CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas teóricas? Veja perguntas e respostas

CNH sem autoescola: o que muda para tirar a carteira? Como serão as aulas teóricas?
Com a aprovação de uma nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), muda a forma como uma pessoa pode obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Pela nova regra, a principal mudança é que as aulas em autoescolas deixam de ser obrigatórias.
O g1 reúne os principais pontos que mudam com a nova norma, que passa a valer em todo o país a partir de sua publicação no Diário Oficial da União.
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Veja o que muda com a nova regra:
Vou poder tirar a CNH sem curso?
A autoescola vai acabar?
Outras etapas continuam obrigatórias
Aulas práticas serão menores
Requisitos para ser instrutor autônomo
Como saber se o instrutor é realmente cadastrado?
CNH pode ficar 70% mais barata
Provas teóricas e práticas continuarão obrigatórias
Vou poder tirar a CNH sem curso?
Sim, mas apenas para as aulas teóricas nos Centros de Formação de Condutores (CFC). A nova regra não estabelece carga horária mínima para essas aulas, que podem ser realizadas online, gratuitamente e diretamente pelo site do Ministério dos Transportes.
Para obter a CNH, as pessoas ainda precisam fazer aulas práticas. A mudança é que elas não precisam mais ser realizadas exclusivamente em autoescolas.
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A autoescola vai acabar?
Não. A proposta não extingue as autoescolas nem os cursos que elas já oferecem. A mudança é que os cursos teórico e prático passam a poder ser feitos fora da autoescola, seja em instituições credenciadas ou com instrutores autônomos.
Quem preferir poderá manter o modelo atual e realizar todo o curso teórico e prático diretamente em autoescolas.
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Outras etapas continuam obrigatórias
Segundo o Ministério dos Transportes, os candidatos ainda terão de comparecer presencialmente em algumas etapas obrigatórias:
Registro biométrico;
Exame médico;
Prova teórica;
Prova prática.
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Aulas práticas serão menores
Uma das mudanças da nova norma é a redução das aulas práticas: de 20 para 2 horas mínimas, nas quais o candidato pode escolher entre:
Aulas em autoescolas tradicionais;
Aulas com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans.
Outra mudança é a possibilidade de o candidato utilizar um carro próprio nas aulas práticas. Segundo o Ministério dos Transportes, o veículo precisa apenas atender aos requisitos do Código de Trânsito Brasileiro, como:
Ter equipamentos obrigatórios em dia;
Manutenção adequada;
Documentação regular.
O g1 questionou o Ministério dos Transportes sobre a existência de alguma regra específica para carros automáticos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
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Requisitos para ser instrutor autônomo
Veja os requisitos fundamentais para que o instrutor seja autorizado a participar do processo de emissão da CNH:
O instrutor precisa ter, no mínimo, 21 anos de idade e habilitação legal para condução de veículo há pelo menos dois anos;
O instrutor não pode ter cometido nenhuma infração de trânsito de natureza gravíssima nos últimos 60 dias, nem ter sofrido penalidade de cassação da CNH;
O instrutor precisa ter concluído o ensino médio;
O instrutor deve ter formação específica em habilidades pedagógicas, com foco em legislação de trânsito e direção segura. Caso seja aprovado na avaliação, recebe um certificado;
O instrutor também precisa possuir certificado de curso específico realizado pelo órgão executivo de trânsito;
O carro usado nas aulas deve estar identificado como veículo de instrução e atender às exigências de segurança estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB);
As motos utilizadas nas aulas devem ter, no máximo, 8 anos de fabricação;
Os carros usados nas aulas devem ter até 12 anos de fabricação;
Os veículos de carga utilizados nas aulas devem ter até 20 anos de fabricação;
O nome do instrutor deve constar em registros oficiais do Detran estadual e do Ministério dos Transportes — o aluno pode conferir o nome do instrutor e os horários e locais para realização das aulas nos respectivos sites;
Cabe ao instrutor registrar e validar a presença e participação do aluno em cada aula;
Mesmo vinculado a uma autoescola, o instrutor pode oferecer aulas de forma independente.
Durante as aulas práticas de direção, o instrutor deve portar os seguintes documentos:
CNH;
Credencial de Instrutor ou crachá fornecido pelo órgão competente;
Licença de Aprendizagem Veicular;
Certificado de Registro e Licenciamiento de Veículo.
"O instrutor estará sujeito à possibilidade de fiscalização por parte dos órgãos de trânsito, que podem realizar inspeções a qualquer momento para garantir que as atividades estejam sendo realizadas de acordo com a legislação", informou o Ministério dos Transportes.
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Como saber se o instrutor é realmente cadastrado?
Todos os instrutores autorizados terão seus nomes disponíveis no site oficial do Ministério dos Transportes e também poderão ser consultados pelo aplicativo CDT.
A lista incluirá:
Foto;
Dados de credenciamento;
Validade da autorização.
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CNH pode ficar 70% mais barata
O objetivo das novas regras é de reduzir o custo do processo de aprendizagem. De acordo com o Ministério dos Transportes, as aulas teóricas e práticas custam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.
Um levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) apontou que o Rio Grande do Sul é o estado com o maior custo para a categoria AB, que permite dirigir carros e pilotar motos. No estado, o processo para obter a CNH tem custo médio de R$ 4.951,35.
“O Brasil tem milhões de pessoas que querem dirigir, mas não conseguem pagar. Baratear e desburocratizar a obtenção da CNH é uma política pública de inclusão produtiva, porque habilitação significa trabalho, renda e autonomia. Estamos modernizando o sistema, ampliando o acesso e mantendo toda a segurança necessária”, diz o Renan Filho, ministro dos transportes.
Em nota, o ministério apontou que a redução no custo do processo para a obtenção da CNH pode chegar em 70%.
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Provas teóricas e práticas continuarão obrigatórias
Mesmo que o curso possa ser realizado gratuitamente e sem a exigência de uma autoescola para as aulas práticas, as provas continuam obrigatórias e definem se a CNH será ou não emitida.
“As aulas, por si só, não garantem que alguém esteja apto a dirigir. O que garante é a prova", disse o ministro dos transportes.
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CNH Carteira Nacional de Habilitação
g1
Governo quer acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para tirar a CNH
Banco Central lança ferramenta para cidadão impedir abertura de contas em seu nome
BC lança ferramenta para bloquear abertura de contas Começou a funcionar hoje uma ferramenta em que a pessoa pode fazer o bloqueio para que nenhum banco abra novas contas em seu nome. Isso pode ser feito no site do Banco Central. O mecanismo é chamado de BC Protege+. Para fazer o bloqueio, é preciso: Tem que acessar o site do BC Entrar no ‘Meu BC’ Colocar o login e a senha do gov.br Ativar o BC Protege A restrição para abertura de contas será comunicada de maneira automática pelo Banco Central a todas as instituições financeiras. O mecanismo foi criado para impedir fraudes relacionadas à abertura de contas com uso de documentos falsos. O bloqueio vale para abertura de conta corrente e poupança. Só não funciona para conta salário, aquela aberta exclusivamente para o empregado receber o pagamento. O serviço é grátis e poderá ser cancelado pelo próprio usuário, quando decidir que quer abrir uma nova conta. Segundo a diretora de Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Izabela Correa, a medida também protege contra a inclusão fraudulenta como titular na conta de terceiros. “É um serviço para os cidadãos e também contribui para a promoção da integridade do sistema (financeiro)”, disse ela. Cerca de 7.800 pessoas já ativaram a proteção até aproximadamente 15h da tarde desta segunda-feira. O mecanismo começou a funcionar às 10h da manhã.
Airbus confirma problema em painéis metálicos do A320 após recall de software

Airbus anuncia recall de aviões A320
A Airbus confirmou nesta segunda-feira (1º) que enfrenta um problema de qualidade industrial com painéis metálicos em alguns jatos da aeronave A320.
Após um recall de software ser anunciado na semana passada, um porta-voz da Airbus disse que o problema, que afetou um número limitado de aeronaves, teve origem em um fornecedor, cujo nome a empresa se recusou a divulgar.
"A origem do problema foi identificada, contida e todos os painéis recém-produzidos estão em conformidade com todos os requisitos", declarou.
O problema é o mais recente para o modelo mais vendido da empresa. No fim de semana, mais da metade da frota da família A320 teve que passar por reparos, devido a uma vulnerabilidade de software à radiação solar.
As operações estão voltando ao normal nesta segunda-feira. Menos de 100 unidades ainda necessitam de um possível reparo de hardware mais complexo.
Não há indícios de que o novo problema tenha atingido aeronaves em serviço, mas as ações da Airbus fecharam em queda de 5,9%.
Primeiro anúncio de recall
Airbus 320 da Latam Airlines
AFP
Muitas companhias aéreas globais precisaram parar as operações neste sábado (29) para corrigir uma falha de software em aeronaves modelos Airbus A320, deixando aeronaves paradas em aeroportos da Europa, Ásia e na América Latina (veja mais abaixo).
Em comunicado, o CEO da Airbus, Guillaume Faury, se desculpou pelo que chamou de "desafios logísticos e atrasos" e disse que as equipes da montadora estavam realizando a "correção o mais rápido possível".
O trabalho de troca dos softwares começou ainda na sexta-feira (28) à noite. Com a ordem de recall das Airbus, reguladores mundiais do tráfego aéreo determinaram que as aeronaves permanecessem no chão até que o problema fosse resolvido, gerando cancelamentos e atrasos.
Isso pareceu evitar o pior cenário e limitou o número de atrasos. Agora, no final da manhã do sábado, alguns dos principais aeroportos do mundo iniciaram a normalização das operações. Veja um balanço da situação atual:
Reino Unido: A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido informou que as companhias aéreas que operam no país trabalharam durante a noite para implementar a atualização, e que o tráfego aéreo não foi seriamente afetado. O Aeroporto de Gatwick, em Londres, relatou “algumas interrupções”, enquanto Heathrow afirmou não ter registrado cancelamentos. O Aeroporto de Manchester disse não prever grandes problemas, e Luton informou que “nenhum impacto é esperado”.
Austrália e Nova Zelândia: Na Austrália, a companhia aérea de baixo custo Jetstar cancelou 90 voos. A maior parte de suas aeronaves já passou pela atualização, mas ainda são esperadas algumas interrupções ao longo do fim de semana.A Air New Zealand manteve seus aviões A320 no solo, mas todos os voos já foram retomados após a conclusão da atualização.
Estados Unidos: A American Airlines, maior operadora de A320 do mundo, informou que 209 dos seus 480 aviões do modelo precisavam da correção e que a maioria seria atualizada até hoje. Outras companhias dos EUA, como Delta, JetBlue e United, também estão entre as 10 maiores operadoras da família A320.
Europa Continental: A companhia aérea de baixo custo europeia Wizz Air afirmou no início do sábado que as atualizações de software foram aplicadas durante a noite em todos os seus A320 afetados e que não esperava mais interrupções. Dados dos rastreadores de voo Cirium e FlightAware mostraram que a maioria dos aeroportos globais operava com níveis de atraso de moderados a bons. A alemã Lufthansa espera poucos atrasos durante o final de semana, mas não apontou qual será a estratégia para atualização de software de seus 156 aviões da família A320. Já a Air France cancelou 38 voos para a atualização, afetando 5% da frota diária da companhia.
Kuwait: a autoridade da aviação do Kuwait disse que completou todas as atualizações necessárias na frota de aviões da família A320.
Colômbia: A colombiana Avianca informou que o recall atingiu mais de 70% de sua frota, o que a levou a suspender a venda de passagens para viagens até 8 de dezembro.
Índia: O regulador de aviação da Índia informou que 338 aeronaves Airbus no país foram afetadas, mas que o ajuste de software seria concluído até domingo. A maior companhia do país, a IndiGo, disse ter concluído o ajuste em 160 dos seus 200 aviões, enquanto a Air India afirmou ter feito o mesmo em 42 dos 113 modelos impactados. Ambas alertaram para atrasos.
Taiwan: A Administração de Aviação Civil de Taiwan instruiu as companhias a realizarem inspeções e manutenção. A entidade estima que cerca de dois terços dos 67 A320 e A321 operados no território foram afetados.
Macau: A Autoridade de Aviação Civil de Macau afirmou ter solicitado à Air Macau que tratasse do problema, incluindo o remanejamento de voos para minimizar o impacto aos passageiros.
Japão: A ANA Holdings, maior companhia aérea do Japão, cancelou 95 voos no sábado, afetando 13.500 viajantes. A ANA e suas afiliadas, como a Peach Aviation, operam a maior frota de A320 no país. Sua principal rival, a Japan Airlines, tem uma frota majoritariamente Boeing e não utiliza o A320.
✈️ No Brasil, o A320 é operado pelas companhias Latam e Azul Linhas Aéreas. As companhias disseram ao g1 na sexta-feira (28) que o recall não afetaria as operações.
O recall da Airbus
Airbus ordena recall urgente em aviões A320; aéreas brasileiras dizem que não serão afetadas
O recall de 6 mil aviões, que abrange mais da metade da frota mundial da família A320, é um dos mais amplos em sua história de 55 anos e representa um revés para a Airbus, semanas após o A320 superar o Boeing 737 como o modelo mais entregue da história.
Segundo a agência Reuters, a Airbus agora informa às companhias que os reparos emergenciais em algumas aeronaves afetadas podem ser menos trabalhosos do que se pensava inicialmente, com menos aviões do que o temido precisando de trocas de hardware em vez da simples correção de software.
Ainda assim, executivos do setor afirmam que a medida abrupta é rara e potencialmente custosa num momento em que a manutenção já enfrenta pressões globais por falta de mão de obra e de peças.
O incidente que motivou a ação envolveu um voo da JetBlue, que ia de Cancún, no México, para Newark, em Nova Jersey, em 30 de outubro, disseram fontes à agência Reuters.
O voo 1230 fez um pouso de emergência em Tampa, na Flórida, e várias pessoas foram levadas ao hospital após um problema no controle de voo e uma queda repentina e não comandada de altitude.
Há cerca de 11.300 aeronaves da Airbus em operação no mundo, dos quais 6.440 são o modelo central A320. A correção proposta pela fabricante é a instalação do software anterior e, embora relativamente simples, precisa ser feita antes que os aviões possam voar novamente.
Petrobras eleva em 3,8% preço do querosene de aviação em dezembro

Petrobras eleva em 3,8% preço do querosene de aviação em dezembro
A Petrobras elevou em 3,8% preço médio do querosene de aviação (QAV) vendido a distribuidoras a partir desta segunda-feira (1º), informou a companhia em nota.
O ajuste dezembro corresponde a um aumento de R$ 0,13/litro em relação ao preço de novembro.
✈️ O querosene de aviação é usado principalmente em aviões comerciais, jatos executivos, helicópteros com turbina e aeronaves militares, porque é adequado para motores a reação. Ele é escolhido por ser estável, seguro em altas altitudes e resistente ao congelamento.
"No acumulado do ano, o aumento é de 1,3%, o que corresponde a um acréscimo de R$0,05/litro, comparando com o preço em dezembro de 2024", explicou a petroleira.
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Os ajustes do QAV da Petrobras ocorrem todo começo de mês, conforme previsto em contratos.
De acordo com a petroleira, a sua participação no mercado de querosene de aviação se limita à entrega do combustível (produzido em suas refinarias ou trazido do exterior) diretamente às distribuidoras.
Essas distribuidoras é que assumem todo o restante da cadeia: fazem o transporte, vendem o QAV para companhias aéreas e demais usuários nos aeroportos e operam, junto com revendedores, as estruturas e instalações usadas no abastecimento das aeronaves.
O querosene de aviação é um dos principais custos das companhias aéreas. Neste mês, o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aprovou a criação de um mecanismo que permite às empresas do setor financiar a compra do combustível.
O Fundo de Garantia às Exportações (FGE) permite que as empresas acessem até R$ 2 bilhões em crédito. Segundo o MDIC, a medida busca reduzir custos operacionais das aéreas e apoiar a transição energética do setor.
O mecanismo deve beneficiar especialmente a Azul, que está em processo de recuperação judicial nos EUA e ganhará fôlego de caixa para financiar a compra de combustível.
Novo plano de investimentos
A Petrobras apresentou na última quinta-feira (27) seu novo plano estratégico de negócios para os próximos cinco anos. O documento projeta uma redução nos aportes frente ao planejamento anterior, elevação da produção e um recuo no pagamento de dividendos.
As mudanças buscam preparar a companhia para um cenário de queda esperada no preço do petróleo Brent, referência internacional para o valor da commodity.
➡️ A queda nos preços do petróleo pode impactar diretamente o resultado da companhia, já que parte do lucro vem da venda do produto. Com preços mais baixos, cada barril rende menos receita, reduzindo o lucro.
O novo plano estima US$ 109 bilhões (R$ 581,4 bilhões) em investimentos considerados Capex — aqueles destinados à ampliação e à manutenção das operações. No planejamento anterior, referente ao período de 2025 a 2029, a previsão era um pouco maior: US$ 111 bilhões (R$ 592,1 bilhões).
No terceiro trimestre, a companhia registrou lucro líquido de US$ 6,03 bilhões, alta de 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado ocorreu em um período marcado por recorde na exportação de petróleo, impulsionado pelo avanço da produção no pré-sal. Em relação ao segundo trimestre, o lucro cresceu 27,3%.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
Contran aprova novas regras da CNH e acaba com aulas obrigatórias em autoescolas

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou nesta segunda-feira (1º) uma resolução que acaba com a exigência de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
A norma passará a valer após ser publicada no Diário Oficial da União, o que deve acontecer nos próximos dias.
Além de pôr fim à obrigatoriedade das aulas em autoescolas, a resolução também atualiza e estabelece novas regras para tirar a CNH (veja mais detalhes abaixo).
Estão entre as mudanças:
diminuição da carga horária mínima para aulas práticas e teóricas;
e o fim do prazo de validade do processo de obtenção da primeira CNH.
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As novas regras não alteram algumas etapas do processo. Para conquistar a carteira de motorista, o candidato ainda terá de realizar provas teóricas e práticas.
🔬 O exame toxicológico também seguirá obrigatório para motoristas das categorias C (veículos de carga, como caminhões); D (transporte de passageiros, como ônibus) e E (carretas e veículos articulados).
O governo afirma que o objetivo do novo regramento é diminuir o custo e a burocracia para obter a CNH.
Em abril, uma pesquisa encomendada pelo Ministério dos Transportes apontou que o custo elevado é o principal motivo pelo qual um terço dos brasileiros não possui carteira de motorista.
O mesmo levantamento indicou que quase metade dos brasileiros que dirige sem habilitação afirma não regularizar a situação devido ao valor do processo.
Carteira de Motorista, CNH
Divulgação
Atualmente, segundo o Ministério dos Transportes, 20 milhões de brasileiros dirigem sem habilitação.
A pasta espera que, com as alterações, o número de condutores habilitados cresça, reduzindo o índice de motoristas sem formação adequada.
Veja a seguir, nesta reportagem, os principais pontos das novas regras para obtenção da CNH (clique para seguir ao conteúdo):
aulas teóricas;
aulas práticas;
instrutores autônomos;
provas teóricas e práticas;
prazo de validade do processo; e
categorias C, D e E.
Aulas teóricas
A resolução aprovada pelo Contran prevê que deixará de existir uma carga horária mínima pré-definida para as aulas teóricas.
A duração e a estrutura serão livremente estabelecidas pela entidade que ministrará a aula, mas terão de seguir o conteúdo e as diretrizes previamente fixadas pelo Contran.
✏️ As aulas teóricas poderão ser presenciais ou remotas (ao vivo ou gravadas). Segundo o texto, o candidato poderá fazer as aulas por meio de uma plataforma do governo federal em:
autoescolas;
entidades especializadas de ensino à distância (EaD);
escolas públicas de trânsito;
entidades integrantes do Sistema Nacional de Trânsito.
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Aulas práticas
Também haverá alteração nas aulas práticas. A resolução estabelece a figura do instrutor autônomo. Com isso, não será mais obrigatório fazer aulas práticas em autoescolas.
A carga horária mínima também mudará: de 20 horas para duas horas.
🚗 Além disso, o candidato poderá usar seu próprio veículo nas aulas práticas, desde que esteja acompanhado por um instrutor autorizado e que o carro atenda aos requisitos de segurança previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
📋 Segundo as novas regras, além das aulas, o veículo do candidato também poderá ser usado na prova prática.
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Instrutores autônomos
Os instrutores já registrados no sistema do governo serão notificados, via aplicativo da CNH, e poderão optar por atuar como instrutores autônomos.
📝 Para novos instrutores, o Ministério dos Transportes irá oferecer um curso de formação gratuito. Autoescolas e entidades credenciadas também poderão ofertar. Depois de concluir as aulas, o instrutor deverá solicitar autorização junto ao órgão executivo de trânsito.
De acordo com a pasta, os profissionais serão identificados oficialmente por meio do aplicativo. Nenhum instrutor poderá atuar sem autorização do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
🚫 Serão requisitos para a habilitação como instrutor autônomo:
ter ao menos 21 anos;
autorização do Detran;
ter CNH há pelo menos dois anos na categoria em que pretende instruir; e
ensino médio completo.
O candidato a instrutor também não poderá ter cometido infrações gravíssimas nos últimos 12 meses.
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Provas teóricas e práticas
Montagem com fotos de provas teóricas (esquerda) e práticas (direita) para obtenção da CNH
Reprodução/Detran Pernambuco e Detran Espírito Santo
📄 As provas teóricas continuarão obrigatórias e seguirão com questões objetivas de múltipla escolha, na modalidade física ou eletrônica:
exames terão duração de, no mínimo, uma hora;
para ser aprovado na fase teórica, o candidato deverá alcançar aproveitamento mínimo de 20 acertos;
quem reprovar, poderá fazer de novo, sem limite de tentativas.
🚘Os exames práticos também serão obrigatórios:
candidato terá que seguir um trajeto pré-definido;
avaliação será feita por uma comissão de exame de direção veicular, composta por três membros;
será possível utilizar o próprio veículo para fazer a prova;
em caso de reprovação, será possível fazer novas avaliações — sem limite de tentativas e até alcançar a aprovação;
segunda tentativa poderá ser agendada sem cobranças adicionais.
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Prazo de validade do processo
O processo de formação do candidato permanecerá aberto por tempo indeterminado e será encerrado apenas em casos estabelecidos na resolução.
⏳ Antes, a validade padrão do processo era de 12 meses.
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Categorias C, D e E
🚛 A resolução também prevê a facilitação dos processos de obtenção de CNH para as categorias C, D e E, permitindo que os serviços sejam realizados por autoescolas ou por outras entidades.
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Imposto de Renda: 0,01% mais ricos do país pagam alíquota de 4,6%, diz estudo

Lei libera do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais
Estudo divulgado nesta segunda-feira (1º) pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revela que os 0,01% mais ricos do país pagam uma alíquota efetiva média de 4,6% em Imposto de Renda.
O levantamento tem por base os dados do Imposto de Renda em 2023.
Para pagar menos imposto, os contribuintes de maior renda se beneficiam de rendimentos isentos.
💵Entre eles, estão os lucros e dividendos, rendimento de sócio/titular de microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, e transferências patrimoniais (doações e heranças).
Para os 0,01% mais ricos do país, segundo o documento, a renda tributável respondeu por apenas 2,3% da renda total.
"Em 2023, as informações da DIRPF [declarações do Imposto de Renda] realçaram, mais uma vez, a elevada concentração de renda no topo da pirâmide, bem como o aumento das parcelas de renda isenta e de tributação exclusiva de acordo com os estratos de renda mais altos", diz o estudo.
Estudo da SPE/Ministério da Fazenda
Reprodução
Mudanças no Imposto de Renda
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou medida que isenta do Imposto de Renda (IR) de quem ganha até R$ 5 mil por mês. Também houve redução de imposto para os contribuintes que ganham entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais.
A ampliação da faixa de isenção já deverá valer a partir de janeiro de 2026. Segundo o Palácio do Planalto, cerca de 15 milhões de brasileiros vão deixar de pagar imposto de renda com a nova lei.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo vai aplicar uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. Segundo o governo, serão 141 mil contribuintes impactados pelo novo imposto mínimo de até 10%.
A nova tributação recai sobre lucros e dividendos, que hoje são isentos do Imposto de Renda.
Já quem tem apenas o salário como fonte de renda não será afetado, pois continua sujeito à tabela progressiva do IR, com retenção em folha de até 27,5%.
Lula durante sanção da nova faixa de isenção do imposto de renda
Ricardo Stuckert/PR
Lula defende taxar mais ricos
Em pronunciamento neste domingo (30), o presidente Lula defendeu a taxação de pessoas de alta renda para compensar a nova faixa de isenção do Imposto de Renda.
O petista afirmou que a "elite brasileira" acumula privilégios e chamou de "vergonhoso" o fato de o grupo "pagar menos Imposto de Renda que a classe média e os trabalhadores".
Lula declarou que a lei que amplia a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais atacará o que classificou como "privilégios de uma pequena elite financeira" e ajudará o Brasil a avançar na justiça tributária.
"Mais do que uma correção da tabela do imposto de renda, a nova lei ataca a principal causa da desigualdade no Brasil: a chamada injustiça tributária", disse Lula, neste domingo.
Galípolo vê mercado de trabalho aquecido e diz que cenário demanda BC conservador

Galípolo vê mercado de trabalho aquecido e diz que cenário demanda BC conservador
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (1) que os dados de desemprego de outubro mostram um cenário econômico mais complexo do que o esperado. Para ele, esse contexto exige uma atuação mais conservadora na condução da política monetária.
🔎 A taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro — o menor nível desde o início da série histórica, em 2012 — mesmo diante de um quadro de juros elevados e sinais mistos no mercado de trabalho.
Galípolo reconheceu o ambiente de incerteza e afirmou que o país atravessa um dos momentos mais desafiadores para entender as relações tradicionais da economia.
"O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação."
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Além disso, o presidente do BC afirmou que o órgão tem buscado reforçar uma estratégia de comunicação baseada em transparência e reconhecimento explícito das dúvidas que cercam o cenário atual.
“Acho que tem sido a estratégia principal na nossa comunicação… apresentar quando a gente tem dúvidas efetivamente, e tentar ser humilde perante esse cenário.”, disse.
Essa postura, segundo ele, é essencial diante de indicadores que levantam “mais questões do que respostas”.
Mercado aquecido, mas difícil de ler
O presidente do BC destacou que, mesmo com diferenças entre os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da taxa de desemprego, há sinais consistentes de um mercado de trabalho aquecido.
🔎 Em outubro, a economia brasileira gerou 85,1 mil empregos formais. De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,8 milhão de empregos formais foram criados no país de janeiro a outubro deste ano.
Ele ponderou, porém, que os indicadores têm enviado mensagens contraditórias, o que dificulta entender de forma clara como a política de juros está afetando a economia.
Segundo Galípolo, esse ambiente revela “correlações econômicas mal comportadas”, que dificultam identificar com precisão como demanda, salários e preços estão se ajustando.
“Não tem sido simples fazer análise sobre o mercado de trabalho. Essa que é a verdade”, afirmou.
Apesar dessa leitura mais complexa, ele ressaltou que diversos sinais ainda apontam para uma economia robusta — entre eles, a trajetória da inflação de serviços, o dinamismo do consumo e o desempenho do setor externo.
Para o presidente do BC, esse conjunto de evidências justifica uma postura mais cautelosa da autoridade monetária.
“Se você não sabe muito bem o que está acontecendo ali… na dúvida, o papel do Banco Central é ser um pouco mais conservador”, disse.
Selic restritiva por tempo “bastante prolongado”
Galípolo lembrou que o Banco Central mantém, há meses, a expressão “bastante prolongado” para se referir à necessidade de manter a Selic em nível restritivo.
“Esse horizonte não é reiniciado a cada reunião do Copom, mas segue uma trajetória contínua”, disse.
O presidente do BC acrescentou que ainda não há indicação sobre o próximo movimento dos juros básicos, já que a instituição avalia, encontro a encontro, a evolução dos indicadores econômicos.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil (BC).
Adriano Machado/ Reuters
Papai Noel dos Correios: saiba como participar da campanha e presentear uma criança neste Natal

Começa a campanha de adoção de cartas do Natal dos Correios
Dezembro chegou e o Natal se aproxima, momento especial para renovar o espírito de solidariedade. Há 36 anos é realizada a campanha Papai Noel dos Correios.
Desde o início de novembro, padrinhos podem se dirigir a uma das agências dos Correios participantes da campanha ou acessar a página oficial da ação para adotar cartas escritas por crianças para o "bom velhinho".
A campanha conta com uma logística que envolve secretarias estaduais e municipais de educação, escolas da rede pública, padrinhos corporativos e a sociedade em geral, além dos funcionários da estatal. Todos estes envolvidos fazem a ponte entre a criança que pede um presente e a pessoa que pode tirar aquele sonho do papel.
Em quase quatro décadas, foram cerca de 7 milhões de cartinhas atendidas. Em 2024, quando a ação completou 35 anos, 350 mil pedidos de crianças do Brasil inteiro foram adotados.
🧑🏽🎄 Como funciona a campanha
Os Correios recebem as cartinhas de crianças que enviam seus pedidos diretamente ao Papai Noel e, também, de estudantes das escolas da rede pública (até o 5º ano do ensino fundamental) e de instituições parceiras. As cartas precisam ser escritas a mão.
Após serem lidas e selecionadas, elas são disponibilizadas nos pontos de adoção e no blog da campanha.
🧑🏽🎄 Como enviar uma carta
Para participar da campanha e ter a chance de ter sua carta adotada, algumas regras devem ser seguidas. São elas:
as cartas devem ser manuscritas;
no cadastramento será exigido o CPF da criança;
o envio pode ser feito nas agências participantes ou pelo Blog do Noel. Para cartas enviadas digitalmente, é necessário fotografar ou digitalizar o texto para envio ao Blog;
A estatal ressalta que NÃO são selecionadas cartas que contenham endereço, telefone ou foto da criança.
🧑🏽🎄 Como adotar
Para adotar o pedido de uma criança, basta escolher uma cartinha, comprar o presente e deixá-lo, bem embalado e com a cartinha colada do lado de fora, em uma agência dos Correios.
As cartinhas são disponibilizadas de duas formas:
física: nas agências participantes, cuja lista está disponível no Blog do Noel;
digital: podem ser vistas no Blog do Noel.
Entre os pedidos das crianças estão brinquedos como bonecas e carrinhos de controle remoto, mas as cartinhas também incluem pedidos de material escolar e bicicletas.
Para que a estatal possa acompanhar as adoções e as entregas dos presentes, madrinhas e padrinhos devem cadastrar o CPF ou CNPJ. As datas, locais e horários dos pontos de adoção, por estado, também estão disponíveis no Blog do Noel.
A entrega de presentes deverá ser feita presencialmente, nos pontos de entrega indicadas no Blog e conforme cronograma da campanha. Os presentes precisam estar identificados com as informações da cartinha.
Os Correios alertam para o fato de que NÃO distribuem as cartas diretamente à população em suas residências. Elas só ficam disponíveis nos locais indicados no blog.
Papai Noel dos Correios - começa no Ceará a edição 2025 da maior ação de solidariedade natalina do país
Divulgação
PIX bate recorde e registra 297,4 milhões de operações em um dia

PIX bate recorde e registra 297,4 milhões de operações em um dia
O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira (1º) que o PIX bateu recorde ao registrar 297,4 milhões de transações financeiras em um único dia — a última sexta-feira (28).
Segundo o BC, essas operações em PIX movimentaram R$ 166,2 bilhões — esse valor também é recorde.
O que você achou do novo formato de vídeo que abre esta reportagem?
Nesta sexta, data do recorde, os brasileiros também foram às compras em função da Black Friday. Mesma ocasião em que terminou o prazo para os empregadores pagarem a primeira parcela do 13º salário.
"O resultado é mais uma demonstração da importância do PIX como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional", avaliou o Banco Central.
🔎O recorde anterior havia sido registrado em 5 de setembro, quando foram registradas 290 milhões de transações.
O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil (BC), completou cinco anos em novembro.
Nesse período, a ferramenta — que reúne cerca de 890 milhões de chaves cadastradas e já faz parte da rotina de mais de 170 milhões de brasileiros — conseguiu aumentar o acesso ao sistema financeiro e estimular a concorrência entre instituições, alcançando a marca de R$ 85,5 trilhões em recursos movimentados entre 16 de novembro de 2020 até 30 de setembro de 2025 (veja mais abaixo).
Entraram em vigor no mês passado novas regras do Banco Central (BC) que aprimoram o mecanismo de segurança do PIX e ampliam as possibilidades de devolução de valores a vítimas de fraudes, golpes ou coerção.
Quando vale a pena usar o PIX Automático?
Antes, a devolução só podia ser feita a partir da conta usada na fraude. No entanto, os golpistas costumam sacar ou transferir rapidamente o dinheiro para outras contas, perdendo a possibilidade de rastreio.
Pix se tornou referência internacional de sistema de pagamento digital
Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo via BBC
Dólar opera em alta com atenção voltada a discursos de Galípolo e Powell; bolsa recua

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar opera em alta nesta segunda-feira (1º), subindo 0,34% perto das 15h10, para R$ 5,3530. O Ibovespa, por sua vez, recuava 0,35%, aos 158.515 pontos.
A agenda econômica é marcada por novas projeções atualizadas para a inflação do Boletim Focus, pela participação de Gabriel Galípolo, presidente do BC, em evento da XP e pela fala de Jerome Powell, mais tarde — que devem orientar o humor dos investidores ao longo do dia.
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▶️ O Boletim Focus abriu a semana indicando um leve alívio nas expectativas de inflação. Para 2025, a previsão passou de 4,45% para 4,43%, enquanto a estimativa para 2026 foi ajustada de 4,18% para 4,17%.
▶️ Em São Paulo, Gabriel Galípolo participa pela manhã do XP Fórum Político & Macro 2025, onde deve apresentar uma palestra às 10h. Onvestidores acompanham atentamente suas declarações, buscando sinais sobre os próximos passos na condução da taxa básica de juros (Selic)
▶️ Nos Estados Unidos, Jerome Powell fala em um encontro na Universidade de Stanford dedicado ao legado de George Shultz. A expectativa aumenta após Donald Trump afirmar que já escolheu o próximo presidente do Fed, embora não tenha revelado o nome.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,22%;
Acumulado do mês: -0,83%;
Acumulado do ano: -13,67%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,78%;
Acumulado do mês: +6,37%;
Acumulado do ano: +32,25%.
Boletim Focus
Os economistas que acompanham o mercado financeiro reduziram as previsões de inflação para os anos de 2025 e 2026. As projeções fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (1) pelo Banco Central (BC),.
No mês passado, pela primeira vez neste ano, o mercado passou a prever que a inflação ficará abaixo do teto de 4,5% definido pelo sistema de metas.
🔎 Esse sistema é uma política usada pelo governo para manter a inflação sob controle, estabelecendo um limite máximo para o aumento dos preços.
As projeções atuais são as seguintes:
➡️ Para 2025, a previsão caiu de 4,45% para 4,43%;
➡️ Para 2026, passou de 4,18% para 4,17%;
➡️ Para 2027, permaneceu em 3,80%;
➡️ Para 2028, continuou em 3,50%.
Além da inflação, o mercado também estima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) — métrica importante para saber se a economia está crescendo ou encolhendo. Para 2025, a projeção do PIB ficou estável em 2,16%, e para 2026, em 1,78%.
Outro indicador relevante é a taxa básica de juros (Selic), que influencia os juros cobrados em empréstimos e financiamentos. Para o fim de 2025, a expectativa é que ela permaneça em 15% ao ano, o mesmo nível atual. Para 2026, a previsão continua em 12% ao ano.
Selic restritiva por tempo “bastante prolongado”
Em evento da XP Investimentos, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira que o BC vem mantendo, há algum tempo, a expressão “bastante prolongado” ao se referir à necessidade de manter a Selic em nível restritivo. Ele destacou que essa indicação de prazo é contínua e não recomeça a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Esse horizonte não é reiniciado a cada reunião do Copom, mas segue uma trajetória contínua”, disse.
O presidente do BC acrescentou que ainda não há indicação sobre o próximo movimento dos juros básicos, já que a instituição avalia, encontro a encontro, a evolução dos indicadores econômicos.
Ele também comentou que os dados de desemprego de outubro mostram um cenário econômico mais complexo do que o esperado — contexto que exige uma atuação mais conservadora na condução da política monetária.
🔎 A taxa de desemprego recuou para 5,4% no trimestre encerrado em outubro — o menor nível desde o início da série histórica, em 2012 — mesmo diante de um quadro de juros elevados e sinais mistos no mercado de trabalho.
"O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação."
O presidente do BC destacou que, mesmo com diferenças entre os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e da taxa de desemprego, há sinais consistentes de um mercado de trabalho aquecido.
🔎 Em outubro, a economia brasileira gerou 85,1 mil empregos formais. De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,8 milhão de empregos formais foram criados no país de janeiro a outubro deste ano.
Ele ponderou, porém, que os indicadores têm enviado mensagens contraditórias, o que dificulta entender de forma clara como a política de juros está afetando a economia.
Segundo Galípolo, esse ambiente revela “correlações econômicas mal comportadas”, que dificultam identificar com precisão como demanda, salários e preços estão se ajustando.
“Não tem sido simples fazer análise sobre o mercado de trabalho. Essa que é a verdade”, afirmou.
Bolsas globais
Os mercados americanos começaram a semana em queda, influenciados por novos dados econômicos e pela expectativa em torno do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Às 13h, os principais índices estavam no vermelho: o Dow Jones caía 0,47%, para 47.491,81 pontos; o S&P 500 recuava 0,27%, a 6.830,39 pontos; e o Nasdaq tinha baixa de 0,30%, a 23.296,31 pontos.
As bolsas europeias fecharam em queda, acompanhando o movimento global após um novembro positivo.
O setor de defesa foi o mais afetado, com perdas expressivas, em meio ao avanço das negociações para um possível cessar-fogo na Ucrânia — tema que trouxe alívio, mas também pressionou empresas ligadas à área militar.
No fechamento, o STOXX 600 caiu 0,23%, a 575,08 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,18%, para 9.702,53 pontos; em Frankfurt, o DAX perdeu 1,04%, a 23.589,44 pontos; e em Paris, o CAC 40 cedeu 0,32%, a 8.097,00 pontos. O setor de defesa do Stoxx 600 teve queda de 2,88%.
Já na Ásia, os mercados tiveram resultados mistos. As bolsas da China e de Hong Kong subiram, impulsionadas por ações ligadas a metais e inteligência artificial, enquanto investidores mantêm otimismo com a possibilidade de corte nos juros dos EUA, mesmo diante da fraqueza econômica local.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC avançou 0,65%, a 3.914 pontos, e o CSI300 subiu 1,10%, a 4.576 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,67%, a 26.033 pontos.
Já o Nikkei, em Tóquio, caiu 1,89%, para 49.303 pontos. Em Seul, o Kospi recuou 0,16%, a 3.920 pontos; em Taiwan, o Taiex perdeu 1,03%, a 27.342 pontos; e em Cingapura, o Straits Times teve leve alta de 0,05%, a 4.526 pontos.
Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
Boletim Focus: analistas do mercado reduzem estimativa de inflação em 2025 para 4,43%

Os economistas do mercado financeiro reduziram suas estimativas de inflação para os anos de 2025 e de 2026.
As projeções fazem parte do boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (1) pelo Banco Central (BC), com base em pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na última semana.
No mês passado, o mercado baixou, pela primeira vez neste ano, a expectativa de inflação para um patamar abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas.
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Desde o início de 2025, com a adoção do sistema de meta contínua, o objetivo é manter a inflação em 3%, sendo considerado dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%.
Isso quer dizer que, se confirmada a expectativa, não haverá "estouro" da meta de inflação neste ano fechado.
No ano de 2024 fechado, e em doze meses até junho deste ano, a inflação ficou acima do teto do sistema de metas.
Veja a expectativa de inflação do mercado para os próximos anos:
➡️ Para 2025, a projeção recuou de 4,45% para 4,43% ;
➡️ Para 2026, a projeção caiu de 4,18% para 4,17%;
➡️ Para 2027, a expectativa ficou estável em 3,80%;
➡️ Para 2028, a previsão continuou em 3,50%.
🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor o poder de compra da população — especialmente entre quem recebe salários mais baixos. Isso ocorre porque os preços sobem, mas os salários não acompanham esse aumento.
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Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Produto Interno Bruto
A projeção do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 permaneceu estável em 2,16%.
Para 2026, a projeção de crescimento do PIB continuou em 1,78%.
➡️ O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é utilizado para medir o desempenho da economia.
Governo zera tributos sobre cesta básica e reduz impostos de importação para tentar conter inflação dos alimentos
Jornal Nacional/ Reprodução
Taxa de juros
Economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção permanece em 15% ao ano — atual nível da taxa básica de juros.
Para o fim de 2026, a projeção continuou em 12% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado permaneceu em 10,50% ao ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2025 permaneceu em R$ 5,40. Para o encerramento de 2026, a estimativa continuou R$ 5,50.
Balança comercial: a projeção de superávit da balança comercial em 2025 subiu de US$ 62,1 bilhões para US$ 62,9 bilhões. Para 2026, a estimativa de saldo positivo recuou de US$ 66 bilhões para US$ 65,7 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2025 avançou de US$ 72,3 bilhões para US$ 73 bilhões. Para 2026, a estimativa também permaneceu inalterada, em US$ 70 bilhões.
Educação Financeira #320: comprar, alugar ou assinar um veículo? Veja o que vale a pena

Neste último episódio da quarta temporada do podcast Educação Financeira, o planejador financeiro certificado e especialista em finanças comportamentais Jeff Patzlaff explica que o primeiro passo, antes de escolher entre compra, aluguel ou assinatura, é entender se o carro é realmente uma necessidade ou um desejo.
Introduzindo caso a caso, na compra, além da parcela, ele explica que entram custos como IPVA, seguro, manutenção e documentação, que podem somar cerca de 12% ao ano do valor do veículo, sem contar a depreciação, mais forte nos dois primeiros anos.
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No financiamento, ele reforça que o consumidor deve olhar sempre o Custo Efetivo Total (CET) e levar em consideração os juros cobrados nas parcelas. Segundo Jeff, comprar tende a fazer mais sentido para quem roda muito, pretende ficar alguns anos com o mesmo carro ou usa o veículo para gerar renda, como motoristas de aplicativo.
Nesses casos, o valor do bem se dilui melhor ao longo do tempo, principalmente quando a quilometragem mensal passa de aproximadamente 1.500 km.
A assinatura, explica o especialista, é basicamente um aluguel de longo prazo, em que o cliente escolhe modelo e configurações e paga uma mensalidade que costuma variar de 2% a 4% do valor do carro, com IPVA, seguro e manutenção incluídos.
Essa opção costuma ser vantajosa para quem gosta de trocar de carro a cada 1 ou 2 anos, especialmente em modelos mais caros, que desvalorizam muito no início, e para quem prefere ter previsibilidade de gastos. Ouça o episódio acima.
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O que são podcasts?
Podcasts são episódios de programas de áudio distribuídos pela internet e que podem ser apreciados em diversas plataformas — inclusive no g1, no ge.com e no gshow, de modo gratuito.
Os conteúdos podem ser ouvidos sob demanda, ou seja, quando e como você quiser!
Geralmente, os podcasts costumam abordar um tema específico e de aprofundamento na tentativa de construir um público fiel.
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Ainda não recebeu o 13º salário? Saiba o que fazer

13º salário: datas de pagamento, valores e quem tem direito
O prazo para o pagamento da parcela única ou da primeira parcela do 13º salário para trabalhadores com carteira assinada terminou na última sexta-feira (28).
Também conhecido como "gratificação natalina", o acréscimo anual pode ser pago de duas formas: em parcela única ou dividido em até duas partes. Sendo assim, a parcela única ou a 1ª parte deveriam ser pagas até o dia 28 de novembro.
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⚠️ O pagamento feito em uma única parcela apenas em dezembro é ilegal. O trabalhador que não recebeu os valores na data limite pode fazer o seguinte:
Procurar o setor de recursos humanos ou financeiro da empresa para notificar o problema e cobrar o depósito dos valores atrasados.
Se não houver acordo, ele pode fazer denúncias pelo site da Secretaria de Inspeção do Trabalho: https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/. O trabalhador deve ter acesso ao sistema “gov.br”, ou seja, ter o login único do governo federal. Ao entrar no site, é preciso inserir o CPF e a senha. Assim, ele terá acesso ao formulário de denúncia trabalhista.
Buscar auxílio no sindicato da sua categoria para formalizar a denúncia.
Fazer uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em último caso, cobrar os valores em uma eventual ação trabalhista.
Penalidades
Caso o empregador não respeite o prazo do pagamento ou não pague o valor devido, poderá ser autuado por um auditor-fiscal do Ministério do Trabalho durante a fiscalização, o que gerará uma multa de R$ 170,25 por empregado, que dobra em caso de reincidência.
Além disso, é preciso verificar se a convenção coletiva da categoria prevê que o valor do 13º atrasado seja pago com correção.
🤔 Mas a empresa pode alegar a crise econômica como desculpa para não pagar o benefício? De acordo com advogados trabalhistas, não há previsão legal para o não pagamento do 13º salário para os trabalhadores.
Base para pagamento é dezembro
O pagamento do 13º salário é feito com base no salário de dezembro, exceto no caso de empregados que recebem salários variáveis, por meio de comissões ou porcentagens — nesse caso, o 13º deve perfazer a média anual dos valores.
O Imposto de Renda e a contribuição ao INSS incidem sobre o 13º salário. Os descontos ocorrem somente na segunda parcela sobre o valor integral do benefício. Já o FGTS é pago tanto na primeira quanto na segunda parcela.
A primeira parte representa metade do salário que o funcionário ganha. Aqueles que pediram o adiantamento do 13º nas férias têm direito apenas à segunda parcela.
Quem tem direito?
Todo trabalhador em regime previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que atuou por 15 dias ou mais durante o ano e que não tenha sido demitido por justa causa tem direito à gratificação.
Veja a lista abaixo de quem tem direito:
Trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos, conforme garante a Constituição Federal.
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Neste ano, o governo federal antecipou o pagamento para ambos os grupos, que receberam em maio e junho.
Pensionistas.
Trabalhadores rurais.
Trabalhadores avulsos (que prestam serviços sem vínculo empregatício e com a intermediação de um sindicato).
Trabalhadores domésticos.
No caso de estagiários, como não são regidos pela CLT e nem são considerados empregados, a lei 11.788/08, que regula esse tipo de trabalho, não obriga o pagamento de 13º salário.
Pagamento do 13º feito em uma única parcela apenas em dezembro é ilegal
Reprodução
CNU 2025: governo divulga nesta segunda os locais das provas discursivas; veja como acessar

CNU 2025: governo divulga nesta segunda os locais das provas discursivas; veja como acessa
O Ministério da Gestão divulgou nesta segunda-feira (1º), às 16h, o cartão de confirmação de inscrição do Concurso Nacional Unificado (CNU) para os candidatos que farão a segunda fase do processo seletivo.
O documento informa o endereço onde cada candidato realizará as provas discursivas, marcadas para este domingo (7), que devem reunir cerca de 42,4 mil participantes em todo o país. (veja como vai funcionar)
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A seleção deste ano oferece 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 16,4 mil.
As provas serão aplicadas em 228 cidades distribuídas pelas cinco regiões do país (veja mapa abaixo). Segundo o Ministério, a segunda fase do concurso tem candidatos aprovados de todos os estados do país.
A lista completa das pessoas convocadas para a prova discursiva está disponível no próprio edital, divulgado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Os candidatos foram alocados nos locais de prova de acordo com o CEP informado no momento da inscrição. O cartão também traz dados como o número definitivo de inscrição, os horários das provas e eventuais informações sobre atendimento especializado ou uso do nome social.
💻 COMO ACESSAR: O candidato deve entrar na mesma página utilizada para a inscrição: inscricao-cpnu.conhecimento.fgv.br. É necessário fazer login com os dados da conta gov.br e acessar a Área do Candidato.
Embora não seja obrigatório, o Ministério da Gestão e a Fundação Getulio Vargas (FGV), banca organizadora do concurso, recomendam levar o cartão impresso no dia da prova para facilitar a localização da sala.
No mapa abaixo, é possível pesquisar o nome da cidade e verificar se ela está entre os locais onde serão aplicadas as provas discursivas.
Ao longo desta reportagem, veja ainda:
🧱 Como será a estrutura da prova?
🔍 O que será avaliado?
📚 Como estudar?
⚠️ O que pode zerar?
⏰ Quais são os horários?
📵 O que pode ou não levar
📝 Como foi a primeira fase?
Prova de concurso público.
Reprodução/Freepik
Como será a estrutura da prova?
A prova discursiva será aplicada no mesmo dia para todos os blocos temáticos, mas o formato varia conforme o nível da vaga.
A divisão fica assim:
No nível superior, os candidatos responderão a duas questões discursivas de até 30 linhas cada, valendo 22,5 pontos por resposta.
No nível intermediário, a avaliação será feita por meio de uma redação dissertativo-argumentativa, também limitada a 30 linhas, com valor total de 30 pontos.
Em ambos os casos, a banca exige clareza, objetividade e domínio da norma culta.
A nota da discursiva será integrada à Nota Final Ponderada, sistema que atribui pesos diferentes a cada etapa e pode elevar significativamente o desempenho final.
Na prática, isso significa que um candidato mediano na prova objetiva pode melhorar sua classificação com um bom desempenho na discursiva — o que torna essa etapa especialmente estratégica.
O que será avaliado?
A segunda etapa do concurso segue regras específicas previstas no edital.
No nível superior, 50% da nota avalia o domínio técnico do conteúdo — precisão conceitual, atendimento ao enunciado e uso adequado dos temas de Conhecimentos Específicos. A outra metade corresponde ao uso da língua portuguesa, incluindo ortografia, coesão, coerência e estrutura textual.
No nível intermediário, toda a avaliação se concentra na qualidade da escrita e na capacidade de argumentação.
Como estudar?
Para se preparar, não basta memorizar: é preciso transformar conhecimento em texto, revisando os eixos do edital e identificando os temas mais cobrados.
A professora Leticia Bastos recomenda estudar com três pilares: revisão focada, treino e simulação. Revise conteúdos-chave, produza redações respeitando o limite de 30 linhas e o tempo da prova, e realize ao menos uma simulação completa.
No nível superior, foque em conceitos, classificações, políticas públicas e procedimentos específicos. No Bloco 5 (Administração), por exemplo, é comum aparecer gestão por competências.
Leia o edital com atenção, reforça Leticia Bastos. Confira o formato da prova, os eixos temáticos e os critérios de correção para planejar seus estudos.
Para escrever bem dentro de 30 linhas, a professora recomenda usar uma estrutura em quatro parágrafos: introdução, dois blocos de desenvolvimento e conclusão. Faça um rascunho com tese, argumentos e conclusão, distribua as linhas e use conectivos claros.
Equilibre conhecimento técnico e domínio da língua portuguesa. No nível superior, a nota se divide entre conteúdo e linguagem; no intermediário, 100% da avaliação recai sobre a escrita, orienta Leticia Bastos.
Na revisão final, dedique de 5 a 10 minutos para conferir o tema, a coerência e eventuais erros gramaticais, recomenda Leticia Bastos.
O que pode zerar?
Para evitar problemas, o candidato deve ficar atento às regras formais, que são eliminatórias. De acordo com o edital, a prova deve ser escrita exclusivamente com caneta esferográfica azul ou preta, de corpo transparente.
A folha definitiva não pode ter assinatura, marcas, símbolos ou qualquer elemento que permita identificar o autor.
Além disso, respostas fora do espaço delimitado ou ilegíveis recebem nota zero. O rascunho não será corrigido — apenas o texto final transcrito na folha oficial tem validade.
Quais são os horários?
Os portões serão fechados às 12h30, no horário de Brasília, e a prova começa às 13h. A partir daí, muda apenas a duração conforme o cargo:
No nível superior, a prova segue até 16h (três horas totais) e o caderno só pode ser levado a partir das 15h;
No nível intermediário, a prova termina às 15h (duas horas de aplicação) e a retirada do caderno é permitida a partir das 14h.
Em ambos os casos, o candidato deve permanecer pelo menos uma hora na sala, entregar o cartão de respostas e a folha de textos definitivos ao final, e as três últimas pessoas da sala precisam permanecer juntas até a assinatura da ata.
O que pode ou não levar
Confira as principais orientações para a 2ª edição do CNU
g1
📲 O candidato pode apresentar o documento de identidade em versão digital, acessado pelo aplicativo no momento da identificação. É importante que o app já esteja instalado e testado, pois funciona mesmo sem internet.
👕 O Ministério recomenda o uso de roupas e calçados confortáveis, já que o candidato ficará sentado por várias horas.
A FGV fornecerá envelopes porta-objetos para guardar pertences, inclusive o celular, que deve permanecer desligado durante toda a prova. Também é necessário desativar alarmes.
Os envelopes devem ser lacrados e identificados antes de o candidato ocupar a carteira, onde permanecerão guardados.
Os pertences só poderão ser retirados — e o celular religado — após o término da prova e fora do local de aplicação.
Como foi a primeira fase?
A primeira etapa do CNU 2025, realizada no dia 5 de outubro, teve números expressivos e algumas mudanças em relação ao ano anterior.
Para reforçar a segurança contra fraudes, foram produzidas 36 versões diferentes da prova objetiva, com quatro modelos distintos para cada bloco temático.
Outra novidade foi a permissão de levar o caderno de questões para casa — mas apenas para quem permaneceu até a última hora do período total da prova.
As provas começaram às 13h, com durações diferentes:
Nível Superior: 5 horas (até 18h)
Nível Intermediário: 3h30 (até 16h30)
Independente do nível, todos precisaram ficar na sala pelo menos duas horas antes de poder sair. A estrutura da objetiva foi dividida em duas partes:
Conhecimentos gerais, como português, lógica e atualidades.
Conhecimentos específicos, variando conforme o bloco temático.
O número de questões também variou:
90 questões para nível superior (30 gerais + 60 específicas);
68 questões para nível intermediário (20 gerais + 48 específicas).
Segudo o Ministério da Gestão, a participação de candidatos surpreendeu: quase 60% dos inscritos compareceram, reduzindo a abstenção para 42,8%, um índice muito menor que o de 2024 (54%).
Ao todo, mais de 760 mil pessoas se inscreveram, reforçando o CNU como o maior concurso público do país.
O menor índice de abstenção foi no Distrito Federal (30,8%); o maior, no Amazonas (51,2%).
A primeira fase, portanto, fechou com boa participação e reforçou a expectativa para a etapa discursiva, que agora decide o futuro dos candidatos.
Sobre o CNU 2025
A segunda edição do CNU organizou suas vagas em nove blocos temáticos. Com uma única inscrição, o candidato concorre a todas as vagas do seu bloco.
O títulos dos blocos são:
Seguridade Social
Cultura e Educação
Ciências, Dados e Tecnologia
Engenharias e Arquitetura
Administração
Desenvolvimento Socioeconômico
Justiça e Defesa
Intermediário – Saúde
Intermediário – Regulação
Os salários vão de R$ 4 mil a R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível. Embora a maioria das vagas esteja em Brasília, há oportunidades em vários estados.
O CNU 2025 também trouxe uma mudança importante: agora todo o processo é regido por um único edital, facilitando o acesso às informações e a comparação entre blocos.
Próximos Passos
1º de dezembro – Cartão de confirmação com o local da prova.
7 de dezembro – Provas discursiva e objetiva.
6 de janeiro de 2026 – Divulgação da nota preliminar e espelho de correção.
7 e 8 de janeiro de 2026 – Prazo para recursos.
30 de janeiro de 2026 – Resultado final da discursiva e lista de classificação.
Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU
Ministério da Gestão e Inovação
Gabaritos oficiais do 'Enem dos Concursos' são divulgados
Vaca Muerta: a nova riqueza do boom do petróleo da Argentina

BBC
Em julho de 2013, as empresas petrolíferas YPF e Chevron assinaram um acordo para explorar petróleo e gás na região argentina de Vaca Muerta, no norte da Patagônia.
Na época, a pequena cidade de Añelo vivia da agropecuária, especialmente da criação de cabras. Mas a situação estava a ponto de mudar radicalmente.
No passado, a exploração de petróleo e gás já havia transformado outras localidades da província argentina de Neuquén, no oeste do país. Povoados se transformaram rapidamente em cidades, como Plaza Huincul, Cutralcó e Rincón de los Sauces.
O segundo poço de petróleo de Neuquén foi descoberto em 1918, antes mesmo que o território fosse declarado oficialmente como província. Mas Añelo, que estava a ponto de completar 98 anos de fundação em julho de 2013, havia se mantido à parte da história petrolífera da região.
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A primeira mudança no povoado foi observada nas vias de acesso. Elas começaram a receber o trânsito das clássicas vans brancas das empresas petrolíferas e veículos pesados.
O tráfego ficou congestionado. No ano passado, 24.956 veículos ingressaram diariamente em Añelo. Destes, 6,4 mil eram caminhões.
Favio Javier Jiménez ficou por todo o tempo ao lado da estrada, com sua borracharia chamada "El Pampita".
"Cheguei com meu pai no ano de 1994, quando Añelo não era Vaca Muerta", ele conta.
"Construímos a borracharia em meio às dunas, muito longe do centro do povoado, que, depois, cresceu, chegou à nossa porta e nos ultrapassou de longe."
E o povoado não cresceu apenas em área. Añelo se expandiu também para cima. Hoje, existe uma segunda cidade mais além do centro histórico, no planalto próximo.
Na parte de baixo da foto, a estrada e a borracharia 'El Pampita', rodeada de árvores. Em cima, o planalto, onde está sendo construída a nova Añelo.
BBC
Atualmente, Vaca Muerta fornece mais da metade do gás e petróleo produzido na Argentina. E, quase duas décadas depois, o local solucionou o problema de desabastecimento de combustíveis enfrentado pelo país.
Em uma economia sempre necessitada de dólares, a Argentina atingiu, no ano passado, superávit de cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 32,4 bilhões) na sua balança energética.
Para Añelo, Vaca Muerta representou outro tipo de revolução, mais íntima e menos pública, ao mesmo tempo benéfica e problemática.
A BBC News Mundo (o serviço em espanhol da BBC) viajou até a cidade em crescimento para ouvir moradores que ali moram por muitos anos contarem como ocorreu tamanha transformação.
O caminho
Chegar a Añelo da capital da província, a cidade de Neuquén, é uma espécie de Via Crucis de vans e caminhões, em estradas de pista simples em mau estado de conservação.
À direita da estrada, em um cruzamento da rodovia 7 com uma rua de terra, fica a borracharia de Jiménez. Ele chegou à região há mais de 30 anos, proveniente de Cinco Saltos, na província de Rio Negro, onde seu negócio não prosperava.
"Sou borracheiro desde os nove anos, acompanhando a borracharia familiar, 'El Pampita'", ele conta.
"Quando chegamos a Añelo, era uma cidadezinha de cerca de 3 mil habitantes, onde não havia gás, nem água, e a luz era cortada a todo instante."
Jiménez recorda que a única atividade extrativa de que se falava na época era a exploração convencional de gás em um local chamado Loma de la Lata. Mas, uma década depois, surgiu o nome Vaca Muerta.
"Começaram a falar de camadas embaixo da terra que podem ter muito petróleo, podem ter muito gás", relembra ele. "Começamos a ouvir o que era fracking, algo que nunca havia sido ouvido por aqui antes."
O fracking é a exploração não convencional de petróleo e gás, que possibilitou o primeiro acordo entre a YPF e a Chevron em 2013. E ocasionou, um ano depois, uma reforma da Lei de Hidrocarbonetos da Argentina.
O processo implica fraturar a rocha-mãe onde ficam contidos o gás ou o petróleo, a cerca de 3 mil metros de profundidade, utilizando enormes quantidades de água para separar as lâminas de crosta.
Em seguida, são lançados grãos de areia que servem de cunha, para que a fratura não se feche.
Favio Javier Jiménez, na borracharia da família
BBC
A areia não pode ser de qualquer qualidade. A areia adequada para estas fraturas não existe em Neuquén, mas na província de Entre Rios, a cerca de 1,3 mil quilômetros de distância.
Como não há trem ligando as duas regiões, toneladas de areia precisam ser transportadas de caminhão.
"As estradas que chegam a Añelo se dirigiam a uma zona rural, de chácaras", explica Jiménez.
"Elas não estavam preparadas para o boom de Vaca Muerta, para os veículos pesados, e começaram a apresentar rachaduras. Até que se declarou emergência de tráfego, devido ao número de acidentes."
Os acidentes causaram um número de mortes incomum na província.
A secretária de Emergências e Gestão de Riscos de Neuquén, Luciana Ortiz, informou à BBC que houve 10 mortos em um período de seis meses, em um trecho de 50 km da rodovia 7, que liga Añelo à localidade de Chañar.
Este fato fez reviver o debate sobre quem deveria reformar as estradas e aumentar o número de pistas: o governo da província, que cobra os royalties das empresas petrolíferas, ou as companhias, que saturaram o tráfego das estradas com sua atividade.
Alheio ao debate e beneficiado pelo aumento do tráfego, Jiménez abriu mais uma borracharia, exclusiva para veículos pesados, no planalto — o território árido localizado acima do centro histórico de Añelo, onde foi preciso criar outra cidade.
Região de Neuquén, na Argentina
BBC
O planalto
O planalto é totalmente o oposto da primeira cidade de Añelo. O local não tem rio, nem árvores. É totalmente plano e árido.
Nuvens de pó atravessam continuamente o planalto, mas o importante é que, ali, há espaço para receber as milhares de pessoas que vieram para a cidade.
"Hoje, em Añelo, temos cerca de 12 mil habitantes permanentes", conta à BBC News Mundo o prefeito da cidade, Fernando Banderet. "Dois ou três anos atrás, éramos a metade."
A estas pessoas radicadas em Añelo, somam-se cerca de 15 mil trabalhadores da indústria, que pousam na cidade.
"Por isso, continuamos sendo, muitas vezes, o acampamento mineiro ou a cidade de passagem, que abriga trabalhadores e muito poucas famílias", explica Banderet, "mas esperamos, daqui a cinco anos, mudar esta situação e ter uma comunidade permanente de 50 mil habitantes."
O prefeito conta que, em 2011, a ocupação de terras causada pela demanda habitacional fez com que um cidadão privado loteasse terrenos no planalto, levando os primeiros serviços para a parte alta da cidade.
"Primeiramente, começaram com bairros sociais, que a província ou a nação ofereceu a pessoas que moravam em Añelo há muitos anos", conta à BBC Marina Demaría, da Imobiliária Demaría Hermanos. Ela trabalha com grandes construtoras da região.
"O que veio depois foi a necessidade imperiosa de camas para alojar as pessoas que trabalham na indústria petrolífera. Assim, foi elaborado todo um plano para que as pessoas pudessem também construir casas para alugar a esses trabalhadores."
Esses terrenos tinham cerca de 360 metros quadrados. Mas, depois, chegaram as construtoras e compraram lotes de cerca de 5 mil metros quadrados para desenvolver complexos de apartamentos e hotéis.
"As empresas petrolíferas pedem às construtoras dois quartos para quatro pessoas, sala e copa, cozinha, uma pequena churrasqueira, para que as pessoas fiquem razoavelmente confortáveis, e dois banheiros para tomar banho de manhã sem perder tanto tempo", explica Demaría.
Para entender a demanda habitacional existente em Añelo, basta dizer que estas unidades são alugadas a cerca de 2,8 milhões de pesos (cerca de US$ 2,2 mil, ou R$ 11,9 mil). Já o aluguel de um imóvel com as mesmas características na capital da província, Neuquén, custa pouco mais de 1 milhão de pesos (cerca de US$ 800, ou R$ 4,3 mil).
As imobiliárias não precisam apenas administrar os imóveis. Elas também necessitam oferecer serviços de limpeza, manutenção e reparos, o que não é tão simples em Añelo.
"Aqui, existe apenas um serralheiro que, às vezes, atende o telefone", explica Demaría. "Existem duas vidraçarias, mas uma atende exclusivamente as vans."
"Também é difícil conseguir limpeza. Muitas vezes, as mesmas pessoas que trabalham nos hotéis limpam essas casas, à tarde."
Enquanto Demaría trabalha com clientes grandes, Mariel Catullo, da Gestoría Imobiliária, atende clientes menores, beneficiados pelos primeiros lotes, onde construíram suas casas e que abrigaram a primeira onda de trabalhadores do petróleo.
"O que observei é que essas pessoas batiam às portas das empresas em busca de aluguel, mas era difícil, pois as companhias procuravam casas maiores para colocar mais gente", ela conta. "E, além disso, elas logo começaram a planejar suas próprias moradias."
Catullo conta à BBC que sugeriu àqueles proprietários que abrissem a possibilidade de alugar diretamente para as famílias que começaram a chegar a Añelo em busca de oportunidades. E também solicitou que eles reduzissem os preços dos aluguéis, até que essas pessoas pudessem se inserir no mercado de trabalho.
Ela própria é um exemplo dessas famílias. Catullo chegou à cidade em janeiro de 2025, com o sonho de ser motorista das empresas de petróleo, levando seus trabalhadores para os poços.
Mas ela não conseguiu. E, como tinha experiência com imóveis, abriu sua imobiliária no planalto, onde também mora.
Perguntamos a ela como é morar no planalto.
"Aqui, existem muitas ruas de terra", ela conta. "Mas estou acostumada ao sul da Argentina, aos ventos, e você se adapta. Você precisa fazer amizade com o vento e um pouquinho com a terra."
E quem são essas famílias que chegam para procurar trabalho? A escola secundarista CPEM 39 oferece algumas respostas.
A escola
"Calculávamos outro dia, a grosso modo, que nos chegam mais ou menos 10 a 12 alunos novos por mês", declarou à BBC News Mundo o diretor da escola secundarista CPEM 39 de Añelo, José Luis Cabrera.
Mas nem todos eles ficam...
"Esta é uma particularidade. Muitas famílias chegam, matriculam os filhos na escola e, talvez depois de um ano ou até antes, precisam retornar, pois as empresas os transferem e as crianças seguem o mesmo destino."
"Tivemos crianças que passaram o ano em três ou quatro escolas diferentes", afirma o diretor.
Cabrera chegou a Añelo quando era criança, no ano de 1978. Ele acompanhava seu pai, contratado como pedreiro. E, 30 anos depois, começou a lecionar História na escola.
Nas aulas, ele observou tanto o aumento do número de alunos quanto suas diferentes origens.
"No começo da década passada, começaram a chegar migrantes, sobretudo do norte da Argentina", relembra ele. "Agora, chegam também do sul, de outras cidades petrolíferas, como Chubut e Santa Cruz."
"Mas, a partir de 2015 e 2016, começaram a chegar também pessoas de outros países, como o Paraguai e a Bolívia, além das mulheres dominicanas."
O professor explica que as famílias paraguaias procuravam trabalho na construção civil. Já as bolivianas chegaram associadas à agricultura e, depois, passaram a se dedicar à venda de roupas e produtos de informática.
"No caso das mulheres dominicanas, perguntei a respeito e fiquei sabendo que havia vindo um grupo considerável para Rincón de los Sauces, especificamente para se dedicar à prostituição", conta Cabrera. "E, aqui para Añelo, elas já chegaram com poder aquisitivo um pouco melhor para se radicar na cidade."
Esta diversidade de migrantes coincide com os relatos ouvidos pela BBC nas ruas de Añelo, ao longo dos dias que a reportagem passou no coração de Vaca Muerta.
Quando o petróleo chega a um lugar, surgem imediatamente todos os tipos de demanda e consequências da instalação da indústria. Elas podem variar do transporte e alojamento até a prostituição e o consumo problemático de drogas e álcool.
Dois contêineres que funcionam como salas de aula no pátio da escola secundarista CPEM 39
BBC
O crescimento desordenado da cidade também prejudicou as aulas.
"As matrículas com que contávamos, quando comecei como diretor da escola, em 2018, eram mais ou menos 260 a 270 estudantes", relembra Cabrera. "Hoje, são mais de 500. Ou seja, o número quase dobrou em pouco tempo."
O diretor destaca que este aumento do número de estudantes não foi acompanhado pelo crescimento da infraestrutura. Isso fez com que alguns alunos precisassem estudar em contêineres instalados no pátio da escola, entre outras consequências.
A velocidade imposta pelo setor petrolífero em Vaca Muerta fez com que as localidades próximas à formação geológica, como Añelo e Rincón de los Sauces, precisassem se adaptar rapidamente às mudanças, seja nas estradas, nas escolas ou no setor de saúde.
O hospital
"Añelo não tem profissionais, nem contadores, nem escrivães, nem mesmo um dentista radicado aqui", segundo Jiménez. "Se alguém tiver dor de dente às 10 horas da noite, não há onde recorrer."
"As pessoas acreditam que Añelo é Vaca Muerta e só se pode vir para trabalhar no petróleo. E elas estão erradas."
"Temos falta de ginecologistas, obstetras e pediatras", prossegue o dono da borracharia. "Estão nascendo mais crianças e, neste sentido, a cidade ficou um pouco para trás."
O diretor do único hospital público de Añelo, o médico Nicolás Ochoa, explica que a unidade conta com 10 clínicos gerais e contratar especialistas não é uma tarefa tão simples.
"Trazer profissionais formados é o mais difícil", ele conta.
"A questão não é de estrutura, nem de dinheiro, mas sobre o que Añelo pode oferecer para que esse profissional, formado depois de anos de especialização, queira vir trabalhar aqui."
Além disso, segundo o diretor do hospital, na saúde pública, o pediatra pode ganhar o mesmo dinheiro em Añelo, que agora está se transformando em uma cidade, com todas as carências que isso implica, ou em destinos mais turísticos, como San Martín de los Andes, Villa Langostura ou na capital da província.
Esta situação pode começar a mudar, agora que chegou a primeira clínica particular a Añelo. Ela está localizada no planalto, mas existem também outras considerações a serem levadas em conta.
"Aqui, independentemente de haver escola, como os professores vêm de 100 ou 150 km de distância, normalmente não há aula porque está ventando, porque o ônibus quebrou, por milhares de fatores, e o profissional observa isso."
"Portanto, calculando o custo-benefício, ele prefere uma cidade na qual sua família possa desenvolver uma vida normal", conclui Ochoa.
A BBC News Mundo perguntou ao diretor da escola CPEM 39 por que os docentes, incluindo a ele próprio, viajam todos os dias para dar aulas.
"Temos entre 110 e 112 professores", explica Cabrera. "Os 10 que moram em Añelo não são suficientes."
"A grande maioria vem de diferentes lugares da região que chamamos de 'o Vale': Neuquén, Centenário, Vista Alegre e até regiões de Rio Negro, como Cinco Saltos ou Chañar."
O auge gerado pelo petróleo em Vaca Muerta e a luta dos professores fizeram com que eles tivessem acesso ao transporte pago pelo Conselho Provincial de Educação, há sete ou oito anos. Até então, muitos chegavam a pé ou em veículos particulares, com todos colaborando para cobrir os gastos.
"Muitos professores manifestaram o desejo de se radicar aqui em Añelo e evitar todo esse transtorno de ida e volta, mas os altos custos locais não permitem", explica o diretor.
Ele menciona como exemplo o caso de uma assessora pedagógica que mora no centro histórico e trabalha na escola há pouco tempo.
"Ela paga 1 milhão de pesos (cerca de US$ 800, ou R$ 4,3 mil) por um pequeno apartamento de um quarto. Ou seja, é um ambiente e o banheiro. E ela paga metade do salário."
Os professores chegam à escola em ônibus de viagem (atrás, na imagem). Alguns deles ficam em Añelo e outros tomam outro transporte para seguir até escolas mais distantes
BBC
O prefeito de Añelo admite que existem duas realidades distintas na cidade.
"O trabalhador direto da indústria, que ganha um salário de valor considerável, entre 3 milhões e 10 ou 12 milhões de pesos [cerca de US$ 2,4 mil a US$ 9,6 mil, ou R$ 13 mil a R$ 52 mil] e os que recebem salário menor, como funcionários públicos, médicos e policiais, que podem começar com 500 mil pesos e, depois de muitos anos de serviço, chegar a um milhão e meio ou dois milhões [US$ 400 a US$ 1,6 mil, ou R$ 2,2 mil a R$ 8,6 mil]", explica Fernando Banderet.
Devido a esta disparidade, o município precisou idealizar um programa municipal de moradias, com plano de pagamento a longo prazo, para oferecer um teto para as pessoas não vinculadas diretamente à indústria do petróleo.
O futuro
A exploração não convencional de petróleo e gás em Vaca Muerta permitiu à Argentina pôr fim ao seu déficit energético, depois de passar duas décadas importando energia para o consumo interno. Mas, ao atingir a autossuficiência, seu objetivo passou a ser a exportação.
Políticos e economistas argentinos desejam que as divisas trazidas pela exportação de petróleo e gás possam solucionar os problemas da sua macroeconomia em crise permanente, que consome mais dólares do que produz.
Mas, além das questões ambientais inerentes ao setor petrolífero convencional (como a contaminação), a exploração não convencional acumula críticas devido à quantidade de água consumida e ao aumento da atividade sísmica, registrado após a fratura hidráulica da rocha-mãe.
"A escola tem a necessidade e a obrigação de informar aos alunos quais são as consequências desta exploração de petróleo e gás", afirma Cabrera. "A riqueza gerada na nossa localidade causa fortes impactos à natureza."
O diretor reconhece que, muitas vezes, foi objeto de um ou outro "questionamento" por parte da sociedade.
"O fato de que alguns estudantes comentem em suas casas que o professor ou o diretor disse que o fracking consome muita água, ou que a água potável não é mais adequada para consumo, faz com que alguns pais nos perguntem: 'Vocês querem que percamos o emprego? Eles nos pagam bem e, com esse dinheiro, podemos mandar nossos filhos para a escola.'"
Em relação a essas crianças que frequentam a escola, Cabrera admite que houve uma mudança radical nos últimos anos.
Anteriormente, os alunos desejavam prosseguir com seus estudos e consideravam o ensino superior (seja a universidade, um curso terciário ou a escola de policiais) uma forma de sair de Añelo.
Mas "desde três ou quatro anos atrás, as crianças não querem mais sair de Añelo e perderam todo tipo de referência sobre os estudos superiores", afirma o diretor da escola.
"A grande maioria, principalmente os meninos, quer trabalhar nas empresas petrolíferas. Os altos salários têm este atrativo."
Enquanto os homens, segundo o professor, são absorvidos aos 18 ou 19 anos de idade pelo setor de petróleo e gás, as mulheres afirmam que precisam estudar mais, por questões relacionadas à higiene ou à segurança, para trabalhar nas empresas ou se dedicar à prestação de serviços para a indústria.
"Existem também as alunas que desejam se casar com um rapaz que trabalhe no setor", reconhece o professor. "Isso nos chamou muito a atenção, depois de todos os avanços que tivemos em termos de igualdade de gênero."
Quando a BBC News Mundo visitou Añelo, houve um protesto da comunidade mapuche contra a empresa YPF no istmo que separa os lagos Mari Menuco e Los Barreales
BBC
O trabalho
"Neuquén é como uma ilha", declarou à BBC a jornalista Victoria Terzagui, editora do suplemento Energía On, do jornal Diario Río Negro.
"Recentemente, fecharam na Argentina cerca de 15 mil empresas", relata ela. "Já são meses de retração da atividade econômica e demissões em diferentes lugares do país."
"Mas, quando você abre os jornais de Neuquén, existem anúncios de busca de todo tipo de pessoal, seja para lavar copos no bar até, é claro, engenheiros para a produção de petróleo."
Em Añelo, o prefeito Banderet não duvida das oportunidades de trabalho do seu povoado, agora transformado em cidade.
"Em Añelo, o vendedor de tortas fritas gera um poder econômico importante, como também o borracheiro, o dono de um quiosque ou armazém", explica ele. "Não é preciso pensar apenas na indústria petrolífera, mas em todo o relacionado ao setor: lavanderias, barbearias, ateliês de costura ou serralheiros."
Inés Garros não vende tortas fritas. Ela oferece sanduíches.
No seu trailer estacionado em frente à escola CPEM 39, a especialidade é o sanduíche de lombinho com batatas fritas.
Garros chegou a Añelo uma década atrás. Ela trabalhou em uma padaria chamada São Caetano e, por dois anos, vinha a pé da localidade de Chañar.
Mais tarde, com seu marido, que é de Añelo, ela abriu uma loja de ferragens. Mas seu sonho era outro.
"Desde os 15 anos, eu sonhava em ter um trailer de comida", ela conta. "E, na pandemia, consegui comprar um com a venda do meu carro."
"Depois da pandemia, começou a vir muita gente e consegui comprar minha segunda unidade."
Como fica às margens da estrada, seus clientes habituais são caminhoneiros que comentam sobre o mau estado das vias de acesso e discutem sobre as diversas construções sendo erguidas a toque de caixa, para receber trabalhadores.
Os funcionários do setor petrolífero também confessam a Garros o cansaço de trabalhar nos campos de petróleo e gás e o quanto sentem falta das suas famílias.
Um deles é Jorge, que trabalha na manutenção de poços de petróleo. Ele é de Plaza Huincul, onde a história petrolífera de Neuquén começou, antes de se tornar província.
"Vaca Muerta é um bom lugar porque é uma fonte genuína de trabalho", declarou ele à BBC News Mundo. "E, hoje, o trabalho é tudo."
Ele vê o preço do sanduíche de lombo com fritas e se queixa de como tudo aumentou em Añelo.
Criadores de búfalos recebem assistência para aumentar produtividade do rebanho

Criador acompanha o manejo das búfalas após melhorias na nutrição e na reprodução
TV TEM/Reprodução
A criação de búfalos no interior de São Paulo vem passando por ajustes para manter a produtividade em períodos de calor intenso. Em Itapetininga (SP), produtores têm recorrido a capacitações técnicas para melhorar o manejo, a reprodução e a nutrição dos animais.
Alessandro Dezembro, que trabalha com a raça murrah, conhecida pela rusticidade e docilidade, tem 50 búfalas em lactação. No calor, a produção costuma cair, mas a situação mudou depois que ele aprendeu inseminação, passou a identificar animais que não reproduzem e aprimorou a alimentação do rebanho.
A pesagem do leite virou parte da rotina e ajuda a acompanhar o desempenho do rebanho. Genética, manejo, sanidade e uso de hormônios estão entre os fatores que interferem na produtividade. No sítio de Alessandro, a ordenha ocorre duas vezes ao dia e, em épocas melhores, a produção total já alcançou 500 litros diários.
Em Alambari (SP), o produtor Massatoshi Escuro também adotou orientações técnicas que deram bons resultados. A média passou de cerca de cinco litros para seis litros e meio por animal. No pico, o rebanho, formado por mais de 30 matrizes, chegou a produzir 170 litros por dia, que são enviados para uma cooperativa da região.
Apesar das oscilações ao longo do ano, os produtores avaliam que o investimento em manejo mais técnico tem garantido avanços na qualidade e na quantidade do leite de búfala.
Veja a reportagem exibida no programa em 30/11/2025:
Criadores de búfalos recebem assistência para aumentar produtividade do rebanho
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Reforma de pastagem ajuda a aumentar os ganhos com o rebanho

Reforma da pastagem garante alimento de qualidade para o gado o ano inteiro e aumenta a produtividade
Reprodução/TV TEM
Para a alimentação do gado, o solo é a base de tudo, quando o pasto perde a qualidade, o rebanho sente. Em Araçatuba (SP) uma fazenda com mais de duas mil cabeças de bois, tem investido na reforma periódica da pastagem para garantir a produtividade.
A fazenda conta com um sistema de integração lavoura-pecuária, começando com o preparo do solo, seguido do plantio conjunto de milho e capim. Quando o milho nasce e vira silagem para o cocho, o capim que é espalhado se desenvolve pois ele fica protegido, até que o gado possa se alimentar novamente.
Esse manejo ajuda o produtor a ter tranquilidade em ter o alimento aos animais o ano inteiro. Quando o pasto se degrada, é necessário ver se está sendo ocasionada por pragas, o clima seco e a falta de correção do solo. Por isso é necessário realizar análises periódicas e adubação correta.
Em uma outra propriedade na cidade de Buritama (SP), cerca de 350 animais aproveitam o solo bem manejado e rico em proteína. Eloá Cabrera, engenheira florestal, explica que a correção da terra com calcário, fósforo e microrganismos fixam nitrogênio mantém o pasto ativo mesmo na seca e garante brotação rápida.
Os pastos improdutivos acumulam ervas daninhas, enquanto solos corrigidos retomam a vitalidade. Como explica Daniel Miotto, técnico em agricultura, “no campo recuperado, o capim cresce denso e nutritivo. Cada tipo de solo responde de um jeito, e a calagem evita que o alumínio ocupe espaço dos nutrientes”.
Veja a reportagem exibida no programa em 30/11/2025:
Reforma de pastagem ajuda a aumentar os ganhos com o rebanho
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Receita Nosso Campo: aprenda a fazer um pão com cúrcuma e recheio de castanha de caju

Receita Nosso Campo: aprenda a fazer um pão cúrcuma
TV TEM/Reprodução
O Nosso Campo deste domingo (30) ensina a preparar uma receita de um pão cúrcuma com recheio de castanha de caju. Saiba como fazer:
Ingredientes
Massa
1kg de farinha de trigo;
480 ml de leite morno;
120 ml de óleo;
7 colheres de sopa de açúcar;
1/2 colher de sopa de sal;
3 ovos inteiros;
20 gramas de fermento biológico;
50 gramas de cúrcuma;
Recheio
100 gramas de queijo parmesão ralado;
50 gramas de castanha de caju triturada;
50 gramas de castanha de caju inteira;
2 colheres de sopa de azeite;
1 dente de alho grande amassado;
Folhas de manjericão desidratadas;
5 gramas de pimenta-do-reino;
Sal;
👨🏽🍳Como fazer?
Massa
No liquidificador, bata o leite morno, o óleo, os ovos, o açúcar e o sal até obter uma mistura aquosa;
Em uma tigela grande, misture bem a farinha de trigo, o fermento biológico e a cúrcuma. Faça um buraco no meio;
Coloque a mistura líquida do liquidificador no centro da tigela. Com uma colher ou com as mãos, comece a incorporar os ingredientes até formar uma massa;
Transfira a massa para uma bancada limpa e levemente enfarinhada;
Sove por cerca de 10 a 15 minutos, até que ela fique lisa, macia, elástica e não grude mais nas mãos. Se necessário, adicione um pouco mais de farinha aos poucos;
Faça uma bola com a massa e coloque-a de volta na tigela;
Cubra com um pano de prato limpo ou filme plástico e deixe descansar em um local abrigado por aproximadamente 1 hora, ou até dobrar de volume.
Montando a rosca
Enquanto a massa cresce, pré-aqueça o forno a 180 °C;
Após o crescimento, divida a massa em duas partes iguais. Sobre uma superfície enfarinhada, abra uma das partes com um rolo até formar um retângulo;
Pincele a superfície da massa com azeite e tempere com pimenta-do-reino e sal;
Espalhe o alho amassado e, em seguida, distribua uma camada de castanha de caju triturada, o queijo parmesão e o manjericão desidratado;
Por último, as castanhas de caju inteiras.
Montagem
Enrole a massa como se fosse um rocambole, apertando bem para o recheio ficar firme;
Una as duas pontas do rolo para formar uma rosca (um círculo). Coloque em uma forma redonda (com furo no meio ou sem) já untada e enfarinhada. Se preferir, repita o processo para fazer duas roscas menores;
Salpique um pouco de farinha de trigo por cima;
Leve ao forno pré-aquecido e asse por aproximadamente 45 minutos a 180 °C, ou até que a rosca fique dourada e firme ao toque;
Deixe amornar antes de servir;
Bom apetite!
Veja a reportagem exibida no programa em 30/11/2025:
Receita Nosso Campo: aprenda a fazer um pão com cúrcuma e recheio de castanha de caju
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Governo reduz projeção do salário mínimo de 2026 para R$ 1.627

Cédulas e moedas
Natalia Filippin/G1
O governo federal reduziu a projeção do salário mínimo para 2026. A estimativa caiu de R$ 1.631 para R$ 1.627.
A atualização foi informada pelo Ministério do Planejamento em documentos enviados ao Congresso para subsidiar a análise da proposta de Orçamento para o próximo ano.
A queda está relacionada com o comportamento da inflação — um dos componentes da fórmula de correção do piso salarial.
Os preços de produtos e serviços no país têm subido menos do que o esperado, e a expectativa é de que a inflação deste ano seja menor do que a projeção original. Por isso, o reajuste para o salário mínimo também deverá ser menor.
Se a nova projeção do governo for confirmada, a atualização do salário mínimo em 2026 deverá ser de cerca de 7,2%, em comparação com o atual piso (R$ 1.518).
O valor definitivo do salário mínimo deverá ser conhecido após a divulgação, nos próximos dias, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — entenda mais aqui.
Cortes no Orçamento
O salário mínimo é usado como referência para gastos federais, como aposentadorias, pensões, seguro desemprego e abono salarial.
Ao enviar as novas projeções econômicas ao Congresso na última semana, o Ministério do Planejamento não pediu, no entanto, uma redução desses gastos.
Segundo a pasta, um eventual corte dependerá dos parlamentares.
"De todo modo e tudo o mais constante, a projeção menor tem o efeito de reduzir os gastos com aposentadorias, pensões e outros benefícios. No entanto, a atualização da projeção depende de outros fatores, como a variação da base de beneficiários, cabendo ao Congresso avaliar a conveniência e oportunidade de alterar as estimativas dos gastos previdenciários e sociais durante a tramitação do PLOA [projeto de Orçamento]", informou.
Valor definitivo
Lula sanciona projeto do pacote fiscal que muda reajuste do salário mínimo
O valor definitivo do salário mínimo será conhecido nos próximos dias — quando o INPC, índice de inflação usado para calcular o novo salário mínimo, será divulgado. Mas não deve haver muita variação em relação à nova projeção (R$ 1.627).
A fórmula de correção do piso salarial leva em consideração a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor em 12 meses até novembro; e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB).
Pelas regras, o reajuste está, no entanto, limitado a um teto: até 2,5% acima da inflação, seguindo o arcabouço fiscal.
Produção de cogumelos cresce em regiões mais frias de montanhas e impulsiona agricultura familiar no ES
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Produção de cogumelos cresce no estado
Em meio às montanhas de Domingos Martins, no Espírito Santo, estufas mantidas a cerca de 16°C guardam uma produção que exige atenção diária e controle total de umidade e iluminação. Ali, o produtor Henrique Antônio Gomes cultiva cogumelos com a ajuda da filha, Gabriela Pereira Almeida, que também cuida das vendas e da parte comercial.
Eles fazem parte de um novo grupo de produtores de cogumelos que apostaram no cultivo em regiões mais frias do estado. Com isso, os fungos se tornaram uma nova (e lucrativa) opção de renda para famílias que ainda vivem em pequenas propriedades.
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Dentro das estufas, o ambiente é cuidadosamente ajustado: a claridade é baixa, o telhado é molhado o dia inteiro para manter o frescor e até o som da água corrente faz parte da rotina.
"Se errar em um dos três pontos, umidade, temperatura ou luz, o cogumelo cresce de pior qualidade", explicou Henrique.
Dentro das estufas de criação de cogumelos, o ambiente é cuidadosamente ajustado: a claridade é baixa, o telhado é molhado. Espírito Santo
TV Gazeta
Cultivo detalhado e cuidado diário
Henrique começou a produzir cogumelos em 2016, quando decidiu trocar a vida na capital capixaba por um sítio nas montanhas.
Hoje, a produção chega a 200 quilos por semana, colhidos diariamente, já que o crescimento do fungo é rápido: em apenas dois ou três dias, o cogumelo atinge o tamanho ideal para a colheita.
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DEMANDA DE RESTAURANTES: Flores comestíveis ganham espaço no prato e na horta; conheça variedades
O pesquisador Wilton Soares, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) explicou que cada espécie de cogumelo requer uma base nutricional única e tem peculiaridade no cultivo.
"Geralmente, a base sempre é uma fonte de carboidrato e uma fonte de proteína. O champignon, por exemplo, precisa de um substrato que já foi compostado, depois pasteurizado, antes de crescer e se desenvolver. As tecnologias foram se desenvolvendo ao longo dos anos e sempre ligadas a existência de cada espécies de fungo", explicou.
Após a colheita, os cogumelos passam por uma triagem, onde são limpos e separados conforme em propriedade em Domingos Martins, Espírito Santo.
TV Gazeta
Após a colheita, os cogumelos passam por uma triagem, onde são limpos e separados conforme o tamanho e o grau de abertura. Parte da produção é vendida in natura, e outra parte é transformada em conservas e antepastos, dentro da própria propriedade.
Mais do que um negócio, Henrique vê na produção um modo de vida.
"Se você não tiver paixão, o cogumelo não vai te obedecer. Ele precisa de cuidado e atenção. Quando entro na estufa, parece que eles estão olhando pra mim", resumiu.
Crescimento no Espírito Santo
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a produção capixaba de cogumelos saltou de 12 toneladas em 2022 para 82 toneladas em 2024.
Produção de cogumelos cresce nas montanhas e impulsiona agricultura familiar no Espírito Santo.
TV Gazeta
Os principais polos produtores estão em Domingos Martins e Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do Espírito Santo, onde o clima é mais ameno e úmido.
A atividade é majoritariamente familiar e orgânica, o que reforça o vínculo com a agricultura sustentável e agrega valor à produção local.
Cogumelos mais produzidos
No estado, os tipos mais cultivados são shiitake, shimeji e champignon (ou cogumelo paris). Cada um tem características e métodos de produção específicos:
🍄 Champignon (Cogumelo Paris)
Cultivado em palhada pré-compostada e coberta com uma fina camada de terra.
Cada ciclo de cultivo leva cerca de 90 dias.
Rico em proteínas e fibras, é o tipo mais popular e também o mais vendido em conserva (champignon).
Adapta-se bem ao clima brasileiro, com temperaturas em torno de 20 °C.
Produção sustentável, sem necessidade de agrotóxicos ou maquinário pesado.
🍄 Shiitake
Cultivado em toras de eucalipto, onde permanece por cerca de seis meses.
Precisa passar por choques térmicos e mecânicos e ficar em ambiente escuro para frutificar.
Possui sabor amadeirado e textura encorpada, sendo usado em refogados, sopas e saladas.
Rico em proteínas, fibras, vitaminas e minerais, conhecido como o “rei dos cogumelos”.
🍄 Shimeji
Cresce em sacos com palha pasteurizada e forma buquês.
Produção média: 90 dias.
É o mais versátil e aparece em diferentes variedades:
Shimeji marrom: aroma levemente adocicado, combina com carnes, frutos do mar e receitas vegetarianas.
Shimeji branco: sabor suave e textura crocante, usado em pratos orientais.
Shimeji rosa (salmão): rico em proteínas, vitaminas do complexo B e ácido fólico, ajuda na prevenção de anemias e doenças neurológicas.
Shimeji preto (ou negro): sabor intenso e textura macia.
Shimeji golden: aroma marcante, ideal para grelhar.
Shimeji citrino: sabor que lembra frutos do mar, usado para decorar saladas.
Mercado em expansão
Hoje, a família de Henrique faz entregas na Grande Vitória e em Guarapari. A divulgação é feita principalmente pelas redes sociais, que têm ajudado a popularizar o consumo do alimento no estado.
"A gente já tem os clientes que compram toda semana, como restaurantes. Estamos sempre tentando captar novos clientes através das redes sociais, fazendo a divulgação. A rede social tem a vantagem de ter fotos de pratos bonitos, então desperta a curiosidade. Acredito que de um tempo pra cá o cogumelo vem se popularizando", avaliou Gabriela.
Produção de cogumelos cresce nas montanhas e impulsiona agricultura familiar no Espírito Santo.
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Pesquisa e saúde
O professor Wilton Soares ainda apontou que os cogumelos também vêm ganhando espaço por seus benefícios nutricionais e medicinais.
"No Ifes, nós fazemos muitas pesquisas para além da produção do cogumelo para consumo, principalmente na área da saúde. Avaliamos efeitos muito bons para quem trata o câncer e para cuidar do Alzheimer, além de fortalecer o sistema imunológico", afirmou.
Produção de cogumelos cresce em regiões mais frias de montanhas e impulsiona agricultura familiar no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Produção de cogumelos cresce em regiões mais frias de montanhas e impulsiona agricultura familiar no Espírito Santo
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Relator deve apresentar nesta semana parecer da regulamentação do trabalho por app; trabalhadores são na maioria negros e homens
Proposta para motorista de app prevê INSS, carga horária e auxílio-maternidade O deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos-PE) deve apresentar nesta semana a líderes partidários seu parecer sobre a regulamentação do trabalho por aplicativo. A discussão ocorre no momento em que nova pesquisa do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) revela que a maioria dos trabalhadores do setor é negra e masculina. Segundo um levantamento, divulgado Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), 66% dos entregadores e 64% dos motoristas se declaram negros de aplicativos. O recorte de gênero também é amplo: 98% dos entregadores são homens, assim como 94% dos motoristas. Número de trabalhadores cresce De acordo com o Cebrap, o total de motoristas de aplicativo aumentou 35% entre 2022 e 2024, chegando a 1,7 milhão de trabalhadores ativos. Entre entregadores, o crescimento foi de 18%, somando mais de 450 mil em atividade. O estudo aponta ainda que 36% dos motoristas mantêm outra ocupação paralela ao aplicativo. Outros 32% abandonaram a atividade anterior para se dedicar exclusivamente às plataformas. Entre entregadores, 43% acumulam dois empregos, e 29% deixaram a ocupação anterior para ficar apenas com as entregas. Previdência ainda é desafio A contribuição previdenciária também aparece como ponto crítico: ▶️53% dos motoristas têm algum tipo de contribuição; entre os que vivem só dos apps, o índice cai para 35%. ▶️ 57% dos entregadores contribuem; entre os que não têm outra fonte de renda, o número também cai — para 34%. Pontos sem consenso na regulamentação O deputado Augusto Coutinho tem conduzido reuniões com empresas do setor — como iFood, InDrive e Uber — e representantes da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec). Segundo ele, um dos principais pontos ainda sem consenso é o modelo de contribuição previdenciária, que não deverá ser igual para todos os trabalhadores da categoria. “Nosso objetivo é viabilizar o emprego, dar dignidade ao trabalhador e melhorar a forma como as empresas o tratam, sem repassar a conta ao usuário e mantendo um ambiente saudável para os negócios”, disse Coutinho. Na semana passada, o relator também se reuniu com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Luis Philippe Vieira de Mello Filho. e com os ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral) e Luiz Marinho (Trabalho).
Vem aí uma bolha de IA? Entenda o receio do mercado com as ações de big techs e o que esperar à frente

Vem aí uma bolha de IA? Entenda o receio do mercado com as ações de big techs
O debate está aberto no mercado financeiro global: até onde as bolsas americanas podem subir impulsionadas pelas ações de tecnologia? Nos últimos anos, as big techs e as empresas de inteligência artificial (IA) têm dominado os principais índices dos Estados Unidos, acumulando recorde após recorde.
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Há algum tempo, esse movimento deixou de interessar apenas analistas e investidores institucionais e passou a despertar entusiasmo também entre pessoas físicas e iniciantes. Sempre que um fenômeno assim surge, uma clássica dúvida retorna: estamos diante de uma bolha nas empresas de IA?
Uma pesquisa global recente do Bank of America (BofA) mostra que mais da metade dos gestores do mercado financeiro consultados (54%) acredita que os investimentos nas chamadas “Sete Magníficas” estão lotados.
🔎 As Sete Magníficas são as sete maiores empresas de tecnologia do mundo: Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Na prática, isso indica que esses gestores veem muitos investidores fazendo a mesma aposta na valorização das companhias de tecnologia — o que pode elevar o risco de uma correção mais intensa no mercado, com perdas relevantes para quem não souber identificar o momento de vender.
Ainda assim, 45% apontam o risco de cauda — ou seja, de baixa probabilidade — de formação de uma bolha de IA no mercado. Outros 53% afirmam que as ações do setor já estão, de fato, em uma bolha.
De onde vêm os temores de uma bolha de IA?
De maneira geral, alguns fatores têm alimentado esse receio no mercado, como o número cada vez maior de investidores no setor e o volume elevado de recursos que algumas empresas de tecnologia vêm destinando à expansão de seus negócios.
Entenda esses pontos abaixo:
Maior número de investidores
O aumento no número de investidores apostando nesse mercado pode levar a uma valorização excessiva dessas companhias nas bolsas. Em linhas gerais, quanto maior a procura por certos ativos, maior tende a ser sua alta.
Com isso, a alta das cotações muitas vezes ocorre sem os fundamentos necessários para sustentá-la no longo prazo — ou seja, a valorização passa mais pela dinâmica de oferta e demanda do que pelo desempenho das empresas e o valor entregue aos acionistas.
Investimentos elevados e receios de “efeito cascata”
A pesquisa do BofA também mostra que, pela primeira vez em 20 anos, investidores acreditam que as empresas estão destinando recursos demais à expansão de seus negócios, movimento conhecido no mercado como “boom de capex”.
Esses investimentos estão ligados à inteligência artificial — como a construção de data centers, a aquisição de equipamentos e a compra de chips — e podem pressionar as companhias caso os resultados fiquem abaixo do esperado.
Isso também deixa a valorização mais vulnerável a correções, enquanto investidores seguem avaliando o potencial de monetização desses investimentos e a sustentabilidade do atual ciclo de gastos voltados à expansão dessas empresas.
Além disso, há dúvidas no mercado sobre o quanto fatores externos — como a necessidade de maior capacidade energética — conseguem avançar no ritmo exigido para acompanhar a evolução dessas empresas.
Esses receios já começam a se refletir nas bolsas. Um levantamento da Elos Ayta aponta que as Sete Magníficas perderam mais de US$ 1,7 trilhão em valor de mercado em menos de um mês.
O valor conjunto dessas empresas caiu de US$ 22,24 trilhões em 29 de outubro para US$ 20,49 trilhões em 20 de novembro. Mesmo assim, no longo prazo, essas companhias seguem acumulando forte valorização.
Diante desses pontos, esse temor é justificado?
Não há dúvida de que essas empresas seguem em trajetória de crescimento. O problema, porém, está nos múltiplos que vão além do lucro.
🔎 Múltiplos são indicadores que relacionam o preço da ação de uma empresa com informações financeiras presentes em seus balanços. Eles costumam ser usados por analistas para comparar uma empresa com outras do mesmo setor e decidir se o preço daquela ação está justo.
Segundo Maria Irene Jordão, estrategista global da XP, diversos ajustes são necessários para identificar se o preço de uma ação está caro ou barato.
No mercado, é relativamente comum que uma ação fique cara durante períodos de forte expansão. Para a especialista, porém, a incerteza sobre a sustentabilidade desse crescimento ajuda a explicar as quedas recentes das big techs.
“Precisamos diferenciar as empresas de inteligência artificial. Podemos questionar o ritmo de crescimento da Nvidia? Sem dúvida. Mas há muitas outras companhias de IA que ainda não dão lucro e se sustentam em ideias e promessas futuras”, afirma Jordão.
Para Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, ainda não é possível afirmar que o setor de tecnologia vive uma bolha hoje. O mercado, porém, está sensível aos dados — tanto dos balanços corporativos quanto da economia dos EUA — e cresce a percepção de que uma bolha de IA pode estourar adiante.
Ele lembra que, nas últimas bolhas — a da internet no fim dos anos 1990 e a do mercado imobiliário nos anos 2000 — houve um período mais longo de “expansão da bolha” antes do estouro.
“No caso da internet, foram seis anos de uma expansão quase contínua dos mercados acionários. E foi a mesma história dos anos 2000, que teve expansão da bolsa por cinco anos. Então me parece que há um fôlego maior nessas duas referências”, diz Padovani.
E quem tem (ou quer ter) investimentos em tecnologia?
Apesar de o setor de tecnologia ainda ser considerado um dos segmentos com potencial de bons retornos no médio e longo prazo, a recomendação é de cautela para evitar os “excessos do mercado”.
“É importante buscar empresas que entregam valor e que estão, de fato, bem posicionadas”, afirma Jordão.
A especialista explica que a IA atravessa, neste momento, uma fase de infraestrutura — a construção das bases físicas e tecnológicas que permitirão seu funcionamento. Isso inclui, por exemplo, a criação de data centers, a ampliação de linhas de transmissão, a geração de energia e a implantação de estruturas para conexão de alta velocidade.
“Olhando para essas empresas [que fornecerão a infraestrutura necessária para IA], temos talvez a possibilidade de surfar um pouco mais nesse rali”, afirma a estrategista da XP.
“Mas é preciso lembrar sempre que esse é um tema volátil e que sempre podem existir correções de mercado, o que é natural. Então é importante diversificar, entender que está sujeito à volatilidade e que estamos apenas no início de um ciclo muito longo”, acrescenta.
* Colaborou Raphael Martins
O presidente da empresa de computação de inteligência artificial Nvidia, Jensen Huang, fala em palestra na feira de tecnologia CES, em Las Vegas
Rick Wilking/Reuters
Mega-Sena hoje: aposta única leva prêmio de mais R$ 27 milhões

G1 | Loterias - Mega-Sena 2945
O sorteio do concurso 2.945 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (29). Uma aposta simples feita em uma lotérica em São Paulo levou sozinha o prêmio de mais de R$ 27 milhões.
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Veja os números sorteados: 02-01-33-07-03-27.
6 acertos - 1 aposta ganhadora: R$ 27.233.418,65.
5 acertos - 202 apostas ganhadoras: R$ 9.853,14.
4 acertos - 10.041 apostas ganhadoras: R$ 326,73.
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (2).
Mega-Sena concurso 2945
Reprodução / Caixa
Veja também:
Loteria Federal: veja resultado do concurso 6022
Lotofácil: 3 apostas vencem e cada uma leva mais de R$ 2,3 milhões
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Em crise, Correios aprovam contratação de empréstimo de R$ 20 bi para reestruturar estatal

Correios
Marcelo Camargo
O Conselho de Administração dos Correios deu aval na sexta-feira (28) à contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões como parte do plano de reestruturação da estatal.
A operação deverá contar com garantia do Tesouro Nacional e, segundo a empresa, a formalização dependerá de aprovação pela Secretaria do Tesouro, vinculada ao Ministério da Fazenda.
A expectativa, de acordo com membros da administração da estatal, é de que uma parte do montante (R$ 10 bilhões) seja liberada ainda este ano. Em 2026, os Correios devem receber a outra metade do valor a ser contratado, dividido em duas parcelas de R$ 5 bilhões cada.
A intenção de contratar um empréstimo havia sido anunciada pelos Correios em outubro deste ano. Na ocasião, a cúpula da empresa informou que a medida seria adotada para recuperar caixa e recolocar as contas da companhia em uma trajetória positiva.
A operação integra o plano de reestruturação da estatal, aprovado na última semana, que prevê, entre outras medidas, um novo programa de demissão voluntária; fechamento de 1 mil agências; e venda de imóveis (veja mais aqui).
Os Correios enfrentam uma crise financeira e têm registrado sucessivos prejuízos. Até setembro deste ano, o rombo acumulado é de R$ 6 bilhões.
A companhia projeta que, ao final deste ano, deverá registrar um prejuízo recorde, superando o obtido no ano passado. Em um comunicado interno, a empresa estimou que o rombo poderá chegar a R$ 10 bilhões em 2025 — mais de R$ 7 bilhões acima do balanço de 2024.
No comunicado, a estatal também classificou o empréstimo como "indispensável para a transição estrutural" dos Correios.
Correios registram rombo de R$ 6 bilhões até setembro
Em outubro, ao anunciar o plano de reestruturação, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou que os problemas financeiros estavam afetando a operação da empresa em diversas frentes, como o pagamento de fornecedores.
"Nos últimos anos, o que vem acontecendo com a empresa, e isso vem de forma crescente, é que, a perda de market share, a perda de competitividade, vem fazendo com que a gente tenha perda de receita", disse.
"Essa perda de receita impacta o caixa e, ao impactar o caixa, principalmente nos últimos meses, a gente vem afetando a operação que potencializa esse ciclo negativo", acrescentou Emmanoel Rondon.
Na ocasião, Rondon também explicou que, além de recompor o caixa, o empréstimo também seria utilizado para financiar ajustes fiscais e operacionais.
"O que a gente está negociando de operação é para ter reequilíbrio da empresa em 2025 e 2026, ter tempo de adotar as medidas que começam a impactar em 2026, para em 2027 a gente conseguir iniciar um ciclo de balanço em azul. Então a ideia é que em 2027 a empresa já esteja reequilibrada. Lucro em 2027", declarou.
Segundo apurou a TV Globo, a taxa de juros do empréstimo deve ficar acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Membros do governo avaliam que a taxa é considerada alta para os padrões de operações garantidas pelo Tesouro, como a pretendida pelos Correios.
Em um comunicado divulgado na tarde deste sábado (29), a empresa não confirmou detalhes da operação.
"As condições financeiras da operação ainda estão sendo tratadas junto às instituições envolvidas e, por ora, não podem ser detalhadas", diz a manifestação da companhia.
Plano de reestruturação
Correios aprovam plano para reverter crise e anunciam que empréstimo de R$ 20 bi deve sair até o fim de novembro
Antes do aval à contratação do empréstimo, os Correios aprovaram, na semana passada, um plano de reestruturação da empresa.
Segundo os Correios, ao longo dos últimos anos, os problemas financeiros foram potencializados por queda nas receitas, aumento de custos e perda de espaço no mercado de encomendas.
A estatal estima que, "se nada for feito", haverá um rombo de R$ 10 bilhões em 2025. No próximo ano, sem o plano, a companhia afirma que o prejuízo poderia alcançar R$ 23 bilhões.
Dividido em três fases, o planejamento prevê, entre outras medidas, um novo programa de demissão voluntária; fechamento de até 1 mil agências; e venda de imóveis.
O empréstimo, que recebeu aval neste sábado, também faz parte das ações. Em um comunicado divulgado na última semana, a companhia afirmou que a operação é "indispensável para a transição estrutural" dos Correios.
1️⃣ Na primeira etapa, que já está em andamento, a estatal pretende, por exemplo, regularizar pagamentos e revisar contratos. Também dará seguimento ao programa de demissão voluntária (PDV) e remodelagem de custos com plano de saúde.
Em um comunicado enviado a funcionários, a direção da empresa disse que essa fase servirá para "colocar a casa em ordem e reduzir falhas que afetam equipes e clientes".
2️⃣ A segunda etapa é chamada de "reorganizar e modernizar" e deverá ocorrer entre 2026 e 2027. É aqui que a empresa avaliará o fechamento de até mil agências consideradas deficitárias.
Também poderão ser vendidos imóveis considerados ociosos — o que a companhia estima que poderá gerar até R$ 1,5 bi.
Além disso, os Correios pretendem investir em automação e reduzir o déficit do Postal Saúde, responsável por gerir os planos de saúde dos funcionários da companhia.
3️⃣ A partir de 2027, a empresa pretende adotar estratégias para voltar a crescer. O presidente dos Correios afirma que o objetivo é que, neste ano, a companhia volte a ter lucro.
A terceira fase deve contemplar revisões nos modelos de negócios, novos contratos e parcerias e mais investimento em tecnologia. A intenção é tornar os Correios competitivos dentro do mercado logístico.
Salão do Automóvel 2025: público aprova test-drive do evento, apesar de ser limitado a 25 km/h; VÍDEO

Salão do Automóvel: público aprova test-drive do evento, apesar do limite de 25 km/h
A 31ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que ocorre até o domingo (30), tem, pela primeira vez, um espaço exclusivo para test-drives. Chamado de Drive Experience, o ambiente ocupa uma pista indoor inédita de 14 mil m², onde o público poderá dirigir lançamentos com motores a combustão, híbridos, elétricos e até modelos 4x4.
O espaço de testes fica dentro do evento, no Distrito Anhembi. Segundo a organização, a pista foi inspirada no Salão de Detroit e inclui uma reta de 160 metros para avaliar aceleração, além de exercícios como slalon (zigue-zague entre cones) e frenagem.
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A organizadora do Salão, a RX, espera realizar 10 mil testes ao longo da exposição. A pista comporta até 15 carros ao mesmo tempo.
“O Drive Experience reforça o objetivo de trazer mais interatividade para o novo Salão, que se consolida como uma plataforma de inovação e relacionamento direto entre marcas e público”, afirma Thiago Braga Ferreira, gerente executivo do evento.
Salão do automóvel estreou testes indoor na edição de 2025
Divulgação/RX
Com capacidade para 1 mil testes por dia, em voltas de até 10 minutos, o espaço reunirá cerca de 40 modelos disponíveis para avaliação. Cada marca poderá levar até seis carros para a pista por hora.
Entre os fabricantes participantes estão CAOA Changan, BYD, Renault, Peugeot, GWM, Leapmotor, Jeep, Geely, Fiat, CAOA Chery, Citroën, GAC e Honda.
O Distrito Anhembi também passou por modernizações para receber o circuito, incluindo climatização e sistemas de exaustão específicos. Como o local é fechado, o equipamento é necessário para evitar a exposição dos visitantes aos gases emitidos pelos veículos.
Contratamos uma equipe para produzir um laudo preliminar atestando a eficiência do sistema de exaustão e do controle de ruído para garantir a segurança e conforto dos visitantes”, explica o gerente.
Antes de fazer o test-drive, é necessário fazer teste do bafômetro e passar por orientações sobre a pista
Fabio Tito/g1
Executivos da GAC e da Stellantis disseram ao g1 que as marcas escolhem quais visitantes podem participar dos testes. Segundo eles, os vendedores direcionam primeiro quem demonstra maior potencial de compra.
Ferreira confirma o critério: “No final do dia, eu quero que a pessoa escolha o carro e compre. Selecionamos os compradores qualificados de cada montadora”.
Entre esses visitantes estava a família Rocha, que testou dois veículos. Aline Cristina Rocha, coordenadora pedagógica de 46 anos, conta que prefere carros grandes e, por isso, avaliou o novo Renault Boreal e o Geely EX5 híbrido.
Na experiência, o marido Carlos Alberto explicou que buscavam modelos maiores porque viajavam com frequência. “Tínhamos um Outlander. Bateram nele e deu perda total. Aí migramos para a marca Renault e compramos um Duster. Só que estamos procurando um carro mais espaçoso e, por isso, resolvemos testar o novo Boreal”, disse o pai do Davi, de 9 anos.
Família Rocha
Fabio Tito/g1
Animado com a pista do Salão, o menino explicou o motivo de preferir carros grandes: “Eu gosto porque dá para deitar no banco de trás”. Ele também lembrou que um veículo maior ajuda nas viagens para Angra dos Reis (RJ), destino favorito da família.
Durante os testes, um instrutor acompanha o motorista e orienta toda a condução.
Entre as regras estão:
Fazer o teste do etilômetro (bafômetro);
Participar de um briefing para entender que o instrutor é a autoridade da pista;
Respeitar a velocidade máxima de 25 km/h;
Usar cinto de segurança o tempo todo;
Manter as duas mãos no volante.
“Não é um teste de performance — ninguém vai fazer frenagens bruscas ou manobras rápidas. Nosso objetivo é oferecer uma primeira impressão sobre o carro, nível de ruído, equipamentos e conforto”, explica Iago Garcia, instrutor do Salão.
Mesmo com as limitações, Altair e Jaqueline Costa, visitantes que testaram o CAOA Avatr 11 — modelo ainda não lançado —, aprovaram a experiência.
“Dirigir um carro que ninguém pilotou é único. É meu terceiro dia na feira e, pelos testes que fizemos, esse é o melhor carro. Não tem o que pensar: vai vingar, ainda mais porque faz até massagem”, diz o empresário.
Jaqueline elogiou o circuito. “A acelerada é empolgante, deu para sentir bem o carro nesse percurso que a organização montou. O teste foi ótimo. A área é perfeita. Com certeza voltaremos nas próximas edições do Salão do Automóvel”, afirma a advogada.
Correios têm solução? Especialistas analisam cenário

Correios registram rombo de R$ 6 bilhões até setembro
Afundados em uma crise econômico-financeira sem precedentes, os Correios acumulam mais de 13 trimestres consecutivos de prejuízo — e o cenário para os próximos anos é ainda mais preocupante.
Projeções da própria estatal indicam que, se nada for feito, as perdas podem atingir R$ 10 bilhões em 2025 e saltar para R$ 23 bilhões em 2026. Especialistas ouvidos pelo g1 avaliam que a reversão desse quadro é improvável (leia mais abaixo).
As demonstrações financeiras do terceiro trimestre de 2025, divulgadas nesta sexta-feira (28), mostram que a estatal já registra um prejuízo de R$ 6 bilhões no acumulado do ano.
No primeiro semestre, o rombo era de R$ 4,36 bilhões. O resultado confirma a sequência de 13 trimestres seguidos no vermelho desde o fim de 2022.
A crise, no entanto, avança por diferentes frentes. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), à qual o g1 teve acesso, aponta que os Correios deixaram de registrar R$ 1 bilhão em perdas no balanço de 2023, valor relacionado a diversas decisões judiciais desfavoráveis a instituição.
Procurados, os Correios disseram que "não foram notificados oficialmente a respeito do resultado da análise do Tribunal de Contas da União e se pronunciarão oportunamente".
Agência dos Correios
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O que explica a crise
Para o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Armando Castelar, dois fatores estruturais ajudam a explicar a deterioração dos Correios.
O primeiro é tecnológico: atividades que antes eram centrais para a estatal perderam relevância com a digitalização. Um exemplo é o envio de cartas, que deixou de ser comum e foi substituído pelos e-mails. “O trabalho tradicional dos Correios se tornou menos relevante”, destaca.
Há ainda um componente político. Castelar lembra que, historicamente, cargos estratégicos na estatal sofrem influência de interesses partidários. “Muitas vezes, indicações são feitas não porque a pessoa é um grande gestor e conhece o setor, mas pela formação de coalizões”, diz.
A combinação desses elementos, avalia o economista, contribui para os prejuízos elevados e para um fluxo de caixa cada vez mais negativo.
Para Marcus Pestana, economista e ex-integrante do Conselho de Administração dos Correios, a situação financeira da estatal é “crônica e sem saída”.
Ele alerta que recorrer a empréstimos para pagar passivos de curto prazo não resolve o problema. “Se o futuro gerar novos problemas que se somem aos antigos, o empréstimo será impagável. E, se tiver aval do Tesouro, a conta vai cair sobre o contribuinte”, afirma Marcus, que também é diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
Miriam Leitão: governo tem que ter resposta à altura da gravidade do problema dos Correios
Governo descarta privatização
Em entrevista à GloboNews nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há discussão dentro do governo sobre a privatização dos Correios.
“Não vejo um debate no governo sobre privatizar os Correios. Não vejo isso acontecer da parte de nenhum ministro que tenha proposto isso”, disse na ocasião.
Segundo ele, seria “muito difícil um Estado nacional abrir mão de serviços postais”, que têm como missão garantir a universalização do atendimento.
A Fazenda já solicitou aos Correios dados detalhados, projeções e as medidas planejadas para recuperar a sustentabilidade financeira. Apenas após essa análise o governo deve definir eventuais intervenções.
Embora seja uma estatal independente — ou seja, não recebe aportes diretos do Tesouro —, o déficit dos Correios interfere na meta fiscal.
A piora de quase R$ 3 bilhões no resultado previsto para 2025 obrigou o governo a cortar despesas de ministérios, para evitar descumprimento da regra fiscal.
Medidas em curso
A nova gestão dos Correios, que assumiu o comando da estatal em setembro, aprovou na semana passada um plano de reestruturação e pretende concluir a contratação de um empréstimo até o fim deste mês.
O plano se apoia em três pilares:
recuperação financeira;
consolidação do modelo de negócios;
crescimento estratégico.
Entre as ações previstas estão:
um programa de demissão voluntária;
reestruturação da rede de atendimento;
venda de ativos e imóveis.
No início desta semana, a Fazenda detalhou o que espera dos próximos passos:
a empresa deve entregar seu plano de reestruturação ainda neste ciclo;
o governo vai avaliar a estratégia e definir medidas complementares;
a ordem é reforçar o acompanhamento periódico de todas as estatais para evitar deterioração súbita das contas.
Entenda os planos da Petrobras para investimentos, produção e dividendos até 2030

A Petrobras divulgou na última quinta-feira (27) o seu novo plano estratégico para os próximos cinco anos.
O documento prevê redução nos investimentos em relação ao plano anterior, aumento na produção e menor distribuição de dividendos aos acionistas — medidas para enfrentar a expectativa de queda no preço do petróleo Brent, usado como parâmetro global para precificação da commodity.
➡️ A queda nos preços do petróleo pode impactar diretamente o resultado da companhia, já que parte do lucro vem da venda do produto. Com preços mais baixos, cada barril rende menos receita, reduzindo o lucro.
“Os desafios aumentam. Estamos em um mundo instável, e o preço do petróleo flutua. Houve uma redução no preço por barril do petróleo cru desde o ano passado. Hoje temos 75% do valor do Brent, que é o que nos remunera, em relação a 2024”, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (28).
“Por isso, planejamos diversas medidas para racionalizar e simplificar projetos. Estamos voltando para a prancheta com alguns projetos que já estavam mais avançados justamente para trabalhar nas suas simplificações, otimizando gastos”, acrescentou a executiva.
Entenda nesta reportagem quais os rumos da Petrobras até o final desta década.
Veja os vídeos em alta no g1:
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Investimentos e aumento de produção
O plano prevê investimentos de US$ 109 bilhões (R$ 581,4 bilhões) em investimentos classificados como Capex — ou seja, usados para expandir e manter as operações da companhia. No plano anterior (2025-2029), o valor era de US$ 111 bilhões (R$ 592,1 bilhões).
Do total, US$ 91 bilhões (R$ 485,4 bilhões) serão aplicados em projetos já em execução, e US$ 18 bilhões (R$ 96 bilhões) na Carteira em Avaliação — que reúne iniciativas em estudo e sujeitas a análises adicionais antes de avançar.
A Petrobras projeta que a produção de petróleo alcance 2,7 milhões de barris por dia (bpd) em 2028 — 200 mil bpd acima da estimativa para 2026 (2,5 milhões) e 100 mil acima da previsão para 2027 (2,6 milhões). A estimativa é que a produção se mantenha nesse patamar até 2034.
Analistas apontam que o plano busca enfrentar a queda prevista nos preços do Brent com maior flexibilidade nos investimentos, aumento da produção e redução de despesas.
Isso porque o plano estabelece um novo mecanismo que separa projetos com orçamento aprovado daqueles que ainda precisam passar por análise de financiabilidade — estudo que avalia se são seguros e viáveis para receber investimento — antes da confirmação.
“Separamos os projetos maduros dos que ainda serão avaliados. Eles vão concorrer entre si, e escolheremos os que trazem maior retorno para a companhia”, explicou Chambriard.
A expectativa é que a empresa reveja esses projetos a cada três meses, avaliando disponibilidade de caixa, necessidade de retorno para a companhia e a financiabilidade desses projetos.
“É o que vamos fazer para garantir a financiabilidade e a adequação desses projetos a uma futura realidade de mercado”, completou a presidente da estatal.
Segundo as projeções da Petrobras, o preço do Brent deve ficar em US$ 63 por barril em 2026 e subir para algo em torno de US$ 70 nos anos seguintes até 2030.
Dividendos
Para dividendos, a estimativa é de pagamentos entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões (R$ 240 bilhões a R$ 266,7 bilhões) nos próximos anos. A projeção considera a carteira total da Petrobras e seu fluxo de caixa livre — dinheiro que sobra após o pagamento de despesas e investimentos.
O valor é menor que o previsto no plano anterior (2025-2029), que projetava entre US$ 45 bilhões e US$ 55 bilhões (R$ 240 bilhões a R$ 293,4 bilhões).
Além disso, a empresa também não prevê mais dividendos extraordinários — que, no plano anterior, estavam estimados entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões (entre R$ 26,7 bilhões e R$ 53,3 bilhões).
Esse cenário, segundo o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, também reflete o cenário de preços mais baixos do Brent.
Melgarejo explica que, para garantir caixa suficiente para pagamentos extraordinários, seria necessário um preço maior do petróleo no mercado internacional e produção acima do previsto.
“A expectativa de produção é a que temos aqui [no plano]. A dúvida, é o Brent. Como todo mundo tem um consenso de que o Brent não está em uma visão altista no curto prazo [ou seja, não deve ficar mais caro em um futuro próximo], muito provavelmente não teremos dividendos extraordinários nos próximos períodos”, afirmou o diretor.
“Não temos problema em distribuir caixa excedente, desde que isso não comprometa a financiabilidade dos projetos”, completou.
Exploração e produção
O plano destina US$ 69,2 bilhões à Carteira de Implantação para exploração e produção.
Do total:
62% para projetos no Pré-sal;
24% em campos do Pós-sal;
10% alocados em exploração e;
4% relacionados a terra, águas rasas, ativos no exterior e tecnologias ou projetos de descarbonização.
Segundo o plano, a projeção de aumento na produção de óleo e gás no curto e médio prazo se darão por meio de uma melhor gestão dos reservatórios, novos poços complementares e entrada de novos sistemas de produção, além de uma maior disponibilidade de gás natural à frente.
De acordo com Chambriard, a manutenção da produção entre 2027 e 2030 deverá ser mantida por “desenvolvimento complementar”.
“Isso significa novos poços perfurados nas mesmas plataformas, substituindo os poços que perderam suas produtividades. É trocar os poços menos produtivos pelos mais produtivos”, explicou a executiva.
O plano também prevê investimentos na Margem Equatorial, onde a Petrobras deve perfurar mais um poço.
“Estamos perfurando o Morpho [poço localizado na Foz do Amazonas]. Na descida da sonda, vamos para o Rio Grande do Norte perfurar o terceiro poço”, explicou a diretora-executiva de exploração e produção, Sylvia Maria Couto dos Anjos.
Segundo ela, o objetivo é somar esse poço aos dois já descobertos na região, garantindo volume suficiente para justificar uma unidade de produção.
“Furamos dois poços, todos com óleo. Mas ainda precisamos otimizar [os volumes para justificar os custos]. Esse terceiro poço tpode complementar os outros dois ou, sozinho, justificar a produção”, completou dos Anjos.
Edifício-sede da Petrobras, no centro do Rio
Marcos Serra Lima/g1
Salários devem estagnar em 2026, mas empresas apostam em benefícios para reverter insatisfação

Benefícios viram aposta contra insatisfação no trabalho, aponta pesquisa
A expectativa de um aumento salarial em 2026 será realidade para poucos. Apenas uma em cada cinco empresas pretende oferecer reajustes reais no próximo ano, segundo o Guia Salarial 2026, elaborado pela Michael Page.
O dado revela um impasse: enquanto as empresas buscam preservar a saúde financeira, os profissionais mostram insatisfação crescente com os salários, pressionando o mercado por alternativas que sustentem o engajamento.
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O levantamento aponta que 45% das empresas não planejam elevar salários além dos reajustes obrigatórios, ante os 30% do ano anterior. A contenção reflete um ambiente econômico de incertezas e de busca por mais eficiência.
"Estamos vivendo um momento complexo, tanto local quanto global. A prioridade das empresas é manter a saúde do caixa, com foco total na sustentabilidade imediata", explica Lucas Oggiam, diretor executivo da Michael Page.
Ele ressalta que conceder aumento real representa um compromisso permanente no custo fixo, o que leva muitas empresas a agir com cautela e observar o mercado antes de decidir.
Essa postura não é isolada. Nos últimos 12 meses, 59% dos profissionais não tiveram aumento, e só 5% afirmam estar muito satisfeitos com a remuneração atual.
A insatisfação afeta diretamente o engajamento: apenas 16% dizem estar muito satisfeitos com o trabalho, enquanto 38% estão pouco satisfeitos e 35% relatam algum nível de descontentamento.
Benefícios ganham protagonismo
Com pouco espaço para reajustes, os pacotes de benefícios tornam-se estratégicos. Segundo a pesquisa, 55% dos entrevistados veem esses itens como essenciais para atrair e reter talentos.
Bônus, plano de saúde, alimentação e previdência privada estão entre as principais prioridades, seguidos por programas de capacitação e desenvolvimento.
“O desafio é construir pacotes que realmente façam diferença para os colaboradores, sem comprometer a competitividade”, afirma Ricardo Basaglia, presidente da Michael Page no Brasil.
➡️ A lógica é clara: benefícios têm custos variáveis e menor impacto tributário, além de responder às demandas crescentes por flexibilidade.
Para os profissionais, essa combinação tem peso relevante. Embora 42% dos candidatos considerem essencial ter benefícios flexíveis, a realidade ainda está longe disso: 48% das empresas oferecem pacotes padronizados, sem personalização.
Essa distância pode afetar o engajamento e elevar a rotatividade, sobretudo em setores mais competitivos.
Oggiam reforça que, embora benefícios não substituam totalmente o salário, eles contribuem para elevar o nível de satisfação.
“Empresas mais estruturadas buscam entender as reais necessidades das pessoas e aplicam políticas que funcionem para seu pessoal (...) flexibilidade é um exemplo disso”, diz.
plano de saúde, alimentação e previdência privada lideram as prioridades de trabalhadores
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Escassez de talentos
O estudo aponta outro desafio: 73% das empresas têm dificuldade para contratar profissionais qualificados. E a demanda vai além do conhecimento técnico: 88% das companhias valorizam habilidades comportamentais, como inteligência emocional, pensamento crítico e adaptabilidade.
Essa mudança reforça a necessidade de programas de desenvolvimento. Mas, embora 60% das empresas declarem oferecer capacitação, apenas 28% dos profissionais dizem utilizar esse benefício.
Sobre o quadro de funcionários, 49% das empresas querem mantê-lo estável, enquanto 44% planejam contratar com aumentos moderados, geralmente de até 10%. O movimento é cauteloso, voltado ao crescimento sustentável e ao controle de custos.
Outro ponto relevante é o modelo de trabalho. Mesmo com a popularização do home office e do modelo híbrido, o estudo aponta que o presencial integral ainda predomina em 42% das empresas.
O modelo híbrido aparece em segundo lugar, com 44% de adesão, refletindo a busca por equilíbrio entre produtividade, redução de custos e qualidade de vida, sem abrir mão da cultura organizacional.
Queda no consumo de bebidas alcoólicas vira oportunidade para bares e indústrias
Mega-Sena pode pagar R$ 27 milhões neste sábado

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.945 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 27 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h deste sábado (29), em São Paulo.
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No concurso da última quinta-feira (27), nenhuma aposta acertou as seis dezenas.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Governo detalha congelamento de R$ 7,7 bilhões Orçamento; ministérios das Cidades e da Agricultura lideram cortes
Taxa de desemprego é a menor desde 2012, início da série histórica do IBGE O governo federal publicou na noite desta sexta-feira (28) o decreto que detalha o congelamento de R$ R$ 7,7 bilhões em despesas no Orçamento de 2025. A medida atinge, principalmente, os ministérios das Cidades e o da Agricultura e Pecuária. 🔎O congelamentoé feito para cumprir a meta fiscal do governo. É um ajuste feito quando o crescimento das receitas frustra as expectativas, sendo necessário segurar alguns gastos. O congelamento de recursos do orçamento atinge as chamadas “despesas discricionárias” — ou seja, gastos que não são obrigatórios, como investimentos e salários de servidores. Na semana passada, o governo divulgou o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 5º bimestre de 2025, que atualiza a projeção das contas públicas e determinou um congelamento total de R$ 7,7 bilhões nas despesas discricionárias para cumprir as regras fiscais. Em relação ao cenário anterior, houve uma liberação de R$ 644 milhões. As maiores contenções foram: Ministério das Cidades 1,2 bilhão Ministério da Agricultura e Pecuária: R$ 474 milhões; Defesa: R$ 456,8 milhões; Saúde: R$ 405 milhões; Segundo o governo, o decreto não aumentou a disponibilidade de recursos para os órgãos, com exceção de ajustes realizados nas emendas parlamentares e no Ministério das Cidades, que tiveram redução na contenção. Informou, ainda, que, no caso do Ministério das Cidades, "esses recursos serão remanejados, oportunamente, para atendimento de outras necessidades governamentais". Com a nova norma fiscal — o arcabouço — podem ser feitos bloqueios ou contingenciamentos, que na prática são limitação de valores. Entenda: ➡️ bloqueios são ligados ao limite de gastos, que só podem ser liberados se houver redução comprovada de despesas no próximo relatório bimestral de avaliação orçamentária; ➡️ contingenciamentos são ligados à busca pela meta das contas do governo, ou seja, são limitações que podem ser revertidas caso a arrecadação cresça ao longo do ano, ou outros gastos sejam bloqueados. 📉A projeção do governo para 2025 é que as contas públicas irão fechar com déficit de R$ 75,7 bilhões. Mas, pelas regras de cumprimento da meta fiscal, é possível retirar do cálculo R$ 44,4 bilhões de gastos com precatórios e outras despesas que também ficam de fora do cálculo da meta. Com esse abatimento, o governo fecharia o ano com R$ 34,2 bilhões, ou seja, estima que o objetivo fiscal não será atingido. Com o congelamento, o governo volta a prever que as contas fecharão o ano no limite da meta, ou seja, em cerca de R$ 31 bilhões de déficit. Arcabouço fiscal Pelas regras do arcabouço fiscal, aprovado em 2023: ▶️O governo também não pode ampliar as despesas acima de 70% do crescimento projetado pela arrecadação. ▶️ Se a meta fiscal não for atingida, a banda proposta, os gastos terão de crescer menos (50% do aumento real da receita, em vez de 70%) nos próximos anos. ▶️O crescimento dos gastos não pode superar 2,5% ao ano em termos reais, ou seja, acima da inflação do ano anterior. ▶️ O objetivo do arcabouço fiscal é evitar, no futuro, uma disparada da dívida pública e uma piora nos juros cobrados dos investidores na emissão de títulos públicos. Em busca do equilíbrio nas contas No último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022, as contas do governo retornaram ao azul após oito anos de déficits fiscais. Contudo, a melhora das contas públicas em 2022 era considerada pontual por analistas. Com a aprovação da PEC da transição no fim de 2022 pelo governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aumentou o valor do Bolsa Família e liberou mais gastos para saúde, educação e investimentos, projetou um rombo de R$ 231,5 bilhões em 2023. O resultado de 2023 das contas públicas foi de um déficit de R$ 230,5 bilhões, mesmo com medidas de aumento de arrecadação. A equipe do ministro Fernando Haddad, porém, credita parte desse resultado negativo ao pagamento de precatórios em atraso (no valor de R$ 92,5 bilhões). Sem o pagamento extraordinário de precatórios e com limitação de gastos pelo arcabouço fiscal, mas com despesas relativas à ajuda do governo ao estado do Rio Grande do Sul por conta de enchentes, as contas do governo apresentaram um déficit de R$ 43 bilhões no ano passado. Para 2025, a expectativa do governo agora é de rombo de R$ 73,5 bilhões, o que é reduzido para R$ 30,2 bilhões após o abatimento dos gastos com precatórios.
Correios fecham o 3º trimestre com prejuízo de R$ 6 bilhões acumulados no ano

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, os Correios, divulgou nesta sexta-feira (28) as demonstrações financeiras do 3º trimestre de 2025 com um prejuízo de R$ 6 bilhões no acumulado do ano.
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Este é o 13º trimestre consecutivo de prejuízo da empresa desde o 4º trimestre de 2022. O prejuízo acumulado no primeiro semestre havia sido de R$ 4,36 bilhões.
As demonstrações, que mostram o resultado financeiro da empresa até o dia 30 de setembro, apontam que a empresa teve R$ 12,3 bilhões de receitas, 12,7% (R$ 1,8 bilhão) a menos que o mesmo período do ano passado, quando a empresa registrou R$ 14,1 bilhões.
Já os custos operacionais tiveram uma pequena redução no mesmo período, saindo de R$ 11,8 bilhões em 2024 para R$ 11,7 em 2025 – uma redução de 1,31%, R$ 155 milhões.
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Por outro lado, as despesas gerais e administrativas saltaram no período. Enquanto em até setembro de 2024 a empresa registrou gastos de R$ 3,1 bilhões nesta categoria, em 2025 esse tipo de gasto saltou R$ 1,7 bilhão (53,5%), passando para R$ 4,8 bilhões.
De acordo com as demonstrações, o principal gasto a motivar esse aumento bilionário nas despesas foi o pagamento de precatórios referentes a decisões judiciais transitadas em julgado. Foram R$ 2,1 bilhão registrado a pagar em 2025, contra R$ 483 milhões em 2024. Apenas no 3º trimestre, os Correios registraram o reconhecimento de pagamento de R$ 524 milhões.
Gasto com empréstimos
Outro motivo para o aumento das despesas financeiras foram os juros dos empréstimos tomados pelos Correios entre dezembro de 2024 e junho de 2025. Ao todo, foram R$ 157 milhões.
Correios
Marcelo Camargo
Em dezembro passado, a empresa tomou R$ 550 milhões em empréstimos com os bancos ABC e Daycoval, que deveriam ser pagos até o final deste ano. Os Correios já quitaram os R$ 300 milhões que deviam ao Daycoval, com R$ 26 milhões de juros. E quitou outros R$ 173 milhões com o ABC, restando pagar ainda R$ 76,6 milhões.
Já o empréstimo de R$ 1,8 bilhão que a empresa tomou em junho deste ano, ainda na gestão do ex-presidente Fabiano Silva, gerou até agora juros de R$ 109 milhões.
Plano de reestruturação
Em outubro, a estatal anunciou a busca por R$ 20 bilhões em empréstimo para tentar conter a crise. Na última sexta-feira (21), a gestão que assumiu a empresa em setembro aprovou um plano de reestruturação da empresa e informou que espera que a tomada de empréstimo ocorra até o fim deste mês.
O plano se desenvolve em torno de recuperação financeira, consolidação do modelo de negócios e crescimento estratégico.
Entre as ações, estão um programa de demissão voluntária, reestruturação da rede de atendimento e venda de ativos e imóveis.
Fraude no comércio de café: grupo formado por empresários, produtores e policial civil causou rombo de R$ 400 milhões
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Justiça mantém atrás das grades os 14 presos em operação contra fraude no comércio do café
O esquema de fraudes fiscais no setor cafeeiro envolvendo empresários, produtores rurais, contadores, funcionários de empresas, comparsas "laranjas" e até um policial civil pode ter provocado um prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres públicos.
Somando multas e juros pelo não recolhimento do imposto, valor tributário evadido do estado pode ultrapassar R$ 1 bilhão, segundo estimativa da Secretaria da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz).
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Benicio Costa, o grupo usava empresas "noteiras" para emitir notas fiscais falsas e simular transações de café, principalmente para Sergipe.
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O rombo milionário foi revelado durante a Operação Recepa, deflagrada na quinta-feira (27) pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e que levou à prisão de 14 pessoas no Espírito Santo, em Minas Gerais e Sergipe. Na sexta-feira (28), a Justiça manteve a prisão de todos os presos operação.
“Considerando apenas os impostos, o prejuízo foi de cerca de R$ 400 milhões, mas, com juros e multas, esse valor pode chegar a mais de R$ 1 bilhão. Então, essas empresas vão ser autuadas e terão que responder além da parte tributária, mas também pela parte criminal, em crimes de sonegação, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros”, afirmou.
Ele explicou ainda que as empresas serão autuadas e devem responder por crimes como sonegação, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Quatorze pessoas foram presas durante uma força-tarefa coordenada pelo MPES para desmontar o esquema envolvendo a comercialização de café. Dois empresários investigados são considerados foragidos. São eles:
Wenderson Gavassoni de Azevedo, o Nem: administrador da empresa Blend Café, em Colatina, um dos alvos da investigação;
Márcio Barrozo Aranha: administrador de outras empresas apontadas como envolvidas no suposto esquema.
Quatorze pessoas são presas em operação contra fraude no comércio de café gera prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres do Espírito Santo.
Reprodução/MPES
As investigações começaram em 2022, quando chamou a atenção da Receita Estadual um aumento significativo no número de empresas "noteiras" no setor de café.
"Auditores fiscais passaram a detectar que essas empresas tinham um esquema parecido de fraude, onde adquiriam café conilon de outros estados, o que não fazia muito sentido já que este tipo de café é produzido em sua maior parte no Espírito Santo. Mas isso era feito, justamente, para depois transferir notas para essas empresas distribuidoras que enviavam o grão, principalmente, para Sergipe", detalhou Benicio.
Entre os detidos está um policial civil, identificado como Walace Simonassi Borges, que trabalhava em Marilândia, mas foi localizado em Colatina, ambas no Noroeste do Espírito Santo. Ele foi alvo de mandados de busca e de prisão preventiva.
O MP não detalhou qual seria a participação dele no esquema. A defesa de Walace Simonassi Borges afirmou que não existe nada que desabone a conduta dele e que vai demonstrar que o cliente não tem envolvimento com o esquema criminoso.
Ainda de acordo com o MP, em audiências de custódia realizadas nesta sexta-feira (28), foram mantidas as prisões preventivas de 14 pessoas detidas durante o cumprimento de mandados de prisão da Operação Recepa.
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O policial civil Walace Simonassi Borges foi preso durante a Operação Recepa, contra fraude no comércio de café no Espírito Santo.
Reprodução
Como o esquema funcionava
De acordo com o MPES, o esquema envolvia empresários, contadores, produtores rurais, funcionários de empresas e "laranjas".
O grupo criou uma rede de empresas "noteiras" responsáveis por emitir notas fiscais falsas para simular transações de café e gerar créditos tributários indevidos.
Ainda segundo as investigações, as fraudes ocorriam a partir do regime de tributação do ICMS aplicado ao café cru no estado, no qual o imposto só é recolhido nas etapas finais da cadeia.
Com isso, os criminosos compravam café sem nota fiscal, legalizavam o produto com documentação falsa e simulavam vendas para outros estados, principalmente Sergipe.
Operação Recepa
Operação Recepa tinha 16 mandados de prisão expedidos, destes, 14 foram cumpridos. Os nomes dos investigados não foram divulgados, mas a TV Gazeta teve acesso à informação. São eles:
Devanir Fernandes dos Santos
Henrique Martinelle de Oliveira
Júlio Cezar Mattedi
Lucas Scalfoni Fracaroli
Marcio José Pereira Lemos
Márcio Barrozo Aranha
Rivadar Maia da Fonseca
Rosemeire Sommer Silva
Taciano Soares Mattedi
Thiago de Resende Gava
Vitor Silva Vitório
Walter Luiz Schellemberg Filho
Walace Simonassi Borges
Weber de Moraes
Wenderson Gavassoni de Azevedo
Wesley Pereira Lourenço
O g1 entrou em contato com as defesas dos citados (leia mais abaixo). Alguns ainda não responderam à reportagem.
Além das prisões, 37 mandados de busca e apreensão também foram executados, e apreendidos cerca de R$ 360 mil, três armas, joias, celulares e computadores que vão passar por perícia.
Também foi realizada a indisponibilidade de cerca de 190 veículos, ou seja, estão bloqueados judicialmente, não podem ser vendidos, transferidos, usados como garantia ou ter qualquer alteração de propriedade enquanto durar a investigação ou o processo.
Empresa em Colatina foi alvo da operação
Foram cumpridos mandados na sede da empresa Blend Café, que atua na importação e exportação de café em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
TV Gazeta
No Espírito Santo, as ações aconteceram em Rio Bananal, Guaçuí, Governador Lindenberg, Colatina, Linhares, Vitória, Serra, Irupi e Vila Velha. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Muriaé, Minas Gerais, e um em Aracaju, Sergipe.
Também em Colatina, foram cumpridos mandados na sede da empresa Blend Café, que atua na importação e exportação do grão, e tem como proprietário Wenderson Gavassoni de Azevedo, investigado que aparece na lista dos envolvidos com mandados de prisão em aberto. (veja acima)
Representantes do grupo se manifestaram, disseram que a empresa atua dentro da lei e vai colaborar com as autoridade na investigação.
"A Blend Café esclarece que não compactua com qualquer irregularidade e reforça que suas atividades seguem estritamente dentro dos parâmetros legais. A empresa preza pelo rigor em seus processos internos e pela seriedade que pauta sua história, razão pela qual permanece tranquila e confiante sobre a lisura de suas práticas", informou.
A empresa disse ainda que 'tão logo tenha acesso integral às informações relativas à operação conduzida pelo Ministério Público, a empresa se colocará à disposição das autoridades e, como sempre fez, colaborará para o pleno esclarecimento dos fatos'.
Sacas de café sem nota fiscal
Na prática, as sacas eram adquiridas sem nota, geravam créditos irregulares de ICMS e as dívidas iam para laranjas. Depois, “legalizavam” o produto com notas de entrada emitidas pelas noteiras.
Ao vender para outros estados, simulavam que as operações eram feitas por essas empresas de fachada, evitando o imposto devido.
Segundo as investigações, uma indústria de torrefação em Sergipe e empresas atacadistas do Espírito Santo figuram entre as principais beneficiárias.
Manifestação dos promotores de Justiça
Em nota, os promotores de Justiça responsáveis pelo caso lembraram a importância econômica do Espírito Santo na produção de café conilon e destacaram a gravidade do esquema.
“O Espírito Santo é o maior produtor de café Conilon do Brasil, responsável por alimentar a indústria nacional e internacional nesse setor, sustentar milhares de famílias, movimentar municípios inteiros e gerar riqueza que toca todos os serviços públicos. Quando um crime ameaça esse setor, ele ameaça nossa história, nossa economia, nossos produtores rurais e todo o povo capixaba”.
Quatorze pessoas são presas em operação contra fraude no comércio de café gera prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres do Espírito Santo.
Reprodução/MPES
Os promotores reforçaram que a Operação ocorreu depois de meses de investigação técnica, relatórios robustos, análises de inteligência e provas inequívocas.
“O crime que combatemos não é apenas fiscal. Ele destrói a arrecadação do Estado, serviços públicos essenciais, direitos fundamentais, produtores honestos, empresas que jogam limpo, segurança jurídica e confiança no sistema tributário. E destrói, sobretudo, o setor que sustenta o Espírito Santo e nos coloca como referência nacional. Hoje, protegemos tudo isso!”.
O que dizem os envolvidos
As defesas de Wesley Pereira Lourenço e Taciano Soares Mattedi disseram que no momento não vão se pronunciar.
A defesa de Márcio Barrozo Aranha informou que as investigações em curso tramitam sob segredo de justiça, motivo pelo qual todos os esclarecimentos serão prestados exclusivamente nos autos. Disse ainda que Márcio está colaborando e confiante de que provará sua inocência no decorrer da investigação.
A defesa Rivadar Maia da Fonseca sustenta a absoluta inocência de seu constituinte, afirmando que "os fatos descritos na exordial acusatória não encontram respaldo na realidade fática. Aduz que o acusado não possui qualquer participação ou vínculo com as condutas que lhe foram imputadas no presente feito".
No caso de Wenderson Gavassoni, o advogado ouvido explicou que atua apenas para a empresa Blend Café e não informou quem vai cuidar da defesa criminal do empresário.
A advogada que atende a Henrique Martinelli de Oliveira disse que iria falar com a família e retornaria a reportagem.
Os advogados de Walter Luiz Schellemberg Filho afirmam que vão rebatar as acusações que consideram nulas, e garantem que o cliente tem colaborado com o processo.
A defesa de Devanir Fernandes dos Santos disse que não tem nada a declarar, porque ainda está avaliando o inquérito.
Os advogados de Vitor Silva Vitorio não deram retorno até a última atualização da reportagem.
O g1 e a TV Gazeta não conseguiram contato com as defesas de Lucas Fracaroili, Julio Mattedi, Tiago Gava, Marcio Lemos e Weber de Moraes. O espaço segue aberto para todas as respostas.
Origem do nome
O nome da operação, Recepa, é o termo usado para uma poda drástica na lavoura do café. Ela permite que a planta brote novamente, recuperando a produção após alguns anos, sem perder a genética original.
A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (GAESF/MPES), com apoio da Sefaz, Receita Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPES) e contou com a participação de mais de 150 agentes públicos.
Também participam a Polícia Penal, o Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e os Ministérios Públicos de Minas Gerais e Sergipe.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Espírito Santo (CGPC) disse que participou da operação especificamente no cumprimento dos mandados que envolveram o Oficial Investigador de Polícia (OIP) e afirmou que vai abrir procedimento administrativo disciplinar para apurar sua conduta.
Empresa de café de Colatina é alvo de investigação do Ministério Público
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Conta de luz: Aneel rebaixa bandeira tarifária para amarela em dezembro

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou, nesta sexta-feira (28), que rebaixou a bandeira tarifária para o patamar amarelo para dezembro.
A categoria significa um custo extra de R$ 1,88 a cada 100kWh, menor do que no mês anterior. Em novembro, a bandeira tarifária foi a vermelha patamar 1, um custo extra de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
🔎A bandeira tarifária sinaliza ao consumidor os custos reais da geração de energia no país. Quando a geração fica mais cara, a cobrança extra é aplicada automaticamente nas contas.
"Com a entrada do período chuvoso no país, a previsão de chuvas para dezembro é superior às chuvas que ocorreram em novembro, na maior parte do país. Contudo, essa expectativa de chuvas está, em geral, abaixo da sua média histórica para esse mês do ano", afirmou a Aneel.
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Em novembro, a Aneel determinou a manutenção da bandeira vermelha patamar 1 – a bandeira já havia sido aplicada em outubro.
"Diante de condições de geração de energia um pouco mais favoráveis, foi possível mudar da bandeira vermelha patamar 1 para amarela. Por isso, o acionamento das termelétricas continua sendo essencial para atender à demanda", disse a Aneel.
A Aneel informou ao g1 que esta é a primeira vez, desde 2019, que a bandeira amarela é acionada para o mês de dezembro. Entre setembro de 2021 e abril de 2022, vigorou a bandeira de escassez hídrica devido às condições hidrológicas daquele período.
Como funciona o sistema de cores
💡 O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
Usina Hidroelétrica Engenheiro Sérgio Motta, em Rosana (SP)
Cesp
Saiba quanto custa cada bandeira
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
Relator da indicação de Messias deve encontrar Lula e pedir pacificação com Alcolumbre
Relator da CCJ sinaliza parecer favorável à indicação de Jorge Messias ao STF O relator da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), senador Weverton Rocha (PDT-MA), deve se reunir com o presidente Lula até segunda-feira (1º) e irá propor que o planalto acene com a pacificação das relações entre governo e Senado ao presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP). A reunião com Lula foi marcada logo após Weverton se reunir com Messias, nesta quinta-feira. Segundo senadores ouvidos pelo blog, Weverton, que é vice-líder do governo no Senado, terá parecer favorável à aprovação de Messias, mas apenas um movimento de Alcolumbre poderia garantir apoios suficientes na Casa para a aprovação como ministro do STF. Nem mesmo a estratégia do governo de atrasar o envio da mensagem ao Senado com o nome de Messias tende a funcionar, segundo apurou o blog. A tendência será Alcolumbre fazer a leitura em plenário da indicação de Messias publicada no Diário Oficial da União. O Senado marcou a sabatina e votação no plenário do nome de Messias para 10 de dezembro, o que dá pouco tempo ao atual AGU de se apresentar e buscar apoios para aprovação na casa. Segundo relatos, Weverton tem dito que se Lula ou Alcolumbre se sentirem derrotados na queda de braço que virou a indicação de Messias, todos têm a perder no governo e no Congresso.
Número de focos de gripe aviária nos EUA em novembro é quase 4 vezes maior do que no ano passado

Como os EUA deixaram gripe aviária sair do controle e contaminar até vacas
O surto de gripe aviária chegou mais cedo na Europa e na América do Norte este ano, afetando aves silvestres e de granjas.
A gripe aviária levou ao abate de centenas de milhões de aves de criação nos últimos anos, interrompendo o abastecimento de alimentos e elevando os preços. As infecções em humanos permanecem raras.
Normalmente, os surtos atingem o pico no hemisfério Norte apenas no outono, época em que as aves migratórias voam para o Sul. Contudo, os casos apareceram mais cedo e em maior número na Europa e nos Estados Unidos.
No país, a quantidade de focos relatada até 18 de novembro já era 4 vezes maior do que o total de 2024.
A Organização Mundial de Saúde Animal disse que os surtos iniciais eram preocupantes, mas não alarmantes.
"Não deve haver motivo para alarme de saúde pública. Um aumento no número de casos pode ter diferentes explicações. O que precisamos observar é o próprio vírus", disse Gregorio Torres, chefe do departamento científico da instituição.
Saiba também: China suspende proibição das importações de frango do Brasil após 6 meses de embargo
Mais aves sacrificadas na América do Norte
Nos EUA, 107 focos foram relatados até 18 de novembro. Em Minnesota, o maior estado produtor de perus do país, o primeiro caso foi confirmado dois meses antes do que em 2022.
"Certamente é mais do que vimos nas últimas temporadas de migração de aves de inverno e outono", disse Tim Boring, diretor do Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Michigan, outro grande estado produtor de perus.
"Acho que faz parte de um padrão contínuo... Ainda estamos dentro deste surto atual que já dura vários anos", disse ele.
Os EUA já abateram cerca de 8 milhões de aves desde setembro, um ligeiro aumento em relação ao ano passado, segundo dados do governo.
O Canadá, que tem um plantel de aves menor que o dos EUA, também abateu quase 8 milhões de aves. O Ministro da Agricultura canadense, Heath MacDonald, disse que a situação da gripe aviária estava se tornando "muito preocupante".
"As aves selvagens parecem estar carregando mais dessa doença. Então, de certa forma, é assustador", disse ele à Reuters.
Novas aves afetadas
Na Europa, a situação também foi mais grave do que no ano passado, com a Alemanha registrando o maior número de surtos em três anos.
Entre o início de setembro e meados de novembro, 1.443 casos de gripe aviária foram detectados em aves selvagens em 26 países europeus – um aumento de quatro vezes em comparação com o mesmo período de 2014 e o maior desde 2016, informou a Agência Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).
Novas a afetadas temporada? Não são exatamente as mesmas aves que estão sendo afetadas. Desta vez, vimos a contaminação ocorrer mais cedo entre as aves selvagens e agora estamos começando a detectar casos que estão se espalhando para aves de criação", disse Gilles Salvat, vice-diretor-geral da Agência Francesa de Segurança Sanitária (ANSES).
Salvat apontou os grous-comuns — aves que normalmente migram mais cedo do que as aquáticas como patos, gansos e cisnes — como um dos principais fatores por trás do surto.
Os casos se espalharam do Nordeste ao Sudoeste da Europa, com altas taxas de mortalidade na Alemanha e na França.
A França colocou seu setor avícola em alerta máximo em outubro, muito antes do que nos anos anteriores.
A situação era mais normal na maior parte da Ásia, com exceção do Camboja, que registrou surtos graves de gripe aviária, enquanto o Japão relatou seu primeiro caso em 22 de outubro, cinco dias depois do ano passado. Cerca de 1,65 milhão de aves foram abatidas até o momento no Japão.
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Airbus ordena recall urgente em aviões A320; aéreas brasileiras dizem que não serão afetadas

Airbus anuncia recall de aviões A320
A Airbus informou nesta sexta-feira (28) que determinou uma mudança imediata de software em uma parte significativa da família de jatos A320, seu modelo mais vendido. Segundo fontes do setor, a medida deve envolver cerca de 6 mil aviões, mais da metade da frota global.
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A empresa informou que um incidente recente com um avião da família A320 revelou que radiação solar intensa pode corromper dados essenciais para o funcionamento dos controles de voo.
“A Airbus reconhece que essas recomendações vão causar interrupções operacionais para passageiros e clientes”, disse a empresa.
Um documento obtido pela agência Reuters afirma que a correção do software, que opera o controle dos profundores e dos ailerons, deve ser feita antes do próximo voo com passageiros das aeronaves.
Os profundores controlam o ângulo de ataque do nariz da aeronave. Já os ailerons controlam controlam a rotação da aeronave em torno de seu eixo transversal, isto é, a "inclinação" para o lado.
Segundo a Airbus, a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) deve emitir uma diretriz de aeronavegabilidade em caráter de emergência.
De acordo com fontes do setor, em cerca de dois terços dos jatos afetados, o recall deve resultar em uma interrupção curta das operações, já que as companhias aéreas poderão voltar a usar uma versão anterior do software.
Mesmo assim, a dimensão da operação deve gerar transtornos significativos, principalmente devido à alta temporada de voos no fim de ano.
Centenas de aviões também podem precisar trocar componentes de hardware, o que pode deixá-los fora de serviço por semanas.
No Brasil, o A320 é operado pelas companhias Latam e Azul.
A Azul Linhas Aéreas disse que "nenhuma de suas aeronaves do modelo em questão está inclusa no programa de recall anunciado pela Airbus".
A Latam disse que voos do Brasil não serão afetados pela medida e que apenas dois voos da Colômbia devem ser cancelados.
Incidente nos EUA
Um Airbus A320-200 da companhia estatal russa Aeroflot decola no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, nos arredores de Moscou, na Rússia, em junho de 2018
Maxim Shemetov/Reuters/Arquivo
O incidente que motivou a ação envolveu um voo da JetBlue, que ia de Cancún, no México, para Newark, em Nova Jersey, em 30 de outubro, segundo fontes da indústria.
O voo 1230 fez um pouso de emergência em Tampa, na Flórida, e várias pessoas foram levadas ao hospital após um problema no controle de voo e uma queda repentina e não comandada de altitude.
De acordo com dados da Airbus, há cerca de 11.300 aeronaves da família A320 em operação, incluindo 6.440 do modelo A320.
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Adeus, B3: por que empresas estão deixando a bolsa mesmo com o Ibovespa em recorde?

Por que empresas estão deixando a bolsa mesmo com o Ibovespa em recorde?
A espanhola Iberdrola anunciou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar todas as ações da Neoenergia e retirar a empresa da B3. Se a operação for adiante, a elétrica se junta ao grupo de empresas que fecharam capital em 2025.
Desde 2023, 32 companhias saíram da bolsa brasileira, segundo dados compilados por Einar Rivero, da Elos Ayta. Entre janeiro e outubro deste ano, além da Neoenergia, outras nove deixaram o mercado, como Santos Brasil (STBP3), Carrefour Brasil (CRFB3) e JBS (JBSS3), após a fusão com a BRF (BRFS3). (veja a lista completa no final da reportagem)
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Enquanto isso, o Ibovespa acumula recordes em 2025. De cerca de 120 mil pontos no início do ano, superou os 159 mil pontos pela primeira vez nesta sexta-feira (28).
A valorização acumulada no ano já supera os 32%, reflexo da combinação entre juros atrativos no Brasil e o fluxo de capital estrangeiro em busca de ativos mais rentáveis.
Mas, se o Ibovespa está em alta, por que tantas empresas estão deixando a bolsa? A seguir, os motivos por trás da onda de OPAs e o que ela revela sobre o momento do mercado e da economia.
O que é uma OPA e por que empresas estão saindo da B3
💰 A Oferta Pública de Aquisição (OPA) funciona como o oposto da Oferta Pública Inicial (IPO). Enquanto o IPO marca a entrada da empresa na bolsa para captar recursos, a OPA é usada para fechar o capital por meio da recompra das ações dos demais acionistas.
Os motivos para promover uma OPA variam. No caso da Santos Brasil, o grupo francês CMA CGM comprou cerca de 48% da empresa por R$ 6,3 bilhões. Fusões e decisões estratégicas também explicam parte das saídas.
Já a Iberdrola afirmou que a OPA da Neonergia tem o objetivo de “simplificar a estrutura corporativa e organizacional da Neoenergia, fornecendo, portanto, maior flexibilidade na gestão financeira e operacional de suas atividades.”
Segundo Marcos Praça, diretor de análise da Zero Markets Brasil, muitas empresas deixam a bolsa porque o custo de permanecer listada é alto e a pressão por resultados trimestrais é intensa.
“O Donald Trump chegou a dizer que gostaria de acabar com o reporte trimestral nos EUA, porque coloca as empresas numa ‘maratona’ contínua", afirma. "Isso atrapalha estratégias de médio e longo prazo. Qualquer recuo, investimento maior, contratação ou corte vira motivo para o investidor reclamar e vender a ação, derrubando o preço no curto prazo.”
Ele acrescenta que, com juros altos no Brasil (a Selic está em 15% ao ano desde junho), os investidores exigem retornos maiores, algo que muitas companhias não conseguem entregar.
🔎 Quando a Selic está muito alta, os investimentos seguros, como títulos públicos e renda fixa, já rendem bastante sem risco. Com isso, os investidores só topam colocar dinheiro em ações se elas puderem render mais do que esses 15% ao ano. Como muitas empresas não conseguem oferecer um retorno tão alto, a ação perde atratividade.
As exigências de governança, transparência e manutenção de uma estrutura de Relações com Investidores também encarecem a operação.
Nesse contexto, as empresas listadas na bolsa passam a ver mais vantagens em fechar capital para reduzir custos e executar projetos sem pressão constante por investidores. O movimento ocorre mesmo com o Ibovespa em alta.
Para Frederico Nobre, gestor de investimentos da Warren, outro fator é a percepção de que muitas ações estão baratas demais.
“O controlador pode considerar que sua empresa está sendo negociada por valores muito baixos. Nos últimos anos, inclusive, houve casos de IPOs reversos, quando companhias abertas são compradas por outras empresas para serem listadas de forma mais rápida e com menos burocracia.”
Ele lembra que os IPOs praticamente desapareceram e que investidores institucionais têm priorizado renda fixa e crédito. O último IPO da B3 foi o da Vittia (VITT3), em setembro de 2021. Desde então, o interesse no capital aberto e a disponibilidade de financiamento via mercado caíram, segundo ele.
Se o Ibovespa está batendo recordes, por que empresas saem da bolsa?
Segundo os analistas, os recordes do Ibovespa não refletem o desempenho de todas as empresas. O índice mede a média das ações mais negociadas — e é altamente concentrado.
📈 Os pontos do Ibovespa são apenas um número usado para mostrar se as ações mais negociadas da bolsa subiram ou caíram. Não representam dinheiro, mas sim a variação média do mercado: quando o índice sobe em pontos, significa que essas ações se valorizaram; quando cai, que se desvalorizaram.
Os especialistas afirmam que superar uma determinada marca de pontos não tem um significado técnico, mas forma um marco psicológico importante que atrai atenção para a bolsa.
“Usamos o Ibovespa como termômetro, mas com cautela”, afirma Marcos Praça, comparando o índice ao S&P 500, nos EUA, também concentrado em poucas empresas.
“Na B3 acontece algo parecido. Vale e Petrobras representam juntas mais de 15% do peso do Ibovespa. Se elas sobem, puxam o Ibovespa, mesmo que várias empresas estejam estagnadas ou caindo. Itaú e outros grandes bancos também têm peso enorme.”
Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, afirma que a alta do Ibovespa não significa que o mercado brasileiro esteja excepcionalmente forte. “A bolsa sobe porque temos poucas opções de empresas e, com o cenário de juros altos, muitas companhias foram incentivadas a recomprar ações.”
Além disso, a volatilidade na bolsa americana e nas big techs também leva investidores estrangeiros a buscarem alternativas em mercados emergentes, como o Brasil. (entenda abaixo)
O que explica os recordes do Ibovespa?
De acordo com os analistas, a alta recente é impulsionada sobretudo pela entrada de capital estrangeiro. Segundo a B3, 58,30% dos recursos investidos na bolsa neste ano vieram do exterior.
Outro fator foi a mudança de direção do Federal Reserve. O banco central americano cortou os juros duas vezes em 2025, reduzindo o rendimento das Treasuries (o “Tesouro Direto” dos EUA) e incentivando investimentos em mercados emergentes, onde o Brasil se destaca pelos juros elevados.
Com isso, cresce a entrada de capital na bolsa e a valorização do real. Marcos Praça lembra que a B3 ficou “parada” por anos após a pandemia, enquanto outras bolsas se recuperaram mais cedo. “O avanço recente é mais uma correção do atraso do que um verdadeiro boom.”
Sede da B3, a bolsa brasileira, no Centro de São Paulo
Divulgação/B3
Bradesco e Santander apresentam instabilidade no aplicativo em dia de Black Friday

Bradesco e Santander apresentam instabilidade no aplicativo
Os aplicativos do Bradesco e do Santander enfrentam instabilidade nesta sexta-feira (28), gerando uma série de reclamações de clientes nas redes sociais.
Entre os principais problemas relatados, usuários afirmam não conseguir acessar o app nem realizar transações via PIX.
De acordo com o site Downdetector, que monitora falhas em serviços digitais, foram registradas pelo menos 1.000 reclamações no app do Bradesco até as 12h44.
Por volta das 10h, cerca de 700 reclamações foram registradas no aplicativo do Santander. Procurado, o banco informou que o app já voltou a funcionar normalmente para os clientes. Já o Bradesco informou que o aplicativo da instituição "apresentou intermitência momentânea, que já foi regularizada". Todos os serviços funcionam normalmente, segundo o banco.
As interrupções ocorrem em um dia movimentado para o setor financeiro, marcado pelo pagamento do décimo terceiro salário e pela Black Friday, evento global que registra alto volume de transações e descontos expressivos no comércio.
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Aplicativo do Bradesco apresentava instabilidade nesta sexta-feira (28)
Reprodução/Arquivo pessoal
Nas redes sociais, diversos clientes relataram problemas com o aplicativo. Em resposta às menções no X, o Bradesco pediu que os usuários tentassem acessar o app novamente mais tarde: "Estamos trabalhando para corrigir o quanto antes. Por favor, acesse mais tarde", informou o banco.
Já o Santander reconheceu a instabilidade em seu aplicativo nesta sexta-feira e informou que já trabalha para normalizar o serviço. Em comunicado nas redes sociais, o banco orientou os clientes a utilizarem o Internet Banking, caixas eletrônicos, agências ou a central de atendimento.
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Veja as reclamações dos clientes nas redes sociais:
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Ilustração de logo do Bradesco.
Reuters
Policial Civil e outras 13 pessoas são presas em operação contra fraude milionária no comércio de café no ES
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Policial Civil e outras 13 pessoas são presas em operação contra fraude milionária
Quatorze pessoas foram presas em cidades do Espírito Santo, Minas Gerais e Sergipe, nesta quinta-feira (27), durante uma força-tarefa coordenada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) para desmontar um esquema de fraudes fiscais envolvendo a comercialização de café.
De acordo com o MPES, o esquema envolvia empresários, contadores, produtores rurais, funcionários de empresas e “laranjas”.
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Segundo as investigações da Operação Recepa, a organização criminosa teria causado um rombo estimado em R$ 400 milhões aos cofres públicos, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
Entre os detidos está um policial civil, identificado como Walace Simonassi Borges, que trabalhava em Marilândia, mas foi localizado em Colatina, ambas no Noroeste do Espírito Santo. Ele foi alvo de mandados de busca e de prisão preventiva.
O MP não detalhou qual seria a participação dele no esquema. A defesa de Walace Simonassi Borges afirmou que não existe nada que desabone a conduta dele e que vai demonstrar que o cliente não tem envolvimento com o esquema criminoso.
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O policial civil Walace Simonassi Borges foi preso durante a Operação Recepa, contra fraude no comércio de café no Espírito Santo.
Reprodução
Operação Recepa
Operação Recepa tinha 16 mandados de prisão expedidos, destes, 14 foram cumpridos. Os nomes dos investigados não foram divulgados, mas a TV Gazeta teve acesso à informação. São eles:
Devanir Fernandes dos Santos
Henrique Martinelle de Oliveira
Júlio Cezar Mattedi
Lucas Scalfoni Fracaroli
Marcio José Pereira Lemos
Márcio Barrozo Aranha
Rivadar Maia da Fonseca
Rosemeire Sommer Silva
Taciano Soares Mattedi
Thiago de Resende Gava
Vitor Silva Vitório
Walter Luiz Schellemberg Filho
Walace Simonassi Borges
Weber de Moraes
Wenderson Gavassoni de Azevedo
Wesley Pereira Lourenço
O g1 entrou em contato com as defesas dos citados (leia mais abaixo). Alguns ainda não responderam à reportagem.
Além das prisões, 37 mandados de busca e apreensão também foram executados, e apreendidos cerca de R$ 360 mil, três armas, joias, celulares e computadores que vão passar por perícia.
Também foi realizada a indisponibilidade de cerca de 190 veículos, ou seja, estão bloqueados judicialmente, não podem ser vendidos, transferidos, usados como garantia ou ter qualquer alteração de propriedade enquanto durar a investigação ou o processo.
Prejuízo pode passar de R$ 1 bilhão
As investigações começaram em 2022, quando chamou a atenção da Receita Estadual um aumento significativo no número de empresas 'noteiras' no setor de café.
"Auditores fiscais passaram a detectar que essas empresas tinham um esquema parecido de fraude, onde adquiriam café conilon de outros estados, o que não fazia muito sentido já que este tipo de café é produzido em sua maior parte no Espírito Santo. Mas isso era feito, justamente, para depois transferir notas para essas empresas distribuidoras que enviavam o grão, principalmente, para Sergipe", detalhou o secretário de Estado da Fazenda, Benicio Costa.
De acordo com o secretário, considerando juros e multas, o valor tributário evadido do estado pode ultrapassar R$ 1 bilhão.
"Considerando apenas os impostos, o prejuízo foi de cerca de R$ 400 milhões, mas, com juros e multas, esse valor pode chegar a mais de R$ 1 bilhão. Então essas empresas vão ser autuadas e terão que responder além da parte tributária, mas também pela parte criminal, em crimes de sonegação, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, entre outros", pontuou Costa.
Empresa em Colatina foi alvo da operação
Foram cumpridos mandados na sede da empresa Blend Café, que atua na importação e exportação de café em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
TV Gazeta
No Espírito Santo, as ações aconteceram em Rio Bananal, Guaçuí, Governador Lindenberg, Colatina, Linhares, Vitória, Serra, Irupi e Vila Velha. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Muriaé, Minas Gerais, e um em Aracaju, Sergipe.
Também em Colatina, foram cumpridos mandados na sede da empresa Blend Café, que atua na importação e exportação do grão, e tem como proprietário Wenderson Gavassoni de Azevedo, investigado que aparece na lista dos envolvidos com mandados de prisão em aberto. (veja acima)
Representantes do grupo se manifestaram, disseram que a empresa atua dentro da lei e vai colaborar com as autoridade na investigação.
"A Blend Café esclarece que não compactua com qualquer irregularidade e reforça que suas atividades seguem estritamente dentro dos parâmetros legais. A empresa preza pelo rigor em seus processos internos e pela seriedade que pauta sua história, razão pela qual permanece tranquila e confiante sobre a lisura de suas práticas", informou.
A empresa disse ainda que 'tão logo tenha acesso integral às informações relativas à operação conduzida pelo Ministério Público, a empresa se colocará à disposição das autoridades e, como sempre fez, colaborará para o pleno esclarecimento dos fatos'.
Como o esquema funcionava
De acordo com o MPES, o esquema envolvia empresários, contadores, produtores rurais, funcionários de empresas e “laranjas”.
O grupo criou uma rede de empresas "noteiras" responsáveis por emitir notas fiscais falsas para simular transações de café e gerar créditos tributários indevidos.
Quatorze pessoas são presas em operação contra fraude no comércio de café gera prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres do Espírito Santo.
Reprodução/MPES
Ainda segundo as investigações, as fraudes ocorriam a partir do regime de tributação do ICMS aplicado ao café cru no estado, no qual o imposto só é recolhido nas etapas finais da cadeia.
Com isso, os criminosos compravam café sem nota fiscal, legalizavam o produto com documentação falsa e simulavam vendas para outros estados, principalmente Sergipe.
Sacas de café sem nota fiscal
Na prática, as sacas eram adquiridas sem nota, geravam créditos irregulares de ICMS e as dívidas iam para laranjas. Depois, “legalizavam” o produto com notas de entrada emitidas pelas noteiras.
Ao vender para outros estados, simulavam que as operações eram feitas por essas empresas de fachada, evitando o imposto devido.
Segundo as investigações, uma indústria de torrefação em Sergipe e empresas atacadistas do Espírito Santo figuram entre as principais beneficiárias.
Manifestação dos promotores de Justiça
Em nota, os promotores de Justiça responsáveis pelo caso lembraram a importância econômica do Espírito Santo na produção de café conilon e destacaram a gravidade do esquema.
“O Espírito Santo é o maior produtor de café Conilon do Brasil, responsável por alimentar a indústria nacional e internacional nesse setor, sustentar milhares de famílias, movimentar municípios inteiros e gerar riqueza que toca todos os serviços públicos. Quando um crime ameaça esse setor, ele ameaça nossa história, nossa economia, nossos produtores rurais e todo o povo capixaba”.
Quatorze pessoas são presas em operação contra fraude no comércio de café gera prejuízo de R$ 400 milhões aos cofres do Espírito Santo.
Reprodução/MPES
Os promotores reforçaram que a Operação ocorreu depois de meses de investigação técnica, relatórios robustos, análises de inteligência e provas inequívocas.
“O crime que combatemos não é apenas fiscal. Ele destrói a arrecadação do Estado, serviços públicos essenciais, direitos fundamentais, produtores honestos, empresas que jogam limpo, segurança jurídica e confiança no sistema tributário. E destrói, sobretudo, o setor que sustenta o Espírito Santo e nos coloca como referência nacional. Hoje, protegemos tudo isso!”.
O que dizem os envolvidos
As defesas de Wesley Pereiras Lourenço e Taciano Soares Mattedi disseram que no momento não vão se pronunciar.
A defesa de Márcio Barrozo Aranha informou que as investigações em curso tramitam sob segredo de justiça, motivo pelo qual todos os esclarecimentos serão prestados exclusivamente nos autos. Diss ainda que Márcio está colaborando e confiante de que provará sua inocência no decorrer da investigação.
A defesa Rivadar Maia da Fonseca sustenta a absoluta inocência de seu constituinte, afirmando que "os fatos descritos na exordial acusatória não encontram respaldo na realidade fática. Aduz que o acusado não possui qualquer participação ou vínculo com as condutas que lhe foram imputadas no presente feito".
A advogada que atende a Henrique Martinelli de Oliveira disse que iria falar com a família e retornaria a reportagem.
Não conseguimos contato com as defesas de Wenderson Gavassoni de Azevedo e Walter Luiz Schellemberg Filho.
As defesas de Devanir Fernandes dos Santos e Vitor Silva Vitorio não deram retorno até a última atualização da reportagem.
Origem do nome
O nome da operação, Recepa, é o termo usado para uma poda drástica na lavoura do café. Ela permite que a planta brote novamente, recuperando a produção após alguns anos, sem perder a genética original.
A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (GAESF/MPES), com apoio da Sefaz, Receita Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPES) e contou com a participação de mais de 150 agentes públicos.
Também participam a Polícia Penal, o Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e os Ministérios Públicos de Minas Gerais e Sergipe.
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil do Espírito Santo (CGPC) disse que participou da operação especificamente no cumprimento dos mandados que envolveram o Oficial Investigador de Polícia (OIP) e afirmou que vai abrir procedimento administrativo disciplinar para apurar sua conduta.
Empresa de café de Colatina é alvo de investigação do Ministério Público
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Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,6 anos em 2024, diz IBGE

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76,6 anos em 2024, diz IBGE
A expectativa de vida do brasileiro subiu para 76,6 anos em 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (28). O número representa um aumento de 2,5 meses em relação a 2023.
Para a população masculina, o aumento foi de 73,1 para 73,3 anos.
Já para mulheres, a alta foi de 79,7 para 79,9 anos.
Segundo o IBGE, a longevidade da população brasileira aumentou 31,1 anos nas últimas nove décadas, de 45,5 anos em 1940 para 76,6 anos em 2024.
➡️ No mundo, a maior expectativa de vida ao nascer para ambos os sexos pertence a Mônaco (86,5 anos), seguido por San Marino (85,8 anos), Hong Kong (85,6 anos), Japão (84,9 anos) e Coreia do Sul (84,4 anos).
Veja a evolução da expectativa de vida:
Homens de 20 a 24 anos morrem mais do que mulheres da mesma idade
Ainda de acordo com o IBGE, a sobremortalidade masculina se concentrou, em 2024, nos grupos de idade:
De 15 a 19 anos, com um valor de 3,4;
De 20 a 24 anos, com um valor de 4,1; e
De 25 a 29 anos, com um valor de 3,5.
Isso significa que um homem de 19 anos, por exemplo, teria 3,4 vezes mais chance de não completar 20 anos do que uma mulher do mesmo grupo etário, e assim sucessivamente.
"Isso se deve à maior incidência dos óbitos por causas externas ou não naturais da população masculina", explica o IBGE em comunicado, reiterando que esses níveis são os mais elevados da série histórica e estão associados ao rápido processo de urbanização e metropolização do Brasil.
"A partir dos anos 1980, as mortes associadas às causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito etc.) passaram a elevar as taxas de mortalidade da população, particularmente dos adultos jovens do sexo masculino", diz o instituto.
"A expectativa de vida masculina no Brasil continuou crescendo, mas poderia ser superior à estimada atualmente, não fosse o efeito das mortes violentas dos jovens sobre a estrutura demográfica do país", completa o IBGE.
Mortalidade infantil recua
A taxa de mortalidade infantil — que considera crianças com menos de um ano de idade — ficou em 12,3 para cada 1 mil crianças nascidas vidas. O número considera ambos os sexos e representa uma queda em comparação a 2023, quando a taxa era de 12,5 para cada 1 mil.
Segundo o IBGE, o número também reduziu bastante quando comparado a 1940, quando a taxa era de 146,6 mil mortes para cada 1 mil crianças nascidas. Essa melhora do indicador está associada:
às campanhas de vacinação em massa;
à atenção ao pré-natal;
ao aleitamento materno;
à ação dos agentes comunitários de saúde;
aos programas de nutrição infantil, entre outros.
O instituto ainda indica que fatores como aumentos de renda, da escolaridade e do número de domicílios com acesso a serviços adequados de saneamento no país também contribuíram para a diminuição do indicador.
"A diminuição dos níveis de mortalidade, por sua vez, vem contribuindo para elevar a expectativa de vida dos brasileiros ao longo dos anos", afirmou o IBGE em comunicado.
Expectativa de vida dos idosos cresce
Os brasileiros que chegam aos 60 anos vivem, em média, mais 22,6 anos. Esse número representa um crescimento em relação a 2023, quando essa população vivia 22,5 anos a mais e é o maior em nove décadas — em 1940, as pessoas que chegavam a essa idade viviam apenas mais 13,2 anos.
Na separação por sexos, homens que chegam a essa idade vivem mais 20,8 anos, enquanto mulheres vivem mais 24,2 anos.
Os dados do IBGE também indicam que a expectativa de vida para quem chega aos 80 anos foram de mais 9,5 anos para mulheres e mais 8,3 anos para homens em 2024.
Expectativa de vida dos alagoanos é de 72 anos e sete meses em 2019.
Arcevo/IBGE
Descubra sua expectativa de vida
Para aumentar segurança e coibir fraudes, Banco Central regulamenta prestação de serviços financeiros

Para aumentar segurança e coibir fraudes, Banco Central regulamenta prestação de serviços financeiros
O Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) regulamentaram nesta sexta-feira (28) prestação de serviços no modelo conhecido como "Banking as a Service" (BaaS) — que permite que empresas de diversos segmentos econômicos (tomadoras de serviços) disponibilizem serviços financeiros.
Segundo o BC, a norma entra em vigor imediatamente, mas a adequação de contratos vigentes pode ser feita até o fim de 2026.
"O objetivo principal da regulamentação é mitigar potenciais riscos aos clientes e partes envolvidas, incorporando adequada segurança jurídica aos negócios. Adicionalmente, as regras visam a preservar a higidez do mercado financeiro e do sistema de pagamentos, promovendo ao mesmo tempo a eficiência, a competição e o acesso a produtos e serviços disponibilizados por meio desse modelo", informou o BC, por meio de nota.
O diretor de Regulação do Banco Central, Gilneu Vivan, explicou que as chamadas "BaaS" geralmente são empresas não financeiras que oferecem aos seus clientes, nos canais de atendimento ou aplicativos, por exemplo, algum tipo de serviço bancário, como abertura de uma conta bancária de uma instituição financeira, ou uma linha de crédito.
"O que a gente tem de dificuldade é, na conversa com vários prestadores de BaaS, é que alguns deles achavam que tinham mais responsabilidade, em outros casos não. A gente está organizando o processo, deixando claro que ao fim a responsabilidade é da instituição financeira regulada pelo Banco Central", acrescentou o diretor do BC, Gilneu Vivan.
De acordo com a instituição, o regulamento define claramente quais as partes envolvidas no modelo de negócio e suas respectivas responsabilidades.
Além disso, explicou que a norma também engloba aspectos como governança corporativa, gerenciamento de riscos e controles internos, requisitos de segurança, conduta, contratação e responsabilização.
As normas também tratam da obrigação de as instituições autorizadas manterem à disposição do BC "diversos dados, informações e documentações pertinentes sobre os serviços prestados no âmbito do BaaS, além de conferir diversas competências à área de supervisão".
Segundo o Banco Central, o regulamento aprimora o nível de transparência dos serviços prestados no modelo de "BaaS" aos clientes.
"A norma exige que as instituições prestadoras de serviços assegurem que as informações necessárias à sua identificação como prestadoras dos serviços financeiros e de pagamento estejam acessíveis e visíveis ao cliente nos canais e interfaces disponibilizados, bem como em contratos, em outros documentos e em instrumentos de pagamento", acrescentou a instituição.
Nesta semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o caso envolvendo o Banco Master reforça a necessidade de aprimorar e modernizar o perímetro de supervisão do sistema financeiro. Ele também defendeu um aumento do orçamento para modernizar BC e melhorar supervisão.
Os ataques cibernéticos fazem parte das ameaças híbridas.
Getty Images via BBC
Ataques cibernéticos
O Banco Central tem buscado aprimorar a segurança do sistema financeiro após o registro de ataques cibernéticos nos últimos meses.
Nesta semana, a autoridade monetária avaliou que "merecem especial atenção a crescente dependência de serviços prestados por terceiros e o uso disseminado de APIs [conjunto de protocolos], em "muitos casos sem a devida avaliação periódica dos riscos e sem monitoramento operacional adequado, o que torna a gestão de riscos mais desafiadora".
A autoridade monetária observou, ainda, que alterações recentes nas regras contribuem para fortalecer a segurança e a resiliência do sistema financeiro, tais como:
limites para transferências via PIX e regras mais rígidas para autorização de novas instituições;
rejeição de transferências que tenham como destinatárias contas com "fundada suspeita de envolvimento em fraude";
fim do uso irregular das chamadas "contas bolsão".
Ocorrências nos últimos meses
Em julho, o Banco Central informou que a C&M Software — empresa que presta serviços tecnológicos e conecta instituições financeiras ao BC — comunicou ter sido alvo de um ataque à sua infraestrutura.
Em setembro, a fintech Monbank informou que foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de R$ 4,9 milhões. Segundo a instituição, nenhuma conta de clientes foi comprometida, e R$ 4,7 milhões já foram recuperados.
Também em setembro, a Sinqia, empresa responsável por conectar bancos ao sistema PIX, informou que um ataque hacker provocou o desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas.
Megaoperação realizada em agosto desarticulou um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis identificou o uso de ao menos 40 fundos de investimento e diversas fintechs. O esquema era comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As instituições eram utilizadas para lavar dinheiro, mascarar transações e ocultar patrimônio.
Regra sobre nome de bancos
O BC e o Conselho Monetário Nacional também baixaram regras para a "nomenclatura e a forma de apresentação ao público" das instituições financeiras.
A nomenclatura abrange, por exemplo:
o nome empresarial,
o nome fantasia,
a marca e
o domínio de internet utilizados pelas instituições
"Será vedado às instituições utilizar termos que sugiram atividade ou modalidade de instituição, em português ou em língua estrangeira, para a qual não tenham autorização de funcionamento específica", informou o Banco Central.
Na apresentação ao público, acrescentou a autoridade monetária, as instituições "deverão utilizar termos que deixem claro aos clientes e usuários a modalidade da instituição que está prestando o serviço'.
"A instituição integrante de conglomerado prudencial poderá utilizar, em sua apresentação ao público, termo que sugira a atividade exercida, a modalidade autorizada ou a nomenclatura de uma das instituições autorizadas que integra tal conglomerado", explicou o BC.
As instituições autorizadas que estiverem em desacordo com as novas regras deverão elaborar plano de adequação, no prazo de 120 dias, contemplando, no mínimo, os procedimentos que serão adotados e o prazo para a adequação da instituição às novas regras, que deverá ser de, no máximo, um ano.
Como plantar o kiri japonês, árvore conhecida por crescer rápido e pela madeira muito valorizada

Imagem reproduzida da cartilha da Embrapa sobre o cultivo do kiri japonês.
Reprodução
O programa deste domingo (30) recebeu um pedido diferente: uma cartilha sobre o cultivo do kiri japonês, árvore conhecida pelo crescimento rápido e pela madeira muito valorizada. Luciano Sales, de Itaboraí (RJ), escreveu para saber como dar os primeiros passos no plantio.
A Embrapa disponibiliza uma publicação com orientações sobre a espécie — desde a produção de mudas até o momento ideal para levar o kiri ao campo. O material, gratuito, explica as características da planta, cuidados iniciais e recomendações de manejo.
📲 Acesse aqui.
Puxado pelos Correios, rombo de estatais soma R$ 6,35 bilhões e se aproxima de recorde histórico

Crise dos Correios obriga o governo a congelar gastos de ministérios
O Banco Central informou nesta sexta-feira (28) que as empresas estatais federais registraram um déficit de R$ 6,35 bilhões no acumulado deste ano, até outubro.
🔎 Isso significa que o gasto somado dessas estatais foi maior que a receita que elas conseguiram gerar no ano.
O rombo parcial das estatais federais nos dez primeiros meses de 2025 já está próximo do resultado negativo de todo ano passado — que foi o pior da história, até então.
A série do Banco Central, que tem início em 2002, não considera a Petrobras, a Eletrobras e nem as empresas do setor financeiro (bancos públicos).
Entram nesse cálculo empresas como Correios, a Emgepron, a Hemobrás, a Casa da Moeda, a Infraero, o Serpro, a Dataprev e a Emgea.
O cálculo do Banco Central considera apenas a variação da dívida, conceito amplamente utilizado em análises fiscais internacionais, enquanto o governo se utiliza do conceito conhecido por "acima da linha" (receitas menos despesas).
➡️ O resultado das empresas estatais já está afetando as contas públicas. Por conta do rombo acima do autorizado, o governo foi obrigado a bloquear R$ 3 bilhões no orçamento deste mês. São recursos que poderiam ser liberados para outras áreas.
Rombo bilionário de estatais pressiona contas públicas, desafia Orçamento do governo e prejudica investimentos
Jornal Nacional/ Reprodução
Correios e Eletronuclear
O resultado ruim foi agravado, principalmente, pelos Correios, que passa por grave crise fiscal, com forte piora do seu resultado financeiro em 2025.
🔎 Os Correios possuem monopólio em serviços como o recebimento, transporte e entrega de cartões-postais e correspondência, além da fabricação de selos.
Em 2024, o déficit dos Correios foi de mais de R$ 2,5 bilhões. No acumulado do primeiro semestre de 2025, o prejuízo passou de R$ 4 bilhões – e pode chegar a R$ 10 bilhões até o fim do ano, e de R$ 23 bilhões em 2026, se nada for feito.
Em entrevista à GloboNews nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo não tem planos para pôr os Correios à venda, ao contrário do que pretendia o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Não vejo um debate dentro do governo sobre privatizar Correios. Não vejo isso acontecer da parte de nenhum ministro que tenha proposto isso. Inclusive porque fizemos levantamento mais recente sobre a situação dos serviços postais no mundo. E é muito difícil um Estado nacional abrir mão de serviços postais, até porque parte dos quais são mesmo subsidiados para garantir a universalização”, disse Haddad, na ocasião.
Depois de 12 trimestres consecutivos de prejuízos, a nova gestão dos Correios aprovou neste mês um plano de reestruturação para garantir liquidez e manter seu papel como operador nacional de logística.
O plano reúne três eixos principais: recuperação financeira, consolidação do modelo, e crescimento estratégico. Envolve, também, a captação de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos.
Ao mesmo tempo, a Eletronuclear, empresa controla o complexo das usinas Angra 1 e Angra 2 e mantém a estrutura de Angra 3 - obra parada há dez anos, também pediu um aporte de R$ 1,4 bilhão ao Tesouro Nacional.
Segundo especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional, só a manutenção dos equipamentos e dessa estrutura de futuro indefinido custa R$ 1 bilhão por ano.
Estudos feitos pelo BNDES mostram que a conclusão de Angra 3 custaria cerca de R$ 24 bilhões e que abandonar o projeto também seria caro: de R$ 22 bilhões a R$ 26 bilhões.
Nesta semana, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse a jornalistas que a situação da Eletronuclear está "caminhando para uma decisão", mas não quis antecipar o que será feito.
"Tomada a decisão, a gente tem de correr para tomar a melhor solução financeira, de continuidade ou não, e todo esse ecossistema ao redor. Importante para o país tomar uma decisão definitiva. Não está no nosso radar fazer um aporte imediato, nesse ano ainda. Tesouro e BNDES vão se dedicar a ter uma solução", disse Rogério Ceron, do Tesouro Nacional, sobre a Eletronuclear.
Relatório de Riscos Fiscais da União de 2025 do Tesouro Nacional também lista outras estatais que, por diversas razões, podem vir a precisar de aportes de recursos, agravando o déficit das contas públicas.
➡️Além da Eletronuclear, o relatório aponta sinais preocupantes na Casa da Moeda, na Infraero e nas companhias docas de cinco estados: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.
Posição do Ministério da Gestão
Procurado pelo g1, o Ministério da Gestão informou que é "importante registrar que o déficit no resultado primário não pode ser interpretado como prejuízo operacional".
"Das 20 empresas que compõem a estatística fiscal, 15 estão registrando lucro em 2025, das quais 11 apresentaram ao mesmo tempo lucro e déficit fiscal, e as outras quatro, lucro e superávit. Nesses casos, o déficit, em boa parte, decorre do aumento de investimentos. Juntas essas 15 empresas lucraram R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre de 2025. Apenas 5 empresas apresentam déficit e prejuízo ao mesmo tempo", informou o MGI, por meio de nota.
O Ministério relembrou que tem informado, e reafirmou, que na "maioria das estatais o déficit decorre, em boa parte, do aumento de investimentos e do pagamento de dividendos".
"Até setembro de 2025, as 20 estatais federais consideradas na estatística do Banco Central (BC) investiram R$ 3,2 bilhões e pagaram R$ 1,74 bilhão em dividendos e participação em lucros. Ambos resultados entram na estatística primária como despesa, e podem gerar déficit se tiverem como lastro recursos guardados no caixa ou lucros auferidos em 2024 ou exercícios anteriores", acrescentou.
Considerando a Petrobras e os bancos públicos, o Ministério informou, ainda, que as empresas estatais têm registrado lucros operacionais expressivos.
"Olhando para o universo das empresas estatais, 39 das 44 estatais registraram faturamento de R$ 655,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 3,1% em relação a igual período do ano passado. Na mesma comparação, o lucro dessas foi expressivo e somou R$ 92,4 bilhões, alta de 54,4% em relação aos primeiros seis meses de 2024. Esse resultado precisa ser considerado quando se avalia a saúde financeira das empresas estatais", concluiu.
Governo brasileiro diz que China suspendeu 5 unidades exportadoras de soja

Imagem de divulgação do Porto de Santos.
Divulgação/APS
O Ministério da Agricultura do Brasil foi notificado pelas autoridades chinesas de que cinco unidades exportadoras do país de soja foram proibidas de enviar o grão para o país asiático, informou na quinta-feira (27).
Na quarta-feira, o jornal Folha de S.Paulo informou que a China havia impedido a entrada de 69 mil toneladas métricas de soja brasileira em seu território após encontrar trigo tratado com pesticidas no porão do navio que transportava a carga.
"Trata-se de cinco estabelecimentos, entre mais de 2 mil unidades habilitadas para exportação de soja à China", disse o ministério, sem fornecer detalhes adicionais.
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"O governo brasileiro, quando notificado de alguma eventual inconformidade, conduz avaliações com transparência, responsabilidade e agilidade."
De acordo com a reportagem da Folha, as exportações de duas fábricas da Cargill, bem como de outras três controladas pela Louis Dreyfus, CHS Agronegócio e 3Tentos estariam suspensas a partir de quinta-feira em conexão com o incidente.
A Cargill, a Louis Dreyfus, a CHS Agronegócio e a 3Tentos não responderam aos pedidos de comentários do g1.
O Ministério da Agricultura disse que o "Brasil mantém uma relação sólida e estratégica com a China", acrescentando que este ano o Brasil exportará mais de 100 milhões de toneladas de soja para seu maior parceiro comercial agrícola.
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Ibovespa supera os 159 mil pontos e bate novo recorde; dólar cai e fecha a R$ 5,33

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira (28) e renovou seu recorde de pontuação. A bolsa subiu 0,45%, aos 159.072 pontos. O dólar, por sua vez, fechou em queda de 0,31%, negociado a R$ 5,3351.
Com o feriado nos Estados Unidos, investidores reagiram a indicadores brasileiros, com destaque para a queda do desemprego ao menor nível desde 2012. Os anúncios de empresas sobre remuneração aos acionistas e a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro também beneficiaram as ações neste pregão.
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▶️ A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,4% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível da série histórica do IBGE e abaixo da expectativa do mercado, que projetava 5,5%. (veja mais abaixo)
🔎 A taxa de desemprego funciona como um “termômetro da economia”: quando permanece baixa apesar dos juros elevados, indica um mercado de trabalho mais resistente, sustentando o consumo e mantendo a inflação sob pressão.
▶️ Na bolsa, as ações do Itaú e da Vale impulsionaram o Ibovespa. O banco informou que distribuirá R$ 23,4 bilhões em dividendos, o que levou seus papéis a avançarem 2,74%. Já a mineradora também aprovou a distribuição de R$ 15,3 bilhões, e registrou alta de 1,84%.
▶️ A Petrobras seguiu na direção oposta. Após anunciar o Plano de Negócios 2026-2030, com previsão de US$ 109 bilhões em investimentos e dividendos entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões, as ações ordinárias recuaram 2,40%.
▶️ A sessão desta sexta-feira contou com menor volume de negócios por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA. As bolsas americanas funcionaram em horário reduzido e encerraram às 15h (horário de Brasília).
▶️ Além disso, uma falha nos data centers da CME, maior operadora de bolsas do mundo, paralisou por mais de 11 horas as negociações de contratos futuros globais. Analistas apontaram o episódio como um alerta sobre “fragilidades estruturais do mercado”.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,22%;
Acumulado do mês: -0,83%;
Acumulado do ano: -13,67%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,78%;
Acumulado do mês: +6,37%;
Acumulado do ano: +32,25%.
Desemprego cai para o menor nível da série histórica
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo a Pnad Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
👉 O resultado veio ligeiramente melhor que o esperado pelos economistas, que projetavam 5,5%, e marcou o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
O indicador caiu nas duas bases de comparação. Em relação ao trimestre anterior, houve redução de 0,2 ponto percentual (de 5,6% para 5,4%). Na comparação anual, a queda foi ainda mais expressiva: 0,7 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024, quando a taxa estava em 6,2%.
Além disso, a população desocupada, hoje em 5,9 milhões de pessoas, também atingiu o menor patamar da série. O contingente recuou 3,4% no trimestre (menos 207 mil pessoas) e 11,8% em um ano (menos 788 mil).
Veja os principais destaques da pesquisa:
Taxa de desocupação: 5,4%
Taxa de subutilização: 13,9%
População desocupada: 5,9 milhões
População ocupada: 102,6 milhões
População fora da força de trabalho: 66,1 milhões
População desalentada: 2,6 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,2 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,6 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões
Segundo Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, o resultado reflete ganhos acumulados ao longo do terceiro trimestre, embora já indique que “o mercado de trabalho atingiu seu piso cíclico”.
Ela observa que a queda ocorre ao mesmo tempo em que a população ocupada se estabiliza e que tanto a subutilização quanto a informalidade permanecem praticamente inalteradas, sinalizando perda de intensidade no impulso de melhora.
"Após ter atingido o menor desemprego da série, a desocupação tende a se estabilizar e apresentar leve alta nas próximas leituras. Assim, projetamos que a taxa encerre 2025 na faixa de 5,5%", diz Benedito.
Paralisação em negociações globais
Os mercados futuros globais enfrentaram horas de paralisação nesta sexta-feira após uma das mais longas interrupções já registradas pelo CME Group, maior operadora de bolsas do mundo.
O problema suspendeu negociações de ações, títulos, commodities e moedas, afetando contratos importantes em diversas regiões.
👉 Por volta das 10h35 (horário de Brasília), as operações foram retomadas após mais de 11 horas fora do ar, segundo dados da LSEG.
👉 A CME informou que a falha ocorreu devido a problemas no sistema de resfriamento dos data centers da empresa CyrusOne, que atende clientes na área de Chicago.
A interrupção atingiu contratos relevantes, como pares de moedas na plataforma EBS, futuros de petróleo WTI, índices Nasdaq 100 e Nikkei, além de ouro e óleo de palma.
“É um sinal negativo para a CME e um lembrete da importância da estrutura do mercado e de como tudo está interconectado”, afirmou Ben Laidler, estrategista do Bradesco BBI.
Segundo ele, o impacto foi limitado pelo baixo volume de negociações, já que a semana foi marcada pelo feriado de Ação de Graças nos EUA. “Poderia ter sido muito pior, será um dia de volume muito baixo... haveria dias piores para ter um colapso como esse”, completou.
Os contratos futuros são essenciais para investidores e empresas que buscam proteção ou manutenção de posições. Sem preços atualizados, muitos corretores evitaram negociar por horas.
“Além do risco imediato de não conseguir fechar posições, o incidente levanta preocupações sobre confiabilidade”, disse Axel Rudolph, analista da IG.
Corretoras europeias também relataram dificuldades para oferecer alguns produtos. A CME, que movimentou em média 26,3 milhões de contratos por dia em outubro, reforçou que oferece a maior variedade de ativos do mercado.
A última interrupção semelhante ocorreu em 2014, quando problemas técnicos afetaram contratos agrícolas.
Bolsas globais
Os mercados americanos retomaram as operações nesta sexta-feira, mas o volume permaneceu limitado devido ao feriado de Ação de Graças, quando as bolsas funcionam em horário reduzido — até às 15h no horário de Brasília.
Os principais índices em Wall Street fecharam em alta: o Dow Jones subiu 0,61%, aos 47.716,42 pontos, o S&P 500 avançou 0,54%, aos 6.849,09 pontos, e o Nasdaq teve ganhos de 0,65%, aos 23.365,69 pontos.
As bolsas europeias operam em alta, apoiadas pela expectativa de cortes nos juros americanos e pelo avanço nas negociações de paz na Ucrânia.
Durante a manhã, o STOXX 600 subia 0,09%, a 575 pontos. Entre os principais índices, o DAX de Frankfurt avançava 0,15%, o FTSE 100 de Londres ganhava 0,20%, e o CAC 40 de Paris tinha alta de 0,22%.
Já os mercados asiáticos fecharam com movimentos mistos. Na China e em Hong Kong, investidores mantiveram interesse em ações ligadas à inteligência artificial, que se recuperaram após semanas de queda, enquanto os índices principais ficaram próximos das máximas históricas, trazendo cautela.
No fechamento, o Nikkei do Japão subiu 0,2%, a 50.253 pontos. Em Xangai, o SSEC avançou 0,34%, a 3.888 pontos, e o CSI300 ganhou 0,25%, a 4.526 pontos. Já o Hang Seng caiu 0,34%, a 25.858 pontos.
Em outros mercados, Taiwan subiu 0,26%, Cingapura avançou 0,43%, enquanto Seul recuou 1,51%.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
Desemprego recua para 5,4% em outubro, o menor nível da série histórica do IBGE

Desemprego fica em 5,4% em outubro
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um recuo da taxa para 5,5%, e marcou o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
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A taxa caiu nas duas bases de comparação:
recuou 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, passando de 5,6% para 5,4%;
e diminuiu 0,7 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024, quando estava em 6,2%.
Além disso, a população desocupada (5,9 milhões) foi a menor registrada pela série histórica. Já o número de pessoas sem trabalho caiu 3,4% no trimestre (menos 207 mil) e recuou 11,8% em relação ao ano anterior (menos 788 mil).
“Quando observamos todos os trimestres móveis encerrados em outubro, essa taxa é a menor já registrada pela pesquisa. Também vemos que a população desocupada permanece abaixo dos patamares observados anteriormente”, aponta Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
Enquanto isso, a população ocupada totalizou 102,6 milhões, permanecendo estável no trimestre e representando um aumento de 926 mil pessoas na comparação anual.
O nível da ocupação, considerando as pessoas empregadas dentro da população em idade de trabalhar, ficou em 58,8%, mantendo estabilidade tanto frente ao trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período de 2024.
Veja os destaques da pesquisa:
Taxa de desocupação: 5,4%
Taxa de subutilização: 13,9%
População desocupada: 5,9 milhões
População ocupada: 102,6 milhões
População fora da força de trabalho: 66,1 milhões
População desalentada: 2,6 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,2 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,6 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores informais: 38,8 milhões
Formalização estável no trimestre, mas ainda em patamar recorde
Ainda segundo os dados do IBGE, o setor privado registrou 52,7 milhões de empregados, o maior número da série histórica, ainda que sem mudanças relevantes no trimestre ou no ano.
Os trabalhadores com carteira assinada somaram 39,2 milhões — novo recorde da série —, mantendo estabilidade no trimestre e registrando alta de 2,4% em relação ao ano anterior, o que representa mais 927 mil pessoas.
➡️Já os empregados sem carteira chegaram a 13,6 milhões, número estável no trimestre e 3,9% menor no ano (menos 550 mil pessoas).
➡️ No setor público, o contingente foi de 12,9 milhões, estável no trimestre e 2,4% acima do registrado um ano antes (mais 298 mil pessoas).
➡️ O total de trabalhadores por conta própria atingiu 25,9 milhões, também estável no trimestre, mas 3,1% maior no ano (acréscimo de 771 mil pessoas).
A taxa de informalidade permaneceu em 37,8% da população ocupada — o equivalente a 38,8 milhões de pessoas —, repetindo o percentual do trimestre anterior e ficando abaixo dos 38,9% observados no mesmo período de 2024.
O contingente da força de trabalho, que reúne pessoas ocupadas e desocupadas, foi estimado em 108,5 milhões no trimestre de agosto a outubro de 2025, permanecendo estável tanto na comparação trimestral quanto na anual.
Análise por setor
Na passagem do trimestre, o mercado de trabalho mostrou avanço em setores ligados à construção e aos serviços públicos essenciais, indicando continuidade da absorção de mão de obra nessas áreas.
Por outro lado, atividades enquadradas em “outros serviços” recuaram, refletindo uma acomodação após meses de estabilidade.
Veja a variação por grupamentos de atividade em relação ao trimestre móvel anterior:
🔨 Construção: +2,6% (mais 192 mil pessoas);
🏛️ Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +1,3% (mais 252 mil pessoas);
📦 Outros serviços: –2,8% (menos 156 mil pessoas).
Na comparação anual, o mercado de trabalho mostrou avanços concentrados em setores ligados ao transporte e às atividades públicas, que seguiram ampliando contratações. Já os segmentos de serviços mais dispersos e o trabalho doméstico recuaram.
Veja a variação dos grupamentos comparada ao período ago–out/2024:
🚚 Transporte, armazenagem e correio: +3,9% (mais 223 mil pessoas);
🏛️ Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +3,8% (mais 711 mil pessoas);
📦 Outros serviços: –3,6% (menos 203 mil pessoas);
🏠 Serviços domésticos: –5,7% (menos 336 mil pessoas).
Rendimento médio mensal
Apesar do juro básico estar no maior patamar em duas décadas — com a Selic estacionada em 15% ao ano —, a renda do trabalho segue mostrando resistência.
O rendimento real habitual ficou em R$ 3.528 no trimestre móvel encerrado em outubro. Já a massa de rendimento real habitual alcançou R$ 357,3 bilhões, um novo recorde, mantendo estabilidade no trimestre e avançando 5% no ano (mais R$ 16,9 bilhões).
Apesar disso, a renda nominal dos trabalhadores ficou estável no trimestre, com crescimento de R$ 44 (alta de 1,3%). Na comparação anual, houve avanço de 9%, equivalente a mais R$ 293.
Segundo a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, esse comportamento reflete a capacidade da economia de sustentar o rendimento mesmo com condições financeiras mais apertadas.
“Embora o crédito esteja mais caro para famílias e empresas, a renda firme continua estimulando o consumo — especialmente de bens duráveis e semiduráveis — e contribuindo para manter o mercado de trabalho aquecido”, afirma Beringuy.
Ela lembra que políticas públicas voltadas ao rendimento, como correções do salário-mínimo, também ajudam a preservar a demanda e a absorção de trabalhadores, atenuando os efeitos contracionistas de juros elevados.
"Mesmo com a taxa de juros em um patamar alto, o rendimento do trabalho permanece elevado e não tem sido comprometido. Como o consumo depende principalmente da renda, essa estabilidade ajuda a sustentar a demanda, mesmo em um cenário de crédito mais caro", afirma a analista.
Vale destacar que o rendimento médio mensal real por grupamentos de atividade mostrou, frente ao trimestre móvel anterior, alta apenas em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que avançou 3,9% (mais R$ 190).
Na comparação com o trimestre de agosto a outubro de 2024, houve aumento nos seguintes grupamentos:
🌾 Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: +6,2% (mais R$ 129)
🔨 Construção: +5,4% (mais R$ 143)
🍽️ Alojamento e alimentação: +5,7% (mais R$ 126)
💻 Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas: +5,2% (mais R$ 251)
🏛️ Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: +3,5% (mais R$ 164)
🏠 Serviços domésticos: +5,0% (mais R$ 64)
De acordo com o IBGE, os demais grupamentos não registraram variações significativas na comparação anual.
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
Divulgação/Agência Brasil
Contas públicas têm superávit de R$ 32,4 bilhões em outubro; dívida sobe para 78,6% do PIB

As contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 32,4 bilhões em outubro deste ano, informou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira (28).
🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se o contrário acontece, o resultado é de déficit primário.
🔎O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Segundo o Banco Central (BC), houve piora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 36,9 bilhões.
Esse também foi o pior resultado, para outubro, desde 2023, mês em que houve um saldo positivo de R$ 14,8 bilhões. Os valores não foram ajustados pela inflação.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Veja abaixo o desempenho que levou ao superávit das contas em outubro deste ano:
governo federal registrou saldo positivo de R$ 36,2 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo deficitário de R$ 3,6 bilhões;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 150 milhões.
Parcial do ano
No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 46,9 bilhões — o equivalente a 0,45% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com isso, houve uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 56,7 bilhões (0,58% do PIB).
No caso somente do governo federal, o resultado ficou negativo em R$ 63,4 bilhões na parcial deste ano, informou o BC, contra um déficit de R$ 66,4 bilhões nos dez primeiros meses de 2024.
Para este ano, a meta fiscal do governo federal é de zerar o rombo das contas públicas.
Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 43,3 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
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Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 81,5 bilhões nas contas do setor público em outubro.
➡️No acumulado em 12 meses até outubro, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 1,02 trilhão, ou 8,18% do PIB.
🔎Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 987,2 bilhões (7,88% do PIB) em doze meses até outubro deste ano.
Dívida pública
A dívida do setor público consolidado subiu 0,5 ponto percentual em outubro deste ano, avançando para 78,6% do PIB — o equivalente a R$ 9,9 trilhões.
A proporção com o PIB é considerada por especialistas como o conceito mais apropriado para medir e comparar a dívida das nações. E o formato de cálculo do FMI é adotado internacionalmente.
➡️Este é o maior nível para a dívida pública desde outubro de 2021, quando a dívida somava 79,5% do PIB.
➡️No acumulado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ou seja, em pouco mais de dois anos e meio, a dívida já avançou 6,9 pontos percentuais.
➡️Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), conceito internacional — que considera os títulos públicos na carteira do BC —, o endividamento brasileiro foi bem maior em outubro: 91,1% do PIB.
➡️Em cerca de 90% do PIB, o patamar da dívida brasileira está bem acima de nações emergentes e de países da América do Sul, ficando próxima de nações da Zona do Euro (segundo dados do FMI).
Para tentar conter o crescimento da dívida, em 2023 o governo aprovou o chamado "arcabouço fiscal", ou seja, novas regras para as contas públicas em substituição ao teto de gastos. Por estas regras:
a despesa não pode registrar crescimento maior do que 70% do aumento da arrecadação;
a alta de gastos fica limitada, em termos reais, a 2,5% por ano;
o arcabouço busca justamente conter o crescimento da dívida pública no futuro.
Sem um corte robusto de despesas, necessário para manter de pé o arcabouço fiscal, especialistas em contas públicas estimam que a regra terá de ser abandonada nos próximos anos.
🔎Eles argumentam que, no atual formato, as regras ficarão insustentáveis.
Por conta disso, preveem uma expansão maior da dívida pública no futuro, o que pode resultar em aumento das taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras ao setor real da economia.
Analistas do mercado financeiro estimaram, na semana passada, que a dívida pública brasileira deve atingir 93,5% do PIB em 2034 (pelo conceito brasileiro) — patamar distante dos países emergentes e mais próximo da Europa.
➡️Pelo conceito adotado pelo FMI, a dívida brasileira superaria 100% do PIB em 2034.
Lula venceu queda de braço com Trump, diz Financial Times

A colunista Gillian Tett, em artigo de opinião para o jornal inglês Financial Times, afirmou nesta sexta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu a ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após meses de tensão diplomática envolvendo a taxação de produtos brasileiros.
Logo no início da análise, Tett ironiza a reversão das tarifas extras anunciadas por Trump em agosto, que elevaram a taxação sobre produtos brasileiros para 50%.
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“Como se diz ‘TACO’ — no sentido de ‘Trump Always Chickens Out’ ("Trump sempre amarela", em tradução livre) — em português?”, escreve, sugerindo que muitos brasileiros agora fariam a provocação “com um sorriso”.
A sigla 'TACO', que resume a expressão Trump Always Chickens Out, ganhou força por meio de memes após os Estados Unidos imporem novas sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a aproximação do início do tarifaço contra produtos brasileiros.
A sigla “TACO”, que resume a expressão Trump Always Chickens Out, ganhou força por meio de memes após os EUA imporem novas sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e com a aproximação do início do tarifaço contra produtos brasileiros.
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Usuários brasileiros adaptaram o apelido para ironizar a postura agressiva do presidente americano, sugerindo que, mais uma vez, ele poderia acabar voltando atrás.
Na semana passada, os EUA retiraram a tarifa extra sobre mais de 200 produtos brasileiros, incluindo café, carne bovina, cacau e frutas. A decisão amplia a lista de exceções ao tarifaço e ocorreu após reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Com a nova medida, vários produtos brasileiros retornam às alíquotas normais anteriores ao aumento.
À época, Trump justificou o tarifaço como uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo a Casa Branca, ameaçariam a segurança nacional americana.
Segundo o artigo do Financial Times, Lula respondeu “de forma desafiadora” às ameaças, o que acabou fortalecendo sua imagem interna. “Em bom português: Lula venceu”, afirmou a colunista.
As lições para outros países
Na visão da colunista, há três lições principais no episódio. A primeira, segundo ela, é que a Casa Branca está mais sensível à pressão do custo de vida.
“Pesquisas recentes mostram que a confiança dos consumidores está caindo junto com a popularidade de Trump”, lembra Tett, destacando que reduzir tarifas agrícolas tornou-se um gesto politicamente conveniente.
A segunda lição, diz ela, é que “valentões geralmente respondem à força”. Países como China já demonstraram isso, e o Brasil teria seguido o mesmo caminho. Segundo ela, a conclusão é a de que quem lida com Trump precisa avaliar “como explorar seus pontos fracos”.
A terceira lição, segundo a colunista, destaca a importância de separar táticas de objetivos ao analisar a Casa Branca. Para Tett, isso nem sempre é intuitivo, já que Trump frequentemente parece agir sem uma estratégia claramente definida.
Sua postura em relação ao Brasil, à Ucrânia e até ao caso Jeffrey Epstein, entre outros episódios, tem sido tão "errática" que, afirma Tett, a imprevisibilidade se tornou sua única característica previsível.
Ela lembra que, assim como em seus negócios, Trump usa táticas agressivas — “bullying, ameaças, melodrama, mudanças bruscas de política, favoritismo e anúncios para ‘inundar a zona’”, citando o ex-estrategista Steve Bannon.
Essas ações, porém, devem ser vistas como táticas, não como objetivos permanentes: “O objetivo é obter vantagem sobre os rivais em um mundo transacional”.
Tett afirma que recuos como o das tarifas brasileiras fazem parte de um padrão. Para ela, esses “movimentos melodramáticos” são apenas táticas, não objetivos reais, o que permite à Casa Branca mudar de rumo “sem constrangimento”.
Ela lembra que a guinada pró-Brasil ocorreu na mesma semana em que Trump também se reaproximou do prefeito de Nova York, Zohran Mamdani.
O presidente americano, que chegou a chamar Mamdani de “comunista” ao anunciar a reunião, também surpreendeu ao mudar totalmente o tom e garantiu que irá ajudar o prefeito a tirar do papel alguns de seus projetos, como a criação de moradias acessíveis.
Ao final do artigo, Tett admite que alguns podem ver sua análise como uma tentativa de “racionalizar” um governo marcado pela imprevisibilidade. “Eu não negaria a natureza caprichosa de Trump”, diz.
Ainda assim, reforça a mensagem central: separar o “sinal” do “ruído” é essencial para entender o comportamento da Casa Branca. E, no caso brasileiro, Lula enviou um sinal importante. “Reis raramente são tão todo-poderosos quanto parecem”, conclui a colunista.
Lula e Trump se encontram na Malásia.
Ricardo Stuckert/PR
Salão do Automóvel 2025: veja os 7 principais SUVs lançados no evento, na opinião do g1; VÍDEO

Confira os melhores lançamentos de SUVs no Salão do Automóvel 2025
Desde 2020, a categoria de automóveis mais vendida no Brasil é a de SUVs. Portanto, não poderia ser diferente: o Salão do Automóvel 2025 reúne uma infinidade de utilitários, muitos deles trazidos por marcas chinesas.
Por isso, o g1 selecionou os principais modelos do segmento que foram lançados e estão em exibição no evento.
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⚠️ IMPORTANTE: Esta reportagem deixou de fora dois "titãs" da categoria revelados antes da mostra, o Toyota Yaris Cross e o Honda WR-V. Ambos já têm avaliações publicadas no g1, que podem ser acessadas clicando abaixo.
Toyota Yaris Cross
Toyota Yaris Cross chega a partir de R$ 161 mil, com duas versões híbridas flex
Honda WR-V
Honda WR-V desafia rivais com mais espaço e preço competitivo
Veja a lista abaixo.
Geely EX5 EM-i
Geely EX5 EM-i
Fabio Tito | g1
A marca apresentou no Salão o EX5 EM-I, distinto do modelo já vendido no país por R$ 205 mil e que é um utilitário totalmente elétrico. Nesta versão é um híbrido plug-in e, inclusive no visual, apresenta diferenças claras em relação ao elétrico e será fabricado no Brasil.
O EX5 EM-I é construído sobre a arquitetura global GEA, plataforma que estreia no Brasil e promete maior rigidez estrutural, melhor aproveitamento do espaço interno e mais eficiência energética. O modelo integra o plano da marca de ampliar sua linha de veículos eletrificados no país.
Além do novo híbrido, a Geely exibe no evento o EX5 elétrico, já anunciado para o Brasil e líder de vendas entre os SUVs C totalmente elétricos na China.
GWM Tank 700
GWM Tank 700
divulgação/GWM
O novo Tank 700 remete bastante ao Tank 300, com apelo off-road. Mas o novo modelo traz uma carroceria menos quadrada, com linhas mais agressivas e um toque extra de esportividade.
O modelo mede 5,09 metros de comprimento e 3 metros de entre-eixos, dimensões que o tornam maior que qualquer outro GWM vendido no Brasil e comparável a SUVs grandes como o BMW X7. Ele supera até o Haval H9.
Sob o capô, o GWM Tank 700 oferece:
Motor V6 biturbo a combustão e dois motores elétricos, um em cada eixo;
Potência combinada de 524 cv;
Torque combinado de 81 kgfm;
Tração 4x4 com vários modos de condução desenvolvidos para uso off-road.
Jeep Avenger
Jeep Avenger é apresentado no Salão do Automóvel 2025
Vinicius Montoia/g1
O Jeep Avenger é novo lançamento que entra na briga em um dos mercados mais competitivos do país.
Com dimensões menores que as do Renegade, ele estreia como o SUV mais acessível da marca e será produzido em Porto Real (RJ). O objetivo do modelo, no entanto, é competir com o avanço dos pequenos SUVs, como Volkswagen Tera, Renault Kardian e Citroën Basalt.
Por dentro, o acabamento é mais simples para ajudar a conter custos e manter o preço competitivo. Há mais plástico rígido, o que reduz as áreas de toque macio. Em compensação, o porta-malas do Avenger é maior: comporta até 380 litros, ante os 351 litros do Renegade.
Em números, o Avenger oferece:
Motor 1.0 turbo já utilizado em modelos como Fiat Pulse, Fastback e Peugeot 208;
Potência de 130 cv;
Torque de 25 kgfm;
Câmbio automático do tipo CVT.
Embora não impressione nos números ou no acabamento, o Avenger se diferencia ao incorporar o ChatGPT na central multimídia, permitindo respostas mais naturais às perguntas dos ocupantes.
A presença dessa tecnologia não é à toa: a Volkswagen também adotou inteligência artificial no Tera, por meio do assistente Otto. Ele permite comandos indiretos, como quando o motorista diz “estou com frio” e o carro reduz automaticamente a intensidade do ar-condicionado.
Kia Sorento
O segundo modelo da Kia nesta lista é o Sorento, que retorna ao Brasil com mudanças importantes e adotando o novo padrão de design da marca, já visto no Sportage: faróis e lanternas mais verticais e iluminação diurna (DRL) com ângulos fechados.
O modelo vem equipado com motor 2.2 diesel e tração nas quatro rodas. No Brasil, deve competir com outros SUVs grandes de sete lugares, como Toyota SW4 e Jeep Commander.
A ficha técnica do novo Sorento traz:
Potência de 194 cv a 3.800 rpm;
Torque de 45 kgfm a 1.750 rpm;
Aceleração de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos;
Abastecimento com diesel S10.
Kia Sportage
Um dos SUVs mais populares do Brasil, mesmo antes de o segmento ganhar a força atual, é o Sportage. Apesar de não repetir o sucesso de outros tempos, o modelo segue equipado com motor 1.6 turbo associado a um sistema híbrido leve — que não traciona as rodas, mas contribui para reduzir o consumo de combustível e as emissões.
As novidades da nova versão são principalmente estéticas, deixando o Sportage mais moderno e alinhado ao visual dos modelos recentes da Kia.
As alterações incluem:
Novo desenho das lanternas em LED, agora mais verticais;
Iluminação diurna (DRL) com ângulos mais fechados;
Grade frontal mais retangular, reforçando a sensação de maior entrada de ar.
O Sportage já está disponível para compra, por R$ 267.190.
Leapmotor C16
Começando pelo lado luxuoso da Força, o Leapmotor C16 ganha destaque até mesmo por ser o maior e mais completo SUV da marca chinesa, controlada pela dona da Fiat.
Mesmo exibindo o modelo no Salão, a Leapmotor não bateu o martelo em qual versão do C16 chegará ao Brasil. Lá fora, O C16 existe equipado com um sistema totalmente elétrico que entrega 299 cv de potência e 36,7 kgfm de torque. O conjunto de baterias de 81,9 kWh oferece mais de 600 km de autonomia no ciclo chinês, ainda sem equivalência segundo os parâmetros do Inmetro.
Além da versão elétrica, o C16 também é oferecido no exterior em configuração híbrida, que utiliza um motor 1.5 aspirado apenas como gerador de energia, com promessa de até 1.000 km de autonomia — exatamente como no Leapmotor C10, que já é vendido no Brasil.
Renault Koleos
Renault Koleos
André Fogaça/g1
O projeto do Koleos é fruto da parceria entre a Renault e a chinesa Geely, e chega em um mercado muito explorado por marcas chinesas, como BYD, GWM e pouco aventurado por nomes ocidentais.
O acordo entre as marcas prevê um investimento de R$ 3,8 bilhões para adaptar a fábrica de São José dos Pinhais (PR), à produção de veículos elétricos e híbridos.
Inicialmente, o modelo se chamaria Grand Koleos, mas a Renault optou por apresentá-lo como Koleos Full Hybrid no mercado brasileiro. Em outros países, o SUV utiliza um motor 1.5 turbo de três cilindros, com 150 cv e 22,9 kgfm de torque.
O conjunto inclui ainda dois motores elétricos: um de 82 cv, dedicado à geração de energia, e outro de 136 cv, responsável pela tração. A potência combinada chega a 245 cv, com torque máximo de 32,6 kgfm.
O Koleos chega para competir com modelos de grandes proporções, como a Toyota SW4, graças aos seus 4,78 m de comprimento e 2,84 m de entre-eixos.
CRIs, CRAs e debêntures: crédito privado bate recorde e acende alerta entre especialistas; saiba por quê

Investimento em crédito privado atinge nível recorde
O mercado de capitais brasileiro passa por um novo fenômeno: o aumento das emissões de títulos de crédito privado. Em um cenário de taxa básica de juros muito alta, mais empresas têm buscado alternativas para obter recursos sem depender apenas dos grandes bancos.
A taxa Selic está em 15% ao ano desde junho, no maior patamar em 20 anos. Com isso, o crédito bancário fica mais caro e difícil de obter.
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Soma-se a isso uma mudança na forma de atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ocorrida a partir de 2017.
“O BNDES reduziu o volume de empréstimos subsidiados e passou a ser mais seletivo na escolha dos projetos que financia, priorizando iniciativas ligadas à sustentabilidade, inovação e infraestrutura verde. Muitas empresas passaram a buscar novas formas de captação de recursos no mercado”, explica Diego Ramiro, presidente da Associação Brasileira dos Assessores de Investimentos (ABAI).
Assim, em vez de pegar empréstimos diretamente com instituições financeiras, as empresas emitem títulos no mercado financeiro para captar recursos, manter projetos e equilibrar as contas.
Os investidores, por sua vez, aproveitam esses títulos, que costumam oferecer taxas mais atrativas que as dos títulos públicos e dos bancos (CDBs) — e, em alguns casos, são isentos de Imposto de Renda.
O resultado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), é que as operações de crédito privado somaram R$ 381,4 bilhões no acumulado de 2025 até setembro — o equivalente a 72% dos R$ 528,4 bilhões emitidos no período.
Embora sejam títulos de renda fixa, geralmente considerados mais seguros, esses investimentos carregam riscos que variam conforme o emissor. Além disso, a busca por isenções tributárias pode levar o investidor a produtos com risco maior do que imagina.
São duas as principais alternativas no mercado financeiro:
▶️ ️Debêntures: títulos de dívida emitidos por empresas para financiar projetos de longo prazo.
Incentivadas: voltadas a projetos de infraestrutura e isentas de Imposto de Renda para pessoa física.
Não incentivadas: seguem a tributação tradicional, com alíquota regressiva de 22,5% a 15%, conforme o prazo do investimento.
▶️ Certificados de Recebíveis: títulos lastreados em créditos de setores específicos e isentos de IR para pessoa física, que permitem às empresas antecipar o recebimento de receitas futuras.
CRIs (Imobiliários): vinculados a operações do setor imobiliário.
CRAs (do Agronegócio): ligados ao financiamento do agronegócio.
Riscos despercebidos
Em relatório, o BB Investimentos (BB-BI) destaca que a procura por crédito privado ganhou força nos últimos meses impulsionada pelas discussões em torno da Medida Provisória 1.303/2025 — que propunha novas regras para a tributação de alguns produtos de investimento. Mas a MP perdeu validade ao não ser aprovada pelo Congresso.
O texto preliminar elevava de 5% para 7,5% a alíquota do Imposto de Renda para produtos bancários, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs). Por outro lado, mantinha a isenção para debêntures incentivadas, CRAs e CRIs.
“A possibilidade de incidência de imposto de renda para produtos incentivados, com emissões realizadas a partir de 2026, acelerou a busca por crédito privado”, escreveram Viviane Silva, Melina Constantino e Fernando Cunha, analistas do BB-BI.
🔎 Embora também sejam títulos de renda fixa ligados ao crédito privado, as LCIs e LCAs funcionam de maneira diferente: quem emite os papéis são os bancos, e não diretamente as empresas ou securitizadoras. Ou seja, o risco para o investidor está no banco emissor, não em quem tomou o empréstimo.
Apesar da vantagem da isenção de IR, esse tipo de investimento envolve riscos que o diferenciam da renda fixa tradicional.
Segundo Andressa Bergamo, especialista em investimentos e sócia da AVG Capital, o principal deles é justamente o risco de crédito — a chance de a empresa emissora não cumprir com o pagamento dos juros ou do valor investido.
“Ao contrário dos títulos públicos, garantidos pelo Tesouro Nacional, os papéis de crédito privado estão sujeitos à capacidade financeira da empresa ou à qualidade dos ativos que servem de garantia para a operação”, afirma.
📊 Em um cenário de economia mais fraca e juros elevados, cresce a probabilidade de atraso ou calote das empresas, o que exige atenção de quem investe nesse tipo de produto.
⚠️ Diferentemente de outros produtos de renda fixa — como LCIs, LCAs e Certificados de Depósito Bancário (CDBs) —, os títulos de crédito privado não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que assegura até R$ 250 mil por investidor em caso de quebra da instituição financeira.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, explica que, se a empresa emissora enfrentar dificuldades financeiras ou falir, o investidor pode não recuperar o valor aplicado. Ao contrário dos produtos protegidos pelo FGC, o risco recai integralmente sobre quem investe.
“Se a empresa quebrar, você pode perder todo o dinheiro investido. Por isso, é essencial observar as garantias, a classificação de risco (rating) do título, o histórico e o setor da empresa, avaliando se o negócio é sólido e estável”, orienta Patzlaff.
Outro fator que os especialistas chamam atenção é a baixa liquidez de alguns desses títulos, já que nem todos contam com negociação diária no mercado secundário — onde investidores comuns compram e vendem títulos que já foram emitidos anteriormente.
📆 Isso significa que eles podem precisar manter o título até o vencimento ou, caso queira vender antes, talvez tenha que aceitar um valor menor do que o aplicado originalmente. Os prazos vão de cerca de dois anos e podem ultrapassar 10.
📉 Mas as variações de preço também são influenciadas por fatores macroeconômicos, como mudanças na taxa Selic ou aumento do risco-país, que afetam o apetite dos investidores e a atratividade dos títulos.
Diego Ramiro, da ABAI, reforça que vender o título antes do vencimento pode resultar em prejuízo. “É importante que o investidor alinhe suas expectativas de prazo, pois a possibilidade de negociação no mercado secundário varia conforme o risco da empresa emissora e o cenário de juros do momento.”
Retorno nem sempre compensa
A relação entre risco e retorno no crédito privado é medida pelos spreads, a diferença entre o preço da compra e o preço da venda do ativo. Normalmente, empresas com maior risco pagam um “prêmio” mais alto para atrair investidores.
Mas, nos últimos meses, essa dinâmica mudou. De acordo com os analistas do BB-BI, a procura por títulos de crédito privado, refletida no volume recorde de R$ 124 bilhões negociados no mercado secundário em outubro, reduziu os spreads, diminuindo a remuneração adicional recebida pelos investidores em troca do risco assumido.
“Na segunda quinzena de outubro, e após a MP perder a validade, houve um movimento de correção — que até o momento não se intensificou — afetando a rentabilidade das carteiras de crédito privado no mês”, disseram os analistas do BB-BI.
Marília Fontes, economista e sócia-fundadora da Nord Investimentos, reforça que o aumento da procura por títulos isentos de IR tem reduzido os spreads para níveis historicamente baixos. Porém, com a Selic ainda alta, “asfixiando” a maioria dos setores, ela projeta que pode haver cada vez mais crises envolvendo crédito.
Ela cita episódios envolvendo Lojas Americanas e Light, em 2023, e casos mais recentes, como Ambipar e Braskem*. Segundo Fontes, além dessas grandes companhias, há também empresas menores que vêm atrasando pagamentos e acionando cláusulas de vencimento antecipado em seus contratos de dívida.
“Se a política econômica não mudar e os juros seguirem altos por mais tempo, poderemos ver um evento mais sério de crédito, com potencial de contaminar toda a cadeia. O mercado está muito concentrado, principalmente entre pessoas físicas. É um momento de ter muito cuidado com crédito privado", alerta Fontes.
📉 * No caso da Ambipar e da Braskem, alguns investidores tiveram perdas de até 93% em aplicações ligadas a Certificados de Operações Estruturadas (COEs) que dependiam da saúde financeira dessas companhias. Esse tipo de produto mistura características de investimentos mais seguros, como a renda fixa, com componentes de maior risco.
📊 O rendimento — ou prejuízo — é definido a partir de um ativo que serve de referência, normalmente um derivativo de crédito que reflete a chance de a empresa não honrar suas dívidas. Esse investimento também não conta com a cobertura do FGC.
Quando o investimento é recomendado
Apesar dos riscos, investir em crédito privado não é necessariamente um erro: a adequação depende do perfil de cada investidor. Segundo os especialistas consultados, essa modalidade é mais indicada para quem tem perfil moderado ou arrojado, já que envolve o risco de a empresa emissora não honrar seus compromissos.
Além disso, Andressa Bergamo, da AVG Capital, destaca que a análise de um título de crédito privado deve ir muito além da taxa prometida.
“É essencial que o investidor analise com atenção a classificação de risco (rating), o setor de atuação, as garantias e a estrutura da operação.”
Na seleção da carteira de crédito privado para novembro, os analistas do BB-BI, por exemplo, selecionaram títulos de debêntures incentivadas com classificações A, de empresas como Axia Energia (ex-Eletrobras), CPFL Energia, Sabesp, Isa Energia e Vale.
Ainda assim, Diego Ramiro, da ABAI, lembra que, mesmo em casos de empresas bem avaliadas, como as de rating “A” ou “B”, o risco nunca será nulo. “Depois do caso Americanas, ficou mais difícil dizer que determinado emissor é completamente seguro”, observa.
Outro aspecto relevante é o prazo de vencimento. Esses títulos costumam ter duração mais longa, o que exige do investidor disposição para manter o dinheiro aplicado por um período maior.
O especialista em investimentos Jeff Patzlaff ressalta que, como nem to as debêntures têm isenção fiscal, é importante avaliar o impacto dos tributos sobre o retorno líquido.
“A liquidez do papel — isto é, a facilidade de vendê-lo antes do vencimento — e o prazo são fatores centrais. Quanto maior o tempo até o resgate, maior tende a ser a oscilação do preço e a exposição do investidor às variações do mercado”, orienta.
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Projeto do Devedor Contumaz é prioridade para o governo no fim do ano; veja o que está em jogo

Veja como foi quando o Senado aprovou texto que endurece regras para punir devedor contumaz
A proposta que combate os chamados devedores contumazes — contribuintes que deixam de pagar impostos de maneira planejada e repetida para driblar legislações tributárias — está na lista dos projetos prioritários do governo do presidente Lula no Congresso Nacional, nesta reta final do ano.
O projeto de lei está parado na Câmara dos Deputados desde 30 de outubro, quando a Casa aprovou a urgência na tramitação. A proposta passou pelo Senado Federal, mas ainda precisa da aprovação dos deputados.
Reservadamente, deputados acusam líderes do Centrão de dificultarem o avanço da proposta na Câmara.
Mas, dentro do Palácio do Planalto, a avaliação é de que a operação policial desta quinta-feira (27), que mirou num esquema bilionário de fraude do Grupo Refit — dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro — pode ser motivo extra de pressão para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destrave a proposta.
👉 Comandado pelo empresário Ricardo Magro, o grupo é considerado o maior devedor de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços) do estado de São Paulo, o segundo maior do Rio e um dos maiores da União — causando um prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres públicos.
Uma primeira sinalização de Motta foi dada horas depois do início da operação, que foi uma ação conjunta da Polícia Federal, do governo de São Paulo e da Receita Federal. Motta anunciou o deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) como relator do projeto ainda na quinta-feira.
Para auxiliares do Planalto, a definição ocorreu também como fruto de uma conversa no dia anterior entre Motta e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. A reunião ocorreu na tarde de quarta-feira (26), em um momento de distanciamento entre a cúpula do Congresso e o governo do presidente Lula.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pedir a aprovação, pelo Congresso Nacional, da lei do devedor contumaz. Haddad tem defendido o que chama de "asfixia financeira" ao crime organizado.
“Se não asfixiar financeiramente as organizações criminosas, vai ter uma reposição de mão de obra barata na ponta. É o andar de cima que irriga com bilhões as atividades criminosas. Hoje estão sendo bloqueados R$ 8 bilhões de fundos. É assim que vamos conseguir efetivamente combater o crime”, declarou Haddad.
Devedor contumaz: o que está em jogo
Em setembro, o Senado aprovou o projeto que cria o Código de Defesa do Contribuinte e que estabelece regras mais duras contra empresas e pessoas físicas que deixam de pagar imposto de maneira planejada e repetida com objetivo de fraudar o Fisco.
Pelo texto, os grandes devedores ficam proibidos de obter benefícios fiscais, de participar de licitações, de formar vínculos com o governo e de pedir recuperação judicial.
O projeto, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cria mecanismos mais rigorosos de tributação, visando prevenir desequilíbrios na concorrência. A proposta também busca aumentar o rigor da fiscalização em segmentos com alta tributação e sonegação, como os setores de combustíveis, bebidas alcoólicas e cigarros.
O projeto define novos critérios para a identificação de um devedor contumaz por parte da Receita Federal, que poderão ser classificados de três formas diferentes: substancial, reiterada, e injustificada.
Desta forma, serão considerados devedores substanciais aqueles que, no âmbito federal, tenham:
💸 débitos superiores a R$ 15 milhões na dívida ativa; e
💰 dívidas maiores que 100% do total dos ativos da empresa.
🔎 Já no âmbito estadual, distrital ou municipal, poderá ser considerado devedor substancial apenas os inadimplentes em dívida ativa, obedecendo às regras anteriores, desde que não haja regra própria da região.
Para que um empresário seja caracterizado como devedor contumaz, a proposta também estabelece outros requisitos.
Por outro lado, será considerado devedor reiterado, àqueles que se mantiverem inadimplentes por, pelo menos, quatro períodos fiscais consecutivos, ou em seis períodos de apuração alternados, no prazo de doze meses.
Já os devedores injustificados serão aqueles que não apresentarem motivos objetivos que justifiquem a inadimplência, exceto em casos:
▶️ de calamidade pública;
▶️ que tenham resultado negativo no exercício corrente e no anterior, desde que não haja indícios de fraude ou má-fé; ou
▶️ execução fiscal, ausência da prática de fraude à execução, como a não ocorrência de distribuição de lucros e dividendos, o pagamento de juros sobre capital próprio, a redução do capital social, a concessão de empréstimos ou mútuos pelo devedor.
▶️ O relator ainda inseriu uma novidade no texto que estende a classificação de devedor contumaz para partes relacionadas de empresas baixadas ou declarada inapta nos últimos cinco anos cujo débito em dívida ativa seja igual ou superior a R$ 15 milhões.
Identificação do devedor
Segundo texto aprovado no Senado, a administração pública terá que notificar previamente as entidades inadimplentes indicando quais os débitos tributários que justificam a classificação.
🔎 A entidade terá 30 dias para recorrer ao pedido ou regularizar a dívida, seja com o pagamento integral, parcelamento ou da demonstração de patrimônio suficiente para quitação do valor.
O texto ainda possibilita que o enquadramento como devedor contumaz poderá ser reavaliada. Se a quitação for superior a 75% do débito total, a empresa será considerada adimplente.
Apesar das regras para aplicação das multas, o projeto prevê que o governo considere alguns aspectos das empresas envolvidas na hora de ponderar a classificação como devedor contumaz:
os eventos informados pelo contribuinte que possam ter afetado sua capacidade de cumprimento das obrigações tributárias;
a capacidade econômica do contribuinte;
o histórico de conformidade do contribuinte;
o grau de recuperabilidade e a magnitude do crédito tributário;
a maximização da previsibilidade tributária;
a redução do risco de litígios e inconformidades futuras; e
a melhoria do ambiente de negócios.
Penalidades
As entidades que forem consideradas devedoras contumazes, após decorrido o prazo de manifestação, serão impedidas de:
utilizar de quaisquer benefícios fiscais;
participar em licitações públicas;
ter acesso a novas licenças, concessões de exploração, habilitação ou outorgas de direito;
pedir recuperação judicial ou continuidade dela, caso já esteja sendo discutida.
Além disso, receberão uma declaração de inaptidão e estarão sujeitos ao rito do contencioso administrativo.
O texto ainda retira a possibilidade de extinção da punibilidade prevista no Código Penal para os devedores contumazes que tenham débitos junto à Previdência Social e ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Aqueles devedores contumazes que forem considerados fraudulentos ainda poderão ter a inscrição jurídica baixada no cadastro de contribuintes. A ação só acontecerá após o ente ter 30 dias para se manifestar ou regularizar o débito.
Bons pagadores
O texto ainda cria uma identificação para os contribuintes que sejam considerados bons pagadores. A classificação será feita pelo próprio governo, que poderá compartilhar as informações com outros órgãos.
Por outro lado, o compartilhamento da identificação dos contribuintes considerados bons pagadores com terceiros só poderá acontecer se o envolvido autorizar.
Além da classificação, as empresas consideradas como boas pagadoras ainda receberão os seguintes benefícios de flexibilização das regras para uso ou substituição de garantias junto ao estado:
o acesso a canais de atendimento simplificados para orientação e regularização;
a flexibilização das regras para aceitação ou para substituição de garantias, inclusive a possibilidade de substituição de depósito judicial por seguro-garantia ou por outras garantias baseadas na capacidade de geração de resultados dos contribuintes;
a possibilidade de antecipar a oferta de garantias para regularização de débitos futuros;
a execução de garantias em execução fiscal somente após o trânsito em julgado da discussão judicial relativa ao título executado; e
a priorização na análise de processos administrativos, em especial os que envolvem a possibilidade de devolução de créditos ao contribuinte.
O texto ainda cria três programas para estimular as entidades jurídicas a se manter em conformidade fiscal: Confia, Sintonia, e Programa OEA.
Aqueles que participarem fora do regime do Simples Nacional que se mantiverem dentro de qualquer um dos programas poderão ter:
bônus fiscal de adimplência de 1% a 3% no valor devido da CSLL, limitado a R$ 250 mil no primeiro ano, R$ 500 mil no segundo e R$ 1 milhão no terceiro ano dentro do programa;
preferência de contratação em licitações públicas, no caso de empate;
prioridade de atendimento aos pedidos feitos junto à administração pública; e
impedimento de averbação ou registro de bens em órgãos públicos.
Câmara do Deputados
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Black Friday: de onde vem esse nome e outras 9 curiosidades sobre a data

É black FRIDAY ou black FRAUDE?
Um dos dias mais aguardados no ano por lojistas e consumidores, a Black Friday teve origem nos Estados Unidos e, hoje, é adotada em vários países do mundo, como o Brasil.
Em 2024, a Black Friday movimentou R$ 7,93 bilhões só no comércio online no país, segundo dados da Abiacom (Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce).
Black Friday ou Black Fraude? g1 acompanha preços 🔎
A estimativa considera o período que se estende desde o início da semana da Black Friday até a segunda-feira seguinte.
A projeção da Abiacom é de um aumento de 14,5% em 2025 no Brasil em relação ao ano passado, ou seja, que movimente R$ 9,08 bilhões em vendas pela internet.
Nos Estados Unidos, evento acontece tradicionalmente depois do feriado de Ação de Graças; Brasil e outros países aderiram à moda
Nurphoto via Getty Images
Nos Estados Unidos, a Black Friday acontece tradicionalmente depois do feriado de Ação de Graças, com filas a perder de vista.
Todos os consumidores têm um único objetivo: garimpar produtos com descontos que podem chegar a até 90% do preço original.
Mas quando surgiu a Black Friday? Por que o evento ganhou esse nome? Confira dez curiosidades envolvendo um dos dias mais famosos do varejo.
1) O termo Black Friday se referia a crises na Bolsa
Embora esteja hoje associado ao maior dia de compras dos Estados Unidos, o termo Black Friday (literalmente "Sexta-Feira Negra" em inglês) se referia originalmente a eventos muito diferentes.
"O adjetivo negro foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades", afirma o linguista Benjamin Zimmer, editor-executivo do site Vocabulary.com.
Em 2024, a Black Friday movimentou R$ 7,93 bilhões só no comércio online no Brasil
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Nos EUA, a primeira vez que o termo foi usado foi no dia 24 de setembro de 1869, quando dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, tentaram tomar o mercado do ouro na Bolsa de Nova York.
Quando o governo foi obrigado a intervir para corrigir a distorção, elevando a oferta da matéria-prima ao mercado, os preços caíram e muitos investidores perderam grandes fortunas.
2) Os desfiles de Papai Noel antecederam a Black Friday
Para muitos americanos, o desfile do Dia de Ação de Graças, promovido pela loja de departamentos Macy's, tornou-se parte do ritual do feriado.
Mas o evento, na verdade, foi inspirado nos vizinhos do norte. A loja de departamentos canadense Eaton's realizou o primeiro desfile do Papai Noel em 2 de dezembro de 1905.
Quando o Papai Noel aparecia ao final do desfile, era um sinal de que a temporada de festas havia começado — e, por sua vez, a corrida às compras. É claro que os consumidores eram incentivados a fazer compras na Eaton's.
Lojas de departamento, como a Macy's, inspiraram-se no desfile e passaram a patrocinar eventos semelhantes ao redor dos Estados Unidos.
Em 1924, por exemplo, Nova York viu pela primeira vez um desfile da Macy's com animais do zoológico do Central Park, totalmente organizado por funcionários da própria loja.
Loja de departamentos Macy's se inspirou na canadense Eaton's e passou a patrocinar desfiles e eventos natalinos para incentivar as compras
AFP
3) A data do Dia de Ação de Graças foi determinada pelas vendas
De meados do século 19 ao início do século 20, em um costume iniciado por Abraham Lincoln, o presidente dos Estados Unidos declararia o "Dia de Ação de Graças" na última quinta-feira de novembro. O dia poderia, assim, cair na quarta ou quinta quinta-feira do mês.
Em 1939, porém, algo aconteceu — a última quinta-feira foi coincidentemente o último dia de novembro.
Preocupados com o curto período de compras para as festividades de fim de ano, lojistas enviaram então uma petição a Franklin Roosevelt para declarar o início das festas uma semana mais cedo, o que foi autorizado pelo então presidente.
Pelos próximos três anos, o Dia de Ação de Graças foi apelidado de "Franksgiving" (uma mistura de Franklin com "Thanksgiving", como a data festiva é chamada em inglês) e celebrado em dias diferentes — e em diferentes partes do país.
No final de 1941, uma resolução conjunta do Congresso finalmente solucionou o problema.
Dali em diante, o Dia de Ação de Graças seria comemorado na quarta quinta-feira de novembro, garantindo uma semana extra de compras até o Natal.
Dia costuma ser marcado por filas e confusão em lojas ao redor do mundo
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4) A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças
Segundo Bonnie Taylor-Blake, pesquisador da Universidade da Carolina do Norte, a Factory Management and Maintenance — uma newsletter do mercado de trabalho — reivindica a autoria do uso do termo Black Friday.
Em 1951, uma circular da empresa chamou atenção para a incidência de profissionais doentes naquele dia.
"A síndrome da sexta-feira após o Dia de Ação de Graças é uma doença cujos efeitos adversos só são superados pelos da peste bubônica. Pelo menos é assim que se sentem aqueles que têm de trabalhar quando chega a Black Friday. A loja ou estabelecimento pode ficar meio vazio e todo ausente estava doente", dizia a circular.
5) Black ou Big Friday?
Esse termo ganhou popularidade pela primeira vez na Filadélfia — policiais frustrados pelo trânsito causado pelos consumidores naquele dia começaram a se referir dessa forma à Black Friday.
Os lojistas evidentemente não gostaram de ser associados ao tráfego intenso e à poluição. Eles, então, decidiram repaginar o termo para "Big Friday" ("A Grande Sexta", em tradução literal), segundo um jornal local de 1961.
Black friday
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6) Com o tempo, Black Friday passou a significar 'voltar ao azul'
Os lojistas conseguiram dar uma interpretação positiva ao termo ao dizer que ele se referia ao momento em que os estabelecimentos retornavam ao azul, ou seja, voltavam a ter lucro.
Mas não há provas de que isso tenha realmente acontecido.
É verdade, por outro lado, que o período de festas corresponde à maior parte dos gastos de consumo do ano.
Mas quanto dessas receitas realmente se torna lucro não está claro, dado que os lojistas costumam trabalham com margens mais apertadas, oferecendo grandes descontos.
7) A Black Friday não se tornou referência nacional até a década de 1990
O termo Black Friday permaneceu restrito à Filadélfia por um tempo surpreendentemente longo.
"Você podia vê-lo sendo usado de maneira moderada em Trenton, Nova Jersey, mas não ultrapassou as fronteiras da Filadélfia até os anos 1980", disse Zimmer.
"O termo só se espalhou a partir de meados dos anos 1990."
8) Ela só se tornou o maior dia de compras do ano em 2001
Embora a Black Friday seja considerada o maior dia de compras do ano, a data não ganhou esse título até os anos 2000.
Isso porque, por muitos anos, a regra não era que os americanos adoravam uma liquidação, mas sim que adoravam procrastinar. Ou seja, até tal ponto, era no sábado — e não na sexta-feira — que as carteiras ficavam mais vazias.
Consolidação — e exportação — da Black Friday se deu neste milênio
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9) Data gerou 'inveja' e ganhou o mundo
Por muito tempo, os lojistas canadenses morriam de inveja de seus colegas americanos, especialmente quando seus clientes fiéis colocavam o pé na estrada rumo ao sul em busca de boas compras.
Mas agora eles passaram a oferecer as suas próprias liquidações — apesar de o Dia de Ação de Graças no Canadá acontecer um mês antes.
No México, a Black Friday ganhou novo nome — "El Buen Fin", ou "O Bom Fim de Semana". A comemoração é associada ao aniversário da revolução de 1910 no país, que às vezes cai na mesma data que o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Como o próprio nome sugere, o evento dura o fim de semana inteiro.
No Brasil, onde o feriado de Ação de Graças não existe, a data passou a ser incluída no calendário comercial do país quando lojistas perceberam o potencial de vendas do dia.
10) A Black Friday corre risco de extinção?
O Walmart, o maior varejista do mundo, quebrou a tradição do Black Friday em 2011, quando abriu sua loja a clientes na noite do feriado de Ação de Graças.
Desde então, lojistas por todos os Estados Unidos estão de olhos nos cerca de 33 milhões de americanos ávidos por fazer compras após se deliciar com generosas fatias de peru.
Mas não se preocupe — os lojistas também já inventaram um nome para batizar o dia adicional de compras: "Quinta-feira Cinza".
No Brasil, muitas lojas iniciam suas promoções vários dias antes da Black Friday, e por vezes também estendem os preços após a data.
*Esta reportagem foi publicada originalmente em novembro de 2016 e republicada em novembro de 2025
13º salário: prazo para receber 1ª parte ou parcela única termina hoje

13º salário: datas de pagamento, valores e quem tem direito
O prazo para o pagamento da primeira parcela ou da parcela única do 13º salário termina nesta sexta-feira (28).
Conhecido como um "salário extra", esse benefício é garantido por lei e, normalmente, é pago em duas parcelas, cada uma com datas definidas.
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A legislação brasileira determina que a primeira parcela deve ser paga até 30 de novembro. Mas, como este ano essa data cai em um domingo, os depósitos serão feitos antes, garantindo que todos recebam o valor dentro do prazo legal.
A segunda parcela deve ser paga até 20 de dezembro e já vem com os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda.
O valor do 13º depende do salário bruto e do tempo trabalhado no ano, o que costuma gerar algumas dúvidas entre os trabalhadores.
Preencha a calculadora abaixo com as suas informações e veja quanto deve receber.
Ao longo desta reportagem, o g1 reuniu as principais perguntas e explica tudo que você precisa saber:
Quem tem direito ao 13º salário?
Qual é o tempo mínimo de registro para ter direito ao 13º?
Como é feito o cálculo do 13º salário?
Como funciona o 13º proporcional para quem foi demitido ou pediu demissão?
Quais são os prazos legais para o pagamento do 13º?
O empregador pode antecipar ou parcelar o 13º de outras formas?
Estagiários, trabalhadores temporários e autônomos têm direito ao 13º?
E se a empresa atrasar o pagamento?
13º salário
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
1. Quem tem direito ao 13º salário?
Todo trabalhador contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem direito ao 13º salário. Isso inclui empregados domésticos, rurais, urbanos e avulsos. Além dos trabalhadores da iniciativa privada, aposentados e pensionistas do INSS também recebem o benefício, conforme previsto na legislação brasileira.
O advogado trabalhista Luís Gustavo Nicoli explica que o direito é garantido mesmo para quem não completou um ano na empresa.
"O pagamento é proporcional ao tempo trabalhado. Ou seja, mesmo que o funcionário tenha sido contratado em julho, ele ainda assim receberá o valor referente aos meses em que esteve na empresa", afirma.
2. Qual é o tempo mínimo de registro para ter direito ao 13º?
Para que um mês seja considerado no cálculo do 13º salário, o trabalhador precisa ter trabalhado pelo menos 15 dias naquele mês. Isso significa que não é necessário ter o mês completo de serviço para que ele entre na conta.
"Cada mês com mais de 15 dias de trabalho conta como um mês integral para o cálculo do 13º. Se o empregado trabalhou menos de 15 dias em um determinado mês, aquele período não será considerado no cálculo do benefício”, explica Luís Gustavo.
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3. Como é feito o cálculo do 13º salário?
O cálculo do 13º salário é proporcional ao tempo de serviço no ano. Para fazer a conta, é preciso dividir o salário bruto mensal por 12 (referente aos meses do ano) e multiplicar pelo número de meses trabalhados. O resultado é o valor total do benefício, que normalmente é pago em duas parcelas.
Na base de cálculo entram o salário-base, adicionais como insalubridade, periculosidade e adicional noturno, além da média de horas extras e comissões.
Já benefícios eventuais ou indenizatórios, como vale-transporte ou auxílio-alimentação, não entram na conta.
A primeira parcela corresponde à metade do valor calculado, enquanto a segunda parcela vem com os descontos obrigatórios, como INSS e Imposto de Renda.
4. Como funciona o 13º proporcional para quem foi demitido ou pediu demissão?
Quem foi demitido sem justa causa tem direito ao 13º proporcional, calculado com base nos meses trabalhados no ano. O mesmo vale para quem pediu demissão voluntariamente: o benefício é pago de forma proporcional ao tempo de serviço.
No entanto, há uma exceção importante.
“O trabalhador que foi dispensado por justa causa perde o direito ao 13º salário”, explica Nicoli. Por isso, é essencial entender o tipo de desligamento para saber se o benefício será pago ou não.
5. Quais são os prazos legais para o pagamento do 13º?
A primeira parcela do 13º salário deve ser paga até o dia 30 de novembro. Em 2025, essa data cai em um domingo, então o depósito deve ser feito até sexta-feira (28) para evitar atrasos. Já a segunda parcela precisa ser paga até o dia 20 de dezembro.
Algumas empresas optam por antecipar a primeira parcela e pagá-la junto com as férias do empregado, desde que ele tenha solicitado isso até janeiro do mesmo ano. Essa antecipação é permitida por lei, mas o pagamento deve respeitar os prazos máximos estabelecidos.
6. O empregador pode antecipar ou parcelar o 13º de outras formas?
Sim, o empregador pode antecipar o pagamento do 13º salário, inclusive quitando o valor integral de uma só vez. No entanto, essa antecipação deve respeitar os prazos legais: até 30 de novembro para a primeira parcela e até 20 de dezembro para a segunda.
➡️ O que não é permitido, segundo a legislação trabalhista, é dividir o pagamento em mais de duas parcelas.
“A CLT e o Decreto 57.155/1965 estabelecem que o 13º deve ser pago em até duas vezes. Qualquer outra forma de parcelamento não está prevista na lei”, esclarece Nicoli.
7. Estagiários, trabalhadores temporários e autônomos têm direito ao 13º?
Estagiários não têm direito ao 13º salário, pois o estágio é regido por uma legislação específica (Lei 11.788/2008) e não configura vínculo empregatício.
Já os trabalhadores temporários, contratados conforme a Lei 6.019/1974, têm direito ao benefício, pois há vínculo de emprego durante o período do contrato.
Autônomos e prestadores de serviço (como os que trabalham como pessoa jurídica, os chamados PJs) também não têm direito ao 13º.
"Como não há relação de emprego, não se aplica a eles o pagamento do benefício", explica o advogado.
8. E se a empresa atrasar o pagamento?
O atraso no pagamento do 13º salário pode gerar multa para o empregador. O trabalhador que não receber o benefício dentro do prazo pode denunciar a empresa à Superintendência Regional do Trabalho, órgão responsável por fiscalizar o cumprimento das leis trabalhistas.
Por isso, é importante que as empresas se organizem para fazer os depósitos nas datas corretas.
Profissões que vão bombar em 2026
Feriados de 2026: quase todos caem em dias úteis e viram folga prolongada
Petrobras: plano de negócios prevê US$ 109 bilhões em investimentos entre 2026 e 2030

Fachada do prédio da Petrobras, no Centro do Rio
Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo
A Petrobras divulgou nesta quinta-feira (27) seu plano de negócios com projeções para os próximos cinco anos. Entre 2026 e 2030, a estatal estima US$ 109 bilhões em investimentos classificados como Capex — usados para expandir e manter suas operações.
O valor é 1,8% menor que os US$ 111 bilhões previstos para o período de 2025 a 2029. A redução, já esperada pelo mercado, reflete a queda nos preços do barril de petróleo no mercado internacional. (leia mais abaixo)
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Dos US$ 109 bilhões previstos, US$ 91 bilhões irão para projetos já em execução, reunidos na Carteira em Implantação. Os outros US$ 18 bilhões serão destinados à Carteira em Avaliação, que inclui iniciativas ainda em estudo e que precisam passar por mais análises antes de avançar.
A área de Exploração e Produção de petróleo e gás, principal foco da companhia, deve receber US$ 78 bilhões do total previsto para os próximos cinco anos. No plano anterior, a Petrobras estimou US$ 77 bilhões para a área, do total de US$ 111 bilhões.
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“Com o Plano de Negócios 2026-30, reafirmamos a nossa ambição de crescer junto com o Brasil. Nossos investimentos somam um volume significativo para a economia brasileira, US$ 109 bilhões, que representam 5% dos investimentos totais no país", afirmou, em comunicado, a presidente da companhia, Magda Chambriard.
A previsão de investimentos foi distribuída da seguinte forma para os próximos cinco anos:
US$ 20,5 bilhões para 2026;
US$ 23,5 bilhões para 2027;
US$ 23,5 bilhões para 2028;
US$ 21,3 bilhões em 2029;
e US$ 20,6 bilhões para 2030.
A Petrobras projeta alcançar, nos próximos cinco anos, o pico de produção de óleo de 2,7 milhões de barris por dia (bpd) em 2028, cerca de 200 mil bpd acima do estimado para 2026.
Em 2027, a companhia espera produzir 2,6 milhões de bpd, mesmo patamar previsto para os dois últimos anos do plano.
Somando óleo e gás, o pico de produção deve atingir 3,4 milhões de barris equivalentes por dia (boed) em 2028 e 2029, com margem de variação de 4%, para mais ou para menos.
Os investimentos em Refino, Transporte e Comercialização foram estimados em cerca de US$ 20 bilhões, mantendo-se estáveis em relação ao plano anterior.
Preço do petróleo é desafio
A Petrobras informou que um dos principais desafios para os próximos cinco anos é o cenário de preços mais baixos do petróleo.
🔎 A recente queda do preço do barril no mercado internacional afeta diretamente os resultados da companhia, já que influencia suas receitas e margens de lucro.
A estimativa da estatal é que o preço do petróleo fique em torno de US$ 63 por barril em 2026. Para o período de 2027 a 2030, a projeção é de US$ 70. Nesta quinta-feira, o barril tipo Brent fechou cotado a US$ 62,87.
Em comunicado ao mercado, a Petrobras também reafirmou o limite de dívida bruta em US$ 75 bilhões e projetou distribuir entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões em dividendos no período de 2026 a 2030.
O plano de negócios da petroleira é elaborado anualmente e publicado após aprovação da diretoria executiva e do conselho de administração da companhia.
* Com informações da agência de notícias Reuters.
Prêmio Profissionais do Ano anuncia vencedores da 47ª edição

Uma festa em São Paulo celebrou o talento da publicidade brasileira
Os vencedores da 47ª edição do Prêmio Profissionais do Ano (PPA), da Globo, foram anunciados na noite desta quinta-feira (27), em cerimônia em São Paulo. A premiação, que reconhece os melhores trabalhos da publicidade, foi comandada por William Bonner e Maju Coutinho.
Ao todo, 16 campanhas foram premiadas em categorias nacionais e regionais (veja a lista de vencedores mais abaixo). O PPA 2025 reuniu 58 projetos finalistas, após a análise de mais de 850 trabalhos publicitários — inscritos por 269 agências, 129 produtoras e 481 anunciantes.
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“Mais do que uma premiação, o PPA é uma celebração da riqueza de olhares que colocam a publicidade brasileira entre as mais admiradas do mundo”, afirmou Manzar Feres, diretora de Negócios da Globo.
Além do reconhecimento do júri, que avaliou os vencedores, o PPA destacou as campanhas que tiveram, em suas equipes, o maior número de mulheres e profissionais negros. Nessas categorias, o troféu Força Criativa Feminina foi para a agência Droga5 São Paulo, enquanto o troféu Negritudes ficou com a Wieden+Kennedy SP.
Durante o evento, a jornalista Maju Coutinho refletiu sobre a importância da publicidade para o jornalismo. “Ela é essencial para nós, é o que garante a liberdade editorial, permitindo que possamos falar sobre o que importa, sobre o que é verdadeiro, o que não é fake”, disse.
William Bonner revelou sua admiração pela publicidade. “Quando era menino, criava anúncios fictícios: recortava produtos e inventava campanhas, sonhava em ganhar um troféu. Por isso, apresentar esta edição é uma honra."
"Quando entrei na faculdade, escolhi o curso de publicidade, mas minha carreira se direcionou para o jornalismo. Ainda assim, a propaganda sempre esteve presente na minha trajetória", acrescentou.
No PPA 2025, Manzar Feres também anunciou uma nova premiação, que será direcionada aos estudantes de publicidade e propaganda de todo o país, em parceria com o LED (Luz na Educação) — iniciativa da Globo que reconhece projetos educacionais em todo o país.
Após a premiação, um show da banda Os Paralamas do Sucesso encerrou a noite de festa.
Veja abaixo os vencedores do PPA 2025.
Maju Coutinho, Manzar Feres e William Bonner no PPA 2025
Globo/Bob Paulino
📍 Nacional
Categoria Filme 30"
Título: O BRINDE
Anunciante: Heineken
Agência: LePub
Categoria Filme 30"+
Título: TEMPO DE MUDAR
Anunciante: VIVO - TELEFONICA BRASIL
Agência: AFRICA CREATIVE DDB
Agência Africa Creative DDB venceu na categoria Filme 30"+, com o projeto Tempo de Mudar, em anúncio da Vivo - Telefônica Brasil..
Globo/Bob Paulino
Categoria Valor Social
Título: TRABALHO INVISÍVEL
Anunciante: INSTITUTO NÓS POR ELAS
Agência: CALIA
Categoria Campanha
Título: FÁCIL ASSIM
Anunciante: SAMSUNG BRASIL
Agência: SUNO UNITED CREATORS
Categoria Ações em conteúdo
Título: CHEFS PLACEMENT
Anunciante: AMBEV
Agência: DROGA5 SÃO PAULO
Agência Droga5 São Paulo venceu na categoria Ações em conteúdo, com o projeto Chefs Placement, em anúncio da Ambev.
Globo/Bob Paulino
Categoria Integrada
Título: NU EXPLICA NO JN
Anunciante: NUBANK
Agência: WIEDEN+KENNEDY SP
📍 Sul
Categoria Filme
Título: DALVA
Anunciante: UNINTER (Curitiba/PR)
Agência: OPUSMÚLTIPLA (Curitiba/PR)
Categoria Campanha
Título: GARGANTAS VALDA
Anunciante: EUROFARMA LABORATÓRIOS (SP/SP)
Agência: D'OM SOLUÇÕES IMPROVÁVEIS (Pinhais/PR)
Agência D'Om Soluções Improváveis venceu na categoria Campanha, no Sul, com o projeto Gargantas Valda, em anúncio da Eurofarma.
Globo/Bob Paulino
📍 Sudeste interior
Categoria Filme
Título: WYDA EXTRATERRESTRE
Anunciante: WYDA EMBALAGENS (Sorocaba/SP)
Agência: CDR+ (Sorocaba/SP)
Categoria Campanha
Título: SAUDADE
Anunciante: ECHOPE (Araraquara/SP)
Agência: REBECA COME TERRA (Araraquara/SP)
Agência Rebeca Come Terra venceu na categoria Campanha, Sudeste interior, com o projeto Saudade, em anúncio da Echope.
Globo/Bob Paulino
📍 Sudeste capital
Categoria Filme
Título: VISTA PRO CAUÃ
Anunciante: ZAP (São Paulo/SP)
Agência: ALMAPBBDO (São Paulo/SP)
Categoria Campanha
Título: VAI COM TUDO
Anunciante: BANCO BRADESCO (Osasco/SP)
Agência: LOVELY (São Paulo/SP)
Agência Lovely venceu na categoria Campanha, Sudeste capital, com o projeto Vai Com Tudo, em anúncio do Bradesco.
Globo/Bob Paulino
📍 Leste Oeste
Categoria Filme
Título: UM GRANDE SONHO - NATAL
Anunciante: COMPER (Campo Grande/MS)
Agência: BEBOP BRANDING (Campo Grande/MS)
Categoria Campanha
Título: PITACO
Anunciante: SEBRAE MG (Belo Horizonte/Minas Gerais)
Agência: Lápis Raro (Belo Horizonte/MG)
📍 Norte Nordeste
Categoria Filme
Título: MINHA PRIMEIRA CARTA
Anunciante: GOVERNO DE PERNAMBUCO (Brasília/DF)
Agência: PROPEG (SALVADOR/BA)
Categoria Campanha
Título: FOFOCAS CLÁSSICAS
Anunciante: COLÉGIO MASTER (Fortaleza/CE)
Agência: TIMONEIRO (Fortaleza/CE)
Agência Timoneiro venceu na categoria Campanha, Norte Nordeste, com o projeto Fofocas Clássicas, em anúncio do Colégio Master.
Globo/Bob Paulino
Mega-Sena, concurso 2.944: prêmio acumula e vai a R$ 27 milhões

G1 | Loterias - Mega-Sena 2944
O sorteio do concurso 2.944 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (27), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 27 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 08 - 15 - 23 - 39 - 40 - 59
5 acertos - 13 apostas ganhadoras: R$ 77.570,03
4 acertos - 1.536 apostas ganhadoras: R$ 1.082,17
O próximo sorteio da Mega será no sábado (29).
Mega-Sena, concurso 2.944
Reprodução/Caixa
Como funciona a Mega-sena
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.
Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Bilhetes da Mega-Sena, em imagem de arquivo
Marcelo Brandt/G1
Itaú Unibanco vai pagar R$ 23,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio

Fachada de agência do Itaú Unibanco
Divulgação
O Itaú Unibanco anunciou nesta quinta-feira (27) que seu conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 23,4 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas, além de cancelar R$ 3 bilhões de ações mantidas em tesouraria após programa de recompra.
O valor da remuneração é um complemento a valores declarados anteriormente pela instituição para este ano, segundo fato relevante publicado pelo banco.
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O mercado já vinha trabalhando com a possibilidade do Itaú Unibanco divulgar um dividendo extra em 2025. No início do mês, o presidente-executivo do banco, Milton Maluhy Filho, já havia reafirmado que o objetivo do grupo não é reter excesso de capital.
Os dividendos equivalem a R$ 1,87 por ação e serão pagos em 19 de dezembro a detentores tanto de papéis preferenciais como ordinários, afirmou o banco. Já os JCP equivalem a valor líquido de R$ 0,31 por ação, a serem pagos até 30 de abril de 2026.
O cancelamento das ações vai envolver 78.850.638 ações preferenciais, afirmou o banco, sem redução no capital social subscrito e integralizado.
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Vale aprova remuneração aos acionistas de R$15,3 bi

Logotipo da Vale em sede da empresa no Rio de Janeiro
Ricardo Moraes/Reuters
O conselho de administração da Vale aprovou nesta quinta-feira a distribuição de remuneração aos acionistas de R$3,58 por ação ordinária e por ação preferencial da classe especial de emissão da companhia.
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Considerando a base de ações da empresa, o total a ser pago deve somar cerca de R$15,3 bilhões, entre janeiro e março.
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Em fato relevante, a mineradora afirmou que os dividendos e JCP foram declarados com base no balanço de 30 de setembro de 2025 e correspondem à antecipação da destinação do resultado do exercício de 2025, contemplando a remuneração mínima prevista na Política de Remuneração aos Acionistas.
Nos nove primeiros meses do ano, a Vale registrou lucro líquido de US$6,2 bilhões.
A empresa detalhou que em 7 de janeiro será pago o valor de R$1,24 por ação, sob a forma de dividendos, e em 4 de março R$0,77 por ação, sob a forma de dividendos, além de R$1,57 por ação, sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP).
A Vale ponderou ainda que poderá ser necessário anunciar eventualmente uma "pequena variação" do valor por ação a ser pago até as datas de corte em decorrência do programa de recompra de ações em vigor, que impacta o número de ações em tesouraria.
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Limpa Nome Serasa: vidas transformadas pelo maior feirão de renegociação do Brasil
Feirão Limpa Nome Serasa. No Brasil, milhões de pessoas carregam o peso de uma dívida como quem leva um mundo nas costas. São mais de 80 milhões de brasileiros em situação de inadimplência, enfrentando realidades como a compra adiada, o cartão que não passa e o sonho que parece sempre ficar para depois. Mas quando chega o Feirão Limpa Nome Serasa, esse peso começa a desaparecer. No maior mutirão de renegociação do país, mais de 1.600 empresas parceiras oferecem descontos que chegam a 99%, parcelas a partir de R$ 9,90 e a chance de limpar o nome na hora. Para quem chega, muitas vezes sem saber se vai conseguir negociar, o impacto é imediato: dívidas de milhares de reais que caem para uma fração do valor, oportunidades que renascem, portas que se abrem de novo. É mais do que um feirão! É a possibilidade real de fechar 2025 com chave de ouro, recuperar dignidade financeira e retomar a vida no próprio ritmo. Quem participa sai daqui diferente: mais leve, mais consciente, mais preparado para não se endividar de novo. No Feirão Serasa Limpa Nome cada brasileiro tem a chance de voltar a ser quem sempre foi, com orgulho, com autonomia e com o nome limpo! Dê o play e confira relatos emocionantes de quem sentiu na pele o que é recomeçar:
Ministério Público pede ao TCU que acompanhe a situação financeira da Eletronuclear

Rombo bilionário de estatais pressiona contas públicas
O subprocurador-geral do Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu que a Corte monitore a situação financeira da Eletronuclear e a execução do projeto da usina nuclear de Angra 3, localizada no Rio de Janeiro.
⏳ As obras da usina nuclear estão paradas desde 2015.
Furtado defende que o acompanhamento é essencial "não apenas para evitar o desperdício de recursos", mas para assegurar que a gestão da obra esteja alinhada com "os interesses estratégicos do país".
O pedido ocorre após uma matéria do Jornal Nacional mostrar como o rombo financeiro nas estatais pressiona as contas públicas (veja no vídeo acima). No mês passado, a Eletronuclear pediu aporte de R$1,4 bilhõe ao governo.
A empresa controla o complexo das usinas Angra 1 e Angra 2 e mantém a estrutura de Angra 3 – obra parada há dez anos. Segundo especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional, a obra é a fonte do problema de caixa da empresa.
Usina Angra 3, no Rio de Janeiro
Eletronuclear
💵 Só a manutenção dos equipamentos e dessa estrutura de futuro indefinido custa R$ 1 bilhão por ano.
Estudos feitos pelo BNDES mostram que a conclusão de Angra 3 custaria cerca de R$ 24 bilhões. Nessa altura da obra, abandonar o projeto demandaria investimentos de R$ 22 bilhões a R$ 26 bilhões.
Na representação, o representante do MP no TCU também solicita:
Avaliação da viabilidade de reestruturação da Eletronuclear, considerando as alternativas apresentadas por especialistas, incluindo a possibilidade de parcerias público-privadas ou outras formas de captação de recursos para viabilizar a conclusão do projeto;
Determinar que a União, por meio do Ministério das Minas e Energia e do Ministério da Fazenda, adote medidas concretas para a conclusão do projeto da usina nuclear Angra 3;
Adoção de medidas para responsabilizar os gestores públicos e privados que, por ação ou omissão, contribuíram para a paralisação prolongada da obra de Angra 3 e para o desperdício de recursos públicos.
A Eletronuclear é só uma das nove empresas estatais em risco financeiro, segundo o próprio Ministério da Fazenda.
O Relatório de Riscos Fiscais da União de 2025 faz uma lista das empresas que, por diversas razões, podem vir a precisar de aportes de recursos, agravando o déficit das contas públicas.
Além da Eletronuclear, o relatório aponta sinais preocupantes na Casa da Moeda, na Infraero e nas companhias docas de cinco estados: Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro.
Situação dos Correios
Os Correios também enfrenta situação difícil. Na segunda-feira (24), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a situação financeira dos Correios é “muito ruim” e que o caso acendeu um alerta dentro do governo para um monitoramento mais rigoroso das estatais.
A preocupação foi exposta após a divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que mostrou impacto negativo das contas da empresa pública no desempenho fiscal do período.
💰Os Correios projetam prejuízos que podem chegar a R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 23 bilhões em 2026, se nada for feito.
Segundo Durigan, o governo pediu aos Correios um plano robusto de reestruturação, que deve ser apresentado nas próximas semanas.
Grupo Refit usava cerca de 50 fundos de investimento para ocultar bilhões em sonegação, aponta Receita Federal

Megaoperação contra sonegação de impostos e lavagem de dinheiro mira o Grupo Refit
A operação Poço de Lobato, deflagrada nesta quinta-feira (27), revelou que o Grupo Refit estruturou uma rede com cerca de 50 fundos de investimento para esconder bilhões de reais oriundos de um sofisticado esquema de sonegação e lavagem de dinheiro no mercado de combustíveis.
Segundo os investigadores, o objetivo da operação é desarticular o esquema que causou em prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.
Segundo a Receita Federal, os fundos — muitos registrados no exterior, incluindo o estado norte-americano de Delaware — eram usados para blindar patrimônio, disfarçar lucros ilícitos e dificultar o rastreamento das movimentações financeiras.
A Receita identificou inicialmente 17 fundos ligados ao grupo, que somam patrimônio líquido de R$ 8 bilhões. Porém, ao aprofundar as análises, descobriu que o número real chegava a cerca de 50 fundos.
A organização utilizava alguns Fundos de Investimento em Participações (FIPs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs). O órgão não passou o nome de todos os fundos.
“Em sua maioria, eram fundos fechados com um único cotista, geralmente outro fundo, criando camadas de ocultação”, afirmou a Receita em nota.
Segundo a investigação, administradoras financeiras teriam colaborado com o esquema ao omitir informações aos órgãos de controle.
O dinheiro sonegado era reinvestido em negócios, imóveis e na própria cadeia do setor, o que, segundo os investigadores, dificultava a identificação dos beneficiários finais.
Para isso, de acordo com a investigação, grupo também utilizava empresas próprias e empresas offshores em paraísos fiscais (criadas no exterior e em local livre de impostos) para ocultar lucros e, assim, blindá-los, além dos fundos de investimento.
Dessa forma, de acordo com a Receita, a Refit movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano.
🔍Um paraíso fiscal é um território que cobra pouco ou nenhum imposto e oferece alto sigilo sobre quem é dono do dinheiro. Na prática, funciona como um endereço usado para pagar menos tributos e dificultar o rastreamento de recursos. Com regras flexíveis e pouca transparência, esses locais permitem abrir contas, empresas e fundos com facilidade — o que pode servir tanto para planejamento financeiro legal quanto para ocultar patrimônio ou facilitar fraudes e lavagem de dinheiro.
Maior devedor de ICMS
Os investigadores afirmam que o grupo, comandado pelo empresário Ricardo Magro, movimentou mais de R$ 70 bilhões em apenas um ano, utilizando empresas próprias, importadoras, formuladoras, distribuidoras, postos de gasolina e offshores conectadas ao conglomerado.
A Refit, antiga Refinaria de Manguinhos (RJ), é considerada o maior devedor de ICMS de São Paulo, o segundo maior do Rio e um dos maiores da União. A defesa não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.
Em nota, a Refit esclarece que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente, tratandos-se, portanto, de "uma disputa jurídica legítima" (leia íntegra abaixo).
Com sede no Rio de Janeiro, a Refit possui atuação nacional. As buscas nesta quinta aconteceram no Rio, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.
👉 Comandado pelo empresário Ricardo Magro, o grupo é considerado o maior devedor de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços) do estado de São Paulo, o segundo maior do Rio e um dos maiores da União.
Em resumo, a fraude fiscal funcionava assim, segundo os promotores: no centro do esquema, estava a refinaria. Ao redor, uma rede de colaboradores dividida entre diferentes núcleos: internacional (com empresas no exterior), de tecnologia e jurídico, além de fintechs e bancos, distribuidoras e postos de gasolina. O objetivo, de acordo com investigadores, era beneficiar um núcleo familiar.
Como o processo corre sob sigilo, o nome de nenhuma empresa investigada foi divulgado.
Em entrevista à imprensa ao lado de diversas autoridades, o promotor de Justiça Alexandre Castilho afirmou que não foi detectada a presença da atuação de facções.
Do porto aos postos
Dinheiro apreendido em escritório na Alameda Santos, durante megaoperação contra o Grupo Refit
Reprodução
As fraudes da Refit começaram, de acordo com a Receita, quando as importadoras adquiriam gasolina como sendo outros derivados do petróleo com impostos mais baixos. Entre 2020 e 2025, foram importados mais de R$ 32 bilhões em combustíveis pelos investigados.
Na Operação Cadeia de Carbono, foram retidos quatro navios da Refit que continham 180 milhões de litros de combustível. A partir desta operação, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) interditou a refinaria após constatar diversas irregularidades:
Suspeita de importação com declaração falsa, pois a gasolina importada era declarada como derivados de petróleo;
Ausência de comprovação do processo de refino;
Indícios de uso de aditivos químicos não autorizados alterando a característica do produto.
Em 27 de outubro, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu reabrir a empresa. Dois dias depois da reabertura, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou uma nova interdição da Refit. A decisão é do presidente do STJ, Herman Benjamin.
Além das importadoras, a Receita constatou sonegação e fraudes nas outras etapas do processo até o combustível chegar aos postos de gasolina:
Formuladoras - São empresas autorizadas pela ANP para a produção de gasolina e de óleo diesel por meio da mistura de produtos. As formuladoras não refinam petróleo, mas adquirem componentes de refinarias e de importadores e que cuidam do processo até atingir o nível definido como ideal pela ANP.
Distribuidoras - Cuidam da etapa logística de armazenar e transportar para os postos de venda os combustíveis. Essa etapa do processo também é regulada pela ANP, que monitora preços e garante a qualidade dos produtos.
Postos de combustível - Assim como os formuladores e distribuidoras, os postos têm seus valores, segundo a Receita, sonegados pela Refit.
O dinheiro lucrado com a sonegação era investido em negócios, propriedades e fundos de investimento que davam aparência de legalidade e dificultavam o rastreamento pelos órgãos de controle.
A Refit criou várias empresas e abriu fundos, vários em paraísos fiscais, incluindo no estado americano de Delaware (que oferece benefícios para empresas), para dificultar a identificação de quem eram os verdadeiros destinatários finais. Também havia a substituição permanente de sócios dessas empresas para atrapalhar o rastreio do dinheiro.
A Receita identificou inicialmente 17 fundos ligados ao grupo, que somam patrimônio líquido de R$ 8 bilhões. No entanto, depois se constatou que eram cerca de 50 fundos.
"Em sua maioria, são fundos fechados com um único cotista, geralmente outro fundo, criando camadas de ocultação. Há indícios de que as administradoras colaboraram com o esquema, omitindo informações à Receita Federal", informou a Receita em nota.
A operação foi deflagrada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP) e conta com a participação da Receita Federal, Ministério Público de São Paulo, Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de SP, Secretaria Municipal de Fazenda de SP, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral do Estado de SP e polícias Civil e Militar.
Ricardo Magro: quem é o empresário à frente da Refit, alvo de megaoperação que apura fraudes no mercado de combustíveis
Haddad vê lavagem de dinheiro do crime organizado usando empresas dos EUA, contrabando de armas ao Brasil e pede parceria
Sede da Refit, em Benfica, na Zona Norte do Rio
Divulgação/Receita Federal
O que diz a refinaria
Leia íntegra do posicionamento do Grupo Retif:
A Refit esclarece que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente — exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro.
Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados portanto não havendo que se falar em sonegação.
É lamentável que as autoridades constituidas permitam ser levadas a erro pelo cartel das distribuidoras personificado no Instituto Combustível Legal.
Trama golpista: STM quer diluir pressão com mais de um relator na análise de perdas de patentes

Conclusão do processo da trama golpista foi enviado ao Superior Tribunal Militar
A chegada ao Superior Tribunal Militar (STM) do processo para julgar por indignidade e perda de patente os militares condenados por tentativa de golpe de Estado – incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro – já causa movimentações entre integrantes da Corte militar.
Integrantes do tribunal e a presidente da Corte, ministra Maria Elizabeth Rocha, têm visões distintas sobre como deve se dar a análise do tema.
🔎A Constituição determina que militares condenados a mais de dois anos de prisão têm que ser submetidos ao julgamento no Superior Tribunal Militar, que pode resultar em perda de posto, patente e benefícios.
Além do ex-presidente, capitão reformado do Exército, também terão a situação analisada pelo STM:
Almir Garnier, almirante da Marinha;
Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército;
Augusto Heleno, general do Exército; e
Walter Braga Netto, general do Exército.
Ministros ouvidos pelo blog relatam que há o desejo de ministros, em especial militares, para que os casos sejam distribuídos a relatores diferentes e não sejam concentrados em um único ministro para a relatoria e um para revisão dos casos.
Segundo um dos ministros ouvidos pelo blog, diluir os casos diminuiria a pressão sobre a corte. Relatores diferentes tenderiam a dar destino diferente aos réus, apesar da condenação por igual no Supremo Tribunal Federal.
Há uma tendência, em especial entre ministros militares do STM, de avaliar os casos também pelo histórico de cada general dentro das Forças Armadas.
Plenário do Superior Tribunal Militar.
Divulgação
A decisão é da presidente do tribunal, que tem indicado no entanto – inclusive em nota oficial – que deseja manter os casos reunidos.
"Quando o STM receber as eventuais representações contra cada um dos condenados, serão sorteados o relator e o revisor que vão analisar os casos e apresentar seus votos, para apreciação dos 14 ministros em plenário", afirmou.
A escolha se dá por sorteio. Só não podem ser relatores a presidente e o corregedor do STM.
O julgamento no STM só deve de iniciar no próximo ano, depois da avaliação do Ministério Público Militar.
Ministro quer liberar FGTS para 13 milhões de pessoas que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidas em 2025

Entenda as novas regras para o saque do FGTS
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), afirmou nesta quinta-feira (17) que vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no primeiro trimestre de 2026, a liberação dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 13 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos em 2025.
🔎Quando faz adesão ao saque-aniversário do FGTS, o trabalhador demitido pode sacar apenas o valor referente à multa rescisória (de 40%) e não o valor integral da conta, com exceção de outras hipóteses de saque previstas em lei (aposentadoria, doença grave e moradia, por exemplo).
"Tem um pedido de trabalhadores, hoje, com seu fundo de garantia retido, mesmo que demitidos. Teríamos 13 milhões de trabalhadores que tem seu fundo de garantia retido. Seu saldo é dele, é dela, por conta da lei do saque-aniversário [está retido]. Tem a possibilidade de, no começo do ano, a gente conversar com o presidente para liberar esses recursos para essas famílias", disse o ministro Luiz Marinho.
💰 De acordo com o ministro, a medida não causa impacto na sustentabilidade dos recursos do FGTS disponíveis para obras em habitação e infraestrutura.
Medida semelhante já foi adotada pelo governo no início deste ano, quando liberou o saldo do fundo para os trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e foram demitidos de janeiro de 2020 até fevereiro deste ano. A medida beneficiou 12,1 milhões de pessoas, com direito a R$ 12 bilhões.
"Como fizemos Medida Provisória nesse ano, não caberia fazer nesse ano porque não pode repetir mesmo o assunto. Eventualmente no primeiro trimestre, vou levar esse assunto ao presidente Lula até para ver se é o caso de liberar até para colaborar com a economia", acrescentou o ministro do Trabalho.
Caixa libera saque calamidade do FGTS aos moradores de Teodoro Sampaio (SP)
Beatriz Jarins/g1
Restrição à linha de crédito do saque-aniversário
Em outubro deste ano, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) – formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores – restringiu a linha de crédito usada para antecipar recursos do chamado "saque-aniversário".
📅 Com a nova regra, a antecipação dos recursos do saque-aniversário ficará limitada a somente cinco parcelas nos primeiros doze meses, considerado de transição. Após esse prazo, a antecipação ficará limitada a três parcelas (o equivalente a três anos de saques).
💵Além disso, hauve um limite de R$ 500 de antecipação do saque aniversário por parcela sacada. Pelas regras anteriores, não havia limite de valor.
"Antes, o trabalhador podia antecipar o valor integral da conta. Agora, o limite mínimo é de R$ 100 e o máximo de R$ 500 por saque-aniversário. Dessa forma, o trabalhador poderá antecipar até cinco parcelas de R$ 500, totalizando R$ 2.500", explicou o governo na ocasião.
💳 Outra mudança foi que o trabalhador passou a poder fazer, somente uma vez por ano, a contratação de crédito para antecipar parcelas do saque-aniversário do FGTS. Pela regra anterior, não havia limite e era possível fazer várias operações anualmente, as chamadas "operações simultâneas".
🗓️ Outra novidade é que os bancos passaram a ter um "prazo mínimo" de 90 dias, contados a partir da data de opção pelo saque-aniversário, para autorizar a linha de crédito. Pelas regras atuais, não havia um prazo mínimo. Segundo o governo, 26% da concessão do crédito acontece no mesmo dia em que o trabalhador adere ao saque-aniversário.
Brasil cria 85,1 mil empregos formais em outubro; com forte queda de 35% frente ao mesmo mês de 2024
A economia brasileira gerou 85,1 mil empregos formais em outubro deste ano, informou nesta quinta-feira (27) o Ministério do Trabalho e do Emprego. Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em outubro: ➡️2,27 milhões de contratações; ➡️2,19 milhões de demissões. 📈 O resultado representa forte recuo de 35,3% em relação a outubro do ano passado, quando foram criados cerca de 131,6 mil empregos com carteira assinada. 👉🏽 Esse também foi o pior resultado para meses de outubro desde o início da série histórica do novo Caged, em 2020. Veja os resultados para os meses de outubro: 2020: 366 mil vagas fechadas; 2021: 252,9 mil empregos criados; 2022: 160,4 mil vagas abertas; 2023: 187,1 mil vagas abertas. A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia. Em entrevista a jornalistas, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a criticar o patamar da taxa de juros fixada pelo Banco Central para conter a inflação. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. "É importante o crescimento, mas está desacelerando [a criação de empregos formais]. Tem um ahora que o carro vai parar. É o momento mais que urgente do Banco Central tomar medidas de taxa de juros (...) Hora mais do que urgente de o BC ter a sensibilidade de entender esse processo. Se não daqui a pouco vai inverter a curva, deixar de ter crescimento para ter queda. Se entrar em um carro de alta velocidade, diminui, zerou ele, até retomar a velocidade demora um tempo. A economia também", disse Marinho. Parcial do ano De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,8 milhão de empregos formais foram criados no país de janeiro a outubro deste ano. 📈 O número representa queda de 15,3% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram abertas 2,12 milhões de vagas com carteira assinada. Essa foi a menor geração de empregos para os dez primeiros meses de um ano desde 2023, quando foram abertas 1,78 milhão de vagas formais. Ao fim de outubro de 2025, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 48,99 milhões de empregos com carteira assinada. O resultado representa aumento na comparação com setembro deste ano (48,91 milhões) e com relação a outubro de 2024 (47,66 milhões). Empregos por setor Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de outubro de 2025 mostram que foram criados empregos formais somente em dois dos cinco setores da economia. A indústria teve a maior queda, enquanto os serviços apresentaram o crescimento mais expressivo. Regiões do país Os dados também revelam que foram abertas vagas nas cinco regiões do país no mês passado. Salário médio de admissão O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.304,31 em outubro deste ano, o que representa alta real (descontada a inflação) em relação a setembro de 2025 (R$ 2.287,31). Na comparação com outubro do ano passado, houve alta no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.249,86. Caged x Pnad Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais. Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad). Segundo dados oficiais, a taxa de desemprego no Brasil foi de 5,6% no trimestre encerrado em setembro. De acordo com o IBGE, essa foi a menor taxa da série histórica iniciada em 2012.
Grupo Refit já esteve envolvido em outras investigações e polêmicas; entenda

Megaoperação contra sonegação de impostos e lavagem de dinheiro mira o Grupo Refit
A megaoperação deflagrada na manhã desta quinta-feira (27) foi apenas mais uma das investigações envolvendo o Grupo Refit, dono da antiga Refinaria de Manguinhos e de diversas outras empresas do setor de combustíveis.
➡️ Batizada de Polo de Lobato, a ação mobilizou mais de 600 agentes públicos e teve 190 alvos, entre pessoas físicas e empresas ligadas direta ou indiretamente ao grupo.
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Comandado pelo empresário Ricardo Magro, o grupo é considerado uma das maiores devedoras de impostos em São Paulo, no Rio de Janeiro e na União — e já esteve envolvido em uma série de polêmicas.
Entenda abaixo como o Grupo Refit, antiga Refinaria de Manguinhos, passou de marco nacional a empresa suspeita de fraude, lavagem de dinheiro e crimes contra a ordem econômica e tributária.
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Megaoperação mira o Grupo Refit, maior devedor de impostos de SP
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Quem é Ricardo Magro, empresário à frente da Refit e alvo de megaoperação
Em nota, a Refit esclarece que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente, tratandos-se, portanto, de "uma disputa jurídica legítima" (leia íntegra abaixo).
A compra da Refinaria de Manguinhos e sua reestruturação
A Refinaria de Manguinhos — que chegou a ser um marco nacional nos anos 1950 por ter sido criada com capital totalmente nacional e privado — foi comprada pelo Grupo Andrade Magro em 2008. Na época, o grupo já atuava no segmento de postos de combustíveis por meio da Rede Tigrão.
Com a compra, o grupo também adquiriu a subsidiária Manguinhos Distribuidora e retomou imediatamente os projetos da refinaria, que enfrentava dificuldades financeiras desde o início dos anos 2000.
A retomada efetiva da produção, porém, só ocorreria em 2010 — mesmo ano em que a Distribuidora Manguinhos apareceu pela primeira vez no ranking de vendas da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Interdições, investigações, fraudes e dívidas
Desde então, diversas polêmicas passaram a envolver a Refinaria de Manguinhos e a Distribuidora Manguinhos.
Veja algumas delas abaixo.
2013
Segundo reportagem de O Globo de 2013, as instalações chegaram a ser interditadas parcialmente pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pela Secretaria Estadual do Ambiente por causa de um vazamento de álcool.
A reportagem também aponta que as duas companhias deviam cerca de R$ 1 bilhão ao Fisco e eram alvo de investigação da Secretaria Estadual da Fazenda do Rio de Janeiro.
Além disso, foi nesse ano que a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.
2016
Em 2016, a Refinaria de Manguinhos foi citada na Operação Lava Jato — investigação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) que revelou um amplo esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
À época, reportagens indicaram que o ex-diretor da Petrobras e da BR Distribuidora Nestor Cerveró afirmou, em delação premiada, que teria sido pressionado por políticos a comprar a Refinaria de Manguinhos como parte do esquema de corrupção.
No mesmo ano, o empresário e ex-advogado Ricardo Magro, atual dono do Grupo Refit, foi um dos alvos da Operação Recomeço, deflagrada pela PF e pelo MPF para investigar um esquema de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros (Petrobras) e Postalis (Correios).
Segundo o MPF, as investigações encontraram indícios de que o dinheiro captado foi desviado ilegalmente para outros fins, especialmente para contas bancárias dos investigados e de pessoas físicas e jurídicas ligadas a eles.
Magro era sócio do Grupo Galileo à época e foi absolvido no caso.
2020
Em 2020, uma decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) sobre fiscalização realizada na Refinaria de Manguinhos trouxe novas conclusões de que a empresa estaria envolvida em fraude fiscal.
Segundo o documento, a Refit estaria se passando por refinaria para pagar menos tributos na importação de combustíveis.
De acordo com o relatório, uma empresa do Grupo Refit importava combustível pronto e o enviava para um depósito. Depois, essa companhia emitia nota fiscal afirmando que o produto havia sido processado e o vendia para a Refinaria de Manguinhos como se tivesse passado por refino.
Segundo formulário de referência publicado pelo Grupo Refit em seu site de relações com investidores, o auto de infração — ou seja, o valor total a ser pago pela empresa — somava R$ 249,2 milhões.
2024
Em dezembro de 2024, a Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação para investigar um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que envolveria o empresário e ex-advogado Ricardo Magro, dono do Grupo Refit.
O alvo principal da operação foi a Fera Lubrificantes, sediada em Guarulhos e registrada em nome do pai e do avô de Magro. A investigação teria começado após a apreensão de um caminhão que transportava cocaína no Pari, na Zona Leste da capital, em 2023.
O veículo pertencia à Transportadora Rawa, que teria pago um valor suspeito a um posto de gasolina na Marginal do Tietê, cujo proprietário teria negócios com Vinicius Gritzbach — delator do PCC executado em 8 de novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O posto seria um investimento usado na lavagem de dinheiro do crime organizado. No local, foram apreendidos contratos com uma formuladora de combustíveis suspeita de operar um esquema de carregamento sem comprovante fiscal. Essa formuladora seria ligada a Magro.
Ainda segundo a polícia, até aquele momento, Magro teria uma dívida de R$ 7,4 bilhões de ICMS no estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, a dívida era estimada em cerca de R$ 8,2 bilhões.
2025
Em setembro, em desdobramento das Operações Cadeia de Carbono e Carbono Oculto — que revelaram um esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis —, a ANP anunciou a interdição cautelar da Refinaria de Manguinhos.
Segundo a agência, foram encontradas diversas irregularidades, incluindo indícios de importação irregular de combustíveis prontos, uso de tanques não autorizados pela ANP, ausência de controles técnicos essenciais e descumprimento de medidas cautelares anteriores.
A Receita e a ANP também apreenderam navios carregados com combustível importado irregularmente da Rússia.
Nesta quinta-feira (27), a megaoperação que mirou o Grupo Refit e outros alvos ligados direta e indiretamente à companhia investiga o envolvimento dos suspeitos em organização criminosa e na prática de crimes contra a ordem econômica e tributária, além de lavagem de dinheiro.
Segundo os investigadores, o esquema causou prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.
Segundo os investigadores, foi detectado o uso de fintechs e fundos de investimento no esquema. As fraudes ocorriam por meio de uma rede de colaboradores, holdings, offshores, meios de pagamento e fundos de investimento.
O dinheiro ilícito era reinvestido em negócios, propriedades e outros ativos por meio de fundos de investimento, dando aparência de legalidade e dificultando o rastreamento.
O Fisco identificou 17 fundos ligados ao grupo, que somam patrimônio líquido de R$ 8 bilhões. Em sua maioria, são fundos fechados com um único cotista — geralmente outro fundo —, criando camadas de ocultação. Também há indícios de que administradoras colaboraram com o esquema, omitindo informações à Receita. Entenda o esquema.
Segundo a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a maior parte da dívida do Grupo Refit relativa ao ICMS decorre de uma conduta mantida por “longos anos”: distribuir combustível sem recolher os impostos devidos.
A ação aconteceria por meio de uma "engenharia empresarial, que utiliza pessoas jurídicas interpostas em todas as fases de distribuição, as quais adquirem o produto e revendem".
"Com isso, o grupo econômico opera sistematicamente em déficit operacional, enquanto as demais empresas distribuem o combustível e transferem os lucros aos reais beneficiários por meio de fundos e offshores", informou o Fisco e a PGFN.
Sede da Refit, em Benfica, na Zona Norte do Rio
Divulgação/Receita Federal
No âmbito federal, as dívidas do grupo com a União decorreriam de "fraudes aduaneiras e de tributos sobre produção e faturamento, com reflexos na balança comercial e nas relações internacionais, além da evasão de divisas".
O que diz a refinaria
Leia íntegra do posicionamento do Grupo Retif:
"A Refit esclarece que os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente — exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro.
Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados portanto não havendo que se falar em sonegação.
É lamentável que as autoridades constituidas permitam ser levadas a erro pelo cartel das distribuidoras personificado no Instituto Combustível Legal."
Congresso derruba veto de Lula e autoriza estados a usar compensação da reforma tributária para abater dívidas com a União

Congresso impõem derrotas ao governo Federal
O Congresso Nacional decidiu nesta quinta-feira (27), em sessão conjunta, autorizar que estados utilizem repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para pagar dívidas com a União.
O FNDR foi criado pela reforma tributária para reduzir desigualdades regionais e sociais, com a distribuição de recursos da União aos estados e ao Distrito Federal. Os repasses vão começar a ser feitos em 2029, de forma escalonada e alcançarão R$ 60 bilhões anuais a partir de 2043.
A possibilidade de abater a dívida com recursos do FNDR havia sido vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro deste ano, durante a sanção de um novo programa de refinanciamento de débitos dos estados.
Governadores e secretários de Fazenda dos estados mais endividados com a União — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul — defendiam a derrubada deste e de outros vetos desde fevereiro.
Para eles, as derrubadas são necessárias para que os estados possam aderir ao plano. O prazo máximo de adesão é 31 de dezembro de 2025.
O novo programa de financiamento das dívidas dos estados prevê renegociação dos valores com desconto nos juros e parcelamento em até 30 anos com a União. Em troca, são exigidos investimentos em alguns setores, como educação.
Segundo o Tesouro Nacional, a dívida dos estados e do Distrito Federal com a União ultrapassou R$ 1,1 trilhão em 2024. O estado mais endividado é São Paulo (R$ 372,1 bi), seguido de Rio de Janeiro (R$ 217,9 bi); Minas Gerais (R$ 191,7 bi); Rio Grande do Sul (R$ 128,9 bi) e Goiás (R$ 27,5 bi).
O plano sancionado por Lula estabelece que estados poderão quitar parte das dívidas por meio da transferência de ativos para a União, como bens móveis ou imóveis e participações societárias. Com a derrubada do veto nesta quinta, repasses do FNDR também poderão ser utilizados para o abatimento.
Os deputados e senadores também retomaram um trecho vetado por Lula e permitiram que a União opte por abater da dívida os valores gastos pelos estados na execução de obras que são de responsabilidade federal.
Além disso, também foram retomados trechos que mantém os benefícios concedidos pela União para estados afetados por calamidades públicas, por meio do Regime de Recuperação Fiscal. A medida permitirá que, por exemplo, parcelas de dívidas anteriores à adesão ao novo programa sejam reduzidas de forma extraordinária.
Sessão do Congresso para análise de vetos presidenciais
Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Mais de 340 mil empreendedores podem ser excluídos do Simples por dívidas, alerta Receita

Mais de 340 mil empresas no Simples Nacional foram notificadas por inadimplência.
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A Receita Federal iniciou o envio de comunicados a mais de 340 mil contribuintes com parcelamentos em situação de inadimplência.
Desse total, aproximadamente 250 mil possuem mais de seis parcelas vencidas — condição que pode levar à exclusão do acordo, conforme as regras vigentes.
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Segundo o Receita, mesmo quando há risco de cancelamento, a perda do parcelamento não impede a regularização do débito em âmbito administrativo.
Pelo contrário, a orientação é para que o contribuinte busque a quitação imediata das parcelas pendentes, evitando novos encargos, acréscimos legais e honorários que podem elevar significativamente o valor total devido.
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Além das mensagens destinadas a contribuintes com risco de exclusão, a Receita também enviou 204 mil alertas para empresas com uma ou duas parcelas atrasadas no Simples Nacional.
Nesses casos, trata-se apenas de um aviso preventivo, para evitar que a dívida evolua para uma situação mais grave.
💸 O Simples Nacional é um regime especial para o pagamento de impostos que reúne seis tributos federais. Criado em 2006 com o objetivo de simplificar a cobrança, ele tem uma carga tributária reduzida e é voltado para pequenas empresas.
Como regularizar as dívidas?
➡️ A verificação da situação fiscal e os pedidos de renegociação podem ser feitos de forma totalmente digital pelo Portal de Serviços da Receita Federal, no menu “Meus Parcelamentos do Simples”, ou pelo Portal do Simples Nacional.
Antecipação do pagamento
Em outra frente, a Receita Federal ampliou as ferramentas disponíveis aos optantes do Simples Nacional ao liberar a antecipação de parcelas em todas as modalidades de parcelamento, inclusive no Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Simples Nacional (RELP-SN).
Agora, contribuintes podem antecipar pagamentos dos parcelamentos ordinário, especial, do Programa Especial de Regularização Tributária (PERT-SN) e Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos (RELP-SN).
As antecipações podem ser feitas diretamente pelo Portal do Simples Nacional ou pelo Portal e-CAC, na opção “Emissão de parcela”.
O sistema permite escolher quantas parcelas serão antecipadas — inclusive a quitação total do acordo.
Para utilizar a funcionalidade, é necessário que:
A parcela do mês vigente ainda não tenha sido paga;
Não haja parcelas em atraso.
O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) gerado incluirá a parcela do mês vigente somada às parcelas antecipadas.
A Receita destaca que antecipar pagamentos pode reduzir o impacto dos juros futuros, encerrar o parcelamento mais cedo e facilitar o planejamento financeiro — mas não dispensa o pagamento da parcela do mês seguinte, a menos que o acordo seja totalmente quitado.
Ambas iniciativas reforçam a estratégia do órgão de prevenir a inadimplência, incentivar a regularização de débitos e aprimorar o relacionamento com o contribuinte.
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Caixa tem lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no 3º trimestre

Caixa Econômica Federal, Presidente Prudente
Leonardo Bosisio/g1
A Caixa registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, alta de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (26), após o fechamento do mercado, que apontou melhora na rentabilidade, mas aumento das provisões.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) recorrente cresceu 2,6 pontos percentuais, para 11,93%, enquanto a margem financeira avançou 14%, para R$ 16,5 bilhões.
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O banco estatal encerrou setembro com carteira de crédito de R$ 1,334 trilhão, expansão de 10,3% ano a ano, com alta de 11,4% no financiamento imobiliário, 10,9% no crédito comercial para pessoa física, 10,8% no crédito comercial para pessoa jurídica, 4,1% em saneamento e infraestrutura e 3,7% no agronegócio.
O índice de inadimplência acima de 90 dias aumentou para 3,01%, ante 2,27% um ano antes e 2,66% três meses antes. No crédito imobiliário, o percentual foi de 1,3%, enquanto em pessoa física subiu para 6,25% e, em pessoa jurídica, atingiu 12,50%. No agronegócio, saltou para 11,20%.
A provisão para créditos de liquidação duvidosa alcançou R$ 5,07 bilhões, salto de 64,5% ano a ano e de 43,9% no trimestre.
Houve elevação de 0,6% nas receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias em relação ao mesmo trimestre de 2024, para R$ 7,09 bilhões. As despesas administrativas somaram R$ 11,25 bilhões, alta de 4,1%. O índice de eficiência operacional recorrente caiu para 52,91%, ante 57,68% um ano antes.
O índice de capital principal da Caixa passou de 13,99% para 14,87% ano a ano, enquanto o índice de capital nível 1 avançou de 14,20% para 15,05% na mesma base de comparação.
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Renault Kardian recebe cinco estrelas em teste de segurança do Latin NCAP

Renault Kardian recebe cinco estrelas em teste de segurança do Latin NCAP
O Renault Kardian recebeu cinco estrelas no teste de segurança do Latin NCAP, informou o instituto nesta quinta-feira (27). As notas variam de zero a cinco estrelas e esta é a primeira nota máxima da fabricante francesa.
Segundo o Latin NCAP, o Kardian avaliado neste teste faz parte da produção nacional, em São José dos Pinhais (PR). Para o instituto, o SUV compacto apresentou bom desempenho nos seguintes aspectos:
83% de proteção para adultos;
83% para crianças;
73% para pedestres;
84% de proteção com sistemas de assistência à segurança.
Nos testes, foram destacadas as boas proteções para cabeça e pescoço de motorista e passageiro em impactos frontais e laterais. Já os pontos considerados mais frágeis foram a proteção do peito e das coxas do motorista em impactos frontais, além do pescoço em colisões traseiras e do tórax em impactos laterais.
A nota máxima chega um ano depois de o modelo ter recebido quatro estrelas. “O Renault Kardian foi atualizado com a inclusão do sistema de Frenagem Autônoma de Emergência (AEB) para Usuários Vulneráveis das Vias (VRU) e foi avaliado novamente a pedido do fabricante”, informou o instituto em nota.
Renault Kardian
divulgação/Latin NCAP
No modelo 2025, o Kardian conta com seis airbags e controle eletrônico de estabilidade, ambos itens de série em todas as versões. Para o Latin NCAP, esses equipamentos foram essenciais para o SUV alcançar as cinco estrelas neste ano.
“Parabéns à Renault por seu primeiro resultado de cinco estrelas no Latin NCAP. Seu compromisso com veículos mais seguros ficou claro ao melhorar um modelo popular como o Kardian de quatro para cinco estrelas em tão pouco tempo. O Latin NCAP aguarda ansiosamente os novos modelos da Renault e as próximas cinco estrelas da marca", apontou Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP.
Stephan Brodziak, presidente do Conselho de Administração do Latin NCAP, também destacou o avanço da Renault na segurança do modelo.
"A melhoria na segurança veicular é uma intervenção sistemática em prol da saúde pública com impacto comprovado: veículos mais seguros significam menos mortes, menos ferimentos graves e menos famílias afetadas por consequências irreversíveis, além de uma menor carga econômica para os Estados", disse.
Renault Kardian é um dos SUVs mais baratos do Brasil
O SUV é o lançamento mais recente da Renault, e o g1 já testou a versão manual do Kardian, apresentada em novembro do ano passado por R$ 106.990. Doze meses após chegar às concessionárias, o modelo ficou cerca de 6% mais caro e hoje é vendido por R$ 113.690.
Renault Kardian: o que erra e acerta a versão manual
O Renault Kardian chegou para brigar na base da pirâmide de preços dos SUVs compactos. A concorrência nessa faixa de preço é duríssima, com hatches nas versões topo de linha e outros competidores na entrada dos SUVs.
O que é o ICMS e como funciona a alíquota para o setor de combustíveis

O ICMS está no centro das discussões sobre preços dos combustíveis, disputas fiscais entre estados e grandes operações contra sonegação. Essa relevância ajuda a entender por que investigações de grande porte, como a megaoperação contra o Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, despertam preocupação.
Mas, afinal, o que é esse imposto estadual — e como funciona a alíquota aplicada à gasolina, ao diesel e ao gás de cozinha?
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Segundo Rodrigo Spada, presidente da Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é a principal fonte de receita dos governos estaduais.
Além disso, ele explica que setores específicos carregam um peso desproporcional na arrecadação.
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“Os setores de energia elétrica, telecomunicações e combustíveis eram considerados as ‘blue chips’ para o ICMS”, afirma.
Em muitos estados, segundo ele, a receita desses três segmentos corresponde a mais da metade — chegando, em alguns casos, a 70% — de toda a arrecadação do imposto.
Por isso, quando um esquema de sonegação se instala justamente em um desses setores, o impacto nas contas públicas é significativo.
É o caso da operação contra o Grupo Refit. O conglomerado comandado por Ricardo Magro é apontado como o maior devedor de ICMS de São Paulo e o segundo maior do Rio de Janeiro.
Segundo a PF e a Receita Federal, a investigação identificou R$ 26 bilhões em fraudes envolvendo offshores, fundos de investimento e uma rede de interpostas pessoas usada para ocultar a origem dos recursos.
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O que é o ICMS?
O ICMS é um tributo estadual que incide sobre a venda de produtos, a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicações.
Ele é cobrado em praticamente todas as etapas da cadeia de consumo — da produção até a comercialização — e representa a principal fonte de receita dos estados.
As alíquotas do ICMS diferem conforme o estado, mas elas variam entre 17% e 23% neste ano.
As unidades da federação que aplicam os maiores percentuais são Maranhão (23%) e o Piauí (22,5%), enquanto estados como Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina mantêm as menores alíquotas.
👉 Veja abaixo as alíquotas do ICMS em cada estado. Passe o mouse ou clique na unidade federativa para visualizar o percentual aplicado neste ano:
Como funciona o ICMS sobre combustíveis?
No entanto, ao contrário de outras mercadorias, os combustíveis derivados de petróleo seguem uma regra própria: todo o valor do ICMS vai para o estado onde ocorre o consumo.
Trata-se do chamado modelo de destino, aplicado integralmente à gasolina, ao etanol anidro, ao diesel e ao GLP.
➡️ Essa lógica difere da regra geral aplicada a outros produtos, em que a arrecadação do ICMS é dividida entre o estado produtor e o estado consumidor.
➡️ Além disso, os combustíveis não seguem as alíquotas percentuais tradicionais, mas sim um valor fixo, padronizado nacionalmente.
➡️ Desde 2023, a cobrança também mudou de formato: passou a ser monofásica, com uma única etapa de tributação, e baseada em alíquotas ad rem. (entenda abaixo)
O objetivo é simplificar a tributação e reduzir a oscilação causada por mudanças frequentes nos preços nas refinarias.
Segundo Spada, presidente da Febrafite, a alteração representou uma virada importante na forma como os estados recolhem o imposto. Antes, a arrecadação era proporcional ao valor do combustível vendido na bomba, mas agora depende apenas da quantidade comercializada.
“O imposto não é mais sobre o valor do produto, mas sim sobre a quantidade vendida”, reforça.
Ele ainda destaca que esse modelo exige revisões periódicas, já que o valor fixo tende a se defasar com o tempo.
O que é o modelo “ad rem”?
Até 2022, o ICMS sobre combustíveis seguia a lógica ad valorem: um percentual sobre o preço final. Em São Paulo, por exemplo, chegou a ser 18% sobre o valor da gasolina.
Se o preço subia, a arrecadação subia junto.
Se o valor caía, a receita diminuía automaticamente.
Mas, diante da alta histórica dos combustíveis naquele ano, o Congresso aprovou a Lei Complementar 192, que limitou a alíquota. A medida derrubou as receitas estaduais para moderar o preço dos combustíveis, e foi acompanhada de forte disputa política.
Spada lembra que o debate na época misturava a política de preços da Petrobras — baseada na paridade com o mercado internacional — e a percepção de que os estados estariam cobrando ICMS excessivamente alto.
Com a Lei Complementar 201, a partir de 2023, o sistema migrou para o modelo "ad rem", hoje em vigor. Assim, o imposto passou a ter valores fixos, definidos anualmente pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e reajustados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Valores atuais (a partir de 1º de fevereiro de 2025):
⛽ Gasolina e etanol anidro: R$ 1,47 por litro
🚛 Óleo diesel e biodiesel: R$ 1,12 por litro
🔥 GLP: R$ 1,39 por quilo
Essa mudança alterou diretamente o comportamento das receitas estaduais, e somente no momento do reajuste anual que a arrecadação se realinha à inflação e ao custo necessário para manter as contas dos estados equilibradas.
"Como o imposto deixou de variar conforme o preço da gasolina ou do diesel ao longo do ano, os ajustes passaram a ocorrer de forma concentrada", explica Spada.
Por que a tributação monofásica importa?
Além da alíquota fixa, outra característica importante é a tributação monofásica: o ICMS é recolhido uma única vez, normalmente pelo produtor ou importador. Isso simplifica a fiscalização, reduz brechas para sonegação e diminui disputas interestaduais — problemas que historicamente marcaram o setor.
O modelo também elimina a necessidade de cobrança de Diferencial de Alíquota (DIFAL) nas operações interestaduais. Como todo o imposto pertence ao estado de destino, a arrecadação é enviada diretamente para onde ocorre o consumo final, evitando guerra fiscal entre estados na etapa de distribuição.
Para Spada, ampliar a transparência é parte essencial da solução. Nesse contexto, entender como a alíquota é definida e por que ela passou a ser fixada nacionalmente ajuda a explicar seus efeitos sobre os preços, a arrecadação e a própria fiscalização.
“A uniformização da alíquota e a cobrança monofásica fortalecem a capacidade de rastrear operações e reduzir perdas fiscais, embora ainda haja desafios estruturais para conter organizações criminosas sofisticadas.”
Posto de combustíveis na Zona Sul de São Paulo
Gustavo Honório/g1
Haddad vê lavagem de dinheiro do crime organizado usando empresas dos EUA, contrabando de armas ao Brasil e pede parceria

Grupo deixou de pagar R$ 26 bilhões em impostos, diz Haddad sobre megaoperação contra sonegação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (26) que o crime organizado está remetendo recursos a empresas abertas nos Estados Unidos com o objetivo de lavagem de dinheiro. E pediu que o assunto seja discutido com o governo norte-americano.
Ele deu as declarações na portaria o Ministério da Fazenda em referência à operação da Polícia Federal desta manhã contra o Grupo Refit.
“Queremos pautar, com os Estados Unidos, conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware (EUA). Faz um empréstimo para esses fundos, que é a suspeita da Receita de que jamais serão pagos, e voltam em forma de aplicação no Brasil, como se fosse um investimento estrangeiro direto”, disse Haddad a jornalistas.
O ministro classificou esse tipo de operação como uma “triangulação internacional gravíssima”.
“A última operação foi de R$ 1,2 bilhão. Feito simulando um investimento estrangeiro, dinheiro saiu daqui e está voltando para esses fundos”, acrescentou ele.
Haddad: grupo investigado movimentou R$70 bi em um ano
Haddad falou em “abrir frente de trabalho com o governo dos EUA para inibir lavagem de dinheiro usando paraíso fiscal lá”.
“Fazer chegar as informações de como os fundos nos Estados Unidos estão sendo utilizados para lavagem de dinheiro e simulação de investimento estrangeiro no Brasil. Dinheiro ilícito está saindo daqui desses fundos, que estão sendo bloqueados. Mas não sabemos quantos fundos são. Importante ter colaboração internacional”, frisou.
➡️Segundo o ministro Haddad, a Receita Federal também identificou contrabando de armas proveniente dos Estados Unidos e pediu a criação de um grupo de trabalho, com o governo norte-americano, para inibir o ingresso de armamento ilegal no Brasil.
“Armas estão chegando no Brasil de contêineres de lá, vêm peças de reposição ou o próprio armamento, ilegalmente. Pedi para o Barreirinhas [secretário da Receita] fazer um relatório documentando com fotografias, número de contêineres. Demonstrando que a parceria é fundamental. Se queremos impedir que a droga chegue lá, é fundamental que iniba o crime nos territórios impedindo que o armamento pesado chegue ao Brasil”, declarou.
👉 Comandado pelo empresário Ricardo Magro, o grupo Refit é considerado o maior devedor de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços) do estado de São Paulo, o segundo maior do Rio e um dos maiores da União.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende tributação maior das bets no Brasil.
Reuters via BBC
Devedor contumaz
Haddad voltou a pedir a aprovação, pelo Congresso Nacional, da lei do devedor contumaz, que busca inibir a prática de manter empresas em funcionamento que não recolhem tributos.
Constituídas por sonegadores recorrentes, e utilizadas também pelo crime organizado, elas ferem a concorrência, retirando do mercado pessoas jurídicas idôneas, e ainda fomentam a violência urbana.
“Se não asfixiar financeiramente as organizações criminosas, vai ter uma reposição de mao de obra barata na ponta. É o andar de cima que irriga com bilhões as atividades criminosas. Hoje está sendo bloqueados R$ 8 bilhoes de fundos. É assim que vamos conseguir efetivamente combater o crime”, declarou Haddad.
O projeto do devedor contumaz passou pelo Senado Federal, mas ainda precisa de aprovação da Câmara dos Deputados. Ele também defendeu a continuidade de operações conjuntas com os estados e municípios no combate ao crime organizado.
ANP interdita Refit, no Rio, por não haver evidências de que ela realmente refine combustível
Reprodução/TV Globo
Quem é Ricardo Magro, empresário à frente da Refit e alvo de megaoperação contra fraudes em combustíveis

Megaoperação contra sonegação de impostos e lavagem de dinheiro mira o Grupo Refit
O advogado e empresário Ricardo Magro, que comanda o Grupo Refit, dono da Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, voltou ao centro do noticiário nesta quinta-feira (27) por causa da megaoperação contra o conglomerado e outras dezenas de empresas do setor de combustíveis.
Apontada como maior devedora de ICMS em São Paulo e uma das maiores no Rio de Janeiro e na União, a empresa de Magro é investigada por provocar prejuízo bilionário aos cofres estaduais e federais.
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Ele já esteve no centro de escândalos e disputas no setor e também foi citado na Operação Carbono Oculto, em agosto, que investigou a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no segmento. No entanto, a companhia não chegou a ser alvo de buscas pela Polícia Federal.
Saiba quem é o empresário e por que seu nome gera controvérsia no mercado de combustíveis.
Quem é Ricardo Magro?
Ricardo Magro
Reprodução/ Magro Advogados
Ricardo Magro, de 51 anos, é uma figura recorrente e controversa no mercado de combustíveis. Advogado e empresário, comanda a antiga Refinaria de Manguinhos, hoje Refit, alvo de diversas investigações tributárias e disputas com distribuidoras e órgãos de fiscalização nos últimos anos.
Paulistano, o empresário ganhou projeção no Rio de Janeiro e, desde 2016, mora em uma área nobre de Miami, nos Estados Unidos. Formado em Direito pela Universidade Paulista (Unip), com pós-graduação em direito tributário, Magro comanda o grupo Refit desde 2008.
Com uma longa história de embates com o fisco, Magro afirma que o rótulo de “maior devedor de ICMS do país” é resultado de uma suposta perseguição institucional promovida por grandes empresas do setor.
O que é o ICMS e como funciona a alíquota para o setor de combustíveis
Ele chegou a acusar a Cosan, dona da Shell no Brasil e comandada por Rubens Ometto, de fazer campanha por meio do Instituto Combustível Legal (ICL), que combate o mercado ilegal, para tirá-lo do setor. Ao jornal “Folha de S.Paulo”, em setembro, afirmou também ser alvo de perseguição e ameaças do PCC.
Em 2016, Magro foi um dos alvos da Operação Recomeço, deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal para investigar o desvio de recursos dos fundos de pensão da Petrobras e dos Correios. Outro investigado também se entregou: Carlos Alberto Peregrino da Silva, ex-diretor do Grupo Galileo.
Ex-advogado de Eduardo Cunha, à época afastado da presidência da Câmara dos Deputados, Magro era um dos sócios do Grupo Galileo. Em dezembro de 2010, o grupo emitiu debêntures de R$ 100 milhões para captar recursos para recuperar a Universidade Gama Filho.
Segundo o MPF, as investigações encontraram indícios de que o dinheiro captado foi desviado ilegalmente para outros fins, especialmente para contas bancárias dos investigados.
Entenda os números da operação Poço de Lobato
Design/g1
Operações policiais e o embate com o PCC
O nome do empresário foi citado em etapas da Operação Carbono Oculto, que investiga a presença do PCC no mercado de combustíveis e chegou até a Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.
Embora a Refit não tenha sido alvo de buscas, documentos oficiais mencionam a empresa como parte de um fluxo comercial que teria envolvido companhias usadas pela facção.
Magro rejeitou as acusações e afirmou ter colaborado com autoridades para denunciar práticas criminosas no setor, o que, segundo ele, o tornou alvo de ameaças e retaliações.
A megaoperação desta quinta-feira, assim como a Operação Carbono Oculto, marca apenas parte das controvérsias envolvendo a dona da Refinaria de Manguinhos. Isso porque a Refit já foi interditada várias vezes pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ações da ANP colocaram em dúvida a atividade de refino da empresa. Segundo a agência, existiam indícios de que a Refit estaria importando combustíveis praticamente prontos, como gasolina e diesel, em vez de realizar o processo de refino do petróleo — que justificaria sua operação como refinaria.
O local chegou a ser interditado em setembro. Em outubro, a companhia foi reaberta por determinação da Justiça do Rio de Janeiro. No mesmo mês, no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou uma nova interdição da Refinaria de Manguinhos, dois dias depois de ela ser reaberta.
Em julho de 2024, o Ministério Público de São Paulo apontou a Refit como uma das empresas envolvidas em esquemas de sonegação e adulteração de bombas de combustíveis.
Mesmo carregando a fama de sonegadora, a Refit fechou contratos nos últimos anos para divulgar sua marca de distribuidora. No ano passado, anunciou patrocínio para a NFL, a maior liga de futebol americano.
Em 2021, lançou uma linha de combustíveis com a marca UFC, que organiza as lutas de MMA.
Haddad vê lavagem de dinheiro do crime organizado usando empresas dos EUA, contrabando de armas ao Brasil e pede parceria
Dólar sobe e fecha em R$ 5,35, após Caged abaixo do esperado e novas falas de Galípolo; bolsa cai

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar encerrou esta quinta-feira (27) em alta de 0,32%, cotado em R$ 5,3516. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, teve queda de 0,12%, aos 158.360 pontos.
A sessão teve um ritmo mais lento nesta quinta-feira, influenciado pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos — que manteve os mercados fechados por lá. Na agenda doméstica, o foco ficou com os novos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e com as falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Gabriel Galípolo.
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▶️ No Brasil, o Caged de outubro registrou a criação de 85,1 mil vagas formais. O resultado veio abaixo da expectativa do mercado, de 105 mil novos postos com carteira assinada, e foi o pior saldo já registrado para o mês na série histórica do Novo Caged, que contabiliza dados desde 2020.
▶️ Outro destaque ficou com o presidente do BC, Gabriel Galípolo. O banqueiro central afirmou que a instituição vai colocar os juros brasileiros no nível e pelo tempo necessário para que a inflação rume em direção à meta. Segundo Galípolo, o atual patamar de 15% ao ano da taxa básica (Selic) é restritivo, mas adequado.
▶️ As falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também ficaram no radar. Pela manhã, o ministro comentou sobre a operação da Polícia Federal que atingiu o Grupo Refit. Segundo Haddad, organizações criminosas têm enviado recursos para empresas abertas nos EUA com o objetivo de lavar dinheiro.
▶️ Nos EUA, o feriado de Ação de Graças deixou as bolsas e o mercado de títulos do país fechados nesta quinta-feira. As negociações serão retomadas amanhã, em um pregão abreviado que se encerra às 15h, no horário de Brasília.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,91%;
Acumulado do mês: -0,52%;
Acumulado do ano: -13,40%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,45%;
Acumulado do mês: +6,03%;
Acumulado do ano: +31,82%.
Brasil cria 85,1 mil empregos formais em outubro
A economia brasileira gerou 85,1 mil empregos formais em outubro, informou nesta quinta-feira o Ministério do Trabalho e do Emprego. O resultado veio de 2,27 milhões de contratações e 2,19 milhões de demissões ao longo do mês.
📉 O saldo representa uma queda de 35,3% na comparação com outubro do ano passado, quando haviam sido criados aproximadamente 131,6 mil empregos com carteira assinada.
No total, o país encerrou outubro de 2025 com 48,99 milhões de trabalhadores formais. O número é maior que o registrado em setembro (48,91 milhões) e também supera o de outubro de 2024 (47,66 milhões).
👉🏽 Mesmo positivo, o saldo de outubro foi o mais fraco para o mês desde o início da série histórica do novo Caged, em 2020. Veja a evolução:
2020: fechamento de 366 mil vagas
2021: criação de 252,9 mil vagas
2022: abertura de 160,4 mil vagas
2023: abertura de 187,1 mil vagas
No entanto, a comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia.
De janeiro a outubro de 2025, o país gerou 1,8 milhão de empregos formais.
📉 O volume é 15,3% menor que o do mesmo período de 2024, quando haviam sido abertas 2,12 milhões de vagas.
Esse também é o menor resultado para os dez primeiros meses de um ano desde 2023, quando o saldo foi de 1,78 milhão de postos de trabalho criados.
Galípolo e Haddad
O mercado também ficou atento às falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Galípolo, que participou de um evento promovido pelo Itaú Asset Management, afirmou nesta quinta-feira que o BC vai colocar os juros no nível e pelo tempo necessário para que a inflação rume em direção à meta de 3%.
O banqueiro central classificou a Selic de 15% ao ano como um patamar restritivo adequado e não deu novos indícios sobre o momento para um afrouxamento. Galípolo ainda reforçou que o BC segue vigilante e enfatizou que a instituição não vai se "emocionar" com dados específicos.
“O Banco Central pode produzir a convergência com mais custo, com menos custo, mas o Banco Central vai colocar a taxa de juros no patamar que é necessário pelo tempo que for necessário para produzir a convergência", afirmou.
Já Haddad fez comentários durante a manhã sobre a megaoperação da Polícia Federal que teve como alvo o Grupo Refit, dono da antiga Refinaria de Manguinhos.
Segundo o ministro, o crime organizado está remetendo recursos a empresas abertas nos EUa com o objetivo de lavagem de dinheiro. Haddad também pediu que o assunto seja discutido com o governo norte-americano.
“Queremos pautar, com os Estados Unidos, conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware (EUA). Faz um empréstimo para esses fundos, que é a suspeita da Receita de que jamais serão pagos, e voltam em forma de aplicação no Brasil, como se fosse um investimento estrangeiro direto”, disse Haddad a jornalistas.
ENTENDA: Megaoperação mira o Grupo Refit, apontado como o maior devedor de impostos de São Paulo
Bolsas globais
Os mercados norte-americanos não tiveram negociações nesta quinta-feira devido ao feriado de Ação de Graças. Esse intervalo ocorre tradicionalmente nesta data, e as operações serão retomadas amanhã em um pregão mais curto, encerrando às 15h no horário de Brasília.
Na Europa, os mercados perderam força após as altas dos últimos pregões, mas ainda assim fecharam no positivo, sustentados pela expectativa de corte de juros nos Estados Unidos.
Hoje, os investidores aproveitaram para ajustar posições, enquanto notícias corporativas chamaram atenção — como a forte valorização da Puma após rumores de aquisição por uma empresa chinesa.
No fechamento, o índice STOXX 600 subiu 0,12%. Entre as principais bolsas, o DAX da Alemanha teve alta de 0,18%, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido valorizou 0,02%, e o CAC 40 da França teve ganho de 0,04%.
Nos mercados asiáticos, a quinta-feira foi marcada por movimentos mistos. Na China e em Hong Kong, setores defensivos como bancos e energia tiveram ganhos, mas o setor imobiliário pesou após a incorporadora Vanke anunciar dificuldades para honrar pagamentos, levando suas ações à maior queda desde 2008.
No fechamento, o Nikkei do Japão avançou 1,23%, a 50.167 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,07%, a 25.945 pontos, enquanto em Xangai o SSEC ganhou 0,29%, a 3.875 pontos.
O CSI300 caiu 0,05%, a 4.515 pontos. Em outros mercados, o Kospi da Coreia do Sul subiu 0,66%, o Taiex de Taiwan avançou 0,53%, e o Straits Times de Cingapura teve alta de 0,17%.
O dólar opera cotado acima de R$ 6,00 no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 9, estendendo ganhos frente ao real pelo quarto pregão consecutivo, diante do acirramento da guerra comercial entre os EUA e a China.
Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo
Projeto contra devedores como a Refit está parado na Câmara; presidência da Casa alega excesso de interesse na relatoria

Projeto contra devedores como a Refit está parado na Câmara
O projeto de lei que cria a figura do devedor contumaz e impediria esquemas bilionários de sonegação de imposto como o investigado na operação desta quinta-feira (27) contra o Grupo Refit está parado na Câmara dos Deputados desde 30 de outubro, quando a Casa aprovou a urgência na tramitação.
O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), até hoje não escolheu quem será o relator da matéria.
Procurada pelo blog, a assessoria de Motta informou, na quarta-feira (26), que a demora decorre do fato de haver muitos partidos interessados em indicar o relator da proposta.
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Segundo o blog apurou, Ricardo Magro, dono da Refit, tem influência sobre muitos parlamentares, principalmente do estado do Rio de Janeiro, onde fica a Refit.
O projeto foi apresentado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e aprovado pelo Senado em 2 de setembro, após a Operação Carbono Oculto, que investigou a participação do crime organizado no mercado financeiro e no setor de combustíveis.
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Segundo as investigações da Carbono Oculto, as empresas investigadas haviam sonegado R$ 7,6 bilhões em impostos – dinheiro que financia outras atividades ilícitas.
Em 30 de outubro, a pedido do governo Lula (PT), a Câmara aprovou a tramitação em regime de urgência, o que diminui o número de etapas necessárias para análise do texto.
Desde então, entretanto, o projeto não caminhou.
Entenda o projeto do devedor contumaz
O projeto de devedor contumaz visa a diferenciar os negócios que usam a sonegação de impostos como estratégia de negócios, daqueles que deixam de pagar os tributos por outros motivos.
O texto define como devedores contumazes aqueles contribuintes que tem dívida injustificada superior a R$ 15 milhões e correspondente a mais de 100% do seu patrimônio.
No total, são 190 alvos, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão — e no Distrito Federal, incluindo pessoas físicas e empresas direta ou indiretamente ligadas ao grupo.
A ação mobiliza 621 agentes públicos, entre promotores de Justiça, auditores fiscais da Receita Federal, das secretarias da Fazenda do município e do estado de São Paulo, além de policiais civis e militares.
A operação foi deflagrada pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de São Paulo (Cira-SP) e conta com a participação da Receita Federal, Ministério Público de São Paulo, Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de SP, Secretaria Municipal de Fazenda de SP, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral do Estado de SP e polícias Civil e Militar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante a ordem do dia da sessão plenária da quarta-feira, 25 de junho de 2025,
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
'Salário de CEO' e benefícios turbinados: as estratégias de empresas na disputa por talentos em IA no Brasil

Agentes de IA viram aposta das empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20
São PauloLuís Henrique Martins não está procurando emprego, mas recebe mensagens de recrutadores praticamente todos os dias perguntando se ele tem interesse em trocar de empresa.
"São dezenas mensalmente, com excelentes oportunidades", comenta.
Ele é engenheiro de inteligência artificial (IA), uma das novas profissões ligadas à IA generativa.
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Essa é a área da inteligência artificial focada na geração de conteúdo, que tem se popularizado desde o fim de 2022, quando a OpenAI lançou o ChatGPT. Em menos de três anos, a IA generativa passou a fazer parte da rotina de muita gente — o ChatGPT já soma 800 milhões de usuários — e de muitas empresas, que passaram usar essas ferramentas para automatizar e otimizar tarefas e reduzir custos.
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No Brasil, companhias de diferentes setores têm buscado incorporar a IA aos seus processos e produtos, mas encontrar mão de obra com experiência para fazer isso não tem sido fácil.
Em busca de talentos, muitas empresas têm oferecido salários significativamente maiores do que a média do mercado aos profissionais mais experientes, têm flexibilizado a obrigatoriedade do trabalho presencial e turbinado benefícios — chegando a oferecer em alguns casos parte da sociedade, como aconteceu com Martins na startup brasileira em que trabalha.
"Esse foi um outro atrativo que me ofereceram, uma fatia de empresa, o que me garante todos os benefícios da sociedade. Mas essas opções são mais raras", ele conta.
Recrutadores ouvidos pela BBC News Brasil disseram ainda que, no cenário atual, há oportunidades inclusive para quem tem menos tempo de carreira, já que, diante da falta de mão de obra, alguns empregadores estão dispostos a desenvolver talentos.
Procuram-se engenheiros de IA
Por ser muito nova e ter um campo de atuação amplo, a função de engenheiro ou engenheira de IA não tem uma definição estabelecida.
"É quase um time de profissionais em uma pessoa só", diz Martins.
"Geralmente, tem uma base forte na ciência de dados, incluindo estatística e modelagem, bom conhecimento de programação e entende de infraestrutura de software e de serviços de computação em nuvem."
São eles que integram as ferramentas dos modelos de IA disponíveis no mercado aos produtos e serviços das empresas, funcionando como uma espécie de elo entre a tecnologia e o negócio.
Exemplo: o engenheiro de IA pode criar um chatbot personalizado para atender clientes a partir do ChatGPT.
Ou usar a IA para ler planilhas de vendas e gerar relatórios de forma automatizada, para facilitar a análise do desempenho das atividades da empresa. Ou ainda programá-la para colher e processar dados das redes sociais e sites de avaliação para entender melhor a concorrência.
Os engenheiros de IA também podem estar mais focados em pesquisa e inovação, atuando na criação, treinamento e ajuste fino de modelos de inteligência artificial.
Nos Estados Unidos, onde estão as big techs por trás de plataformas como ChatGPT (OpenAI), Gemini (Google) e Claude (Anthropic), a briga por talentos com foco em pesquisa tem inflacionado os salários, levando alguns à casa dos milhões.
No Brasil, um país que é mais usuário do que desenvolvedor de tecnologias ligadas à IA generativa, as cifras não chegam a esse patamar — mas quem está no mercado relata demanda bastante aquecida.
Relatos como o de Martins, que é abordado constantemente por recrutadores, são comuns entre profissionais de tecnologia em plataformas como o Reddit: "Fiz cinco entrevistas nessas últimas três semanas e nem estou procurando nada. Para sênior é ridículo a quantidade de vagas", dizia um comentário recente em uma comunidade.
E também reflete a experiência de quem está do outro lado do balcão, como o recrutador Jonathan Yung, que há 20 anos trabalha buscando profissionais de tecnologia para cargos executivos e estratégicos em empresas no Brasil e no exterior.
"Está muito difícil achar engenheiro de IA. Primeiro, você aborda. Poucos respondem. Os que respondem já estão em mais uma ou outras duas vagas", diz ele, que é sócio-fundador da Vertico.
"Está todo mundo brigando pelos mesmos talentos."
Um dos efeitos dessa dinâmica se reflete na remuneração, em média maior para engenheiros de IA com experiência quando comparada, por exemplo, à de desenvolvedores de software, que já são conhecidos no setor pelo salário médio alto.
Yung diz que alguns chegam a ser contratados com salários compatíveis com as de posições mais altas dentro da empresa, como a de diretor-executivo (CEO).
"Você pode dizer que isso é uma bolha, correto. Mas as empresas estão dispostas a pagar", comenta.
Especialmente porque a competição por talentos não acontece só entre empresas brasileiras.
Yung também faz recrutamento para companhias americanas e diz que é comum que elas procurem profissionais no Brasil.
"Aqui o custo é menor, e o fuso horário é favorável [para trabalhar para empresas de países como os EUA]", pontua.
Essa tendência também tem chamado a atenção da recrutadora Vanessa Cobas, que trabalha há anos com profissionais de tecnologia e é parceira de negócios em RH da Ratto Software.
"Já é difícil encontrar esses profissionais com experiência. Quando a gente consegue achar, essas pessoas estão trabalhando para fora", ela ressalta.
Nesses casos, além do salário em dólar, geralmente maior que a média paga em reais no Brasil, o chamariz é trabalho remoto, hoje preferido por muita gente.
Na briga pelos talentos da IA, os incentivos não financeiros têm se tornado cada vez mais importantes, especialmente para empresas que não conseguem competir com a remuneração em dólar paga internacionalmente.
Yung conta que algumas das companhias com as quais trabalhou recentemente reduziram a exigência relacionada ao trabalho presencial, diminuindo os dias obrigatórios no escritório.
Outras apostaram na retórica do propósito — na área de saúde, por exemplo, a estratégia foi vender ao candidato a ideia de trabalhar em uma empresa nacional que ajudaria a salvar vidas.
No caso de Luís Henrique Martins, o trabalho remoto foi um dos principais atrativos — "Me permite uma qualidade de vida que não poderia nem considerar em qualquer outro regime" —, mas terem lhe oferecido uma fatia da empresa como sócio também contou na decisão.
Ele é engenheiro sênior de IA da Vox Radar, que usa inteligência artificial para monitorar redes sociais e tirar conclusões a partir do material coletado.
Martins diz que, das propostas de trabalho que recebe, uma em cada quatro é para "receber em dólar remotamente, e em ótimas empresas".
"Para o profissional que tem o inglês em dia, é definitivamente possível ganhar em dólar", ele pontua, fazendo a ressalva que essa é uma aposta com algum nível de risco, já que ser um estrangeiro trabalhando remotamente pode colocar o profissional em "posição frágil".
E alerta que, apesar do assédio, os processos seletivos por trás das vagas para engenheiros de IA são "longos, com cinco ou mais fases, o que requer muito estudo e dedicação".
A trajetória dele reforça a visão comum no setor de que não existe uma formação única que habilite um profissional a trabalhar com IA. Martins é apaixonado por programação desde a adolescência, mas não começou a carreira na computação — formou-se em História.
Aplicando visão computacional e processamento de linguagem natural (PLN) ao trabalho nas ciências humanas, ele acabou migrando para a área de ciência de dados e, a partir daí, passou a se aprofundar nos métodos de PLN e, depois, nos modelos generativos.
"A necessidade da empresa surgiu e eu assumi essa função."
Boom da IA começa no fim de 2022, com lançamento do ChatGPT
Getty Images via BBC
Dois empregos e jornada das 7h às 20h
A demanda aquecida por profissionais qualificados não se restringe aos engenheiros de IA. Ela é ampla e engloba diferentes especializações entre os profissionais de tecnologia.
A recrutadora Vanessa Cobas levou seis meses até achar o candidato ideal para preencher uma vaga de desenvolvedor de software com foco em IA a pedido de uma empresa de comunicação.
O contratado foi Robson Júnior, que já estava empregado em regime CLT em uma multinacional brasileira e, depois de ser abordado pelo LinkedIn, de participar do processo seletivo e de receber uma oferta de contrato PJ, resolveu acumular os dois trabalhos.
Júnior tem 28 anos e é de Bangu, no Rio de Janeiro. Fez computação no Instituto Federal de Santa Catarina e trabalhou como suporte técnico de uma empresa de contabilidade tributária antes entrar, em 2023, para a área de inovação de uma multinacional que presta consultoria de software.
Foi lá que ele começou a trabalhar com inteligência artificial, produzindo ferramentas de IA para auxiliar desenvolvedores de outras empresas a criarem softwares.
Com o novo trabalho na empresa de comunicação — onde desenvolve soluções com inteligência artificial para gerar roteiros e áudios para podcasts —, ele hoje faz uma jornada de 7h às 20h, prestando serviço de forma remota para as duas empresas.
"É difícil, mas no fim é bom, porque eu consigo conciliar os dois. Essa é a realidade hoje no Brasil para os desenvolvedores, de carga de trabalho de mais de 12 horas, por conta das diferentes oportunidades que surgem o tempo inteiro", ele conta à BBC News Brasil.
Profissão de 'engenheiro de IA' ainda não tem definição precisa, mas tem campo de atuação amplo
Getty Images via BBC
'Salário mínimo' de R$ 7 mil e CLT
O déficit de mão de obra também acaba abrindo também oportunidades para quem não tem tanta experiência na área.
As empresas muitas vezes consideram contratar profissionais com menor qualificação e dar espaço para que eles se desenvolvam, pondera Mariangela Cifelli, recrutadora que atuou no setor de tecnologia no Brasil e hoje está nos Estados Unidos.
Ela ressalta que essa é uma dinâmica clássica dos ciclos do mercado de tecnologia: o surgimento de inovações adotadas em larga escala aumenta a demanda por determinados profissionais, inflaciona salários e acaba indiretamente beneficiando também funcionários com perfil mais "júnior".
"A gente precisa fazer escolhas. Ou vai pagar um salário bem alto para uma pessoa mais robusta ou vai dar oportunidade para quem tem interesse e a prática pessoal e desenvolver essa pessoa", concorda Vanessa Cobas.
O exercício de desenvolver talentos internamente é política de muitas empresas de tecnologia brasileiras e tem sido reforçada no ambiente da corrida pela IA.
No iFood, por exemplo, que tem 3 mil dos 8 mil funcionários alocados na área de tecnologia, muitos dos engenheiros e engenheiras de software têm migrado para a área de inteligência artificial incentivados pela empresa, que oferece treinamento, cursos e um orçamento específico destinado ao chamado "plano de desenvolvimento individual".
Hoje, 80% dessa verba está direcionada para capacitações em IA, diz Raphael Bozza, vice-presidente de pessoas, ressaltando que, desde 2018, o iFood tem buscado construir um time "forte e qualificado" nessa área.
A Cloudwalk, que atua no setor de pagamentos com a marca InfinitePay, é outra que cultiva o hábito de desenvolver talentos dentro de seus próprios quadros de funcionários.
"Muito do que a gente construiu aqui dentro foi com o conhecimento que a gente já tem", afirma Gabriel Bernal, que supervisiona um time de 140 pessoas da área de engenharia de suporte ao cliente, responsável por muitas das inovações relacionadas à IA implementadas na empresa recentemente.
Uma delas é um chatbot de suporte desenvolvido por ele "e dois meninos que nunca tinham mexido com programação" a partir do ChatGPT 3.5, com a ajuda de vídeos compartilhados por usuários em uma comunidade de profissionais de tecnologia do Discord e muita experimentação.
O exemplo ilustra bem a cultura do "aprender fazendo" praticada na empresa, razão que Bernal aponta para explicar a rotatividade baixa entre funcionários, apesar da competição por talentos no setor.
Ele menciona ainda como atrativos as oportunidades constantes de crescimento dentro da empresa e o salário de entrada, elevado a R$ 7 mil no início deste ano, chegando a R$ 10 mil com benefícios, com a contratação em regime CLT.
Questionado pela reportagem sobre a discussão em torno da possível rejeição dos jovens à CLT, que surgiu a partir de vídeos nas redes sociais em que adolescentes debocham do regime, Bernal diz que não observa esse desprezo na prática: "As pessoas que trabalham aqui gostam".
Profissões que vão bombar em 2026
Feriados de 2026: quase todos caem em dias úteis e viram folga prolongada
Salão do Automóvel 2025: veja os 10 destaques do evento, escolhidos pela reportagem do g1; VÍDEO

Destaques do Salão do Automóvel 2025
O Salão do Automóvel 2025 voltou ao Anhembi, em São Paulo, com grandes mudanças no tradicional evento. Nomes importantes como Volkswagen e Chevrolet ficaram de fora, e as tradicionais Fiat e Jeep dividiram espaço com uma enxurrada de fabricantes chinesas que chegam ao mercado em breve.
O g1 analisou todas as novidades do Salão e escolheu os 10 principais destaques de evento, seja para quem quer visitar como para quem quer saber que modelos devem fazer barulho no mercado automotivo.
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Veja a lista abaixo.
Jeep Avenger
Jeep Avenger é apresentado no Salão do Automóvel 2025
Vinicius Montoia/g1
O primeiro da lista é o Jeep Avenger, novo lançamento que entra na briga em um dos mercados mais competitivos do país.
Com dimensões menores que as do Renegade, ele estreia como o SUV mais acessível da marca e será produzido em Porto Real (RJ). O objetivo do modelo, no entanto, é competir com o avanço dos pequenos SUVs, como Volkswagen Tera, Renault Kardian e Citroën Basalt.
Por dentro, o acabamento é mais simples para ajudar a conter custos e manter o preço competitivo. Há mais plástico rígido, o que reduz as áreas de toque macio. Em compensação, o porta-malas do Avenger é maior: comporta até 380 litros, ante os 351 litros do Renegade.
Em números, o Avenger oferece:
Motor 1.0 turbo já utilizado em modelos como Fiat Pulse, Fastback e Peugeot 208;
Potência de 130 cv;
Torque de 25 kgfm;
Câmbio automático do tipo CVT.
Embora não impressione nos números ou no acabamento, o Avenger se diferencia ao incorporar o ChatGPT na central multimídia, permitindo respostas mais naturais às perguntas dos ocupantes.
A presença dessa tecnologia não é à toa: a Volkswagen também adotou inteligência artificial no Tera, por meio do assistente Otto. Ele permite comandos indiretos, como quando o motorista diz “estou com frio” e o carro reduz automaticamente a intensidade do ar-condicionado.
Kia Tasman
Kia Tasman
divulgação/Kia
A Kia levou ao Salão do Automóvel um pacote com oito lançamentos, mas quem mais chama atenção é a Tasman. Trata-se da primeira picape da marca coreana, que aposta em um visual quadrado e deve competir no Brasil com modelos bastante conhecidos, como Ford Ranger e Toyota Hilux.
Ela oferece:
Motor 2.2 turbodiesel;
Potência de 210 cv;
Torque de 45 kgfm;
Tração 4x4 com reduzida;
Caçamba com capacidade para 1.007 kg;
Capacidade de reboque de 3.500 kg.
Ainda não há preço definido para o lançamento, pois a picape segue em processo de homologação para ser vendida oficialmente no Brasil.
Denza B5
Denza B5 tem mais de duas toneladas e acelera de 0 a 100 km/h em menos de cinco segundos
Vinicius Montoia | g1
Este é o primeiro SUV híbrido com proposta aventureira da marca e concorre com modelos como Jeep Wrangler Rubicon e Land Rover Defender. É um dos modelos que inaugura a divisão de luxo da BYD no Brasil.
O interior adota um design que remete a correntes, especialmente nas saídas de ar-condicionado. Ele conta com três telas: uma de 12,3 polegadas para o painel de instrumentos, outra de 15,6 polegadas para a central multimídia e uma terceira, também de 12,3 polegadas, dedicada ao passageiro dianteiro.
O modelo mede 4,89 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,92 m de altura e tem 2,80 metros de entre-eixos.
O Denza B5 oferece:
Motor 1.5 turbo a combustão e dois motores elétricos, um em cada eixo;
Potência combinada de 677 cv;
Torque de 76,6 kgfm;
Tração 4x4 com reduzida.
O Denza B5 é o único lançamento desta lista já disponível para compra, com preço de R$ 436 mil.
Renault Koleos
Renault Koleos
Fábio Tito
O projeto do Koleos é fruto da parceria entre a Renault e a chinesa Geely, e chega em um mercado muito explorado por marcas chinesas, como BYD, GWM e pouco aventurado por nomes ocidentais.
O acordo entre as marcas prevê um investimento de R$ 3,8 bilhões para adaptar a fábrica de São José dos Pinhais (PR), à produção de veículos elétricos e híbridos.
Inicialmente, o modelo se chamaria Grand Koleos, mas a Renault optou por apresentá-lo como Koleos Full Hybrid no mercado brasileiro. Em outros países, o SUV utiliza um motor 1.5 turbo de três cilindros, com 150 cv e 22,9 kgfm de torque.
O conjunto inclui ainda dois motores elétricos: um de 82 cv, dedicado à geração de energia, e outro de 136 cv, responsável pela tração. A potência combinada chega a 245 cv, com torque máximo de 32,6 kgfm.
O Koleos chega para competir com modelos de grandes proporções, como a Toyota SW4, graças aos seus 4,78 m de comprimento e 2,84 m de entre-eixos.
Caoa Changan Avatr 11
Changan Avatr 12
Vinicius Montoia | g1
O Avatr 11 é um SUV cupê urbano e luxuoso, e um dos modelos que marca o retorno da Changan ao Brasil, patrocinado pela Caoa.
Ele utiliza um conjunto elétrico com tração traseira que entrega 308 cv de potência e pode alcançar até 730 km de autonomia por carga — segundo o ciclo chinês, normalmente mais generoso que o padrão do Inmetro.
Esses são os dados divulgados pela marca, mas o modelo também oferece alguns luxos, como:
Três telas na fileira dianteira;
Até duas geladeiras entre os bancos;
Três tetos solares;
Sistema de abertura e fechamento elétrico das portas.
CAOA Changan EO7
Caoa Changan EO7
divulgação/Changan
Com poucas informações divulgadas, o EO7 sequer foi mostrado na coletiva de imprensa, mas está disponível para quem visitar o Salão do Automóvel no estande da Caoa Changan.
Ele chama atenção por ser um SUV capaz de se transformar em picape ao abrir a parte traseira, que revela uma pequena caçamba. Esse tipo de solução lembra, ainda que de forma distante, o mecanismo de abertura e fechamento da caçamba da Tesla Cybertruck.
A versão do EO7 em exposição oferece:
Dois motores elétricos;
Potência de 598 cv;
Aceleração de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos;
Bateria de 90 kWh;
Autonomia superior a 600 km, segundo o ciclo chinês.
GWM Tank 700
GWM Tank 700
divulgação/GWM
O novo Tank 700 remete bastante ao Tank 300, com apelo off-road. Mas o novo modelo traz uma carroceria menos quadrada, com linhas mais agressivas e um toque extra de esportividade.
O modelo mede 5,09 metros de comprimento e 3 metros de entre-eixos, dimensões que o tornam maior que qualquer outro GWM vendido no Brasil e comparável a SUVs grandes como o BMW X7. Ele supera até o Haval H9.
Sob o capô, o GWM Tank 700 oferece:
Motor V6 biturbo a combustão e dois motores elétricos, um em cada eixo;
Potência combinada de 524 cv;
Torque combinado de 81 kgfm;
Tração 4x4 com vários modos de condução desenvolvidos para uso off-road.
GWM Souo 2000S
GWM Souo 2000S
divulgação/GWM
A única moto desta lista é também uma das poucas "lançadas" no Salão do Automóvel deste ano. Trata-se de uma touring que chega para disputar espaço com nomes de peso, como a Honda Goldwing (a partir de R$ 304.450) e a BMW K1600 (a partir de R$ 309.900).
A moto oferece:
Motor boxer V8 de 2.000 cilindradas;
Potência de 154 cv;
Câmbio DCT de oito marchas;
Freios Brembo.
Além de ter potência superior à do Volkswagen Nivus GTS, a moto da GWM traz alguns elementos típicos dos carros da marca. O primeiro é um painel sensível ao toque; o segundo é um pacote com dois recursos: sensores de estacionamento na traseira e, graças a eles, detector de ponto cego nos retrovisores laterais da Souo 2000S.
A GWM não divulgou previsão de lançamento nem preço. A marca informou apenas que está exibindo a moto para testar a receptividade do modelo no Brasil.
Honda Prelude
Honda Prelude
Rafael Peixoto/g1
O esportivo Honda Prelude voltou ao mercado brasileiro depois de 24 anos. O modelo apresenta linhas mais leves e fluidas que as do Civic Type-R. A queda acentuada da carroceria reforça o visual esportivo. Além disso, traz o novo logotipo “Honda” escrito por extenso na traseira.
O Prelude contará com:
Motor 2.0 a combustão e dois motores elétricos, em um sistema semelhante ao do Civic híbrido;
Potência combinada de 203 cv;
Torque combinado de 32,12 kgfm.
A suspensão e os freios serão inspirados nas configurações do Civic Type-R, o modelo mais esportivo da marca.
A suspensão terá ajustes de altura e comportamento para que o motorista aproveite ao máximo o carro. A Honda não divulgou mais detalhes sobre o modelo.
Toyota GR Yaris
Toyota GR Yaris
divulgação/Toyota
Outra novidade entre os esportivos e que chamou atenção foi o GR Yaris. Ele é um hatch esportivo menor que o GR Corolla. Os dois únicos detalhes compartilhados pela diretoria da Toyota dizem respeito ao motor:
Motor 1.6 turbo de três cilindros;
Potência de 300 cv;
Torque de 40,2 kgfm;
Aceleração de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos.
O foco deste modelo, assim como o do GR Corolla, é a esportividade. Ele oferece três modos de distribuição de torque, que dividem a força entre os eixos dianteiro e traseiro. Apesar do visual voltado ao asfalto, o GR Yaris nasceu como o representante da Toyota no Campeonato Mundial de Rali.
Ainda não há preço divulgado, mas a Toyota confirmou que o GR Yaris chega ao Brasil em 2026.
Descontos indevidos, siglas e mais: o que seu contracheque revela e por que é importante guardá-lo

Descontos indevidos, siglas e mais: o que seu holerite revela e por que é importante guard
Todo mês ele chega, seja digitalmente ou no papel, e muita gente mal dá uma olhada. O holerite, também chamado de contracheque, é o retrato do salário. Ele mostra quanto o trabalhador realmente ganha e para onde vai cada centavo.
Mesmo assim, o documento ainda é um mistério para boa parte das pessoas, repleto de siglas e números difíceis. É comum que o olhar vá direto para o valor líquido, o que “cai na conta”, sem entender como ele foi calculado.
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Mas saber interpretar o holerite é essencial para ter controle sobre o próprio dinheiro e garantir que os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos.
"O ideal é sempre conferir cada desconto e adicional para entender a composição do valor final e evitar surpresas no pagamento", orienta Fabiana Cherubim, professora de contabilidade e finanças da Faculdade ESEG.
⚠️ Erros no holerite acontecem com frequência. Descontos de INSS fora do padrão, horas extras que não aparecem e siglas confusas são alguns dos problemas mais comuns. Por isso, especialistas recomendam acompanhar de perto o próprio contracheque.
Guardar os holerites, inclusive os de empregos antigos, também é um hábito importante. Eles servem como prova em ações trabalhistas, pedidos de aposentadoria, financiamentos e na declaração do Imposto de Renda.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Para te ajudar, o g1 reuniu as principais dúvidas sobre o holerite e pediu a especialistas que explicassem, de forma simples e prática, como ler cada campo, identificar inconsistências e garantir que o salário está sendo pago da forma certa.
Abaixo, eles respondem:
O que é o holerite e por que ele é tão importante?
Qual é a diferença entre salário bruto e salário líquido?
Quais são os descontos obrigatórios?
Como conferir se os descontos de INSS e IRRF estão corretos?
Que outros descontos podem aparecer no holerite?
O que são proventos e como saber se estão corretos?
Como entender as siglas e termos que aparecem no holerite?
O que deve constar obrigatoriamente no holerite?
O que fazer se algo parecer errado no holerite?
Qual é a melhor forma de guardar e organizar os holerites?
Holerite
Ely Venancio/EPTV
1. O que é o holerite e por que ele é tão importante?
O holerite é o documento que detalha todos os valores pagos e descontados do salário de um trabalhador com carteira assinada. Ele informa quanto foi recebido de salário, adicionais e benefícios, além das deduções aplicadas, como INSS e Imposto de Renda.
Em outras palavras, é o comprovante oficial de que a empresa está pagando corretamente os valores devidos ao trabalhador.
“É o espelho da relação trabalhista”, resume Fabiana Cherubim.
Além de ser obrigatório por lei, o holerite é essencial para diversas situações: comprovação de renda, pedidos de empréstimo, financiamentos, aposentadoria e eventuais ações trabalhistas.
2. Qual é a diferença entre salário bruto e salário líquido?
O salário bruto é o valor total acordado entre o trabalhador e a empresa, antes de qualquer desconto. Ele consta no contrato de trabalho e serve de base para o cálculo de benefícios como férias, 13º salário e FGTS.
Já o salário líquido é o valor que realmente “entra na conta”, após os descontos de INSS, IRRF e outros abatimentos previstos em lei ou autorizados pelo empregado.
“Muitos trabalhadores se confundem porque olham apenas o que foi depositado. Mas é o salário bruto que define quanto você contribui para o INSS e o quanto a empresa deve recolher de FGTS", explica a consultora Juliana Ribas, da Contabilizei.
O holerite, também chamado de contracheque, é o retrato do salário. Ele mostra quanto o trabalhador realmente ganha e para onde vai cada centavo.
TV Globo/Reprodução
3. Quais são os descontos obrigatórios?
Os descontos que aparecem no holerite se dividem em duas categorias: obrigatórios por lei e facultativos, que dependem de autorização do trabalhador ou de acordo coletivo.
Descontos obrigatórios:
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): contribuição previdenciária usada para aposentadoria e benefícios.
IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte): tributo federal calculado com base na renda do trabalhador.
Pensão alimentícia: quando houver determinação judicial.
Faltas injustificadas: geram desconto proporcional ao dia não trabalhado.
Descontos facultativos (com autorização prévia):
Vale-transporte: até 6% do salário-base.
Vale-refeição ou alimentação: conforme convenção ou acordo coletivo, geralmente até 20% do valor do benefício.
Plano de saúde e odontológico: conforme contrato e coparticipações.
Contribuição sindical ou assistencial: somente com autorização ou previsão em assembleia.
Empréstimos consignados: exigem autorização expressa.
Qualquer desconto sem previsão legal ou sem autorização do trabalhador é ilegal. "O empregado deve questionar imediatamente o RH e pedir o detalhamento de cada rubrica", aconselha Fabiana Cherubim.
4. Como conferir se os descontos de INSS e IRRF estão corretos?
Esses dois descontos seguem tabelas oficiais atualizadas pela Receita Federal e pelo INSS, e o cálculo varia conforme a faixa salarial e as deduções aplicáveis. Para conferir, consulte as tabelas oficiais e compare o percentual descontado no holerite com a sua faixa de renda.
Juliana Ribas explica que o cálculo segue uma ordem: “O INSS é sempre calculado primeiro, de forma progressiva, e o IRRF vem depois, com base no salário bruto menos o INSS e as deduções legais, como dependentes.”
Ela lembra que o salário bruto pode variar de mês para mês por causa de horas extras, comissões, bônus ou férias, o que altera o desconto. “É normal que o INSS e o IRRF fiquem um pouco mais altos em meses com rendimentos extras.”
5. Que outros descontos podem aparecer no holerite?
Além dos obrigatórios, o contracheque pode incluir outros descontos previstos em lei ou acordados entre empresa e empregado. Os mais comuns são:
Vale-transporte: até 6% do salário-base.
Vale-refeição ou alimentação: valor simbólico, definido por acordo coletivo.
Plano de saúde e odontológico: mensalidade do titular e dependentes.
Adiantamento salarial: abatimento do valor pago antes do fechamento da folha.
Empréstimos consignados: parcelas autorizadas pelo empregado.
Danos à empresa: só podem ser descontados se houver dolo comprovado ou previsão contratual.
Contribuições sindicais ou assistenciais: apenas com autorização expressa.
Pensão alimentícia: se houver determinação judicial.
Segundo Mohamad Azanki, sócio da Adição Contábil, é essencial conferir cada valor: “O trabalhador deve checar se todos os descontos estão discriminados e se há algum item que ele não reconhece. Se houver dúvida, deve procurar o departamento pessoal.”
Mas saber interpretar o holerite é essencial para ter controle sobre o próprio dinheiro e garantir que os direitos trabalhistas estão sendo cumpridos.
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
6. O que são proventos e como saber se estão corretos?
Proventos são os valores acrescidos ao salário, como horas extras, adicional noturno, insalubridade, periculosidade, comissões e gratificações.
No holerite, eles aparecem como “acréscimos” e variam conforme a jornada e as condições de trabalho. Para conferir, o ideal é comparar o espelho de ponto com o que foi registrado na folha.
Abaixo, confira alguns exemplos de adicionais:
Horas extras: 50% a mais nos dias úteis e 100% nos domingos e feriados.
Adicional noturno: pelo menos 20% sobre a hora normal, entre 22h e 5h.
Insalubridade: de 10% a 40% sobre o salário mínimo, conforme grau de exposição.
Periculosidade: 30% sobre o salário base.
Juliana Ribas recomenda que o trabalhador “conheça sua convenção coletiva”, já que os percentuais podem variar conforme a categoria.
Ela também orienta calcular o valor da hora normal (salário dividido por 220 horas mensais, em geral) para verificar se as horas extras e adicionais estão corretos.
7. Como entender as siglas e termos que aparecem no holerite?
O holerite costuma trazer abreviações que confundem até quem trabalha há anos com carteira assinada. Conhecer o básico ajuda a identificar erros com rapidez.
SB: Salário bruto
SL: Salário líquido
INSS: Contribuição previdenciária
IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
VT: Vale-transporte
VR: Vale-refeição
HE: Hora extra
DSR: Descanso semanal remunerado
Adc. Not.: Adicional noturno
Juliana Ribas sugere criar um “mini dicionário do holerite” e comparar o documento atual com o do mês anterior. “Com o tempo, o trabalhador começa a reconhecer os códigos e percebe rapidamente quando algo foge do padrão.”
8. O que deve constar obrigatoriamente no holerite?
Por lei, toda empresa que contrata sob o regime da CLT deve emitir o holerite mensalmente, até o quinto dia útil do mês seguinte ao trabalhado.
O documento deve conter:
Nome do empregado e da empresa
Mês de referência
Salário base
Proventos (horas extras, adicionais, comissões)
Descontos (INSS, IRRF, benefícios etc.)
Bases de cálculo dos tributos
Valor líquido a receber
Informações sobre o FGTS recolhido
O documento pode ser físico ou digital, desde que o trabalhador tenha acesso e possa armazená-lo.
9. O que fazer se algo parecer errado?
De acordo com especialistas, erros são frequentes, especialmente em empresas grandes que usam sistemas automatizados.
Entre os problemas mais comuns estão descontos incorretos de INSS ou IRRF, falta de pagamento de horas extras, ausência de adicionais, base de cálculo incorreta e descontos não autorizados.
“Identificando algo estranho, o trabalhador deve registrar a ocorrência e procurar o RH por escrito, pedindo correção”, recomenda Fabiana Cherubim. Se o erro não for corrigido, o caminho é procurar o sindicato da categoria ou o Ministério do Trabalho.
Há um prazo de cinco anos para reclamar judicialmente sobre erros em pagamentos. Por isso, guardar todos os documentos e manter registros é essencial.
10. Qual é a melhor forma de guardar e organizar os holerites?
Os especialistas reforçam a importância de guardar todos os holerites, inclusive de empregos antigos, por pelo menos cinco anos. Para a aposentadoria, o ideal é mantê-los por tempo indeterminado, já que podem servir como prova caso faltem informações no sistema do INSS.
O ideal é guardar os holerites em formato físico e digital, organizados por mês e ano.
Dicas práticas:
Escaneie ou fotografe cada holerite.
Guarde os arquivos em nuvem (Google Drive, OneDrive, etc.) e em uma pasta física.
Mantenha os comprovantes por pelo menos cinco anos após o fim do contrato.
Juliana Ribas destaca que o holerite é “a prova de renda mais completa que existe”. Ele mostra quanto o trabalhador recebeu, quanto contribuiu e quais direitos foram pagos corretamente.
“Guardar é uma forma de se proteger. No futuro, esse documento pode fazer toda a diferença.”
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Banco Master: taxas muito altas já eram sinal de problema? O que o caso ensina ao investidor de CDBs

Liquidação do Banco Master: como ficam os correntistas e investidores?
O colapso do Banco Master não começou com a operação da Polícia Federal nem com a liquidação determinada pelo Banco Central. Antes disso, o mercado já vinha observando sinais de tensão, sobretudo em um dos produtos mais usados pelos brasileiros para investir suas economias: os Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
🔎 O CDB é um investimento de renda fixa em que o investidor empresta dinheiro a um banco e, em troca, recebe juros sobre o valor aplicado. A rentabilidade pode ser pré-fixada (taxa definida no momento da aplicação) ou pós-fixada (atrelada a um indicador como o CDI).
Desde 2024, o volume financeiro dos CDBs cresceu 36%, ultrapassando a marca de R$ 1,1 trilhão, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
As taxas oferecidas pelo Master em seus CDBs chamavam atenção por oferecerem rentabilidade muito acima da média do mercado. Com remunerações que chegavam a 140% do CDI, esses papéis deveriam ser vistos como um sinal de alerta, não como oportunidade.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam como esses alertas surgiram, por que muitos investidores ignoraram os riscos e quais cuidados ajudam a evitar armadilhas semelhantes na hora de investir em um CDB.
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O que os CDBs do Master revelavam?
Para entender o que chamou atenção no caso do Banco Master, vale olhar para o comportamento típico desse mercado. Bancos médios considerados saudáveis costumam remunerar seus CDBs na faixa de 110% a 120% do CDI. No entanto, as ofertas do Master avançaram muito além desse padrão.
Segundo Otávio Araújo, consultor sênior da Zero Markets Brasil, a escalada foi evidente. “Os CDBs do Banco Master já sinalizavam um risco bem acima da média quando chegaram a pagar até 140% do CDI.”
Araújo explica que esse tipo de “supertaxa” costuma indicar que o banco perdeu acesso às formas mais baratas de financiamento. Segundo ele, a escalada das taxas no Master não foi um movimento isolado, mas um sinal claro de que a situação financeira estava se deteriorando.
📊 Depois que grandes instituições financeiras deixaram de emprestar ao Master, o banco passou a depender do investidor de varejo, oferecendo taxas cada vez mais agressivas para compensar o risco crescente.
📈 Quando investidores tentaram vender seus CDBs antes do vencimento, a taxa oferecida pelo mercado saltou para 177% do CDI no mercado secundário (onde títulos já emitidos são comprados e vendidos entre investidores).
⚠️ Essa disparada indicava um problema de liquidez: quanto menor o interesse dos compradores, maior precisa ser a remuneração para convencer alguém a assumir aquele papel — um sinal de que o mercado já enxergava risco elevado no banco.
Outro ponto importante era o próprio modelo de negócios do banco. O Master tinha grande parte dos seus recursos aplicada em ativos considerados ilíquidos — que não podem ser transformados rapidamente em dinheiro —, como carteiras “fabricadas” e precatórios. Isso limitava a capacidade de gerar caixa no curto prazo.
“A taxa de 140% do CDI não era generosidade. Era o preço de um risco que o mercado qualificado já não queria mais carregar”, afirma Araújo.
Como escolher CDBs de forma segura?
Para Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos, o primeiro passo é olhar para o básico. “É importante consultar informações acessíveis a todos os investidores, como o rating de crédito do banco e indicadores como Índice de Basileia”.
⭐ O rating de crédito é uma espécie de nota dada por agências especializadas para indicar o risco de uma instituição não honrar seus compromissos. Quanto melhor o rating, menor a chance de calote.
📊 Já o Índice de Basileia mede quanto de capital próprio o banco tem para cobrir eventuais perdas. Ele funciona como um colchão de segurança: quanto maior o índice, mais protegido o banco está contra problemas e mais capacidade tem de emprestar sem comprometer sua estabilidade.
Ele lembra que é normal que bancos médios paguem mais do que os grandes para atrair recursos. O problema aparece quando essa diferença se amplia demais dentro do próprio segmento, um sinal de que o investidor deve redobrar a atenção.
Outro ponto, segundo Perri, é fazer uma pesquisa qualitativa: entender o histórico da instituição, verificar se há notícias sobre investigações e, sempre que possível, conversar com um profissional de confiança.
Fernando Gonçalves, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, reforça que a análise da solidez do banco emissor do CDB é tão importante quanto a taxa oferecida.
Para ele, uma remuneração só pode ser considerada realmente atrativa quando vem acompanhada de um banco com fundamentos consistentes.
“Quando a taxa está muito acima da média, isso costuma sinalizar risco maior e exige atenção redobrada”, afirma.
Gonçalves recomenda observar fatores simples, mas decisivos: o porte da instituição, a forma como ela tem captado recursos e a velocidade de crescimento — especialmente no caso de bancos menores, onde mudanças no risco tendem a ser mais rápidas.
O prazo também importa. Em instituições de menor porte, ele sugere priorizar CDBs de vencimento mais curto, que limitam a exposição do investidor a variações bruscas na saúde financeira do emissor.
Como o investidor pode se proteger?
Embora a maioria dos investidores não acompanhe relatórios periódicos ou análises técnicas, há formas simples de identificar potenciais riscos no dia a dia.
Otávio Araújo, da Zero Markets Brasil, destaca alguns passos básicos que ajudam a reduzir a exposição a problemas:
Confirmar se o banco é autorizado e supervisionado pelo Banco Central;
Verificar se a instituição está coberta pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
Buscar notícias sobre investigações, operações policiais ou mudanças relevantes na gestão;
Comparar a taxa oferecida com a de outros bancos do mesmo porte.
Araújo lembra que o rating de crédito pode ser útil, mas não deve ser lido como garantia. O caso do Master mostrou que mesmo instituições com notas consideradas razoáveis podem enfrentar deterioração rápida.
Por isso, a recomendação é diversificar os emissores de CDBs e respeitar os limites de proteção do FGC de R$ 250 mil por instituição e R$ 1 milhão renováveis a cada quatro anos.
“Evitar a concentração excessiva em poucos bancos é crucial, porque essa conta pode aparecer depois na forma de falta de liquidez e judicialização. A pergunta que o investidor deveria se fazer é: por que só este banco precisa pagar tanto acima dos concorrentes para captar recursos?”, afirma.
CDBs do Master eram um esquema Ponzi?
A dinâmica apontada pela PF inevitavelmente remete a um esquema Ponzi. “É o comportamento típico”, afirma Bruno Perri, embora ele ressalte que o Master era um banco regulado e mantinha atividade econômica real.
💸 Um esquema Ponzi funciona como uma pirâmide financeira: os supostos rendimentos vêm do dinheiro que entra com novos investidores, e não de uma atividade real de geração de lucro.
Fernando Gonçalves, por outro lado, faz uma distinção importante. Ele afirma que a lógica pode até lembrar um Ponzi, mas reforça que havia uma estrutura bancária formal por trás. “O problema central foi um desequilíbrio grave de liquidez, e não a ausência completa de atividade econômica.”
Já Araújo considera que houve uma “aproximação perigosa”, já que o Master teria dependido de captação crescente com taxas agressivas para manter a operação funcionando.
“Do ponto de vista econômico, quando o pagamento do passado passa a depender de captar recursos a qualquer custo no futuro, o mecanismo pode não se chamar Ponzi ao pé da letra, mas se comporta como tal na prática. As taxas de 140% do CDI eram um forte indicativo desse desequilíbrio.”
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divulgação Freepik
Mega-Sena pode pagar R$ 3,5 milhões nesta quinta-feira

Como funciona a Mega-sena
O concurso 2.944 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 3,5 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 21h desta quinta-feira (27), em São Paulo.
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No concurso da última terça (25), uma aposta de Cachoeira do Sul (RS) levou sozinha o prêmio de quase R$ 15 milhões.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 6 e pode ser realizada também pela internet, até as 20h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser realizadas até as 20h (horário de Brasília) em qualquer lotérica do país ou por meio do site e aplicativo Loterias Caixa, disponíveis em smartphones, computadores e outros dispositivos.
Já os bolões digitais poderão ser comprados até as 20h30, exclusivamente pelo portal Loterias Online e pelo aplicativo.
O pagamento da aposta online pode ser realizado via PIX, cartão de crédito ou pelo internet banking, para correntistas da Caixa. É preciso ter 18 anos ou mais para participar.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para um jogo simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 6, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 232.560,00, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 1.292, ainda de acordo com a instituição.
Moody’s mantém classificação do Brasil estável e diz que avanço depende de controle de gastos

A agência de classificação de risco Moody’s informou nesta quarta-feira (26) que concluiu uma revisão periódica da nota de crédito do Brasil e manteve o rating soberano do país em Ba1, com perspectiva "estável". A análise foi finalizada na última quinta-feira (20).
Com isso, o Brasil continua um nível abaixo do chamado grau de investimento (veja mais abaixo). Na última decisão, em maio deste ano, a agência também preservou a nota do país, mas mudou a perspectiva de “positiva” para “estável”.
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A Moody’s afirmou, em relatório divulgado nesta quarta-feira, que a economia brasileira tem mostrado resiliência diante das tensões comerciais impostas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — especialmente após o recuo parcial do republicano.
"Mas a alta inflação e as taxas de juros continuam sendo um obstáculo", diz o texto. O IPCA, índice que mede a inflação oficial, acumula alta de 4,68% no 12 meses encerrados em outubro, enquanto a taxa básica de juros, a Selic, está em 15%, o maior nível em quase 20 anos.
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Para a agência, apesar dos desafios impostos pela política comercial de Trump, o efeito das tarifas mais altas dos EUA sobre a economia brasileira tem sido limitado.
No relatório, a Moody's também destacou que o perfil de crédito do Brasil se apoia em uma economia ampla, diversificada e de exposição limitada a choques externos. Ponderou, porém, que o país enfrenta limitações provocadas por "por altos pagamentos de juros, rigidez nos gastos e aumento da dívida".
Ainda segundo a agência, reformas estruturais adotadas por diferentes governos nos últimos anos fortaleceram os investimentos e melhoraram as perspectivas de crescimento, mas a polarização política ainda freia os avanços na reforma fiscal e na consolidação das contas públicas.
"A classificação soberana do Brasil poderia ser elevada se surgisse consenso entre formuladores de políticas e Congresso para avançar reformas mais profundas nos gastos", diz o texto.
Como exemplo dessas reformas, a Moody's cita medidas que:
reduzam a vinculação de receitas (ou seja, que flexibilizem o Orçamento);
diminuam a indexação de benefícios sociais ao salário mínimo (isto é, que os valores pagos deixem de ser reajustados automaticamente sempre que o piso nacional aumenta);"
além de reformas nos benefícios da Previdência Social, o que "criaria espaço fiscal e melhoraria o perfil de crédito do país"
"De forma mais ampla, reformas macroeconômicas que aprimorem o arcabouço de política monetária, levando a uma transmissão mais eficaz, também ajudariam a reduzir a vulnerabilidade da posição fiscal do Brasil a ciclos de aperto monetário", pontuou.
Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York
REUTERS/Brendan McDermid
Nota subiu em 2024
Em outubro de 2024, a Moody's elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Com isso, o país ficou a um passo de obter grau de investimento — um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
A classificação indica um "grau especulativo", o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional.
Veja abaixo a posição do Brasil pelas principais agências:
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explicou ao g1 Alex Nery, professor da FIA Business School.
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agências Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
Investimentos estrangeiros no Brasil até outubro já supera todo o ano de 2024, diz Banco Central
Ibovespa tem 10º recorde seguido: entenda a disparada da bolsa Os investimentos estrangeiros direto no Brasil somaram US$ 74,3 bilhões até outubro deste ano, o que já supera o volume de todo o ano passado, quando foi registrado U$74,1 bilhões, informou o Banco Central. Segundo o BC, somente em outubro, o investimento estrangeiro direto totalizou R$10,9 bilhões. Aumento de 64% em relação a outubro de 2024. Já o acumulado dos últimos 12 meses totalizou US$ 80,1 bilhões, 9,8% acima do acumulado de setembro (US$ 72,9 bi) Na série do Banco Central — com dados sobre investimento estrangeiro direto desde 1995 — apenas em quatro ocasiões o volume de US$ 80 bilhões anuais foi ultrapassado: 2010, 2011, 2012 e 2014. Recorde da Bolsa e juros menores nos EUA Os investimentos estrangeiros crescem junto com sucessivos recordes na Bolsa de Valores de São Paulo. Só em 2025, o índice de ações da B3 atingiu 25 recordes de fechamento — puxados pelo cenário de cortes de juros nos Estados Unidos e pela expectativa de redução também na taxa básica brasileira, a Selic. Entre os setores, destaque para a alta nas ações de grandes bancos. O fator decisivo para a sequência de recordes da bolsa brasileira foi a mudança de postura do Federal Reserve (Fed). Em 29 de outubro, o banco central dos EUA reduziu os juros pela segunda vez em 2025, para a faixa de 3,75% a 4% ao ano — o menor nível desde novembro de 2022. Na reunião anterior, de 17 de setembro, o Fed já havia encerrado um período de nove meses sem reduções. "Com isso, os investidores estrangeiros voltaram a olhar para os mercados emergentes, especialmente para o Brasil, que ainda paga juros reais muito altos", analisa a economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito. 🔎 Juros menores nos EUA reduzem o rendimento das Treasuries, os títulos do governo americano, que são vistos como os investimentos mais seguros do mundo. O movimento faz investidores buscarem aplicações mais rentáveis em mercados emergentes. O Brasil tem se destacado nesse cenário, favorecendo a bolsa e o real frente ao dólar. Na prática, juros mais baixos nos EUA beneficiam não só a renda fixa brasileira, mas também a renda variável, ao estimular o fluxo de capital para mercados emergentes e aumentar o apetite por ativos de risco, como ações negociadas na B3. O corte das taxas americanas também contrasta com uma Selic ainda elevada: a taxa básica brasileira está em 15%, o maior nível em quase 20 anos. Na última quarta-feira (5), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter os juros inalterados. Gustavo Jesus, sócio da Victrix Capital, explica que a perspectiva de corte de juros no Brasil em 2026 colabora com a migração de investidores da renda fixa para a variável. “Os mercados já se antecipam a esse movimento”, afirma.
Falha no aplicativo do Nubank impede clientes de receberem PIX

Uma falha no aplicativo do Nubank fez com que alguns clientes não conseguissem fazer ou receber PIX nesta quarta-feira (26).
Segundo informações do site downdetector, mais de 200 reclamações já haviam sido registradas até às 16h.
Em relatos nas redes sociais, clientes reclamaram de instabilidade no aplicativo e afirmaram que o banco estava recusando PIXs feitos na conta.
Procurado, o banco informou que detectou e solucionou uma instabilidade temporária.
"O Nubank detectou uma instabilidade temporária afetando o envio e recebimento de Pix, mas ela já foi solucionada", disse o banco em nota oficial.
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Veja algumas publicações de clientes nas redes sociais:
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Logotipo de Nubank na sede do banco em São Paulo, Brasil, 19 de junho de 2018
Paulo Whitaker/Reuters
Conselho do FGTS libera uso do fundo para todos os imóveis de até R$ 2,25 milhões

O Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) unificou as regras para o uso dos recursos do fundo nesta quarta-feira (26).
Com a mudança, todos os contratos de financiamento imobiliário enquadrados no Sistema Financeiro Habitacional (SFH) e cujo imóvel seja avaliado em até R$ 2,25 milhões poderão utilizar o FGTS para liquidar, amortizar ou pagar parte das prestações.
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A mudança foi apresentada pelo superintendente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Aguiar, e aprovada por unanimidade pelo Conselho do FGTS.
A alteração resolve o impasse criado pelo novo modelo de financiamento da casa própria, anunciado pelo governo em outubro e que estabeleceu um novo teto para o uso do fundo.
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Isso porque a medida determinava que o uso do FGTS só estava garantido para imóveis de até R$ 2,25 milhões em empréstimos contratados na data em que o novo modelo entrou em vigor, em 10 de outubro.
Com isso, imóveis financiados entre 12 de junho de 2021 e 9 de outubro de 2025 ficaram de fora das novas regras e estavam impedidos de usar o fundo.
"[Da forma como está o texto], uma pessoa que assinou um contrato até 11 de junho está enquadrado para usar o fundo e abater [o financiamento], mas um vizinho que comprou em 12 de junho, ainda que nas mesmas condições, não pode usar o fundo porque a redação prevê que ele não está enquadrado no novo teto em vigor", explicou.
O superintendente da Abecip também destacou o risco de judicialização — ou seja, de que os problemas criados pela regra fossem parar na Justiça.
"Isso está gerando várias reclamações de clientes junto aos agentes financeiros e ao Banco Central. [...] E com isso, estamos criando também um risco, além das reclamações, de virar uma judicialização e trazer prejuízo ao fundo de garantia", disse Aguiar.
Segundo o superintendente, as novas mudanças corrigem assimetrias nas regras e garantem o direito dos trabalhadores à movimentação do FGTS.
Infográfico - veja o que muda na compra da casa própria com novo modelo de crédito do governo
Arte/g1
FGTS
Beatriz Jarins/g1
Contas do governo têm superávit de R$ 36,5 bilhões em outubro
As contas do governo registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro, informou Tesouro Nacional nesta quarta-feira (26). 🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se as receitas ficam abaixo as despesas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública. O resultado representa uma piora em comparação com outubro do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 43 bilhões (corrigido pela inflação). Esse foi o pior resultado, para meses de outubro, desde 2023, quando foi apurado um superávit primário de R$ 20 bilhões. 📈 Os números mostram que a receita líquida (após transferências aos estados e municípios) subiu 4,5% em termos reais em setembro, atingindo R$ 229 bilhões - impulsionada pela arrecadação recorde no período (que contou com a alta do IOF). 📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado aumento de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As despesas totais somaram R$ 192,4 bilhões em setembro, com uma alta real de 9,2%. Parcial do ano No acumulado dos dez primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 63,74 bilhões. 🔎Isso quer dizer que as despesas ficaram acima das receitas no período, sem contar o pagamento de juros da dívida pública. Com isso, houve uma pequena piora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado negativo somou R$ 65,85 bilhões (valor corrigido). Esse também foi o pior resultado, para este período, desde 2022, quando foi registrado um superávit de R$ 70,8 bilhões nas contas do governo (resultado ajustado pela inflação). 📈 Nos dez primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,7% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 1,91 trilhão. 📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 1,98 trilhão de janeiro a outubro deste ano, com uma alta real de 3,3% no período. Meta fiscal O resultado até outubro deste ano está distante da meta fiscal deste ano, que é de zerar o déficit nas contas do governo. ➡️Pelas regras do arcabouço fiscal, entretanto, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31,3 bilhões. Essa é uma banda existente em relação ao objetivo central. ➡️Para fins de cumprimento da meta fiscal, também poderão ser excluídos outros R$ 44,5 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais. ➡️Na prática, portanto, o governo poderá registrar um resultado negativo de até R$ 75,8 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida. ➡️A autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções, é uma crítica constante de analistas ao regramento adotado para as contas públicas. A percepção é que isso dificulta o equilíbrio fiscal. ➡️Na semana passada, a equipe econômica estimou que as contas do governo terão um déficit de R$ 75,7 bilhões em 2025, ou seja, no limite da meta autorizada para este ano.
Isenção do IR: calcule quanto você deixará de pagar e como fica o imposto para a alta renda

Lula sanciona isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quarta-feira (26) a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês (R$ 60 mil ao ano).
Além da isenção, o texto prevê um desconto progressivamente menor para rendas de até R$ 7.350 mensais. As novas regras entram em vigor em janeiro de 2026.
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Como forma de compensar as reduções no imposto, a medida também estabelece uma cobrança mínima para contribuintes de alta renda, com alíquota progressiva de até 10% para quem ganha acima de R$ 600 mil por ano. Nada muda para aqueles que já têm desconto em folha. (leia mais abaixo)
Para entender o impacto real das mudanças, o g1 elaborou, com o apoio da Confirp Contabilidade, duas calculadoras que mostram:
Calculadora da isenção: quanto você vai deixar de pagar de Imposto de Renda.
Calculadora da alta renda: qual será a cobrança para ganhos anuais a partir de R$ 600 mil.
Faça as simulações abaixo:
1. Calculadora da isenção
2. Calculadora da alta renda
Entenda os números
1. Calculadora da isenção
Na prática, esses são os valores que deixarão de ser descontados do salário todos os meses a partir de janeiro de 2026.
O ganho para quem tem salário de R$ 5 mil será de R$ 312,89 por mês. Em um ano, considerando também o décimo terceiro salário, a economia pode chegar a R$ 4.067. Na prática, isso representa um aumento anual equivalente a 81,35% do salário de um mês. (veja exemplos mais abaixo)
A isenção sancionada hoje ainda prevê uma mudança na sistemática de cobrança do IR para quem ganha até R$ 7.350, com desconto progressivamente menor para rendas a partir de R$ 5.001. Com isso, esse público também será beneficiado, mesmo que em menor escala.
Assim, quem recebe R$ 7 mil por mês, por exemplo, deverá ter ganhos de R$ 46,61 mensais e de R$ 605,87 no ano, considerando o décimo terceiro salário.
Já os contribuintes que recebem acima dessa faixa não serão impactados pelas mudanças, pois a tabela progressiva do Imposto de Renda não é alterada pelo projeto. Nada muda também para quem ganha até R$ 3.036 — parcela já isenta pela tabela em vigor.
"Se a pessoa ganhar acima de R$ 7.350, ela não vai ter redução alguma: seguirá a tributação normal da tabela progressiva", pontua Welinton Mota, da Confirp.
Veja simulações na tabela abaixo:
Imposto de Renda: veja quanto você pode deixar de pagar se recebe até R$ 7.350
Arte/g1
2. Calculadora da alta renda
A medida também estabelece que pessoas físicas com renda anual acima de R$ 600 mil — o equivalente a mais de R$ 50 mil mensais — estarão sujeitas a uma tributação progressiva sobre lucros e dividendos, que pode chegar a 10% para quem recebe R$ 1,2 milhão ou mais por ano.
Dessa forma, quem recebe um pouco acima do limite pagará uma alíquota reduzida, e o valor do imposto aumentará de forma gradual conforme a renda cresce. (Veja abaixo)
🔎 A nova tributação recai sobre lucros e dividendos, que hoje são isentos do Imposto de Renda. Já quem tem apenas o salário como fonte de renda não será afetado, pois continua sujeito à tabela progressiva do IR, com retenção em folha de até 27,5%.
Conforme mostrou o g1, a cobrança mínima para quem tem alta renda começa em R$ 0,10, valor aplicado a quem ganha R$ 600.001,00 por ano. À medida que a renda aumenta, o imposto também sobe. A alíquota máxima, de 10%, atinge rendimentos a partir de R$ 1,2 milhão ao ano. Veja abaixo:
Alta renda terá IR progressivo de até 10%.
Arte/g1
A lei sancionada nesta quarta-feira prevê que alguns rendimentos, como os obtidos por LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), poderão ser excluídos da base de cálculo do imposto.
Welinton Mota, da Confirp Contabilidade, afirma que a maneira mais eficaz de calcular a nova tributação sobre a alta renda é levar em conta o rendimento anual, e não o valor mensal fixado em R$ 50 mil.
O especialista explica que, segundo o projeto, se o contribuinte receber mais de R$ 50 mil em um mês, será aplicada a alíquota máxima de 10% sobre o valor recebido naquele período.
"Se o lucro ou dividendo ultrapassar R$ 50 mil, será aplicada a alíquota de 10% naquele mês. Se ficar abaixo desse valor, não haverá cobrança", explica. "Por isso, a prestação de contas pode variar, e o que realmente importa é o total anual, não o valor mensal", afirma.
Dessa forma, Mota avalia que, com os descontos mensais aplicados ao longo do ano, é bastante provável que esse perfil de contribuinte consiga restituir boa parte dos valores pagos na declaração anual do Imposto de Renda, no ano seguinte.
"Você vai comparar quanto pagou com o que realmente deveria pagar ao considerar o total anual. Como já houve desconto em alguns meses, possivelmente acima do valor devido, é possível até ter valores a restituir", diz. "O cálculo final, portanto, será feito apenas no ano seguinte."
O que mudou na faixa de isenção?
🔎 Hoje, estão isentos do Imposto de Renda os contribuintes com renda tributável de até R$ 3.036 por mês — equivalente a dois salários mínimos. Com a nova medida, essa faixa de isenção será ampliada para rendimentos de até R$ 5 mil mensais.
A ampliação da faixa de isenção do IR foi uma promessa de campanha do presidente Lula. O projeto deve incluir cerca de 10 milhões de contribuintes na lista de isentos a partir de 2026, ano de eleições. A proposta foi apresentada pelo governo em março deste ano.
Qual o total de isentos no país?
Com a sanção do presidente Lula, o Brasil terá mais de 26,6 milhões de contribuintes isentos do Imposto de Renda em 2026 — cerca de 65% dos declarantes.
Esse número inclui:
mais de 15,2 milhões de declarantes isentos atualmente;
quase 2 milhões de pessoas isentas pela Lei n.º 15.191/25, que eleva a atual faixa de isenção para quem ganha até dois salários-mínimos por mês; e
quase 10 milhões de contribuintes que passarão a ser isentos com o projeto aprovado.
Quanto vai custar aos cofres públicos?
Em 2026, a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil terá um impacto estimado de R$ 25,8 bilhões. Foi justamente para compensar a queda na arrecadação que o Congresso manteve a proposta do governo de aplicar alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil.
Com a progressão do imposto, a alíquota máxima para pessoas de alta renda será aplicada a quem tiver ganhos anuais a partir de R$ 1,2 milhão. Segundo a nova diretriz, a cobrança não irá atingir contribuintes que já pagam a alíquota de 27,5% do IR — ou seja, que já têm esse desconto em folha.
"Atualmente, os lucros e dividendos são isentos do IR. O projeto prevê que, a partir de 2026, eles sejam tributados em 10%, desde que a distribuição mensal para um mesmo sócio da empresa seja acima de R$ 50 mil", explica Welinton Mota, da Confirp Contabilidade.
Isenção do IR vai beneficiar 15 milhões, enquanto 150 mil de alta renda pagam a diferença
Entenda o projeto:
Em março, o governo federal propôs ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, a partir de 2026, de R$ 3.036 (dois salários mínimos) para R$ 5 mil.
Além de ampliar a faixa de isenção, a equipe econômica também propôs uma isenção parcial para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.
Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção do IR para rendimentos até R$ 5 mil mensais, o governo pretende taxar quem tem alta renda — ou seja, aqueles com ganhos mensais superiores a R$ 50 mil (equivalente a R$ 600 mil por ano).
O projeto do governo, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), impede que a cobrança sobre dividendos de pessoa física e empresa supere 34% para empresas e 45% para financeiras.
Em paralelo, havia outro projeto de isenção do IR em tramitação no Senado, apresentado por Renan Calheiros (PP-AL). O texto, originalmente apresentado em 2019, foi resgatado sob o argumento de que o texto da Câmara estava parado.
Uma disputa política entre Lira e Renan foi o pano de fundo da articulação dos projetos. Os dois devem concorrer ao Senado em 2026.
Imposto de Renda 2023: prazo para declaração vai de 15 de março a 31 de maio.
Marcos Serra/ g1
Governo ainda busca R$ 30 bilhões para fechar as contas em 2026, diz secretário da Fazenda

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, informou nesta quarta-feira (26) que o governo ainda está em busca de R$ 30 bilhões para fechar o orçamento de 2026 e atingir meta de superávit nas contas do próximo ano.
➡️Para isso, terá de aprovar projetos no Congresso até o fim de 2025. Entre os textos, uma proposta do senador Renan Calheiros (MDB-AL) que eleva a tributação sobre as apostas online, conhecidas como "bets"; sobre "fintechs" (empresas de tecnologia do mercado financeiro). E que também fixa uma tributação maior dos juros sobre capital próprio.
Essas medidas constavam em Medida Provisória enviada pelo governo em julho deste ano, que sequer foi avaliada pelo Congresso Nacional. Com isso, perdeu a validade.
Algumas das propostas que lá estavam foram recuperadas pelo senador Renan Calheiros, com expectativa de arrecadar cerca de R$ 10 bilhões extras em 2026.
➡️Mesmo sem constar no projeto do senador Renan Calheiros, Durigan afirmou que o governo pretende reenviar ao Congresso a proposta de taxação de "criptoativos", que também estava na MP que perdeu a validade.
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➡️Além disso, a equipe econômica informou que também conta com a aprovação de projeto do deputado José Guimarães (PT-CE), que reduz incentivos e benefícios tributária, com expectativa de elevar a arrecadação em outros R$ 20 bilhões.
"Gostaríamos, como equipe de entrega, de contar com R$ 20 bilhões de redução de benefícios tributários, e tem mais 10 bilhões da [Medida Provisória] 1303 [que perdeu validade] que a gente segue perseguindo para fechar as contas no ano que vem", disse Dario Durigan, do Ministério da Fazenda, a jornalistas.
Ampliação da faixa de isenção do IR
Questionado por jornalistas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reafirmou que a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda é fiscalmente neutra, ou seja, não gera perda de arrecadação.
O texto, sancionado por Lula nesta quarta, zera o IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês e reduz a tributação para quem recebe até R$ 7,35 mil.
De acordo com Barreirinhas, a perda de arrecadação, com essas medidas, é de R$ 28,04 bilhões em 2026.
Por outro lado, haverá ganho de R$ 23,76 bilhões com a taxação de quem ganha acima de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano, e de mais R$ 6,18 bilhões com a taxação de dividendos enviados ao exterior – medidas que estão na lei.
O eventual saldo positivo do projeto, de R$ 1,9 bilhão, poderá ser direcionado cobrir possíveis perdas dos estados, ou para reduzir a alíquota do imposto sobre o consumo do governo, a CBS.
Secretário executivo da Fazenda, Dario Durigan.
Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Parlamento Europeu aprova novo adiamento de lei antidesmatamento

Bandeiras da União Europeia tremulam em frente à sede da Comissão Europeia, em Bruxelas.
REUTERS/Yves Herman
O Parlamento Europeu aprovou um novo adiamento da lei que proíbe a importação de produtos ligados ao desmatamento, agora prevista para 2026, em uma votação marcada pela aliança entre direita e extrema direita.
O atraso da entrada em vigor da lei, agora prevista para final de 2026, foi aprovado por 402 votos a 250, com o respaldo da extrema direita e da direita. O grupo centrista Renew ficou dividido, enquanto a esquerda se opôs à medida.
Os eurodeputados também aprovaram uma cláusula de revisão, prevista para abril de 2026, a fim de que a lei antidesmatamento seja novamente analisada antes de sua entrada em vigor.
A decisão ainda precisa passar por uma consulta final entre o Parlamento Europeu e os Estados-membros antes da adoção definitiva, mas é considerada inevitável.
Adotado em 2023, o texto visa proibir a importação, para a União Europeia, de uma série de produtos (cacau, café, soja, óleo de palma, madeira etc.) quando provenientes de áreas desmatadas após 2020.
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Em 2024, a UE já havia postergado a aplicação da lei em um ano, diante da forte oposição de setores do agronegócio e de diversos países da África, Ásia e Américas. Eles afirmam que as exigências europeias ignoram legislações locais e penalizam pequenos agricultores.
Pelo texto, empresas importadoras terão de comprovar que os produtos não são provenientes de áreas desmatadas recentemente, usando dados de geolocalização fornecidos pelos produtores e imagens de satélite — um processo considerado complexo e burocrático por seus críticos.
Do lado europeu, a Alemanha também tem se mostrado bastante crítica em relação à lei. Berlim pressionou por seu adiamento e pela implementação da cláusula de revisão.
Em 19 de novembro deste ano, os Estados-membros da UE já haviam concordado com um novo adiamento da entrada em vigor da lei, além da inclusão de medidas de simplificação.
Os sucessivos atrasos em torno do projeto provocam a indignação de organizações ambientais, que começam a questionar se a União Europeia realmente pretende implementá-lo. “As tentativas incessantes de revisar — ou mesmo destruir — essa lei são uma farsa”, declarou a ONG Fern, especializada em proteção florestal.
Após adotar medidas muito ambiciosas durante vários anos, a União Europeia tem desacelerado algumas de suas políticas climáticas para dar às empresas, sujeitas à intensa concorrência global, um pouco mais de fôlego.
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Lula sanciona a lei de isenção do imposto de renda; veja como foi o evento
Lula sanciona a lei de isenção do imposto de renda; veja como foi o evento Texto isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil por mês e também cria desconto para contribuintes que ganham até R$ 7.350 mensais. O presidente Lula sancionou hoje o projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil de salário por mês.. A ampliação da faixa de isenção já deverá valer a partir de janeiro de 2026.. Projeto também prevê um desconto progressivamente menor para quem ganha até R$ 7.350 mensais.. Tire dúvidas sobre as novas regras aqui. CALCULADORA: veja quanto você deixará de pagar
Etanol: análise da USP explica por que preços do biocombustível mantêm alta em novembro; entenda

Etanol
Reprodução
Os preços dos etanóis anidro e hidratado seguem firmes no estado de São Paulo há mais de um mês, apontam análises do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP).
📈De 17 a 21 de novembro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,8554 o litro. O valor é líquido, livre de impostos ICMS e PIS/Cofins. Uma alta de 1,13% no comparativo ao período anterior.
Para o etanol anidro, o Indicador Cepea/Esalq fechou a R$ 3,2434 o litro, valor líquido de impostos. Uma elevação de 1,05% na comparação com o mesmo período de novembro.
"O suporte continua vindo sobretudo da postura firme do vendedor em meio à baixa oferta de produto e à proximidade do encerramento da safra 2025/26. Ainda que a semana passada tenha se iniciado com menos movimento em São Paulo – em Mato Grosso do Sul, porém, o ritmo foi mais intenso –, as chuvas em algumas regiões paulistas limitaram a oferta e deram força aos preços", observam.
Os analistas do Cepea apontam ainda que os compradores mostram menor interesse, especialmente devido às maiores aquisições fechadas em semanas anteriores.
Demanda aquecida
Com demanda aquecida, o volume de etanol hidratado vendido pelas usinas paulistas quase dobrou no fim no início de outubro na comparação com a semana anterior.
Os preços, contudo, seguem estáveis no spot paulista no período. Veja cotações, abaixo e entenda movimento no mercado desde maio deste ano, na reportagem.
"Os valores ofertados por usinas para novos lotes atraíram distribuidoras. Ressalta-se que, nos últimos três anos, a quantidade comercializada de hidratado cresceu de setembro para outubro", reforçam os pesquisadores do Cepea.
"Neste ano, especificamente, compradores também estão atentos aos menores estoques nas usinas frente aos de 2024, contexto que pode estar estimulando os negócios neste mês", completam.
Entenda movimento de preços
Apesar do cenário de maior liquidez, levantamentos do Cepea mostram que as cotações seguiram estáveis no spot paulista. Os indicadores apontam ainda pequeno recuo nos preços, depois de altas registradas em setembro de 2025. Veja, abaixo.
⛽Entre 6 e 10 de outubro, o Indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,7156 o litro, já livre de impostos como ICMS e PIS/Cofins, pequeno recuo de 0,4% sobre o período anterior.
⛽Para o anidro, a variação foi negativa em ligeiro 0,36%, com o Indicador Cepea/Esalq a R$ 3,1126 o litro, valor líquido de impostos.
Etanol hidratado
O movimento de sete altas consecutivas no preço do etanol hidratado começou a perder força na primeira semana de setembro em São Paulo. A demanda reduzida pelo biocombustível explicava a interrupção nos reajustes nas cotações, segundo o Cepea.
O indicador Cepea/Esalq do hidratado fechou em R$ 2,7813 o litro, sem ICMS e PIS/Cofins, entre os dias 8 e 12 de setembro. O valor equivale à desvalorização de 0,06% frente ao período anterior. Do lado vendedor, a participação foi tímida, com vendas pontuais.
"As distribuidoras realizaram pequenas aquisições fora do mercado paulista. Inclusive, o volume de hidratado captado no spot ao longo da última semana foi o menor da safra 2025/26. No comparativo anual, a quantidade negociada caiu pela metade, uma redução de 48,4%", aponta o Cepea.
Anidro segue firme
O levantamento do Cepea mostra também que os preços do etanol anidro seguem firmes, mas o volume comercializado também foi restrito. O Indicador Cepea/Esalq fechou a R$ 3,274 o litro, sem considerar os impostos. Uma alta de 2,85%.
Quanto às exportações, em agosto, o total de etanol embarcado pelo Brasil somou 178,6 milhões de litros, 2,74% a mais que no mês anterior e se caracterizando como um recorde, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea.
Cultivo da cana-de-açúcar no interior de São Paulo
Claudia Assencio/g1
Agosto e setembro
Em setembro, o Indicador Cepea/Esalq mensal do etanol hidratado fechou a R$ 2,7583/litro, uma alta de 3,25% na comparação com agosto deste ano.
Para o anidro (modalidade spot e contratos), a elevação foi de 4,33% no mesmo comparativo, com o Indicador a R$ 3,0999/litro. Em relação a setembro de 2024, na comparação anual, o Indicador do hidratado se valorizou 10% e o do anidro, 7,32%, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-M de setembro).
"As negociações seguiram limitadas em setembro. Compradores mostraram menor interesse frente ao atual cenário de fraco desempenho das vendas dos biocombustíveis no segmento varejista. Na posição dos vendedores, alguns participaram de maneira mais efetiva, mas boa parte continua fora do mercado spot", afirma o Cepea.
Julho: menor volume de vendas
O volume de etanol hidratado - álcool comum utilizado para abastecimento de veículos - vendido na primeira semana de julho no Estado de São Paulo foi o menor da safra 2025/26, que começou em 1º de abril deste ano.
A quantidade, em litros, foi de quase 20 milhões a menos, representando uma queda de 40,4% quando comparado ao período anterior.
Etanol: entenda o que faz movimento de quedas nos preços do biocombustível perder força
O Cepea aponta que os compradores de etanol se mantiveram abastecidos com as compras feitas em semanas anteriores e, por isso, se afastaram do mercado, que é quando a entrega da mercadoria é imediata com pagamento à vista.
Já os agentes de usinas, por outro lado, guiados pelos estoques de combustível reduzidos, mantiveram os valores pedidos na maior parte dos casos.
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Etanol: entenda o que faz movimento de quedas nos preços do biocombustível perder força
Queda nos preços perdeu força em junho
O preço do etanol hidratado registrou quinto período de queda consecutivo no mercado spot do estado de São Paulo, quando a entrega da mercadoria é imediata com pagamento à vista, na primeira quinzena de junho de 2025.
📉De 9 a 13 de junho, o Indicador Cepea/Esalq, o etanol hidratado fechou em R$ 2,5 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), ligeira queda de 0,35% frente ao do período anterior. O Indicador Cepea/Esalq do etanol anidro fechou a R$ 2,9 o litro, no valor líquido.
Pesquisadores do Cepea indicam, porém, que o movimento de recuo no valor do biocombustível perdeu a força. "Isso porque muitos vendedores estiveram mais firmes nos preços pedidos".
Gasolina ou etanol? Saiba como escolher o combustível mais vantajoso
🌧️As chuvas em regiões produtoras dificultaram as atividades agrícolas e, consequentemente, a moagem nas indústrias, contexto que reduziu o volume disponível no spot na época.
✈️A valorização do petróleo no mercado internacional e o aquecimento da demanda, diante da proximidade do feriado desta semana, também deram certa sustentação aos preços do etanol no spot paulista.
Preço do etanol é o mais alto para o mês de setembro desde 2021 no estado de São Paulo
Maio: maior queda da safra
Levantamento do Cepea mostrou que o preço do etanol hidratado caiu com mais força na última semana de maio devido ao aumento da oferta.
As chuvas registradas em algumas regiões de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul paralisaram pontualmente as atividades nas unidades industriais, mas com pouco efeito sobre as cotações.
De modo geral, pesquisadores do Cepea explicam que a postura de demandantes foi de cautela. Em especial no fechamento do mês, as filas de retiradas de etanol nas usinas diminuíram.
De 26 a 30 de maio, o indicador Cepea do hidratado fechou em R$ 2,6100 o litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 2,83% no comparativo ao período anterior – foi a maior queda da safra 2025/26.
Para o anidro, o indicador Cepea/Esalq caiu 1,62%, a R$ 3,0564/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins).
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CCJ do Senado aprova proposta que proíbe transações imobiliárias com 'dinheiro vivo'

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (26) um projeto que proíbe o uso de dinheiro em espécie nas transações imobiliárias, como compra e venda de imóveis.
O texto também determina que o Conselho Monetário Nacional (CMN) terá de criar limites para operações com "dinheiro vivo" intermediadas por bancos e instituições financeiras. Na prática, a medida busca estabelecer um teto para o uso da moeda física nas transações.
Por questões regimentais, o projeto ainda deverá ser submetido a um turno suplementar de votação. Na primeira análise, a proposta foi aprovada por unanimidade.
Se for aprovado em uma segunda etapa na CCJ, o texto deverá seguir diretamente para análise da Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação no plenário principal do Senado.
Para virar lei, além de ser aprovado pelos deputados, o projeto, que é de autoria do senador Flávio Arns (PSB-PR), também precisará ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O relator do projeto, senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR), afirmou que o objetivo do texto é combater a lavagem de dinheiro e a sonegação fiscal. Segundo ele, o uso do dinheiro físico facilita as duas práticas.
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"A falta de regramento a respeito do uso de dinheiro em espécie pode estimular o cometimento de crimes como o assalto a empresas e a bancos e o arrombamento de caixas eletrônicos", disse.
O texto aprovado pela CCJ não estabelece nominal quais serão os limites para as transações financeiras com dinheiro em espécie. De acordo com o texto, caberá ao Conselho Monetário Nacional definir os patamares máximos.
Os tetos para as operações deverão ser estabelecidos a partir de um diálogo com Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão que monitora atividades suspeitas e atua na prevenção e combate à lavagem de dinheiro.
Segundo a proposta, os limites valerão para todos os clientes de bancos e instituições financeiras regulamentadas pelo Banco Central.
Também deverá haver limite para uso de "dinheiro vivo" no pagamento de boletos e cheques. Pelo texto, se as transações financeiras com esses dois mecanismos superarem os valores máximos, deverão ser feitas por meio eletrônico.
Oriovisto Guimarães afirmou que regras semelhantes já são adotadas em diversos países, como os Estados Unidos, Canadá e Austrália.
Segundo ele, a proposta também conta com o apoio do Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal.
Dinheiro, real, notas de R$ 50, contagem de cédulas
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Governo suspende venda de lote do vinagre Castelo por excesso de aditivo e falha no rótulo

Vinagre de maçã Castelo
Divulgação
O governo federal determinou nesta quarta-feira (26) o recolhimento e a suspensão da venda, distribuição e uso do lote 12M2 do vinagre de maçã da marca Castelo.
A decisão, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União, constatou duas infrações:
a presença de 340 mg/L do aditivo dióxido de enxofre, quantidade acima da permitida para o vinagre (200 mg/l);
a falta de informação, no rótulo, de que o produto contém aditivos à base de dióxido de enxofre.
Ao g1, a empresa disse que está tomando as medidas necessárias em relação ao lote. A Castelo também pede aos consumidores que possuam o produto para entrar em contato com o SAC da empresa (veja nota na íntegra abaixo).
Os problemas foram constatados em laudo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Distrito Federal.
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O que diz a Castelo
A Castelo Alimentos S.A. informa que, conforme determinação da Anvisa, está adotando todas as medidas necessárias relacionadas ao lote 12M2 do Vinagre de Maçã Castelo.
Reforçamos nosso compromisso com a qualidade, segurança e transparência, valores que norteiam nossa atuação ao longo de 120 anos de história, pois sabemos que o consumidor confia em nossa marca pela consistência e pelo cuidado com a excelência.
Mesmo sendo um caso pontual, estamos cooperando integralmente com os órgãos reguladores e comunicando prontamente os consumidores.
Informações do lote
Produto: Vinagre de Maçã
Marca: Castelo
Lote: 12M2
Data de fabricação: 25/03/2025
Validade: 25/09/2026
Pedimos que verifiquem se possuem o produto do lote mencionado. Em caso positivo, solicitamos contato pelos canais oficiais:
SAC: 0800 771 6111
E-mail: sacc@casteloalimentos.com.br
Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e a satisfação de nossos consumidores.
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STF cancela tese que reconhecia direito à 'revisão da vida toda' do INSS

O Supremo Tribunal Federal (STF) cancelou a tese que reconhecia o direito à "revisão da vida toda", uma espécie de recálculo dos benefícios de aposentadoria do INSS.
Na prática, a decisão ajusta o caso ao entendimento já fixado pelo Supremo em outros processos de que o mecanismo é inviável.
➡️Os ministros analisaram o tema em julgamento virtual encerrado nesta terça-feira (25).
Acompanharam o relator Alexandre de Moraes os ministros Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Luis Roberto Barroso (aposentado); Cármen Lúcia; Nunes Marques; Luiz Fux e Dias Toffoli.
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Divergiram os ministros André Mendonça; Edson Fachin e Rosa Weber (aposentada).
O que é 'revisão da vida toda'
A "revisão da vida toda" é um mecanismo que abre a possibilidade de aplicação de uma regra mais vantajosa para segurados no cálculo de suas aposentadorias.
A depender da situação de cada um, poderia ser uma regra de transição ou o regime implantado após a criação, em 1999, do fator previdenciário (uma fórmula matemática para definir o valor das aposentadorias).
Com a escolha de uma ou outra, seria feito o recálculo da média salarial para a aposentadoria, com a possibilidade de acréscimo no valor de benefícios.
Inicialmente, em 2022, a Corte reconheceu o direito dos segurados à revisão, dentro de determinadas condições.
STF cancelou a tese que reconhecia o direito à 'revisão da vida toda'.
Freepik
Ações inviabilizaram mecanismo
Posteriormente, em 2024, o Supremo julgou outras duas ações que, na prática, inviabilizaram a aplicação da "revisão da vida toda".
Isso porque os ministros definiram que o regime da transição seria obrigatório para quem nele se encaixa. Ou seja, a pessoa não poderia mais optar pela regra criada após o fator previdenciário, mesmo que fosse mais vantajosa.
Pelo que decidiu o STF, os regimes ficaram assim:
quem era segurado do INSS antes de 1999 (data da reforma da Previdência que implantou o fator previdenciário): fica na regra de transição. A regra de transição prevê: o valor do benefício deverá considerar 80% dos maiores salários de toda a vida do trabalhador, excluídos os salários anteriores a julho de 1994.
quem entrou na Previdência depois de 1999: fica no regime que leva em conta o fator previdenciário (o valor é obtido a partir da média simples dos salários de contribuição de todo o período contributivo, sem a especificação de limites de tempo).
STF dá por encerrado processo do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado e Alexandre de Moraes determina execução das condenações
Jornal Nacional/ Reprodução
O que aconteceu agora?
Agora, o STF voltou a analisar o caso em que inicialmente reconheceu o direito, o de 2022. A pedido do INSS, os ministros ajustaram o entendimento ao que foi definido em 2024.
Além disso, os processos nas instâncias inferiores que estavam paralisados aguardando o desfecho do caso podem voltar a tramitar. Agora, a Justiça vai aplicar o entendimento de que a “revisão da vida” toda não pode ser usada.
O Supremo também estabeleceu que aposentados que obtiveram a "revisão da vida toda" em outras instâncias da Justiça não precisam devolver os valores que receberam a mais por conta das decisões favoráveis concedidas até o ano passado.
Além disso, para quem tinha ações em curso na Justiça sobre o tema, não serão cobrados valores como honorários e outras despesas processuais.
A ideia é preservar os valores que foram recebidos de boa-fé.
Com puxada na taxa Selic pelo BC, juro bancário médio atinge maior patamar em oito anos e inadimplência bate recorde

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,8 ponto percentual em outubro deste ano – e fechou o mês em 46,3% ao ano.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central (BC).
➡️Esse é o maior patamar desde julho de 2017, quando estava em 46,5% ao ano, ou seja, em pouco mais de oito anos.
O juro foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 24,2% ao ano, em setembro, para 25,2% ao ano em outubro. É o maior nível desde julho de 2017 (25,4% ao ano).
Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 58,3% ao ano, em setembro, para 58,7% ao ano em outubro. Esse é o maior patamar desde junho deste ano (59% ao ano).
➡️O aumento do juro bancário acontece em meio ao alto nível da taxa básica da economia, a Selic, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação. Em novembro, a taxa foi mantida em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos.
➡️Ao mesmo tempo, a taxa total de inadimplência bateu recorde, somando o maior valor da série histórica do Banco Central, que tem início em março de 2011 (veja mais abaixo nessa reportagem).
Cheque especial e cartão de crédito
🔎No cheque especial das pessoas físicas, a taxa de juros caiu de 140,7% ao ano, em setembro, para 139,3% ao ano em outubro. O recuo foi de 1,4 ponto percentual.
🔎Já a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, recuou de 443,7% ao ano, em setembro, para 439,8% ao ano em outubro deste ano. A queda foi de 3,9 pontos percentuais.
Apesar da queda no juro do cartão de crédito rotativo em janeiro, a taxa permanece em patamar proibitivo. Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro.
O aumento aconteceu apesar de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter limitado, desde janeiro de 2024, o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original.
Se a dívida for de R$ 100, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 200.
O custo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), entretanto, está fora desse cálculo. Isso vale somente para débitos contraídos a partir de janeiro.
O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento. Segundo analistas, essa linha de crédito deve ser evitada.
A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Juro bancário médio atinge maior patamar em oito anos e inadimplência bate recorde
Pexels/reprodução
Crédito bancário
O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, subiu 0,9% em outubro, para R$ 6,9 trilhões.
Houve aumento de 0,3% no crédito às pessoas jurídicas, para R$ 2,6 trilhões de saldo total, e de 1,3% no crédito às pessoas físicas, para R$ 4,3 trilhões.
Segundo a instituição, o crédito livre às famílias cresceu 1,6% no mês de janeiro, e 12,8% em doze meses, com destaque para:
cartão de crédito total (+2,2%);
crédito pessoal não consignado (+2,1%);
crédito consignado para trabalhadores do setor privado (+9,6%);
financiamento para aquisição de veículos (+1,4%).
Inadimplência recorde e endividamento alto
➡️De acordo com dados do Banco Central, a taxa de inadimplência média total registrada pelos bancos nas operações de crédito avançou em outubro para o patamar inédito 4% ao ano. Em setembro, a taxa somava 3,9%.
➡️Esse valor, que considera as operações com recursos livres e direcionados (habitação, rural e BNDES), é a maior da série histórica do Banco Central, que tem início em março de 2011.
A taxa de inadimplência considera atrasos superiores a 90 dias.
Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência subiu de 4,8%, em setembro, para 4,9% em outubro. Trata-se do maior valor desde fevereiro de 2013 (5%).
Já a inadimplência das empresas ficou estável em 2,5% de setembro para outubro, o maior nível desde agosto deste ano (2,6%).
"Quanto às famílias, os ativos problemáticos e a inadimplência continuam em alta, sobretudo no crédito rural, que mantém perspectiva negativa", informou o BC, na ata do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef).
➡️Já o endividamento das famílias com os bancos, segundo o BC, atingiu 49,1% da renda acumulada nos doze meses até setembro - o maior valor desde novembro de 2022 (ainda na pandemia da Covid-19). Todas as dívidas com os bancos entram no cálculo.
"O endividamento das famílias estabilizou-se em patamar historicamente elevado. O comprometimento de renda, por sua vez, além de elevado, segue em trajetória ascendente, impactado pelo nível das taxas de juros e pelo aumento da participação de modalidades mais caras", acrescentou o Banco Central.
IPCA-15: preços sobem 0,20% em novembro, um pouco acima das expectativas do mercado

IPCA-15: prévia da inflação sobe 0,20% em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, mostrou que os preços subiram 0,20% em novembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado vem 0,02 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em outubro, quando o índice avançou 0,18%. A variação também ficou um pouco acima do esperado pelos analistas, que projetavam um aumento de 0,18%, repetindo o ritmo do mês anterior.
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Nos últimos 12 meses, a variação é de 4,50%, e o indicador retorna para dentro do intervalo da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. No acumulado do ano, o IPCA-15 registra alta de 4,15%. Já em novembro de 2024, o índice havia ficado em 0,62%.
Entre os nove grupos avaliados, sete apresentaram aumento em novembro. O destaque do mês foi Despesas pessoais, que registrou a maior alta, de 0,85%, contribuindo com 0,09 ponto percentual para o resultado geral.
Na sequência apareceram Saúde e Cuidados Pessoais, com avanço de 0,29%, e Transportes, que subiu 0,22% — ambos adicionando 0,04 ponto percentual ao índice. Os demais grupos variaram entre a queda de 0,20% observada em Artigos de residência e o aumento de 0,19% em Vestuário.
Veja abaixo a variação dos grupos em novembro:
Alimentação e bebidas: 0,09%
Habitação: 0,09%
Artigos de residência: -0,20%
Vestuário: 0,19%
Transportes: 0,22%
Saúde e cuidados pessoais: 0,29%
Despesas pessoais: 0,85%
Educação: 0,05%
Comunicação: -0,19%
O que influenciou a prévia da inflação
O grupo Despesas pessoais (0,85%) registrou a maior alta do mês, impulsionado principalmente pelos aumentos em hospedagem (4,18%) e pacote turístico (3,90%).
Em Saúde e cuidados pessoais (0,29%), o item que mais influenciou o resultado foi o plano de saúde, que avançou 0,50%.
No caso de Transportes (0,22%), o destaque ficou com as passagens aéreas, que subiram 11,87% e tiveram o maior impacto individual do mês (0,08 p.p.).
Apesar disso, houve queda de 0,46% no grupo de combustíveis. Só o gás veicular teve alta (0,20%). Já os outros combustíveis registraram redução: etanol (-0,54%), gasolina (-0,48%) e óleo diesel (-0,07%).
Depois de cinco meses de recuo, Alimentação e bebidas, o grupo de maior peso no índice, voltou ao campo positivo com alta de 0,09%.
A alimentação no domicílio continuou negativa (-0,15%), puxada por quedas no leite longa vida (-3,29%), no arroz (-3,10%) e nas frutas (-1,60%). Por outro lado, alguns itens subiram, como batata inglesa (11,47%), óleo de soja (4,29%) e carnes (0,68%).
A alimentação fora do domicílio (0,68%) acelerou na comparação com outubro (0,19%). A refeição passou de 0,06% para 0,56%, enquanto o lanche avançou de 0,42% para 0,97%.
No grupo Habitação, houve leve desaceleração, com a variação passando de 0,16% para 0,09% entre outubro e novembro.
A principal influência negativa veio da energia elétrica residencial, que reduziu o ritmo de queda — de -1,09% para -0,38% — mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor, adicionando R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
Entre os itens que subiram dentro de Habitação, chamam atenção o condomínio (0,38%) e o aluguel residencial (0,37%).
Resultado um pouco acima das expectativas
Para os economistas, a prévia da inflação de novembro mostrou um avanço um pouco acima do esperado, mas ainda dentro de um cenário de desinflação que vem se firmando ao longo dos últimos meses.
Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, aponta que o principal motivo da diferença foi o grupo de serviços, que subiu mais do que o previsto e registrou 0,66% ante 0,39% esperado, influenciado por itens mais voláteis como passagem aérea e alimentação fora de casa.
“Parte dessa pressão, porém, foi atenuada pela surpresa desinflacionaria de Industriais, -6 bps, tendência que vem se repetindo em outras leituras”, diz o economista da BGC Liquidez.
Mesmo com a surpresa nos serviços, Thadeu avalia que o quadro geral continua relativamente estável. “Itens subjacentes em linha e industrial mais fraco reverteram parte do ‘susto’ causado pela alta de alimentação fora e passagens aéreas”, afirma.
Para os próximos meses, o economista espera algum alívio, já que passagem aérea deve ser revisado para baixo. “O efeito do ‘esquenta Black Friday’ será visto na plenitude no IPCA fechado de novembro, refletindo mais promoções registradas na coleta do índice.”
A leitura de Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, reforça essa visão de continuidade do processo desinflacionário. Ele destaca que o IPCA-15 avançou em linha com expectativa e que o índice está entrando no limite da meta de inflação.
Apesar do alívio em bens e alimentos, Barbosa ressalta que os serviços continuam sendo o componente mais pressionado da inflação. O economista também menciona efeitos locais sobre os preços.
“Sobretudo em Belém, onde a realização da COP elevou preços de hospedagem, transporte e alimentação na região. De alguma forma o IBGE acabou capturando essa essa alta de preços, que foi bastante comentado no noticiário”, afirma.
Gerenciar bem as finanças pessoais e reduzir despesas desnecessárias são alguns hábitos importantes para se adotar em família
Sicredi
Ibovespa bate novo recorde e fecha aos 158 mil pontos, com apoio de Vale e bancos; dólar cai

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, bateu um novo recorde de fechamento no pregão desta quarta-feira (26), aos 158.555 pontos (+1,70%). A alta acompanhou o avanço dos índices de Wall Street e foi impulsionada pelo avanço das chamadas blue chips — ações de empresas grandes, consolidadas e financeiramente mais estáveis —, com destaque para a Vale e os bancos.
O dólar, por sua vez, recuou 0,77%, cotado a R$ 5,3346. Essa foi a terceira queda consecutiva da moeda norte-americana. No noticiário, as atenções dos investidores ficaram voltadas para a divulgação de uma série de indicadores no Brasil e no exterior, como a prévia da inflação brasileira (IPCA-15) e o Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).
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▶️No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), visto como a prévia da inflação, registrou uma alta de 0,20% em novembro, acima das expectativas do mercado. Em 12 meses, no entanto, o indicador desacelerou para 4,5%, teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). (Entenda mais abaixo)
▶️ Além disso, investidores também seguem atentos ao quadro fiscal brasileiro. Além do superávit de R$ 36,5 bilhões nas contas do governo em outubro, o orçamento do próximo ano também segue no radar. Segundo o secretário da Fazenda, Dario Durigan, o governo ainda busca R$ 30 bilhões para conseguir fechar as contas em 2026.
▶️ No noticiário corporativo, o Banco Central do Brasil (BC) informou nesta quarta-feira (26) que a liquidação do Banco Master, decretada na semana passada, não representa risco sistêmico — ou seja, não representa risco ao sistema financeiro brasileiro. O órgão, no entanto, reforçou que as instituições financeiras precisam aprimorar seus sistemas de detecção de risco.
▶️Ainda por aqui, o presidente Lula sancionou nesta quarta-feira a isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, válida a partir de 2026. O projeto, aprovado por unanimidade no Senado, também cria um desconto no IR para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.
▶️Já no exterior, investidores ficaram atentos à divulgação do chamado Livro Bege do Fed, relatório que reúne resultados de pesquisas, entrevistas e outros dados qualitativos das 12 distritais do BC norte-americano. Os dados mostraram que apesar de o emprego ter sido mais fraco nas últimas semanas, a atividade econômica dos EUA sofreu pouca alteração. ()
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,23%;
Acumulado do mês: -0,84%;
Acumulado do ano: -13,68%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +2,45%;
Acumulado do mês: +6,03%;
Acumulado do ano: +31,82%.
Despesas pessoais pressionam IPCA-15 em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerada a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,20% em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta manhã. Em 12 meses, a alta acumulada é de 4,50%, um pouco menor do que no período anterior.
O grupo que mais pesou no bolso do brasileiro em novembro, segundo a prévia, foi o de despesas pessoais, com alta de 0,85%. Saúde e cuidados pessoais aumentaram 0,29%, e transportes subiram 0,22%. Já alguns itens ficaram mais baratos, como artigos para o lar, que tiveram queda de 0,20%.
Em outubro, a inflação oficial medida pelo IPCA havia desacelerado para 0,09%, o menor resultado para o mês desde 1998, segundo o IBGE. Na ocasião, o grupo Vestuário foi o que mais pesou no bolso do consumidor, enquanto a conta de luz trouxe algum alívio após meses de alta.
O resultado divulgado nesta quarta-feira representa uma desaceleração importante para a inflação brasileira e coloca os preços no acumulado de 12 meses dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação estabelecida pelo CMN — a meta é de 3%, mas é considerada atingida se ficar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Apesar de positivo, no entanto, o presidente do BC, Gabriel Galípolo já indicou que a instituição ainda está insatisfeita com os níveis de inflação. Na véspera, o banqueiro central disse que a instituição não segue o limite superior da meta, mas sim o centro do alvo.
As afirmações de Galípolo indicam que o BC ainda pode manter a taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por mais tempo. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece entre 9 e 10 de dezembro.
De olho no fiscal
Outro ponto que segue na mira dos investidores é o quadro fiscal brasileiro. Nesta quarta-feira, o Tesouro Nacional informou que as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro.
🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se as receitas ficam abaixo as despesas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
Mesmo superavitário, no entanto, o número ainda representa uma piora em relação ao mesmo mês do ano passado (R$ 43 bilhões) e é o pior resultado para um mês de outubro desde 2023 (R$ 20 bilhões).
Além disso, o resultado ainda está distante da meta fiscal do governo para este ano, que é o de zerar o déficit nas contas públicas.
Nesse cenário, também ficou no radar as falas do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan e a sanção do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Segundo Durigan, o governo ainda busca R$ 30 bilhões para fechar o orçamento de 2026 e atingir a meta de superávit nas contas no próximo ano. Para isso, terá de aprovar projetos no Congresso até o fim de 2025.
➡️Entre os textos está uma proposta do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que eleva a tributação sobre as apostas online, conhecidas como "bets", sobre "fintechs" (empresas de tecnologia do mercado financeiro), e que também fixa uma tributação maior dos juros sobre capital próprio.
Questionado por jornalistas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reafirmou que a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda é fiscalmente neutra, ou seja, não gera perda de arrecadação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona nesta quarta-feira o projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês. O texto também cria um desconto no IR para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais. As mudanças passarão a valer em janeiro de 2026.
➡️ O g1 preparou uma reportagem com as principais perguntas e respostas sobre o tema (clique aqui para ver). Além disso, calculadoras mostram quanto você deixará de pagar e o que muda para quem tem alta renda.
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Dados e juros nos Estados Unidos
Por fim, os mercados também ficaram atentos à divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos. Após a divulgação do payroll — relatório oficial de emprego do país —, na semana passada, o destaque da sessão ficou com o Livro Bege do Fed.
O documento indicou que a atividade econômica dos EUA sofreu pouca alteração nas últimas semanas, embora o emprego tenha sido mais fraco em cerca de metade dos 12 distritos do Federal Reserve. Além disso, os gastos de consumidores também diminuíram.
Publicado duas semanas antes de cada reunião de política monetária do Fed, o relatório tem o objetivo de ajudar o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) a avaliar a saúde da economia dos EUA.
Com o vácuo de dados deixado pela paralisação recorde de 43 dias do governo, que se estendeu até meados de novembro, o Livro Bege deve ter mais peso do que o normal na próxima reunião entre dirigentes do Fed, que acontece em dezembro.
As autoridades do BC norte-americano estão divididas se continuam a cortar as taxas dos EUA ou se optam pela manutenção dos juros. A taxa básica está agora na faixa de 3,75% a 4,00%.
Bolsas globais
Em Nova York, os três principais índices de Wall Street fecharam em alta, conforme cresciam as apostas de um novo corte de juros por parte do Fed. Esse foi o quarto dia seguido de ganhos antes do feriado de Ação de Graças.
O Dow Jones avançou 0,67%, enquanto o S&P 500 subiu 0,68%. Já o Nasdaq Composite teve ganhos de 0,81%.
As bolsas da Europa também tiveram ganhos nesta quarta, acompanhando o clima mais positivo no mercado mundial. Investidores estão animados com a possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos pelo Fed. Empresas de tecnologia também puxaram os ganhos do dia.
O principal índice europeu, o Stoxx 600, subiu 1,09%.
Londres avançou 0,85%;
Frankfurt ganhou 0,98%;
Paris subiu 0,88%;
Milão avançou 1,01%;
Madri teve alta de 1,36%;
Lisboa fechou com ganho de 0,95%.
Já as bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira, influenciadas pelo bom humor em Wall Street e pelos resultados positivos da Alibaba, uma das maiores empresas de tecnologia da China.
A Alibaba, dona da plataforma de compras AliExpress, divulgou lucro acima do esperado e disse que vai investir muito mais em inteligência artificial, o que animou os investidores do setor.
Nos EUA, dados econômicos recentes também aumentaram a expectativa de que o Fed americano possa cortar os juros em dezembro, o que também ajuda a puxar os mercados para cima.
Pelos países:
Tóquio subiu 1,9%;
Hong Kong teve leve alta de 0,13%
Xangai caiu 0,15%
Shenzhen (CSI300) subiu 0,61%
Seul avançou 2,67%
Taiwan subiu 1,85%
Cingapura teve alta de 0,36%
Sydney avançou 0,81%
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
BC diz que liquidação do banco Master não representa risco ao sistema financeiro, mas cita ataques cibernéticos

O Banco Central (BC) avaliou que a liquidação extrajudicial de instituições do conglomerado Master não traz risco ao sistema financeiro nacional.
Entretanto, enfatizou a necessidade de que as instituições aprimorem seus sistemas de riscos o que "inclui processos robustos de resposta a incidentes cibernéticos".
As informações constam na ata do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), divulgada nesta quarta-feira (26).
Segundo o BC, o conglomerado Master representa 0,57% do ativo total e 0,55% das captações totais do sistema financeiro nacional (leia mais abaixo).
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"O Comitê registra que a avaliação sobre a imposição de regimes de resolução a instituições financeiras deve considerar a normalidade da economia pública e a preservação dos interesses dos depositantes, investidores e demais credores", mencionou o BC.
"No caso específico, a decretação do Raet [Regime de Administração Especial Temporária] no Banco Master Múltiplo S.A. permite o funcionamento regular da sua controlada Will Financeira S.A. CFI, enquanto se encontram em curso negociações que buscam preservar a atividade dessa instituição", acrescentou a instituição.
🔎Regimes de resolução ocorrem quando uma instituição financeira apresenta grave comprometimento do seu patrimônio ou dificuldade de honrar seus compromissos, o Banco Central (BC) pode determinar aos seus controladores que aportem os recursos necessários, transfiram o controle, reorganizem a sociedade ou adotem medidas de recuperação.
🔎Regime de Administração Especial Temporária é adotado quando a instituição, em razão do seu porte ou complexidade operacional, desempenha funções críticas para a economia real ou a quando a paralisação abrupta do seu funcionamento possa causar riscos à estabilidade financeira.
Anunciada na semana passada, a liquidação do conglomerado, e a prisão de Daniel Vorcaro, dono da instituição, representam o capítulo final de uma série de polêmicas que já envolviam o banco.
RELEMBRE: Justiça Federal mantém prisão de Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master
🔎A instituição financeira já operava sob risco de falência por causa do alto custo de captação e da exposição a investimentos considerados arriscados, com juros muito acima do padrão de mercado.
Tentativas de venda, como a proposta do Banco de Brasília (BRB), não avançaram. Todas foram interrompidas por questionamentos de órgãos de controle, falta de transparência, pressões políticas e menções ao Master em investigações.
Na véspera da liquidação, a instituição recebeu outra oferta: a holding Fictor e um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos propuseram um aporte imediato de R$ 3 bilhões e a compra das ações do fundador Daniel Vorcaro, excluindo o Will Bank e o Master Investimentos.
Nesta semana, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária seguiu todo "procedimento legal demandado", identificando as irregularidades e comunicando-as aos órgãos competentes, como a Polícia Federal e o Ministério Público, responsáveis por levar adiante as investigações.
Banqueiro Daniel Vorcaro e 3 diretores do Banco Master são presos em operação da PF
Ataques cibernéticos
No caso dos ataques cibernéticos, o BC informou que merecem especial atenção a crescente dependência de serviços prestados por terceiros e o uso disseminado de APIs [conjunto de protocolos], em "muitos casos sem a devida avaliação periódica dos riscos e sem monitoramento operacional adequado, o que torna a gestão de riscos mais desafiadora".
"O Comitê enfatiza a importância do desenvolvimento de ecossistemas resilientes, com mecanismos dedicados à gestão de incidentes, crises e prevenção a fraudes, considerando os requisitos operacionais específicos", informou, por meio da ata do Comef.
A autoridade monetária observou, ainda, que alterações recentes nas regras contribuem para fortalecer a segurança e a resiliência do sistema financeiro, tais como:
limites para transferências via PIX e regras mais rígidas para autorização de novas instituições;
rejeição transferências que tenham como destinatárias contas com "fundada suspeita de envolvimento em fraude";
fim do uso irregular das chamadas "contas bolsão".
Sede do Banco Master
Divulgação/Banco Master
Ataques nos últimos meses
Em julho, o Banco Central informou que a C&M Software — empresa que presta serviços tecnológicos e conecta instituições financeiras ao BC — comunicou ter sido alvo de um ataque à sua infraestrutura.
Em setembro, a fintech Monbank informou que foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de R$ 4,9 milhões. Segundo a instituição, nenhuma conta de clientes foi comprometida, e R$ 4,7 milhões já foram recuperados.
Também em setembro, a Sinqia, empresa responsável por conectar bancos ao sistema PIX, informou que um ataque hacker provocou o desvio de aproximadamente R$ 710 milhões em transações não autorizadas.
Megaoperação realizada em agosto desarticulou um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis identificou o uso de ao menos 40 fundos de investimento e diversas fintechs. O esquema era comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). As instituições eram utilizadas para lavar dinheiro, mascarar transações e ocultar patrimônio.
HP vai demitir cerca de 6 mil funcionários até 2028 por adoção de IA

Empresa HP
Divulgação
A empresa americana HP anunciou, nesta terça-feira (25), que pretende reduzir entre 4 mil e 6 mil funcionários até o fim de 2028, em um plano de adoção de inteligência artificial (IA) destinado a aumentar a produtividade.
A redução pode representar pouco mais de 10% do quadro de funcionários do grupo, que conta com cerca de 58 mil empregados, de acordo com seu relatório anual.
A medida da HP reflete uma tendência mais ampla no setor tecnológico, no qual as empresas estão investindo fortemente no desenvolvimento de IA, ao mesmo tempo em que usam a ferramenta para reduzir custos operacionais.
Grandes empresas como Google, Microsoft e Amazon anunciaram reduções em seus quadros nos últimos dois anos ao citarem a necessidade de realocar recursos, incluindo postos de trabalho, para iniciativas relacionadas à inteligência artificial.
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Analistas do setor afirmam que a automação por IA está afetando especialmente cargos nas áreas de atendimento ao cliente, moderação de conteúdo, entrada de dados e certas tarefas de programação.
A HP afirmou que seu plano de IA busca gerar aproximadamente US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,38 bilhões) em economias anuais até o fim do ano fiscal de 2028.
A empresa vem trabalhando para transformar seu modelo de negócios em meio à mudança nos padrões da demanda por PCs e impressoras no mercado.
O presidente-executivo da HP, Enrique Lores, disse ao Wall Street Journal que a empresa planeja elevar os preços de seus computadores e trabalhar com novos fornecedores para ajudar a compensar os altos custos da computação baseada em IA.
No último trimestre, a HP registrou um lucro de 795 milhões de dólares (aproximadamente 4,3 bilhões de reais), comparado a 906 milhões de dólares (cerca de 4,9 bilhões de reais) no ano anterior.
A receita aumentou 4,2%, para US$ 14,6 bilhões (cerca de R$ 78,8 bilhões), superando as estimativas dos analistas, com as vendas de PCs compensando a queda na comercialização de impressoras.
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Tarifaço continua para parte do agro: café solúvel, uva, mel e pescados ainda sofrem taxa de 50% nos EUA

Oliver Stucker analisa EUA zerarem tarifaço sobre produto do Brasil
Nem todo o agro pode ter o "presente do Natal" do fim do tarifaço. Produtos brasileiros como o café solúvel, a uva, o mel e os pescados ainda estão sendo taxados em 50% nos Estados Unidos.
Isso porque eles não foram contemplados pelas duas decisões do governo americano, publicadas neste mês, que isentou centenas de produtos de tarifas adicionais.
A primeira delas, no dia 14, retirou a tarifa recíproca de 10%, imposta em abril, para cerca de 200 produtos alimentícios de diversos países.
A segunda, na última quinta-feira (20), foi direcionada ao Brasil, e suspendeu a sobretaxa de 40%, anunciada em julho, para mais de 200 produtos, que foram acrescentados à lista anterior de quase 700 exceções ao tarifaço.
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As duas medidas trouxeram um grande alívio para o agro, já que tiraram da taxação produtos de peso da exportação nacional, como o café em grão e a carne bovina, que são, respectivamente, o segundo e o terceiro itens mais vendidos pelo setor aos EUA, atrás dos produtos florestais.
Apesar de o café solúvel, a uva, os pescados e o mel não terem o mesmo peso que o café em grão e a carne bovina no total das exportações do agro, são setores que têm os EUA como um mercado relevante para a sua atividade.
A seguir, veja a situação de cada um deles.
Café solúvel
A indústria brasileira ainda não conseguiu entender por que o café solúvel não foi contemplado pelas decisões dos EUA, afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo Lima.
Em 2024, as vendas de solúvel para os EUA representaram 10% de toda a exportação da indústria brasileira de café. O restante da exportação é de café em grão que, agora, está isenta da tarifa.
Lima conta que o café solúvel brasileiro sempre teve uma forte presença nos supermercados dos EUA. No ano passado, por exemplo, 38% do que os americanos importaram teve origem no Brasil, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA, citados por Lima.
As exportações brasileiras para o país começaram nos anos de 1960 e, desde então, os americanos se mantiveram como o principal destino do solúvel nacional, o que mudou após o tarifaço.
"A Rússia, que tradicionalmente sempre foi o segundo colocado, passou para primeiro. Algo inédito", diz Lima, detalhando que isso aconteceu a partir de julho, quando Trump impôs a taxa adicional de 40%.
Desde então, o volume exportado para os EUA nos meses de agosto, setembro e outubro caiu cerca de 50%, quando comparado a igual período de 2024.
"O risco de perda de mercado nas gôndolas de supermercado nos EUA aumenta a cada dia", diz Lima.
"O que a gente sabe, pelos nossos parceiros, é que os EUA ainda estão queimando estoques remanescentes, na esperança que a tarifa caia. Mas, à medida que for apertando, eles buscarão fornecedores alternativos, como México, Colômbia, Vietnã e Europa", afirma.
Lima diz que a Abics e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) continuam negociando a derrubada da tarifa com os governos do Brasil e dos EUA e empresas americanas.
Na sexta-feira (21), o Cecafé disse ao g1 que o setor vai se reunir com o Itamaraty no dia 28 de novembro, e com os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento (Mdic) entre 27 e 28.
Saiba também: Preços globais do café despencam após Trump retirar tarifas sobre Brasil
Uva
A uva é uma das frutas que ainda está sendo taxada em 50% nos Estados Unidos.
Em 2024, o país foi o destino de 12% todas as frutas frescas exportadas pelo Brasil. Nesse período, somente os exportadores de uva faturaram US$ 41,5 milhões, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas).
Segundo o AgroStat, plataforma de dados de exportação do Ministério da Agricultura, 23% do total de uvas vendidas para o exterior em 2024 foram para os EUA.
Entre outubro e novembro, a comercialização de uvas para os EUA caiu 73% na comparação com o mesmo período de 2024, informou o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão.
Apesar de ter uma categoria de “frutas frescas” na lista de exceções publicadas pela Casa Branca, a uva ficou de fora dela, segundo confirmou a Abrafrutas com a embaixada.
Para o diretor-executivo, essa exclusão acontece porque os EUA são grandes produtores de uva e devem ter uma supersafra no próximo ano. Além disso, eles também importam muito do Chile e do Peru.
Entretanto, Brandão afirma que os cachos que deixaram de ir para os EUA já foram realocados para países da Europa e da América do Sul.
O maior prejuízo, portanto, foi que, com menos demanda, o poder de negociação para decidir o preço caiu, aponta o diretor.
Mel
Além do tarifaço de 50%, o mel brasileiro já estava sujeito à uma taxa de importação de 8,04% nos EUA, conta Renato Azevedo, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel).
Ele conta que as negociações com o governo brasileiro e com os EUA continuam, mas que a situação é preocupante.
"Provavelmente vão continuar comprando, mas terá uma queda no preço, isso é certeza, só não sabemos de quanto", diz Sitônio Dantas, diretor da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), em Picos (Piauí).
Ele conta que todos os contratos com os EUA estão garantidos até dezembro de 2025. No entanto, há preocupação sobre a renovação dos acordos.
"Era pra gente estar renovando [os contratos], mas até agora nada. Ele dizem que vão continuar, mas ainda não temos confirmação", disse.
De acordo com o AgroStat, os EUA representaram quase 80% de todas as exportações de mel natural do Brasil em 2024.
Leia também: Entenda por que nem todos os produtos brasileiros ficaram livres das taxas
Pescados
A exclusão dos pescados das isenções do tarifaço também frustrou o setor, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, na sexta-feira (20).
“Não houve evolução alguma para o pescado, e isso mostra que essa pauta não tem recebido a priorização necessária por parte do governo brasileiro. O setor gera empregos, movimenta a economia e tem enorme potencial de expansão, mas continua invisível nas negociações com os Estados Unidos.”
Segundo a associação, as vendas de pescados para os Estados Unidos geram US$ 300 milhões por ano para o setor.
Os norte-americanos representaram quase metade de todas as exportações do alimento em 2024, aponta o AgroStat.
Segundo Lobo, a atividade tem um peso importante no sustento de comunidades costeiras e ribeirinhas, com forte impacto em pequenas e médias empresas, "justamente onde a sensibilidade às tarifas é maior" Ele afirma que é urgente recolocar o pescado brasileiro no radar das negociações bilaterais.
“Precisamos de reciprocidade e de estratégia. A cada rodada de negociação em que o pescado é esquecido, perdemos espaço para concorrentes internacionais. O mercado americano é vital para o Brasil e a ausência de avanços é um sinal claro de que estamos ficando para trás.”
Tarifaço continua para parte do agro: café solúvel, uva, mel e pescados ainda sofrem taxa de 50% nos EUA
g1
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Salão do Automóvel 2025: carros-conceito mostram o futuro de Fiat, Peugeot, Renault e Lecar; VÍDEO

Os protótipos do Salão do Automóvel de 2025
O Salão do Automóvel reúne alguns dos principais carros-conceito que antecipam tecnologias e produtos das marcas para os próximos anos. Peugeot, Lecar, Fiat e Renault aproveitam o evento para mostrar estudos de design, e direções técnicas e estratégicas para seus portfólios.
Na mostra, a Peugeot apresentou o Inception, um sedã luxuoso e tecnológico que resume o que a marca projeta para o futuro: um carro potente, autônomo e com interior que lembra uma sala de estar.
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Fabricantes apresentam conceitos no Salão do Automóvel de São Paulo de 2025
g1
A Lecar apresentou o que pode ser a primeira picape de uma marca brasileira desde a falência da Gurgel. Já a Renault mostrou a Niagara, conceito que deu origem ao SUV Boreal e deve chegar ao Brasil e à América Latina em 2026.
A Fiat, por sua vez, apresentou o conceito Dolce Camper, que antecipa a nova linguagem de design da marca, com linhas retas e faróis e lanternas quadrados.
Veja cada um deles abaixo.
Peugeot Inception
Peugeot Inception tem bateria de 800V
Divulgação | Peugeot
Durante o Salão do Automóvel, a Peugeot apresentou o Inception Concept pela primeira vez no Brasil. O sedã elétrico possui dois motores que somam 680 cv, tração integral e acelera de 0 a 100 km/h em menos de três segundos, segundo a marca.
A bateria de 100 kWh garante até 800 km de autonomia, com recarga por indução — sem uso de cabos.
O interior traz o Hypersquare, sistema sem barra de direção que substitui o volante tradicional por um comando sensorizado que interpreta os movimentos e os replica nas rodas dianteiras.
O volante do Peugeot Inception não tem barra de direção que o ligue às rodas
Divulgação | Peugeot
A vice-presidente da Peugeot na América do Sul, Fabiana Figueiredo, explica que os conceitos servem para testar direções futuras. “A gente trabalha o conceito como uma forma de mostrar para o consumidor o nosso olhar para o futuro. Ele passa pelo design, mas também pela tecnologia embarcada”, afirma.
Segundo ela, o Inception reúne elementos já presentes nos modelos atuais. “Os traços diagonais e as três garras, por exemplo, estão nos veículos de linha. O novo i-Cockpit também aparece aqui em uma evolução do que já oferecemos”, diz.
“Mesmo sendo conceito, é um carro que pode ser dirigido, com tração nas quatro rodas e motor elétrico dentro da nossa estratégia de ampliar possibilidades, do combustão ao elétrico”, completa.
Lecar Campo
A brasileira Lecar apresentou, ainda como mock-up — uma maquete em tamanho real —, sua picape Campo. O modelo está em desenvolvimento, com a mesma base e o conjunto mecânico do SUV 459, também da Lecar, que conta com:
Motor: 1.0 turbo;
Potência: 122 cv a 5.000 rpm;
Torque: 22 kgfm;
Potência combinada: 163 cv;
Torque combinado: 26 kgfm;
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,9 segundos;
Rodas: 18 polegadas;
Pneu: 225/50.
Com porte entre Strada e Toro, a picape deve receber ajustes para aumentar o torque e a capacidade de carga. Segundo o conceito, a estrutura será monobloco — como a da Fiat Toro — e as caixas de roda lembram a Tesla Cybertruck.
Assis afirma que a marca buscou padronizar componentes. “A gente tentou compartilhar o maior número de itens possível — faróis, lanternas, volante, painel e banco”, disse.
Fiat Dolce Camper
A Fiat levou ao Salão de 2025 o Dolce Camper, novo carro-conceito que antecipa a próxima linguagem de design da marca. Segundo a fabricante, ele adota linhas geométricas, elementos inspirados na estética digital e cores baseadas no Cerrado brasileiro.
O conceito também explora diferentes possibilidades de construção em uma mesma plataforma, que pode receber motores elétricos, híbridos ou a combustão. O modelo lembra uma van ou um motorhome.
Renault Niagara
Renault Niagara serviu de inspiração para o SUV Boreal
Divulgação | Renault
A Renault apresentou no Salão o conceito Niagara, desenvolvido no Renault Design Center Latam em parceria com o estúdio de design de Paris — modelo que o g1 já havia adiantado em julho deste ano.
O conceito serve de base para a nova picape que será produzida na Argentina e lançada no Brasil no segundo semestre de 2026.
A Niagara tem grade tridimensional, rodas de 18 polegadas com pneus off-road e altura maior que a do Boreal — SUV inspirado na picape e já vendido no Brasil. A carroceria exibe camuflagem que remete ao logotipo da Renault.
Segundo Laurens van den Acker, chefe global de design do Grupo Renault, o projeto combina visão internacional e aplicação regional.
Isenção do IR: quanto vou deixar de pagar? Quando passa a valer? Veja perguntas e respostas

g1 em 1 Minuto: IR: calculadoras mostram quanto você deixará de pagar e o que muda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quarta-feira (26), em evento no Palácio do Planalto, em Brasília, a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês (R$ 60 mil ao ano).
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Além da isenção, o projeto aprovado neste mês pelo Congresso Nacional prevê um desconto progressivamente menor para quem ganha até R$ 7.350 mensais — clique aqui para calcular quanto você deixará de pagar.
O texto também estabelece uma cobrança mínima para contribuintes de alta renda (entenda abaixo). Com a sanção do presidente, a medida passa a valer em 2026.
Veja nesta reportagem as principais perguntas e respostas sobre o tema.
O que está previsto no projeto?
Quem será impactado?
Quando a isenção passa a valer? Já impacta a declaração de 2026?
Quanto os trabalhadores vão economizar por ano?
A isenção vale para quem tem um salário líquido ou bruto de R$ 5 mil?
Quem tem mais de uma fonte de renda pode ser beneficiado?
Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 vai pagar menos imposto?
Como o governo vai compensar essa perda de arrecadação?
Os mais ricos vão realmente pagar mais imposto?
Haverá alguma mudança no processo de declaração do IRPF?
Sou CLT e ganho R$ 55 mil por mês. Vou ser mais taxado?
🧮 Calcule quanto você deixará de pagar e como fica a cobrança para a alta renda
Veja os vídeos em alta no g1:
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1. O que está previsto no projeto?
O projeto amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e estabelece descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais.
Para compensar a perda de arrecadação, a proposta prevê a tributação da alta renda — quem ganha acima de R$ 600 mil por ano — com uma alíquota progressiva de até 10%. (entenda mais abaixo)
O texto aprovado também isentou da alíquota mínima do IRPF pagamentos, créditos, entregas ou remessas de lucros, ou dividendos, de:
governos estrangeiros, desde que haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos auferidos em seus países pelo governo brasileiro;
fundos soberanos;
entidades no exterior que tenham como principal atividade a administração de benefícios previdenciários, tais como aposentadorias e pensões, conforme definidas em regulamento.
Além disso, a proposta trata da compensação de estados e municípios, oferece alívio tributário para profissionais que atuam em cartórios — como notários e registradores — e cria um mecanismo de compensação sobre lucros e dividendos.
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2. Quem será impactado?
Segundo o economista Bruno Carazza, doutor em Direito Econômico pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e comentarista do Jornal da Globo, cerca de 15 milhões de contribuintes serão beneficiados com a nova medida — seja deixando de pagar ou recolhendo menos imposto.
Carazza destaca também que um grupo estimado entre 140 mil e 150 mil pessoas — aquelas que recebem mais de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano — passará a arcar com parte do custo da medida.
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3. Quando a isenção passa a valer? Já impacta a declaração de 2026?
Após aprovação pelo Congresso Nacional, o texto ainda precisava da sanção do presidente para entrar em vigor. A assinatura de Lula já era considerada certa, por se tratar de uma promessa de campanha.
Uma vez sancionada, a medida deve valer a partir de janeiro de 2026 — ou seja, impactará os rendimentos em 2026 e a declaração do Imposto de Renda feita em 2027.
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4. Quanto os trabalhadores vão economizar por ano?
Como o g1 já mostrou, a nova isenção deve gerar ganhos mensais para os contribuintes que se encaixem nas novas regras.
A expectativa é que os trabalhadores que recebem R$ 5 mil por mês (R$ 60 mil por ano) tenham ganhos de R$ 312,89 na renda mensal — valor que vai reduzindo gradativamente conforme a renda cresce. Veja a simulação por faixa salarial mais abaixo.
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5. A isenção vale para quem tem um salário líquido ou bruto de R$ 5 mil?
A isenção vale para quem tem rendimentos mensais brutos de até R$ 5 mil.
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6. Quem tem mais de uma fonte de renda pode ser beneficiado?
Sim, desde que a soma dos rendimentos tributáveis não ultrapasse os R$ 5 mil mensais para a isenção.
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7. Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 vai pagar menos imposto?
Sim. O texto também estabelece um desconto progressivamente menor para quem ganha até R$ 7.350 por mês.
Pela nova regra, são beneficiados por esse desconto os contribuintes com rendas a partir de R$ 5.001. Assim, quem recebe R$ 7 mil por mês, por exemplo, deverá ter ganhos de R$ 46,61 mensais e de R$ 605,87 no ano, considerando o décimo terceiro salário.
Já os contribuintes que recebem acima dessa faixa não serão impactados pelas mudanças, pois a tabela progressiva do Imposto de Renda não foi alterada. Nada muda também para quem ganha até R$ 3.036 — parcela já isenta pela tabela em vigor.
Veja abaixo uma tabela de simulações feita por Welinton Mota, da Confirp Contabilidade:
Imposto de Renda: veja quanto você pode deixar de pagar se recebe até R$ 7.350
Arte/g1
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8. Como o governo vai compensar essa perda de arrecadação?
Segundo dados do governo federal, a expectativa é que a isenção do Imposto de Renda custe R$ 25,8 bilhões aos cofres públicos em 2026.
Para compensar a perda de arrecadação, o governo propõe de aplicar uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil.
ENTENDA: cobrança mínima para alta renda começa em R$ 0,10 com nova regra
A nova tributação recai sobre lucros e dividendos, que hoje são isentos do Imposto de Renda. Já quem tem apenas o salário como fonte de renda não será afetado, pois continua sujeito à tabela progressiva do IR, com retenção em folha de até 27,5%.
O relator do projeto na Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), também acrescentou um dispositivo que destina parte do dinheiro de arrecadação a estados e municípios.
🔎 De acordo com o parecer, mesmo com a ampliação da faixa de desconto parcial, haverá uma sobra de R$ 12,7 bilhões até 2027. Esse dinheiro será usado para compensar a redução da alíquota da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), instituída pela Reforma Tributária.
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9. Os mais ricos vão realmente pagar mais imposto?
Sim. A expectativa é que pessoas físicas com renda anual superior a R$ 600 mil — o equivalente a mais de R$ 50 mil por mês — estejam sujeitas a uma tributação mínima de até 10%, aplicada apenas sobre o valor que exceder esse limite.
Dessa forma, quem recebe um pouco acima do limite pagará uma alíquota reduzida, e o valor do imposto aumentará de forma gradual conforme a renda cresce. Veja alguns exemplos:
Quem ganha R$ 600.001,00 paga cerca de R$ 0,10, com alíquota de 0,000017%;
Uma renda um pouco maior, de R$ 600.010,00 ao ano, passa a ter alíquota de 0,000167%, gerando imposto de R$ 1,00;
Quem recebe R$ 601 mil por ano terá alíquota de 0,0167%, equivalente a R$ 100,17 de imposto;
Com R$ 602 mil anuais, a alíquota sobe para 0,0333%, resultando em R$ 200,67 de imposto mínimo;
Para uma renda de R$ 605 mil, a alíquota mínima é de 0,0833%, correspondendo a R$ 504,17 de imposto;
Quem recebe R$ 610 mil por ano terá alíquota de 0,1667%, com imposto mínimo de R$ 1.016,67;
Com R$ 615 mil anuais, a alíquota chega a 0,25%, e o imposto mínimo será de R$ 1.537,50.
Como o g1 já mostrou, a proposta busca corrigir uma distorção comum entre os contribuintes de maior renda. Muitos declaram um pró-labore baixo, sujeito a poucos impostos, enquanto a maior parte dos ganhos vem da distribuição de lucros, que é atualmente isenta.
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10. Haverá alguma mudança no processo de declaração do IRPF?
Ainda não houve definição sobre alguma eventual mudança no processo de declaração do Imposto de Renda para pessoas físicas que entrem na nova faixa de isenção. A expectativa é que eventuais novas regras devem ser detalhadas pela Receita Federal após a sanção da lei.
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11. Sou CLT e ganho R$ 55 mil por mês. Vou ser mais taxado?
Não. Quem é CLT tem o imposto retido na fonte, sujeito à tabela progressiva do IR, com desconto em folha de até 27,5%. Ou seja, nada muda.
A nova regra atinge lucros e dividendos, mas não afeta salários, honorários, aluguéis ou outras rendas que já sejam tributadas na fonte.
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12. 🧮 Calcule quanto você deixará de pagar e como fica a cobrança para a alta renda
Para entender o impacto real das mudanças, o g1 elaborou, com o apoio da Confirp Contabilidade, duas calculadoras que mostram:
Calculadora da isenção: quanto você vai deixar de pagar de Imposto de Renda.
Calculadora da alta renda: qual será a cobrança para ganhos anuais a partir de R$ 600 mil.
Faça as simulações abaixo:
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Notas, moeda, Real, dinheiro, notas de dinheiro
Reprodução/Pixabay