Petrobras tem lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no 1º trimestre, alta de 48,6% na comparação anual
Fatores como o aumento da produção e a maior venda de petróleo impactaram positivamente os resultados, declarou a companhia. Valorização do real em relação ao dólar também ajudou. Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, aumento de 48,6% em relação aos R$ 23,7 bilhões no mesmo período de 2024, informou a estatal nesta segunda-feira (12). Os números vieram em linha com a expectativa de analistas do mercado.
O resultado representa um salto também em comparação com os três meses imediatamente anteriores, quando a petroleira registrou prejuízo de R$ 17 bilhões. Na ocasião, as perdas da estatal foram puxadas pela valorização do dólar, que disparou frente ao real no fim do ano passado.
Segundo a petroleira, fatores como o aumento da produção e a maior venda de petróleo impactaram positivamente os resultados. Além disso, o movimento contrário no câmbio — com a moeda brasileira avançando 7% ante o dólar ao final do primeiro trimestre — também ajudou, informou a companhia.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a produção da empresa aumentou 5,4% na comparação com os últimos três meses de 2024.
"Assim, alcançamos um caixa de US$ 8,5 bilhões com as nossas operações, que nos permite investir para continuar gerando valor e remunerar os nossos acionistas", disse, em comunicado que acompanha a divulgação do balanço financeiro.
“Iniciamos o ano de 2025 com resultados operacionais e financeiros robustos, que refletem a capacidade técnica da Petrobras em superar desafios e gerar valor para a sociedade brasileira", acrescentou.
Resultados financeiros
Segundo os resultados financeiros divulgados nesta segunda, a companhia registrou uma forte geração de caixa, alcançando um EBITDA ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 61 bilhões.
Já o EBITDA sem eventos exclusivos alcançou R$ 62,3 bilhões, um crescimento de 8% em comparação ao quarto trimestre de 2024.
"A melhora do resultado reflete principalmente o aumento nos volumes de petróleo produzido e comercializado, além do cenário externo mais favorável caracterizado pelo aumento no crackspread de diesel [diferença de valor entre o preço do petróleo bruto e o preço do diesel refinado]", disse a petroleira em comunicado.
O fluxo de caixa operacional (FCO), que representa a geração de caixa da companhia a partir de suas operações, foi de R$ 49,3 bilhões. Ao anunciar o resultado, a Petrobras também destacou que essa "é uma métrica fundamental para avaliação do desempenho de uma empresa".
Enquanto isso, os investimentos atingiram R$ 23,7 bilhões, concentrados em projetos do pré-sal nos campos de Búzios e Atapu, acrescentou a estatal.
"A Petrobras retornou à sociedade R$ 65,7 bilhões pagos em tributos no período", informou.
Dividendos aos acionistas
A petroleira também anunciou que seu conselho de administração aprovou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio intercalares de R$ 11,72 bilhões. Os proventos serão abatidos da remuneração aos acionistas a ser aprovada em assembleia geral.
O valor corresponde a R$ 0,90916619 por ação ordinária e preferencial em circulação, como antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2025.
A companhia declarou que o pagamento proposto está alinhado à sua política de remuneração aos acionistas. As normas preveem que, em caso de endividamento bruto igual ou inferior US$ 75 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre.
Segundo o fato relevante divulgado pela petroleira, os pagamentos serão feitos em duas parcelas nos meses de agosto e setembro de 2025, sendo:
primeira parcela de R$ 0,45458310 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 20 de agosto de 2025.
segunda parcela de R$ 0,45458309 por ação ordinária e preferencial em circulação, paga em 22 de setembro de 2025.
No caso da segunda parcela, os pagamentos serão de R$ 0,30844749 sob a forma de dividendos e R$ 0,14613560 sob juros sobre capital próprio.
Petrobras reduz preço do diesel a partir desta sexta-feira
Importação de produtos chineses pelo Brasil cresceu quase 20% em 2024, diz governo
Levantamento da Apex mostra que volume passou de US$ 53 bi em 2023 para US$ 63 bi em 2024. Lula está na China, e governo anunciou aumento de investimentos chineses no país. Lula foi recebido com pompa por Xi Jinping na China, em abril deste ano
Ricardo Stuckert/Divulgação
A importação de produtos chineses pelo Brasil cresceu quase 20% na comparação entre os anos de 2023 e 2024, segundo levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
A China é o principal parceiro comercial do Brasil no mundo e, em meio ao cenário de "tarifaço" imposto pelo governo dos Estados Unidos, especialistas em comércio exterior e diplomatas apontam que o Brasil precisa agir em duas frentes: negociar com a Casa Branca e ampliar as relações com outros parceiros comerciais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está na China e, nesta segunda-feira (12), o governo brasileiro informou que o país asiático pretende investir R$ 27 bilhões em novos projetos no Brasil.
Esta é a terceira reunião entre Lula e o presidente chinês, Xi Jinping. A viagem à China ocorre após visita oficial à Rússia, onde Lula criticou as medidas norte-americanas e defendeu uma aproximação ao governo Vladmir Putin.
O aceno a Moscou foi visto com incômodo por críticos do governo, que condenam a visita ao país europeu em meio à guerra na Ucrânia.
Lula defende multilateralismo em fórum com empresários na China
Entre os setores de investimentos estão o de delivery, com a plataforma Meituan; o de carros elétricos, com a montadora Great Wall Motors, o de energia limpa, com a estatal CGN; e o de mineração, com o grupo Baiyin Nonferrous.
Relação comercial
A relação comercial entre Brasil e China é superavitária para o Brasil, isto quer dizer que o país mais exporta em valor agregado que importa dos chineses.
Veja abaixo nos números levantados pela Apex:
Exportações do Brasil para China:
2023: US$ 104,3 bilhões;
2024: US$ 94,37 bilhões.
Importação de produtos chineses:
2023: US$ 53,17 bilhões;
2024: US$ 63,6 bilhões.
Com isso, a corrente comercial (somadas as exportações e as importações) registrou os seguintes resultados:
2023: US$ 157,47 bilhões;
2024: US$ 157,97 bilhões.
Considerando o saldo das exportações brasileiras para a China menos as importações de produtos chineses, o resultado é positivo para o Brasil nos dois anos:
2023: US$ 51,13 bilhões (positivo para o Brasil);
2024: US$ 30,77 bilhões (positivo para o Brasil).
'Parceiros 'incontornáveis'
Ao participar da cerimônia de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, o presidente Lula disse nesta segunda-feira que Brasil e China são parceiros "incontornáveis".
"Demos mais um passo para fortalecer nosso intercâmbio bilateral e criar oportunidades de comércio, investimento e desenvolvimento. China e Brasil são parceiros estratégicos e atores incontornáveis nos grandes temas globais", afirmou Lula na ocasião.
Brasil pode vender mais 400 produtos para a China
Outro levantamento, também feito pelo Apex, mostra que, considerando somente alguns países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil tem cerca de 1,6 mil produtos que pode vender a mais para esses aliados em setores como proteína animal, alimentos processados e rochas ornamentais.
Só no caso da China, conforme a Apex, o Brasil tem 400 produtos a oferecer para o país asiático.
No atual contexto internacional, o estudo da Apex afirma que "a nova política tarifária do governo Trump nos EUA pode levar a uma maior aproximação comercial do Brasil com os países do grupo", isto é, do Brics.
Anac libera permissões de pousos e decolagens da Voepass para outras companhias em aeroportos de SP
Concessão de slots é válida até outubro. Sem poder operar, empresa de Ribeirão Preto não atingiu índice mínimo de voos exigido pela agência em Congonhas e Guarulhos. Balcão de atendimento da Voepass vazio no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, no dia 11 de março de 2025
Joabe Marques e Felipe Pereira/TV Globo
A Voepass, companhia aérea com sede em Ribeirão Preto (SP), perdeu temporariamente a permissão de realizar pousos e decolagens nos aeroportos de Guarulhos e de Congonhas, em São Paulo (SP).
Isso porque a empresa ainda conseguiu comprovar à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que tem condições de realizar voos em segurança e, sem operar, não atingiu o índice mínimo de 80% de regularidade de voos para esses dois terminais.
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Com isso, desde domingo (11), 28 slots - nome dado às cotas de operação das aeronaves em datas e horas específicas - foram disponibilizados temporariamente pela agência para utilização de outras companhias aéreas até 25 de outubro deste ano.
A empresa atendia 16 destinos em voos comerciais e já foi considerada uma das maiores do país. Desde 11 de março, a companhia foi proibida de operar, depois que a Anac identificou falhas em aspectos de segurança e determinou a correção dessas irregularidades.
Pista do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos
Sidnei Barros/Prefeitura de Guarulhos
Essa auditoria foi iniciada depois de um desastre aéreo que matou 62 pessoas em agosto de 2024 em Vinhedo (SP). O incidente agravou a crise financeira da companhia, que recentemente entrou com um pedido de recuperação judicial.
Em 25 de março, a Anac decidiu manter os slots nos aeroportos de Guarulhos e de Congonhas, a pedido da companhia, mas não a isentou dos critérios de avaliação para definir seu índice de regularidade, o chamado waiver, critério usado para perda ou manutenção desses espaços.
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Segundo a Anac, a suspensão total dos voos da Voepass é uma medida cautelar que será mantida enquanto a empresa não comprovar que sanou as irregularidades apontadas.
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Regularidade de voos e slots
Os slots são as permissões que as companhias aéreas possuem para pousos e decolagens nos aeroportos. Para que possam utilizá-las, as companhias precisam manter, periodicamente, uma operação mínima dos voos programados.
Esse índice de regularidade é medido basicamente em duas temporadas ao ano, que têm metas distintas para evitar distorções de sazonalidade e para garantir comparações anuais equilibradas:
a summer (S), temporada de verão, com voos entre março e outubro
a winter (W), temporada de inverno, com voos entre outubro e março.
Segundo a Anac, a Voepass não atingiu os 80% previstos para a temporada de verão deste ano (S25) em Congonhas e Guarulhos, o que permite a realocação temporária dos slots para outras empresas.
"De acordo com a regra de slots, quando uma empresa não mantém a regularidade, abre-se a possibilidade de operação dessas posições por outras empresas", comunicou a agência.
De acordo com a agência, essa decisão não interfere na distribuição de slots das próximas temporadas, como a temporada de verão de 2026 (S26), quando a agência faz uma nova distribuição desses espaços para as companhias.
"Os efeitos são temporários, sem reflexo na obtenção de históricos de slots para a temporada S26. No entanto, para a temporada S26, esses slots retornam para a Anac, que fará nova distribuição, com foco na atração de novas empresas."
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Em crise, Correios lançam proposta que prevê redução de jornada, suspensão de férias e fim do trabalho remoto
Estatal espera economizar R$ 1,5 bilhão em 2025 com as medidas. Objetivo é contornar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, déficit quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior. Correios justificam o prejuízo que tiveram em 2024.
Reprodução
Os Correios divulgaram nesta segunda-feira (12) um plano estratégico de trabalho para contornar o prejuízo de R$ 2,6 bilhões obtido em 2024 e melhorar o fluxo de caixa da empresa.
Entre as medidas anunciadas está o incentivo à redução de jornada de trabalho e, consequentemente, à redução do salário dos trabalhadores.
O documento foi divulgado internamente e disponibilizado pela empresa. Caso o plano consiga alcançar todos os itens apresentados, os Correios esperam economizar R$ 1,5 bilhão em 2025.
"Estamos diante de um desafio importante: a necessidade de reduzir despesas", afirma o texto.
Para que a proposta funcione, a empresa espera contar com o apoio dos funcionários. São cerca de 86 mil profissionais que serão atingidos diretamente pelas medidas.
"Neste momento, a contribuição de cada empregada e empregado, por menor que pareça, é valiosa. Juntos, temos todas as condições de superar os desafios e construir um futuro mais promissor e vitorioso para nossa equipe".
Puxado pelos Correios, estatais têm pior déficit da série histórica
As medidas tomadas pela empresa são:
➡️Revisão da estrutura dos Correios Sede: redução de pelo menos 20% do orçamento de funções (redução dos cargos comissionados);
➡️Incentivo à redução da jornada de trabalho: diminuição do horário de trabalho para 6 horas diárias e 34h semanais. Atualmente, são 8h diárias e 44h semanais.
➡️Suspensão temporária de férias: a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano. As férias voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026;
➡️Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais requisitos de elegibilidade;
➡️Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios: o pagamento do adicional de atividade será o mais vantajoso para empregados;
➡️Convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial: todos os empregados devem retornar ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025, com exceção daqueles protegidos por decisão judicial;
➡️Lançamento de novos formatos de planos de saúde: a escolha da rede credenciada será dialogada com as representações sindicais. A economia estimada será de 30%;
➡️Lançamento do marketplace próprio ainda em 2025;
➡️Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB), para investimentos internos.
Aumento de despesas
No texto, a empresa estatal justifica o prejuízo que teve em 2024 e argumenta que a situação se deve aos impactos da "queda nas receitas com encomendas internacionais", conforme mostrou o g1 em abril. Porém, reconhece um aumento de despesas no período.
Entre os aumentos significativos registrados ano passado estão os custos operacionais, que aumentaram R$ 716 milhões em relação ao ano anterior. Passando de R$ 15,2 bilhões para R$ 15,9 bilhões. Esse é o maior custo anual realizado pelos Correios desde 2017, quando a empresa gastou R$ 16 bilhões, diz o texto.
A maior parte desse aumento de custos corresponde aos gastos com pessoal, que passou de R$ 9,6 bilhões em 2023 para R$ 10,3 bilhões em 2024.
No relatório de Demonstrações Financeiras, os Correios justificaram que esse aumento se deveu ao Acordo Coletivo de Trabalho assinado com mais de 80 mil empregados (R$ 550 milhões).
Além do reajuste do vale alimentação/refeição (R$ 41 milhões). Por isso, a empresa aponta a necessidade de apoio dos funcionários.
🔎Demonstrações financeiras são relatórios de contabilidade que mostram a situação financeira de uma empresa em um determinado período.
Prejuízo de R$ 2,6 bilhões
O déficit em 2024 é quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, quando o prejuízo foi de R$ 597 milhões.
🔎O termo "déficit" significa que o gasto somado foi maior que a receita que os Correios conseguiram gerar no ano.
Na apresentação deste ano, os Correios reajustaram os dados de 2023 para melhor representar as normas contábeis e, assim, o resultado final do ano anterior acabou subindo para R$ 633 milhões.
Correios registram prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, aponta relatório
💲Esta é a primeira vez, desde 2016, que os Correios apresentam um prejuízo bilionário em suas operações. À época, a empresa teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão (R$ 2,3 bilhões em valores atualizados).
Entre as justificativas dadas pela empresa para o resultado negativo, está o fato de que apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento terem superávit — quando as receitas são maiores do que as despesas.
"Ainda que 85% das unidades sejam consideradas deficitárias, os Correios garantem o acesso universal de todas e todos aos serviços postais, com tarifas justas, em cada um dos 5.567 municípios atendidos", ponderou os Correios.
Investimentos
Por outro lado, a empresa também justificou que houve um investimento de R$ 830 milhões ao longo de 2024, totalizando R$ 1,6 bilhões desde que a nova gestão assumiu.
Nos últimos dois anos foram R$ 698 milhões na aquisição de novos veículos e outros R$ 600 milhões gastos em manutenção da infraestrutura operacional da empresa.
Parte dos veículos adquiridos faz parte do plano estratégico da empresa, que estabelece um prazo de 5 anos para transição ecológica de suas atividades.
Desta forma, apenas em 2024 foram adquiridos:
50 furgões elétricos;
3.996 bicicletas cargo com baú; e 2.306 bicicletas elétricas.
A empresa ainda comprou 1.502 veículos para renovar a frota já existente.
Apesar do prejuízo em 2024, a estatal reafirmou que manterá sua estratégia de investimentos que ampliem "soluções tecnológicas" e reduzam o impacto no meio ambiente.
"A sustentabilidade continuará a ser tema central em nosso dia a dia. Esperamos evoluir ainda mais em nossos propósitos de caráter social e ambiental", afirmou a empresa.
Fluxo de caixa
Outra situação que afetou os Correios em 2024 e que tem trazido problemas para a empresa neste ano é a redução da liquidez financeira da empresa.
De acordo com as Demonstrações Financeiras divulgadas na sexta-feira (9) passada, a empresa utilizou R$ 2.9 bilhões do dinheiro que estava no caixa e em aplicações financeiras, totalizando 92% do que estava aplicado em 2023.
Na apresentação mais recente, a empresa afirmou que tinha apenas R$ 249 milhões nessas contas.
Essa escassez de dinheiro faz com que os Correios atrasem repasses e pagamentos aos envolvidos no processo de geração de receita da empresa.
Com isso, desde o começo de abril, transportadoras que prestam serviço para os Correios estão paralisadas ou trabalhando em um ritmo mais lento, o que resulta em uma demora maior para o envio e entrega de encomendas.
No começo do ano, a empresa também atrasou o repasse da comissão das agências conveniadas – franqueados que prestam serviço de recebimento e despacho de encomendas.
Acordo entre EUA e China para reduzir tarifas não derruba a 'taxa das blusinhas' de Trump
Decreto colocava fim à isenção tributária de produtos vindos da China no início de abril, mas acordo reduz o imposto de 145% para 30%. Analistas creem que momento pode ser bom para empresas como Shein e Temu refazerem estoques nos EUA. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mike Stewart/ AP Photo
O acordo entre EUA e China para redução das tarifas recíprocas, anunciado nesta segunda-feira (12), não menciona a chamada "supertaxa das blusinhas" imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No dia 2, uma ordem executiva foi assinada pelo republicano para colocar fim à brecha comercial norte-americana conhecida como "minimis", que permitia isenção de impostos para pacotes de valor mais baixo vindos da China e de Hong Kong.
A medida é semelhante à decisão do governo brasileiro que colocou um imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 e que ficou conhecida no Brasil como "taxa das blusinhas".
No caso dos EUA, as encomendas com valor de até US$ 800 (R$ 4,5 mil) passariam a ter um imposto de 145% do seu valor ou uma taxa fixa de US$ 100 (R$ 563,94) por item. E a expectativa era de que essa taxa aumente para US$ 200 (R$ 1,1 mil) após 1º de junho. Agora, o que se entende é que estarão sujeitas aos 30% fixados para produtos chineses.
Segundo a Reuters, o número de remessas que entraram nos EUA livres de imposto aumentou exponencialmente nos últimos anos, chegando a quase 1,4 bilhão de pacotes em 2024. Além disso, mais de 90% de todos os pacotes chegavam aos EUA por meio dos "minimis" sendo quase 60% da China.
A isenção ajudou empresas como Temu e Shein a ganhar popularidade nos EUA, vendendo gadgets, roupas e acessórios ultra baratos para os compradores americanos. A Amazon criou um serviço semelhante, o Amazon Haul, que também se beneficiou da política de minimis.
A redução das tarifas deve ajudar a reabastecer os armazéns nos EUA a um custo menor. "Existem algumas mercadorias de valor baixo o suficiente que você pode adicionar 30% ao preço de varejo e ainda faz sentido", disse Hugo Pakula, especialista em alfândega e CEO da plataforma de automação comercial Tru Identity, à Reuters.
Trump amplia 'taxa das blusinhas' nos EUA e encarece produtos chineses
Acordo reduz tarifas por 90 dias
Os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente as chamadas "tarifas recíprocas" entre os dois países durante 90 dias.
As tarifas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%.
As taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Representantes das duas potências se encontraram neste fim de semana em Genebra, na Suíça, para discutir as taxas sobre importações e anunciaram o acordo em conjunto na madrugada desta segunda-feira (12).
Eles disseram que a redução das tarifas entrará em vigor até quarta-feira (14), mas não divulgaram a data exata.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, explicou que o acordo não inclui tarifas específicas para cada setor e que os EUA continuarão o "reequilíbrio estratégico" em áreas como medicamentos, semicondutores e aço, onde identificaram vulnerabilidades na cadeia de suprimentos.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas a mais de 180 países por Trump, no início de abril.
Depois de uma escalada de aumentos de parte a parte, as taxas dos EUA contra os chineses chegaram a 145%, enquanto a China passou a cobrar 125% de produtos americanos.
Exportações da China disparam em março, por conta de Tarifaço de Trump
Novo leilão da Receita tem iPhone 13 por R$ 731 e MacBook por R$ 4 mil; veja como participar
Período de recebimento das propostas vai das 8h de 20 de maio até as 21h do dia 26. Sessão para lances está prevista para o dia 28 do mesmo mês. MacBook está em um dos lotes disponíveis no novo leilão da Receita Federal.
Divulgação/ Receita Federal
A Receita Federal em São Paulo realizará mais um leilão regional de mercadorias apreendidas ou abandonadas em 28 de maio.
São 200 lotes no total, que incluem notebooks, smartphones, eletrodomésticos, fones de ouvido, carros, caminhões, pneus, bolsas, calçados, utensílios domésticos, entre outros.
Segundo a Receita, o leilão será realizado de forma eletrônica e é destinado a pessoas físicas e jurídicas.
O período para recebimento das propostas vai das 8h do dia 20 de maio até as 21h do dia 26. A sessão para lances está prevista para as 10h do dia 28 do mesmo mês (horários de Brasília).
Os lances devem ser feitos para os lotes fechados — ou seja, um conjunto de determinados itens.
Alguns dos lotes mais baratos custam a partir de R$ 150, com smartphones Xiaomi e torneira para banheira. Já o mais caro custa a partir de R$ 359,9 mil e possui quase 100 mil lâmpadas de LED.
Outros destaques do leilão são:
Do lote 149 ao 161, é possível adquirir iPhones 13 de 128 GB a partir de R$ 731;
No lote 187, é possível adquirir um Honda Civic a partir de R$ 9 mil;
No lote 191, é possível adquirir um Toyota Corolla modelo 2009 a partir de R$ 13,8 mil.
No lote 36, é possível adquirir um MacBook Air A2337 13" a partir de R$ 4 mil.
Do lote 37 ao 40, é possível adquirir smartphones Xiaomi Redmi por valores a partir de R$ 150.
No lote 182, é possível adquirir dois sistemas para DJ da marca Pioneer, a partir de R$ 7,2 mil.
Nos lotes 15 e 16, é possível adquirir 71 patinetes patinetes elétricos, a partir de R$ 69,4 mil.
De acordo com o Fisco, os lotes estarão disponíveis para visitação entre 20 e 26 de maio, nas cidades de São Paulo, Barueri, Suzano, São Bernardo do Campo, Santo André, Campinas, Bauru, Santos, Guarujá, Araraquara, Sorocaba, Taubaté, Jacareí e Guarulhos.
Os lotes poderão ser examinados de forma presencial, mediante agendamento, em dias de expediente normal. Os endereços e horários para visitação, bem como os contatos para agendamento, estão indicados no edital do leilão.
A Receita ainda destacou que os bens arrematados por pessoas físicas não podem ser vendidos, assim como alguns lotes específicos adquiridos por pessoas jurídicas.
Além disso, os licitantes terão 30 dias para retirada dos lotes arrematados. O pagamento das mercadorias é feito por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf).
Por fim, também alertou para que os contribuintes tenham cuidado para não cair em golpes.
"A Receita Federal alerta para a realização de transmissões ao vivo (lives) fraudulentas que simulam leilões de mercadorias apreendidas em plataformas de compartilhamento de vídeos na Internet", afirmou o Fisco em nota oficial, indicando que a participação é feita exclusivamente pelo e-CAC. Veja como participar do leilão mais abaixo.
Quem pode participar do leilão?
Pessoas físicas podem participar do leilão sob os seguintes critérios:
ser maior de 18 anos ou pessoa emancipada;
ser inscrito no Cadastro de Pessoas Física (CPF);
ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal.
Já para pessoas jurídicas, os critérios são os seguintes:
ter cadastro regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica (CNPJ);
ou, no caso do responsável da empresa ou de seu procurador, ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do governo federal.
Como funcionam os leilões
Como participar do leilão?
Para participar do leilão apresentando um lance, o interessado precisa seguir os seguintes passos:
entre 20 e 26 de maio, observando os horários estabelecidos pela Receita, acessar o Sistema de Leilão Eletrônico por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC);
selecionar o edital do leilão em questão, de número 0800100/000003/2025 - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 8ª REGIÃO FISCAL;
escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em "incluir proposta";
aceitar os termos e condições apresentados pelo site da Receita;
e incluir o valor proposto (que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo estabelecido pela Receita), e salvar.
Fábrica da BYD no Brasil atrasa e só estará em pleno funcionamento no fim de 2026
Cronograma da fábrica construída em Camaçari, na Bahia, envolvia produção já em 2024. Empresa diz que montagem dos primeiros veículos começa ainda este ano. Fábrica na Bahia será a primeira da BYD fora da Ásia
Assessoria BYD
A fábrica da BYD no Brasil só estará completamente funcional em dezembro de 2026. A informação é de Augusto Vasconcelos, gestor da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), no estado da Bahia.
"A obra da fábrica foi atrasada, em razão de investigações, e existe um novo cronograma estabelecido, para que até dezembro de 2026, a fábrica esteja em pleno funcionamento e com a expectativa de geração de cerca de 10 mil postos de trabalho", afirmou em rede social.
Mesmo com o adiamento da capacidade plena da fábrica para 2026, Vasconcelos apontou que, ainda neste ano, será iniciada a produção de forma reduzida e no esquema SKD, juntamente com a contratação de mão de obra para esse trabalho.
“Já neste ano, em 2025, existe a expectativa de que carros estejam sendo produzidos e algumas contratações têm sido efetivadas. Não no contingente inicialmente divulgado”, complementa o político.
🔎 SKD é um dos tipos de montagem, em que veículos são enviados para a fábrica parcialmente desmontados, em uma espécie de kit para que sejam finalizados no destino. Mesmo não "nascendo" no Brasil, automóveis finalizados desta forma são considerados carros nacionais.
Vasconcelos também informou que uma plataforma de capacitação do estado preparou 500 trabalhadores para atuarem na BYD, com mais vagas previstas para serem abertas futuramente.
A BYD afirma que a montagem dos veículos será iniciada nos próximos meses, ainda em estágio inicial de sua capacidade, que seguirá crescendo aos poucos.
"A estimativa é que sejam criados 20 mil postos de trabalho diretos e indiretos ao longo do projeto, consolidando a planta baiana como o maior polo industrial da BYD fora da China", diz a empresa em nota.
Em março do ano passado, a própria BYD havia prometido que a fábrica, instalada na antiga planta da Ford, em Camaçari (BA), estaria em pleno funcionamento já em 2025.
"Ao longo de 2025 nós teremos a fabricação completa aqui saindo dessa planta de Camaçari, da BYD, para todos os estados do Brasil e, certamente, para os países ao qual a BYD atua na América Latina”, afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD.
Durante o anúncio, a companhia afirmou que a capacidade da fábrica será de 150 mil veículos por ano. Os carros planejados para fabricação no estado da Bahia são:
BYD Dolphin;
BYD Dolphin Mini;
BYD Song Plus;
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A fábrica da BYD na Bahia é fruto de R$ 5,5 bilhões em investimentos anunciados pela companhia em 2023. O polo industrial da marca envolve três unidades no mesmo município de Camaçari. Além dos carros citados acima, a marca chinesa também produzirá:
Caminhões e chassis para ônibus;
Processamento de insumos para as baterias, como lítio e ferro fosfato.
Trabalhadores chineses foram resgatados na fábrica da Bahia
Em dezembro do ano passado, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) fiscalizou a fábrica de Camaçari (BA) e resgatou 163 trabalhadores chineses, encontrados em trabalho análogo à escravidão na obra de construção da planta.
Por meio de nota, a BYD informou que recebeu a notificação do Ministério do Trabalho e Emprego de que a construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda havia cometido irregularidades e decidiu encerrar o contrato com a empreiteira.
Os funcionários estavam distribuídos em quatro alojamentos principais. A fiscalização resultou em embargos e interdições, já que os espaços apresentavam situações degradantes para os trabalhadores.
O MTE informou ter encontrado as seguintes irregularidades:
Camas sem colchões ou com revestimentos inadequados;
Falta de armários;
Itens pessoais misturados com alimentos;
Banheiros insuficientes e precários — em um caso, havia apenas um banheiro para 31 trabalhadores.
Em audiência realizada em janeiro, a BYD e as três empresas contratadas para a construção da fábrica, informaram que todos os 163 trabalhadores chineses resgatados de trabalho análogo à escravidão receberam os valores referentes à rescisão dos contratos e retornaram para a China.
Aposentado pelo INSS, senador diz ter sofrido descontos irregulares por entidade investigada
Jayme Campos (União-MT) afirma não ter autorizado débitos, que somam cerca de R$ 1 mil. Parlamentar identificou irregularidade após operação da PF; defesa afirma que tomará 'todas as providências'. Senador Jayme Campos
Andressa Anholete/Agência Senado
O senador Jayme Campos (União-MT) afirmou nesta segunda-feira (12) que sofreu descontos irregulares em sua aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Aposentado pelo INSS, o parlamentar declarou ao g1 ter identificado descontos que se aproximam de R$ 1 mil — o valor exato, de acordo com a defesa do senador, ainda está sendo apurado.
Segundo Jayme Campos, nenhum dos débitos foi autorizado previamente. Ele acredita ser uma das vítimas do esquema bilionário que desviou recursos de beneficiários do INSS entre 2019 e 2024.
Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que associações e entidades realizavam cadastros de aposentados sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios.
A PF e a CGU afirmam que o prejuízo total pode chegar a R$ 6,3 bilhões no período investigado.
Segundo o senador, os débitos em sua aposentadoria ocorreram entre março de 2024 e abril de 2025.
Veja abaixo as imagens dos extratos da aposentadoria de Jayme Campos:
Extrato da aposentadoria do senador Jayme Campos em abril de 2025, com o desconto indevido destacado em amarelo
Reprodução
Desconto no extrato da aposentadoria do senador Jayme Campos em março de 2024, com desconto indevido destacado
Reprodução
O parlamentar afirmou que não autorizou os descontos, identificados, de acordo com ele, sob a rubrica da entidade Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas (Caap).
A Caap é uma das 11 associações investigadas pela PF e pela CGU no esquema de desvio de aposentadorias.
Jayme Campos disse que somente tomou conhecimento dos débitos após a operação realizada pela PF no último dia 23. De acordo com ele, os descontos foram identificados por seu contador pessoal.
"Após essa denúncia que houve de desvio, o contador foi verificar, porque nunca verifiquei. E ele falou: 'senador Jayme, estão descontando o senhor desde 2024'. Ele ainda teve a curiosidade de pegar o holerite", explicou Campos ao g1, que já havia mencionado os desvios a colegas em uma comissão do Senado na última semana.
O senador, que também negou conhecer a entidade responsável pelo débito, afirmou que os descontos começaram com valores próximos a R$ 70 e subiram para mais de R$ 80 mensais.
"Já estão descontando há algum tempo, e eu não tinha conhecimento", disse.
Felipe Carapeba Elias, advogado do senador, afirmou que ainda estão "levantando" os valores descontados indevidamente do parlamentar e que todas as "providências serão tomadas".
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O esquema
Segundo as investigações, as associações ofereciam serviços como desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para tal.
Cobravam, então, mensalidades irregulares, descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sem a autorização deles.
Há casos, de acordo com a PF e com a CGU, de associações que falsificaram assinaturas de beneficiários da Previdência.
No rescaldo da operação, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e, em seguida, demitido do cargo. Dias depois, o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão.
Outros cinco servidores públicos foram afastados de suas funções, a maioria ligada ao INSS.
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Nissan vai demitir mais de 10 mil funcionários, diz imprensa japonesa
No mês passado, a empresa alertou que provavelmente registraria um prejuízo líquido recorde de US$ 4,74 bilhões a US$ 5,08 bilhões. Nissan
Divulgação | Nissan
A Nissan Motor vai demitir mais de 10 mil pessoas em todo o mundo, elevando o número de cortes em massa para cerca de 20 mil ou 15% de sua força de trabalho, informou a emissora pública japonesa NHK nesta segunda-feira (12).
A Nissan não comentou o assunto ao ser procurada pela Reuters.
A empresa deve anunciar na terça-feira (13) resultados do ano comercial que terminou em março. No mês passado, a empresa alertou que provavelmente registraria um prejuízo líquido recorde de 700 bilhões a 750 bilhões de ienes (US$ 4,74 bilhões a US$ 5,08 bilhões), devido a encargos.
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O presidente-executivo da Nissan, Ivan Espinosa, que assumiu no lugar de Makoto Uchida como no mês passado, está reestruturando as operações da Nissan e disse anteriormente que a empresa estava considerando medidas adicionais.
A Nissan, que tinha mais de 133 mil funcionários em março do ano passado, anunciou planos em novembro passado para cortar 9 mil empregos e reduzir a capacidade global em 20%.
A empresa também disse que fecharia uma fábrica na Tailândia até junho e fecharia mais duas fábricas que não foram identificadas.
Na sexta-feira (9), a empresa disse que havia decidido desistir de um plano para construir uma fábrica de US$ 1,1 bilhão, para a qual receberia subsídios do governo, para baterias de veículos elétricos na ilha de Kyushu, no sudoeste do Japão.
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Exportação de ovos do Brasil aos EUA dispara mais de 800% entre janeiro e abril, diz associação
Alta aconteceu em relação a igual período de 2024, diz ABPA. EUA passaram a comprar ovos do Brasil para consumo humano em 2 de fevereiro. Antes, produto ia somente para a indústria americana. Surto de gripe aviária nos Estados Unidos faz exportação de ovos do Brasil disparar
As exportações de ovos do Brasil para os Estados Unidos saltaram de 608 toneladas de janeiro e abril de 2024, para 5,5 mil toneladas a igual período deste ano, uma disparada de 816%.
É o que informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta segunda-feira (12).
➡️Os EUA passaram a comprar ovos do Brasil para consumo humano no dia 2 de fevereiro deste ano.
➡️Antes disso, os ovos que saíam do Brasil para o país eram destinados apenas à indústria americana, para fabricação de produtos pet.
A forte expansão das importações de ovos por parte dos EUA ocorre em meio a surto de gripe aviária no país, que dizimou milhares de aves, e levou o preço dos ovos a níveis recordes.
No Brasil, a situação está controlada, e não há registros de gripe aviária em granjas comerciais.
Mesmo assim, o preço do ovo disparou de janeiro a março, puxado pelo período Quaresma e aumento do preço do milho.
Em abril, porém, o preço começou a cair. Segundo o IBGE, a inflação do produto recuou 1,3% em relação a março, mas ainda acumula alta de 16,7% em 12 meses.
Exportação de ovos do Brasil aos EUA dispara 816% entre janeiro e abril, diz associação.
Jakub Kapusnak/Unplash
Vendas para outros países
No total, o Brasil exportou 13 mil toneladas de ovos entre janeiro e abril deste ano, alta de 133,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
A receita no período chegou a US$ 28,3 milhões, aumento de 152,6%, em relação ao mesmo período de 2024.
Somente em abril, as vendas brasileiras de ovos totalizaram 4,3 mil toneladas, volume 271% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
“O mês de abril mantém o ritmo positivo das exportações de ovos, com presença crescente do produto brasileiro em mercados de alto valor e rigor sanitário", destaca o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
A ampliação das vendas para os Estados Unidos e o Japão, por exemplo, reforça a confiança internacional na qualidade e na segurança da nossa produção”, acrescenta.
Destaques de abril
Entre os principais destinos, os Estados Unidos lideraram as importações de ovos do Brasil no mês, com 2,8 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 6,3 milhões.
O Japão aparece na sequência, com 371 toneladas (+298,9%) e receita de US$ 777 mil (+299,7%).
Outros destaques:
México: 242 toneladas embarcadas – país que retoma posição entre os principais compradores;
Chile: 638 toneladas (-11,7%), com receita de US$ 1,58 milhão (-8,4%);
Uruguai: 83 toneladas (+18,6%), com receita de US$ 406 mil (+61,6%);
União Europeia: 22 toneladas (+64%), com receita de US$30 mil (-21,6%);
Libéria: 15 toneladas (+36,7%) com receita de US$40 mil (+51,9%).
“Estamos observando uma recomposição estratégica da pauta exportadora. Os embarques estão mais diversificados e com presença em mercados que demandam produtos com alto padrão de qualidade, abrindo caminho para a consolidação de fluxos duradouros”, analisa Santin.
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Bolsas de Nova York disparam após acordo entre China e EUA sobre tarifaço
Durante 90 dias, as taxas 'recíprocas' sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%; já as tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Entrada da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em Wall Street, em 7 de abril de 2025
REUTERS/Kylie Cooper/Foto de arquivo/Foto de arquivo
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em forte alta nesta segunda-feira (12), por causa do acordo que o país estabeleceu com a China para reduzir o tarifaço implementado pelo presidente americano Donald Trump.
O S&P 500, que reúne ações das principais empresas americanas listadas na bolsa, atingiu o seu maior nível desde o início de março, aos 5.844,17 pontos.
📉 Veja o desempenho das principais bolsas de Nova York:
Dow Jones subiu 2,81%;
S&P 500 subiu 3,26%;
Nasdaq subiu 4,35%.
As duas maiores economias do mundo concordaram em reduzir significativamente as chamadas "tarifas recíprocas" sobre produtos de importação durante 90 dias. (leia mais aqui)
Neste período, as taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. Já as tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Quando Trump anunciou as primeiras "tarifas recíprocas" a mais de 180 países, no que ele chamou de "Dia da Libertação", no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
A diminuição das taxas, portanto, é vista com bons olhos pelos investidores porque afasta o temor de que a economia global esteja caminhando para uma recessão.
"O mercado precisa se recalibrar para a situação anterior ao 'Dia da Libertação', e isso parece uma economia em crescimento muito construtiva", disse Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital LLC, à Reuters.
No entanto, analistas também alertam para ter cautela com o otimismo.
"Esta é uma redução substancial da tensão. No entanto, os EUA ainda impõem tarifas muito mais altas à China", ponderou Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics. "Não há garantia de que a trégua de 90 dias dará lugar a um cessar-fogo duradouro."
▶️ Bolsas asiáticas
Na China, as bolsas também dispararam após o acordo e fecharam em alta. O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses.
📉 Veja o desempenho das principais bolsas da China e de Hong Kong no fechamento:
🇨🇳 CSI 1000, da China, subiu 1,40%;
🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subiu 3,12%.
O acordo foi mais longe do que muitos analistas esperavam. "Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
"Obviamente, essa é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo", acrescentou Zhang.
As outras principais bolsas asiáticas, do Japão e da Coreia do Sul, já haviam fechado antes do anúncio.
▶️ Bolsas europeias
As bolsas da Europa também encerraram em alta nesta segunda-feira.
📉 Veja o desempenho dos principais índices no fechamento:
🇩🇪 o DAX, da Alemanha, subiu 0,22%;
🇫🇷 o CAC 40, da França, subiu 1,37%;
🇬🇧 o FTSE 100, do Reino Unido, subiu 0,59%;
🇮🇹 o Itália 40, da Itália, subiu 1,48%;
🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, subiu 0,56%;
🇳🇱 o AEX, da Holanda, subiu 1,80%;
🇨🇭 o SMI, da Suíça, subiu 1,37%.
China e EUA anunciam acordo para pausar tarifaço
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Os Estados Unidos querem tirar da China as vantagens em tratados internacionais por ser considerado um país em desenvolvimento
AP - Andy Wong
Dólar fecha em alta, após acordo entre EUA e China; Ibovespa sobe e renova maior patamar desde agosto
A moeda norte-americana teve alta de 0,53%, cotada a R$ 5,6849. Já a bolsa encerrou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior nível em quase nove meses. Notas de dólar
Luisa Gonzalez/ Reuters
O dólar encerrou a sessão desta segunda-feira (12) em alta, a R$ 5,68, após o anúncio de um acordo entre os Estados Unidos e a China para reduzir os efeitos do tarifaço implementado pelo presidente americano Donald Trump. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, também teve leve alta.
As duas potências concordaram em diminuir significativamente as chamadas "tarifas recíprocas" sobre produtos de importação durante 90 dias.
As taxas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%.
As tarifas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Após a notícia, o dólar ganhou força e subiu em relação a outras moedas importantes e os mercados de ações se recuperaram. A diminuição das taxas afasta o temor de que a economia global esteja caminhando para uma recessão.
Por aqui, os investidores também estão de olho na divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta terça-feira (13).
Na semana passada, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa básica de juros pela sexta vez seguida, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. O comunicado não deu indicações sobre os próximos passos, mas deixou a impressão de que o Copom pode parar de subir os juros.
Por isso, o boletim Focus divulgado nesta segunda já aponta que os economistas do mercado financeiro não esperam mais movimentos da taxa Selic até o fim de 2025.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar fechou em alta de 0,53%, cotado a R$ 5,6849. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7059. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,53% na semana;
avanço de 0,14% no mês; e
perda de 8,01% no ano.
No sexta-feira (9), a moeda americana fechou em baixa de 0,11%, aos R$ 5,6547.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,04%, aos 136.563 pontos, renovando o maior patamar desde agosto.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,04% na semana;
avanço de 1,11% no mês; e
ganho de 13,53% no ano.
Na sexta, o índice fechou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O acordo entre Estados Unidos e China sobre tarifas, anunciado nesta segunda-feira (12), foi bem recebido pelo mercado financeiro.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura é que a trégua tarifária entre os dois países diminui esses riscos.
Quando Trump anunciou as primeiras "tarifas recíprocas" a mais de 180 países, no que ele chamou de "Dia da Libertação", no início de abril, as bolsas norte-americanas registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Agora, a redução das tarifas representou um alívio para os investidores. As principais bolsas de Nova York dispararam após o anúncio. O S&P 500, que reúne ações das principais empresas americanas listadas na bolsa, atingiu o seu maior nível desde o início de março.
As ações chinesas também decolaram e fecharam em alta. O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses.
O acordo teve um resultado mais positivo do que muitos analistas esperavam. "Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
"Obviamente, esta é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo", acrescentou Zhang.
Na semana passada, o mercado já havia reagido positivamente ao anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido sobre o tarifaço.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto o Reino Unido concordou em reduzir as taxas sobre os produtos norte-americanos de 5,1% para 1,8%, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
Trump também indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos.
Ainda no cenário internacional, Índia e Paquistão declararam um cessar-fogo imediato após o aumento recente das tensões militares na área. A medida diminui o risco geopolítico no sul da Ásia e foi vista como um alívio por investidores que monitoram a estabilidade da região.
E no Brasil?
Por aqui, o mercado financeiro também está na expectativa da divulgação da ata da última reunião do Copom na terça-feira (13). Ela deve detalhar as discussões que levaram o BC a elevar a taxa Selic para 14,75% na semana passada.
Apesar de não ter dado indicações sobre os próximos passos da política monetária, o Copom deixou a impressão de que pode parar de subir os juros, após as seis altas consecutivas.
Com isso, analistas de bancos passaram a projetar uma estabilidade na taxa de juros da economia brasileira. Até então, eles estimavam uma nova elevação em meados de junho, para 15% ao ano, segundo o boletim Focus.
Pela quarta semana consecutiva, os analistas do mercado financeiro também reduziram a expectativa de inflação de 2025, de 5,53% para 5,51%. Mesmo com a redução, no entanto, o índice continuaria bem acima do teto da meta, que é de 4,5%.
Na sexta-feira (9), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, mostrou que os preços subiram 0,43% em abril. O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado.
Acordo entre China e EUA é boa notícia para o Brasil e para os mercados
Equipe de Lula espera repercussões positivas na economia mundial, beneficiando o Brasil. Alckmin confia agora em acordo sobre aço e alumínio brasileiros. O acordo firmado por 90 dias entre Estados Unidos e China sobre a guerra comercial é uma boa notícia para o Brasil e investidores estrangeiros. A equipe do presidente Lula espera que uma volta da "normalidade" nas relações comerciais entre os dois países tenha repercussão positiva para a economia mundial – evitando uma recessão nos Estados Unidos e uma desaceleração na China, e beneficiando o Brasil nos dois casos. Os Estados Unidos concordaram em reduzir alíquotas de importação de 145% para 30%, enquanto China as reduziu de 125% para 10%. O Brasil espera também conseguir reduzir a alíquota sobre a exportação de aço e alumínio, hoje em 25%, para pelo menos 10%. No caso da tarifa recíproca geral de 10%, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já sinalizou que não vai recuar. O Brasil já começa a trabalhar em abrir exceções para a regra imposta pelo norte-americano. Em Pequim, governo Lula anuncia R$ 27 bilhões de investimentos da China no Brasil China e EUA anunciam acordo para pausar tarifaço Na China, depois de uma passagem polêmica pela Rússia, o presidente Lula voltou a defender o multilateralismo e classificou a visita ao país asiático como a mais importante do ponto de vista comercial e geopolítico do seu terceiro mandato. Lula está acompanhado de ministros e empresários brasileiros de olho no fortalecimento dos laços comerciais com a China. Trump tem uma relação hostil com os dois países, que podem aproveitar esse momento para uma aliança mais intensa. Por sinal, a reunião prevista para esta terça (13) deve ser o terceiro encontro entre Lula e Xi Jinping no atual mandato do brasilero. Enquanto isso, até agora, Lula e Trump não conversaram. Presidente Lula está na China para encontros com empresários O brasileiro tem deixado claro que pretende aumentar a relação com os chineses– mas diz que não quer escolher entre China e Estados Unidos, e sim, manter um forte relacionamento com os dois países. A diferença é que a China abre as portas para o Brasil, enquanto Trump fecha. Essa segunda viagem de Lula à China foi preparada com grande antecedência, com ministros visitando o país asiático para negociar acordos comerciais, principalmente fazendo uma sinergia entre projetos do PAC e a Nova Rota da Seda chinesa. O Brasil, vale lembrar, não aderiu à Nova Rota da Seda – um ambicioso projeto de investimentos chineses para criar infraestrutura para facilitar as exportações e importações da China com o mundo.
Fim dos 'descontos na folha' de aposentados do INSS divide o governo Lula
Presidente do INSS defende que órgão não seja intermediário de descontos de associações nem de empréstimos consignados. A proposta de acabar com os descontos em folha de aposentados do INSS divide o governo Lula. A equipe econômica é a favor da extinção desses abatimentos. O próprio ex-ministro Carlos Lupi defendeu a medida antes de cair do cargo. O atual presidente do INSS, Gilberto Waller Jr., também encampou a ideia para impedir desgastes na imagem do órgão. Waller Jr. avalia que essa intermediação não deveria ser feita pelo INSS, mas sim pelo setor privado. Integrantes da ala política do governo e aliados de Lula no mundo sindical, no entanto, defendem manter os descontos que forem devidamente autorizados. E por dois motivos. Um: os descontos de associações ligadas a sindicatos foram uma forma de financiar essas entidades depois do fim do imposto sindical compulsório. Dois: no caso do crédito consignado, esses aliados de Lula dizem que a presença do INSS garante juros mais baixos para os aposentados, estimulando a economia e garantindo crédito barato para os segurados do INSS. Nos dois casos, esse grupo afirma que o melhor não é proibir os descontos, mas sim, criar um sistema imune a fraudes. INSS ainda não tem previsão para começar a devolver o dinheiro da fraude nos benefícios Embate com a oposição O governo segue tentando neutralizar os ataques da oposição – que está associando, nas redes sociais, o presidente Lula às fraudes nos descontos de segurados do INSS. O Planalto está em desvantagem por enquanto – mas decidiu reagir municiando deputados e senadores governistas com dados para mostrar que o esquema teria começado durante o governo Bolsonaro. Outra missão do governo Lula é evitar a instalação de uma CPMI do INSS. Em semana de Congresso esvaziado, com Davi Alcolumbre e Hugo Motta fora do país, a CPMI do INSS vai seguir servindo de palco para uma batalha entre oposição e governo sobre quem é o responsável pelas fraudes. “Não quero show de pirotecnia”, diz Lula sobre fraudes no INSS Até agora, nas redes sociais, os aliados do presidente Lula estão perdendo a batalha. A oposição vem conseguindo difundir a mensagem de que o governo atual permitiu que aposentados e pensionistas fossem roubados. Deputados do PT reagem e fazem ligações de dirigentes destas associações com o governo Bolsonaro, destacando que um dirigente investigado fez doação de campanha para o ex-presidente da República. Na avaliação dos investigadores, é um caso de responsabilidade compartilhada. O esquema fraudulento começou no governo Bolsonaro – mas prosseguiu no governo Lula, com a participação de servidores do órgão.
Mercado financeiro já não acredita mais em alta do juro básico neste ano
Já a projeção de inflação do mercado financeiro recuou pela quarta semana seguida, para 5,51%. Mesmo assim, segue bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. Os economistas do mercado financeiro passaram a projetar estabilidade na taxa de juros da economia, a Selic, até o fim de 2025 - no atual patamar de 14,75% ao ano. Com isso, os analistas dos bancos deixaram de acreditar em um novo aumento do juro básico da economia, fixado pelo Banco Central no decorrer deste ano. Nova alta da Selic pode trazer problemas para quitar dívidas Até então, os analistas projetavam uma nova elevação em meados de junho, para 15% ao ano (algo que não acontece mais) quando se reúne novamente o Comitê de Política Monetária (Copom) - colegiado que define a Selic. As projeções, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central (BC). Na semana passada, o BC elevou os juros pela sexta vez seguida, para 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas. E não deu indicações sobre os próximos passos. Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado é de 14,75% ao ano. Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção em 12,50% ao ano. Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano. O BC fixa a taxa de juros olhando para frente, com base nas expectativas de inflação do mercado. Se elas estão acima da meta, o BC tende a manter o juro alto, ou elevá-los. Se estão em linha com as metas, pode reduzir a Selic. Neste momento, as expectativas de inflação estão acima das metas dos próximos anos, com a economia doméstica mostrando sinais de aquecimento. Entretanto, o cenário externo contribui para uma desaceleração do ritmo de expansão da economia, por conta do tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil). Inflação Os analistas do mercado financeiro também reduziram a expectativa de inflação de 2025 pela quarta semana consecutiva. ➡️ Para a inflação de 2025, a estimativa do mercado passou de 5,53% para 5,51%. Mesmo com a redução, a expectativa continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. ➡️Para 2026, a expectativa de inflação caiu de 4,51% para 4,50%. ➡️Para 2027, a expectativa continuou em 4%. ➡️Para 2028, a expectativa permaneceu 3,80%. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente. Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026. Desde janeiro, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e com o intervalo de tolerância. Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. Com o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Haddad no início de janeiro – creditando o resultado a fatores como o forte atividade econômica, a queda do real e os extremos climáticos. O BC também admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%. 🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento. Produto Interno Bruto Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado ficou estável em 2%. ➡️O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia. Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro continuou em 1,70%. Outras estimativas Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC: Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2025 caiu de R$ 5,86 para R$ 5,85. Para o fim de 2026, a estimativa recuou de R$ 5,91 para R$ 5,90. Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a projeção ficou estável em US$ 75 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo continuou em US$ 78,6 bilhões de superávit. Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso permaneceu inalterada também em US$ 70 bilhões.
INSS deve usar estrutura dos Correios para fazer atendimento presencial de aposentados
Neste domingo, o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a Caixa avalia formas de oferecer esse atendimento. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pretende usar a estrutura dos Correios para fazer atendimento presencial de aposentados e pensionistas que foram vítimas do esquema de fraudes no instituto (leia mais abaixo).
Neste domingo (11), o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a Caixa avalia formas de oferecer esse atendimento.
Ex-presidente do INSS disse ao Congresso não ter indícios de fraudes dias antes de operação da PF
Uma das formas de realizar esse atendimento, portanto, seria justamente aproveitar a estrutura física dos Correios, que está presente em todos os municípios brasileiros.
Uma reunião nesta semana deve selar a iniciativa. Os órgãos já têm um acordo de cooperação técnica, o que facilita a viabilidade da parceria.
"A nossa estrutura está à disposição do INSS para o que for necessário — que como empresa pública nós também cumprimos missão semelhante que é atender a população e o melhor tipo de atendimento possível aos brasileiros", afirmou o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.
Inss
Reprodução/TV Globo
Notificação
Na semana passada, o INSS afirmou que cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas tiveram descontos em seus benefícios nos últimos anos.
Essas pessoas terão de informar se os débitos foram autorizados por elas ou não para receberem o ressarcimento dos valores.
Os investigadores suspeitam que cerca de 4 milhões tenham sido vítimas de fraudes.
🚨 Os aposentados que tiveram descontos deverão receber na próxima terça (13) uma notificação pelo aplicativo "Meu INSS". Não haverá contato por telefone nem mensagem SMS, informou o instituto.
No dia seguinte à notificação, dois canais estarão disponíveis para que os segurados possam verificar qual associação realizou o desconto e o valor descontado: "Meu INSS" e a central de atendimento 135.
O governo ainda prepara um plano para realizar o ressarcimento total, que envolve acionar as associações de aposentados na Justiça. A suspeita é que a maioria delas fosse de fachada e uma parte tenha pago propina para servidores do INSS.
Em Pequim, governo Lula anuncia R$ 27 bilhões de investimentos da China no Brasil
Cifra inclui intenção de empresas como GWM (automóveis), Longsys (semicondutores), Mixue (fast food) e Keeta (app de entregas). China é principal parceira comercial do Brasil. Lula defende multilateralismo em fórum com empresários na China
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta segunda-feira (12), R$ 27 bilhões em novos investimentos da China no Brasil.
O número foi citado pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, após um fórum entre empresários brasileiros e chineses em Pequim.
Segundo a Apex, o valor inclui:
R$ 6 bilhões da GAC, uma das maiores montadoras chinesas, para "expansão de suas operações" no Brasil;
R$ 5 bilhões da Meituan, plataforma chinesa de delivery – que quer atuar no Brasil com o app "Keeta" e prevê gerar até 4 mil empregos diretos e 100 mil indiretos;
R$ 3 bilhões da estatal chinesa de energia nuclear CGN para construir um "hub" de energia renovável (eólica e solar) no Piauí;
até R$ 5 bilhões da Envision para construir um parque industrial "net-zero" (neutro em emissões de carbono) – o primeiro da América Latina, segundo a Apex;
R$ 3,2 bilhões da rede de bebidas e sorvetes Mixue, que deve começar a operar no Brasil e espera gerar 25 mil empregos até 2030;
R$ 2,4 bilhões do grupo minerador Baiyin Nonferrous, que anunciou a compra da mina de cobre Serrote, em Alagoas.
Há na conta, ainda, investimentos previstos da DiDi (dona do 99), da Longsys (empresa chinesa de semicondutores) e de empresas do setor farmacêutico. E acordos para a promoção de produtos brasileiros na China em áreas como café, cinema e varejo.
O presidente Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Nesta terça (13), Lula deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping.
Antes de chegar à China, a comitiva passou também pela Rússia, onde Lula se reuniu com Vladimir Putin e pediu um cessar-fogo na Ucrânia.
"Na última década, a China saltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil. Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de US$ 54 bilhões", citou Lula após o evento.
No discurso, Lula citou parcerias firmadas entre órgãos como Dataprev e Telebras, do governo brasileiro, e empresas de satélites e energia sustentável da China.
E para além da questão comercial, falou também em "elevar o intercâmbio de turistas e ampliar as conexões aéreas entre os países".
"A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial quando, na verdade, a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com os países que foram esquecidos nos últimos 30 anos por muitos outros países. É importante a gente lembrar", continuou.
Redução das taxas e pausa de 90 dias: China e EUA chegam a acordo sobre tarifaço
Lula disse ainda que, em seu primeiro mandato, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a China, então governada por Hu Jintao, como uma "economia de mercado" (em que o setor privado é predominante). E que, passados 20 anos, não se arrepende de ter feito esse reconhecimento.
Segundo o governo, empresas chinesas aplicarão recursos no Brasil em uma série de áreas, desde indústrias a novas marcas de comércio e serviços.
"Tem gente que reclama que o Brasil exporta para a China só produtos agrícolas e minério de ferro, ou seja, só commodities. E eu queria só dizer para as pessoas que pensam assim que para que a gente possa fazer investimento em produtos mais refinados, sofisticados, com mais ascensão tecnológica, é preciso a gente lembrar que durante muito tempo o Brasil deixou de investir em educação. É importante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no mundo tecnológico, no mundo digital, se a gente não investir na educação", disse Lula.
"Nós temos que exportar agronégicio e utilizar o dinheiro que entra no Brasil para investir em educação. Para a gente ser competitivo com a China na produção de carro elétrico, de baterias, na construção de IA. Ninguém vai dar isso de graça para nós. Nós temos que buscar a confiança de parceiros para que eles possam compartilhar conosco aquilo que eles sabem fazer. É isso que nós estamos fazendo com a China", emendou.
O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em Pequim
Ricardo Stuckert/Presidência da República
Ampliação do comércio
A viagem de Lula à China foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.
A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como "alternativa" para parte dos produtos americanos importados pela China.
A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio.
A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações vão inaugurar um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês.
Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, deve participar de encontros com autoridades. A pasta afirma que um dos objetivos da visita é a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.
Ao longo da viagem de Lula à China, há expectativa de que os governos chinês e brasileiro assinem uma série de acordos bilaterais.
Parte dos anúncios ocorrerá após encontro com Xi Jinping, na terça-feira. Será a terceira vez que o petista e o líder chinês se encontram desde que o presidente brasileiro voltou ao Planalto em 2023.
O cronograma da viagem prevê, ainda, a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Trump diz que vai reduzir preços de medicamentos nos EUA em pelo menos 59%
Além disso, afirmou que os custos sobre gasolina, energia e mantimentos também irão diminuir. Trump na Casa Branca em 30 de abril de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (12) que vai reduzir os preços dos medicamentos no país em pelo menos 59%.
Além disso, afirmou que os custos sobre gasolina, energia e mantimentos também irão diminuir. "Sem inflação!", escreveu em letras maiúsculas nas redes sociais.
No domingo (11), o republicano já havia dito que iria assinar uma ordem executiva para reduzir de 30% a 80% os preços dos medicamentos e produtos farmacêuticos no país, implementando o que é conhecido como preço de "nação mais favorecida" ou preço de referência internacional, segundo a Reuters.
A assinatura está marcada para as 9h desta segunda na Casa Branca.
"Por muitos anos, o mundo se perguntou por que os medicamentos prescritos e os produtos farmacêuticos nos Estados Unidos da América eram tão mais caros do que em qualquer outra nação, às vezes cinco a dez vezes mais caros do que o mesmo medicamento, fabricado exatamente pelo mesmo laboratório", disse.
"Sempre foi difícil de explicar e muito embaraçoso porque, na verdade, não havia uma resposta correta. As empresas farmacêuticas/de medicamentos diziam, por anos, que eram custos de pesquisa e desenvolvimento, e que todos esses custos eram, e seriam, sem razão alguma, suportados pelos 'otários' da América, sozinhos", continuou.
Por isso, disse que iria publicar o decreto de redução dos preços de medicamentos nos EUA e que os custos "aumentarão em todo o mundo para equalizar".
Segundo quatro lobistas ouvidos pela Reuters, que foram informados pela Casa Branca, as farmacêuticas esperavam uma ordem focada no programa de seguro saúde Medicare.
As farmacêuticas esperam que a ordem se aplique a um universo de medicamentos além daqueles atualmente sujeitos à negociação sob a Lei de Redução da Inflação do ex-presidente Joe Biden.
Por causa dessa lei, o Medicare negociou preços para 10 medicamentos, com implementação prevista para o próximo ano. Mais medicamentos devem ser negociados ainda este ano.
"A fixação de preços pelo governo, de qualquer forma, é ruim para os pacientes americanos", disse Alex Schriver, porta-voz do principal grupo de lobby das empresas farmacêuticas dos EUA, a Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, em um comunicado quando questionado sobre o decreto executivo planejado por Trump.
China e EUA anunciam acordo para pausar tarifaço
Ações da China disparam e fecham em alta após acordo sobre tarifaço com os EUA; yuan se valoriza
Tarifas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. Já as taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Investidores chineses monitoram preços das ações em uma corretora em Pequim
Mark Schiefelbein/AP
As ações chinesas fecharam em alta e o yuan se fortaleceu nesta segunda-feira (12) depois que Estados Unidos e China anunciaram um acordo para reduzir as chamadas "tarifas recíprocas", em uma importante desescalada da guerra comercial que ameaçava a economia global.
Durante 90 dias, as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. Já as taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. (leia mais aqui)
📉 Veja o desempenho das principais bolsas da China e de Hong Kong no fechamento:
🇨🇳 CSI 1000, da China, subiu 1,40%
🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, subiu 3,12%
As outras principais bolsas asiáticas, do Japão e da Coreia do Sul, já haviam fechado antes do anúncio.
O yuan subiu para 7,2001 por dólar, atingindo o maior valor em seis meses, enquanto sua versão offshore avançou mais de 0,5%.
“O resultado superou muito as expectativas do mercado. Antes, a esperança era apenas de que os dois lados se sentassem para conversar, e o mercado estava muito fragilizado”, disse William Xin, presidente do fundo hedge Spring Mountain Pu Jiang Investment Management, em Xangai.
“Agora há mais certeza. As ações chinesas e o yuan devem permanecer em alta por um tempo.”
Acordo sobre tarifaço
Representantes dos Estados Unidos e da China se encontraram neste fim de semana em Genebra, na Suíça, para discutir as taxas sobre importações e anunciaram o acordo em conjunto nesta segunda-feira (12).
Eles disseram que a suspensão das tarifas entrará em vigor até 14 de maio, mas não divulgaram a data exata.
"Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. "Temos um interesse comum em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão caminhando nessa direção."
Bessent explicou, porém, que o acordo não inclui tarifas específicas para cada setor e que os EUA continuarão o "reequilíbrio estratégico" em áreas como medicamentos, semicondutores e aço, onde identificaram vulnerabilidades na cadeia de suprimentos.
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
EUA e China chegam a um acordo sobre tarifaço, com redução das taxas por 90 dias
Tarifas sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%. Já as taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. China e EUA anunciam acordo para pausar tarifaço
Os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente as chamadas "tarifas recíprocas" entre os dois países durante 90 dias.
As tarifas dos EUA sobre as importações chinesas cairão de 145% para 30%.
As taxas da China sobre os produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%.
Representantes das duas potências se encontraram neste fim de semana em Genebra, na Suíça, para discutir as taxas sobre importações e anunciaram o acordo em conjunto na madrugada desta segunda-feira (12).
Eles disseram que a redução das tarifas entrará em vigor até quarta-feira (14), mas não divulgaram a data exata.
"Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. "Temos um interesse comum em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão caminhando nessa direção."
"O consenso das delegações neste fim de semana é de que nenhum dos lados deseja um desacoplamento", continuou Bessent. "E o que havia ocorrido com essas tarifas altíssimas era o equivalente a um embargo e nenhum dos lados quer isso. Queremos o comércio."
Bessent explicou, porém, que o acordo não inclui tarifas específicas para cada setor e que os EUA continuarão o "reequilíbrio estratégico" em áreas como medicamentos, semicondutores e aço, onde identificaram vulnerabilidades na cadeia de suprimentos.
Ele acrescentou que acredita que os negociadores dos EUA e da China se reunirão novamente nas próximas semanas para discutir um acordo comercial mais detalhado, mas não deixou claro quando isso irá ocorrer.
Em coletiva de imprensa pela manhã, Trump disse que não espera que as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas retornem a 145% após o fim da pausa de 90 dias, e que acredita que Washington e Pequim chegarão a um acordo definitivo.
O republicano também afirmou que a China já concordou em abrir o mercado para os EUA, mas que isso "levará um tempo para ser colocado no papel".
Trump destacou ainda que, além dos acordos sobre tarifas já firmados com a China e com o Reino Unido, muitos outros "estão a caminho".
No entanto, ameaçou aumentar as taxas para os países que se recusarem a apoiar sua proposta de reduzir os preços de medicamentos, assinada nesta segunda. A medida orienta que farmacêuticas diminuam os valores dos remédios nos EUA aos praticados "em outros países", segundo Trump.
Reação do mercado
A escalada das medidas tarifárias do presidente americano Donald Trump, com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA, abalou os mercados financeiros no mundo todo no mês passado.
Após o anúncio de um acordo entre EUA e China, o dólar passou a subir em relação a outras moedas importantes e os mercados de ações se recuperaram, com a diminuição da possibilidade de recessão global por conta do tarifaço.
Na China, os principais índices de ações fecharam em alta, e o yuan atingiu o maior valor em seis meses. Nos EUA, as bolsas de Nova York tinham fortes altas pela manhã.
O acordo foi mais longe do que muitos analistas esperavam. "Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong, à Reuters.
"Obviamente, essa é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias de suprimentos globais no curto prazo", acrescentou Zhang.
Trump diz que vai negociar novas tarifas com a China
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Os Estados Unidos querem tirar da China as vantagens em tratados internacionais por ser considerado um país em desenvolvimento
AP - Andy Wong
Imposto de Renda 2025: o que acontece se eu não declarar?
Quem não entregar a documentação dentro no prazo está sujeito ao pagamento de multa mínima de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido. Multa, nome sujo e CPF irregular. A lista de consequências para o contribuinte que não prestar contas à Receita Federal é grande e pode trazer dores de cabeça para aqueles que optarem por atrasar a entrega ou não enviarem a declaração do IR 2025.
O prazo para declaração começou no dia 17 de março e vai até 30 de maio.
Confira abaixo a lista de consequências para atrasos na entrega.
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Saiba tudo sobre o Imposto de Renda 2025
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Imposto de Renda 2025: Receita começa a receber declarações pré-preenchidas
Multa por atraso
Segundo informações do Fisco, no caso de apresentação da declaração após o prazo previsto ou da não apresentação do documento, o contribuinte que é obrigado a declarar fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma:
Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculado sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava "obrigado a declarar", mesmo sem imposto a pagar)
Aqueles que não são obrigados a entregar a declaração de ajuste anual não estão sujeitos à cobrança dessa multa. São eles:
Aposentados e assalariados que receberam abaixo de R$ 33.888,00 em 2024;
Pessoas que têm doenças consideradas graves (nesses casos, é necessário apresentar laudo médico para solicitar a isenção);
Pessoas com rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma.
O atraso começa a ser contado pela Receita Federal a partir do primeiro dia após o fim do prazo de entrega.
De acordo com o Fisco, aqueles que não fizerem a declaração e não pagarem a multa dentro do prazo de vencimento, também poderão ter a dedução desse valor nas restituições futuras, com os respectivos acréscimos legais.
Para alertar os esquecidos, a Receita Federal costuma enviar notificações para cobrar os contribuintes das correções necessárias e do pagamento de multa pela ausência do envio.
Nome sujo e CPF irregular
Quando o contribuinte não presta contas à Receita, ele também tem o nome incluso no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) — um banco de dados onde estão registrados os nomes de pessoas que estão em débito para com órgãos e entidades federais. Você pode conferir se possui pendências aqui.
Além de ter o nome incluído no cadastro de inadimplentes da Receita, o contribuinte ainda corre o risco de ter o CPF apontado como irregular pelo órgão.
Se a Receita entende que o contribuinte atende os critérios de obrigatoriedade e identifica que não houve a entrega da declaração dentro do prazo, ela registra que o documento ainda está pendente e isso gera uma restrição no CPF.
O Fisco reforça, no entanto, que suas normas não autorizam que outros órgãos públicos ou empresas privadas criem restrições ao cidadão apenas por estar com o CPF "pendente de regularização".
Ainda assim, pessoas com o CPF irregular podem ter dificuldades em:
Abrir ou movimentar contas bancárias e pedir empréstimos: isso porque, apesar de não existir um impedimento legal para esse tipo de movimentação financeira, os bancos têm autonomia para adotar políticas internas de análise de risco. Assim, um banco pode considerar a irregularidade do CPF como um fator negativo e pode negar a abertura da conta ou os empréstimos, por exemplo, com base em seus próprios critérios;
Tirar o passaporte: segundo a Polícia Federal, o cidadão que estiver com o CPF pendente de regularização só consegue tirar o passaporte se não houver nenhum impedimento judicial ou qualquer outro impedimento;
Participar de concursos públicos: apesar de as normas da Receita não autorizarem que outros órgãos públicos criem restrições ao cidadão apenas por estar nessa situação, alguns concursos públicos podem exigir que o CPF esteja em situação regular na hora da posse do cargo, como parte da documentação exigida;
Comprar ou vender imóveis: o CPF pendente de regularização não impede legalmente a compra e venda de imóveis. Ainda assim, é possível que os cartórios ou as instituições financeiras exijam a comprovação de regularidade cadastral como parte da documentação exigida no processo de registro ou financiamento; entre outros.
Dá prisão?
De maneira geral, a não entrega da declaração não configura crime e a Receita Federal não tem competência legal para realizar prisões ou bloqueio de contas de contribuintes, por exemplo.
Ou seja, não é porque o contribuinte deixou de entregar a declaração do Imposto de Renda que ele será preso.
O que acontece é que, quando não há a entrega da declaração de Imposto de Renda nem o pagamento da multa de atraso, o contribuinte entra no radar do Fisco, que pode passar a fazer uma análise mais rigorosa de suas movimentações financeiras.
A prisão como punição viria apenas na situação em que a Receita conclua que o contribuinte está atentando deliberadamente contra a legislação — como nos casos de fraude, sonegação fiscal ou mesmo de falsidade ideológica.
Esses casos, no entanto, não acontecem automaticamente e dependem de um processo rigoroso e estruturado de análise por parte do Fisco para comprovação do crime — que inclui o cruzamento de dados e a cooperação com outros órgãos (como a Polícia Federal e o Ministério Público), por exemplo.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
deseja atualizar bens no exterior.
EUA e China sinalizam avanços para reduzir tarifas após dois dias de negociações na Suíça
Detalhes do acordo devem ser divulgados nesta segunda (12). Secretário do Tesouro dos EUA e vice-primeiro-ministro chinês falam em 'progressos substanciais' e 'consenso importante'. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer, falam à imprensa após negociações comerciais com a China em Genebra
Martial Trezzini/Handout via Reuters
Estados Unidos e China indicaram, neste domingo (11), que avançaram nas negociações para reduzir tarifas comerciais após a escalada das últimas semanas, em que as taxas passaram de 100%.
Representantes dos dois países participaram de reuniões durante o fim de semana, em Genebra, na Suíça. Apesar das declarações otimistas, nenhuma medida concreta foi anunciada.
"Estou feliz em informar que fizemos progressos substanciais entre os Estados Unidos e a China nas importantíssimas negociações comerciais", informou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Segundo ele, detalhes sobre as conversas serão divulgados em uma declaração conjunta nesta segunda-feira (12).
O vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, confirmou o progresso nas conversas, que ele chamou de "francas, aprofundadas e construtivas".
Sem dar mais informações, Lifeng afirmou que ambos os lados chegaram a um "consenso importante".
Além de Scott Bessent e He Lifeng, o representante comercial americano Jamieson Greer participou das reuniões.
Neste domingo, Greer afirmou a repórteres que as diferenças entre as duas potências econômicas em questões comerciais "não são tão grandes quanto se pensava". "Foram dois dias muito construtivos. É importante entender a rapidez com que conseguimos chegar a um acordo."
Escalada de tarifas
Os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, após uma escalada que começou no chamado "Dia da Libertação", quando Trump anunciou tarifas a mais de 180 países.
A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% sobre produtos americanos.
Em sua primeira declaração sobre o encontro em Genebra, Trump afirmou na quinta (8) que acreditava em uma reunião "amigável" e em negociações "substanciais".
Na sexta (9), acrescentou que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses "pareciam corretas".
No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisavam "demonstrar sinceridade" e disposição para "corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais".
Trump diz que vai negociar novas tarifas com a China
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
E se o Brasil tivesse que escolher entre China ou Estados Unidos, como diz Trump?
Donald Trump diz que América Latina "talvez" tenha que escolher entre China ou Estados Unidos. Diplomatas e especialistas rejeitam a ideia. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019.
REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra nesta semana com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim.
Será o terceiro encontro oficial entre os dois desde que Lula assumiu o terceiro mandato, em janeiro de 2023.
E ao mesmo tempo em que o governo dos dois países tratam a viagem como uma oportunidade de aprofundar as parcerias entre os dois países, a visita de Lula à China acontece em meio a um contexto internacional de turbulência.
Estados Unidos e China estão em plena disputa por influência no mundo. O relatório anual da comunidade de inteligência dos Estados Unidos, divulgado neste ano, classificou a China como "a mais ampla e robusta ameaça militar à segurança nacional".
E uma das regiões para onde as atenções estão se voltando nos últimos meses é a América Latina. Em abril, o presidente norte-americano Donald Trump disse em uma entrevista à versão em espanhol do canal Fox News que os países da região "talvez" tivessem que escolher entre os Estados Unidos ou a China.
"Talvez, de uma certa maneira. Foi o que o Panamá fez, é o que outros estão fazendo e, talvez, pensando em fazer. Talvez. Sim, talvez deveriam fazer isso (escolher entre China e Estados Unidos)", disse Trump na entrevista.
O presidente norte-americano não explicou em detalhes o que significaria, na prática, um país da América Latina ter que escolher entre os Estados Unidos e a China, mas um dos panos de fundo da atual disputa entre Estados Unidos e China na América Latina é econômico.
Dados do Banco Mundial referentes a 2022 (ano mais recente disponível) apontam que os Estados Unidos ainda são o principal parceiro comercial da América Latina. Ao todo, os Estados Unidos são responsáveis por 41% das exportações da região para o mundo. Do outro lado, o país vende 30% de tudo o que a região importa.
A China, no entanto, vem logo atrás. O país asiático é responsável por 12% das exportações da região e por 20% das importações. A diferença, no entanto, é que os chineses têm um saldo positivo no comércio com a América Latina, enquanto os norte-americanos têm um saldo negativo, pois compram mais do que vendem.
Além da questão econômica, os norte-americanos vêm citando preocupações geopolíticas com o suposto aumento da presença chinesa na região. Um dos pontos de tensão mais recentes é o Canal do Panamá, cujo controle está com o Panamá, mas cuja influência chinesa foi questionada por Trump desde que assumiu seu segundo mandato.
Canal do Panamá foi alvo de pressões norte-americanas para que empresas chinesas deixassem de controlar portos ao longo do corredor marítimo
Getty Images/ via BBC
A pressão norte-americana, aparentemente, deu resultado e o governo do Panamá anunciou que não iria renovar a parceria do país com a Iniciativa do Cinturão e Rota, um dos principais programas de investimento da China no exterior. Além disso, o grupo chinês que tinha a concessão de portos ao longo do canal vendeu suas operações a fundos norte-americanos.
Mas e se a pressão feita no caso panamenho chegasse ao Brasil? Será que o país teria que escolher entre Estados Unidos e China? E se chegasse: a quem o Brasil deveria se alinhar?
Lula desembarca na China de olho em oportunidades de negócios
Autoridades e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que o cenário em que o Brasil se veria obrigado a escolher entre um país e outro é remoto por diversos fatores. Entre eles está a tradição diplomática do Brasil, que evita alinhamentos automáticos, e o fato de que, do ponto de vista econômico, dificilmente os Estados Unidos teria condições de absorver o fluxo de exportações brasileiras que vai para a China.
Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping, cumprimentam-se em Pequim durante cerimônia de assinatura de acordos comerciais entre os dois países, no dia 14 de abril de 2023
Ken Ishii/AFP
Cenário remoto
As relações do Brasil com a China e os Estados Unidos têm históricos muito distintos.
O Brasil mantém relações diplomáticas com os Estados Unidos desde 1824, dois anos depois da proclamação da independência brasileira. Historicamente, os dois países tiveram momentos de maior proximidade e de distanciamento. A partir do final da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos passam o Reino Unido como principal parceiro comercial brasileiro e as relações entre os dois se aprofundam.
Com a China, no entanto, as relações diplomáticas são mais recentes. O Brasil retomou as relações com a China em 1974, ainda durante a Ditadura Militar. O movimento brasileiro seguiu a reaproximação conduzida pelo então presidente norte-americano, Richard Nixon, ao país asiático.
Nos anos 1980, o então presidente José Sarney fez uma visita ao país, mas é a partir dos anos 2000 que as relações entre os dois países se aprofundam.
Em 2004, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a China como uma economia de mercado. Em 2009, o país asiático passa os Estados Unidos e se torna o principal parceiro comercial do Brasil, posto que ocupa até hoje.
Apesar de Trump não ter explicado os termos da "escolha" entre Estados Unidos e China, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil descartaram que ele pudesse estar falando em um cenário de guerra aberta entre os dois países. Isso ocorre por um motivo simples: China e Estados Unidos são potências nucleares e um conflito militar entre eles poderia levar a cenários catastróficos.
Os especialistas apontam, portanto, que o mais provável é que Trump se refira ao cenário de guerra comercial e política que vem se travando entre os dois países.
Trump, por exemplo, vem dando seguidas demonstrações de incômodo com a aproximação entre países do chamado Sul Global, como o Brasil e a China.
Em uma crítica direta aos BRICS, grupo de países fundado por Brasil, China, Rússia e Índia, Trump ameaçou tomar reagir se o bloco tentasse adotar mecanismos para diminuir a utilização do dólar nas transações internacionais. Essa é uma das propostas em discussão pelo grupo há alguns anos.
Trump não chegou a fazer ameaças diretas ao Brasil por conta de sua proximidade com a China, mas a ideia de que o Brasil se veja obrigado a escolher entre Estados Unidos ou China não é bem recebida entre diplomatas brasileiros, entre eles, ex-ministro das Relações Exteriores e atual assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim.
Em abril, ele disse à BBC News Brasil que esse tipo de escolha não se aplicaria ao Brasil.
"O Brasil não vai fazer essa escolha. Os Estados Unidos são muito importantes para nós e continuarão a ser. Queremos que eles continuem a ser. Mas outros países também são importantes. A China é, obviamente, mas outros países também, como a Índia e a União Europeia".
Diplomata há mais de seis décadas, Amorim acompanhou diferentes momentos da política externa brasileira e reforça que, historicamente, o Brasil tenta evitar alinhamentos automáticos com potências.
As exceções ocorreram nos anos 1940, quando o Brasil, pressionado pelos Estados Unidos, aderiu ao bloco dos países Aliados e entrou na Segunda Guerra Mundial contra o Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão.
A outra exceção ocorreu entre 2019 e 2023, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que aderiu, publicamente, a um alinhamento ideológico e político aos Estados Unidos, à época comandado por Donald Trump.
Apesar de o período ter sido marcado por tensões entre o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e diplomatas chineses, o Brasil, no entanto, não desacelerou o seu fluxo comercial com o país asiático.
"Historicamente, o Brasil busca uma posição de neutralidade e busca a posição de buscar relações benéficas e construtivas com todos os parceiros do mundo", diz à BBC News Brasil o ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil entre 2007 e 2011, Welber Barral, que hoje atua como consultor internacional para empresas com negócios em diversos países, inclusive a China.
'Miopia' de Trump
Para Barral, a ideia proposta por Trump, de que os países da América Latina teriam que escolher entre Estados Unidos ou China, é "míope" e não se aplicaria ao Brasil. O país não mantém acordos de livre comércio com nenhum dos dois, e ambos são considerados essenciais para a saúde da economia brasileira.
"Essa frase é míope porque você não pode obrigar os países a fazerem essa escolha. Os países têm interesses divergentes ou diferentes. [No caso do Brasil] , ninguém vai comprar as exportações agrícolas brasileiras como a China compra", diz Barral à BBC News Brasil.
De fato, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) comprovam que, atualmente, a participação da China nas exportações brasileiras dificilmente poderia ser substituída, no curto prazo, por outros países. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos.
De acordo com os dados oficiais, em 2024, o Brasil exportou US$ 94 bilhões para a China. A maior parte desse volume é composta por commodities agrícolas como soja, minério de ferro e petróleo.
Em favor da China, pesa ainda o fato de que o saldo entre exportações e importações é positivo para o Brasil. A diferença entre o que o Brasil vende e o que Brasil compra da China foi de US$ 30 bilhões.
Com os Estados Unidos a situação é diferente. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,3 bilhões e importou US$ 40,6 bilhões, o que gerou um déficit de US$ 300 milhões em favor dos norte-americanos.
Por outro lado, Barral também descarta um alinhamento brasileiro integral à China.
Segundo ele, enquanto as exportações para a China beneficiam setores como o agronegócio, com forte impacto sobre a economia do interior do país, as exportações para os Estados Unidos beneficiam setores como a indústria, com forte impacto nas áreas urbanas do Brasil.
"Quando você pega a exportação do Brasil para os Estados Unidos, ela é bastante mista [...] há um volume muito importante de produtos manufaturados, principalmente por conta de uma integração produtiva entre filiais de empresas americanas", diz Barral.
Brasil é o maior exportador de soja do mundo e China é um maior comprador do produto brasileiro
Ueslei Marcelino/Reuters/ via BBC
Maurício Santoro, cientista político e professor de Relações Internacionais do Centro de Estudos Políticos-Estratégicos da Marinha do Brasil, diz que outro elemento que inviabilizaria um alinhamento exclusivo à China por parte do Brasil são os investimentos norte-americanos feitos no Brasil.
"Se a gente olhar do ponto de vista do comércio exterior, o Brasil exporta muito mais para a China do que para os Estados Unidos. Mas, por outro lado, os americanos investem muito mais no Brasil do que os chineses".
Os dados do MDIC comprovam a afirmação do professor.
Entre 2010 e 2023, os Estados Unidos lideram o ranking de estoque de investimentos estrangeiros no Brasil, com US$ 270 bilhões. A China vem em quinto lugar, com US$ 50 bilhões.
Do lado norte-americano, boa parte dos investimentos no Brasil são resultado de operações entre empresas do país com filiais em território brasileiro. Do lado chinês, parte desses investimentos, nos últimos anos, tem sido direcionado a projetos de infraestrutura.
"Há certas tecnologias que os americanos possuem e os chineses não. Um exemplo é na área de semicondutores avançados ou equipamento militar, que o Brasil compra dos americanos e não dos chineses. E há outras tecnologias que a China oferece e os Estados Unidos, não, como o padrão 5G. Simplesmente, não é viável para o Brasil fazer essa escolha", explica.
Além disso, diz Santoro, ambos os países fornecem tecnologias diferentes e necessárias ao Brasil.
Para Santoro, o grande volume de investimentos norte-americanos no Brasil é um dos fatores que explica a reação classificada por ele como "comedida" do governo brasileiro em relação às tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos importados brasileiros. A tarifa para a maioria dos produtos ficou em 10%.
Apesar de Lula ter prometido agir com "reciprocidade" caso os Estados Unidos impusessem tarifas a produtos brasileiros, até agora, nenhuma medida retaliatória foi de fato anunciada pelas autoridades nacionais.
Capacidade de coerção
Santoro aponta ainda que os Estados Unidos não teriam condições diplomáticas ou econômicas para impor esse tipo de "escolha" ao Brasil.
"Talvez seja possível os Estados Unidos aplicarem mecanismos de coerção mais dura em algumas partes da América Latina como no México, na América Central ou no Caribe porque são países que dependem, realmente, dos Estados Unidos", diz Santoro.
Segundo ele, a realidade é diferente para a América do Sul, o que inclui o Brasil.
"A economia global mudou e os laços desses países com a China ou com a Europa se tornaram mais fortes. É uma política que não iria funcionar [...] Os EUA não têm capacidade, hoje, de coagir o Brasil a adotar uma determinada diplomacia com relação à China. E acho que seria contraproducente para os americanos", afirma Santoro.
Para Welber Barral, tudo indica que o Brasil continuará a se manter neutro em meio à disputa entre Estados Unidos e China.
"Não há o alinhamento automático da diplomacia brasileira. O que o Brasil vai continuar tentando fazer é manter-se num nível de neutralidade ou tentar ter uma boa relação com todos os países".
Para ele, a postura adotada pelos Estados Unidos reflete o que ele chama de declínio do poder norte-americano. E segundo ele, os Estados Unidos erram ao tentar impor alinhamentos.
"Os Estados Unidos, como uma potência em declínio, vão reagir e tentar manter sua zona de influência. A discussão é se as políticas que eles estão adotando hoje são inteligentes o suficiente para manter essa zona de influência. Muita gente vai dizer que não", diz Barral.
Santoro avalia de forma semelhante.
"Os Estados Unidos estão vendo a América Latina como um problema, como uma fonte de instabilidade por conta de imigração e do crime organizado. Os chineses veem a América Latina como oportunidade", diz.
Mega-Sena, concurso 2.861: prêmio acumula e vai a R$ 55 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 02 - 21 - 27 - 46 - 51 - 53. Quina teve 55 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 72.740,95. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.861 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (10) em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio está estimado em R$ 55 milhões.
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Veja os números sorteados: 02 - 21 - 27 - 46 - 51 - 53.
5 acertos - 55 apostas ganhadoras: R$ 72.740,95
4 acertos - 5.930 apostas ganhadoras: R$ 963,80
O próximo sorteio da Mega será na terça (13).
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Produtores colhem safra de atemoia, uma fruta doce e com casca rugosa
Em Jarinu (SP) uma família produz 300 toneladas da fruta por safra nos 20 hectares de plantação. A produção faz parte dos 70% que o Brasil exporta para Canadá e Inglaterra. Atemoia é o resultado do cruzamento entre a cherimólia e a fruta-do-conde
TV TEM/Reprodução
Olhando por fora não é uma fruta bonita, mas o que importa é o interior, que é saboroso e doce. A atemoia é o resultado do cruzamento entre a cherimóia e a fruta-do-conde.
Em Jarinu (SP), uma família produz 300 toneladas por safra nos 20 hectares de plantação. Todo o processo é acompanhado pela engenheira agrônoma Sofia Santana, que conta que os cuidados começam ainda quando a árvore é apenas uma semente.
“Fazemos tratamentos de nutrição, com algumas tecnologias importadas, para obter uma qualidade de fruta melhor, com cuidados que começam ainda nas sementes”, comenta.
Esse cuidado faz com que os produtores tenham resultados positivos, principalmente na hora da colheita, graças à nutrição, como explica a engenheira. “A gente tem colhido frutas de até dois quilos. É uma seleção de árvores para as quais a gente mandou fazer as mudas. Nessas plantas, este ano, a gente já colheu uma fruta de um quilo e seiscentos gramas”, diz.
Sofia comenta que o melhor caminho para a comercialização é o mercado externo, em vez do interno. "Quando a gente vende para o mercado externo, ela já está vendida, enquanto aqui no mercado interno vai para o Ceasa e pode ser vendida ou não. Então, a gente direciona para o mercado externo porque tem certeza de que será vendida", comenta.
Com o mercado externo em alta demanda, o fruto já ganhou o status de "joia tropical" e tem 70% de sua produção exportada para países como Canadá e Inglaterra, com o preço do quilo variando entre dez e quinze reais.
Veja a reportagem exibida no programa em 11/05/2025
Produtores colhem safra de atemoia, uma fruta doce e com casca rugosa
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Milho com defesa natural: estudo da USP usa bactérias para combater lagarta e reduzir agrotóxicos
Bioinsumo promove o desenvolvimento da planta e a defesa contra a lagarta-de-cartucho, principal praga do cultivo do grão, afirmou pesquisadora. Campo de milho perto de Akron, Iowa, nos EUA em 28 de outubro de 2017
REUTERS/Lucas Jackson/File Photo
Um estudo realizado por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba (SP), utiliza bactérias para conter o avanço da lagarta-de-cartucho, uma das principais pragas do milho, e diminuir o uso de agrotóxicos.
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A pesquisa de mestrado e doutorado servirá como base para o desenvolvimento de um bioinsumo que, em alguns anos, estará disponível para aplicação nas lavouras, informou Diandra Achre, engenheira agrônoma e responsável pela pesquisa (saiba mais abaixo).
Como funciona
A planta do milho recebe bactérias que fazem parte da microbiota da lagarta-de-cartucho.
Quando essas bactérias são aplicadas na planta, elas mudam de função: o que antes ajudava o inseto, agora ajuda o milho. Elas fazem a planta crescer melhor e ficar mais resistente a pragas e doenças. É como se o milho, com a ajuda das bactérias, ‘aprendesse’ a se proteger ao identificar sinais associados ao seu inimigo.
"De uma forma bem simples, fazemos a transferência dessa bactéria para a planta e ela começa a ativar a resposta de defesa e, quando a lagarta chega, ela se alimenta daquela planta". Segundo a pesquisadora, isso pode fazer com que o inseto morra ou tenha seu ataque reduzido.
Em laboratório, o trabalho resultou na mortalidade de até 100% das larvas e, em campo, uma redução de até 50% dos danos, explica Diandra.
Explicação de como funciona o bioinsumo que ajuda planta do milho a combater lagarta-de-cartucho
Diandra Achre
Menos agrotóxicos
A aplicação dessas bactérias é considerada um bioinsumo - produto de origem biológica para melhorar o cultivo de plantas ou criação de animais.
O bioinsumo contribui para uma agricultura mais sustentável do ponto de vista ecológico e financeiro, pois permite a redução do uso de agrotóxicos e agroquímicos.
Organofosforados, carbamatos e piretroides são os agrotóxicos mais utilizados nas lavouras de milho que teriam o uso reduzido, conta a pesquisadora.
“Não só uma questão da redução [de agrotóxico], mas uma questão da diminuição da aplicação dele. Diminui o número de aplicações que você faz, vai reduzir o custo de aplicação, seja de combustível, de água, de tudo. Então, reduz os agrotóxicos, os agroquímicos e vai reduzir também o número de aplicações”, afirma Diandra.
Pulverização aérea de agrotóxicos
Agência Brasil
Início da pesquisa
Tudo começou com a vontade de Diandra Achre em entender o papel dos microrganismos presentes nos insetos, em especial na lagarta-de-cartucho.
"Existem microrganismos no nosso corpo. Eles têm importância para nós. Para os insetos não é diferente. Os insetos têm os seus microrganismos, ele tem a sua microbiota, ele tem o seu ecossistema. Buscamos entender a função desses microrganismos para o inseto, mas de uma visão, agora, da interação desse inseto com a planta, porque há muitos insetos que se alimentam de plantas”, conta a pesquisadora.
Para isso, ela teve apoio de pesquisadores e de outros departamentos da universidade. O trabalho uniu forças nas áreas de Microbiologia, Entomologia (estudo de insetos), Genética e Fisiologia Vegetal.
O entendimento desse processo rendeu o mestrado e o doutorado da pesquisadora, mas não só: poderá virar um produto, para solucionar um problema real da agricultura.
Área arborizada no campus da Esalq, em Piracicaba
Carlos Alberto Coutinho
Desenvolvimento do produto
Diandra teve o incentivo financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, para abrir uma agtech, startup ligada ao agronegócio, especializada em desenvolvimento desse e de outros bioinsumos.
Ela conta que o bioinsumo contra a lagarta-de-cartucho estará no mercado em questão de alguns anos. Segundo a pesquisadora, a startup tem trabalhado para finalizar a formulação do produto em si e feito estudos de escalonamento industrial e viabilidade econômica.
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Flor de café conilon vira chá e pesquisadores estudam viabilidade do produto para o mercado
Estudos da Fazenda Experimental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em São Mateus, Norte do estado, ainda são iniciais e buscam analisar potencial de todas as partes do café. Pesquisadores estudam a possibilidade de fazer chá com flor de café
Estudos realizado na fazenda experimental da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em São Mateus, no Norte do estado, analisaram o potencial econômico de outras partes do pé do café conilon, além do grão. Um dos estudos constatou que até mesmo a flor do fruto pode ser utilizada para consumo, na forma de chá.
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A ideia dos pesquisadores é aproveitar um nicho de mercado artesanal a partir desse uso e, com isso, investir mais em pesquisa e sustentabilidade. O estudo vai continuar, até para que os pesquisadores possam entender melhor esse produto e saber da viabilidade de produção.
De acordo com Fábio Parteli, professor e pesquisador da Ufes, o estudo ainda está em fase inicial, mas é visto com otimismo pelas equipes, que acompanham 50 tipos diferentes do fruto.
Pesquisadores de fazenda experimental da Ufes em São Mateus, Espírito Santo, viram que é possível fazer chá da flor de café
Reprodução/TV Gazeta
A ideia é aproveitar o fato de o Espírito Santo ser o segundo maior produtor brasileiro de café para apostar em novidades no ramo.
"É comum as pessoas, dona de casa e o empresário, passar próximo à lavoura de café e sentir aquele aroma. Eles comentam que o cheiro do café, quando ele flora, é bom, doce. Mas no Brasil não existe a tradição de tomar chá. Mas, eventualmente, as pessoas tomam o chá caseiro. Uma equipe também fez a caracterização do grão lá do Rio de Janeiro e já havia estudos sobre o chá feito da flor de café arábica. Nós propomos o desafio para ver se a flor do conilon também é boa para chá", disse Fábio Parteli.
O professor apontou ainda que a pesquisa já foi enviada para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para ser melhor analisada.
"Lá foi feita a prova de xícara, de chá, com outras pessoas. Foi feito análise de laboratório para ver o cheiro e saber identificar se realmente a flor de café vai produzir um bom chá. Então, mostrou que há um grande de potencial, que o produto é bom. O custo de colher flor de café ainda é um desafio, uma vez que é tudo novo, e a gente ainda não tem um mercado sólido, mas tem potencial".
Imagem do chá sendo preparado.
Ricardo Custódio / TG
Fortalecimento do agronegócio
O pé de café está presente na maioria das propriedades rurais do Espírito Santo. É a partir desse grão que vem o sustento de famílias como a do Gleison Oliosi, engenheiro agrônomo.
"Todas as tecnologias, técnicas aprendidas aqui, a gente leva tanto para a propriedade familiar em Nova Venécia, quanto para os próprios vizinhos, conhecidos que pedem alguma dúvida, algum questionamento para gente", comentou.
O doutorando em genética e melhoramento contou que cresceu acompanhando o pai na lavoura e decidiu se formar na área. Estudos também são feitos para tentar melhorar a produtividade. Um deles mede os impactos do sombreamento no cultivo.
Florada de café no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Parteli acredita que as variedades de café, como o conilon bicudo, ajudam para aumentar a produtividade.
"A produtividade dele foi extraordinária, inclusive foi um pouco superior a um clone muito conhecido no Espírito Santo, que é o A1. Então, é um material muito bom, planta que não tomba, de galho grosso, vigorosa", explicou.
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Já em outro estudo, o tipo de café guarani apresentou altos percentuais de cafeína. Um diferencial tem chamado a atenção da indústria.
"No passado, quando nós registramos essa cultivar com alto teor de cafeína, algumas empresas até nos procuraram, pediram 500 sacas, mas falamos que era inicial. Mais recentemente, outra empresa pequena, que torra café conilon de qualidade, nos procurou e disponibilizamos brotos. Tiraram 200 mudas de café há um ano, então, provavelmente essa empresa capixaba de repente está lançando um produto com alto teor de cafeína", destacou.
Apesar das análises feitas por esses profissionais, a maioria dessas variedades são descobertas no campo, pelos próprios produtores.
Florada de café no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
São os agricultores que em vez de plantarem apenas mudas de estaca, que dão origem a plantas idênticas, plantam também sementes, que fazem surgir pés com características diferentes da planta-mãe.
"O agricultor faz uma lavourinha de sementes, pega as melhores plantas e faz um pedacinho. E aí naquele pedacinho ele observa quais são as plantas que se destacam em vigor, arquitetura, tamanho de grão e, logicamente, no principal, que é a produtividade", afirmou.
Na fazenda experimental da Ufes, também são mantidos um banco de germoplasmas, que funciona como um acervo a céu aberto com mais de 50 tipos diferentes de café.
Depois que os produtores descobrem por conta própria os clones a partir das lavouras de sementes, isso chega ao conhecimento da universidade, que começa a estudar todas as características das plantas para confirmar a viabilidade do cultivo.
Chá da flor de café pode ser feito com café conilon no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
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VÍDEO: Neta X é um SUV elétrico com bom preço, mas por que ele quase não vende? Veja a avaliação
A marca, pouco (ou nada) conhecida no Brasil, vendeu apenas 42 carros no Brasil durante os quatro primeiros meses de 2025. Será possível reverter a situação? Neta X: veja os pontos positivos e negativos do SUV (que ainda vende pouquíssimo por aqui)
O Neta X é SUV médio que oferece mais espaço no porta-malas que um Jeep Compass híbrido, que o elétrico BYD Yuan Plus e custa menos que alguns concorrentes, mesmo comparado a modelos movidos exclusivamente a gasolina. Então, por que ele vende tão pouco?
A marca, pouco (ou nada) conhecida no Brasil, vendeu apenas 42 carros no Brasil durante os quatro primeiros meses de 2025, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A concorrente chinesa Zeekr, também novata e sem fama por aqui, vendeu 4,4 vezes mais. Foram 186 modelos emplacados no mesmo período. A líder é a BYD, que colocou 13.281 novos carros nas ruas durante os mesmos quatro meses de 2025.
O g1 testou o Neta X 500 Luxury, versão topo de linha do SUV médio, para avaliar seus pontos fortes e fracos. Será possível reverter esse jogo?
Neta X tem visual minimalista
Neta X de frente
g1 | Fábio Tito
Mesmo com o Neta X mais barato que seus concorrentes dentro de fora do Brasil, no mercado internacional as vendas da marca também não decolaram e fizeram a companhia repensar muitos de seus planos, envolvendo até mesmo demissão de funcionários.
Segundo Wilson Sun, presidente assistente da fabricante, Neta significa "espírito que nunca desiste". Essa persistência será necessária, realmente.
Por aqui, o Neta X 500 Luxury briga com Jeep Compass, que é vendido por aqui em versão a combustão e híbrida plug-in. Ainda entram neste bolo o Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos, Hyundai Creta e Nissan Kicks, todos em versão topo de linha.
A primeira diferença do Neta X é o visual minimalista, um alívio em meio a concorrentes com excesso de informações em adesivos.
A BYD, por exemplo, costuma estampar o nome da marca por extenso, escrevendo “Build your Dreams” logo abaixo do vidro traseiro e coloca outros detalhes, como faz atualmente com as duas versões do Dolphin, Han, Seal e Yuan Plus.
Até a GWM coloca o nome da marca em destaque na tampa traseira de modelos como Haval e Ora 03, indo até o Tank. Neste último, temos "GWM TANK" de um lado da traseira, "300" do outro, enquanto PHEV e Hi4-T juntos na parte inferior.
No Neta X, o logo da marca está em uma cor que não contrasta com a pintura do carro, e a única adição na tampa do porta-malas é a letra X, representando o nome do modelo.
Além do minimalismo, o restante do visual do carro não tem tanta personalidade. Não que seja ruim, mas não chama atenção, e as linhas laterais que podem ser reconhecidas como inspiradas em outros SUVs médios, como Nissan Kicks e Honda HR-V.
Logo da Neta fica pouco visível na traseira do Neta X
Fábio Tito/g1
Neta X é espaçoso e concentra comandos na central multimídia
Os maiores pontos de destaque do Neta X estão no interior. O primeiro e mais visível é o acabamento. Há poucas partes com plástico duro e, em praticamente todos os cantos onde você pode colocar a mão, a fabricante utiliza couro ou tecido, sempre macios ao toque.
Esse tipo de conforto ao toque não é exclusividade da Neta, mas se destaca por estar presente em um veículo próximo dos R$ 200 mil. Acabamento predominantemente em couro tende a aparecer apenas em carros mais caros.
Interior do Neta X com 80% do acabamento em couro
Fábio Tito/g1
Geralmente, um bom espaço para as pernas do passageiro significa um porta-malas menor. Não é o que ocorre com o Neta X, que oferece 508 litros para bagagens. Nesse aspecto, ele também supera o Jeep Compass (476 litros) e o BYD Yuan Plus (440 litros).
Outro ponto de destaque é o espaço interno. São 2,77 metros de entre-eixos, com assoalho plano. Esse espaço é maior que o de seu único concorrente direto, o BYD Yuan Plus (2,72 metros), além de ser mais espaçoso que um Jeep Compass (2,63 metros).
Com o banco do motorista ajustado para uma pessoa de 1,65 metro, há mais de dois palmos de espaço entre o joelho do passageiro e o assento à frente.
Neta X tem bom espaço interno
Fábio Tito/g1
Como nem todo carro é perfeito, o Neta X tem pontos negativos que precisam ser considerados. O primeiro deles é a quantidade exagerada de ajustes do veículo presentes apenas na central multimídia.
Ela é espaçosa (15,6 polegadas), como todo bom carro chinês moderno, e tem resolução para fácil leitura de todo conteúdo, mas até o controle dos retrovisores laterais depende dela. Outros ajustes que deveriam estar em locais mais acessíveis, como os comandos dos faróis, os modos de condução e acionamento do teto solar, também estão na central multimídia.
Imagine que, para ligar o farol, fechar o teto solar ou ajustar o retrovisor, você precisa tocar na tela, sair do GPS ou do controle de mídia, entrar nos ajustes, selecionar a função desejada e só então controlar o recurso do veículo — foram cerca de três toques na central multimídia, sempre retirando atenção da rodovia.
Outro ponto negativo, embora menor, é a localização do câmbio. Ele está na haste que fica na coluna de direção, onde geralmente estão os ajustes do limpador de para-brisas. Esse é um local comum em carros dos Estados Unidos, mas não nos vendidos no Brasil.
Central multimídia do Neta X concentra muitas funções, como controle dos espelhos e até dos faróis
Fábio Tito/g1
Ainda na área do motorista, o painel de instrumentos é digital e tem 8,9 polegadas. Ele é moderno, como se espera de um carro atual, mas os indicadores são fixos — não há possibilidade de personalizar o conteúdo exibido.
Uma das maiores vantagens desses painéis digitais é justamente a capacidade de exibir as informações mais relevantes para cada motorista. No Neta X, não há necessidade de mostrar constantemente todas as posições de marcha; bastaria destacar a “engatada”.
Essas escolhas poderiam ser substituídas por outros dados, como ocorre em modelos concorrentes — inclusive em veículos bem mais baratos, como o Volkswagen Polo — mas não no Neta X.
Por fim, o retrovisor central não possui a função de ofuscamento automático dos faróis dos carros que vêm atrás. Esse recurso, assim como a personalização do painel digital, já é comum até em veículos de menor preço, como o Volkswagen Nivus.
Volante do Neta X não oferece controles, como de piloto automátivo adaptativo
Fábio Tito/g1
Elétrico é esperto, mesmo com motor mais simples
À primeira vista, a potência de 164 cv em um carro com mais de 1,7 mil quilos pode sugerir um desempenho tímido, especialmente em ultrapassagens na estrada. Esse seria o caso de um veículo a combustão, mas não se aplica a um elétrico.
O torque instantâneo compensa a potência menor. Para ilustrar melhor: durante os testes, sempre conseguimos fazer o Neta X sair na frente das motos ao abrir o semáforo, além de nos proporcionar ultrapassagens seguras na estrada.
Comparado a um SUV de porte semelhante, mas com motorização a combustão, o Neta X oferece um desempenho equivalente ao esperado de um motor 1.4 ou 1.6, ambos turbo.
A suspensão é macia, como em quase todo carro chinês. Com elas o conforto em ambientes urbanos foi uma realidade, com o conjunto amortecendo bem os impactos de buracos, lombadas e valetas, que dificilmente causam maiores solavancos aos ocupantes.
Por fim, o último ponto negativo do Neta X é o tempo de atuação da empresa no Brasil, já que a marca ainda não possui a mesma rede de concessionárias e assistência de uma BYD, Volkswagen, GM ou Fiat.
Quem compra um carro neste momento inicial da marca precisa estar ciente de que pode enfrentar dificuldades para encontrar peças ou conseguir reparo especializado fora das capitais.
No final das contas, o Neta X é vendido por R$ 214,9 mil e é tão ágil e arisco, ou até mais, que um Jeep Compass 4XE, versão híbrida do veículo americano, enquanto custa R$ 132,4 mil a menos — o Jeep é vendido por aqui por R$ 347,3 mil.
O porta-malas é maior, assim como o do BYD Yuan Plus, que é R$ 20,9 mil mais caro.
Outro concorrente eletrificado que o Neta X encontra no Brasil é o Toyota Corolla Cross. Ele tem sistema híbrido pleno, o que impede que o veículo possa circular no modo elétrico por grandes distâncias, como consegue o Compass 4XE, mas vem atraindo compradores no Brasil. Ele custa R$ 219.890 e é, neste momento, R$ 10 mais barato.
O acabamento do Neta X é mais confortável que o desses concorrentes, além de oferecer mais espaço interno para as pernas. Por outro lado, a central multimídia concentra mais comandos do que deveria, e o painel de instrumentos digital carece de personalização.
Neta precisa comer feijão para ir bem no Brasil
O logo da Neta é um ideograma chinês que pode ser traduzido como "pessoas rodeadas pela natureza e esportividade".
A montadora chinesa Neta Auto faz parte do grupo Hozon New Energy Automobile, um conglomerado que fornece tecnologia para o setor automotivo.
Fundada em 2014, a Hozon registrou mais de 3 mil patentes. Quatro anos depois, lançou a Neta, que possui duas fábricas na China e uma na Tailândia.
Desde 2018, a Neta lançou sete modelos mundialmente: GT (que chega até o final do ano), S (um sedã cupê), U (SUV compacto), L (SUV de porte médio) e V (outro utilitário compacto).
Talvez, uma das saídas para a Neta seja mostrar a solidez da empresa, algo que não conseguiu até agora. Até a chegada das recentes gigantes chinesas ao mercado, havia muita desconfiança de que a montadora fosse simplesmente desaparecer.
Com um carro bom e preço melhor que os adversários, a Neta precisa agora ser mais popular.
Chave do Neta X é pequena como um estojo de maquiagem
Fábio Tito/g1
'Entrei em pânico e gastei 400 dólares online': a reação de americanos às mudanças no frete de compras internacionais
Como os consumidores estão reagindo às mudanças no envio que significam que pacotes de baixo valor entrando nos EUA não evitam mais as tarifas. Deborah Grushkin diz que entrou em pânico ao saber do fim do valor mínimo isento de impostos para compras internacionais
Deborah Grushkin
No início deste ano, Deborah Grushkin, uma compradora online empolgada de Nova Jersey, estado no nordeste dos Estados Unidos, entrou em pânico.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia assinado uma ordem para acabar com a entrada no país, livre de impostos e trâmites alfandegários, de pacotes vindos da China com valor inferior a US$ 800 (cerca de R$ 4.100).
A medida — apoiada por varejistas tradicionais — vinha sendo debatida em Washington há anos, diante da explosão de encomendas que chegavam ao país abaixo desse limite.
Vários países, incluindo o Brasil e o Reino Unido, estão considerando medidas semelhantes, impulsionados em parte pelo crescimento acelerado de plataformas como Shein e Temu.
No Brasil, desde o ano passado, uma lei estabeleceu a taxação em 20% para compras internacionais de até 50 dólares (R$ 282) em plataformas internacionais como Shein, Shopee e AliExpress. A lei, que gerou polêmica, ficou popularmente conhecida como "taxa das blusinhas".
Mas nos EUA, a decisão de Trump de encerrar essa isenção ao mesmo tempo em que impôs uma onda de novas tarifas comerciais — incluindo impostos de importação de pelo menos 145% sobre produtos chineses — representou um golpe duplo que pegou empresas e consumidores de surpresa.
Marcas de comércio eletrônico baseadas nos EUA, que nasceram aproveitando esse sistema, alertam que as mudanças podem levar pequenas empresas à falência. Já consumidores como Deborah se preparam para aumentos de preços e escassez de produtos.
Quando o prazo final de 2 de maio se aproximou, a americana de 36 anos correu para garantir cerca de 400 dólares (aproximadamente R$ 2.050) em itens da Shein — incluindo adesivos, camisetas, moletons, presentes para o Dia das Mães e 20 tubos de delineador líquido.
"Senti como se fosse meu último momento de liberdade," diz ela.
O uso das regras conhecidas como "de minimis" — que permitem que pacotes de baixo valor entrem no país sem tarifas, inspeção alfandegária ou outras exigências regulatórias — disparou na última década.
A adesão cresceu especialmente durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando ele aumentou as tarifas sobre diversos produtos chineses.
Em 2023, essas remessas representaram mais de 7% das importações de consumo, ante menos de 0,01% dez anos antes.
Só no ano passado, quase 1,4 bilhão de pacotes entraram no país usando essa isenção — o equivalente a mais de 3,7 milhões por dia.
Defensores da isenção — incluindo empresas de transporte — argumentam que o sistema facilitou o comércio, resultando em preços mais baixos e mais opções para os consumidores.
Já os que pedem mudanças — entre eles parlamentares dos dois partidos — dizem que empresas estão abusando de uma regra criada originalmente para facilitar o envio de presentes entre familiares e amigos. Eles alertam que o crescimento desse tipo de envio tem facilitado a entrada de produtos ilegais, falsificados ou que violam padrões de segurança e outras normas.
Recentemente, Trump chamou o de minimis de "um golpe" e minimizou as preocupações com os custos mais altos:
"Talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de trinta", disse ele.
No entanto, pesquisas indicam que as preocupações com suas políticas econômicas estão crescendo à medida que as mudanças começam a afetar o bolso da população.
Krystal DuFrene acredita que é o consumidor quem acaba pagando a tarifa
Krystal DuFrene
Krystal DuFrene, uma aposentada de 57 anos do Mississippi, que depende de pagamentos de invalidez como sua principal fonte de renda, diz que tem nervosamente verificado os preços no Temu há semanas, recentemente cancelando um pedido de cortinas após ver o preço mais do que triplicar. Embora tenha encontrado o mesmo item pelo preço original na rede de armazéns da plataforma nos Estados Unidos, ela afirma que o custo das redes de pesca de seu marido mais que dobrou.
"Eu não sei quem paga a tarifa, exceto o cliente", ela diz. "Em todo lugar está vendendo coisas baratas da China, então eu realmente prefiro poder pedir diretamente."
Quando as regras sobre o de minimis mudaram na semana passada, o Temu anunciou que deixaria de vender mercadorias importadas da China nos Estados Unidos diretamente para os clientes pela sua plataforma, e que todas as vendas seriam agora realizadas por "vendedores locais", com os pedidos sendo cumpridos dentro dos Estados Unidos.
Trump amplia 'taxa das blusinhas' nos EUA e encarece produtos chineses
'Fim de uma era'
Os economistas Pablo Fajgelbaum e Amit Khandelwal estimaram que o fim do de minimis resultaria em custos adicionais de pelo menos US$ 10,9 bilhões (aproximadamente R$ 54 bilhões), que, segundo eles, seriam desproporcionalmente suportados por famílias de baixa renda e minorias.
"De certa forma, parece o fim de uma era", diz Gee Davis, um autor de 40 anos do Missouri, que usou o Temu durante uma recente mudança de casa para comprar itens pequenos como um abridor de latas elétrico e organizadores de armários de cozinha.
Gee Davis e sua colega de apartamento usaram o Temu para comprar novos organizadores de cozinha enquanto se mudavam
Gee Davis
Ela diz que foi um alívio poder pagar facilmente os itens extras e que as novas regras pareciam um "golpe financeiro" do governo para beneficiar grandes varejistas americanos estabelecidos, como Amazon e Walmart, que vendem produtos semelhantes — mas com uma margem de lucro maior.
"Não acho certo ou justo que pequenos mimos sejam [restritos] apenas para pessoas mais ricas.
Seria realmente desanimador se todos que estivessem abaixo de um certo limite de renda familiar simplesmente não pudessem mais comprar nada para si mesmos."
Como em outras mudanças de políticas de Trump, ainda há dúvidas sobre o significado da mudança.
O presidente já foi forçado a suspender a política uma vez antes, quando pacotes começaram a se acumular na fronteira.
Lori Wallach, diretora da Rethink Trade, que apoia o fim do de minimis por questões de segurança do consumidor, diz que o fim da isenção é significativo "no papel", mas teme que a administração esteja tomando medidas que enfraquecerão sua implementação.
Ela aponta para um aviso recente da alfândega, que disse que produtos afetados por muitas das novas tarifas poderiam entrar no país por meio do processo informal, uma medida que facilita alguns requisitos regulatórios.
"Praticamente, porque tudo isso pode entrar por via informal, vai ser extremamente difícil coletar tarifas ou inspecionar realmente muito mais do que antes da mudança", diz ela.
'Uma mudança insuperável'
A Alfândega e Proteção de Fronteiras negam que a medida enfraquecerá a fiscalização, observando que as empresas ainda são obrigadas a fornecer mais informações do que antes.
As empresas indicaram que estão levando as mudanças a sério.
A empresa de ternos sob medida Indochino afirmou que as mudanças no de minimis representam uma "ameaça significativa" para a viabilidade de seus negócios
Washington Post/Getty Images
Tanto Shein quanto Temu alertaram seus clientes no mês passado sobre o aumento de preços, enquanto a Temu afirma que está expandindo rapidamente sua rede de vendedores e armazéns nos Estados Unidos para proteger seus preços baixos.
Outros grupos empresariais afirmam que muitas marcas americanas menores e menos conhecidas que fabricam no exterior para clientes dos EUA estão enfrentando dificuldades – e podem não sobreviver.
"Se as tarifas não estivessem em vigor, seria como tomar um pouco de remédio amargo", diz Alex Beller, membro do conselho da Ecommerce Innovation Alliance, um grupo de lobby empresarial, e cofundador da Postscript, que trabalha com milhares de pequenas empresas no marketing por mensagens de texto.
"Mas, combinadas com as outras tarifas, especialmente para marcas que fabricam na China, isso se torna uma mudança insuperável."
Em uma carta ao governo no mês passado, a empresa de roupas masculinas Indochino, conhecida pelos seus ternos sob medida feitos sob encomenda na China, alertou que o fim do de minimis representaria uma "ameaça significativa para a viabilidade" de seus negócios e de outras empresas americanas de médio porte, como a dela.
Steven Borelli é o CEO da empresa de roupas athleisure CUTS, que fabrica fora dos EUA, enviando produtos para um armazém no México, de onde os pacotes são enviados para os clientes nos EUA.
Sua empresa tem pressionado para reduzir sua dependência da China, interrompendo os pedidos no país meses atrás. Ainda assim, ele afirma que agora está considerando aumentos de preços e cortes de empregos.
Ele diz que sua empresa tem margem de manobra, pois atende a clientes de maior renda, mas espera que "milhares" de outras marcas desapareçam sem mudanças na situação.
"Queremos mais tempo", diz ele. "A velocidade com que tudo está acontecendo é rápida demais para as empresas se ajustarem."
Tarifaço de Trump: EUA e China planejam retomar negociações sobre tarifas neste domingo
Autoridades terminaram o primeiro dia de reuniões na Suíça sem sinalizar qualquer progresso em direção à redução das taxas. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China)
AFP
Estados Unidos e China fizeram neste sábado (10), na Suíça, o primeiro dia de negociações presenciais sobre a guerra comercial entre os dois países.
Após oito horas de reunião em Genebra, não houve sinal de acordo para reduzir as tarifas de importação, que passaram de 100%. Os encontros continuam neste domingo (11).
Participaram da reunião o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial americano, Jamieson Greer.
O presidente Donald Trump disse em uma rede social que a reunião foi “amigável e construtiva”, e que houve “grande progresso”.
"Uma redefinição total foi negociada de forma amigável, mas construtiva. Queremos ver, para o bem da China e dos EUA, uma abertura da China aos negócios americanos", postou o presidente americano.
Escalada de tarifas na guerra comercial entre EUA e China
Atualmente, os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, medida que se iniciou no chamado "Dia da Libertação", quando Trump distribuiu tarifas a mais de 180 países.
A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% contra os produtos americanos. (relembre a cronologia abaixo)
Em sua primeira declaração sobre o encontro, Trump afirmou na quinta (8) que acreditava em uma reunião "amigável" e em negociações "substanciais".
Na sexta, acrescentou que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses "pareciam corretas".
No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisavam "demonstrar sinceridade" e disposição para "corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais".
Trump diz que vai negociar novas tarifas com a China
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas por Trump, no início de abril. No chamado "Dia da Libertação", o presidente dos EUA apresentou uma tabela das tarifas, de 10% a 50% para importados de 180 países.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. Trump disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, reduzindo de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Financeiras são proibidas pela Justiça de bloquear celular de clientes inadimplentes; entenda
Empresas exigiam que o smartphone fosse dado como garantia para empréstimos e obrigavam o consumidor a instalar um aplicativo que bloqueia várias funções em caso de não pagamento das parcelas. Método foi considerado ilegal.
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A Justiça proibiu que financeiras ofereçam empréstimos com o celular como garantia e declarou ilegal o bloqueio remoto dos aparelhos em caso de inadimplência. A decisão foi anunciada na última quinta-feira (8) pela 2ª turma cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
O julgamento foi unânime, tem efeito imediato e repercussão em todo o território nacional. A decisão foi uma resposta à ação coletiva realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A ação teve como alvo duas empresas específicas: a SuperSim e a Socinal — financeiras voltadas para o público de baixa renda que oferecem empréstimos com celular como garantia.
Segundo o Idec, essas empresas exigem que, ao assinar o contrato de empréstimo, o consumidor instale um aplicativo específico em seu celular. Esse aplicativo teria a função de bloquear várias funções em caso de não pagamento das parcelas.
Além de proibir que as empresas exijam a instalação do aplicativo, o TJDFT determinou que esses aplicativos sejam retirados das lojas virtuais no prazo de 15 dias, sob pena de multa diária de R$ 100 mil, e indicou que uma multa de R$ 10 mil será aplicada para cada novo contrato firmado com cláusula semelhante.
O Tribunal entendeu que a prática ofende direitos fundamentais dos consumidores, especialmente o direito à dignidade, à comunicação, ao trabalho e à informação.
A decisão destaca que o público atingido é "hipervulnerável", composto majoritariamente por pessoas de baixa renda, que têm acesso limitado ao crédito formal e um grande risco de inadimplência.
O TJDFT também pontuou que o bloqueio unilateral, sem autorização judicial ou notificação prévia, afronta o devido processo legal garantido pela Constituição Federal, e reconheceu que os juros cobrados por essas financeiras são abusivos.
As taxas muitas vezes chegavam a 18,5% ao mês, mais do que o dobro da média divulgada pelo Banco Central do Brasil, de 6,41%.
Para o Idec, a decisão é uma "vitória incontestável contra a crueldade disfarçada de inovação".
"Essa prática abusiva, usada pela SuperSim como chantagem digital contra pessoas endividadas e vulneráveis, é inaceitável em qualquer sociedade que se diga minimamente justa", disse o órgão em nota oficial.
Procurada, a SuperSim afirmou que irá recorrer da decisão do TJDFT. "A SuperSim informa que irá recorrer da decisão e ressalta que sempre atuou em conformidade com a legislação bancária e consumerista. Além disso, segue firme em seu propósito de contribuir com a inclusão financeira das classes C e D", disse a empresa em nota oficial.
A Socinal não havia respondido às solicitações de contato até a publicação desta reportagem.
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Vai e volta
A batalha contra as práticas das duas financeiras por parte do MPDFT e do Idec já dura mais de dois anos — a primeira ação coletiva foi iniciada em novembro de 2022.
Na época, além de pedirem que a SuperSim e a Socinal deixassem de firmar contratos de empréstimos que exigissem o celular dos clientes como garantia e solicitarem uma regra para que as duas empresas não criassem algo semelhante no futuro, os dois órgãos também pediram a condenação por danos morais coletivos no valor de R$ 40 milhões.
A ação foi distribuída à 23ª vara cível de Brasília e, em decisão nacional publicada em julho de 2023, a juíza já havia dado uma determinação semelhante à vista nesta quinta-feira: proibiu que as financeiras bloqueassem o celular dos clientes e ordenou a retirada dos aplicativos das lojas virtuais, aplicando multas semelhantes para o descumprimento da decisão.
Segundo o coordenador jurídico do Idec, Christian Printes, as duas empresas apresentaram suas defesas e entraram com três recursos (pedidos formais para que a decisão fosse reavaliada), mas não obtiveram sucesso. A sentença apenas não condenou as companhias ao pagamento de dano moral coletivo.
"Dessa decisão, Idec e MPDFT recorreram ao TJDFT para tentar garantir a condenação das empresas ao pagamento do dano moral coletivo. Em paralelo, a SuperSim recorreu para reverter a condenação e continuar ofertando os empréstimos com garantia de celular", conta.
Ainda segundo Printes, a SuperSim realizou um pedido ao desembargador Renato Rodovalho, da 2ª turma cível do TJDFT, relator do caso, para suspender os efeitos da sentença que a impossibilitava de oferecer contratos de empréstimo com garantia de celular — o que foi concedido em novembro de 2023.
O Idec e o MPDFT recorreram, então, da decisão que suspendeu os efeitos da sentença e aguardaram o julgamento. Agora, mesmo após a decisão tomada na véspera, as duas empresas ainda podem recorrer.
VÍDEO: Novo Nivus GTS é esperto, mas toque esportivo e acabamento não chegam a encantar; veja teste
Modelo retoma linha esportiva da Volkswagen, com motor 1.4 turbo que aumenta a potência do SUV para 150 cv. Mas as mudanças são mais interessantes no ajuste de suspensão para direção mais arisca e nos freios a disco nas quatros rodas. Volkswagen Nivus GTS: veja como acelera a versão esportiva do SUV
A chegada do Volkswagen Nivus GTS marca mais uma tentativa de emplacar uma das linhas esportivas mais icônicas da marca alemã no Brasil. Além da apresentação e preço (R$ 174,9 mil), a montadora promoveu um teste com seu novo SUV, para colocar essa "pimenta" extra à prova.
O teste foi feito no Autódromo Capuava, em Indaiatuba. São 2.700 metros de asfalto como se espera de um lugar para correr bem acima dos 120 km/h.
O g1 conta abaixo como foi acelerar na pista, e se ele possui o desempenho vigoroso necessário para honrar o sufixo GTS.
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Nivus anda bem, mas não como um GTS
Volkswagen Nivus GTS
divulgação/Volkswagen
A experiência de dirigir acelerando e freando mais forte que em uma rua ou estrada, faz um carro esportivo mostrar a que veio. O Nivus GTS se comporta bem tanto em velocidade mais alta, quanto na facilidade para curvas aceleradas.
Mas nas retomadas o Nivus GTS não brilhou. O motor 250 TSI 1.4 turbo flex gera 150 cv e 25,5 kgfm de torque. É um velho conhecido da Volkswagen, que está presente em outros modelos, como o T-Cross, Virtus e Taos. Acontece que nenhum deles é esportivo.
A aceleração fica devendo em momentos em que o carro estava parado, como no verde do semáforo. Pé fundo no acelerador, o motor soava alto na cabine, mas a aceleração levava mais tempo do que o esperado.
O novo motor do Nivus GTS é mais esperto e acerta um defeito do Nivus tradicional, equipado com um bloco 1.0 turbo do motor 200 TSI. Daí para ser potente e honrar o sufixo “GTS” há uma distância.
A Volkswagen tem mais de uma linha de carros esportivos e que impressionam bem mais. É o caso do Jetta GLI, que traz motor 350 TSI.
Esse, sim, é um baita motor: gera 231 cv, 81 cv a mais que o Nivus GTS. O torque do sedã oferece 35,69 kgfm, também mais que 10 kgfm maior que o SUV.
Claro que o Nivus GTS está alguns degraus abaixo do Jetta GLI (inclusive no quesito preço, já que o sedã custa R$ 250.990), mas o motor 250 TSI é mais uma correção do que um extra de esportividade.
O destaque do novo modelo da Volks é o acerto de suspensão mais rígida, que realmente tornaram o carro mais ágil e permitiram até um zigue-zague firme, sem a sensação de que o carro pudesse perder tração.
A redução de apenas 0,2 centímetro na altura não deu a sensação de "carro colado na pista", mas faz sentido para deixar o veículo mais adaptado à qualidade do asfalto lunar que temos em muitas das cidades brasileiras.
Outra novidade exclusiva do Nivus GTS, e que também foi muito bem-vinda, é a presença de freios a disco nas quatro rodas. Eles proporcionam um controle superior da frenagem.
Durante os testes, houve circuito durante a noite, e o freio foi muito requisitado quando os cones de indicação das curvas eram pouco visíveis. Seja em momentos como esse ou não, os freios a disco foram bem em frenagens fortes que deixam o cheiro de borracha da pastilha subir.
Por fim, ponto extra para a possibilidade de trocas manuais de marcha. O Nivus GTS tem o mesmo câmbio automático de seis velocidades das outras versões, mas adiciona borboletas atrás do volante.
Com elas, o motorista ganha a liberdade, colocando mais torque quanto precisa com controle à mão. Aos mais puristas, pode não ser o bastante, já que o pedal da embreagem não está presente, o que escancara que o Nivus GTS vai brilhar mesmo é nas ruas e estradas, não em uma pista.
Motor tem ronco artificial
Volkswagen Nivus GTS
André Fogaça/g1
Uma curiosidade do lançamento: parte do barulho que o motor do Nivus GTS faz dentro do carro é artificial.
O conjunto emite som como se espera, mas um sistema de áudio chamado Soundaktor amplifica o som somente para quem está dirigindo ou seguindo como passageiro — por fora, quase não é possível escutar o "ronco" extra.
O Soundaktor é essencialmente um alto-falante instalado entre o motor e a cabine, próximo ao para-brisa, que adiciona ruído para imitar o som de carros mais antigos. A Volkswagen utiliza esse sistema desde o Golf GTI de 2011, e até a Audi incorporou o componente no hatch S3.
Esse ronco artificial só é ativado quando o modo esportivo está acionado no Nivus GTS.
Nivus GTS é esportivo contido por fora
Volkswagen Nivus GTS
O Nivus GTS possui elementos típicos de carros esportivos como detalhes em cor vermelha, mas de forma discreta. A linha vermelha mais visível está localizada na parte inferior da grade do para-choques e é tão fina quanto um cordão de tênis.
Durante os testes, estavam disponíveis modelos nas cores branca e escuras. Na segunda opção, a faixa vermelha era mais destacada pelo contraste. Emblemas GTS estão presentes na frente e nas laterais de forma sutil. Apenas na traseira, o emblema aparece com mais destaque, substituindo o nome “Nivus” por “GTS”.
Outro detalhe comum em carros esportivos, como no concorrente Fastback Abarth, é a presença de uma ou mais saídas de escapamento.
Enquanto no Fastback as saídas de escapamento são externas, com bocal cromado, no Nivus GTS há apenas uma, que fica escondida atrás do para-choques traseiro. Para visualizar o componente, é necessário se abaixar.
Internamente, o esportivo discreto se torna mais evidente. Detalhes em vermelho são mais abundantes, especialmente nas costuras dos bancos, apoios de braço, câmbio, contorno das saídas de ar e volante. O acabamento preto realça ainda mais o vermelho.
Volks economizou no acabamento e até faróis
Volkswagen Nivus GTS por dentro
No interior, o principal defeito é o acabamento. O plástico rígido, quase uma tradição dos modelos da Volks, está bastante presente, e as portas traseiras são inteiramente feitas desse material, sem variação de textura.
Até mesmo o apoio de braço macio da frente desaparece para os passageiros da segunda fileira.
Houve também a remoção dos faróis IQ.Light que estavam presentes no Polo GTS. Esse tipo de iluminação é inteligente e pode desviar a área iluminada de veículos que vêm na direção contrária, reduzindo o ofuscamento. Ele ajusta o projetor e pode responder ao ambiente, como em situações de neblina.
Por fim, a ausência do freio de mão eletrônico pode não ser sentida por todos. Embora o freio manual ofereça uma sensação de maior controle para o motorista, ele é um detalhe que remete a veículos mais básicos e que não custam R$ 174,9 mil.
Preço do café aumenta 80% em 12 meses e tem maior inflação em 30 anos
Segundo o IBGE, essa é a maior alta do café moído, em 12 meses, desde a introdução do real. Problemas climáticos afetaram produção global. Preço do café mais que triplica em 5 anos no Brasil
O preço do café moído já subiu 80,2% nos últimos 12 meses, segundo o o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (9).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a maior inflação acumulada do café moído em 12 meses desde maio de 1995, quando o índice foi de 85,5%.
A alta em 12 meses também é a maior desde a introdução do real. O cálculo do índice de maio de 1995 considera também os preços do mês de junho de 1994 – antes, portanto, da implementação da moeda.
Nesse período, a fruta foi impactada pelo calor e a seca que atingiram o país, entre outros fatores que afetaram a produção (veja abaixo).
O preço do café moído subiu 4,48% somente em abril. É uma desaceleração em relação aos meses anteriores – em março, por exemplo, a alta foi de 8,14%. Em fevereiro, a inflação do café foi de 10,77%, a maior subida mensal em 26 anos.
Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, o preço segue influenciado pela tendência internacional de alta. “E o dólar também acaba encarecendo”, disse Gonçalves, segundo o Valor Online.
Em fevereiro, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) já havia alertado que os preços iam continuar subindo nos dois meses seguintes porque a indústria ainda não havia repassado todo o custo da compra de café em grão.
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Calor deixa o café 'estressado', pode derrubar a produção brasileira e encarecer a bebida
O que fez o café subir tanto?
Confira abaixo alguns fatores que prejudicaram a produção e elevaram os preços do café, segundo especialistas ouvidos pelo g1.
☕Calor e seca: no ano passado, o clima gerou um estresse na planta, que, para sobreviver, precisou abortar os frutos, ou seja, impedir o seu desenvolvimento. Mas problemas, como geadas e ondas de calor, vêm acontecendo há 4 anos no Brasil. No período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria-prima e, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro.
☕Queda de oferta global: grandes produtores, como o Vietnã, enfrentaram problemas climáticos e sofreram quebra de safra.
☕Maior custo de logística: as guerras no Oriente Médio encareceram o embarque do café nas vendas internacionais, elevando também o preço dos contêineres, principal meio para a exportação.
☕Aumento do consumo: o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo, atrás apenas da água. Os produtores brasileiros têm aberto espaço em novos mercados internacionais, o que influencia na oferta da bebida internamente.
A China, por exemplo, se tornou um novo mercado para o café brasileiro. Desde 2023, o país saiu da 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.
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Mega-Sena pode pagar R$ 45 milhões neste sábado
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.861 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 45 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (10), em São Paulo.
No concurso da última quinta-feira (8), ninguém ganhou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Tarifaço de Trump: EUA e China têm encontro marcado neste sábado para negociar tarifas
Secretário do Tesouro e negociador-chefe de comércio dos EUA se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais. Trump (presidente dos EUA) e Xi Jinping (presidente da China)
AFP
Os governos dos Estados Unidos e da China têm um encontro marcado para este sábado (10), em Genebra, na Suíça, para a primeira rodada de negociações sobre a guerra de tarifas recíprocas entre os dois países, iniciada pelo presidente americano Donald Trump.
Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greer, se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, na Suíça, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais.
Atualmente, os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas, medida que se iniciou no chamado "Dia da Libertação" em que Trump distribuiu tarifas a mais de 180 países. A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% contra os produtos americanos. (relembre a cronologia abaixo)
Em sua primeira declaração sobre o encontro, Trump afirmou na quinta-feira (8) que acredita em uma reunião "amigável" e em negociações "substanciais". Já nesta sexta, disse que tarifas de 80% sobre as importações de produtos chineses "parecem corretas".
Em sua conta na plataforma Truth Social, Trump mencionou que a decisão sobre reduzir o percentual cobrado em taxas pelos EUA sobre os produtos chineses "é do Scott B", referindo-se a Bessent.
O presidente americano também escrevei que a China "deveria abrir seus mercados para os EUA". "Seria ótimo para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!".
Essa foi a primeira vez que Trump mencionou um número específico ao falar sobre uma possível redução nas tarifas sobre a China. Ele já havia sinalizado em outras ocasiões que desejava uma trégua entre os dois países e uma redução nas taxas aplicadas entre eles.
No início do mês, o Ministério do Comércio da China declarou que estava avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial, mas que os EUA precisam "demonstrar sinceridade" e estarem dispostos a "corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais".
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Relembre a guerra tarifária entre China EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas por Trump, no início de abril. No chamado "Dia da Libertação", o presidente dos EUA mostrou uma tabela das tarifas, de 10% a 50% para importados de 180 países.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. Trump disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, reduzindo de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Justiça derruba proibição do BRB assinar contrato definitivo com banco Master
Decisão, em segunda instância, é do começo da noite desta sexta-feira (9). Na terça (6), assinatura de contrato da negociação havia sido impedida pelo TJDFT. Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
A Justiça derrubou, em segunda instância, a proibição do Banco de Brasília (BRB) de assinar o contrato definitivo de compra do Banco Master. A decisão do desembargador João Egmont Leoncio Lopes é do começo da noite desta sexta-feira (9).
Na última terça (6), o juiz Carlos Fernando dos Santos atendeu a um pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizado no dia 28 de abril e determinou o impedimento da assinatura do contrato. Como cabia recurso, o BRB recorreu e derrubou a decisão inicial.
"Ex positis, defiro o pedido de efeito suspensivo para suspender os efeitos da decisão agravada, revogando a liminar que determinou ao Banco de Brasília S/A – BRB não assinasse o contrato definitivo com a Master Holding Financeira S.A., a DV Holding Financeira S.A. e Daniel Bueno Vorcaro, relativamente à aquisição de parte do controle acionário das empresas que formam o Banco Master", diz a decisão do desembargador.
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Entenda as negociações
Em 28 de março de 2025, o BRB anunciou a compra de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master.
A operação depende de aprovações do Banco Central do Brasil (BACEN) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A decisão judicial do TJDFT, de 6 de maio, mesmo impedindo a assinatura do contrato, permitia que o BRB continuasse com os procedimentos preparatórios para a aquisição do Banco Master.
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima. Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
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Trump diz que EUA manterão tarifas de 10% mesmo após acordos comerciais
Segundo o republicano, em alguns casos poderá haver isenções, como quando países oferecerem condições comerciais 'significativas'. Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (9) que os Estados Unidos manterão uma tarifa básica de 10% sobre produtos importados, mesmo após a assinatura de acordos comerciais.
"Sempre teremos uma tarifa básica de 10%", disse, ao declarar que novos acordos serão anunciados nas próximas semanas.
Segundo o republicano, em alguns casos poderá haver isenções, como quando países oferecerem condições comerciais "significativas".
O governo dos EUA abriu negociações com diversas nações desde a implementação das "tarifas recíprocas". No início de abril, Trump anunciou taxas de 10% a 50% sobre mais de 180 nações, e dias depois suspendeu a medida por três meses para abrir negociações.
O primeiro acordo foi anunciado nesta quinta-feira (8), com o Reino Unido. Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto a região concordou em reduzir de 5,1% para 1,8% as taxas sobre itens americanos. Além disso, topou fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
"Isso abre um mercado tremendo para nós", afirmou Trump a jornalistas na quinta-feira.
Em uma publicação nas redes sociais, Trump afirmou que o acordo deve criar uma zona de comércio de alumínio e aço e levar a uma "cadeia de suprimentos farmacêuticos segura".
Segundo o republicano, também irá aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação.
"Esse acordo mostra que, se você respeita os EUA e traz propostas sérias à mesa, os EUA estão abertos para negócios. Muito mais virão", disse o republicano na publicação.
EUA e China anunciam reunião na Suíça para tratar de tarifas
Tom mais ameno com a China
Trump afirmou nesta sexta-feira que tarifas de 80% sobre a importação de produtos da China "parecem corretas", em um sinal de recuo na recente guerra tarifária entre os países.
Ao longo das últimas semanas, os EUA anunciaram taxas de até 145% sobre produtos importados do gigante asiático. Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre itens americanos.
Ao contrário de outros países, cujo impacto do tarifaço foi limitado temporariamente a taxas de 10%, as tarifas elevadas sobre a China permanecem em vigor.
O cenário, no entanto, pode mudar nos próximos dias. A mudança de tom de Trump ocorre justamente às vésperas de negociações presenciais entre os dois países, previstas para acontecerem na Suíça a partir deste sábado (10).
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greere, vão se reunir com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, em Genebra, para conversas que podem representar o primeiro passo para um acerto em meio às disputas comerciais.
* Com informações da agência de notícias Reuters
Gol vai propor a acionistas aumento de capital de até R$ 19,3 bilhões
Decisão ocorre no contexto do plano de recuperação judicial da companhia, que tramita nos Estados Unidos, em meio a dívidas de cerca de R$ 51 bilhões. Avião da Gol
Ana Clara Marinho/g1
A companhia aérea Gol anunciou nesta sexta-feira (9) que seu conselho de administração aprovou uma proposta que será submetida à assembleia de acionistas para um aumento de capital entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,25 bilhões.
Será uma uma das maiores operações desse tipo já realizadas no país. A decisão ocorre no contexto do plano de recuperação judicial da companhia, que tramita nos Estados Unidos. Segundo a Gol, o patrimônio líquido da empresa fechou fevereiro no vermelho em R$ 27,7 bilhões.
Segundo fato relevante da empresa ao mercado nesta sexta-feira, o preço de emissão das ações no aumento de capital será de R$0,0002857142 por ação ordinária e R$ 0,01 por ação preferencial. O papel PN fechou na véspera cotado a R$1,19.
Conforme fato relevante divulgado ao mercado nesta sexta, o preço de emissão das ações no aumento de capital será de:
R$ 0,0002857142 por ação ordinária (com direito a voto dos acionistas);
e R$ 0,01 por ação preferencial (sem direito a voto);
Na véspera, o papel preferencial da companhia foi cotado a R$ 1,19.
A Gol declarou que o plano de reestruturação financeira permitirá que sua dívida de cerca de R$ 51 bilhões seja "materialmente reduzida". Informou ainda que uma parcela de US$ 2,7 bilhões será convertida em ações por meio do aumento de capital.
Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Ex-piloto lança pão de queijo nos EUA e vira referência em 40 estados
Conheça a história da PaneBras USA e descubra onde encontrar essas delícias. Paulo Ferreira, dono da PaneBras USA, exibe o carro-chefe da marca: o pão de queijo
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Só quem vive longe do Brasil sabe a falta que faz aquele pão de queijo, o pão francês e tantos outros produtos da nossa terra, como o açaí. A boa notícia é que, mesmo estando nos Estados Unidos, você pode usufruir dessas delícias e se sentir um pouco mais perto de casa.
Depois de 32 anos como aviador no Brasil, Paulo Ferreira desembarcou nos Estados Unidos pensando somente em descansar e curtir a aposentadoria. Até que, um belo dia, o bichinho do empreendedorismo o picou e ele teve uma ideia ousada: vender pão de queijo e pão francês para um público que ainda mal conhecia a marca PaneBras do Brasil. O que começou com um convite inesperado de um amigo se transformou em uma das maiores distribuidoras de produtos brasileiros no país: a PaneBras USA.
Um pouco dessa história...
Aqui você descobre onde encontrar o pão de queijo e outras delícias da marca
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A história começou em 2016, quando Paulo e sua mulher, Cynthia, decidiram dar ouvidos à proposta de um amigo, dono de uma das maiores fábricas de pão de queijo no Brasil. Naquele exato momento, o casal arregaçou as mangas e deixar de lado os planos de descansar em solo americano. Em pouco tempo, já estavam abrindo empresa, procurando galpão, comprando veículos refrigerados e desenvolvendo embalagens para dar vida à sua visão. Tudo isso antes mesmo do primeiro pedido.
Tudo começou com o pão francês. Uma pesquisa de mercado indicava uma grande demanda, mas a realidade foi outra. Dos dois contêineres importados, um e meio acabou vencendo e indo para o lixo. As portas se fecharam, as desculpas apareciam e o investimento parecia afundar. Mas Paulo não desistiu. Criou uma rotina com a pequena equipe, analisando erros diariamente e reformulando a abordagem.
Foi aí que o pão de queijo entrou em cena e virou o jogo. A marca PaneBras ainda era desconhecida até mesmo no Brasil, o que exigiu um trabalho incansável de divulgação. Paulo percorreu mercados, ofereceu degustações, montou fornos e estufas nos estabelecimentos e recusou propostas de consignação. “Eu sabia que tínhamos um produto de qualidade. Não era qualquer pão de queijo, era o pão de queijo que eu queria para a minha família”, conta.
Com a certeza de que tinha um produto de excelência e muitos diferenciais, Paulo assumiu o volante da van, as entregas e as vendas. O casal trabalhava junto. Durante a semana planejavam, no fim de semana botavam o pé na estrada. Às vezes dormiam em postos de gasolina, improvisavam banho, dirigiam horas a fio. Tudo para manter a logística funcionando.
A pandemia trouxe novos desafios, como o aumento explosivo no custo dos fretes marítimos. Mas também abriu uma oportunidade: expandir para o norte do país. Com dois fornos e duas estufas na caminhonete, Paulo viajou até Massachusetts com a missão de só voltar quando vendesse tudo. Conseguiu. Em duas semanas, vendeu os 11 pallets e deu início à expansão da PaneBras no norte dos Estados Unidos, com um novo centro de distribuição em Hartford, Connecticut.
Uma parte da equipe da PaneBras USA
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Muito tempo se passou e hoje a empresa atende mais de 40 estados do território americano. Está buscando expansão para o Canadá e Europa, com foco na comunidade brasileira e latina, mas também conquistando o paladar americano. Segundo Paulo, nos últimos 16 meses houve um aumento de 30% no consumo por parte dos americanos. Hoje, por exemplo, os produtos da PaneBras são líderes de vendas nas redes Sysco, Seabras, Stew Leonard's, Key Foods, Wild Fork, Bravo, Sea Word, Compare Foods, Unfi, Emporium 112, JL Market e Rede Mineirão.
O diferencial da PaneBras USA
Perguntamos a Paulo qual é o maior diferencial da PaneBras, e a resposta foi simples: amor. "E para ter amor, precisamos trabalhar com o que há de melhor", diz ele.
O diferencial da PaneBras USA? Amor. "E, para ter amor, precisamos trabalhar com o que há de melhor", diz ele.
Por isso, os produtos se destacam por serem mais saudáveis, com menos sal, mais queijo e sem aditivos químicos como o bromato de potássio que muitas empresas acabam usando, mesmo causando câncer.
O atendimento personalizado e o suporte com equipamentos para assar os produtos nos pontos de venda também se tornaram marca registrada da empresa, tudo feito com muito cuidado e carinho com o cliente.
“Nós não viemos aqui para trazer qualquer coisa. Nós viemos para trazer qualidade. E, quando tem qualidade, o cliente volta. Sempre volta”, completa Paulo, que continua à frente da operação, agora com equipe estruturada, frota própria, três centros de distribuição, 40 estados atendidos e uma missão clara: matar a saudade do Brasil.
Descubra aqui onde encontrar o sabor brasileiro mais perto de você.
Globo Rural: informações adicionais das reportagens do dia 11/05/2025
Veja dicas de como cultivar uva. Cultivo de uva
Felipe Dalla Valle/Secom RS
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Fraude no INSS: governo usará recursos bloqueados de associações para pagar aposentados, diz Haddad
AGU pediu o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades investigadas. Ministro não informou se será necessário uso de dinheiro público para complementar ressarcimentos. Haddad: Valor bloqueado será usado para pagar aposentados
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (9) que o governo vai utilizar os recursos bloqueados de entidades associativas investigadas no esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para fazer o ressarcimento aos aposentados lesados.
A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta quinta-feira (8) que entrou com um pedido de bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 associações investigadas.
"A notícia que tivemos da AGU é que um conjunto apreciável de recursos foi bloqueado das contas das associações que cometeram a fraude. Vamos fazer um balanço dessas iniciativas que a AGU está tomando. Quem tem que pagar a conta é quem cometeu o abuso, a fraude. Não é só responsabilidade penal, existe uma reponsabilidade civil também de ressarcimento a quem foi prejudicado", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Questionado se o governo vai precisar utilizar recursos próprios para complementar o ressarcimento aos aposentados prejudicados, Haddad disse apenas que vai aguardar o "desenrolar das coisas". Ele participou nesta sexta de um evento na B3, em São Paulo (SP).
Segundo a AGU, o valor dos descontos feitos indevidamente pode ser muito maior e será calculado ao longo da transcorrer do processo.
Esse valor inicial foi calculado pela Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev).
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), por sua vez, dizem que o prejuízo pode chegar a R$ 6 bilhões, considerados os anos de 2019 a 2024.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Divulgação/Ministério da Fazenda
O que se sabe sobre a fraude
Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários.
Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação, nos bastidores do governo, é que houve omissão de Lupi.
Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir.
Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.
Tarifaço dos EUA
Sobre o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o ministro Fernando Haddad afirmou que não é razoável sobretaxar a América Latina — região com a qual os EUA têm superávit comercial (mais exportam do que importam).
Nesta semana, Haddad se encontrou com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em Los Angeles.
"Tarifar uma região que tem déficit não me parece muito razoável. Ele próprio [Scott Bessent] reconheceu que é uma anomalia taxar quem compra de você, mas falou que há espaço para sentar na mesa e negociar. Entendi que esse tipo de assunto não é tabu, e vai ser tratado com a devida responsabilidade e seriedade", concluiu Haddad.
▶️Em meados de março, entrou em vigor uma cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos, um mês após assinatura de decreto pelo presidente Donald Trump.
▶️E, no início de abril, foram anunciadas tarifas extras a produtos importados de diversos países.
▶️A tarifa para os produtos brasileiros ficou em 10%, a exemplo dos produtos do Reino Unido, e abaixo dos 20% anunciados para a União Europeia e dos 34% para a China, por exemplo.
▶️No caso dos produtos chineses, as taxas impostas pelos Estados Unidos aumentarão para 145%, o que causou retaliações de Pequim. Em abril, a China anunciou mais uma medida reciproca, e as tarifas impostas pelo país aos EUA chegaram a 125%.
Especialistas em relações internacionais ouvidos pela GloboNews avaliaram que o Brasil obteve "certa vantagem" – e um resultado "menos pior" que o imaginado – no "tarifaço" anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
BC comunica vazamento de dados de 50 chaves PIX de pessoas com conta na Cashway Tecnologia da Informação
Vazamento ocorreu em razão de 'falhas pontuais em sistemas dessa instituição', informou o Banco Central O Banco Central (BC) informou nesta sexta-feira (9) que ocorreu um incidente segurança com dados pessoais vinculados a chaves PIX de 50 pessoas com conta na Cashway Tecnologia da Informação, em razão de "falhas pontuais em sistemas dessa instituição".
De acordo com o BC, não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário.
"As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras", acrescentou a instituição.
Novo golpe do Pix usa a boa-fé dos correntistas
reprodução/TV Globo
O BC explicou, ainda, que as pessoas que tiveram seus dados cadastrais obtidos a partir do incidente serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking de sua instituição de relacionamento.
"Nem o BC nem as instituições participantes usarão quaisquer outros meios de comunicação aos usuários afetados, tais como aplicativos de mensagens, chamadas telefônicas, SMS ou e-mail", informou o Banco Central.
ANPD publica edital de concurso com 213 vagas e salário inicial de até R$ 9 mil; veja como participar
O processo seletivo está sendo organizado pelo Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES). Os interessados podem se inscrever entres os dias 23 de maio a 15 de junho. O Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) vai preencher 213 vagas imediatas.
Divulgação
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) publicou nesta sexta-feira (09), o edital com as regras para o novo concurso público temporário.
Estão sendo ofertadas 213 vagas imediatas de nível médio e superior, além de 1.704 oportunidades para formação de cadastro de reserva, com remuneração inicial de até R$ 9.047,00.
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As oportunidades de nível superior são para atuar nas áreas de Direito, Tecnologia da Informação, Ciências Contábeis, Administração, Economia, Estatística, Relações Internacionais, entre outros.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
Já as de nível médio, são para as atividades de apoio operacional (veja distribuição abaixo). O processo seletivo está sendo organizado pelo Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES).
A jornada de trabalho dos aprovados é de 40 horas semanais. O regime de trabalho adotado é presencial, com lotação na sede da Autoridade Nacional de Proteção de Dados em Brasília (DF).
Os contratos temporários terão vigência de 1 ano, podendo ser prorrogados por igual período, desde que a prorrogação seja devidamente justificada. A previsão de duração é de até 5 anos.
As vagas foram divididas em quatro áreas de conhecimento, assim distribuídas da seguinte forma:
Do total de vagas a serem preenchidas, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos) e indígenas, e 5% para pessoas com deficiência.
Conforme o edital, o processo seletivo terá as seguintes etapas:
Prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, para todas as Atividades/perfis;
Avaliação de títulos, de caráter unicamente classificatório;
Procedimento de heteroidentificação, para os candidatos autodeclarados negros (pretos ou pardos);
Avaliação biopsicossocial, para os candidatos autodeclarados pessoas com deficiência.
As inscrições deverão ser feitas via internet. O prazo para inscrição começa às 10h do dia 23 de maio e vai até as 22h do dia 15 de junho.
Os interessados devem acessar o site do Instituto Americano de Desenvolvimento (IADES). A taxa de inscrição varia conforme o cargo:
R$ 80 para as Atividades/perfis de nível superior;
R$ 40 para as Atividades/perfis de nível médio/técnico.
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa (veja o cronograma completo abaixo).
As provas do processo seletivo serão aplicadas em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP), além das etapas da avaliação biopsicossocial e da heteroidentificação.
As avaliações objetivas serão aplicadas em 17 de agosto, no turno da tarde e com a duração de 4 horas.
O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, pelo mesmo período.
🤔 Qual é o papel da ANPD? O órgão publico, vinculado ao Ministério da Justiça, é responsável por zelar pela proteção dos dados pessoais e por orientar, regulamentar e fiscalizar o cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
📆 Cronograma do concurso
Inscrições: 23/05 a 15/06
Período para solicitar isenção da taxa de inscrição: 23/05 a 28/05
Data limite de pagamento das inscrições: 24/06
Divulgação dos locais de provas: 22/07
Aplicação das provas: 17/08
Divulgação dos gabaritos preliminares das provas objetivas: 18/08
Publicação do resultado final das provas objetivas: 9/09
Resultado final e homologação do processo seletivo: 23/10
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Trump sinaliza recuo e diz que tarifas de 80% sobre a China 'parecem corretas'
Segundo o presidente americano, a decisão sobre reduzir cabe ao secretário do Tesouro do país. Essa é a primeira vez que Trump fala sobre um possível número para as novas taxas. Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (9) que tarifas de 80% sobre as importações vindas da China "parecem corretas", marcando um recuo na recente guerra tarifária entre os países.
Em sua conta na plataforma Truth Social, Trump mencionou que a decisão sobre reduzir o percentual cobrado em taxas pelos EUA sobre os produtos chineses "é do Scott B", referindo-se ao secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
O presidente americano também escrevei que a China "deveria abrir seus mercados para os EUA". "Seria ótimo para eles!!! Mercados fechados não funcionam mais!!!".
Essa é a primeira vez que Trump menciona um número específico ao falar sobre uma possível redução nas tarifas sobre a China. Ele já havia sinalizado em outras ocasiões que desejava uma trégua entre os dois países e uma redução nas taxas aplicadas entre eles.
Atualmente, os EUA cobram uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas. A China, por sua vez, aplicou uma taxa de 125% contra os produtos americanos.
Neste fim de semana, Scott Bessent e o negociador-chefe de comércio dos EUA, Jamieson Greer, se encontrarão com o czar econômico da China, He Lifeng, na Suíça, para conversas que podem ser o primeiro passo para resolver suas disputas comerciais.
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A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas por Trump, no início de abril. No chamado "Dia da Libertação", o presidente dos EUA mostrou uma tabela das tarifas, de 10% a 50% para importados de 180 países.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. Trump disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, reduzindo de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Em país cada vez mais urbano, quilombolas seguem morando mais no campo do que na cidade
62% dos quilombolas moram em áreas rurais, ante 87% no conjunto da população. Mesmo os indígenas têm uma população urbana maior que a rural, segundo o instituto. Para pesquisadora do IBGE, fato tem relação com a escravidão. Dirani Francisco Maia, moradora do Quilombo Kalunga, no nordeste de Goiás, em foto de 2019.
Fábio Tito/G1
Num país cada vez mais urbano, os quilombolas seguem majoritariamente rurais, diferentemente do que acontece até mesmo com os indígenas, mostram dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
➡️ Dos 1.330.186 quilombolas do país, 62% moram no campo, e 38%, nas cidades e outras áreas urbanas.
➡️ Quilombolas são todos aqueles que se autodenominam assim, mesmo que não morem em quilombos.
Para a pesquisadora do IBGE Marta de Oliveira Antunes, este resultado "tem a ver com o histórico da escravização, da ocupação pela escravização e como foi essa resistência organizada ao longo dos séculos".
Fernando Souza Damasco, pesquisador do pesquisador do IBGE, o fato era "completamente desconhecido", já que o Censo de 2022 foi o primeiro a perguntar se as pessoas se identificam como quilombolas. E surpreende.
“Era um elemento completamente desconhecido da sociedade brasileira. (...) É uma descoberta, nós temos ainda um grupo populacional no nosso país que é majoritariamente rural, e isso é um dado muito relevante. Às vezes achamos que o rural está em extinção."
Para os pesquisadores do instituto, este dado passa a ser uma referência nova para todos os órgãos públicos que vão lidar com essa população e para o direcionamento de políticas públicas.
Conheça os kalungas, do maior quilombo do país
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Mulheres são maioria nas áreas urbanas e homens, nas rurais
Quando se analisa por gênero, as mulheres são maioria entre os quilombolas urbanos. Nas áreas rurais, os homens são maioria:
➡️Em áreas urbanas, a cada 92 homens quilombolas foram identificadas 100 mulheres quilombolas. Nas áreas rurais, eram 105 homens para cada 100 mulheres.
Para Marta Antunes, do IBGE, o números mostram que as mulheres estão "em busca de melhores oportunidades, em busca de estudos e trabalho".
Quilombolas têm pior acesso a serviços básicos
Os dados mostram também que os quilombolas têm pior acesso a serviços como abastecimento de água, destinação do esgoto e coleta de lixo.
🚨 Em áreas rurais, dentro dos territórios delimitados, a precariedade no saneamento básico chega a 93,82%.
Mesmo em situação urbana, o acesso a água em condições de maior precariedade é 3,4 vezes maior entre a população quilombola (9,21%) do que entre a população residente em situação urbana no Brasil (2,72%).
O que mais o Censo mostrou sobre os quilombolas
O Nordeste concentra quase 70% dos quilombolas, com grande destaque para os estados da Bahia e do Maranhão. Juntos, eles têm 50% dos quilombolas do país.
Quase ⅓ dos quilombolas do Brasil estão na Amazônia Legal.
87% dessa população vive fora de territórios oficialmente delimitados
Quilombolas são mais jovens que o conjunto da população
Analfabetismo entre quilombolas é quase três vezes maior do que na população total do país
Ford Mustang manual, edição limitada de R$ 600 mil, esgota em 1 hora
As 200 unidades ofertadas para o mercado brasileiro renderam R$ 120 milhões para a Ford em apenas uma hora. Modelo tem motor 5.0 V8 de 492 cv Um carro em extinção: Ford Mustang manual é o último muscle car raiz
O último muscle car com transmissão manual oferecido pela Ford, o Mustang GT Performance com câmbio de seis velocidades, esgotou em apenas 60 minutos. As 200 unidades destinadas ao mercado brasileiro renderam R$ 120 milhões para a Ford em uma hora.
Segundo a Ford, a maioria dos compradores já possuía um Mustang, e esses clientes tiveram prioridade na lista de espera, reforçando o esforço da marca em recompensar seus clientes mais fiéis.
"Sabíamos que a expectativa em torno do Mustang manual seria grande, devido à exclusividade e ao legado que esse modelo representa. Mesmo assim, a rapidez da venda surpreendeu, praticamente num ritmo de três carros por minuto", disse Dennis Rossini, gerente de marketing da Ford.
As vendas foram restritas. Apenas concessionárias que já comercializaram algum Mustang em sua história puderam receber unidades para venda.
Ford Mustang GT Performance manual
divulgação/Ford
O Mustang GT Performance manual é uma edição limitada com transmissão manual, celebrando os 60 anos da primeira geração do esportivo. Este modelo exclusivíssimo chegou ao Brasil na última segunda-feira (5) com apenas 200 unidades, a R$ 600 mil cada. Cada veículo é numerado, com um emblema exibindo seu número logo abaixo do câmbio.
Além da transmissão manual e da numeração do veículo em uma placa, há outros detalhes exclusivos neste Mustang. O primeiro é a adição de duas faixas pretas que percorrem a carroceria, com frisos vermelhos dentro de cada uma.
As pinças de freio Brembo são vermelhas, as rodas e o emblema do cavalo na grade dianteira têm cor bronze, e há um emblema comemorativo aos 60 anos do Mustang, localizado na parte externa da última coluna do carro.
"O Mustang GT Performance Manual já nasce como um clássico. Ele tem um lugar de honra reservado na galeria de versões especiais do Mustang, tanto pela exclusividade como pelo que ele representa para os fãs do prazer de dirigir, permitindo uma interação direta com toda a potência e o ronco inigualável do motor V8", completou Rossini.
Ford Mustang GT Performance manual foi vendido por R$ 600 mil
Divulgação | Ford
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Tradição preservada
O motor é o Coyote V8 5.0, presente em outras versões do Mustang. Na edição com transmissão manual de seis velocidades, ele oferece 492 cv de potência e 58 kgfm de torque. A velocidade máxima é de 250 km/h, e a aceleração de 0 a 100 km/h ocorre em 4,3 segundos.
A transmissão manual inclui melhorias para aumentar a esportividade, permitindo trocas de marcha mais rápidas sem que o motorista precise tirar completamente o pé do acelerador. Este recurso só está disponível quando o motor está girando acima de 5.000 rpm.
Nessas condições, o motorista pode pressionar apenas 40% do pedal do acelerador para realizar a troca de marcha corretamente.
Ford Mustang GT Performance manual
O Ford Mustang manual oferece cinco modos de condução, incluindo dois voltados para pista e dois adicionais: Launch Control e Rev Match. O Launch Control maximiza a potência do motor e evita que as rodas percam tração nas arrancadas, enquanto o Rev Match proporciona reduções de marcha mais suaves, minimizando os solavancos.
Embora a transmissão manual remeta a uma era mais antiga da indústria automotiva, o Ford Mustang GT Performance manual possui painel de instrumentos digital de 12,4 polegadas e central multimídia de 13,2 polegadas, com reconhecimento de comandos por voz. O veículo também oferece espelhamento sem fio para celulares, que podem ser recarregados por indução.
O sistema de som é desenvolvido pela B&O, com 900 watts de potência distribuídos por 12 alto-falantes e um subwoofer. Embora o freio seja eletrônico, há uma alavanca manual disponível para facilitar manobras de drift.
O Ford Mustang GT Performance manual chega em um período em que a transmissão manual está cada vez mais rara nos carros vendidos no Brasil.
Dos 781 modelos de carros produzidos por 33 marcas e homologados pelo Inmetro, apenas 86 possuem câmbio manual, onde as trocas de marcha são feitas exclusivamente pelo motorista. Em outras palavras, em 2025, apenas 11% dos carros vendidos oficialmente no Brasil têm transmissão manual.
Ford Mustang GT Performance manual
*Com informações de André Fogaça.
Dólar fecha em queda, de olho em inflação no Brasil e tarifaço de Trump; Ibovespa sobe ao maior nível desde agosto
A moeda norte-americana caiu 0,11%, cotada a R$ 5,6547. Já a bolsa encerrou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos, no maior nível desde agosto. Cédulas de dólar
Pexels
O dólar fechou a sessão desta sexta-feira (9) em queda, a R$ 5,65, conforme investidores repercutiam os novos dados de inflação no Brasil e a possibilidade de um esfriamento da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta e renovou o maior patamar desde agosto de 2024.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, mostra que os preços subiram 0,43% em abril, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e reforça a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta semana.
O colegiado aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano — o maior patamar em 20 anos. Também indicou que deve agir com cautela na próxima reunião, com mais "flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica da inflação".
Já no ambiente internacional, os sinais de alívio da guerra tarifária por parte de Trump continuaram a impulsionar os mercados. Na véspera, os EUA e o Reino Unido anunciaram um acordo comercial — o primeiro desde a implementação das "tarifas recíprocas".
Já nesta sexta-feira, Trump chegou a afirmar que reduzir as tarifas de 145% para 80% sobre as importações chinesas "parece correto" e que a decisão ficará a cargo do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Mais tarde, no entanto, a Casa Branca afirmou que Trump "permanece firme em sua decisão" de que os EUA não vão reduzir unilateralmente as tarifas sobre produtos chineses.
"Esse foi um número que o presidente divulgou, e veremos o que acontece neste fim de semana", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a jornalistas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,11%, cotado a R$ 5,6547. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6376. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,02% na semana;
recuo de 0,39% no mês; e
perda de 8,50% no ano.
No dia anterior, a moeda americana fechou em baixa de 1,47%, aos R$ 5,6611.
a
📈Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,21%, aos 136.512 pontos, no maior nível desde agosto.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 1,02% na semana;
avanço de 1,07% no mês; e
ganho de 13,49% no ano.
Na véspera, o índice fechou em alta de 2,12%, aos 136.231 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O anúncio de um acordo comercial entre EUA e Reino Unido e as sinalizações de que Trump conversa com outros países para aliviar a guerra das tarifas foram bem recebidos pelo mercado financeiro.
Além de estabelecer medidas tarifárias, o tratado anunciado ontem também estabelece a criação de uma zona de comércio de alumínio e aço e de uma cadeia de suprimentos farmacêuticos segura. Segundo Trump, o acordo deve aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e de criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação.
Em contrapartida, os EUA deverão baixar as tarifas para a indústria automobilística britânica de 27,5% para 10% e zerar os impostos sobre aço e alumínio.
Apesar de este ter sido apenas o primeiro acordo comercial que os EUA conseguiram firmar com um de seus parceiros desde a imposição das "tarifas recíprocas" anunciadas em abril, Trump indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos.
Neste fim de semana, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, deve se reunir com seus pares chineses na Suíça — e há grande expectativa no mercado financeiro de que os dois países comecem as conversas para chegar a um acordo tarifário.
Nesta sexta-feira, Trump chegou a afirmar que ficará a cargo dele a decisão de reduzir as tarifas sobre a China, mas adiantou que uma taxa de 80% "parece correta" e que o país asiático deveria "abrir seus mercados para os EUA".
E no Brasil?
Já no ambiente doméstico, ficou no radar a divulgação dos novos dados de inflação por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador mostrou uma alta de 0,43% em abril, em linha com o esperado.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram alta no mês passado, com destaque para Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais.
O resultado é importante porque reforça o posicionamento do Copom que, nesta semana, subiu a Selic ao maior patamar em 20 anos, a 14,75% ao ano.
Em comunicado, o colegiado justificou que a incerteza na economia dos EUA, principalmente devido à guerra comercial, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros. Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas.
"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", escreveu o Copom.
Por fim, o comitê destacou que o "cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação."
Segundo Rafael Cardoso, economista-chefe do banco Daycoval, a principal novidade no comunicado está no balanço de riscos da instituição, que considerava mais os riscos econômicos brasileiros do que os internacionais até sua última reunião.
"A inclusão da queda dos preços das commodities fez com que houvesse três riscos para cada lado, o que na opinião do BC além de ser riscos em quantidade igual, eles têm o mesmo peso e portanto o balanço passou a ser simétrico".
Esse olhar mais atento ao cenário externo (que não recebe interferência dos juros no Brasil) e a falta de sinalização sobre possíveis novas altas nos juros indicam que pode haver uma pausa no ciclo de alta da Selic, explica Cardoso.
Daniel Cunha, estrategista-chefe do BGC Liquidez, concorda e comenta que "não há dúvida de que o BC tem se empenhado em pavimentar o caminho para o fim do ciclo de alta nos juros".
"A verdadeira questão, no entanto, era e ainda é se os dados sustentariam uma mudança para um ponto de fim mais cedo e mais baixo, ao invés de um ponto mais tarde e mais elevado", afirma Cunha.
Petrobras anuncia a descoberta de novo poço de petróleo na Bacia de Santos
O poço está localizado a 248 quilômetros da cidade de Santos (SP), no litoral paulista, e tem uma profundidade de 1.952 metros. Petrobras perde R$ 34 bilhões em valor de mercado após demissão de Jean Paul Prates
Jornal Nacional/ Reprodução
A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (9) que encontrou petróleo "de excelente qualidade e sem contaminantes" no pré-sal da Bacia de Santos.
O poço, identificado como 3-BRSA-1396D-SPS, pertence ao bloco Aram e está localizado a 248 quilômetros da cidade de Santos (SP), no litoral paulista, com uma profundidade de 1.952 metros abaixo d'água.
Esta é a segunda descoberta de um poço de petróleo classificado como excelente no mesmo bloco da Bacia de Santos apenas neste ano.
Novo poço de petróleo na Bacia de Santos.
Arte/g1
Em março, a Petrobras informou que identificou indícios de petróleo no poço 4-BRSA-1395-SPS, a uma profundidade de 1.759 metros e a uma distância de 245 quilômetros da cidade de Santos.
Agora, a empresa iniciará as análises laboratoriais necessárias para identificar e caracterizar as condições do poço encontrado, avaliando o potencial da área.
A Petrobras também informou que, além dos estudos, outros dois poços serão perfurados e testados como parte do Plano de Avaliação e Descoberta (PAD).
Leia a nota da Petrobras na íntegra:
"A Petrobras informa que identificou a presença de petróleo de excelente qualidade e sem contaminantes no pré-sal da Bacia de Santos, em poço exploratório no bloco Aram.
O poço 3-BRSA-1396D-SPS está localizado a 248 km da cidade de Santos-SP, em profundidade d’água de 1952 metros. A perfuração desse poço já foi concluída, tendo o intervalo portador de petróleo sido constatado através de perfis elétricos, indícios de gás e amostragem de fluido.
É a segunda descoberta no mesmo bloco, seguindo o ótimo resultado já alcançado em outro poço exploratório no início do ano, onde encontramos petróleo de excelente qualidade.
'Estamos investindo fortemente na busca de novas reservas e os resultados estão vindo. Esse ano, já anunciamos descobertas também em Brava e em Búzios", afirma a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
O consórcio dará início às análises laboratoriais para caracterizar as condições dos reservatórios e fluidos encontrados, que permitirão avaliar o potencial da área. Além disso, serão perfurados mais dois poços e realizado um teste de formação como parte do Plano de Avaliação de Descoberta (PAD).
O PAD tem prazo final em 2027 e atividades adicionais de aquisição de dados poderão ser realizadas, conforme planejamento e obrigações contratuais estabelecidas junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O bloco Aram foi adquirido em março de 2020, na 6ª rodada de licitação da ANP, sob o regime de Partilha de Produção, tendo a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) como gestora. A Petrobras é a operadora do bloco e detém 80% de participação, em parceria com a empresa CNPC (20%)."
Em conferência mundial, presidente da Petrobras defende exploração de petróleo no Amapá
Caderneta de poupança tem saída de R$ 52 bilhões até abril
Dado foi divulgado pelo BC nesta segunda. Saída de recursos acontece em meio à inflação e endividamento altos. Juro básico mais alto também faz poupança ficar menos atraente. A retirada de recursos das cadernetas de poupança superou o nível de depósitos em R$ 52,1 bilhões no acumulado de janeiro a abril deste ano, informou nesta sexta-feira (9) o Banco Central.
De acordo com a instituição, nos quatro primeiros meses deste ano:
os depósitos somaram R$ 1,35 trilhão;
as retiradas totalizaram R$ 1,4 trilhão.
Getty Images via BBC
Os R$ 52,1 bilhões de retirada líquida são maiores do que o registrado no mesmo período do ano passado – quando houve a saída de R$ 23,8 bilhões da modalidade.
No mesmo período de 2023, a retirada foi maior que a atual: R$ 57,5 bilhões de janeiro a abril.
Veja a evasão de recursos da poupança mês a mês neste ano:
janeiro: R$ 26,22 bilhões;
fevereiro: R$ 8 bilhões;
março: R$ 11,45 bilhões;
abril: R$ 6,41 bilhões.
Mercado imobiliário
A retirada de recursos da caderneta de poupança afeta o financiamento imobiliário, pois a modalidade serve de base (funding) para os empréstimos para compra da casa própria.
Em abril, o Banco Central informou que há um "consenso no mercado" de que o atual modelo de financiamento à casa própria, com base na poupança, está se esgotando.
Por isso, informou a instituição, serão buscadas alternativas à poupança e, também, será feito um debate para saber quais características devem ter os contratos com a mudança do chamado "funding"— que tende a ser mais volátil (instável).
Financiar imóvel fica mais difícil com o aumento dos saques da caderneta de poupança
Cenário da economia
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de inflação e de endividamento ainda altos, ao mesmo em que a taxa básica de juros está no maior nível desde 2006.
Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,56%. Já no acumulado em 12 meses, a inflação registra um avanço de 5,48%. O número está acima do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC), que é de 3%.
Indicadores também mostram que o endividamento da população segue elevado. Segundo o BC, ele somou 48,3% da renda acumulada nos doze meses até dezembro do ano passado.
Juro alto reduz atratividade da poupança
A alta taxa de juro básica da economia brasileira, a Selic, também ajuda a reduzir a atratividade da caderneta de poupança. Atualmente, para tentar conter a inflação, a Selic está em 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.
Pelas regras da poupança, a aplicação segue com rendimento limitado. Isso ocorre porque, com as regras vigentes, quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
De acordo com analistas ouvidos pelo g1, o retorno da poupança tem perdido para outras aplicações em renda fixa. Eles apontaram que investimentos no Tesouro Direto, em CDBs e também CDIs têm registrado melhor desempenho em um cenário de alta dos juros básicos da economia, e que a renda fixa deve continuar atrativa em 2025.
IPCA: preços sobem 0,43% em abril, puxados por alimentação e medicamentos
Resultado da inflação oficial do país mostra uma desaceleração em relação ao mês anterior. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 5,53%. Inflação: preços sobem 0,43% em abril, puxados por alimentos e remédios
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,43% em abril, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando o IPCA havia subido 0,56%. No acumulado do ano, o índice registra uma alta de 2,48%. Na janela de 12 meses, o avanço é de 5,53%.
A alta da inflação em abril foi impulsionada, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas — com destaque para os preços da Alimentação fora do domicílio —, e Saúde e Cuidados Pessoais, devido aos reajustes de até 5,09% nos preços dos medicamentos, válidos a partir de 31 de março.
O resultado da inflação de abril veio em linha com as projeções do mercado financeiro, que esperavam um avanço entre 0,38% e 0,47%.
Veja o resultado dos grupos do IPCA em abril
Alimentação e bebidas: 0,82%;
Habitação: 0,14%;
Artigos de residência: 0,53%;
Vestuário: 1,02%;
Transportes: -0,38%;
Saúde e cuidados pessoais: 1,18%;
Despesas pessoais: 0,54%;
Educação: 0,05%;
Comunicação: 0,69%.
Alimentos e medicamentos pesaram para a inflação do mês
O grupo de Alimentação e bebidas apresentou uma desaceleração na inflação em abril, registrando alta de 0,82% (contra 1,17% em março). Mesmo assim, continua representando o maior impacto sobre a inflação geral, com um peso de 0,18 ponto percentual (p.p.).
A Alimentação no domicílio foi a que mais subiu, com alta de 0,83%. Os maiores avanços vieram da batata-inglesa (18,29%), do tomate (14,32%) e do café moído (4,48%). Outros produtos, porém, tiveram queda, com destaque para a cenoura (-10,40%), arroz (-4,19%) e frutas (-0,59%).
Na Alimentação fora do domicílio, os preços tiveram alta de 0,80%. Tanto o lanche (1,38%) quanto a refeição (0,48%) subiram.
A maior alta percentual de abril foi registrada pelo grupo de Saúde e cuidados pessoais, com variação de 1,18% e um impacto de 0,16 p.p. sobre o índice geral.
O avanço é resultado de um reajuste de até 5,09% nos preços dos Medicamentos, válido a partir de 31 de março. Além disso, os itens de higiene pessoal também tiveram uma alta significativa, de 1,09%.
Outro destaque foi o grupo de Vestuário, que registrou alta de 1,02% e teve um impacto de 0,05 p.p. no índice geral. Os preços de roupas femininas, roupas masculinas e calçados e acessórios subiram.
O único grupo a registrar queda em abril foi o de Transportes, com uma variação negativa de 0,38%. As passagens aéreas tiveram uma baixa significativa nos preços, de 14,15%. Todos os combustíveis também recuaram.
O etanol teve queda de 0,82%;
O gás veicular teve queda de 0,91%;
O óleo diesel teve queda de 1,27%;
A gasolina teve queda de 0,35%.
INPC fica em 0,48%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para reajustes do salário mínimo e que calcula a inflação para famílias de renda mais baixa, registrou uma alta de 0,48% em março. Em fevereiro, o índice havia subido 0,51%.
Com isso, o INPC acumulou uma alta de 5,32% nos 12 meses até março de 2025.
Medicamentos disponíveis na farmácia do barco-hospital São João XXIII, atracado em Novo Remanso, distrito de Itacoatiara (AM)
Desirèe Assis/g1
Concurso de diplomata: Itamaraty autoriza edital com 50 vagas e salário de R$ 20,9 mil
Ao todo serão ofertadas 50 vagas no cargo de terceiro-secretário da carreira de diplomata. O Instituto Rio Branco vai publicar o edital do concurso. Palácio do Itamaraty
Reprodução/ Agência Brasília
O Ministério das Relações Exteriores autorizou a realização de um novo concurso para diplomata, com 50 vagas e salário inicial de R$ 20,9 mil. O cargo é de terceiro-secretário, que é o início da carreira de diplomacia.
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O processo seletivo exige conhecimento em várias disciplinas e é considerado, atualmente, um dos mais difíceis e concorridos do país, afirma Jean Marcel Fernandes, coordenador do curso preparatório para concursos de diplomata do Gran Cursos Online.
👩💼 MAS, AFINAL, O QUE FAZ UM DIPLOMATA? - Os diplomatas são servidores públicos concursados que representam o Estado brasileiro, assim como seus cidadãos, no exterior.
Eles negociam os interesses do país em conferências internacionais e atendem os cidadãos brasileiros nos consulados, entre outras funções.
✍️ E COMO É O CONCURSO? - No Brasil, o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) é realizado todos os anos pelo Instituto Rio Branco (IRBr), academia diplomática brasileira subordinada ao Itamaraty.
Em 2024, também foram abertas 50 oportunidades para a carreira. Agora, a autorização para o concurso deste ano foi publicada na última quinta-feira (08) no Diário Oficial da União.
A primeira fase do concurso consistirá de prova objetiva, de caráter eliminatório, composta de questões de:
Língua portuguesa;
História do Brasil;
História mundial;
Geografia;
Língua inglesa;
Política internacional;
Economia;
Direito.
Serão convocados para a segunda fase os candidatos mais bem classificados na primeira fase, em número a ser definido no edital, respeitadas as políticas de inclusão de pessoas negras e de pessoas com deficiência.
A segunda etapa do concurso consistirá de provas escritas, de caráter eliminatório e classificatório, composta de questões de:
Língua portuguesa;
Língua inglesa;
História do Brasil;
Política internacional;
Geografia;
Economia;
Direito;
Língua espanhola ou francesa.
Será estabelecida nota mínima para aprovação no conjunto das provas da segunda fase. A Diretora-Geral do Instituto Rio Branco será responsável pela publicação do edital do concurso.
Conforme a publicação, o prazo de realização da primeira prova, com relação à data de publicação do edital do concurso, será reduzido para dois meses.
A redução do prazo visa compatibilizar a conclusão do concurso com o planejamento de atividades do Ministério das Relações Exteriores e do Instituto Rio Branco para 2025 e 2026.
Qualquer cidadão brasileiro nato com formação superior reconhecida pelo Ministério da Educação pode se tornar diplomata.
Geralmente, são aprovados no concurso candidatos que se preparam por dois a três anos para as provas, afirma o professor Jean Marcel, que também é Ministro da Carreira de Diplomata e serve no Consulado-Geral do Brasil em Los Angeles.
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INSS anuncia devolução de R$ 292 milhões para aposentados entre maio e junho
Instituto diz que valor se refere às mensalidades de abril, que foram descontadas mesmo após o bloqueio, porque a folha do mês já havia sido rodada O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) soltou um comunicado nesta sexta-feira (9) em que anuncia a devolução de R$ 292.699.250,33 para aposentados e pensionistas entre os dias 26 de maio e 6 de junho. Segundo o instituto, esse valor é referente às mensalidades de abril que, mesmo após o bloqueio, foram descontadas por sindicatos e associações, porque a folha do mês já havia sido rodada. "O dinheiro foi bloqueado pelo INSS e será devolvido aos beneficiários na folha de maio", afirmou o INSS. INSS vai notificar prejudicados por descontos irregulares na próxima semana O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afirmou nesta quinta que vai notificar na terça-feira (13) os 9 milhões de aposentados e pensionistas que tiveram descontos em seus benefícios nos últimos anos e que, portanto, podem ter sido prejudicados pela fraude dos descontos irregulares. Essas pessoas terão de informar se as operações foram autorizadas por elas ou não para receberem o ressarcimento dos valores. LEIA TAMBÉM: Fraude no INSS: saiba como baixar o app oficial e como será a notificação dos descontos irregulares Fraude no INSS: AGU diz que 'engenharia criminosa' foi montada na gestão Bolsonaro e critica vídeo de 'lacração' feito por deputado Fraude no INSS: AGU pede bloqueio de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades associativas investigadas Como ocorrerá a notificação 🚨A notificação será feita exclusivamente pelo aplicativo "Meu INSS". Não haverá contato por telefone, ou mensagem SMS. Em caso de dúvidas, os cidadãos podem ligar na central de atendimento do órgão, pelo canal telefônico 135. Quais os canais informação No dia seguinte à notificação, dois canais estarão disponíveis para que os segurados possam verificar qual associação realizou o desconto e o valor descontado: "Meu INSS" e a central de atendimento 135. Qual a cobertura do ressarcimento O ressarcimento será para os descontos realizados nos últimos cinco anos, a partir de março de 2020. O INSS, contudo, não informou a partir de qual data começará a devolução do dinheiro descontado de forma irregular (anterior a abril). Quais são as orientações para o segurados O sistema para reclamações ficará aberto indeterminadamente. Não há um prazo final para reclamar. Os segurados não devem autorizar ninguém a falar com o INSS em seu nome para evitar novos golpes. O contato deve ser direto. Em caso de problemas, uma alternativa será a central de atendimento 135, que estará disponível para que o cidadão entre em contato e o servidor do INSS acesse o "Meu INSS" dele. O cidadão poderá informar que teve desconto da associação "X" e o valor descontado. 🔎O cidadão não precisará incluir documentos ao informar o desconto irregular. Como será a cobrança O sistema do INSS automaticamente gerará uma cobrança para a associação responsável pelo desconto. O INSS defenderá o cidadão perante a associação. Qual será o prazo dado às associações A associação terá 15 dias úteis para comprovar o vínculo com o segurado, juntando no sistema três informações: comprovação de associação, autorização do desconto e documento de identidade do segurado. Qual será o prazo para pagamento pelas associações Caso a associação não comprove o vínculo, ela terá 15 dias úteis para realizar o pagamento ao INSS, que será repassado ao segurado por meio de folha suplementar. Como serão as sanções às associações Se a associação não realizar o pagamento ou não comprovar o vínculo, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU) para medidas de ressarcimento. Todos os que reclamaram e não tiveram comprovação receberão o ressarcimento.
Venda de carne bovina do Brasil aos EUA dispara 500% em abril em meio a tarifaço de Trump
Para exportadores, alta foi 'grande surpresa'. Rebanho bovino dos EUA diminuiu, mas demanda por carne é alta. Venda de carne bovina do Brasil aos EUA dispara 500% em abril
As vendas de carne bovina do Brasil para os EUA dispararam 498% em abril, em relação a igual mês de 2024, uma alta que causou "grande surpresa" no setor.
Foi o que disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, nesta quinta-feira (8).
"Os Estados Unidos, apesar de já estarem vindo numa crescente, compraram um grande volume. Nós saímos de 8 mil toneladas em abril de 2024, para um volume em torno de 48 mil toneladas em abril de 2025", detalhou Perosa.
A disparada ocorreu no mesmo mês em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um aumento das taxas de importação para os seus parceiros comerciais.
O presidente da Abiec e o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias dizem que a alta nas vendas para os EUA aconteceu porque:
a oferta de bois dos EUA está em seu menor nível em 80 anos;
mas a demanda é muito alta: americano "come hambúrguer todo o dia", diz Perosa;
a carne dos EUA está mais cara do que a brasileira, mesmo com as tarifas.
As compras dos americanos já vinham crescendo em meses anteriores. De janeiro a abril, eles importaram 135,8 mil toneladas de carne do Brasil, um volume quase cinco vezes maior do que no mesmo período de 2024.
Como ficaram as tarifas para a carne bovina brasileira
Venda de carne bovina do Brasil aos EUA disparou em meio a tarifaço de Trump.
Foto: Assessoria/Governo/Rondônia
➡️Com o anúncio, os importadores americanos estão pagando uma taxa de 36,4% para importar a carne brasileira. Isso porque a tarifa anterior era de 26,4%, mas Trump adicionou uma sobretaxa de 10%.
➡️Somente as carnes que entram nos EUA a partir de cotas estão sendo taxadas em 10%.
"O Brasil participa de um grupo de outros 10 países que têm direito a uma cota de exportação de 65 mil toneladas com zero de tarifa. [A taxa] Era zero, mas agora passou para 10%. Mas essa cota, geralmente, se atinge até 15 de janeiro", explica Perosa.
"Majoritariamente, é o Brasil que se apropria dessa cota porque os outros países não tem capacidade de se apropriar", acrescenta.
🚢Os EUA são o segundo maior destino das exportações de carne bovina brasileira, depois da China, que é o nosso maior comprador, de acordo com o Ministério da Agricultura.
A Austrália, porém, é a maior fornecedora de carne para os EUA, seguida por Canadá, México e Brasil, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.
Por que a exportação do Brasil para os EUA disparou?
Perosa diz que o rebanho bovino dos EUA atingiu o seu menor nível em 80 anos, ao mesmo tempo em que a demanda por carne bovina no país continua em alta.
"Nos Estados Unidos, eles comem hambúrguer todo os dias. Então, não dá para você falar 'olha, para de consumir hambúrguer'. É cultural", destaca Perosa.
"Eu costumo fazer uma brincadeira que é a mesma coisa de você dizer no Brasil: 'a partir de hoje, ninguém mais come arroz e feijão'. Não tem como", compara.
Segundo ele, a redução do rebanho bovino nos EUA aconteceu por uma série de fatores, como problemas climáticos, como secas intensas, e a migração de alguns produtores para atividades mais lucrativas do que a pecuária.
Mas e as taxas?
"Mesmo com uma tarifa de 36,4%, [...] o Brasil vai nadando de braçada nesse mercado norte-americano. Eles estão comprando grandes quantidades de carne realmente", diz Iglesias, do Safras.
"A carne norte-americana está mais cara do que a do Brasil, mesmo com as tarifas. Para você ter uma ideia, uma arroba do boi gordo no Brasil está na média de US$ 54, US$ 55. Nos EUA está US$ 115, US$ 120 por arroba. Então, está bem mais caro produzir lá", destaca Iglesias.
Perosa tem a mesma avaliação. "A carne própria americana está tão cara que, mesmo aumentando a tarifa em 10%, isso não está tendo impacto no volume de exportação [do Brasil]", diz o presidente da Abiec.
Segundo ele, as exportações do Brasil para os EUA devem continuar em alta, mesmo com o protagonismo da Austrália como o maior fornecedor para os norte-americanos.
"A Austrália fornece muita carne para os Estados Unidos, mas em um canal diferente do Brasil", diz Perosa.
Segundo ele, os australianos vendem carnes que vão direto para as prateleiras dos EUA, ao passo que o Brasil fornece produtos para a indústria de carne processada.
PF, prato do futuro: o rastreamento de bois com chip na Amazônia
ES registra morte em massa de abelhas e envenenamento por agrotóxicos é investigado
Insetos foram encontrados mortos em produções de Boa Esperança e São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Veterinários foram até o local e coletaram animais mortos para entender se agrotóxicos podem estar ligados à causa da morte. Morte em massa de abelhas é investigada no ES
Apicultores de Boa Esperança, no Norte do Espírito Santo, registraram mortandade de milhares de abelhas, quase 100% dos insetos em apiários da região desde segunda-feira (5). O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) foi até a cidade com veterinários, na quarta (8). Uma das suspeitas levantadas pelo órgão é a possibilidade de intoxicação dos insetos por agrotóxicos.
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Caso semelhante aconteceu com apicultores de São Mateus, que fica a quase 60 quilômetros de distância de Boa Esperança. Eles também tiveram mortes de abelhas nas colmeias início deste ano.
As equipes do Idaf coletaram o material para analisar a causa oficial da morte dos animais. Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) também acompanham o caso.
Enquanto isso, produtores apontaram prejuízo na colheita de mel e perdas na lavoura de café (por causa da falta de polinização), além os impactos negativos para o meio ambiente que a falta das abelhas pode representar.
Cenário assusta apicultores
Mortandade de abelhas em apiários de cidades do Norte do Espírito Santo é investigada
Reprodução/TV Gazeta
O apiário com colmeias vazias e quase 100% das abelhas mortas ao redor preocupou o produtor rural Carlucio Tambaroto, que possui 22 caixas com os insetos.
"Foi um susto muito grande ter chegado aqui na propriedade e ver essa mortandade de abelhas", comentou o produtor.
O cenário com várias abelhas mortas é o mesmo ao redor da produção de Carlucio, onde outras seis propriedades possuem, juntas, 50 caixas em uma área de cerca de 35 hectares.
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Médicos veterinários do Idaf foram coletar material para investigar mortandade de abelhas no Espírito Santo
Reprodução/Redes sociais
Quem encontrou os insetos mortos foi o apicultor Aldo Batista durante uma visita de rotina. O homem tem um consórcio com os produtores de café e pimenta na cidade desde 2011.
"Passamos para fazer uma averiguação normal e constatamos uma boa mortandade. O maior prejuízo aqui é ambiental. Porque isso aqui é um trabalho de criação de abelha e exploração da atividade", destacou.
O apicultor destacou que o objetivo dos apiários é a reprodução das abelhas não só para o comércio de mel, mas também para a polinização, importantíssima para fazer o café florescer e produzir, por exemplo.
Sem as abelhas, o produtor de café já calcula um prejuízo de 30% na produção de café conilon.
"Se não tiver abelha para fazer o pólen do meu café eu já perco a produção do ano que vem. Vou ficar no prejuízo. É uma perda de 30% a 35%", comentou o produtor Carlucio.
Apicultores de São Mateus, Espírito Santo, também registraram morte de abelhas
Reprodução/TV Gazeta
Em São Mateus, os apicultores também registraram mortandade de abelhas e levantaram a possibilidade do uso de agrotóxico nas lavouras vizinhas ser um dos fatores que podem ter levado à morte dos insetos.
"Não só aqui na região de São Mateus, mas em outros municípios também, uns amigos meus estão reclamando que está acontecendo essa mortandade de abelhas. A gente acha que é o veneno, mas queríamos ter certeza", disse o produtor Doriedson Cosme.
Importância para o meio ambiente
O coordenador do Laboratório de Abelhas da Ufes de São Mateus, Vander Calmon Tostas, explicou o papel das abelhas para o ecossistema e levantou a possibilidade da causa da morte dos animais.
"No geral, as abelhas são insetos polinizadores. Mais de 70% da Mata Atlântica é polinizada por abelhas. Essa foi uma mortandade de vários ninhos ao mesmo tempo, todas as abelhas morrendo de uma vez só. Quando isso acontece, geralmente existe algum tipo de agroquímico envolvido", apontou.
Veterinários do Idaf coletaram abelhas mortas e vivas para identificar o que pode estar causando mortandade dos insetos no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
A médica veterinária do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo, Gizele Lima, realizou a coleta de algumas abelhas ainda vivas e outras com sinais de morte recente na propriedade para análise.
"A análise clínica da médica-veterinária já permite constatar que não se refere a doenças das abelhas, sobretudo por conta da ausência de pragas nas colmeias e mortalidade acima de 30% dos enxames. Diante disso, suspeita-se de eventual intoxicação. Porém, apenas com o resultado da análise será possível indicar a causa", destacou o Idaf.
O Idaf estimou que em até 30 dias deve receber os resultados dos exames.
"Caso não seja mesmo doença, pode ser algum caso de intoxicação. E intoxicação pode ser por qualquer princípio ativo. Só o laboratório consegue bater o martelo e apontar o diagnóstico", pontuou a veterinária.
Ainda de acordo com o órgão, foram recebidas, entre julho de 2024 e maio de 2025, 11 notificações de mortandade de abelhas em cidades:
Cachoeiro de Itapemirim e Linhares: suspeita de infestação pelo pequeno escaravelho das colmeias (Aethina tumida).
Nova Venécia e Santa Teresa: intoxicação por agrotóxico. Nesses casos, o Idaf realizou uma investigação nas propriedades vizinhas, a fim de identificar eventual uso irregular, mas não foi possível constatar a vinculação com o caso. Ainda assim, o órgão orientou os produtores da região quanto às boas práticas de aplicação desses produtos e a possibilidade de aplicação de penalidade, em caso de reincidência e comprovada a irregularidade.
Afonso Cláudio, Rio Bananal e Serra: não houve coleta devido ao prazo entre a ocorrência da mortalidade e a notificação ao Idaf.
São Mateus, Boa Esperança e outra ocorrência em Santa Teresa, o Idaf aguarda o resultado das análises.
Apicultores já registraram prejuízo na produção após mortandade de abelhas no Espírito Santo
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Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Café de torra extraforte, clara, média ou escura: entenda as diferenças
Veja qual deixa o café mais doce, mais azedo e como mascarar os defeitos do grão. Café de torra extraforte, clara, média ou escura: entenda as diferenças A torra do café é o principal parte do processo para a fabricação da bebida, afirma a agricultura Janaína Rocha. Existem 4 pontos principais de torra: a clara, média, escura e extraforte, segundo o técnico agrícola Denilson Fantin. Mas, afinal, qual a diferença entre elas? ☕Clara: usada em café de mais qualidade. Ela acentua a acidez do fruto e aflora todas as suas nuances. ☕Média: aplicada em cafés mais azedos, pois ajuda a disfarçar a sua acidez. Com ela, o grão fica caramelizado. ☕Escura: acentua ainda mais o caramelo do café, o deixando mais doce. ☕Extraforte: utilizada para grãos com defeitos, ajudando a mascará-los. Saiba mais: Entenda a diferença entre café extraforte, tradicional, gourmet e especial Café fake apreendido não é alimento: entenda o que pode ser vendido como café pela lei 'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Correios registram prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, aponta demonstrações financeiras
Este é o primeiro prejuízo bilionário da estatal desde 2016. Demonstrações financeiras foram publicadas nesta sexta-feira (9). Placa dos Correios.
Reprodução
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, os Correios, publicou no Diário Oficial da União desta sexta-feira (9) as demonstrações financeiras referentes ao ano de 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. Além disso, auditoria independente ressalvou dados contábeis da empresa (leia mais abaixo).
O déficit em 2024 é quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, quando o prejuízo registrado foi de R$ 597 milhões. Na apresentação deste ano, os Correios reajustaram os dados de 2023 para melhor representar as normas contábeis e, assim, o resultado final do ano anterior acabou subindo para R$ 633 milhões.
🔎O termo "déficit" significa que o gasto somado foi maior que a receita que os Correios conseguiu gerar no ano.
➡️Esta é a primeira vez, desde 2016 que os Correios apresentam um prejuízo bilionário em suas operações. À época, a empresa teve prejuízo de R$ 1,5 bilhão (R$ 2,3 bilhões em valores atualizados).
Entre as justificativas dadas pela empresa para o resultado negativo, está o fato de que apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento terem superávit - quando as receitas são maiores do que as despesas.
"Ainda que 85% das unidades sejam consideradas deficitárias, os Correios garantem o acesso universal de todas e todos aos serviços postais, com tarifas justas, em cada um dos 5.567 municípios atendidos", ponderou os Correios.
Por outro lado, a empresa também justificou que houve um investimento de R$ 830 milhões ao longo de 2024, totalizando R$ 1,6 bilhões desde que a nova gestão assumiu.
Nos últimos dois anos foram R$ 698 milhões na aquisição de novos veículos e outros R$ 600 milhões gastos em manutenção da infraestrutura operacional da empresa.
Parte dos veículos adquiridos faz parte do plano estratégico da empresa de 5 anos para transição ecológica de suas atividades. Desta forma, apenas em 2024 foram adquiridos:
50 furgões elétricos;
3.996 bicicletas cargo com baú; e 2.306 bicicletas elétricas.
A empresa ainda comprou 1.502 veículos para renovar a frota já existente.
Apesar do prejuízo em 2024, a empresa reafirmou que manterá sua estratégia de investimentos que ampliem "soluções tecnológicas" e reduzam o impacto no meio ambiente.
"A sustentabilidade continuará a ser tema central em nosso dia a dia. Esperamos evoluir ainda mais em nossos propósitos de caráter social e ambiental", afirmou a empresa.
Impactos no resultado
Entre os motivos que impactaram o resultado dos Correios está a redução da receita com a prestação de serviços.
Neste ano, o total foi de R$ 18,9 bilhões contra R$ 19,2 bilhões em 2023, R$ 335 milhões a menos. Essa foi a menor receita desde 2020, quando a empresa registrou R$ 17,2 bilhões de receita.
Por outro lado, os custos operacionais aumentaram R$ 716 milhões em relação ao ano anterior. Passando de R$ 15,2 bilhões para R$ 15,9 bilhões. Esse é o maior custo anual realizado pelos Correios desde 2017, quando a empresa gastou R$ 16 bilhões.
A maior parte deste aumento dos custos operacionais da empresa está nos gastos com pessoal, que em 2023 era de R$ 9,6 bilhões e em 2024 foi de R$ 10,3 bilhões.
Os Correios justificaram que o aumento se deveu ao Acordo Coletivo de Trabalho assinado com os mais de 80 mil empregados (R$ 550 milhões). E também ao reajuste do vale alimentação/refeição (R$ 41 milhões).
Uma outra conta que sofreu forte impacto no resultado foram as despesas gerais e administrativas, que atingiram o maior valor histórico, totalizando R$ 4,7 bilhões em 2024. Um aumento de R$ 655 milhões em relação a 2023.
Já o resultado financeiro da empresa, que registra as receitas com aplicações financeiras e as despesas, por exemplo, com empréstimos, também apresentou um resultado negativo de R$ 379 milhões.
Em 2023, no resultado reapresentado, o valor total tinha sido positivo em R$ 44 milhões. No ano passado, os Correios gastaram R$ 846 milhões em despesas financeiras e tiveram uma receita de R$ 466 milhões.
Opinião com ressalva
A auditoria externa, feita Consult — Auditores Independentes, aplicou uma ressalva às demonstrações financeiras após identificar "fragilidades nos critérios utilizados e nos controles internos empresariais" para mensuração dos passivos contingentes — conta contábil que registra a possibilidade de perdas judiciais que uma empresa pode ter.
Apesar da conta ter previsto uma perda de R$ 2,7 bilhões no passivo da empresa, afetando o resultado da empresa, a auditoria apontou que o valor pode ser inconsistente com a realidade.
"Consequentemente, não foi possível, nas circunstâncias, ainda que por meio de procedimentos alternativos de auditoria, concluir sobre a adequação do saldo da provisão para contingências vinculadas aos processos, bem como os possíveis reflexos no resultado do exercício", justificou a auditoria.
Prejuízo reduziu
Em janeiro, quando o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) apresentou o resultado do 3º trimestre das empresas estatais, os Correios estavam com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões, que foi ligeiramente reduzido no último trimestre.
Puxado pelos Correios, estatais têm pior déficit da série histórica
Na época, o ministério afirmou que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro os Correios deixaram de investir, encerraram contratos e perderam receita ao serem incluídos no Plano Nacional de Desestatização e que por isso vinham apresentado sucessivos lucros.
Para justificar o prejuízo e reforçar um posicionamento contrário a privatização dos seus serviços, os Correios utilizaram de um lema que vem sendo utilizado durante o governo Lula logo na abertura do relatório de administração que aborda os resultados de 2024.
"Os Correios são indispensáveis porque são públicos. Em um País continental como o Brasil, só uma empresa gigante, com vocação social, é capaz de conectar pessoas, viabilizar oportunidades de negócios e promover cidadania", justificou.
Frustração de receitas
Em abril, um estudo produzido pela empresa apontou uma frustração de receita de R$ 2,2 bilhões em função do fim da isenção de imposto sobre importações de até US$ 50.
Presidente dos Correios, Fabiano Silva
José Cruz/Agência Brasil
Recentemente, o presidente da empresa, Fabiano Silva, afirmou ponderou que a mudança na lei em 2024 permitiu, ainda, que outras empresas de transportes façam o frete pelo Brasil de mercadorias internacionais, o que resultou na diminuição do domínio dos Correios sobre esse tipo de serviço.
"A gente tinha uma participação nesse segmento internacional em torno de 98% de mercado, ou seja, quase dominante, quase exclusivo nesse mercado. No mês de janeiro, a gente está em torno de 30 e poucos por cento", criticou.
Segundo o documento, antes de ela entrar em vigor, os Correios estimavam arrecadar R$ 5,9 bilhões com o transporte de mercadorias importadas em 2024. Entretanto, com o surgimento da lei, o total efetivamente arrecadado teria sido de R$ 3,7 bilhões, ou R$ 2,2 bilhões a menos. Entretanto o número foi ligeiramente maior.
O relatório da administração apresentado junto com as demonstrações financeiras aponta que a receita com encomendas internacionais foi de R$ 3,9 bilhões, contra R$ 4,4 bilhões em 2024.
"A essa altura [em referência a 2024], os operadores [as empresas que vendem, tipo Shein, Aliexpress e Amazon] avançaram na estruturação de operações próprias e, com isso, iniciou-se, também, um movimento de migração de carga para esses canais. Como efeito prático, os Correios começaram a perder participação no mercado", afirma o estudo.
Busca por mais receitas
Para ajudar a contornar a situação, os Correios assinaram em abril uma parceria para lançar um marketplace próprio com o objetivo de trazer novas receitas para a estatal.
“Somos o primeiro e único marketplace brasileiro capaz de realizar entregas, com estrutura própria, em qualquer lugar do país, democratizando o acesso ao comércio digital”, afirmou Fabiano.
Além disso, a empresa pretende licitar 200 lojas do "Correio Modular", que funciona como um estoque de armazenamento de encomendas dentro de lojas, dando mais dinamismo para que os clientes recebam os produtos transportados.
Na mesma linha de ampliação logística com a finalidade de diminuir os custos com agências, os Correios pretendem credenciar 900 pontos de coleta em comércios já existentes, onde a população poderá deixar e buscar suas encomendas sem precisar ir até uma unidade oficial.
Fraude no INSS: saiba como baixar o app oficial e como será a notificação dos descontos irregulares
Órgão vai notificar os aposentados e pensionistas que podem ter sido prejudicados pela fraude na próxima terça-feira (13). Segurados deverão reconhecer se autorizaram o desconto ou não. Aplicativo "Meu INSS"
Reprodução/TV Globo
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afirmou que vai notificar, na terça-feira (13), os 9 milhões de aposentados e pensionistas que tiveram descontos em seus benefícios nos últimos anos e que, portanto, podem ter sido prejudicados pela fraude dos descontos irregulares.
Essas pessoas terão de informar se as operações foram autorizadas por elas ou não para receberem o ressarcimento dos valores.
🚨A notificação será feita exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS. Não haverá contato por telefone, ou mensagem SMS. Em caso de dúvidas, os cidadãos podem ligar na central de atendimento do órgão, pelo canal telefônico 135.
Veja abaixo como baixar o app oficial e, em seguida, entenda como será a notificação do INSS sobre os descontos irregulares.
Como baixar o app Meu INSS
O aplicativo Meu INSS está disponível para Android e iOS. Além do telefone 135 e do site, ele é um meio para os cidadãos consultarem seus benefícios do INSS sem a necessidade de deslocamento para uma das agências.
Ao baixar o aplicativo no celular, o beneficiário precisa aceitar os termos de uso;
Em seguida, deve "entrar com gov.br", preenchendo com CPF e senha cadastrados na conta oficial do governo. Se você não tem conta gov.br, veja aqui como fazer;
Por fim, é só clicar em "autorizar" para deixar que o aplicativo acesse os seus dados pessoais.
O usuário terá acesso a todos os serviços disponíveis e ao histórico das informações do beneficiário.
Como será a notificação dos descontos irregulares
O INSS vai divulgar informações para os segurados que tiveram descontos associativos na próxima terça-feira (13), exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS.
No dia seguinte, quarta-feira (14), os segurados notificados poderão verificar qual associação realizou o desconto e o valor descontado, por meio de dois canais: o app Meu INSS e a central de atendimento 135.
A partir dessas informações, o associado deverá reconhecer se, de fato, autorizou a cobrança, ou se é o caso de um desconto irregular, fruto de fraude.
Não será necessário incluir documentos ou comprovantes para afirmar que não autorizou a cobrança, e não há um prazo para reclamar.
Ressarcimentos
O ressarcimento será para os descontos realizados nos últimos cinco anos, a partir de março de 2020.
Caso o segurado preencha no sistema que não autorizou o desconto, o INSS vai gerar automaticamente uma cobrança para a associação que recebeu o dinheiro.
A empresa, então, terá 15 dias úteis para comprovar o vínculo com o segurado, juntando no sistema três informações: comprovação de associação, autorização do desconto e documento de identidade do segurado.
Caso a associação não comprove o vínculo, ela terá os mesmos 15 dias úteis para realizar o pagamento ao INSS, que será repassado ao segurado por meio de folha suplementar.
Se a associação não fizer o pagamento, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU) para medidas de ressarcimento.
Segundo o governo, todos os segurados que reclamaram e não tiveram comprovação do vínculo receberão o dinheiro. A devolução será entre os dias 26 de maio e 6 de junho.
INSS notificará lesados por fraude no dia 14 de maio
Como abrir uma conta gov.br
Cadastro dá acesso aos serviços digitais do governo. Confira o passo a passo para abrir a conta e como aumentar o seu nível de segurança. Como abrir uma conta gov.br
A conta gov.br serve para identificar o cidadão e dar acesso a ele aos serviços públicos digitais do governo brasileiro, como a CNH Digital, a Carteira de Trabalho Digital e o Meu INSS.
Na última versão do aplicativo, se o usuário inserir o CPF na tela inicial e for constatado que ele ainda não possui uma conta de acesso, é direcionado automaticamente para o fluxo de criação de contas, unificando o acesso às plataformas.
Veja abaixo o passo a passo para abrir a conta gov.br e como aumentar o seu nível de segurança.
Passo a passo para abrir conta gov.br
A criação da conta gov.br é gratuita. Quem ainda não possui pode fazer o cadastro pelos seguintes caminhos:
Site de acesso: https://sso.acesso.gov.br/
Aplicativo: link iOS ou link Android
Conta gov.br dá acesso aos serviços digitais do governo
Reprodução
Ao acessar o site ou o aplicativo, o usuário precisa digitar o CPF no campo indicado na tela inicial e clicar em "Continuar".
Se for constatado que o usuário ainda não possui uma conta de acesso, ele será direcionado automaticamente para criá-la.
Caso já tenha, o sistema pedirá uma senha. Basta clicar em "Esqueci minha senha" e seguir os passos para recuperá-la, se não lembrar o código.
Durante a abertura da conta, o sistema pedirá que o usuário leia e aceite os termos de uso. Ele também terá que informar dados pessoais como data de nascimento e nome da mãe.
Ao final do processo, será necessário criar uma senha que atenda os critérios exigidos.
Como aumentar o nível da conta gov.br?
Saiba como ter login na plataforma gov.br do tipo 'prata' ou 'ouro'
A conta gov.br dá acesso aos serviços digitais do governo como, por exemplo, INSS, carteira de trabalho digital, Receita Federal, eSocial, entre outros.
A conta gov.br tem três níveis de segurança e acesso: bronze, prata e ouro.
Ao ser criada via formulário online do INSS ou da Receita Federal, por exemplo, a conta gov.br costuma iniciar no nível bronze, que dá acesso apenas parcial aos serviços digitais do governo e cujo grau de segurança é considerado básico.
Página em que é possível aumentar o selo de confiabilidade da conta
Reprodução
O login nível "prata" ou "ouro" exige maior nível de segurança, como reconhecimento facial, permitindo o acesso a bancos credenciados e a serviços mais sensíveis.
Ao fazer o login no gov.br, o cidadão já é informado do nível da conta. Para aumentar o nível, basta seguir as instruções ou entrar em "Privacidade/Selos de Confiabilidade".
No app, ao fazer o login no gov.br, o cidadão já é informado do nível da conta.
Reprodução
Como obter nível prata
O nível prata é obtido por meio de:
Validação dos seus dados com usuário e senha do SIGEPE, se você for servidor público federal;
Reconhecimento facial pelo aplicativo gov.br para conferência da sua foto na base da Carteira Nacional de Habilitação (CNH); ou
Validação dos seus dados via internet banking de um banco credenciado.
Como obter nível ouro
O nível máximo de segurança pode ser através de:
Reconhecimento facial pelo aplicativo gov.br para conferência da sua foto na base da Justiça Eleitoral (TSE);
Validação dos seus dados utilizando a biometria digital cadastrada na base da Justiça Eleitoral (TSE);
Validação dos seus dados com Certificado Digital compatível com ICP-Brasil;
Validação dos seus dados utilizando aplicativo gov.br pra ler o QR Code da Carteira de Identidade Nacional (CIN); ou
Validação dos seus dados via Certificados em Nuvem.
Conta Gov.br
Reprodução/Globo
Mega-Sena, concurso 2.860: prêmio acumula e vai a R$ 45 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 02 - 05 - 17 - 24 - 38 - 57. Quina teve 119 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 25.909,13. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
O sorteio do concurso 2.860 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (8), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 45 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 02 - 05 - 17 - 24 - 38 - 57
5 acertos - 119 apostas ganhadoras: R$ 25.909,13
4 acertos - 6.632 apostas ganhadoras: R$ 664,13
O próximo sorteio da Mega será no sábado (10).
Mega-Sena, concurso 2.860
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
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Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Sindicato dos servidores do IBGE repudia mapa-múndi invertido com Brasil no centro lançado pelo instituto: 'em vez de informar, distorce'
Comunicado diz que mapa não teve respaldo técnico reconhecido pelas convenções cartográficas internacionais. Presidente do IBGE afirmou que mapa-múndi invertido "estimula a reflexão sobre como nos vemos nesse novo mundo". Mapa-múndi com Brasil no centro
IBGE
O sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou um manifesto em que repudia o mapa-múndi invertido, com o Brasil no centro, lançado nesta quinta-feira (8) pelo instituto. O comunicado afirma que a iniciativa "em vez de informar, distorce".
"Trata-se de uma iniciativa que, em vez de informar, distorce; em vez de representar a realidade com rigor, cria uma encenação simbólica que compromete a credibilidade construída pelo IBGE ao longo de décadas de trabalho sério, imparcial e respeitado globalmente", diz o comunicado da Coordenação do Núcleo Sindical Chile - ASSIBGE/SN que representa os trabalhadores da base do Complexo Chile/Horto do IBGE.
A mensagem ainda diz que o mapa não teve respaldo técnico reconhecido pelas convenções cartográficas internacionais e que "o se vende como símbolo de autoestima nacional esconde um paradoxo desconfortável", pois o Brasil "ainda enfrenta graves mazelas sociais: desigualdade estrutural, carências educacionais, insegurança, informalidade, perda de competitividade".
"Não se combate a realidade com ilusões gráficas. Colocar o Brasil no centro do mapa não resolve nada — e pode, inclusive, enfraquecer a seriedade de um projeto nacional que justamente busca enfrentar, e não ocultar, os desafios que temos pela frente."
Lançamento polêmico
No lançamento do mapa-múndi, o IBGE disse que o mapa destaca os países que integram os Brics, o Mercosul, as nações de língua portuguesa e o bioma amazônico.
"A novidade busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como o Brics e o Mercosul e na realização da COP 30 no ano de 2025", afirmou o presidente do instituto, Marcio Pochmann, em uma rede social.
Pochmann também declarou que o mapa-múndi invertido "estimula a reflexão sobre como nos vemos nesse novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem um protagonismo brasileiro ainda maior".
Pochmann está no centro de uma crise dentro do IBGE, órgão responsável por indicadores econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação oficial.
Em janeiro, mais de 600 servidores assinaram uma carta aberta acusando o presidente do instituto de autoritarismo. Técnicos temem a perda de credibilidade do órgão.
Na época, Pochmann afirmou que os servidores que o criticam estariam mentindo. A fala agravou ainda mais a tensão interna.
Lula defende indicação de Márcio Pochmann
Itaú Unibanco tem lucro de R$ 11,1 bilhões no 1º trimestre, alta de 13,9%
Resultado foi marcado pela melhora na margem financeira e rentabilidade. Por outro lado, houve aumento de provisões e retração da carteira de crédito. Fachada de agência do Itaú Unibanco
Divulgação
O Itaú Unibanco fechou o primeiro trimestre com lucro líquido recorrente gerencial de R$ 11,128 bilhões, um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024, informou o banco nesta quinta-feira (8).
Em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 2,2%. A média das projeções de analistas compiladas pela Lseg indicava um lucro de R$ 11 bilhões.
O resultado foi marcado pela melhora na margem financeira e rentabilidade. Por outro lado, houve aumento de provisões e retração da carteira de crédito.
A margem financeira totalizou R$ 30,322 bilhões, frente a R$ 26,880 bilhões um ano antes e R$ 29,388 bilhões no último trimestre. A margem com clientes avançou 13,9% na comparação anual e 3,2% em relação ao trimestre anterior, enquanto a margem com o mercado recuou 12,8% e subiu 2,2%, respectivamente, nas mesmas bases de comparação.
O Itaú atribuiu a melhora na margem financeira com o mercado, na base trimestral, ao maior desempenho da mesa de trading. Para efeito de comparação, Santander Brasil e Bradesco registraram quedas de 51,1% e 45,1%, respectivamente, nessa linha do resultado.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado subiu para 22,5%, ante 21,9% no mesmo período de 2024 e 22,1% no quarto trimestre, superando os resultados do Santander (17,4%) e do Bradesco (14,4%).
Nas operações no Brasil, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Itaú atingiu 23,7%, ante 22,7% e 23,4%, respectivamente.
O custo do crédito subiu 2,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, alcançando R$ 8,976 bilhões. Houve um aumento de 2,5% nas despesas de perda esperada e de 14% nos descontos concedidos, enquanto a recuperação de créditos baixados como prejuízo também cresceu 14%.
Na comparação trimestral, o custo aumentou 3,8%, com a redução nas despesas de perda esperada sendo ofuscada pelo acréscimo de 16% nos descontos e pela queda de 19,6% na recuperação de créditos.
O Itaú destacou no documento de balanço que a adoção da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) relacionada à constituição de provisão para perda esperada associada ao risco de crédito (4.966), que passou a valer em janeiro, foi prospectiva, sem efeitos materiais no resultado.
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Crédito acelerado
A carteira de crédito total somou R$ 1,38 trilhão, acréscimo de 13,2% em 12 meses, mas queda de 1,7% quando comparado aos números do final de 2024, com o desempenho trimestral mostrando queda nos segmentos de micro, pequenas e médias empresas (-2%) e grandes empresas (-1,8%), além do efeito América Latina (-5,5%).
"Excluindo o efeito da variação cambial das carteiras de médias, grandes empresas e América Latina, a carteira consolidada teria permanecido praticamente estável no trimestre", afirmou o banco.
Assim como o Bradesco, o Itaú mostrou um ritmo de crescimento mais forte no crédito ano a ano em relação às previsões divulgadas pelo banco anteriormente para 2025, de expansão de 4,5% a 8,5%.
No primeiro trimestre, a inadimplência acima de 90 dias consolidada, incluindo títulos e valores mobiliários, encolheu 0,1 ponto percentual na comparação trimestral, para 1,9%, menor patamar dos últimos 17 trimestres, com o índice de pessoas físicas caindo 0,2 ponto, a 3,6%, mínima histórica.
O índice de inadimplência entre 15 e 90 dias, por sua vez, aumentou 0,2 ponto em relação ao final de 2024, com o Itaú citando efeito sazonal típico do período, quando há a concentração de gastos das famílias, mas também entrada em atraso de um cliente específico do segmento de grandes empresas.
Receitas
O Itaú reportou aumento na receita de prestação de serviços (+3,5%) e de operações de seguros (+13,8%) ano a ano, para R$ 11,232 bilhões e R$ 2,983 bilhões, mas a performance na comparação trimestral mostrou quedas de 4% e 1%, respectivamente.
De acordo com o banco, houve redução nas receitas com administração de recursos, pois houve reconhecimento de "performance fee" no trimestre anterior. Além disso, citou, houve redução nas receitas de emissão de cartões e de pagamentos e recebimentos por sazonalidade.
"A implantação da Resolução 4.966 trouxe impacto negativo nas tarifas de operações de crédito, pois passaram a ser diferidas e anteriormente eram reconhecidas no momento da contratação", acrescentou.
O índice de Basileia consolidado recuou a 15,7%, de 16,5% no final de 2024 e 16,4% um ano antes, conforme o índice de capital nível I cedeu a 14,1% e o índice de capital principal encolheu para 12,6%. O índice de eficiência consolidado, por sua vez, atingiu 38,1%, o menor da série histórica
O Itaú encerrou março com 2.795 agências e postos de atendimento bancário, de 2.928 unidades em dezembro do ano passado e 3.152 estabelecimentos um ano antes.
Trump prevê 'reunião amigável' com a China e diz que tarifas de 145% devem ser reduzidas
Altos funcionários dos países terão encontro na Suíça para negociar taxas neste sábado (10). 'Não dá para subir mais. Está em 145%, então sabemos que vai cair', disse o presidente dos EUA. Trump na Casa Branca em 30 de abril de 2025.
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (8) que espera por negociações "substanciais" neste fim de semana sobre o comércio entre EUA e China, e indicou que as tarifas impostas a Pequim devem ser reduzidas.
Ao longo das últimas semanas, os EUA anunciaram taxas de até 145% sobre produtos importados da China, em uma guerra tarifária promovida por Trump. Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre itens americanos, em uma escalada de taxas, até então, sem sinais de recuo.
Nesta semana, os dois países anunciaram o envio de altos funcionários à Suíça para negociações presenciais a partir deste sábado (10). O encontro bilateral ocorrerá entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng.
Tanto o tom mais conciliador de Trump quanto as conversas previstas para este fim de semana são vistos como um primeiro passo para resolver a guerra comercial que tem impactado a economia global. Conforme indicou o republicano, os EUA poderiam reduzir tarifas para aliviar as tensões.
"Não dá para subir mais. Está em 145%, então sabemos que vai cair", acrescentou Trump. "Acho que será uma reunião muito amigável. Eles estão ansiosos para fazer isso de uma maneira elegante."
A equipe de Trump tem trabalhado em diversos acordos comerciais depois que o presidente suspendeu as tarifas recíprocas para a maioria dos países. A pausa nas taxas foi anunciada em meio a negociações e a uma guerra comercial que abalou os mercados financeiros e os relacionamentos dos EUA com aliados e adversários.
China diz que está disposta a negociar com Trump, mas não aceita coação nem extorsão
Ele ainda não suspendeu, porém, as tarifas sobre a China. Enquanto isso, a disputa entre Washington e Pequim levanta uma série de dúvidas sobre as consequências econômicas de uma guerra comercial prolongada entre os dois países.
As declarações de Trump nesta quinta-feira foram feitas durante a apresentação de um novo acordo comercial entre EUA e Reino Unido, na Casa Branca.
Na ocasião, Trump também disse acreditar que a China está muito interessada em chegar a um acordo. Ele afirmou que gostaria de ver o país abrir mais sua economia.
"Acho que vamos ter um bom fim de semana com a China. Acho que eles têm muito a ganhar. Na verdade, acho que têm muito mais a ganhar do que nós", disse Trump.
Ao ser questionado se conversaria com o presidente chinês Xi Jinping após as negociações, Trump respondeu: "Talvez, sim, com certeza".
O presidente sempre expressou admiração por Xi, ao mesmo tempo em que aponta divergências comerciais e culpa a China pelo início da pandemia de Covid-19.
O comércio tem sido uma preocupação constante do presidente. Trump afirmou que a China tem um "enorme superávit comercial" com os EUA e que quer ver essa situação mudar. "Gostaria de ver a China se abrir", disse.
* Com informações da agência de notícias Reuters
Câmara aprova novo marco para concessões e parcerias público-privadas
Proposta é demanda do setor de infraestrutura que cobrava atualização de lei de 1995. Projeto segue para análise do Senado. Plenário da Câmara dos Deputados durante votação do projeto sobre parcerias público-privadas
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (7) um projeto que altera a lei geral sobre concessões. O texto vai ao Senado.
O projeto, relatado pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), atende a uma demanda do setor de infraestrutura, que pede uma atualização na lei em vigor, que é de 1995.
Desde então, novos mecanismos contratuais passaram a ser adotados, mas não tinham respaldo na lei.
“Para termos maior segurança jurídica, precisamos de respaldo na legislação. Claro que a lei geral funcionou bem nesses anos, temos um dos maiores programas de concessão do mundo, mas, com o desenvolvimento da prática das concessões, a atualização é bem vinda", afirmou o especialista Fernando Vernalha.
Vernalha participou da elaboração da proposta aprovada pela Câmara. O projeto permite que sejam estabelecidas medidas para reequilibrar o contrato de concessão economicamente de maneira cautelar nos casos em que fique reconhecido evento que impacte esse equilíbrio do contrato.
Também fica estabelecido que a concessionária poderá suspender a execução de obras públicas quando o poder concedente deixar de cumprir parte de suas obrigações – entre as quais, está a de fazer aportes públicos para custear parte da execução da obra.
O projeto estabelece ainda que as concessionárias poderão buscar renda alternativa através de projetos associados ou exploração de outras atividades rentáveis.
A concessionária deverá deixar explícito no contrato se as novas receitas reduzirão as obrigações de pagamento do poder que concedeu a concessão, bem como se serão consideradas em aferições de equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
O projeto também incluiu novos critérios para definição de uma concessão, como:
o menor aporte de recursos pelo concedente – nos casos de realização de obras ou aquisição de bens;
o menor prazo para exploração do serviço público;
maior percentual de receita ao poder concedente ou para o estabelecimento da tarifa.
A lei atualmente já previa os critérios de menor tarifa do serviço público a ser prestado e maior oferta pela outorga da concessão.
Nos casos de uso de mais de um critério, deve ser considerada a maior pontuação obtida.
Segundo o advogado especialista em infraestrutura, João Paulo Pessoa, a alteração na lei acompanha práticas, em parte, já adotadas pelo mercado.
"Algumas das alterações propostas já estão incorporadas por alguns entes, como o reequilíbrio cautelar, o compartilhamento de receitas acessórias, aporte público em concessões. Mas a previsão em lei tende a aumentar a segurança jurídica."
Para ele, a atualização da lei reforça a modalidade de parcerias público-privadas para obras de infraestrutura no país.
Pontos problemáticos
Novo Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal vai priorizar parcerias público-privadas
O projeto também levantou preocupação por parte dos especialistas. Fernando Vernalha afirma que a possibilidade da concessão por adesão é uma nova modalidade que é difícil de ser operacionalizada em contrato.
A concessão por adesão acontece nas hipóteses da administração pública ou um ente federado participar da licitação de outro.
“É quando um município, por exemplo, pega carona na concessão de um município vizinho. Mas essa modalidade faz sentido para contratações mais singelas, não para contratação de serviços públicos complexos, como os objeto de uma concessão", diz Vernalha.
Bet do conclave: 1% das apostas acertam escolha do novo papa; Robert Francis Prevost assumirá o posto
Desde que Francisco morreu, as pessoas já poderiam apostar sobre quem seria o próximo papa. Na maioria dos dias, como nesta tarde, o cardeal Pietro Parolin era o nome mais cotado – ou seja, a grande parte das apostas estava errada. Apostas em Robert Prevost
Polymarket
1% das apostas no site norte-americano Polymarket acertaram quem será o novo papa. Foi anunciado na tarde desta sexta-feira (8) que Robert Francis Prevost assumirá o posto (saiba que ele é mais abaixo).
As apostas no nome dele movimentaram US$ 1,3 milhão (R$ 7,36 milhões). O site ainda não informou como ficará o rateio entre os apostadores.
A plataforma postou nas redes sociais que um apostador colocou US$ 1 mil (R$ 5,6 mil) e fez US$ 64 mil (R$ 363,55 mil). Ele conquistou o valor fazendo duas apostas:
Francis Prevost seria o papa; e
Pietro Parolin - o nome mais cotado no Polymarket (veja mais abaixo) - não conquistaria o cargo.
Apostador no Polymarket
Reprodução/Twitter/Polymarket
Desde que Francisco morreu, as pessoas já poderiam apostar sobre quem seria o próximo papa. Na maioria dos dias, como nesta tarde, o cardeal Pietro Parolin era o nome mais cotado – ou seja, a grande parte das apostas estava errada.
Por volta das 13h10 (horário de Brasília), quando saiu uma fumaça branca da chaminé da Capela Sistina, Parolin estava com 60% das apostas. Quatro minutos depois, as apostas nele subiram para 69% (veja na imagem abaixo). Ele movimentou mais de US$ 2,5 milhões (R$ 14,16 milhões) em apostas.
Ao todo, quase US$ 30 milhões (R$ 169,89 milhões) foram apostados na sessão do Polymarket sobre quem seria o próximo papa – sendo quase US$ 10 milhões (R$ 56,63 milhões) entre ontem, quando começou o conclave, e hoje.
Na maioria dos dias, como nesta tarde, Pietro Parolin era o nome mais cotado – ou seja, a grande parte das apostas estava errada.
Reprodução
Vale destacar que, segundo Ricardo Magri, especialista em desenvolvimento de negócios iGaming na Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC), esse tipo de aposta é proibido no Brasil.
“Isso passou a ocorrer a partir da regulamentação do setor no país, em 1º de janeiro de 2025, que limitou as apostas a duas categorias: eventos reais de temática esportiva e jogos virtuais com resultado aleatório.”
Papa escolhido: veja o momento em que fumaça branca sai da chaminé da Capela Sistina
Quem é Robert Francis Prevost
Cardeal Robert Francis Prevost, dos EUA, em 30 de setembro de 2023.
Foto AP/Riccardo De Luca
Robert Prevost, de 69 anos, é prefeito do Dicastério para os Bispos e nome forte da linha franciscana no Vaticano.
Nascido em Chicago, foi no Peru que construiu sua trajetória pastoral e ganhou visibilidade internacional. Missionário no país por mais de uma década, enfrentou o período turbulento do governo Fujimori e cobrou desculpas por injustiças cometidas.
Estudou teologia nos EUA e direito canônico em Roma. Nomeado bispo de Chiclayo por Francisco em 2015, assumiu depois a liderança do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela escolha de novos bispos no mundo todo. Também presidiu a Comissão Pontifícia para a América Latina.
Em 2023, tornou-se cardeal e passou a ser visto como possível continuador do legado de Francisco, com quem tem forte alinhamento.
No mesmo ano, recebeu denúncias contra dois padres por abuso infantil. A diocese afirmou que Prevost seguiu os trâmites previstos pela lei canônica e enviou o caso ao Vaticano, onde segue em investigação.
Fraude no INSS: saiba como vai funcionar o ressarcimento dos aposentados e pensionistas; veja perguntas e respostas
Governo informou, em coletiva de imprensa, que, na semana que vem, notificará 9 milhões de cidadãos que tiveram descontos indevidos em seus benefícios. Na próxima terça-feira (13), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) notificará 9 milhões de cidadãos que tiveram descontos em seus benefícios. Essas pessoas notificadas terão de informar se as operações foram autorizadas ou se foram prejudicados pelas fraudes 📲Essa notificação será feita exclusiva pelo aplicativo "Meu INSS". No fim do mês passado, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram uma operação sobre desconto indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS, que terminou com troca do comando no instituto e no Ministério da Previdência Social. No início da tarde desta quinta (8), o governo deu detalhes do cronograma para ressarcimento, estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Nesta reportagem você vai saber: Como ocorrerá a notificação Quais os canais de informação Qual a cobertura do ressarcimento Quais são as orientações para o segurados Como será a cobrança Qual será o prazo dado às associações Como será o pagamento feito pela associação Como serão as sanções às associações INSS fala sobre devolução de dinheiro de aposentados Como ocorrerá a notificação Na próxima terça-feira (13), o INSS vai divulgar informações para os segurados que tiveram descontos associativos. Eles serão informados pela plataforma "Meu INSS" e não precisam se preocupar em correr atrás dessas informações. Quais os canais informação No dia seguinte à notificação, dois canais estarão disponíveis para que os segurados possam verificar qual associação realizou o desconto e o valor descontado: "Meu INSS" e a central de atendimento 135. Qual a cobertura do ressarcimento O ressarcimento será para os descontos realizados nos últimos cinco anos, a partir de março de 2020. O INSS, contudo, não informou a partir de qual data começará a devolução do dinheiro descontado de forma irregular. Quais são as orientações para o segurados O sistema para reclamações ficará aberto indeterminadamente. Não há um prazo final para reclamar. Os segurados não devem autorizar ninguém a falar com o INSS em seu nome para evitar novos golpes. O contato deve ser direto. Em caso de problemas, uma alternativa será a central de atendimento 135, que estará disponível para que o cidadão entre em contato e o servidor do INSS acesse o "Meu INSS" dele. O cidadão poderá informar que teve desconto da associação "X" e o valor descontado. 🔎O cidadão não precisará incluir documentos ao informar o desconto irregular. Como será a cobrança O sistema do INSS automaticamente gerará uma cobrança para a associação responsável pelo desconto. O INSS defenderá o cidadão perante a associação. Qual será o prazo dado às associações A associação terá 15 dias úteis para comprovar o vínculo com o segurado, juntando no sistema três informações: comprovação de associação, autorização do desconto e documento de identidade do segurado. Qual será o prazo para pagamento pelas associações Caso a associação não comprove o vínculo, ela terá 15 dias úteis para realizar o pagamento ao INSS, que será repassado ao segurado por meio de folha suplementar. Como serão as sanções às associações Se a associação não realizar o pagamento ou não comprovar o vínculo, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU) para medidas de ressarcimento. Todos os que reclamaram e não tiveram comprovação receberão o ressarcimento.
Presidente do INSS e ministros detalham ressarcimento de aposentados vítimas de fraude
A partir de terça-feira (14), 9 milhões de cidadãos receberão um aviso no aplicativo Meu INSS. Presidente do INSS e ministros detalham ressarcimento de aposentados vítimas de fraude A partir de terça-feira (14), 9 milhões de cidadãos receberão um aviso no aplicativo Meu INSS. INSS vai notificar prejudicados sobre descontos irregulares na próxima terça-feira, dia 13 de maio;. O contato aos lesados pelas fraudes serão feitos exclusivamente pelo aplicativo oficial do órgão, o Meu INSS;. Os prejudicados serão notificados e, no dia seguinte, o INSS vai disponibilizar canais diretos para saber o valor descontado;. 27 milhões de aposentados e pensionistas que não foram prejudicados pelo esquema de descontos indevidos nos benefícios.
CNU 2025: veja os salários iniciais para as mais de 3 mil vagas ofertadas
Segunda edição do 'Enem dos concursos' deve ter edital publicado em julho, e as provas serão em duas etapas, em outubro e em dezembro. Confira o que já se sabe sobre a seleção. A ministra da Gestão, Esther Dweck, em coletiva de imprensa que apresentou a 2ª edição do CNU
Adalberto Marques/Ministério da Gestão
A segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado, o CNU 2025, vai preencher 3.352 vagas de nível médio e superior em 35 órgãos do governo federal, com salários iniciais que variam entre R$ 4 mil e R$ 17 mil.
Nesta quinta-feira (8), o Ministério da Gestão, responsável pela iniciativa, divulgou quanto os candidatos aprovados vão ganhar ao assumirem os cargos em 2026. Veja abaixo.
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A realização do CNU 2025 foi anunciada no último dia 28 pela ministra Esther Dweck. Ela detalhou que o edital do concurso sairá em julho, e que as provas serão realizadas em duas etapas, em outubro e em dezembro. Veja o cronograma ao fim da reportagem.
Lançado no ano passado, o chamado "Enem dos concursos" revolucionou a seleção de servidores públicos ao centralizar a disputa por vagas em diversos órgãos federais em uma só prova. Quase 1 milhão de candidatos participaram da primeira edição.
Agora, mais uma vez, os participantes poderão fazer uma única inscrição para concorrer a vários cargos em diferentes órgãos públicos, ordenando-os por preferência no momento do cadastro.
CNU 2025: veja o que se sabe e o que falta saber
Mais de 3 mil vagas
CNU 2025: lista de cargos, salários, cronograma e mais; veja o que se sabe
Das oportunidades disponíveis na segunda edição, 2.844 são para nível superior e 508 para nível médio. (veja a tabela abaixo)
O governo também informou que 2.180 das oportunidades são para início imediato, enquanto as outras 1.172 são para cadastro reserva, mas com expectativa de provimento no curto prazo, após a homologação dos resultados.
A maioria das vagas é para órgãos com sede em Brasília (DF), mas também há opções em outros estados:
315 vagas no Rio de Janeiro (INTO, INC, INCA e Biblioteca Nacional, entre outros órgãos),
65 em São Paulo (Fundacentro),
66 no Pará (Instituto Evandro Chagas e Centro Nacional de Primatas) e
20 em Pernambuco (Fundação Joaquim Nabuco).
Cronograma
Escolha da banca organizadora: prevista para o mês de junho;
Publicação do edital: prevista para o mês de julho;
Período de inscrição: previsto para o mês de julho;
Aplicação da prova objetiva: 5 de outubro de 2025;
Aplicação da prova discursiva: 7 de dezembro de 2025;
Divulgação dos resultados: prevista para fevereiro de 2026.
Fraude no INSS: AGU diz que 'engenharia criminosa' foi montada na gestão Bolsonaro e critica vídeo de 'lacração' feito por deputado
Jorge Messias, advogado-geral da União, acusou o governo passado de não tomar providências a partir das primeiras denúncias de irregularidades. E disse que publicação de Nikolas Ferreira (PL-MG) teve objetivo de causar 'terror e pânico'. Ministro da AGU critica vídeo de 'lacração' de Nikolas Ferreira sobre fraudes no INSS
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta quinta-feira (8) que a "engenharia criminosa" que viabilizou descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS foi montada na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sem citar nomes, o chefe da Advocacia-Geral da União também criticou um vídeo de "lacração", nas palavras do ministro, divulgado por um deputado aliado do ex-presidente. Ele se referiu a uma postagem do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que viralizou nas redes sociais nos últimos dias.
Jorge Messias deu as declarações durante entrevista coletiva realizada no Palácio do Planalto sobre medidas tomadas pelo governo para ressarcimento de aposentados e pensionistas que foram vítimas do esquema fraudulento no INSS.
"Está muito claro que uma tecnologia criminosa, um modelo criminoso, uma engenharia criminosa foi montada pelo governo anterior [de Jair Bolsonaro]. Foi montada nos estertores do governo anterior. Nós conseguimos desbaratar esta fraude. Mas quero dizer para vocês que não foi fácil, todos sabem a situação lamentável que encontramos no INSS, uma autarquia desmontada, sem servidores e sem sistema", afirmou Messias.
Ele também acusou o governo Bolsonaro de desmontar a empresa pública DataPrev, que dá suporte tecnológico à Previdência Social, com o objetivo de privatizá-la.
Na sequência, o chefe da AGU criticou o vídeo de Nikolas Ferreira e disse que o parlamentar deveria cobrar explicações dos integrantes da gestão Bolsonaro sobre providências que, para Jorge Messias, deveriam ter sido tomadas na gestão passada e não foram.
"Eu vi que teve um deputado que fez um vídeo ontem [quarta-feira] com o objetivo de lacrar e causa terror e pânico na população. É importante que ele questione ao presidente que ele apoiou por que que colocou a DataPrev para vender e desmontou a empresa? Eu espero que ele pergunte ao antigo ministro por que que o Ministério da Previdência não adotou as providências necessárias para fazer investigação quando já havia indícios de denúncias de irregularidades de desconto", disse.
"Eu quero que o deputado que fez o vídeo de lacração pergunte ao ministro da Casa Civil do governo anterior quais foram as providências adotadas quando o Congresso Nacional flexibilizou a regra e [viabilizou] a revalidação dos descontos", acrescentou Jorge Messias.
O vídeo de Nikolas
Governo discute como reagir a vídeo de Nikolas sobre o INSS
Na última terça-feira (6), o deputado do PL publicou um vídeo em que culpa o governo Lula pelo esquema fraudulento no INSS.
O vídeo, divulgado no Instagram, já foi reproduzido mais de 127 milhões de vezes na plataforma.
Na gravação, o deputado resume informações que foram divulgadas nas últimas semanas sobre o caso e diz que esse é o maior escândalo de corrupção do país.
O deputado distorce uma informação sobre o valor movimentado na fraude. Ele diz que “só em 2023, 35 mil reclamaram de fraude e o valor movimentado, R$ 90 bilhões”.
Na verdade, essa foi a quantia de empréstimos consignados liberados para beneficiários do INSS em 2023.
O que se sabe, até agora, é que a fraude nos descontos indevidos – feitos por entidades que diziam representar os aposentados – pode chegar a R$ 6 bilhões, segundo estimativa da Polícia Federal.
Segundo as apurações da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), criminosos teriam realizado os descontos indevidos entre os anos de 2019, o primeiro do governo Jair Bolsonaro, e 2024, já na gestão do ex-presidente Lula.
Reação do Planalto
Após a publicação de Nikolas Ferreira, o Palácio do Planalto orientou integrantes do governo e parlamentares da base aliada a reagir à postagem do deputado bolsonarista.
O objetivo da reação é evitar que se repita o que aconteceu com outro vídeo divulgado pelo parlamentar, sobre transações via PIX, que gerou prejuízos à imagem do governo Lula.
Nesta quarta, em uma rede social, a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) postou uma resposta à publicação do deputado do PL.
Gleisi destacou que, conforme as investigações, o esquema fraudulento teve início em 2019 e disse que só na gestão Lula órgãos de Estado, como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União, tomaram providências para enfrentar o problema.
Nesta quinta-feira, o ministro Vinícius Marques de Carvalho (CGU) também divulgou um vídeo nessa linha e com objetivo de responder à postagem de Nikolas.
Jorge Messias, advogado-geral da União.
Daniel Estevão / AscomAGU
INSS vai notificar prejudicados por descontos irregulares na próxima semana; contato será via app
A partir de terça-feira (14), 9 milhões de cidadãos receberão um aviso no aplicativo Meu INSS. Nesta terça, 27 milhões que não foram prejudicados serão avisados. Não haverá contato telefônico, nem via SMS. INSS notificará lesados por fraude no dia 14 de maio O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, afirmou que o órgão começou a enviar, nesta quinta-feira (8), avisos a 27 milhões de aposentados e pensionistas que não foram prejudicados pelo esquema de descontos indevidos nos benefícios. Na próxima terça-feira (13), o INSS irá notificar, exclusivamente pelo aplicativo oficial do órgão, o "Meu INSS", 9 milhões de cidadãos que tiveram descontos em seus benefícios. Eles deverão informar se as operações foram autorizadas, ou se foram prejudicados pelas fraudes. A notificação será a partir de um recorte de cinco anos. Ou seja, serão notificados cidadãos que tiveram descontos desde março de 2020. Waller garantiu que "haverá o ressarcimento de todos que reclamaram e não há comprovação da aprovação dos descontos". O presidente do INSS, porém, não informou quando começará a devolução do dinheiro. 🚨O contato será feito exclusivamente pelo aplicativo "Meu INSS". Não haverá contato por telefone, ou mensagem SMS. Em caso de dúvidas, os cidadãos podem ligar na central de atendimento do órgão, pelo canal telefônico 135. De acordo com Gilberto Waller, na próxima semana os prejudicados serão informados e, no dia seguinte, quarta-feira (14), o INSS vai disponibilizar canais diretos para que os aposentados e pensionistas tenham a informação de: qual foi a associação que efetuou os descontos irregulares; e qual o valor descontado. A partir dessas informações, o associado irá reconhecer se, de fato, autorizou a cobrança, ou se é o caso de um desconto irregular, fruto de fraude. Não será necessário incluir documentos ou comprovantes. Em seguida, o sistema vai gerar uma cobrança para a associação. O próprio INSS será o responsável por fazer a defesa do cidadão perante a empresa. Segundo Weller, o sistema ficará aberto por tempo indeterminado para que o cidadão informe a situação dos descontos, se regular ou irregular. INSS informa que terá apenas um canal de comunicação; veja detalhes Ministros do governo Lula concederam entrevista nesta quinta-feira (8) para atualizar os desdobramentos da operação "Sem Desconto", que identificou um esquema de descontos indevidos de pensões e aposentadorias pagas pelo órgão. Participaram da entrevista no Palácio do Planalto os ministros Jorge Messias (da Advocacia-Geral da União), Vinicius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Wolney Queiroz (Previdência Social), além do presidente do INSS, Gilberto Waller. O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que o governo fosse "às últimas consequências na apuração das responsabilidades" e na responsabilização dos culpados pelo esquema de fraudes no INSS. "[O presidente Lula] Me pediu, e me determinou que fossem às últimas consequências, na apuração das responsabilidades, que fossem as últimas consequências na busca daqueles que são os culpados, e que cuidasse dos nossos aposentados para que nenhum aposentado, nenhum segurado do INSS, ficasse em qualquer tipo de prejuízo. Então, estamos com essa missão", disse o ministro. Segundo a investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), os descontos ilegais podem ter chegado a R$ 6,3 bilhões de 2019 a 2024. As investigações apontam que entidades como sindicatos "associavam" aposentados e pensionistas sem seu conhecimento e sua autorização, muitas vezes fraudando as assinaturas das vítimas. 🔎Com isso, faziam descontos mensais diretamente na folha de pagamento do INSS. Esse tipo de desconto em folha é permitido pela lei desde 1991, desde que haja consentimento expresso do aposentado. As entidades, em tese, oferecem serviços como assessoria jurídica e descontos em planos de saúde, farmácias e academias. LEIA MAIS: INSS determina bloqueio de novos descontos de empréstimos consignados Ministério da Previdência dispensa Guilherme Serrano, que foi presidente do INSS na gestão Bolsonaro Fraude no INSS gera onda de desinformação nas redes; governo alerta para risco de golpes Aprimorar sistema Presidente do INSS determina bloqueio de novos empréstimos consignados O governo discute há duas semanas medidas contra os fraudadores, formas de aprimorar os sistemas do INSS e um plano para ressarcir as vítimas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em viagem à Rússia, já anunciou que determinou a cobrança dos prejuízos e a devolução do dinheiro. Lula demitiu o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), e o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, um dos alvos da operação. Wolney Queiroz e Gilberto Waller foram nomeados como ministro e presidente do instituto, respectivamente. O que se sabe sobre a fraude Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários. Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.
Bill Gates promete doar 99% de sua fortuna nos próximos 20 anos e critica Musk
Bilionário fundador da Microsoft disse que os mais pobres do mundo receberão US$ 200 bilhões por meio de sua fundação até 2045. Gates também criticou a postura de Elon Musk, homem mais rico do mundo, dizendo que ele está "matando as crianças mais pobres do mundo". Bill Gates Gates critica Elon Musk dizendo que ele está 'matando as crianças mais pobres'
Bill Gates prometeu na quinta-feira (8) doar 99% sua fortuna pessoal, estimada em US$ 108 bilhões, cerca de R$ 615 bilhões, nos próximos 20 anos para a sua fundação de ajuda aos mais pobres, a Gates Foundation.
O bilionário também disse que, com sua fortuna e outras doações do fundo mantido pela fundação, os mais pobres do mundo receberão cerca de US$ 200 bilhões, cerca de R$ 1,1 trilhão, até 2045.
O anúncio é feito num momento em que governos ao redor do mundo estão reduzindo a ajuda internacional, o que Gates chamou de "trágico". Segundo o bilionário, esses cortes podem contribuir para um novo período de alta no número de mortes de crianças pelo mundo, depois de anos de queda em razão de investimentos em saúde, sobretudo.
"Meu sonho é que, quando as pessoas leiam a palavra 'malária', elas se perguntem o que era isso", afirmou Gates em um evento de celebração dos 25 anos de sua fundação, falando sobre a razão de doar a alta quantia de dinheiro.
Gates também criticou Elon Musk, homem mais rico do mundo, que comanda o órgão do governo americano responsável por cortar custos, como os programas de ajudas humanitárias.
"A imagem do homem mais rico do mundo matando as crianças mais pobres do mundo não é bonita", disse o bilionário em entrevista ao Financial Times. Questionado se havia apelado a Musk recentemente para mudar de rumo, Gates disse que agora cabe ao Congresso decidir sobre o futuro dos gastos com ajuda humanitária dos EUA.
No evento desta quinta, Gates afirmou que é "um grande admirados de muitas coisas que Elon faz", mas considera que o bilionário "não esteve em campo e conheceu esses funcionários da USAID (agência americana de ajuda humanitária que é uma das maiores do mundo) como eu".
O fundador da Microsoft, no entanto, ponderou que a decisão sobre os cortes na USAID não cabe a Musk, mas sim ao Congresso dos EUA.
Bill Gates detalhou como deve doar sua fortuna em 20 anos
Reprodução
O bilionário de 69 anos afirmou que está acelerando os planos para se desfazer de sua fortuna e encerrar a Fundação Gates em 31 de dezembro de 2045.
“As pessoas dirão muitas coisas sobre mim quando eu morrer, mas estou determinado que ‘ele morreu rico’ não será uma delas”, escreveu Gates em uma postagem em seu site.
“Existem problemas urgentes demais para eu manter recursos que poderiam ser usados para ajudar outras pessoas.”
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Bill Gates, cofundador da Microsoft
Reprodução/Twitter
Em uma crítica implícita ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela redução da ajuda externa por parte dos Estados Unidos — maior doador do mundo —, a declaração de Gates disse que ele quer ajudar a evitar que recém-nascidos, crianças e mães morram de causas evitáveis, erradicar doenças como poliomielite, malária e sarampo, e reduzir a pobreza.
“Não está claro se os países mais ricos do mundo continuarão a apoiar os mais pobres”, acrescentou, destacando cortes de doadores importantes como Reino Unido e França.
Gates disse que, apesar da grande capacidade financeira da fundação, o progresso não seria possível sem o apoio dos governos.
Ele elogiou a resposta de países africanos aos cortes na ajuda, onde alguns governos remanejaram seus orçamentos, mas disse que, por exemplo, a poliomielite não será erradicada sem financiamento dos EUA.
Gates fez o anúncio no 25º aniversário da fundação, criada com sua então esposa Melinda French Gates em 2000, e posteriormente com a adesão do investidor Warren Buffett.
“Eu percorri um longo caminho desde que era apenas um garoto iniciando uma empresa de software com meu amigo da escola”, disse ele.
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Fundação já doou US$ 100 bilhões
Desde a sua criação, a fundação já doou 100 bilhões de dólares, ajudando a salvar milhões de vidas e apoiando iniciativas como o grupo de vacinas Gavi e o Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária.
Ela será encerrada após gastar cerca de 99% da fortuna pessoal de Gates, segundo ele. Os fundadores esperavam originalmente que a fundação fosse encerrada décadas após suas mortes.
Gates, que atualmente possui um patrimônio estimado em cerca de 108 bilhões de dólares, espera que a fundação gaste cerca de 200 bilhões até 2045, sendo o valor final dependente dos mercados e da inflação.
A fundação já é um dos principais atores na saúde global, com um orçamento anual que chegará a 9 bilhões de dólares até 2026.
A organização enfrentou críticas por seu enorme poder e influência na área, sem a devida prestação de contas, inclusive na Organização Mundial da Saúde (OMS).
O próprio Gates também foi alvo de teorias da conspiração, especialmente durante a pandemia de Covid-19.
Gates também conversou com o presidente Donald Trump várias vezes nos últimos meses sobre a importância de continuar investindo em saúde global.
“Espero que outras pessoas ricas considerem o quanto poderiam acelerar o progresso para os mais pobres do mundo se aumentassem o ritmo e a escala de suas doações, porque é uma maneira profundamente impactante de retribuir à sociedade”, escreveu Gates.
*Com informações da agência de notícias Reuters
IBGE lança mapa-múndi invertido com Brasil no centro; objetivo é 'ressaltar liderança' em fóruns internacionais, diz presidente
Marcio Pochmann, presidente do órgão, diz que mapa reflete protagonismo do país em blocos, como Brics e Mercosul, e na COP 30. Sua gestão no instituto tem enfrentado crises internas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou nesta quarta-feira (7) uma nova versão do mapa-múndi com o Brasil no centro. A imagem é chamada de "mapa invertido".
Segundo o órgão, o mapa destaca os países que integram os Brics, o Mercosul, as nações de língua portuguesa e o bioma amazônico.
Também estão sinalizadas cidades brasileiras ligadas a fóruns internacionais: o Rio de Janeiro, como capital dos Brics; Belém, como sede da COP 30; e o Ceará, onde ocorrerá o Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global.
"A novidade busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais como o Brics e o Mercosul e na realização da COP 30 no ano de 2025", afirmou o presidente do instituto, Marcio Pochmann, em uma rede social.
Ele também declarou que o mapa-múndi invertido "estimula a reflexão sobre como nos vemos nesse novo mundo em que as transformações ocorrem mais rapidamente e exigem um protagonismo brasileiro ainda maior".
Mapa-múndi com Brasil no centro
IBGE
Pochmann está no centro de uma crise dentro do IBGE, órgão responsável por indicadores econômicos como o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação oficial.
Em janeiro, mais de 600 servidores assinaram uma carta aberta acusando o presidente do instituto de autoritarismo. Técnicos temem a perda de credibilidade do órgão.
Na época, Pochmann afirmou que os servidores que o criticam estariam mentindo. A fala agravou ainda mais a tensão interna.
Lula defende indicação de Márcio Pochmann
O que são os Brics
O Brics, citado por Pochmann, é um grupo formado por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Segundo o site oficial do grupo, ele "serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas".
No fim do ano passado, o então eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar um substituto do dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.
Em abril, diante da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo chinês passou a pressionar por uma reunião extraordinária dos ministros de Comércio do Brics. O objetivo é discutir os impactos das tarifas norte-americanas.
Para isso, a China tenta convencer o Brasil — que ocupa a presidência rotativa do grupo — a convocar o encontro.
O que é o Mercosul
O Mercosul é um bloco comercial criado para promover a integração regional. Foi formado originalmente por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Mais tarde, a Venezuela foi incorporada, mas está suspensa por ruptura da ordem democrática. Em 2024, a Bolívia entrou oficialmente no grupo.
Diante das novas barreiras comerciais impostas pelos EUA, o bloco tem buscado aproximação com a Europa.
Após 25 anos de negociações, o Mercosul fechou, no fim de 2024, um acordo de livre comércio com a União Europeia. O tratado prevê a redução de tarifas e maior facilidade para investimentos.
O acordo, no entanto, ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos nacionais de todos os países do bloco para entrar em vigor.
COP 30 será em Belém
A COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, está prevista para novembro deste ano, em Belém (PA).
O encontro deve discutir medidas para conter o avanço da crise climática global. A principal meta é implementar o Acordo de Paris, firmado em 2015, que estabelece o limite de 2°C no aquecimento global até o fim do século.
Para isso, é considerado essencial ampliar os investimentos em preservação ambiental nos países em desenvolvimento. O objetivo é alcançar um volume de financiamento internacional de até US$ 1 trilhão por ano.
Rendimento mensal do brasileiro bate recorde e fica em R$ 3.057 em 2024, diz IBGE
Apesar da alta, a diferença entre o rendimento médio nos estados continua grande. Entre o Maranhão, que tem o menor rendimento mensal, e o Distrito Federal, que tem o maior, a diferença é de R$ 2.198. Rendimento dos brasileiros voltou a crescer em 2024
O rendimento médio de todas as fontes dos brasileiros foi de R$ 3.057 em 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8). Esse é o maior número já registrado em toda série histórica, superando o recorde de 2014 (R$ 2.974).
O cálculo desses valores é feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O levantamento analisa informações sobre os rendimentos provenientes de todos os trabalhos e de outras fontes.
Em 2024, 66,1% do total de pessoas residentes no Brasil (equivalente a 143,4 milhões pessoas) possuíam algum tipo de rendimento. No ano anterior, eram 64,9%.
Esses rendimentos podem ser de trabalho, ou outras fontes como:
Aposentadoria e pensão;
Aluguel e arrendamento;
Pensão alimentícia, doação e mesada de não morador;
Programas sociais do governo federal (BPC-LOAS, Bolsa Família, entre outros);
Outros rendimentos, como: seguro desemprego e seguro defeso, rentabilidade de aplicações financeiras, bolsas de estudos, direitos autorais, exploração de patentes, entre outros.
Segundo o analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, o crescimento do rendimento médio de todas as fontes foi impulsionado principalmente pela renda de trabalho. O especialista analisa que embora a renda do trabalho tenha avançado, a participação na renda per capita aumentou pouco.
“Apesar de programas sociais importantes do governo terem contribuído para esse crescimento, a renda do trabalho foi fundamental para o aumento de todas as fontes de renda, ampliando sua participação no rendimento domiciliar”, completa Fontes.
O rendimento médio mensal real do trabalho no Brasil alcançou o maior valor já registrado na série histórica: R$ 3.225. O aumento representa uma alta de 3,7% em relação a 2023, que já havia mostrado um crescimento expressivo de 7,2%.
Já o valor médio de outras fontes, como aposentadoria, pensão, aluguel e programas sociais, permaneceu praticamente inalterado em relação ao ano anterior, sendo estimado em R$ 1.915.
Pessoas que declararam receber outros tipos de rendimentos, como seguro-desemprego, rentabilidades de aplicações financeiras ou bolsas de estudos, tiveram um valor médio de R$ 2.135, o mais elevado da série histórica para essa categoria.
Comparado a 2023 (R$ 1.907), houve um crescimento de 12%. Um destaque é o crescimento dos rendimentos de programas sociais do governo, que atingiram R$ 836 em 2024, o maior da série histórica.
Isso representa um aumento de 2,2% em comparação a 2023 (R$ 818), que até então detinha o maior valor. Em relação a 2019 (R$ 484), o crescimento foi de 72,7% no país. (entenda mais abaixo)
Por fim, há uma grande diferença no rendimento médio de todas as fontes entre os estados. O menor valor foi registrado no Maranhão, com R$ 1.078, enquanto o maior foi no Distrito Federal, com R$ 3.276 — uma diferença de R$ 2.198.
Os estados das regiões Norte e Nordeste tiveram os menores rendimentos em 2024, enquanto os estados do Sul e do Sudeste são a maioria entre aqueles que tiveram os maiores. (veja comparativo no gráfico abaixo)
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Desigualdade no Brasil: rendimento mensal do 1% mais rico é 40 vezes maior que dos 40% mais pobres
Bolsa Família diminui a desigualdade em regiões em que está mais presente, aponta IBGE
O rendimento médio de todas as fontes dos brasileiros em 2024 tem o maior número já registrado em toda série histórica.
Jornal Nacional/ Reprodução
População que recebe programas sociais do governo cresce em 2024
Outro destaque da PNAD Contínua divulgada nesta quinta-feira (8) foi o aumento na proporção de pessoas residentes no país que recebem programas sociais do governo.
Segundo o IBGE, esse percentual atingiu os 9,2% dos brasileiros em 2024 — um aumento de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação a 2023 e de 2,9 p.p. em comparação a 2019, período pré-pandemia.
O levantamento mostra, também, um aumento significativo do valor médio dos rendimentos provenientes de programas sociais do governo, para R$ 836 — o maior valor da série histórica.
O resultado ainda representa um crescimento de 2,2% em comparação a 2023 e de 72,7% em relação a 2019.
De acordo com o analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes, parte da explicação para essa diferença entre o rendimento visto em 2019 em relação ao ano passado está na pandemia e no contexto político e macroeconômico vivido pelo país nos últimos anos.
Na pandemia, quando inúmeras empresas precisaram fechar as portas ou paralisar suas operações, houve um drástico aumento na taxa de desemprego — que atingiu 13,3% no segundo trimestre de 2020 — e a criação de auxílios do governo para ajudar os trabalhadores afetados.
Entre os principais programas criados estavam o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), por exemplo, além do próprio Bolsa Família — que ficou em vigor até 2021, quando foi substituído pelo Auxílio Brasil.
“Houve um aumento importante no Bolsa Família e Auxílio Brasil, que captamos como o mesmo programa, principalmente em 2022 e 2023”, diz Fontes.
No segundo semestre de 2022, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criou mais uma série de benefícios — como o auxílio caminhoneiro e o auxílio taxista, por exemplo — para tentar mitigar os efeitos da alta dos combustíveis.
Em 2023, já no novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo transformou o Auxílio Brasil no Novo Bolsa Família, e aumentou o valor pago às famílias para R$ 600, além de incluir valores adicionais para crianças, adolescentes e gestantes.
Também houve aumento no número de famílias que recebiam o benefício. O IBGE mostra que o percentual de domicílios que recebiam o Bolsa Família foi de 18,7% em 2024, uma queda de 0,3 p.p. em comparação a 2023, mas uma alta de 4,4 p.p. em relação a 2019 e de 11,5 p.p. ante 2020.
Na relação entre 2024 e 2019, certamente o maior impacto aqui é do Bolsa Família, tanto pelo número total do contingente de beneficiários como pelo aumento do valor do benefício"
País mostra melhora no índice de desigualdade
Por fim, o IBGE também trouxe a medição do Índice de Gini do rendimento domiciliar per capita alcançou o menor valor da série histórica em 2024, com queda em todas as grandes regiões do país exceto o Sul.
🔎O Índice de Gini é uma forma de medir se a distribuição de renda de uma região é justa ou desigual. Nessa medida, quanto mais próximo de 1 for o índice, maior é a desigualdade na região avaliada. Da mesma forma, quanto mais próximo de 0 for o índice, mais justa é a região avaliada.
Desigualdade no Brasil pelo Índice de Gini
IBGE / Arte g1
De acordo com o instituto, alguns dos fatores que ajudam a explicar essa melhora são:
o maior dinamismo do mercado de trabalho nos últimos anos, com um maior nível de ocupação e crescimento do rendimento médio do trabalho;
os reajustes no salário mínimo; e
o recebimento de benefícios de diferentes programas sociais do governo.
Mesmo com a melhora do índice em 2024, no entanto, o país segue bastante desigual. Segundo Fontes, os maiores rendimentos do país recebiam, em média, 13,4 vezes mais do que os 40% da população com os menores rendimentos em 2024.
“Houve um aumento do rendimento médio domiciliar per capita e houve uma melhoria na distribuição. Mas o Brasil ainda está, inegavelmente, bastante desigual se compararmos com diferentes indicadores”, conclui.
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TikTok Shop: rede social lança loja virtual no Brasil para concorrer com Amazon e Magalu
Nova funcionalidade integra vídeos, lives e e-commerce para usuários e vendedores. Celular sobre teclado de notebook com a logo do aplicativo TikTok
Dado Ruvic/Illustration/REUTERS
O TikTok lançou nesta quarta-feira (8) sua plataforma de comércio eletrônico no Brasil, o TikTok Shop.
A novidade, que passa a concorrer com grandes varejistas como Amazon, Magalu e Americanas, promete transformar a forma como os usuários descobrem e compram produtos na rede social, ao adotar o conceito de "compra por descoberta".
Segundo a empresa, a plataforma integra descoberta e compra dentro do próprio aplicativo, permitindo que marcas, vendedores e criadores usem o TikTok para impulsionar seus negócios.
O serviço já está disponível em países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Alemanha e Espanha.
A proposta é que o usuário encontre e adquira produtos sem sair da rede social.
O TikTok Shop oferece três formatos de venda:
Vídeos e lives: permite comprar produtos marcados em vídeos curtos ou durante transmissões ao vivo no feed "Para Você";
Vitrine: usuários podem navegar e comprar produtos diretamente da vitrine de marcas e criadores, acessível nos perfis;
Programa de afiliados: conecta criadores a vendedores por meio de comissões. Criadores monetizam ao indicar produtos, enquanto os vendedores definem o plano de parceria.
TikTok Shop: rede social lança loja virtual no Brasil para concorrer com Amazon e Magalu
Divulgação/TikTok
A empresa afirma que a iniciativa também busca apoiar vendedores de todas as regiões do Brasil, conectando seus produtos a um público mais amplo e incentivando o fortalecimento de economias locais.
Segundo a companhia, negócios de todos os portes poderão lançar e expandir suas operações pela plataforma.
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Dólar cai a R$ 5,66, com acordo entre EUA e Reino Unido; Ibovespa sobe ao maior nível desde setembro
A moeda norte-americana caiu 1,47%, cotada a R$ 5,6611. Já a bolsa encerrou em alta de 2,12%, aos 136.231 pontos, no maior patamar em oito meses. Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (8) em queda, a R$ 5,66, após os Estados Unidos e o Reino Unido anunciarem um novo acordo comercial — o primeiro desde a implementação das "tarifas recíprocas", no início de abril.
O novo tratado entre EUA e Reino Unido determina que os americanos manterão uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados, enquanto os britânicos devem reduzir as taxas cobradas sobre os produtos americanos, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
As decisões de juros no Brasil e nos EUA também ajudam a explicar o forte movimento visto na bolsa de valores brasileira, que encerrou em alta de mais de 2%, no maior patamar desde setembro de 2024.
Tanto o Banco Central do Brasil (BC) quanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) fizeram anúncios que vieram em linha com o que esperava o mercado financeiro.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano — o maior patamar em 20 anos. Também indicou que deve agir com cautela na próxima reunião, com mais "flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica da inflação".
O mercado financeiro interpretou o posicionamento como um indicativo de que o BC pode desacelerar o ritmo de alta das taxas de juros na próxima reunião — ou até parar de subi-los —, o que ajudou a impulsionar o Ibovespa na sessão. (entenda mais abaixo)
Nos EUA, o Fed manteve a taxa de juros referencial inalterada na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, citando as incertezas causadas pela política de taxas do presidente Donald Trump.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar teve queda de 1,47%, cotado a R$ 5,6611. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,13% na semana;
recuo de 0,28% no mês; e
perda de 8,39% no ano.
No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,62%, aos R$ 5,7458.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 2,12%, aos 136.231 pontos, maior patamar desde setembro de 2024.
Durante o dia, o índice chegou a bater a máxima histórica intradiária de 137.634 pontos — ou seja, essa foi a maior pontuação já atingida pelo Ibovespa durante um pregão. O movimento positivo foi impulsionado:
pelo alívio externo após o novo acordo entre EUA e Reino Unido;
pelos bons resultados corporativos divulgados ao longo do dia; e
pela percepção de que o Copom pode trazer uma pausa no ciclo de altas de juros na próxima reunião, a depender dos indicadores econômicos e do ambiente internacional.
Entre as maiores altas da sessão, destaque para as ações da Azzas, que subiram mais de 22%. Os papéis da Movida e do Bradesco também figuravam entre as maiores altas do índice no pregão.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,81% na semana;
avanço de 0,86% no mês; e
ganho de 13,26% no ano.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,09%, aos 133.398 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O anúncio de um novo acordo comercial selado entre Estados Unidos e Reino Unido.
Além de estabelecer medidas tarifárias, o tratado também estabelece a criação de uma zona de comércio de alumínio e aço e de uma cadeia de suprimentos farmacêuticos segura. Segundo Trump, o acordo deve aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e de criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação.
Em contrapartida, os EUA deverão baixar as tarifas para a indústria automobilística britânica de 27,5% para 10% e zerar os impostos sobre aço e alumínio.
Apesar de este ter sido apenas o primeiro acordo comercial que os EUA conseguiram firmar com um de seus parceiros desde a imposição das "tarifas recíprocas" anunciadas em abril, Trump indicou que tem várias reuniões planejadas para os próximos dias, destacando que outros países também querem fazer um acordo com os norte-americanos.
O tratado entre EUA e Reino Unido também foi bem-visto pelos mercados financeiros, que viram o novo acordo e as sinalizações de que Trump conversa com outros países como um possível alívio na guerra comercial imposta pelo republicano.
Taxas de juros na mira
Outro destaque da sessão foram as decisões de juros por parte do Banco Central do Brasil e do Fed. No Brasil, a decisão de aumentar a Selic nesta quarta-feira foi unânime, a favor de elevar a taxa para 14,75%.
O Copom justificou que a incerteza na economia dos EUA, principalmente devido à guerra comercial, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros. Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas.
"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", escreveu o Copom.
Por fim, o comitê destacou que o "cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação."
Segundo Rafael Cardoso, economista-chefe do banco Daycoval, a principal novidade no comunicado está no balanço de riscos da instituição, que considerava mais os riscos econômicos brasileiros do que os internacionais até sua última reunião.
"A inclusão da queda dos preços das commodities fez com que houvesse três riscos para cada lado, o que na opinião do BC além de ser riscos em quantidade igual, eles têm o mesmo peso e portanto o balanço passou a ser simétrico".
Esse olhar mais atento ao cenário externo (que não recebe interferência dos juros no Brasil) e a falta de sinalização sobre possíveis novas altas nos juros indicam que pode haver uma pausa no ciclo de alta da Selic, explica Cardoso.
Daniel Cunha, estrategista-chefe do BGC Liquidez, concorda e comenta que "não há dúvida de que o BC tem se empenhado em pavimentar o caminho para o fim do ciclo de alta nos juros".
"A verdadeira questão, no entanto, era e ainda é se os dados sustentariam uma mudança para um ponto de fim mais cedo e mais baixo, ao invés de um ponto mais tarde e mais elevado", afirma Cunha.
Esse cenário, somado aos resultados corporativos divulgados ao longo do dia, ajuda a explicar o bom desempenho do Ibovespa na sessão.
Nos EUA, foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em comunicado, o comitê afirmou que as incertezas em torno das perspectivas econômicas "aumentaram ainda mais" em meio à política tarifária de Trump.
A decisão de manter os juros inalterados nos EUA nesta quarta-feira veio apesar da pressão e das fortes críticas de Trump contra o presidente do Fed, Jerome Powell.
Nas últimas semanas, Trump questionou inúmeras vezes o trabalho do presidente do Fed à frente da instituição e chegou a ameaçar demiti-lo, mesmo que o presidente dos EUA não tenha poder para tomar essa decisão.
Nesta quinta-feira, Trump renovou suas críticas ao banqueiro central, reclamando que o Fed está se recusando a reduzir a taxa de juros. "Ele [Powell] não está apaixonado por mim".
Após o anúncio de juros na véspera, Powell afirmou que a pressão de Trump por cortes nas taxas de juros "não afeta" o trabalho do Federal Reserve. Ele declarou ainda que não tentou agendar um encontro com o republicano.
"Nunca pedi uma reunião com nenhum presidente, e nunca pedirei", disse o chefe do Fed, em entrevista a jornalistas. "Nunca houve motivo para eu solicitar uma reunião. Sempre partiu do outro lado."
O banqueiro central também observou que a política comercial de Trump continua sendo uma fonte de incertezas e reforçou a necessidade de o Fed esperar antes de ajustar sua política monetária.
"Eu não acho que podemos dizer qual será o desfecho disso", disse. "Há uma grande incerteza sobre, por exemplo, onde as políticas tarifárias vão se estabilizar."
Após BC americano manter juros nos EUA, Trump diz que presidente é 'um idiota', mas que 'gosta muito' dele
Com a decisão desta quarta do Fed de manter as taxas nos EUA entre 4,25% e 4,50% ao ano, o patamar dos juros continua elevado para os padrões americanos, o que desagrada Trump. Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nesta quinta-feira (8).
Após a decisão do Fed, anunciada na quarta (7), de manter suas taxas de juros inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano, Trump disse que Powell é "um idiota" e voltou a chamá-lo de "atrasado demais" em uma publicação na sua plataforma Truth Social.
No entanto, diferentemente das últimas declarações dadas pelo presidente, desta vez Trump afirmou que "tirando isso, gosta muito" de Powell.
"O 'atrasado demais' Jerome Powell é um IDIOTA, que não tem noção de nada. Tirando isso, eu gosto muito dele! (Os preços de) óleo e energia estão caindo, quase todos os custos (XXX e ovov) caindo, praticamente NENHUMA INFLAÇÃO, dinheiro das tarifas entrando nos EUA — EXATAMENTE O OPOSTO DO 'ATRASADO DEMAIS!' APROVEITE!", escreveu Trump.
Trump completa 100 dias no governo com extensas mudanças
Com a decisão desta quarta do Fed de manter as taxas nos EUA entre 4,25% e 4,50% ao ano, o patamar dos juros continua elevado para os padrões americanos. Trump já criticou essa política monetária em diversas ocasiões, desejando o corte dos juros.
🔎 Isso porque juros altos são uma ferramenta para controlar a inflação, já que encarecem a tomada de crédito pela população e pelas empresas, impactando os níveis de consumo e investimentos da economia e reduzindo a pressão sobre os preços.
⚠️ No entanto, com menor consumo, a atividade econômica tende a desacelerar, afetando o crescimento da economia.
Essa foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em março, o colegiado destacou a perspectiva econômica "incerta" e a atenção a riscos ao justificar sua posição.
Além de reiterar o cenário, o comitê afirmou hoje que as incertezas em torno das perspectivas econômicas "aumentaram ainda mais" em meio à política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump.
Trump anuncia acordo comercial com Reino Unido
Republicano afirma que acordo deve aumentar a receita externa dos Estados Unidos em US$ 6 bilhões, além de criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação. Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, anunciaram nesta quinta-feira (8) um acordo comercial entre os dois países — o primeiro desde a implementação das "tarifas recíprocas" pelos EUA, no início de abril.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados. O Reino Unido concordou em reduzir as taxas sobre os produtos norte-americanos de 5,1% para 1,8%, além de fornecer aos EUA maior acesso aos seus mercados.
"Isso abre um mercado tremendo para nós", afirmou Trump a jornalistas nesta quinta-feira.
Em uma publicação em seu perfil no TruthSocial, Trump afirmou que o acordo deve criar uma zona de comércio de alumínio e aço e levar a uma "cadeia de suprimentos farmacêuticos segura", além de aumentar a receita externa dos EUA em US$ 6 bilhões e criar US$ 5 bilhões em novas oportunidades de exportação.
"Esse acordo mostra que, se você respeita os EUA e traz propostas sérias à mesa, os EUA estão abertos para negócios. Muito mais virão", disse o republicano na publicação.
O governo britânico afirmou que, em contrapartida, a indústria de automóveis do país verá suas tarifas cair de 27,5% para 10% imediatamente em suas exportações para os EUA, enquanto os impostos sobre aço e alumínio serão zerados.
Segundo o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, a expectativa é que o acordo anunciado nesta quinta-feira impulsione o comércio e crie novos empregos.
"Esse é um acordo realmente muito importante. Isso irá impulsionar o comércio [...] e não somente irá proteger empregos, como criá-los, abrindo o acesso ao mercado", disse, reiterando que todos os cortes de tarifas entrarão em vigor "o mais rápido possível".
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O cenário no Reino Unido
O anúncio das tarifas recíprocas por parte de Trump, no início do mês passado, aumentou a pressão sobre o governo britânico, que continua na batalha para melhorar a economia do país. O governo de Starmer tem buscado construir novas relações comerciais pós-Brexit com os EUA, a China e a União Europeia.
Economistas e o presidente-executivo do FTSE 100 (índice acionário da bolsa de valores do Reino Unido) afirmaram que o impacto imediato de um acordo tarifário provavelmente seria limitado, mas que os acordos comerciais em geral contribuiriam para o crescimento a longo prazo.
Os especialistas destacam, no entanto, que também há riscos políticos internos. Pesquisas mostram que o governo continua profundamente impopular, tornando qualquer movimento para cortar impostos sobre empresas multinacionais de tecnologia um grande risco.
Em abril de 2020, o governo britânico impôs um imposto de 2% sobre as receitas de grandes empresas de tecnologia obtidas de usuários britânicos, em resposta a protestos sobre evasão fiscal por parte dessas companhias.
A expectativa era arrecadar cerca de 800 milhões de libras (US$ 1,1 bilhão) neste ano, mas empresas como Google e Amazon repassaram o custo aos clientes por meio de sobretaxas de anúncios e taxas de venda mais altas, respectivamente.
"Os acordos americanos, indianos e outros que podemos fazer serão realmente importantes para a saúde econômica de longo prazo do Reino Unido, mas não espere que eles resultem em euforia da noite para o dia", disse um executivo à Reuters.
Novos acordos à frente
Em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira, Trump afirmou que tem muitas reuniões previstas nas próximas semanas, indicando que todos os países afetados por suas tarifas buscam fazer acordos com os EUA.
O presidente americano disse que ainda pretende fazer um acordo comercial com a Europa e que espera um encontro amigável com a China neste final de semana.
Os EUA têm sido pressionados por investidores a fechar acordos para apaziguar sua guerra tarifária, depois que a política frequentemente caótica de Trump prejudicou o comércio global com aliados e adversários, ameaçando aumentar a inflação e iniciar uma recessão.
Altas autoridades americanas têm se envolvido em uma série de reuniões com parceiros comerciais desde que Trump, em 2 de abril, impôs uma tarifa de 10% à maioria dos países, juntamente com tarifas mais altas para muitos parceiros comerciais, que foram então suspensas por 90 dias.
Os EUA também impuseram tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio, tarifas de 25% sobre Canadá e México e tarifas de 145% sobre a China. Autoridades americanas e chinesas devem se reunir na Suíça no sábado.
Mega-Sena pode pagar R$ 38 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.860 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 38 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (8), em São Paulo.
No concurso da última terça (6), nenhuma aposta levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Bradesco tem lucro de R$ 5,86 bilhões no 1º trimestre, alta de 39%
O resultado ficou acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões. Ilustração de logo do Bradesco.
Reuters
O Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 39,3% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi marcado pela melhora na rentabilidade, enquanto a carteira de crédito alcançou a marca de R$ 1 trilhão.
Os números ficaram acima da média das previsões de analistas compiladas pela Lseg, que apontava lucro de R$ 5,47 bilhões. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o resultado dos primeiros três meses do ano representou uma expansão de 8,6%.
O banco também anunciou renovação em seu programa de recompra de ações, com validade de 18 meses, e meta de aquisição de até 106.584.881 papéis. Além disso, as estimativas para o ano foram mantidas.
O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 14,4%, de 10,2% um ano antes.
"O crescimento das receitas foi a principal razão de melhora da nossa rentabilidade e esse deve ser o padrão este ano", disse o presidente-executivo do banco, Marcelo Noronha.
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De janeiro a março, as receitas totais alcançaram R$ 32,3 bilhões, aumento de 15,3% ano a ano e queda de 1,5% no trimestre.
"Reduzimos nosso apetite ao risco, mas não deixamos de fazer bons negócios", afirmou o executivo que vem comandando desde o final de 2023 um plano de transformação no banco.
"Avançaremos, mantendo a boa qualidade das novas safras de crédito, fazendo créditos principalmente com garantias", acrescentou em nota.
Ao final de março, a carteira de crédito do Bradesco somava R$ 1,005 trilhão, aumento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 2,4% frente ao final de 2024. Na base anual, pessoa física mostrou expansão de 16,2%, enquanto na pessoa jurídica houve acréscimo de 10,6%.
O índice de inadimplência acima de 90 dias total ficou em 4,1%, de 5,0% no final de março de 2024 e 4,0% no término de dezembro do ano passado. Na comparação ano a ano, o destaque ficou para a melhora do segmento micro, pequenas e médias empresas e estabilidade nas pessoas físicas.
A despesa de provisão com perdas esperadas somou R$8,379 bilhões no primeiro trimestre, queda de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2024, mas aumento de 2,3% frente ao trimestre imediatamente anterior. A receita com recuperação de créditos cresceu 18,1% ano a ano e 1,4% no trimestre.
A PDD expandida — ou custo do crédito, que somou R$ 7,642 bilhões — em relação às operações de crédito expandida ficou em 3%, de 3,5% um ano antes e estável frente ao último trimestre de 2024, com o banco citando qualidade da originação, principalmente no massificado.
O Bradesco também destacou uma redução das despesas do atacado e maior eficiência na cobrança, com aumento das receitas de recuperação de créditos líquidos de descontos.
Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos
Margem financeira
A margem financeira total cresceu 13,7% ano a ano, mas apenas 1,4% no trimestre, com a margem com cliente mostrando aumento de 15,5% e 3,8%, respectivamente, enquanto a margem de mercado caiu 26,7% e 45,1% na mesma comparação, impactada pelo menor resultado com a gestão de ativos e passivos (ALM).
A margem financeira líquida, que representa a margem financeira total menos a despesa de PDD expandida, subiu 30,6%, a R$ 9,59 bilhões.
A receita com prestações de serviços foi de R$ 9,769 bilhões, 10,2% acima do primeiro trimestre do ano passado, mas 4,8% abaixo do resultado dos últimos três meses de 2024. O desempenho ano a ano foi influenciado pelo aumento da participação na empresa de meios de pagamento Cielo. Excluindo isso, a variação seria de 3,8% nessa base.
As despesas operacionais totais do Bradesco cresceram 12,3% ano a ano, mas recuaram 8,6% na comparação trimestral, para R$ 15 bilhões.
O índice de Basileia total do banco ficou em 15,4%, de 15,1% um ano antes e 14,8% em dezembro, enquanto índice de capital nivel 1 passou para 13%, de 12,6% um ano antes e 12,4% em dezembro.
O Bradesco deu continuidade no primeiro trimestre à estratégia de enxugamento de rede de agências, que encerrou com 2.284 unidades, de 2.704 ao final de março do ano passado. As unidades de negócios somaram 721 e os pontos de atendimento ficaram em 2.276, também mostrando reduções na comparação anual.
O negócio de seguros do banco teve lucro líquido recorrente de R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre, alta de 25,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas queda de 3,6% no trimestre. Houve aumento nas provisões técnicas, de 11,2% em 12 meses e de 2,6% no trimestre, para R$ 414,3 bilhões.
Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos
Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. É a maior taxa desde julho de 2006, quando os juros estavam 15,25% ao ano. Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) subir a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual.
Com o novo aumento, a taxa Selic atingiu o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, os juros estavam em 15,25% ao ano.
A decisão de aumentar a Selic nesta quarta foi unânime. Ou seja, todos os diretores, inclusive o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, votaram a favor de subir a taxa até 14,75%.
O Copom justificou que a incerteza na economia dos Estados Unidos, principalmente por causa da guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros. Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas.
"O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária", escreveu o Copom.
O comitê também deu sinais sobre a próxima reunião e disse que a análise sobre o cenário da inflação ainda vai precisar de "cautela".
"Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação."
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A elevação era aguardada pela maioria dos economistas do mercado financeiro. Especialistas esperavam o aumento depois de indicações feitas pelo próprio Banco Central.
Recentemente, a instituição informou, em documentos oficiais, que subiria novamente a taxa em maio (mas com menor intensidade).
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Esta é a sexta elevação seguida na taxa Selic, que serve de referência para taxas de juros cobradas no Brasil.
Desaceleração econômica
O Banco Central tem dito que busca uma desaceleração (ritmo menor de crescimento) para a economia como forma de tentar conter as pressões inflacionárias, e atingir as metas de inflação.
No relatório de política monetária, divulgado em março, a instituição informou que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou no fim do mês passado que os sinais de desaceleração da economia ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços.
Galípolo reforça necessidade de alta dos juros na próxima reunião
Entre os motivos para a inflação alta, o BC tem listado:
a resiliência do nível de atividade;
o mercado de trabalho aquecido;
a alta de gastos públicos.
Apesar da economia doméstica aquecida, contribui para a desaceleração o contexto da economia internacional, marcado pelo tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil).
Reunião do Copom de janeiro de 2025
Flickr do BCB
Entenda como age o BC
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026 e início de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,53% (com estouro da meta), 4,51%, 4% e em 3,80%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
O BC admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
Efeitos na economia
De acordo com especialistas, uma taxa de juros maior no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Veja abaixo algumas delas:
▶️ Reflexo nos juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie as taxas cobradas dos clientes bancários. Em março deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas somou 44%, o maior nível em quase dois anos.
▶️Crescimento da economia: com juros mais altos, a expectativa é de um comportamento mais contido do consumo da população e, também, de mais dificuldades nos investimentos produtivos. Isso deve causar um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda. Os dados do PIB do último trimestre de 2024 já mostram desaceleração da economia.
▶️ Piora das contas públicas: juros mais altos também desfavorecem as contas públicas, pois aumentam as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses até março, a despesa com juros do setor público somou R$ 948 bilhões (7,9% do PIB), impulsionando o endividamento brasileiro.
▶️Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, teriam um rendimento maior, com o passar do tempo, do que seria registrado com juros mais baixos. Isso pode contribuir para diminuir a atratividade do mercado acionário.
Brasil sobe para 3º no ranking de maiores juros reais do mundo, após nova alta da Selic; veja lista
País subiu uma posição em relação a março, quando estava na 4ª colocação. O topo da lista segue com a Turquia, seguida pela Rússia, conforme levantamento do MoneYou. Taxa Selic: entenda o que é a taxa básica de juros da economia brasileira
O Brasil ficou com o terceiro maior juro real do mundo após a nova alta da taxa básica de juros do país, divulgada nesta quarta-feira (7) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central do Brasil (BC) aumentou a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 14,75% ao ano.
🔎 O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 8,65%.
A primeira colocação do ranking continuou com a Turquia, que registrou uma taxa real de 10,47%, seguida pela Rússia, com taxa real de 9,17%.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o MoneYou afirmou que a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos tirou o peso do dólar — em resposta às políticas econômicas protecionistas do novo governo de Donald Trump —, e ajudou a evitar uma maior pressão inflacionária vinda do câmbio.
"Todavia, o cenário de incertezas inflacionárias locais continua, em especial com a questão fiscal criando tensão no contexto local, além do item alimentação ainda relevante em termos de preços no curto prazo", diz o documento.
A Argentina, que havia registrado um juro real de 9,35% na última medição da MoneYou — ficando na 2ª posição do ranking de março — caiu para a 8ª posição em maio, com um juro real de 3,92%. O movimento é resultado das quedas na taxa de juros e na inflação do país.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Alta da Selic
Nesta quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para a casa de 14,75% ao ano.
Com isso, a Selic atinge o maior patamar em quase 20 anos — a última vez que ficou em 14,75% foi em 2006, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O anúncio desta quarta-feira ainda marca a sexta elevação seguida na Selic. Na decisão anterior, em março, a autoridade monetária havia elevado a taxa básica em 1 ponto percentual, para a casa de 14,25% ao ano.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira permaneceu na 4ª posição.
Veja abaixo:
Turquia: 46%
Argentina: 29%
Rússia: 21%
Brasil: 14,75%
Colômbia: 9,25%
México: 9%
África do Sul: 7,5%
Hungria: 6,5%
Índia: 6%
Indonésia: 5,75%
Polônia: 5,75%
Filipinas: 5,5%
Chile: 5%
Hong Kong: 4,75%
Estados Unidos: 4,5%
Israel: 4,5%
Reino Unido: 4,25%
Austrália: 4,1%
República Tcheca: 3,75%
Nova Zelândia: 3,5%
China: 3,1%
Malásia: 3%
Canadá: 2,75%
Coreia do Sul: 2,75%
Alemanha: 2,4%
Áustria: 2,4%
Espanha: 2,4%
Grécia: 2,4%
Holanda: 2,4%
Portugal: 2,4%
Bélgica: 2,4%
França: 2,4%
Itália: 2,4%
Cingapura: 2,27%
Suécia: 2,25%
Taiwan: 2%
Dinamarca: 1,85%
Tailândia: 1,75%
Japão: 0,5%
Suíça: 0,25%
Fraude no INSS gera onda de desinformação nas redes; governo alerta para risco de golpes
Uma das estratégias dos golpistas é enviar mensagens que oferecem um link para supostamente agilizar a devolução dos valores descontados Após a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) que revelou um esquema bilionário de fraudes no INSS, diversas informações falsas e tentativas de golpe têm circulado nas redes sociais. O governo federal e o INSS alertam os beneficiários para que fiquem atentos e não caiam em armadilhas virtuais. Com o caso em evidência, criminosos têm aproveitado para aplicar novos golpes, disseminando fake news sobre o ressarcimento. As fraudes incluem mensagens enviadas por e-mail e WhatsApp prometendo devolver o dinheiro cobrado indevidamente. Mensagem que promete devolução é falsa Uma das estratégias dos golpistas é enviar mensagens que oferecem um link para supostamente agilizar a devolução dos valores descontados. O conteúdo dessas mensagens é #FAKE e visa roubar dados pessoais das vítimas. O Ministério da Previdência Social alertou que os ressarcimentos serão feitos exclusivamente na conta em que o beneficiário já recebe seu pagamento do INSS. "Da mesma conta que ele recebe o seu benefício previdenciário, vai ser depositado. Por isso eu peço: não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade", afirmou o atual presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior. Site falso imita o g1 e promete indenização Outra fraude detectada é um anúncio que imita o layout do portal g1 e promete indenizações que variam de R$ 2 mil a R$ 8 mil para aposentados. O golpe inclui um link que leva a um site que simula ser uma plataforma oficial do governo, com símbolo "gov.br", mas exige CPF e cobra uma taxa de R$ 61,90 para liberar a suposta indenização. O g1 desmentiu o conteúdo e alertou que nunca publicou reportagens com as informações mencionadas no golpe. A assessoria do INSS também confirmou que se trata de fake news. Distorções sobre a fraude Nas redes sociais, políticos também têm disseminado desinformação sobre o caso. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que teve mais de 85 milhões de visualizações, afirma que a fraude movimentou R$ 90 bilhões em 2023. Na realidade, esse é o valor total de empréstimos consignados liberados para beneficiários no ano passado. A fraude, segundo a PF, está estimada em R$ 6 bilhões. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu as declarações e ressaltou que as investigações e operações contra as fraudes ocorreram durante o governo Lula. "Foi no governo Bolsonaro que quadrilhas criaram entidades fantasmas para roubar os aposentados, sem que nada fosse feito para investigá-las ou coibir sua ação no INSS", afirmou. Como se proteger Diante da onda de desinformação, o governo federal orienta os segurados a: Não clicar em links enviados por mensagens ou e-mails que prometem devolução de dinheiro. Conferir informações somente por meio de canais oficiais do INSS ou do governo federal. Denunciar tentativas de golpe às autoridades competentes. Fraude bilionária No final de abril, uma operação conjunta da PF e da CGU revelou que associações realizaram descontos indevidos nas aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS. O esquema, que teria ocorrido entre 2019 e 2024, pode ter gerado um prejuízo de até R$ 6,3 bilhões. Segundo o ministro da CGU, Vinícius Carvalho, as associações prometiam serviços como acesso a academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura para oferecê-los. Além disso, falsificavam as assinaturas dos segurados para garantir os descontos. Seis servidores públicos foram afastados, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi demitido após a operação. O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, também perdeu o cargo após o escândalo. TCU dá 15 dias para INSS dizer como vai ressarcir aposentados
Ford aumenta preço nos EUA como consequência do tarifaço de Trump, diz agência
Segundo a agência Reuters, o aumento de preço afeta três dos veículos da marca, todos finalizados no México e que chegam ao país como modelos importados. Ford Bronco Sport 2025 é um dos carros afetados pelo aumento de preços nos EUA
divulgação/Ford
A Ford aumentou os preços de três de seus veículos produzidos no México a partir de 2 de maio, segundo informação da agência Reuters. A marca é uma das primeiras grandes montadoras a reajustar os valores de tabela após as tarifas impostas por Donald Trump.
A alteração nos preços afeta, inicialmente, o mercado dos Estados Unidos e inclui o SUV elétrico Mustang Mach-E, a picape Maverick e o Bronco Sport. O reajuste pode chegar a até US$ 2 mil, segundo comunicado enviado às concessionárias norte-americanas.
No início da semana, a Ford declarou que a guerra comercial iniciada por Donald Trump deverá gerar um custo adicional de aproximadamente US$ 2,5 bilhões em 2025, embora a empresa espere reduzir esse impacto em cerca de US$ 1 bilhão.
A rival General Motors também estimou um aumento entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões em seus custos, após a imposição de tarifas elevadas sobre a importação de automóveis estrangeiros, mas espera compensar ao menos 30% desse valor.
Um porta-voz da Ford informou à agência Reuters que os reajustes de preço afetarão veículos produzidos após 2 de maio, com chegada prevista às concessionárias norte-americanas no final de junho.
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Peças de carro dentro das normas de acordo comercial entre EUA, México e Canadá estão isentas das tarifas de 25%
A marca afirmou que os aumentos refletem “ações usuais” de reajuste de preços típicas do meio do ano, combinadas com algumas tarifas que estão sendo enfrentadas. “Não repassamos o custo total das tarifas aos nossos clientes”, acrescentou.
As ações da Ford caíram menos de 1% na manhã desta quarta-feira (7). A montadora também lançou um programa de descontos válido até 4 de julho para diversos modelos, segundo o porta-voz.
As tarifas impostas por Trump geraram semanas de incerteza no setor automotivo, levando grandes montadoras dos EUA e da Europa a suspenderem previsões, alterarem linhas de produção e até paralisarem fábricas.
Após semanas de resistência da indústria automobilística, Donald Trump decidiu suavizar as tarifas sobre peças automotivas importadas, concedendo créditos às montadoras por componentes fabricados nos Estados Unidos e evitando a aplicação de tarifas duplas sobre matérias-primas utilizadas na produção de veículos.
No entanto, a Casa Branca ainda não suspendeu a tarifa de 25% sobre os 8 milhões de veículos que o país importa anualmente. Analistas estimam que as vendas de automóveis nos EUA podem cair em mais de 1 milhão de unidades por ano, caso as tarifas continuem em vigor.
A Ford está em uma posição mais favorável para lidar com as tarifas do que alguns de seus concorrentes, graças à sua sólida base de produção nacional nos Estados Unidos. A empresa monta 79% dos veículos vendidos no país em território americano, contra 53% da GM, segundo analistas da consultoria Barclays.
Ainda assim, a Ford importa do México um de seus modelos mais acessíveis e populares no mercado norte-americano: a picape Maverick. A maioria das grandes montadoras dos EUA enfrenta aumentos significativos nos preços de seus veículos de entrada produzidos localmente.
A Ford e a GM também enfrentam tarifas elevadas sobre importações provenientes da China e da Coreia do Sul, respectivamente. A GM estimou que os custos relacionados às importações sul-coreanas somam cerca de US$ 2 bilhões, enquanto a Ford preferiu não divulgar os valores referentes à importação de veículos chineses.
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Ford não tem carros totalmente feitos nos EUA
Segundo a Administração Nacional de Segurança Rodoviária dos Estados Unidos — equivalente ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) no Brasil — a Ford não possui nenhum veículo totalmente fabricado no país.
Mustang Mach-E, o Bronco Sport e a Maverick são os únicos veículos com montagem final no México, o que faz com que cheguem aos Estados Unidos prontos para a venda.
O SUV Escapade é o único veículo da Ford montado nos Estados Unidos, mas a maior parte de seus componentes é produzida em outros países. Ao todo, 27% vêm do México e 36% são fabricados nos EUA. A lista de carros americanos com peças produzidas no México segue abaixo:
Escapade: 27% dos componentes feitos no México;
Mustang: 22% dos componentes feitos no México;
Expedition: 22% dos componentes feitos no México;
Ranger: 20% dos componentes feitos no México;
Explorer: 17% dos componentes feitos no México;
Bronco: 16% dos componentes feitos no México.
Dentre os modelos vendidos nos Estados Unidos, apenas a picape Ford Ranger possui motor fabricado no país. Todos os demais têm o bloco produzido no México.
É #FAKE que INSS faça ligação telefônica convocando para prova de vida
Beneficiários têm recebido telefonemas com gravação sobre o assunto. Ao Fato ou Fake, INSS diz que não faz esse tipo de convocação; veja qual é o procedimento correto. É #FAKE que INSS ligue para beneficiário para fazer prova de vida
Reprodução
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) têm recebido ligações telefônicas pedindo que els façam prova de vida em 2025. É #FAKE.
g1
🛑 O que diz a ligação falsa?
No início de maio de 2025, surgiram nas redes sociais relatos de pessoas denunciando ter recebido ligações telefônicas sobre esse tema. A gravação, com um conteúdo mentiroso, diz: "Você está no INSS, o Instituto Nacional de Seguridade Social. Você é um convocado dentre 4,3 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios de longa duração para fazer a prova de vida. Digite 1 para prosseguir com atendimento de prova de vida".
As mensagens se espalharam após a revelação de um esquema bilionário de fraudes no INSS, ocorrida após uma operação deflagrada em 23 de abril de 2025 pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). O esquema consistia em descontar valores irregulares de beneficiários, sem qualquer autorização, como se eles tivessem se tornado membros de associações e sindicatos. Essas entidades ofereciam desconto em academias e planos de saúde, mas não tinham estrutura.
⚠️ Por que a ligação é falsa?
O Fato ou Fake mostrou a gravação ao INSS. Em nota, a assessoria de imprensa do órgão informou que o instituto não faz ligação de convocação. A prova de vida é um procedimento obrigatório e ocorre todo ano, como determina Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. No entanto, desde 2023 a prova de vida passou a ser feita por cruzamento de dados com bases governamentais. Ou seja: o beneficiário não é mais obrigado a ir a uma agência bancária ou ao INSS. É o próprio instituto que se encarrega da comprovação.
No site ou aplicativo Meu INSS, é possível verificar se a prova de vida está atualizada. Basta fazer a consulta por meio do serviço "Prova de Vida". Se for o caso, aparecerá a informação “data da última prova de vida”. Se o beneficiário não foi encontrado, constará o aviso "comprovação de vida não realizada". O INSS diz que não haverá suspensão de benefício por falta de comprovação de vida até julho de 2025.
▶️ Como fazer a prova de vida?
O beneficiário pode fazer a prova de vida em sua agência bancária (aquela em que recebe o pagamento). Pode-se também acessar o site ou aplicativo Meu INSS, clicar em "Prova de Vida" e fazer o reconhecimento facial. Alguns bancos também oferecem a funcionalidade de fazer a biometria digital à distância.
📌 O que serve como prova de vida?
Algumas interações do beneficiário são utilizadas para o batimento de dados e válidas como comprovação de vida. Veja a lista abaixo:
acesso ao "Meu INSS" com o selo ouro;
realizar empréstimo consignado, efetuado por reconhecimento biométrico;
atendimento presencial no sistema público de saúde ou na rede conveniada;
vacinação;
cadastro ou recadastramento nos órgãos de trânsito ou segurança pública;
atualizações no CadÚnico, somente quando for efetuada pelo responsável pelo grupo;
votação nas eleições;
emissão/renovação de documentos oficiais que necessitem da presença física do usuário ou reconhecimento biométrico;
recebimento do pagamento de benefício com reconhecimento biométrico;
e declaração de Imposto de Renda, como titular ou dependente.
É #FAKE que INSS ligue para beneficiário para fazer prova de vida
Reprodução
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É #FAKE anúncio sobre inscrições para concurso do INSS
É #FAKE anúncio sobre inscrições para concurso do INSS
VÍDEOS: Fato ou Fake explica
VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
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Fed mantém juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, diante de incertezas com Trump
Essa é a terceira decisão consecutiva em que o BC americano mantém as taxas inalteradas. Presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou a jornalistas que a pressão de Trump por redução nos juros 'não afeta' o trabalho da instituição. Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manteve as taxas de juros do país inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão unânime, anunciada nesta quarta-feira (7), veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Essa foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em março, o colegiado destacou a perspectiva econômica "incerta" e a atenção a riscos ao justificar sua posição.
Além de reiterar o cenário, o comitê afirmou hoje que as incertezas em torno das perspectivas econômicas "aumentaram ainda mais" em meio à política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. (leia mais abaixo)
As decisões sobre as taxas de juros nos EUA geram efeitos também no Brasil. Quando as taxas permanecem elevadas, há maior pressão para que a Selic, a taxa básica de juros brasileira, também permaneça alta por mais tempo. Além disso, há impactos no câmbio. (leia também mais abaixo)
O anúncio desta quarta-feira foi o terceiro desde que Donald Trump tomou posse como 47º presidente dos EUA, em 20 de janeiro. O cenário, porém, ficou mais adverso de lá para cá, diante da guerra tarifária promovida pelo republicano.
Economistas e agentes do mercado têm feito uma série de alertas sobre os impactos nos EUA das taxas aplicadas a outros países — em especial, contra os principais parceiros comerciais dos norte-americanos. Algumas tarifas estão em vigor. Outras, foram suspensas.
O grande destaque vai para a guerra comercial entre EUA e China. Ao longo das últimas semanas, os norte-americanos anunciaram taxas de até 145% sobre produtos importados da China. Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre a importação de itens dos EUA.
'Não afeta nosso trabalho'
A decisão de manter os juros inalterados nos EUA nesta quarta-feira veio apesar da pressão e de fortes críticas de Trump contra o presidente do Fed, Jerome Powell.
Nas últimas semanas, o republicano questionou inúmeras vezes o trabalho do banqueiro central à frente da instituição e chegou a ameaçar demiti-lo, mesmo que o presidente dos EUA não tenha poder para tomar essa decisão.
Após o anúncio, Powell afirmou que a pressão de Trump por cortes nas taxas de juros "não afeta" o trabalho do Federal Reserve. Ele declarou ainda que não tentou agendar um encontro com o republicano.
"Nunca pedi uma reunião com nenhum presidente, e nunca pedirei", disse o chefe do Fed, em entrevista a jornalistas. "Nunca houve motivo para eu solicitar uma reunião. Sempre partiu do outro lado."
O banqueiro central também observou que a política comercial de Trump continua sendo uma fonte de incertezas e reforçou a necessidade de o Fed esperar antes de ajustar sua política monetária.
"Eu não acho que podemos dizer qual será o desfecho disso", disse. "Há uma grande incerteza sobre, por exemplo, onde as políticas tarifárias vão se estabilizar."
Powell ponderou, no entanto, que a economia dos EUA "continua saudável, apesar do clima de pessimismo observado entre consumidores e empresas".
Presidente do Fed, Jerome Powell.
Reuters
O que disse o Fomc
Em comunicado, o comitê reiterou que a atividade econômica dos EUA continuou a se expandir "em um ritmo sólido", com taxa de desemprego estabilizada em níveis baixos e um mercado de trabalho igualmente sólido.
Diante do cenário, a inflação do país "permanece um pouco elevada", citou o Fomc. Em março, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou em 2,4% no acumulado em 12 meses — ainda acima da meta de 2% do Fed.
O comitê também reforçou que as incertezas sobre o cenário econômico "aumentaram ainda mais".
"O Comitê busca alcançar o máximo emprego e uma inflação de 2% no longo prazo. A incerteza sobre as perspectivas econômicas aumentou ainda mais. O Comitê está atento aos riscos em ambas as frentes de seu mandato duplo [de máximo emprego e controle da inflação]", disse, em comunicado.
O Fomc também declarou que "continuará monitorando as implicações das informações recebidas" e que está "preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme necessário caso surjam riscos que possam impedir o alcance dos objetivos do Comitê".
A decisão desta quarta-feira também veio após a divulgação de números de empregos mais fortes do que o esperado para abril. Os dados levaram muitos economistas a adiar suas previsões de corte na taxa de juros do Fed para, no mínimo, setembro.
Resultados negativos
Apesar de o objetivo central de Trump ser priorizar a indústria nacional (e usar as tarifas como barganha em negociações), a cobrança de taxas sobre a importação de produtos encarece o custo de itens produzidos dentro dos EUA, o que tende a pressionar a inflação.
Além disso, a incerteza diante do vaivém tarifário e das ameaças do republicano tem prejudicado a confiança dos consumidores, levantando temores de que a maior economia do mundo possa enfrentar um período de esfriamento — ou, em cenários mais pessimistas, uma recessão.
Um dos principais dados que ajudam a medir a temperatura da economia dos EUA é o resultado do Produto Interno Bruto (PIB). Conforme divulgação na última semana, o PIB do país registrou queda de 0,3% em taxa anualizada no primeiro trimestre. Foi o primeiro recuo em três anos.
🔎A taxa anualizada mostra como a economia cresceria em um ano se o ritmo atual for mantido. Essa medida é usada para facilitar a comparação com o crescimento de outros períodos.
O resultado contraria as primeiras expectativas dos analistas, que previam uma alta de 0,3% para o período, e foi puxado por uma grande quantidade de bens importados por empresas que queriam evitar custos mais altos da política de tarifas anunciada pelo presidente dos EUA.
A confiança do consumidor gerou impactos, à medida que o sentimento empresarial também despencou. As companhias aéreas, por exemplo, citam incerteza devido às tarifas, enquanto economistas alertam que as taxas aumentarão os custos para empresas e famílias.
Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington, EUA (maio/2020)
Kevin Lamarque / Reuters
Reflexos no Brasil — e nos mercados
Juros elevados nos EUA aumentam o rendimento das Treasuries, os títulos públicos americanos.
Como são considerados os produtos de investimento mais seguros do mundo, as Treasuries com rentabilidades mais altas atraem investidores estrangeiros, que encaminham seus recursos para os EUA e dão força para o dólar.
Em outra perspectiva: o movimento tende a reduzir o volume de investimentos estrangeiros no Brasil, desvalorizando o real em relação à moeda norte-americana.
Além disso, dólar em nível elevado aumenta a pressão sobre a inflação por aqui, com reflexos no ciclo de alta de juros que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, tem aplicado.
Choque de juros e o que esperar de 2025
Em meio ao tarifaço de Trump, superávit da balança comercial recua para US$ 8,15 bi em abril
Apesar de medidas protecionistas anunciadas por Donald Trump, as exportações brasileiras para os EUA subiram 21,9% em abril — na comparação com o mesmo mês do ano passado. A balança comercial registrou superávit de US$ 8,15 bilhões em abril, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços nesta quarta-feira (7).
🔎O resultado é de superávit quando as exportações superam as importações. Quando acontece o contrário, o resultado é deficitário.
Segundo dados oficiais, houve uma queda de 3,3% no saldo positivo na comparação com o mesmo mês de 2024 (+US$ 8,43 bilhões).
Esse é o pior resultado para meses de abril desde 2023, quando foi contabilizado um superávit comercial de US$ 7,95 bilhões.
De acordo o governo, em abril:
As exportações somaram US$ 30,4 bilhões, com alta de 10,3% na média por dia útil;
As importações somaram US$ 22,3 bilhões, com aumento de 11,8% na média por dia útil;
Tarifaço dos EUA
🌎O resultado da balança comercial divulgado nesta sexta-feira – referente ao mês de abril – ocorre em meio ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
▶️As exportações brasileiras somente para os Estados Unidos, entretanto, apresentaram aumento de 21,9% em abril deste ano, para US$ 3,57 bilhões. No mesmo mês de 2024, haviam somado US$ 2,93 bihões.
▶️Em meados de março, entrou em vigor uma cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos Estados Unidos, um mês após assinatura de decreto pelo presidente Donald Trump.
▶️E, no início de abril, foram anunciadas tarifas extras a produtos importados de diversos países.
▶️A tarifa para os produtos brasileiros ficou em 10%, a exemplo dos produtos do Reino Unido, e abaixo dos 20% anunciados para a União Europeia e dos 34% para a China, por exemplo.
▶️No caso dos produtos chineses, as taxas impostas pelos Estados Unidos aumentarão para 145%, o que causou retaliações de Pequim. Nesta sexta (11), a China anunciou mais uma medida reciproca, e as tarifas impostas pelo país aos EUA chegaram a 125%.
Especialistas em relações internacionais ouvidos pela GloboNews avaliaram que o Brasil obteve "certa vantagem" – e um resultado "menos pior" que o imaginado – no "tarifaço" anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em 5 de maio de 2025.
Reuters/Leah Millis
Parcial do ano
Nos quatro primeiros meses do ano, o saldo comercial ficou positivo em US$ 17,73 bilhões, com queda de 34,2% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 26,92 bilhões).
No acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 107,3 bilhões (alta de 1,8% na comparação com o mesmo período do ano passado).
Já as importações totalizaram US$ 89,58 bilhões, aumento de 13,2% em relação ao mesmo período de 2024.
Destaques das exportações em abril
Soja: US$ 5,9 bilhões, com queda de 6,1%
Óleos brutos de petróleo: US$ 4,5 bilhões, com queda de 0,2%
Minério de ferro: US$ 2,07 bilhões, com recuo de 14,3%
Café não torrado: US$ 1,25 bilhão, com alta de 36,3%
Carne bovina: US$ 1,21 bilhão, com aumento de 29,1%
Óleos combustíveis: US$ 1,15 bilhão, com queda de 11,5%
Principais compradores em abril
China e Macau: US$ 9 bilhões, com queda de 6,7%
União Europeia: US$ 4,76 bilhões, com recuo de 1,3%
Estados Unidos: US$ 3,56 bilhões, com alta de 21,9%
Mercosul: US$ 2,2 bilhões (+33,1%), sendo US$ 1,6 bilhão somente para a Argentina (+45,2%).
Associação de Nações do Sudeste Asiático: US$ 2,15 bilhões, com queda de 12,5%
Balança comercial aquecida
Houve aumento de 21,9% nas exportações brasileiras para os Estados Unidos em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. As importações de produtos norte-americanos também subiram, 14% no período.
“Para observar esses fenômenos na balança comercial precisa de algum tempo para esses impactos serem perceptíveis na balança comercial", disse o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Segundo Brandão, "a não ser que seja uma ruptura muito grande, o que é raro, porque o fluxo de comércio exterior é grande, são milhares de operações com milhares de empresas, então isso precisa de um tempo para ser observado. Para confirmar a causalidade é necessário fazer um estudo mais aprofundado”.
A importação do Brasil ter crescido não tem relação com as tarifas, e sim com aumento da demanda por bens dos Estados Unidos e a atividade econômica no Brasil.
“Na exportação observamos o aumento das vendas para lá. Os importadores dos Estados Unidos podem estar antecipando compras dado o cenário de incerteza e possíveis aumentos, possibilidade de que algum país implementasse retaliação. Dado cenário de incerteza podem se precaver para continuar atendendo sua demanda”, prosseguiu Brandão.
Camex aprova imposto zero de importação pra alguns alimentos
Alimentos com imposto zerado
O Mdic também apresentou dados sobre a importação de alimentos que tiveram o imposto zerado, numa tentativa de reduzir o preço da alimentação no país. É o caso, por exemplo, de azeite, carnes, milho e café.
No entanto, não houve uma tendência clara. A importação de azeite caiu 4,6% na comparação de abril desse ano com o mesmo mês do ano passado.
O mesmo aconteceu com carnes, que tiveram queda de 33%.
Houve aumento de importação de bolachas (88%), milho (131%) e cafés torrados (35%).
Queda de preço das commodities
O preço de algumas commodities, como soja, petróleo e minério de ferro, já sofreram queda na cotação após o anúncio do tarifaço de Trump.
O Mdic disse que ainda vai avaliar se será necessário revisar a projeção de exportações e importações nesse ano diante das mudanças.
“Na medida em que se perpetue uma queda de commodities isso pode afetar sim o desempenho da exportação, mas se perpetue em relação a uma menor demanda mundial, porque isso que afeta preço, e afeta a exportação”, declarou Brandão.
A revisão, no entanto, só deve ocorrer em julho.
Crédito consignado ao setor privado com garantia do FGTS atinge marca de R$ 10 bilhões
Modalidade começou em 21 de março sem regulamentação do FGTS como garantia apenas em junho. Febraban já previa que primeiros dias de operação seriam 'mais modestos'. As instituições financeiras emprestaram R$ 10,1 bilhões as trabalhadores com carteira assinada do setor privado por meio da nova linha de crédito com garantia do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), conhecida também como "Consignado CLT".
Os números foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e do Emprego nesta quarta-feira (7).
O valor ainda segue distante da estimativa de que podem ser liberados mais de R$ 100 bilhões em três meses, mas está dentro das expectativas iniciais tanto do governo quanto da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que a linha de crédito vai ganhar força com o passar do tempo.
Consignado CLT: contratação será feita diretamente com os bancos a partir desta sexta
💲Nesta modalidade, as parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
🔎Com o novo programa, todos os trabalhadores com carteira assinada poderão contratar essa modalidade de empréstimo, podendo usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo).
Disponível desde 21 de março pela carteira de trabalho digital, o crédito também está disponível pelos canais eletrônicos dos bancos desde de 25 de abril.
A partir de 16 de maio, também será possível fazer a chamada "portabilidade", a migração de uma dívida antiga para outro banco que oferece taxas de juros mais vantajosas.
A estimativa anterior do governo era de que a portabilidade estivesse disponível em 6 de maio.
O trabalhador que desejar fazer a migração deverá se manifestar via Carteira de Trabalho Digital ou pelos canais de atendimento do seu banco.
De acordo estimativas do Ministério do Trabalho, os bancos informaram que vão trabalhar para "migrar" cerca de R$ 85 bilhões dos R$ 320 bilhões de empréstimos existentes na linha conhecida como "CDC", isto é, o crédito direto ao consumidor.
Segundo o Banco Central, taxa média do consignado ao setor privado teve pequeno aumento em março, somando 3,02% ao mês, contra 2,90% ao mês em fevereiro de 2025.
O juro do consignado ao setor privado, que atingiu o maior patamar desde novembro de 2022 (3,11% ao mês), ficou acima do cobrado de servidores públicos e de aposentados e pensionistas do INSS.
O g1 entrou em contato com o Ministério do Trabalho e com o Ministério da Fazenda em duas oportunidades durante o mês de abril e questionou sobre a taxa média somente das novas operações do consignado, com garantia do FGTS. Mas não obteve resposta sobre qual o patamar da taxa
A taxa que o trabalhador vai conseguir no banco vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base no seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores.
➡️Compare o juro do CDC, cheque especial, cartão e das modalidades de crédito consignado
Novo empréstimo consignado para trabalhadores CLT
TV Globo/Reprodução
Expectativa dos bancos
A Febraban, que representa os bancos, partilha da mesma avaliação do Ministério do Trabalho de que os primeiros dias da nova modalidade de crédito seriam mais modestos, mas estima que, com o passar do tempo (à medida em que os processos forem sendo modernizados e exista maior conhecimento dos trabalhadores) o produto atinja "níveis normais de desempenho".
"Por se tratar de uma modalidade que tem muitas novidades em relação a processos operacionais, além de um número grande de empresas e trabalhadores que precisam entender melhor como funciona o produto, prevemos que os primeiros dias de operação serão mais modestos, em função de adequação de processos e sistemas, mas confiamos que tudo está sendo feito para endereçar o pleno funcionamento da plataforma", avaliou a Febraban, em março.
Lula assina MP que cria crédito consignado para trabalhadores formais do setor privado
Entenda a seguir:
Crédito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e regulamentação
Quem a medida beneficia?
De quanto será a redução nos juros?
Como aderir?
Quem fez uso do Saque-Aniversário do FGTS vai poder contratar?
E se o trabalhador mudar de emprego?
Como deve funcionar o novo consignado?
Crédito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e regulamentação
➡️Segundo o Ministério do Trabalho, a busca pelo crédito poderá ser feita por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital).
Entretanto, embora esteja na Medida Provisória publicada na semana passada sobre o assunto, o uso do FGTS como garantia, que permitirá a redução da taxa de juros nestas operações, ainda não está formalmente regulamentado.
Essa possibilidade, prometida pelo governo, ainda tem de passar pela análise do Conselho Curador do FGTS — algo que está previsto para acontecer somente em 15 de junho. Mas esse prazo pode ser reduzido.
"A garantia dos 10% e dos 100% da multa está previsto em MP [Medida Provisória]. O que tem de regulamentar é a forma do pagamento. Pode dar um problema [com os bancos], mas eu acho que é muito difícil de acontecer. Se for acontecer, é muito residual. Isso pode estar no contrato, mas não vai ter a regulamentação até 15 de junho. Estamos tentando antecipar essa data [da reunião do conselho do FGTS, que precisa aprovar a medida]" , disse o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, ao g1.
O secretário-executivo do Ministério do Trabalho lembra que a garantia só será acionada no caso de demissão dos trabalhadores sem justa causa, e que o período de tempo que os contratos fechados ficarão sem garantia formal é pequeno, de pouco menos de dois meses.
"Estamos falando de alguém que vai contrair empréstimos dia 21, e tem de ser demitido até 15 de junho. Pode ser demitido antes, pode. O risco que vai ficar para frente vai ser de um mês ou menos que isso. Eu acredito que não tenha [risco]. Isso foi muito discutido com os bancos, e a análise de todos é que o risco é muito pequeno. Regulação [que falta] é a forma operacional. Não é a autorização para usar, é a forma como vai ser feito isso", acrescentou Macena, do Ministério do Trabalho.
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Com novo consignado, celetista vai poder ter empréstimo com taxa 'civilizada', diz Haddad
Quem a medida beneficia?
Segundo o Ministério do Trabalho, o crédito consignado com garantia do FGTS beneficiará trabalhadores formais da iniciativa privada, o que inclui empregados rurais, domésticos e empregados de MEI (microempreendedor individual).
Os trabalhadores poderão utilizar a Carteira de Trabalho Digital para buscar empréstimos em mais de 80 instituições financeiras que operam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo o governo, o país tem atualmente 47 milhões de trabalhadores formais, o que inclui 2,2 milhões de trabalhadores domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais e empregados do MEI, até então excluídos dos empréstimos consignados.
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De quanto será a redução nos juros?
Com as garantias do FGTS atreladas ao consignado, o governo prevê que a taxa de juros caia cerca de 40%, quase pela metade, na linha de crédito consignado.
Em dezembro do ano passado, a taxa média de juros cobrada no consignado do setor privado foi de 2,89% ao mês, enquanto que a taxa média dos servidores públicos ficou em 1,8% ao mês, e, dos aposentados do INSS, em 1,66% ao mês.
Na comparação com linhas de crédito mais caras, como crédito direto ao consumidor, cheque especial ou cartão de crédito rotativo (a mais cara do mercado), a redução será mais expressiva ainda.
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Como aderir?
Os trabalhadores poderão acessar a plataforma para analisar as ofertas de empréstimos, comparando, por exemplo, as taxas de juros.
O sistema entrará em operação pelos bancos a partir desta sexta-feira. Quem já tem um consignado ativo poderá migrar para a nova linha a partir de 25 de abril.
A portabilidade entre os bancos poderá ser realizada a partir de 6 de junho.
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Quem fez uso do Saque-Aniversário do FGTS vai poder contratar?
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sim. O trabalhador que utilizou o Saque-Aniversário poderá contratar o empréstimo consignado privado.
"O Saque-Aniversário não está na mesa, é outro departamento completamente diferente. Aqui é o crédito folha de pagamento. O mesmo cidadão que antecipou o Saque-Aniversário, poderá constituir empréstimo? Sim, poderá", diz o ministro.
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E se o trabalhador mudar de emprego?
Segundo o governo, caso o trabalhador mude de emprego, o desconto em folha para quitar as parcelas do empréstimo terá de ser feito pelo novo empregador.
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Como deve funcionar o novo consignado?
Os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores do eSocial para facilitar a concessão de crédito consignado, uma vez que poderão avaliar melhor o risco das operações.
🔹 CTPS Digital: por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador solicita a proposta de crédito às instituições financeiras habilitadas pelo governo. O trabalhador autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa.
🔹 Propostas: após solicitar o crédito, o trabalhador recebe ofertas dos bancos em até 24h. O trabalhador poderá comparar ofertas e escolher a opção mais vantajosa.
🔹Datas: o sistema via CTPS Digital entra em operação a partir de 21 de março. A partir de 25 de abril, o trabalhador poderá também iniciar contratações pelos canais eletrônicos dos bancos.
🔹Migração e portabilidade: quem já tem um consignado ativo pode fazer a migração para a nova linha a partir de 25 de abril. A portabilidade entre os bancos poderá ser realizada a partir de 6 de junho.
🔹 Comprometimento de até 35% do salário bruto: O limite inclui benefícios, abonos e comissões.
🔹 FGTS como garantia: O trabalhador poderá contratar essa modalidade de empréstimo, podendo usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (de 40% do valor do saldo).
🔹 Caso de demissão: O trabalhador poderá usar os 10% do saldo do FGTS e a multa por rescisão para quitar a dívida com o banco. Caso o valor não seja suficiente, há uma interrupção no pagamento, que será retomada quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT, o que acarretará em correções. Também será possível procurar o banco para acertar uma nova forma de pagamento.
🔹 Desconto automático: O empregador será responsável por descontar a parcela do salário e repassá-la à Caixa Econômica Federal, que fará o pagamento aos bancos credores.
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A 'taxa' que a Igreja Católica cobra com venda de imóveis e terras 'de santos' no Brasil
A prática era comum em todo o Brasil e, até hoje, santos são citados em documentos oficiais como os donos de terras em várias partes do país, incluindo em capitais como Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. Montagem com imagem de uma igreja.
BBC
Em 1946, a Justiça na cidade de Franca (SP) foi convocada a decidir sobre um caso incomum. Uma família buscava recuperar terras que, em 1876, seus antepassados haviam doado para o santo católico ao qual eram devotos, São Sebastião.
No processo, a família argumentava que "o santo de devoção não havia tomado posse da terra doada".
Já a paróquia local protestou, dizendo ser a representante de São Sebastião na região e, portanto, a dona legítima das terras. A Justiça deu razão à Igreja.
O caso foi encontrado por Dirceu Piccinato Junior, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas (SP), enquanto pesquisava sobre terras doadas a santos católicos no interior paulista - tema abordado em sua tese de doutorado.
A prática era comum em todo o Brasil e, até hoje, santos são citados em documentos oficiais como os donos de terras em várias partes do país, incluindo em capitais como Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.
A lista de santos proprietários de terras inclui figuras como São Francisco, São José, São Pedro, São João Batista, São Bernardo, além das mais diversas aparições de Nossa Senhora - da Conceição, do Carmo, do Livramento, entre outras.
Em sua maioria doadas às entidades no período colonial, várias dessas terras hoje abrigam bairros populosos, mas seguem tendo a Igreja Católica - a representante legal dos santos - como sua proprietária oficial.
Poderia ser só uma curiosidade histórica, diz Piccinato, não estivessem essas terras sujeitas a um polêmico instrumento legal milenar que foi incorporado pelo Código Civil brasileiro: a enfiteuse.
Também conhecida como aforamento ou emprazamento, essa norma jurídica obriga quem mora em imóveis localizados nessas terras a pagar uma espécie de imposto à Igreja Católica se quiser vendê-los.
A cobrança, chamada de laudêmio, corresponde a 2,5% do valor do imóvel e garante à instituição religiosa uma fonte de renda perpétua.
Afinal, mesmo com a transferência do imóvel, a Igreja Católica continua sendo a proprietária do terreno e tem o direito de voltar a receber o laudêmio sempre que ele for negociado outra vez.
Boa parte das terras no quadrilátro central de Ribeirão Preto pertence formalmente a São Sebastião, segundo pesquisador.
Google via BBC
Conflitos urbanos
Segundo Piccinato, a manutenção do regime da enfiteuse em terrenos da Igreja Católica gera uma série de conflitos. Ele conta que, por exemplo, há municípios que não conseguem cobrar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de imóveis construídos nessas áreas.
Outra dificuldade dessas cidades, diz o pesquisador, é atrair investimentos de programas públicos federais, como o Minha Casa, Minha Vida. Isso porque, segundo ele, vários programas só liberam os recursos se as terras beneficiadas forem públicas, e as terras pertencentes à Igreja são consideradas privadas.
Piccinato diz ainda que há cidades em que moradores de áreas sob o regime da enfiteuse não conseguem os títulos de suas propriedades, além de terem mais dificuldades para vender os imóveis, já que o laudêmio encarece as transações.
Em nota à BBC News Brasil, a Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci) disse que "a cobrança do laudêmio, tanto por entes públicos quanto privados, precisa ser revista à luz do princípio da função social da propriedade e da necessidade de simplificar e desonerar as transações imobiliárias".
"Embora legal, essa exigência muitas vezes onera o comprador de boa-fé, desestimula a formalização de negócios e impõe um custo adicional que, em determinadas regiões, chega a impactar significativamente a liquidez do imóvel", afirmou a entidade.
Nas redes sociais e em fóruns na internet, há vários moradores que dizem ter se surpreendido ao descobrir que deviam o pagamento à Igreja Católica. No Facebook, uma residente de Salvador diz que só soube da cobrança quando foi ao cartório transferir para seu nome a casa que tinha comprado.
"Lembro de ter dado um ataque na época, mas, como queria regularizar tudo, acabei pagando", escreveu a moradora, para quem o instrumento retrata "o Brasil do privilégio, onde poucos ganham muito e muitos ganham nada".
O pagamento do laudêmio à Igreja Católica já foi criticado por outras entidades religiosas.
Em 2013, um texto no jornal Folha Universal, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), tratou a cobrança como "medieval e anticristã", e questionou no título: "Para onde vai o dinheiro do laudêmio?".
Questionada sobre as críticas, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), órgão máximo da Igreja Católica no país, disse que não se manifestaria.
A CNBB afirmou ainda que não tem dados sobre quanto a Igreja Católica arrecada com o laudêmio no Brasil nem sobre a extensão das terras que lhe pertencem no país, pois as informações estão fragmentadas entre as dioceses que administram suas propriedades.
Vendas de imóveis no município de Petrópolis (RJ) geram até hoje receitas para a família imperial brasileira.
Getty Images via BBC
Áreas valorizadas
Sabe-se, no entanto, que algumas das terras que geram pagamentos de laudêmio à Igreja ficam em áreas bastante valorizadas - é o caso, por exemplo, de terrenos no centro de Ribeirão Preto que pertencem a São Sebastião e que Piccinato analisou em seu doutorado.
Segundo o pesquisador, a arquidiocese de Ribeirão Preto, representante do santo na cidade, é dona de todo o quadrilátero central do município - uma área que engloba dezenas de quarteirões com casas, edifícios e comércios, incluindo grandes lojas de redes varejistas.
Sites de imobiliárias exibem dezenas de imóveis à venda na região com valores entre R$ 100 mil e R$ 1,8 milhão. Por conta do laudêmio, a arquidiocese tem o direito de receber 2,5% do valor de cada imóvel vendido na região.
A venda de um apartamento de R$ 1 milhão, por exemplo, rende à entidade R$ 25 mil. O pagamento, feito por intermédio de cartórios, é uma condição para que a escritura do imóvel seja transferida para o nome do novo proprietário.
Piccinato afirma que, durante sua pesquisa, advogados da arquidiocese lhe disseram que todo o dinheiro arrecadado com o laudêmio em Ribeirão Preto vai para o Vaticano. A BBC questionou a CNBB e a arquidiocese sobre o destino dos valores recebidos, mas os órgãos não responderam até a publicação deste texto.
Qual a origem do laudêmio?
Em artigo publicado em 2015 na Revista dos Tribunais, Vitor Frederico Kümpel, juiz de Direito em São Paulo, e Larissa Pavan Santos, advogada e pesquisadora da Faculdade de Direito da USP, afirmam que foi no Império Bizantino, sob o governo de Justiniano (483-565), que se criou a enfiteuse, regime jurídico associado ao laudêmio.
O objetivo, segundo os autores, era ampliar o controle sobre terrenos da Igreja Católica arrendados a terceiros, impedindo que os arrendatários lucrassem negociando essas áreas com outras pessoas.
Com a enfiteuse, o arrendatário dessas terras - ou enfiteuta - passou a ter a obrigação de comunicar à Igreja Católica qualquer transferência do terreno, dando à instituição o direito de readquiri-la igualando a oferta do comprador.
Mas, se a Igreja não quisesse retomar o domínio pleno da terra, teria o direito de receber uma compensação, o laudemium.
No Brasil colonial, o regime se expandiu e passou a vigorar também sobre terras de outras entidades públicas e privadas, incluindo a União e a família imperial. Mas, nos últimos anos, têm havido iniciativas para limitar o alcance da enfiteuse.
Em 2021, por exemplo, o governo federal lançou um programa permitindo que moradores adquiram o domínio pleno de imóveis em áreas da União e, com isso, deixem de pagar o laudêmio. O programa, porém, não se aplica às terras da Igreja Católica nem às da família imperial.
Ocupação do Brasil
Segundo o professor de Arquitetura da PUC-Campinas - e estudioso da enfiteuse - Dirceu Piccinato Junior, a Igreja Católica construiu boa parte de seu patrimônio fundiário no período de colonização do Brasil, quando a Coroa portuguesa distribuía terras - as sesmarias - para estimular a ocupação do território.
Para atrair mão de obra, muitos fazendeiros que recebiam essas terras doavam parte das áreas a seu santo de preferência. O objetivo era fazer com que a Igreja Católica construísse uma capela no local, uma condição para que os trabalhadores aceitassem morar na região.
Com o tempo, vários desses povoados cresceram e se tornaram cidades. Nesse processo, segundo Piccinato, houve casos em que governos conseguiram negociar com a Igreja Católica para se apropriar de parte das "terras de santo".
Também houve muitos moradores de terrenos da igreja que conseguiram na Justiça o domínio pleno de suas casas, livrando-se do laudêmio. Mas, em vários outros casos, a Igreja Católica batalhou nos tribunais para manter seus terrenos e o direito de receber o laudêmio.
Em Ribeirão Preto, por exemplo, Piccinato diz que a arquidiocese contratou advogados para assegurar seus domínios e rebater na Justiça questionamentos sobre as cobranças, argumentando que se trata de um "direito adquirido".
De fato, lembra o pesquisador, o Código Civil de 2002 reconhece a validade da enfiteuse, embora tenha proibido a extensão do regime a novas áreas.
Já em Portugal, segundo Piccinato, a enfiteuse foi abolida de vez após a Revolução dos Cravos (1974). Foi quando chegou ao fim o Estado Novo português, regime ditatorial que mantinha fortes vínculos com a Igreja Católica.
Lá, diz o pesquisador, todas as terras da entidade que não abrigavam templos nem atividades religiosas foram expropriadas. Piccinato afirma que, quando esteve em Portugal para estudar a enfiteuse, muitos se surpreendiam ao descobrir que o regime ainda existia no Brasil.
Piccinato atribui a continuidade do sistema no país à influência que o catolicismo manteve na política brasileira após a Proclamação da República (1889).
No novo regime, embora o Brasil tenha se tornado um Estado laico, o pesquisador afirma que "os poderosos eram católicos, e os próprios religiosos [da Igreja Católica] tiveram a permissão de se candidatar e ocupar cargos políticos".
Isso, segundo ele, fez com que a enfiteuse fosse preservada no nosso ordenamento jurídico mesmo após sucessivas mudanças legislativas e tributárias.
"Nunca houve uma separação plena entre Igreja e Estado no Brasil", afirma Piccinato.
g1 no Vaticano: fiel aposta que novo papa será italiano
Dólar sobe e fecha a R$ 5,74, em dia de decisões do Fed e do Copom; Ibovespa cai
A moeda norte-americana avançou 0,62%, cotada a R$ 5,7458. Já a bolsa recuou 0,09%, aos 133.398 pontos. Dólar vive disparada nos últimos dias
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (7), cotado a R$ 5,74, com investidores de olho nas decisões sobre as taxas básicas de juros do Brasil e dos Estados Unidos.
A primeira decisão saiu nos EUA: o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve o referencial inalterado na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. No anúncio, divulgado às 15h (horário de Brasília), a instituição ressaltou as incertezas causadas pela política tarifária do presidente Donald Trump.
Enquanto isso, no Brasil, o mercado espera um novo aumento na taxa Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano. A alta foi anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro já em sua última reunião, em março. A decisão desta quarta sairá após o fechamento dos mercados.
Caso confirmada, essa será a sexta alta consecutiva dos juros, em uma tentativa do BC de controlar a inflação, que encerrou 2024 acima da meta de 3%. As projeções do mercado apontam para uma alta de 0,50 ponto percentual (p.p.), o que levaria a taxa Selic para 14,75% ao ano.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar subiu 0,62%, cotado a R$ 5,7458. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7629. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,63% na semana;
avanço de 1,21% no mês; e
perda de 7,02% no ano.
No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,37%, aos R$ 5,7102.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa caiu 0,09%, aos 133.398 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
recuo de 1,28% na semana;
queda de 1,24% no mês; e
ganho de 10,90% no ano.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,02%, aos 133.516 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Em sua última reunião, o Copom projetou para esta quarta-feira um novo aumento da taxa Selic. A previsão é que a alta seja menor do que 1 ponto percentual (p.p.). Não se sabe, no entanto, se será de 0,50 p.p. ou 0,75 ponto.
Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez, diz que a atenção dos mercados estará em como o BC brasileiro vai encaminhar o final do ciclo de altas de juros iniciado no ano passado.
"As ansiedades estão grandes. Há cenários que contemplam uma alta de 0,25 p.p., com Selic em 14,50%, e outros que preveem mais dois aumentos de 0,50 p.p., chegando a 15,25%. Faz muito tempo que não chegamos a uma reunião com uma amplitude tão grande dos agentes", diz Cunha.
Para a XP Investimentos, "a dúvida reside na comunicação para a próxima reunião, isto é, se indicarão ou não altas de juros adiante".
Nos EUA, o Federal Reserve manteve as taxas de juros do país inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. A decisão unânime veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Foi a terceira reunião seguida em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por não alterar o referencial de juros. Em comunicado, o comitê afirmou que as incertezas em torno das perspectivas econômicas "aumentaram ainda mais" em meio à política tarifária de Trump.
A decisão de manter os juros inalterados nos EUA nesta quarta-feira veio apesar da pressão e de fortes críticas de Trump contra o presidente do Fed, Jerome Powell.
Nas últimas semanas, o republicano questionou inúmeras vezes o trabalho do banqueiro central à frente da instituição e chegou a ameaçar demiti-lo, mesmo que o presidente dos EUA não tenha poder para tomar essa decisão.
Após o anúncio, Powell afirmou que a pressão de Trump por cortes nas taxas de juros "não afeta" o trabalho do Federal Reserve. Ele declarou ainda que não tentou agendar um encontro com o republicano.
"Nunca pedi uma reunião com nenhum presidente, e nunca pedirei", disse o chefe do Fed, em entrevista a jornalistas. "Nunca houve motivo para eu solicitar uma reunião. Sempre partiu do outro lado."
O banqueiro central também observou que a política comercial de Trump continua sendo uma fonte de incertezas e reforçou a necessidade de o Fed esperar antes de ajustar sua política monetária.
"Eu não acho que podemos dizer qual será o desfecho disso", disse. "Há uma grande incerteza sobre, por exemplo, onde as políticas tarifárias vão se estabilizar."
Bancos fazem leilões de imóveis neste mês com valores a partir de R$ 10,4 mil; veja como participar
Serão milhares de imóveis com descontos que, em alguns casos, podem chegar a até 90%. Propostas só podem ser feitas com leiloeiros parceiros. Chaves para a casa própria.
Divulgação
Quatro dos maiores bancos do país — Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco — farão diversos leilões de imóveis ao longo deste mês. Serão milhares de imóveis com descontos variados que, em alguns casos, podem chegar a até 90%.
Os bancos ainda destacam que, em alguns casos, ainda é possível conseguir financiamento. Para isso, é necessário ler o edital do leilão. Caso o crédito seja possível, basta entrar em contato com o banco para conhecer as condições, submeter-se à análise de risco e obter a aprovação do crédito antes da participação na disputa.
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Saiba mais sobre os leilões e veja como participar:
Banco do Brasil
Segundo o Banco do Brasil, os leilões devem acontecer na segunda metade do mês. Serão ofertados 17 imóveis comerciais com locação garantida, quatro imóveis rurais e 255 imóveis urbanos residenciais
Os clientes poderão ver os imóveis e consultar as condições de venda e de pagamento de cada leilão no site oficial do banco. Por lá, é possível encontrar imóveis para venda direta com valores a partir de R$ 10,4 mil.
➡️ Como participar?
Avalie o imóvel: para participar do leilão, o consumidor precisa avaliar bem o imóvel, consultando o número de matrícula e documentos adicionais, além do edital do leilão e das condições de venda e pagamento no site do leiloeiro parceiro do banco.
Envie sua proposta: para enviar a proposta, basta fazer um cadastro no site do leiloeiro e enviar a proposta, obedecendo às condições de cada leilão. Depois, basta aguardar o resultado e efetuar o pagamento caso a sua proposta tenha sido a vencedora.
Bradesco
O Bradesco informou que realizará, por meio dos seus leiloeiros parceiros, 12 leilões de imóveis no mês de maio. Segundo o banco, as condições de venda serão "bem atrativas" e com valores abaixo do mercado.
"Serão ofertados mais de 250 imóveis, entre apartamentos, casas, comerciais, rurais e terrenos, localizados em diversos estados", disse o banco em nota. As informações sobre os eventos e parceiros estão disponíveis no site oficial do Bradesco.
➡️ Como participar?
Encontre seu imóvel: o consumidor pode avaliar uma série de imóveis tanto no site oficial do Bradesco quanto nos sites oficiais dos leiloeiros parceiros do banco.
Faça o cadastro: para participar de um leilão, o consumidor precisará se cadastrar no site do leiloeiro responsável pela venda.
Faça a proposta: leia atentamente a descrição do lote e o edital de venda. Depois, solicite a habilitação para participar do leilão e faça a sua proposta. Aguarde o resultado e efetue o pagamento caso a sua proposta tenha sido a vencedora.
Caixa Econômica Federal
Segundo a Caixa, são realizados diversos leilões durante todo o ano, em todas as regiões do país, e com a aplicação dos mais variados percentuais de descontos. Só neste mês, o banco conta com pelo menos 19 leilões com leiloeiros parceiros e diferentes modalidades de venda — 1º e 2º leilão SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) e de licitação aberta.
Os imóveis podem ser consultados no Portal Imóveis Caixa, que reúne informações detalhadas sobre as modalidades de alienação dos imóveis e os certames realizados pelo banco, incluindo o calendário de leilões e as licitações abertas. Para acessá-lo, basta clicar na opção “Veja o calendário de leilões e licitações abertas”.
O banco informa ainda que os imóveis levados a leilão podem ser consultados nos editais de venda.
Para acessar a informação, é preciso realizar uma busca utilizando os seguintes parâmetros no filtro de modalidade de venda:
Leilão SFI – Edital Único;
1º Leilão SFI; e
2º Leilão SFI
No resultado da busca serão disponibilizados os editais nacionais dos leilões publicados na unidade da federação selecionada, contendo a relação dos imóveis em cada cidade e as principais informações de cada um deles.
➡️ Como participar?
Faça uma proposta: para participar dos leilões de imóveis da Caixa, o consumidor deve encontrar um imóvel por meio do sistema e fazer sua proposta diretamente no site do leiloeiro indicado no edital.
Aguarde o resultado: com a proposta feita, basta aguardar o prazo necessário para verificar se a sua proposta foi vencedora. Nos leilões e licitações abertas, o resultado é publicado no site do leiloeiro e na seção Resultado de Licitações Caixa.
Faça o pagamento: caso a sua proposta no site do leiloeiro tenha sido a vencedora, você receberá um e-mail com as instruções para o pagamento.
A Caixa ainda informa que os imóveis disponíveis para venda em leilão, bem como as exigências e orientações para a participação nos certames, constam nos editais de venda.
Itaú Unibanco
Segundo o Itaú, os leilões de imóveis do banco são todos coordenados por leiloeiros parceiros. São eles que definem preços, condições e os lotes dos imóveis.
São pelo menos quatro leiloeiros parceiros da instituição, com diferentes leilões acontecendo neste mês. Na Zukerman Leilões, por exemplo, são 184 oportunidades até o momento, com descontos que chegam a até 77%.
Já no Mega Leilões, serão três leilões neste mês com um total de 77 lotes disponíveis — alguns com diferentes condições, como 10% de desconto no pagamento à vista ou opção de parcelamento para arrematações com valores a partir de R$ 20 mil.
➡️ Como participar?
Encontre seu imóvel: o consumidor pode acessar os sites dos leiloeiros parceiros e identificar os imóveis dos quais gostaria de participar do leilão.
Faça sua proposta: para fazer uma proposta, o consumidor precisará fazer um cadastro no site do leiloeiro parceiro. É importante ler atentamente os editais dos leilões para só então fazer uma proposta. Depois, basta aguardar o resultado e efetuar o pagamento caso sua proposta seja a vencedora.
Caixa muda regras para financiamento de imóveis
Governo quer ajuda do Banco dos Brics para financiar um dos maiores projetos de infraestrutura do país
Verba será para a Linha de Transmissão Graça Aranha, que conectará a energia elétrica entre os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Nova linha vai permitir que energia escoe para o Sudeste. O governo federal vai buscar apoio do Novo Banco do Desenvolvimento (NBD), dos Brics, para financiar a Linha de Transmissão Graça Aranha, que conectará a energia elétrica entre os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás.
O Brics é um grupo de países emergentes que se unem para fortalecer laços comerciais. Entre os integrantes estão Brasil, China, Rússia e Índia.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, falou nesta terça-feira (6) com executivos da companhia chinesa State Grid Corporation, em uma reunião para alinhar parcerias na área de energia.
A State Grid Corporation é uma das maiores empresas do setor elétrico mundial e parceira estratégica do Brasil na área de energia. A companhia chinesa vai investir R$18 bilhões até 2030 no projeto.
ANEEL acompanha obras da linha de transmissão energética entre Manaus e Boa Vista
O empreendimento, considerado um dos maiores de infraestrutura energética no Brasil, será fundamental para reduzir os chamados "curtailment", que são os cortes de geração de energia renovável, atualmente realizados pelo ONS, para evitar sobrecarga no sistema.
Isso ocorre porque, com mais energia para ser escoada do que linhas de transmissão disponíveis, as linhas podem ficar sobrecarregadas se não houver os cortes. Só que os cortes estão prejudicando os geradores de energia e, além disso, representam um desperdício de potencial elétrico.
Dessa forma, a nova Linha de Transmissão vai permitir que essa energia renovável escoe para o Sudeste do país, por meio de maior integração do sistema.
Linha de transmissão de energia, em Brasília.
Ueslei Marcelino/ Reuters
O encontro de Silveira com a companhia chinesa antecede a viagem oficial do ministro à Rússia e à China, onde integrará a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Silveira deve participar de debates sobre temas estratégicos do setor elétrico mundial, com foco na transição energética e no fortalecimento da cooperação entre países emergentes.
A agenda internacional do ministro ainda inclui reuniões com autoridades e investidores internacionais para discutir estratégias de ampliação da matriz energética renovável, inovação tecnológica no setor elétrico e cooperação multilateral na transição para uma economia de baixo carbono.
No mês passado, Silveira se reuniu com a presidente do banco dos BRICS, Dilma Rousseff, em Xangai. Dentre as pautas do encontro, o ministro defendeu parcerias e investimentos com bancos internacionais para fortalecer e defender a economia nacional.
Conta de luz fica mais cara em maio; veja dicas de como economizar com a bandeira amarela
O chuveiro elétrico é o maior vilão da conta de luz, mas outros cuidados também podem ajudar na hora de conter o peso sobre o bolso do consumidor. Conta de luz terá Bandeira Amarela a partir de hoje
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira tarifária amarela para as contas de luz do mês de maio — consequência da redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período mais seco do ano, com a proximidade do inverno.
Segundo a Aneel, "as previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média" e, por isso, a energia elétrica terá um custo extra de cerca de R$ 1,89 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos por pessoa ou família neste mês.
Para não pesar no bolso, o g1 reuniu alternativas para reduzir o consumo de energia, que podem ser uma boa saída para que as despesas da família não disparem.
Veja a seguir dicas para economizar.
Chuveiro é o maior vilão da conta de luz
O chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia e, consequentemente, também é o que mais pesa na conta de luz do consumidor. Por isso, um uso inteligente durante os banhos pode ser a chave para uma redução significativa dos gastos com energia.
O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, explica que o tempo de calorão traz uma "grande oportunidade de economia", porque os chuveiros podem ser colocados numa temperatura menor — o que gasta menos energia.
"Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima", diz o especialista.
Batista destaca ainda que é importante manter o mesmo tempo de uso do equipamento, ou até reduzir. "Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho".
A Cemig também aconselha que, se possível, o consumidor evite usar o chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico.
Além destas, outra dica mais drástica já bem conhecida: fechar o chuveiro para ensaboar o corpo ou os cabelos.
Geladeira também consome bastante
Segundo a Cemig, a geladeira é o segundo equipamento que mais consome energia dentro de casa, por conta de seu tempo de uso e o "abre e fecha". Isso porque a entrada de ar quente na geladeira faz com o que o equipamento precise trabalhar mais para refrigerar os alimentos, consumindo mais.
No mesmo sentido, o engenheiro destaca que alimentos ainda quentes não devem ser armazenados no eletrodoméstico, porque isso faz com que o motor do tenha que funcionar por mais tempo, aumentando os gastos.
Utilizar a parte de trás das geladeiras, que são mais quentes, como forma de secar roupa, também é contraindicado porque eleva o consumo.
Por fim, Thiago Batista também orienta que o consumidor tenha atenção ao estado da borracha de vedação do equipamento, porque se as portas não se fecharem totalmente, o consumo será maior.
"Para saber se a borracha de vedação está em bom estado, faça o seguinte teste: coloque uma folha de papel entre a porta e a geladeira, feche a porta e tente retirar a folha, se ela sair com facilidade, está na hora de trocar a borracha. Repita o teste em vários pontos da porta da geladeira", diz Batista.
Ar-condicionado ou ventilador?
O ventilador sempre é a opção mais barata para lidar com as altas temperaturas. Além do aparelho ser mais barato, o consumo de energia também é menor que o de um ar-condicionado.
Ainda assim, o engenheiro da Cemig afirma que é importante ter atenção ao tempo de uso do equipamento, evitando deixá-lo ligado se a pessoa deixar o ambiente ou quando as temperaturas já estiverem agradáveis.
"O consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas. Para utilizar corretamente a energia, deve-se atuar nessas duas variáveis. Por isso, mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia", explica Batista.
Ainda em relação ao uso do ventilador, o indicado é manter os ambientes abertos e ventilados durante sua utilização, para reduzir a necessidade de manter o equipamento em uma alta frequência.
O ar-condicionado é também um aparelho com alto consumo de energia: a cada 1ºC mais baixo, existe um gasto cerca de 10% mais elevado do consumo de energia, explica Thiago Godoy, especialista em educação financeira e fundador da Papai Financeiro.
Para quem pensa em comprar um ar-condicionado, o educador comenta que é necessário levar em conta exatamente quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.
Devem entrar na conta:
O tamanho do ambiente a ser climatizado;
A eficiência energética do aparelho;
As características do clima local.
Em caso de dúvidas sobre qual o equipamento é o mais apropriado para o espaço, vale falar com profissionais para tomar uma decisão mais acertada.
No entanto, Batista, da Cemig, comenta que há uma forma prática de entender qual a melhor opção de aparelho para cada consumidor.
“Para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia inverter e é mais eficiente", pontua o especialista.
"Na aquisição de qualquer um deles deve-se dar preferência para aqueles cuja etiqueta indique o consumo anual provável e multiplicar pela tarifa de energia encontrada na conta de luz. Dessa forma, o consumidor terá uma boa ideia do quanto cada equipamento 'gastará' no ano, pois esse consumo foi padronizado para uma utilização típica no país", explica Batista.
Sobre a escolha do aparelho, os modelos com selo Procel de eficiência energética podem trazer uma economia no longo prazo.
Consumo inteligente do ar-condicionado
Para economizar energia, Thiago Godoy comenta que é importante utilizar o ar-condicionado com sabedoria.
"Ajuste a temperatura para um nível confortável, evite variações bruscas e desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado. O uso de dispositivos de programação, como timers, pode ser uma opção eficaz para automatizar esses ajustes", comenta Godoy.
Gustavo Sozzi, presidente da fornecedora Lux Energia, compartilha do ponto de vista e aconselha o consumidor a optar por uma temperatura moderada, evitando excesso de frio.
Para que o ar-condicionado não precise ficar em uma temperatura tão baixa, Sozzi pontua que é importante bloquear o calor solar com cortinas ou persianas, mantendo a casa naturalmente mais fresca. Manter vidros ou janelas fechados também ajudam, já que impedem a entrada de ar mais quente e seguram a temperatura mais fria no ambiente.
Com janelas e cortinas fechadas, o especialista da Lux Energia comenta que "ventiladores de teto ou portáteis também podem ser eficazes para refrescar ambientes, consumindo menos energia que o ar-condicionado".
Godoy ainda traz outra dica: é possível deixar o ar numa temperatura mais amena e combinar com o uso de ventiladores, um combo que gasta menos energia do que deixar o aparelho numa temperatura muito mais fria.
Lâmpadas e paredes claras
Gustavo Sozzi afirma que, além da otimização do uso dos aparelhos que utilizam energia elétrica, outras opções podem fazer a diferença na conta de luz no longo prazo.
A primeira e mais simples é a escolha da lâmpada. Trocar lâmpadas incandescentes pelas de LED reduz os custos da casa com energia porque a lâmpada de LED é mais eficiente que a incandescente.
Além disso, se a família tiver a possibilidade de priorizar o uso de cores claras nas paredes da residência, isso favorece a iluminação natural e reduz a necessidade de uso das lâmpadas durante boa parte do dia.
Energia elétrica pesou sobre a inflação do começo do ano
fanjianhua no Freepik
Lula ou Trump? Compare as críticas dos presidentes aos chefes dos BCs do Brasil e dos EUA
Nesta 'Superquarta', o Federal Reserve não deve baixar os juros dos EUA como deseja Donald Trump, o que deve desencadear novos ataques do presidente americano a Jerome Powell, chefe do BC. Situação lembra os ataques de Lula a Roberto Campos Neto entre 2023 e 2024. Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente dos EUA, Donald Trump.
AFP/Reuters
O Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciam nesta quarta-feira (6) mais uma decisão sobre as taxas básicas de juros dos dois países. A data em que os dois anúncios coincidem é chamada de "Superquarta".
Nos EUA, o Federal Reserve não deve baixar os juros do país, mantendo as taxas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano — nível considerado historicamente alto.
No Brasil, o BC deve promover uma nova alta, ainda que não se saiba exatamente de quanto. O mercado projeta que a Selic deve chegar a 14,75% até o fim do ano.
Os resultados, se confirmados, vão seguir desagradando tanto Trump quanto Lula. Nas últimas semanas, o presidente dos EUA fez diversas críticas ao chefe do Fed, Jerome Powell, ao pedir — e tentar impor — redução nos juros do país.
As reclamações de Trump são muito semelhantes às queixas do presidente Lula ao longo de seus dois primeiros anos de mandato. Entre 2023 e 2024, o alvo era Roberto Campos Neto, ex-presidente do BC indicado por Jair Bolsonaro (PL). Campos Neto deixou o cargo em dezembro deste ano.
As críticas só pararam após a posse de Gabriel Galípolo, nome indicado por Lula para assumir a presidência do BC. A nova gestão começou em janeiro de 2025.
As instituições utilizam a elevação das taxas de juros como ferramenta para combater a inflação. Mas juros altos tendem a provocar um desaquecimento da economia, por meio do encarecimento do crédito.
Isso faz com que pessoas consumam menos e o país tenha um crescimento menor, afetando a popularidade dos presidentes.
Diante da semelhança de discursos, o g1 reuniu frases de Trump e Lula no início de mandato dos dois. Será possível reconhecer as críticas de cada um?
Veja no QUIZ abaixo se você sabe qual frase é de quem.
Lula ou Trump: de quem são as críticas aos presidentes dos BCs?
Trump diz que não planeja demitir Powell, mas volta a pressionar Fed por juros mais baixos
Veja o que se sabe até agora sobre o ressarcimento para quem teve dinheiro desviado na fraude do INSS
Presidente do INSS já disse que pagamentos serão feitos como parte do benefício dos pensionistas e aposentados. Mas ainda não há uma data nem uma logística definida para o ressarcimento. O governo federal ainda não definiu data nem logística para o ressarcimento dos aposentados e pensionistas que tiveram valores descontados indevidamente em um esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A fraude envolveu associações de convênios que cadastravam beneficiários sem autorização e realizavam cobranças ilegais.
Nesta terça-feira (6), houve uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o plano de ressarcimento. No entanto, o encontro terminou sem anúncios oficiais sobre o tema. Uma nova reunião está marcada para esta quarta-feira (7).
Nos bastidores do governo, discute-se a possibilidade de utilizar recursos públicos para garantir o pagamento aos prejudicados, já que as apreensões e bloqueios realizados até agora podem não ser suficientes para cobrir todo o rombo.
O que já se sabe?
De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, o ressarcimento será feito diretamente na conta onde os beneficiários recebem os pagamentos previdenciários.
"Será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de PIX, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco", afirmou Waller em entrevista à CBN.
O governo optou por utilizar uma folha suplementar — que é uma folha de pagamento adicional — para garantir que os valores sejam depositados na mesma conta onde o aposentado ou pensionista já recebe o benefício.
"Da mesma conta que ele recebe o seu benefício previdenciário, vai ser depositado. Por isso eu peço: não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade", alertou Waller.
Fraude no INSS: Presidente do Instituto diz que reembolso às vitimas será feito na conta do segurado
Dificuldades para calcular o prejuízo
Ainda há dificuldade em calcular o valor total do desvio. O governo cogita utilizar o aplicativo Meu INSS para que os próprios aposentados e pensionistas indiquem os valores descontados indevidamente. No entanto, há um desafio tecnológico, pois muitos beneficiários não têm acesso à internet ou ao aplicativo.
A estimativa inicial é que cerca de 4,1 milhões de beneficiários possam ter sido vítimas, e o prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Movimento na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), unidade Santa Cruz, na zona sul de São Paulo, na terça-feira, 29 de abril de 2025
Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo
Preocupação com golpes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que as associações responsáveis sejam processadas e obrigadas a devolver os valores aos aposentados.
O governo está preocupado com novos golpes que se aproveitem da situação para enganar aposentados.
Criminosos têm se passado por funcionários do INSS para oferecer suposta ajuda na devolução do dinheiro.
Próximos passos
A expectativa é que a nova reunião desta quarta-feira, com ministros no Palácio do Planalto, possa trazer definições sobre o uso de recursos públicos e acelerar o processo de devolução dos valores aos prejudicados.
Copom deve subir juro para 14,75% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas
Essa é a expectativa da maioria do mercado financeiro. Banco Central tem dito que aguarda sinais consistentes de desaceleração da economia para interromper ciclo de alta nos juros. Banco Central do Brasil (BC).
Adriano Machado/ Reuters
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (7) e deve subir a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual.
Essa é a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, a partir das indicações do próprio Banco Central. Recentemente, a instituição informou, em documentos oficiais, que subiria novamente a taxa em maio (mas com menor intensidade).
Lula ou Trump? Compare as críticas dos presidentes aos chefes dos BCs do Brasil e dos EUA
Com o novo aumento, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, os juros estavam em 15,25% ao ano.
Se confirmada, esta será a sexta elevação seguida na taxa Selic, que serve de referência para taxas de juros cobradas no Brasil. O anúncio da nova taxa de juros acontecerá após as 18h.
Desaceleração econômica
O Banco Central tem dito que busca uma desaceleração (ritmo menor de crescimento) para a economia como forma de tentar conter as pressões inflacionárias, e atingir as metas de inflação.
No relatório de política monetária, divulgado em março, a instituição informou que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avaliou no fim do mês passado que os sinais de desaceleração da economia ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços.
Galípolo reforça necessidade de alta dos juros na próxima reunião
Entre os motivos para a inflação alta, o BC tem listado:
a resiliência do nível de atividade;
o mercado de trabalho aquecido;
a alta de gastos públicos.
Apesar da economia doméstica aquecida, contribui para a desaceleração o contexto da economia internacional, marcado pelo tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump — que freia o ritmo global de expansão (com tendência de impactar também o Brasil).
Entenda como age o BC
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026 e início de 2027.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,53% (com estouro da meta), 4,51%, 4% e em 3,80%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
O BC admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
Efeitos na economia
De acordo com especialistas, uma taxa de juros maior no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Veja abaixo algumas delas:
▶️ Reflexo nos juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie as taxas cobradas dos clientes bancários. Em março deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas somou 44%, o maior nível em quase dois anos.
▶️Crescimento da economia: com juros mais altos, a expectativa é de um comportamento mais contido do consumo da população e, também, de mais dificuldades nos investimentos produtivos. Isso deve causar um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda. Os dados do PIB do último trimestre de 2024 já mostram desaceleração da economia.
▶️ Piora das contas públicas: juros mais altos também desfavorecem as contas públicas, pois aumentam as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses até março, a despesa com juros do setor público somou R$ 948 bilhões (7,9% do PIB), impulsionando o endividamento brasileiro.
▶️Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, teriam um rendimento maior, com o passar do tempo, do que seria registrado com juros mais baixos. Isso pode contribuir para diminuir a atratividade do mercado acionário.
China e EUA anunciam encontro na Suíça em meio à guerra comercial
Reunião deve ocorrer no sábado (10), em Genebra, entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng. Tarifas são tema central. China e EUA
Associated Press
Os governos dos Estados Unidos e da China anunciaram nesta terça-feira (6) que terão um encontro em Genebra, na Suíça, no fim desta semana. A previsão é que a reunião ocorra no sábado (10), segundo a agência de notícias Reuters.
A conversa marca o início das negociações sobre a guerra comercial entre os dois países. Ao longo das últimas semanas, os EUA anunciaram taxas de até 145% sobre produtos importados da China, em uma guerra tarifária promovida pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Pequim respondeu com alíquotas de até 125% sobre a importação de itens norte-americanos, em uma escalada de taxas, até então, sem sinais de recuo.
Em comunicado oficial, o governo dos EUA informou que o secretário do Tesouro do país, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, vão viajar para a Suíça na quinta-feira (8), onde vão se encontrar com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng.
Também em comunicado, o Ministério do Comércio chinês afirmou que Lifeng irá para a capital suíça na sexta-feira. A pasta confirmou o encontro com Bessent.
Lifeng, considerado o principal responsável pela economia da China, ficará na Suíça entre sexta e segunda-feira (12).
“Com base na plena consideração das expectativas globais, dos interesses da China e dos apelos da indústria e dos consumidores dos EUA, a China decidiu retomar o diálogo com os EUA", informou, em comunicado, o gigante asiático.
“Há um velho ditado chinês: 'Ouça o que se diz e observe o que se faz'. Se os EUA disserem uma coisa e fizerem outra, ou tentarem usar as conversas como disfarce para continuar com coerção e chantagem, a China jamais aceitará", acrescentou.
Resposta da China a tarifaço de Trump impulsiona nacionalismo chinês
Reunião entre EUA e Suíça
Conforme o governo americano, os dois representantes do país vão se encontrar também com a presidente da Suíça, Karin Keller-Sutter, para negociações sobre comércio recíproco.
"Estou ansioso por conversas produtivas enquanto trabalhamos para reequilibrar o sistema econômico internacional, de forma a melhor atender aos interesses dos EUA", disse Bessent em um comunicado.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) informou que Greer também se reunirá com a missão da agência junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) em Genebra.
"Por determinação do presidente Trump, estou negociando com países para reequilibrar nossas relações comerciais, alcançar reciprocidade, abrir novos mercados e proteger a segurança econômica e nacional dos EUA", disse Greer.
"Estou ansioso para ter reuniões produtivas com alguns de meus colegas, bem como visitar minha equipe em Genebra, que trabalha diligentemente para promover os interesses dos EUA em diversas questões multilaterais."
Déficit comercial recorde
As medidas tarifárias de Trump, que ele afirma serem usadas para reduzir o déficit comercial dos EUA, têm causado o efeito oposto até agora.
O Departamento de Comércio dos EUA informou nesta terça-feira (6) que o déficit comercial do país atingiu um recorde em março, com empresas antecipando importações antes das tarifas. Os dados comerciais destacaram uma dinâmica que contribuiu para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2025 — o primeiro declínio em três anos.
Em particular, a tentativa das farmacêuticas de evitar as tarifas anunciadas por Trump para o setor levou a um aumento recorde nas importações de medicamentos. O déficit comercial dos EUA com a China caiu acentuadamente, já que as tarifas punitivas impostas por Trump reduziram significativamente as importações chinesas.
Trump e seus principais assessores intensificaram as reuniões com parceiros comerciais desde que o presidente anunciou, em 2 de abril, uma tarifa de 10% para a maioria dos países.
Além disso, tarifas ainda maiores estão previstas para entrar em vigor em 9 de julho, a menos que acordos bilaterais sejam firmados. Trump também impôs tarifas de 25% sobre automóveis, aço e alumínio, 25% sobre produtos do Canadá e do México, e 145% sobre produtos da China.
A China respondeu aumentando suas tarifas sobre produtos norte-americanos para 125%, embora tenha oferecido algumas isenções.
Um alto funcionário da União Europeia afirmou nesta terça-feira que o bloco de 27 países está preparando contramedidas caso não se chegue a um acordo comercial com Washington. Ele acrescentou que outros países também têm buscado estreitar laços comerciais com a UE.
* Com informações da agência de notícias Reuters.
Haddad diz que governo vai publicar MP para desonerar data centers de tributos
Medida vai focar na desoneração de investimentos e na retirada do Imposto de Importação sobre equipamentos que não são fabricados no Brasil, além de isentar a exportação dos serviços prestados por esses centros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (6) que o governo deve enviar nos próximos dias uma medida provisória ao Congresso para instituir a Política Nacional de Data Centers. O texto prevê a isenção de impostos sobre equipamentos importados e a exportação de serviços do setor. Segundo Haddad, a proposta tem como objetivo tornar o Brasil mais atrativo para investimentos em infraestrutura digital, reduzindo os custos hoje considerados entre os mais altos do mundo para esse tipo de operação. 🔍 Data centers são instalações físicas que abrigam servidores, sistemas de armazenamento, equipamentos de rede e outros componentes essenciais para processar, armazenar e distribuir grandes volumes de dados. São, em essência, o "coração digital" da internet e dos serviços online. “Então, a nossa ideia agora, aliás, provavelmente essa semana, é mandar a Política Nacional de Data Center para o Congresso Nacional na forma de medida provisória, para que ela entre em vigor imediatamente”, afirmou o ministro. A medida vai focar na desoneração de investimentos e na retirada do Imposto de Importação sobre equipamentos que não são fabricados no Brasil, além de isentar a exportação dos serviços prestados por esses centros. Brasil é líder em investimentos em data centers na América Latina “Nós estamos falando de um país que hoje é onde mais custa investir em data center para um país em que amanhã vai ser onde menos custa investir em data center”, completou Haddad. Como a medida provisória tem força de lei imediata, ela passa a valer assim que for publicada, mas precisará ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para não perder a validade. Haddad quer atrair empresas Haddad está em viagem aos Estados Unidos, onde tem se reunido com representantes de grandes empresas de tecnologia, como Amazon e NVIDIA. A estratégia do governo é apresentar o Brasil como destino competitivo e sustentável para novos investimentos em infraestrutura digital. Entre os principais argumentos apresentados aos executivos estrangeiros está a oferta de energia limpa, como a eólica e a solar — especialmente no Nordeste — e a segurança jurídica superior à de países que hoje disputam a instalação de data centers, como México e Índia. “Então, nós viemos aqui especificamente para o pré-lançamento da Política Nacional do Data Center. Para essa área, resolvemos antecipar os efeitos da reforma tributária já aprovada pelo Congresso Nacional. Isso vai permitir que todo investimento no Brasil no setor seja desonerado e que toda exportação de serviços a partir dos data centers também seja absolutamente desonerada”, afirmou o ministro em conferência realizada nos EUA. Haddad também destacou que o marco regulatório da economia digital está em discussão no Congresso Nacional, com temas como direitos autorais e concorrência em pauta. Segundo ele, os parlamentares envolvidos estão alinhados com os objetivos de crescimento sustentável do setor. Digital e verde “O que queremos é que a economia digital no Brasil seja simultaneamente digital e verde. Estamos trabalhando para prover os data centers com energia limpa e garantir segurança cibernética e segurança jurídica, para fornecer ao mundo o melhor serviço possível dentro das nossas possibilidades”, disse Haddad. A medida provisória terá validade imediata após a publicação, mas precisará ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias. A proposta integra o plano de crescimento sustentável apresentado pelo governo para ampliar a participação do Brasil na economia digital global.
Mega-Sena, concurso 2.859: prêmio acumula e vai a R$ 38 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 07 - 08 - 15 - 17 - 20 - 51. Quina teve 77 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 33,3 mil. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
O sorteio do concurso 2.859 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (6), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 38 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 07 - 08 - 15 - 17 - 20 - 51
5 acertos - 77 apostas ganhadoras: R$ 33.331,53
4 acertos - 4.406 apostas ganhadoras: R$ 832,15
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (8).
Mega-Sena, concurso 2.859
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
A
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Lula dá aval a medida provisória que amplia gratuidade da conta de luz, diz ministro
Texto será enviado ao Congresso após viagem de Lula à Rússia, de acordo com ministro. Últimos detalhes foram definidos em reunião no Palácio da Alvorada, nesta terça (6). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovou, nesta terça-feira (6), a medida provisória (MP) que promove uma reforma do setor elétrico e prevê descontos na tarifa de luz para cerca de 60 milhões de brasileiros.
A informação foi divulgada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo ele, o presidente irá formalizar o envio da medida após a viagem à Rússia.
"O presidente Lula aprovou a reforma, nos termos que nós encaminhamos à Casa Civil e assim que nós retornamos da Rússia e da China, nós queremos que o presidente Lula faça o anúncio oficial do encaminhamento".
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, diz que governo pode adotar horário de verão em 2024
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
De acordo com o ministro, Lula incumbiu a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de preparar uma boa recepção da proposta no Senado e na Câmara dos Deputados.
O texto passará a valer a partir do momento da publicação como MP. No entanto, precisará ser votado e aprovado pelo Congresso em um prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Caso contrário, perde a validade.
A proposta determina a ampliação da tarifa social, com descontos em etapas:
Em um primeiro momento, cerca de 14 milhões de cidadãos terão gratuidade.
Os 46 milhões restantes terão um desconto significativo.
Como vai funcionar?
💡A conta será gratuita para os consumidores com renda per capita mensal de até meio salário mínimo, inscritos no CadÚnico e com consumo de até 80 kw/h por mês.
💡Para quem se enquadrar nos critérios de renda e consumir acima de 80 kW/h, até 120 kW/h, haverá uma cobrança proporcional, dos kW/h consumidos acima da marca estabelecida.
Proposta de reforma do setor elétrico divide opiniões
Atualmente, apenas indígenas e quilombolas têm gratuidade. Famílias de baixa renda que estão no CadÚnico têm um desconto que pode chegar a 65% do total da conta.
O custo das mudanças é estimado em R$ 4,5 bilhões por ano. O dinheiro para bancar a ampliação da tarifa social virá da redistribuição dos encargos dentro do próprio setor.
Ou seja, a MP prevê o corte de subsídios para fontes de energia mais limpa, como a eólica e solar. Hoje, os subsídios a essas fontes são custeados por todos os consumidores.
Além disso, a conta de luz dos demais consumidores terá um aumento de 1,4%.
A MP estabelece ainda a abertura do mercado de energia a partir de 2027. Pela regra, todos os consumidores vão poder escolher de qual empresa querem comprar a energia — a exemplo do que ocorre com operadoras de celulares.
Hoje, o chamado “mercado livre" é restrito a grandes consumidores, como indústrias e estabelecimentos comerciais de grande porte.
Compra do Master pelo BRB: Justiça do DF não autoriza assinatura de contrato da negociação
Decisão é desta terça-feira (6). Corte acatou ação pública do Ministério Público do Distrito Federal; em nota BRB diz que tomou conhecimento da liminar e que 'reitera que transação permanece condicionada ao cumprimento de etapas e aprovações regulatórias'. Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O Banco de Brasília (BRB) está impedido de assinar o contrato definitivo de aquisição do Banco Master até que obtenha a autorização da Assembleia de Acionistas e a autorização legislativa. A decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) é desta terça-feira (6). O BRB pode recorrer.
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A decisão do juiz Carlos Fernando dos Santos atendeu a um pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizada no dia 28 de abril. Entre os argumentos do MP estão a falta de aprovação pela Assembleia de Acionistas e a falta de autorização legislativa.
Em nota BRB diz que tomou conhecimento da liminar e que "reitera que transação permanece condicionada ao cumprimento de etapas e aprovações regulatórias e reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições competentes" (veja íntegra ao final da reportagem).
🔎 Em 28 de março de 2025, o BRB anunciou a compra de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. A operação depende de aprovações do Banco Central do Brasil (BACEN) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
A decisão judicial do TJDFT, mesmo impedindo a assinatura do contrato, permite que o BRB continue com os procedimentos preparatórios para a aquisição do Banco Master.
"Não se está a impedir que a parte Requerida proceda com os atos necessários e já previstos como preparatórios ao negócio almejado. A conclusão do contrato, no entanto, deve aguardar", aponta a decisão.
À Justiça, o BRB afirmou que a Assembleia de Acionistas não foi ouvida, porque a operação não envolve a compra de controle de outra sociedade mercantil, mas sim a aquisição de participação acionária no Banco Master, o que não requer deliberação da Assembleia Geral do BRB.
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima. Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
O que diz o BRB
"O Banco BRB informa que tomou conhecimento da decisão liminar proferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública do DF, que suspende a assinatura do contrato definitivo de aquisição de participação no Banco Master até nova deliberação judicial. A decisão, contudo, autoriza a continuidade dos atos preparatórios necessários à operação. O BRB reitera que a transação permanece condicionada ao cumprimento de etapas e aprovações regulatórias e reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições competentes".
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INSS deixa de publicar mensalmente atualização sobre fila de espera de benefícios; dados mais recentes são de dezembro
O INSS deixou de divulgar mensalmente, no segundo semestre de 2024, os dados sobre a fila de pedidos de reconhecimento inicial de direitos, provocando um apagão nos dados sobre brasileiros que aguardam atendimento pela autarquia. A fila do INSS é como é chamada a espera para o trabalhador ser atendido para tentar conseguir uma pensão. A demora na análise e concessão dos benefícios traz dificuldades financeiras para quem depende deles, como auxílio-doença, pensão por morte e aposentadorias. Os dados mais atuais hoje sobre a fila no INSS são de dezembro de 2024. Os atrasos na divulgação começaram a ocorrer em outubro de 2024. Antes, os dados eram conhecidos em pouco mais de 30 dias. Em dezembro de 2024, somando todas as filas de reconhecimento inicial de direitos eram 2,043 milhões de pessoas na fila do INSS. Estimativas feitas por auditores no Congresso Nacional são de que a fila atual poderia já ter ultrapassado 2,5 milhões de pedidos em abril. Segundo servidores do próprio órgão que falaram ao blog sob condição de anonimato, atualmente o órgão já teria condições de divulgar os dados de março. Portanto, há falta de transparência de pelo menos três meses nos dados oficiais. O recorde de espera na fila do INSS já registrado foi em julho de 2019, quando chegou a 2.442.816 pessoas. O presidente Lula determinou ao novo presidente do INSS que zerasse a fila, promessa de campanha em 2022. Uma análise de relatórios do INSS dos últimos dois anos mostra que a autarquia passa a atrasar a divulgação de dados a partir de outubro, além de não mostrar o total da fila de espera, que soma o estoque previdenciário total, o assistencial, os requerimentos em exigência com o segurado e requerimentos reiterados.