Edital do CNU 2025 é publicado: veja datas, vagas e como se inscrever
Concurso vai oferecer 3.652 vagas, com salários iniciais que variam entre R$ 4 mil e R$ 17 mil. Inscrições começam nesta quarta-feira (2) e seguem até o dia 20 de julho. Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU
Ministério da Gestão e Inovação
O edital da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) foi publicado nesta segunda-feira (30).
A seleção deste ano reúne 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior. Os salários iniciais que variam entre R$ 4 mil e R$ 17 mil.
As inscrições começam nesta quarta-feira (2) e seguem até o dia 20 de julho, exclusivamente pelo site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso. (Confira o cronograma completo abaixo)
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🔍 Diferente da edição anterior, que teve oito editais — um para cada bloco temático —, desta vez o processo seletivo contará com um único edital. Nele constam informações detalhadas sobre as vagas, salários, conteúdo programático das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.
Os cargos estão distribuídos entre nove blocos temáticos, que agrupam as vagas por áreas de atuação semelhantes. São eles:
Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
⚠️ O CNU permite que o candidato faça uma única inscrição, escolhendo seu bloco temático de interesse e indicando preferências entre os cargos ofertados. A disputa ocorre dentro do bloco escolhido.
Nesta edição, o governo anunciou medidas para ampliar a diversidade entre os aprovados. Com isso, a distribuição de cotas ficou da seguinte forma:
25% para pessoas negras;
3% para pessoas indígenas;
2% para pessoas quilombolas;
5% para pessoas com deficiência (PcD).
Para os cargos com número de vagas inferior ao mínimo necessário para aplicação das cotas, o MGI já realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme estabelece a norma.
Outra novidade é a política de equidade de gênero: caso menos de 50% das pessoas classificadas para a segunda fase sejam mulheres, o percentual será ajustado para garantir paridade.
Segundo a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, essa igualdade entre homens e mulheres se aplicará apenas na transição da primeira para a segunda fase — ou seja, da prova objetiva para a discursiva. (Clique aqui par entender como funciona)
A regra, portanto, não assegura uma reserva de vagas para mulheres no resultado final do concurso.
Na primeira edição do CNU, 63% dos aprovados eram homens, mesmo com a maioria das inscrições confirmadas sendo de mulheres (56%). A nova regra de paridade busca corrigir essa distorção já a partir da segunda fase do processo seletivo.
A prova objetiva do CNU será aplicada no dia 5 de outubro, com questões de múltipla escolha divididas entre conhecimentos gerais e específicos. Para os cargos de nível superior, serão 90 questões; para os de nível intermediário, 68.
Já a prova discursiva, prevista para o dia 7 de dezembro, será realizada apenas por candidatos classificados na primeira etapa. Ela terá formatos diferentes conforme o nível de escolaridade exigido.
A taxa de inscrição é de R$ 70, com possibilidade de isenção para inscritos no CadÚnico e doadores de medula óssea reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
O prazo para pedir isenção também começa na quarta-feira, mas com previsão de término para o dia 8 de julho.
📌 Para facilitar a busca pela vaga ideal, o g1 preparou uma tabela com buscador, onde é possível conferir o número de vagas por órgão e quanto os candidatos aprovados vão ganhar ao assumirem os cargos em 2026.
📆 Confira o cronograma oficial
Inscrições: 2 a 20/7
Solicitação de isenção da taxa: 2 a 8/7
Prova objetiva: 5/10, das 13h às 18h
Convocação para prova discursiva e confirmação de cotas/PcD: 12/11
Envio de títulos: 13 a 19/11
Prova discursiva: 7/12
Procedimentos de confirmação de cotas: 8 a 17/12
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
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Bolsas americanas batem recorde e registram melhor trimestre em mais de um ano
Índices encerraram o segundo trimestre com ganhos de dois dígitos. O S&P 500 ganhou 10,57% no período, enquanto o Nasdaq subiu 17,75% e o Dow Jones avançou 4,98%. Entrada da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) em Wall Street, em 7 de abril de 2025
REUTERS/Kylie Cooper/Foto de arquivo/Foto de arquivo
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em níveis recordes nesta segunda-feira (30), concluindo o melhor trimestre em mais de um ano.
Os resultados foram impulsionados pelas expectativas de avanços nas negociações comerciais e de eventuais cortes nos juros nos Estados Unidos, fatores que reduziram a incerteza entre os investidores. Os índices encerraram o segundo trimestre com ganhos de dois dígitos.
O S&P 500 ganhou 10,57% no período, chegando aos 6.204,95 pontos.
O índice de tecnologia Nasdaq subiu 17,75%, 20.369,73 pontos.
e o Dow Jones avançou 4,98%, aos 44.094,77 pontos.
Ainda assim, os três principais índices tiveram seu pior desempenho para um primeiro semestre desde 2022, diante da persistente incerteza sobre a política comercial, que manteve os investidores cautelosos ao longo do ano. As tensões se intensificaram especialmente após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifas amplas em 2 de abril.
Os acordos comerciais com a China e o Reino Unido alimentaram o otimismo de que uma guerra comercial global pode ser minimizada, com esperanças de que mais acordos sejam alcançados antes do prazo comercial de 9 de julho de Trump.
O final do trimestre também foi influenciado por gerentes que ajustaram seus portfólios para que pareçam mais atraentes no final do período.
No domingo, o Canadá cancelou seu imposto sobre serviços digitais voltado para empresas de tecnologia dos EUA, poucas horas antes de sua entrada em vigor, em uma tentativa de avançar nas negociações comerciais paralisadas com os EUA.
No entanto, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou nesta segunda-feira que os países ainda poderão enfrentar tarifas muito mais altas em 9 de julho, mesmo que estejam negociando de boa fé. Ele também disse que qualquer possível extensão dependerá de Trump.
Uma sequência de indicadores econômicos fracos, somada às expectativas de que Trump possa substituir o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, por alguém mais moderado, elevou as apostas de que o banco central reduzirá os juros ainda neste ano.
EUA e China avançam em acordo sobre tarifaço
CNU 2025: governo anuncia que mulheres terão no mínimo 50% das vagas na 2ª fase
Ministra da Gestão, Esther Dweck, classificou a mudança como 'a grande novidade' da segunda edição do concurso. Medida iguala homens e mulheres para a 2ª fase, mas não significa reserva de vagas, como o caso de cotas para pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresenta os detalhes do edital da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU).
Valter Campanato/Agência Brasil
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta segunda-feira (30) que as mulheres terão, no mínimo, 50% das vagas garantidas na segunda fase do Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como o “Enem dos Concursos”.
Segundo a ministra, essa equiparação entre homens e mulheres será aplicada exclusivamente na transição da primeira para a segunda fase — ou seja, da prova objetiva para a discursiva. A medida, portanto, não garante reserva de vagas para mulheres no resultado final do concurso.
"Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa", diz Dweck.
A ministra destacou a mudança como “a grande novidade” da segunda edição do CNU. A decisão foi tomada após o governo constatar que, tanto na primeira edição do concurso quanto em outras seleções anteriores, o percentual de mulheres aprovadas foi inferior ao de inscritas.
🔎 Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens.
"Há duas coisas importantes na literatura: uma é a dupla ou tripla jornada [das mulheres]", o que as prejudica nos estudos e gera desigualdade, diz Dweck. "Outra questão é o tipo de prova: a discursiva exige mais a bagagem da pessoa, anos de estudo, e não só o treino específico para a prova."
CNU: clique aqui para saber como estão distribuídas as vagas
Como vai funcionar a equiparação?
O governo apresentou um exemplo para ilustrar como será feita a seleção para a segunda fase, conforme a nova regra.
Para isso, foi considerado um cargo hipotético com 20 vagas.
Nesse cenário, serão convocados para a prova discursiva candidatos em número equivalente a nove vezes o total de vagas, totalizando, no exemplo, 180 pessoas.
Segundo as regras, dessas 180 pessoas, 117 seriam da ampla concorrência (65%) e as demais 63 seriam candidatos cotistas (35%).
Caso as 117 pessoas da ampla concorrência sejam 65 homens e 52 mulheres, serão convocadas mais 13 mulheres, igualando o número de homens e mulheres em 65 cada.
Isso significa que todos os homens classificados serão convocados para a prova discursiva. Ou seja, não haverá exclusão de candidatos, mas sim a inclusão de mais mulheres para assegurar a equiparação.
De acordo com o governo, um cálculo semelhante será aplicado a cada cota, cargo e especialidade. A nota final do concurso continuará sendo composta pela soma das pontuações das provas objetiva, discursiva e de títulos (quando houver), válida para todos os candidatos.
📝 Sobre o CNU
O CNU 2025 vai oferecer 3.652 vagas para cargos de nível médio, técnico e superior, distribuídas entre diversos órgãos públicos.
As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho, e devem ser feitas por meio da página do candidato.
As vagas estão divididas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por área de atuação:
Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição.
Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país.
💰 Salários
Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 17 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido.
Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo.
🖱️ Como vai funcionar a inscrição?
O candidato fará uma única inscrição e poderá escolher os blocos e cargos de sua preferência. A disputa pelas vagas ocorre dentro do bloco temático selecionado.
As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho, e devem ser feitas por meio da página do candidato.
A taxa de inscrição é de R$ 70. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
O prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição vai de 2 a 8 de julho.
🧮 Política de cotas
A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas. De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal.
Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira:
25% para pessoas negras;
3% para pessoas indígenas;
2% para pessoas quilombolas;
5% para pessoas com deficiência (PcD).
Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma.
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🖊️ Como serão as provas?
A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro de 2025. Ela será composta por uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra com perguntas específicas, conforme o bloco temático escolhido.
A prova discursiva será aplicada em 7 de dezembro de 2025, exclusivamente para os candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação variarão de acordo com a área de atuação.
▶️ PROVA OBJETIVA
A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. A quantidade de questões varia conforme o nível do cargo:
Nível Superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos.
Nível Intermediário: 68 questões, com 20 de conhecimentos gerais e 48 de conhecimentos específicos.
▶️ PROVA DISCURSIVA
Na etapa discursiva, os candidatos deverão elaborar textos conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo:
Nível Superior: 2 questões discursivas, com aplicação das 13h às 16h.
Nível Intermediário: 1 redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h.
O tempo de prova também é diferente:
Nível Superior: das 13h às 18h (5 horas de duração).
Nível Intermediário: das 13h às 16h30 (3h30 de duração).
CNU 2025: cronograma, política de cotas e reserva de vagas para mulheres na 2ª fase; veja novidades
Detalhes sobre a nova edição do 'Enem dos Concursos' foram anunciados pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, nesta segunda (30). Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU
Ministério da Gestão e Inovação
O Ministério da Gestão anunciou, nesta segunda-feira (30), novidades sobre o edital da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU). Ao todo, serão ofertadas 3.652 vagas distribuídas entre 36 órgãos federais.
As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho. As provas objetivas serão aplicadas em 5 de outubro.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresentou o cronograma oficial do concurso e anunciou novidades, como a política de cotas e a garantia de que mulheres ocuparão, no mínimo, 50% das vagas na segunda fase.
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Assim como na primeira edição, o candidato poderá realizar uma única inscrição e concorrer a mais de um cargo, selecionando suas preferências dentro de um dos nove blocos temáticos, que agrupam áreas de atuação semelhantes.
A Fundação Getulio Vargas (FGV) foi confirmada como a banca organizadora do concurso.
Abaixo, veja tudo o que já se sabe sobre o CNU 2025.
💼 Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades
💰 Salários
📋Separação por blocos
🖱️ Como vai funcionar a inscrição?
🧮 Política de cotas
♀️ Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase
📝 Como serão as provas?
🧾 Como surgiu o CNU?
📆 Cronograma
💼 Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades
O CNU 2025 vai oferecer 3.652 vagas para cargos de nível médio, técnico e superior, distribuídas entre diversos órgãos públicos.
As oportunidades estão organizadas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por áreas de atuação semelhantes. (veja a lista completa mais abaixo)
Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição.
Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país.
CNU: clique aqui para saber como estão distribuídas as vagas
💰 Salários
Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 17 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido.
Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo.
📋Separação por blocos
As vagas estão divididas em nove blocos temáticos, que agrupam cargos por área de atuação:
Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
🖱️ Como vai funcionar a inscrição?
O candidato fará uma única inscrição e poderá escolher os blocos e cargos de sua preferência. A disputa pelas vagas ocorre dentro do bloco temático selecionado.
As inscrições começam no dia 2 de julho e vão até 20 de julho, e devem ser feitas por meio da página do candidato.
A taxa de inscrição é de R$ 70. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
O prazo para solicitar a isenção da taxa de inscrição vai de 2 a 8 de julho.
🧮 Política de cotas
A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas. De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal.
Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira:
25% para pessoas negras;
3% para pessoas indígenas;
2% para pessoas quilombolas.
Além disso, permanece assegurada a cota de 5% para pessoas com deficiência (PcD), conforme previsto na legislação vigente.
Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma.
♀️ Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase
Outro ponto de destaque é a adoção de uma ação afirmativa inédita voltada às mulheres: caso o percentual de candidatas classificadas para a segunda fase do concurso seja inferior a 50%, será feita uma equiparação para promover maior equilíbrio de gênero nessa etapa.
"Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa", diz Dweck.
🔎 Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens.
📝 Como serão as provas?
A prova objetiva será aplicada em 5 de outubro de 2025. Ela será composta por uma parte com questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades) e outra com perguntas específicas, conforme o bloco temático escolhido.
A prova discursiva será aplicada em 7 de dezembro de 2025, exclusivamente para os candidatos aprovados na primeira fase. O conteúdo e o formato da redação variarão de acordo com a área de atuação.
▶️ PROVA OBJETIVA
A prova objetiva será de múltipla escolha, com cinco alternativas e apenas uma correta. A quantidade de questões varia conforme o nível do cargo:
Nível Superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos.
Nível Intermediário: 68 questões, com 20 de conhecimentos gerais e 48 de conhecimentos específicos.
▶️ PROVA DISCURSIVA
Na etapa discursiva, os candidatos deverão elaborar textos conforme o nível de escolaridade exigido para o cargo:
Nível Superior: 2 questões discursivas, com aplicação das 13h às 16h.
Nível Intermediário: 1 redação dissertativa-argumentativa, das 13h às 15h.
O tempo de prova também é diferente:
Nível Superior: das 13h às 18h (5 horas de duração).
Nível Intermediário: das 13h às 16h30 (3h30 de duração).
🧾 Como surgiu o CNU?
Na primeira edição do CNU, realizada em 2024, quase 1 milhão de candidatos participaram do processo seletivo, considerado um sucesso pelo governo.
A proposta de unificar os concursos federais em uma prova nacional visa reduzir custos, aumentar a transparência e promover maior equidade no acesso ao serviço público.
📆 Cronograma
Inscrições: de 2 a 20/7/2025 (com pagamento até 21/7)
Solicitação de isenção da taxa de inscrição: de 2 a 8/7/2025
Prova objetiva: 5/10/2025, das 13h às 18h
Convocação para prova discursiva: 12/11/2025
Convocação para confirmação de cotas e PcD: 12/11/2025
Envio de títulos: de 13 a 19/11/2025
Prova discursiva (para habilitados na 1ª fase): 7/12/2025
Procedimentos de confirmação de cotas: de 8 a 17/12/2025
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
Brasil tem alta no emprego formal em maio, com criação de 149 mil vagas; parcial do ano supera 1 milhão de empregos formais
Resultado de maio é o melhor para este mês desde 2023. Nos cinco primeiros meses do ano, país criou 1,05 milhão de vagas com carteira assinada — com queda de 4,9% frente ao mesmo período do ano passado. A economia brasileira gerou 148,99 mil empregos formais em maio deste ano, informou nesta segunda-feira (30) o Ministério do Trabalho e do Emprego.
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em maio:
➡️2,256 milhões de contratações;
➡️2,107 milhões de demissões.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve geração de 139,55 mil empregos formais, houve uma alta 6,7%, conforme dados oficiais.
Veja os resultados para os meses de maio de anos anteriores:
2020: 398,24 mil vagas fechadas;
2021: 266,6 mil empregos criados;
2022: 277,8 mil vagas abertas;
2023: 156,2 mil empregos criados.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia.
Parcial do ano
De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,05 milhão de empregos formais foram criados no país nos cinco primeiros meses deste ano.
O número representa queda de 4,9% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram criadas 1,1 milhão de vagas com carteira assinada.
Essa foi a menor geração de empregos para os cinco primeiros meses de um ano desde 2023, quando foram criadas 875,7 mil vagas formais.
Ao fim de maio de 2025, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 48,25 milhões de empregos com carteira assinada.
O resultado representa aumento na comparação com abril deste ano (48,1 milhões) e com relação a maio de 2024 (46,62 milhões).
Carteira de trabalho
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o mercado formal de trabalho tem crescido menos neste ano por causa dos efeitos da elevada taxa de juros no Brasil.
"Quem sabe isso deixa o pessoal do BC feliz e possa começar a reduzir os juros", afirmou, em entrevista coletiva após a apresentação dos dados do Caged.
Questionado sobre a possibilidade de os juros permanecerem acima de 10% até o fim do governo, como espera o mercado financeiro, o ministro disse não acreditar nisso.
"Não é juros que define o preço do alimento. É se tem chuva ou não. Não é o juro. Precisamos de mais produção para conter a inflação, não é menos produção para conter a inflação", defendeu Marinho.
Empregos por setor
Os números do Caged de maio de 2025 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia.
O maior número absoluto foi no setor de serviços. A construção foi o setor que menos gerou vagas no mês passado.
Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas em quatro das cinco regiões do país no mês passado.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.248,71 em maio deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a abril de 2025 (R$ 2.259,69).
Na comparação com maio do ano passado também houve recuo no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.249,86.
Vagas de emprego ligadas à Inteligência Artificial cresceram 4 vezes nos últimos anos
Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Segundo dados oficiais, a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,2% no trimestre terminado em maio. De acordo com o analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, o resultado da Pnad indica que o mercado de trabalho está no melhor patamar dos últimos dez anos.
Lula defende seriedade de Galípolo e diz que cenário de juros será corrigido com o tempo
Presidente também destacou independência do Banco Central. Em 18 de junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu mais uma vez a taxa básica de juros, a Selic, que atingiu 15% ao ano — maior nível em 20 anos. Lula durante lançamento do Plano Safra 2025
Reprodução/ CanalGov
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (30) que o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, é um presidente "muito sério" e que as coisas "vão ser corrigidas com o passar do tempo".
A fala de Lula faz referência à taxa básica de juros, a Selic, que atingiu 15% ao ano — o maior nível em 20 anos. Em 18 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter o ciclo de alta da taxa básica de juros (leia mais abaixo).
"Eu gostaria que todos os juros fossem zero, mas ainda não depende da nossa política econômica que não tem muito a ver com a taxação de juros", afirmou Lula.
"O Banco Central é independente, o [Gabriel] Galípolo é um presidente muito sério, e eu tenho certeza de que as coisas vão ser corrigidas com o passar do tempo. Nós sabemos o que nós herdamos e nós não queremos ficar chorando o que nós herdamos", prosseguiu.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em sessão solene da Câmara dos Deputados.
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Sete altas
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a taxa básica da economia por sete vezes seguidas, mas analistas de instituições financeiras acreditam que, a partir de janeiro do ano que vem, esse processo deve se inverter, inaugurando um ciclo de cortes.
🔎A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Serve de referência para calcular as taxas de empréstimos bancários e financiamentos, por exemplo. Ou seja, com a Selic alta, o crédito também fica mais custoso.
💰 Uma taxa de juros mais alta costuma ser eficiente para controlar a inflação, porque "esfria" a economia. O efeito colateral, no entanto, é reduzir o ritmo de crescimento do país.
Nos últimos dois anos, quando o Banco Central era presidido por Roberto Campos Neto, Lula fez uma série de ataques à política monetária – que, segundo ele, era feita contra os interesses do país.
Campos Neto foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiou a campanha de reeleição do antigo chefe, em 2022.
Banco Central divulga ata da reunião do Copom que decidiu aumentar a Selic para 15% ao ano
Plano Safra
A declaração do presidente desta segunda foi dada durante cerimônia de lançamento do Plano Safra para agricultura familiar no Palácio do Planalto.
O programa vai ofertar R$ 78,2 bilhões para financiamentos na temporada 2025-2026. Segundo o governo, os juros variam de 0,5% a 8% ao ano no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Ao todo, o plano promete movimentar R$ 89 bilhões entre crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica, garantia de preço mínimo e outras ações.
Honda lança sua primeira moto elétrica na China, que pode chegar a 120 km/h
Modelo E-VO combina design retrô com tecnologia moderna, tem até 170 km de autonomia e pode chegar ao Brasil futuramente. O preço por lá, sem impostos, é de R$ 22.800. Honda E-VO
Divulgação | Honda
A Honda lançou sua primeira motocicleta elétrica na semana passada, na China. A E-VO é um modelo desenvolvido em parceria com a empresa chinesa Wuyang e faz parte do plano de eletrificação da montadora japonesa.
No mercado chinês, a moto já é vendida por 29.999 yuans (equivalente a R$ 22.800, sem impostos) na versão de entrada, equipada com apenas uma bateria. A versão topo de linha custa 36.999 yuans (cerca de R$ 29.200).
Esta é a primeira motocicleta elétrica da Honda, já que os modelos anteriores eram do tipo CUB (como a Biz) ou scooters (como a Elite).
O design da E-VO combina elementos retrô com um toque futurista, lembrando uma café racer moderna.
A carenagem frontal é claramente inspirada nas motos clássicas de competição, enquanto a traseira mistura formas semicirculares com linhas retas, remetendo ao estilo das scramblers da Triumph.
Pensando na praticidade, a moto conta com um compartimento para celular localizado à frente do assento do passageiro, no espaço onde normalmente estaria o tanque de combustível em motos convencionais.
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Divulgação | Honda
Motorização
O motor da E-VO entrega 15 ou 21 cv de potência, dependendo da versão. Essa variação está relacionada à quantidade de baterias: a versão de entrada possui dois módulos, enquanto a topo de linha conta com três.
A força é transmitida à roda traseira por meio de uma correia, e o câmbio é automático, como é comum em veículos elétricos.
Em termos de porte, a E-VO se assemelha a modelos naked, como a Yamaha FZ25 e a Honda CB 300F Twister.
Confira a ficha técnica das duas versões:
Potência: 15 ou 21 cv;
Autonomia: 120 ou 170 km;
Comprimento: 1,99 m;
Largura: 0,75 m;
Altura: 1,05 m;
Entre-eixos: 1,38 m;
Altura do assento: 76 cm;
Peso: 143 kg ou 156 kg;
Freios dianteiro e traseiro: com ABS;
Velocidade máxima: 120 km/h
Tempo de recarga doméstica (20% a 80%) com duas baterias: 1h30;
Tempo de recarga doméstica (20% a 80%) com três baterias: 2h30.
Botão no punho esquerdo permite controlar a câmera DJI Action para gravação de conteúdo
Divulgação | Honda
Equipamentos
Além do compartimento para celular, a E-VO vem equipada com iluminação totalmente em LED, controle de tração, monitoramento da pressão dos pneus e entradas USB dos tipos A e C para recarga de dispositivos.
No quesito tecnologia, a moto conta com um painel digital TFT de sete polegadas. A tela exibe informações como navegação, música e pressão dos pneus, além de ser personalizável, permitindo ao condutor criar atalhos para os recursos mais utilizados.
Porta objetos para encaixar o celular na Honda E-VO
Divulgação | Honda
A E-VO também se destaca por ser ideal para quem gosta de registrar seus trajetos ou criar conteúdo. Ela possui câmeras frontal e traseira com resolução 1080p (HD), e ainda permite a conexão com a câmera DJI Action (vendida separadamente).
O motociclista pode gravar vídeos ou tirar fotos com um simples toque em um botão localizado no punho esquerdo, próximo aos comandos de buzina e setas.
Virá para o Brasil?
Atualmente, a Honda ainda não comercializa motocicletas elétricas no Brasil, ao contrário de sua principal concorrente, a Yamaha, que já oferece a scooter Neo’s por R$ 33.990.
Questionada pelo g1 sobre a possibilidade de trazer a E-VO ao país, a montadora respondeu que “não há confirmação, mas não descarta realizar um estudo de mercado para avaliar a aceitação do modelo no Brasil”.
Lanterna da Honda E-VO mescla linhas retas e curvas
Divulgação | Honda
Haojue DL 160 chega para competir com Honda Bros e Yamaha Crosser
'The Economist' diz que Lula perdeu influência no exterior e está cada vez menos popular no Brasil
Segundo a revista britânica, presidente brasileiro tem se afastado da linha de pensamento dos EUA e outros países ocidentais. 'The Economist': Lula perdeu influência no exterior e é cada vez menos popular no Brasil
A revista britânica “The Economist” afirmou neste domingo (29) que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não só tem perdido popularidade no Brasil, como também vem perdendo influência no exterior.
De acordo com a reportagem, Lula tem adotado uma postura “cada vez mais hostil ao Ocidente”, ao se distanciar das posições defendidas pelos Estados Unidos e por grande parte dos países ocidentais, ao mesmo tempo em que se aproxima de nações como China e Irã.
Um dos exemplos mencionados pela revista foi o ataque dos EUA a complexos nucleares iranianos durante o conflito no Oriente Médio, com o objetivo de impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.
Na ocasião, Donald Trump classificou os ataques como uma “ação defensiva” para proteger os EUA e seus aliados. Antes disso, os EUA e alguns países europeus já haviam defendido a redução das tensões na região, ainda que com certo apoio a Israel, afirmando que o país “tinha o direito de se defender e garantir sua segurança”.
O Brasil, por outro lado, seguiu na direção oposta. Pouco depois do ataque dos EUA, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota condenando “com veemência” a ação norte-americana, alegando que esse tipo de ofensiva colocava em risco a vida e a saúde de civis.
“O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”, afirmou a nota.
Segundo a revista, esse posicionamento do Itamaraty colocou o Brasil em “desacordo com todas as outras democracias ocidentais, que ou apoiaram os ataques, ou apenas expressaram preocupação”.
A reportagem aponta que esse cenário tende a se agravar, já que a aproximação entre Brasil e Irã deve se tornar ainda mais evidente durante a Cúpula dos Brics (grupo que reúne 11 países emergentes), marcada para a próxima semana no Rio de Janeiro.
Isso porque, além de o Brasil ocupar atualmente a presidência do grupo, o Irã passou a integrar os Brics em 2024, o que tende a fortalecer os laços entre os dois países.
“Quanto mais a China transforma o Brics em um instrumento de sua política externa, e quanto mais a Rússia usa o Brics para legitimar sua guerra na Ucrânia, mais difícil será para o Brasil continuar dizendo que não é alinhado”, afirmou Matias Spektor, da FGV, à revista.
A revista também destaca a tentativa dos diplomatas brasileiros de direcionar os temas da Cúpula para assuntos menos controversos, a fim de evitar novos desgastes para o país.
Segundo a reportagem, a intenção é evitar debates que Trump já demonstrou rejeitar, como o uso de uma moeda alternativa ao dólar nas negociações entre os países do grupo.
“O papel do Brasil no centro de um BRICS expandido e dominado por um regime mais autoritário faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula”, afirma a revista, reiterando que o presidente brasileiro não fez nenhum esforço aparente para estreitar a relação com os EUA desde que Trump assumiu o cargo.
“Não há registro de que os dois tenham se encontrado pessoalmente, tornando o Brasil a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente norte-americano. Em vez disso, Lula corteja a China”, afirmou a reportagem, indicando que Lula também se dedicou a expandir os laços comerciais do Brasil com outros países desde que Trump anunciou as chamadas tarifas recíprocas.
A revista também observou que Lula tentou — sem sucesso — mediar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, criticou a ausência de posicionamento em relação à crise no Haiti e apontou a falta de pragmatismo político do presidente brasileiro, inclusive nas relações com a Argentina.
Lula tem divergências ideológicas com o presidente argentino, Javier Milei, e o diálogo entre os dois é escasso.
“A fraqueza no cenário mundial é agravada pela queda na popularidade de Lula em casa”, disse a reportagem, destacando que a política brasileira tem se inclinado para a direita e que muitos cidadãos ainda associam o PT à corrupção.
Com isso, segundo a revista, os índices de aprovação pessoal de Lula atingiram o nível mais baixo de seus três mandatos, com tendência de piora, especialmente após a derrota do governo ao tentar aprovar um decreto que aumentaria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A “The Economist” também menciona a afinidade entre o movimento “Make America Great Again”, liderado por Trump, e a ideologia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Bolsonaro provavelmente será preso em breve por supostamente planejar um golpe para permanecer no poder após perder uma eleição em 2022. Ele ainda não escolheu um sucessor para liderar a direita. Mas se o fizer e a direita se unir a essa pessoa antes das eleições de 2026, a presidência será deles”, afirmou a revista.
Por fim, a reportagem observa que, apesar dos recentes posicionamentos de Lula, Trump mal mencionou o presidente brasileiro ou o país desde que assumiu o cargo — o que pode estar relacionado ao déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos (ou seja, o Brasil importa mais do que exporta para os americanos).
“Mas seu silêncio também pode ser porque o Brasil, relativamente distante e geopoliticamente inerte, simplesmente não importa tanto quando se trata de questões de guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio. Lula deveria parar de fingir que importa e se concentrar em questões mais próximas”, conclui a revista.
Lula durante entrevista a jornalistas no Planalto
Evaristo Sa/AFP
Lula lança Plano Safra da agricultura familiar para incentivar produção de alimentos; entenda
Pronaf terá R$ 78,2 bilhões para safra 2025-2026. Governo lança anualmente programa que oferece financiamento a produtor rural com juros abaixo dos patamares praticados no mercado financeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta segunda-feira (30), no Palácio do Planalto, a versão do Plano Safra para agricultura familiar com a oferta de R$ 78,2 bilhões para financiamentos na temporada 2025-2026.
Segundo o governo, os juros variam de 0,5% a 8% ao ano no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Ao todo, o plano promete movimentar R$ 89 bilhões entre crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica, garantia de preço mínimo e outras ações.
Neste montante, a garantia da safra terá R$ 1,1 bilhão. Outros R$ 3,7 bilhões serão destinados para compras públicas.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o lançamento do Plano Safra em 2024.
Ricardo Stuckert / PR
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que os recursos destinados ao Plano Safra demonstram o compromisso do governo com a "soberania alimentar" do país.
Teixeira explicou que um dos objetivos do governo é incentivar a produção ecológica, a fim de reduzir o uso de produtos químicos no cultivo de alimentos.
"Queremos acelerar essa transição" afirmou o ministro, que destacou o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), cujo decreto foi assinado por Lula na cerimônia.
O governo federal lança anualmente o Plana Safra para incentivar a produção de alimentos em território brasileiro por meio de empréstimos concedidos com juros mais baixos do que os praticados pelo mercado financeiro.
➡️A política pública tem uma versão para agricultura familiar e outra para médio e grandes produtores, que será apresentada nesta terça-feira (1º).
Safra de milho anima agricultores de Goiás
Investimentos no setor
Na comparação com o plano anterior da agricultura familiar, que reservou R$ 76 bilhões no Pronaf, o governo amplia em cerca de 3% o valor ofertado no ciclo de produção que se inicia.
Para incentivar o cultivo de alimentos da cesta básica, o governo manteve a taxa de 3% para financiamento da produção convencional arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite. A taxa cai a 2% caso o cultivo seja orgânico ou agroecológico.
O governo ampliou de R$ 50 mil para R$ 100 mil o limite para compra de máquinas e equipamentos menores com taxa de juros de 2,5% ao ano. Para máquinas maiores, de até R$ 250 mil, a taxa de juros ficou em 5%.
O Plano Safra da agricultura familiar também prevê linhas de créditos para agroecologia, irrigação sustentável, adaptação às mudanças climáticas, quintais produtivos rurais, conectividade e acessibilidade no campo.
Quinto dia útil de julho: saiba quando é o dia do pagamento e como ficam os salários
Os dias úteis são contados de segunda-feira a sábado, que também é considerado dia útil. Veja como ficam os salários dos trabalhadores. Quinto dia útil de julho: quando seu salário tem que cair na conta?
Os trabalhadores com carteira assinada devem receber os salários referentes ao mês de junho até o próximo sábado, 5 de julho.
Conforme o artigo 459 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o pagamento deve ser realizado até o quinto dia útil de cada mês. Os dias úteis são contados de segunda-feira a sábado, que também é considerado dia útil.
A regra também está prevista na Constituição Federal de 1988 e na Instrução Normativa nº 02/2021 do Ministério do Trabalho e Emprego. Ambas confirmam que o sábado é considerado dia útil, independentemente de ser um dia de trabalho efetivo.
Embora o sábado seja considerado dia útil, os bancos operam apenas de segunda a sexta-feira. Então, o correto é que o empregador antecipe o pagamento para o dia anterior, a sexta-feira.
A mesma regra se aplica a operações financeiras, como o pagamento de contas e boletos.
"A norma obriga que o pagamento seja feito até o 5º dia útil do mês subsequente ao trabalhado. Então, mesmo que a empresa estabeleça que sábado é dia não trabalhado, é importante que ela cumpra a norma. O recomendado é que o pagamento seja feito na sexta-feira", explica a advogada trabalhista Fernanda Garcez.
"Em qualquer caso, inclusive quando o pagamento se dá através de depósitos em conta corrente, o dinheiro precisa estar disponível para o trabalhador até o 5º dia útil. Se isto não puder ocorrer por qualquer motivo, deve haver antecipação do pagamento", completa o advogado trabalhista Roberto Fiorencio.
Neste mês de julho, os primeiros cinco dias úteis são:
Primeiro dia útil: 1 de julho (terça-feira);
Segundo dia útil: 2 de julho (quarta-feira);
Terceiro dia útil: 3 de julho (quinta-feira);
Quarto dia útil: 4 de julho (sexta-feira);
Quinto dia útil: 5 de julho (sábado).
Saiba quais são os feriados de abril de 2025
13º salário
Foto/Reprodução Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Queijo artesanal produzido no Sul de Minas vence principal prêmio em concurso internacional
Brasil conquistou pela 1ª vez prêmio máximo da ExpoQueijo com produto de Alagoa (MG), que alcançou a maior pontuação em Araxá (MG). Queijo do Sul de Minas vence prêmio em um dos maiores concursos do mundo em Araxá
O queijo "Pedra do Segredo", produzido em Alagoa, no Sul de Minas, conquistou o prêmio Super Ouro na 5ª edição da ExpoQueijo Brasil – um dos maiores concursos de queijos do mundo. O evento foi realizado neste fim de semana em Araxá (MG) e reuniu mais de mil queijos de 17 países, incluindo representantes de 18 estados brasileiros e do Distrito Federal.
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Nas quatro primeiras edições do concurso, o título principal ficou duas vezes com a Itália e, nas duas últimas, com um produtor da Argentina. Em 2025, o prêmio veio para o Brasil, com um queijo artesanal do Sul de Minas.
O produto concorreu na categoria queijo de leite cru, casca lisa e/ou lavada, com ou sem aquecimento, acima de 180 dias de maturação, e obteve a maior pontuação entre as mil amostras inscritas por 17 países.
Queijo artesanal produzido no Sul de Minas vence principal prêmio em concurso internacional
Reprodução / Redes sociais
O produtor Jaime Porfírio de Barros foi representado na cerimônia por sua prima, Tatiany Barros Siqueira. Com massa consistente, pele amarelada e centro cremoso, o queijo apresenta cristais de tirosina, que é um sinal de maturação avançada, formados naturalmente durante a decomposição das proteínas em aminoácidos.
"Os nossos queijos são maturados em temperatura ambiente. A gente não tem a câmera de resfriamento, com controle de temperatura e umidade. Então, nosso controle é a nossa natureza. É um queijo 100 % artesanal, até mesmo na cura", destacou Tatiany Barros Siqueira.
Essa foi apenas a segunda participação da queijaria na ExpoQueijo, suficiente para superar concorrentes da Europa e da América Latina. Tatiany comemorou o reconhecimento para a pequena cidade de Alagoa.
"É muito grandioso, né? É um prêmio que acho que levou para a Alagoa um reconhecimento muito grande, depois de duas vezes, italianos e argentinos, e agora trazer esse prêmio para o Brasil, para Minas Gerais e para uma cidadezinha tão pequenininha que é Alagoa, eu acho que é, assim, grandioso demais", afirmou.
Queijo de Alagoa (MG) conquista Prêmio Super Ouro na 5ª ExpoQueijo Brasil
Reprodução / EPTV
Jair Martins de Barros, queijeiro mais antigo em atividade na cidade, com 64 anos de experiência, também celebrou a conquista. "A terra do queijo é Alagoa. Um leite de primeira, dou tratamento orgânico. Estou muito feliz", disse.
Além do Prêmio Super Ouro, outros queijos da região foram premiados com medalhas de bronze, prata e ouro. A lista completa dos vencedores está disponível no site www.expoqueijobrasil.com.br.
Premiações
A ExpoQueijo Brasil 2025 distribuiu troféus em 42 categorias e premiou produtores de quatro países. O Brasil liderou o ranking com 39 conquistas “Ouro”, seguido por Itália, Argentina e Peru. Minas Gerais foi o estado com maior número de premiações. O concurso avaliou mil queijos artesanais de 16 países, julgados por cerca de 200 especialistas de sete nacionalidades.
Queijo de Alagoa (MG) conquista Prêmio Super Ouro na 5ª ExpoQueijo Brasil
Reprodução / EPTV
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Jensen Huang, CEO da Nvidia, volta ao top 10 dos bilionários mais ricos do mundo
Fortuna do executivo é estimada em mais de US$ 137 bilhões, segundo a Forbes. O lavador de pratos que criou a Nvidia, a empresa mais valiosa do mundo
O presidente e fundador da Nvidia, Jensen Huang, voltou à lista das 10 pessoas mais ricas do mundo, segundo a revista Forbes. Sua fortuna estava estimada em mais de US$ 137 bilhões (R$ 750,2 bilhões).
Huang, que começou a vida profissional aos 15 anos como lavador de pratos em uma lanchonete, engenharia elétrica na Universidade Estadual de Oregon e se formou engenheiro em 1984. (conheça a história do bilionário abaixo)
O avanço para o top 10 bilionários veio após as ações da empresa terem registrado uma forte alta na última semana, alcançando um novo recorde.
Os ganhos vêm em meio ao crescente volume de investimentos em inteligência artificial e após a notícia divulgada pelo jornal britânico "Financial Times" de que os executivos da empresa venderam mais de US$ 1 bilhão em ações no último ano.
Bons resultados
As ações da Nvidia ganharam destaque nos últimos anos, em meio à onda de investimentos em inteligência artificial. A disparada dos papéis na última semana, inclusive, fez a companhia se aproximar ainda mais dos US$ 4 trilhões (R$ 21,9 trilhões) em valor de mercado.
O forte desempenho das ações também se reflete os bons resultados da companhia. No primeiro trimestre, a Nvidia registrou um lucro líquido de US$ 18,8 bilhões (R$ 102,9 bilhões) no primeiro trimestre de seu exercício fiscal, uma alta de 26% na comparação anual.
O lucro por ação ajustado foi de US$ 0,96 (R$ 5,50), acima dos US$ 0,89 previstos pelo consenso da FactSet, empresa americana de dados financeiros.
A Nvidia também apresentou receita de US$ 44,1 bilhões (R$ 241,5 bilhões) no trimestre encerrado em abril, um aumento de 69% em um ano. Já a receita de centros de dados, principal atividade da companhia, ficou levemente abaixo das projeções dos analistas.
Jensen Huang
Ann Wang/Reuters
O imigrante ex-lavador de pratos que fundou a Nvidia
Quem é Jensen Huang?
O imigrante taiwanês Jen-Hsun Huang, que hoje é conhecido pelo nome Jensen Huang, fundou a Nvidia em 1993, junto com dois sócios. Hoje, ele detém cerca de 3% da companhia, que entrou para a bolsa de valores de Nova York em 1999.
Ele passou parte da infância no próprio país e na Tailândia, até que seus pais decidiram enviá-lo com seu irmão para os EUA.
Os dois estudaram em um instituto que funcionava como um reformatório, e Jensen tinha que lavar os banheiros do local, conforme uma reportagem da BBC de 2024.
Aos 15 anos, Huang conseguiu um emprego em uma lanchonete, lavando pratos e servindo mesas. Segundo ele, esta foi uma "excelente" escolha trabalhista.
"Recomendo encarecidamente a todos que tenham seu primeiro emprego no setor de restaurantes, que ensina a ser humilde e trabalhar duro", disse o fundador da Nvidia.
Huang estudou engenharia elétrica na Universidade Estadual de Oregon e se formou engenheiro em 1984. Ali ele também conheceu a esposa, Lori.
Depois, fez mestrado em Stanford, na Califórnia, e trabalhou em empresas de tecnologia. Em 1993, fundou a Nvidia ao lado de Chris Malachowsky e Curtis Priem.
A ideia surgiu durante um papo deles em uma lanchonete da mesma rede em que Jensen trabalhava lavando pratos.
O que faz a Nvidia?
A Nvidia fabrica chips usados para treinar modelos de inteligência artificial, como o do ChatGPT, que exigem muita capacidade computacional. Entre os clientes da empresa, estão praticamente todas as gigantes da tecnologia, como Microsoft, Google, Amazon, Meta e Spotify.
A companhia controla cerca de 80% do mercado de chips de inteligência artificial de ponta, segundo a Reuters.
Dólar cai a R$ 5,43, no menor valor desde setembro; Ibovespa sobe
A moeda americana caiu 0,91%, cotada a R$ 5,4335. Queda no semestre é de 12,08%. Já a bolsa fechou em alta de 1,45%, aos 138.855 pontos. No semestre, alta foi de 15,44%. Não vejo omissão do presidente Lula, diz Haddad
O dólar encerrou esta segunda-feira (30) em queda de 0,91%, cotado a R$ 5,4335. É o menor valor desde setembro (R$ 5,4241). No último pregão do primeiro semestre, a moeda americana acumulou queda de 12,08% em 2025.
Já o Ibovespa fechou em alta de 1,45%, alcançando 138.855 pontos. A bolsa acumulou alta de 15,44% no primeiro semestre.
A agenda econômica da semana está movimentada, com a expectativa de divulgação de novos dados de atividade tanto no Brasil quanto no exterior.
▶️ Nesta segunda-feira, foi divulgado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontou a criação de mais de 148 mil vagas formais em maio, elevando o saldo acumulado do ano para 1 milhão de postos de trabalho.
▶️ No exterior, investidores acompanham indicadores econômicos dos Estados Unidos e da Europa, além de monitorarem a tramitação do projeto de lei orçamentário do presidente Donald Trump, que avançou no Senado no final de semana.
▶️A proximidade do fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também segue no radar do mercado.
▶️ O mercado também acompanha os desdobramentos da derrubada do projeto que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na semana passada. Como mostrou o g1, a queda na arrecadação e a resistência do Congresso devem resultar em novos cortes no Orçamento, e os investidores aguardam a resposta do governo diante desse cenário.
Em entrevista à GloboNews na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula (PT) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar se a decisão da Câmara dos Deputados de revogar o aumento do IOF fere a autonomia entre os poderes.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,91%;
Acumulado do mês: -4,98%;
Acumulado do ano: -12,08%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +1,45%;
Acumulado do mês: +1,33%
Acumulado do ano: +15,44%.
Dados econômicos no foco
O último pregão de junho trouxe uma agenda carregada de indicadores previstos para a semana. Nesta segunda-feira (30), diversos dados sobre mercado de trabalho e atividade econômica estavam no radar.
▶️No Brasil:
O Boletim Focus, que reúne projeções do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos, apontou que os economistas reduziram suas estimativas para a inflação brasileira pela quinta semana seguida.
Além disso, investidores repercutem os dados de emprego do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho. Em maio, a economia brasileira criou 148,99 mil vagas formais, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram geradas 139,55 mil vagas.
▶️Nos EUA:
O foco dos mercados está voltado para a política monetária, com a divulgação de novos dados de atividade e declarações de dirigentes do Fed.
Na semana passada, o índice de preços PCE subiu 0,1% em maio, repetindo a taxa de abril. No acumulado de 12 meses, a inflação medida pelo PCE foi de 2,3%, ante 2,2% no mês anterior, segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
O órgão também apontou uma queda inesperada nos gastos dos consumidores em maio, devido à redução nas compras antecipadas de bens, como veículos, antes da imposição de tarifas. O recuo foi de 0,1%, após uma alta revisada de 0,2% em abril.
O resultado animou os mercados, pois reforça a expectativa de que o Fed poderá reduzir os juros em breve.
Por fim, os desdobramentos do projeto de lei orçamentária dos EUA também estão no radar. A votação final da proposta, chamada de One Big Beautiful Bill (“Um grande e belo projeto”, em tradução livre), está prevista para hoje no Senado.
Se aprovado, o texto retorna à Câmara dos Deputados e, em seguida, segue para sanção presidencial.
▶️Na Europa:
Nesta segunda-feira (30), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que irá revisar sua estratégia de juros, após ter sido surpreendido por aumentos de preços nos últimos anos.
A nova estratégia de cinco anos do BCE surge após um período turbulento, em que o banco passou da preocupação com a deflação durante a pandemia para uma crise de custo de vida agravada pela invasão da Rússia à Ucrânia e, mais recentemente, pelas interrupções da guerra comercial.
O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro, previsto para os próximos dias, também está no foco dos mercados.
De olho no IOF
O mercado também acompanha de perto as contas públicas, especialmente após o Congresso Nacional ter derrubado, na semana passada, o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do IOF.
Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Especialistas consultados pelo g1 alertam que a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
▶️ Diante desse cenário, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última sexta-feira que o presidente Lula acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar se a decisão da Câmara dos Deputados de revogar o aumento do IOF fere a autonomia entre os poderes.
"Em relação ao decisão do presidente, ele pediu à AGU, perguntou à AGU se o decreto legislativo usurpa uma prerrogativa do Executivo. Se a resposta for positiva, ele deve recorrer (à Justiça)", disse, em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews.
Segundo Haddad, se a AGU concluir que houve usurpação, Lula terá que acionar a Justiça, pois “jurou cumprir a Constituição Federal” e não pode “abrir mão” de prerrogativas do Executivo. O ministro também afirmou que não vê omissão do presidente Lula na condução do tema.
Haddad avaliou os impactos da decisão, as chances de o governo Lula (PT) recorrer à Justiça e os efeitos sobre a meta fiscal sem a alteração no IOF.
Ao defender o decreto que elevava a alíquota para 3,5% em determinadas operações de crédito, o ministro rebateu críticas de que a medida teria caráter meramente arrecadatório.
Segundo o ministro, o percentual anterior era superior a 6% até o fim de 2022 e não foi alvo de questionamentos. "Tem operações de crédito que eram maquiadas para driblar o imposto. Nós fechamos essa brecha", declarou.
Guerra comercial e pressão no Fed
Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial iniciada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
Nesta segunda, o Canadá cancelou seu imposto sobre serviços digitais voltado a empresas de tecnologia dos EUA, poucas horas antes de o tributo entrar em vigor. A decisão foi vista como uma tentativa de destravar as negociações comerciais com os norte-americanos.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Esse cenário pode levar à desaceleração da economia dos EUA e até a uma recessão global.
Diante desse contexto, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, seguem no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os próximos passos da política de juros.
"Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica", afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A postura de Powell tem sido alvo de duras críticas por parte do presidente Donald Trump. Na semana passada, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em postagens nas redes sociais.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP
Entenda por que o preço do leite ao produtor recua pelo 2º mês nos centros produtores do Brasil
Cotações tiveram recuos de quase 4% em maio deste ano, na comparação com abril de 2025, aponta pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, em Piracicaba (SP). Produção de leite
Reprodução/TV Gazeta
O preço do leite ao produtor caiu quase 4% em maio deste ano, na comparação com abril de 2025, quando os valores já demonstravam movimento de queda, conforme aponta pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, em Piracicaba (SP).
📝Entenda, abaixo na reportagem, os principais fatores listados pela instituição para explicar o cenário nos últimos dois meses:
📈Na média entre os maiores centros produtores nacionais, o preço do litro de leite captado fechou a R$ 2,6431o litro, com quedas de 3,9% frente ao de abril/25 e de 7,4% em relação ao de maio/24 nos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que integram a Média Brasil.
Após quatro altas seguidas nos preços, o Custo Operacional Efetivo (COE) caiu 0,72% em maio na “média Brasil”. A maior disputa entre indústrias de laticínios pela aquisição de leite cru impulsionou os valores pagos pela matéria-prima no primeiro bimestre de 2025.
O principal motivo para o recuo, segundo o Cepea, foi a desvalorização de insumos voltados à nutrição do rebanho.
"Esse cenário favorece investimentos na atividade, assegurando oferta mais consistente. Apesar de atípica para o período, a baixa nos valores pagos ao produtor era esperada pelos agentes do setor e ocorre em função do aumento da oferta e do enfraquecimento na demanda por lácteos na ponta final da cadeia", explica os pesquisadores do Cepea.
Levantamento da USP aponta aumento de 18% no valor do leite em 2025
Ainda segundo o Cepea, o Índice de Captação do Leite subiu 1,13% de abril para maio na “Média Brasil”, superando o crescimento registrado em anos anteriores em muitas bacias leiteiras.
Entre os fatores que explicam o avanço no índice, o Cepea destaca os investimentos dos produtores na atividade.
"Se, de um lado, os preços no campo vêm em queda por conta do aumento da oferta, de outro, a demanda por lácteos não tem crescido pari passu a ponto de sustentar as cotações. Com isso, as indústrias tiveram maior dificuldade em escoar seus estoques e enfrentar a pressão dos canais de distribuição em maio", pontua.
🧀Derivados
Levantamentos do Cepea realizados com o apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apontam quedas nos preços do UHT, muçarela e leite em pó negociados no atacado paulista – indicando o estreitamento das margens dos laticínios.
Apesar de as exportações também terem crescido. O aumento foi de expressivos 59% de abril para maio –, o déficit em volume da balança comercial cresceu 7,1% de abril para maio, chegando a 169,4 milhões de litros em equivalente leite.
Produção de leite em propriedade no RS
Reprodução/RBS TV
Altas nos preços no início do ano
O preço do leite ao produtor iniciou 2025 com altas nos preços. O alimento subiu 3,3% na comparação em janeiro e fevereiro. A valorização do leite cru foi motivada pela maior competição das indústrias pela matéria-prima.
📈Na média entre os cinco maiores centros produtores nacionais, o preço do litro de leite captado fechou a R$ 2,77. Na comparação com o mês de fevereiro do ano passado, valorização era ainda maior em termos reais, equivalendo a alta de 18,1%, quando os valores são deflacionados pelo IPCA do período.
☀️O clima adverso, com seca e calor intenso, em várias bacias leiteiras explicam a diminuição da oferta no campo e, por consequência, a concorrência entre os compradores.
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Contas públicas têm déficit de R$ 33,7 bilhões em maio; dívida avança para 76,1% do PIB
Recorde na arrecadação federal e redução de gastos ajudou no resultado das contas públicas em maio. Na parcial do ano, menor pagamento de despesas judiciais contribuiu. Mesmo assim, dívida pública subiu mês passado. As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 33,7 bilhões em maio deste ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira (30).
🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se o contrário acontece, o resultado é de superávit primário.
🔎O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Segundo o Banco Central (BC), houve melhora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 63,9 bilhões.
Esse também foi o melhor resultado, para maio, desde 2022, mês em que houve um déficit de R$ 33 bilhões. Os valores não foram ajustados pela inflação.
Estimativas apontam déficit maior nas contas públicas; Em Ponto entrevista Armínio Fraga
Veja abaixo o desempenho que levou ao déficit das contas em maio deste ano:
governo federal registrou saldo negativo de R$ 37,4 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo superavitário de R$ 4,5 bilhões;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 926 milhões.
O que influenciou o resultado
📈De acordo com informações do Tesouro Nacional, o resultado de maio deste ano foi influenciado pelo aumento na arrecadação — que avançou em termos reais (acima da inflação) e bateu recorde para o período. A receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu 2,8% em termos reais em maio, atingindo R$ 178,8 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado recuo de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024, o que também contribuiu para a melhora das contas do governo. As despesas totais somaram R$ 219,4 bilhões em maio, com uma queda real de 7,6%.
Parcial do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 69,12 bilhões — o equivalente a 1,35% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com isso, houve uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 2,6 bilhões (0,05% do PIB).
No caso somente do governo federal, o resultado ficou positivo em R$ 31,2 bilhões na parcial deste ano, informou o BC, contra um déficit de R$ 30,4 bilhões nos cinco primeiros meses de 2024.
A melhora no resultado das contas do governo está relacionada, também, à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões pelo governo federal.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025".
Para este ano, a meta fiscal do governo federal é de zerar o rombo das contas públicas.
Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Contas públicas têm déficit de R$ 33,7 bilhões em maio
Getty Images por BBC
Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 125,9 bilhões nas contas do setor público em maio.
➡️No acumulado em doze meses até maio, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 922 bilhões, ou 7,58% do PIB.
🔎Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 946 bilhões (7,8% do PIB) em doze meses até maio deste ano.
Dívida pública
A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,2 ponto percentual em abril, atingindo 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB) — o equivalente a R$ 9,26 trilhões.
A dívida atingiu esse conceito no formato de cálculo do governo brasileiro.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), que considera os títulos públicos na carteira do BC, o endividamento brasileiro foi bem maior em abril: 88,4% do PIB.
A proporção com o PIB é considerada por especialistas como o conceito mais apropriado para medir e comparar a dívida das nações. E o formato de cálculo do FMI é o mais adotado internacionalmente.
Para tentar conter o crescimento da dívida, em 2023 o governo aprovou o chamado "arcabouço fiscal", ou seja, novas regras para as contas públicas em substituição ao teto de gastos. Por estas regras:
a despesa não pode registrar crescimento maior do que 70% do aumento da arrecadação;
a alta de gastos fica limitada, em termos reais, a 2,5% por ano;
o arcabouço busca justamente conter o crescimento da dívida pública no futuro.
Sem um corte robusto de despesas, necessário para manter de pé o arcabouço fiscal, especialistas em contas públicas estimam que a regra terá de ser abandonada nos próximos anos.
🔎Eles argumentam que, no atual formato, as regras ficarão insustentáveis.
Por conta disso, preveem uma expansão maior da dívida pública no futuro, o que pode resultar em aumento das taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras ao setor real da economia.
Analistas do mercado financeiro estimaram, na semana passada, que a dívida pública brasileira deve atingir 93,5% do PIB em 2034 — patamar distante dos países emergentes e mais próximo da Europa.
Boletim Focus: mercado reduz estimativa de inflação em 2025 pela 5ª semana seguida, para 5,20%
Números foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (30). Projeção dos analistas dos bancos para o crescimento do PIB em 2026 continuou em 2,21%. Os economistas do mercado financeiro reduziram sua estimativa de inflação deste ano, ao mesmo tempo em que mantiveram a projeção para o crescimento da economia brasileira.
As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam no relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC).
IPCA-15: Prévia da inflação fica em 0,26% em junho
➡️ Para a inflação de 2025, a estimativa do mercado recuou de 5,24% para 5,20%. Mesmo assim, continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%. Foi a quinta queda seguida do indicador.
➡️ Para 2026, a expectativa de inflação ficou estável em 4,50%.
➡️ Para 2027, a expectativa continuou em 4%.
➡️ Para 2028, a expectativa de inflação permaneceu em 3,83%.
Desde o início de 2025, quando entrou em vigor o sistema de meta contínua, o objetivo é 3% – e será considerado cumprido se a inflação variar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.
Desde janeiro, a inflação acumulada em 12 meses é comparada com a meta e com o intervalo de tolerância.
Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.
Com o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Haddad no início de janeiro – creditando o resultado a fatores como a forte atividade econômica, a queda do real e os extremos climáticos.
O BC também admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
No Brasil, projeções indicam um inflação de 5,64% em 2022, uma das menores taxas do mundo.
BBC
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado continuou em 2,21%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 1,85% para 1,87%.
Taxa de juros
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros neste ano.
Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia continuou em 15% ao ano — atual patamar do juro básico.
Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção em 12,50% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção da taxa de câmbio para o fim de 2025 recuou de R$ 5,72 para R$ 5,70. Para o fim de 2026, a estimativa caiu de R$ 5,80 para R$ 5,79.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a projeção recuou de US$ 74 bilhões para US$ 73 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 78 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso permaneceu inalterada também em US$ 70 bilhões.
Mulher fatura R$ 15 mil por mês ao vender rapadura de sabor diferenciado; saiba mais
Receita criada por empreendedora de Rondônia leva cacau e já conquistou até mercado internacional. Mulher transforma cacau do quintal em rapadura e fatura R$ 15 mil por mês
Foi no quintal de casa, no interior de Rondônia, que Melissa Almeida transformou uma tradição brasileira em inovação: a rapadura ganhou sabor de cacau e caiu no gosto do público.
A receita, ensinada pela avó, virou o carro-chefe de um negócio que hoje fatura R$ 15 mil por mês. (Assista à reportagem no vídeo acima)
Criada entre plantações e panelas, Melissa uniu memória afetiva, criatividade e técnicas de gastronomia para desenvolver o doce, feito com ingredientes regionais e muito cuidado.
O que começou com panelas queimadas na infância virou uma fábrica artesanal, que também produz chocolates veganos, compotas e gelatos sem glúten nem lactose.
A empreendedora cresceu em Ouro Preto do Oeste, cidade com cerca de 37 mil habitantes. Filha de agricultores, sempre teve o cacau por perto.
Melissa até pensou em seguir carreira na saúde, mas foi a paixão pela cozinha que falou mais alto. Ao conhecer o curso de gastronomia no interior de São Paulo, decidiu mudar os planos.
"Quando vi o pessoal de jaleco de chef, falei: é isso que eu quero pra minha vida”, conta.
A volta para casa trouxe a chance de criar pratos com a cara da região. Um dos primeiros foi o "Piracau": filé de pirarucu com mousse de chocolate e farofa de castanha. Mas Melissa queria mais. Começou a testar receitas de sobremesa e teve a ideia de fazer uma rapadura com sabor de cacau.
O processo foi difícil. O ponto do doce não dava certo. Até que sua avó, mineira de Belo Horizonte, decidiu viajar até Rondônia para ensinar o segredo.
"Ela pegou o tacho, bateu e me mostrou o ponto certo. E aí nasceu a rapadura de cacau."
O cacau usado na produção vem, em boa parte, do quintal da própria família. Depois de colhido, o fruto é aberto à mão; a amêndoa, fermentada, seca e moída. Só então vira chocolate. Misturada ao açúcar mascavo, dá origem ao doce que conquistou os clientes.
Melissa começou o negócio com R$ 20 mil. Aprendeu a torrar, processar, formular. Produzia, embalava e vendia sozinha. Também buscou capacitação em um curso na Bahia para dominar a arte do chocolate.
Hoje, a produção é feita com o apoio de duas funcionárias e uma rede de fornecedoras. Entre elas, mulheres como Selma, que cultiva 1.200 pés de cacau sem agrotóxicos.
"Ter essa parceria com outra mulher que valoriza o nosso trabalho é muito importante", diz Selma.
Rapadura ganhou sabor de cacau e caiu no gosto do público
Cacau Raiz/ Divulgação
O cuidado vai além do produto. A fábrica de Melissa usa embalagens biodegradáveis que podem ser reaproveitadas para mudas de reflorestamento.
A produção é agroecológica, e a preocupação com o solo, a água e a floresta está no centro de tudo.
Hoje, a estrutura conta com cerca de R$ 150 mil em equipamentos e capacidade para produzir até 300 quilos de rapadura por mês.
Os produtos são vendidos em um trailer montado na beira da rodovia, a mesma onde os pais da empreendedora já mantiveram um restaurante.
Além das vendas locais, Melissa aposta nas redes sociais e em feiras para divulgar o negócio. Em breve, pretende levar seus produtos para o Chile e o Peru.
“Eu amo o que eu faço. Levo amor para as pessoas através do alimento e da nossa história. E quero que minha rapadura e meus chocolates cheguem ao mundo inteiro”, diz.
Cacau Raiz
🏢 BR 364, km 05, lote 15, gleba 19 – Ouro Preto do Oeste/RO
📞 (69) 99208-7843
🌐 cacauraiz.com
📷 instagram.com/cacauraiz
Targa Chocolates
🏢 Assentamento Palmares, gleba 02, lote 09 – Nova União/RO
📞 (69) 99324-1174
📧 selmatargafreitas@gmail.com
📷 instagram.com/targachocolate
Imposto de Renda 2025: 2º lote de restituição começa a ser pago nesta segunda; veja se vai receber
Serão contemplados mais de 6,5 milhões de contribuintes, com um crédito bancário total de R$ 11 bilhões. Receita Federal paga 2º lote de restituição do Imposto de Renda 2025
Os pagamentos do 2º lote de restituições do Imposto de Renda 2025 começam nesta segunda-feira (30). As informações foram divulgadas pela Receita Federal.
Ao todo, mais de 6,5 milhões de contribuintes serão contemplados, com um valor total de crédito de R$ 11 bilhões. O lote também inclui restituições residuais de exercícios anteriores.
Do total, aproximadamente R$ 1,8 bilhões serão destinados aos contribuintes prioritários. São eles:
148.090 idosos acima de 80 anos
1.044.585 contribuintes entre 60 e 79 anos
91.363 contribuintes com alguma deficiência física ou mental, ou moléstia grave
496.650 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
4.764.634 contribuintes que receberam prioridade por utilizarem a declaração pré-preenchida e optarem por receber a restituição via PIX.
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Veja o calendário da restituição do IR 2025
Os pagamentos das restituições do IRPF 2025 serão feitos em cinco lotes, segundo informações da Receita. O prazo para entrega das declarações começou em 17 de março.
Veja as datas dos pagamentos:
1º lote: 30 de maio
2º lote: 30 de junho
3º lote: 31 de julho
4º lote: 29 de agosto
5º lote: 30 de setembro
Como fazer a consulta?
Assim que a consulta estiver disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet e clicar na opção "Meu Imposto de Renda". Em seguida, basta clicar em "Consultar a Restituição".
A página oferece orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Caso identifique alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificá-la, corrigindo as informações.
A Receita Federal disponibiliza, também, aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
Em nota oficial, o Fisco afirma que "assume o compromisso de realizar pagamento de restituições apenas em conta bancária de titularidade do contribuinte". Assim, vale destacar que as rotinas de segurança da Receita impedem o pagamento caso ocorra erro nos dados bancários informados ou algum problema na conta de destino.
"Para não haver prejuízo ao contribuinte, a Receita oferece o serviço de reagendamento disponibilizado pelo Banco do Brasil pelo prazo de até um ano da primeira tentativa de crédito. Assim, o contribuinte poderá corrigir os dados bancários para uma conta de sua titularidade", afirma a nota.
Neste caso, o cidadão poderá reagendar o crédito dos valores pelo Portal BB, ou ligando para a Central de Relacionamento BB por meio dos telefones:
4004-0001 (capitais)
0800-729-0001 (demais localidades)
0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos)
Ao utilizar esse serviço o contribuinte deve informar o valor da restituição e o número do recibo da declaração. Depois, é só aguardar a nova tentativa de crédito. Caso o contribuinte não resgate sua restituição dentro do prazo, precisará fazer um requerimento pelo Portal e-CAC.
Malha fina
Ao realizar a consulta, o contribuinte também poderá saber se há alguma pendência em sua declaração que impeça o pagamento da restituição, ou seja, se ele caiu na chamada "malha fina".
Para saber se está na malha fina, os contribuintes também podem acessar o "extrato" do Imposto de Renda no site da Receita Federal no e-CAC (Centro Virtual de Atendimento).
Ao fazer o login, selecione a opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”. Na aba “Processamento”, escolha o item “Pendências de Malha”. Lá, você poderá verificar se sua declaração está na malha fina e verificar qual o motivo pelo qual ela foi retida.
Para acessar o extrato do IR, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.
As restituições de declarações que apresentam inconsistência (em situação de malha) são liberadas apenas após corrigidas pelo cidadão, ou após o contribuinte apresentar comprovação de que sua declaração está correta.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
Possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei n.º 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
Deseja atualizar bens no exterior.
imposto de renda 2025
Divulgação
CNPJ terá letras e números: quem será afetado? O que muda? Veja 10 perguntas e respostas
Novo modelo entra em vigor em julho de 2026 e valerá para novas inscrições, incluindo profissionais liberais; atuais CNPJs continuam válidos. CNPJ passará a ter letras e números; veja quem será afetado e o que muda
O Brasil passará a emitir CNPJs em um novo formato: além de números, a identificação das empresas também incluirá letras. A mudança, anunciada pela Receita Federal, faz parte do processo de modernização do sistema tributário nacional.
A intenção é ampliar a quantidade de combinações possíveis, evitando o esgotamento do formato atual (exclusivamente numérico) que já identifica cerca de 60 milhões de estabelecimentos.
A estrutura com 14 caracteres será mantida, mas passará a permitir a inclusão de letras entre os dígitos.
O novo modelo começará a ser adotado gradualmente a partir de julho de 2026, e será aplicado apenas a novas inscrições. Ou seja, empresas já existentes manterão seus CNPJs atuais, sem necessidade de substituição.
A seguir, o g1 esclarece as principais dúvidas sobre essa mudança.
O que é o CNPJ alfanumérico?
Por que isso está sendo feito?
Quando começa?
Quem vai receber CNPJ com letras?
O procedimento de inscrição do CNPJ vai mudar?
O que as empresas precisam fazer?
Empresas e profissionais já inscritos precisam fazer algo?
O que muda no cálculo do Dígito Verificador?
Qual a ligação com a reforma tributária?
Haverá algum custo para as empresas com essa mudança?
Receita começa a cancelar CNPJ de empresas que vendem cigarros eletrônicos
1. O que é o CNPJ alfanumérico?
É o novo modelo de identificação das pessoas jurídicas no Brasil. Em vez de utilizar apenas números, o novo CNPJ combinará letras (de A a Z) e números (de 0 a 9), mantendo o total de 14 caracteres.
A estrutura visual será semelhante à atual, mas com a inclusão de caracteres alfanuméricos. (confira no exemplo abaixo)
Sistema atual vs. nova tipologia
Receita Federal
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2. Por que isso está sendo feito?
De acordo com a Receita Federal, o número de combinações possíveis no modelo atual está próximo do limite.
Com o aumento no número de empresas e filiais, o órgão decidiu expandir o sistema para garantir sua viabilidade a longo prazo.
A inclusão de letras amplia significativamente a quantidade de combinações possíveis.
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3. Quando começa?
A emissão de CNPJs com letras começará em julho de 2026, de forma gradual.
Segundo a Receita, será elaborado um calendário para definir quais tipos de empresas ou atividades econômicas adotarão primeiro o novo formato.
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4. Quem vai receber CNPJ com letras?
Apenas novas inscrições a partir da data de início — como empresas recém-criadas, filiais, produtores rurais, condomínios e profissionais liberais — receberão o CNPJ com letras.
O formato atual, composto exclusivamente por números, continuará válido. Não será necessário nenhum procedimento adicional por parte dos contribuintes junto à Receita Federal ou aos órgãos estaduais e municipais.
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5. O procedimento de inscrição do CNPJ vai mudar?
Não. O processo para abertura de empresas e solicitação de CNPJ continuará o mesmo. A única diferença é que o número gerado poderá conter letras.
Segundo a Receita, a partir de julho do próximo ano, todos os sistemas estarão preparados e integrados à Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (REDESIM).
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6. O que as empresas precisam fazer?
Empresas e sistemas que lidam com emissão de notas fiscais ou controle tributário precisarão adaptar seus softwares, bancos de dados e rotinas internas.
Podem ocorrer falhas na emissão de documentos fiscais, dificuldades com fornecedores ou atrasos no cumprimento de obrigações tributárias. A recomendação é que as empresas se preparem com antecedência.
A Receita informou que disponibilizará ferramentas para facilitar essa atualização técnica.
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7. Empresas e profissionais já inscritos precisam fazer algo?
Não. Nenhuma ação será necessária junto a órgãos federais, estaduais ou municipais.
Os sistemas públicos serão atualizados para aceitar tanto o formato atual quanto o novo. A expectativa, segundo a Receita, é que essa adaptação ocorra de forma automática e transparente para as empresas.
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8. O que muda no cálculo do Dígito Verificador?
O Dígito Verificador (DV), número que aparece no final do CNPJ e serve para validar sua autenticidade, continuará sendo calculado pelo método do Módulo 11 — um tipo de verificação matemática —, agora adaptado para incluir letras no cálculo.
Cada caractere será convertido em um valor numérico com base na tabela ASCII, que atribui um número específico a cada símbolo, e dele será subtraído o valor 48.
Por exemplo: a letra A corresponde ao número 65 na tabela ASCII e, para o cálculo, será utilizado o valor 17 (que é o resultado de 65 menos 48).
A Receita Federal disponibilizará rotinas de cálculo em linguagens de programação populares para facilitar essa adaptação técnica.
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9. Qual a ligação com a reforma tributária?
O novo CNPJ faz parte do processo de modernização do sistema tributário.
A mudança prepara o caminho para a implementação de dois novos tributos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que visam unificar e simplificar diversos impostos atualmente em vigor.
Para isso, será necessário contar com sistemas mais modernos e integrados. O novo CNPJ alfanumérico contribui nesse processo ao ampliar a capacidade do sistema, facilitar a separação entre despesas pessoais e profissionais e automatizar processos como a recuperação de créditos tributários.
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10. Haverá algum custo para as empresas com essa mudança?
Sim. As empresas precisarão atualizar seus sistemas para reconhecer o novo CNPJ com letras e calcular corretamente o Dígito Verificador.
Essas adaptações podem gerar custos técnicos, especialmente em softwares de emissão de notas fiscais e bancos de dados.
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Receita federal
Crédito editorial: SERGIO V S RANGEL / Shutterstock
Entenda o que são nanoempreendedores
Milionários por engano? Erro técnico em loteria ilude milhares na Noruega
Falha na conversão da moeda fez com que apostadores recebessem mensagens com prêmios muito acima do real. CEO da loteria estatal Norsk Tipping renunciou após o caso. eurojackpot
Wikimedia/Domínio Público
Milhares de noruegueses acreditaram, por engano, terem se tornado milionários na última sexta-feira (27). A confusão aconteceu após eles receberem notificações da loteria estatal Norsk Tipping dizendo que ganharam prêmios superelevados.
Os envios, porém, foram resultado de um erro técnico grave da Norsk Tipping. Segundo a estatal, "milhares" de pessoas que ganharam prêmios na loteria europeia Eurojackpot foram notificadas com valores incorretos.
O jornal norueguês Verdens Gang informou que 19 mil pessoas receberam notificações por push e 13 mil por SMS com prêmios alterados — e que algumas delas podem ter recebido pelos dois canais.
De acordo com a loteria estatal, o erro ocorreu na conversão de centavos de euros para coroas norueguesas, o que fez com que os valores dos prêmios aparecessem "excessivamente altos". De acordo com reportagem da BBC, a quantia foi multiplicada por 100, em vez de dividida por 100.
O erro resultou na demissão da CEO da Norsk Tipping, Tonje Sagstuen, que pediu desculpas e renunciou ao cargo no dia seguinte.
Para o pagamento dos prêmios no país, a empresa estatal costuma receber os valores da Alemanha em euros. Em seguida, faz a conversão para a moeda local. Os valores corretos foram atualizados na noite de sábado e a empresa assegurou que nenhum pagamento incorreto foi realizado.
"Estou profundamente arrependida por termos decepcionado tantas pessoas e entendo que estejam com raiva de nós", disse Sagstuen em nota oficial, acrescentando que "a crítica é justificada" diante da "quebra de confiança".
Ela afirmou ter recebido várias mensagens de pessoas que já estavam fazendo planos para viajar, reformar a casa ou comprar um apartamento, diz reportagem da BBC.
"A essas pessoas só posso dizer: me desculpem! Mas entendo que isso seja um consolo muito pequeno", declarou.
Uma mulher, que estava no meio de uma reforma, relatou à emissora pública NRK ter recebido uma notificação dizendo que havia ganhado 1,2 milhão de coroas (aproximadamente US$ 119 mil ou £ 87 mil). Mas, no final, recebeu uma fração bem menor desse valor.
🔎 Para efeito de comparação, 1 milhão de coroas norueguesas equivale a cerca de R$ 543 mil, segundo o conversor de moedas do Banco Central do Brasil (BC).
O conselho da Norsk Tipping se reuniu no sábado com o Ministério da Cultura — órgão responsável pela administração da empresa — em uma reunião de emergência.
A norueguesa Marianne Myren Midtlyng, de 42 anos, relatou ao jornal Verdens Gang uma "montanha-russa" de emoções.
Ela pensou ter ganhado 980 mil coroas norueguesas após apostar — e vencer —com dos grupos. "Nós dançamos, choramos e pensamos que finalmente poderíamos pagar nossos empréstimos. Liguei para o meu pai e contei que havia ganhado na loteria. As lágrimas escorriam", disse.
Poucos minutos depois, no entanto, o texto no aplicativo foi atualizado, mostrando que ela havia ganhado apenas 97 coroas — duas vezes. "Passei de milionária a ter ganhado menos de 200 coroas. Foi como uma montanha-russa", desabafou.
A Ministra da Cultura e Igualdade da Noruega, Lubna Jaffery, declarou à emissora NRK que "erros como esse não deveriam acontecer", especialmente porque a Norsk Tipping detém o direito exclusivo de oferecer jogos no país.
"Esperamos que o conselho atue ativamente para melhorar os controles internos", concluiu.
Copom vê necessidade de juros mais altos por tempo maior do que o previsto
Bolsonaro mira relevância eleitoral em ato na Paulista
Inelegível, ex-presidente pediu maioria no Congresso e indicou que pretende manter influência sobre candidaturas e decisões estratégicas do PL nas eleições de 2026. Ato de Bolsonaro na Paulista busca manter militância aquecida
O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou o ato deste domingo (29) na avenida Paulista para mandar o recado de que ainda tem relevância eleitoral, em especial às vésperas da fase final do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) do qual é réu por tentativa de golpe de Estado.
Em seu discurso, Bolsonaro não se colocou como candidato à presidência da República — ele está inelegível por decisão do TSE — mas pediu votos para seus deputados e senadores. Por duas vezes, pediu que dessem a ele "50% da Câmara e 50% do Senado ".
Falando das cadeiras do Congresso, Bolsonaro afirmou que "quem assumir a liderança, vai mandar mais que o presidente do país".
Citou que, dessa forma, seria possível escolher "nosso" presidente da Câmara e do Senado, presidentes de comissões, diretores de agências reguladoras e até presidente e diretores do Banco a Central.
Bolsonaro estava ladeado por quatro governadores e parlamentares, todos de olho nas eleições de 2026.
Foto usada na contagem de pessoas no convocado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (29)
Reprodução/Monitor do Debate Político no Meio Digital & More in Common
Indefinição na disputa eleitoral
A fala de Bolsonaro se insere no contexto de uma possível condenação do STF por golpe de Estado que o afaste ainda mais da política eleitoral, em que ele é considerado uma carta fora do baralho para cargos eletivos.
Há ainda pressões de partidos aliados para que Bolsonaro escolha um nome para apoiar à presidência em 2026, o que significa reconhecer que seu nome não estará nas urnas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, preferido de aliados do ex-presidente, participou do evento com um discurso em defesa do governo Bolsonaro, de quem foi ministro. Tarcísio também recheou sua fala de ataques à gestão Lula.
Bolsonaro resiste a passar o bastão, além de querer conduzir o processo de escolha de candidatos do PL nos Estados.
Mas o ex-presidente deixou claro que sua prioridade segue sendo a força do nome Bolsonaro. Ele encerrou sua participação no evento abraçando seus três filhos políticos presentes ao evento — Jair Renan, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Para o ex-presidente, os únicos apoios garantidos são aos filhos.
Centro nacional de bioenergia celebra aprovação do aumento de etanol nos combustíveis: 'Conquista'
Decisão do CNPE, que eleva mistura de etanol na gasolina para 30% e de biodiesel no diesel para 15%, é comemorada por entidades sediadas em Sertãozinho (SP) e com impacto na economia regional. Com aumento da mistura de etanol, usinas projetam queda de R$ 0,11 no preço da gasolina
O Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br) e a CPL Bioenergia Ceise Br (Cadeia Produtiva Local da Bioenergia), ambas com sede em Sertãozinho (SP)— cidade que se destaca como um polo estratégico da bioenergia no Brasil — celebraram a aprovação de elevar o percentual de etanol na gasolina para 30% (E30) e de biodiesel no diesel para 15% (B15).
A medida foi anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na quarta-feira (25) e representa um marco para a cadeia de biocombustíveis. Para a região de Ribeirão Preto (SP), com forte presença de usinas sucroenergéticas, a decisão é vista como um passo fundamental para o avanço do setor.
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Na prática, a partir de 1º de agosto, o percentual de mistura do etanol na gasolina de 27% vai para 30% e, no caso do biodiesel, a elevação será de 14% para 15%.
"Essa decisão histórica reforça o posicionamento do Brasil na transição energética global e representa uma conquista importante para toda a cadeia produtiva de biocombustíveis, do produtor rural à indústria de base", destacam em nota conjunta Ceise Br e CPL Bioenergia.
O objetivo do CNPE com a aprovação da nova mistura é elevar o Brasil até a autossuficiência em petróleo e não depender da oscilação do mercado internacional, ainda mais agora com a escalada dos conflitos no Oriente Médio.
“O petróleo, com essas incertezas, fica toda hora variando o preço na bomba para o consumidor, então, mesmo que hoje a Petrobras consiga controlar isso, porque tem um ‘colchão’, a medida será muito importante para ela, para o Brasil e para o consumidor também”, afima Antônio Eduardo Tonielo Filho, diretor do Ceise Br.
Impacto na economia local e nacional
Neste caso, a região de Ribeirão Preto, com forte concentração de usinas sucroenergéticas e indústrias de base que fornecem equipamentos e tecnologia, tem muito a ganhar com a aprovação do E30 e B15.
A expectativa também é de retomada de investimentos e geração de novos empregos. Segundo as entidades, a medida impulsiona a autossuficiência energética do país, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e fortalecendo a economia nacional.
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Com o aumento da demanda por etanol e biodiesel, as usinas devem ser estimuladas a ampliar e modernizar a capacidade instalada, investindo em tecnologias de refino e processamento.
Isso pode gerar mais oportunidades para a indústria metalúrgica e de equipamentos de Sertãozinho e cidades vizinhas, que já são referências neste segmento.
Bomba de combustível em posto de Ribeirão Preto, SP gasolina etanol combustíveis
Reprodução/EPTV
Compromisso ambiental e benefícios ao consumidor
Além dos benefícios econômicos, a decisão é considerada um passo estratégico para a descarbonização da matriz de transporte brasileira, alinhada aos compromissos climáticos do Brasil para a COP30.
A priorização de combustíveis renováveis valoriza o potencial produtivo do setor e, de acordo com o Ceise Br, pode trazer ganhos ao consumidor, com a expectativa de redução de preços na bomba e a criação de novos postos de trabalho.
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Morango atrai produtores por ser resistente, graúdo e doce
A produção dos morangos Fênix uma variedade do fruto criado pela Embrapa, tem conquistado cada vez mais produtores em cidades do estado de São Paulo. Tendo com a sua característica a doçura, adaptabilidade, resistência e cor. Variedade de morango fênix desenvolvida pela Embrapa tem conquistado os produtores do fruto no interior de SP
Reprodução/TV TEM
A cidade de Jarinu (SP) encanta pela sua beleza natural e agora também pelo sabor. O município está entre as melhores do estado para o cultivo de morangos, graças ao clima ameno e por estar a uma altitude de quase 800 metros.
Os agricultores locais estão apostando tanto nas variedades tradicionais de morangos e também em uma novidade, a Fénix, um fruto criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Um dos produtores que têm investido no fruto é Rafael Maziero, que testou em uma parte da sua propriedade e percebeu a resistência da planta a pragas e, ainda, a atratividade pela sua cor avermelhada e sabor adocicado.
De acordo com Rafael, o morango tem conquistado o paladar dos visitantes e virou aposta entre os produtores da região, que contaram com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), durante a fase de testes. A técnica Geisla da Veiga Porfírio explica que o desenvolvimento ainda está sendo acompanhado de perto para avaliar o desempenho da planta em diferentes tipos de solo.
Em Jundiaí (SP), o produtor Ricardo Paulino, que há quase 50 anos com experiência no cultivo de morangos tradicionais trocou para investir em uma nova ideia, com o sistema “colha e pague”, ele explica que o ponto ideal da colheita não é só visual, mas também com o processo de amadurecimento completo, onde ele mede pelo nível de açúcar (os chamados graus Brix).
Veja a reportagem exibida no programa em 29/06/2025:
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Quermesses misturam religiosidade e cultura caipira
Fazenda separa tomates para compor a farofa da maior festa junina do Distrito de Pirajuí (SP). Produtor de tomate separa fruta para compor farofa de tradicional festa junina de Sarapuí (SP)
TV TEM/Reprodução
Em uma fazenda localizada em Bauru (SP), o tomate é uma fruta bastante cultivada e protegida por estufas, que ajudam a combater pragas e a enfrentar as variações do clima. Quando o meio do ano se aproxima, boa parte do plantio é separada para abastecer a maior quermesse rural do distrito de Pirajuí (SP).
A família separa mais de 40 quilos de tomate para compor um prato extremamente importante: uma farofa de frango assado, que é destaque da comemoração. A festa existe há mais de 90 anos, e já são nove décadas de uma receita que conquistou o paladar de toda a região, chegando a vender 150 frangos acompanhados pela iguaria.
Enquanto os preparos são realizados na cozinha do salão paroquial, os fiéis participam da missa em homenagem ao Santo Padroeiro.
Em um movimento de manifestação da fé e momento de agradecimento pelas conquistas, os fiéis pedem proteção e renovam a esperança em dias melhores, uma celebração que vai além da comida e da festa.
Veja a reportagem exibida no programa em 29/06/2025:
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Artesãos produzem peças que valorizam estilo sertanejo
Entre as tradições que a cultura caipira ainda mantém viva, o costume de fazer do couro de boi acessórios que fazem parte da moda do povo da roça, simples e elegante. Artesãos produzem peças que valorizam estilo sertanejo
TV TEM/Reprodução
Em frente ao espelho, a jornalista Hévelin Munhoz se prepara para mais um dia de trabalho. Apaixonada pelo universo sertanejo, ela coleciona chapéus e botas. Já são quase 50 itens, e todos personalizados.
Toda a coleção passou por um processo delicado para que os detalhes não fossem perdidos. Grande parte das botas que a jornalista tem foram feitas sob medida pela loja de Seu Domingos, em Palestina (SP), sendo referência em acessórios sertanejos há quatro décadas. Ao lado do filho, ele recebe encomendas de até 50 pares por mês. Um trabalho todo artesanal e tradicional.
Um outro artista da confecção de acessórios à base de couro é Rafael de Oliveira, que no quintal de casa, em Catanduva (SP), mantém uma selaria, onde cria cintos, cinturões, arreios e chapéus de couro cru. Tudo sob encomenda, com valores que podem variar entre R$ 150 e R$ 3,5 mil.
Além da paixão pela arte com couro, Rafael ainda consegue encontrar uma outra paixão: a de tocar e cantar uma moda caipira de viola, mantendo uma tradição que atravessa gerações e que ele busca manter viva.
Veja a reportagem exibida no programa em 29/06/2025:
Artesãos produzem peças que valorizam estilo sertanejo
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Vitrine do governo, obras do PAC têm restrições de recursos e paralisações
Cenário de restrições fiscais crescentes está relacionado com o arcabouço fiscal — regra que fixa um limite para as despesas públicas. Sem cortes de gastos obrigatórios, valores autorizados para investimentos estão cada vez mais comprimidas. As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, vitrine do governo federal para infraestrutura no país, sofrem com restrições de recursos e paralisações.
Os valores autorizados para serem gastos (dotações orçamentárias); o dinheiro reservado para as obras (empenhado); e os valores efetivamente pagos constam no Painel do Orçamento, do Ministério do Planejamento.
Obra do Canal do Fragoso, em Olinda, em novembro de 2024, integrante do PAC.
Reprodução/TV Globo
Para cumprir o arcabouço fiscal — que são as regras que fixa limite para as contas públicas — e as metas, a equipe econômica anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, envolvendo também emendas parlamentares.
🔎Essa foi a maior limitação inicial em cinco anos. Ao todo, os ministérios tiveram uma restrição de R$ 24,2 bilhões e isso inclui bloqueio e contingenciamento e atinge verba direta do PAC.
O restante (R$ 7,1 bilhões) foi cortados de emendas parlamentares.
De acordo com Mauricio Muniz Barretto, secretário especial do PAC da Casa Civil, os bloqueios não estão impedindo desembolsos ao PAC.
Ele admitiu, porém, que os investimentos são menores do que os valores aprovados pelo Congresso Nacional por conta das restrições orçamentárias.
"Está bloqueando e está cortando, mas não está prejudicando nada. Estou dizendo que não estamos deixando de pagar ninguém. Provavelmente algumas obras eu vou ter que ir em um ritmo menor. Eu estou empenhando dentro do limite que eu tenho, que é menor do que saiu do Congresso", disse Mauricio Muniz Barretto, da Casa Civil.
Pontos de atenção
➡️Se o governo já está encontrando dificuldades para realizar gastos neste ano, o cenário de restrições para os gastos públicos vai piorar em 2026 — marcado por eleições para deputados, senadores e presidente da República. A opinião é de economistas ouvidos pelo g1.
➡️E, em 2027, pode haver uma paralisia do Estado, sem espaço para investimentos, ações importantes do governo e até mesmo dinheiro para pagar despesas básicas, como água e luz dos ministérios, levando à uma mudança do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas.
🔎Além das restrições orçamentárias, o Tesouro Nacional tem informado que os valores pagos neste ano estão em ritmo mais lento por conta da demora na aprovação do orçamento de 2025, que aconteceu somente em março. A peça orçamentária foi sancionada em abril.
Restrições orçamentárias
A explicação para o cenário de restrições orçamentárias é que os investimentos do PAC estão dentro dos chamados gastos "discricionários" dos Ministérios, ou seja, das despesas livres (aquelas que o governo pode manejar).
🔎Ao mesmo tempo, os gastos obrigatórios, que têm regras específicas fixadas em leis, continuarão crescendo nos próximos anos — mesmo considerando o alívio trazido pelo pacote de cortes de gastos do fim de 2024.
🔎Como os gastos totais do governo não podem crescer acima de 2,5% ao ano (acima da inflação), norma do arcabouço fiscal, a previsão é que as despesas obrigatórias ocupem todo espaço dos gastos livres nos próximos anos.
Entre os gastos livres, cujo espaço cairá ano a ano, estão: investimentos em infraestrutura (PAC), alguns tipos de emendas parlamentares, verbas para a defesa agropecuária, bolsas do CNPq e da Capes, emissão de passaportes, fiscalização ambiental e do trabalho escravo, e o Farmácia Popular.
Obras paralisadas
Dados do governo federal e do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que o Programa de Aceleração do Crescimento também sofre com paralisações.
Os números nas duas esferas, entretanto, diferem.
➡️Para o TCU: o PAC conta com 6.754 obras, das quais 4.234 estariam paralisadas, ou seja, 63%.
➡️Para a Casa Civil do governo federal: o PAC tem 21.649 obras, das quais 1.225 estariam paralisadas, ou seja, 6%.
Segundo o secretário especial do PAC da Casa Civil, Mauricio Muniz Barretto, o número de obras incluídas no PAC é maior, na contabilidade do governo, pelo fato de que também são consideradas obras em "ação preparatória" e "licitação" por exemplo, enquanto o TCU considera somente empreendimentos já em andamento.
"Ele não pega todas as áreas do PAC, e ele pega de execução em diante. Ele não considera a partir de um determinado momento [...]. O recorte dele é menor, e só considera aquilo que tem ou que teve contrato. Se eu incluir uma obra, e ela nunca teve contrato, ele não leva ela em consideração. A obra pode ter um termo de compromisso, mas pode não ter contrato de licitação. É outro instrumento", afirmou Mauricio Muniz, da Casa Civil.
Ao mesmo tempo, disse o secretário, o TCU considera como "paralisadas" obras que foram interrompidas durante o governo Jair Bolsonaro, de 2019 a 2022, quando o PAC foi extinto, gerando divergência com os números do governo federal.
Barretto afirmou que esses empreendimentos foram considerados encerrados, pois não tinham mais contratos, mesmo pertencendo inicialmente ao PAC.
"Legalmente, na hora que encerrou o contrato no governo Bolsonaro e ele não prorrogou, não tem mais. O gestor não pode legalmente falar que vai aditivar o contrato. Terminou o contrato, ele não pode legalmente fazer. Tem de fazer outro", declarou Mauricio Muniz, da Casa Civil.
O secretário lembra que o governo Lula lançou em 2023 uma iniciativa, aprovada pelo Congresso Nacional, para retomar obras paralisadas em Saúde e Educação. Mas explicou que novos contratos de licitação cabem aos estados e municípios, local onde estão os empreendimentos nesta situação.
O TCU, por sua vez, informou que as diferenças entre os números apresentados pelo órgão e os dados divulgados pela Casa Civil não se tratam de inconsistências, mas sim de diferenças metodológicas e de critérios adotados para a análise e classificação das obras.
O painel de obras paralisadas do TCU considera todas as obras que, em algum momento, fizeram parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme as informações disponíveis nas bases de dados consultadas.
No entanto, é importante destacar que essas bases de dados não possuem indicação específica sobre quais obras pertencem ao Novo PAC, lançado recentemente pelo governo federal.
Além disso, o site oficial do Novo PAC não permite estabelecer uma correlação direta entre as obras selecionadas para o programa e as informações disponíveis nas bases de dados dos órgãos federais, o que contribui para as diferenças observadas.
"Independentemente do programa ao qual pertence, o TCU adota como critério considerar como paralisadas todas as obras que não foram entregues à sociedade. O monitoramento realizado pelo TCU abrange as obras a partir do início de sua execução, ou seja, quando há movimentação concreta no empreendimento. Esse critério difere da abordagem da Casa Civil, que, para fins de planejamento, considera diversas etapas para a execução de uma obra, incluindo ações preparatórias, licitações e outros processos preliminares", informou o TCU, por meio de nota.
Segundo o auditor-chefe da Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Urbana e Hídrica (AudUrbana) do Tribunal de Contas da União (TCU), a paralisação de obras representa um desperdício de recursos públicos.
Quanto às principais causas para esse volume expressivo de obras paralisadas, Amorim conta que o TCU ainda não tem um diagnóstico preciso, mas identifica que dificuldades orçamentárias e financeiras, além de problemas com planejamento e questões relacionadas às empresas que conduzem as obras, são alguns dos fatores que atrapalham o andamento das obras.
“Algumas (dificuldades) que acabam se destacando, na nossa percepção, seria as orçamentárias-financeiras, que é algo que acaba resultando invariavelmente na paralisação da obra, então você muitas vezes inicia a obra sem a garantia de ter os recursos e, diante de uma restrição fiscal ou contingenciamento, aquela obra deixa de receber o recurso e invariavelmente acaba paralisada”, disse Augusto de Amorim, do TCU.
As áreas em que mais há paralisação são saúde (4.141) e educação básica (3.912), de acordo com o painel Obras Paralisadas do TCU.
Obras paradas no PAC
Arte/ g1
Analistas opinam
De acordo com o economista Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria, as possíveis causas dos atrasos e paralisações é a "falta de governança dos investimentos", o que demanda processos não só planejamento como também programação e fiscalização dos projetos.
"A governança é uma estrutura que vai do planejamento, com base no qual você deveria estabelecer prioridades, aí você vai programar o que você vai fazer, depois você vai elaborar projetos, tem que assegurar a boa fiscalização e tem que fiscalizar isso tudo. O resultado é que as obras são falhas muitas vezes em todas essas fases", diz diz Claudio Frischtak.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destaca que saúde e educação são essenciais e onde os orçamentos são mais robustos.
"Isso mostra, de certo modo, que não faltam recursos para essas áreas, mas, sim, boa execução, avaliação e monitoramento das políticas públicas e prioridades adotadas em termos de obras e investimentos também", pondera Felipe Salto, da Warren Investimentos.
A presidente da Comissão Externa de Obras Inacabadas da Câmara dos Deputados, deputada Flávia Morais (PDT-GO), disse que em 2024 e 2025 foram feitas audiências públicas para entender o porquê da paralisação das obras. Ela reconhece que a situação é "impactante".
"Acredito que cabe uma avaliação criteriosa do Poder Executivo, com todos os órgãos envolvidos para reverter o quadro. Nós, como Parlamento, estamos fazendo nossa parte, aprovamos o Pacto rapidamente, que deu origem a Lei Federal n.º 14.719/23, e continuamos fiscalizando por meio de audiências públicas ou visitas técnicas nas obras, sempre ouvindo o TCU", afirmou a deputada.
Obra da Ferrovia Oeste-Leste, primeira anunciada no Novo PAC, é suspensa na Bahia
Padrão mínimo de transparência
Divulgado em dezembro do ano passado, um relatório da Transparência Internacional, organização sem fins lucrativos anticorrupção, e da CoST (Infrastructure Transparency Initiative) aponta que também pode ser observada falta de transparência nos gastos do PAC.
Para as entidades, as informações sobre obras e contratos do Novo PAC disponibilizadas pelo governo federal revelam que o programa não alcança padrões mínimos de transparência.
"A transparência atual dos investimentos do Novo PAC ficou com a nota 8,15 (de um total de 100 pontos) na avaliação seguindo critérios do guia Infraestrutura Aberta da Transparência Internacional – Brasil, elaborado justamente para analisar a disponibilização de informações sobre grandes obras de infraestrutura. Esta é a primeira rodada de avaliação do Novo PAC seguindo tais critérios, estabelecidos em 2023", informaram a Transparência Internacional e a CoST (Infrastructure Transparency Initiative).
➡️Segundo o documento, não foram disponibilizadas informações sobre as fases de planejamento, preliminar e riscos socioambientais, e a fase interna da licitação; sobre consultas prévias livres e informadas à população atingida; e sobre elementos específicos para concessões.
➡️Déficits significativos também foram encontrados na disponibilização de informações e documentos sobre a fase externa de licitação (nota 6,25, de 0 a 100) e sobre os contratos das obras (nota 11,11). A maior nota (50) foi sobre o cumprimento de diretrizes para publicação das informações.
➡️O estudo também concluiu que o Novo PAC atende a apenas 10% dos indicadores exigidos de acordo com padrão internacional — Open Contracting for Infrastructure Data Standard — endossado pelo G20, em 2019, no Compêndio de Boas Práticas para Promoção de Transparência e Integridade em Infraestrutura.
"Baixos níveis de transparência podem agravar os riscos à integridade e à eficiência do Novo PAC, em especial em um setor reconhecido pelos altos índices de fraude e corrupção. A transparência não apenas minimiza esses riscos, como também permite que a sociedade civil e comunidades impactadas pelas obras acompanhem e monitorem a execução do programa, promovendo uma gestão mais responsável e inclusiva do Novo PAC", avaliou Maria da Graça Prado, consultora em CoST International.
O que são terras raras e como a China as usa como arma estratégica
Domínio chinês sobre terras raras, essenciais para smartphones, carros elétricos e tecnologia militar, coloca país em situação de vantagem e expõe vulnerabilidades dos EUA e da União Europeia. China suspende exportação de terras raras para os Estados Unidos
O domínio da China sobre as chamadas terras raras (minerais essenciais para sistemas eletrônicos, automotivos e de defesa) colocou o país em posição de vantagem nas recentes negociações comerciais e tarifárias com os Estados Unidos, realizadas em Londres.
Responsável por mais de 60% da produção global e quase 90% do refino desses elementos, a China reforçou seu controle em abril ao limitar as exportações de sete tipos de terras raras e de ímãs permanentes.
As restrições, em parte uma resposta às elevadas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, expuseram a vulnerabilidade americana, já que o país possui capacidade limitada de refino. A interrupção nas cadeias de fornecimento afetou diretamente fábricas americanas.
A montadora Ford, por exemplo, anunciou a redução da produção de SUVs em Chicago. Já as fornecedoras de autopeças Aptiv e BorgWarner informaram que estão desenvolvendo motores com menor ou nenhuma dependência de terras raras, como forma de contornar as restrições.
O consultor automotivo Michael Dunne afirmou ao jornal "The New York Times" que as medidas da China podem até paralisar completamente a produção de veículos nos EUA.
China quer manter sua posição de vantagem
Uma pesquisa da Câmara de Comércio dos EUA na China revelou que 75% das empresas americanas estimam que seus estoques de terras raras se esgotarão em até três meses.
Empresários pressionaram Washington a negociar o fim das restrições. Em Londres, a China concordou em acelerar a aprovação de licenças de exportação, embora ainda haja um grande acúmulo de pedidos pendentes.
Não está claro, no entanto, se o acordo inclui o fornecimento para o setor militar dos EUA, que depende desses minerais para a produção de caças e sistemas de mísseis.
O uso estratégico das terras raras pela China como ferramenta geopolítica não é novidade. Em 2010, o país suspendeu as exportações para o Japão durante uma disputa territorial, provocando alta nos preços e ameaçando cadeias de suprimentos globais.
Gabriel Wildau, consultor da Teneo, alertou que o regime de licenciamento de exportações da China é permanente — não apenas uma resposta às tarifas de Trump — e que os cortes no fornecimento continuarão sendo uma ameaça constante.
Decisão da China também afeta a UE
Os EUA não são os únicos a enfrentar escassez de terras raras. A União Europeia depende da China para 98% de seus ímãs de terras raras, essenciais para a fabricação de componentes automotivos, aeronaves militares e equipamentos médicos de imagem.
A Associação Europeia de Fornecedores de Autopeças (Clepa) alertou, no início deste mês, que o setor enfrenta interrupções significativas devido às restrições impostas por Pequim, incluindo a paralisação de linhas de produção e fábricas em diversos países europeus. A entidade também prevê novos impactos nas próximas semanas.
O analista Alberto Prina Cerai, do Instituto de Estudos Políticos Internacionais (ISPI), na Itália, avalia que a União Europeia precisa “ganhar tempo” para reagir.
"Em termos de escala, não temos como alcançar a China", alerta Prina Cerai. "Eles têm uma cadeia de suprimentos integrada, da mina ao ímã, que é muito difícil de replicar." Renunciar completamente à China é, portanto, impensável no curto prazo, e a UE deveria "administrar essa interdependência com uma estratégia industrial coerente", opina.
Como parte da sua Lei de Matérias-Primas Críticas, a Comissão Europeia estabeleceu a meta de produzir 7 mil toneladas de ímãs dentro do bloco até 2030.
Diversos projetos de mineração, refino e reciclagem estão em andamento. Uma grande planta de processamento de terras raras deve ser inaugurada na Estônia no final de 2025, e outra instalação de grande porte está prevista para entrar em operação no sudoeste da França em 2026.
Após se reunir com seu colega de pasta chinês no início deste mês, o comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, classificou as restrições chinesas como “extremamente disruptivas” para os setores automotivo e industrial europeus.
Embora a China tenha proposto um canal para acelerar a aprovação de licenças de exportação para empresas da UE, especialistas alertam que o processo pode levar até 45 dias — tempo suficiente para causar gargalos críticos na produção.
Diante da dificuldade de contestar o domínio chinês no curto prazo, os líderes do G7, reunidos no Canadá em 15 de junho, definiram uma estratégia conjunta para mitigar riscos de escassez.
O grupo prometeu responder coletivamente a perturbações deliberadas no mercado e adotar medidas para diversificar a produção e o fornecimento global de terras raras.
Para Prina Cerai, do ISPI, o acesso a esses minerais será cada vez mais estratégico para o Ocidente, à medida que tecnologias avançadas se tornem mais difundidas e passem a ocupar um papel central na economia global.
Terras raras: os minerais cobiçados por Trump e tema da reunião com Zelensky
Quais seriam as outras opções?
Oito países concentram 98% das reservas conhecidas de terras raras no mundo.
A China lidera com 44 milhões de toneladas, seguida por Brasil, Índia e Austrália, que juntos somam pouco mais de 31 milhões de toneladas, segundo o Serviço Geológico dos EUA. Recentemente, cerca de 20 milhões de toneladas foram descobertas no Cazaquistão.
Alguns países, como EUA e Austrália, estão mais avançados na expansão de suas capacidades de produção e refino. Outros, como Brasil e Índia, ainda estão em estágios iniciais ou intermediários, com projetos que exigem de cinco a 10 anos, além de grandes investimentos.
🔎 O Brasil, com 21 milhões de toneladas, possui a segunda maior reserva mundial, mas sua produção ainda é incipiente, representando apenas 1% da produção global.
Especialistas apontam que o país tem potencial para ampliar essa participação, com universidades e centros de pesquisa capacitados para formar profissionais e desenvolver tecnologias ao longo da cadeia produtiva.
A Índia, apesar de deter a quinta maior reserva mundial (6,9 milhões de toneladas), também responde por menos de 1% da produção global. A principal limitação é a falta de capacidade de refino para preparar os minerais para aplicações de alta tecnologia.
O país, assim como outros, depende das exportações chinesas e foi diretamente afetado pelas restrições. Segundo a agência Reuters, o governo indiano ordenou que a mineradora estatal IREL interrompesse as exportações para priorizar o abastecimento interno.
Em 2023, a empresa destinou um terço das 2.900 toneladas extraídas ao Japão, por meio de uma parceria com uma empresa japonesa de processamento.
Outra possível fonte futura é a Groenlândia, apesar das condições climáticas adversas. EUA e União Europeia já assinaram acordos de cooperação com o território. Em 2023, o Projeto Tanbreez, no sul da ilha, foi classificado como o principal projeto de terras raras, com estimativa de 28,2 milhões de toneladas, segundo um serviço de dados da indústria de mineração.
A Reuters informou que o Exim Bank, agência de crédito à exportação dos EUA, está prestes a aprovar um empréstimo de até US$ 120 milhões para a empresa responsável pelo Tanbreez. Esse seria o primeiro investimento estrangeiro do governo Trump em um projeto de mineração.
O ex-presidente chegou a sugerir a compra da Groenlândia por razões estratégicas, proposta rejeitada pela Dinamarca, à qual o território pertence. Já a União Europeia identificou que 25 dos 34 minerais listados como críticos em sua política de matérias-primas estão presentes na Groenlândia.
Mas, até que cadeias de fornecimento alternativas de terras raras sejam significativamente ampliadas, a China continuará a usar esse recurso crítico como uma poderosa arma geopolítica, mantendo as indústrias e nações globais sob seu controle.
As terras raras são minerais compõem um grupo de 17 elementos químicos encontrados na natureza,
Reprodução/Jornal Nacional
Motos elétricas: novo crédito para motoboys pode alavancar o mercado no Brasil?
Lula prometeu um novo programa focado em entregadores. Em 2025, foram emplacadas apenas 4.803 unidades, o equivalente a 0,5% das 849.946 motocicletas zero quilômetro vendidas. Motos elétricas são vendidas no Brasil, mas número ainda é baixo.
Arte/g1
No último final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu um programa de crédito voltado à compra de motocicletas elétricas. O foco está no entregador de aplicativo.
"Vou abrir uma linha de crédito para financiar moto elétrica para os entregadores de alimentos neste país", comentou o presidente.
Antes, Lula havia mencionado a criação de uma linha de crédito para os entregadores, mas sem esclarecer se o benefício seria destinado a modelos a combustão, elétricos ou híbridos. O projeto ainda não saiu da promessa.
"Estamos trabalhando com muito afinco um programa de crédito para financiar motocicletas para os entregadores de comida deste país. Temos que cuidar não apenas da questão do crédito, pra ele comprar uma moto, mas também de garantir que ele tenha um lugar pra que possa fazer as necessidades básicas dele," disse Lula no começo de junho.
Um programa para motos elétricas pode acelerar um mercado que anda em marcha lenta, quase parando.
Em volume, foram emplacadas 4.803 unidades em 2025. Elas representam apenas 0,5% das 849.946 motocicletas zero quilômetro vendidas entre janeiro e maio deste ano, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
No mesmo período, o mercado de carros totalmente elétricos registrou 24.495 emplacamentos, correspondendo a 3,4% de todas as vendas de automóveis de passeio no Brasil. O número é seis vezes maior que a participação das motos movidas a bateria.
São muitos fatores que explicam essa deficiência do mercado de motos elétricas. Milad Kalume Neto, especialista do setor e consultor automotivo independente, destaca que a ausência de grandes marcas é um deles.
“As 15 motos elétricas listadas pela Fenabrave não possuem nenhuma representante das duas principais marcas tradicionais, Honda e Yamaha, que juntas possuem mais de 80% da participação do mercado”, diz Kalume Neto.
Carlos Augusto Serra Roma, membro do conselho diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e CEO da Riba Brasil, destaca que a presença de modelos exclusivamente elétricos ainda é insignificante em uma frota de mais de 35 milhões de motos no país.
“Umas 10 mil, no máximo, são 100% elétricas”, comenta.
Moto elétrica anda menos e é cara
Outros dois fatores ajudam a explicar a baixa adesão: o preço e a autonomia. A Watts W160S é uma moto elétrica equipada com motor de 10.000 watts, correspondendo a 13,5 cavalos de potência em um motor a combustão.
A Honda CG 160, por exemplo, entrega 14,4 cavalos de potência e tem preço inicial de R$ 16.440. Já a Watts W160S parte de R$ 19.311, o que a torna 17,4% mais cara do que sua equivalente à combustão.
Em autonomia, o tanque da CG 160 comporta 14 litros e, segundo o Instituto Mauá, seu consumo médio é de 45,9 km/l, permitindo percorrer até 642,6 quilômetros. Em comparação, a Watts W160S oferece autonomia de até 100 km por carga, desde que a velocidade não ultrapasse os 60 km/h.
Enquanto a moto a combustão precisa ser abastecida uma vez, a versão elétrica teria que ser recarregada mais de seis vezes para percorrer a mesma distância. Além disso, a recarga da Watts W160S pode levar até quatro horas na tomada.
Para a Watts, existem outros problemas que dificultam a adoção maior das motos elétricas. Falta de conhecimento do consumidor e carga tributária estão na lista apontada pela fabricante.
"Ainda existem desafios importantes a serem superados, como os altos custos logísticos e a morosidade operacionais na produção nacional, falta de infraestrutura de recarga da moto em todo país, uma carga tributária desfavorável aos veículos elétricos e a necessidade de ampliar o conhecimento do consumidor sobre essa tecnologia", comentou Rodrigo Gomes, diretor comercial da Watts.
Para driblar os problemas de baixa autonomia e alto custo de aquisição, algumas empresas optaram por não vender as motocicletas, mas sim oferecê-las por meio de aluguel, incluindo um serviço de troca de baterias em estações distribuídas pela cidade.
As baterias desses modelos são menores, com autonomia de aproximadamente 65 km. No entanto, essa capacidade reduzida visa permitir recargas mais rápidas nas estações de troca. Duas marcas se destacam nesse modelo de negócio: Riba e Vammo.
A Riba possui 100 estações distribuídas pela região metropolitana de São Paulo (SP), Belém (PA) e outras cidades menores. Já a Vammo opera cerca de 140 pontos, concentrados em São Paulo (SP) e municípios vizinhos, como Barueri (SP), Guarulhos (SP), Mauá (SP), Ribeirão Pires (SP).
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Brasil só monta as motos elétricas
Toda a frota de motos elétricas no Brasil é composta por modelos importados ou montados localmente por meio do sistema CKD. Nesse modelo, todas as peças do veículo chegam prontas do exterior, são montadas no país e, em seguida, comercializadas — seja para venda ou aluguel.
Kalume Neto acredita que a baixa demanda ainda inviabiliza a produção local além da montagem básica, especialmente no caso das baterias.
“Observe que todo o mercado de motos elétricas tem uma projeção inferior a 12 mil unidades para o Brasil em 2025. É muito pouco para se pensar em ter produção local”, aponta.
“Para este fim deveríamos ter no mínimo uma produção de 50 mil unidades de uma mesma bateria e ainda sim correríamos riscos pelo baixo volume.”
Entre as empresas que atuam nesse segmento, destacam-se Amazon Motors, DVS, Watts e Shineray. Duas que apostaram na fabricação local, Voltz e Origem, acabaram fechando as portas.
Não é difícil escalonar a fabricação das elétricas
Em entrevista ao g1, Shineray e Watts informaram que todas as motocicletas elétricas vendidas por ambas são produzidas no Brasil — a primeira em Suape (PE) e a segunda em Manaus (AM) — seguindo o modelo CKD.
Wendel Lazko, gerente-geral de negócios da Shineray, destaca que atualmente a unidade produz 128 mil motocicletas e que já existem planos em andamento para ampliar essa capacidade.
“Vamos quadruplicar a capacidade fabril e esse incremento já estava planejado mesmo antes do anúncio do presidente. O aumento na capacidade envolve não somente os modelos a combustão, mas também os 100% elétricos”, comenta Wendel.
O plano de expansão foi anunciado em 2024, com um investimento de R$ 75 milhões, que permitirá aumentar a área da fábrica em Suape de 50 mil para 77 mil metros quadrados.
A Watts também destacou a facilidade para ampliar a produção de motocicletas em Manaus (AM), indicando que pode haver expansão do espaço físico e até a inclusão de um novo turno de trabalho.
"A Watts possui infraestrutura e flexibilidade para expandir rapidamente sua capacidade produtiva. A fábrica em Manaus é modular e pode operar em vários turnos, o que nos permite acompanhar com agilidade o aumento da demanda", comenta Gomes, diretor comercial da Watts.
O prazo estimado para essa ampliação na linha de montagem é de seis meses.
As empresas Vammo e Riba importam o mesmo modelo chinês, que é adaptado com características exclusivas por cada marca.
“São mudanças como outras controladoras, outros materiais mais nobres para suportar maior potência do motor, que esquenta mais e você precisa refrigerar. A gente recalibra, como colocando o torque máximo de forma instantânea, ou garantindo mais força assim que a moto detecta certa inclinação”, comenta Carlos Augusto Serra Roma, da Riba.
A Riba pretende iniciar a produção nacional em CKD até o fim deste ano. Segundo o executivo, como o setor já monta motocicletas no Brasil ou importa os veículos prontos para venda, será fácil aumentar a produção caso a demanda cresça com a implementação do programa de crédito anunciado por Lula.
“Se eu falo que quero passar de uma produção de 200 para 2 mil unidades, o exportador na China produz meus kits CKD em 45 dias. Se tiver a demanda, podemos aumentar ainda mais", diz o executivo.
Serra Roma acrescenta que essa situação não é exclusiva da marca que representa, mas reflete a realidade de todo o setor de motocicletas elétricas. “Isso não é um problema, porque há espaço de sobra. Todos conseguirão atender à demanda”, afirma.
Riba e Vammo também não estão restritas apenas ao modelo de aluguel de motos elétricas. “Não descartamos outras linhas de negócio, como a possibilidade de um programa de rent to own”, afirma Billy Blaustein, cofundador e diretor de operações da Vammo.
Nesse modelo, o cliente continua pagando o aluguel, mas tem a opção de adquirir o veículo durante o período de uso.
"Se essa iniciativa do governo decolar mesmo, vou rever meus planos. De abrir lojas para o consumidor final e até fabricar para terceiros", revela Serra Roma, da Riba.
A Watts também se mostrou otimista com a proposta do governo, considerando a iniciativa fundamental para o desenvolvimento do setor.
"Uma linha de crédito específica para profissionais como entregadores e mototaxistas pode ser o impulso necessário para acelerar de forma significativa a adoção das motos elétricas no país", diz Gomes, da Watts.
"Porém, entendo que a linha de crédito deveria se estender a todos os usuários de motocicletas que desejam optar por motos elétricas. Os benefícios com a ampliação a todos seriam ainda mais expressivos e ajudaria a acelerar a eletrificação da frota", complementa.
Comparativo de scooters: Shineray Urban encara a Honda ADV
Megapacote de cortes de impostos de Trump avança no Senado dos EUA
O megaprojeto estenderia os cortes de impostos de 2017, reduziria outros tributos e aumentaria os gastos com defesa e segurança nas fronteiras. Donald Trump em pronunciamento na Casa Branca
Carlos Barria/Reuters
O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos republicanos, avançou no sábado à noite com o amplo projeto de lei de cortes de impostos e gastos do presidente Donald Trump, em uma votação processual crucial — aumentando as chances de que os parlamentares consigam aprovar seu “grande e belo projeto de lei” nos próximos dias.
A medida, principal prioridade legislativa de Trump, superou seu primeiro obstáculo processual por 51 votos a 49, com dois senadores republicanos votando contra.
Trump comemorou nas redes sociais a "grande vitória" por seu "grande, lindo e maravilhoso projeto de lei."
O resultado veio após várias horas de negociações, enquanto líderes republicanos e o vice-presidente JD Vance tentavam convencer os últimos indecisos em uma série de reuniões a portas fechadas.
A votação processual — que abre o debate sobre o megaprojeto de 940 páginas, focado nas principais prioridades de Trump em imigração, fronteiras, cortes de impostos e defesa militar — começou após horas de atraso.
Ela permaneceu aberta por mais de três horas de impasse, enquanto três senadores republicanos — Thom Tillis, Ron Johnson e Rand Paul — se juntaram aos democratas para se opor à legislação. Outros três — Rick Scott, Mike Lee e Cynthia Lummis — negociaram com a liderança republicana até tarde da noite em busca de cortes de gastos mais profundos.
No fim, o senador de Wisconsin, Ron Johnson, mudou seu voto de “não” para “sim”, restando apenas Rand Paul e Thom Tillis como votos republicanos contrários.
Segundo um alto funcionário da Casa Branca, Trump acompanhava a votação do Salão Oval até tarde da noite.
O megaprojeto estenderia os cortes de impostos de 2017 — principal conquista legislativa do primeiro mandato de Trump —, reduziria outros tributos e aumentaria os gastos com defesa e segurança nas fronteiras.
Analistas independentes estimam que uma versão do projeto de Trump acrescentaria trilhões à dívida pública dos EUA, atualmente em US$ 36,2 trilhões.
Os democratas se opõem fortemente ao projeto, alegando que os cortes de impostos beneficiariam desproporcionalmente os mais ricos, em detrimento de programas sociais dos quais os americanos de baixa renda dependem.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, exigiu que o projeto fosse lido em voz alta antes que o debate começasse, acusando os republicanos de tentar aprovar um projeto radical às pressas:
“Se os republicanos do Senado não querem dizer ao povo americano o que está nesse projeto, então os democratas vão obrigar esta casa a lê-lo do começo ao fim”, declarou o senador por Nova York.
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Mega-Sena, concurso 2881: prêmio acumula e vai a R$ 52 milhões
Sorteio foi realizado neste sábado (28) e 61 apostas ganharam R$ 53 mil cada. Prêmio estimado para o próximo concurso, em 1º de julho, é de R$ 52 milhões. G1 | Loterias - Mega-Sena 2881
O sorteio do concurso 2.881 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (28), em São Paulo. O prêmio para a aposta que acertasse as seis dezenas era de aproximadamente R$ 44,7 milhões.
Ninguém acertou as seis dezenas e o prêmio estimado para o próximo concurso, em 1º de julho, foi para R$ 52 milhões.
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Veja os números sorteados: 11 - 16 - 35 - 39 - 13 - 34
Resultado da Mega-Sena de sábado (28)
Reprodução
Entre os ganhadores do concurso da Mega-Sena deste sábado (28), 61 apostas acertaram cinco dezenas e levaram, cada uma, o prêmio de R$ 53.142,41. A maioria das apostas foi simples, e apenas duas foram feitas por meio de bolões.
As apostas vencedoras foram registradas em diversas cidades do país, incluindo Maceió (AL); Salvador (BA); Brasília (DF); Iúna, Serra e Vila Velha (ES); Piracanjuba (GO); Belo Horizonte, Itabira, Santana do Paraíso e Taquaraçu de Minas (MG); Ananindeua, Belém e Marabá (PA); Campina Grande (PB); Gravatá e Recife (PE); União (PI); Colombo, Francisco Beltrão, Mallet, Maringá e Pitanga (PR); Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo e São João de Meriti (RJ); Caçador, Canoinhas, Florianópolis e Rio do Sul (SC); Cajamar, Campinas, Carapicuíba, Chavantes, Guarulhos — bolão —, Jandira, Matão, Monte Mor, Osasco, Pereira Barreto, Poá, São Caetano do Sul, São Paulo — bolão —, e Sertãozinho (SP); e Santa Fé do Araguaia (TO).
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (1º).
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
O golpe milionário da 'vaca virtual' que está abalando o Uruguai, um dos maiores produtores de gado do mundo
Milhares de investidores apostaram suas economias no que acreditavam ser uma operação de engorda de gado no Uruguai. Mas a realidade era bem diferente. O Uruguai tem 11,3 milhões de vacas e 3,4 milhões de habitantes, o que faz dele o país com mais cabeças de gado per capita do mundo
AFP/Getty Images
Um empresário importante comete suicídio, centenas de milhões de dólares desaparecem, e milhares de supostas vacas nunca existiram — este é um dos maiores golpes que o Uruguai já teve.
"Vamos engordar suas economias. Invista no negócio mais seguro da história", proclamava a Conexión Ganadera, empresa pioneira em fundos de investimento pecuário no país sul-americano, onde há dez vacas para cada três pessoas.
Mas o que prometia ser um negócio tranquilo acabou se revelando um esquema Ponzi, um esquema de pirâmide que está sendo investigado por suposta lavagem de dinheiro em grande escala.
O escândalo aconteceu no país com mais cabeças de gado per capita do mundo, e expôs as deficiências de um sistema de identificação de animais que o Uruguai se gabava de ser único no planeta.
Como a situação chegou a esse ponto? A seguir, contamos o que aconteceu.
A gênese da fraude
A Conexión Ganadera nasceu em 1999.
A empresa captava fundos de investidores — sobretudo locais e argentinos — com a promessa de servir de elo com os produtores rurais.
O investidor entrava com o dinheiro, a Conexión Ganadera comprava o equivalente em vacas, e as emprestava temporariamente a um produtor para engordá-las.
Em troca, o investidor — que não precisava ter nenhum conhecimento agropecuário — recebia uma porcentagem fixa de rendimento.
No início, eles ofereciam mais de 20% ao ano em dólares. Mais recentemente, as taxas variavam de 7% a 11% ao ano em moeda americana, dependendo do valor do investimento e do prazo.
A produção pecuária no Uruguai é parte da essência do país desde antes de se tornar um Estado independente
Reuters
Após um certo tempo, o animal crescia o suficiente para ser vendido — por um preço muito superior ao que havia sido pago —, de modo que o produtor agropecuário obtinha uma margem substancial para pagar o aluguel da terra, insumos, custos de mão de obra e outras despesas, e manter seu lucro.
Ou pelo menos era isso que diziam.
"A vaca sempre teve a nobreza de produzir o suficiente para que o investidor não perdesse com esse sistema", afirmou Pablo Carrasco, um dos proprietários da empresa, em uma apresentação para clientes em 2023.
"É uma situação em que todos saem ganhando, e 24 anos é tempo suficiente para ter certeza disso."
Até então, a empresa sempre havia efetuado seus pagamentos.
Mas não demorou muito para que o desfalque fosse exposto, e se descobrisse que não havia a quantidade de gado que eles supostamente deveriam ter.
Eles chegaram a comprar os gados? Se compraram, onde foram parar? A Justiça uruguaia está investigando.
Um esquema Ponzi
No início de 2025, a Conexión Ganadera anunciou que não seria capaz de arcar com o pagamento de seus 4,3 mil clientes com investimentos da ordem de 400 milhões de dólares (mais de R$ 2 bilhões), pois tinha apenas 150 milhões de dólares (R$ 820 milhões) em ativos.
Um contador contratado pela empresa para estudar sua situação financeira disse publicamente que "sem ter começado como um esquema Ponzi, terminou como um esquema Ponzi".
Ou seja, na visão dele, a empresa começou como um negócio legítimo que depois sustentou suas perdas captando novos fundos para pagar os investidores mais antigos.
"A única maneira de manter isso era fazer com que mais gente desse dinheiro para pagar os juros, para que o esquema não entrasse em colapso", explica o advogado Leonardo Costa, um dos litigantes, à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.
Isso aconteceu poucos meses depois que duas outras empresas do mesmo setor anunciaram a interrupção dos pagamentos, e deixaram milhares de pequenos investidores sem seu dinheiro, totalizando cerca de 100 milhões de dólares.
A maior parte do gado no Uruguai é criado ao ar livre e alimentado em pastagens
AFP/Getty Images
Após o colapso destas empresas, um dos proprietários da Conexión Ganadera, Gustavo Basso, decidiu acelerar a 211 quilômetros por hora enquanto dirigia seu Tesla em uma rodovia uruguaia, e colidiu com máquinas rodoviárias no acostamento.
Ele morreu na hora. Os computadores e as câmeras do carro foram analisados, e um promotor determinou que foi um "ato voluntário".
Quando seu sócio, Pablo Carrasco, teve que explicar aos investidores por que não havia devolvido o dinheiro deles, ele disse que não sabia o que estava acontecendo na empresa, que só cuidava da parte de pecuária, e que o homem por trás do esquema era Basso.
Basso não podia mais se defender.
'Um encantador de serpentes'
Martín Fablet, de 62 anos, começou a investir parte de suas economias na Conexión Ganadera em 2011.
Além de empresário, Fablet é uma personalidade do rádio e da televisão no Uruguai. Um colega jornalista agropecuário da AM Sarandí apresentou a ele o investimento, e o levou até Basso.
"Ele era um encantador de serpentes", diz ele agora, sem muita esperança de recuperar os 270 mil dólares (R$ 1,5 milhão) que investiu no que ele pensava serem vacas.
Ao longo destes anos, Fablet teve dúvidas sobre o negócio. Os valores de rentabilidade que ele estava recebendo não batiam.
"Não pode ser que dê tanto dinheiro, porque tenho amigos que têm terras, e não recebem essa quantia", ele dizia ao cofundador da Conexión Ganadera.
Embora a atividade pecuária esteja bem consolidada no Uruguai, os produtores locais afirmam que a rentabilidade do setor não ultrapassa 3,5% ao ano em dólares
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Fontes do setor diziam que não chegavam nem à metade da rentabilidade oferecida pela sociedade Basso-Carrasco.
Fablet teve vários encontros com Basso, e manifestou sua desconfiança, chegando a se reunir com ele e com os contadores que levou para explicar como conseguiam obter margens de lucro tão altas, mas o empresário do setor agropecuário sempre dava um jeito de convencê-lo de que, com seu modelo de negócios, era possível.
O sistema de rastreamento
Um dos pilares sobre os quais o golpe foi construído foi o sistema de rastreamento do gado uruguaio.
O país sul-americano se orgulha há anos de ter implementado um método que permite rastrear o paradeiro de cada uma de suas vacas, desde o nascimento até o prato onde é servida na forma de bife.
Uma das orelhas da vaca é marcada com uma tag analógica, e a outra com uma tag digital, ambas codificadas para identificar de qual vaca se trata.
Todas as vacas no Uruguai devem ser identificadas com tags nas orelhas
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Isso complementa a identificação com a marcação a fogo e documentos de propriedade.
Para os investidores desses fundos pecuários, esse código era a certeza de que uma vaca estava registrada em seu nome no Ministério da Pecuária.
No entanto, a investigação judicial constatou que, em muitos casos, essas vacas não existiam.
"Era gado virtual, não existia", diz Felipe Caorsi, consultor financeiro uruguaio que investigou esses fundos.
O país sul-americano se vangloriou durante anos de ter um sistema que permitia até mesmo que os consumidores escaneassem um QR Code e descobrissem onde o animal havia sido criado até chegar ao frigorífico
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Talvez nunca tenham sido comprados, talvez tenham existido, mas já tenham sido abatidos, ou talvez tenham acabado em um dos muitos carregamentos de gado vivo que Basso enviou para a Turquia, disseram à BBC News Mundo fontes ligadas ao caso.
A investigação judicial encontrou dispositivos de identificação — que deveriam estar nas orelhas do gado — armazenados em caixas.
E o sistema de rastreamento milimétrico do gado acabou se baseando em declarações juramentadas que podiam ser falsificadas para fazer com que as pessoas acreditassem que havia vacas onde não havia.
"Quando você ia ao Ministério da Pecuária para ver onde estava seu gado, dos 500 animais que você tinha, aparecia que você tinha 200. 'Ei, Gustavo, eu tenho 200 animais, e os 500? Ah, não, houve uma mudança, deixa eu ver". E no dia seguinte você acessava o site do Ministério da Pecuária, e os 500 animais estavam lá. Não sei que jogada ele estava fazendo", contou Fablet à BBC News Mundo.
O método Conexión Ganadera
A Conexión Ganadera havia conquistado uma grande reputação no mercado uruguaio.
Pablo Carrasco era o rosto mais conhecido. Durante anos, ele participou de um prestigiado programa jornalístico de rádio no qual debatia política e sociedade, ao mesmo tempo em que se apresentava como um empresário bem-sucedido com projetos ambiciosos.
"Os papéis eram bem separados. Carrasco era a imagem, o personagem que tornava o produto vendável. Gustavo Basso captava dinheiro", diz Caorsi.
Políticos conhecidos, profissionais e até sacerdotes acreditaram neles, e investiram suas economias no esquema.
Além das tags e dos documentos de propriedade, uma marcação a fogo com um desenho exclusivo para cada proprietário mostra quem é o dono de cada vaca
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"As pessoas confiavam neles como se estivessem dando dinheiro a um banco. Elas diziam: 'Depositei meu dinheiro'", explica Nicolás Ghizzo, advogado de um grupo de vítimas.
E o negócio cresceu tanto que outros imitaram o modelo, embora não fosse possível pagar o que era prometido.
Isso apesar de a pecuária tradicional no país ter sido financiada com capital próprio, sistema bancário e fornecedores, e não com fundos pecuários, explica Rafael Ferber, presidente da Associação Rural do Uruguai, à BBC News Mundo.
Tanto a Conexión Ganadera quanto os demais fundos de investimento do setor não eram controlados pelo Banco Central do Uruguai porque, após uma advertência do órgão regulador, eles modificaram os contratos para que parecesse não um investimento financeiro — mas, sim, produtivo.
Onde está o dinheiro?
Dos investimentos recebidos, uma alta porcentagem não era destinada à compra de gado, conforme estipulado nos contratos, mas desviada para outros fins, de acordo com a investigação do Ministério Público.
"A maioria dos investidores, de 70% a 75%, não possui um único animal", afirma Juan Pablo Decia, outro advogado que representa um grupo de vítimas.
De acordo com Caorsi, Basso desviou fundos da Conexión Ganadera para investimentos pessoais, como um frigorífico, empréstimos para outro frigorífico, compra de terras, carros de luxo, investimentos imobiliários e contas bancárias no exterior.
"Há dinheiro aparentemente no exterior que também pertenceria aos investidores, e que não teria sido contemplado no valor inicial (de ativos)", afirma o advogado autor da denúncia, Ignacio Durán.
"Quando protocolamos a extensão da denúncia, fornecemos informações sobre uma conta em um paraíso fiscal, em Andorra", acrescenta.
Uma alta porcentagem das vacas que a Conexión Ganadera tinha não eram marcadas
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"Existem cerca de 30 empresas satélite. Foi o que o Ministério Público informou aos advogados das vítimas", diz Santiago Alonso, outro advogado que apresentou acusações contra os empresários.
Caorsi alega que existiam contratos de investimento apócrifos. "Fomos procurar as pessoas e descobrimos que algumas sabiam e haviam dado seus nomes para o contrato; em outros casos, eram pessoas que não sabiam que seus nomes estavam lá", diz ele.
Ele acrescenta, portanto, que o número de vítimas não seria de 4,3 mil, como a Conexión Ganadera havia comunicado inicialmente — mas, sim, metade, totalizando 220 milhões de dólares.
Será que as vítimas vão conseguir recuperar parte do dinheiro? No momento, isso é incerto.
"Conversando com outras pessoas, vejo que estão devastadas. E sei que, quando falam com os advogados, elas dizem: 'Se vocês não conseguirem meu dinheiro, vou ter que me suicidar'. Me dá medo", diz Fablet.
Restaurante em Moscou lança Labubu comestível
Débitos indevidos: queixas de clientes dispararam após 2020, e bancos atribuem a mudança de norma do BC
Dados de plataformas de proteção ao consumidor registraram aumento no número de reclamações por cobranças indevidas. Segundo a Febraban, a regra que autorizou uma instituição financeira a fazer descontos na conta de um cliente de outro banco 'gerou essa externalidade'. Banco Central do Brasil (BC).
Adriano Machado/ Reuters
Serviços de proteção ao consumidor registraram uma disparada nas queixas de clientes de bancos sobre débitos indevidos em suas contas após 2020. Segundo o diretor executivo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva, uma mudança em uma norma do Banco Central (BC) pode estar por trás do aumento das reclamações.
A resolução 4.790/2020 permitiu que uma instituição financeira solicitasse inclusão de débito automático na conta de um cliente de outro banco. Antes dessa regra, cada banco só podia incluir débitos automáticos nas contas de seus próprios clientes e era obrigado a ter a autorização deles para isso.
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Após a norma, se tornou possível fazer a compensação entre bancos. Já a obrigação de ter autorização do cliente para o desconto passou a ser da outra instituição financeira, chamada de destinatária, e não do banco no qual a pessoa tem a conta.
“O banco, que apenas executa o débito, não pode pedir uma nova autorização. Pela regra [do Banco Central], ele nem deveria”, justifica Oliva.
A instituição também não pode se negar a cadastrar um débito automático na conta do seu cliente, quando isso é solicitado por outra instituição regulada pelo Banco Central, segundo Oliva.
Dados de duas plataformas da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) -- Consumidor.gov.br e ProConsumidor -- confirmam que, depois 2020, aumentou o número de reclamações por cobrança de serviço ou produto não reconhecido, não contratado ou não solicitado. As empresas reclamadas são bancos, financeiras e administradoras de cartão.
'Desgaste fica com o banco'
Conforme o diretor executivo da Febraban, a regra do Banco Central facilitou transações e melhorou a integração entre os bancos, mas acabou gerando o que ele classificou como uma “externalidade”, ou seja, um efeito colateral que afeta os bancos, sem que estes sejam diretamente responsáveis pelo problema.
Um desses efeitos, na avaliação de Oliva, é o aumento da demanda judicial para as instituições financeiras representadas pela Febraban. “O desgaste fica com o banco que lançou o débito, que é a instituição que a pessoa tem a relação”, disse o diretor.
O g1 mostrou casos em que a autorização para fazer o débito automático não é comprovada pelas instituições financeiras. Algumas delas chegam a apresentar à Justiça contratos sem assinatura ou com dados de homônimos.
Ao g1, o Banco Central respondeu que os detentores das contas a serem debitadas e as instituições que vão receber o valor debitado são clientes do mesmo banco. Portanto, este deve adotar procedimentos para verificar e compreender a identidade, o perfil e as atividades de ambos, como forma de prevenir crimes financeiros.
Reclamações aumentaram 376%
Na plataforma Consumidor.gov.br, usada diretamente pelos consumidores para registrar queixas, o número de reclamações saltou de quase 12 mil, em 2019, para cerca de 56 mil, em 2021, ano com mais registros. É um aumento de 376%. A partir de 2022, os números começaram a cair, mas ainda se mantiveram cerca de 180% maiores que em 2019, quando não havia a resolução do Banco Central.
Dados da Secretaria Nacional do Consumidor mostram que as reclamações aumentaram depois 2020
Arte g1
Já os dados do ProConsumidor, um sistema de uso interno dos Procons, mostram um aumento crescente de reclamações desde 2020, quando houve 82 registros. No ano seguinte, esse número saltou para 1.553 e chegou a 110 mil em 2024.
De acordo com o Ministério da Justiça, órgão responsável pela Senacon, é possível atribuir o crescimento a diversos fatores, entre eles a ampliação do uso da plataforma pelos Procons de diferentes estados, mas também ao aumento das demandas dos consumidores nesse período.
As reclamações de débitos automáticos sem autorização não são a mesma coisa da fraude do INSS, que está sendo investigada pela Polícia Federal (PF).
No caso dos débitos automáticos, quando feitos nas contas dos aposentados:
os descontos não acontecem na folha de pagamento;
são feitos depois que a aposentadoria cai na conta bancária;
os valores não estão descritos como "taxa de contribuição associativa";
as empresas, cujos nomes aparecem no extrato, não foram alvos da operação recente da PF.
Bancos dizem que alertam clientes sobre débitos
Segundo Oliva, os bancos têm adotado medidas para reduzir a demanda judicial por conta de débitos automáticos não-autorizados. Uma delas é confirmar com seu cliente se ele reconhece a cobrança e cancelar o débito, se for o caso.
A confirmação é feita por meio de push -- um alerta pelo aplicativo do banco -- ou pelo cadastro do débito futuro na conta, segundo o diretor-executivo da Febraban, com tempo hábil para que o cliente possa contestar a cobrança, antes de o desconto ser efetivamente realizado.
O aposentado Armando Boechat teve mais de R$ 1 mil debitados da sua conta bancária.
Arquivo Pessoal
Beneficiários do INSS ouvidos pelo g1, no entanto, negam que tenham recebido qualquer alerta de débitos automáticos em suas contas bancárias. Em alguns casos, os descontos das parcelas mensais só foram percebidos vários meses depois.
Foi o que aconteceu com o aposentado Armando Quintanilha Boechat, como o g1 mostrou em outra reportagem. Em 2024, ele notou descontos estranhos na sua aposentadoria, depois que já tinha perdido mais de R$ 1 mil desde julho de 2023.
As empresas que apareciam no extrato da conta do aposentado eram a Paulista Serviços e a Aspecir, que são autorizadas pelo Banco Central e podem fazer pedido de compensação financeira para outros bancos.
Aposentados descobrem débitos automáticos sem autorização
Elas estão entre as 200 empresas com mais processos em andamento no Brasil, de um universo de mais de 1 milhão de corporações, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As empresas admitem que a principal queixa é de débitos automáticos em conta-corrente, mas afirmam que os descontos são autorizados pelos clientes, mediante documentos assinados ou gravações telefônicas.
Como funciona a compensação entre bancos
Atualmente, há duas formas principais de inclusão de débitos automáticos. A primeira — mais tradicional — ocorre quando o próprio banco tem um convênio direto com determinada empresa.
Um exemplo são as companhias de água e energia. Mediante autorização do cliente, os descontos mensais dos boletos são agendados. Nesses casos, o banco no qual a pessoa tem conta é diretamente responsável pela cobrança.
A segunda forma foi regulada pelo Banco Central em 2020, com a resolução 4.790. Segundo a norma, uma instituição financeira envia uma cobrança a outra, que não tem relação direta com o contrato original.
Essa compensação interbancária pressupõe que o banco que vai receber o valor debitado já tenha obtido a anuência do cliente para que a cobrança seja feita pelo banco no qual ele tem uma conta.
Ovos: importação de produtos avícolas não retoma patamar e baixa demanda faz preços caírem no Brasil, aponta USP
Segundo o Cepea da Esalq de Piracicaba (SP), cotações da caixa de ovos comercias vermelhos com 30 dúzias caíram quase 12% entre os dias 1º e 30 de abril. Preços dos ovos registram queda após onda de calor
Claudia Assencio/g1
Preços dos ovos registram alta no fim de janeiro de 2025
Claudia Assencio/g1
Os preços do ovos caíram e atingiram o menor patamar diário nas principais regiões produtoras no Brasil em junho, segundo levantamento parcial do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), publicado nesta sexta-feira (2) . 📝Entenda cenário, abaixo.
🐔Gripe aviária na Europa: As restrições às importações de produtos avícolas do país, incluindo os ovos, também afetou o mercado, com a interrupção da compra de carne de frango pela China, Europa e Argentina, após o 1º registro de gripe aviária no país em granja comercial.
Embora o Brasil já tenha recuperado o status de livre da gripe aviária, pesquisadores do Cepea ressaltam que a retomada das importações dos produtos avícolas, incluindo ovos, ainda não foi totalmente reestabelecida até o momento.
📉Movimento de queda nos preços: O movimento de queda já tinha começado em abril de 2025, quando o ovo alcançou o menor preço do ano após recordes de 40% de alta nas cotações. Em maio, o recuo nas cotações fez o mercado de ovos encerrar o mês com baixa liquidez em todas as praças acompanhadas pelo Cepea.
Os preços dos ovos já registram queda de mais de 10% em maio, com as médias mensais nos menores patamares desde janeiro de 2025 em todas as praças acompanhadas.
"Essa desvalorização esteve relacionada à retração da demanda e ao aumento da oferta em algumas áreas, e não ao registro de Influenza Aviária de Alta Patogenecidade (IAAP) em granja comercial de Montenegro (RS)", apontava boletim do Cepea.
🫰População com menos dinheiro: o feriado de Corpus Christi no dia 19, somado ao período de fim de mês, quando a população tende a estar menos capitalizada, reduziu o ritmo das vendas.
A expectativa dos colaboradores do Cepea era que, com a virada do mês de maio para junho, e o típico aquecimento na demanda, o fluxo de vendas se elevasse.
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💰Cotações
Agentes do setor consultados pelo Centro de Pesquisas nas regiões de Bastos (SP), Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Grande São Paulo (SP), Santa Maria do Jequitibá (ES) explicaram que ritmo mais lento das vendas aumentou os estoques nas granjas em diversas praças em maio deste ano.
"Esse cenário levou à desvalorização da proteína, diante da dificuldade de escoamento da produção. Além disso, há relatos de descarte de poedeiras mais velhas em algumas regiões, medida que pode influenciar no controle da oferta no mercado interno e ajudar a sustentar os valores da proteína", observam os produtores.
📈Preços: Entre os dias 16 e 26 de junho, a cotação dos ovos vermelhos caiu mais de 10,6% no atacado na região produtora de de Santa Maria de Jetibá (ES), passando de R$ 207 para R$ 185 a caixa com 30 dúzias. No início do ano, em fevereiro, o produto custava R$ 276.
🥚Na região de Bastos (SP), o preço da caixa de ovos brancos passou de R$169,52 para R$ 159 entre os dias 16 e 26 de junho. As cotações dos ovos vermelhos na praça do interior paulista caíram de R$ 191 para R$ 177 no mesmo período.
Na Grande São Paulo, a valor dos ovos brancos diminuiu de R$ 179 para R$ 164 em dez dias, queda de 7,3. Já os vermelhos, recuaram de 199,95 para R$ 182 entre os dias 16 e 26 de junho.
Na praça produtora de Recife, os preços da caixa dos ovos vermelhos passaram de R$ 185 para R$ 161, uma queda de quase 13% em dez dias. Em Minas Gerais, o preços ovos vermelho cai de R$ 213 para R$ 188 a caixa.
📈Veja, abaixo, valores nas regiões consultadas pelo Cepea:
Preço Ovos comercias/ Caixa com 30 dúzias
Custos de produção
Segundo a pesquisadora, em 2024, os custos dos principais insumos da atividade, como milho e farelo de soja, aumentaram, enquanto a queda nos preços dos ovos comprometeu a rentabilidade dos produtores. Sem falar da necessidade de investir em espaços climatizados.
"Além disso, outros custos, como embalagens, também pressionaram a cadeia produtiva. Diante desse cenário desafiador no ano passado, os produtores enfrentaram margens reduzidas. Agora, em 2025, com uma menor disponibilidade de ovos, foi possível repassar esses reajustes de forma mais intensa para as cotações", analisou.
Ovos ficam mais caros em fevereiro
Reprodução/EPTV
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Indígena lésbica percorre o Brasil e enfrenta ameaças em busca de visibilidade LGBT nas aldeias
Religiosidade cristã dentro das comunidade é uma das principais razões para o preconceito entre os povos originários, aponta Yakecan Potyguara. Indígena lésbica percorre o Brasil e enfrenta ameaças em busca de visibilidade LGBT
“Não basta ser índia, ainda tem que ser sapatão?”. Essa é uma das frases que Jéssica Yakecan Potyguara, de 27 anos, ouviu só por ser quem é — e que nunca esqueceu.
Yakecan é membro da aldeia São José, na pequena Crateús (CE), com pouco mais 76 mil habitantes (saiba mais ao fim da reportagem).
Ela relata que o preconceito está presente em vários âmbitos da sua vida, por ser:
indígena no Nordeste. Segundo Yakecan, existe um o mito de que não restaram mais povos originários na região, um argumento usado para invalidar a luta por território;
mulher. Portanto, dentro dos movimentos sociais, precisa se impor mais para ter voz;
lésbica. Se assumir a fez ter que reconquistar toda a credibilidade perante seus iguais.
“Eu tive um tipo de apagamento quando eu me assumi. Muitas coisas ficaram difíceis para mim”, afirma a ativista.
Ela explica que um dos desafios que teve ao se descobrir lésbica, aos 15 anos, foi conseguir a aceitação da família.
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Perda da voz
Filha de pajé e descendente de lideranças do movimento social, Yakecan precisou se afastar do ativismo, por causa do preconceito da própria comunidade. Isso porque seu momento de fala nunca chegava nos debates: se assumir a fez "perder" sua voz.
Nos grupos LGBTs, também sofreu exclusão — dessa vez, por ser indígena.
Essa realidade começou a mudar quando Yakecan buscou por outros LGBTs em sua aldeia. Para sua surpresa, descobriu que existiam sim; contudo, ninguém falava sobre isso.
Existe LGBT no campo: as histórias de quem enfrenta o preconceito
Em 2019, ela criou um coletivo de indígenas LGBTs com atuação em todo o estado. Com ele, Yakecan e outros membros passaram a visitar aldeias pelo Brasil. O objetivo é levar conscientização sobre a pauta LGBT e apoiar quem passa pelos mesmos desafios.
Entretanto, essa missão não é fácil. Nem todas as comunidades são receptivas. Com frequência o grupo é expulso e até mesmo ameaçado de morte.
Segundo Yakecan, a religiosidade cristã dentro das aldeias é um dos principais motivos dessa rejeição.
“A maioria das famílias dos parentes [outros indígenas] que são LGBTs não aceita porque isso é um pecado. O certo é casar a mulher com o homem. Isso que a gente aprende durante o nosso crescimento. E muitas famílias são violentas”, afirma.
Yakecan relata que a estratégia para tentar entrar nas aldeias é chegar “com calma” e tentar conversar com as lideranças, “para ver se a gente consegue, porque é muita violência mesmo”, diz.
Atualmente, Yakecan é professora na primeira escola indígena de Crateús e diz que reconquistou o apoio da comunidade.
“E hoje eu vejo muito as lideranças e os mais velhos ficarem mais atentos. Eles dizem que têm muito orgulho por eu ser quem eu sou”, diz.
Saiba mais sobre a cidade de Yakecan
Arte g1
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‘Resistir para existir’: a luta de uma mulher trans quilombola contra o preconceito
LGBTs no campo: a luta de uma mulher trans quilombola contra o preconceito
Além da transfobia, Adda Vyctoria Caetano precisa enfrentar o racismo e a invisibilidade dos LGBT que existem nos quilombos. ‘Resistir para existir’: a luta de uma mulher trans quilombola contra o preconceito
Não demorou muito para Adda Vytoria Caetano entender quem realmente era. Aos 10 anos, ela conversou com a mãe e disse que era transgênero.
“Minha mãe, de certa forma, me deu conselhos: ‘Olha, meu filho, tu é negro, pobre e ao mesmo tempo nós somos agricultores, moramos em uma comunidade quilombola. Você sabe que vai sofrer pedradas da vida”, relata.
Hoje, aos 37 anos, ela é liderança do território quilombola Conceição dos Caetanos, no município de Tururu (CE).
🔎 Quilombos são comunidades históricas formadas por descendentes de escravizados. Eles se identificam por laços com a terra e ancestralidade, têm cultura e tradições próprias.
Existe LGBT no campo: as histórias de quem busca deixar de ser 'invisível'
Ser uma liderança não a impede de sofrer preconceito dentro da própria comunidade.
Alguns moradores insistem em chamá-la pelo nome de nascimento, conta. Outros duvidam da sua capacidade de cuidar da horta ou de participar das decisões do quilombo.
Adda também lidera um grupo de jovens da comunidade. Porém, muitos pais resistem em deixar os filhos participarem.
“Porque existe essa ideia de sexualidade, nesse sentido de que nós vemos os outros corpos masculinos só com desejo. Mas é o contrário: eu queria trazer os jovens da comunidade para um espaço onde eles tivessem o diálogo”, explica.
“Os pais começaram a perceber que os filhos não estavam mais na esquina, estavam fazendo alguma ação social e participando de capacitação”, completa. Dessa forma, o preconceito foi sendo quebrado, diz Adda.
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Provar que existe
Adda fundou um coletivo de diversidade quilombola chamado África Nordestina e gere o grupo LGBT da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Nesse papel, ela relata que é difícil levantar dados sobre a população LGBT quilombola. Muitas lideranças dizem que não há pessoas LGBTs em seus territórios, o que dificulta as pesquisas.
Em 2022, um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que apenas 0,8% dos moradores da zona rural se declararam homossexuais ou bissexuais. Nas cidades, o número foi maior: 2%. Na pesquisa, não há dados da população trans.
A falta de dados atualizados e oficiais dificulta entender quem são essas pessoas e quais são suas necessidades.
Segundo Adda, os levantamentos nacionais também precisam ser aprimorados. Isso porque não trazem a identificação como quilombola entre as alternativas para os entrevistados, dificultando um retrato preciso da população.
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Preconceito estrutural
O preconceito também está presente de forma estrutural: falta emprego, acesso a saúde, educação e segurança pública. Entenda mais abaixo.
“Na construção da sociedade brasileira, alguns recortes foram menos priorizados do que outros: as populações negras, quilombolas, LGBTs, indígenas foram colocadas como de menor importância”, afirma.
➡️Emprego: a quilombola afirma que existe um pensamento de que as pessoas trans não são responsáveis ou não querem crescer profissionalmente.
“E na maioria das vezes, os LGBTs veem que o jeito é ir embora do quilombo para procurar outra sobrevivência”, conta a ativista.
➡️Políticas públicas: programas como os de agricultura familiar e geração de renda quase não chegam para pessoas LGBTs quilombolas. Segundo Adda, a baixa conectividade dificulta o acesso à informação e à inscrição.
“Às vezes eu me questiono quais são esses direitos humanos que na Constituição estão garantidos, mas que na prática eu não tenho acesso”, afirma.
➡️Segurança: na zona rural, números de telefone que não funcionam e a distância das delegacias tornam “impossível para o LGBT denunciar”, relata a quilombola.
➡️Saúde: Adda relata que, ao pedir um check-up com exame de sangue, por meio do programa Médicos Sem Fronteiras, foi encaminhada direto para testes de doenças sexualmente transmissíveis, só por ser uma mulher trans. Segundo ela, isso é comum.
➡️Educação: Adda afirma que escolas rurais não estão preparadas para acolher crianças trans. Além disso, há bullying e falta de transporte escolar, o que leva muitos a abandonar os estudos.
“Porque já existe a problemática familiar da aceitação, de ser uma família de agricultores que são de baixa renda e não têm essa mentalidade [de continuar na escola], então não fica nessa pressão. Na maioria das vezes, acontece o ato final do suicídio”, relata.
No caso da população quilombola, há ainda o racismo. “Para a gente existir, a gente precisa resistir”, afirma.
Saiba mais sobre a cidade de Adda
Arte g1
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Meta de inflação terá novo estouro em junho; Banco Central deverá explicar motivos e em quanto tempo os preços cairão
Com inflação acima do teto da meta por seis meses seguidos em junho, haverá novo estouro da meta oficial de inflação. BC terá de divulgar carta aberta ao ministro da Fazenda explicando motivos. Copom já subiu os juros por vários meses para baixar expectativas de inflação. Com o início do sistema de meta contínua de inflação em janeiro deste ano, o Banco Central se prepara para divulgar uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Isso ocorre por conta do novo estouro da meta de inflação, prevista para acontecer em junho deste ano — quando a inflação acumulada em 12 meses ficará acima do teto permitido.
O descumprimento, a partir de junho, ocorre porque a inflação terá ficado por seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.
A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desse mês, que confirmará o estouro da meta de inflação, acontecerá em 10 de julho.
A meta contínua de inflação, no Brasil, é de 3%, mas o IPCA pode oscilar entre 1,5% em 4,5% sem que ela seja formalmente descumprida.
Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 5,32%, bem acima do teto do sistema de metas.
Para junho, a projeção do mercado é de que o IPCA some 0,27%, o que manterá a inflação cheia acima do patamar de 5% em doze meses até junho.
De acordo o Banco Central, o IPCA deverá retornar ao intervalo das metas (entre 1,5% e 4,5%) somente no primeiro trimestre de 2026. A projeção consta no relatório de política monetária, divulgado nesta semana.
IPCA-15: Prévia da inflação fica em 0,26% em junho
Nos últimos quatro anos, quando a meta era contabilizada por anos fechados, houve estouro da meta (com a inflação acima do teto permitido) em três deles: 2021, 2022 e 2024.
Em 2024, segundo o Banco Central, o estouro da meta foi causado por forte atividade econômica, queda do real e extremos climáticos.
Carta aberta
De acordo com o sistema de metas de inflação, a carta ao ministro Haddad, que será divulgada em julho, deverá conter, ao menos, esses pontos:
A descrição detalhada das causas do descumprimento da meta;
As medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
O prazo esperado para que as medidas produzam efeito (e a inflação retorne à meta).
➡️Para tentar trazer a inflação de volta às metas, o BC subiu o juro básico da economia para 15% ao ano em junho. Esse é o maior patamar em 20 anos. Também representa a segunda maior taxa real do mundo.
Copom decidiu elevar a taxa de juros para 15% ao ano
Sistema de meta contínua
🔎Desde janeiro de 2025, em linha com a experiência internacional, a meta passou a se referir à inflação acumulada em doze meses, apurada mês a mês, também conhecida como 'meta contínua'.
Todo mês, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e seu intervalo de tolerância. Assim, a verificação não fica mais restrita ao mês de dezembro de cada ano.
A meta é considerada descumprida se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos. A utilização desse período evita a caracterização de descumprimento em situações de variações temporárias na inflação.
No caso de desvios da inflação da meta, o tamanho do horizonte considerado para atingimento da meta é definido pelo BC. O prazo de convergência da inflação depende da natureza e persistência dos choques e dos mecanismos de transmissão em curso na economia.
No caso de descumprimento da meta, o BC tem de divulgar publicamente as razões do descumprimento por meio de nota no Relatório de Política Monetária e carta aberta ao Ministro da Fazenda.
A nota e a carta devem trazer a descrição detalhada das causas do descumprimento, as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.
Nova nota e nova carta têm de ser divulgadas caso a inflação não retorne ao intervalo de tolerância da meta no prazo estipulado ou caso o BC considere necessário atualizar as medidas ou o prazo esperado para o retorno da inflação ao intervalo de tolerância da meta fixado.
Como o Banco Central atua?
🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,24% (com estouro da meta), 4,5%, 4% e em 3,83%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC.
Na ata de sua última reunião, realizada em maio, o BC informou que se manterá vigilante e a "calibragem" (ritmo) do aperto monetário apropriado (alta do juro) seguirá guiada pelo objetivo de trazer a inflação para as metas.
Como funciona a taxa de juros na inflação
Reprodução página do BC na internet
Desaceleração da economia e juro alto por período prolongado
O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país.
▶️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em maio, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
▶️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
▶️O Banco Central também informou que o juro alto já contribui para desaceleração da atividade e que impacto na geração de empregos deve se aprofundar.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada na semana passada, o Banco Central informou que os juros permanecerão altos por um "período bastante prolongado" de tempo, de modo a assegurar a convergência da inflação à meta.
Tarifaço de Trump: a dias do fim da trégua, EUA só firmaram dois acordos comerciais; Brasil não é um deles
Presidente dos EUA determinou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, que acaba em 9 de julho. Brasil ainda tenta uma negociação. Entenda como Tarifas de Trump podem afetar Brasil
Faltando menos duas semanas para o fim da pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas instituídas pelo presidente americano, Donald Trump, os Estados Unidos firmaram apenas dois acordos comerciais — e o Brasil não está nessa lista.
Na teoria, o fim do prazo seria no dia 9 de julho. Nesta sexta-feira (27), Trump disse que a data final para negociações das chamadas "tarifas recíprocas" ainda não está completamente definida.
"A data de 9 de julho não é fixa, podemos fazer o que quisermos. Podemos estender [o prazo], podemos encurtar. Eu gostaria de encurtar", afirmou.
O primeiro acordo comercial firmado pelos EUA foi com o Reino Unido. Anunciado no início de maio, o tratado realinhou cotas e reduziu as tarifas aplicadas por ambos os países sobre produtos importados.
Os EUA mantiveram uma tarifa de 10% sobre os produtos britânicos importados.
O Reino Unido reduziu as taxas sobre os produtos americanos de 5,1% para 1,8%, além de ampliar o acesso dos EUA aos seus mercados.
Já no início deste mês, os EUA chegaram a um consenso com a China após meses de impasse. No entanto, o acordo ainda depende da aprovação oficial dos líderes de ambos os países — o que ainda não aconteceu formalmente.
O tratado determinou uma taxa de 10% da China sobre os produtos americanos; e
Uma tarifa de 55% ao que os EUA importam dos chineses.
Embora representem um avanço na nova política tarifária de Trump, os dois acordos não abrangem a maior parte dos mais de 180 países afetados pelas tarifas anunciadas pelo republicano no início de abril.
"Há uma certa dificuldade diplomática dos EUA em fechar acordos amplos e com múltiplos parceiros. Seja por questões relacionadas à própria política comercial, seja pela geopolítica", afirma Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren.
No último mês, parte dos esforços voltados à negociação de novos acordos comerciais foi redirecionada para o conflito entre Israel e Irã. Primeiro, houve intervenção militar dos EUA — que atacaram instalações nucleares iranianas — e, posteriormente, uma mediação de Trump para um cessar-fogo.
Diante do atraso nas negociações e da proximidade do fim do prazo, especialistas ouvidos pelo g1, afirmam que a expectativa agora é de uma prorrogação da suspensão por parte dos EUA, permitindo a conclusão das tratativas em andamento.
"Eles não tiveram tempo suficiente para negociar", afirma Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e sócio-fundador da BMJ Consultores Associados. Ele destaca que diversos países ainda estão em tratativas com os EUA, como Coreia do Sul, União Europeia (UE) e Japão.
"Então provavelmente eles vão precisar manter essa suspensão por mais um tempo, e essas negociações vão dar mais trabalho do que eles imaginavam", diz Barral.
Donald Trump se irritou ao ouvir questão sobre expressão 'Trump Sempre Arrega', em 28 de maio de 2025
REUTERS/Leah Millis
Negociações ainda em andamento
Desde o anúncio das tarifas, em abril, diversos países afirmaram que estão tentando negociar com os EUA.
Na última cúpula do G7, realizada neste mês, líderes das principais economias tentaram avançar com seus próprios acordos. No entanto, Trump deixou a reunião mais cedo, alegando a necessidade de lidar com a escalada das tensões no Oriente Médio.
Nesta semana, o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, afirmou durante um fórum econômico na China que espera concluir o acordo comercial com os EUA antes do fim do prazo de suspensão das tarifas, em julho.
Líderes da União Europeia se reuniram na quinta-feira (26) para discutir se optam por um acordo comercial rápido ou se continuam buscando condições mais vantajosas.
Recentemente, a UE — que passou meses tentando negociar uma taxa inferior aos 10% mínimos impostos por Trump — declarou estar preparando uma série de tarifas retaliatórias como estratégia para garantir um acordo mais favorável à região.
Entre os países que já indicaram estar em negociações com os EUA estão:
Índia;
Canadá;
Taiwan;
Austrália;
Paquistão;
México;
União Europeia;
Suíça;
Itália;
Alemanha;
Tailândia, entre outros.
E o Brasil?
Embora o Brasil não tenha sido um dos mais impactados pelas tarifas, com alíquota de 10%, especialistas destacam que o país continua sujeito às tarifas sobre aço e alumínio, em vigor desde o início deste mês.
Antes fixadas em 25%, as tarifas foram elevadas para 50% por meio de um decreto assinado por Trump. Tanto o aço quanto o alumínio são produtos estratégicos para as exportações brasileiras, e o Brasil é um dos principais fornecedores de aço para os EUA.
Como mostrou o g1, além de uma possível redução nas exportações brasileiras por conta das tarifas, especialistas já haviam destacado que as medidas também afetam fortemente o setor siderúrgico — sobretudo as empresas com forte presença no mercado externo.
"O país precisará, sim, avançar nas negociações bilaterais com os Estados Unidos, especialmente do lado do Itamaraty e do MDIC [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços], para garantir que cotas preferenciais ou isenções tarifárias sejam aplicadas para o aço brasileiro", afirma Nobre, da Warren.
O ministro do Desenvolvimento e vice-presidente, Geraldo Alckmin, chegou a se pronunciar algumas vezes nos últimos meses sobre os impactos das tarifas de Trump para o Brasil e o mundo, mas sem detalhar o andamento das negociações.
No início deste mês, Alckmin afirmou que a melhor forma de mitigar os efeitos seria aprofundar o diálogo com os americanos, destacando a criação de um grupo de trabalho bilateral com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e o USTR (representante do comércio dos EUA).
Pelo lado do Brasil, o grupo conta com a participação do Ministério da Indústria e do Ministério das Relações Exteriores. Procurado, o MDIC afirmou ao g1 que as negociações foram iniciadas em março e que, desde então, "uma série de reuniões presenciais e virtuais" tem sido realizada para dar continuidade às tratativas.
"Neste momento, enquanto as negociações seguem em curso, não é possível divulgar detalhes sobre o conteúdo das discussões, sob pena de impactar o andamento e a efetividade do processo negociador", informa o ministério.
O MDIC acrescentou que segue comprometido com a defesa dos interesses dos exportadores brasileiros, "tanto em relação às tarifas recíprocas quanto no enfrentamento de medidas adotadas sob o argumento de segurança nacional".
"A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é sólida, histórica e de relevância estratégica para ambos os países. Os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil, e o intercâmbio entre as duas economias é complementar, trazendo benefícios mútuos", completa o ministério.
Movimentação nos aeroportos do país bate recorde e supera 10 milhões de passageiros pelo terceiro mês seguido, diz Anac
Setor aéreo atinge marca inédita com mais de 10 milhões de embarques por três meses seguidos. Movimentação de maio foi a maior para o mês desde o início da série histórica, em 2000. Relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que os aeroportos brasileiros registraram, em maio, 10,4 milhões de embarques — o maior número para o mês desde o início da série histórica, em janeiro de 2000. Pela primeira vez, o volume de passageiros ultrapassou a marca de 10 milhões por três meses consecutivos, indicando a recuperação e o crescimento sustentado do setor aéreo no país. ANAC cassa de forma definitiva o certificado da Voepass A movimentação doméstica somou 8,2 milhões de passageiros, alta de 14% em relação a maio de 2024. A demanda por voos nacionais cresceu 17,9%, e a oferta aumentou 15,2%, na mesma comparação. No segmento internacional, foram contabilizados 2,1 milhões de passageiros — um avanço de 13,2% sobre o mesmo mês do ano anterior. A demanda por voos para o exterior subiu 11,9%, e a oferta, 9,8%. “O resultado dá continuidade à tendência de crescimento ininterrupto no mercado internacional iniciada em abril de 2021, que agora chega ao 50º mês consecutivo de alta”, destaca a Anac.
Quina de São João: prêmio de R$ 250 milhões será sorteado neste sábado; veja as chances de ganhar
Apostas podem ser realizadas até as 18h. Sorteio será a partir das 20h. Prêmio é o maior da história do concurso especial e não vai acumular: leva a bolada quem acertar a maior quantidade de números. Quina de São João
Marcello Casal jr/Agência Brasil
O concurso 6.760 da Quina de São João irá pagar neste sábado (28) um prêmio de R$ 250 milhões, o maior valor da história do concurso especial. O sorteio será realizado a partir das 20h.
As apostas para a 15ª edição da Quina de São João podem ser feitas até as 18h, em casas lotéricas ou pelo portal e aplicativo Loterias Caixa.
Assim como nos outros concursos especiais, o prêmio não acumula: leva a bolada quem acertar a maior quantidade de números. Caso nenhum apostador acerte na faixa principal, o prêmio será dividido entre os acertadores de 4 números — e assim por diante, conforme a regra da modalidade.
Desde 19 de junho, todas as apostas feitas para a Quina são exclusivas para o concurso especial. O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50. Quanto mais números marcados, maior o preço da aposta — e as chances de ganhar. (leia mais abaixo)
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Mega-Sena, concurso 2.877: prêmio acumula e vai a R$ 130 milhões
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EUA x China: qual economia é mais forte? Compare gigantes que travam guerra comercial
Como apostar
O apostador deve escolher de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante. Caso prefira, é possível deixar que o sistema escolha os números por meio da Surpresinha. Ganha prêmios quem acertar dois, três, quatro ou cinco números.
Os jogadores também podem optar por apostar em grupo, por meio do bolão. O preço mínimo é de R$ 12,50 e cada cota não pode ser inferior a R$ 3,50. Nos canais digitais, o valor mínimo de compra é de R$ 20.
Há ainda a opção de adquirir uma cota dos bolões organizados pelas unidades lotéricas. Neste caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.
Rendimento e chances de ganhar
Segundo a Caixa Econômica Federal, caso um único apostador leve os R$ 250 milhões e aplique na poupança, ele terá um rendimento de R$ 1,7 milhão no primeiro mês.
Confira abaixo as chances de ganhar, considerando as diferentes opções de aposta.
Probabilidade de ganhar na Quina
Como funciona a Quina
Mega-Sena pode pagar R$ 45 milhões neste sábado
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.881 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 45 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (28), em São Paulo.
No concurso da última quinta-feira (26), nenhuma aposta levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Após acordo com bancos, Casas Bahia pode ter gestora como nova controladora
Mapa Capital chegou a acerto inicial com Bradesco e Banco do Brasil para trocar dívida da varejista por ações. Se concretizado, a gestora terá participação majoritária na empresa a partir de agosto de 2025. Casas Bahia
Divulgação/Casas Bahia
A Casas Bahia informou nesta sexta-feira (27) que a gestora Mapa Capital fez um acordo inicial com os bancos Bradesco e Banco do Brasil. A tratativa envolve uma dívida da varejista que pode ser trocada por ações. Se isso acontecer, a Mapa Capital terá participação majoritária na empresa.
A gigante do varejo informou que, pelo acordo, os bancos vão repassar para a Mapa Capital uma parte das debêntures que a Casas Bahia emitiu e que hoje estão em posse das instituições. Essa dívida pode ser trocada por ações da varejista, e a Mapa manifestou "intenção do grupo em realizar a conversão das debêntures em ações ordinárias".
A Casas Bahia informou que espera concluir a troca das debêntures conversíveis por ações até o fim de agosto de 2025. Segundo a empresa, essa operação fará com que o Grupo Mapa se torne o principal acionista da companhia.
A empresa não deu detalhes financeiros. Mas as debêntures, equivalentes à segunda série da décima emissão, envolvem uma dívida de cerca de R$ 1,6 bilhão. A emissão total abrange uma dívida que chega a R$ 4,55 bilhões.
Neste ano, as ações da Casas Bahia acumulam alta de cerca de 7%, após um recuo de quase 75% em 2024. Os papéis tiveram leve queda no pregão desta sexta, cotados a R$ 3,08.
A imprensa divulgou no início do mês a notícia sobre um acordo entre a Mapa Capital e os bancos, logo após a rede de varejo informar que estava em negociações avançadas com os credores para antecipar a conversão da dívida em ações — prevista originalmente para outubro — para este mês.
No fato relevante divulgado nesta sexta-feira, a Casas Bahia informa que a transação ainda depende da aprovação regulatória e da confirmação dos debenturistas, que se reunirão em assembleia já marcada para a próxima segunda-feira.
Número de empresas em recuperação judicial sobe no país
* Com informações da agência de notícias Reuters
Aneel mantém bandeira vermelha, e conta de luz continua mais cara em julho
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, volume de chuvas abaixo da média tem reduzido produção de hidrelétricas e demandado o acionamento de termelétricas, o que eleva o custo de geração de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta sexta-feira (27) manter a bandeira vermelha patamar 1 e, com isso, a conta de luz continuará mais cara em julho.
🌤️Segundo a Aneel, o volume de chuvas abaixo da média tem reduzido a produção de hidrelétricas e demandado o acionamento de termelétricas, que são mais caras, o que eleva o custo de geração de energia.
"Isso significa que as contas de energia elétrica continuarão recebendo adicional de R$ 4,46 (quatro reais e quarenta e seis centavos) para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos", afirmou a agência em comunicado.
Inflação: preços sobem 0,26% em junho, puxados pela energia elétrica
Como funciona o sistema de cores
IPCA-15: Prévia da inflação fica em 0,26% em junho
💡 O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
Saiba quanto custa cada bandeira
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
•🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
•🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
•🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
•🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
Diretoria da Aneel durante reunião
Divulgação/Agência Nacional de Energia Elétrica
Trump anuncia fim de negociações com o Canadá e ameaça aumentar tarifas contra o país
Medida é uma resposta ao imposto sobre serviços digitais aplicado por Ottawa que atinge empresas de tecnologia norte-americanas. O republicano afirmou que a nova taxa sobre produtos canadenses deverá ser divulgada nos próximos sete dias. Donald Trump e Mark Carney durante encontro da cúpula do G7, no Canadá, em 16 de junho de 2025.
Reuters
O presidente Donald Trump afirmou na sexta-feira (27) que os Estados Unidos encerraram as negociações comerciais com o Canadá. A medida é uma resposta ao imposto sobre serviços digitais aplicado pelos canadenses a empresas de tecnologia — o que atinge companhias norte-americanas. (leia mais abaixo)
Em um post nas redes sociais, o republicano classificou a taxa do país como "um ataque direto e flagrante" contra os EUA. Ele também disse que o Canadá é "muito difícil para fazer comércio" e citou que o país estaria cobrando tarifas de 400% de agricultores norte-americanos.
"Com base nesse imposto abusivo, estamos, por meio deste, encerrando TODAS as discussões sobre comércio com o Canadá, com efeito imediato", escreveu Trump.
"Informaremos ao Canadá a tarifa que eles pagarão para fazer negócios com os EUA dentro dos próximos sete dias", acrescentou.
A decisão de Trump volta a ameaçar a relação entre os países, após um período de relativa calma. Em junho, durante reunião no G7, o republicano e o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, chegaram a um entendimento para concluir um novo pacto econômico no prazo de 30 dias.
O Canadá é um dos principais parceiros comerciais dos EUA. Só em 2024, a relação bilateral totalizou US$ 762 bilhões.
As exportações dos EUA para o Canadá chegaram a US$ 349,4 bilhões.
As exportações do Canadá para os EUA atingiram US$ 412,7 bilhões.
Com isso, o saldo da balança foi negativo em US$ 63,3 bilhões para os norte-americanos.
O imposto canadense de 3% sobre a receita de serviços digitais vale desde 2024, mas os primeiros pagamentos começarão na segunda-feira (30). A medida afeta empresas de tecnologia que recebam mais de US$ 20 milhões de usuários do país em um ano, o que inclui Google, Meta e Amazon.
Por se tratar de uma taxa retroativa (a contar de 2022), empresas norte-americanas estão se preparando para pagar US$ 2,7 bilhões ao governo canadense, segundo um grupo comercial de grandes empresas de tecnologia, informou o jornal norte-americano The New York Times.
A imposição de taxas pelos EUA está alinhada com a postura de Trump de tarifar seus principais parceiros comerciais. São países e produtos que os EUA têm déficit na balança comercial — ou seja, gastam mais com importações do que recebem com exportações.
Segundo Trump, a imposição de tarifas busca enfrentar déficits comerciais e questões nas fronteiras — especialmente em ações contra Canadá, México e China —, incluindo a passagem de migrantes irregulares e o tráfico de fentanil, um anestésico 50 vezes mais viciante que a heroína.
Empresários brasileiros refazem cálculos após Trump dobrar tarifas de aço e alumínio
Prazo para negociação de tarifas
Trump afirmou nesta sexta-feira que a data final para negociações das chamadas "tarifas recíprocas" ainda não está completamente definida e disse que gostaria de encurtar o prazo.
"A data de 9 de julho não é fixa, podemos fazer o que quisermos. Podemos estender [o prazo], podemos encurtar. Eu gostaria de encurtar", afirmou durante entrevista a jornalistas.
Em abril, pouco tempo após o anúncio de seu tarifaço, o republicano voltou atrás e anunciou a suspensão das taxas por 90 dias — prazo que deveria terminar em 9 de julho. Desde então, os EUA têm tentado firmar acordos com vários de seus parceiros comerciais, mas sem sucesso.
Até o momento, apenas dois acordos foram firmados: um com o Reino Unido e um com a China, que ainda precisa do aval de Trump e do presidente chinês, Xi Jinping.
Nesse último caso, a última atualização acontecer na quinta-feira (26), quando os EUA anunciaram que chegaram a um consenso com a China para acelerar o envio de terras raras produzidas no país asiático.
Mais cedo, no entanto, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, fez uma declaração totalmente contrária à de Trump, em entrevista à Fox News.
Segundo Bessent, o prazo poderia ser estendido para permitir a conclusão dos acordos, sugerindo que os tratados poderiam ser finalizados até o Dia do Trabalho nos EUA, comemorado em 1º de setembro.
Haddad diz que não há omissão de Lula na articulação política com o Congresso
Ministro da Fazenda rebate críticas sobre articulação política, defende participação ativa do presidente nas decisões e afirma que é normal haver vozes dissonantes no PT. Não vejo omissão do presidente Lula, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que não vê omissão por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na condução do governo e das negociações políticas com o Congresso.
Em entrevista ao Estúdio i, o ministro rebateu declarações do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que comparou o atual governo ao de Dilma Rousseff e disse que Lula estaria ausente das articulações com o Legislativo.
“Eu não vejo omissão, muito pelo contrário. Tudo passou pela mesa do presidente. Inclusive a renegociação do decreto sobre o IOF”, afirmou Haddad.
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Lula pediu para AGU analisar decreto do Congresso sobre o IOF, diz Haddad
Segundo o ministro, Lula acompanhou de perto todas as principais negociações envolvendo o Congresso, incluindo a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e a tentativa de reverter o decreto legislativo que anulou o aumento do IOF para operações de câmbio.
“Ele nunca fez nada sem antes conversar com os presidentes da Câmara e do Senado. É quem mais tem informações sobre o que está acontecendo”, disse.
Haddad reagiu com veemência às falas de Ciro Nogueira, que acusou o governo Lula de falta de articulação e classificou a atual gestão como uma repetição do governo Dilma. O ministro lembrou que o próprio senador foi ministro da Casa Civil no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O Ciro fez parte de um governo de um presidente que não sabia onde estava no planeta, que não conversava com líderes, não apertava a mão de chefes de Estado. A inflação foi para dois dígitos, e ele acha que pode comparar com o governo atual?”, questionou.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista à GloboNews
Fábio Tito/g1
'Sou um colaborador do presidente Lula'
Haddad também minimizou críticas internas e disse que, mesmo diante de vozes dissonantes no PT, sua atuação como ministro segue alinhada às diretrizes do presidente.
“É normal que haja vozes dissonantes dentro do partido. Mas eu sou ministro do presidente Lula. Tudo que faço tem respaldo dele”, afirmou.
O ministro contou que, antes mesmo de assumir o cargo, apresentou a Lula um plano de voo e deixou claro que só aceitaria a função se tivesse liberdade para implementar a política econômica que considera adequada.
“Se ele não estivesse à vontade com as minhas propostas, seria melhor escolher outra pessoa. Mas ele me deu total apoio desde o início”, disse.
Haddad analisa crise com o congresso, após derrota do IOF
Na entrevista ao Estudio i, Haddad:
Afirmou que Lula acionou a AGU para avaliar se a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso fere a Constituição; se houver usurpação de prerrogativa do Executivo, o governo deve recorrer à Justiça.
Rebateu críticas de omissão e disse que o presidente participou de todas as discussões sobre o IOF; "tudo passou pela mesa do presidente", afirmou.
Defendeu que a reoneração do IOF foi uma correção de distorção do governo Bolsonaro e alertou que, sem a medida, o governo perde R$ 20 bilhões em arrecadação.
Criticou os incentivos fiscais excessivos, que somam R$ 800 bilhões, e disse que o país não tem espaço orçamentário para sustentar esse volume de benefícios.
Declarou que não está em confronto com o Congresso e que defende um debate transparente sobre os impactos fiscais das decisões legislativas.
Avaliou que o sistema político atual mudou em relação ao dos governos Lula 1 e FHC, e que isso exige nova forma de articulação com o Parlamento.
Lula pediu para AGU analisar decisão do Congresso sobre o IOF, diz Fernando Haddad
Ministro da Fazenda concede entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, sobre decisão da Câmara dos Deputados que derrubou alta no IOF. Sem alta, governo prevê deixar de arrecadar R$ 20 bilhões neste ano. Haddad analisa crise com o congresso, após derrota do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (27) que o presidente Lula (PT) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para analisar se a decisão da Câmara dos Deputados de derrubar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), promovido pelo governo federal nos últimos meses, fere ou não a autonomia entre os poderes.
"Em relação à decisão do presidente, ele pediu à AGU, perguntou à AGU se o decreto legislativo usurpa uma prerrogativa do Executivo. Se a resposta for positiva, ele deve recorrer (à Justiça)", disse, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
Segundo Haddad, caso a AGU aponte que há usurpação, Lula terá que acionar a Justiça porque "ele jurou cumprir a Constituição Federal" e não pode "abrir mão" de decisões que são do Executivo. O ministro afirma que não vê omissão por parte do presidente Lula na questão do IOF.
“Eu não vejo omissão, muito pelo contrário. Tudo passou pela mesa do presidente. Inclusive a renegociação do decreto sobre o IOF”, afirmou Haddad.
Haddad avaliou os impactos da decisão, quais as chances de o governo Lula (PT) acionar a Justiça para analisar o caso e como fica a meta fiscal sem a mudança do IOF nas contas. Ao defender o decreto que elevou a alíquota do IOF para 3,5% em algumas operações de crédito, o ministro rebateu críticas de que a medida teria objetivo arrecadatório.
Não vejo omissão do presidente Lula, diz Haddad
Segundo o ministro, o percentual anterior era superior a 6% até o fim de 2022 e não foi alvo de questionamentos. "Tem operações de crédito que eram maquiadas para driblar o imposto. Nós fechamos essa brecha", declarou.
Haddad disse, ainda, que a mudança foi uma correção de distorções criadas no governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL). "Nós não aumentamos imposto, corrigimos um drible."
Na entrevista ao Estudio i, Haddad:
Afirmou que Lula acionou a AGU para avaliar se a derrubada do aumento do IOF pelo Congresso fere a Constituição; se houver usurpação de prerrogativa do Executivo, o governo deve recorrer à Justiça.
Rebateu críticas de omissão e disse que o presidente participou de todas as discussões sobre o IOF; "tudo passou pela mesa do presidente", afirmou.
Defendeu que a reoneração do IOF foi uma correção de distorção do governo Bolsonaro e alertou que, sem a medida, o governo perde R$ 20 bilhões em arrecadação.
Criticou os incentivos fiscais excessivos, que somam R$ 800 bilhões, e disse que o país não tem espaço orçamentário para sustentar esse volume de benefícios.
Declarou que não está em confronto com o Congresso e que defende um debate transparente sobre os impactos fiscais das decisões legislativas.
Avaliou que o sistema político atual mudou em relação ao dos governos Lula 1 e FHC, e que isso exige nova forma de articulação com o Parlamento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao Estudio i, da GloboNews
Fabio Tito/g1
Ministro é a favor de acionar a Justiça
Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o governo recorra à Justiça contra a derrubada do aumento do IOF pelo Legislativo. Segundo ele, essa decisão será tomada, em breve, pelo presidente Lula.
Foram sustados três decretos presidenciais voltados para ajustar as contas públicas:
o primeiro que elevou o IOF em meados de maio;
segundo que recuou do aumento para fundos de investimento no exterior no mesmo mês e;
o último, já em junho, que voltou atrás em alguns pontos da alta do tributo.
Em derrota para o governo, Câmara aprova derrubada de decretos que elevam IOF
Considerada necessária pela equipe econômica, a alta do IOF buscava equilibrar o orçamento deste ano e buscar o atingimento da meta fiscal de 2025.
Sem os recursos, o governo perdeu R$ 20 bilhões de expectativa de arrecadação neste ano. Por isso, terá de efetuar novos bloqueios no orçamento, ou propor a elevação de outros tributos.
País não tem R$ 800 bilhões para incentivos fiscais
Fernando Haddad afirmou que o Brasil não tem espaço no Orçamento para sustentar o atual volume de incentivos fiscais concedidos a empresas. Segundo ele, o total desses benefícios já chega a R$ 800 bilhões, valor que considera incompatível com a realidade fiscal do país.
“Desculpa, mas o Brasil não tem R$ 800 bilhões para oferecer de incentivo fiscal para o empresário”, declarou. Ele afirmou que a revisão desses incentivos é uma prioridade da equipe econômica e que essa revisão está sendo feita com responsabilidade, sempre em diálogo com o Congresso Nacional.
'Brasil não tem R$ 800 bilhões para incentivos', diz Haddad
Segundo o ministro, os incentivos concedidos nos últimos anos, sem contrapartidas efetivas, contribuíram para desequilíbrios orçamentários e para o aumento da dívida pública. "Estamos nos autoimpondo metas restritivas e estamos cumprindo essas metas. A equipe da Fazenda está comprometida com o equilíbrio das contas públicas. É uma luta diária", afirmou.
'Não estou contra o Congresso', diz ministro
O ministro disse que não está em confronto com o Congresso Nacional e que sua atuação se baseia em transparência e responsabilidade fiscal. Haddad afirmou que alertar para o impacto fiscal de determinadas medidas é parte do seu papel como ministro da Fazenda, e não deveria ser motivo para retaliações políticas
"Isso não deveria ser um tema de ofensa, muito porque o debate público não é uma coisa que eu tô contra o Congresso, contra o exemplo. Não é disso que se trata. É discutir com transparência as consequências das decisões que nós estamos tomando. E que a última palavra nem sempre cabe ao ministro", afirmou.
'Não estou contra o Congresso, diz Haddad'
Haddad disse ainda que o debate público não pode ser visto como um ataque às instituições e que suas falas sobre temas como energia, aumento de gastos e vetos têm respaldo técnico. "Verbalizei algo que 100% dos especialistas concordam. Não consegui encontrar uma pessoa que discordasse do diagnóstico de que a derrubada dos vetos encarece a conta de luz", completou.
Haddad: 'Sistema político mudou e exige nova forma de negociação'
Fernando Haddad disse na entrevista que o sistema político brasileiro atual é diferente daquele que existia nos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC), na década de 1990, e no primeiro mandato de Lula, em 2003. Segundo ele, a lógica de funcionamento do Congresso mudou, e as articulações exigem outro tipo de estratégia.
"Mudou o regime político do Brasil. Quem não quiser enxergar... Eu tô completando 9 anos atrás de um ministério. Seis anos e meio no MEC (Educação), agora na Fazenda. Ele não é o mesmo do Fernando Henrique e do Lula", disse.
Haddad diz que sistema político mudou
Haddad disse ele e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flavio Dino brincam que há quatro tipos de governo no mundo: "O presidencialismo, o parlamentarismo, o semipresidencialismo… e o sistema político brasileiro".
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista ao Estudio i, da GloboNews
Fabio Tito/g1
A pedido de Milei, Mercosul flexibiliza regras comerciais
Anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Medida amplia lista de exceções à TEC, por meio do qual os países do bloco podem oferecer tarifas diferentes para ampliar ou restringir o comércio de alguns produtos. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou que os países do Mercosul assinaram na quarta-feira (25) uma autorização que amplia em 50 códigos tarifários a Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC) do bloco. A lista de exceções à TEC é um mecanismo por meio do qual as nações podem comercializar produtos com tarifas diferentes daquelas vigentes no bloco comercial. As tarifas podem ser maiores, ou menores, dependendo do objetivo. Com tarifas menores, por exemplo, os produtos ficam mais baratos. 'Guerra das empanadas': por que o ator Ricardo Darín virou alvo de Milei "A LETEC [lista de exceção à TEC] ampliada representa instrumento adicional à disposição do governo brasileiro para equacionar questões relativas a desvios de comércio, frente às incertezas sobre barreiras comerciais decorrentes do contexto internacional”, firmou o secretário-executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa. A mudança também atende a um pedido do presidente argentino, Javier Milei, que busca estreitar a relação comercial do país com os Estados Unidos por meio de redução de tarifas. Milei, que tem uma proximidade maior com o presidente norte-americano, Donald Trump, deu a entender em abril que o Brasil deveria agradecer à Argentina por ter sido taxado em 10% pelos EUA no início do mês. Com a ampliação da lista de exceção à TEC: a lista de exceção brasileira passa de 100 para 150 códigos comerciais; a lista de exceção argentina sobe de 100 para 150 códigos comerciais; a lista de exceção uruguaia, que pode alcançar 225 códigos até 2029, é ampliada em 50 itens; a lista de exceção paraguaia, que pode alcançar 649 códigos até 2030, é ampliada em 50 itens. Pelo acordo, as reduções terão de obedecer a dois parâmetros adicionais: As reduções tarifárias para os 50 códigos só poderão ser aplicadas a produtos cujas exportações a cada Estado Parte do Mercosul representem menos de 20% das exportações totais do código NCM objeto da medida. Para evitar concentração em setores econômicos, as reduções estão limitadas a 30% dos novos códigos por Capítulo da NCM.
Trump diz que 9 de julho não é data fixa e que pode encurtar prazo final para negociação de tarifas
Presidente norte-americano afirmou que os EUA podem tanto aumentar quanto encurtar o período de negociações. Trump conversa com Xi Jinping sobre tarifaço: 'conclusão muito positiva para ambos os países'
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (27) que a data final para negociações das chamadas "tarifas recíprocas" ainda não está completamente definida e disse que gostaria de encurtar o prazo. (Entenda mais abaixo)
"A data de 9 de julho não é fixa, podemos fazer o que quisermos. Podemos estender [o prazo], podemos encurtar. Eu gostaria de encurtar", afirmou durante entrevista a jornalistas.
Em abril, pouco tempo após o anúncio do tarifaço, o republicano voltou atrás e anunciou a suspensão das taxas por 90 dias — prazo que deveria terminar em 9 de julho. Desde então, os Estados Unidos têm tentado firmar acordos com vários de seus parceiros comerciais, mas sem sucesso.
Até o momento, apenas dois acordos foram firmados: um com o Reino Unido e um com a China, que ainda precisa do aval de Trump e do presidente chinês, Xi Jinping.
Nesse último caso, a última atualização acontecer na quinta-feira (26), quando os EUA anunciaram que chegaram a um consenso com a China para acelerar o envio de terras raras produzidas no país asiático.
Mais cedo, durante entrevista à Fox News, o chefe do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, havia feito uma afirmação completamente oposta à de Trump. Segundo ele, a data poderia ser estendida para que os acordos conseguissem ser concluídos, indicando que os tratados poderiam ser finalizados até o Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que acontece em 1º de setembro.
Ainda nesta sexta-feira, o republicano voltou a afirmar que planeja enviar informando aos países qual será a tarifa que eles precisarão pagar para fazer negócios com os Estados Unidos, reiterando que estava em negociação com diversos países, incluindo a Índia.
"Em algum momento na próxima semana enviaremos uma carta para vários países, falando o que eles precisam pagar para negociar com os Estados Unidos", afirmou, indicando que as negociações se desenrolariam rapidamente a partir desse momento.
"Temos várias conversas boas acontecendo com vários países, mas alguns ficarão desapontados porque precisarão pagar tarifas", completou Trump.
O presidente norte-americano ainda reforçou que o país conseguiu arrecadar "centenas de bilhões de dólares" com as taxas impostas e que não houve aumento da inflação no país, como é amplamente esperado pelos mercados financeiros.
"O único problema é que temos um cara no Fed [banco central dos EUA] que não entende o que está acontecendo. Seria ótimo se ele reduzisse as taxas de juros", disse o republicano, em referência ao presidente da instituição, Jerome Powell.
Trump tem feito repetidas críticas contra Powell, pressionando por cortes nas taxas de juros do país. Em sua última reunião, o Fed decidiu manter, pela quarta vez seguida, o referencial na faixa inalterado de 4,25% a 4,50% ao ano.
"Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo", afirmou Trump em uma publicação recente nas redes sociais, chamando o banqueiro central de "burro" e "teimoso".
Powell por sua vez, reafirmou recentemente que os cortes das taxas de juros podem esperar até que os efeitos do tarifaço nos preços norte-americanos sejam mais claros. "Não acho que precisamos ter pressa", declarou.
O presidente dos EUA, Donald Trump
Ken Cedeno/Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Ações da Nike disparam 17% após planos de reduzir produção na China para fugir do tarifaço
Segundo diretor financeiro da companhia, tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, devem aumentar custos da empresa em US$ 1 bilhão. Trump diz que EUA fecharam acordo tarifário com a China
As ações da Nike disparavam mais de 17% na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (27), após a empresa indicar que pretende reduzir a produção na China para produtos destinados aos Estados Unidos.
A medida vem como uma tentativa de driblar o tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, no início de abril e que impactaram mais de 180 países.
Na véspera, a empresa disse prever que as tarifas de importação devem aumentar seus custos em cerca de US$ 1 bilhão (o equivalente a R$ 5,5 bilhões). A China, alvo dos maiores aumentos tarifários impostos por Trump, responde por cerca de 16% dos calçados que a Nike importa aos EUA, informou o diretor financeiro da companhia, Matthew Friend.
Assim, para evitar grandes impactos em seu balanço financeiro, a ideia é que a empresa reduza esse percentual para uma "faixa de um dígito alto" até o final de maio de 2026, transferindo a produção para outros países.
"Estamos fazendo parcerias com nossos fornecedores e parceiros varejistas para mitigar esse aumento estrutural de custos, a fim de minimizar o impacto geral para o consumidor", acrescentou Friend em uma reunião com analistas.
A Nike também já havia anunciado um aumento de preços em parte de seus produtos como uma das formas de mitigar parcialmente o impacto das tarifas norte-americanas.
"O impacto das tarifas é significativo. No entanto, espero que outros setores do setor de artigos esportivos também aumentem os preços, então a Nike pode não perder muita participação nos EUA", disse David Swartz, analista da Morningstar Research, à Reuters.
Logo da Nike do lado de fora da loja na 5ª Avenida em Nova York, nos EUA.
Carlo Allegri/Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Veja como cultivar bertalha e aprenda uma receita com a hortaliça
Embrapa tem material gratuito. Bertalha
Reprodução Embrapa
A Embrapa lançou um material informativo gratuito sobre a bertalha, uma hortaliça ainda pouco conhecida, mas com alto valor nutritivo.
O folheto reúne orientações sobre plantio, colheita e conservação das folhas, além de incluir uma receita simples de bertalha com ovos.
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Bertalha é uma verdura também chamada de espinafre-indiano
Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil, aponta IBGE
Número de venezuelanos é quase 94 vezes maior que o registrado há 12 anos. Roraima lidera ranking proporcional de imigrantes no país. Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil
O número de venezuelanos que vivem no Brasil ultrapassou o de portugueses e fez da Venezuela a principal origem de estrangeiros no país, segundo dados Censo de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
Em 2010, havia 2.869 venezuelanos no Brasil. Em 2022, o número saltou para 271.514 – quase 94 vezes mais do que o registrado 12 anos antes. No mesmo período, o total de portugueses caiu de 137.972 para 104.345, uma redução de 24%.
É a primeira vez que os portugueses deixam de liderar o ranking de imigrantes no país.
Imigração venezuelana cresceu 94 vezes em 12 anos no Brasil
Arte g1
De acordo com os dados do Censo 2022:
Venezuelanos ultrapassam portugueses e passam a liderar o ranking de estrangeiros que vêm morar no Brasil;
Aumento da população venezuelana: de 2.869 em 2010 para 271.514 em 2022 — crescimento de 9.363%.
Queda entre portugueses: total caiu de 137.972 para 104.345 no mesmo período — redução de 24%.
Total de estrangeiros que vivem no Brasil: crescimento de 70,3%, de 592.448 para 1.009.340 pessoas.
Imigrantes estrangeiros: 54% chegaram ao país entre 2013 e 2022;
Origem dos imigrantes: América Latina passou de 27% para 72% do total entre 2005 e 2022.
Estados com mais destaque: Roraima tem 12,84% da população formada por estrangeiros, principalmente venezuelanos;
Rio de Janeiro perdeu imigrantes — caiu de 96 mil para 80 mil.
Migrantes venezuelanos esperam atendimento em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela
Caíque Rodrigues/g1 RR
Aumento expressivo da imigração internacional
O total de estrangeiros e naturalizados no Brasil também cresceu de forma significativa. Eram 592.448 em 2010, e passaram a ser 1.009.340 em 2022 – uma alta de 70%. É o maior número desde 1980, quando o Censo registrou 1,1 milhão de imigrantes.
A maioria dos estrangeiros que vivem hoje no país (54%) chegou entre 2013 e 2022.
Número de imigrantes estrangeiros no Brasil cresce 70%
Arte g1
Imigrantes do 'Sul Global'
Segundo o IBGE, o Brasil passou a receber mais imigrantes da América Latina e do Caribe. A participação da região na imigração internacional saltou de 27%, no período de 2005 a 2010, para 72% entre 2017 e 2022.
Número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022.
Arte g1
O número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022. Além dos venezuelanos, destacam-se bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos.
Já o número de europeus caiu no mesmo período, de 263.393 para 203.284.
Roraima lidera em proporção; RJ perde imigrantes
Roraima é hoje o estado brasileiro com maior percentual de estrangeiros na população. Em 2010, os imigrantes representavam 0,6% da população do estado. Em 2022, esse número saltou para 12,84%.
O avanço tem relação direta com a chegada de venezuelanos pela fronteira norte do país.
Por outro lado, o Rio de Janeiro foi o único estado que teve queda no número de imigrantes entre 2010 e 2022: de 96.821 para 80.292.
O estado de São Paulo continua sendo o principal destino dos estrangeiros no Brasil. Em 2022, 359.223 imigrantes moravam no estado — o equivalente a 0,8% da população paulista.
Número de imigrantes estrangeiros por estado
Arte g1
Outros destaques do Censo 2022
Número de filhos por mulher no Brasil é menor da história, diz IBGE
Com migração venezuelana, Roraima lidera percentual de estrangeiros no país
Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando
Mulheres do DF têm filhos mais tarde do que o restante do país; em média, depois dos 29 anos
RJ é o único estado brasileiro que reduziu o número de moradores estrangeiros em 12 anos, diz IBGE
Número de filhos por mulher no Brasil é o menor da história, diz IBGE
Taxa de fecundidade cai para 1,6 e abaixo do nível de reposição da população; mais mulheres têm filhos após os 30 anos. Número de filhos por mulher no Brasil é o menor da história, diz IBGE
O Brasil atingiu a menor taxa de fecundidade já registrada: 1,6 filho por mulher, segundo dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número está abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher — o mínimo necessário para manter estável o tamanho da população ao longo das gerações.
🔎 O que é reposição populacional?
A taxa de reposição populacional indica o número médio de filhos que cada mulher precisa ter para que uma geração seja substituída pela seguinte, mantendo o tamanho da população estável ao longo do tempo. O patamar considerado ideal por organizações internacionais é de 2,1 filhos por mulher — índice que compensa nascimentos, mortes e casos em que a mulher não tem filhos.
A taxa brasileira é mais baixa que de países como a Nigéria (4,6), França (1,8) e Estados Unidos (1,7), mas está acima da de países como Argentina (1,5), Chile (1,3) e Itália (1,2).
De acordo com os dados do Censo 2022:
Fecundidade histórica: menor taxa já registrada, com 1,6 filho por mulher;
Reposição populacional: índice abaixo do necessário para manter o tamanho da população (2,1);
Regiões: Sudeste tem a menor taxa (1,41), e Norte, a maior (1,89);
Grupos sociais: indígenas têm média de 2,8 filhos; brancas, 1,4;
Escolaridade: mulheres com ensino superior têm menos filhos (1,2);
Religião: evangélicas têm mais filhos (1,7), espíritas têm menos (1,0);
Idade da maternidade: idade média subiu para 28,1 anos;
Mulheres sem filhos: 16% entre 50 e 59 anos não tiveram filhos, segundo o levantamento.
Fecundidade no Brasil atinge menor nível da história
A taxa de fecundidade representa o número médio de filhos por mulher em idade reprodutiva. Em 1960, o índice no Brasil era de 6,3. Nos anos 1980, caiu para 4,4; em 2000, foi para 2,4; e, agora, chegou a 1,6.
A queda vem ocorrendo desde os anos 1970, começando pela região Sudeste e depois se espalhando para todo o país.
Diferenças entre regiões e grupos sociais
A menor taxa regional em 2022 foi registrada no Sudeste (1,41), seguida pelo Sul (1,50), Centro-Oeste (1,64), Nordeste (1,60) e Norte (1,89) — região que, historicamente, apresentava os maiores índices.
Os dados do Censo também mostram diferenças na fecundidade entre grupos sociais. Mulheres indígenas lideram em número de filhos (média de 2,8), seguidas por pardas (1,7), pretas (1,6), brancas (1,4) e amarelas (1,2).
A fecundidade também diminui conforme aumenta o nível de escolaridade: mulheres com ensino superior completo têm, em média, 1,2 filho, enquanto aquelas com menor escolaridade têm média de até 2.
Entre os grupos religiosos, as maiores taxas de fecundidade foram registradas entre as evangélicas (1,7 filhos), seguidas por católicas (1,5), sem religião (1,4), adeptas de religiões de matriz africana (1,2) e espíritas (1).
Mais mulheres têm filhos após os 30 anos
A pesquisa aponta que as mulheres brasileiras estão tendo filhos cada vez mais tarde.
A idade média das brasileiras ao ter filhos chegou a 28,1 anos em 2022, um aumento em relação aos 26,3 anos registrados em 2000 e aos 26,8 anos em 2010.
Em 2010, o grupo etário com maior taxa de fecundidade era o de 20 a 24 anos, responsável por 26,5% do total de nascimentos. Já em 2022, esse pico passou para o grupo de 25 a 29 anos, que concentrou 24,4% das taxas de fecundidade. Houve aumento da taxa de fecundidade entre todas as faixas etárias acima de 30 anos, e diminuição entre aquelas com menos de 24 anos.
O Distrito Federal teve a maior média de idade para a fecundidade (29,3 anos). O Pará, a menor (26,8 anos).
Mais mulheres sem filhos
A proporção de mulheres que chegaram ao fim da vida reprodutiva sem ter filhos também aumentou ao longo das últimas décadas, segundo o IBGE.
Em 2000, 10% das mulheres entre 50 e 59 anos não tinham tido filhos nascidos vivos. Esse percentual subiu para 12% em 2010 e chegou a 16% em 2022.
O levantamento aponta que o aumento está ligado principalmente à postergação da maternidade e à redução do desejo de ser mãe.
Bebês são fotografados em seus primeiros dias de vida
Val Fernandes/ Arquivo pessoal
Outros destaques do Censo 2022:
Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil
Com migração venezuelana, Roraima lidera percentual de estrangeiros no país
Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando
Mulheres do DF têm filhos mais tarde do que o restante do país; em média, depois dos 29 anos
RJ é o único estado brasileiro que reduziu o número de moradores estrangeiros em 12 anos, diz IBGE
Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando; SC tem maior ganho de população por migração no Brasil
Dados do IBGE mostram que Rio também perdeu moradores. Os dois estados historicamente são destinos da migração interna, mas foram trocados por outras regiões. Além de Santa Catarina, Goiás, Minas e Mato Grosso também se destacaram. Pela 1ª vez, SP tem mais gente saindo do que chegando
Pela primeira vez desde o começo da série histórica, em 1991, o estado de São Paulo registrou mais saídas do que entradas de moradores vindos de outros estados, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27).
Os dados indicam uma mudança no mapa migratório brasileiro, com os principais centros urbanos do Sudeste perdendo protagonismo como polos de atração, aponta o levantamento.
📉 São Paulo perdeu 89,5 mil habitantes no saldo migratório interno entre 2017 e 2022.
📉 O Rio de Janeiro também perdeu habitantes no saldo migratório interno, 165,3 mil pessoas deixaram o estado.
Ambos os casos representam uma reversão inédita no padrão de redistribuição populacional.
Com isso, São Paulo e Rio de Janeiro encerraram o período com populações de 44,4 milhões e 16 milhões de pessoas, respectivamente. Até o Censo anterior, em 2010, os dois estados apresentavam saldos positivos, sendo São Paulo o principal destino da migração brasileira.
😯 É como se, em média, São Paulo tivesse perdido 49 moradores por dia para outros estados entre 2017 e 2022 e 91 pessoas por dia tivessem deixado o Rio no mesmo período.
Movimentação de pessoas na Rodoviária Tietê, na zona norte de São Paulo, na tarde de 29 de março de 2021, em meio à pandemia do coronavírus.
André Pera/Pera Photo Press/Estadão Conteúdo
Na outra ponta, Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes no país, com saldo positivo de 354,3 mil novos moradores vindos de outras unidades da federação.
O estado recebeu 503.580 imigrantes interestaduais e viu saírem 149.230 pessoas, o que resultou em um aumento de 4,66% da população total, a maior taxa de crescimento por migração no Brasil no período.
Primeiro voo chegou a Jaguaruna (SC) por volta das 13h15
Julio Cavalheiro/Secom
Segundo o Censo 2022, os cinco estados que mais ganharam moradores no saldo migratório interno entre 2017 e 2022 foram:
Santa Catarina (+354.350 pessoas);
Goiás (+186.827);
Minas Gerais (+106.499);
Mato Grosso (+103.938) e;
Paraná (+85.045).
Na outra ponta, os que mais perderam população para outros estados foram:
Rio de Janeiro (-165.360 pessoas),
Maranhão (-129.228),
Distrito Federal (-99.593);
Pará (-94.097) e;
São Paulo (-89.578).
Quem ganhou e quem perdeu população entre os estados
Arte g1
📋Para chegar ao saldo, os pesquisadores do Censo perguntaram onde a pessoa morava em 31 de julho de 2017, cinco anos antes da data de referência (2022). A partir dessa resposta, o IBGE calculou os fluxos migratórios por estado. As estimativas têm base na amostra do Censo, aplicada a 10,6% dos domicílios do país — cerca de 7,8 milhões de entrevistas —, e os resultados são preliminares.
De acordo com os dados do Censo 2022:
São Paulo teve saldo negativo de 89,5 mil moradores entre 2017 e 2022;
Rio de Janeiro perdeu 165,3 mil habitantes para outros estados;
Santa Catarina foi o estado com maior ganho: +354,3 mil pessoas;
Goiás, Minas e Mato Grosso também lideram crescimento por migração;
Paraíba foi o único estado do Nordeste com saldo positivo;
DF passou a perder população, principalmente para Goiás;
Jovens de 25 a 34 anos concentram a maioria dos fluxos migratórios.
Saindo de SP e RJ 💨
Avião decolando da pista do Aeroporto Internacional de Cumbica
Sidnei Barros/Prefeitura de Guarulhos
São Paulo, que historicamente concentrou a chegada de migrantes do Nordeste, Sul e Centro-Oeste, apresenta saldo negativo pela primeira vez. Foram 825.958 saídas contra 736.380 entradas, o que resulta no saldo negativo de 89.578 moradores. O novo padrão indica um esgotamento relativo do potencial de atração do estado.
⏳ No Censo de 2010, São Paulo se manteve como principal destino da migração interna brasileira à época, com um ganho de 255.796 moradores.
No Rio de Janeiro, o cenário é ainda mais acentuado: o estado teve 332.574 saídas e apenas 167.214 entradas, o que totaliza uma perda de 165,3 mil habitantes. A perda é de 1,03% da população, que era de 16,05 milhões de habitantes em 2022.
A reversão acentuada também marca uma mudança significativa na dinâmica migratória fluminense.
O novo padrão indica que, mesmo mantendo certa capacidade de atração, o estado passou a registrar uma evasão populacional expressiva, com destaque para fluxos de saída rumo a São Paulo (21,4%), Minas Gerais (17,7%) e Espírito Santo (7,3%), segundo o IBGE.
Migração de retorno
O saldo migratório negativo de São Paulo foi puxado principalmente pela saída de pessoas que já haviam migrado para o estado em décadas anteriores. Segundo o IBGE, a maior parte dos moradores de SP nascidos fora do estado vem da Bahia (21,4%), Minas Gerais (18,8%) e Paraná (11,9%).
Já entre os emigrantes — pessoas que moravam em São Paulo em 2017 e passaram a viver em outro estado até 2022 —, os principais destinos foram Minas Gerais (19,1%), Bahia (15,4%) e Paraná (12,8%), o que indica um movimento de retorno à terra natal ou migração para estados vizinhos, aponta o IBGE.
No caso do Rio de Janeiro, o saldo migratório negativo é puxado por saídas em direção principalmente a São Paulo (21,4%), Minas Gerais ( 17,7%) e Espírito Santo (7,3%).
‘Descer pra SC’
Orla de Balneário Camboriú
Prefeitura de Balneário Camboriú
Santa Catarina recebeu 503.580 pessoas de outros estados entre 2017 e 2022 e viu 149.230 moradores deixarem o território, resultando em um saldo positivo de 354.350 pessoas — o maior do Brasil em números absolutos e também em proporção.
Segundo o IBGE, os principais estados de origem dos novos moradores de Santa Catarina são Rio Grande do Sul (26,8%), Paraná (19,1%) e São Paulo (12,4%), mas o fluxo migratório também passou a incluir regiões mais distantes, como o Pará (8,9%), que já aparece como a quarta maior origem.
Por outro lado, entre os emigrantes — pessoas que saíram de Santa Catarina entre 2017 e 2022 —, os destinos mais frequentes foram Paraná (37,4%), Rio Grande do Sul (24,9%) e São Paulo (13,4%), o que reforça a dinâmica de circulação regional no Sul do país.
⏳ Em 2010, Santa Catarina era o 3º maior destino de migrantes no país em 2010.
Santa Catarina lidera chegada de novos moradores
Arte g1
Centro-Oeste em alta
Depois de Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás também se destacaram como estados que mais ganharam população que perderam.
Mato Grosso teve saldo positivo de 103.938 pessoas, com uma taxa de migração de 2,84% — a segunda maior do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina.
Os principais estados de origem dos novos moradores de Mato Grosso foram Maranhão (17,7%), Pará (11,2%) e Goiás (10,4%), além de contribuições significativas de São Paulo.
“Essa tendência pode ser explicada por fatores estruturais como a expansão agrícola, investimentos em infraestrutura e o fortalecimento dos polos urbanos da região”, explicam os pesquisadores.
Goiás ganhou 186.827 pessoas, o terceiro maior do Brasil, o que representou um crescimento de 2,65% na população total do estado.
Segundo o IBGE, 28,2% dos novos moradores de Goiás vieram do Distrito Federal, reforçando o vínculo territorial entre o DF e o entorno goiano. Outros estados que mais enviaram moradores para Goiás foram o Maranhão (12,3%) e o Pará (9,5%), o que revela também o alcance da migração nordestina e nortista para a região.
Centro-Oeste ganha força na migração interna
Arte g1
Nordeste ainda perde população — com exceção da Paraíba
O Nordeste como um todo manteve a tendência histórica de perdas populacionais para outras regiões, com destaque para a Bahia (-41.549), Pernambuco (-41.486) e Maranhão (-129.228).
📈 A exceção foi a Paraíba, que registrou saldo positivo de 30.952 pessoas — o único estado nordestino com mais entradas do que saídas entre 2017 e 2022.
Perda de população na região Nordeste
Arte g1
Jovens são maioria entre os migrantes
A migração interna é, sobretudo, um movimento jovem — 1 em cada 5 migrantes tinha entre 25 e 29 anos. De acordo com o Censo 2022, mais de 3,5 milhões de pessoas com idades entre 25 e 29 anos mudaram de cidade nos cinco anos anteriores à coleta — o equivalente a 22,8% do total de migrantes do período, segundo o IBGE.
Também se destacam os grupos de 20 a 24 anos e 30 a 34 anos — que representam cerca de 18,5% a 17,5%, respectivamente, da migração — o que reforça que a mobilidade pode estar diretamente associada ao ciclo de entrada na vida adulta, com busca por trabalho, estudo, moradia e formação de família.
“A migração é amplamente reconhecida como um fenômeno demográfico fortemente seletivo por idade, manifestando padrões distintos de mobilidade entre os diversos grupos etários”, afirmam os pesquisadores.
Mais destaques do Censo em imigração
📍 Minas Gerais ultrapassa São Paulo em saldo migratório. Com saldo de 106,5 mil pessoas, Minas ultrapassou São Paulo e passou a figurar entre os estados que mais atraem do que perdem moradores de outras regiões. O movimento foi puxado por quem saiu justamente de SP e do Rio: 19,1% dos emigrantes paulistas e 17,7% dos fluminenses escolheram Minas como novo destino — reforçando o interior mineiro como novo polo de atração no Sudeste.
📍 Espírito Santo ganha força no mapa migratório. Apesar de estar fora do top 5 em números absolutos, o estado se destacou como nova alternativa para migrantes que saem de grandes centros, como Rio de Janeiro e Minas Gerais, e teve ganho populacional de 27,8 mil pessoas entre 2017 e 2022.
📍 Distrito Federal também inverte padrão e passa a perder população. O DF teve a maior queda de perda de população do país - 3,53%. A maior parte dos emigrantes foi para Goiás (48,5%), revelando a expansão da urbanização no entorno. Quase 1 em cada 2 moradores que saíram do DF foi morar em Goiás.
📍 Pará perde mais população. Antes um dos estados que mais recebia migrantes — especialmente vindos do Nordeste —, o Pará perdeu 94 mil moradores para outras regiões do país.
Outros destaques do Censo 2022
Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil
Com migração venezuelana, Roraima lidera percentual de estrangeiros no país
Número de filhos por mulher no Brasil é menor da história, diz IBGE
Mulheres do DF têm filhos mais tarde do que o restante do país; em média, depois dos 29 anos
RJ é o único estado brasileiro que reduziu o número de moradores estrangeiros em 12 anos, diz IBGE
Amanhecer na região do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, no dia 4 de junho de 2025
GloboNews/Reprodução
Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre os estrangeiros no Brasil, aponta IBGE
Número de venezuelanos é quase 94 vezes maior que o registrado há 12 anos. Roraima lidera ranking proporcional de imigrantes no país. Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil
O número de venezuelanos que vivem no Brasil ultrapassou o de portugueses e fez da Venezuela a principal origem de estrangeiros no país, segundo dados Censo de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).
Em 2010, havia 2.869 venezuelanos no Brasil. Em 2022, o número saltou para 271.514 – quase 94 vezes mais do que o registrado 12 anos antes. No mesmo período, o total de portugueses caiu de 137.972 para 104.345, uma redução de 24%.
É a primeira vez que os portugueses deixam de liderar o ranking de imigrantes no país.
Imigração venezuelana cresceu 94 vezes em 12 anos no Brasil
Arte g1
De acordo com os dados do Censo 2022:
Venezuelanos ultrapassam portugueses e passam a liderar o ranking de estrangeiros que vêm morar no Brasil;
Aumento da população venezuelana: de 2.869 em 2010 para 271.514 em 2022 — crescimento de 9.363%.
Queda entre portugueses: total caiu de 137.972 para 104.345 no mesmo período — redução de 24%.
Total de estrangeiros que vivem no Brasil: crescimento de 70,3%, de 592.448 para 1.009.340 pessoas.
Imigrantes estrangeiros: 54% chegaram ao país entre 2013 e 2022;
Origem dos imigrantes: América Latina passou de 27% para 72% do total entre 2005 e 2022.
Estados com mais destaque: Roraima tem 12,84% da população formada por estrangeiros, principalmente venezuelanos;
Rio de Janeiro perdeu imigrantes — caiu de 96 mil para 80 mil.
Migrantes venezuelanos esperam atendimento em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela
Caíque Rodrigues/g1 RR
Aumento expressivo da imigração internacional
O total de estrangeiros e naturalizados no Brasil também cresceu de forma significativa. Eram 592.448 em 2010, e passaram a ser 1.009.340 em 2022 – uma alta de 70%. É o maior número desde 1980, quando o Censo registrou 1,1 milhão de imigrantes.
A maioria dos estrangeiros que vivem hoje no país (54%) chegou entre 2013 e 2022.
Número de imigrantes estrangeiros no Brasil cresce 70%
Arte g1
Imigrantes do 'Sul Global'
Segundo o IBGE, o Brasil passou a receber mais imigrantes da América Latina e do Caribe. A participação da região na imigração internacional saltou de 27%, no período de 2005 a 2010, para 72% entre 2017 e 2022.
Número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022.
Arte g1
O número de latino-americanos no país subiu de 183.448 para 646.015 entre 2010 e 2022. Além dos venezuelanos, destacam-se bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos.
Já o número de europeus caiu no mesmo período, de 263.393 para 203.284.
Os 10 países com mais imigrantes no Brasil
Arte g1
Roraima lidera em proporção; RJ perde imigrantes
Roraima é hoje o estado brasileiro com maior percentual de estrangeiros na população. Em 2010, os imigrantes representavam 0,6% da população do estado. Em 2022, esse número saltou para 12,84%.
O avanço tem relação direta com a chegada de venezuelanos pela fronteira norte do país.
Número de imigrantes estrangeiros por estado
Arte g1
Por outro lado, o Rio de Janeiro foi o único estado que teve queda no número de imigrantes entre 2010 e 2022: de 96.821 para 80.292.
O estado de São Paulo continua sendo o principal destino dos estrangeiros no Brasil. Em 2022, 359.223 imigrantes moravam no estado — o equivalente a 0,8% da população paulista.
Outros destaques do Censo 2022
O Brasil registrou a menor taxa de fecundidade da história: 1,6 filho por mulher;
Mais mulheres têm filhos após os 30 anos — a idade média da maternidade subiu para 28,1 anos;
Mulheres com maior escolaridade têm menos filhos;
Evangélicas apresentam maior taxa de fecundidade entre os grupos religiosos; espíritas, a menor;
Pela primeira vez, SP e RJ passaram a perder população para outros estados;
Santa Catarina, Goiás, Minas e Mato Grosso lideram os saldos migratórios positivos;
Pará, Maranhão e o Distrito Federal estão entre os estados com maior perda populacional por migração.
Juro do consignado ao setor privado soma 3,75% ao mês em maio, o dobro do cobrado de aposentados e servidores
Nova modalidade de crédito foi lançada oficialmente em 21 de março. Uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo) ainda precisam ser regulamentados. A taxa média de juros na linha de crédito consignado ao setor privado, com garantia do FGTS, somou 3,75% ao mês em maio, informou nesta sexta-feira (27) o Banco Central.
Apesar da queda em relação a abril, quando estava em 3,94% ao mês, o patamar ainda é o dobro registrado no crédito com desconto em folha de pagamento aos aposentados (1,83% ao mês) e aos servidores públicos (1,87% ao mês) no mês passado.
Mais de 2,5 milhões de empregados recorreram ao consignado CLT
Atualmente, o programa conta com 66 instituições financeiras habilitadas para operar a modalidade, segundo o Ministério do Trabalho. O Banco Central divulga um ranking com as taxas de juros listando os bancos.
➡️As taxas médias mostradas pelo BC não significam que esse será o juro obtido pelos trabalhadores nos bancos. Isso vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base na garantia ofertada, seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores.
➡️A recomendação de especialistas é de que os trabalhadores façam uma ampla pesquisa no aplicativo da Carteira de Trabalho digital, promovendo concorrência entre as instituições financeiras, antes de fechar um empréstimo.
Veja as taxas médias de juros de outras linhas de crédito em maio:
➡️crédito pessoal não consignado: 6,14% ao mês;
➡️cheque especial das pessoas físicas: 7,37% ao mês;
➡️ cartão de crédito rotativo: 15,26% ao mês.
Trabalhadores já contrataram quase R$ 16 bilhões por meio da linha do consignado CLT
Pegatroco/Divulgação
Levantamento do Ministério da Fazenda
Segundo levantamento da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, a taxa média das operações das instituições que já atuavam de forma relevante na modalidade de crédito consignado do setor privado foi de 2,76% ao mês em 26 de junho. O cálculo considera 49 instituições financeiras que operam com a linha de crédito.
Já as instituições que aderiram à modalidade de consignado privado apenas com o Programa Crédito do Trabalhador praticaram juros médios de 4,32% ao mês em 26 de junho, valor abaixo do registrado em 12 de junho (4,39% ao mês).
Segundo o governo, os juros das linhas de crédito consignado ao setor privado "confirmam as expectativas de que o Programa Crédito do Trabalhador teria como benefício a possibilidade de migração das operações de empréstimo pessoal, cheque especial e parcelamento do cartão de crédito para contratos de crédito com taxas de juros mais baratas".
"Com a implementação do uso do saldo do FGTS como garantia [que ainda falta ser regulamentado], é possível que algumas operações contratadas no âmbito do Crédito do Trabalhador alcancem valores próximos a esses patamares mais baixos. No entanto, como essa possibilidade de garantia depende da existência de saldo de FGTS suficientemente compatível com o valor da contratação e, ainda, é determinado pela legislação como uma opção do trabalhador, não é razoável supor que a média de todas as operações realizadas no Programa alcance valores igualmente baixos", acrescentou o Ministério da Fazenda, por meio de nota.
Nova linha de crédito
A nova modalidade de crédito, com garantia do FGTS, foi lançada oficialmente em 21 de março, por meio de plataforma disponibilizada pelo governo.
🔎 As regras incluem o uso de até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo). As garantias, porém, ainda não foram regulamentadas.
💲 Nesta linha de crédito, as parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
💲 O consignado ao setor privado já existia, mas, com as regras antigas, havia uma exigência de um acordo entre as empresas e os bancos — o que travava a liberação dos recursos.
💲 Desde 21 de março, a busca pelo crédito pode ser feita pelos trabalhadores diretamente por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem a necessidade de acordo com os empregadores.
💲Desde 25 de abril, os trabalhadores podem contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados.
💲De 16 de maio em diante, os trabalhadores do setor privado podem renegociar sua dívida utilizando a chamada "portabilidade" para outro banco, mas têm de procurar as instituições financeiras.
Sem teto no consignado ao setor privado
Até o momento, não há teto nos juros da nova linha de crédito do consignado ao setor privado. As taxas cobradas são definidas livremente pelas instituições financeiras com base no perfil de cada cliente.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem defendido que não é necessário fixar um teto para os juros, pois as taxas cobradas, segundo a entidade, serão mais baixas com a garantia dos recursos do FGTS.
No lançamento da nova modalidade de crédito, em cerimônia no Palácio do Planalto na semana passada, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que, caso seja "observado que o sistema financeiro esteja abusando, o governo poderá estabelecer teto de juros no futuro".
Em março, o governo publicou um decreto do presidente Lula que determinando que o Comitê Gestor das Operações de Crédito Consignado será responsável por definir os parâmetros, termos e condições dos contratos para empréstimos garantidos com recursos do FGTS.
Com isso, o governo abriu a porta para que seja criado, no futuro, um teto de juros na nova modalidade de crédito – caso julgue ser necessário.
Empréstimos liberados
O último balanço do Ministério do Trabalho, divulgado em 17 de junho, aponta que foram emprestados quase R$ 16 bilhões em empréstimos a mais de 2,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada do setor privado por meio da nova linha de crédito com garantia do FGTS.
O valor ainda segue distante da estimativa de que podem ser liberados mais de R$ 100 bilhões em três meses, mas está dentro das expectativas iniciais tanto do governo quanto da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que a linha de crédito vai ganhar força com o passar do tempo.
Crédito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital
➡️Segundo o Ministério do Trabalho, a busca pelo crédito poderá ser feita por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital).
Segundo o Ministério do Trabalho, o crédito consignado com garantia do FGTS beneficiará trabalhadores formais da iniciativa privada, o que inclui empregados rurais, domésticos e empregados de MEI (microempreendedor individual).
Os trabalhadores poderão utilizar a Carteira de Trabalho Digital para buscar empréstimos em mais de 80 instituições financeiras que operam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo o governo, o país tem atualmente 47 milhões de trabalhadores formais, o que inclui 2,2 milhões de trabalhadores domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais e empregados do MEI, até então excluídos dos empréstimos consignados.
Quem fez uso do Saque-Aniversário do FGTS vai poder contratar?
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sim. O trabalhador que utilizou o Saque-Aniversário poderá contratar o empréstimo consignado privado.
"O Saque-Aniversário não está na mesa, é outro departamento completamente diferente. Aqui é o crédito folha de pagamento. O mesmo cidadão que antecipou o Saque-Aniversário, poderá constituir empréstimo? Sim, poderá", diz o ministro.
E se o trabalhador mudar de emprego?
Segundo o governo, caso o trabalhador mude de emprego, o desconto em folha para quitar as parcelas do empréstimo terá de ser feito pelo novo empregador.
Como funciona o novo consignado?
Os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores do eSocial para facilitar a concessão de crédito consignado, uma vez que poderão avaliar melhor o risco das operações.
🔹 CTPS Digital: por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador solicita a proposta de crédito às instituições financeiras habilitadas pelo governo. O trabalhador autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa.
🔹 Propostas: após solicitar o crédito, o trabalhador recebe ofertas dos bancos em até 24h. O trabalhador poderá comparar ofertas e escolher a opção mais vantajosa.
🔹 Comprometimento de até 35% do salário bruto: O limite inclui benefícios, abonos e comissões.
🔹 FGTS como garantia: O trabalhador pode contratar essa modalidade de empréstimo, podendo usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (de 40% do valor do saldo).
🔹 Caso de demissão: O trabalhador poderá usar os 10% do saldo do FGTS e a multa por rescisão para quitar a dívida com o banco. Caso o valor não seja suficiente, há uma interrupção no pagamento, que será retomada quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT, o que acarretará em correções. Também será possível procurar o banco para acertar uma nova forma de pagamento.
🔹 Desconto automático: O empregador será responsável por descontar a parcela do salário e repassá-la à Caixa Econômica Federal, que fará o pagamento aos bancos credores.
Desemprego recua para 6,2% no trimestre terminado em maio, diz IBGE; CLT bate novo recorde
Analista da pesquisa afirmou que esse é o melhor patamar do mercado de trabalho em 10 anos. Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo instituto nesta sexta-feira (27) Desemprego cai para 6,2% em maio
A taxa de desemprego brasileira desacelerou e atingiu 6,2% no trimestre encerrado em maio. Nos três meses anteriores, a taxa era de 6,8%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado também representa uma queda de 1 ponto percentual (p.p.) em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando a taxa era de 7,1%.
Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estavam sem emprego no país. Esse número representa uma queda de 8,6% em comparação ao trimestre anterior, quando 7,5 milhões de pessoas estavam desocupadas. Em relação aos mesmos três meses de 2024 (7,8 milhões), a queda foi de 12,3%.
Segundo o analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, o resultado da Pnad indica que o mercado de trabalho está no melhor patamar dos últimos dez anos.
"Esse número de 6,8 milhões de pessoas desocupadas é algo próximo ao que tínhamos no final de 2014, inicio de 2015. Então [desde então], o mercado não esteve tão bem como está agora", afirma.
Já o contingente de pessoas com carteira assinada no setor privado atingiu um novo recorde no trimestre encerrado em maio, com um total de 39,8 milhões de pessoas. O número, segundo o IBGE, representa uma alta de 0,5% em comparação ao trimestre anterior e um avanço de 3,7% em relação ao observado no mesmo período do ano anterior.
Segundo Kratochwill, os principais motivadores para a redução da taxa de desemprego foram o aumento do contingente de ocupados e as taxas de subutilização mais baixas.
"Assim, semelhante às divulgações anteriores, o mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão-de-obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais”, explica .
A quantidade de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em maio foi de 103,9 milhões de pessoas, um avanço de 1,2% na comparação com os três meses anteriores e alta de 2,5% na relação anual. Já o nível de ocupação, que responde pelo percentual de pessoas ocupadas em idade de trabalhar, atingiu 58,5% — alta de 0,6 p.p. ante o trimestre anterior.
Ainda segundo o instituto, outro destaque ficou com a queda robusta vista no número de desalentados (2,89 milhões) — aqueles que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego —, que registrou uma queda de 10,6% em relação aos três meses encerrados em abril e recuo de 13,1% na comparação de base anual. Esse é o menor número de desalentados desde 2016.
"Essa queda pode ser explicada pela melhoria consistente das condições do mercado de trabalho. O aumento da ocupação gera mais oportunidades, percebidas pelas pessoas que estavam desmotivadas”, diz Kratochwill em nota oficial.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho — que é a força de trabalho "desperdiçada" do país, ou seja, poderiam estar trabalhando, mas não estão — ficou em 14,9%. Nesse caso, o resultado representa uma queda de 0,8 p.p. na comparação trimestral e de 1,9 p.p. na relação anual.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 6,2%
População desocupada: 6,8 milhões de pessoas
População ocupada: 103,9 milhões
População fora da força de trabalho: 66,7 milhões
População desalentada: 2,89 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,8 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,7 milhões
Trabalhadores por conta própria: 26,2 milhões
Trabalhadores informais: 39,3 milhões
Taxa de informalidade cai para 37,8%
Ainda segundo o IBGE, a taxa de informalidade — que é a proporção de trabalhadores informais na população ocupada — foi de 37,8%, o que corresponde a 39,3 milhões de trabalhadores informais. O resultado do índice representa uma queda tanto em relação ao trimestre móvel anterior (38,1%) quanto em comparação aos mesmos três meses do ano passado (38,6%).
O instituto indica que a queda na informalidade é consequência da estabilidade no número de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões) e da alta no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ (+3,7%).
O IBGE ainda mostrou que dentre os dez agrupamentos de atividade investigados pela Pnad, apenas o segmento de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento na ocupação no trimestre encerrado em maio e os três meses anteriores.
“Esse grupamento possui uma característica peculiar neste trimestre, pois é quando ocorre o início do ano letivo. Consequentemente, é preciso uma estrutura de suporte, com a contratação de professores, ajudantes, cuidadores, cozinheiros e recepcionistas”, afirma o analista responsável pela pesquisa.
Massa de rendimento dos trabalhadores bateu recorde
O rendimento médio mensal real habitual de todos os trabalhadores chegou a R$ 3.457 no trimestre encerrado em maio de 2025 — resultado estável em relação aos três meses anteriores e 3,1% maior na comparação anual.
Já a massa de rendimento real habitual, que representa a soma das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 354,6 bilhões, um novo recorde da série histórica do IBGE. Nesse caso, a alta foi de 1,8% no trimestre e de 5,8 ante o mesmo período do ano passado.
Segundo Kratochwill, o maior número de pessoas ocupadas amplia a base de rendimentos:
“Como o rendimento médio real permaneceu estável, consequentemente ocorreu aumento da massa de rendimentos, ou seja, a maior massa de rendimentos resultou quase exclusivamente da expansão do volume de ocupados, e não de aumento do rendimento médio”, afirma.
Maior volume de contribuintes na previdência social
O IBGE também indicou que o número de pessoas contribuintes para o instituto de previdência na população de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, foi de 68,3 milhões de pessoas — o maior da série histórica.
Segundo Kratochwill, o número reflete a força do mercado de trabalho.
"Isso também reflete no total de contribuintes para o instituto de previdência, uma vez que aumenta o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada e os trabalhadores por conta própria com cadastro no CNPJ, o que contribui para o aumento de trabalhadores e contribuintes para o instituto de previdência", afirma.
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
Divulgação/Agência Brasil
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
Dólar cai e fecha a R$ 5,48, de olho em dados econômicos no Brasil e nos EUA; Ibovespa recua
A moeda norte-americana caiu 0,27%, cotada a R$ 5,4834. A bolsa recuou 0,18%, aos 136.866 pontos. Com derrubada do aumento do IOF, economistas apontam caminhos para reduzir gastos e equilibrar contas públicas
O dólar fechou em queda de 0,27% nesta sexta-feira (27), cotado a R$ 5,4834. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,4598. O Ibovespa recuou 0,18%, aos 136.866 pontos.
▶️Com uma agenda recheada nesta sexta-feira, investidores acompanharam a divulgação de vários indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o destaque ficou com o IGP-M e os novos dados de desemprego da Pnad Contínua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no exterior, a atenção fica com o núcleo do índice de preços norte-americano PCE, considerado referência para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
▶️ Além disso, o mercado ainda repercutiu a decisão do Congresso de derrubar o projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a redução da arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento, e investidores aguardam qual será o posicionamento do governo para a situação.
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta que o presidente Lula (PT) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para analisar se a decisão da Câmara dos Deputados de derrubar o aumento do IOF fere ou não a autonomia entre os poderes.
▶️ Lá fora, o fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também seguiu no radar. O número de acordos firmados ainda é baixo e reacende preocupações com a guerra comercial.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,75%;
Acumulado do mês: -4,10%;
Acumulado do ano: -11,27%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: 0,18%;
Acumulado do mês: -0,12%
Acumulado do ano: +13,79%.
Agenda econômica recheada
Com uma agenda econômica recheada nesta sexta-feira, investidores repercutiram uma série de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos.
▶️No Brasil:
Por aqui, o destaque ficou com a taxa de desemprego de maio, que recuou para 6,2% e atingiu 6,8 milhões de pessoas no período. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, o resultado da Pnad indica que o mercado de trabalho está no melhor patamar dos últimos dez anos.
A pesquisa também mostrou que o contingente de pessoas com carteira assinada no setor privado atingiu um novo recorde no trimestre encerrado em maio, com um total de 39,8 milhões de pessoas.
Outro destaque ficou com o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), que recuou mais do que o esperado em junho, a 1,67%, depois de ter registrado queda de 0,49% no mês anterior. Os dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança de Serviços no Brasil, também divulgada pela instituição, também registrou queda neste mês, diante da deterioração das perspectivas tanto sobre a situação atual quanto futura.
▶️Nos Estados Unidos:
Já nos EUA, as atenções ficaram voltadas para o índice de preços PCE, que registrou uma alta de 0,1% em maio, mesma taxa de abril. No acumulado em 12 meses, a inflação medida pelo PCE foi de 2,3%, ante 2,2% em abril. Os dados são do Departamento de Comércio norte-americano.
O órgão também indicou que os gastos dos consumidores do país tiveram uma queda inesperada em maio, uma vez que diminuiu o impulso de compra preventiva de bens, como veículos automotores, antes da imposição de tarifas. Nesse caso, o recuo foi de 0,1%, após ganho revisado de 0,2% em abril.
O resultado animou os mercados, uma vez que reforça a perspectiva de que o Fed deve cortar os juros em breve. Nesta sexta-feira, o presidente da distrital de Minneapolis do BC norte-americano, Neel Kashkari, reforçou que o arrefecimento da inflação deve permitir que a instituição corte os juros duas vezes neste ano.
O dado foi bem recebido pelo mercado e tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq atingiram máximas recordes logo após a divulgação.
De olho no IOF
O Congresso Nacional derrubou o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou sua tramitação. O texto foi aprovado por 383 votos a 98 e, poucas horas depois, confirmado pelo Senado.
Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Especialistas consultados pelo g1 alertam que a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
De acordo com o blog do Camarotti, integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a derrota no Congresso foi resultado de uma articulação inédita entre Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A avaliação no governo é que essa união fortalece o Legislativo tanto nas negociações com o Planalto quanto diante do Supremo Tribunal Federal. Motta e Alcolumbre, inclusive, planejam comparecer juntos a uma audiência para tratar da liberação de emendas parlamentares.
O que disse Haddad
Não vejo omissão do presidente Lula, diz Haddad
Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula acionou a AGU para analisar se a decisão da Câmara dos Deputados de derrubar o aumento do IOF fere ou não a autonomia entre os poderes.
"Em relação ao decisão do presidente, ele pediu à AGU, perguntou à AGU se o decreto legislativo usurpa uma prerrogativa do Executivo. Se a resposta for positiva, ele deve recorrer (à Justiça)", disse, em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews.
Segundo Haddad, caso a AGU aponte que há usurpação, Lula terá que acionar a Justiça porque "ele jurou cumprir a Constituição Federal" e não pode "abrir mão" de decisões que são do Executivo. O ministro afirma que não vê omissão por parte do presidente Lula na questão do IOF.
Haddad avaliou os impactos da decisão, quais as chances de o governo Lula (PT) acionar a Justiça para analisar o caso e como fica a meta fiscal sem a mudança do IOF nas contas. Ao defender o decreto que elevou a alíquota do IOF para 3,5% em algumas operações de crédito, o ministro rebateu críticas de que a medida teria objetivo arrecadatório.
Segundo o ministro, o percentual anterior era superior a 6% até o fim de 2022 e não foi alvo de questionamentos. "Tem operações de crédito que eram maquiadas para driblar o imposto. Nós fechamos essa brecha", declarou.
Guerra comercial e pressão no Fed
Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial provocada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante desse cenário, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os rumos da taxa de juros.
"Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica", afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A postura de Powell tem gerado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça-feira, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em publicações nas redes sociais.
Nesta quarta-feira, a tensão aumentou. Segundo o jornal "The Wall Street Journal", Trump tem cogitado substituir o comando do Fed antes do fim do mandato de Powell. A possibilidade tem gerado preocupação entre investidores quanto à preservação da autonomia do BC americano.
Dólar atinge a segunda maior cotação da história: R$ 5,86
Reprodução/TV Globo
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Congresso derruba mudança no IOF, mas mantém outras medidas do pacote de Haddad; veja quais
Foram sustados 3 decretos presidenciais que ajustaram IOF nos últimos meses. Sem a alta do imposto, governo deixa de arrecadar R$ 20 bilhões neste ano. O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, publicou decreto no "Diário Oficial da União" desta sexta-feira (27) derrubando o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos últimos meses. A publicação acontece após o Congresso Nacional ter votado pela derrubada do aumento do tributo nesta semana, o que representou uma derrota para a equipe econômica do governo — que contava com os recursos para tentar atingir a meta fiscal deste ano. Com derrubada do aumento do IOF, economistas apontam caminhos para reduzir gastos e equilibrar contas públicas Foram sustados três decretos presidenciais: o primeiro que elevou o IOF em meados de maio; segundo que recuou do aumento para fundos de investimento no exterior no mesmo mês e; o último, já em junho, que voltou atrás em alguns pontos da alta do tributo. O movimento foi necessário porque, se somente o último decreto fosse suspenso, voltariam a valer os efeitos dos atos anteriores. Com a derrubada dos decretos de Lula, deixa de valer: Aumento do IOF para compras internacionais de pessoas físicas em cartões de crédito e débito internacional, de 3,38% para 3,5%; Alta do IOF para compra de moeda estrangeira em espécie e em remessas para o exterior, que havia subido de 1,1% para 3,5%; Aumento na alíquota diária do imposto para empresas, de 0,0041% para 0,0082%; Elevação da alíquota diária do imposto, de 0,0041% para 0,0082%, para o chamado "risco sacado" - operação em que um banco antecipa o pagamento de uma fatura que é cobrada depois de seu cliente. Alta no IOF de zero para 5% sobre seguros do tipo VGBL, uma forma de previdência privadas, para investidores de renda mais alta; Elevação de zero para 0,38% para fundos de investimento em direito creditório na aquisição de cotas. Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o governo recorra à Justiça contra a derrubada do aumento do IOF pelo Legislativo. Segundo ele, essa decisão será tomada, em breve, pelo presidente Lula. Governo Lula avalia se vai entrar com ação no Supremo para reverter queda do aumento do IOF Considerada necessária pela equipe econômica, a alta do IOF buscava equilibrar o orçamento deste ano e buscar o atingimento da meta fiscal de 2025. Sem os recursos, o governo perdeu R$ 20 bilhões de expectativa de arrecadação neste ano. Por isso, terá de efetuar novos bloqueios no orçamento, ou propor a elevação de outros tributos. Medida Provisória segue de pé Apesar de o Congresso Nacional ter derrubado o aumento do IOF decretado pelo presidente Lula, ainda segue de pé a Medida Provisória que elevou uma série de tributos — alguns com efeito somente a partir de 2026. Com essa MP, o governo visa arrecadar R$ 10 bilhões neste ano. ▶️Por isso, o bloqueio que o governo terá de efetuar no orçamento por conta da queda do IOF mais alto, ou uma nova rodada de aumento de impostos, será menor do que os R$ 20 bilhões estimados com a perda de arrecadação. Medidas provisórias (MPs) no Brasil têm força de lei a partir do momento em que são publicadas, mas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional em até 120 dias para se tornarem lei em definitivo. Caso contrário, perdem a validade. Veja as medidas que seguem valendo: ▶️ Aumento da alíquota sobre bets, de 12% para 18% sobre a receita líquida (GGR) Medida vai arrecadar mais sobre o lucro das bets. Segundo o ministro Haddad, essa tributação de 18% era a proposta original do governo, que foi alterada pelo Congresso para 12%. "Esse setor, hoje, entre o que recebe de apostas e o que paga de prêmios, está tendo um lucro bruto de cerca de R$ 40 bilhões ao ano", disse o ministro. Medida só vale a partir de meados de setembro. ▶️Juros sobre capital próprio: aumento da taxação dos juros sobre capital próprio (JCP) — mecanismo utilizado pelas empresas — de 15% para 20%. O JCP é uma forma de distribuição de lucros alternativa aos dividendos (que são isentos de imposto). O tributo é deduzido na fonte, ou seja, o acionista já recebe os valores de JCP descontados do imposto. Medida vale a partir de 2026. ▶️Aumento de zero para 5% na taxação dos chamados títulos incentivados, como LCI, LCA: Medida vai arrecadar mais dinheiro sobre esses investimentos. Os recursos captados são utilizados para financiar o agronegócio e o setor imobiliário, que dizem que esse aumento da tributação será repassada aos preços dos alimentos e dos imóveis. Ministro Haddad diz que o custo da isenção é alto, de R$ 41 bilhões por ano, e que não haverá impacto nos preços. Medida só a partir de 2026. ▶️Governo fixa IR de 17,5% em aplicações financeiras hoje, taxa é de 15% a 22,5% dependendo do prazo: haverá unificação, se confirmada pelo parlamento, da alíquota em 17,5%. Na prática, a medida favorece aplicações de até um ano, que tinham tributação acima desse patamar. Por outro lado, eleva a cobrança para prazos acima de dois anos, que têm uma incidência menor de IR – com uma alíquota atual de 15%. O governo não detalhou o impacto dessa medida nas contas públicas. Medida vale só a partir de 2026. ▶️Tributação de criptoativos governo atualizou e esclareceu as regras de tributação para os rendimentos, inclusive os ganhos líquidos, de operações com ativos virtuais (criptoativos), incluindo arranjo financeiro com ativo virtual que seja a representação digital de valor negociada ou transferida por meios eletrônicos e utilizada com propósito de pagamento ou de investimento. A tributação será de 17,5% a partir de 2026. ▶️Taxação de "fintechs" (empresas de tecnologia em serviços financeiros) Empresas de tecnologia do sistema financeiro pagavam 9% de CSLL, e passarão ser tributadas como as demais instituições financeiras, com alíquotas de 15% ou 20%. Ministro Haddad diz que não faz sentido empresas do setor financeiro, de maior porte, serem menos tributadas do que os grandes bancos. E que a medida visa corrigir uma distorção. Com a medida, cooperativas de crédito terão tributação elevada de 9% para 15%. Medida vale a partir de meados de setembro. ➡️Limitação de compensações tributárias Governo diz que a MP traz medidas para coibir "compensações abusivas" de crédito tributário. Segundo o Ministério da Fazenda, a medida visa impedir o uso, pelas empresas, de compensações estranhas a sua atividade principal. Geralmente, segundo o governo, esse tipo de procedimento é usado para postergar o pagamento de tributos. Medida tem a previsão de arrecadar R$ 10 bilhões neste ano. ➡️Pé de meia dentro do piso de educação Medida inclui o pé de meia, cujo objetivo é manter alunos de ensino médio na escola pública, no cálculo para o piso constitucional de investimentos na educação. A medida, que abre espaço no orçamento de R$ 12 bilhões neste ano, reduz os recursos disponíveis para outros programas do Ministério da Educação.
VÍDEO: Novo Fiat Fastback 2026 continua o mesmo — para o bem e para o mal; veja o teste
Modelo 2026 recebe mudanças sutis no visual para seguir a nova identidade da marca. Preços vão de R$ 119.990 a R$ 177.990. Fiat Fastback 2026
Usando a máxima de que "time que está ganhando, não se mexe", a Fiat lançou nesta sexta-feira (27) o Fastback 2026 com pouquíssimas mudanças. Com o mesmo motor, ele teve apenas uma leve reformulação no design e agora adota a mesma identidade visual do novo Pulse.
E será necessário mudar tanto? O SUV cupê é o quarto veículo mais vendido da marca, atrás apenas da picape Strada e dos hatches Argo e Mobi. Nem o irmão menor Pulse emplacou mais que ele em 2025.
Desde o lançamento em 2022, o Fastback já vendeu mais de 120 mil unidades. Neste ano, o carro ocupa a sétima colocação entre os SUVs mais vendidos do Brasil, com pouco mais de 20 mil unidades. Seu principal rival, o Volkswagen Nivus ocupa a nona posição.
No pouquíssimo contato que o g1 teve com a versão intermediária Impetus com propulsão híbrida — cerca de 30 minutos em rodovia —, nenhuma mudança na dinâmica foi sentida. Os olhos desatentos também podem nem perceber que se trata de uma nova versão.
Em suma, o Fastback 2026 continua bom no que era bom, e ruim no que era ruim.
Veja abaixo os principais pontos de destaque e a avaliação.
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Preços e versões
O Fastback 2026 não configura uma nova geração, mas sim de uma atualização estética (o chamado "facelift"). Assim, o SUV mantém as mesmas configurações anteriores, mas agora com preços mais elevados:
Turbo 200 AT: R$ 119.990 (sem alteração);
Audace Turbo 200 Hybrid AT: R$ 159.990 (acréscimo de R$ 4 mil);
Impetus Turbo 200 Hybrid AT: R$ 167.990 (acréscimo de R$ 2 mil);
Limited Edition Turbo 270 AT: R$ 171.990 (acréscimo de R$ 3 mil);
Abarth Turbo 270 AT: R$ 177.990 (acréscimo de R$ 6 mil).
Trata-se da mesmíssima faixa de preços do Volkswagen Nivus. Confira abaixo todas as versões do SUV cupê da marca alemã:
Sense 200 TSI: R$ 119.990;
Comfortline 200 TSI: R$ 143.490;
Highline 200 TSI: R$ 160.790;
GTS 250 TSI: R$ 174.990.
Na linha Fastback, a versão de entrada já vem com motor 1.0 turbo e câmbio automático. O Pulse, SUV de entrada da Fiat, ainda oferece a versão “Drive”, com motor 1.3 aspirado e câmbio manual.
Mudanças visuais e de equipamentos
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As alterações de design são pequenas e se concentram nos para-choques dianteiro e traseiro. A grade frontal perdeu os contornos arredondados. Com filetes verticais, a entrada de ar para o motor ganhou um aspecto tridimensional e exibe o logotipo da Fiat ou da Abarth, dependendo da versão.
Na traseira, a mudança no para-choque é tão sutil que quase passa despercebida: somente um reposicionamento da saída falsa de escapamento. Todas as versões agora contam, de série, com acabamento em black vinil nas portas dianteiras.
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A versão mais simples do Fastback, chamada T200, oferece um pacote de opcionais por R$ 4 mil, que inclui:
Chave presencial;
Partida remota;
Câmera de ré;
Carregador por indução;
Maçanetas na cor da carroceria;
Retrovisores externos em black piano;
Rodas de liga leve de 17" com acabamento exclusivo.
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Na versão Impetus (com motor 1.0 turbo), o teto solar é oferecido como opcional por R$ 4.990. Esse item não está disponível nas versões T200 e Audace.
Já na versão Limited Edition (com motor 1.3 turbo de 176 cv), o teto solar vem acompanhado de ajuste elétrico para o banco do motorista, elevando o valor do pacote para R$ 5.990. (veja as listas completas de equipamentos no final da reportagem)
Com esse opcional, o preço do carro sobe para R$ 177.980 — o mesmo da versão esportiva Abarth. Ou seja, pode valer mais a pena optar diretamente pelo Fastback Abarth, que já vem equipado com teto solar, banco com ajuste elétrico e uma série de elementos visuais que reforçam seu apelo esportivo.
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O Abarth traz bancos dianteiros exclusivos, interior com o logotipo do escorpião espalhado pela cabine e costuras vermelhas nos assentos. O painel tem acabamento que remete à fibra de carbono e um filete vermelho que reforça o caráter esportivo do modelo.
O volante conta com o botão “Poison”, que intensifica o ronco do escapamento, alonga as trocas de marcha e torna a condução mais dinâmica.
Apesar de contar com alguns recursos do pacote ADAS (sistema avançado de assistência ao condutor), como assistente de permanência em faixa e leitura de faixas, o Fastback não oferece piloto automático adaptativo em nenhuma versão — recurso que ajusta automaticamente a velocidade conforme o tráfego à frente.
Fiat Fastback recebe discreta reestilização para continuar liderando entre os SUVs cupês
Divulgação | Fiat
O que esperar do novo Fastback?
O Fastback 2026 é um carro muito similar ao anterior. O motor 1.0 turbo não faz feio e fica na média do segmento, com a arrancada de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos. O Renault Kardian, por exemplo, cumpre a mesma prova em 9,9 segundos.
✅Seu principal trunfo continua sendo o mesmo, o bagageiro. O Fastback é reconhecido pelo bom espaço de porta-malas, ideal para um público como um jovem casal com filhos pequenos.
Com impressionantes 516 litros, dá para carregar de tudo: carrinho de bebê, malas, brinquedos e caixa de transporte de pets.
O volume chega a ser maior que o do sedã Chevrolet Onix Plus, que tem 469 litros. Contra o rival Nivus, ele dá um baile, com 101 litros a mais.
❌ Também permanece seu principal defeito, o espaço interno. O Fastback é 17 centímetros mais comprido que o Volkswagen Nivus, mas a distância "entre-eixos" — que é onde se encaixa todo o espaço do habitáculo — é três centímetros menor que a do rival, um carro reconhecidamente apertado.
Adultos já sofriam e permanecerão sofrento para se encaixarem no banco traseiro. Com a adoção do teto-solar, o espaço para cabeça ficou ainda menor e adultos de mais de 1,80 m raspam a cabeça no teto com facilidade.
Na dianteira, o aperto se repete. O console central é largo e ocupa parte do espaço que poderia ser destinado ao motorista e ao passageiro. É fácil se encontrar batendo o joelho na lateral da peça.
Fiat Fastback Abarth 2026
Divulgação | Fiat
Motor é mais potente que o dos rivais?
Em termos de motorização, o catálogo do Fastback tem duas opções. A primeira é a 1.0 T200 e entrega:
130 cv de potência com etanol e 125 cv com gasolina;
20,4 kgfm de torque.
O torque é sempre o mesmo, independentemente do combustível e todas os Fastback com motor 1.0 são equipados com transmissão automática CVT. Nesse aspecto, há um empate com o VW Nivus, mas o utilitário da Fiat leva vantagem com dois cavalos a mais.
As versões Audace e Impetus vêm na sequência, adicionando um sistema híbrido-leve, que utiliza uma bateria adicional de 12V (além da bateria convencional de 12V). Nessas configurações, a bateria dá apenas um auxílio elétrico na hora de arrancar com o carro, sem adição de potência e torque.
A versão Limited Edition é a primeira a oferecer o motor 1.3 turbo e câmbio automático de seis velocidades, conjunto motriz que vai se repetir no Abath. Com ele, a configuração acelera de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos. Esse propulsor disponibiliza:
176 cv com etanol ou com gasolina;
27,5 kgfm de torque com etanol ou gasolina.
Galerias Relacionadas
Porém, o que chama atenção é a esportividade da versão Abarth (veja a galeria acima). Apesar de ter o mesmo motor 1.3 turbo, a sua calibração é alterada para entregar mais potência. Essa diferença resulta em uma aceleração de 0 a 100 km/h quase um segundo mais rápida na versão Abarth: 7,6 segundos. Veja os dados:
185 cv de potência com etanol e 180 cv com gasolina;
27,5 kgfm de torque com ambos combustíveis.
Mesmo sendo mais leve, o Nivus GTS (configuração que também é voltada para esportividade) é 0,8 segundo mais lento na aceleração de 0 a 100 km/h em comparação ao SUV da Fiat. O SUV da Volkswagen é carregado por um motor 1.4 de 150 cv e 25,5 kgfm de torque.
A configuração poderia ter um escapamento com ronco um pouco mais alto e grave para invocar o espírito esportivo. Porém, o desempenho agrada bastante.
No contato com o carro em uma pista de testes, foi possível constatar retomadas de velocidade vigorosas. O câmbio automático de seis velocidades estica mais as marchas quando a tecla "Poison" está acionada.
Com o arsenal disponibilizado pelo propulsor, o carro tem uma performance que poucos SUVs até R$ 200 mil conseguem entregar. Só o Fiat Pulse Abarth é tão rápido quanto ele.
Na parte dinâmica, percebe-se que se está guiando um SUV, sobretudo por conta da transferência de massa de um lado para outro nas curvas em alta velocidade.
Em frenagens fortes no fim da reta, a traseira demonstra o anseio de passar à frente, fazendo o carro rodar. E isso também é efeito do entre-eixos muito curto, que deixa a parte de trás com peso além do ideal.
Mas o banco com DNA Abarth segura o piloto na posição ideal para dirigir com prazer e total controle do carro.
Veja a ficha técnica do Fastback e seus principais rivais:
Ponto de atenção
O acabamento do Fastback está dentro da média do segmento — não se destaca, mas também não compromete. No entanto, há uma falha importante no sistema start-stop que afeta o funcionamento da ventilação.
O start-stop já é conhecido do público brasileiro, tendo se popularizado há mais de uma década. Até o Fiat Uno, em sua versão manual, chegou a contar com esse recurso antes de sair de linha.
Essa tecnologia desliga o motor em paradas rápidas, como em semáforos ou congestionamentos, para economizar combustível. Nesses momentos, é comum que o ar-condicionado pare de funcionar, já que o compressor responsável pelo ar refrigerado depende do motor em funcionamento.
Assim, mesmo que o resfriamento não esteja ativo, o ventilador continua funcionando, enviando ar para o interior do veículo. Em outros carros, ao tirar o pé do freio, o motor religa automaticamente e o ar-condicionado volta a operar.
No entanto, no Fastback, há uma falha que faz com que a ventilação também seja interrompida. Isso é extremamente incômodo, especialmente no anda e para do trânsito. A Fiat precisa corrigir esse problema o quanto antes.
Concorrência interna
Há um concorrente discreto, mas que pode incomodar o Fastback — e ele está dentro do mesmo grupo Stellantis, dono das marcas Fiat, Jeep, Citroën, Ram e Peugeot: o Citroën Basalt.
Embora não seja possível compará-lo diretamente ao Fastback em termos de motorização, já que o SUV francês oferece apenas versões com motor 1.0 aspirado de 75 cv e 1.0 turbo de 130 cv, o Basalt não pode ser descartado nesse que é o segmento mais competitivo do mercado.
A versão topo de linha “Shine” do Basalt, equipada com o mesmo motor 1.0 turbo do Fastback, é a que realmente se destaca, oferecendo desempenho satisfatório. Ela custa apenas R$ 2.110 a mais que o utilitário italiano, mas vem consideravelmente mais equipada que o Fastback T200.
Pontos positivos e negativos do Fiat Fastback:
✅ Porta-malas;
✅ Desempenho;
❌ Espaço interno;
❌ Start-Stop.
Para fechar, confira a lista de equipamentos da novidade da Fiat:
Fastback T200:
Câmbio CVT;
Freio eletrônico com autohold;
Painel de instrumentos de 3,5”;
Central multimídia de 8,4”;
Ar-condicionado digital;
Sensor de estacionamento traseiro;
Faróis em LED;
Retrovisores elétricos;
Rodas de liga leve de 17”;
Bancos em tecido.
Fastback Audace T200 Hybrid (com todos os equipamentos do T200 AT, mais):
Motor com sistema híbrido-leve;
Chave presencial;
Carregador por indução;
Assistente de permanência em faixa;
Frenagem autônoma de emergência (AEB);
Central multimídia de 10,1”;
Sensor de chuva;
Retrovisor interno fotocrômico;
Farol alto automático;
Partida remota;
Câmera de ré;
Maçanetas na cor da carroceria;
Retrovisores externos em black piano;
Rodas de liga leve de 17” diamantadas;
Painéis das portas dianteiras com revestimento em tecido;
Volante revestido em couro;
Opcionais: serviços conectados por R$ 2.990.
Fastback Impetus T200 Hybrid (com todos os equipamentos do Audace, mais):
Painel de instrumentos digital de 7”;
Sensores de estacionamento dianteiros;
Luzes nos retrovisores externos;
Retrovisores com rebatimento elétrico;
Rodas de liga leve de 18”;
Teto com pintura bicolor;
Bancos em couro;
Painéis das portas dianteiras com revestimento em couro;
Opcionais: bancos em couro ecológico claro; serviços conectados com monitoramento de ponto cego e pacote com teto-solar por R$ 10.320.
Fastback Limited Edition (com todos os equipamentos do Impetus T200 Hybrid, mais):
Motor 1.3 turbo de 176 cv;
Câmbio automático de 6 marchas;
Molduras inferiores na cor da carroceria;
Opcionais: pacote teto-solar; serviços conectados com monitoramento de ponto cego por R$ 9.980.
Fastback Abarth (com todos os equipamentos da Limited Edition, mais):
Calibração esportiva com 185 cv;
Serviços conectados;
Monitoramento de ponto cego;
Teto-solar;
Banco do motorista com ajuste elétrico;
Rodas exclusivas de 18”;
Ponteiras de escapamento esportivas;
Spoiler em preto;
Bancos esportivos revestidos em couro;
Faróis de neblina em LED.
g1 testa o novo VW Nivus: é melhor que os rivais?
Criminosos se passam por profissionais e aplicam golpes via PIX e cartão; entenda esquema
Em alguns casos, criminosos chegam a realizar parte do serviço antes de aplicar o golpe com maquininhas adulteradas ou trocas de cartão, alerta Febraban. Motorista
Dan Gold/ Unsplash
⚠️ Criminosos estão se passando por profissionais autônomos para aplicar golpes em quem contrata serviços pela internet.
O crime, que inclui anúncios falsos e cobranças indevidas por PIX ou cartão, chamou a atenção da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que emitiu um alerta sobre o aumento desses casos.
A tática dos golpistas começa com a criação de anúncios em redes sociais e aplicativos de serviços. Eles oferecem consertos, instalações, mudanças, serviços hidráulicos e elétricos, muitas vezes acompanhados de falsos depoimentos de supostos clientes satisfeitos.
“A fraude começa com anúncios bem produzidos, que passam credibilidade. Mas, na verdade, quem está por trás muitas vezes nem presta o serviço ou age com má-fé durante o atendimento”, explica Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
O golpe pode ocorrer de duas maneiras. Em uma delas, o falso profissional solicita pagamento antecipado via PIX, alegando que é para "reservar o horário". Após a transferência, ele desaparece e não realiza o serviço.
Em outro caso, o criminoso chega a comparecer e realiza parte do serviço, o que aumenta a confiança da vítima. No momento do pagamento, porém, ele exige o cartão e utiliza uma maquininha adulterada.
A maquininha pode ter o visor danificado ou estar posicionada de modo que o cliente não veja o valor digitado. O valor cobrado costuma ser superior ao combinado, e a vítima só percebe ao conferir o extrato bancário.
Em alguns casos, o criminoso memoriza a senha e troca o cartão na devolução, utilizando os dados para realizar compras posteriormente.
Como se proteger
Para ajudar na prevenção, a Febraban reuniu cinco orientações simples que podem evitar grandes transtornos:
Pesquise o fornecedor com cuidado: antes de contratar, consulte o CNPJ no site da Receita Federal e leia avaliações em plataformas confiáveis. Desconfie de perfis recentes ou com elogios genéricos.
Peça recomendações: amigos, familiares e vizinhos são fontes mais confiáveis do que anúncios aleatórios na internet.
Evite pagamentos antecipados via PIX: especialmente se for a primeira vez que utiliza o serviço ou se tiver dúvidas sobre a reputação do profissional.
Atenção ao usar o cartão: sempre confira o valor na tela da maquininha antes de digitar a senha e proteja os números ao digitar.
Não entregue seu cartão: insira o cartão você mesmo e, ao recebê-lo de volta, verifique se é realmente o seu.
“Esses cuidados simples podem fazer toda a diferença para não cair em uma armadilha. O criminoso conta com o momento de distração da vítima. Por isso, desconfie sempre e redobre a atenção”, reforça Walter Faria.
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Salve o Corinthians? Torcida pede que mulher mais rica do Brasil salve o clube da crise financeira
Torcedores inundaram as redes sociais com a hashtag #VicSAF, em referência ao nome da bilionária Vicky Safra e ao modelo de gestão Sociedade Anônima do Futebol. Foto de arquivo de maio de 2014 mostra Vicky e Joseph Safra no Teatro Municipal de São Paulo durante a pré-estreia da ópera Carmen. O evento foi realizado em Prol da Congregação Israelita Paulista
Silvana Garzaro/Estadão Conteúdo
A bilionária Vicky Safra, mulher mais rica do Brasil, entrou nos trending topics da rede social X nos últimos dias. Torcedores do Corinthians inundaram as redes com pedidos para que a herdeira do Banco Safra ajude o clube, que enfrenta uma grave crise financeira.
A hashtag #VicSAF reuniu os pedidos desesperados dos torcedores. A expressão mistura o nome Vicky com a sigla SAF, de Sociedade Anônima do Futebol, modelo de gestão que permite aos clubes se transformarem em empresas, com regras específicas de governança, controle e financiamento.
Veja abaixo algumas das publicações da torcida, saiba quem é Vicky Safra e o que está acontecendo com o clube.
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Quem é Vicky Safra?
Viúva e herdeira do fundador do Banco Safra, Vicky Safra é apontada pela revista Forbes como a mulher mais rica do Brasil.
Com uma fortuna estimada em US$ 20,7 bilhões (cerca de R$ 114,2 bilhões), Vicky e seus quatro filhos ocupam o 2º lugar no ranking dos mais ricos do Brasil, atrás apenas do cofundador do Facebook, Eduardo Saverin.
De origem grega, Vicky tinha apenas 17 anos quando se casou com Joseph Safra, que mais tarde se tornaria o banqueiro mais rico do mundo.
A origem da fortuna da família remonta à Síria, onde foi criada uma casa bancária em 1800. A história da família no Brasil começou em 1953, quando Jacob Safra, pai de Joseph, se mudou com a família para o país.
No Brasil, a Safra Financeira foi fundada em 1967. Com a aquisição de outras instituições, o Banco Safra foi oficialmente estabelecido em 1972. Vicky e Joseph Safra tiveram quatro filhos e 14 netos. Joseph faleceu em 2020, aos 82 anos, por causas naturais.
Lista de bilionários da Forbes 2025: saiba quem são as pessoas mais ricas do mundo
O que está acontecendo com o Corinthians?
Embora as finanças do Corinthians já estivessem fragilizadas há alguns anos, a crise se agravou em 2023, quando o clube passou a reconhecer oficialmente a dívida da Neo Química Arena em seus balanços.
Como resultado, a dívida do clube aumentou em quase meio bilhão de reais naquele ano, atingindo R$ 1,96 bilhão. Em 2024, o Corinthians encerrou o ano com um déficit de R$ 181,8 milhões e dívidas totais de R$ 2,5 bilhões.
Nas demonstrações financeiras do ano passado, o auditor independente contratado pelo clube apontou incertezas quanto à capacidade do Corinthians de se manter operante no curto e médio prazo.
"O clube, ciente dos desafios enfrentados recentemente, informa que está adotando medidas estratégicas para assegurar sua continuidade operacional de forma sustentável e responsável", afirmou o Corinthians no relatório.
"Estamos revisando processos internos, renegociando compromissos e estruturando ações que garantam a estabilidade e o fortalecimento no curto, médio e longo prazo", completou.
Além da crise financeira, o clube também enfrenta uma crise de gestão. O então presidente Augusto Melo foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa, em um contrato com a casa de apostas VaideBet.
Diante das acusações, Melo foi alvo de um processo de impeachment conduzido pelo Conselho Deliberativo do Corinthians, que resultou em seu afastamento. Osmar Stabile assumiu interinamente a presidência do clube.
CNU 2025: como estão distribuídas as mais de 3,6 mil vagas por bloco temático e local de trabalho
Nova edição vai oferecer 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior. Os aprovados serão lotados em 36 órgãos federais. Provas ocorrerão em duas etapas: uma em outubro e outra em dezembro. enem dos concursos
Daniel Cymbalista/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Os nove blocos temáticos que vão organizar as 3.652 vagas da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) foram divulgados nesta quinta-feira (26). A distribuição por área de atuação e local de exercício também foi detalhada. (Abaixo, confira a distribuição)
A estrutura foi apresentada durante o sorteio das vagas destinadas às cotas, realizado pelo Ministério da Gestão e Inovação, em Brasília.
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A divisão segue o mesmo modelo adotado na edição anterior: os blocos agrupam cargos por afinidade temática, permitindo que o candidato concorra a várias vagas dentro de uma mesma área, com uma única inscrição e definição de preferência.
Ao todo, serão 3.652 vagas distribuídas entre 36 órgãos federais. Para esta nova edição, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi a escolhida como banca organizadora.
Os blocos temáticos da nova edição são:
Bloco 1: Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência Social
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
O g1 preparou uma tabela com buscador, que permite consultar a área de interesse, o bloco correspondente, os cargos disponíveis e o local de exercício de cada oportunidade.
A realização do CNU 2025 foi anunciada em abril pela ministra da Gestão, Esther Dweck. Segundo ela, o edital será publicado em julho, e as provas ocorrerão em duas etapas: uma em outubro e outra em dezembro. (veja o cronograma abaixo)
Lançado no ano passado, o “Enem dos Concursos” transformou o processo seletivo para o serviço público ao unificar a disputa por vagas em diferentes órgãos federais em uma só prova. A primeira edição contou com a participação de quase 1 milhão de candidatos.
Na nova edição, as provas do CNU serão aplicadas em duas etapas. A primeira, com as provas objetivas, está prevista para o dia 5 de outubro de 2025 e será realizada por todos os candidatos inscritos.
A segunda etapa, com as provas discursivas, será em 7 de dezembro de 2025, destinada somente aos participantes habilitados na primeira fase.
CNU 2025: governo autoriza 2 mil vagas para INSS, ministérios, agências e Forças Armadas
Cronograma
Publicação do edital: prevista para o mês de julho;
Período de inscrição: previsto para o mês de julho;
Aplicação da prova objetiva: 5 de outubro de 2025;
Aplicação da prova discursiva: 7 de dezembro de 2025;
Divulgação dos resultados: prevista para fevereiro de 2026.
Veja mais sobre o Concurso Nacional Unificado
CNU 2025: lista de cargos, salários, cronograma e mais; veja o que se sabe
EUA e China chegam a acordo sobre terras raras, diz autoridade da Casa Branca
De acordo com o governo Trump, o entendimento deve acelerar a exportação, por parte de Pequim, desses materiais considerados essenciais para a indústria de tecnologia. Minérios raros: o que são as matérias-primas do acordo comercial anunciado por Trump entre EUA e China
Os Estados Unidos chegaram a um acordo com a China para acelerar o envio de terras raras produzidas no país asiático, informou uma autoridade da Casa Branca nesta quinta-feira (26), em meio aos esforços para encerrar a disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Durante as negociações realizadas em maio, em Genebra, a China se comprometeu a retirar as restrições não tarifárias aplicadas aos EUA desde 2 de abril, embora ainda não esteja claro como algumas dessas medidas serão revertidas.
Como parte de sua resposta às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, a China suspendeu a exportação de uma ampla variedade de minerais e ímãs considerados estratégicos. A medida afetou cadeias de suprimentos essenciais para montadoras, fabricantes do setor aeroespacial, empresas de semicondutores e fornecedores da indústria militar em todo o mundo.
"O governo e a China concordaram com um entendimento adicional para uma estrutura para implementar o acordo de Genebra", disse um funcionário da Casa Branca nesta quinta-feira.
Segundo a autoridade, o entendimento é "sobre como podemos implementar a agilização de remessas de terras raras para os EUA novamente.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, foi citado pela Bloomberg dizendo: "Eles vão nos entregar terras raras" e, quando fizerem isso, "retiraremos nossas contramedidas".
A embaixada da China em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Trump declarou anteriormente que os EUA assinaram um acordo comercial com a China na quarta-feira (25), mas não forneceu detalhes. Um integrante do governo informou que o acordo entre os dois países sobre terras raras foi concluído no início desta semana.
A China tem levado “muito a sério” suas restrições relacionadas ao uso dual de terras raras e passou a avaliar os compradores com mais rigor para garantir que esses materiais não sejam direcionados ao uso militar nos EUA, diz uma fonte do setor. Essa fiscalização atrasado o processo de licenciamento.
O acordo de Genebra fracassou por causa das restrições impostas pela China às exportações de minerais essenciais, o que levou o governo Trump a adotar seus próprios controles, bloqueando o envio de software de design de semicondutores, aeronaves e outros produtos para o mercado chinês.
No início de junho, Trump afirmou que havia um acordo com a China segundo o qual Pequim forneceria ímãs e minerais de terras raras, e os Estados Unidos permitiriam a entrada de estudantes chineses em suas faculdades e universidades.
China e EUA
Associated Press
Mega-Sena, concurso 2.880: prêmio acumula e vai a R$ 45 milhões
Veja os números sorteados: 08 - 14 - 15 - 33 - 34 - 54. Quina teve 52 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 46.466,44. G1 | Loterias - Mega-Sena 2880
O sorteio do concurso 2.880 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (26), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 45 milhões.
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Veja os números sorteados: 08 - 14 - 15 - 33 - 34 - 54
5 acertos - 52 apostas ganhadoras: R$ 46.466,44
4 acertos - 3.289 apostas ganhadoras: R$ 1.049,49
O próximo sorteio da Mega será no sábado (28).
Mega-Sena, concurso 2.880
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
BR-101 terá isenção de pedágio para motos, descontos para pagamentos eletrônicos e duplicação de 172 km da rodovia
Empresa Ecovias 101 vai continuar administrando os 478 quilômetros da rodovia no ES e Sul da Bahia. O novo contrato é válido até 2048. A concessionária é responsável pelo trecho desde 2013. Novo contrato de concessão da BR-101 traz novidades para motoristas
A atual concessionária responsável pela BR-101 no Espírito Santo e Sul da Bahia, a Ecovias 101, antiga Eco101, venceu o novo leilão de concessão e continuará administrando os 478 quilômetros da rodovia. O novo contrato prevê a continuidade das obras de duplicação em 172 quilômetros e traz mudanças, como desconto para quem usa pagamento eletrônico e isenção de pedágio para motos.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
A Ecovias é a responsável pela operação do trecho desde 2013, quando assinou um contrato com duração prevista de 25 anos. Em 2022, chegou a desistir da concessão e solicitou o encerramento do contrato de forma amigável à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Após negociações, uma repactuação foi definida e o leilão aberto.
Dessa vez, nenhuma outra empresa quis entrar na disputa. O leilão aconteceu nesta quinta-feira (26), na B3, em São Paulo. Agora, a empresa começa um plano de modernização da rodovia. O novo contrato que começa em 2025 tem previsão de fim em 2048.
BR 101, no Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
O diretor-superintendente da Ecovias 101, Roberto Amorim Junior, explicou que a assinatura do novo contrato está prevista para agosto. A partir disso, começa um ciclo de investimentos.
“Esse novo contrato foi construído em cima do que é mais moderno, incorporou as necessidades dos usuários, tem tarifas diferenciadas para cada região, uma justiça maior em termos de tarifa. Além dos descontos e manutenção do serviço de apoio no entorno da rodovia, que é muito elogiado”, afirmou.
Principais mudanças
Assim que o contrato for assinado, os motociclistas terão isenção de pedágio em todas as praças. Além disso, usuários que utilizam pagamento automático, por meio de tags, terão desconto de 5%.
BR-101, na Serra, ES
Reprodução/TV Gazeta
As tarifas também serão reajustadas de acordo com a entrega de obras dos trechos. Ainda de acordo com Amorim, o contrato foi estabelecido em dois momentos diferentes: um para os três primeiros anos e o restante dos 21 anos.
Novidades:
🏍️ Motociclistas terão isenção de pedágio em todas as praças;
🚘 Usuários que utilizam pagamento automático, por meio de tags, terão desconto de 5%.
💲 Tarifas também serão reajustadas de acordo com a entrega de obras dos trechos.
As obras que já tem licenciamento ambiental e outros encaminhamentos terão prioridade e serão realizadas nos três primeiros anos. Um exemplo são os contornos de Ibiraçu e Fundão.
Investimentos anunciados
172,8 km de duplicações, inclusive em segmentos do trecho norte;
41,1 km de faixas adicionais – entre Mucuri (BA) e Linhares (ES);
33,6 km de vias marginais;
Contornos urbanos de Ibiraçu (4,2 km) e Fundão (11,4 km);
14 novos trevos em desnível;
39 retornos em nível;
40 passarelas para pedestres;
75 novos pontos de ônibus;
Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros;
34 passagens de fauna.
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BR -101 no Espírito Santo
Reprodução/ TV Gazeta
Duplicação da BR-101 no Espírito Santo
Um dos principais pontos desde o início da atuação da Ecovias 101 na rodovia é a duplicação de trechos considerados perigosos.
Atualmente, 115,92 km já estão duplicados. São eles:
Do Km 205,28 ao 208,17 - João Neiva
Do Km 215,99 ao 220,37 - Ibiraçu
Do Km 257,40 ao 308,20 - Serra
Do Km 308,20 ao 347,70 - Vila Velha/ Anchieta
Do Km 348,3 ao 357,650 - Anchieta
Do Km 363,10 ao 365,30 - Contorno de Iconha
Histórico
Placa que sinaliza o início do trecho sob concessão da Eco101 na BR-101 em Carapina, na Serra, ES
Reprodução/TV Gazeta
2013 - Ecovias iniciou a concessão de 478 quilômetros da BR-101 no Espírito Santo. O trecho começa no entroncamento da rodovia estadual baiana BA-698 à divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro. O primeiro contrato era de 25 anos.
2022 - Em julho de 2022, a empresa desistiu da concessão e solicitou o fim do contrato de forma amigável para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
2023 - Em maio de 2023, o governo do Espírito Santo desistiu de assumir a gestão da BR-101. O Estado teria que pagar R$ 600 milhões de indenização e R$ 350 milhões de dívidas da empresa junto ao BNDES, totalizando R$ 950 milhões.
2023 - O governo federal autorizou uma nova licitação para a rodovia.
2024 - O Tribunal de Contas da União (TCU) validou o documento que atualizava o contrato de duplicação da BR-101 no Espírito Santo. Ainda em 2024, um acordo com a União liberou a Ecovias de duplicar 150 km da rodovia e foi anunciado o novo processo de repactuação da rodovia.
Quase 150 km da BR-101 vão ficar sem duplicação no ES
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Anac impõe restrições à companhia Aerolíneas Argentinas
Agência Nacional de Aviação Civil proibiu companhia de aumentar operações no Brasil enquanto a empresa não fizer adequações a normas para funcionamento no país. Boeing 737-887, da companhia Aerolíneas Argentinas, decola no aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires, na Argentina.
Reuters
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aplicou uma medida administrativa contra a empresa Aerolíneas Argentinas após apontar uma série de falhas no cumprimento de regras, que, depois de notificação, não foram corrigidas pela companhia aérea
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (26). A medida cautelar impõe as seguintes proibições à companhia:
proibição de implantar novas bases de operação no Brasil,
vedação ao aumento de frequências de voos em cinco aeroportos onde a empresa opera atualmente: Brasília (DF), Galeão (RJ), Salvador (BA), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).
A empresa, no entanto, poderá manter as bases operacionais já autorizadas e as frequências vigentes.
Segundo a Anac, a ação tem caráter provisório, sem prazo determinado, e será mantida "até que o operador aéreo regularize sua situação quanto à solução das não conformidades que levaram à aplicação da presente providência acautelatória, sem prejuízo da adoção de novas medidas, caso se entendam necessárias".
O g1 buscava contato com a Aerolíneas Argentinas até a última atualização desta reportagem.
Quina de São João: prêmio sobe para R$ 250 milhões, o maior da história do concurso especial
Sorteio será realizado neste sábado (28), a partir das 20h. Premiação não vai acumular: leva a bolada quem acertar a maior quantidade de números. Quina de São João
Marcello Casal jr/Agência Brasil
O prêmio para o concurso 6.760 da Quina de São João aumentou para R$ 250 milhões, informou a Caixa Econômica Federal nesta quinta-feira (26). Esse é o maior valor da história do concurso especial. Inicialmente, o prêmio estimado era de R$ 230 milhões.
O sorteio da 15ª edição da Quina de São João será realizado neste sábado (28), a partir das 20h. As apostas podem ser feitas até as 18h do dia do sorteio em casas lotéricas ou no portal e no aplicativo Loterias Caixa.
Assim como nos outros concursos especiais, o prêmio não acumula: leva a bolada quem acertar a maior quantidade de números. Caso nenhum apostador acerte na faixa principal, o prêmio será dividido entre os acertadores de 4 números — e assim por diante, conforme a regra da modalidade.
Desde 19 de junho, todas as apostas feitas para a Quina são exclusivas para o concurso especial. O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50. Quanto mais números marcados, maior o preço da aposta. (leia mais abaixo)
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Como apostar
O apostador deve escolher de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante. Caso prefira, é possível deixar que o sistema escolha os números por meio da Surpresinha. Ganha prêmios quem acertar dois, três, quatro ou cinco números.
Os jogadores também podem optar por apostar em grupo, por meio do bolão. O preço mínimo é de R$ 12,50 e cada cota não pode ser inferior a R$ 3,50. Nos canais digitais, o valor mínimo de compra é de R$ 20.
Há ainda a opção de comprar uma cota dos bolões organizados pelas unidades lotéricas. Neste caso, poderá ser cobrada uma tarifa de serviço adicional de até 35% do valor da cota.
Rendimento
Segundo a Caixa Econômica Federal, caso um único apostador leve os R$ 250 milhões e aplique na poupança, ele terá um rendimento de R$ 1,7 milhão no primeiro mês.
Probabilidade de ganhar na Quina
Como funciona a Quina
Xiaomi lança o YU7, SUV elétrico mais barato que Tesla Model Y
Carro da marca de smartphones tem 0 a 100 km/h mais rápido que um Porsche 911 GT3, visual que lembra Ferrari Purosangue e é capaz de rodar 835 quilômetros com apenas uma carga. Xiaomi YU7
divulgação/Xiaomi
A fabricante chinesa de veículos elétricos e smartphones Xiaomi precificou nesta quinta-feira (26) seu novo SUV elétrico YU7 a partir de 253.500 iuanes (cerca de US$ 35.364), quase 4% abaixo do Model Y da Tesla, intensificando o desafio à empresa norte-americana no maior mercado automotivo do mundo.
O modelo básico do YU7 custa 10.000 iuanes a menos do que o preço inicial do Model Y da Tesla na China, com os modelos de gama superior YU7 Pro e YU7 Max custando 279.900 e 329.900 iuanes, respectivamente.
O Xiaomi YU7 impressiona pelo porte. Com cinco metros de comprimento, dois de largura, 1,6 metro de altura e três metros de entre-eixos, ele é um SUV de grandes dimensões. A distância entre os eixos é 30 centímetros maior que a do Toyota Corolla, por exemplo.
Xiaomi YU7 por fora
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O Xiaomi YU7 também pode ser comparado, visualmente, à lateral da Ferrari Purosangue, recentemente adquirida por Neymar. As semelhanças vão além do perfil esportivo, incluindo o design em estrela das rodas com pinças de freio amarelas, as maçanetas embutidas nas portas e a inclinação traseira do SUV.
As principais diferenças estão nas lanternas e na linha que contorna a parte superior da caixa de roda traseira.
Xiaomi YU7 (esquerda) e Ferrari Purosangue (direita)
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Por dentro, o Xiaomi YU7 adota o estilo minimalista típico dos carros chineses, ocultando todos os botões físicos e concentrando os comandos em uma central multimídia de 16,1 polegadas. O destaque do interior é o painel de instrumentos, com 43,4 polegadas distribuídas em uma tela fina que se estende por toda a base do para-brisa.
Há ainda um display de projeção de informações no para-brisa voltado ao motorista, além de duas telas adicionais para os passageiros traseiros. No total, são cinco telas diferentes, incluindo o HUD.
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Xiaomi YU7 por dentro
Xiaomi YU7 por dentro
Acelera mais rápido que Porsche 911 GT3
O Xiaomi YU7 está disponível em três versões com diferentes configurações, sendo a mais potente a YU7 Max AWD. Essa versão conta com dois motores elétricos que, juntos, entregam 691 cv e 88,3 kgfm de torque, acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 3,2 segundos — desempenho superior ao do Porsche 911 GT3, que faz o mesmo em 3,4 segundos.
Apesar de não ter o mesmo desempenho em aceleração, a versão de entrada do YU7 é a que oferece maior autonomia: até 835 quilômetros com uma bateria de 96,3 kWh. O modelo é compatível com carregadores ultrarrápidos, podendo ir de 10% a 80% de carga em apenas 12 minutos, o que permite recuperar cerca de 620 quilômetros em 15 minutos.
Para uma condução cotidiana mais segura, o SUV é equipado com 12 sensores ultrassônicos, 11 câmeras de alta definição, um radar frontal e um sistema LiDAR instalado no teto. Esses recursos permitem ao veículo identificar com precisão carros, motos, pedestres e outros objetos na via, contribuindo para uma direção mais segura e com recursos de autonomia.
O YU7 conta com oito microfones distribuídos pelo interior do veículo, permitindo que todos os ocupantes utilizem comandos de voz. O sistema é projetado para evitar interferências entre os comandos, mesmo quando pessoas próximas falam simultaneamente.
Xiaomi YU7 vende 200 mil unidades em minutos
A Xiaomi começou a receber pedidos para todos os três modelos na noite de quinta-feira, atingindo 200.000 pedidos em 3 minutos após o início da venda.
O Model Y da Tesla, que foi o SUV mais vendido da China em maio, custa a partir de 263.500 iuanes na China.
A Xiaomi disse que fará parceria com a BYD, a GAC Toyota e a Zhengzhou Nissan para construir um ecossistema que conecte humanos, casas e carros.
O presidente-executivo e fundador da Xiaomi, Lei Jun, disse que quer que o YU7 compita com o Model Y e os analistas dizem que ele tem potencial para ser bem-sucedido.
"O YU7 servirá como um teste inicial para saber se a Xiaomi pode ampliar seu apelo para além dos primeiros usuários e entusiastas da tecnologia para se tornar um participante sério no segmento de veículos elétricos para o mercado de massa", disse Rosalie Chen, analista sênior da Third Bridge.
O YU7 é o segundo carro da Xiaomi desde que a empresa sediada em Pequim entrou no setor automobilístico no ano passado com seu sedã elétrico esportivo SU7, que foi inspirado no estilo da Porsche e tinha preço abaixo do Model 3 da Tesla. Desde dezembro, o SU7 tem superado o Model 3 da Tesla na China em uma base mensal.
Em março, a Xiaomi aumentou sua meta de entregas de veículos elétricos este ano para 350.000, em comparação com ao objetivo anterior de 300.000 unidades.
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Contas do governo têm déficit de R$ 40,6 bilhões em maio, melhor saldo para o mês em quatro anos
No acumulado do ano, as contas registraram um superávit de R$ 32,2 bilhões, o melhor resultado desde 2022. Pagamento menor de sentenças judiciais colaborou para o saldo. As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 40,6 bilhões em maio, informou Tesouro Nacional nesta quinta-feira (26).
🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
O resultado representa uma melhora em comparação com maio do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 60,4 bilhões (corrigido pela inflação).
Apesar do déficit, esse também foi o melhor resultado para o mês de maio desde 2021, quando foi contabilizado um saldo negativo de R$ 26,6 bilhões (valor corrigido pelo IPCA).
Contas do governo registram déficit de R$ 31,67 bilhões em fevereiro
📈 Os números mostram que o crescimento da arrecadação, recorde para o mês, contribuiu para a melhora das contas públicas, uma vez que a receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu 2,8% em termos reais em maio, atingindo R$ 178,8 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado recuo de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024, o que também contribuiu para a melhora das contas do governo. As despesas totais somaram R$ 219,4 bilhões em maio, com uma queda real de 7,6%.
Moedas de real; dinheiro.
Bruno Domingos/ Reuters
Acumulado do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um superávit de R$ 32,2 bilhões, segundo dados oficiais.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 28,7 bilhões, houve uma melhora nas contas.
Esse também foi o maior saldo positivo para o primeiro trimestre desde 2022, quando foi contabilizado um superávit de R$ 48,2 bilhões.
A melhora no resultado das contas do governo no primeiro trimestre também está relacionada à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025".
📈 Nos cinco primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,3% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 968,6 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 936,4 bilhões de janeiro a maio deste ano, com uma queda real de 3,3% no período.
Meta fiscal
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024.
Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Fortuna do 1% mais rico poderia acabar com a pobreza 22 vezes, aponta estudo
Novo relatório da Oxfam mostra que a elite global concentrou US$ 33,9 trilhões (cerca de R$ 185 trilhões) em uma década, enquanto 3,7 bilhões de pessoas sobrevivem com apenas R$ 45 por dia. Comunidades da Vila Andrade contrastam com o luxo de mansões do Panamby, na Zona Sul de SP
Celso Tavares/G1
Enquanto cerca de 3,7 bilhões de pessoas continuam lutando para sobreviver com menos de US$ 8,30, o equivalente a R$ 45, o 1% mais rico do planeta viu sua fortuna crescer como nunca: mais de US$ 33,9 trilhões (cerca de R$ 185 trilhões) foram acumulados desde 2015.
Esse valor seria suficiente para acabar com a pobreza global por 22 vezes, segundo a Oxfarm, organização internacional dedicada ao estudo das desigualdades.
A conclusão está no novo relatório "Do Lucro Privado ao Poder Público: Financiando o Desenvolvimento, Não a Oligarquia", publicado nesta terça-feira (25), há poucos dias maior conferência internacional sobre financiamento do desenvolvimento da última década, em Sevilha, na Espanha.
Segundo a organização, a riqueza de apenas 3 mil bilionários cresceu US$ 6,5 trilhões (R$ 35,4 trilhões) nesse período e já representa 14,6% de todo o PIB global.
Entre os anos de 1995 e 2023, a riqueza privada global saltou US$ 342 trilhões (R$ 1,86 quatrilhão) — oito vezes mais do que o que os governos conseguiram acumular como riqueza pública, que subiu apenas US$ 44 trilhões (cerca de R$ 239,8 trilhões).
“Essa concentração extrema de riqueza está sufocando os esforços para acabar com a pobreza”, afirma Amitabh Behar, diretor executivo da Oxfam Internacional. P
Para Behar, os últimos anos mostram que os interesses de uma minoria extremamente rica têm sido colocados acima das necessidades da maioria da população mundial.
O relatório também revela que governos de países ricos estão promovendo os maiores cortes já registrados na ajuda humanitária e ao desenvolvimento.
Apenas os países do G7, responsáveis por cerca de 75% da ajuda oficial global, planejam reduzir os repasses em 28% até 2026, em relação a 2024.
Esses cortes podem ter consequências devastadoras, alerta a Oxfam. Segundo projeções do relatório, a diminuição no financiamento pode resultar na morte de até 2,9 milhões de pessoas até 2030, apenas por causas relacionadas ao HIV/AIDS.
Além disso, 60% dos países mais pobres estão quase quebrando por causa das dívidas. Muitos estão pagando mais aos seus credores, que são privados e se recusam a negociar, do que gastam em escolas e hospitais.
Apesar desse cenário desanimador, a população global mostra apoio massivo a uma mudança de rota.
Uma pesquisa realizada em 13 países, incluindo Brasil, Canadá, França, Índia, África do Sul e Estados Unidos, apontou que 9 em cada 10 pessoas defendem a taxação dos super-ricos como forma de financiar serviços públicos e ações contra a crise climática.
A Oxfam defende que está mais do que na hora de mudar o modelo atual, que favorece grandes investidores, o chamado “consenso de Wall Street”.
Segundo a ONG, essa estratégia falhou: trouxe pouco dinheiro de verdade, aumentou a desigualdade e prejudicou países mais vulneráveis.
“Os países ricos colocaram Wall Street no volante do desenvolvimento global. Está na hora de tirar esse modelo do caminho e colocar o interesse público como prioridade”, disse Amitabh Behar, diretor-executivo da Oxfam Internacional.
A Oxfam propõe que os governos adotem uma nova abordagem no financiamento do desenvolvimento, com foco em políticas públicas e redução das desigualdades. Entre as medidas sugeridas estão:
Criar alianças entre países para enfrentar a desigualdade;
Deixar de apostar tanto no setor privado e investir em serviços públicos;
Cobrar impostos dos ultrarricos;
Reformar o sistema de dívidas globais;
E ir além do PIB para medir o que realmente importa.
Segundo Behar, "trilhões de dólares estão aí, mas concentrados nas mãos de poucos. Os governos precisam ouvir o que o mundo está pedindo: taxar os ricos e investir no que realmente importa, como saúde, educação e energia limpa".
As propostas citadas no relatório vão ser apresentadas oficialmente no dia 30 de junho, na Espanha, durante a 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, com a presença de mais de 190 países.
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Selic a 15%: o que muda no seu bolso
Arrecadação federal soma R$ 230,2 bilhões em maio deste ano, maior valor para o mês em 30 anos
Resultado é novo recorde para o mês na série histórica e representa um crescimento real de 7,7% em relação ao observado no mesmo mês do ano passado. Haddad e Lula durante promulgação da reforma tributária
CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e outras receitas totalizou R$ 230,2 bilhões em maio deste ano, informou a Receita Federal nesta quinta-feira (26).
O resultado representa um crescimento real (já descontado a inflação) de 7,7% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o governo conseguiu arrecadar R$ 202,97 bilhões.
O número também renova a maior arrecadação já registrada para meses de maio desde o início da série histórica, iniciada em 1995. Essa foi a primeira divulgação dos dados de arrecadação deste ano, por conta da greve dos servidores enfrentada pelo Fisco.
No acumulado de janeiro a maio, a arrecadação do governo federal totalizou R$ 1,2 trilhão, uma alta real de cerca de 4% em comparação aos cinco primeiros meses do ano passado, quando somou R$ 1,1 trilhão.
Segundo a Receita Federal, o desempenho positivo foi influenciado pela atividade macroeconômica, pela maior arrecadação do Imposto de Renda sobre ganhos de capital — que, por sua vez, é influenciado pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) nos últimos meses — e pelo desempenho dos tributos do comércio exterior.
Nesse último caso, de acordo com o coordenador de previsão e análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, há três fatores que reforçam esse desempenho positivo: o maior volume de importações, a taxa de câmbio média mais alta e o avanço das alíquotas médias em relação ao Imposto de Importação (II) e ao Imposto de Produtos Importados (IPI) vinculado.
"Isso não significa que a gente aumentou as alíquotas dos produtos, mas que, na cesta de comparação, os contribuintes estão preferindo comprar produtos que estão sendo taxados a alíquotas mais altas", afirmou Gomide, durante entrevista a jornalistas nesta quinta-feira.
O Fisco também destacou que, diferente do ano passado, não houve nenhum fator atípico — ou seja, fora do comum — que tenha influenciado a arrecadação.
"No ano passado, tivemos o imposto de renda sobre os rendimentos de capital, decorrente da tributação de fundos exclusivos, e também tivemos a postergação do pagamento de tributos para os contribuintes do Rio Grande do Sul", explicou o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros do Fisco, Claudemir Malaquias.
Em derrota para o governo, Câmara aprova derrubada de decretos que elevam IOF
Os efeitos do IOF
Segundo os auditores fiscais da Receita, ainda não é possível saber exatamente quanto o governo deixará de arrecadar após a derrubada do decreto que aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na noite da véspera, o Senado derrubou três decretos presidenciais que mudavam a cobrança do IOF, confirmando a decisão tomada mais cedo pela Câmara dos Deputados. A perda de arrecadação deste ano era estimada em R$ 10 bilhões.
A medida impôs uma derrota expressiva ao governo. Segundo o Ministério da Fazenda, sem o IOF mais alto, será necessário ampliar o bloqueio de gastos no Orçamento de 2025 para evitar o descumprimento da meta fiscal.
De acordo com Malaquias, do Fisco, a área jurídica da Receita e do Ministério da Fazenda ainda precisarão fazer uma análise do decreto — que ainda deve ser promulgado — para avaliar quais os efeitos da decisão.
"Assim que sair o decreto legislativo, vamos fazer a aferição precisa da arrecadação entre o período que [o decreto] vigorou e o que vai deixar de vigorar. Só aí teremos os efeitos precisos do impacto da decisão", afirmou, reforçando que o esperado é que a estimativa de arrecadação vai diminuir.
Governo libera mais de R$ 1 bilhão em emendas, mas não consegue evitar dia de derrotas no Congresso
Montante representa recorde de valor reservado a pagamento de emendas em 2025. Cobrada por parlamentares, medida não foi suficiente para evitar derrubada de decretos do IOF. Plenário da Câmara dos Deputados
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Em um dia de reveses políticos no Congresso, o governo federal acelerou a liberação de emendas parlamentares.
Segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop), somente nesta quarta-feira (25) o Executivo reservou mais de R$ 1 bilhão para o pagamento das indicações de senadores e deputados ao Orçamento.
Este foi o maior salto no montante reservado para emendas parlamentares ao longo de 2025. No entanto, não foi suficiente para evitar a noite de derrotas no Congresso (leia mais aqui).
💰Até o momento, ainda de acordo com o Siop, o governo já empenhou mais de R$ 1,924 bilhão para o pagamento de emendas. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 465 milhões.
💸A maior parte dos valores reservados pelo governo (R$ 1,92 bilhão) ao longo do ano é de emendas individuais (impositivas e indicadas por um único parlamentar).
💵Uma fatia menor (cerca de R$ 4 milhões) corresponde às emendas de bancada (também impositivas, mas definidas em conjunto pelos representantes de cada estado).
Um dia antes da liberação recorde de 2025, a Secretaria de Relações Institucionais havia divulgado que cerca de 1,78% do total de emendas aprovadas pelo Congresso haviam sido empenhados, o que representa quase R$ 897 milhões.
A pasta responsável pela articulação política do governo também informou que, naquela ocasião, R$ 408 milhões em emendas já haviam sido efetivamente pagos.
No intervalo de um dia, portanto, o governo mais do que dobrou a reserva de dinheiro para pagar emendas.
Os recursos foram destravados em meio ao avanço da Câmara e do Senado contra medidas econômicas do Palácio do Planalto.
No fim da noite de terça (24), quando menos de R$ 900 milhões em emendas estavam reservados, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que a Casa votaria no dia seguinte uma proposta para derrubar decretos do governo Lula que elevaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A decisão, que pegou o Planalto de surpresa, desencadeou uma série de reuniões e articulações do governo para tentar barrar a análise do projeto. Nada surtiu efeito.
E, ao longo desta quarta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também decidiu incluir a proposta na agenda de votações da Casa.
Derrota histórica escancara insatisfação
Em derrota para o governo, Câmara aprova derrubada de decretos que elevam IOF
O resultado foi uma derrota histórica para o governo Lula no Congresso. Em um intervalo pequeno, as duas Casas aprovaram a derrubada de três decretos editados para aumentar o IOF.
Na Câmara, a derrota foi consolidada com 383 votos a favor da derrubada dos decretos e apenas 98 contrários. Do total de votos, 242 vieram de partidos com ministérios no governo. Do lado do Senado, a articulação política do Planalto evitou o registro nominal de votos e a derrubada dos decretos foi aprovada de forma simbólica.
Parlamentares têm avaliado que há um atraso do governo na liberação de emendas em 2025. A insatisfação, que abrange tanto senadores quanto deputados, foi um dos fatores apontados pelos congressistas para a noite de derrotas do Planalto.
Para este ano, o Congresso aprovou mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares – recursos direcionados por deputados e senadores para suas bases eleitorais. A maior parte é de emendas individuais (R$ 24,7 bilhões).
Diante das críticas, o governo tem justificado que houve mudanças no rito de liberação e pagamento de emendas, atendendo a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Secretaria de Relações Institucionais argumenta que o atraso na aprovação do Orçamento de 2025 também contribuiu para a demora.
Brasil corre o risco de 'apagão', caso governo e Congresso não aprovem ajustes de despesas, apontam especialistas
Ao mesmo tempo em que mostra resistência a cortar gastos, Congresso Nacional também pode onerar mais o consumidor ao elevar o custo da conta de luz. Pelos cálculos de entidades, a queda dos vetos do presidente Lula vai custar para os consumidores R$ 195 bi até 2050. A derrubada de decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o IOF, imposto sobre empréstimos e operações de câmbio, pelo Congresso Nacional nesta quarta-feira (25), escancara a dificuldade do governo de emplacar um equilíbrio das contas públicas por meio da alta de tributos.
🔎 Analistas ouvidos pelo g1, contudo, são unânimes em dizer que o governo precisa reformar despesas obrigatórias para tentar manter previsibilidade sobre as contas públicas nos próximos anos e evitar um "apagão".
🔎Essa mesma estratégia poderia ajudar a conter uma disparada da dívida pública — que teria o efeito de aumentar ainda mais a taxa de juros cobrada pelos bancos nas operações de crédito.
As propostas de cortes de gastos envolvem:
vinculações de gastos previdenciários e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao salário-mínimo;
vinculação de saúde e educação ao crescimento das receitas;
benefícios fiscais a segmentos e setores da sociedade;
emendas parlamentares e
aportes a empresas estatais.
Como antecipou o blog do jornalista Valdo Cruz, o relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, divulgado nesta terça-feira (24), também mostrou que só reformas estruturais salvam o Brasil de enfrentar uma grave crise fiscal em 2027 e um 2026 no mínimo desafiador, cumprindo a meta fiscal deste ano batendo na trave.
➡️ Entenda o aumento do IOF: A equipe econômica anunciou, no fim de maio, um decreto presidencial que elevou o IOF incidente sobre operações de crédito, principalmente para empresas. A medida também abrangeu câmbio e seguros e investimentos. Diante da pressão, o governo revogou alguns dos atos. Ainda assim, a proposta sofreu forte resistência e acabou barrada pelo Congresso, algo inédito.
➡️Veja a seguir mais detalhes do que dizem os especialistas sobre:
A necessidade de bloqueio adicional nas contas
O risco de paralisia da máquina pública
As propostas para cortes de gastos
'Jabutis' na conta de luz no Congresso
Miriam Leitão: Impasse do IOF pode parar no STF
Bloqueio adicional
➡️Sem o decreto do IOF, as regras das contas públicas estabelecem a necessidade de um bloqueio adicional, ou de um aumento de arrecadação para compensar a perda desses recursos.
➡️Isso porque esse dinheiro é necessário para tentar atingir a meta de zerar o déficit nas contas do governo neste ano — com um intervalo de tolerância (de até R$ 31 bilhões) e exclusão de parte dos precatórios previstos.
➡️O valor dessa perda é calculado em R$ 10 bilhões pelo governo, mas pode superar essa cifra, segundo especialistas. A estratégia para atingir a meta deste ano ainda não foi anunciada pela área econômica.
"A gente sabe o que vai acontecer agora. A questão é muito concreta: a derrubada desse decreto do IOF significa contingenciamento imediato de R$ 12 bilhões a mais [...]. O que que nós vamos cortar: programa social, cortar da educação, cortar da saúde, cortar do Minha Casa, Minha Vida", declarou nesta quarta o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ).
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Paralisia da máquina pública
Enquanto o governo se debruça sobre o orçamento de 2025, buscando uma estratégia para fechar os cálculos no curto prazo, avaliações de especialistas em contas públicas revelam que um problema muito maior se aproxima: a paralisia da máquina pública nos próximos anos, ou melhor, o temível "apagão".
Isso está relacionado com a regra do arcabouço fiscal, a norma para as contas públicas proposta pela equipe econômica do presidente Lula em 2023, e aprovada naquele ano pelo Legislativo, que fixa um teto para a maior parte das despesas orçamentárias - que não podem crescer acima de 2,5% ao ano (acima da inflação).
➡️Nesse caso, não adianta o governo elevar a arrecadação para ajustar as contas públicas. Sem cortes de gastos obrigatórios, que só podem ser feitos por meio de reformas enviadas ao Congresso Nacional, os chamados "gastos livres" ficarão com valores decrescentes nos próximos anos — e terão as cifras zeradas a partir de 2027.
A explicação é que os gastos obrigatórios, que têm regras específicas fixadas em leis, continuarão crescendo nos próximos anos — mesmo considerando o alívio trazido pelo pacote de cortes de gastos do fim de 2024. Com isso, as despesas obrigatórias avançarão progressivamente sobre o espaço para gastos livres do governo.
Entre os gastos livres, cujo espaço cairá ano a ano, estão: investimentos em infraestrutura, alguns tipos de emendas parlamentares, verbas para a defesa agropecuária, bolsas do CNPq e da Capes, emissão de passaportes, fiscalização ambiental e do trabalho escravo, e o Farmácia Popular.
➡️A avaliação de economistas ouvidos pelo g1 é que, sem cortes de gastos, o cenário de restrições para 2026 — marcado por eleições para deputados, senadores e presidente da República — será de fortes restrições (pois haverá menos recursos para os gastos livres).
➡️E, em 2027, o próprio governo admite que pode haver uma paralisia do Estado, sem espaço para investimentos, ações importantes do governo e até mesmo dinheiro para pagar despesas básicas, como água e luz dos ministérios, levando a uma mudança do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas.
Câmara derruba aumento do IOF proposto pelo governo
Jornal Nacional/ Reprodução
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Cortes de gastos
Em maio, a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, afirmou ao g1 que o governo teria de ter "abraçado" antes uma agenda com medidas mais agressivas de contenção de despesas obrigatórias desde o início do governo, envolvendo mudanças de leis pelo Congresso Nacional.
"Não é uma coisa que você consegue rapidamente tirar da cartola. Eu não vejo espaço para grandes contenções, acaba batendo mesmo em emendas parlamentares, eu não consigo avaliar o quanto. Mas é inevitável [uma agenda de contenção de despesas obrigatórias]", acrescentou Zeina Latif, na ocasião.
Também naquele momento, Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management, ex-secretário do Tesouro Nacional na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que a grande reforma fiscal que o governo precisa fazer é reduzir os gastos obrigatórios para trazer previsibilidade à trajetória das despesas e ao endividamento público.
Ele cita como foco as despesas previdenciárias, o formato de correção do salário mínimo (que sobe acima da inflação, pressionando gastos obrigatórios); os mínimos constitucionais de saúde e educação e uma reforma administrativa.
O mesmo diagnóstico foi divulgado em estudo publicado pelo Banco Mundial. A instituição divulgou um conjunto de propostas para que as contas públicas voltem ao azul nos próximos anos, contendo o crescimento do endividamento brasileiro e da taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro, além de promover uma agenda que engloba "desafios ambientais".
"A rígida estrutura de gastos do Brasil, com grandes alocações para o pagamento de aposentadorias e salários de servidores públicos, impõe desafios. Aumentos automáticos de custos nos principais programas, especialmente nas aposentadorias e pensões pagas a idosos (devido à transição demográfica e à indexação de benefícios), criam pressões fiscais contínuas que dificultam a adesão à regra fiscal de 2023 [arcabouço fiscal]", avaliou o Banco Mundial.
Entre as medidas sugeridas pelo Banco Mundial, estão:
➡️Desvincular as despesas obrigatórias dos aumentos das receitas e do salário mínimo
Com isso, os benefícios assistenciais (BPC) e previdenciários (benefícios e pensões) cresceriam menos do que o salário mínimo, reduzindo os gastos públicos.
➡️Desvincular as despesas de saúde e educação ao comportamento das receitas
Com a medida, os gastos mínimos em saúde e educação não subiriam mais de acordo com a arrecadação, o que poderia gerar perda de centenas de bilhões de reais aos setores nos próximos anos.
➡️Reforma administrativa com regras para servidores:
Proposta contempla redução dos salários iniciais em 20%, em média; a adoção de prazos mais longos para progressões na carreira; mudança nas políticas de contratação para redução de privilégios no setor público; introdução de práticas de gestão de recursos humanos mais orientadas aos resultados; ajuste dos salários dos atuais servidores apenas pela inflação e redução do número de carreiras.
➡️Nova reforma da previdência e assistência social
Estudo propõe um valor mínimo da aposentadoria contributiva proporcional aos anos de contribuição; a definição de um valor inferior ao das aposentadorias contributivas para o BPC; a consolidação do BPC com pensões rurais para simplificar a administração e garantir proteção mínima universal aos idosos; a eliminação de diferenças "injustificadas" nas idades de aposentadoria (por gênero, local, profissão).
➡️Fiscalização maior do Bolsa Família
Com maior fiscalização é possível impedir que os moradores do mesmo domicílio se dividam em mais de um grupo familiar para receber vários benefícios.
➡️Reforma do seguro-desemprego e abono salarial
Proposta é que as contas individuais do FGTS sejam utilizadas como primeira linha de financiamento para pedidos de assistência ao desemprego. Já o abono salarial, pela proposta, deveria ser direcionado às famílias de renda baixa, o que economizaria até 0,2% do PIB.
➡️Ampliar a base dos contribuintes do Imposto de Renda
Essa medida seria o contrário do que vem propondo o governo federal (com a isenção de até R$ 5 mil).
Estudo propõe reduzir isenções que beneficiam os mais ricos, voltando a taxar lucros e dividendos (que tem alto potencial de arrecadação), assim como diminuir isenções e deduções voltados principalmente para os mais ricos (aposentadorias por idade e invalidez, indenizações e deduções em saúde e educação), além de uma alíquota maior (acima da atual, de 27,5%) para os mais ricos.
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'Jabutis' na conta de luz
Ao mesmo tempo em que mostra resistência a cortar gastos, o Congresso Nacional também pode onerar mais o consumidor ao elevar o custo da conta de luz.
Na semana passada, o Legislativo derrubou parte dos vetos do presidente Lula a um projeto cujo objetivo inicial era o de estimular a geração de energia eólica gerada em alto-mar, com maior capacidade devido à força do vento.
Sem acordo com o Congresso, a queda dos vetos a "jabutis elétricos" será repassada para a conta de luz de consumidores.
🔎Os chamados 'jabutis' são artigos que não correspondem ao tema original do texto e foram inseridos pelos parlamentares durante a tramitação.
▶️Os trechos da proposta retomados na lei por deputados e senadores, que agora passam a valer, podem provocar aumento de 3,5% na conta de luz para os consumidores.
Pelos cálculos de entidades do setor elétrico, a queda dos vetos em sessão do Congresso vai custar para os consumidores R$ 195 bilhões até 2050, elevando a conta de energia dos brasileiros em 3,5%. A equipe técnica do governo fez novas contas e chegou a um valor maior, de R$ 525 bilhões.
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PIB dos EUA tem queda de 0,5% nos primeiros meses do mandato de Trump
Esse resultado corresponde à terceira e última estimativa do Departamento de Comércio. Antecipação de compras para evitar o tarifaço de Donald Trump derrubou o PIB em quase 5 pontos percentuais. Trump anuncia tarifas recíprocas
REUTERS/Carlos Barria
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve queda de 0,5% em taxa anualizada no primeiro trimestre, após aumentar 2,4% nos últimos três meses de 2024, de acordo com dados do Departamento do Comércio dos EUA.
🔎A taxa anualizada mostra como a economia cresceria em um ano se o ritmo atual for mantido. Essa medida é usada para facilitar a comparação com o crescimento de outros períodos.
Esse resultado corresponde à terceira e última estimativa do Departamento de Comércio para o PIB e representa uma piora em relação à leitura anterior, que apontava queda de 0,2%.
O dado também contrariou as projeções iniciais dos analistas, que esperavam uma alta de 0,3% no período. Mais recentemente, a expectativa era de que a terceira e última revisão não trouxesse alterações.
O desempenho negativo foi impulsionado pelo aumento expressivo nas importações, resultado da tentativa de empresas de antecipar compras e evitar os custos adicionais do tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.
As importações cresceram 37,9%, o maior avanço desde 2020. Sozinho, o fenômeno reduziu o PIB em quase 4,7 pontos percentuais. O consumo das famílias também desacelerou, com alta de apenas 0,5% — bem abaixo dos expressivos 4% registrados no quarto trimestre de 2024.
Os gastos do governo federal também caíram, com retração anualizada de 4,6%, a maior desde 2022.
Com a suspensão temporária das tarifas por Trump, após a repercussão negativa, o aumento das importações não deve se repetir no segundo trimestre. De acordo com pesquisa da empresa de dados FactSet, economistas projetam uma recuperação do crescimento para 3% no período.
Donald Trump completa 100 dias de governo nos EUA
Tarifaço mostra resultados ruins
Apesar de Trump ver as tarifas como uma ferramenta para aumentar a receita das contas públicas norte-americanas, compensar os cortes de impostos prometidos durante sua campanha e reviver a economia dos EUA, que está em declínio há muito tempo, os indicadores não trazem perspectivas tão otimistas.
Na divulgação da primeira preliminar, Trump afirmou que a contração da economia americana "não tem nada a ver" com as suas tarifas sobre importações e que os índices vão prosperar quando elas entrarem em vigor.
"Este é o mercado de ações de Biden, não de Trump. Só assumi em 20 de janeiro. As tarifas começarão a valer em breve, e as empresas estão começando a se mudar para os EUA em números recordes. Nosso país prosperará, mas precisamos nos livrar do 'excesso' de Biden", escreveu Trump nas redes sociais.
"Isso levará um tempo, não tem NADA A VER COM TARIFAS, apenas que ele nos deixou com números ruins, mas quando o boom começar, será como nenhum outro. SEJAM PACIENTES!!!", completou.
Publicação de Donald Trump em seu perfil no Truth Social nesta quarta-feira (30).
Reprodução/ Truth Social
O presidente americano vem anunciando uma série de tarifas desde que chegou ao cargo. Primeiro, foram taxas a países e produtos específicos. Depois, vieram as chamadas "tarifas recíprocas", que atingiram, de forma abrangente, mais de 180 países e foram pausadas por 90 dias.
A repercussão foi ruim desde o início, em especial depois que a disputa escalou contra os chineses.
Preço do café sobe 81% ao consumidor em um ano, mas começa a cair no campo
Cotações ao produtor recuaram com início da colheita, em março, mas repasse de preços vai demorar para chegar nos supermercados. Preço do café está caindo no campo.
Adobe Stock
O preço do café continua subindo para o consumidor, mas no campo as cotações começaram a cair em março, após o início da colheita no Brasil.
Na prévia da inflação de junho, o café moído foi o segundo item que mais pesou na inflação do mês, depois da energia elétrica, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (26).
Em relação a maio, o preço do café subiu 2,86%. Mas no acumulado em 12 meses até junho, encareceu 81,6%.
Apesar disso, os preços da alimentação no domicílio caíram 0,24% em junho, após oito meses em alta, influenciados pelas quedas do tomate (-7,2%), do ovo de galinha (-7%), do arroz (-3,4%) e das frutas (-2,4%).
☕No campo, a cotação média mensal do café arábica, que é o mais consumido e produzido no Brasil, caiu 17% em junho em relação a fevereiro, quando o preço bateu recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP) (veja gráfico abaixo).
A tendência é de que a queda de preços no campo comece a chegar ao consumidor no segundo semestre, mas de forma lenta e gradual, segundo economistas ouvidos pelo g1. Veja nesta reportagem:
como fica o preço ao consumidor;
por que as cotações do campo caíram;
o que provocou a disparada de preços.
Cotação média mensal do café no campo até 25 de junho de 2025.
Arte/g1
Preço do café ao consumidor
Analistas dizem que o início da queda de preços do café para o consumidor começa este ano, mas tende a ganhar intensidade em 2026, caso não haja problemas na safra.
O repasse de preços do campo até o supermercado costuma demorar, explicam.
Desde março, porém, a inflação do café já vem diminuindo o ritmo de alta mês a mês, segundo o IBGE.
Inflação do café moído na comparação mensal, ou seja, mês em relação a mês imediatamente anterior.
Arte/g1
"Existe um tempo entre o processo de colher o café, de secar, de beneficiar, até chegar na mão da indústria para ser torrado, embalado para, só depois, ser distribuído para os mercados", explica Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil.
A colheita de café no Brasil começou em março e vai até setembro.
"Em um horizonte de 60 a 90 dias, a gente pode começar a esperar uma transferência de preço mais expressiva para o consumidor", diz o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.
"Mas ainda não vamos voltar aos patamares de preços praticados antes do segundo semestre de 2024. É o início de uma recuperação gradual", acrescenta.
Maximiliano tem uma avaliação semelhante. Ele afirma que a inflação do café vai começar a cair mês a mês, mas ainda terá alta no acumulado em 12 meses.
Ou seja, o produto vai continuar caro, mesmo com o início de um alívio nos preços.
Para Cogo, o café só vai baratear mais no supermercado em 2026, ano para o qual se espera um crescimento maior da safra do Brasil.
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Por que as cotações no campo caíram?
As cotações no campo começaram a cair após o início da colheita no Brasil, em março, e com a expectativa de uma melhora na safra dos países do Sudeste Asiático, como o Vietnã e a Indonésia, diz Cogo.
A baixa também vem sendo provocada por uma redução do consumo de café no Brasil, puxada pelo encarecimento do produto.
A tendência é que o preço da saca vendida pelo produtor continue diminuindo com o avanço da colheita, cujo pico acontece agora em junho e julho.
Café robusta x arábica
Maximiliano, da StoneX Brasil, detalha que o aumento da safra de café robusta é o principal fator por trás da queda das cotações. Segundo a Conab, a safra atual dessa espécie deve crescer 28% em relação ao ciclo anterior.
"As plantações de robusta no Espírito Santo e na Bahia são praticamente todas irrigadas. Então, o clima não foi um problema", diz Maximiliano.
Já o desenvolvimento das plantações de arábica foi prejudicado por secas, em um ano em que a colheita já seria naturalmente menor. Com isso, a produção deve cair 6,6% nesta safra em relação à anterior.
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Por que preço bateu recorde no início do ano?
No dia 12 fevereiro deste ano, a cotação diária do café arábica chegou a R$ 2.769,45, um recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), iniciada em 1996.
Já a maior cotação diária do robusta foi atingida em 23 de janeiro, quando bateu R$ 2.102,12.
Maximiliano explica que isso aconteceu porque o Brasil exportou mais que o normal em 2024, o que fez o país entrar em 2025 com baixos estoques.
"A gente viu a exportação ultrapassando 50 milhões de sacas, em um ano em que a produção não foi tão abundante", diz.
Isso aconteceu porque o mundo passou a demandar mais café do Brasil.
"Houve problemas na produção do Vietnã e um impacto geopolítico da guerra no Oriente Médio", diz.
"Depois que começou a guerra entre o Hamas e Israel, os Huthis, grupo do Iêmen que apoia o Hamas, passaram a atacar navios no Mar Vermelho, região que é a rota do café da Ásia para a Europa", detalha o especialista da StoneX Brasil.
Com isso, os europeus passaram a comprar mais café do Brasil.
Além disso, no final de 2024, era esperado que entrasse em vigor uma lei europeia que bloqueia exportações de áreas desmatadas, o que fez com que muitas empresas do continente antecipassem importações, diante de incertezas sobre a aplicação da legislação.
A implementação da lei acabou sendo adiada para o final de 2025.
O preço também aumentou porque a indústria começou a estocar menos café, principalmente depois da disparada das cotações, diz o analista da StoneX Brasil.
Além disso, os preços futuros do grão estão menores do que os atuais, o que desincentiva a formação de estoques.
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'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
IPCA-15: preços sobem 0,26% em junho, puxados pela energia elétrica
Alimentação e bebidas tem primeira queda em nove meses. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada da prévia da inflação é de 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados até maio. IPCA-15 desacelera em junho e registra +0,26%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, aponta que os preços subiram 0,26% em junho. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%, abaixo dos 5,40% registrados até maio. No acumulado do ano, os preços subiram, em média, 3,06%. Em maio, o índice havia avançado 0,36%.
Segundo o IBGE, os principais impactos na prévia da inflação de junho vieram dos grupos Habitação, com alta de 1,08% e contribuição de 0,16 ponto percentual, e Saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,29% e teve impacto de 0,04 p.p.
Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou sua primeira queda (-0,02%) após nove meses seguidos de alta.
▶️ O resultado do grupo Habitação se deve ao acionamento da bandeira vermelha patamar 1, que impôs uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, elevando os preços da energia elétrica.
▶️ No grupo Saúde e cuidados pessoais, o principal fator foi o reajuste nos planos de saúde, que subiram 0,57%.
▶️ No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio caiu 0,24% em junho, com destaque para as quedas nos preços do tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%).
Veja abaixo a variação dos grupos em junho
Neste mês, sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Habitação: 1,08%;
Artigos de residência: 0,11%;
Vestuário: 0,51%;
Transportes: 0,06%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,29%;
Despesas pessoais: 0,19%;
Comunicação: 0,02%.
Os dois grupos que teveram queda foram:
Alimentação e bebidas: -0,02%;
Educação: -0,02%.
Preço do café sobe 81% ao consumidor em um ano, mas começa a cair no campo
O que tem pesado na inflação?
A energia elétrica residencial subiu 3,29% em junho e foi o item que mais influenciou o IPCA-15 no mês, com impacto de 0,13 ponto percentual (p.p.).
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou da bandeira vermelha, no patamar 1, para o mês de junho, uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.
A redução no volume de chuvas e a menor geração por hidrelétricas tornaram necessário o acionamento de usinas termoelétricas, que possuem custo de produção mais alto. Quando a geração se torna mais cara, a cobrança adicional é aplicada automaticamente nas contas de luz.
Ainda no grupo Habitação, a tarifa de água e esgoto subiu 0,94%, refletindo reajustes de 9,88% em Brasília, com impacto de 4,43% a partir de 1º de junho.
No grupo Vestuário, que registrou alta de 0,51%, destacaram-se os aumentos nas roupas femininas (0,66%) e nos calçados e acessórios (0,49%).
O grupo Saúde e cuidados pessoais teve variação de 0,29%, influenciado principalmente pelo reajuste nos planos de saúde, que subiram 0,57%.
No grupo Transportes, que variou 0,06%, o resultado reflete a gratuidade concedida aos domingos e feriados no metrô (1,22%) e no ônibus urbano (1,39%) em cidades como Brasília (21,54%) e Belém (11,52%), além da redução tarifária em Curitiba (5,08%) nesses mesmos dias.
Os combustíveis registraram queda de 0,69% em junho, após alta de 0,11% em maio. Os recuos foram observados no óleo diesel (-1,74%), etanol (-1,66%), gasolina (-0,52%) e gás veicular (-0,33%).
No grupo Alimentação e bebidas, que teve leve queda de 0,02%, a alimentação no domicílio recuou 0,24%, puxada pelas quedas nos preços do tomate (-7,24%), ovo de galinha (-6,95%), arroz (-3,44%) e frutas (-2,47%). Em contrapartida, a cebola (9,54%) e o café moído (2,86%) apresentaram alta.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,55%, desacelerando em relação a maio (0,63%). O destaque foi o lanche, cuja alta passou de 0,84% para 0,32%. Já a refeição teve aceleração, de 0,49% para 0,60%.
Talão de conta de luz Copel
Guilherme Pupo
Dólar cai e fecha a R$ 5,49, após derrubada do IOF no Congresso; Ibovespa sobe
A moeda americana recuou 0,99%, cotada a R$ 5,4985. Já a bolsa fechou em alta de 0,99%, aos 137.114 pontos. Câmara derruba aumento do IOF proposto pelo governo
O dólar recuou 0,99% nesta quinta-feira (26) e fechou cotado em R$ 5,4985, menor patamar desde outubro. Na mínima, chegou a R$ 5,4912. Já o Ibovespa avançou 0,99%, aos 137.114 pontos.
▶️ No Brasil, o mercado seguiu à espera de uma resposta do governo à derrubada do projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Como mostrou o g1, a redução da arrecadação e a resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento.
▶️ A trégua entre Irã e Israel chegou ao terceiro dia, após os países confirmarem o fim do conflito. Investidores esperam que a paralisação seja duradoura e começam a mover o dinheiro para ativos mais arriscados.
▶️ O fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também se aproxima e retornam as preocupações com a guerra comercial. Washington só tem acordo firmado com o Reino Unido e a ampla taxação pode voltar.
▶️ O mercado também acompanhou mais desdobramentos da pressão sobre o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Nesta quarta-feira, o "The Wall Street Journal" reportou que Trump está ventilando a ideia de trocar o mandante do BC americano antes do fim do mandato de Powell.
Os investidores estão preocupados com a autonomia do BC americano. Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes, em especial depois que o BC manteve as taxas inalteradas pela 4ª vez consecutiva na semana passada.
▶️ Por fim, investidores analisaram uma série de dados econômicos nos EUA. O principal deles foi a revisão para baixo do PIB americano, consequência direta do tarifaço de Trump.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,48%;
Acumulado do mês: -3,84%;
Acumulado do ano: -11,02%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: 0,00%;
Acumulado do mês: +0,06%
Acumulado do ano: +13,99%.
De olho no IOF
O Congresso Nacional derrubou o decreto presidencial que alterava as regras e aumentava a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Desde o início, a proposta enfrentou forte resistência no Legislativo.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu o projeto na pauta da noite de terça-feira (24) e acelerou sua tramitação. O texto foi aprovado por 383 votos a 98 e, poucas horas depois, confirmado pelo Senado.
Segundo a equipe econômica, a derrubada dos decretos deve causar uma redução de R$ 10 bilhões na arrecadação neste ano. Segundo especialistas ouvidos pelo g1, a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
Segundo o blog do Camarotti, integrantes do Palácio do Planalto avaliam que a derrota no Congresso foi resultado de uma articulação inédita entre Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A avaliação no governo é que essa união fortalece o Legislativo tanto nas negociações com o Planalto quanto diante do Supremo Tribunal Federal. Motta e Alcolumbre, inclusive, planejam comparecer juntos a uma audiência para tratar da liberação de emendas parlamentares.
IPCA-15
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,26% em junho, abaixo dos 0,36% registrados em maio, segundo dados do IBGE. Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,27%, também abaixo dos 5,40% anteriores.
A desaceleração foi puxada pela primeira queda no grupo de Alimentação e bebidas (-0,02%) após nove meses consecutivos de alta. Por outro lado, os grupos de Habitação (+1,08%) e Saúde e cuidados pessoais (+0,29%) contribuíram positivamente para o índice.
Guerra comercial e pressão no Fed
Com a situação no Oriente Médio mais estável, o foco agora se volta para a guerra comercial provocada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante desse cenário, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, continuam no centro das atenções. Na terça-feira, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de decidir sobre os rumos da taxa de juros.
"Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica", afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A postura de Powell tem gerado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça-feira, ele o chamou de “burro” e “teimoso” em publicações nas redes sociais.
Nesta quarta-feira, a tensão aumentou. Segundo o jornal "The Wall Street Journal", Trump tem cogitado substituir o comando do Fed antes do fim do mandato de Powell. A possibilidade tem gerado preocupação entre investidores quanto à preservação da autonomia do BC americano.
Dados nos EUA
O PIB do primeiro trimestre dos EUA caiu 0,5% em taxa anualizada, segundo o Departamento de Comércio. Houve revisão para baixo ante o recuo de 0,2% informados anteriormente. A expectativa era de que a terceira e última revisão não trouxesse alterações.
O desempenho negativo foi impulsionado pelo aumento expressivo nas importações, resultado da tentativa de empresas de antecipar compras e evitar os custos adicionais do tarifaço de Trump.
Com a suspensão temporária das tarifas por Trump, após a repercussão negativa, o aumento das importações não deve se repetir no segundo trimestre. De acordo com pesquisa da empresa de dados FactSet, economistas projetam uma recuperação do crescimento para 3% no período.
Além disso, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 236 mil na semana passada. No entanto, o número de pessoas que continuam recebendo o benefício subiu para 1,974 milhão — o maior nível desde 2021 — indicando maior dificuldade dos desempregados em encontrar novas oportunidades.
Economistas alertam que, apesar da volatilidade dos dados causada pelo feriado de Juneteenth e pelo início das férias escolares, há sinais claros de enfraquecimento no mercado de trabalho dos EUA.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
Agência Fitch mantém nota de crédito do Brasil em 'BB', com perspectiva estável
Relatório aponta equilíbrio entre força econômica e desafios fiscais, e alerta para impacto das eleições de 2026 nas reformas e na confiança do mercado. Logo da Fitch Ratings em seu escritório de Londres.
Reuters
A agência de classificação de riscos Fitch Ratings anunciou nesta quarta-feira (25), que manteve a nota de crédito do Brasil em ‘BB’, com perspectiva estável, indicando que não há expectativa de mudança no curto prazo.
A nota reflete um equilíbrio entre a força da economia brasileira e os desafios fiscais persistentes. Segundo a avaliação da agência, as classificações do Brasil são sustentadas pela:
Economia grande e diversificada;
Finanças externas sólidas e reservas internacionais robustas;
Mercados domésticos profundos, com baixa dependência de dívida em moeda estrangeira.
O texto também aponta que "as classificações são limitadas pelo alto e crescente endividamento do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), rigidez orçamentária, baixos indicadores de governança e um crescimento potencial relativamente baixo".
"As incertezas fiscais continuam sendo uma fonte de risco macroeconômico mais amplo, tendo se manifestado na recente volatilidade do mercado, e as perspectivas de reformas estruturais para enfrentar os desequilíbrios subjacentes provavelmente só ficarão mais claras após as eleições de 2026", completa o texto da Fitch Ratings.
Apesar da redução no déficit primário em 2024 (0,4% do PIB), a queda foi influenciada por receitas pontuais e não representa uma melhora estrutural. A resistência do Congresso a novos impostos, a frustração com a arrecadação e o aumento de gastos têm gerado incertezas no mercado.
A Fitch projeta que o déficit total do governo suba para 8% do PIB em 2025, pressionado pelos juros altos e pelo fim dos estímulos fiscais.
A dívida pública brasileira alcançou 76,5% do PIB em 2024 e deve continuar subindo, segundo a Fitch. O cenário eleitoral de 2026 pode dificultar medidas de contenção de gastos e favorecer políticas populistas, como subsídios e aumento de benefícios sociais.
Mesmo assim, a agência destacou que não espera mudanças drásticas na condução da política econômica, embora o ambiente político possa influenciar a confiança do mercado e o avanço de reformas.
A classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional. (saiba mais sobre as notas de crédito abaixo)
Veja na imagem abaixo.
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explica Alex Nery, professor da FIA Business School.
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agências Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
O que esperar pela frente
O Brasil está a um degrau de obter selo de bom pagador na agência Moody's. Para Alex Nery, no entanto, algumas barreiras têm dificultado a chegada da nota brasileira em grau de investimento. Uma delas é o fato de o país enfrentar um histórico político recente mais turbulento do que em meados de 2008.
"Temos também fatores como a pandemia de Covid-19 e todo um endividamento que foi surgindo a partir dos eventos recentes. Isso não quer dizer que o Brasil não vai conseguir grau de investimento, mas ainda é preciso fazer a lição de casa e colocar as coisas em ordem", diz o professor da FIA.
Após a empolgação do mercado com as aprovações das reformas tributária e da Previdência — que beneficiaram a nota brasileira nas últimas decisões —, o desafio, agora, está na execução e na condução dessas e outras medidas já aprovadas no país.
Alex Nery, da FIA, também inclui na conta o arcabouço fiscal, que ficará no radar das agências daqui para frente. "O desenho do arcabouço é interessante, mas, se mudar muito a meta fiscal, ele perde credibilidade. Esse é outro fator de atenção para as agências de risco", conclui o especialista.
Entenda como gripe aviária impacta preços da carne de porco no mercado doméstico em junho
Preço do suíno subiu quase 4% na última semana. Recuos nos preços da carne de frango registradas em maio explicam movimento, segundo Esalq/USP em Piracicaba (SP). Em fevereiro, o preço da carcaça suína registrou elevação de 10,8% na comparação com janeiro, passando para R$ 13,20 o quilo.
Arquivo Secom
Com alta nas cotações, a competitividade da carne de porco caiu na comparação com as cotações da carne de frango no Brasil, principal proteína concorrente no mercado doméstico, em junho de 2025, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP). Entenda panorama, abaixo.
🐔O cenário é explicado pelos recuos nos preços da carne de frango registradas em maio. Os pesquisadores do Cepea explicam que o volume carne disponível no mercado interno em junho impactaram nas cotações.
"As restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária, tem pressionado fortemente os valores", aponta a pesquisa.
"Apesar da recente reação nos preços da carcaça especial suína no atacado da Grande São Paulo, as quedas verificadas da segunda quinzena de maio até a primeira semana de junho impediram o avanço da média parcial deste mês", analisa o Cepea.
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📉Em junho, o preço do suíno vivo registrou elevação de 3,93% na comparação com maio, passando para R$ 8,73 o quilo em São Paulo.
A cotação da carcaça suína especial alcançou variação de até 3,58% entre os dias 18 e 26 de junho de 2025. Os valores médios ficaram na casa dos R$ 12,70 no posto de São Paulo, segundo medições do Cepea.
Frango foi negociado a R$ 5,37 o quilo em fevereiro, queda de 2,4% em relação a janeiro
Reprodução EPTV
🐔No mercado de frango, levantamentos do Cepea mostram que os preços médios da carne de vêm caindo com força comparando-se esta parcial de junho com o mês anterior.
"As cotações das principais concorrentes (bovina e suína) também têm recuado, mas de forma mais moderada. Como resultado, a proteína avícola vem ganhando competitividade frente às substitutas, aponta o Centro de Pesquisas", apontam os boletins do Cepea.
Segundo pesquisadores, a grande quantidade de carne de frango disponível no mercado interno em junho – diante das restrições às exportações impostas pelos parceiros comerciais do Brasil devido à gripe aviária – tem pressionado significativamente os valores dessa proteína.
Preços da carne suína aumentam em junho
Reprodução/TV TEM
Carne bovina
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do boi, da vaca, novilha e reposição seguem firmes.
Segundo o Centro de Pesquisas, a procura de frigoríficos supera a oferta de animais para abate, que tem passado a contar com lotes de confinamento – esses animais tendem a alcançar valores maiores que os de pasto.
No mercado atacadista de carne com osso em São Paulo, pesquisas do Cepea indicam que as cotações também vêm se sustentando, mesmo neste período do mês, em que há certa lentidão nas vendas.
g1 em 1 Minuto: Gripe aviária não é transmitida a quem come carne de frango
Brasil livre da gripe aviária
Maior exportador de frango do mundo, o Brasil se declarou livre da doença no último dia 18 de junho, depois de cumprir um prazo de 28 dias sem novos casos em aves comerciais.
A expectativa do governo era de que, a partir dali, os países que criaram algum tipo de bloqueio ao frango, começassem a retirar ou flexibilizar essas restrições.
Os bloqueios são feitos para evitar a contaminação de granjas no exterior com material contaminado do Brasil, ainda que esta seja uma possibilidade remota.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, reitera o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
Frango em números
Arte g1
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Banco Central volta a prever crescimento do PIB acima de 2% em 2025, e segue estimando estouro da meta de inflação
Informações constam no relatório de política monetária do segundo trimestre deste ano. BC projeta inflação de 4,9% neste ano, acima do teto do sistema de meta, e diz que alimentos seguem com preços altos, apesar da desaceleração no ritmo de crescimento. O Banco Central (BC) elevou de 1,9% para 2,1% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
A informação consta no relatório de política monetária do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (26).
Com isso, a instituição retomou uma projeção de crescimento maior, que vigorava antes de março deste ano.
O IBC-Br indicador do Banco Central que dá uma prévia do PIB registrou alta de 0,2%
Veja os fatores que levaram o BC a subir a estimativa de crescimento neste ano:
melhora na perspectiva da produção agrícola, com impacto modesto, mas positivo, no PIB;
mercado de trabalho apresentou aquecimento mais intenso do que o antecipado, reforçando as perspectivas de resiliência do consumo das famílias;
espera-se, ainda que com elevado grau de incerteza, que as mudanças no crédito consignado para trabalhadores do setor privado tenham algum impacto sobre o consumo e o PIB.
Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%.
Uma alta menor, neste ano, conforme projetado pelo BC e por analistas do setor privado, representará uma desaceleração no ritmo de crescimento.
"Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre. Essa moderação esperada decorre da manutenção de uma política monetária restritiva, do reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção, da perspectiva de moderação do crescimento global e da redução do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre", informou o Banco Central.
Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas.
🔎No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
Alta dos juros
A projeção de uma expansão menor do PIB, neste ano, acontece em meio a um processo de alta dos juros para conter pressões inflacionárias.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC subiu a taxa básica da economia por sete vezes seguidas. O juro atingiu 15% ao ano na semana passada, maior nível em 20 anos.
E o Banco Central indicou que deverá interromper o processo de alta dos juros, mas também informou que a Selic permanecerá alta por um "período bastante prolongado" de tempo.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,1%, em março, para 4,9%.
A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com isso, o BC estima um novo estouro da meta de inflação neste ano, assim aconteceu em 2024.
A probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano caiu de 70%, em março, para 68%.
Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central recuou de 3,7% para 3,6%.
Em seus documentos, a autoridade monetária tem dito, ainda, que a meta de inflação deve ser ultrapassada já em junho deste ano. Isso porque, desde o início de 2025, começou a ser adotado um sistema de meta contínua.
Preços dos alimentos
O Banco Central observou que os preços de alimentos ao consumidor desaceleraram em relação aos dois trimestres anteriores, mas "seguem com variação elevada".
Os preços do segmento subiram 2,17% no trimestre encerrado em maio, abaixo da variação nos três meses até fevereiro, 3,06%.
A principal contribuição para o movimento vem do recuo no preço da carne bovina ao consumidor, após altas muito intensas até dezembro.
Também houve queda no preço do arroz, com safra doméstica favorável e queda forte nos preços do atacado.
Em menor grau, houve ainda desaceleração em alimentos industrializados no trimestre – que seguem, no entanto, com variações elevadas.
Os preços do café moído, que têm contribuído para a alta do segmento, continuaram com alta intensa no varejo – embora já se observe recuo dos preços do grão no atacado.
Por fim, alimentos in natura, que vinham apresentando variações abaixo do padrão sazonal nos últimos trimestres, tiveram alta relevante no trimestre encerrado em maio, mesmo com a acomodação recente nos preços do ovo de galinha.
Globo abre inscrições para Oficina de Assistente Audiovisual exclusiva para mulheres
Oficina tem dois meses de duração e pode render contratação ao final. Inscrições vão até 6 de julho. Curso gratuito da Globo forma assistentes audiovisuais mulheres
Globo/ Divulgação
A Globo está com inscrições abertas para uma oficina gratuita de formação de assistentes audiovisuais, com vagas exclusivas para mulheres.
A oportunidade é voltada para quem tem formação técnica em áreas como Elétrica, Eletrônica, Eletrotécnica, Telecomunicações, Mecânica ou cursos ligados ao audiovisual.
As inscrições vão até o dia 6 de julho e podem ser feitas pela internet, pela página oficial da Globo na Gupy.
O programa é aberto a mulheres de todas as idades e não exige experiência prévia na área. Possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias B ou D é um diferencial, assim como ter disponibilidade para viagens.
Durante dois meses, as participantes passarão por uma fase de imersão, com treinamentos teóricos e práticos nas áreas de Jornalismo, Variedades, Eventos e Dramaturgia. A formação será ministrada por profissionais da área de Tecnologia da Globo.
Ao final do curso, há possibilidade de contratação para atuar nas cidades de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).
A participação no processo seletivo é totalmente gratuita, e todas as oportunidades são divulgadas exclusivamente pelos canais oficiais da empresa.
Taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril
Missão impossível? Bajaj Pulsar chega ao Brasil para roubar uma fatia do reino da Honda CG
Modelo indiano aposta em tecnologia, design e preço competitivo (cerca de R$ 3 mil a menos) para incomodar o veículo mais vendido do Brasil há quase 50 anos. Bajaj Pulsar N150 tem motor que entrega 14 cv de potência, o mesmo da Honda CG 160
Divulgação | Bajaj
A Bajaj decidiu entrar de vez na disputa com as gigantes e lançou uma motocicleta para competir no segmento mais concorrido do mercado: o das city de baixa cilindrada, dominado há quase 50 anos pela Honda CG.
A nova Pulsar N150 chegou em junho com o objetivo de conquistar o público motoboy. O modelo tem preço público sugerido de R$ 16.300, já com frete incluso.
Veja mais detalhes sobre a novidade e em que ela perde ou ganha das concorrentes.
Motor e câmbio
Equipada com motor de 149 cilindradas, que entrega 14 cv de potência e 1,38 kgfm de torque, a Bajaj se posiciona em linha com o que a líder de mercado oferece. A Honda CG possui 14,7 cv e 1,43 kgfm de torque.
Apesar disso, a Bajaj ainda precisa se adequar mais o mercado brasileiro e investir no desenvolvimento de um motor flex — tecnologia presente na CG desde 2009. Vale destacar, porém, que a versão de entrada da CG, chamada Start, não conta com motor flex.
A Yamaha Factor, concorrente no mesmo segmento, é equipada com motor flex há nove anos. No entanto, seu propulsor de 150 cilindradas é o mais fraco entre os três, com apenas 12 cv e 1,3 kgfm de torque — o que coloca a Bajaj em vantagem.
O conjunto motriz da Bajaj, assim como o das concorrentes, conta com câmbio de cinco marchas.
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Segurança
A Pulsar também apresenta uma limitação comum no segmento: oferece freio ABS apenas na roda dianteira.
Ao menos a tecnologia está disponível desde a versão mais básica — algo que Honda e Yamaha não oferecem nas versões de entrada, o que representa uma baita vantagem para a moto indiana.
Na traseira da Pulsar N150, o sistema de freio é a tambor. E não há opção de disco. Ainda assim, para se destacar no segmento, seria desejável que a motocicleta viesse equipada com freio ABS de dois canais, superando as rivais já consolidadas no mercado brasileiro.
A CG só disponibiliza freio a disco na roda traseira na versão mais cara Titan. Se a Bajaj oferecesse ABS também na traseira pelo preço de R$ 16.300, teria mais uma vantagem contra a concorrência.
Na CG, o freio a disco traseiro — que proporciona frenagens mais eficientes e, consequentemente, mais segurança — está disponível apenas na versão topo de linha, a Titan, que custa R$ 19.520. Isso representa R$ 3.220 a mais em relação ao modelo da Bajaj.
A Pulsar vem equipada com rodas de 17 polegadas tanto na dianteira quanto na traseira, menores que as rodas de 18 polegadas presentes na CG e na Factor.
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Luzes e tecnologia
O design da Pulsar inclui faróis de LED, diferentemente das versões de entrada da CG (Start e Fan), que ainda utilizam lâmpadas halógenas.
Um dos diferenciais da Pulsar é o painel digital com conectividade para celular. Por meio do aplicativo da marca (Bajaj Ride Connect), é possível atender ou rejeitar chamadas, além de acessar músicas e notificações.
Pensando na rotina de quem trabalha com entregas, público-alvo do modelo, a moto também conta com entrada USB para recarga do celular. Esse tipo de comodidade não está disponível nem nas versões mais completas da Honda CG ou da Yamaha Factor.
Outro recurso interessante é o alerta de agendamento de revisão exibido no painel, outra funcionalidade útil para quem utiliza a moto com frequência.
Vai vender bem?
A Pulsar N150 está disponível nas cores Vermelha (Racing Red), Preta (Ebony Black) e Branca (Pearl Metallic White).
Pelo preço sugerido, a Pulsar oferece um pacote de equipamentos bem mais completo que a Honda CG. Por R$ 16.440, a única versão da CG disponível é a Start — uma configuração de entrada consideravelmente mais simples que a Bajaj Pulsar.
Isso torna a moto indiana uma opção mais atraente frente à principal concorrente, evidenciando a ambição da marca no mercado brasileiro.
No entanto, é inegável que optar por uma Honda significa contar com quase 50 anos de tradição, uma ampla rede de concessionárias e a confiabilidade de uma marca consolidada, que vende cerca de 40 mil unidades da CG por mês. Competir em mesmo nível é, de fato, quase impossível.
2 pontos positivos e negativos da Honda CG 160
Copa do Mundo de Clubes: quem são os jogadores mais bem pagos e quanto ganham; veja ranking
Segundo a Forbes, cinco grandes nomes do futebol acumulam US$ 381 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) em ganhos no último ano; confira o ranking. Os jogadores mais bem pagos da Copa do Mundo de Clubes
Reuters
Mesmo sem ser o principal favorito ao título da Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2025, Lionel Messi tem uma conquista garantida: é o jogador mais bem pago do torneio.
Apenas cinco grandes estrelas do futebol que estão na competição somam, juntas, US$ 381 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) em ganhos nos últimos 12 meses. A lista, elaborada pela revista Forbes, inclui Kylian Mbappé, Erling Haaland, Vinicius Jr. e Harry Kane.
Todos esses atletas participam do novo formato da competição, que reúne 32 clubes e oferece uma premiação recorde de US$ 1 bilhão. São US$ 125 milhões destinados ao time campeão e a final está marcada para 13 de julho.
Para estimar os ganhos de cada jogador, a Forbes levou em conta salários, bônus e receitas fora de campo, como contratos de patrocínio, participações em eventos e empreendimentos pessoais.
Os dados foram cruzados com informações de fontes da indústria, como o site Capology.com, além de análises feitas por especialistas do setor esportivo.
Veja abaixo quanto ganham os mais bem pagos e saiba mais sobre o novo Mundial de Clubes.
1️⃣ Lionel Messi (Inter Miami)
Lionel Messi em partida pela seleção da Argentina.
Reuters
Ganhos totais: US$ 135 milhões
Idade: 38 anos
Nacionalidade: Argentina
Em campo: US$ 60 milhões
Fora de campo: US$ 75 milhões
2️⃣ Kylian Mbappé (Real Madrid)
Mbappé fez 3 gols na vitória do Real Madrid que tirou o Manchester City da Liga dos Campeões
Violeta Santos Moura/Reuters
Ganhos totais: US$ 90 milhões
Idade: 26 anos
Nacionalidade: França
Em campo: US$ 70 milhões
Fora de campo: US$ 20 milhões
3️⃣ Erling Haaland (Manchester City)
Haaland durante jogo entre Manchester City e RB Leipzig
Molly Darlington/Reuters
Ganhos totais: US$ 62 milhões
Idade: 24 anos
Nacionalidade: Noruega
Em campo: US$ 48 milhões
Fora de campo: US$ 14 milhões
4️⃣ Vinicius Jr. (Real Madrid)
Vinicius Jr
Reuters
Ganhos totais: US$ 55 milhões
Idade: 24 anos
Nacionalidade: Brasil
Em campo: US$ 40 milhões
Fora de campo: US$ 15 milhões
5️⃣ Harry Kane (Bayern de Munique)
Harry Kane (Bayern de Munique)
REUTERS/Kai Pfaffenbach
Ganhos totais: US$ 39 milhões
Idade: 31 anos
Nacionalidade: Inglaterra
Em campo: US$ 29 milhões
Fora de campo: US$ 10 milhões
Copa do Mundo de Clubes
A Copa do Mundo de Clubes, que teve sua estreia neste ano, será realizada a cada quatro anos e reúne 32 equipes. A partida inaugural ocorreu em 14 de junho, e a final está marcada para 13 de julho.
O torneio oferece uma premiação recorde de US$ 1 bilhão, com até US$ 125 milhões destinados ao time vencedor. No entanto, esse valor nem sempre é repassado integralmente aos jogadores.
Na MLS, por exemplo, os jogadores recebem apenas 50% das premiações externas, com um limite de US$ 1 milhão por equipe — o que gerou protestos, como o do Seattle Sounders FC.
Outra reclamação recorrente entre os atletas é o excesso de jogos. Harry Kane, do Bayern de Munique, chegou a afirmar que os jogadores "não estão sendo ouvidos" e que existe um limite para manter o desempenho físico sem comprometer a saúde.
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Lavouras embaixo d'água outra vez no RS: agricultores relatam destruição e morte de peixes, colmeias e gado
Enchente matou animais, destruiu o solo para plantação e ilhou casas. Agricultor relata que, se não conseguir financiamento, não poderá voltar a plantar Os prejuízos das chuvas para os produtores do RS
Pouco mais de um ano após as chuvas que deixaram o Rio Grande do Sul submerso, as águas voltaram a subir deixando prejuízos de milhares de reais para agricultores. Animais morreram levados pelas enchentes, lavouras foram perdidas e casas ficaram ilhadas.
Mais de 140 municípios são afetados e 25 cidades estão em situação de emergência; em Jaguari, o estado é de calamidade pública, segundo boletim divulgado pelo governo do RS na segunda-feira (24).
Além disso, mais de 7 mil pessoas estão desabrigadas. Esse poderia ser o caso de Fabiano André Kappaun, de Candelária (próximo a Porto Alegre), mas ele conseguiu alugar uma casa temporária para a família na área urbana do município. A propriedade dele, na zona rural, ficou ilhada.
"As crianças, qualquer chuvinha que dá, ficam apavoradas", afirma o agricultor de 40 anos.
A casa de Fabiano ficou ilhada em Candelária (RS).
Arquivo pessoal
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Apesar de já ter colhido toda a produção de soja e arroz, Fabiano estima que precisará investir ao menos R$ 100 mil para recuperar o solo. Entretanto, ele não tem esse dinheiro e não sabe se conseguirá voltar a cultivar os grãos caso não obtenha um financiamento.
E ele não foi o único prejudicado na família. Seu irmão perdeu 10 cabeças de gado afogadas. Os corpos foram levados pela água e não puderam ser recuperados.
O produtor também sofreu em 2024.
"Ano passado foi 10 vezes pior. Ainda tem coisas do ano passado que tá para consertar. Perdemos tudo", comenta.
Já em Rio Pardo, próximo a Candelária, Jardel Luis Eisenhardt percebeu que as águas estavam subindo e conseguiu levar seu rebanho para uma área mais alta e protegida. Contudo, toda a pastagem foi perdida: cerca de 80% de seus 45 hectares (equivalente a um aeroporto de pequeno porte) ficaram submersos.
A pastagem só deve começar a ser recuperada a partir de novembro. Até lá, os animais precisarão ser alimentados apenas com ração. A compra, que não era esperada pelo pecuarista de 40 anos, somada ao trabalho para recuperar o solo, deve gerar um gasto extra de R$ 150 mil.
"A gente se prepara para uma coisa e acontece outra. A gente está em uma situação bem crítica", diz o criador.
Jardel deve gastar R$ 150 mil para recuperar o solo
Arquivo pessoal
Também moradora de Rio Pardo, Daniela Fernanda Hermes, de 28 anos, trabalha junto com os pais na propriedade deles. A família cultiva frutas e hortaliças e cria peixes, como tilápia e carpa. Apesar da diversidade, não houve área sem prejuízo.
Pelo segundo ano seguido, as chuvas estragaram o plantio dos produtos mais sensíveis, como alfaces e rúculas, e vão precisar ser replantados. As laranjas mofaram ainda no pé — contudo, a agricultora tem esperança que, se o clima melhorar, elas possam ser salvas.
Os peixes, que não ,oram afetados em 2024, morreram dessa vez. O açude da família rompeu e eles foram encontrados mortos na propriedade vizinha.
A criação, que era com foco na Sexta-Feira Santa, significava a renda do próximo ano. Os peixes estavam em fase de engorda e juntos somavam cerca de 200 kg.
Daniela não sabe quando poderá retomar a criação. A máquina para refazer o açude é cara: custa mais de R$ 400 por hora, com um expediente de pelo menos 10 horas. Além disso, há o valor do deslocamento, de cerca de R$ 500.
"A gente nem quis calcular o prejuízo porque deixa a gente triste. Vamos ter que começar tudo de novo. Ou chove demais ou falta chuva. O clima está bem desregulado", diz a agricultura.
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O açude de Daniela rompeu, matando todos os peixes de sua criação
Arquivo pessoal
As fortes chuvas também levaram embora parte da criação de abelhas de João Maciel Lunardi Cogo, de 41 anos. As 187 colmeias que possuía em Unistalda, próximo a São Luiz Gonzaga, devem gerar um prejuízo de R$ 60 mil. Isso porque, além das abelhas, ele perdeu a estrutura para criá-las e para retirar o mel.
O apicultor, que tem cerca de 1500 colmeias em diferentes cidades, conta que nunca havia sido atingido por enchentes no município. Ele acredita que deve levar de 2 a 3 anos para recuperar o que foi perdido este ano e para as abelhas voltarem a produzir o mel.
As colmeias de João foram levadas pelas chuvas
Arquivo pessoal
146 municípios são afetados pelas chuvas no RS
Arte g1
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Estreito de Ormuz: por que Irã não usou seu trunfo em resposta aos ataques de Israel e EUA?
Regime dos aiatolás tinha o local como uma arma para impactar economia global: por lá passam 20 milhões de barris por dia de petróleo bruto, condensado e combustíveis. Navio passa pelo estreito de Ormuz
REUTERS/Hamad I Mohammed/File Photo
O confronto entre Israel e Irã, com a participação dos Estados Unidos, deixou o mundo em alerta por alguns dias, mas agora a situação aparenta ter se acalmado.
No Irã, o regime dos aiatolás procurou controlar a narrativa interna e afirmou que o ataque iraniano a uma base militar dos EUA no Catar teria contribuído para que o cessar-fogo fosse "imposto ao inimigo sionista".
No entanto, tudo indica que o ataque à base no Catar foi cuidadosamente calibrado para manter as aparências:
forte o suficiente para virar manchete e servir de propaganda interna ao regime em Teerã; e
fraco o suficiente para não causar danos nem ao Catar nem aos EUA — o Irã, afinal, notificou os EUA com antecedência sobre a ofensiva.
No mercado financeiro, o ataque à base americana no Catar não provocou pânico — pelo contrário, gerou alívio, e os preços do petróleo caíram significativamente na noite de segunda-feira.
Isso ocorreu apesar de o Irã deter um trunfo estratégico: o Estreito de Ormuz, por onde passam cerca de 20 milhões de barris diários de petróleo bruto, condensado e derivados. Um bloqueio dessa rota teria grande impacto na economia global.
Mas um bloqueio realmente beneficiaria o Irã?
Segundo a EIA, agência de informação energética dos EUA, a economia iraniana é relativamente diversificada em comparação com outros países do Oriente Médio. No entanto, sua indústria é voltada principalmente para o consumo interno.
Por isso, as exportações de petróleo e seus derivados são uma fonte essencial de divisas e receita para o governo, representando mais de 17% do total exportado — sendo o gás responsável por quase 12%.
Em 2023, o Irã foi o quarto maior produtor de petróleo bruto da Opep e, em 2022, o terceiro maior produtor de gás natural seco (aquele com baixa presença de gases de condensação rápida, como o hidrogênio), segundo a EIA.
Estreito de Ormuz
Arte/g1
Exportações apesar das sanções
Apesar de estar sob sanções internacionais há muitos anos, o regime iraniano continua exportando petróleo. Quem mais lucrou com isso foi a China. Em 2023, quase 90% das exportações iranianas tiveram como destino o país asiático.
Segundo o ministro do Petróleo, Javad Owji, citado pelo jornal britânico "Financial Times", o Irã exportou mais de US$ 35 bilhões em petróleo em 2023. Nesse ano, o setor representou mais de 8% do PIB.
Em 2024, os volumes exportados cresceram ainda mais, conforme estimativas baseadas em dados da empresa de análise Vortexa.
Bloquear o Estreito de Ormuz teria, portanto, causado prejuízos ao próprio Irã, afetando sua receita com a venda de petróleo. Além disso, poderia gerar atritos com seu principal parceiro comercial, a China, que se beneficia do petróleo barato iraniano.
A emissora Iran International, sediada em Londres, estima que o Irã oferece seu petróleo com um desconto de 20% em relação ao preço de mercado, já que o comprador assume os riscos associados às sanções dos EUA.
"As refinarias chinesas são as principais compradoras dos embarques ilegais de petróleo do Irã, que são misturados por intermediários com fornecimentos de outros países e declarados na China como importações de Singapura ou de outros locais", informou a emissora.
De acordo com a Rystad Energy, empresa norueguesa de pesquisa em energia, a China importa cerca de 11 milhões de barris de petróleo bruto por dia. Aproximadamente 10% desse volume vêm do Irã.
Bloqueio teria ainda afetado países vizinhos
Um bloqueio do Estreito de Ormuz poderia ainda gerar tensões com países vizinhos. Kuwait, Iraque e Emirados Árabes Unidos também transportam seu petróleo por essa passagem.
Se fechasse o estreito, Teerã "minaria as alianças que ainda restam com os Estados da região", avalia o economista, Justin Alexander, especialista em Golfo Pérsico.
Resta a dúvida sobre quanto tempo o Irã conseguiria sustentar um bloqueio. Segundo o analista Homayoun Falakshahi, da empresa de análise Kpler, em entrevista ao site alemão Tagesschau, uma ação desse tipo poderia provocar uma resposta militar rápida e contundente dos EUA e de países europeus.
Ele estima que o Irã conseguiria manter o Estreito de Ormuz fechado por, no máximo, dois dias.
Sanções e inflação
Um novo agravamento da crise econômica também seria mal recebido pela população iraniana. De acordo com o economista Djavad Salehi-Isfahani, professor da universidade americana Virginia Tech, as sanções fizeram com que o padrão de vida no país retrocedesse ao nível de duas décadas atrás.
As sanções afetam não apenas a indústria petrolífera, mas também os pagamentos internacionais ao Irã, o que tem alimentado a inflação. Desde o início do ano, os preços subiram significativamente, com a taxa inflacionária ultrapassando 38,7% em maio de 2025, em comparação com o mesmo mês de 2024.
A combinação entre sanções e desvalorização da moeda tem tornado o custo de vida no país cada vez mais elevado.
Estreito de Ormuz: Como isso afeta o Brasil?
Para conter endividamento do Brasil, Banco Mundial propõe desvinculações, reforma e imposto sobre combustíveis fósseis
Estudo propõe corte amplo de gastos públicos, incluindo áreas sociais, mas contempla também alta de impostos, como a tributação de lucros e dividendos e de combustíveis fósseis. Banco Mundial faz proposta para Brasil sanear contas
O Banco Mundial divulgou nesta quinta-feira (26) um conjunto de propostas para que as contas públicas voltem ao azul nos próximos anos, contendo o crescimento do endividamento brasileiro e da taxa de juros cobrada pelo mercado financeiro, além de promover uma agenda que engloba "desafios ambientais".
Chamado de "Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental", a publicação propõe um corte amplo de gastos públicos, envolvendo inclusive áreas sociais.
Mas também contempla elevações de impostos, como a tributação de lucros e dividendos e de combustíveis fósseis, e o fim de benefícios fiscais – principalmente para a parcela de maior renda da população.
O diagnóstico e os problemas apontados, assim como as propostas, não são novos. Eles já foram abordados em várias ocasiões por economistas e especialistas em contas públicas.
Entretanto, sempre que mencionados encontram resistência entre a população e o Congresso Nacional por envolver cortes em políticas públicas (várias delas mal focalizadas) e em benefícios.
O Banco Mundial estima que as medidas recomendadas no relatório podem resultar numa melhora do equilíbrio fiscal de mais de 5% do PIB.
Ou seja, seriam suficientes não só para reverter o déficit fiscal de cerca de 0,4% registrado em 2024 como, também, voltar ao superávit acima de 3% do PIB — nível considerado necessário para conter o crescimento da dívida brasileira (já alta para o padrão de países emergentes).
"A rígida estrutura de gastos do Brasil, com grandes alocações para o pagamento de aposentadorias e salários de servidores públicos, impõe desafios. Aumentos automáticos de custos nos principais programas, especialmente nas aposentadorias e pensões pagas a idosos (devido à transição demográfica e à indexação de benefícios), criam pressões fiscais contínuas que dificultam a adesão à regra fiscal de 2023 [arcabouço fiscal]", avaliou o Banco Mundial.
Eetudo 'Dois por Um: Políticas para Atingir Sustentabilidade Fiscal e Ambiental'
Reprodução de estudo do Banco Mundial
Veja propostas para equilibrar as contas
➡️Desvincular as despesas obrigatórias dos aumentos das receitas e do salário mínimo: com isso os benefícios assistenciais (BPC) e previdenciários (benefícios e pensões) cresceriam menos do que o salário mínimo, reduzindo os gastos públicos.
➡️Desvincular as despesas de saúde e educação ao comportamento das receitas: com a medida, os gastos mínimos em saúde e educação não subiriam mais de acordo com a arrecadação, o que poderia gerar perda de centenas de bilhões de reais aos setores nos próximos anos.
➡️Reforma administrativa com regras para servidores: proposta contempla redução dos salários iniciais em 20%, em média; a adoção de prazos mais longos para progressões na carreira; mudança nas políticas de contratação para redução de privilégios no setor público; introdução de práticas de gestão de recursos humanos mais orientadas aos resultados; ajuste dos salários dos atuais servidores apenas pela inflação e redução do número de carreiras.
➡️Nova reforma da previdência e assistência social: estudo propõe um valor mínimo da aposentadoria contributiva proporcional aos anos de contribuição; a definição de um valor inferior ao das aposentadorias contributivas para o BPC; a consolidação do BPC com pensões rurais para simplificar a administração e garantir proteção mínima universal aos idosos; a eliminação de diferenças "injustificadas" nas idades de aposentadoria (por gênero, local, profissão).
➡️Fiscalização maior do Bolsa Família, para impedir que os moradores do mesmo domicílio se dividam em mais de um grupo familiar para receber vários benefícios.
➡️Reforma do seguro-desemprego e abono salarial: proposta é que as contas individuais do FGTS sejam utilizadas como primeira linha de financiamento para pedidos de assistência ao desemprego. Já o abono salarial, pela proposta, deveria ser direcionado às famílias de renda baixa, o que economizaria até 0,2% do PIB.
➡️Ampliar a base dos contribuintes do Imposto de Renda, ao contrário do que vem propondo o governo federal (com a isenção de até R$ 5 mil). Estudo propõe reduzir isenções que beneficiam os mais ricos, voltando a taxar lucros e dividendos (que tem alto potencial de arrecadação), assim como diminuir isenções e deduções voltados principalmente para os mais ricos (aposentadorias por idade e invalidez, indenizações e deduções em saúde e educação), além de uma alíquota maior (acima da atual, de 27,5%) para os mais ricos.
Agenda do meio ambiente
De acordo com análise do Banco Mundial, os riscos das mudanças climáticas representam um desafio para as metas fiscais e ambientais do Brasil.
Por isso, traz propostas para redução das emissões de gases de efeito estufa, com "impactos positivos" para o crescimento da economia, e, também para o equilíbrio fiscal.
"O Brasil é um grande produtor de gases de efeito estufa (GEEs), com as emissões brutas tendo atingido 2,29 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2e) em 2023. Apesar de os ecossistemas naturais representarem 642 milhões de toneladas em remoções, as emissões líquidas totalizaram 1,65 bilhão de toneladas, tornando o Brasil o sétimo maior emissor global", diz o estudo.
Propostas do Banco Mundial para o meio ambiente:
Introdução de um Sistema de Comércio de Emissões (SCE): Diz que o SCE abrangerá grandes emissores em setores com emissões bem documentadas. A modelagem assume os seguintes índices de cobertura: indústria (80%), transporte (50%), serviços (50%), eletricidade com fontes fósseis (70%) e combustíveis fósseis (90%). A agricultura não está incluída.
Aumento do investimento público em infraestrutura elétrica e transporte de baixo carbono: investimentos pertinente nos setores de energia renovável, geração e transmissão de eletricidade e transportes.
Eliminação dos riscos do investimento privado em eletricidade renovável e biocombustíveis e do prêmio de financiamento de livre mercado sobre investimentos específicos em eletricidade: Banco Mundial diz que uma política de redução dos riscos de investimentos em eletricidade renovável e biocombustíveis implica intervenções para melhorar o clima de negócios e eliminar gradualmente os atuais prêmios de risco, com uma taxa trimestral de eliminação progressiva de 5%, e que uma política modelada elimina gradualmente esse prêmio para investimentos de capital em eletricidade para os setores de agricultura, indústria, transportes e serviços.
Postura mais rigorosa no combate ao desmatamento: estudo avalia que o instrumento conhecido como comando e controle é uma política convencional que o governo poderia adotar para enfrentar o desmatamento no Brasil – em grande parte ilegal.
➡️Por fim, o Banco Mundial avalia que o uso de impostos ambientais pelo Brasil é bastante limitado, enquanto a "experiência internacional demonstra que o aumento da tributação ambiental pode contribuir significativamente para o ajuste fiscal com baixos custos econômicos e benefícios para o bem-estar humano e planetário".
Uso de impostos ambientais por vários países
Banco Mundial com base em dados da OCDE
➡️A instituição recomenda aumento da tributação sobre combustíveis fósseis como forma de melhorar as contas públicas e reduzir as emissões de gases poluentes. Pelos cálculos do Banco Mundial, o imposto total seria de R$ 0,91 para a gasolina, R$ 2,26 para o diesel e R$ 0,22 para o etanol.
"Aplicando a estimativa atual para a alíquota-padrão do novo IVA (26,5%) e os preços dos combustíveis em junho de 2024, a carga tributária total chegaria a R$ 2,16, R$ 4,06 e R$ 1,06 por litro para a gasolina, o diesel e o etanol, respectivamente", acrescentou.
Derrubada do IOF e resistência do Congresso devem levar a novos cortes no Orçamento; entenda
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que bloqueios e contingenciamentos serão o provável caminho adotado pelo governo para cumprir a meta fiscal. O essencial, porém, segue fora do foco do Executivo e do Legislativo: medidas estruturais para equilibrar as contas públicas. Câmara derruba aumento do IOF proposto pelo governo
O Congresso Nacional derrubou nesta quarta-feira (25) o decreto presidencial que alterou as regras de cobrança do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo especialistas ouvidos pelo g1, a decisão deve levar o governo a aplicar novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento 2025.
As análises levam em conta as perdas para os cofres públicos com a anulação do decreto. Estimativas do Ministério da Fazenda indicam que a decisão dos parlamentares deve resultar em uma queda de arrecadação de cerca de R$ 10 bilhões neste ano.
O ex-secretário da Fazenda de São Paulo e economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, projeta um rombo ainda maior: de ao menos R$ 15 bilhões.
"Neste caso, será preciso ampliar o contingenciamento, que já foi feito em maio em valores expressivos", diz, ao g1, o especialista em contas públicas.
Ele se refere ao bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025, o maior dos últimos cinco anos, que atingiu os gastos livres dos ministérios — ou seja, aqueles que não são obrigatórios. São despesas envolvem investimentos e custeio da máquina pública.
O texto derrubado pelo Congresso era considerado essencial pela equipe econômica para equilibrar o orçamento e alcançar a meta fiscal estabelecida para este ano. Desde o início, a proposta enfrentou forte oposição do Legislativo, por envolver aumento de impostos. (leia mais abaixo)
Segundo Salto, com a decisão, o problema maior será em 2026.
"Para o ano que vem, estamos com projeções muito diferentes do projetado pelo governo no PLDO [Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias] e vemos uma necessidade expressiva de cortes ou novas medidas, mesmo na presença do IOF", diz.
"Sem ele [o decreto do IOF], as coisas complicariam ainda mais e a mudança da meta fiscal seria líquida e certa", acrescenta.
Alterar a meta das contas públicas costuma provocar reação negativa no mercado, que vê na medida um sinal de enfraquecimento do compromisso do governo com a estabilidade fiscal. Entre os reflexos, estão a retirada de investimentos do país, além da pressão sobre os juros e alta do dólar.
Meta fiscal e problema estrutural
O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, segue a mesma linha. Para ele, a decisão do Congresso dificulta o cumprimento da meta de déficit zero — ou seja, fazer com que as despesas fiquem no mesmo nível das receitas ao longo do ano, sem considerar os juros da dívida.
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que somou R$ 43 bilhões em 2024. O governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
"Nesse sentido, contingenciar e bloquear despesas vai ajudar o governo a perseguir e cumprir com esse resultado", diz Galhardo.
Há, porém, outro ponto de consenso entre economistas: o país ainda carece de medidas estruturais capazes de garantir a sustentabilidade das contas públicas no médio e longo prazo. Entre elas, especialistas propõem:
O fim da correção real do salário mínimo e de remuneração de servidores;
Uma mudança da regra de correção do gasto mínimo da Saúde e da Educação;
Um corte das emendas parlamentares;
Mudanças na Previdência e no Fundeb.
"O grande problema, e que tem trazido estresse para os mercados, é que o governo tem sido incapaz de propor mudanças que tragam a resolução do problema da trajetória das despesas", diz Galhardo.
Isso afeta também a dívida do setor público consolidado do país, que hoje é de 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB) — o equivalente a R$ 9,2 trilhões. Os números preocupam, principalmente, devido às projeções: analistas do mercado financeiro preveem que essa dívida deverá atingir 93,5% do PIB em 2034.
Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, acredita que não haverá um aumento significativo do risco fiscal com a derrubada do IOF. Isso porque, diz ele, a medida foi publicada "como uma forma de tentar simplesmente tapar um buraco no curto prazo".
"O mercado não tem precificado tanto essas medidas de curto prazo, já que elas não têm capacidade de resolver o problema fiscal. São ações que aproximam o governo do cumprimento do arcabouço [a regra de gastos públicos] para 2025, mas não atacam o problema", afirma.
Governo e Congresso fogem de medidas estruturais?
Mesmo com o decreto do IOF e os cortes de gastos tributários prometidos pelo governo — e ainda não encaminhados ao Congresso — Felipe Salto, da Warren, prevê que ainda faltariam cerca de R$ 25 bilhões para atingir o limite inferior da meta fiscal.
"Imagine a situação sem o decreto do IOF e as outras medidas. Seria, obviamente, bastante pior", afirma.
"O quadro fiscal é grave e estão brincando com fogo. É inacreditável o papel a que a liderança da Câmara está se prestando. E sabemos o motivo: medo de perder as polpudas emendas", diz Salto.
André Galhardo, da consultoria Análise Econômica, destaca que, assim como o governo, o Legislativo brasileiro não se empenha em encontrar medidas para a redução de gastos.
Ele cita propostas que vão na contramão desse objetivo, como a de aumentar de 513 para 531 o número de vagas para deputados federais — o que pode gerar um impacto de, pelo menos, R$ 95 milhões por ano. O texto foi aprovado pelo Senado nesta quarta e retornará à Câmara.
"O Congresso Nacional diz que o governo precisa cortar gastos, mas os próprios parlamentares não querem cortar. Por outro lado, o governo também tem tido dificuldade em propor uma mudança."
Marcos Praça, diretor de Análise da Zero Markets Brasil, afirma que o governo federal está “engessado” e que há grande ceticismo — inclusive entre aliados — quanto à aprovação de medidas voltadas ao aumento da arrecadação.
"Acredito que, pelo fato de no ano que vem termos eleições, os parlamentares vão seguir engessando o governo, atrapalhando ao máximo", diz. "É um ano em que vai acabar puxando um para cada lado e não vai sair nada", diz, ao reforçar a impopularidade das ações.
Já para Harrison Gonçalves, membro do CFA Society Brazil, a decisão do Congresso "demonstra que o Parlamento considera que o nível de arrecadação do governo já é elevado, e que é essencial organizar as contas públicas e cortar despesas antes de pensar em novos aumentos de impostos".
"Essa postura, além de promover uma gestão mais eficiente dos recursos, também pode aumentar a confiança do mercado e dos investidores, mostrando um compromisso firme com a responsabilidade fiscal do país."
Relembre o aumento do IOF
No final de maio, a equipe econômica anunciou um decreto presidencial que aumentou o IOF sobre operações de crédito, especialmente para empresas. A medida também passou a valer para operações de câmbio (compra de moeda estrangeira), seguros e investimentos, como a negociação de títulos.
O governo informou que, sem o aumento do IOF, o bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões — o maior dos últimos cinco anos — teria que ser ainda maior. A área econômica espera arrecadar R$ 20 bilhões neste ano com a alta do tributo. Sem esse aumento, o bloqueio precisaria crescer na mesma proporção ou maior.
Ainda em maio, a área econômica decidiu revogar o aumento do IOF que havia sido anunciado para aplicações de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota zero foi mantida nesses casos. Sem essa reversão, o tributo subiria para 3,5%.
Diante da pressão do Legislativo, o governo decidiu, em junho, revogar alguns atos que haviam aumentado o IOF. A alíquota fixa do tributo sobre a contratação de empréstimos, que no mês passado subiu de 0,38% para 0,95%, foi revertida. A alíquota diária, entretanto, foi mantida em 0,0082%, ante 0,0041% antes do aumento.
Também houve recuo no aumento do IOF sobre operações de risco sacado, modalidade em que um banco antecipa o pagamento de uma fatura que será cobrada posteriormente do cliente. Com a decisão, o governo deixou de cobrar a alíquota fixa de 0,95%, aplicada na contratação do crédito. Porém, manteve a alíquota diária em 0,0082%, o que, segundo o Ministério da Fazenda, representa uma redução de 80% na tributação desse tipo de operação.
Houve, ainda, a revogação do aumento da tributação sobre seguros do tipo VGBL: o IOF sobre os aportes passou a incidir apenas sobre o valor que ultrapassar R$ 300 mil e, a partir de 1º de janeiro de 2026, a cobrança vale para o valor que exceder R$ 600 mil.
Por fim, foi revogada parte do aumento do IOF sobre Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDI), assim como sobre o retorno de investimentos diretos ao país, que continuam isentos de tributação.
Medida Provisória
Para compensar a perda de arrecadação causada pelos recuos parciais no aumento do IOF, a equipe econômica editou uma Medida Provisória que aumentou diversos tributos — medida que resultou em um incremento de R$ 10 bilhões na arrecadação.
Foram propostos aumentos nos juros sobre o capital próprio das empresas, na tributação das apostas (bets), a unificação do Imposto de Renda sobre investimentos e a taxação de criptoativos, entre outras medidas. Essas propostas também enfrentam forte resistência no Legislativo.
Novas medidas apresentadas para substituição da alta do IOF
Arte/g1
Lula e Haddad durante o lançamento do Plano Safra 2024/2025 da Agricultura Familiar em 3 de julho de 2024
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Mega-Sena pode pagar R$ 40 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.880 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 40 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (26), em São Paulo.
No concurso da última terça (24), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Consignado CLT: Câmara aprova nova modalidade de empréstimo e amplia para trabalhadores de app
Proposta permite que empregados com carteira contratem crédito com desconto em folha; motoristas e entregadores poderão pegar dinheiro com débito em conta. Texto vai ao Senado. A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) a medida provisória que cria o novo crédito consignado para trabalhadores formais do setor privado, o chamado consignado CLT.
O texto, que seguirá para votação no Senado, também amplia a modalidade de empréstimo com descontos em conta a motoristas e entregadores de aplicativo (entenda mais aqui).
Mais de 2,5 milhões de empregados recorreram ao consignado CLT
Editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março, a MP já está valendo. Mas, para se tornar uma lei definitiva, precisa ser aprovada pelo Congresso antes de 9 de julho, quando perderá a validade.
Batizado de "Crédito do Trabalhador", o novo consignado permite que todos os trabalhadores com carteira assinada contratem empréstimos com descontos em folha.
O programa possibilita também que sejam utilizadas como garantia dos empréstimos:
até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);
ou 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa.
Antes do lançamento do programa, apenas funcionários públicos e empregados de empresas conveniadas a instituições financeiras podiam contratar empréstimos consignados.
A iniciativa é vista como um dos trunfos eleitorais de Lula para a disputa de 2026. O governo aposta no programa para aumentar a oferta de crédito, estimular a economia e reduzir as taxas de juros.
Entre março e junho, segundo o Ministério do Trabalho, foram contratados mais de R$ 14 bilhões em empréstimos pela nova modalidade de consignado. A maior parte dos contratos foi assinada por pessoas que recebem até 4 salários mínimos.
Pelas regras, as parcelas do empréstimo não podem comprometer mais do que 35% do salário.
Motoristas de app
Foto de Peter Fazekas
Trabalhadores de app
A MP aprovada pelos deputados prevê a criação de modalidade de empréstimo específica para motoristas e entregadores de aplicativo.
Pelo texto, esses trabalhadores poderão contratar empréstimos usando os repasses das plataformas como garantia.
A proposta estabelece que, ao pegar dinheiro emprestado por essa modalidade, as parcelas do contrato serão debitadas diretamente na conta bancária do motorista ou do entregador — semelhante aos descontos em folha do consignado tradicional.
Os contratos, ainda de acordo com o projeto, não poderão ter parcelas que comprometam mais do que 30% dos valores recebidos de plataformas.
Se a proposta virar lei, o empréstimo com desconto na plataforma ainda terá de ser regulamentado pelo governo federal.
Algumas regras, no entanto, já foram previamente estabelecidas. A principal delas é que a contratação de crédito pelos trabalhadores de aplicativo dependerá da existência de convênio entre a plataforma e uma instituição de crédito.
A medida representa uma diferença em relação ao "Crédito do Trabalhador", que não depende de pacto entre empresas e instituições financeiras.
A proposta também prevê que eventuais contratos de crédito com trabalhadores de app poderão estabelecer cláusulas para assegurar o pagamento das parcelas.
Relator da MP numa comissão mista do Congresso, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) avalia que a medida dá "proteção jurídica" e permite que a categoria "consiga obter crédito mais barato com oferta de garantias dos recebíveis".
O presidente do colegiado, deputado Fernando Monteiro (Republicanos-PE), afirma que a criação do crédito consignado para trabalhadores de app permitirá que esses profissionais invistam, por exemplo, na compra de carros e motos.
Outras mudanças
Trabalhador pode fazer a portabilidade do consignado CLT a partir desta sexta (06/06)
A Câmara também aprovou outras mudanças no texto enviado pelo Planalto. Uma das principais estabelece que caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) definir o teto de juros para consignados de aposentados e pensionistas.
Hoje, esse patamar máximo de juros de empréstimos é definido pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Além disso, os deputados aprovaram uma medida que determina que as instituições de crédito e o governo deverão adotar mecanismos de segurança na contratação de consignados.
A proposta obriga o uso de mecanismos de verificação biométrica e de identidade do trabalhador para a assinatura de contratos.
O texto também estabelece que, nas portabilidades de empréstimos consignados, as taxas de juros terão de ser menores.
A MP aprovada pela Câmara ainda prevê que:
O governo federal terá de fomentar ações de educação financeira para trabalhadores com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho terá de verificar se os empregadores estão descontando e repassando corretamente as parcelas de empréstimos consignados de seus empregados.
Se houver desconto indevido ou ausência de pagamento dos empréstimos, o empregador poderá ser penalizado.
- Esta reportagem está em atualização
Câmara aprova texto-base da MP que amplia uso do fundo social do pré-sal para habitação e infraestrutura
Medida prevê aplicação, ainda em 2025, de R$ 15 bilhões provenientes do fundo social para o programa Minha Casa, Minha Vida A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (24) o texto-base da medida provisória que amplia o uso do fundo social do pré-sal para financiar projetos de habitação popular, infraestrutura e enfrentamento a calamidades públicas. O projeto prevê a aplicação, ainda em 2025, de R$ 15 bilhões provenientes do fundo social no programa Minha Casa, Minha Vida. A medida abre orçamento para investimentos do governo em meio a queda de arrecadação prevista com a derrubada do decreto que ampliava a tributação do IOF. O texto também estabelece critérios para a distribuição regional desses recursos: 30% destinados ao Nordeste, 15% ao Norte e 10% ao Centro-Oeste. Segundo o relator, o objetivo é com a obrigatoriedade é de redução das desigualdades regionais. 🔎 A área do pré-sal, localizada na costa sudeste do Brasil, pode gerar R$ 1 trilhão com vendas na produção de petróleo entre 2025 e 2034. A estimativa é da PPSA, estatal responsável pela comercialização da parcela que cabe ao governo federal O texto segue para o Senado. O projeto precisa terminar de ser votado até 3 de julho, quando a vigência da medida provisória acaba. De acordo com o governo, a realocação dos valores do fundo é necessária para garantir a estabilidade econômica e para o reconhecimento de desafios ambientais e sociais da atualidade. O Fundo Social, criado em 2010, usa recursos financeiros provenientes da exploração de petróleo e gás em melhorias para a população e para o desenvolvimento das regiões do país. Por lei, o fundo funciona como uma poupança do governo para quando o dinheiro do petróleo diminuir. A norma também ajudaria a reduzir os efeitos de uma possível "enxurrada" de dólares por conta da exportação do petróleo do pré-sal.
Com derrubada do IOF e aumento no número de deputados, Congresso impõe conta bilionária aos cofres públicos
Só a revogação dos decretos do IOF deve gerar perda de R$ 10 bilhões neste ano; nova divisão de cadeiras na Câmara também terá impacto no Orçamento Em uma série de votações nesta quarta-feira (25), o Congresso Nacional impôs uma conta bilionária ao governo federal ao derrubar os decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e ao aprovar um projeto que amplia o número de deputados federais na Câmara. A estimativa do Ministério da Fazenda é que apenas a revogação do aumento do IOF gere uma perda de arrecadação de R$ 10 bilhões em 2025. Já o aumento no número de parlamentares, com base nos dados do Censo de 2022, deve provocar crescimento de despesas com salários, gabinetes e estrutura legislativa — impacto que ainda será calculado pela área técnica do Congresso. Segundo o governo, sem os decretos do IOF, será necessário ampliar o bloqueio de despesas do Orçamento deste ano para tentar alcançar a meta de déficit zero, prevista na nova regra fiscal. “A derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares”, alertou a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ana Flor, Natuza Nery e Gerson Camarotti sobre aprovação de mais vagas de deputados: 'escárnio' e 'foco no próprio umbigo' Derrota dupla A revogação dos decretos do IOF foi aprovada por ampla maioria na Câmara (383 a 98) e confirmada pelo Senado poucas horas depois. Foi a primeira vez que um decreto presidencial de aumento de tributo foi derrubado pelo Congresso. A iniciativa ganhou força no Legislativo em meio ao descontentamento de parlamentares com a condução da política econômica, com a elevação de impostos e com atrasos na liberação de emendas. O relator do projeto na Câmara foi um deputado da oposição, Coronel Chrisóstomo (PL-RO), o que acentuou a crise entre Executivo e Legislativo. Aumento de deputados No mesmo dia, o Congresso aprovou uma proposta que amplia o número de deputados federais na Câmara dos atuais 513 para 543 a partir da próxima legislatura. A medida é uma exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a redistribuição de cadeiras com base no novo Censo do IBGE. Só que o STF falou que isso deveria ser feito readequando as vagas, e não aumentando o número de deputados. Para tentar reduzir o impacto orçamentário da medida, os senadores incluíram uma emenda que prevê a redistribuição proporcional do orçamento da Câmara, sem aumento imediato nas verbas totais — mas ainda assim a tendência é de crescimento nas despesas com pessoal e estrutura. Assim, ela vai custar R$ 95 milhões por ano, considerando o efeito cascata nas assembleias estaduais. Impasse fiscal A equipe econômica defendia o aumento do IOF como forma de arrecadar R$ 20 bilhões em 2025 e evitar um bloqueio ainda maior do Orçamento, que já sofreu contingenciamento de R$ 31,3 bilhões — o maior em cinco anos. Diante da pressão do Congresso, o governo já havia recuado de parte das medidas, como a alta do IOF sobre investimentos no exterior, sobre aportes em VGBL e sobre determinadas operações de crédito. Mesmo assim, os decretos restantes foram derrubados. Para compensar a perda, o governo editou uma Medida Provisória elevando outros tributos — como a taxação das bets, a unificação do Imposto de Renda sobre investimentos e a cobrança sobre criptoativos. A expectativa é de arrecadar R$ 10 bilhões, mas as propostas enfrentam forte resistência no Congresso e correm risco de também serem derrubadas. Se isso ocorrer, o governo poderá ser forçado a anunciar um novo pacote de cortes ou buscar alternativas tributárias — o que dependerá de um Congresso já demonstradamente avesso a aumentos de impostos em ano pré-eleitoral.
Congresso derruba aumento do IOF e impõe derrota ao governo
Na Câmara, placar da votação foi 383 a 98. Senado teve votação simbólica. Governo prevê perda de R$ 10 bilhões em arrecadação neste ano. Congresso derruba aumento do IOF e impõe derrota ao governo Na Câmara, placar da votação foi 383 a 98. Senado teve votação simbólica. Governo prevê perda de R$ 10 bilhões em arrecadação neste ano. O Congresso derrubou o decreto do governo Lula que aumentava o IOF. A derrota na Câmara teve uma votação expressiva de partidos que integram a base do governo, inclusive com ministérios.. O IOF é um imposto cobrado sobre algumas operações financeiras. O governo aumentou a alíquota para alguns tipos de crédito para empresas, compra de moeda estrangeira e planos de previdência privada.. O objetivo do governo era elevar a arrecadação para cumprir as metas deste ano para as contas públicas.. O aumento do IOF desagradou parlamentares e agentes do mercado financeiro. O governo recuou em alguns pontos e propôs medidas alternativas.. No dia 8, o ministro Haddad chegou a anunciar um acordo com o Congresso para suavizar o aumento do IOF e discutir medidas estruturais para cortar gastos, mas tudo mudou pouco depois.
Fundador da JBS toca sino da bolsa de Nova York, em cerimônia de listagem da empresa nos EUA
Festejo marca o retorno consolidado dos irmãos Joesley e Wesley Batista, menos de uma década depois de terem sido presos na Operação Lava Jato. José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
O ex-vice-presidente e fundador da JBS, José Batista Sobrinho, tocou o sino da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) nesta quarta-feira (25), marcando a entrada da empresa no mercado de ações dos Estados Unidos.
Também estavam presentes os irmãos Joesley e Wesley Batista, que retornaram ao comando das empresas do grupo menos de uma década após terem sido presos durante o escândalo de corrupção da Lava Jato e afastados da liderança de seu império global no setor de alimentos.
Como mostrou reportagem da Reuters, a entrada do maior frigorífico do mundo na bolsa americana — objetivo perseguido pelo grupo desde 2009 — acontece em um momento em que os irmãos, agora de volta ao conselho da JBS, também reconquistaram boa parte de sua influência junto à elite política brasileira.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A visibilidade dos irmãos ficou evidente há alguns dias, quando Wesley Batista, recém-chegado de uma viagem a Paris com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, subiu ao palco para debater perspectivas econômicas ao lado do presidente do Banco Central e de outros executivos de destaque do setor financeiro.
Poucos empresários têm o mesmo nível de acesso à capital federal que os irmãos Batista. A agenda pública do presidente Lula indica que um ou ambos estiveram ao lado dele em pelo menos cinco eventos oficiais desde o ano passado.
Esse cenário contrasta com o ponto mais baixo vivido pelos irmãos há quase uma década, quando confessaram ter subornado centenas de políticos, se afastaram da gestão de suas empresas e passaram meses presos, enfrentando acusações de uso de informações privilegiadas.
José Batista Sobrinho, ex-vice-presidente e fundador da JBS S.A., tira uma selfie antes do baile de abertura na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
REUTERS/Jeenah Moon
A JBS possui centenas de operações e está presente em mais de 20 países, competindo diretamente com a Tyson Foods no mercado de carne bovina dos EUA. A empresa está entre as maiores do Brasil em receita e número de funcionários.
Sua controladora, a J&F, também expandiu sua atuação nos setores bancário, energético, logístico e financeiro. Uma doação de US$ 5 milhões feita pela Pilgrim's Pride, subsidiária da JBS, ao Comitê Inaugural de Trump-Vance também evidenciou o crescente alcance global da influência do grupo.
A senadora norte-americana Elizabeth Warren questionou a JBS em uma carta pública no mês passado, sugerindo que a doação e a rápida aprovação da listagem da empresa nos EUA pela Comissão de Valores Mobiliários levantam “sérias preocupações sobre um possível acordo de troca de favores”.
Em resposta aos questionamentos sobre a doação, a JBS declarou que a Pilgrim’s “possui um longo histórico bipartidário de participação no processo cívico”.
Irmãos goianos Joesley Batista e Wesley Batista estão na lista dos 10 maiores bilionários do Brasil, divulgada pela Forbes
Divulgação/Forbes
A reabilitação dos irmãos vai além da política. Após anos envolvidos no maior escândalo de corrupção do Brasil, a J&F obteve uma decisão judicial que suspendeu uma multa de aproximadamente R$ 10 bilhões relacionada ao seu envolvimento no esquema.
No auge do escândalo, os irmãos admitiram ter subornado cerca de 1.800 políticos. Em 2017, Joesley Batista gravou uma conversa em que supostamente discutia um esquema de suborno com o então presidente Michel Temer, como parte de um acordo de delação premiada.
Os irmãos Batista, que se afastaram dos cargos de liderança da JBS durante o escândalo, foram posteriormente presos sob acusação de negociar informações privilegiadas com base no acordo de delação. Mais tarde, acabaram absolvidos no processo.
Em 2023, um ministro do Supremo Tribunal Federal suspendeu a multa aplicada à J&F no acordo de leniência, alegando que os promotores teriam agido de forma tendenciosa na época. O caso ainda está pendente de uma análise mais ampla pelo tribunal.
CVM absolve empresários Joesley e Wesley Batista da acusação de insider trading
Com derrubada do IOF, governo perde cerca de R$ 10 bilhões em arrecadação em 2025, diz Fazenda
A proposta, considerada necessária para equilibrar o orçamento e buscar atingimento da meta fiscal, foi barrada pelo Parlamento. Ministra Gleisi alertou que a derrubada do IOF exigirá bloqueio adicional no orçamento, englobando inclusive nas emendas parlamentares. Câmara derruba decreto que aumenta IOF; projeto vai ao Senado
Com a derrubada dos decretos do presidente Lula sobre a alta do IOF nesta quarta-feira (25), o Congresso impõe uma perda de arrecadação aos cofres públicos de cerca de R$ 10 bilhões neste ano, apontam estimativas do Ministério da Fazenda.
Considerada necessária pela equipe econômica para equilibrar o orçamento e buscar o atingimento da meta fiscal deste ano, a proposta sofreu com forte resistência do Legislativo por envolver aumento de tributos. E acabou barrada pelo Parlamento, algo inédito em um decreto presidencial.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, articuladora política do governo, já havia alertado que a derrubada da medida exigirá bloqueio adicional no orçamento, englobando inclusive as emendas parlamentares.
"A derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no orçamento, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares. É hora de pensar primeiro no país, que precisa continuar crescendo e buscando justiça social e tributária", afirmou Gleisi, mais cedo nesta quarta.
Sem o decreto do IOF, as regras das contas públicas estipulam a necessidade de um bloqueio adicional de R$ 10 bilhões que terá de ser anunciado pela área econômica para compensar a perda de arrecadação.
O objetivo é buscar a meta de zerar o déficit nas contas do governo neste ano, com um intervalo de tolerância (de até R$ 31 bilhões) e exclusão de parte dos precatórios previstos.
A alternativa para o governo para evitar bloqueio no orçamento será elevar outros tributos em igual intensidade, ou seja, em R$ 10 bilhões. O Congresso Nacional, entretanto, não tem mostrado receptividade a propostas que elevem impostos.
Entenda o aumento do IOF
A equipe econômica anunciou no fim de maio um decreto presidencial que elevou o IOF incidente sobre operações de crédito, principalmente para empresas. A medida também abrangeu câmbio (compra de moeda estrangeira); seguros e investimentos (como compra e venda de títulos).
O governo informou que, sem o aumento do IOF, o bloqueio no orçamento, de R$ 31,3 bilhões, o maior dos últimos cinco anos, teria de ser maior ainda. A expectativa da área econômica é arrecadar R$ 20 bilhões neste ano com a alta do tributo. Sem o aumento, o bloqueio teria de ser maior em igual proporção.
Ainda em maio, a área econômica decidiu revogar o aumento do IOF que havia sido anunciado para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota zero está mantida nestes casos. Sem o recuo, o tributo seria elevado para 3,5%.
Diante da pressão do Legislativo, o governo decidiu, em junho, revogar alguns atos que elevaram o IOF. A alíquota fixa do tributo na contratação de empréstimos foi reduzida de 0,95% para 0,38%. A alíquota diária, entretanto, foi mantida em 0,0082%. Antes da elevação, era de 0,0041% ao dia.
Também houve recuo no aumento do IOF sobre operações de risco sacado, operação em que um banco antecipa o pagamento de uma fatura que é cobrada depois de seu cliente. Com a decisão, o governo deixou de cobrar a alíquota fixa (incidente na contratação do crédito) de 0,95%. Mas manteve a alíquota diária em 0,0082%, o que, segundo o Ministério da Fazenda, significa redução de 80% na tributação do risco sacado.
Houve, também, revogação da alta da tributação sobre seguros do tipo VGBL: o IOF nos aportes em VGBL passou a incidir somente sobre o valor que exceder R$ 300 mil e, a partir de 1º de janeiro de 2026, o IOF nos aportes em VGBL passa a incidir sobre o valor que exceder R$ 600 mil.
Também houve revogação de parte da alta do IOF sobre Fundos de Investimento em Direito Creditório - FDI, e no retorno de investimentos diretos ao país, que seguem sem taxação.
Medida Provisória
Para compensar a perda de arrecadação com esses recuos parciais no aumento do IOF, a equipe econômica baixou uma Medida Provisória elevando uma série de tributos - que elevou a arrecadação em R$ 10 bilhões.
Foram propostas alta nos juros sobre capital próprio das empresas, na tributação das bets, a unificação do IR sobre investimentos e a taxação de criptoativos, entre outros. Essas medidas também sofrem forte resistência no Legislativo.
Se a Medida Provisória para elevar tributos for derrubada também, o governo terá de anunciar novos bloqueios de gastos no orçamento deste ano.
Em derrota para o governo, Câmara aprova derrubada de decretos que elevam IOF
Proposta suspende os efeitos de normas editadas pelo Planalto em maio e junho; governo diz que há risco de paralisia da máquina pública. Texto vai ao Senado. Câmara derruba decreto que aumenta IOF; projeto vai ao Senado
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25) uma proposta que derruba três decretos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em derrota para o governo, o decreto foi derrubado pelo voto de 383 deputados. 98 votaram a favor do governo, ou seja, para manter o decreto.
O texto agora seguirá para votação no Senado. Se aprovado pelos senadores, a derrubada dos decretos vai enterrar uma série de dispositivos que elevam tarifas do IOF em operações de créditos, compra de moeda estrangeira, entre outras situações.
Governo enfrenta derrota expressiva com projeto para barrar alta do IOF
Incluída na pauta da Câmara no fim da noite de terça (24), a proposta foi aprovada em meio a um crescente descontentamento de alas do Congresso com decisões da equipe econômica de Fernando Haddad e com a demora na execução de emendas parlamentares.
Deputados e lideranças governistas acusaram o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não ter comunicado a mudança na agenda de votações e a escolha de um representante da oposição para a relatoria, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO).
O anúncio, classificado nos bastidores como uma "surpresa", levou a uma série de reações públicas de ministros do governo Lula em defesa dos decretos.
Publicamente, Motta tem repetido que a análise dos decretos do IOF pela Câmara representa uma insatisfação do Congresso com reiterados aumentos de impostos.
O discurso do deputado foi ganhando corpo ao longo das últimas semanas, com pressões de alas da Casa e de setores afetados por mudanças anunciadas pelo Ministério da Fazenda
Ele, que, ao se reunir com Haddad para tratar sobre o IOF, classificou o encontro como "histórico", passou a criticar publicamente o pacote de medidas sugerido pela Fazenda como alternativa à alta do IOF.
As falas foram repetidas a esmo em encontros com empresários, entrevistas e em publicações nas redes sociais. Em uma das oportunidades, o presidente da Câmara chegou a dizer que havia comunicado ao Planalto que as medidas teriam uma "reação muito ruim".
Para parlamentares, além das pressões internas e do mercado, a mudança de tom de Motta e de deputados foi influenciada também por reveses relacionados a emendas parlamentares, como o atraso na liberação dos recursos e novas investidas do Supremo Tribunal Federal (STF).
Plenário da Câmara dos Deputados
Vinicius Loures/Agência Câmara
Medidas alternativas
Nas horas seguintes ao anúncio de Motta sobre a inclusão da proposta na pauta desta quarta, lideranças do governo deram início a uma campanha pela manutenção dos decretos.
O Planalto defende que as medidas são necessárias para manter o funcionamento da máquina pública, evitando bloqueios e contingenciamentos.
Lideranças parlamentares afirmam que o governo já deu sinais de que está aberto à negociação. Em reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, o Planalto apresentou um pacote de medidas alternativo à alta do IOF.
O conjunto de medidas foi enviado ao Congresso por meio de uma medida provisória e aguarda análise. Entre outros pontos, o texto prevê aumento da tributação sobre bets e cobrança de Imposto de Renda sobre investimentos atualmente isentos.
A equipe de Haddad tem defendido que a manutenção do decreto de alta do IOF é necessária até a aprovação desse pacote.
Para líderes partidários, a derrubada do decreto aprovada nesta quarta confirma o prognóstico de que o governo terá dificuldade para aprovar a MP.
Em uma rede social, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta que o decreto do IOF "corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores".
Responsável pela articulação política do governo, a ministra Gleisi Hoffmann repetiu que a "derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento".
"Prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares. É hora de pensar primeiro no país, que precisa continuar crescendo e buscando justiça social e tributária", disse.
Correios alertam usuários sobre vazamento de dados pessoais
Conforme mensagem enviada pela empresa pública, vulnerabilidade no dia 13 de junho permitiu vazamento de CPF, e-mail e outros dados. Problema afetou 2% da base de usuários. Correios enviou mensagem a clientes sobre vulnerabilidade no sistema em 13 de junho e permitiu.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os Correios dispararam nesta quarta-feira (25) mensagens para usuários dos serviços oferecidos pela empresa pública na qual alertam sobre o vazamento de dados pessoais, como Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), e-mail, data de nascimento e número de celular.
💻De acordo com a mensagem enviada a clientes, uma vulnerabilidade no sistema foi verificada no dia 13 de junho e permitiu o vazamento.
"Assim que o incidente foi detectado, adotamos imediatamente medidas adicionais de segurança para proteger as informações e notificamos a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), conforme previsto na legislação", afirmou a empresa na mensagem a clientes.
Procurada pelo g1, a assessoria dos Correios informou que o vazamento de dados "envolveu cerca de 2% da base de cadastro", mas não informou o número absoluto de vítimas.
"É importante ressaltar que o acesso aos sistemas dos Correios permanece seguro e estável para todos os usuários", declarou a empresa.
Como se proteger em caso de vazamentos de dados
Segundo a assessoria, não houve "comprometimento dos serviços ofertados, tampouco de senhas ou credenciais". E a falha de segurança foi "sanada".
"Os Correios reafirmam seu compromisso com a segurança da informação, investindo continuamente no aprimoramento de seus processos e na confiabilidade de seus canais digitais", afirmou a assessoria da empresa.
Como criar uma senha forte, difícil de ser violada, e proteger suas contas
Perto de derrota sobre IOF na Câmara, Lula defende Haddad e diz não precisar de 'técnico do FMI' para dizer o que é responsabilidade
Presidente da Câmara marcou para esta quarta votação de proposta para derrubar decreto que eleva Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
EPA/BBC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (25) horas antes de uma sessão da Câmara que vai analisar – e deve derrubar – um decreto da equipe econômica que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Lula deu as declarações durante evento no Ministério de Minas e Energia no qual foi anunciado aumento do etanol na mistura da gasolina e do biodiesel.
Ele também criticou especialistas que apontam falhas na política econômica e cobram do governo medidas de equilíbrio fiscal.
O presidente, sem citar a votação marcada na Câmara, afirmou à plateia que "vocês sabem da seriedade com que o Haddad trata a economia".
O ministro da Fazenda tem sido criticado desde que o governo decidiu aumentar a alíquota do IOF a fim de aumentar a arrecadação e tentar equilibrar as contas.
Responsabilidade fiscal
Derrubada do IOF será termômetro de clima no Congresso
Lula também afirmou que o seu terceiro mandato, iniciado em 2023, é o que tem melhores resultados na economia nos últimos 15 anos.
"Esse país nunca se deu uma chance. A cada ano está pior. Eu poderia perguntar para os empresários aqui, nesses últimos 15 anos qual é foi o melhor momento da economia brasileira? Quem é que lembra? O melhor momento da economia brasileira é exatamente na minha volta em 2023, em 2024 e vai ser em 2025", disse.
O presidente ainda questionou qual é o déficit do Brasil e frisou que não precisa de técnico do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ensiná-lo a ter responsabilidade fiscal.
"Qual é o momento em que cresceu mais a rentabilidade de vocês? A massa salarial? A inflação estava tão bem controlada? Qual é o déficit? Muitas vezes o que tem é déficit de compreensão e de acreditar nesse país. Eu não preciso de nenhum técnico do FMI para dizer para mim o que é responsabilidade fiscal", acrescentou o petista.
Lula afirmou ainda que "seriedade" na economia "não é fazer mágica" porque sabe que, se errar, "o tombo pode ser pior".
O presidente ainda disse estar cansado de ouvir empresários reclamarem da carga tributária no país, mas não tratarem das isenções que o governo concede aos setores.
Segundo Lula, os empresários reclamam do patamar dos impostos, mas ficam "olhando pro dinheiro da educação para gente cortar". "Não é possível. Não vai dar certo", afirmou.
Conselho de Política Energética aprova aumento de etanol nos combustíveis a partir de agosto
Percentual de mistura do etanol na gasolina vai subir de 27% para 30%. No biodiesel, elevação será de 14% para 15%. Governo aguarda redução de até R$ 0,11 por litro de gasolina. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (25), elevar, a partir de 1º de agosto, o percentual de mistura do etanol na gasolina de 27% para 30% e, no caso do biodiesel, subir de 14% para 15% a mistura do etanol.
As medidas visam a auxiliar o país a enfrentar possíveis altas no preço do petróleo em razão do conflito militar entre Irã e Israel.
🛢️O Irã é um dos principais produtores mundiais de petróleo, refinado para produção de combustíveis fósseis.
🪙O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, afirmou que o governo projeta, com a medida tomada nesta quarta, uma queda de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina vendida nos postos de combustíveis.
Segundo ele, a queda no preço da gasolina é aguardada porque o etanol, considerada a tributação, é mais barato do que a gasolina A. Mendes afirmou que a medida abre caminho para que o Brasil seja autossuficiente em gasolina.
O secretário também disse que o aumento do percentual de etanol na gasolina deixa o país menos suscetível às oscilações do petróleo no mercado internacional, em especial no cenário atual de conflitos no Oriente Médio.
No caso do Irã, cerca de um terço do petróleo comercializado no mundo passa pelo estreito de Ormuz. Um eventual bloqueio do espaço pode ampliar o preço dos barris.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o aumento de etanol no biodiesel não deve ter impacto significativo nos postos.
A reunião extraordinária do conselho foi realizada no Ministério de Minas e Energia, que preside o CNPE, e contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O conselho, que reúne representantes de 16 ministérios, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), da sociedade civil e de instituições de ensino, assessora o governo na definição de políticas da área.
Repercussão
A Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio) celebrou a decisão. Segundo o grupo, a medida fortalece a segurança energética e alimentar dos brasileiros.
"Em meio a tantas incertezas no cenário internacional, que afetam preços e causam instabilidade nos mercados, a decisão do governo brasileiro promove a soberania nacional, ao tempo em que garante a expansão de investimentos na ordem de R$ 200 bilhões; impulsiona a transição energética, reduz a emissão de gases estufa, além de estabilizar os preços da cadeia de proteínas", afirmou a Frente.
Cessar-fogo
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a cerimônia de início da retomada das operações da Fábrica de Fertilizantes Araucária Nitrogenados S.A. (ANSA)
Ricardo Stuckert / PR
Após 12 dias de confronto, os Estados Unidos anunciaram um cessar-fogo entre Israel e Irã.
O cessar-fogo entrou em vigor na madrugada de terça-feira (24). Nas primeiras 24 horas, não houve bombardeios intensos, mas o clima seguiu tenso, com trocas de acusações e declarações de vitória dos dois lados.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que ambos os países violaram o acordo momentaneamente.
Segundo autoridades dos dois países, cerca de mil pessoas morreram e mais de 3 mil ficaram feridas.
Ferrovia que liga leste da China a Irã é alternativa para transporte de petróleo e outras mercadorias
Argentina pode precisar pedir 'perdão' por não cumprir meta do FMI
País precisava acumular reservas para atingir um valor mínimo estipulado no acordo feito com o fundo. Como não conseguiu, a expectativa é que peça ao FMI que desconsidere essa obrigação. Sede do Ministério da Economia da Argentina em Buenos Aires
Irina Dambrauskas/ Reuters
A Argentina, o maior devedor do Fundo Monetário Internacional (FMI), precisará mais uma vez pedir perdão (waiver, no jargão do mercado) — desta vez por não ter cumprido a meta de acúmulo de reservas cambiais incluída no novo acordo de US$ 20 bilhões.
🤔 O que é waiver? Waiver é basicamente uma autorização oficial para que as partes envolvidas não precisem seguir uma regra que normalmente seria obrigatória. No caso da Argentina, parte do acordo do FMI exigia que o país conseguisse reconstruir as reservas cambiais do banco central do país. Como medida não foi cumprida, o país deve pedir que o Fundo desconsidere essa obrigação.
Segundo analistas e ex-funcionários entrevistados pela Reuters, é possível que o país tenha sucesso e consiga que o fundo retire essa obrigação. (Entenda abaixo)
A Argentina fechou seu 23º acordo com o FMI em abril, com o objetivo de refinanciar um tratado anterior, de US$ 44 bilhões, e de dar ao governo do presidente Javier Milei capacidade financeira para desmantelar os rígidos controles de capital.
O acordo estabeleceu metas econômicas, incluindo a eliminação do déficit fiscal, uma taxa de inflação mais baixa e a reconstrução das reservas cambiais do banco central, que estavam no vermelho quando Milei assumiu o cargo no final de 2023.
O governo conseguiu reduzir a inflação com duras medidas de austeridade e tirou o país de uma recessão econômica, mas teve mais dificuldade para acumular reservas, que estariam abaixo das exigências do FMI.
No entanto, ex-autoridades do país e do FMI disseram que Milei fez o suficiente para ganhar algum espaço de manobra e que os cortes de gastos conseguiram reverter os anos em que o país teve um grande déficit fiscal, ganhando apoio do mercado e aplausos dos líderes do FMI.
"Acho que eles irão perdoar [o descumprimento da meta de reservas] mesmo que peçam mais depois", disse Claudio Loser, ex-diretor do FMI para o Hemisfério Ocidental, à Reuters.
Isso provavelmente viria na forma de um "perdão" (waiver, em inglês), aprovando a primeira revisão do programa, para a qual uma equipe técnica do FMI chegou ao país na terça-feira (24).
Daniel Marx, ex-secretário de Finanças da Argentina de 1999 a 2001, disse à Reuters que o próximo desembolso, de cerca de US$ 2 bilhões, exigiria o perdão do FMI.
"Muito provavelmente o desembolso não será automático, mas exigirá um 'waver'", disse Marx.
"Pensava-se que o banco central iria intervir [no mercado de câmbio] acumulando reservas. Isso não aconteceu, pelo menos até agora. Acho que eles vão dizer como planejam enfrentar os próximos meses, principalmente entre agora e o final do ano."
O Ministério da Economia e a Presidência não responderam a um pedido de comentário. O banco central não quis comentar e disse que as conversas com a equipe técnica do FMI estavam apenas começando.
Um fator importante para o "waver" é o forte histórico de Milei no corte de gastos públicos para eliminar o déficit fiscal.
Na semana passada, o governo anunciou que aprofundará o ajuste para atingir uma meta de superávit de 1,6% do PIB.
O ministro da Economia, Luis Caputo, disse neste mês que o acúmulo de reservas não é mais tão importante quanto antes, com uma maior flutuação do peso e o banco central capitalizado, e destacou o apoio do FMI às reformas de Milei.
Aldo Abram, diretor da Fundación Libertad y Progreso, em Buenos Aires, estimou que o país pode estar entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão abaixo da meta de reservas acordada, mas que isso não deve bloquear o desembolso de novos fundos.
"Este governo demonstrou uma grande capacidade financeira para resolver problemas. Pode acontecer de estarmos US$ 500 milhões ou US$ 1 bilhão abaixo (da meta de reservas), mas isso não causará grandes problemas ao Fundo", disse Abram.
"Acho que será aprovado rapidamente e pode levar uma ou duas semanas para o desembolso", acrescentou.
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Após Motta pautar votação do IOF, Haddad e Gleisi voltam a defender decreto publicado pelo governo
Ministros se posicionaram em rede social em resposta à decisão do presidente da Câmara de colocar em pauta o projeto que derruba a medida, o que causou surpresa por parte do Executivo. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann;
Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicou mensagem em rede social nesta quarta-feira (25) em que volta a defender o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicado pelo governo em 11 junho.
"O decreto do IOF corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores", escreveu Haddad.
Articuladora política do governo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também defendeu a manutenção do decreto e alertou que a derrubada da medida exigirá bloqueio no orçamento, inclusive nas emendas parlamentares.
"A derrubada dessa medida exigiria novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento, prejudicando programas sociais e investimentos importantes para o país, afetando inclusive a execução das emendas parlamentares. É hora de pensar primeiro no país, que precisa continuar crescendo e buscando justiça social e tributária", afirmou Gleisi.
Câmara aprova urgência do projeto pra derrubar decreto do governo de aumento do IOF
Segundo blog do jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, o governo foi surpreendido com a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar para esta quarta-feira (25) a proposta que suspende os efeitos do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Considerada necessária pela equipe econômica para equilibrar o orçamento e buscar o atingimento da meta fiscal deste ano, a proposta sofre forte resistência do Legislativo por envolver aumento de tributos. O requerimento para a derrubada do decreto presidencial que elevou o IOF, votado em meados de junho, contou com forte apoio do parlamento.
Entenda o aumento do IOF
A equipe econômica anunciou no fim de maio um decreto presidencial que elevou o IOF incidente sobre operações de crédito, principalmente para empresas. A medida também abrangeu câmbio (compra de moeda estrangeira); seguros e investimentos (como compra e venda de títulos).
O governo informo que, sem o aumento do IOF, o bloqueio no orçamento, de R$ 31,3 bilhões, o maior dos últimos cinco anos, teria de ser maior ainda. A expectativa da área econômica é arrecadar R$ 20 bilhões neste ano com a alta do tributo. Sem o aumento, o bloqueio teria de ser maior em igual proporção.
Ainda em maio, a área econômica decidiu revogar o aumento do IOF que havia sido anunciado para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota zero está mantida nestes casos. Sem o recuo, o tributo seria elevado para 3,5%.
Diante da pressão do Legislativo, o governo decidiu, em junho, revogar atos que elevaram o IOF. A alíquota fixa do tributo incidente na contratação dos empréstimos, que havia subido no mês passado, de 0,95% para 0,38%. A alíquota diária, entretanto, foi mantida em 0,0082%. Antes da elevação, era de 0,0041% ao dia.
Também houve recuo no aumento do IOF sobre operações de risco sacado, operação em que um um banco antecipa o pagamento de uma fatura que é cobrada depois de seu cliente. Com a decisão, o governo deixou de cobrar a alíquota fixa (incidente na contratação do crédito) de 0,95%. Mas manteve a alíquota diária em 0,0082%, o que, segundo o Ministério da Fazenda, significa redução de 80% na tributação do risco sacado.
Houve, também, revogação da alta da tributação sobre seguros do tipo VGBL: o IOF nos aportes em VGBL passou a incidir somente sobre o valor que exceder R$ 300 mil e, a partir de 1º de janeiro de 2026, o IOF nos aportes em VGBL passa a incidir sobre o valor que exceder R$ 600 mil.
Também houve recuo em parte da alta do IOF sobre Fundos de Investimento em Direito Creditório - FDI, e no retorno de investimentos diretos ao país, que seguem sem taxação.
Para compensar a perda de arrecadação com esses recuos parciais no aumento do IOF, a equipe econômica baixou uma Medida Provisória elevando uma série de tributos, como os juros sobre capital próprio das empresas, as bets, unificando o IR sobre investimentos e tributando critptoativos, entre outros. Essas medidas também sofrem forte resistência no Legislativo.
Dólar sobe e bate R$ 5,55, mesmo com alívio das tensões no Oriente Médio; Ibovespa fecha em queda
A moeda americana avançou 0,63%, cotada a R$ 5,5536. A bolsa encerrou em queda de 1,02%, aos 135.767 pontos. Israel x Irã: cessar-fogo entra no segundo dia após disputa de versões sobre vitória
O dólar fechou em alta de 0,63% nesta quarta-feira (25), cotado a R$ 5,5536. Já o Ibovespa teve queda de 1,02%, aos 135.767 pontos.
▶️ A trégua entre Irã e Israel chegou ao segundo dia, após os países confirmarem o fim do conflito. A notícia trouxe alívio aos mercados, e aumentou o apetite dos investidores.
▶️ O fim do prazo de suspensão do tarifaço de Donald Trump também se aproxima. Washington ainda tenta fechar acordos com seus principais parceiros comerciais, enquanto o jornal britânico "Financial Times" informou que a União Europeia prepara tarifas retaliatórias para pressionar por um acordo.
▶️ O mercado também acompanhou o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Ele reiterou que o Fed está bem posicionado para esperar antes de cortar as taxas de juros dos EUA, até que os efeitos inflacionários das tarifas de Trump sejam absorvidos.
Powell tem sido duramente criticado por Trump, que continua a pedir por cortes, em especial depois que o BC manteve as taxas inalteradas pela 4ª vez consecutiva na semana passada. Ontem, o republicano chamou Powell de "burro" e "teimoso".
▶️ No Brasil, o mercado espera a derrubada do projeto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que a casa deve votar a medida nesta quarta-feira. (entenda mais abaixo)
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,52%;
Acumulado do mês: -2,88%;
Acumulado do ano: -10,13%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: -0,98%;
Acumulado do mês: -0,92%
Acumulado do ano: +12,87%.
Fim do conflito no Oriente Médio
O cessar-fogo entre Irã e Israel chegou ao segundo dia nesta quarta-feira. Ambos os países anunciaram o fim das hostilidades na véspera, o que deve impulsionar mais uma sessão positiva nos mercados acionários.
As bolsas asiáticas registraram mais um dia de alta, com os investidores acompanhando a trégua no Oriente Médio e reagindo às declarações de ontem de Jerome Powell. (entenda mais abaixo)
As ações europeias recuaram, conforme investidores avaliaram a fragilidade do cessar-fogo e com a atenção voltada para o fim da pausa nas tarifas dos EUA.
As ações dos Estados Unidos fecharam sem direção única pelo mesmo motivo, e com o Nasdaq e o S&P 500 próximos de suas máximas históricas.
Por fim, os preços do petróleo registravam leve alta, em movimento de correção após as acentuadas quedas observadas nos últimos dias.
O conflito entre Israel e Irã teve início em 13 de junho, quando forças israelenses lançaram uma operação para destruir instalações nucleares iranianas. Em resposta, Teerã disparou mísseis contra cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Segundo dados oficiais, os bombardeios resultaram em mais de 240 mortes e milhares de feridos, embora instituições independentes estimem que o número real possa ser ainda maior. O conflito também impactou negativamente os mercados globais, diante dos temores sobre a guerra e seus possíveis reflexos no transporte de petróleo.
Guerra comercial e efeitos nos juros
Com a situação no Oriente Médio mais tranquila, o foco se volta agora para a guerra comercial causada por Donald Trump. A suspensão de 90 dias do tarifaço está prestes a expirar, e os investidores aguardam possíveis novos acordos por parte dos EUA.
Na terça, o jornal britânico "Financial Times" informou que a União Europeia está preparando tarifas retaliatórias para pressionar por um acordo comercial mais vantajoso. Já o Paquistão declarou que suas negociações comerciais com os EUA devem ser concluídas na próxima semana.
Nesse cenário, a indefinição sobre as tarifas dos EUA em relação aos seus principais parceiros comerciais segue gerando apreensão entre os investidores.
🔎 O mercado avalia que o aumento das tarifas sobre importações pode encarecer os preços ao consumidor e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo. Isso pode resultar em uma desaceleração da economia dos EUA e até uma recessão global.
Diante disso, as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, seguem no centro das atenções. Na terça, ele reiterou que aguardará novos estudos sobre os possíveis impactos do tarifaço de Trump na inflação dos EUA antes de tomar decisões sobre os juros.
"Os aumentos de tarifas neste ano provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica", afirmou Powell durante depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. Nesta quarta-feira, ele reiterou o discurso ao Senado norte-americano.
A visão do presidente do Fed tem provocado duras críticas do presidente Donald Trump. Na terça, ele chamou Powell de "burro" e "teimoso" em suas redes sociais.
"Deveríamos estar pelo menos dois a três pontos abaixo", afirmou Trump, em uma publicação nas redes sociais antes da participação de Powell na audiência. Ele também disse esperar que "o Congresso realmente acabasse com essa pessoa muito burra e teimosa".
De olho no IOF
Por fim, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), afirmou que a proposta que suspende os efeitos do decreto que elevou o imposto deve ser votada nesta quarta-feira (25). Até o fechamento do mercado, não havia um resultado.
O anúncio foi feito por meio de uma publicação de Motta no X e pegou o governo de surpresa. Em entrevista ao blog da Andréia Sadi, o presidente da Câmara afirmou que não precisa avisar o governo sobre tudo.
“A urgência da votação do decreto falou por si só. E o presidente da Câmara tem que seguir a maioria. Preciso fazer uma pauta que atenda à Casa e ao Brasil – e a Casa não vai aceitar aumento de imposto para resolver problema fiscal do Brasil”, disse.
O debate, no entanto, não estava previsto. Segundo apuração do blog do Camarotti, a avaliação de um articulador político do governo é que a medida pode paralisar o Orçamento, afetando inclusive o pagamento de emendas parlamentares.
Há um clima de insatisfação entre o Executivo e o Legislativo, e a votação é vista como uma derrota simbólica para o governo. Parte do descontentamento está ligada a atrasos na liberação de emendas, mas o governo afirma que tem acelerado o cronograma de repasses.
A expectativa inicial era de que a Câmara aguardasse, ao menos, a divulgação do relatório bimestral — prevista para 22 de julho — para tomar uma decisão. Com esses dados em mãos, o governo teria uma visão mais clara sobre a situação fiscal e poderia reavaliar a questão do IOF.
Após a indicação de que a Câmara votaria a proposta que derruba o decreto do governo ainda hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a alta do imposto.
"O decreto do IOF corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores", escreveu Haddad em suas redes sociais.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters