, a de manter o fornecimento de aceleradores de GPU ao mercado chinês. Nos últimos anos, no entanto, a empresa foi obrigada a suspender a venda de seus chips mais avançados por causa dos controles de exportação do governo Biden.
De acordo com a lei antimonopólio chinesa, companhias podem ser multadas em 1% a 10% do faturamento anual. A investigação segue em andamento e a Nvidia ainda não se manifestou.
Crescentes pressões na China
O acesso da China a chips avançados de inteligência artificial é um dos principais pontos de atrito na disputa tecnológica com os EUA.
Apesar das restrições, empresas como Tencent e ByteDance continuam comprando versões modificadas dos chips da Nvidia, como o modelo H20, adaptado para o mercado chinês. Autoridades, porém, já convocaram representantes da empresa para discutir possíveis riscos de segurança.
Para Bo, da Plenum, mesmo que a Nvidia enfrente decisões desfavoráveis na investigação antitruste, o impacto financeiro tende a ser menor do que os esforços de Pequim para desenvolver alternativas nacionais.
“Não se trata de expulsar a Nvidia do país, mas de acelerar a busca por substitutos locais”, avaliou.
Pessoa passa por painel com logomarca da Nvidia na Computex em Taiwan em junho de 2024
Ann Wang/Reuters
Câmara dos Deputados autoriza novo concurso público; veja cargos e atribuições
Vista do plenário da Câmara dos Deputados antes do início da votação do texto da reforma tributária, em Brasília, na noite desta quinta-feira, 6 de julho de 2023.
CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
A Câmara dos Deputados confirmou a realização de um novo concurso público para o provimento de cargos efetivos na Casa.
A autorização foi anunciada na última quinta-feira (11) pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), durante a apresentação da nova gestão e da agenda 2025-2027, e publicada poucas horas depois em edição extra do Diário da Câmara dos Deputados.
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Segundo o documento, as vagas para analista e técnico legislativo estão distribuídas da seguinte maneira:
Analista Legislativo, nas atribuições:
Registro e Redação
Processo Legislativo e Gestão
Comunicação Social
Documentação e Informação Legislativa
Museólogo
Engenheiro
Médico
Técnico Legislativo, nas atribuições:
Policial Legislativo Federal
Assistente Legislativo e Administrativo
A quantidade de vagas para provimento imediato e cadastro de reserva serão definidas no edital, que ainda não tem data de publicação. A expectativa é que a escolha da banca organizadora ocorra nos próximos meses.
O concurso mais recente da Câmara ocorreu em 2023 e ofereceu 140 vagas de nível superior para o cargo de analista legislativo, além de mais de 600 oportunidades destinadas à formação de cadastro de reserva. As remunerações chegavam a R$ 34,8 mil, conforme o cargo.
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Como estudar legislação para concurso?
Fim da 'febre Labubu'? Por que a Pop Mart perdeu quase US$ 13 bilhões na bolsa de Hong Kong
Labubu: o que é boneco que virou febre mundial
Após a febre que tornou a dona do Labubu uma das empresas de maior crescimento da Ásia, o 'frenesi' em torno dos 'monstrinhos' parece ter desacelerado. Nesta segunda-feira (15), as ações da Pop Mart tiveram sua maior queda desde abril na bolsa de Hong Kong, segundo a Bloomberg.
No início do pregão, a empresa com sede em Pequim viu seus papéis caírem quase 9%. Foi a maior queda intradiária desde o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma série de tarifas para diversos países. Ao final do dia, a ação da companhia ainda fechou em queda de 6,4%.
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As ações da Pop Mart caíram forte nos últimos dias, deixando de valer quase US$ 13 bilhões (R$ 69 bilhões) — cerca de um quarto do valor registrado quando bateram recorde em 26 de agosto.
Apesar da baixa na bolsa de valores, a Pop Mart ainda acumula alta de mais de 180% em 2025 e continua com o melhor desempenho no Índice Hang Seng — terceiro maior mercado de ações da Ásia.
No final do mês passado, o diretor-presidente da Pop Mart, Wang Ning, que a empresa de brinquedos estava a caminho para atingir a meta de receita de 20 bilhões de yuans (US$ 2,78 bilhões) em 2025 e que “30 bilhões (US$ 4,18 bilhões) neste ano também devem ser bastante fáceis”.
A declaração veio após a divulgação dos resultados semestrais recordes: a fabricante da boneca Labubu registrou lucro líquido quase 400% maior, impulsionado pela forte demanda.
Apesar do sucesso momentâneo, analistas do mercado financeiro estão céticos quanto à continuidade desse fenômeno da companhia fundada por Wang em 2010.
Isso porque o JPMorgan, um dos maiores bancos de investimentos do mundo, rebaixou a avaliação da empresa, citando "poucos catalisadores e uma avaliação considerada pouco atraente.
A ação foi rebaixada de “overweight” — quando os analistas recomendam comprar um pouco mais do papel — para “neutra” e teve seu preço-alvo reduzido para dezembro de 2026, passando a HK$ 300 (R$ 205,86), refletindo preocupações com a valorização e o ritmo de crescimento da empresa.
🔎 Quando um banco ou corretora “rebaixa” uma empresa, ele está sinalizando que acha que as ações dela podem ter desempenho pior no futuro ou que estão supervalorizadas, indicando cautela para quem pensa em comprar ou manter os papéis.
Segundo o JPMorgan, as ações da fabricante do Labubu já refletem expectativas muito otimistas sobre o desempenho da empresa — quase como se tudo saísse “perfeito”.
Na prática, isso significa que o mercado já precificou resultados muito positivos.
Então, se houver qualquer notícia ruim, mesmo pequena — como queda nos preços de revenda dos bonecos Labubu ou redução nas parcerias de licenciamento —, o valor das ações pode cair ainda mais rápido, pois os investidores perceberam que essas expectativas altas não estão sendo cumpridas.
O rebaixamento acontece enquanto o entusiasmo pelo brinquedo diminui. Antes muito procurados por celebridades como Lisa (do BlackPink) e David Beckham, os bonecos agora têm menor demanda, e os preços pagos por eles no mercado secundário da China estão caindo, indicando perda de popularidade e valorização menor.
Ainda assim, a empresa mais do que quadruplicou seu valor de mercado no ano passado, impulsionada pelo sucesso do boneco. Neste mês, a Pop Mart também foi incluída no Índice Hang Seng e no Índice Hang Seng China Enterprises, reforçando seu destaque no mercado.
Bonecos Labubu
Reprodução/Pop Mart
Boletim Focus: mercado financeiro reduz estimativa de inflação em 2025 para 4,83%
Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação de 2025 de 4,85% para 4,83%. A projeção de 2026 ficou estável.
As expectativas fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
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➡️ Para 2026, a projeção permaneceu em 4,30%;
➡️ Para 2027, a expectativa caiu de 3,93% para 3,90%;
➡️ Para 2028, a previsão permaneceu em 3,70%.
Energia elétrica é o item com maior inflação acumulada no ano
Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, cabe ao Banco Central (BC) ajustar os juros para manter a inflação dentro do intervalo estabelecido.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já considera a expectativa de inflação acumulada em 12 meses até o primeiro trimestre de 2027.
Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses passou a ser comparada com a meta e seu intervalo de tolerância.
Se a inflação permanecer fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC deve enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos (leia mais abaixo).
Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
Segundo ele, a inflação brasileira ultrapassou o teto da meta (4,5%) no acumulado de 12 meses até junho devido à atividade econômica aquecida, da variação cambial, do custo da energia elétrica e de anomalias climáticas.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Jornal Nacional
Produto Interno Bruto
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB caiu de 1,85% para 1,80%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Taxa de juros
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros.
Para o fim de 2026, a projeção recuou de 12,50% para 12,38% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado também permaneceu em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 recuou de R$ 5,55 para R$ 5,50. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou em R$ 5,60.
Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 diminuiu de US$ 65. bilhões para US$ 64,8 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo recuou de US$ 69 bilhões para US$ 68,4 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 foi mantida em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa também permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões.
China acusa EUA de 'intimidação' ao pressionar por tarifas sobre compras de petróleo russo
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da China, Xi Jinping, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, chegam a um desfile militar para comemorar o 80º aniversário da rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, em Pequim, China, na quarta-feira, 3 de setembro de 2025.
Sergei Bobylev, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP
A China acusou os Estados Unidos de "intimidação unilateral" após o presidente americano Donald Trump, ter pedido aos aliados que imponham tarifas à China pela compra de petróleo russo em uma nova tentativa de pressionar a Rússia a encerrar a guerra da Ucrânia.
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O Ministério do Comércio chinês chamou de "um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica" o pedido de Trump para que aliados do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, além dos EUA) e países da Otan imponham tarifas secundárias sobre as importações chinesas devido à compra de petróleo russo.
No sábado, Trump propôs aos aliados europeus "sanções severas" contra a Rússia e tarifas secundárias a países que comprem petróleo russo, em uma nova tentativa de pressionar economicamente Moscou como forma de acelerar o fim da guerra da Ucrânia, que já dura mais de três anos e meio.
Na carta, o presidente norte-americano também sugeriu aos aliados da Otan tarifas elevadas "entre 50 a 100%" sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia acabe, além de pedir que os europeus parem de comprar petróleo russo.
"A China tem um forte controle, e até mesmo domínio, sobre a Rússia, e essas tarifas poderosas romperão esse controle", afirmou Trump.
A China é um aliado e grande parceiro econômico da Rússia, e aproximadamente 17,5% das importações chinesas de petróleo vêm do vizinho. Os laços geopolíticos e comerciais entre os dois países se intensificaram ao longo dos últimos anos, de modo que o governo russo se voltou a países não-Ocidentais para suas exportações à medida que começou ser alvo de sanções por conta da invasão à Ucrânia, em 2022.
Donald Trump quer que países da Otan parem de comprar petróleo russo
Tensões econômicas EUA x China
Nesta segunda-feira, autoridades da China e dos EUA entraram em um segundo dia de negociações em Madri para tentar buscar um terreno comum em questões que incluem tarifas e uma demanda dos EUA para o desinvestimento do TikTok pela proprietária chinesa Bytedance.
Além das tensões entre os dois países, o órgão regulador do mercado da China afirmou nesta segunda-feira que uma investigação preliminar descobriu que a fabricante de chips norte-americana Nvidia havia violado a lei antimonopólio do país.
Os laços comerciais entre as duas maiores economias do mundo azedaram, apesar de uma frágil trégua tarifária alcançada em maio e estendida em agosto que impediu que as taxas tarifárias sobre os produtos da outra parte atingissem níveis de três dígitos.
Mas os negociadores dos dois lados ainda enfrentam temas espinhosos, como as restrições dos EUA às exportações de tecnologia e chips, o apoio da China à Rússia e o que Washington considera esforços insuficientes para conter o fluxo de precursores químicos do fentanil para os EUA.
Em nota, o ministério chinês pediu que os EUA sejam "prudentes em palavras e ações" e resolvam as diferenças por meio de um diálogo igualitário.
Por que os voos domésticos no Brasil são tão caros?
Filho faz primeiro voo como piloto na companhia aérea em que o pai trabalha há 30 anos
Brasil lidera média de preços de voos na América Latina, mesmo quando comparadas rotas com distâncias semelhantes em outros países. Ausência de companhias low cost, concentração e alto custo estrutural agravam cenário.
Os preços das passagens aéreas para Belém durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) chamaram a atenção para o tema das elevadas tarifas cobradas no mercado doméstico.
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Em casos como o de Belém, as distâncias do território brasileiro fazem com que os combustíveis – que têm grande peso no custo das viagens – elevem os gastos.
No entanto, há uma série de outras características do mercado nacional por trás da dificuldade de encontrar voos com preços mais acessíveis, como ocorre na Europa e nos Estados Unidos e até mesmo em outros países da América Latina.
O Brasil lidera a média de preços de voos domésticos na região, com US$ 135 (R$ 722), quase o dobro do Peru, com US$ 70 (R$ 374), segundo levantamento da plataforma de inteligência turística Mabrian.
O estudo projeta uma alta de 12,2% nos preços dos bilhetes brasileiros neste ano, enquanto os peruanos devem subir apenas 1,7%.
Comparando os preços dos voos mais baratos entre algumas das principais rotas domésticas de Brasil, Argentina, Chile, Peru e Colômbia, o Instituto de Investigações Econômicas da Bolsa de Comércio de Córdoba encontrou os voos brasileiros como os mais caros proporcionalmente.
Segundo o levantamento, cada milha voada teve custo de US$ 0,093 (R$ 0,50) no Brasil, valor de US$ 0,067 (R$ 0,36) no Peru e US$ 0,043 (R$ 0,23) na Colômbia.
A DW Brasil fez o teste e buscou os voos mais baratos entre as rotas mais relevantes destes países com uma semana de antecedência. No caso de São Paulo-Rio, uma distância em linha reta de 357 quilômetros, o voo mais barato sai por R$ 740, partindo de Congonhas.
Em caso de decolagem em Viracopos, o preço cai para R$ 547. Entre Buenos Aires-Córdoba, um trajeto de 647 km o preço foi de R$ 251. O percurso de 571 km entre Lima-Cusco tem custo de R$ 237. O mais barato, Bogotá-Medellín, sai por R$ 165, na distância de 246 km.
No caso dos outros países, há a presença do modelo de companhias low cost, que propicia passagens mais baratas mediante pagamento extra por serviços, que vem crescendo em outros países da região, mas não no Brasil.
A concentração do mercado em apenas três empresas aéreas (Gol, Azul e Latam) que cumprem papéis semelhantes é um fator citado por analistas como um dos que leva ao atual cenário no país.
"O alto custo estrutural, a pesada carga tributária, a instabilidade monetária em um setor onde as aeronaves são financiadas em dólares, mas as receitas são em reais, e a infraestrutura limitada tornou muito mais difícil replicar o que aconteceu em outros países", afirma Emilio Inés Villar, responsável de turismo internacional na The Data Appeal Company - Almawave Group.
Segundo ele, nos últimos anos México, Colômbia e Chile são casos onde a desregulamentação e os baixos custos operacionais foram condições favoráveis para que este tipo de serviço aéreo prosperasse. "Isso significou que as tentativas de introduzir opções de baixo custo não deram frutos no Brasil", aponta Villar.
"O combustível faz parte dos custos operacionais, mas não é o único que pode aumentar o custo da passagem. Outros fatores influenciam no Brasil, como taxas e impostos aeroportuários, e até mesmo a falta de alternativas de transporte equivalentes que suportem as comunicações internas no país", indica o especialista.
Low costs e "zona de conforto”
"As empresas aéreas brasileiras encontraram sua zona de conforto. Não há motivação para novos modelos, já que não há um ambiente acolhedor", pontua Adalberto Felibiano, especialista em economia do transporte aéreo.
Os ambientes regulatório e judicial do Brasil são outras razões que desencorajam novas iniciativas, avalia. O país se notabilizou como líder mundial em processos no ramo.
O Brasil registra uma ação contra empresas do setor a cada 0,52 voos, enquanto nos Estados Unidos, o setor reporta um processo judicial a cada 2.585 viagens, segundo dados do Bernardi & Schnapp Advogados.
"A sociedade está disposta a isso, e há um custo. Ninguém reclama quando ganha um hotel gratuito quando o voo é afetado por condições meteorológicas”, aponta Felibiano, contrariando outras regiões.
"Na Europa, quem viaja com a Ryanair sabe que vai ter que pagar por cada item”, pontua, citando a aérea irlandesa que se tornou símbolo dos voos baratos, e com grande limitação de serviços não pagos.
Na comparação com os mercados mais consolidados da Europa e dos Estados Unidos, há ainda a diferença entre disponibilidade de mais aeroportos.
Cidades como Nova York e Paris contam com diversas opções em seus arredores, com as companhias de baixo custo frequentemente optando por utilizar aeroportos mais afastados, o que diminui seus encargos, aponta Olivier Girard, sócio fundador da Macroinfra.
"No caso de São Paulo, não existe um aeroporto próximo da cidade que possa ser mais barato além de Congonhas e Guarulhos. Potencialmente, poderia ser usado o de São José dos Campos, mas atualmente não há infraestrutura, e seria algo afastado”, afirma. O especialista cita cenários semelhantes de Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O Brasil chegou a contar com a Webjet, que operou em um modelo semelhante ao das low costs de outros países. Em 2011, a empresa foi vendida para a Gol, que anunciou o encerramento das atividades da aérea em 2012, alegando que o modelo de negócios deixou de ser competitivo.
Desafios em territórios extensos
Fora das capitais do Sudeste, a preocupação com o tema é ainda mais presente, incluindo centros relevantes no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Voos de cidades como Belém e Cuiabá para Brasília e as capitais do Sudeste ultrapassam com frequência os R$ 2 mil pela ida e a volta, em um cenário que costuma envolver longas escalas.
"Um ponto importante é a falta de aeronaves a nível mundial. Há listas de espera para os principais fornecedores, especialmente para aviões de médio porte”, aponta Girard.
"Nestes centros em que há demanda, mas que há a limitação de serem voos longos como Belém e Manaus, o avião tem uma rotatividade menor do que entre São Paulo-Rio", aponta.
"Neste caso, existe uma preferência de alocar seus aviões em rotas aéreas em que tenham mais potencial de vendas de passagens e assim buscar obter maior lucratividade", afirma.
Enquanto voos mais curtos como aqueles que ligam as capitais do Sudeste podem ser realizados várias vezes ao dia, os deslocamentos a cidades ao Norte do país limitam as operações, reduzindo o número de passageiros total.
A conexão em um território amplo e a lucratividade das rotas é um desafio enfrentado de formas diferentes em outros países. Felibiano cita o caso dos Estados Unidos, onde aéreas costumam receber subsídios para operar em regiões mais distantes, como no Alasca. O modelo também é presente no Canadá, especialmente para rotas ao norte do país.
O especialista lembra que atualmente apenas cerca de 2% dos municípios brasileiros mantém serviço aéreo regular. Sem algum tipo de intervenção, ele aponta que muitos voos, como em certas cidades amazônicas, são inviáveis para as aéreas.
Outro modelo, e que é alvo de intensas discussões, é o argentino, no qual a estatal Aerolíneas Argentinas tem conectividade em destinos pouco rentáveis, como na região da Patagônia.
A manutenção das rotas nestas áreas é uma justificativa de muitos que defendem um maior controle estatal. Em contrapartida, há as críticas de que a operação é ineficiente e gera prejuízos.
Em 2024, o governo brasileiro implementou o programa Voa Brasil, visando a venda de passagens por R$ 200 para aposentados do INSS em voos de baixa ocupação. Por sua vez, a demanda ficou bem abaixo da oferta, com apenas cerca de 1% dos bilhetes disponíveis vendidos.
Transportes alternativos
Outro fator importante que eleva os preços é a falta de modais alternativos de transporte, especialmente o ferroviário, apontam os especialistas.
"Não há concorrência do trem. No caso de Rio-São Paulo, é uma das únicas rotas dentre as mais procuradas no mundo que não tem essa alternativa", aponta Felibiano.
A ausência de meios eficazes e rápidos como os trens de alta velocidade (TAV) que ligam boa parte das principais cidades europeias acaba sobrecarregando a demanda pelos voos nestes casos de distâncias mais curtas, avalia. Em sua visão, a operação do chamado trem-bala entre as duas cidades poderia auxiliar neste cenário.
As promessas de execução da obra avançaram em 2007 e ganharam fôlego com a Copa do Mundo de 2014, mas não avançaram desde então. Em 2023, a ideia ganhou novo impulso com a autorização para que a empresa TAV Brasil explorasse a iniciativa.
"Na Europa, o principal concorrente do avião é o tráfego ferroviário. São concorrentes bem plausíveis, que saem dos centros das cidades, chegando num tempo um pouco maior, mas sem o deslocamento de ir ao aeroporto e nem a espera pelo voo, ficando próximo em duração total", aponta Girard.
Apenas cerca de 2% dos municípios brasileiros mantêm serviço aéreo regular.
Foto: picture alliance/Joker/H. Khandani via DW
Ovos: exportação brasileira cai e EUA perdem posto para Japão após tarifaço, aponta estudo da USP
Preços dos ovos registram queda após onda de calor
Claudia Assencio/g1
Preços dos ovos registram alta no fim de janeiro de 2025
Claudia Assencio/g1
Pelo segundo mês consecutivo, as exportações brasileiras de ovos tiveram queda em agosto de 2025. O motivo se repete. O recuo nos embarques da proteína in natura pelos Estados Unidos ocorre após as tarifas impostas pelo governo norte-americano.
Os Estados Unidos eram o principal comprador de ovos brasileiros desde março deste ano, mas perderam a liderança dentre os principais destinos da proteína brasileira para o Japão. Veja os dados, abaixo.
A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), feita a partir dos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e divulgada nesta sexta-feira (12).
Os EUA compraram 2,13 mil toneladas de ovos in natura e processados produzidos pelo agronegócio brasileiro em agosto deste ano. O volume 60% menor que o de julho. No entanto, a marca ainda é 72% superior ao de agosto de 2024, apontam os pesquisadores do Cepea.
"O Japão tornou-se o principal destino da proteína nacional no último mês, adquirindo 578 toneladas de ovos, 29% a mais que em julho. Mesmo com a retração nos últimos dois meses, o desempenho da parcial deste ano segue positivo", observa o Centro de Estudos da Esalq-USP.
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1ª queda nos embarques em julho
O balanço das exportações brasileiras de ovos interrompeu o movimento de alta no primeiro semestre de 2025. O primeiro recuo ocorreu em julho deste ano, com queda de 20% nas vendas para o exterior.
Pesquisadores explicam que a baixa mensal se deve à redução de 31% na quantidade embarcada de ovos para os Estados Unidos.
"De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil embarcou 5,26 mil toneladas de ovos in natura e processados em julho, volume 20% inferior ao de junho", aponta o Cepea.
Ovos ficam mais caros em fevereiro
Reprodução/EPTV
O volume de ovos exportados foi menor entre junho e julho deste ano, mas supera em 305% o montante embarcado em julho de 2024.
Apesar do recuo
De janeiro a agosto, o Brasil exportou cerca de 32,3 mil toneladas de ovos in natura e processados.
O volume é 192,2% acima da quantidade registrada nos oito primeiros meses de 2024. E, já supera, em 75%, o total embarcado em todo o ano passado, ainda conforme números da Secex analisados pelo Cepea.
Agosto com alta nas cotações
No mercado doméstico, as cotações dos ovos iniciaram agosto em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Veja, abaixo.
Preços Médios - Ovos
"Esse movimento foi impulsionado pelo fim das férias escolares, que favoreceu a retomada da demanda, e pelo período de início do mês, quando a população costuma estar mais capitalizada e o consumo da proteína tende a aumentar", analisa o Cepea.
Preço dos ovos dispara: entenda a crise que atinge o Brasil e os EUA
Getty Images via BBC
Preços dos ovos caíram em junho
Os preços do ovos caíram e atingiram o menor patamar diário nas principais regiões produtoras no Brasil em junho, segundo boletim do Cepea, divulgado no fim do primeiro semestre de 2025 . 📝Entenda cenário, abaixo.
🐔Gripe aviária na Europa: As restrições às importações de produtos avícolas do país, incluindo os ovos, também afetou o mercado, com a interrupção da compra de carne de frango pela China, Europa e Argentina, após o 1º registro de gripe aviária no país em granja comercial.
Embora o Brasil já tenha recuperado o status de livre da gripe aviária, pesquisadores do Cepea ressaltam que a retomada das importações dos produtos avícolas, incluindo ovos, ainda não foi totalmente reestabelecida até o momento.
📉Movimento de queda nos preços: O movimento de queda já tinha começado em abril de 2025, quando o ovo alcançou o menor preço do ano após recordes de 40% de alta nas cotações. Em maio, o recuo nas cotações fez o mercado de ovos encerrar o mês com baixa liquidez em todas as praças acompanhadas pelo Cepea.
Os preços dos ovos já registram queda de mais de 10% em maio, com as médias mensais nos menores patamares desde janeiro de 2025 em todas as praças acompanhadas.
"Essa desvalorização esteve relacionada à retração da demanda e ao aumento da oferta em algumas áreas, e não ao registro de Influenza Aviária de Alta Patogenecidade (IAAP) em granja comercial de Montenegro (RS)", apontava boletim do Cepea.
Granja em Bastos produz 20% de todos os ovos consumidos no Brasil
TV TEM/Reprodução
💰Cotações
Agentes do setor consultados pelo Centro de Pesquisas nas regiões de Bastos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Grande São Paulo (SP), Santa Maria do Jequitibá (ES) explicaram que ritmo mais lento das vendas aumentou os estoques nas granjas em diversas praças em maio deste ano.
"Esse cenário levou à desvalorização da proteína, diante da dificuldade de escoamento da produção. Além disso, há relatos de descarte de poedeiras mais velhas em algumas regiões, medida que pode influenciar no controle da oferta no mercado interno e ajudar a sustentar os valores da proteína", observam os produtores.
📈Preços: Entre os dias 16 e 26 de junho, a cotação dos ovos vermelhos caiu mais de 10,6% no atacado na região produtora de de Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 207 para R$ 185 a caixa com 30 dúzias. No início do ano, em fevereiro, o produto custava R$ 276.
🥚Na região de Bastos (SP), o preço da caixa de ovos brancos passou de R$169,52 para R$ 159 entre os dias 16 e 26 de junho. As cotações dos ovos vermelhos na praça do interior paulista caíram de R$ 191 para R$ 177 no mesmo período.
Na Grande São Paulo, a valor dos ovos brancos diminuiu de R$ 179 para R$ 164 em dez dias, queda de 7,3. Já os vermelhos, recuaram de 199,95 para R$ 182 entre os dias 16 e 26 de junho.
Na praça produtora de Recife, os preços da caixa dos ovos vermelhos passaram de R$ 185 para R$ 161, uma queda de quase 13% em dez dias. Em Minas Gerais, o preços ovos vermelho cai de R$ 213 para R$ 188 a caixa.
📈Veja, abaixo, valores nas regiões consultadas pelo Cepea:
Preço Ovos comercias/ Caixa com 30 dúzias
Custos de produção
Segundo a pesquisadora, em 2024, os custos dos principais insumos da atividade, como milho e farelo de soja, aumentaram, enquanto a queda nos preços dos ovos comprometeu a rentabilidade dos produtores. Sem falar da necessidade de investir em espaços climatizados.
"Além disso, outros custos, como embalagens, também pressionaram a cadeia produtiva. Diante desse cenário desafiador no ano passado, os produtores enfrentaram margens reduzidas. Agora, em 2025, com uma menor disponibilidade de ovos, foi possível repassar esses reajustes de forma mais intensa para as cotações", analisou.
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Mais de 80 mil empregadores serão notificados para regularizar FGTS de trabalhadores domésticos
DET será obrigatório para MEIs e empregadores domésticos a partir de agosto
A partir da próxima quarta-feira (17), mais de 80 mil empregadores passarão a receber notificações para regularizar o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de seus trabalhadores domésticos.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os avisos serão enviados pelo Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET), plataforma oficial de comunicação do órgão com empregadores.
💻 O DET centraliza a comunicação do órgão com empregadores em todo o país e facilita o cumprimento das obrigações trabalhistas. (veja como funciona)
De acordo com relatório obtido com exclusividade pelo g1, os empregadores registrados no DET geram empregos para 154 mil trabalhadores domésticos em todo o país, com débitos de FGTS que somam mais de R$ 375,1 milhões.
Entre os estados, São Paulo concentra os maiores números: 26,5 mil empregadores, 53 mil trabalhadores e quase R$ 136 milhões em débitos. Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia também registram valores expressivos.
Já estados como Roraima, Amapá e Acre apresentam os menores volumes, com valores totais devidos inferiores a R$ 1 milhão, o que reflete as diferenças regionais no mercado de trabalho doméstico formalizado.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devido para trabalhadores domésticos por estado
Arte/g1
Como serão as notificações
A ação, coordenada pela Coordenação Nacional de Fiscalização do Trabalho Doméstico e de Cuidados (CONADOM), terá caráter orientativo neste primeiro momento, estimulando a regularização voluntária até 31 de outubro.
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Após o prazo, empregadores que não regularizarem a situação poderão ter seus processos encaminhados para notificação formal e levantamento oficial dos débitos.
A Inspeção do Trabalho recomenda que empregadores acompanhem regularmente as mensagens no DET, para evitar perda de prazos e possíveis prejuízos legais. (saiba como atualizar o cadastro no sistema)
Os comunicados foram elaborados a partir do cruzamento de informações do eSocial com as guias registradas e pagas à Caixa Econômica Federal, que indicam possíveis débitos no recolhimento do FGTS.
Além de incentivar a regularização, a ação busca reforçar a importância do cumprimento das obrigações trabalhistas no setor doméstico, envolvendo empregadores, entidades sindicais e trabalhadores.
DET é obrigatório para MEIs e empregadores domésticos
Desde agosto de 2024, o Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET) passou a ser obrigatório para Microempreendedores Individuais (MEIs) e para empregadores de trabalhadores domésticos.
A plataforma, administrada pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, funciona como canal oficial de comunicação do órgão com os empregadores. Sua finalidade é simplificar o cumprimento das obrigações trabalhistas.
De acordo com o governo, todos os CPFs e CNPJs já têm cadastro automático no DET. No entanto, desde agosto do ano passado, os usuários devem acessar a plataforma para atualizar seus dados de contato. Esse procedimento é gratuito. (veja aqui como fazer)
As informações fornecidas pelo empregador servem para o envio de comunicados da Inspeção do Trabalho, como atos administrativos, fiscalizações, intimações, notificações, decisões administrativas e avisos em geral.
❌ Não há multa pela não atualização do cadastro, de acordo com o ministério. "Acontece que, caso o empregador receba uma notificação pelo DET e seus dados de contato não estejam atualizados, ele não receberá o alerta da mensagem recebida", explica o órgão.
"Nesses casos, se o empregador não acessar o DET e não atender à notificação do auditor, ele poderá ser autuado por não apresentar os documentos exigidos", por perder os prazos de defesa, entre outros motivos.
As mensagens recebidas na caixa postal do DET têm validade legal, e o governo considera que o usuário toma ciência delas automaticamente após 15 dias. Essas notificações não precisam ser publicadas no Diário Oficial da União nem enviadas por correio.
Para MEIs e empregadores com trabalhador doméstico registrado, todas essas regras entraram em vigor no ano passado. Independentemente do prazo, a atualização do cadastro pode ser feita a qualquer momento, informa o Ministério do Trabalho e Emprego.
Para os demais empregadores, a obrigatoriedade do DET já estava em vigor há mais tempo.
CNPJ passará a ter letras e números; veja quem será afetado e o que muda
Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET)
Reprodução
Leilão de carros e motos do Governo de SP tem Blazer a preço de iPhone e Yamaha XTZ a R$ 3 mil
Como funcionam os leilões
A Diretoria de Mobilidade Interna do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Gestão e Governo Digital, divulgou a programação de seus próximos leilões de carros e motos.
O mais próximo será realizado ainda este mês, com lances a partir de R$ 2.700 para um Ford Fiesta Street 1.6 de 2002 e podendo chegar a R$ 43,6 mil para uma Chevrolet S10.
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Entre motos, os lances começam em R$ 3.100 para uma Yamaha Lander XTZ 250 e podem chegar a R$ 19,3 mil para a Yamaha XT 660R.
A sessão pública do leilão ocorrerá online no dia 16 de setembro, enquanto o pátio com os veículos está localizado em Santo André (SP).
Neste leilão, existem:
🚗 496 veículos aptos a circular;
🔧 56 sucatas aproveitáveis com motor servível ou não, mas podendo servir como peças sobressalentes para outros veículos.
De acordo com o edital, um veículo em condições de circulação pode voltar a trafegar em vias públicas, sendo o comprador responsável pelo registro junto ao órgão de trânsito e pelo pagamento das taxas correspondentes.
O leilão não se responsabiliza pelas peças e considera que o comprador tem ciência do estado mecânico do veículo, não sendo aceitas reclamações posteriores.
Chevrolet Blazer com lance mínimo de R$ 11,7 mil, R$ 799 mais barata que um iPhone 17 Pro Max de 256 GB (R$ 12.499)
divulgação/Governo de São Paulo
A visitação pública dos lotes ocorre até 16 de setembro, das 8h às 16h. A retirada dos veículos — incluindo carros, motos, caminhonetes e caminhão — deve ser feita em até 20 dias úteis, mediante agendamento prévio entre 17 e 23 de setembro.
Veja outros destaques do leilão
Chevrolet Trailblazer LT de 2016
Lance inicial: R$ 42.600
Peugeot Boxer de 2013
Lance inicial: R$ 34.200
Chevrolet Corsa Wind de 1999
Lance inicial: R$ 6.000
Honda XRE 300 de 2018
Lance inicial: R$ 4.500
Fiat Siena Fire Flex de 2008
Lance inicial: R$ 5.000
Fiat Palio ELX de 2008
Lance inicial: R$ 6.100
Volkswagen Spacefox de 2014
Lance inicial: R$ 6.200
Renault Duster de 2016
Lance Inicial: R$ 10.400
Triumph Tiger XCX de 2017
Lance inicial: R$ 16.900
Honda XRE 300 ABS de 2019
Lance inicial: R$ 11.900
Chevrolet Classic Spirit de 2007
Lance inicial: R$ 5.400
Yamaha XR 660R com lance mínimo de R$ 19,3 mil em leilão do governo de São Paulo
divulgação/Governo de São Paulo
O lance mínimo é o valor de partida para as ofertas. A avaliação estimada para cada veículo é calculada com base nos valores praticados pelo mercado e no estado de conservação da unidade.
Os leilões são abertos a todas as pessoas e empresas, mas são vedadas as participações de:
Estão suspensas ou impedidas de fazer contratos com a administração pública estadual;
Foram consideradas inidôneas (não confiáveis) por órgãos públicos;
Têm ligação profissional, comercial ou pessoal com quem organiza o leilão;
Não têm representante legal no Brasil com autorização para responder legalmente;
Foram punidas pelo CADE por prática contra a concorrência;
Receberam punição por crimes ambientais;
Foram condenadas por improbidade administrativa;
Foram proibidas de contratar pelo Tribunal de Contas do Estado de SP;
Descumpriram a Lei de Acesso à Informação;
Estão registradas em cadastros de empresas punidas por corrupção ou outras irregularidades.
Leilão de veículos do governo de São Paulo
Arte/g1
Veja dicas para participar de leilões
Como em qualquer leilão, é preciso analisar minuciosamente cada item para saber qual faz sentido na sua garagem. Para te ajudar, o g1 reuniu as principais dicas e as opiniões de especialistas para que você tome a melhor decisão.
Existem dois tipos de leilões: os particulares e os públicos. A primeira pergunta que o consumidor pode se fazer é: de onde vêm esses veículos?
Os leilões públicos costumam ofertar modelos que foram apreendidos ou abandonados. De acordo com Otávio Massa, advogado tributarista, esses veículos têm origem em operações de fiscalização aduaneira e foram retidos por questões legais, fiscais ou por abandono em recintos alfandegados.
Existem também os carros inservíveis de órgãos públicos, como os que já não têm mais utilidade para o propósito governamental e são vendidos para reutilização ou como sucata.
“Os veículos são vendidos no estado em que se encontram, sem garantias quanto ao seu funcionamento ou condições, e o arrematante assume todos os riscos”, explica Massa.
Em meio aos riscos, há excelentes preços. Porém, existe um passo a passo para verificar o estado do carro, que vamos falar adiante.
Diferentemente das revendas oficiais ou multimarca, não é oferecida uma garantia para o produto. É nesse momento que o consumidor tem que ligar o alerta: produtos de leilões particulares podem ter garantia para apenas alguns itens. Os públicos, por sua vez, não têm garantia.
Por isso, é importante checar se é possível fazer uma vistoria presencial no modelo antes de pensar no primeiro lance.
Luciana Félix, que é especialista em mecânica de automóveis e gestora da Na Oficina em Belo Horizonte, lembra ainda que a burocracia pode ser um grande empecilho para o uso do item leiloado. Um exemplo que ela cita é o de um carro aprendido, que pode ter problemas na documentação.
“Esses carros já vêm com burocracias devido ao seu histórico. (...) Às vezes, são carros que necessitam de uma assistência jurídica. Você tem que contratar um advogado para fazer toda a baixa dessa papelada”, alega a especialista.
Leilões particulares
De acordo com a especialista em mecânica automotiva Luciana Félix a maioria dos pregões particulares oferece carros de seguradoras (geralmente de sinistros, com perdas totais ou parciais), de locadoras, e de empresas com pequena frota, que colocam a antiga para leilão quando precisam fazer a substituição.
Simplificando o conceito:
🔒Leilões particulares: frotas de empresas, devoluções de leasing, de seguradoras
🦁Leilões da Receita Federal: apreendidos, confiscados ou abandonados.
Tipo de compra
Segundo Ronaldo Fernandes, especialista em Leilões da SUIV, empresa que possui um banco de dados de peças automotivas, é fundamental entender que existem duas maneiras de adquirir automóveis ofertados em leilões: para restaurar ou utilização; e aqueles voltados exclusivamente para empresas de desmanche legal.
“Não há um tipo específico de veículos que vai a leilão, mas é muito importante verificar qual o tipo de venda que está sendo oferecida para o veículo de interesse, pois alguns veículos poderão circular normalmente e outros servirão somente para desmonte ou reciclagem devido à sua origem”, afirma Fernandes.
Nos casos em que os carros são vendidos para desmanches, a origem deles se dá por conta do tamanho do sinistro. “Dependendo do tamanho do sinistro, o automóvel só poderá ser vendido como sucata, ou seja, sem documentação para rodar novamente”, afirma Fernandes.
Critérios para venda
Segundo o advogado tributarista Otávio Massa, os critérios para que um carro vá a leilão incluem:
Valor comercial: veículos com valor residual significativo que justifique a venda;
Condição recuperável: mesmo que parcialmente danificados, se ainda tiverem peças reutilizáveis ou puderem ser reparados;
Procedimento legal: veículos apreendidos ou abandonados que legalmente devem ser vendidos em leilão público.
Resumindo, o que define se um veículo vai ser leiloado é o quanto ele ainda pode despertar o interesse financeiro de novos compradores. Thiago da Mata, CEO da plataforma Kwara, afirma que é feita uma avaliação prévia para determinar o valor a ser cobrado.
“Normalmente, ativos que possuem débitos superiores ao seu valor de mercado são considerados sucata e vão para descarte. Da mesma forma, veículos cujo estado de conservação seja muito crítico podem ter o mesmo destino para que possam ser aproveitadas as peças”, argumenta.
Otávio Massa corrobora com a visão de da Mata ao afirmar que “não há uma porcentagem mínima específica estabelecida por lei, mas o critério principal é se o veículo tem valor comercial residual. Veículos sem valor ou severamente danificados podem ser descartados”.
Carros, caminhões, ônibus e outros modelos destinados a desmanche têm seus respectivos números de chassis cancelados. É como se o automóvel deixasse de existir.
Prudência e dinheiro no bolso
De acordo com Thiago da Mata, da Kwara, inspecionar o veículo é de suma importância. Afinal, os carros podem ter distintos estados de conservação, o que tem que entrar na lista de preocupações de quem participa de um pregão.
“[Os veículos] podem tanto estar em bom estado de conservação, como também é possível que tenham ficado em pátio público durante um período de tempo importante”, afirma.
Os carros podem ter marcas provocadas pelo período em que ficaram expostos ao clima: pintura queimada, oxidação da lataria, manchas provocadas pela incidência solar. E esses reparos também precisam entrar no planejamento financeiro do comprador.
Idealmente, a inspeção deve ser feita de forma presencial, segundo os especialistas consultados nesta reportagem.
Ao verificar um carro, por exemplo, é preciso verificar tudo: bancos, painéis de porta, console central, volante, conferir os equipamentos, a quilometragem, ligar o carro, abrir o capô, checar a existência de bateria de 12V e, se possível, levar um especialista ou mecânico de confiança para checar as partes técnicas e prever possíveis custos extras com manutenção.
Luciana Félix, que é especialista em manutenção, diz que o consumidor precisa ver até o histórico de manutenção, se possível. E documentar tudo com fotos.
“Comprar carros em leilão é tipo um investimento de risco, você pode se dar muito bem ou muito mal, pois você não poderá andar com o carro para saber como está o seu motor ou câmbio, pois todos os veículos estão lacrados”, argumenta a proprietária da Na Oficina.
É importante ressaltar que essa é a mesma verificação que se faz ao comprar um automóvel usado, seja presencial ou via marketplace: deve ser feita uma avaliação técnica, além de checagem da quilometragem rodada e documentação do ativo.
“Importante que seja feita a verificação de débitos ou algum tipo de bloqueio para venda, pois a responsabilidade por estes pagamentos pode ser diferente de leilão para leilão. Estas informações devem estar presentes no Edital, que deve ser lido com atenção antes que qualquer lance seja dado”, alerta Thiago da Mata, da Kwara.
Quando a compra é feita pela internet e não existe a possibilidade de visitar o produto, é indicado solicitar uma vídeo-chamada para fazer essa inspeção. Não é o ideal, mas já ajuda a verificar o estado do carro, mesmo que seja à distância.
O que verificar:
Documentação: incongruências jurídicas;
Custos para regularização;
Estado de conservação do carro;
Custos para restauro;
Condições de compra;
Inspeção mecânica e de equipamentos.
Assim, se você vai participar de um leilão pela primeira vez, atente-se para os seguintes passos.
Estude: leia o edital e entenda as regras do leilão;
Verifique a procedência: se certifique que o veículo não tem pendências legais;
Defina um orçamento: estabeleça um limite máximo de gastos;
Inspecione: se possível, veja o veículo pessoalmente ou solicite um relatório detalhado;
Experiência: participe de leilões menores para entender a lógica de funcionamento.
▶️ LEMBRE-SE: Utilize apenas canais oficiais para se comunicar com o leiloeiro e verifique sempre a autenticidade das mensagens. Evitar fraudes já é um bom começo.
150 vezes maior que o PIX: entenda a plataforma que a Receita Federal prepara para a reforma tributária
Prédio da Receita Federal em Florianópolis
Sindifisco Florianópolis/Divulgação
A Receita Federal informou nesta semana que prepara uma plataforma tecnológica inédita no mundo para operacionalizar os pagamentos dos impostos sobre produtos e serviços.
➡️ O novo sistema vai viabilizar e estruturar o pagamento dos futuros impostos sobre valor agregado (IVA), previstos na reforma tributária sobre o consumo (aprovada em 2024 pelo Congresso Nacional e sancionada no início deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva).
De acordo com o Fisco, o novo sistema será 150 vezes maior do que o PIX – ferramenta de transferências em tempo real do Banco Central. Por ele, transitarão cerca de 70 bilhões de documentos anualmente.
"A diferença é que, no PIX, você tem pouca informação. Você tem [informação de] quem manda, quem recebe e o valor. Na nota [fiscal], tem um monte de outras informações sobre o produto, sobre quem emite, sobre o crédito. O número de documentos é o mesmo, mas o volume de cada documento é em torno de 150 vezes [o volume] do PIX. Por isso que a gente fala que é 150 vezes [maior do que o PIX]", explicou o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
➡️ O que o novo sistema fará é recolher os impostos sobre o consumo, calcular e permitir o abatimento de tributos já pagos em cadeias anteriores da produção. Ele também viabiliza o cálculo do cashback para a população de baixa renda (ou seja, a devolução de parte dos tributos pagos).
➡️ Também há a expectativa de que a plataforma reduza a sonegação fiscal.
Milhares de pessoas – envolvendo técnicos da Receita Federal, desenvolvedores contratados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), interlocutores do mercado financeiro e até engenheiros das "big techs" (gigantes de tecnologia) – trabalham para viabilizar a ferramenta.
Veja perguntas e respostas sobre a nova plataforma:
Por que essa plataforma está sendo criada?
Por que ela vai reduzir a sonegação?
Vai aumentar imposto?
Quem vai utilizá-la?
Quando ela vai começar a operar?
Lula sanciona texto que regulamenta a reforma tributária; veja o que muda
Jornal Nacional/ Reprodução
➡️ Por que essa plataforma está sendo criada?
A reforma tributária prevê que serão criados dois tributos (CBS e IBS) para ficar no lugar dos atuais PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.
Além disso, também haverá um imposto seletivo (conhecido como imposto do pecado) para produtos com "externalidades negativas", ou seja, que geram danos à saúde e ao meio ambiente. Cigarros e bebidas alcoólicas serão sobretaxados.
Na reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional, os futuros IVAs (CBS federal, IBS estadual e municipal) serão não cumulativos, ou seja, os impostos não incidirão sobre valores tributários já pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva. E os valores serão cobrados no "destino", ou seja, onde os produtos e serviços são consumidos.
Um dos módulos da plataforma, chamado de "split payment", permitirá que o valor dos tributos seja direcionado em tempo real para o governo, estados e municípios — reduzindo a sonegação fiscal.
O novo sistema também permitirá o cálculo do imposto já pago em cadeias anteriores da produção, permitindo o abatimento rápido pelas empresas.
De acordo com o governo, a nova plataforma tecnológica também reduzirá os erros de cálculo, ou de classificação dos produtos, pelas empresas. Será oferecida, por exemplo, uma calculadora oficial e, no caso de erro, o empresário será avisado antes de ser autuado.
A outra funcionalidade da nova plataforma também será o cálculo da devolução de impostos para a população de baixa renda por meio do chamado "cashback".
De acordo com o governo, a nova plataforma também reduzirá os erros de cálculo, ou de classificação dos produtos, pelas empresas. Será oferecida, por exemplo, uma calculadora oficial e, no caso de erro, o empresário será avisado antes de ser autuado.
"Hoje, quando o empresário vai preencher [a nota fiscal], ele preenche do jeito que quer. Vai pro estado, cai na gestão de risco e, se tiver divergência, ele é autuado. Quando for produzir no nosso sistema, o empresário vai usar nossa calculadora", disse Barreirinhas.
"Não tem como errar. E mesmo, se por acaso, ele preencher alguma coisa errada, nosso sistema vai processar. Se achar uma falha, vai informar para ele corrigir a nota. A grande vantagem desse sistema é ele ser amigável, esse que vai ser o ganho", completou.
➡️ Por que ela vai reduzir a sonegação?
A expectativa do governo, e de tributaristas, é de que a nova plataforma reduza a sonegação por conta, principalmente, do chamado "split payment" - que é o cálculo, e recolhimento imediato, dos futuros impostos sobre o valor agregado do governo, estados e municípios quando o pagamento for eletrônico.
O novo sistema, de acordo com a Receita Federal, também acabará com o problema das chamadas "noteiras", ou seja, empresas de fachada criadas para fraudar o Fisco que emitem notas fiscais falsas ou com informações adulteradas para encobrir operações ilegais.
Além disso, também não será mais possível o empresário pagar os impostos com atraso quando o pagamento for eletrônico.
💵 A Receita Federal não divulga estimativas, mas o tributarista Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, empresa de tecnologia focada em soluções para a reforma tributária, aponta que o "split payment" pode permitir ao governo federal arrecadar de R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões a mais por ano – cifras equivalentes à sonegação fiscal.
Segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a nova plataforma não vai significar aumento da fiscalização, mas sim melhora.
"Não vai aumentar a fiscalização pelo seguinte: eu não consigo fiscalizar quem não emite nota hoje em dia. Que quem tem nota, já tem a informação. Quem não emite nota, vai continuar não emitindo do mesmo jeito. Vai ter uma redução do volume de fiscalização com uma melhor qualidade. Aumento de qualidade, não é aumento de fiscalização", disse Barreirinhas ao g1.
➡️ Vai aumentar imposto?
Uma das premissas da reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional é que não haja aumento da carga tributária sobre o consumo no Brasil, que já é elevada na comparação com o resto do mundo – algo que penaliza, principalmente, a população de baixa renda (que paga proporcionalmente mais imposto).
Alguns setores, entretanto, como o de serviços, alegam que pode haver aumento de sua carga de tributos, pois eles não são intensivos e têm muita mão de obra, com uma cadeia produtiva curta. Eles não conseguem realizar tantos abatimentos (de impostos pagos em outras etapas da cadeia) quanto a indústria, por exemplo – que será beneficiada.
A reforma tributária prevê que as alíquotas dos futuros impostos serão ajustadas para manter o atual peso dos tributos sobre o consumo no Brasil.
Até o momento, a previsão é de a alíquota de referência brasileira (cobrada da maior parte das empresas, que não contam com exceções) seja uma das maiores do mundo.
O sistema que está sendo preparado pela Receita faz é:
recolher os futuros impostos sobre o consumo;
calcular e permitir o abatimento de tributos pagos em cadeias anteriores da produção; e
viabilizar o cálculo do cashback para a população de baixa renda (devolução de parte dos tributos pagos).
Embora o novo sistema tributário sobre o consumo feche brechas à sonegação fiscal e, com isso, arrecade mais por um lado, também está previsto na reforma tributária uma desoneração completa dos investimentos e das exportações — algo que vai gerar perda de arrecadação por outro. Isso também será levado em conta na hora de calcular a futura alíquota do imposto sobre o consumo.
➡️ Quem vai utilizá-la?
As empresas que vendem produtos e serviços usarão a plataforma, assim que ela estiver operacional. O foco da Receita Federal são as empresas que realizam compras e vendas de produtos e serviços entre si, no chamado "business to business".
"O 'split payment' vai ser no 'business to business'. No varejo, vai ser aquele 'split' [recolhimento de tributos] por estimativa. Não faz muita diferença pra gente. Aí, no final do mês, ele faz o ajuste ali", disse Barreirinhas, da Receita Federal.
➡️ Quando ela vai começar a operar?
Já em fase de testes, em um projeto-piloto com quase 500 empresas, o planejamento da Receita Federal é de que o novo sistema esteja funcionando em 2026 sem gerar cobrança efetiva (alíquota será pequena, de 1%, que poderá ser abatida em outros tributos).
A partir de 2027, quando haverá a extinção do PIS e da Cofins, o sistema do "split payment" começará a operar em toda a economia para a CBS (tributo federal), focado principalmente nas negociações entre empresas — o chamado "business to business", sem abranger o varejo.
De 2029 a 2032, haverá a transição do ICMS estadual e do ISS municipal para o IBS, com a redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS e o aumento gradual da alíquota do IBS (o futuro tributo sobre consumo dos estados e municípios).
Infográfico: Veja principais pontos da proposta da reforma tributária
Arte/g1
Presidente Lula sanciona regulamentação da Reforma Tributária
Florada dos ipês embeleza a zona rural
Os pés de ipê encantam pela sua exuberância de cores e aromas
Reprodução/TV TEM
A florada dos ipês transforma a paisagem no fim do inverno e chama atenção pelo contraste com a vegetação seca. Com tons vibrantes, especialmente o amarelo, as árvores colorem pastos, estradas de terra e rodovias. A beleza dos ipês inspira poetas, músicos e escritores.
Em Uchôa e Tabapuã, no interior de São Paulo, um caminho cercado por ipês guarda memórias da infância do fotógrafo Ricardo Milani. Com sua câmera, ele registra a beleza das árvores que marcaram sua história.
O ipê é uma árvore nativa da América do Sul e possui mais de 100 variedades. As cores mais comuns são rosa, branco e amarelo. A floração acontece durante o período seco, quando a árvore perde as folhas. Segundo o biólogo Luís Carlos Bernacci, esse é o momento em que os polinizadores são atraídos, o que ajuda na dispersão das espécies.
Em Pindorama (SP), também no interior paulista, uma estrada se tornou ponto turístico após o plantio de 98 ipês há quase 40 anos. As árvores levam de dois a cinco anos para florescer e crescem bem com os cuidados certos nos primeiros anos.
Os ipês também despertam lembranças afetivas. Para Carla Rodrigues, a árvore traz à memória o sonho da mãe de ter um ipê amarelo em casa. “Quando a gente se mudou, a minha mãe sempre teve um sonho de ter um ipê plantado e os netos deram a ela de presente, mas infelizmente ela só conseguiu ver duas floradas”, conta.
Veja a reportagem exibida no programa em 14/09/2025:
Florada dos ipês embeleza a zona rural
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Clima ajuda e safra de alcachofra deve ser boa
alcachofra encontrou em Piedade (SP) um lugar ideal para se desenvolver
TV TEM/Reprodução
De origem mediterrânea, a alcachofra encontrou em Piedade (SP) um lugar ideal para se desenvolver. O clima temperado e o solo fértil da região se tornaram aliados na produção da flor comestível, que conquista cada vez mais espaço no mercado brasileiro.
As folhas da planta são grandes e recortadas, mas é o miolo protegido por pequenos saquinhos de papel que guarda o verdadeiro tesouro: as flores roxas, que atraem o consumidor e têm maior valorização comercial.
As alcachofras menores também são aproveitadas, mas seguem para outros usos, como conservas ou processamento.
Este ano, o clima colaborou. O frio mais intenso resultou em flores maiores e mais vistosas, o que elevou a qualidade da safra. O auge da colheita acontece na primavera, mas, com técnicas de manejo, os agricultores conseguem estender a produção para outros períodos do ano.
A família Miyazaki, uma das mais tradicionais no cultivo de alcachofras na região, espera colher cerca de 22 mil caixas nesta safra. Cada caixa com 16 unidades deve chegar aos supermercados por um preço entre R$ 70 e R$ 80, dependendo da procura.
Com visual marcante e sabor diferenciado, a alcachofra roxa vem conquistando novos consumidores e ampliando seu espaço nas feiras, supermercados e restaurantes. Em Piedade, a flor não é apenas um cultivo — já virou símbolo da agricultura local.
Veja a reportagem exibida no programa em 14/09/2025:
Clima ajuda e safra de alcachofra deve ser boa
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Qualidade da pastagem cai com estiagem e preocupa pecuaristas
Produtores investem em estratégias para alimentar gado durante período de seca
TV TEM/Reprodução
A estiagem prolongada tem afetado a qualidade da pastagem e reduzido a produção de leite. Para enfrentar o período, produtores recorrem ao planejamento e investem em suplementação e silagem para garantir a alimentação do gado.
Junior Ambrósio, de Presidente Prudente (SP), recria e engorda cerca de 300 cabeças de gado. Ele aposta em proteinado, grãos inteiros, produção de feno e colheita de milho para manter estoque de comida.
Já o casal Sérgio Canuto e Edilza Garcia, de Rancharia (SP), tem 40 animais, sendo 14 em lactação. Com a perda de qualidade da pastagem, a produtividade caiu cerca de 10%.
Para reduzir os impactos, eles utilizam silagem de milheto, cereal escolhido pelo custo-benefício e pela resistência ao clima. Cada vaca consome, em média, 50 quilos de silagem por dia e pode beber até 100 litros de água.
Apesar dos cuidados, os produtores seguem na expectativa por períodos de chuva para amenizar os efeitos da seca.
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Qualidade da pastagem cai com estiagem e preocupa pecuaristas
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Governo quer estimular shoppings, hotéis e outros empreendimentos comerciais em aeroportos
Movimento de Passageiros nos Aeroportos bate novo recorde em 2025
O Ministério dos Portos e Aeroportos vai lançar na próxima segunda-feira (15) um programa que visa estimular a geração de receitas nos aeroportos concedidos à iniciativa privada, transformando os terminais aéreos em plataformas para diferentes empreendimentos comerciais.
Chamado de Investe Mais+Aeroportos, a proposta visa aumentar o número desses empreendimentos comerciais que incluem shoppings e hotéis, por exemplo.
Ao g1, a secretaria Secretária Nacional de Aviação Civil substituta, Clarissa Barros, explica que a ideia é de flexibilizar as normas dos contratos de cessão de uso de área em aeroportos permitindo que as concessionárias celebrem contratos com prazos maiores para amortizar o investimento realizado.
"Aeroporto no mundo inteiro tem um perfil de receita muito interessante. Normalmente, os [aeroportos] que conseguem explorar bem esse perfil de receitas tem 60% das receitas do aeroporto não tarifárias, ou seja, são receitas comerciais", contextualiza a secretária.
Aeroporto Internacional de Brasília
Divulgação
Entre os empreendimentos que podem ser instalados estão:
Shoppings centers
Hotéis
Hospitais
Galpões logísticos
Escolas
Centros de convenções
Casas de espetáculo
Unidades de energia
Entre os anos de 2023 e 2025, já foram aprovados 19 investimentos em empreendimentos comerciais, representando um aporte de aproximadamente R$ 4,5 bilhões em aeroportos.
Segundo a secretária, essas receitas não-tarifárias, em muitos casos, são as que sustentam o aeroporto.
"Expansão desse tipo de contrato, que permite esses grandes empreendimentos, às vezes viabiliza aeroportos pequenos que não teriam condições de se viabilizar para outras coisas", diz Barros.
Os trabalhos que vão crescer ou encolher até 2034, segundo o 'IBGE' dos EUA
g1 em 1 Minuto: Começar carreira ganhando R$ 13 mil - Veja 10 profissões com maiores salários de entrada
Um estudo sobre o futuro do mercado de trabalho revelou os setores que mais devem gerar empregos até 2034. A pesquisa foi feita pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, equivalente ao IBGE no Brasil.
O levantamento aponta que mudanças estruturais, como o envelhecimento populacional e a transformação digital, devem impulsionar profissões ligadas à saúde, assistência social, serviços científicos e técnicos, tecnologia da informação e mídia digital.
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Embora baseado na realidade americana, especialistas afirmam que as tendências também se refletem no Brasil, ainda que em ritmos diferentes.
Segundo a consultora de carreiras Taís Targa, o envelhecimento da população e o avanço tecnológico afetam tanto EUA quanto Brasil. Porém, questões políticas, sociais e econômicas atrasam os impactos por aqui.
Confira a lista com os setores que devem crescer ou encolher até 2034:
Saúde e assistência social (+8,4%)
Serviços profissionais, científicos e técnicos (+7,5%)
Informação -TI, mídia digital, telecom (+6,5%)
Artes, entretenimento e recreação (+5,1%)
Serviços públicos (+4,9%)
Gestão de empresas (+4,4%)
Construção (+4,4%)
Hospedagem e alimentação (+3,9%)
Comércio atacadista (+3,4%)
Finanças e seguros (+3,4%)
Imobiliário e aluguel (+3,3%)
Transporte e armazenamento (+3,0%)
Outros serviços - exceto administração pública (+2,9%)
Serviços administrativos (+1,1%)
Agropecuária e pesca (+0,1%)
Educação pública e privada (+0,1%)
Indústria de transformação (0%)
Governo (-0,1%)
Comércio varejista (-1,2%)
Mineração, petróleo e gás (-1,6%)
O grande destaque é saúde e assistência social. Com a média de idade da população subindo e o aumento de doenças crônicas, cresce a demanda por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, cuidadores e profissionais de apoio — tanto em hospitais quanto em serviços domiciliares e de longa permanência.
Na sequência vêm os serviços profissionais, científicos e técnicos. A demanda é puxada por inteligência artificial, análise de dados e softwares integrados à rotina de empresas e governos. Consultorias, pesquisas e serviços especializados também ganham espaço.
O setor de informação também se destaca, incluindo telecomunicações, mídia digital, serviços de dados e software. A popularização do streaming, o consumo de conteúdo online e a busca por internet rápida sustentam a expansão de 6,5%.
Construção, transporte e armazenamento também devem crescer. No transporte, o e-commerce aumenta a demanda por motoristas, operadores de armazém e profissionais de logística.
Hospedagem, alimentação, artes e entretenimento acompanham a retomada pós-pandemia e novas formas de consumo.
Por outro lado, setores como comércio varejista e mineração tendem a encolher. No varejo, o avanço do e-commerce e da automação reduz a demanda por vendedores em lojas físicas. Na mineração, robôs e drones tornam a operação mais eficiente, mas com menos mão de obra.
E o Brasil?
Ao aplicar essas projeções ao Brasil, é preciso cautela. Segundo Taís Targa, apesar das semelhanças em tecnologia e envelhecimento populacional, o país enfrenta barreiras adicionais.
“Questões políticas, sociais, econômicas e burocráticas tornam as mudanças mais lentas no Brasil. Não sei se os impactos da transição energética, por exemplo, serão sentidos no médio prazo”, afirma Targa.
Ela acrescenta que, em média, o Brasil adota novas tendências com cerca de cinco anos de atraso em relação aos EUA, embora o avanço tecnológico recente possa reduzir essa diferença.
Outro fator é o custo da mão de obra: com salários mais baixos, nem sempre compensa para as empresas substituir pessoas por tecnologia.
“Implementar soluções digitais ou automatizadas é caro e depende também de infraestrutura energética. Por isso, o Brasil pode não reproduzir exatamente os números projetados para os EUA”, completa Targa.
Além de saúde e tecnologia, a transição energética também deve transformar o mercado de trabalho. É mais uma área que o Brasil pode se sair bem.
A maior demanda por eletricidade, o avanço dos carros elétricos e a expansão de data centers e da inteligência artificial tornam as energias renováveis um dos setores mais promissores da próxima década.
Fontes como energia solar, eólica e geotérmica devem crescer rapidamente, impulsionadas por compromissos ambientais e pela busca por segurança energética. Alternativas como energia das marés também devem gerar vagas para engenheiros, técnicos de manutenção e operadores de sistemas.
A fabricação de baterias e componentes elétricos também ganha destaque, com potencial de gerar quase 50 mil novas vagas de trabalho.
Como a projeção foi feita
O levantamento foi elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS), agência oficial do governo americano responsável por acompanhar o mercado de trabalho. As projeções são revisadas anualmente e servem como cenário de referência, não como previsão absoluta.
O estudo parte de um cenário de pleno emprego, sem crises econômicas inesperadas, e considera tendências históricas de produtividade, avanços tecnológicos já consolidados e mudanças demográficas.
Segundo o BLS, a economia americana deve gerar 5,2 milhões de empregos líquidos até 2034, uma expansão de 3,1%. Embora mais lenta que na década passada, a projeção mostra como mudanças sociais, tecnológicas e ambientais vão moldar o futuro do trabalho.
Crescimento no setor de saúde e assistência social está diretamente relacionado ao envelhecimento da população
Getty Images
Como uma comunidade rural da Paraíba criou um polo gastronômico que fatura R$ 1 milhão por ano
Da roça ao sucesso: restaurante fatura R$ 1 milhão e movimenta comunidade na Paraíba
Na Serra da Borborema, a sete quilômetros do centro de Areia (PB), onde o frio nordestino atrai visitantes nos meses de junho a agosto, a comunidade rural de Chã de Jardim vive um exemplo inspirador de como o empreendedorismo pode mudar realidades.
Liderada por Luciana Balbino, moradora local e formada em História, a região deixou de ser apenas um ponto no mapa para se tornar referência em turismo de experiência, gastronomia e hospedagem.
Luciana sempre acreditou que as pessoas têm o direito e o privilégio de viver onde nasceram. Com esse propósito, reuniu jovens da comunidade, criou uma associação e buscou capacitação em áreas como condução de trilhas e roteiros turísticos.
Aos poucos, surgiram novos empreendimentos: uma fábrica de polpa de frutas, um restaurante e, mais tarde, uma pousada com três modalidades de hospedagem — camping, glamping e chalés inspirados em casas de avós.
O restaurante, que começou com investimento de R$ 10 mil e utensílios emprestados, hoje recebe até 1,5 mil clientes nos finais de semana de alta temporada, fatura R$ 1 milhão por ano e oferece pratos típicos preparados com ingredientes comprados exclusivamente de produtores locais.
Da roça ao sucesso: restaurante fatura R$ 1 milhão e movimenta comunidade na Paraíba
Reprodução/Tv Globo
“Faço questão de comprar tudo aqui, só trago de fora o que não conseguimos produzir”, conta Luciana.
“Não vendo comida, vendo uma experiência gastronômica”, diz Luciana. O restaurante, que começou com 80 lugares, oferece pratos como galinha de capoeira, buchada, tripa frita e até tanajura.
Ao redor do restaurante, surgiram pequenas bodegas e lojinhas de artesanato e produtos típicos, administradas por 27 microempreendedores da comunidade.
“Cada lojinha é de uma pessoa diferente. Aqui não é só um restaurante, é uma cadeia de empreendedores”, explica.
O espaço oferece desde picolés de sabores inusitados, como pitomba e canjica, até brinquedos tradicionais feitos de bananeira. Para muitos, a venda no local representa a principal fonte de renda.
A demanda dos clientes por hospedagem motivou a abertura da pousada, com investimento inicial de R$ 60 mil. O negócio, que já fatura R$ 300 mil por ano, se destaca pelo glamping – uma versão sofisticada do camping – e pelos chalés com decoração afetiva.
Para Luciana, o segredo do sucesso está em “fazer o que acredita no coração” e oferecer algo único. “Hoje vejo crianças dizendo que querem trabalhar aqui ou abrir negócios na comunidade. Ninguém mais sonha em ir embora, porque sabem que é possível viver com dignidade aqui”, afirma.
Da roça ao sucesso: restaurante fatura R$ 1 milhão e movimenta comunidade na Paraíba
Reprodução/Tv Globo
Com faturamento crescente e um ecossistema de negócios interligados, Chã de Jardim se consolidou como destino turístico, gastronômico e cultural no interior da Paraíba, mostrando que desenvolvimento e preservação das raízes podem caminhar juntos.
“Quando alguém sugere algo, é uma consultoria gratuita. Cabe a nós escutar e colocar em prática”, diz Luciana, que vê o empreendedorismo como ferramenta de transformação. “A receita do sucesso é amar o que faz, ter propósito e oferecer algo único.”
O impacto é visível. Crianças da comunidade sonham em trabalhar no restaurante ou abrir seus próprios negócios. “Hoje ninguém mais sonha em abandonar Chã de Jardim. Esse legado vai perdurar por muitas gerações”, afirma emocionada.
Luciana prova que é possível empreender com afeto, valorizando o coletivo e resgatando memórias afetivas. E mostra que, mesmo nos cantos mais afastados do país, grandes negócios podem nascer — e transformar realidades.
Da roça ao sucesso: restaurante fatura R$ 1 milhão e movimenta comunidade na Paraíba
Reprodução/Tv Globo
Restaurante rural Vó Maria
📍 Sitio Chã do Jardim, s/n - Zona Rural - Areia/PB -CEP: 58397-000
📞 Telefone: (83) 99998-2597 e (83) 99810-2177
✉️ E-mail: lucbalbino@yahoo.com.br
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Reforma tributária: Receita prepara super sistema para aprimorar cobrança de impostos e reduzir sonegação
O governo federal está preparando uma plataforma tecnológica sem precedentes no mundo para operacionalizar os pagamentos dos impostos sobre produtos e serviços.
O sistema será 150 vezes maior do que o PIX – ferramenta de transferências em tempo real do Banco Central.
Previsto na reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional, o novo sistema vai tratar do recolhimento dos futuros tributos sobre o consumo (IBS dos estados e municípios, e a CBS do governo federal).
Os impostos serão cobrados no lugar dos atuais PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.
➡️Milhares de pessoas – envolvendo técnicos da Receita Federal, desenvolvedores contratados pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), interlocutores do mercado financeiro e até engenheiros das "big techs" (gigantes de tecnologia) – trabalham para viabilizar a ferramenta.
"O gigantismo é para poder receber esse volume de informações que são 100% das notas eletrônicas. Isso que a gente calcula que é em torno de 70 bilhões de documentos por ano que esse sistema vai receber, que é mais ou menos o volume do PIX", disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, ao g1.
"A diferença é que, no PIX, você tem pouca informação. Você tem quem manda, quem recebe e o valor. Na nota, tem um monte de outras informações sobre o produto, sobre quem emite, sobre o crédito. O número de documentos é o mesmo, mas o volume de cada documento é em torno de 150 vezes do PIX. Por isso que a gente fala que é 150 vezes [maior que o PIX]", acrescentou.
Um dos módulos da plataforma, chamado de "split payment", permitirá que o valor dos tributos seja direcionado em tempo real para o governo, estados e municípios — reduzindo a sonegação fiscal.
O sistema também permitirá o ressarcimento de créditos tributários utilizados na cadeia anterior da produção, um dos pilares da reforma tributária. A ideia é que isso possa ser feito no mesmo dia, em horas.
Projeto-piloto
Secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Já em fase de testes, em um projeto-piloto com quase 500 empresas, o planejamento da Receita Federal é de que o novo sistema esteja funcionando em 2026 sem gerar cobrança efetiva (alíquota será pequena, de 1%, que poderá ser abatida em outros tributos).
A partir de 2027, o sistema do "split payment" começará a operar em toda a economia para a CBS (tributo federal), focado principalmente nas negociações entre empresas — o chamado "business to business", sem abranger o varejo.
Em 2027, haverá a extinção do PIS e da Cofins. De 2029 a 2032, haverá a transição do ICMS estadual e do ISS municipal para o IBS, com a redução gradual das alíquotas do ICMS e do ISS e o aumento gradual da alíquota do IBS (o futuro tributo sobre consumo dos estados e municípios).
Queda na sonegação
Reforma tributária
Jornal Nacional/ Reprodução
Com o início do chamado "split payment", a expectativa do governo, já divulgada anteriormente, é de que a sonegação de tributos caia drasticamente.
"A evasão tende a diminuir muito porque o dinheiro já cai diretamente ali [na conta do governo, estados e municípios]. A não ser que não pague com meio eletrônico. Se pagar em dinheiro, não tem 'split'. Mas se pagar por qualquer meio eletrônico, vai ter 'splitagem' [separação dos tributos e direcionamento para os governos] na hora com eventual ajuste no mesmo dia e, na preferência, na mesma hora", disse Barreirinhas, da Receita Federal.
Segundo ele, o novo sistema acabará com o problema das chamadas "noteiras", ou seja, empresas de fachada criadas para fraudar o Fisco que emitem notas fiscais falsas ou com informações adulteradas para encobrir operações ilegais.
Além disso, também não será mais possível o empresário pagar os impostos com atraso quando o pagamento for eletrônico.
Ele lembrou que o novo modelo aprovado na reforma tributária será ajustado para manter o atual peso dos tributos sobre o consumo no Brasil.
Até o momento, a previsão é de a alíquota de referência brasileira (cobrada da maior parte das empresas, que não contam com exceções) seja uma das maiores do mundo.
💵A Receita não divulga estimativas, mas o tributarista Lucas Ribeiro, fundador e CEO da ROIT, empresa de tecnologia focada em soluções para a reforma tributária, aponta que o "split payment" pode permitir ao governo federal arrecadar de R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões a mais por ano – cifras equivalentes à sonegação fiscal.
"Com o 'split payment', os valores devido de impostos não passam pelo caixa da empresa. É o fim de atrasos no recolhimento e da complexidade das guias de impostos. No entanto, alteram a dinâmica do fluxo de caixa. As empresas vão precisar profissionalizar sua gestão e investir em tecnologia integrada com o 'split'. Não cabem mais planilhas e operações manuais", avaliou Lucas Ribeiro.
➡️Embora o novo sistema tributário sobre o consumo feche brechas à sonegação fiscal e, com isso, arrecade mais por um lado, também está previsto na reforma tributária uma desoneração completa dos investimentos e das exportações — algo que vai gerar perda de arrecadação por outro. Isso também será levado em conta na hora de calcular a futura alíquota do imposto sobre o consumo.
Créditos tributários
Na reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional, os futuros IVAs (CBS federal, IBS estadual e municipal) serão não cumulativos, ou seja, os impostos não incidirão sobre valores tributários já pagos em etapas anteriores da cadeia produtiva.
Assim, as empresas poderão ter créditos (valores a receber) de todos os tributos que já incidiram na aquisição de insumos e etapas anteriores da produção, a exemplo do que acontece nas economias desenvolvidas.
De acordo com a Receita Federal, o futuro sistema tecnológico também será responsável por calcular rapidamente o crédito, para as empresas, dos valores em tributos pagos ao longo da cadeia, ou seja, os valores que serão ressarcidos.
"Como é um sistema integrado nacionalmente, pode ser que a informação sobre o crédito do IBS [imposto estadual e municipal] chegue algumas horas depois. A lei prevê três dias para fazer o ajuste. A gente quer fazer na hora que a gente receber para não desestimular esse problema de fluxo", disse Robinson Barreirinhas, da Receita Federal.
Redução de erros e 'cashback'
De acordo com o governo, a nova plataforma tecnológica também reduzirá os erros de cálculo, ou de classificação dos produtos, pelas empresas. Será oferecida, por exemplo, uma calculadora oficial e, no caso de erro, o empresário será avisado antes de ser autuado.
"Hoje, quando o empresário vai preencher [a nota fiscal], ele preenche do jeito que quer. Vai pro estado, cai na gestão de risco e, se tiver divergência, ele é atuado. Quando for produzir no nosso sistema, o empresário vai usar nossa calculadora", disse Barreirinhas.
Não tem como errar. E mesmo, se por acaso, ele preencher alguma coisa errada, nosso sistema vai processar. E, se achar uma falha, vai informar para ele corrigir a nota. A grande vantagem desse sistema é ele ser amigável, esse que vai ser o ganho", completou.
A outra funcionalidade da nova plataforma também será o cálculo da devolução de impostos para a população carente por meio do chamado "cashback".
Pela reforma aprovada, haverá devolução de 20% dos impostos federais, estaduais e municipais para as pessoas que estão no Cadastro Único com renda familiar "per capita" de menos de meio salário mínimo.
No caso das contas de água, luz, esgoto, telefonia e gás encanado, há um abatimento imediato de 100% da CBS (imposto federal) e de 20% do IBS estadual e municipal, reduzindo o valor da fatura total antes mesmo do pagamento.
"Isso é feito por esse sistema, que vai estar acoplado com Cadúnico e com sistema do Comitê gestor dos estados e municípios. A gente vai cruzar os dados, a Caixa Econômica Federal vai operacionalizar isso", explicou o secretário da Receita Federal.
"Ele vai fazer uma compra no supermercado e o sistema vai devolver 20% de tudo o que não for alíquota zero [parte da cesta básica, por exemplo]. Vai ter o regulamento, provavelmente vai ser mensal isso. Mensalmente cai na conta do cidadão", acrescentou Barreirinhas.
Presidente Lula sanciona regulamentação da Reforma Tributária
ARTE - Reforma tributária: veja principais pontos da proposta do relator
Arte/g1
Expo Cristã, maior feira cristã do mundo, atrai uma multidão em São Paulo
Fiéis lotam a Expo Cristã em São Paulo A maior feira cristã do mundo atrai uma multidão em São Paulo. O evento vai até terça-feira e já recebeu 300 mil pessoas. A exposição deste ano tem tanta coisa para ver, ouvir e fazer que fica até difícil escolher, explica Adriana Barros, idealizadora da Expo Cristã. “Temos a Christian Comic, que é um evento de quadrinhos cristãos, temos evento literário para quem ama literatura cristã, temos evento de música, de empreendedorismo e a gente abrange vários segmentos para poder agradar a todos.” O influencer Lúcio Vitalino Jr., conhecido como Lúcio Sincero, destacou o uso da tecnologia pelas igrejas. “As igrejas têm adotado painéis de led, câmeras de alta tecnologia, transmissão ao vivo. Na minha visão, é isso que tem que ter dentro da igreja.” Em meio às inovações, o livro continua sendo um exemplo de interesse. Estandes de editoras que produzem conteúdo cristão estão sempre disputados. Cristian Costa, gerente comercial, comentou: "Sem o livro, a palavra não vai se difundir como se difunde há milênios. A base da fé cristã é a palavra. E a palavra vem do livro.” A pequena Giovana, de 7 anos, demonstrou interesse pelos livros devocionais. “Porque fala sobre Jesus.” A mãe, Bianca de Cássia, reforçou a importância da experiência: “É um conhecimento que a gente tem que passar para nossos filhos, para que eles saibam o caminho certo que têm que seguir. E desde pequeno tem que incentivar.” A música também se destaca na exposição. No stand da Globo, o reality musical “Estrela da Casa” chama a atenção. A professora de teoria da música Doroteia Kerr, regente de coral da Unesp, destacou a relação entre música e fé: “Se você está contente e vai louvar, canta. Quer louvar? Toque... Fundamental para o cristão, evangélico.” Nos seis dias de evento, grandes nomes da música gospel também se apresentam. A angolana Nair Nany, com 25 milhões de visualizações nas plataformas digitais, deixou a profissão de contabilidade para se dedicar à música. “Eu creio que o Senhor coloca em nós – quando Ele tem algo para nós – o sentimento de realização daquilo que vamos fazer para Ele. Porque eu faço aquilo que eu amo e aquilo que sei que fui chamada, que nasci para fazer.”
Acampamento Farroupilha transforma Porto Alegre em um retrato das tradições do sul
Acampamento Farroupilha movimenta o mês de setembro dos gaúchos Setembro é tempo de festa no Rio Grande do Sul. Durante todo o mês, diversas atividades exaltam a cultura e os costumes gaúchos. O Acampamento Farroupilha transforma Porto Alegre em um retrato das tradições do sul. Para quem chega ao Rio Grande do Sul, a recepção tem sido de um jeito tipicamente gaúcho. A música no aeroporto anuncia: aqui a festa está por todos os cantos. A principal delas é o Acampamento Farroupilha. No meio da cidade, famílias inteiras se dedicam a demonstrações de amor ao Rio Grande. “Já venho aqui há muitos anos e, desde que ela nasceu, a gente sempre tenta manter a rotina de vir todo ano, uma vez para ela passear, conhecer a tradição, ouvir um pouco da música e comer uma boa carne", diz Adriano Dubal, educador físico. Até o próximo fim de semana, quando é comemorado o Dia do Gaúcho, o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre, se torna a casa de muita gente. Ao todo, 236 acampamentos, chamados de "piquetes", se reúnem com muita música, comida e dança. Este ano a direção espera o público estimado em 2 milhões de pessoas. Nas ruas do parque é difícil até conseguir caminhar. Em cada galpão rústico, um pouco da vida do campo. O almoço foi um momento de celebração. E não pode faltar o tradicional churrasco gaúcho. O Acampamento também recebe pessoas de todo o país. Ademir Gomes Soares, chefe de segurança, é de Osasco, São Paulo, e destacou: “Aqui é top, aqui não tem igual. O aconchego de todo o pessoal gaúcho que acolhe todo mundo aqui.” Clodis Rocha, advogado cooperativista, acrescentou: “Nós gaúchos temos que preservar esse gauchismo, passar para os jovens, para as crianças, para que essa tradição prossiga por muitas e muitas gerações, porque esse gauchismo é nossa essência aqui do Rio Grande do Sul, que exportamos para o mundo inteiro.”
Mega-Sena, concurso 2.914: prêmio acumula e vai a R$ 27 milhões
Bilhetes da Mega-Sena
Marcelo Brandt/g1
O sorteio do concurso 2.914 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (13), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e a estimativa de prêmio para o próximo sorteio é de R$ 27 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 40 - 25 - 46 - 18 - 35 - 47
5 acertos - 22 apostas ganhadoras: R$ 62.315,01
4 acertos - 1.539 apostas ganhadoras: R$ 1.468,33
Mega-Sena, concurso 2.914
Reprodução
No concurso da última quinta-feira (11), uma aposta de Teresópolis (RJ) levou sozinha o prêmio de R$ 53,9 milhões.
O próximo sorteio será na terça-feira (16)
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
EUA retiraram tarifa de 10% sobre exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel, diz ministério
Brasil comemora alívio para celulose e ferro-níquel, mas parte das exportações ainda enfrenta tarifas elevadas dos EUA.
Jornal Nacional/ Reprodução
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou na quinta-feira (11), um decreto emitido pelo governo dos Estados Unidos na semana passada retirou a alíquota de 10% sobre a maior parte das exportações brasileiras de celulose e de ferro-níquel ao país.
Segundo a nota do governo federal, esses produtos agora ficam livres de qualquer tarifa adicional dos EUA, seja a alíquota de 10% imposta universalmente pelo governo do presidente Donald Trump ou a sobretaxa de 40% colocada sobre produtos brasileiros no mês passado.
Em 2024, o Brasil exportou cerca de US$ 1,84 bilhão desse grupo de itens para os EUA, o equivalente a 4,6% das vendas totais para aquele mercado.
A celulose, sobretudo as pastas químicas de madeira (conífera e não conífera), respondeu sozinha por US$ 1,55 bilhão. Ao somar esses produtos a outros já isentos de sobretaxas, 25,1% das exportações brasileiras para os EUA ficariam fora do alcance das tarifas extras.
Segundo o MDIC, outros dez produtos tiveram a tarifa de 10% suspensa, mas seguem sujeitos à alíquota de 40%, caso de minerais brutos, níquel e herbicidas — juntos, responsáveis por US$ 113 milhões em vendas ao mercado norte-americano em 2024.
“Essa decisão representa um avanço, sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para reduzir as tarifas”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
Por outro lado, a ordem executiva endureceu as regras para outros setores. Cerca de 76 produtos brasileiros permanecem sujeitos às tarifas, e sete itens — principalmente insumos químicos e plásticos industriais — passaram a pagar 10% adicionais, além da sobretaxa de 40% exclusiva para o Brasil.
Esses itens somaram cerca de US$ 145 milhões em exportações no ano passado. O ministério destacou ainda que o café e cacau produzidos no Brasil continuam com tarifa de 50%, sem mudanças em relação à decisão mais recente dos EUA
Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025
Reuters/Brian Snyder
Tarifaço
A alíquota de 50% à compra de produtos brasileiros aos Estados Unidos, em vigor desde o dia 6 de agosto, representa "mais uma pedra no caminho do setor da indústria", afirma Rafael Cagnin, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).
Em julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa extra de 40%, que somada à alíquota já existente, elevou a taxação total para 50%.
O governo de Trump justificou a medida por razões políticas, mas divulgou posteriormente uma lista de exceções que incluiu, por exemplo, aeronaves – setor sensível para os EUA, cuja frota área utiliza em grande escala modelos da Embraer.
Em paralelo à tentativa de negociação para reversão das tarifas, o governo federal anunciou algumas medidas, como a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para auxiliar empresas impactadas pelo tarifaço.
O Banco Nacional Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) também anunciou uma linha adicional de crédito de R$ 10 bilhões voltada para empresas brasileiras afetadas por tarifas menores que 50% aplicadas pelos Estados Unidos.
Segundo o secretário Uallace Moreira, do Mdic, o Plano Brasil Soberano buscou atender o máximo possível das demandas do setor privado. O pacote é resultado de 39 reuniões conduzidas pelo vice-presidente e sua equipe com 389 entidades produtivas e empresários.
"A gente vai avaliar e verificar o quão ela é suficiente ou não", afirma Moreira. "Dentro dessa realidade, esse pacote, esse plano, pode se readaptar. A gente pode discutir, aprimorar", explica.
Infográfico - Plano de socorro do governo a empresas afetadas pelo tarifaço de Trump.
Arte/g1
Com informações da agência de notícia Reuters.
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China não participa nem planeja guerras, diz ministro das Relações Exteriores
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante coletiva em Moscou, na Rússia, no dia 1º de abril de 2025
Pavel Bednyakov/Reuters
A China não participa de guerras nem as planeja, afirmou seu ministro das Relações Exteriores neste sábado (13), após os Estados Unidos pedirem que aliados imponham tarifas a compradores de petróleo russo, incluindo a China.
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Os EUA têm pressionado países que compram petróleo russo a interromper essas compras, enquanto buscam uma solução para encerrar a guerra da Rússia na Ucrânia.
A Casa Branca impôs tarifas à Índia por adquirir cargas russas, mas evitou penalizar a China, que considera a Rússia um parceiro estratégico “para todas as horas”.
“A guerra não pode resolver problemas, e as sanções apenas os complicam”, disse o ministro chinês Wang Yi, em entrevista coletiva conjunta com seu colega esloveno na capital da Eslovênia, Liubliana, segundo comunicado do ministério.
Bandeiras dos EUA e da China
Keystone/EDA/Martial Trezzini/Handout via REUTERS
Neste sábado (13) o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) impor um grande pacote de "sanções severas" à Rússia.
Ele disse que os Estados Unidos também estão dispostos a sancionar mais o governo de Vladimir Putin, mas impôs, como condição, que os países europeus do bloco deixem de comprar petróleo russo.
"Estou pronto para impor sanções severas à Rússia quando todas as nações da Otan tiverem concordado e começado a fazer o mesmo, e quando todas as nações da Otan PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA", disse o presidente norte-americano em uma carta endereçada aos países da Otan e publicada em sua rede social Truth Social.
"A compra de petróleo russo, por alguns, tem sido chocante! Isso enfraquece enormemente sua posição de negociação e poder de barganha sobre a Rússia", completou Trump.
Na carta, o presidente norte-americano também sugeriu aos sócios da aliança militar tarifas elevadas contra a China como forma de acelerar o fim da guerra na Ucrânia. Ele propôs taxas de entre "50 a 100% sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia acabe.
"A China tem um forte controle, e até mesmo domínio, sobre a Rússia, e essas tarifas poderosas romperão esse controle".
Trump voltou a repetir que a guerra na Ucrânia “nunca teria começado” caso ele estivesse na Casa Branca, chamando o conflito de “ridículo” e responsabilizando o ex-presidente americano, Joe Biden, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Trump envia carta a países da OTAN cobrando sanções e tarifas para pressionar Rússia
Reprodução/Truth social
A proposta de Trump feita neste sábado sinaliza como a relação entre o norte-americano e o russo Vladimir Putin tem se deteriorado desde que os dois se reuniram em um encontro bilateral no Alasca em agosto.
O encontro terminou sem um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, como Trump queria, mas com a promessa de ambos os lados de que havia um caminho para um fim definitivo e breve do conflito e para uma reunião entre Putin e Zelensky.
Nas semanas seguintes, o Kremlin sinalizou não estar disposto ao encontro, e a Rússia seguiu atacando o país vizinho.
Na sexta-feira (11), Donald Trump disse que sua paciência com Putin "está acabando, e está acabando rápido".
Com informações da agência de notícia Reuters.
Trump diz que condenação de Bolsonaro é 'terrível' e afirma estar 'muito insatisfeito'
Em carta à Otan, Trump propõe 'sanções severas' à Rússia, mas pede que europeus deixem de comprar petróleo russo
Donald Trump quer que países da Otan parem de comprar petróleo russo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs neste sábado (13) aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) impor um grande pacote de "sanções severas" à Rússia.
Ele disse que os EUA também estão dispostos a sancionar mais o governo de Vladimir Putin, mas impôs, como condição, que os países europeus do bloco deixem de comprar petróleo russo.
Donald Trump durante pronunciamento à imprensa na Casa Branca, em 5 de setembro de 2025
Reuters/Brian Snyder
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"Estou pronto para impor sanções severas à Rússia quando todas as nações da Otan tiverem concordado e começado a fazer o mesmo, e quando todas as nações da Otan PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA", disse o presidente norte-americano em uma carta endereçada aos países da Otan e publicada em sua rede social Truth Social.
"A compra de petróleo russo, por alguns, tem sido chocante! Isso enfraquece enormemente sua posição de negociação e poder de barganha sobre a Rússia", completou Trump.
Na carta, o presidente norte-americano também sugeriu aos sócios da aliança militar tarifas elevadas contra a China como forma de acelerar o fim da guerra na Ucrânia. Ele propôs taxas de entre "50 a 100% sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia acabe.
"A China tem um forte controle, e até mesmo domínio, sobre a Rússia, e essas tarifas poderosas romperão esse controle".
Trump voltou a repetir que a guerra na Ucrânia “nunca teria começado” caso ele estivesse na Casa Branca, chamando o conflito de “ridículo” e responsabilizando o ex-presidente americano, Joe Biden, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Trump envia carta a países da OTAN cobrando sanções e tarifas para pressionar Rússia
Reprodução/Truth social
A proposta de Trump feita neste sábado sinaliza como a relação entre o norte-americano e o russo Vladimir Putin tem se deteriorado desde que os dois se reuniram em um encontro bilateral no Alasca em agosto.
O encontro terminou sem um acordo de cessar-fogo na Ucrânia, como Trump queria, mas com a promessa de ambos os lados de que havia um caminho para um fim definitivo e breve do conflito e para uma reunião entre Putin e Zelensky.
Nas semanas seguintes, o Kremlin sinalizou não estar disposto ao encontro, e a Rússia seguiu atacando o país vizinho.
Na sexta-feira (11), Donald Trump disse que sua paciência com Putin "está acabando, e está acabando rápido".
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Empresas ainda não sabem como medir a produtividade em home office, dizem especialistas
Itaú demite funcionários após avaliar produtividade no home office
Nesta semana, cerca de 1 mil funcionários em regime híbrido ou remoto foram desligados do Itaú Unibanco após uma avaliação da produtividade realizada com softwares de monitoramento instalados nos computadores corporativos.
A legislação permite o uso desses programas, que registram informações como tempo de uso do computador, número de cliques e aplicativos acessados. Entre os softwares mais utilizados no mercado estão XOne, Time Doctor e Teramind, conforme mostrou o g1.
🤔 O caso gerou debate entre profissionais e especialistas sobre a melhor forma de medir a produtividade. Existem métodos confiáveis para avaliar cumprimento de metas e resultados? Os softwares de monitoramento são realmente eficientes?
No olho do furacão, o Itaú afirmou que “não considera exclusivamente o uso de mouse ou teclado” como métricas e não realiza captura de telas, áudios ou vídeos. A instituição utiliza programas com “indicadores robustos da atividade digital real”, incluindo chamadas em vídeo, mensagens, pacote Office, entre outros. (veja nota completa abaixo)
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Avaliar o desempenho fora do escritório sem recorrer a métricas injustas é um desafio que persiste desde a pandemia. Ao longo da semana, o g1 procurou 10 das maiores empresas do país que adotam modelos remoto ou híbrido para entender como monitoram a produtividade de seus colaboradores.
Nenhuma empresa concedeu entrevista. Algumas se limitaram a notas informativas sobre medidas de monitoramento, e em vários casos não conseguiram detalhar critérios ou métricas utilizadas para esse acompanhamento.
O g1, então, ouviu especialistas para explicar os principais desafios de medir produtividade no mundo corporativo, abordando os seguintes pontos:
👩🏽💻 A produtividade em home office
📈 Entregas ou horas trabalhadas?
✍🏽 Diferentes áreas, diferentes funções
⁉️ Impactos na carreira e no mercado
Fachada de agência do Itaú Unibanco
Divulgação
👩🏽💻 A produtividade em home office
Anos atrás, a produtividade era mais fácil de ser medida, segundo o professor Marcelo Graglia, que coordena o Observatório do Futuro do Trabalho da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
O cálculo era simples: relacionava o resultado de produção com recursos empregados — como o número de carros fabricados por hora de trabalho, por exemplo. Esse modelo funcionou por décadas.
Durante a pandemia de Covid-19, o home office ganhou força devido ao isolamento social. Nesse período, surgiram diversos softwares para medir o quanto os empregados trabalhavam fora do escritório.
A chegada da inteligência artificial tornou possível monitorar em larga escala o desempenho de quem atua em home office. Embora o uso da IA para controle de produtividade seja legítimo, Graglia alerta que os algoritmos são essencialmente quantitativos e probabilísticos.
“O ser humano avalia de forma quantitativa e qualitativa, objetiva e subjetiva, outro ser humano que também reúne essas características. Quando transferimos essa função para uma máquina ou robô, a análise se torna apenas quantitativa, o que pode gerar erros graves”, explica o professor.
Ou seja, depender exclusivamente desses indicadores pode resultar decisões injustas e até perda de talentos. O Itaú garante que, durante quatro meses, analisou a atividade digital registrada nos softwares corporativos e comparou os dados com jornadas formais e horas extras.
O banco identificou funcionários que registravam apenas 20% de atividade digital diária, de forma recorrente, mesmo com lançamento de horas extras. Já a média geral de atividade no home office foi de 75%, considerada adequada pela instituição.
Alguns ex-funcionários, contudo, relatam que cumpriam as jornadas ou que não receberam feedbacks sobre o desempenho antes da demissão.
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📈 Entregas ou horas trabalhadas?
Para Thatiana Cappellano, mestre em ciências sociais e consultora de trabalho, medir produtividade apenas pelo tempo diante do computador é arcaico e simplista. Para ela, o correto é avaliar a entrega e a qualidade do trabalho.
“O essencial é analisar o que se produz e em quanto tempo, priorizando a entrega final de projetos ou produtos, em vez de vigiar se o colaborador passa oito horas na cadeira ou mexe no mouse o tempo todo”, explica.
Já o professor Marcelo Graglia, da PUC-SP, alerta que o uso de tecnologias de monitoramento pode até gerar ganhos imediatos, mas compromete os resultados no médio e longo prazo.
Ele lembra que eficiência (fazer rápido e barato) não é o mesmo que eficácia (alcançar bons resultados). Basear-se apenas em dados quantitativos pode quebrar a confiança entre empresa e empregado, elevar a ansiedade, aumentar casos de burnout e provocar perda de talentos e rotatividade.
O controle excessivo pode transformar o ambiente corporativo em um “reality show”, levando até os funcionários mais dedicados a simular atividades apenas para aparentar produtividade.
Essa estratégia é uma contradição: resolve-se o problema no curto prazo, mas criam-se efeitos colaterais que corroem o desempenho da equipe.
Esse comportamento, que Graglia chama de “neurose organizacional”, corrói a produtividade real e ignora conceitos modernos de gestão baseados em autonomia e confiança, defendidos há décadas por teóricos como Peter Drucker.
Drucker, o “pai da gestão”, é um crítico do modelo do “capataz”, que vigia e pune. Por isso, as empresas investiram por décadas em ambientes baseados em confiança, autonomia e autogestão. Ele alerta, porém, que o uso excessivo de tecnologias de controle ameaça esse avanço.
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Por que tantos profissionais preferem se demitir a deixar o home office?
✍🏽 Diferentes áreas, diferentes funções
A Professora Luciana Morilas, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, avalia que falta adequação à avaliação de desempenho nas empresas. Para ela, cada área exige métricas específicas, e não um controle único e genérico.
“Muitas empresas concentram qualquer questão no departamento de RH, que chega a lidar com dezenas de milhares de funcionários. Isso gera respostas padronizadas, com algumas vantagens, mas também problemas quando se trata de grupos específicos”, explica.
A professora avalia que caberia ao gestor direto adotar uma gestão mais próxima e individualizada. Também considera essencial ter políticas claras de comunicação e feedbacks, para alinhar expectativas e corrigir problemas antes de medidas extremas.
“Mas será que esse gestor tem tempo e preparo? Será que recebeu formação em gestão de pessoas ou apenas em gestão de tarefas? Muitas vezes, o aspecto humano é deixado de lado em favor do foco técnico”, questiona Morilas.
Além disso, cada área tem suas particularidades: a de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, se adapta melhor ao remoto por ter funções concentradas no computador, enquanto setores como comercial e marketing mantêm mais atividades externas.
Para Tatiana Iwai, professora de Comportamento Organizacional e Liderança no Insper, padronizar o monitoramento é difícil e pode ser ineficaz, mas existem alternativas para acompanhar o desenvolvimento dos trabalhadores, como:
➡️ Avaliar conforme as entregas concretas;
➡️ Realizar check-ins regulares (diários ou semanais) para acompanhar o andamento das tarefas.
“Durante o período mais intenso do trabalho remoto, muitas equipes adotaram check-ins diários ou semanais. No início da semana, distribuem as tarefas. No final, apresentam o retorno sobre o que foi feito e como o trabalho avançou”, diz.
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⁉️ Impactos na carreira e no mercado
A demissão de 1 mil trabalhadores do Itaú pode ter efeitos significativos no mercado de trabalho, inclusive servir de precedente para que outras empresas questionem ou reduzam o trabalho remoto.
Um estudo do Insper mostra que, em 2020, durante o auge da pandemia, a média de dias trabalhados remotamente ultrapassava quatro por semana. Nos anos seguintes, a frequência caiu gradualmente, mas o modelo remoto seguiu presente.
Em março de 2025, a média já era de apenas 2,32 dias por semana, e 71% dos trabalhadores declararam atuar remotamente ao menos um dia na semana.
Os dados indicam que, mesmo com a redução, o home office segue relevante — com diferenças entre setores. A área de tecnologia manteve altos níveis de trabalho remoto, enquanto a indústria retornou majoritariamente ao modelo presencial.
Média de dias trabalhados remotamente por semana entre 2019 e 2025
Arte g1
“Quando uma empresa desse porte toma uma decisão tão drástica, acaba servindo de munição para que outras organizações questionem a eficácia do home office”, afirma a professora do Insper, Tatiana Iwai.
Apesar disso, a especialista lembra que há evidências empíricas de que o trabalho remoto pode manter níveis satisfatórios de produtividade, desde que bem estruturado e adaptado à natureza de cada função.
“Casos como esse podem levar empresas a adotar controles mais rígidos, sem considerar o impacto na relação de confiança com os trabalhadores. É preciso refletir se não existem outras formas de acompanhar entregas e coordenar equipes sem recorrer a medidas invasivas”, conclui Iwai.
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O que diz o Itaú
Desde 2022, quando o Itaú Unibanco relançou seus pilares de cultura organizacional, a Cultura Itubers, o banco se desafiou a fazer as coisas de forma diferente. Atento ao novo cenário pós-pandemia, adotou um modelo flexível de trabalho. Hoje, 60% do quadro de colaboradores trabalha em formato híbrido ou totalmente remoto.
A premissa do novo modelo é conferir autonomia às equipes, o que exige uma confiança ampliada nos colaboradores, mas implica uma maior responsabilização pelas atitudes e escolhas individuais. O Itaú vem acompanhando os debates globais sobre a perenidade do home office ao longo dos anos e, aderente à legislação vigente, monitora o uso de seus equipamentos corporativos e programas licenciados. Esse monitoramento, expressamente previsto em políticas internas assinadas por seus colaboradores, e acordado com os sindicatos, controla eletronicamente a jornada de trabalho no home office e é essencial para garantir sua efetividade.
Ao longo de quatro meses de análises e debates profundos, que mediram a atividade em softwares corporativos em comparação com a jornada de trabalho formalizada em home office e o acúmulo de horas extras, o Itaú identificou uma minoria de colaboradores em jornadas de trabalho remoto com baixos níveis de atividade digital, sendo esse um padrão de comportamento e não situações pontuais. Alguns desses casos, os mais críticos, chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia – de forma sistemática, ao longo de quatro meses – e ainda assim registraram horas extras naqueles mesmos dias, sem que houvesse causa que justificasse. Um exemplo real é de uma área com 316 analistas, de cargos equiparáveis e com média de atividade digital de 72%, enquanto colaboradores desligados apresentavam entre 27 e 37% de atividade digital em quatro meses, além do uso de horas extras. Em outra estrutura, com 30 analistas com média de atividade digital de 75%, o colaborador desligado apresentou 39% de atividade, também com horas extras registradas.
A média geral de atividade digital do banco em home office é de cerca de 75%, patamar que a instituição entende como adequado, considerando sazonalidades, horas de intervalo e descanso. Assim, os casos identificados denotam desvio do padrão de comportamento em relação à maioria dos colaboradores em regime híbrido, o que resulta em quebra de confiança. É por esse motivo que foram desligados alguns colaboradores com boa avaliação de performance. Para o Itaú, essa decisão faz parte de um processo de gestão responsável e tem como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança construída com clientes, colaboradores e a sociedade.
É fundamental ressaltar que o monitoramento adotado pelo Itaú não considera exclusivamente o uso de mouse ou teclado como métricas de aderência digital e respeita diretrizes previstas na LGPD, ao não realizar captura de telas, áudios ou vídeos. O programa utilizado provê indicadores robustos da atividade digital real dos mais diversos softwares licenciados para uso corporativo, inclusive chamadas em vídeo, mensageria, cursos à distância, pacote Office, dentre outros. As métricas de atividade digital consideraram 1 hora e 45 minutos de pausas diárias, além do almoço, e foram complementados por análises individualizadas, como necessidades específicas do colaborador, ausência por temas pessoais ou familiares, saúde, viagens a trabalho ou eventos externos etc. O processo, como um todo, foi rigorosamente auditado pela Diretoria de Auditoria do Itaú.
Por fim, o Itaú reforça que as medidas adotadas aprimoram o trabalho híbrido e flexível, ao dar luz à importância da autonomia responsável. Os desligamentos não têm o objetivo de redução de quadro, portanto, as contratações no banco continuam e as reposições dessas vagas serão discutidas caso a caso e dentro do cenário de cada área.
Adendo:
1. O monitoramento das atividades digitais dos colaboradores do Itaú Unibanco está respaldado por suas diversas políticas internas e assinadas por seus colaboradores não apenas em seus contratos de trabalho, como também na retirada de equipamentos corporativos, além de termos explicitamente assinados, como: Política de Monitoração de Segurança no Uso de Recursos Eletrônicos, Política de Privacidade e Proteção de Dados para Colaboradores; Política Corporativa de Segurança da Informação e Cyber Security; Política Corporativa de Prevenção à Corrupção; Política Corporativa de Prevenção a Atos Ilícitos, Política de Orientação e Aplicação de Medidas Disciplinares, dentre outros.
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Home office
Pexels/Vlada Karpovich
Bajaj Dominar 250 é boa e tem preço agressivo, mas por que está tão longe da Honda CB Twister?
g1 testou a Bajaj Dominar 250, naked que chega para brigar com CB Twister e Fazer 250
A fabricante indiana Bajaj lançou a Dominar 250 no Brasil para disputar espaço com as naked mais consagradas do mercado, como a Honda CB 300F Twister e a Yamaha FZ25.
Com preço competitivo e alguns bons atributos, ainda restam pontos que podem ser aprimorados — como a entrega de potência e torque em rotações muito altas. Em um segmento tão concorrido, é preciso oferecer mais do que o básico para conquistar o público fiel das esportivas de entrada.
Neste teste, o g1 aponta os principais pontos positivos e negativos da moto, além de revelar um segredinho que explica por que ela ainda está distante de ser uma campeã de vendas.
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Bajaj Dominar tem 27 cv de potência
Divulgação | Bajaj
Design
A Dominar 250 traz iluminação totalmente em LED. O design da dianteira, porém, mostra sinais de cansaço, com um farol que poderia ser mais compacto. Já a traseira é inspirada na Ducati 1260 S 2023, com inclinação leve.
O desenho do escapamento é o mais interessante das três e dá um aspecto de moto mais potente. O mesmo acontece com a entrada de ar do motor. No geral, a Dominar 250 passa a sensação de robustez, a despeito da quantidade de plástico utilizado no acabamento.
O painel de instrumentos é completo, mas dividido em duas partes. Mostra rotação do motor, velocidade, nível de combustível, marcha engatada e média de consumo.
Já dados como temperatura do motor, nível de óleo e farol alto ficam em uma segunda tela, posicionada no tanque — de difícil visualização. O piloto precisa abaixar demais a cabeça para conferir as informações, o que compromete a segurança.
Painel reflete toda a luz que incide sobre ele, impossibilitando a visualização de qualquer dado
g1 | Fábio Tito
O painel da Bajaj é do tipo “blecaute”, com fundo escuro e letras brancas, mas peca no contraste sob luz solar. Com o sol às costas, o painel reflete bastante a luz, tornando impossível visualizar as informações.
Isso pode ser perigoso em alta velocidade, quando o piloto não consegue nem conferir a própria velocidade. O material empregado também transmite sensação de baixa qualidade. É um item que pede atualização urgente.
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A Dominar 250 se destaca pela boa estabilidade em rodovias, onde é bastante prazerosa de pilotar. No entanto, no uso urbano, perde em agilidade.
Isso acontece porque ela é maior que as concorrentes em todos os aspectos: comprimento, largura e altura. Essa diferença favorece a estabilidade em alta velocidade, mas atrapalha manobras rápidas.
No corredor entre carros, os 6 cm a mais em largura em relação à FZ25 aumentam o risco de esbarrar em retrovisores. Com 180 kg, a naked da Bajaj não permite mudanças rápidas de direção.
Na aceleração, surgem duas surpresas: uma positiva e outra negativa. A positiva é que a Dominar 250 entrega 2,3 cv a mais que a CB300F Twister e 5,7 cv a mais que a Fazer FZ25, alcançando 120 km/h com facilidade na estrada.
Motor tem 2,39 kgfm de torque, mas é preciso elevar a rotação para extrair o máximo da moto
g1 | Fábio Tito
O lado negativo é que essa potência só aparece a 8.400 rpm. Na Honda, surge a 7.500 rpm, e na Yamaha, a 8.000 rpm. Na Bajaj, é preciso acelerar mais para sentir o desempenho, o que no trânsito urbano pode irritar e passar a impressão de menor potência.
Essa demora para ganhar velocidade ao sair de um semáforo exige aceleração extra e eleva o consumo de combustível. Outro ponto é o tanque: 1,1 litro menor que o das rivais, obrigando a paradas mais frequentes para abastecimento.
O torque também merece ressalva: são 2,39 kgfm, abaixo do valor da Honda, e disponíveis apenas em rotações mais elevadas.
Em compensação, a frenagem é destaque: a Dominar 250 tem discos dianteiro e traseiro mais largos que os das concorrentes e já traz ABS de série — recurso que a Honda só oferece na versão mais cara da CB300F Twister.
Pontos positivos e negativos
✅ Pontos positivos
Potência superior às rivais diretas;
Excelente capacidade de frenagem;
Preço mais baixo entre as três principais concorrentes.
❌ Pontos negativos
Potência concentrada em rotações muito altas;
Painel simples, de baixa qualidade e sem conectividade;
Dominar 400 apresenta custo-benefício mais vantajoso. (entenda abaixo)
Vale a pena?
Com preço de R$ 23 mil, a Bajaj Dominar 250 custa R$ 2.637 a menos que a CB300F Twister com ABS e R$ 1.990 abaixo da FZ25. É uma moto completa e segura, com freios ABS de série.
Ainda assim, a Bajaj avança no segmento, mas não com a Dominar 250.
A Dominar 400, também da Bajaj, oferece custo-benefício muito superior. Por apenas R$ 3.500 a mais, o consumidor leva uma moto com 40 cv — ou seja, 13 cv a mais —, além de mais conforto e capacidade de carga.
Veja o ranking das naked mais vendidas:
Honda CB300F Twister: 42.888 unidades
Yamaha FZ25: 29.211 unidades
Yamaha FZ 15: 26.575 unidades
Bajaj Dominar 400: 7.402 unidades
Yamaha MT-03: 5.734 unidades
Haojue DR 160: 3.264 unidades
Bajaj Dominar 250: 2.436 unidades
Bajaj Dominar 160: 1.516 unidades
Honda CB 500: 1.437 unidades
Kawasaki Z900: 1.327 unidades
Nesse cenário, não há dúvida: entre as quatro modelos analisados nesta reportagem, a melhor escolha é a Dominar 400. Trata-se da moto topo de linha da marca indiana no Brasil, equipada com câmbio de seis marchas e torque 1,3 kgfm superior ao da Dominar 250.
Assim, a Dominar 400 atende melhor ao perfil do consumidor que busca uma moto prática para o dia a dia, mas que também valoriza segurança e desempenho nas estradas. Ao acelerar, o piloto encontra potência suficiente para ultrapassagens com tranquilidade — mesmo com garupa e bagagem.
Da linha Bajaj, a Dominar 400 é a que oferece o melhor custo-benefício
Divulgação | Bajaj
Novo leilão da Receita tem iPhone 12 por R$ 1,3 mil e Renault Sandero por R$ 18 mil; veja como participar
Como funcionam os leilões
A Receita Federal em São Paulo realizará, em 25 de setembro, mais um leilão regional de mercadorias apreendidas ou abandonadas.
São 259 lotes no total, que incluem carros, smartphones, smartwatches, videogames, drones, câmeras fotográficas, componentes para computadores, fones de ouvido, instrumentos musicais, entre outros.
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Segundo a Receita, o leilão será realizado de forma eletrônica e é destinado a pessoas físicas e jurídicas.
O período para recebimento das propostas vai das 8h do dia 18 de setembro até as 18h do dia 24. A sessão para lances está prevista para as 10h do dia 25 do mesmo mês (horários de Brasília).
Os lances devem ser feitos para os lotes fechados — ou seja, um conjunto de determinados itens.
O lote mais barato tem lance inicial de R$ 30 e inclui um pneu de automóvel da marca Pirelli. O mais caro sai a partir de R$ 480 mil e conta com milhares de refletores de luz de LED.
Outros destaques do leilão são:
Nos lotes 77 e 78, é possível adquirir iPhones 11 e 12 a partir de R$ 800 e R$ 1,3 mil.
Nos lotes 258 e 259, é possível adquirir veículos SUV Brilliance a partir de R$ 40 mil.
Do lote 74 ao 93, é possível adquirir smartphones Xiaomi e Motorola a partir de R$ 160.
No lote 63, é possível adquirir três drones e equipamentos a partir de R$ 17 mil.
No lote 35, é possível adquirir 200 motos elétricas modelo A3 a partir de R$ 24 mil.
Do lote 53 ao 57, é possível adquirir motos elétricas da fabricante Voltz a partir de R$ 7 mil.
Do lote 65 ao 70, há veículos Chevrolet, Volkswagen, Fiat e Renault a partir de R$ 4 mil.
De acordo com o Fisco, os lotes estarão disponíveis para visitação entre 15 e 23 de setembro, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Barueri, Suzano, Bauru, Santo André, Araraquara, Guarulhos, Jacareí, Sorocaba, Santos e Guarujá.
Os lotes poderão ser examinados de forma presencial, mediante agendamento, em dias de expediente normal. Os endereços e horários para visitação, bem como os contatos para agendamento, estão indicados no edital do leilão.
A Receita ainda destacou que os bens arrematados por pessoas físicas não podem ser vendidos, assim como alguns lotes específicos adquiridos por pessoas jurídicas.
Além disso, os licitantes terão 30 dias para retirada dos lotes arrematados. O pagamento das mercadorias é feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).
Renault Sandero tem lance mínimo de R$ 18 mil em leilão da Receita.
Divulgação/ Receita Federal
Quem pode participar do leilão?
Pessoas físicas podem participar do leilão sob os seguintes critérios:
ser maior de 18 anos ou pessoa emancipada;
ser inscrito no Cadastro de Pessoas Física (CPF);
ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal.
Já para pessoas jurídicas, os critérios são os seguintes:
ter cadastro regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica (CNPJ);
ou, no caso do responsável da empresa ou de seu procurador, ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do governo federal.
Como participar do leilão?
Para participar do leilão apresentando um lance, o interessado precisa seguir os seguintes passos:
entre 18 e 24 de setembro, observando os horários estabelecidos pela Receita, acessar o Sistema de Leilão Eletrônico por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC);
selecionar o edital do leilão em questão, de número 0800100/000006/2025 - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 8ª REGIÃO FISCAL;
escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em "incluir proposta";
aceitar os termos e condições apresentados pelo site da Receita;
e incluir o valor proposto (que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo estabelecido pela Receita), e salvar.
Superintendência da Receita Federal, em Brasília.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dívida do Brasil bate 90% do PIB na medição do FMI, indicador influencia juros; veja a evolução
Dívida Pública atingiu R$ 7,3 trilhões, em 2024
A dívida do setor público consolidado registrou alta de um ponto percentual em julho, atingindo 77,6% do PIB — o equivalente a R$ 9,6 trilhões, segundo dados do Banco Central.
A metodologia utilizada no cálculo do indicador, entretanto, não observa as normas internacionais. Em nota, o Banco Central informou que seu método, utilizado desde 2008, "reflete as características institucionais brasileiras".
➡️ No padrão do Fundo Monetário Internacional (FMI), referência para comparação internacional — que inclui títulos públicos que estão na carteira do BC no endividamento brasileiro —, a dívida do país é muito maior: 90% do PIB (patamar de julho).
🔎 A dívida do setor público consolidado é um conceito fiscal que representa o montante total das obrigações financeiras assumidas por um ente da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), apurado sem duplicidade.
👉 Os títulos públicos na carteira do BC, que a autoridade monetária não contabiliza em seu conceito de dívida do setor público, são utilizados para regular a liquidez no mercado e o custo dos juros (taxa Selic) no curto prazo, que está atualmente em 15% ao ano.
Por que isso é importante?
💵 A relação entre dívida e PIB é um indicador relevante para o mercado financeiro, interpretado como um sinal da capacidade do país de honrar seus compromissos financeiros de curto, médio e longo prazo. Quanto maior o indicador, maior o risco de um calote em momentos de crise.
➡️ Além disso, com uma dívida mais alta, impulsionada pelos gastos públicos nos últimos anos, há uma pressão maior sobre a taxa de juros brasileira. Isso se reflete nos juros cobrados pelo mercado financeiro do setor produtivo da economia, restringindo o crescimento do país.
Endividamento brasileiro subiu nos últimos anos e a projeção é que continue avançando com a alta de gastos públicos
Freepik
Recomendação do FMI
Segundo o BC, em agosto do ano passado, o FMI avaliou a adequação das estatísticas fiscais do Brasil às regras internacionais, a pedido do Tesouro Nacional brasileiro.
Na ocasião, o BC informou que o FMI reafirmou sua metodologia e recomendou que o Brasil passe a adotar seu formato de cálculo, incluindo na dívida todos os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional na carteira do BC.
"A adoção dessa e das demais recomendações ainda depende da análise dos compiladores nacionais, entre outros, referente à sua adequação ao arcabouço institucional do país", acrescentou o Banco Central.
Comparação internacional
Quando utilizado o critério internacional de comparação, calculado pelo FMI, a dívida brasileira, que terminou 2024 em 87,3% do PIB, ficou:
longe de economias emergentes, cujo patamar somou 69,5% do PIB no fim do ano passado, e também de países da América Latina (70% do PIB);
acima da média de nações do Oriente Médio e Ásia Central, assim como de países da África Subsaariana;
muito próximo do padrão de países da Zona do Euro;
abaixo de economias avançadas e de países do G7 (sete maiores economias do mundo).
Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) recomendou em 2023 que os países da América Latina e Caribe reduzam sua dívida pública para um patamar entre 46% a 55% do PIB. O objetivo seria aumentar a confiança dos investidores e possibilitar a redução da taxa de juros, com efeitos positivos sobre o nível de atividade e sobre o emprego.
Essa é a mesma posição externada em 2023 pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Para ele, a comparação apropriada para o nível da dívida pública brasileira deve ser feita com os demais países emergentes.
"Não adianta querer se comparar com os Estados Unidos", acrescentou, na ocasião.
Também no ano retrasado, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, avaliou que dívida brasileira não precisa estar no mesmo patamar dos emergentes porque há "diferenciais importantes" na economia brasileira, como praticamente ausência de dívida em dólar e mercado financeiro doméstico desenvolvido, entre outros.
"É difícil falar sobre isso, é uma mega discussão. A Índia tem divida maior do que a nossa, é um país também em desenvolvimento. Cresce bastante, tem uma trajetória estável de dívida, e segue o jogo. Comparar o Brasil com a América Latina? O Brasil é mais comparável com a Índia ou com o Peru?", questionou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, em 2023.
Evolução no tempo
A série histórica da dívida brasileira, pelo padrão do Fundo Monetário Internacional (FMI), começou a ser calculada pelo Banco Central no fim de 2001. Naquele momento, somava cerca de 67% do PIB.
Os números do BC mostram que o endividamento permaneceu relativamente estável até 2014, o último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).
No primeiro ano do segundo mandato de Dilma, em 2015, a dívida deu um salto de 10 pontos percentuais. Em 2016, subiu outros seis pontos percentuais. Dilma sofreu "impeachment" em agosto daquele ano.
Os dados do BC mostram que a dívida continuou crescendo na gestão Temer, e atingiu seu ápice em 2020, sob Jair Bolsonaro, por conta de gastos extraordinários relacionados com a Covid-19.
Apesar de mais de R$ 660 bilhões em despesas extraordinárias com a pandemia, a dívida caiu quando se considera toda gestão Bolsonaro, pois estava em 87,1% do PIB em 2019 (início do mandato), terminando 2022 (último ano do governo) em 83,9% do PIB.
No terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o endividamento subiu seis pontos percentuais em cerca de dois anos e meio por conta do aumento de despesas públicas, algo que tem pressionado a taxa de juros, tais como:
PEC da transição: governo aprovou, ainda em 2022, a chamada PEC da transição, por meio da qual ampliou o limite para gastos públicos, permanentemente, em cerca de R$ 170 bilhões por ano.
Reajuste real do salário mínimo: governo Lula retomou a política de reajustes reais do salário mínimo, ou seja, aumentos acima da inflação (limitada a 2,5%). Esse foi um dos principais fatores a elevar as despesas, visto que os benefícios previdenciários não podem ser menores que o salário mínimo.
Pisos saúde e educação: governo retomou a política de que os gastos mínimos em saúde e educação são atrelados à receita, e não mais à inflação do ano anterior (essas rubricas estavam dentro do teto de gastos, do presidente Temer, até então).
Pagamento de precatórios atrasados: o que injetou R$ 92,3 bilhões na economia no fim de 2023, início de 2024. A Fazenda admite que isso influenciou a aceleração no ritmo de crescimento do setor de serviços.
Reajustes a servidores públicos: governo retomou política de reajustes a servidores públicos, que estava represada no governo Jair Bolsonaro, com base na inflação. Houve ampla mesa de negociação com cerca de 100 categorias contempladas.
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Arcabouço fiscal
Para tentar conter o crescimento da dívida, em 2023 o governo aprovou o chamado "arcabouço fiscal", ou seja, novas regras para as contas públicas em substituição ao teto de gastos. Por estas regras:
a despesa não pode registrar crescimento maior do que 70% do aumento da arrecadação;
a alta de gastos fica limitada, em termos reais, a 2,5% por ano;
o arcabouço busca conter o crescimento da dívida pública no futuro.
➡️Sem um corte robusto de despesas, necessário para manter de pé o arcabouço fiscal, especialistas em contas públicas estimam que a regra terá de ser abandonada nos próximos anos. Eles argumentam que, no atual formato, as regras ficarão insustentáveis.
Projeções para a dívida no futuro
Relatório do Tesouro Nacional divulgado em julho deste ano projeta que a dívida pública vai continuar subindo nos próximos anos, atingindo 84,3% do PIB em 2028, recuando um pouco, para 83,5% do PIB em 2033. A metodologia utilizada nas estimativas, porém, é do governo brasileiro.
➡️Se for utilizado o método do Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo qual, segundo o BC, a dívida brasileira tem ficado, em média, 12 pontos percentuais mais alta, as projeções do Tesouro Nacional ficariam muito maiores: entre 95% e 96% do PIB até 2033.
➡️Sem confiança no arcabouço fiscal, analistas do mercado financeiro estimaram, na semana passada, que a dívida pública brasileira deve atingir 93,7% do PIB em 2034 (pelo conceito brasileiro). Pelo conceito adotado pelo FMI, a dívida brasileira superaria 100% do PIB em 2035.
Grau de investimento mais longe
▶️Por conta da alta no endividamento e das dúvidas sobre a credibilidade da política do governo para as contas públicas, a chefe de ratings soberanos da Fitch Ratings para Américas e Ásia, Shelly Shetty, informou nesta semana que a agência não vê, no curto prazo, o retorno do Brasil ao chamado grau de investimento.
▶️Enquanto o governo foca em novos aumentos de impostos para tentar elevar a arrecadação equilibrar as contas públicas, economistas apontam que o controle de gastos seria importante para conter a inflação, proporcionando redução da taxa de juros no futuro e, consequentemente, uma trajetória mais benigna para o endividamento brasileiro.
▶️Em maio, a agência de classificação de risco Moody’s já havia anunciado a revisão da perspectiva da nota de crédito do Brasil, que passou de "positiva" para "estável", indicando que o Brasil não vai obter o grau de investimento no curto prazo. A Moody's também citou a piora na perspectiva está relacionada às contas públicas.
▶️O anúncio das agências de rating é um banho de água fria na equipe econômica, que vem buscando a retomada da classificação desde o início do terceiro mandato do presidente Lula. Isso foi defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em 2023, e também pelo secretário do Tesouro, Rogério Ceron, no ano passado.
O que dizem analistas
🔎O grau de investimento, obtido pelo Brasil entre 2008 e 2015, é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
Entre as iniciativas que poderiam ser propostas pelo governo para frear o ritmo de crescimento dos gastos obrigatórios, estão:
Contenção de gastos com servidores, por meio de uma reforma administrativa;
Mudanças nas regras de gastos previdenciários, por meio de uma nova reforma da Previdência ou de medidas que alterem despesas previdenciárias;
Reforma de gastos sociais para fundir as políticas existentes e evitar sobreposição;
Mudanças nas regras do abono salarial e do seguro-desemprego.
Outros, como o consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, Paulo Bijos, ex-secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, pedem as chamadas "desvinculações". Como, por exemplo:
Desindexação de benefícios do RGPS e do BPC do salário mínimo: os benefícios previdenciários deixariam de ter aumento acima da inflação, e passariam a ser corrigidos somente pela variação dos preços do ano anterior, ou por até 0,6% ao ano. A economia potencial projetada para a medida em 10 anos (2025-2034) é de R$ 1,1 trilhão sem ganho acima da inflação, ou de R$ 890 bilhões com alta real (acima da inflação) de 0,6% ao ano. Pela regra atual, o salário mínimo, e os benefícios previdenciários, podem crescer até 2,5% ao ano acima da inflação.
Revisão dos pisos da saúde, da educação e do Fundeb: os gastos com saúde e educação deixariam de ser atrelados à receita, formato atual, e passariam a ser corrigidos pela inflação, ou por 0,6% ao ano acima da inflação. O cálculo indica o "ganho" de R$ 97 bilhões a R$ 77,5 bilhões entre 2026 e 2028 – um montante de recursos que a saúde e a educação deixariam de receber neste período.
Preço da carne segue alto e pode subir mais; veja quais cortes ficaram mais caros
Exportações e demanda interna aquecida mantém alto o preço da carne
O preço da carne caiu 0,43% no Brasil em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), mas permanece alto na comparação com anos anteriores e deve voltar a subir, segundo especialistas ouvidos pelo g1.
Nos últimos 12 meses, a carne bovina acumulou inflação de 22,17%. Os cortes mais populares, como acém, peito e músculo, estão entre os que mais encareceram (veja lista abaixo).
A previsão é que o preço volte a aumentar, impulsionado pelo ritmo forte das exportações, maior consumo interno e redução no número de bois abatidos nos próximos dois anos.
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Inflação dos cortes bovinos nos últimos 12 meses:
Acém: 29,1%
Peito: 27,4%
Músculo: 24,6%
Paleta: 24%
Costela: 23,6%
Alcatra: 23,5%
Lagarto comum: 23%
Patinho: 22,1%
Chá de dentro: 21,7%
Contrafilé: 21,4%
Capa de filé: 21,4%
Lagarto redondo: 19,8%
Filé-mignon: 19,1%
Cupim: 17,2%
Fígado: 15,6%
Picanha: 12,1%
Fonte: IBGE
Churrasco
Fábio Tito/g1
Tarifaço não conteve exportações
Um dos fatores que ajudam a explicar os preços altos é a exportação da carne brasileira, que continua aquecida mesmo após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O setor se adaptou à nova realidade. Em agosto, os Estados Unidos caíram da segunda para a quinta posição entre os maiores compradores da carne brasileira, atrás de China, México, Rússia e Chile.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o México foi o destaque. De janeiro a julho, o Brasil exportou três vezes mais carne para o país do que no mesmo período de 2024.
A previsão da Abiec é de que o volume exportado em 2025, para todos os países, seja 12% maior que o registrado em 2024.
“O tarifaço afetou nossa exportação para os Estados Unidos, mas como o Brasil está muito bem-posicionado globalmente, rapidamente encontramos novos mercados”, diz Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados.
Com parte da produção voltada para o exterior, sobra menos carne no mercado interno. Isso mantém os preços elevados, afirma Iglesias.
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Arte g1
Preços podem voltar a subir
Segundo o analista, a tendência de pequenas quedas na inflação deve ser revertida no último trimestre, quando o brasileiro tradicionalmente consome mais carne bovina devido às festas de fim de ano e a benefícios como o 13º salário.
Outro fator que influencia o preço é a expectativa de queda no abate de bois em 2026 e 2027. Com menos oferta e as exportações em alta, o preço deve subir ainda mais.
Já Cesar de Castro Alves, gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA, disse ao g1 em julho que as dificuldades na produção de carne nos Estados Unidos também devem contribuir para a inflação brasileira.
A previsão é que a oferta de bois nos EUA caia 2,3% em 2025 e 4,1% em 2026.
“Ou seja, em 2026, quando o Brasil deverá ter oferta de gado para abate menor, os EUA também estarão com disponibilidade bastante restrita, o que reforça a expectativa de preços em elevação”, diz Alves.
Carne para poucos
Com o aumento nos preços e a renda estagnada, a carne bovina ficou menos acessível para grande parte da população.
“A carne subiu muito mais do que a média dos salários. Então, mesmo que os preços recuem um pouco agora, é natural que o consumidor não perceba isso, e continue evitando comprar esses itens”, diz o economista André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fernando Iglesias afirma que a carne bovina está se tornando uma proteína acessível apenas para os mais ricos. “É um fenômeno observado ao redor do mundo”, diz.
“A maioria da população continuará consumindo proteínas mais acessíveis, como carne suína e de frango. Elas têm um custo mais baixo, mas alto valor nutricional, e vão entrar cada vez mais no cotidiano do brasileiro”, afirma o analista.
Mega-Sena pode pagar R$ 3,5 milhões neste sábado
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.914 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 3,5 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (13), em São Paulo.
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No concurso da última quinta-feira (11), uma aposta de Teresópolis (RJ) levou sozinha o prêmio de R$ 53,9 milhões.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
É necessário ter 18 anos ou mais para participar. O pagamento, nesse caso, é realizado de forma online, com opção via PIX.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Veja dicas para produzir café arábica
Material mostra inclui desde a escolha das mudas até recomendações de adubação.
Reprodução
A produção de café desperta interesse em várias regiões do Brasil e, desta vez, a dúvida veio de Paraopeba, em Minas Gerais. A Alessandra procurou o Globo Rural em busca de orientações sobre como começar o cultivo do grão.
Para ajudar, disponibilizamos um material elaborado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que traz um panorama completo da produção de café arábica.
O conteúdo inclui desde a escolha das mudas até recomendações de adubação, além de orientações sobre como prevenir pragas e doenças que podem comprometer a lavoura. Tudo explicado de forma didática, em linguagem acessível.
📲 Acesse aqui
Tarifaço: governo divulga listas de quase 10 mil produtos afetados; exportadores poderão pedir crédito mais barato
O governo publicou nesta sexta-feira (12) listas de produtos afetados pelas tarifas adicionais impostas pelo governo dos Estados Unidos, que podem chegar a 50%. Os exportadores desses produtos poderão solicitar uma linha de crédito emergencial, com juros mais baixos, totalizando R$ 30 bilhões. Ao todo, de acordo com o governo, serão considerados produtos classificados em 9.777 códigos, divididos em duas listas. Veja alguns produtos (classificados pela nomenclatura comum do Mercosul). "A lista apresenta produtos a serem considerados nos critérios de elegibilidade e priorização da linha de crédito emergencial do programa Brasil Soberano. A medida é mais um passo na operacionalização do conjunto de ações voltadas a mitigar os impactos econômicos das tarifas norte-americanas", informou o Palácio do Planalto. Os prazos das operações da linha emergencial variam entre cinco e 10 anos (60 e 120 meses, com carência de 12 e 24 meses, respectivamente). O valor máximo de financiamento por mutuário para as finalidades relativas à aquisição de bens de capital e ao financiamento de investimentos será de R$ 150 milhões. Para as finalidades relativas à capital de giro, as grandes empresas terão valor máximo de financiamento de R$ 200 milhões, enquanto as médias, pequenas e microempresas terão valor máximo de financiamento de R$ 35 milhões. Segundo o Palácio do Planalto, a linha de crédito terá taxas de juros "acessíveis" (valores não foram divulgados), que resultarão em ampliação no financiamento às exportações. A linha de crédito pode ser buscadas nas instituições financeira, que podem demandar algum tempo para ajustar seus sistemas. "Poderão acessar as ações previstas no plano as pessoas jurídicas de direito privado que realizam exportação aos Estados Unidos de bens que foram afetados pelas tarifas e que sejam registradas nos sistemas oficiais de comércio exterior. Também podem aderir as pessoas físicas que exportam bens para os Estados Unidos em caráter empresarial ou profissional, devidamente registradas como exportadoras junto aos órgãos competentes, na categoria de empresas individuais, microempreendedores individuais (MEI) e produtores rurais com CNPJ", informou o governo. Para ter acesso às linhas de crédito e garantia previstas, o governo informou que é necessário que as empresas e pessoas físicas estejam em situação regular na Receita Federal e na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) quanto a tributos e contribuições federais. "Não poderá se beneficiar das medidas quem estiver sob regime de recuperação judicial ou extrajudicial, falência ou liquidação, exceto se demonstrado plano de recuperação aprovado judicialmente", acrescentou. Governo vai comprar produtos mais atingidos pelo tarifaço Prioridade O acesso às medidas do Plano Brasil Soberano, segundo o Palácio do Planalto, será dado com prioridade às empresas que tenham registrado, entre julho de 2024 e junho de 2025, no mínimo 5% do faturamento total proveniente de exportações de produtos impactados pelas tarifas adicionais dos Estados Unidos. Informou, ainda, que as empresas cujo percentual do faturamento bruto decorrente de exportações de produtos impactados seja igual ou superior a 20% do faturamento total apurado no mesmo período poderão acessar linhas de financiamento em condições mais favoráveis. No caso das garantias do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC-FGI Solidário), apenas as empresas com faturamento bruto anual de até R$ 300 milhões no ano anterior à contratação (MPMEs) terão acesso. Outras medidas Além da linha de crédito de R$ 30 bilhões, o governo também anunciou outras medidas de suporte às empresas afetadas pela sobretaxa de 50% em suas vendas externas aos Estados Unidos. São elas: ➡️Seguro à exportação: governo anunciou instrumentos para proteger o exportador contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos, permitindo que bancos e seguradoras utilizem essa garantia em mais tipos de operações. ➡️A Receita Federal foi autorizada a fazer diferimento (adiamento) de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pelo tarifaço. ➡️Isenção de insumos para exportações: o governo anunciou a prorrogação, por um ano, do prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado "drawback". ➡️Novo Reintegra: o governo também anunciou que as empresas exportadoras terão crédito tributário (valores a abater em impostos) para que suas vendas ao exterior sejam desoneradas. ➡️Compras públicas: Foi anunciado que a União, estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais etc.). ➡️Diversificação de mercados: o governo anunciou, ainda, que continuará trabalhando para diversificar mercados, ou seja, buscando novos países compradores dos produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.
O futuro do império Armani: testamento revela quais gigantes da moda podem levar fatia do grupo
Morre o estilista Giorgio Armani; ele tinha 91 anos
Com a morte do estilista Giorgio Armani, aos 91 anos, em 4 de setembro, o império do italiano deve tomar novos rumos. Segundo o testamento divulgado nesta sexta-feira (12), a fundação que herdará a Giorgio Armani SpA terá de vender 15% da empresa para outros grupos — incluindo rivais.
Armani nomeou os grupos LVMH, EssilorLuxottica e L'Oreal como seus compradores preferenciais, de acordo com trechos do testamento publicados pela imprensa italiana.
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"Encarrego a fundação a ceder uma participação de 15% na empresa entre 12 e 18 meses após a abertura do testamento", que aconteceu na quinta-feira, afirma o documento assinado pelo estilista.
A LVMH — dona da Louis Vuitton, Dior e Sephora — é uma das maiores empresas de luxo da Europa em valor de mercado. A companhia é liderada pelo bilionário francês Bernard Arnault, o oitavo mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em US$ 162 bilhões, segundo índice da Bloomberg.
A EssilorLuxottica e a L’Oréal são duas das maiores empresas globais em seus setores. A EssilorLuxottica atua no mercado óptico, resultado da fusão entre a Essilor, fabricante de lentes, e a Luxottica, fabricante de óculos de sol e armações, dona de marcas famosas como Ray-Ban e Oakley.
Já a L’Oréal é a maior companhia de cosméticos do mundo, com sede na França. A empresa é dona de marcas como Lancôme, Maybelline, Garnier e L’Oréal Paris.
O testamento de Giorgio Armani
Embora Giorgio Armani tenha permanecido muito independente ao longo de sua vida, o novo acionista terá a possibilidade de assumir o controle do grupo, adquirindo entre 30% e 54,9% do restante do capital em um prazo de três a cinco anos.
Se a venda não for concretizada, o estilista pediu que a empresa passe a ser cotada na Bolsa e que a Fundação Armani conserve 30,1% das ações.
O estilista italiano deixou 100% da empresa para sua fundação. Esta será dirigida por seu companheiro e braço direito, Leo dell'Orco, e seus sobrinhos, que deverão tomar as decisões.
A fundação terá 10% das ações da empresa e o restante em copropriedade, com 30% dos direitos de voto. Leo Dell'Orco terá 40% dos direitos de voto e os sobrinhos do estilista, Silvana Armani e Andrea Camerana, 15% cada um.
Segundo o Wall Street Journal, os herdeiros terão de vender outra fatia entre 30% e 54,9% em um prazo de três a cinco anos. Caso a venda não ocorra, deverão realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO).
O estilista também pediu que a empresa seja administrada "de forma ética, com integridade moral e correção". Ele insistiu na "busca de um estilo essencial, moderno, elegante e discreto", e com "atenção à inovação, à excelência, à qualidade e ao refinamento do produto".
Novo CEO
Além da venda de parte do grupo, a fundação de Armani, agora peça-chave na sucessão do estilista italiano, vai propor o nome do novo CEO do grupo, informou a companhia nesta sexta-feira.
Mesmo com a venda, a fundação ainda permanecerá com pelo menos 30% da empresa, "garantindo que os princípios criados por Armani sejam respeitados permanentemente".
O futuro do império de moda
Sem filhos para herdar o negócio, Giorgio Armani deixou uma empresa que registrou receita relativamente estável de 2,3 bilhões de euros (R$ 12,6 bilhões) em 2024, embora seus lucros tenham diminuído em meio a uma recessão generalizada no setor, segundo informações da Reuters.
Apesar da desaceleração, a empresa segue altamente atrativa, segundo especialistas do setor.
Ao longo dos anos, o criador dos icônicos ternos desconstruídos recebeu diversas propostas para a venda do grupo italiano de moda, incluindo uma em 2021 de John Elkann, herdeiro da família Agnelli, e outra da marca de luxo Gucci, quando Maurizio Gucci ainda liderava a empresa.
Armani, considerado cauteloso pelo mercado em relação a rivais franceses, rejeitou repetidamente qualquer acordo que pudesse reduzir seu controle e recusou listar seu grupo na bolsa de valores.
O estilista adotou medidas para assegurar a continuidade e a independência de seu negócio, que conduziu junto a familiares de confiança e uma rede de colaboradores de longa data.
Ele deixa como herdeiros sua irmã mais nova, Rosanna, as sobrinhas Silvana e Roberta e o sobrinho Andrea Camerana, todos com funções importantes no grupo. Seu braço direito, Pantaleo Dell'Orco, também é considerado parte da família, e os cinco figuram como possíveis sucessores.
Protegendo seu legado por meio de uma fundação
Há mais de uma década, Giorgio Armani começou a planejar uma sucessão tranquila e a preservar a independência da empresa, o que o levou a criar uma fundação em 2016.
O objetivo declarado da fundação era “proteger a governança” dos ativos do Grupo Armani e assegurar que eles permanecessem alinhados a princípios que eram “particularmente importantes” para Armani.
Em 2017, o estilista disse ao jornal italiano Corriere della Sera que esse mecanismo era necessário para ajudar seus herdeiros a se entenderem e impedir que o grupo fosse comprado por terceiros ou dividido.
A fundação atualmente possui uma participação simbólica de 0,1% no grupo com sede em Milão, mas, após sua morte, a fundação terá uma fatia maior, juntamente com os demais herdeiros, segundo ele mesmo disse em entrevista antes de sua morte.
Ele também afirmou que três pessoas por ele indicadas administrariam a fundação. Armani redigiu ainda novos estatutos da empresa, a serem aplicados após sua morte, que estabelecem princípios de governança para os futuros herdeiros do grupo.
Os estatutos estabelecem uma “abordagem cautelosa em aquisições” e dividem o capital social da empresa em várias categorias, com diferentes direitos de voto e poderes. O documento, porém, não esclarece como os diversos blocos de ações serão distribuídos.
Eles também determinam que qualquer possível abertura de capital precisaria do apoio da maioria dos diretores e só poderia ocorrer “após o quinto ano da entrada em vigor deste estatuto”.
O estilista italiano Giorgio Armani, ícone da moda mundial.
Reuters
Dólar fecha a R$ 5,35, menor valor em mais de um ano; Ibovespa recua após recorde na véspera
Bolsonaro condenado: imprensa internacional repercute sentença
O dólar fechou em queda de 0,71% nesta sexta-feira (12), negociado a R$ 5,3535 — menor nível desde 7 de junho de 2024, quando havia encerrado a R$ 5,3242.
Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,61%, aos 142.272 pontos. As perdas ocorreram após o recorde da véspera, com investidores vendendo ações para consolidar ganhos.
Ao longo da sessão, o mercado reagiu à divulgação de novos indicadores nos Estados Unidos e acompanhou possíveis respostas do governo Trump à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na véspera — fator que também pressiona o Ibovespa.
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▶️ Ontem, os mercados responderam com otimismo aos dados de emprego e inflação dos EUA, que aumentaram as expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano. Hoje, o índice de confiança do consumidor em setembro ficou em 55,4, abaixo das estimativas de 58.
Um índice de confiança mais baixo reforça a percepção de desaceleração econômica. Isso indica que os consumidores estão mais cautelosos quanto ao futuro, o que pode reduzir o consumo e a atividade econômica, elevando a chance de corte de juros pelo Fed.
▶️ No Brasil, investidores acompanharam possíveis reações dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ontem, o presidente Donald Trump classificou a decisão como “terrível” e disse estar “muito insatisfeito”. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, prometeu uma resposta do governo americano.
▶️ O IBGE divulgou hoje que os serviços prestados no Brasil cresceram 0,3% em julho, como era esperado. Foi a sexta alta seguida do setor. Na comparação com julho do ano passado, o avanço foi de 2,8%, acima da previsão de 2,6%, e marca o maior nível da série histórica.
🔎 A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acompanha o desempenho do setor de serviços no Brasil. O estudo mede a variação na receita e no volume de serviços prestados por empresas com 20 ou mais funcionários, ajudando na análise da economia e na definição de políticas públicas e investimentos.
▶️ Além disso, o Banco Central realizou hoje dois leilões de dólares durante a manhã, com oferta total de US$ 1 bilhão, para renovar contratos que vencem em 2 de outubro. Depois, fez outro leilão de até 40 mil contratos para rolagem de vencimentos em 1º de outubro de 2025.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,10%;
Acumulado do mês: -1,26%;
Acumulado do ano: -13,37%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,26%;
Acumulado do mês: +0,60%;
Acumulado do ano: +18,28%.
Trump critica condenação de Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na quinta-feira (11), o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a decisão, chamando-a de "terrível" e dizendo estar "muito insatisfeito". Ele comparou o caso ao que enfrentou na Justiça americana:
"Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem", afirmou.
Trump não comentou se pretende impor sanções ao Brasil. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, publicou na rede X que os EUA "responderão de forma adequada a essa caça às bruxas".
Confiança do consumidor dos EUA cai
A confiança do consumidor dos EUA caiu pelo segundo mês consecutivo em setembro, conforme os consumidores observaram riscos crescentes para as condições de negócios, o mercado de trabalho e a inflação.
A Pesquisa de Consumidores da Universidade de Michigan mostrou nesta sexta-feira que seu Índice de Opinião do Consumidor caiu para 55,4 este mês, o mais baixo desde maio, em comparação com uma leitura final de 58,2 em agosto.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 58, pouco alterada em relação ao mês anterior.
"Os consumidores continuam a observar múltiplas vulnerabilidades na economia, com riscos crescentes para as condições de negócios, mercados de trabalho e inflação", disse Joanne Hsu, diretora da Pesquisa de Consumidores, em um comunicado.
"Da mesma forma, os consumidores também percebem riscos para seus bolsos; as finanças pessoais atuais e esperadas diminuíram cerca de 8% este mês. A política comercial permanece altamente saliente para os consumidores, com cerca de 60% dos consumidores fornecendo comentários espontâneos sobre tarifas durante as entrevistas, pouco alterado em relação ao mês passado."
Volume de serviços no Brasil
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,3% em julho sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O resultado ficou em linha com o esperado por economistas.
Foi a sexta alta mensal consecutiva do setor, que segue mostrando resiliência em meio ao aperto monetário. Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série.
Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades dos serviços pesquisadas tiveram alta, com destaque para informação e comunicação, que avançou 1%. A atividade de profissionais, administrativos e complementares cresceu 0,4% e os serviços prestados às famílias, 0,3%.
Os transportes, por outro lado, sofreram a maior retração (-0,6%), seguidos por outros serviços (-0,2%).
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Logo, o fraco desempenho de transportes refletiu uma queda das receitas do transporte aéreo, após cinco meses seguidos de crescimento, em meio a uma alta dos preços das passagens no mês.
O Banco Central, que voltará a se reunir para deliberar sobre os juros na próxima semana, tem destacado sua preocupação com a resiliência da inflação de serviços, conforme o setor opera acima do seu potencial. A expectativa é que a autarquia mantenha a Selic em 15%.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados encerraram mistos nesta sexta-feira, após uma semana marcada por dados econômicos que mantiveram a expectativa de que o Fed irá reduzir os juros na próxima semana.
O índice Nasdaq acompanhou o otimismo e registrou seu quinto recorde consecutivo, ao subir 0,45%, para 22.141,10 pontos. O Dow Jones recuou 0,59%, para 45.834,22 pontos, e o S&P 500 caiu 0,06%, para 6.583,63 pontos.
Na Europa, a maioria dos mercados fechou em queda. O recuo nas ações de empresas do setor de saúde tem pressionado os índices, enquanto investidores aguardavam uma decisão importante sobre a nota de crédito da França, que será divulgada pela agência Fitch.
Veja como ficaram os principais índices da região: em Londres, o Financial Times (FTSE) recuou 0,15%, a 9.283 pontos; em Frankfurt, o DAX caiu 0,02%, a 23.698 pontos; em Paris, o CAC perdeu 0,02%, a 7.825 pontos; em Milão, o FTSE/MIB avançou 0,32%, a 42.566 pontos.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. As bolsas da China recuaram após alcançarem o maior nível em dez anos, enquanto o entusiasmo com avanços em inteligência artificial impulsionou os ganhos em Hong Kong. Em outras partes da região, o clima foi de otimismo.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,12%, a 3.870 pontos; o CSI300, que reúne grandes empresas de Xangai e Shenzhen, perdeu 0,57%, a 4.522 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,16%, a 26.388 pontos; em Tóquio, o Nikkei avançou 0,89%, a 44.768 pontos; em Seul, o Kospi teve alta de 1,54%, a 3.395 pontos.
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters
Carne bovina continua cara e não deve baixar tão cedo; entenda
Exportações e demanda interna aquecida mantém alto o preço da carne
O preço da carne caiu 0,43% em agosto no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), acompanhando uma sequência de pequenas quedas mensais que começou no primeiro semestre.
Mas essa tendência não foi suficiente para aliviar o bolso do consumidor e nem deve continuar nos próximos meses, segundo especialistas ouvidos pelo g1.
A previsão, inclusive, é que o preço volte a aumentar em breve, impulsionado pelo ritmo forte das exportações, maior consumo interno e redução no número de bois abatidos até 2027.
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Inflação da carne entre setembro de 2024 e agosto de 2025
Arte g1
Nos últimos 12 meses, a carne bovina acumulou inflação de 22,17%. Cortes mais populares, como acém, peito e músculo, estão entre os que mais encareceram:
Inflação dos cortes bovinos nos últimos 12 meses
Acém: 29,1%
Peito: 27,4%
Músculo: 24,6%
Paleta: 24%
Costela: 23,6%
Alcatra: 23,5%
Lagarto comum: 23%
Patinho: 22,1%
Chá de dentro: 21,7%
Contrafilé: 21,4%
Capa de filé: 21,4%
Lagarto redondo: 19,8%
Filé-mignon: 19,1%
Cupim: 17,2%
Fígado: 15,6%
Picanha: 12,1%
Fonte: IBGE
Carne bovina
Unsplash
Tarifaço não conteve exportações
Um dos fatores que ajudam a explicar os preços altos é a exportação da carne brasileira, que continua aquecida mesmo após o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O setor se adaptou à nova realidade. Em agosto, os Estados Unidos caíram da segunda para a quinta posição entre os maiores compradores da carne brasileira, atrás de China, México, Rússia e Chile.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), o México foi o destaque. De janeiro a julho, o Brasil exportou três vezes mais carne para o país do que no mesmo período de 2024.
A previsão da Abiec é de que o volume exportado em 2025, para todos os países, seja 12% maior que o registrado em 2024.
“O tarifaço afetou a nossa exportação para os Estados Unidos, mas como o Brasil está muito bem-posicionado globalmente, a gente rapidamente encontrou novos mercados”, diz Fernando Henrique Iglesias, analista do Safras & Mercados.
Com parte da produção voltada para o exterior, sobra menos carne no mercado interno. Isso mantém os preços elevados, afirma Iglesias.
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Preços podem voltar a subir
Segundo o analista, a tendência de pequenas quedas na inflação deve ser revertida nos próximos meses. “Os preços devem dar uma subida no último trimestre, quando ocorre o auge do consumo no mercado brasileiro.”
A expectativa é de queda no abate de bois em 2026 e 2027. Com menos oferta e exportações em alta, o preço deve subir ainda mais.
Já Cesar de Castro Alves, gerente de Consultoria Agro do Itaú BBA, disse ao g1 em julho que as dificuldades na produção de carne nos Estados Unidos também devem contribuir para a inflação brasileira.
A previsão é que a oferta de bois nos EUA caia 2,3% em 2025 e 4,1% em 2026.
“Ou seja, em 2026, quando o Brasil deverá ter oferta de gado para abate menor, os EUA também estarão com disponibilidade bastante restrita, o que reforça a expectativa de preços em elevação”, diz Alves.
Carne para poucos
Com o aumento nos preços e a renda estagnada, a carne bovina ficou menos acessível para grande parte da população.
“A carne subiu muito mais do que a média dos salários. Então, mesmo que os preços recuem um pouco agora, é natural que o consumidor não perceba isso, e continue evitando comprar esses itens”, diz o economista André Braz, coordenador de Índices de Preços na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fernando Iglesias afirma que a carne bovina está se tornando uma proteína acessível apenas para os mais ricos. “É um fenômeno observado ao redor do mundo”, diz.
“A maioria da população continuará consumindo proteínas mais acessíveis, como carne suína e de frango. Elas têm um custo mais baixo, mas alto valor nutricional, e vão entrar cada vez mais no cotidiano do brasileiro”, afirma o analista.
Como funcionam programas que monitoram funcionários no home office
Itaú demite funcionários após avaliar produtividade no home office
O Itaú disse que as demissões da última segunda-feira (8) aconteceram após uma "revisão criteriosa" sobre o trabalho remoto. Cerca de mil pessoas foram demitidas da empresa, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
De acordo com o sindicato, o banco alegou que as demissões estão baseadas em "registros de inatividade nas máquinas corporativas".
Funcionários afirmam que a empresa usa o programa de monitoramento remoto XOne, que rastreia, entre outras coisas, o uso do teclado e do mouse.
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O banco também identifica se o funcionário entrou em chamadas de vídeo, fez cursos à distância e enviou mensagens, mas não captura telas, áudios ou vídeos, segundo reportagem da BBC.
O XOne é instalado no computador corporativo e, então, passa a coletar dados sobre a atividade online dos funcionários.
A depender da configuração, ele monitora se cada colaborador cumpre a jornada de trabalho e tem um período de inatividade muito alto. É possível detectar também a localização e a lista de sites e programas acessados.
A empresa pode acessar um painel com índices de produtividade de cada funcionário e equipe.
Painel do XOne mostra atividade online de funcionários
Divulgação/XOne
Em materiais de divulgação, o XOne promete oferecer a gestores de equipes "insights valiosos para ajudar na concentração e na diminuição da dispersão nas tarefas cotidianas".
Este não é o único programa de monitoramento de funcionários. Ferramentas como Time Doctor e Teramind prometem ajudar a melhorar a eficiência e até a identificar funcionários que falsificam sua atividade no trabalho remoto.
Monitoramento no Time Doctor
Divulgação/Time Doctor
Monitoramento é permitido, desde que informado
O monitoramento em computadores corporativos é permitido por lei desde que seja adotado com transparência, proporcionalidade e finalidade legítima, explicou ao g1 a advogada trabalhista Luana Couto Bizerra.
Mas ela apontou que considerar apenas a movimentação de mouse ou do teclado pode gerar informações distorcidas sobre produtividade, já que o funcionário executar tarefas que não exigem interação direta com o computador.
De acordo com a BBC, o Itaú disse que o monitoramento está previsto em políticas internas assinadas por colaboradores e em acordo com sindicatos.
O Sindicato dos Bancários criticou as demissões por entender que o Itaú não levou em conta a complexidade do trabalho remoto. A entidade também disse que trabalhadores foram demitidos sem advertência prévia nem espaço para se defender.
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ABA lança 'Futuros conectados', livro que discute as mudanças da mídia na era dos algoritmos
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O futuro da comunicação em um cenário dominado por algoritmos e pela disputa pela atenção do público é o tema central do livro "Futuros Conectados: A evolução da mídia", lançado nesta quinta-feira (11) em São Paulo.
Diante dos novos desafios como métricas complexas e uma nova abordagem das pautas sociais, a obra reúne 35 especialistas que discutem os rumos da mídia publicitária nesse novo cenário e abordam como as marcas podem aproveitar as oportunidades.
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O livro, lançado em evento na Livraria Cultura Higienópolis, em São Paulo, é uma parceria da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) com a Editora Leader.
"Essa é uma discussão constante em relação ao nosso conteúdo e como distribuí-lo: em que formato, formato mais curto, mais longo, como criar mais roteirizado, menos roteirizado. A mesma coisa para os anunciantes, para os publicitários, o mesmo desafio: como criar, com que linguagem, como distribuir, em que plataforma, como tocar, como atrair a atenção no momento mais propício", afirmou, no evento, a diretora-geral de negócios em publicidade da Globo, Manzar Feres, que é coautora do livro.
“O melhor que temos a fazer é entender a realidade, entender as tendências, abraçar e fazer o melhor disso", continuou.
Além de Feres, os 34 capítulos do livro são escritos por líderes e especialistas do setor, entre representantes de anunciantes, agências, veículos, plataformas e entidades. A coordenação da publicação é de Sandra Martinelli, presidente da ABA.
"Quando você faz o movimento democrático, como um livro, onde você aporta, metade são anunciantes associados da ABA, grandes anunciantes globais e locais, e a outra metade são lideranças, presidentes de entidade, lideranças de veículo, você consegue ter um compêndio, consegue ter uma coleção do que de melhor você tem para oferecer ao mercado", afirmou Martinelli, também no evento.
O lançamento foi marcado por sessão de autógrafos e discussões sobre os desafios e oportunidades da nova era da mídia, além de temas como medição de audiência cross media, marketing de influência, ética no uso de dados e aplicação de inteligência artificial na publicidade.
Livro "Futuros Conectados: A Evolução da Mídia"
Reprodução/Editora Leader
Coautores livro "Futuros Conectados: A Evolução da Mídia"
Adriana Favaro, vice-presidente de negócios da Kantar IBOPE Media
Alexandre Zaghi, editor-chefe de Meio & Mensagem
Amira Ayoub, diretora da ABA e chefe de marca do Grupo Pão de Açucar
Ana Carolina Silveira de Castro, 1ª vice-presidente da ABA e gerente executiva de marketing digital do Banco do Brasil
Antonio Fadiga, sócio e presidente da Artplan e vice-presidente da ABAP
Bebeto Pirro, diretor de publicidade do UOL
Camila Ribeiro, conselheira da ABA e diretora sênior de mídia, branding e advertising da TIM Brasil
Carlos Henrique, vice-presidente de planejamento e gestão da Abramedia
Christina Larroude, conselheira da ABA e diretora de marketing da Minalba Brasil
Cristiano Flores, diretor-geral da ABERT
Daniel Gonzalez Aguado, conselheiro da ABA e diretor de marketing da Fundação Dom Cabral
Daniela Pereira, diretora de mídia da Unilever
Elton Carlos Francisco de Oliveira, líder de 'partnerships & negotiations marketing' do McDonald’s Brasil
Fabiano Rogério, diretor nacional de marketing da Record
Fernando Cesário, diretor da ABA e CMO da ESPM
Jaqueline Nunes, vice-presidente do Comitê de Mídia da ABA e gerente de brandformance e experiência de marca da YDUQS
Juliana Nakata, vice-presidente executiva e Laíssa Shimabucoro Furilli, assessora jurídica, ambas do CONAR
Kelly Dores, editora-chefe do Propmark
Livia Duarte de Barros, presidente do Comitê de Sourcing da ABA e gerente sênior de compras de marketing e varejo do Grupo Boticário
Lucia França de Azevedo Bittar, Conselheira da ABA e diretora de marketing e relações públicas da Samsung Brasil
Manzar Feres, diretora-geral da Unidade de Negócios da Globo
Marcela Mariano de Sa, CMO da Ypê
Marcelo Carmim, presidente do Comitê Retail Media da ABA e coordenador de marketing do Itaú Unibanco
Marco Aurélio de Andrade Parretti, diretor da ABA e diretor de marketing do Carrefour
Marco Frade, fundador do Bazar de Mídia
Mariana Ribeiro Bieler, gerente setorial de mídias da Petrobras
Marilia Zanoli, vice-presidente de marketing da Beiersdorf
Paulo Carneiro, presidente do Comitê de Mídia da ABA e gerente executivo de comunicação e mídia no Grupo Coty no Brasil
Regina Augusto, diretora executiva do Cenp
Regina Bucco, diretora executiva da Aner
Renato Annibal, gerente de mídia da L’Oréal Brasil
Sandra Martinelli, CEO da ABA
Thiago Fernandes, Chief Media & Data Officer da iD\TBWA Brasil
Viviane Pepe Ferreira, vice-presidente da ABA e diretora de marca LATAM da Natura
Serviço: Lançamento do livro Futuros Conectados: A Evolução da Mídia
Data: 11 de setembro de 2025
Horário: a partir das 18h
Local: Livraria Cultura Higienópolis – Av. Angélica, 1212, São Paulo
Editora Leader
PPA coroa agências por melhores propagandas de 2024
Mega-Sena, concurso 2.913: aposta única leva prêmio de R$ 53,9 milhões
G1 | Loterias - Mega-Sena 2913
O sorteio do concurso 2.913 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (11), em São Paulo. Uma aposta de Teresópolis (RJ) acertou as seis dezenas e levou sozinha o prêmio de R$ 53.944.790,08.
Segundo a Caixa Econômica Federal, o ganhador fez uma aposta simples, de 6 números, em uma lotérica da cidade.
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Veja os números sorteados: 17 - 21 - 34 - 52 - 55 - 60
A quina teve 37 ganhadores, que vão levar R$ 63.438,03 cada.
A quadra teve 3.841 vencedores, e cada um vai embolsar R$ 1.007,29.
O próximo sorteio da Mega será no sábado (13).
Mega-Sena, concurso 2.913
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Com pena de 2 anos, Mauro Cid insiste em ir para a reserva e quer deixar o Brasil
STF condena Mauro Cid a pena de 2 anos em regime aberto Condenado a 2 anos de prisão em regime aberto no julgamento da Trama Golpista, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, vai manter a decisão de ir para a reserva do Exército. A defesa de Cid informou ao blog que a condenação não altera os planos do militar, já que a pena fixada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não implica perda da patente. “Foi uma decisão muito pensada, e ele não vai voltar atrás”, disse um dos advogados. Segundo a defesa, Mauro Cid também pretende deixar o Brasil após concluir os trâmites burocráticos da ida para a reserva. O militar avalia que o país se tornou um ambiente de forte pressão para ele e sua família, principalmente depois de ter firmado acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Por ter firmado colaboração e ajudado a elucidar o funcionamento do núcleo crucial da organização criminosa, Cid recebeu uma pena mais branda.
Voto de Fux e o futuro da delação premiada
Fux diz que anular delação de Cid é desproporcional e que segue a PGR O voto do ministro Luiz Fux no julgamento da trama golpista nesta quarta-feira (10) levantou o receio entre juristas sobre o futuro da colaboração premiada. Ministros do STF, advogados de defesa e criminalistas afirmaram ao blog que os argumentos de Fux para a condenação de Mauro Cid tem potencial de desencorajar futuras colaborações premiadas. Fux reconheceu a validade da delação de Mauro Cid - questionado pelas defesas - e afirmou que o ajudante de ordens deveria ter benefícios relativos à colaboração. Em seu voto, Fux afirmou que a própria colaboração de Cid gera uma "autoincriminação involuntária". O ajudante de ordens foi condenado pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito e inocentado pelas demais imputações da PGR. O instituto da colaboração premiada, que já passou por altos e baixos e foi muito criticado durante o processo e revisão da Lava Jato, pode ter dificuldade de atrair futuros adeptos. A própria defesa de Mauro Cid apontou, nas alegações finais do processo que é julgado no STF, que seria "despropositado" a colaboração ser utilizada como "base acusatória e, ao mesmo tempo, punir o colaborador por efetivamente ter colaborado". A defesa também pediu que o STF reafirmasse que "colaborar com a verdade não pode ser convertida em culpa ou em fundamento para condenação ".
Trump diz que condenação de Bolsonaro é 'terrível' e afirma estar 'muito insatisfeito'; Rubio promete resposta dos EUA
Trump diz que condenação de Bolsonaro é 'terrível' e afirma estar 'muito insatisfeito'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou como "terrível" e disse estar "muito insatisfeito" com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11). O secretário de Estado do país, Marco Rubio, prometeu resposta por parte dos EUA.
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A maioria da Primeira Turma do STF decidiu condenar Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado. Os votos dos ministros foram concluídos nesta quinta-feira. O ex-presidente recebeu pena de 27 anos e três meses de prisão.
Trump comentou o caso enquanto deixava a Casa Branca para embarcar para Nova York, onde deve assistir a um jogo de beisebol. O presidente americano comparou a condenação de Bolsonaro com processos judiciais que ele próprio enfrentou.
"Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem", afirmou.
"Estou muito insatisfeito com isso. Eu conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país. E sempre o considerei muito correto, de fato muito notável, na verdade, como homem, um homem muito notável. Acho que é uma coisa terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil."
O presidente dos EUA não disse se pretende aplicar novas sanções ao Brasil em razão da condenação. No entanto, em um post na rede social X, o secretário de Estado, Marco, Rubio prometeu que os EUA "responderão de forma adequada a essa caça às bruxas".
"As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas", afirmou.
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O Itamaraty classificou o post de Rubio como uma ameaça e disse que continuará defendendo o Brasil de "agressões e tentativas de interferência".
"Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia."
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O presidente dos EUA, Donald Trump, falou à imprensa antes de embarcar no helicóptero Marine One rumo a Nova York, em Washington, DC, em 11 de setembro de 2025.
Reuters/Evelyn Hockstein
Tarifas e ameaças
Em julho, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciando tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. Na ocasião, ele justificou a medida, em parte, pelo que chamou de "caça às bruxas" contra Bolsonaro.
À época, o presidente norte-americano também determinou a abertura de uma investigação comercial, acusando o Brasil de adotar práticas desleais de comércio.
Já na terça-feira (9), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os EUA estão dispostos a "usar meios militares" para "proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo", em referência ao julgamento de Bolsonaro.
"A liberdade de expressão é a questão mais importante dos nossos tempos. Presidente Trump leva isso muito a sério, e por isso tomamos ações contra o Brasil", completou Leavitt.
Condenação
A Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Com ele, também foram condenados:
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator da trama golpista;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os ministros ainda precisam discutir a dosimetria, ou seja, o tamanho das penas que serão impostas aos condenados.
A Primeira Turma do STF é composta por Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.
Como o ministro Fux divergiu dos colegas em diversos pontos e a denúncia contra Ramagem não foi toda analisada, o julgamento teve diferentes placares:
Bolsonaro, Garnier, Torres, Heleno e Nogueira: 4 votos a 1 pela condenação nos crimes de organização criminosa, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado (votos favoráveis: Moraes, Dino, Cármen e Zanin; contrário: Fux).
Ramagem: 4 votos a 1 pela condenação por organização criminosa, golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. O processo sobre dano qualificado e deterioração do patrimônio foi suspenso.
Mauro Cid e Braga Netto: 5 votos a 0 pela condenação por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. Nos demais crimes, 4 votos a 1 pela condenação.
*Sob supervisão de Ricardo Gallo.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Se votar na dosimetria de quem absolveu, Fux voltará a divergir de posições recentes
Se optar por votar a dosimetria (definição do tempo de pena) dos réus e crimes que absolveu em seu voto na trama golpista, o ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) poderá, mais uma vez, divergir de posições recentes em julgamentos da Corte.
Em 2023, ao analisar uma questão de ordem durante a ação que condenou o ex-presidente Fernando Collor, o plenário do STF definiu que ministros que votarem pela absolvição dos réus em ação penal podem votar na fase da dosimetria da pena. Ficaram vencidos os ministros Fux e o ministro Edson Fachin.
Fux absolve Bolsonaro, mas condena Cid e Braga Netto
Nesta quarta-feira (10), Fux sinalizou que votará também na dosimetria de quem ele absolveu. Colegas da primeira turma afirmaram ao blog que Fux tem liberdade de decidir se quer votar ou não. Para as defesas, o voto de Fux pode ajudar a diminuir as penas.
As últimas sessões do julgamento da chamada trama golpista que vão analisar a dosimetria estão previstas para esta sexta-feira (12), de 9h às 12h e das 14h às 19h.
Ministro Luiz Fux, do STF, em julgamento da trama golpista - 11/09/2025
EVARISTO SA / AFP
'Futuros conectados': ABA lança em São Paulo livro sobre a evolução da mídia
ABA lança 'Futuros conectados', livro que discute as transformações da mídia na era dos al
A mídia publicitária passa por transformações aceleradas. Entre algoritmos, métricas complexas e pautas sociais, entender esse cenário — e como as marcas aproveitam as oportunidades — tornou-se desafiador e cada vez mais indispensável.
Para discutir essas perspectivas, a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) lança nesta quinta-feira (11) o livro “Futuros Conectados: A Evolução da Mídia”, em parceria com a Editora Leader.
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A obra reúne 34 capítulos escritos por líderes e especialistas do setor, entre representantes de anunciantes, agências, veículos, plataformas e entidades.
Entre os coautores está Manzar Feres, diretora-geral da Unidade de Negócios da Globo, que aborda o papel da mídia na era da “atenção roubada” e destaca como a disputa deixou de ser apenas por espaço e passou a ser também por sentido.
Coordenada por Sandra Martinelli, presidente da ABA, a publicação é a 14ª parceria da entidade com a Editora Leader e conta com patrocínio das associadas Minalba e Ypê.
O evento de lançamento reunirá nesta quinta-feira coautores, representantes de empresas de mídia, anunciantes de diversos setores, agências de publicidade e executivos ligados à ABA.
Com sessão de autógrafos na Livraria Cultura, em São Paulo, o encontro também discutirá os desafios e oportunidades da nova era da mídia, além de temas como medição de audiência cross media, marketing de influência, ética no uso de dados e aplicação de inteligência artificial na publicidade.
Livro "Futuros Conectados: A Evolução da Mídia"
Reprodução/Editora Leader
Coautores livro "Futuros Conectados: A Evolução da Mídia"
Adriana Favaro, vice-presidente de negócios da Kantar IBOPE Media
Alexandre Zaghi, editor-chefe de Meio & Mensagem
Amira Ayoub, diretora da ABA e chefe de marca do Grupo Pão de Açucar
Ana Carolina Silveira de Castro, 1ª vice-presidente da ABA e gerente executiva de marketing digital do Banco do Brasil
Antonio Fadiga, sócio e presidente da Artplan e vice-presidente da ABAP
Bebeto Pirro, diretor de publicidade do UOL
Camila Ribeiro, conselheira da ABA e diretora sênior de mídia, branding e advertising da TIM Brasil
Carlos Henrique, vice-presidente de planejamento e gestão da Abramedia
Christina Larroude, conselheira da ABA e diretora de marketing da Minalba Brasil
Cristiano Flores, diretor-geral da ABERT
Daniel Gonzalez Aguado, conselheiro da ABA e diretor de marketing da Fundação Dom Cabral
Daniela Pereira, diretora de mídia da Unilever
Elton Carlos Francisco de Oliveira, líder de 'partnerships & negotiations marketing' do McDonald’s Brasil
Fabiano Rogério, diretor nacional de marketing da Record
Fernando Cesário, diretor da ABA e CMO da ESPM
Jaqueline Nunes, vice-presidente do Comitê de Mídia da ABA e gerente de brandformance e experiência de marca da YDUQS
Juliana Nakata, vice-presidente executiva e Laíssa Shimabucoro Furilli, assessora jurídica, ambas do CONAR
Kelly Dores, editora-chefe do Propmark
Livia Duarte de Barros, presidente do Comitê de Sourcing da ABA e gerente sênior de compras de marketing e varejo do Grupo Boticário
Lucia França de Azevedo Bittar, Conselheira da ABA e diretora de marketing e relações públicas da Samsung Brasil
Manzar Feres, diretora-geral da Unidade de Negócios da Globo
Marcela Mariano de Sa, CMO da Ypê
Marcelo Carmim, presidente do Comitê Retail Media da ABA e coordenador de marketing do Itaú Unibanco
Marco Aurélio de Andrade Parretti, diretor da ABA e diretor de marketing do Carrefour
Marco Frade, fundador do Bazar de Mídia
Mariana Ribeiro Bieler, gerente setorial de mídias da Petrobras
Marilia Zanoli, vice-presidente de marketing da Beiersdorf
Paulo Carneiro, presidente do Comitê de Mídia da ABA e gerente executivo de comunicação e mídia no Grupo Coty no Brasil
Regina Augusto, diretora executiva do Cenp
Regina Bucco, diretora executiva da Aner
Renato Annibal, gerente de mídia da L’Oréal Brasil
Sandra Martinelli, CEO da ABA
Thiago Fernandes, Chief Media & Data Officer da iD\TBWA Brasil
Viviane Pepe Ferreira, vice-presidente da ABA e diretora de marca LATAM da Natura
Serviço: Lançamento do livro Futuros Conectados: A Evolução da Mídia
Data: 11 de setembro de 2025
Horário: a partir das 18h
Local: Livraria Cultura Higienópolis – Av. Angélica, 1212, São Paulo
Editora Leader
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Colheita de grãos bate recorde no Brasil e chega a 350 milhões de toneladas na safra 2024/25
CNA/Wanderson Araujo/Trilux
A colheita de grãos da temporada 2024/25 foi recorde no Brasil. No total, a safra chegou a 350,2 milhões de toneladas, puxada pela soja e por um volume de milho jamais registrado na série histórica.
Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (11).
O volume foi 16,3% maior do que o da safra 2023/24, 49,1 milhões de toneladas colhidas a mais. Somente o milho, a soja, o arroz e o algodão representam, juntos, cerca de 47 milhões de toneladas deste aumento.
O recorde, até então, era o da safra 2022/23, com 324 milhões de toneladas.
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A Conab atribui o bom resultado à expansão de 1,9 milhão de hectares na área cultivada, bem como às condições climáticas favoráveis, sobretudo no Centro-Oeste, com destaque para o Mato Grosso.
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Soja
Principal produto cultivado no Brasil, a soja registrou produção recorde estimada em 171,5 milhões de toneladas, uma alta de 20,2 milhões de toneladas em relação à safra passada.
O resultado histórico aconteceu por causa de uma aumento da área semeada combinado com uma expansão da produtividade, ou seja, do volume que os agricultores colheram por hectare.
Houve melhora nas condições climáticas na maioria das regiões produtoras, em relação à temporada anterior.
Na safra 2024/25, a maior colheita foi em Goiás, e a menor, no Rio Grande do Sul, onde as regiões produtoras passaram por altas temperaturas e irregularidades nas chuvas entre dezembro do ano passado e o fim de fevereiro deste ano.
Milho
A Conab também destacou a produtividade recorde na média nacional nas lavouras de milho, considerando as três safras do grão.
Com isso, é esperada uma produção total de 139,7 milhões de toneladas na safra 2024/25, um aumento de 20,9% em relação a 2023/24 e a maior colheita do produto já registrada pela estatal.
Algodão
Também é esperado um recorde para o algodão, com a produção da pluma estimada em 4,1 milhões de toneladas.
O resultado representa uma alta de 9,7% sobre a safra anterior e é sustentado pelo aumento de 7,3% na área semeada e por condições climáticas favoráveis.
No final de agosto, 72,8% da área plantada já estava colhida e 27,2% encontrava-se em maturação.
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Arroz
Para o arroz, que já possui colheita encerrada, a produção alcançou 12,8 milhões de toneladas, crescimento expressivo de 20,6% sobre 2023/24.
Foi a quarta maior safra já registrada, atrás apenas dos volumes obtidos nas temporadas de 2010/2011, de 2004/2005 e de 2003/2004.
O aumento reflete a expansão de 9,8% na área semeada e as condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor.
Feijão e trigo
No caso do feijão, a estimativa da Conab é de uma produção próxima a 3,1 milhões de toneladas, somando-se as três safras do grão, o que garante o abastecimento interno do país.
Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Com a semeadura concluída em todo o país, a área destinada para o grão apresentou caiu 19,9% em relação à safra passada, totalizando 2,4 milhões de hectares neste ciclo.
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Receita reforça combate a créditos tributários indevidos no setor de combustíveis, alvo de operação contra lavagem de dinheiro do PCC
A Secretaria da Receita Federal informou nesta quinta-feira (11) que iniciou uma nova etapa da Operação Inflamável, voltada ao combate de irregularidades na apuração de créditos tributários (valores utilizados por empresas no abatimento de impostos devidos) revendedoras de combustíveis.
A ação, que tem como foco contribuintes que não se "autorregularizaram", ou seja, que não acertaram as contas com o Fisco, após avisos do órgão sobre inconsistências em seus pedidos de ressarcimento, acontece após megaoperação, realizada na semana retrasada, que identificou o envolvimento de algumas empresas do setor de combustíveis com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A Receita Federal informou que, na fase anterior da Operação Inflamável, cerca de 6,3 mil empresas aproveitaram a oportunidade de "corrigir espontaneamente" suas Escriturações Fiscais Digitais das Contribuições para o PIS e para a Cofins (EFD-Contribuições), resultando na regularização de R$ 5,2 bilhões em créditos indevidos — o equivalente a 73% do total identificado.
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Avaliou que essa iniciativa contribuiu para promover maior justiça fiscal e reduzir a concorrência desleal no setor.
"Agora, mais de 87 mil pedidos de ressarcimento que permanecem irregulares estão sendo analisados. O primeiro lote já foi concluído, e os demais serão tratados de forma escalonada nos próximos meses. Estima-se que o valor total em análise ultrapasse R$ 1,7 bilhão, com previsão de cobrança superior a R$ 1 bilhão, considerando multas e juros", acrescentou a Receita Federal.
Com essa nova fase, a Receita Federal diz que "reforça seu compromisso em assegurar que os créditos tributários sejam utilizados conforme a legislação vigente, preservando a arrecadação e a equidade no cumprimento das obrigações fiscais".
Fachada da Receita Federal, em Brasília.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Megaoperação contra o PCC
Batizada de Carbono Oculto, a megaoperação contra o crime organizado, envolvendo o setor de combustíveis, foi considerada a maior da história do Brasil contra o crime organizado.
O grupo sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo autoridades da Fazenda de SP.
No fim de agosto, uma força-tarefa nacional com cerca de 1.400 agentes cumpriu mandados de busca, apreensão e prisão em oito estados para desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ela foi a junção de três operações que aconteceram em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
As investigações revelaram que o grupo criminoso atuava na importação irregular de produtos da cadeia de combustíveis. As irregularidades foram identificadas em diversas etapas do processo de produção e distribuição de gasolina e etanol no país.
O esquema tem lesado não apenas os consumidores que abastecem seus veículos no Brasil, mas toda uma cadeia econômica ligada aos combustíveis.
Uma das frentes de ação do PCC era a importação irregular de produtos químicos para adulterar os combustíveis. Os investigadores identificaram mais de 300 postos que atuavam nessas fraudes. Já o setor estima um impacto maior, em cerca de 30% dos postos em todo o estado de São Paulo, em torno de 2.500 estabelecimentos.
A Receita Federal também identificou ao menos 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. Segundo o órgão, as operações aconteciam justamente no mercado financeiro de São Paulo, por meio de membros infiltrados na Avenida Faria Lima.
Esses fundos de investimentos foram utilizados como estruturas de ocultação de patrimônio e financiaram a compra de um terminal portuário, usinas produtoras de álcool e imóveis.
Mais de 350 alvos – entre pessoas físicas e jurídicas – foram alvo da operação, suspeitos de crimes contra a ordem econômica, adulteração de combustíveis, crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato.
Em nova ação contra o crime organizado, BC diz que bancos devem rejeitar pagamentos para contas usadas em fraudes
O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (11) que aprovou norma obrigando as instituições autorizadas a rejeitar transferências que tenham como destinatárias contas com "fundada suspeita de envolvimento em fraude".
De acordo com a autoridade monetária, as instituições financeiras devem utilizar "todas as informações disponíveis, incluindo aquelas constantes em sistemas eletrônicos e bases de dados de caráter público ou privado, para avaliarem o envolvimento das contas em fraudes".
"A medida vale para transações realizadas com qualquer instrumento de pagamento e entra em vigor imediatamente, tendo as instituições que adequarem seus sistemas até 13 de outubro de 2025", informou a instituição.
Segundo o Banco Central, as instituições financeiras devem comunicar aos titulares das contas sobre a efetivação das medidas tomadas em casos de suspeita de fraude e consequente bloqueio.
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Ação contra o crime organizado
A autoridade monetária explicou que a norma se alinha às ações anunciadas na semana passada, que têm por objetivo "reforçar ainda mais os processos e protocolos de segurança" do sistema financeiro por conta do envolvimento do crime organizado em recentes ataques registrados no país.
Na sexta-feira (5), por conta de ataques de hackers a instituições financeiras, o BC anunciou limites para transferências via PIX e regras mais rígidas para autorização de novas instituições.
Entre as medidas, estão:
limites menores de transferência via PIX e TED (R$ 15 mil) para instituições de pagamento não autorizadas e para aquelas que se conectam ao sistema financeiro através dos Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs);
obrigatoriedade de aprovação prévia, pelo BC, para entrada de novas instituições no sistema financeiro, com regras mais rígidas para autorização; e
confirmação de "certificação técnica" para operar no sistema.
💸 Instituições de pagamento não autorizadas são empresas ou plataformas que realizam operações como transferências (incluindo PIX), pagamentos e emissão de dinheiro eletrônico sem ter a devida permissão do BC. Isso aumenta o risco de lavagem de dinheiro, fraudes e prejuízos econômicos.
💻 Também atuam no sistema, sem regulação obrigatória, empresas que prestam serviços de apoio ou tecnologia, mas não realizam operações típicas de instituições financeiras. Entram nessa lista: plataformas de gestão financeira, empresas de sistemas de automação para bancos, e marketplaces financeiros sem envolvimento direto em operações.
Prédio do Banco Central, em Brasília
Flickr do BCB
Ataques nos últimos meses
No começo deste mês, a fintech Monbank informou que foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de R$ 4,9 milhões. Segundo a instituição, nenhuma conta de clientes foi comprometida, e R$ 4,7 milhões já foram recuperados.
Também em setembro, a Sinqia, empresa responsável por conectar bancos ao sistema PIX, informou que um ataque hacker provocou o desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas.
Em julho, o Banco Central informou que a C&M Software — empresa que presta serviços tecnológicos e conecta instituições financeiras ao BC — comunicou ter sido alvo de um ataque à sua infraestrutura.
PCC
Megaoperação realizada na semana retrasada para desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis identificou o uso de ao menos 40 fundos de investimento e diversas fintechs.
O esquema era comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As instituições eram utilizadas para lavar dinheiro, mascarar transações e ocultar patrimônio.
Segundo a investigação, o grupo deixou de pagar mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, e foram identificadas irregularidades em várias etapas da produção e distribuição de combustíveis no país.
Presidente do Banco Central
Na semana passada, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que as instituições financeiras sediadas na Avenida Faria Lima, em São Paulo, berço do sistema financeiro, assim como as fintechs são vítimas do crime organizado.
"Faria Lima ou fintechs são as vítimas do crime organizado. Tanto os bancos incumbentes, quanto os novos entrantes no mercado, foram responsáveis por uma inclusão fantástica no sistema financeiro e facilitação de serviços [à população]. Isso é essencial para que o Brasil tenha uma posição privilegiada que tem hoje no sistema financeiro", disse o presidente do BC.
De acordo com Galípolo, os criminosos que estão se utilizando de instituições financeiras é quem são os culpados. "É um criminoso usando aquilo, não é um banco e nem uma fintech", explicou.
"Antigamente, quando tinha assalto a um carro forte, ou a um banco, ficava mais evidente porque você via fisicamente. Agora como a coisa ficou virtual, mais opaca, se confunde um pouquinho e leva a esse receio. O tema da segurança não dá margem para ter qualquer tipo de tolerância", acrescentou o presidente do Banco Central.
Banco Central endurece regras para dificultar uso do sistema financeiro pelo crime organizado e cria um teto para o PIX
Ibovespa fecha aos 143 mil pontos pela 1ª vez e bate novo recorde; dólar cai a R$ 5,39
Trama golpista: julgamento volta com voto de Cármen Lúcia
O Ibovespa atingiu uma nova máxima histórica nesta quinta-feira (11). O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,56%, alcançando os 143.150 pontos — acima do recorde registrado em 5 de setembro, quando atingiu 142.640 pontos.
Durante a sessão, o Ibovespa rompeu outra barreira: superou, pela primeira vez, os 144 mil pontos, alcançando a máxima de 144.012 pontos no dia. Depois, perdeu fôlego. Já o dólar fechou em queda de 0,27%, cotado a R$ 5,3920, após tocar a mínima de R$ 5,3741.
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O principal dado que animou os mercados veio dos Estados Unidos. Investidores reagiram à divulgação dos pedidos de seguro-desemprego, que superaram as projeções, reforçando a previsão de que o Federal Reserve (Fed) irá cortar os juros na próxima semana. (leia mais abaixo)
▶️ Na semana encerrada em 6 de setembro, foram registrados 263 mil novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA — o maior volume de solicitações iniciais desde 23 de outubro de 2021. O resultado superou a expectativa dos analistas, que projetavam 235 mil novos pedidos.
▶️ Nos EUA, também foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto. O indicador subiu 0,4% em relação ao mês anterior e acumula 2,9% no ano. Apesar de ter superado as expectativas dos economistas, o resultado não afastou as apostas de que os juros serão reduzidos.
🔎 Com a inflação sob controle e um mercado de trabalho mais fraco, cresce a expectativa de queda dos juros nos EUA. O dólar se torna menos atrativo, enquanto países como o Brasil, com juros ainda altos, atraem mais capital estrangeiro, valorizando o real e contribuindo para a queda do dólar por aqui.
▶️ Falando em juros, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa em 2% pela segunda reunião seguida, após tê-la reduzido pela metade ao longo de um ano. A decisão foi tomada porque a inflação na região se aproximou da meta de 2%.
▶️ No Brasil, o foco ficou no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. A Primeira Turma do STF formou maioria para condenar Bolsonaro por todos os crimes da Trama Golpista.
▶️ Além disso, economistas consultados pelo Ministério da Fazenda para o relatório Prisma Fiscal de setembro projetam um déficit primário de R$ 69,99 bilhões para 2025, ligeiramente melhor que os R$ 70,88 bilhões estimados antes. Para 2026, a previsão piorou: déficit de R$ 81,83 bilhões, ante R$ 81,06 bilhões.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,39%;
Acumulado do mês: -0,55%;
Acumulado do ano: -12,75%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,36%;
Acumulado do mês: +1,22%;
Acumulado do ano: +19,01%.
Julgamento de Bolsonaro
A Primeira Turma STF formou maioria nesta quinta-feira para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República na Trama Golpista.
O placar chegou a 3 votos a 1 após a ministra Cármen Lúcia acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino. Os três votaram pela condenação de Bolsonaro, seus ex-auxiliares e militares.
Os crimes pelos quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro de mais sete réus são:
Golpe de Estado
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Organização criminosa
Dano qualificado contra patrimônio da União
Deterioração de patrimônio tombado
No caso do réu Alexandre Ramagem, ele é o único que os ministros estão excluindo de dois crimes: dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.
Os oito réus são:
Jair Bolsonaro: ex-presidente da República
Walter Braga Netto: general, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente
Mauro Cid: tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator
Almir Garnier: ex-comandante da Marinha
Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado federal
Augusto Heleno: general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa
Anderson Torres: ex-ministro da Justiça
O mercado já via como praticamente inevitável a condenação de Bolsonaro. A preocupação, no entanto, é que a decisão possa gerar novas reações negativas do governo dos EUA, que já aplicou tarifas adicionais ao Brasil citando o julgamento do ex-presidente como justificativa.
Inflação e emprego nos EUA
Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, os preços ao consumidor subiram mais do que o esperado em agosto, e o avanço anual foi o maior registrado em sete meses.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, após alta de 0,2% em julho.
No acumulado de 12 meses até agosto, o índice avançou 2,9%, o maior aumento desde janeiro, superando os 2,7% registrados no mês anterior.
A expectativa de economistas era de uma alta de 0,3% em relação a julho e de 2,9% no comparativo anual.
O resultado do CPI pode intensificar preocupações com uma possível combinação de inflação alta e economia fraca, especialmente após dados negativos sobre o mercado de trabalho.
Isso porque os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram 27 mil, para 263 mil, em base ajustada sazonalmente, na semana encerrada em 6 de setembro. Economistas consultados pela Reuters previam 235 mil pedidos para a última semana.
O impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump tem sido gradual, mas os preços podem subir nos próximos meses, já que muitas empresas já utilizaram os estoques anteriores às tarifas.
Apesar do resultado do CPI, a expectativa é que os dados não devem impedir o corte de juros aguardado pelo banco central americano na próxima semana, diante da fragilidade do mercado de trabalho.
"A inflação mostra certa persistência e dificuldade de estabilização, mas, apesar de o número não ser positivo, isso não deve mudar a expectativa dos investidores de que o Fed vai cortar os juros na decisão marcada para 17 de setembro”, avalia Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Para o especialista, embora os riscos para a inflação continuem altos — devido às tarifas de importação aplicadas pelo governo Trump, à desvalorização do dólar ao longo do ano, que encarece os produtos importados, e à redução do fluxo migratório, que limita o crescimento da força de trabalho e torna o mercado mais restrito — os números da inflação neste ano estão abaixo das previsões de economistas e analistas.
"Por outro lado, os sinais de desaceleração da atividade econômica, que também preocupam, já começam a aparecer com mais clareza nos dados e indicadores", reforça.
Bolsas globais
Em Wall Street, os principais índices de ações fecharam em alta nesta quinta-feira, após os dados mais recentes do mercado de trabalho e da inflação reforçarem a expectativa de que o Federal Reserve cortará a taxa de juros na próxima semana.
O Dow Jones subiu 1,36%, aos 46.108 pontos. O S&P 500 avançou 0,85%, aos 6.587,47 pontos, atingindo novo recorde, enquanto o Nasdaq Composite subiu 0,72%, a 22.043,08 pontos, também em máxima histórica.
Na Europa, os mercados terminaram o dia em alta, com os investidores repercutindo a decisão amplamente esperada do Banco Central Europeu de manter as taxas de juros inalteradas.
No fechamento, o índice geral da Europa, STOXX 600, subiu 0,55%. Em Londres, o FTSE avançou 0,78%; em Frankfurt, o DAX valorizou 0,30%; em Paris, o CAC-40 ganhou 0,80%; em Milão, o FTSE/MIB subiu 0,89%.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. Na China, o otimismo com avanços em tecnologia, especialmente inteligência artificial, impulsionou os índices, apesar de preocupações com possíveis restrições dos EUA a medicamentos chineses.
O índice de Xangai subiu 1,65%, enquanto o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, avançou 2,31%. Em Tóquio, o Nikkei teve alta de 1,22%. Já em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,43%. Outros destaques incluem Seul (+0,9%), Taiwan (+0,09%), Cingapura (+0,22%) e Sydney, que registrou queda de 0,29%.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters
Oracle, do bilionário Larry Ellison, está prestes a entrar para o ‘clube do trilhão’; entenda
Os bilionários brasileiros em 2025, segundo a Forbes
Após a disparada das ações da Oracle, que colocou Larry Ellison no posto de homem mais rico do mundo, os papéis da companhia americana de tecnologia continuam em alta nesta quinta-feira (11). A empresa se aproxima cada vez mais de entrar no seleto ‘clube do trilhão’.
Nesta manhã, por volta das 8h45, a ação da Oracle subia quase 2% no pré-mercado de Nova York — período antes da abertura oficial da Bolsa — sendo negociada a US$ 334,75 (cerca de R$ 1.809).
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Após um aumento de US$ 101 bilhões (R$ 546,6 bilhões) em sua fortuna, o empresário de 81 anos chegou a superar Elon Musk como o mais rico do mundo, segundo a Bloomberg. O recorde durou apenas algumas horas, com Musk retomando a liderança ainda na noite de ontem.
Na quarta-feira, as ações da companhia encerraram o dia cotadas a US$ 35,95, elevando o valor de mercado da Oracle a um recorde de US$ 933 bilhões (aproximadamente R$ 5 trilhões, na cotação de hoje). Assim, a empresa fundada por Ellison se aproxima de se tornar uma companhia trilionária.
Hoje, a companhia fundada em 1977 na Califórnia está avaliada em US$ 922 bilhões (R$ 4,9 trilhões).
🔎 O “clube do trilhão” é o nome usado no mercado financeiro para se referir ao grupo de empresas listadas em bolsa que alcançam valor de mercado igual ou superior a US$ 1 trilhão.
Hoje, fazem parte de seleto grupo algumas das maiores empresas do mundo:
Apple
Microsoft
Alphabet (Google)
Amazon
Nvidia
Resultados do trimestre
As ações da Oracle dispararam quase 40% nesta quarta-feira, registrando o maior ganho desde 1992. A empresa já vinha registrando bom desempenho ao longo do ano, impulsionada pela crescente demanda por tecnologias relacionadas à inteligência artificial.
No último trimestre, a empresa informou ter fechado quatro novos contratos bilionários com três grandes clientes, evidenciando a forte procura por seus serviços em nuvem. Com isso, a receita contratada ainda não reconhecida (RPO) chegou a US$ 455 bilhões, alta de 359% no período.
“Nos próximos meses, esperamos conquistar novos clientes de vários bilhões de dólares, e o RPO deve ultrapassar meio trilhão de dólares”, afirmou a presidente-executiva Safra Catz.
Segundo informações da Bloomberg, a Oracle firmou um acordo inédito com a OpenAI, responsável pelo ChatGPT, para fornecer 4,5 gigawatts de capacidade em data centers. Entre seus principais clientes de nuvem também estão a Nvidia e o TikTok, da ByteDance.
👉 Serviços de nuvem são fundamentais para Inteligência Artificial porque oferecem poder de processamento e armazenamento sob demanda. Com isso, as empresas podem desenvolver IA permitindo treinar modelos complexos, armazenar grandes volumes de dados e acelerar o desenvolvimento globalmente, sem altos investimentos em infraestrutura própria.
A Oracle compete com gigantes como Amazon, Microsoft, Google e xAI na corrida por maior capacidade de computação, o que tem levado o setor a investimentos anuais da ordem de centenas de bilhões de dólares.
Segundo o balanço financeiro, a Oracle registrou lucro ajustado de US$ 1,47 por ação no trimestre, ligeiramente abaixo da estimativa de US$ 1,48 projetada por analistas de Wall Street, informou a CNBC. A receita do período foi de US$ 14,93 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões).
Mesmo abaixo do previsto, o desempenho representa crescimento de 12% em comparação aos US$ 13,3 bilhões (cerca de R$ 71 bilhões) obtidos no mesmo trimestre do ano anterior. Já o lucro líquido permaneceu estável em US$ 2,93 bilhões, exatamente o mesmo valor registrado um ano antes.
Com a alta do dia, o valor de mercado da empresa chegou aos US$ 969 bilhões (R$ 5,2 trilhões), levando a Oracle um passo mais próximo ao cobiçado clube das empresas de US$ 1 trilhão (R$ 5,4 trilhões).
Quem é Larry Ellison
A maior parte da fortuna de Ellison vem de sua participação de 41% na Oracle. Além de cofundador, ele atua como presidente do conselho e diretor de tecnologia da companhia.
O empresário nasceu em 17 de agosto de 1944, em Nova York. Aos nove meses, foi adotado por seus tios após sua mãe biológica, Florence Spellman, enfrentar problemas de saúde que a impediram de cuidar dele. Criado na zona sul de Chicago, Ellison permaneceu na cidade até a adolescência.
Começou a cursar o ensino superior na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, mas abandonou o curso após dois anos. Posteriormente, ingressou na Universidade de Chicago, onde permaneceu por apenas um semestre.
Na juventude, mudou-se para Berkeley, na Califórnia, e trabalhou em várias empresas de tecnologia. Foi na Ampex que teve seu primeiro contato com bancos de dados — experiência que marcou sua carreira.
Em 1977, Ellison cofundou a Oracle Corporation, inicialmente chamada Software Development Laboratories, junto com Bob Miner e Ed Oates. A empresa se destacou como pioneira no desenvolvimento de bancos de dados relacionais.
Sob sua liderança, a Oracle se tornou uma das maiores fornecedoras mundiais de software empresarial, com atuação em bancos de dados, aplicativos corporativos e serviços em nuvem.
Em setembro de 2014, Ellison deixou o cargo de CEO, passando a ocupar os cargos de presidente do conselho e diretor de tecnologia.
Em 2010, Ellison aderiu ao "Giving Pledge" e se comprometeu a doar pelo menos 95% de sua fortuna para causas beneficentes. Em 2012, adquiriu 98% da ilha de Lanai, no Havaí, por US$ 300 milhões, tornando-se proprietário da maior parte do território.
Ellison também se destacou como investidor: foi membro do conselho da Tesla até junho de 2022 e aplicou US$ 1 bilhão na aquisição do Twitter (atualmente X) por Elon Musk.
No esporte, sua equipe BMW Oracle Racing conquistou a America's Cup em 2010, e a Oracle Team USA defendeu o título com sucesso em 2013.
Conhecido por seu estilo de vida luxuoso, Ellison é entusiasta de iates e aviões, além de esportes como tênis e golfe.
O empresário ainda é dono de quase metade da Paramount Skydance, gigante da mídia formada pela fusão de US$ 8,4 bilhões (R$ 45,5 bilhões) entre o estúdio Paramount e a produtora Skydance.
Larry Ellison, CEO da Oracle Corporation, gesticula enquanto faz um discurso durante a Cúpula da Nova Economia de 2014, em Tóquio, no dia 9 de abril de 2014.
TORU YAMANAKA / AFP
'Trabalhei sete dias seguidos e até de madrugada', diz demitido do Itaú em home office
Itaú demite funcionários após avaliar produtividade no home office
Marcos (nome fictício) trabalhou quase dez anos no Itaú na área de tecnologia. Foi promovido e premiado por desempenho. Ainda assim, foi demitido nesta semana sob a acusação de baixa produtividade no home office.
Quando a notícia chegou, não era exatamente inesperada.
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Ele havia acabado de saber que um colega tinha sido desligado. Pouco depois, seu coordenador perguntou quando ele iria ao escritório — Marcos trabalhava em regime híbrido e só ia ao local ocasionalmente. Ao chegar, foi levado a uma sala diferente da habitual, onde soube da demissão.
Ele pediu que a BBC News Brasil preservasse seu nome verdadeiro, pois está em busca de novo emprego.
O motivo oficial alegado por seu supervisor foi "baixa produtividade no home office, atrelada ao tempo de tela."
"Já trabalhei em final de semana, mais de sete dias seguidos. Isso nos últimos seis meses. Mesmo assim, foi alegado que eu tinha baixa produtividade."
Marcos estava na lista de cortes que o banco promoveu no início desta semana e que mobilizou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. O Itaú não divulga o número total, mas o sindicato fala em pelo menos 1 mil desligamentos.
O motivo das demissões seria um problema de produtividade — com funcionários em home office trabalhando menos horas efetivas do que o registrado na plataforma de trabalho da empresa.
"Em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco", afirma a nota do Itaú a veículos de imprensa.
Mas como o Itaú media essa produtividade dos trabalhadores remotos?
A empresa considera o uso de mouse ou teclado, de softwares licenciados, se entrou em chamadas de vídeo, enviou mensagens, fez cursos à distância, dentre outras métricas.
Há exceções para esse controle: segundo a empresa, a política de monitoramento não permite capturar telas, áudios ou vídeos.
Como funcionam programas que monitoram funcionários no home office
O Itaú disse que esse modelo híbrido, adotado desde 2022, dá mais autonomia aos funcionários. Mas também demanda um controle da jornada.
O banco afirma que esse controle estava previsto em políticas internas assinadas pelos colaboradores e em acordo com os sindicatos.
Mas Marcos diz que nunca ficou claro como esse monitoramento era feito.
"A gente suspeitava, porque tem um monte de monitoramentos nos nossos computadores. Mas não sabíamos que monitoravam cliques, alt tab, scroll, tempo em reunião, coisas assim", disse.
"Várias vezes almocei na frente do computador porque não podia parar naquele momento, depois tirei minha pausa do almoço mais tarde. Mesmo assim, isso não foi visto."
O banco diz ter identificado uma minoria de trabalhadores com baixos níveis de atividade digital e que isso seria um comportamento padrão, não uma situação pontual. Algumas pessoas teriam trabalhado só em 20% do tempo, de forma sistemática.
Marcos reclama de não ter tido a oportunidade de provar que trabalhou em tempo integral, sem pausas.
"Eu não posso nem provar, pois não vi qual era minha porcentagem (de tempo trabalhado). Ouvi falar que era 80% fora da máquina. Eu sei que nunca fiquei trabalhando apenas duas horas e depois fiquei em outro lugar. Sempre fiz minhas oito horas. Não vimos a plataforma, não sabemos como é. Então só ficamos na suspeita e querendo saber por quê. Por que essas pessoas foram escolhidas, como foram escolhidas?"
Segundo ele, os cortes foram feitos de forma abrupta, sem diálogo prévio. "Não teve feedback. Não foi nada avisado, conversado. Rodou um facão e quem estava com a perna embaixo foi cortado", afirmou.
"É preocupante. Chega um momento em que percebemos que nos dão o home office como benefício, mas no final eles encontram uma desculpa que não faz sentido. Meu coordenador falou que eu era produtivo e que ele não tinha planos de fazer isso."
Marcos diz que não pensa em processar a empresa e que já está em busca de novos empregos. "Sabemos que isso queima um pouco no mercado. Sou jovem e acho que isso não vale a pena."
Faltou transparência nos motivos que levaram às demissões no Itaú?
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região questionou o Itaú sobre a falta de transparência nas medidas adotadas. E alega que o número de desligamentos é excessivo, desproporcional e injustificável.
A organização diz ainda que "não é razoável usar mecanismos de monitoramento e vigilância para justificar cortes em massa. É preciso estabelecer limites claros para a vigilância digital, pois esse tipo de prática pode gerar pressão excessiva, afetar a saúde mental e criar um ambiente de trabalho opressivo".
Para o advogado especialista em direito de trabalho e professor da FGV Direito Rio Paulo Renato Fernandes da Silva, é direito do empregador fiscalizar os empregados.
"Se o empregado trabalha em casa, dentro da empresa ou dentro de um cliente, em tese, a empresa continua com poder de fiscalizar."
Ele ressalta, no entanto, que é recomendável que os contratos tratem de como será feito esse monitoramento.
"É muito importante que os contratos criem, por exemplo, cláusulas que expliquem que há algum tipo de controle. É o recomendável. A forma de controle, em tese, deve ser combinada com o trabalhador. Para que ele possa corresponder àquela situação. É uma espécie de dever de boa fé, de lealdade, transparência, deveres inerentes ao contrato de emprego."
Ele lembra que a legislação brasileira prevê que o empregado pode ser desligado a qualquer momento, sem a necessidade de comunicar o motivo. Mas que há boas práticas adotadas por empresas, como dar mais prazo ao funcionário, conversar previamente com o trabalhador, oferecer cursos de capacitação, dentre outras opções.
O que disse o banco sobre as demissões?
O Itaú confirmou os desligamentos em uma nota e disse que eles são "decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada."
Disse ainda que "em alguns casos, foram identificados padrões incompatíveis com nossos princípios de confiança, que são inegociáveis para o banco" e que "essas decisões fazem parte de um processo de gestão responsável e têm como objetivo preservar nossa cultura e a relação de confiança que construímos com clientes, colaboradores e a sociedade."
Destacou também que o monitoramento de atividades digitais tem respaldo em diversas políticas internas e assinadas por seus colaboradores não apenas em seus contratos de trabalho, como também na retirada de equipamentos corporativos, entre outros termos.
Fachada do Itaú
Divulgação
Mega-Sena pode pagar R$ 55 milhões nesta quinta-feira
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.913 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 55 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (11), em São Paulo.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
No concurso da última terça (9), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 19h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
É necessário ter 18 anos ou mais para participar. O pagamento, nesse caso, é realizado de forma online, com opção via PIX.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Preço do café cai pelo 2º mês seguido, mas voltará a subir em breve, dizem indústrias
Café ainda vai continuar caro por um bom tempo no Brasil.
Mike Kenneally/Unplash
Nem deu tempo de o brasileiro sentir a queda da inflação do café moído, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), que calcula a média dos preços praticados nas principais capitais brasileiras.
O levantamento mostrou que, em agosto, o café ficou 2,17% mais barato em relação a julho. Foi o segundo mês seguido de queda, depois de um ano e meio de altas, resultado do pico da colheita.
Mas os preços devem voltar a subir já nas próximas semanas entre 10% e 15%, estima o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Celírio Inácio, com base em informações de duas grandes empresas do setor.
As donas do café: marcas populares no Brasil pertencem a empresas estrangeiras
Segundo Inácio, o quilo do café poderá chegar a R$ 80 nos próximos meses. Em agosto, o preço médio do produto foi de R$ 62,83, de acordo com a Abic.
Isso tem acontecido porque a indústria está pagando mais caro pelo café que vem das fazendas.
No campo, as cotações, que chegaram a cair a partir de março, voltaram a subir desde o início de agosto. Veja no mapa abaixo, que mostra os valores para os tipos robusta e arábica, os principais produzidos no país.
Cotação média mensal do preço do café ao produtor.
Arte/g1
O aumento no campo é o reflexo de fatores como:
a concretização do tarifaço de 50% dos EUA sobre o café brasileiro, que fez o preço do grão disparar na bolsa de Nova York, que é referência mundial para a negociação do grão;
os baixos estoques de café no mundo, resultado de quatro anos seguidos de queda na colheita dos principais produtores do mundo em razão dos problemas climáticos;
a queda na produção brasileira de café arábica este ano, principal variedade produzida no país;
geadas no Cerrado Mineiro, que causaram um prejuízo de 424 mil sacas (25 mil toneladas), segundo a StoneX Brasil.
Efeito do tarifaço nos preços
Até o início de agosto, o tarifaço ainda não havia provocado alta nas cotações do café no campo brasileiro e na bolsa de Nova York.
Isso porque o mercado esperava que o presidente dos EUA, Donald Trump, colocasse o café na lista de produtos isentos do tarifaço, como fez com o suco de laranja, explica o analista da StoneX Brasil, Fernando Maximiliano. Afinal, mais de 30% do grão consumido nos EUA sai do Brasil.
Como o café ficou de fora da lista, a cotação do produto disparou na bolsa, diante da expectativa de redução da oferta dentro dos EUA.
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O tarifaço também não aumentou a quantidade de café disponível no Brasil, um cenário que poderia ter dado um alívio para o bolso do brasileiro.
"Esse excedente de café [que iria para os EUA] vai ser comercializado para outros destinos", diz Maximiliano.
Na avaliação dele, os exportadores brasileiros devem começar a vender mais café para a Europa. Isso porque grandes países produtores, como a Colômbia, devem direcionar mais café para os EUA, deixando de atender outros clientes, como os europeus.
A Colômbia é uma competidora do Brasil na exportação de café arábica, e está sendo tarifada em 10% pelos EUA, taxa bem menor que a imposta aos produtos brasileiros.
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Estoque de café no mundo está baixo
Há muito tempo o brasileiro convive com preços altos e o analista da StoneX explica que existe um fator mais estrutural por trás de tudo isso.
"Os principais produtores de café [Brasil, Vietnã e Colômbia] estão enfrentando problemas climáticos desde 2020 e isso tem dificultado o restabelecimento de uma produção ampla, que seja capaz de atender a demanda global e preencher os estoques", afirma Maximiliano.
"Este é um problema persistente e que só será superado com uma safra grande no Vietnã, na Colômbia e, principalmente, no Brasil, que é o país que mais coloca café no mundo. Mas não é o que vai acontecer com a gente este ano", diz.
Colheita veio menor que o esperado
Segundo Celírio Inácio, da Abic, a expectativa inicial era de que o Brasil colhesse uma boa quantidade de café, mas a realidade mostrou outro cenário.
No mês passado, com a colheita já no fim, foram constatados dois problemas na safra, relacionados a volume e rendimento.
Além de a quantidade de grãos colhidos ter sido menor que a esperada, o café também veio em um tamanho menor e mais leve. “Nesse caso, é preciso mais grãos para encher uma saca de 60 kg, o que também faz o preço subir.”
A safra brasileira de café arábica, que é a variedade mais produzida no Brasil, deve ter queda de 18,7% este ano, em relação a 2024, estima a StoneX Brasil.
Clima ruim no campo e no bolso
Maximiliano lembra que as quedas consecutivas na produção de café entre 2020 e 2024 aconteceram em razão de secas e geadas.
Esse cenário fez o preço da saca do arábica, por exemplo, saltar de cerca de R$ 600, em 2020, para aproximadamente R$ 2.500, neste ano.
"É uma diferença muito grande. A indústria acaba repassando esse aumento para o consumidor final, pois, caso contrário, não consegue nem se manter na atividade", finaliza.
Entenda o impacto do tarifaço de Donald Trump para o agro do Brasil
Estudo revela os diferentes graus de impacto do tarifaço americano em cada região brasileira
Primeiro mês do tarifaço teve impactos diferentes em cada região do Brasil
O primeiro mês do tarifaço de Donald Trump teve efeitos diferentes em cada região do Brasil.
Para se aventurar em águas internacionais, uma marca de pescados investiu: comprou fábrica, contratou gente e pescou muita lagosta - que ainda não saiu da caixa. Culpa do tarifaço.
“A lagosta, como é um produto caro e a gente tem uma concorrência muito pesada da América Central, ela simplesmente parou. A gente não tem mais previsão de embarque para o ano de 2025. A gente deve ficar com 12,5% esse ano do que a gente vendeu em 2024”, diz Thiago de Luca, CEO da Frescatto.
Os pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, usaram a base de dados do governo federal para medir os efeitos da sobretaxa. Os números mostram que as exportações brasileiras para os Estados Unidos recuaram 27,7% no intervalo de um mês; 18,5% na comparação ano a ano.
Na Região Sudeste, a que mais vende para os Estados Unidos, queda de 38% em um mês. A queda da região Nordeste impressiona: 52,7% entre julho e agosto. Só que na comparação ano a ano, o saldo é positivo. O que indica, segundo a pesquisa, um grande volume antecipado de vendas no mês de julho, para fugir da sobretaxa.
“Essas informações têm o objetivo de ajudar o governo federal a ser muito mais focalizado e certeiro nas suas medidas de políticas públicas para ajudar não só estados, mas diversos segmentos a superar o mais rápido possível essa situação”, diz Flavio Ataliba, pesquisador do FGV Ibre.
Esse estudo resume o impacto do tarifaço até aqui como rápido, profundo e desigual. Os pesquisadores da FGV dizem, no entanto, que ainda é cedo para medir o efeito que tudo isso está provocando no emprego. É preciso aguardar os próximos meses, inclusive porque os setores estão se reorganizando, buscando novos mercados, o que pode amenizar ou até mesmo reverter prejuízos.
Enquanto tenta encontrar novos clientes na Europa e na Ásia, uma fábrica que processa castanhas no Ceará precisou enxugar gastos.
“A gente teve que traçar soluções, alternativas de redução de banco de horas, férias, para que nenhuma medida mais difícil tenha que ser tomada”, conta Thiago Taumaturgo, diretor-executivo da Usibras.
Já as lagostas pescadas sob medida para os pratos norte-americanos agora estão só no aguardo de alguma panela chinesa:
“O pescado brasileiro é conhecido como de alta qualidade no mundo todo, mas a gente precisa de tempo, a gente precisa de tempo para conseguir suportar esse impacto inicial tão forte que o setor teve”, afirma Thiago de Luca, CEO da Frescatto.
Estudo revela os diferentes graus de impacto do tarifaço americano em cada região brasileira
Reprodução/TV Globo
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